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Ciclo do Marcassim
“SAM-GIAM”
ESPAÇO E TEMPO
BILIOS
Sobre nós está o Céu (nemos), de onde vem nossa luz, tudo que promove
clareza e entendimento, e onde está situada a casa original dos deuses da
Tribo: esse é o reino da ordem e da permanência, de tudo que promove e
sustenta os valores culturais. Abaixo de nós, circunscrevendo a Terra e a
suportando, está o reino do Mar (mori), que emerge com o aquoso Outro
Mundo: o reino do caos e das sombras, mas também de toda a fertilidade; o
lar dos “anti-deuses” que possuem os mistérios da Morte e da Vida e lar dos
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Hemisfério Sul.
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ancestrais. Onde estamos é a quadripartida Terra (têrres, talamu), o lugar de
encontro entre Cima e o Embaixo e onde é nosso dever balancear as
influências contraditórias dos outros dois reinos de maneira a poder
sobreviver e prosperar.
QUADRANTES
O texto Suidigud Tellaig Temra nos traz a tradição celta a respeito dos
quadrantes. Ela difere consideravelmente das atribuições cabalísticas
empregadas na magia cerimonial que, por sua vez, foram adotadas pelo
movimento neo-pagão. Na tradição celta, os quadrantes correspondem a
funções dentro da Tribo. A primeira função (fios, conhecimento) é colocada
no Oeste; a segunda função (cath, batalha) no Norte; a terceira função (bláth,
plenitude) no Leste; e a quarta função (séis, som), que compreende tudo o
que é deixado de fora desse esquema tripartido fios-cath-bláth, no Sul, a
direção da Deusa. O Centro, onde o Grande Rei tradicionalmente reside,
carrega todas as funções em equilíbrio (flaith, soberania).
Dos nomes dos pontos cardiais nas línguas célticas, torna-se claro que o
Leste – o lugar de nascimento do Sol, fonte de toda Luz – sempre foi a
direção privilegiada para ser encarada nas preces e rituais (gogledd/Norte
significa “sob a mão esquerda”, deheu/Sul significa “mão direita”).
CIDADELAS
O texto Lebor Gabála Érenn nos traz mais informações que podem ser
relacionadas aos quadrantes. Os deuses da Tribo (Tuatha Dé Danann)
obtêm seus poderes de governança sobre as funções tribais das quatro
Cidadelas do Outro Mundo. A respeito delas, uma correspondência pode
ser traçada com os quadrantes descritos em Suidigud Tellaig Temra. De
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Goirias, o forte em chamas, vem a Lança de Lugh, que é o Senhor da Luz e
o executor da soberania dos deuses, bem como o Bardo Supremo e o
patrono dos estudantes; então a Lança de Luz é aquela que dispersa as
trevas, um símbolo da mente e da primeira função, colocada no Oeste. De
Findias, o forte brilhante branco, vem a Espada de Nuadu Airgetlam, o rei
do folclore Danann antes da ascensão de Lugh, representando o valor da
batalha e do companheirismo, a segunda função no Norte. De Muirias, o
forte do mar, vem o seco Caldeirão de Dagda, que não deixa ninguém
insaciado, um claro presente de fertilidade, um instrumento da terceira
função do Leste. E a Pedra de Fál, vinda da cidadela de Fáilias, é a mais
importante dos quatro seta (“tesouros”), uma vez que é colocado em Tara, o
centro sagrado da Ilha (para chorar pela vinda do Alto Rei). Uma vez que
somente a Deusa da Terra pode oferecer soberania para alguém, a Pedra é
obviamente seu atributo e representa o quadrante do Sul.
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do mundo estabelecido. O Caldeirão (embora, originalmente, tenha sido um
atributo da Deusa da Terra) pertence ao Senhor das Riquezas, o gordo Deus
do conforto material que é o recipiente direto da fertilidade da Terra e pode
compartilhá-la com a Tribo. E a Pedra, que conserva em si mesma os
poderes das três funções, pertence, é claro, à Deusa da Terra, a Grande Mãe
a respeito da qual todas as criaturas devem sua nutrição – a suprema
realidade da vida neste plano.
ANIMAIS