Análise II

Departamento de Matemática
Universidade Federal de Minas Gerais

Prof. Karina Marin

Lista 1.3 Exercı́cio 15

Seja U ⊂ Rm aberto. Dadas f : U → Rn , g : U → Rp e T : U → L(Rn , Rp )

funções diferenciáveis em U , defina ϕ : U → R pondo
ϕ(x) = ⟨ T (x)(f (x)), g(x) ⟩.
Para x ∈ U e h ∈ Rm quaisquer, determine Dϕ(x)(h).

Prova:
Defina α : L(Rn , Rp ) × Rn → Rp por α(A, v) = A(v). Observe que α é
bilinear.
Defina β : U → L(Rn , Rp ) × Rn por β(x) = (T (x), f (x)).
Defina δ : U → Rp × Rp por δ(x) = (α ◦ β(x), g(x)).
Defina γ : Rp × Rp → R por γ(u, v) = ⟨ u, v ⟩. Observe que γ é bilinear.
Temos então que ϕ(x) = γ ◦ δ(x).
Usando a regra da cadeia:

Dϕ(x)(h) = Dγ(δ(x)) ◦ Dδ(x)(h). (1)

1. Cálculo de Dδ(x)(h)

Pela definição de δ,
Dδ(x)(h) = (D(α ◦ β)(x)(h), Dg(x)(h)). (2)

Usando a regra da cadeia,

D(α ◦ β)(x)(h) = Dα(β(x)) ◦ Dβ(x)(h). (3)

Usando a definição de β na Equação (3) obtemos,

D(α ◦ β)(x)(h) = Dα(T (x), f (x))(DT (x)(h), Df (x)(h)). (4)
 Observe que T : U → L(Rn , Rp ), e portanto DT (x)(h) ∈ L(Rn , Rp ) para
cada h ∈ Rm . Aqui usamos identificações análogas as que usamos para
calcular D2 f .

Como α é bilinear, usando Equação (4),

D(α ◦ β)(x)(h) = α(T (x), Df (x)(h)) + α(DT (x)(h), f (x)). (5)

Concluı́mos, usando Equação (2), que

Dδ(x)(h) = (α(T (x), Df (x)(h)) + α(DT (x)(h), f (x)), Dg(x)(h)) . (6)

2. Cálculo de Dϕ(x)(h)

Usando Equação (1), Equação (6) e a definição de δ, obtemos,

Dϕ(x)(h) =
= Dγ(α(β(x)), g(x))[(α(T (x), Df (x)(h)) + α(DT (x)(h), f (x)), Dg(x)(h))].
(7)

Como γ é bilinear, usando Equação (7) temos,

Dϕ(x)(h) =
= γ(α(β(x)), Dg(x)(h)) (8)
+ γ(α(T (x), Df (x)(h)) + α(DT (x)(h), f (x)), g(x)).

Usando a linearidade de γ, na primeira coordenada, Equação (8) implica,

Dϕ(x)(h) =
= γ(α(β(x)), Dg(x)(h))
(9)
+ γ(α(T (x), Df (x)(h)), g(x))
+ γ(α(DT (x)(h), f (x)), g(x)).

Usando a definição de cada uma das funções na Equação (9) temos,

Dϕ(x)(h) =
= ⟨ T (x)(f (x)), Dg(x)(h) ⟩
+ ⟨ T (x)(Df (x)(h)), g(x) ⟩
+ ⟨ DT (x)(h)(f (x)), g(x) ⟩.