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PROFESSORA GLEICIANE NEGRÃO

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MEDICINA
OCUPACIONAL
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MEDICINA OCUPACIONAL
▪ A Medicina do Trabalho pode ser definida como a especialidade médica que
lida com as relações entre a saúde dos homens e mulheres trabalhadores e
seu trabalho, visando não somente a prevenção das doenças e dos
acidentes do trabalho, mas a promoção da saúde e da qualidade de vida,
através de ações articuladas capazes de assegurar a saúde individual, nas
dimensões física e mental, e de propiciar uma saudável inter-relação das
pessoas e destas com seu ambiente social, particularmente, no trabalho.

▪ Ela atua especificamente visando a promoção e a preservação da saúde do


trabalhador. Compete ao médico do trabalho avaliar e detectar condições
adversas nos locais de trabalho, ou sua ausência.
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Por que estudar medicina ocupacional

▪ A ideia é que a medicina ocupacional possa oferecer aos


colaboradores as melhores condições para que eles
desempenhem as suas funções com qualidade — sem afetar a
sua saúde física ou mental. Assim sendo, a medicina do
trabalho tem como foco prevenir os acidentes e as
doenças ocupacionais.

▪ É sua função educar as pessoas para uma cultura organizacional


voltada para a promoção da saúde e da segurança. Mais do que
apenas repassar conhecimento, é preciso fazer com que esses
ensinamentos sejam absorvidos pelos funcionários e que eles
também contribuam para um ambiente livre de acidentes.
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O que significa ter saúde?

▪ A Organização Mundial da Saúde (OMS),


em 1946, definiu saúde como um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, e
não apenas como a ausência de doença ou
enfermidade.
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ANATOMIA BÁSICA DO CORPO
▪ É fundamental conhecer o corpo para identificar as doenças
ocupacionais de acordo com cada atividade laboral.

▪ Conhecer o corpo pode antecipar e prevenir riscos ocupacionais, pois


torna possível compreender como o corpo funciona, como determinadas
doenças e enfermidades atuam, como certas substâncias melhoram ou
pioram problemas de saúde, entre outros.

▪ A anatomia humana, ela diz respeito ao estudo das estruturas biológicas


dos seres humanos, seus sistemas, suas integrações e como cada parte
está diretamente relacionada com as demais. Também pode estudar
questões relacionadas com o ambiente ou pelo tempo, bem como
auxiliar na análise evolutiva da espécie.
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Estrutura básica do corpo humano

▪ O corpo humano é dividido em cabeça, pescoço, tronco (tórax,


abdômen e pelve), membros superiores (ombro, braço,
antebraço e mão) e membros inferiores (quadril, coxa, pernas e
pé).
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▪ O corpo humano apresenta um sistema d e sustentação muito b


em desenvolvido : o esqueleto . Ele é um elemento muito
resistente que serve de proteção para alguns órgão s e pode se
movimentar graças à presença d e articulações entre as peças
ósseas.
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▪ O elemento que permite a movimentação do corpo bem como das


peças ósseas são os músculos. Esses elemento s são formado s
por células com capacidade de contração , quando o corre a
contração de uma musculatura, por exemplo , o bíceps, peças
ósseas articuladas como o rádio, ulna e úmero (antebraço e
braço) se movimentam (flexão).
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DOENÇAS OCUPACIONAIS

▪ As doenças profissionais, conhecidas ainda com o nome de


“idiopatias”, “ergopatias”, “tecnopatias” ou “doenças profissionais
típicas”, são produzidas ou desencadeadas pelo exercício
profissional peculiar de determinada atividade, ou seja, são doenças
que decorrem necessariamente do exercício de uma profissão. Por
isso, prescindem de comprovação de nexo de causalidade com o
trabalho, porquanto há uma relação de sua tipicidade, presumindo-
se, por lei, que decorrem de determinado trabalho. Tais doenças são
ocasionadas por microtraumas que cotidianamente agridem e
vulneram as defesas orgânicas e que, por efeito cumulativo,
terminam por vencê-las, deflagrando o processo mórbido
(MONTEIRO; BERGANI, 2000, p. 15).
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Doença do trabalho e doença
profissional: saiba como diferenciar!
▪ A doença do trabalho é aquela que tem ligação com o meio em
que o trabalhador executa as suas funções. Imagine, por
exemplo, um operador de máquinas que trabalha na linha
operacional de uma indústria.

▪ Se esse trabalhador executa suas tarefas em um local em que


há muito barulho e ruído e, por conta disso, desenvolver uma
perda auditiva, ele terá uma doença do trabalho e não uma
doença ocupacional.
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▪ A doença profissional, por sua vez, está relacionada


diretamente com a atividade que o profissional exerce. Nesse
caso, vamos imaginar que o operário do exemplo anterior é um
soldador.

▪ Se esse profissional desenvolver catarata, terá uma doença


profissional, ou seja, uma patologia que tem ligação direta com
a atividade profissional que ele exerce.
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Quais tipos de doenças não são
considerados doença de trabalho
▪ Existem algumas doenças que não são consideradas doença de
trabalho em virtude de sua natureza, pois se desenvolvem
naturalmente. São elas:

▪ a) doença degenerativa;

▪ b) doença inerente ao grupo etário;

▪ c) doença que não produza incapacidade laborativa;

▪ d) doença endêmica adquirida por segurado habitante de região e


que se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de
exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
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Doença degenerativa

▪ Doenças degenerativas são as que modificam o comportamento


da célula, causando uma gradual lesão do tecido de caráter
irreversível e evolutivo. Provocam a degeneração da estrutura
das células e tecidos afetados e podem envolver todo o
organismo: vasos sanguíneos, tecidos, ossos, visão, órgãos
internos, cérebro, entre outros.

▪ Alguns exemplos de doença degenerativa são: câncer,


diabetes, esclerose múltipla, osteoartrose, osteoporose,
degeneração dos discos vertebrais, hipertensão arterial, Mal de
Alzheimer, Mal de Parkinson ETC
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Doença inerente ao grupo etário

▪ As doenças ligadas ao grupo etário têm necessariamente a


idade como fato gerador da enfermidade.

▪ Como exemplos dessa doença, podemos citar a presbiacusia


(que é a perda da acuidade auditiva iniciada a partir dos 30
anos, resultante da degenerescência das células sensoriais), a
catarata, doenças reumáticas, Alzheimer, entre outras.
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Doença que não produz incapacidade

▪ Também são consideradas doenças de trabalho as


enfermidades que não ensejam a perda da capacidade laboral,
como simples queda ou até mesmo um pequeno corte.
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Doença endêmica

▪ Adquirida por segurado habitante de região e que se


desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de
exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.
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Acidente de Trabalho: O que diz a lei, e
quais os deveres da empresa?

▪ Um acidente de trabalho ocorre quando um colaborador sofre


algum tipo de lesão, temporária ou permanente, durante seu
trabalho ou em decorrência dele.
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O que diz a CLT sobre acidente de
trabalho?
A principal lei sobre este tema é a 8213/91. Em seu art. 19 ela define o que é
acidente de trabalho, assim como quais são os deveres da empresa neste
momento. Veja:

Art. 19 – Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a


serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho
dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. § 1º – A empresa é
responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção
e segurança da saúde do trabalhador.

§ 2º – Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de


cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.

§ 3º – É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os


riscos da operação a executar e do produto a manipular.
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Quais são os tipos de acidente de
trabalho?
▪ Segundo a CLT, existem três principais tipos de acidentes de
trabalho no mundo corporativo. São eles:

▪ Típico;

▪ Atípico;

▪ De trajeto.

▪ Essas categorias foram criadas como forma de auxiliar a perícia


médica no momento da análise, e servir como garantia de que o
acidente de fato ocorreu como consequência da atividade exercida.
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Típico

O acidente típico é um dos mais comuns de serem vistos no mundo


corporativo. Ele é caracterizado por ocorrer no local de trabalho, em seus
arredores, ou durante o expediente do colaborador.

Normalmente, as causas mais comuns para este acidente estão


relacionados a motivos e ações, como: imprudência, negligência ou
causas naturais como deslizamentos e enchentes.
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▪ Negligência:

Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era
esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não
tomando as devidas precauções. Exemplo: Médico usar utensílios não esterelizados.

▪ Imprudência:

A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela.

Falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de atenção, é a imprevidência a cerca


do mal, que se deveria prever, porém, não previu. Exemplo: motorista dirigindo em
velocidade acima da permitida.

▪ Imperícia:

Falta de conhecimento ou habilidade específica para o desenvolvimento de uma


atividade científica ou técnica. Exemplo: Médico neurologista efetuar uma cirurgia
plástica sem aptidão;
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Atípico

O acidente atípico ocorre em casos muito específicos quando há uma certa


repetição das atividades exercidas no trabalho, ou da doença que esteja, de
alguma forma, ligada ao ofício.

Neste caso, podemos citar alguns exemplos de atividades que podem causar
acidentes atípicos, como por exemplo:

▪ Atos de agressão ou sabotagem;

▪ Contaminação durante o trabalho;

▪ Acidente durante os períodos destinados a alimentação e descanso.


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De trajeto

Por fim, o último tipo de acidente previsto em na lei é o de trajeto.

Como seu próprio nome diz, ocorre durante o deslocamento do


profissional de sua casa até a sede da empresa ou vice versa, seja
em seu próprio veículo ou no transporte público.

Cada um desses acidentes possuem características bem distintas,


que permitem uma fácil diferenciação e entendimento para que as
organizações consigam lidar com os eventuais problemas
decorrentes.
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Qual é a obrigação da empresa?

▪ Dependendo do ramo da organização, os colaboradores


possuem grandes chances de sofrerem algum dos tipos de
acidentes de trabalho que mencionamos acima. Por isso, as
empresas devem estar preparadas e cumprir com todas as
obrigações previstas em lei quando essas situações ocorrerem.

▪ Oferecer os devidos equipamentos de proteção individual;

▪ Enviar o Comunicado de Acidente do Trabalho (CAT);

▪ Cumprir com os direitos previstos aos colaboradores


acidentados.
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Oferecer EPIs

Segundo a Norma Regulamentadora Nº6, os Equipamentos de Proteção


Individual são dispositivos usados pelos funcionários destinados a protegê-los
de eventuais riscos que possam ameaçar sua saúde e segurança no trabalho.

As organizações são obrigadas a conceder gratuitamente estes equipamentos


em três situações:

▪ Quando as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção


contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais do
trabalho;

▪ Quando as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

▪ Para atender a situações de emergência.


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▪ Dessa forma, toda empresa – cujas atividades possam oferecer


algum risco à saúde do funcionário -, deve fornecer esses
equipamentos. Além disso, também devem garantir que estão
em boa qualidade, orientar seu uso de forma adequada, e
substituí-lo, caso seja danificado.
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CAT

▪ Agora, caso o colaborador venha a sofrer algum acidente, o


principal procedimento que deve ser tomado imediatamente
pela empresa é a Comunicação do Acidente do Trabalho.

▪ Explicaremos em detalhes como realizar essa comunicação


daqui a pouco. Mas aqui, podemos adiantar que ela deve ser
encaminhada à Previdência Social até o primeiro dia útil
seguinte ao da ocorrência, detalhando o acidente ocorrido e o
colaborador que foi lesionado.
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Caso essa comunicação não seja feita, a contratante sofrerá severas autuações do Ministério
do Trabalho (MTE), segundo os art. 286 e 336 do Decreto nº 3.048/1999. Veja na íntegra:

Art. 286 – A infração ao disposto no art. 336 sujeita o responsável à multa variável entre os
limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, por acidente que tenha deixado de
comunicar nesse prazo.

§ 1º – Em caso de morte, a comunicação a que se refere este artigo deverá ser efetuada de
imediato à autoridade competente.

§ 2º – A multa será elevada em duas vezes o seu valor a cada reincidência.§ 3º – A multa será
aplicada no seu grau mínimo na ocorrência da primeira comunicação feita fora do prazo
estabelecido neste artigo, ou não comunicada, observado o disposto nos arts. 290 a 292.

Art. 336 – Para fins estatísticos e epidemiológicos, a empresa deverá comunicar à


previdência social o acidente de que tratam os arts. 19, 20, 21 e 23 da Lei nº 8.213, de 1991,
ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, e o trabalhador avulso, até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade
competente, sob pena da multa aplicada e cobrada na forma do art. 286.
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Direitos dos colaboradores

▪ Por fim, a terceira obrigação das empresas é a concessão de


todos os direitos aos colaboradores acidentados.

▪ Esses benefícios são assegurados pelo INSS, e só poderão ser


concedidos por meio do documento gerado pela Comunicação
do Acidente de Trabalho, que comprovará a incapacidade do
profissional continuar exercendo suas atividades.
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Como fazer a comunicação de acidente
do trabalho?
A comunicação do acidente do trabalho deve ser enviado à Previdência Social em até um dia
útil à sua ocorrência, e em caso de mortes, deve ser feito imediatamente.

Este documento tem o objetivo de contribuir para que os órgãos federais possam pesquisar e
analisar estatísticas, além de possibilitar que o colaborador receba seus direitos previstos em
lei.

Ele pode ser enviado tanto pela própria empresa, quanto pelo funcionário ou seus
representantes legais. Este processo pode ser feito de duas formas: online ou
presencialmente.

No primeiro caso, basta acessar o site da Previdência Social, onde o responsável terá que
preencher todos os campos obrigatórios.

Já no segundo caso, essa comunicação pode ser feita presencialmente em uma das agências
do INSS. Para isso, o formulário da CAT deverá estar inteiramente preenchido e assinado,
com todos os dados referentes ao atendimento médico.
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Hoje em dia, existem três tipos de CAT que podem ser emitidos:

▪ Inicial – quando acontece o acidente de trabalho, doença


ocupacional, acidente de trajeto ou óbito;

▪ Reabertura – quando há um agravamento de lesões por conta


de acidente ou doença do trabalho;

▪ Óbito – em caso de morte do colaborador.


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Quais os direitos do trabalhador que
sofre acidente de trabalho?

▪ Estabilidade no emprego;

▪ Afastamento remunerado

▪ Recolhimento do FGTS;

▪ Aposentadoria por invalidez;

▪ Pensão por morte.


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▪ Estabilidade no emprego

▪ Essa estabilidade no emprego é garantida até que o funcionário


possa retornar ao trabalho. Ou seja, ao retornar, seu contrato de
trabalho estará garantido por, no mínimo, 12 meses.

▪ Afastamento remunerado

▪ Normalmente, o período de afastamento para que o colaborador se


recupere é de 15 dias. No entanto, mesmo caso este tempo
precise ser estendido, o profissional não será prejudicado em sua
remuneração. O INSS fornecerá um auxílio financeiro durante todo
o período necessário para que o profissional se recupere e possa
voltar a desempenhar suas tarefas
Recolhimento FGTS
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▪ Independente do tempo de afastamento, todo colaborador acidentado também
tem direito ao recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS).

Aposentadoria por invalidez

▪ Alguns acidentes de trabalho mais graves podem causar a incapacidade do


colaborador de retornar a desempenhar suas funções normalmente. Nesses
casos, ele terá direito à aposentadoria por invalidez junto ao INSS.

Agora, caso a perícia confirme um diagnóstico de invalidez parcial, o funcionário


pode receber a chamada aposentadoria especial.

Pensão por morte

▪ Por fim, em casos de acidentes que levam ao óbito do colaborador, seus


dependentes possuem o direito de receber uma pensão pela perda.
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-RECONHECIMENTO DE RISCOS
E DOENÇAS OCUPACIONAIS
RELACIONADOS COM A PELE

▪ A pele é o maior órgão do corpo humano e atua em funções


extremamente importantes para a vida, tais como : barreira de
proteção, sensibilidade física, Regulação da temperatura,
sintetização de vitaminas, sustentação para outros órgãos,
indicativo de diagnóstico p ara certas doenças.
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A pele consiste em três camadas: epiderme,
derme e hipoderme (subcutânea).
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▪ Epiderme

A epiderme é a camada externa da pele que podemos ver e tocar, ela nos protege das toxinas, bactérias
e da perda de líquidos.

▪ Derme (ou corium)

A derme é a camada média da pele, grossa, elástica, mais firme, composta por duas sub-camadas:

A camada inferior (ou stratum reticulare): uma área grossa e profunda, que forma uma fronteira líquida
com a subcutânea.

A camada superior (ou stratum papillare): forma uma fronteira definida, em forma de onda, com a
epiderme.

Os principais componentes estruturais da derme são: colágeno e elastina, tecidos conjuntivos, que dão
força e flexibilidade e são os componentes vitais para a saúde e a juventude da pele.A derme
desempenha um papel chave protegendo o corpo das influências irritantes externas, assim como
alimenta as camadas mais externas da pele por dentro.

▪ Camada subcutânea (ou hipoderme)

A camada mais interna da nossa pele armazena energia enquanto acolchoa e isola o corpo.
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Dermatoses Ocupacionais

▪ As dermatoses ocupacionais representam parcela ponderável


das doenças profissionais.

▪ Sua prevalência é de avaliação difícil e complexa. Grande


número destas dermatoses não chega às estatísticas e sequer
ao conhecimento dosespecialistas. Muitas são autotratadas,
outras são atendidas no próprio ambulatório da empresa.
Algumas chegam até o clínico e ao especialista nos consórcios
médicos que prestam assistência em regime de convênio com o
Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Apenas uma
pequena parcela dessas dermatoses chega até os serviços
especializados.
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▪ Dermatoses causadas por agentes físicos, químicos e


biológicos decorrentes da exposição ocupacional e das
condições de trabalho são responsáveis por desconforto, dor,
prurido, queimação, reações psicossomáticas e outras que
geram até a perda do posto de trabalho.
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Causas indiretas ou fatores
predisponentes

▪ • Idade:

▪ trabalhadores jovens são menos experientes, costumam ser mais afetados por agirem com menor
cautela na manipulação de agentes químicos potencialmente perigosos para a pele.

▪ • Sexo:

▪ homens e mulheres são igualmente afeta dos. Contudo, as mulheres apresentam maior
comprometimento nas mãos e podem apresentar quadros menos graves e de remissão mais rápida.

▪ Clima: temperatura e umidade (HOSOI et al, 2000) influenciam o aparecimento de dermatoses como
piodermites, miliária e infecções fúngicas. O trabalho ao ar livre é frequentemente sujeito à ação da
luz solar, picadas de insetos, contato com vegetais, exposição à chuva e ao vento, bem como a
agentes diversos potencialmente perigo sos para a pele.

▪ •portadores de dermatite atópica ou com diátese atópica são mais suscetíveis à ação de agentes
irritantes.
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▪ • Presença de vapores, gases e poeiras acima dos limites de


tolerância pode ser fator predisponente, bem como a ausência
de iluminação, ventilação apropriada e de sanitários e chuveiros
adequados e limpos próximos aos locais de trabalho.

▪ A não utilização de proteção adequada ou sua utilização


incorreta ou ainda o uso de Equipamento de Proteção Individual
(EPI) de má qualidade e a não observância pelo trabalhador das
normas de higiene e segurança padronizadas para a atividade
que executa, podem ter papel importante no aparecimento de
dermatoses ocupacionais.
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Causas diretas

▪ Agentes biológicos, físicos e químicos.

Podem causar dermatoses ocupacionais ou funcionar como fatores


desencadeantes, concorrentes ou agravantes. Os agentes
biológicos mais comuns são: bactérias, fungos, leveduras, vírus e
insetos.

Agentes físicos. Os principais são: radiações não-ionizantes(raios


uv), calor, frio, eletricidade.
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▪ Agentes químicos. Os principais são:

▪ 1. Irritantes → cimento, solventes, óleos de corte, detergentes,


ácidos e álcalis.

▪ 2. Alérgenos → aditivos da borracha, níquel, cromo e cobalto


como contaminantes do cimento, resinas, tópicos usados no
tratamento de dermatoses.
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Admissão, diagnóstico, tratamento e
prevenção

▪ Admissão será estruturada a partir de fichas apropriadas que


contemplem dados objetivos do trabalhador. O trabalhador,
após preenchimento da ficha, deverá ser examinado em local
apropriado e com luz adequada.

▪ . Diagnóstico ou hipótese diagnóstica segue procedimentos que,


se realizados de forma sistemática, levarão a índices de acerto
quanto aos possíveis agentes causais e ao nexo ocupacional.
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Diagnóstico: como identificar casos de
dermatoses ocupacionais
▪ Para o diagnóstico e o estabelecimento das condutas adequadas
das dermatoses ocupacionais, confirmadas ou suspeitas, é
importante considerar os seguintes aspectos:

▪ Quadro clínico; história de exposição ocupacional, observando-se


concordância entre o início do quadro e o início da exposição, bem
como a localização das lesões em áreas de contato com os
agentes suspeitos.

▪ Melhora com o afastamento e piora com o retorno ao trabalho

▪ Teste epicutâneo positivo, nos casos de dermatites de contato por


sensibilização.
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Quadro 1 - Diagnóstico das dermatites
de contato: irritativas e alérgicas.

1.O quadro clínico é compatível com dermatite de contato? Ocorre


no ambiente de trabalho exposição a agentes irritantes ou
potencialmente alergênicos?

2.Existe nexo entre o início da dermatose e o período de


exposição?
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3.(Concordância anamnéstica) As lesões estão localizadas em áreas


de contato com os agentes suspeitos?

4. (Concordância topográfica) Há melhora com afastamento e/ou piora


com o retorno à mesma atividade?

5. É possível excluir a exposição não-ocupacional como fator causal.

6. É possível através de testes epicutâneos identificar o provável


agente causal?

Observação: cinco dessas alternativas positivas, apresentam forte


suspeição de dermatose ocupacional.
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▪ O diagnóstico das dermatoses ocupacionais (FISHER, 2001; BIRMINGHAM,
1998) é feito com relativa facilidade, salvo em alguns casos limítrofes em que
se torna difícil fazê-lo. Alguns aspectos são muito importantes para a
obtenção de um diagnóstico preciso. Entre eles citamos:

▪ 1. identificação do paciente;

▪ 2. anamnese;

▪ 3. exame físico;

▪ 4. hipótese diagnóstica;

▪ 5. diagnóstico diferencial;

▪ 6. exames complementares;

▪ 7. visita ao ambiente de trabalho;

▪ 8. informações fornecidas pelo empregador.


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critérios para afastamento

▪ Identicação do paciente

▪ Nome

▪ Sexo (m) (f)

▪ Idade

▪ Peso

▪ Altura

▪ Encaminhado por (1) Sindicato (2) Convênio (3) Serviço Médico da


Empresa (4) Convênio (5) Serviço de PCMSO (6) Centro de
Especialidade (7) Cerest (8) Outros
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critérios para afastamento

▪ Atividade exercida anteriormente.

▪ Citar as mais significativas para o quadro clínico.

▪ Tempo: dias ( ) meses ( ) anos ( ) Atividade atual.

▪ Mencionar agentes tóxicos eventuais com os quais entra em


contato.

▪ Tempo: dias ( ) meses ( ) anos ( )


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Critérios para afastamento

▪ b) Anamnese ocupacional

▪ A anamnese ocupacional, tal como ocorre em todas as


especialidades médicas, é importante ferramenta para o
diagnóstico. Uma boa história ocupacional irá nos conduzir ao
possível agente etiológico. Para isto, é necessário dispor de ficha
apropriada e de um roteiro preparado, onde os dados necessários
serão anotados.

▪ Antecedentes pessoais. Atopia, pessoal ou familiar, doença de pele


anterior. História pessoal ou familiar de asma, rinite, dermatite
atópica. Essas patologias, têm, significados específicos tornando a
pele desses pacientes mais sensíveis à agressão de agentes
diversos.
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Critérios ara afastamento

▪ c) Exame físico

▪ O exame físico é de suma importância para avaliar o tipo, a


localização e a extensão das lesões apresentadas.

▪ Observação: Exame dermatológico. Toda a pele deve ser


examinada anotando, se possível, em um boneco desenhado
em papel próprio, a localização das lesões.
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Critérios para afastamento

▪ Em dermatologia ocupacional, as lesões ocorrem com maior


frequência nas mãos, antebraços, braços, pescoço, face e pernas.
Contudo, em alguns casos, todo o tegumento pode ser atingido. Se
possível, pode ser idealizada ficha apropriada para serem
anotados os achados do exame físico.

▪ Esta deverá conter dados que possam orientar o tratamento e a


prevenção de novas recidivas.

▪ Fazer constar: Descrição detalhada das lesões: assinalar as lesões


no boneco. Localização Simetria Cor Forma

▪ Existe impotência da área afetada? ( ) Sim ( )Não


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Visita ao ambiente de trabalho

▪ A inspeção do local de trabalho pode nos fornecer dados


importantes sobre as condições em que o trabalho é executado.
Agentes potencialmente irritantes ou alergênicos poderão ser
identificados e o modo como chegam até a pele do trabalhador.
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Informações fornecidas pelo
empregador

▪ De posse das informações obtidas, o médico obterá subsídios


importantes que irão ajudá-lo a caracterizar “nexo causal” nos
casos difíceis.
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PRINCIPAIS DERMATOSES
OCUPACIONAIS
▪ Dermatites de contato por irritantes (DCI) CID - 10 L24

O quadro clínico varia de acordo com o irritante, podendo aparecer


sob a forma de dermatites indistinguíveis das dermatites de contato
alérgicas agudas, até ulcerações vermelhas profundas, nas
queimaduras químicas. A dermatite irritativa crônica é mais frequente
que a aguda ou acidental. Agressões repetidas, por irritantes de baixo
grau, ocorrem ao longo do tempo. Nesses casos, a secura da pele e o
aparecimento de fissuras são, frequentemente, os primeiros sinais,
que evoluem para eritema, descamação, pápulas, vesículas e
espessamento gradual da pele. As dermatites de contato irritativas
podem ser facilmente diagnosticadas pelas histórias clínica e
ocupacional.
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Dermatite de contato por irritante
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Dermatite irritativa de contato forte
(DICF)

▪ Irritantes fortes são substâncias químicas que produzem,


quando em contato com a pele, graves lesões inflamatórias, ao
primeiro contato. A gravidade da lesão dependerá da toxicidade,
do tempo de contato e da concentração do agente químico. O
cimento, por ser abrasivo, alcalino e altamente higroscópico,
produz, quando em condições especiais de contato com a pele,
ulcerações rasas e profundas.
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Dermatite irritativa de contato forte
(DICF)
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Dermatites alérgicas de contato (DAC)
CID - 10 L23

▪ As DAC se manifestam como eczemas agudo ou crônico. Na


fase aguda, são acompanhadas, freqüentemente, por prurido
intenso e, nas formas crônicas, por espessamento da epiderme
(liquenificação), com descamação e fissuras.

▪ A substância contactante é capaz de penetrar na pele e


estimular o sistema imunológico do indivíduo a produzir
linfócitos T que liberam várias citoquinas, provocando uma
reação inflamatória.
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Dermatites alérgicas de contato (DAC)
CID - 10 L23
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Dermatites alérgicas de contato (DAC)
CID - 10 L23
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Principais agentes causadores de
Dermatites Alérgicas de Contato (DAC) CID
- 10
▪ Dermatite alérgica de contato devido a metais

▪ Dermatite alérgica de contato devido a adesivos

▪ Dermatite alérgica de contato devido a cosméticos (fabricação/manipulação

▪ Dermatite alérgica de contato devido a drogas em contato com a pele

▪ Dermatite alérgica de contato devido a corantes

▪ Dermatite alérgica de contato devido a outros produtos químicos

▪ Dermatite alérgica de contato devido a alimentos em contato com a pele (fabricação/manipulação)

▪ Dermatite alérgica de contato devido a plantas (não inclui plantas usadas como alimentos)

▪ Dermatite alérgica de contato devido a outros agentes (causa externa especificada)


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Dermatite de contato com
fotossensibilização

▪ As fotodermatoses, também denominadas fotodermatites ou


lúcides, compreendem um grande número de reações anormais
da pele causadas pela luz ultravioleta ou pelo espectro visível
da luz.

▪ a. Os trabalhadores em várias atividades ocupacionais podem


se expor por quatro ou mais horas nos horários de pico e serem
afetados se negligenciarem proteção adequada.
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Dermatite de contato com
fotossensibilização
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Erupções acneiformes

▪ A elaioconiose folicular ou dermatite folicular ou acne ou


foliculite por óleos pesados do petróleo ou óleos de origem
mineral são erupções acneiformes e se apresentam como
pápulas foliculares e pústulas que ocorrem nas áreas de
exposição em trabalhadores susceptíveis, como os antebraços
e as coxas. O mecanismo de ação, dos óleos de corte e de
outras gorduras, começa pela irritação do ósteo folicular,
seguida da obstrução do mesmo. Os mesmos agentes (óleos e
gorduras minerais) podem causar outros quadros clínicos como
dermatite de contato irritativa e alérgica.
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Erupções acneiformes
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Prevenção

▪ Fatores importantes: evite a exposição nos horários de pico, isto é,


entre 10h e 15h. Use protetor adequado para o tempo que vai se
expor e para a cor da sua pele. É muito importante usar
corretamente o protetor solar; recomenda-se reaplicá-lo 15 a 30
minutos após a exposição. O protetor solar é, erroneamente, uma
das primeiras alternativas usadas na prevenção e seu uso
inadequado pode gerar falsa sensação protetora. Estudos nesse
sentido mostram que o protetor solar não protegeu o usuário em
55% das vezes (WRIGHT, M; WRIGHT, S.; WAGNER, 2001). Em
trabalho externo, caso ocorra sudorese profusa, tornase necessário
nova aplicação nas áreas expostas à luz duas a três horas após a
primeira aplicação (DIFFEY, 2001).
z

▪ O fator de proteção UPF mede a proteção que o vestuário com


tecido específico confere à pele. Por exemplo: vestuário com
fator de proteção 50, isso significa que apenas 1/50 da luz UV
consegue penetrar pelo tecido, ou seja, apenas 2% dos raios
conseguem atravessar o tecido atingindo a pele. Os fabricantes
trabalham com tecidos cujo fator UPF varia de 15 a 50.
Dependendo do tipo de atividade, escolhemos o fator que o
trabalhador deve usar. Se a exposição for de 8 horas/ dia devo
escolher fator 50 que irá conferir 98% de proteção, se a
exposição for menos intensa, podemos utilizar fator 15 que irá
conferir 93% de proteção contra UVA e UVB.
z

▪ Importante: na medida em que o vestuário envelhece e recebe


lavagens sucessivas, seu poder de proteção diminui. A lavagem
desses vestuários com branqueadores óticos e agentes
químicos apropriados podem manter sua capacidade protetora
z
PREVENÇÃO DAS DERMATOSES
OCUPACIONAIS
▪ Significa avaliar o ambiente de trabalho, para conhecer riscos
potenciais e reais para o trabalhador e propor medidas que
neutralizem esses riscos (DIAS, 1999; OLIVEIRA, 1999).

▪ O conhecimento do risco real e do risco potencial implica em


esforços que visem sua neutralização. Os riscos devem ser
avaliados de acordo com a atividade executada porque
sabemos que a função de cada trabalhador na atividade pode
exigir processos diferentes da prevenção. Esquematicamente,
podemos agir em três níveis diferentes na proteção do
trabalhador.
z
Prevenção primária: promoção da
saúde

▪ Ambiente de Trabalho – as edificações e os diversos setores e


instalações industriais devem obedecer às regras que
estabeleçam conforto, bem estar e segurança no trabalho.
z
Identificação de riscos e doenças
ocupacionais relacionadas com a audição
Função Audição e manutenção do equilíbrio
Ouvido externo Partes: pavilhão auricular, meato acústico externo, membrana timpânica
Função: captação e condução do som
Ouvido médio Partes: cavidade timpânica, ossículos auditivos, músculos dos ossículos
Função: transformar uma onda sonora de elevada amplitude numa vibração
de baixa amplitude e transmiti-la ao ouvido interno

Ouvido interno Partes: labirinto ósseo (vestíbulo, canais semicirculares e cóclea) e labirinto
membranoso (utrículo, sáculo, ductos semicirculares e ducto coclear)
Função:
- O labirinto ósseo dá suporte ao labirinto membranoso
- O utrículo e o sáculo fornecem informação sobre a posição da cabeça
- Os ductos semicirculares fornecem informação sobre os movimentos da
cabeça
- O ducto coclear fornece informação sobre a audição
z
Anatomia do ouvido
z
z

▪ Na anatomia humana, o tímpano ou membrana timpânica, é


uma membrana em forma de cone fina que separa o ouvido
externo do ouvido médio.

▪ martelo, bigorna e estribo são ossículos do ouvido. A principal


função deles é transmitir o movimento do tímpano para o ouvido
interno, através da janela oval.

▪ A ruptura ou perfuração do tímpano pode levar à perda auditiva


condutiva.
z
Perda auditiva sensorioneural ou
neurossensorial
▪ Essa alteração ocorre no ouvido interno, quando os condutores nervosos ou as
células ciliadas, que se localizam na cóclea sofrem alguma deterioração,
impedindo que os sinais sejam enviados ao cérebro. Isso leva a uma menor
percepção da qualidade e da intensidade do som, resultando em uma
deficiência para ouvir e entender a fala.

▪ exposição a ruídos — principalmente indivíduos que não usaram ou não usam


protetores auriculares;

▪ condições hereditárias — pode afetar crianças desde o nascimento ou


desenvolver-se posteriormente, ao longo da vida;

▪ algumas doenças, como meningite, esclerose múltipla e malformação do ouvido


interno;

▪ drogas e medicamentos;
z

▪ Quando se estudam as perdas auditivas de origem ocupacional,


deve-se levar em conta que há outros agentes causais que não
somente podem gerar perdas auditivas, independentemente de
exposição ao ruído, mas também, ao interagir com este,
potencializar os seus efeitos sobre a audição. Entre outros,
podem ser citados a exposição a certos produtos químicos, as
vibrações e o uso de alguns medicamentos.
z
Ruído

▪ O ruído já faz parte do nosso dia-a-dia. E isso se inicia cada vez


mais cedo, pois é possível observar em gestantes que
trabalham expostas a níveis elevados de ruído, principalmente
quando o trabalho é realizado em turnos, desde lesões auditivas
irreversíveis no feto (LALANDE; HETÚ; LAMBERT, 1986) até
problemas na gestação, como hipertensão, hiperemese
gravídica, parto prematuro e bebês de baixo peso (NURMINEN;
KURPA, 1989; NURMINEN, 1995; HARTIKAINEN et al., 1994).
z

▪ A Conferência da Terra (ECO 92), realizada no Rio de Janeiro,


em 1992, endossou a Agenda 21, um programa de ação
mundial para a promoção do desenvolvimento sustentável, que
envolve modificação de conceitos e práticas referentes ao
desenvolvimento econômico e social. Neste contexto, o ruído foi
considerado a terceira maior causa de poluição ambiental, atrás
da poluição da água e do ar. O ruído pode ser visto como o
risco de agravo à saúde que atinge maior número de
trabalhadores.
z

▪ Esse estilo de vida, nem sempre opcional, leva à incorporação


do ruído às nossas vidas, como se fosse algo natural e,
portanto, inofensivo. Esse comportamento, bastante nocivo à
saúde, torna-se mais perigoso quando se trata de ruído no
ambiente de trabalho, pela sua intensidade, tempo de exposição
e efeitos combinados com outros fatores de risco, como
produtos químicos ou vibração (SILVA, 2002).
z

▪ Agentes químicos ou ambientais podem, em alguns casos, causar perdas


auditivas com as mesmas características audiométricas das perdas por
ruído (MORATA; LEMASTERS, 1995), havendo alta variabilidade entre os
casos, a qual pode ser atribuída aos seguintes fatores: multiplicidade de
produtos químicos existentes (com diferentes estruturas moleculares),
diferenças entre ambientes de trabalho, infinitas combinações de produtos
químicos e variações na intensidade e nos parâmetros de exposição –
aguda, intermitente ou crônica.

▪ As investigações publicadas até o momento indicam que os efeitos dos


solventes podem ser detectados a partir de dois ou três anos de exposição,
mais precocemente do que os efeitos do ruído (MORATA et al., 1993;
MORATA; DUNN; SIEB, 1997).
z

▪ As propriedades ototóxicas de produtos químicos industriais e a


interação destes com o ruído somente foram investigadas para
um número reduzido de substâncias. Neste cenário, devem ser
obtidas informações sobre a toxicidade e neurotoxicidade das
exposições químicase das queixas apresentadas pelas
populações expostas. Estas servirão para uma avaliação
preliminar de risco potencial à audição, para que então seja
possível a tomada de decisões quanto às medidas de avaliação
e prevenção a serem adotadas.
z

▪ O som é definido como qualquer perturbação vibratória em um


meio elástico, que produza sensação auditiva (MERLUZZI,
1981). O ruído é um sinal acústico aperiódico, originado da
superposição de vários movimentos de vibração com diferentes
freqüências que não apresentam relação entre si (FELDMAN;
GRIMES, 1985). Portanto, do ponto de vista da Acústica Física,
podemos dizer que a definição de ruído é englobada pela
definição de som.
z

▪ Quando o ruído é intenso e a exposição a ele é continuada, em


média 85dB(A) por oito horas por dia, ocorrem alterações
estruturais na orelha interna, que determinam a ocorrência da
Pair (CID 10 – H83.3). A Pair (PERDA AUDITIVA INDUZIDA
POR RUÍDO)é o agravo mais frequente à saúde dos
trabalhadores, estando presente em diversos ramos de
atividade, principalmente siderurgia, metalurgia, gráfica, têxteis,
papel e papelão, vidraria, entre outros.
z

▪ Além dos sintomas auditivos frequentes – quais sejam perda


auditiva, dificuldade de compreensão de fala, zumbido e
intolerância a sons intensos –, o trabalhador portador de Pair
também apresenta queixas, como cefaleia, tontura, irritabilidade
e problemas digestivos, entre outros
z

▪ Quando a exposição ao ruído é de forma súbita e muito intensa,


pode ocorrer o trauma acústico, lesando, temporária ou
definitivamente, diversas estruturas do ouvido. Outro tipo de
alteração auditiva provocado pela exposição ao ruído intenso é
a mudança transitória de limiar, que se caracteriza por uma
diminuição da acuidade auditiva que pode retornar ao normal,
após um período de afastamento do ruído.
A Norma Regulamentadora n.º 15 (NR-15), da Portaria MTb n.º
3.214/1978 (BRASIL, 1978), estabelece os limites de exposição a
z
ruído contínuo, conforme a Tabela 1, a seguir
z

▪ O limite de tolerância para ruído do tipo impacto será de


130dB(A), de acordo com a NR-15.

▪ Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser


avaliado como ruído contínuo. Como consequência à exposição
continuada a ruído elevado, o trabalhador pode apresentar a
Pair.
z
O que é o PCA?

▪ O PCA – Programa de Conservação Auditiva – é um programa


obrigatório previsto na NR-9 (PPRA – Programa de Prevenção a
Riscos Ambientais) buscando a proteção da saúde auditiva dos
trabalhadores, ou seja, prevenir que os trabalhadores expostos
a níveis de ruído acima dos limites toleráveis desenvolvam
perda auditiva induzida pelo ruído ocupacional (PAIR).
z

▪ A NR 7 (PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional) especifica as regras para a avaliação e
acompanhamento da audição dos trabalhadores por meio da
execução de exames audiométricos periódicos (audiometrias)
em cabines especiais por profissional especializado
(Fonoadiólogo), cabendo às organizações a responsabilidade
de planejamento e execução de programas que tenham como
objetivo a conservação da saúde auditiva dos trabalhadores.
z
NA PRÁTICA

▪ O médico ou fonoaudiólogo exerce papel importante no PCA. É ele


que tem contato direto com o trabalhador. E através dos exames
próprios como audiometria avalia o nível de audição de cada
trabalhador.

▪ Com o passar do tempo e com a realização de exames


audiométricos periódicos o fonoaudiólogo consegue determinar se
o trabalhador ou o grupo de trabalhadores (GHE) está tendo
alguma alteração na audição.

▪ Através da detecção de possíveis problemas auditivos nos


trabalhadores o fonoaudiólogo juntamente com a equipe de
segurança do trabalho (SESMT, CIPA, etc) determinarão as
medidas preventivas e corretivas necessárias.
z
z
PARCERIAS PARA ELABORAÇÃO DO PCA

▪ O setor de segurança do trabalho deve andar junto com o


médico ou fonoaudiólogo na busca por sanar os problemas
encontrados e as perdas auditivas decorrentes do trabalho. O
trabalho em parceria é a fórmula para ter forças unificadas em
busca das soluções necessárias.
z
Exemplos de trabalho em parceria na luta
contra os males causados pelo ruído
ocupacional.
z
PERIODICIDADE DA AUDIOMETRIA NO PCA

NR 7 – Anexo 1 do Quadro 2:

3.4. Periodicidade dos exames audiométricos.

3.4.1. O exame audiométrico será realizado, no mínimo, no momento da admissão, no 6º (sexto) mês
após a mesma, anualmente a partir de então, e na demissão.

3.4.1.1. No momento da demissão, do mesmo modo como previsto para a avaliação clínica no item
7.4.3.5 da NR -7, poderá ser aceito o resultado de um exame audiométrico realizado até:

a) 135 (cento e trinta e cinco) dias retroativos em relação à data do exame médico demissional de
trabalhador de empresa classificada em grau de risco 1 ou 2;

b) 90 (noventa) dias retroativos em relação à data do exame médico demissional de trabalhador de


empresa classificada em grau de risco 3 ou 4 .

3.4.2. O intervalo entre os exames audiométricos poderá se reduzido a critério do médico


coordenador do PCMSO, ou por notificação do médico agente de inspeção do trabalho, ou mediante
negociação coletiva de trabalho.
z
Benefícios do PCA ao empregado

▪ Benefício direto: prevenção daPAIR ocupacional.

▪ Melhoria da qualidade de vida: a perda auditiva afeta a capacidade de


comunicação do indivíduo, que é essencial para viver bem em sociedade.

▪ Redução dos impactos no organismo: menor nervosismo, estresse,


doenças cardiovasculares e outros males ocasionados pela exposição
excessiva ao ruído.

▪ Melhoria no trabalho: habilidade em dar e receber orientações, utilizar o


telefone, ouvir sinais de alerta e sons de máquinas, aumento das chances
de mobilidade de função dentro da empresa.

▪ Disponibilidade para o mercado: a perda auditiva diminui o potencial do


indivíduo em conseguir um novo emprego.
z
Benefícios do PCA ao empregador

▪ Benefício direto: aumento da produtividade do empregado, pela redução do


estresse e fadiga, relacionados à exposição ao ruído.

▪ Diminuição do índice de acidentes na empresa: ganhos monetários diretos e


indiretos.

▪ Manutenção da imagem da empresa: prática de políticas que dizem respeito à


saúde e segurança dos funcionários

▪ Versatilidade dos empregados: aumento das possibilidades de mobilidade de


função, reduzindo gastos extras devidos a novas contratações e treinamentos.

▪ Reduçãoda rotatividade de pessoal: melhoria do relacionamento entre os


funcionários. Redução de gastos: prevenção de perdas de dinheiro por
possíveis pagamentos de indenizações.
z
Por que o uso de EPIs é fundamental?

▪ O uso de EPIs — como óculos, capacetes, luvas, botas,


máscaras, cintos de segurança, protetores auriculares etc — é
imprescindível em todas as atividades que oferecem riscos ao
trabalhador. A obrigatoriedade desses equipamentos é
determinada por uma norma técnica da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT). Denominada NR 6, ela estabelece também
que os itens devem ser fornecidos de forma gratuita às equipes
para o desempenho seguro de suas funções.
z
Protetor auricular: conheça os tipos e saiba
para que serve esse acessório auditivo

▪ A principal função do protetor auricular é reduzir ruídos externos


que possam causar danos ao canal auditivo e,
consequentemente, a perda auditiva ao longo do tempo.

▪ Por terem a função de proteger os ouvidos de ruídos intensos,


os protetores auriculares são considerados EPIs (Equipamentos
de Proteção Individual), e seu uso é obrigatório em ambientes
de trabalho onde os sons extrapolam o nível saudável para a
saúde auditiva.
z
PROTETOR DE INSERÇÃO
MOLDÁVEL
São designados para inserção no
canal auditivo, ajudando a reduzir a
exposição aos níveis perigosos de
ruído e outros sons indesejados. Deve
ser utilizado mediante o conhecimento
e aprovação das áreas de Segurança
e Medicina do Trabalho, sendo
também comumente usado por
visitantes em plantas com
equipamentos ruidosos e que possam
causar algum dano à audição.
z
PROTETOR DE INSERÇÃO PRÉ-
MOLDADO
Protetor Auditivo do tipo inserção pré-
moldado é confeccionado em silicone
ou polímeros no formato cônico, com
três flanges concêntricos de diâmetros
variáveis. Entre suas vantagens, pode
ser higienizado (lavado) e reutilizado,
além de permitir o transporte na
própria caixa plástica (embalagem) –
nas versões que disponibilizam a
mesma.
z
PROTETOR TIPO CONCHA

São designados para proteção do


sistema auditivo, ajudando a reduzir
a exposição aos níveis perigosos de
ruído e outros sons indesejados.
Deve ser utilizado mediante o
conhecimento e aprovação das
áreas Segurança e Medicina do
Trabalho ou responsável pela
empresa. Os modelos adaptáveis a
outros EPIs, como, por exemplo, ao
capacete, formam uma combinação
segura e confortável ao operador na
realização de suas tarefas.
z
Doenças ocupacionais relacionadas
com os pulmões
▪ Você sabia que cerca de 1.275.000 brasileiros tem asma
causada ou agravada por condições de trabalho e 900.000
brasileiros apresentam DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica) relacionados ao ambiente de trabalho?!

▪ As pneumopatias relacionadas etiologicamente à inalação de


poeiras em ambientes de trabalho são genericamente
designadas como pneumoconioses (do grego, conion = poeira).
São excluídas dessa denominação as alterações neoplásicas,
as reações de vias aéreas, como asma e a bronquite.
z

▪ As doenças pulmonares ocupacionais (DPOs) são decorrentes da


exposição a agentes tóxicos inalados no ambiente de trabalho. As DPOs
podem ser classificadas de diversos modos. Uma das classificações
considera as substâncias causadoras, que podem ser divididas em cinco
grandes grupos:

▪ •Poeira mineral (asbesto, sílica, carvão)

▪ •Fator biológico (exposição a animais ou a agentes microbianos)

▪ •Metais (níquel, berílio, cobalto, alumínio)

▪ •Gases (monóxido de carbono, produtos derivados do cloro, óxidos de


nitrogênio ou enxofre)

▪ •Poeiras orgânicas (cereais)


z

▪ A separação por tipo de atividade desempenhada é outro modo


de classificar as DPOs (p. ex., agricultura, mineração, etc.). A
classificação mais comumente utilizada é a que se baseia na
forma de apresentação da doença, que está diretamente
relacionada às alterações fisiopatológicas desencadeadas pelo
agente tóxico nas vias aéreas, no parênquima pulmonar ou na
pleura.
z
Sinais e Sintomas

▪ Os sinais e os sintomas das DPOs são muito variados e ocorrem conforme o


tipo e o estágio da doença envolvida. Entre eles, os mais comuns são os
seguintes:

▪ •Tosse

▪ •Tosse crônica

▪ •Dispneia

▪ •Escarro

▪ •Astenia

▪ •Perda de peso

▪ •Cianose
z
Quadro Clínico

▪ Nas fases iniciais, as pneumoconioses são praticamente


assintomáticas, porém podem ser verificadas algumas
alterações radiológicas. Em geral, o primeiro sintoma é a
dispneia progressiva aos esforços, desenvolvendo
dessaturação ao exercício, tosse crônica e produção de escarro
(seja pela bronquite ocupacional ou decorrente do tabagismo).
Nas fases mais avançadas, os indivíduos afetados podem
apresentar astenia, perda de peso, dispneia aos mínimos
esforços e em repouso, hipoxemia, insuficiência respiratória.
z

▪ As doenças pulmonares de origem ocupacional são causadas


pela inalação de partículas, névoas, vapores ou gases nocivos
no ambiente de trabalho, a qual denominamos de agentes
químicos. O local exato das vias aéreas ou dos pulmões onde a
substância inalada irá se depositar e o tipo de doença pulmonar
que irá ocorrer dependerão do tamanho e do tipo das partículas
inaladas. As partículas maiores podem ficar retidas nas narinas
ou nas grandes vias aéreas, mas as menores atingem os
pulmões.
z
Prevenção

▪ A falta de medidas corretivas no ambiente é um dos maiores


complicadores. Além de prevenir tais problemas por meio de
proteção coletiva eficiente e algumas condutas, como o controle
em relação à exposição às substâncias nocivas, podem diminuir
os riscos e também os danos de doenças já adquiridas.
z

▪ Avaliar os riscos: Identificar os perigos e quais os que, sendo


potencialmente causadores de doença, são utilizados ou
produzidos pela atividade desenvolvida no local de trabalho.
Determinar quem pode ser afetado e de que forma.

▪ – Eliminar ou substituir: Evitar a utilização e a exposição aos


agentes alérgenos, substituindo-os por substâncias menos
perigosas.

▪ – Prevenir a exposição: Se a substituição não for possível,


dever-se-á diminuir a concentração, a duração e a frequência
da exposição, bem como o número de trabalhadores expostos.
z

▪ – Elaborar um plano de proteção respiratória:

▪ Gerir as emissões na origem;

▪ Evitar processos de trabalho com produção de poeiras, aerossóis ou vapores;

▪ Utilizar substâncias sob uma forma menos perigosa, por exemplo granulados ou grudes em
vez de pós ou líquidos;

▪ Utilizar sistemas fechados de enchimento e transferência, por exemplo de substâncias em


forma de pó ou fibras;

▪ Controlar as emissões por meio de encapsulamento, ventilação, exaustores de fumos e


outras medidas eficazes utilizadas no local de trabalho;

▪ Elaborar um plano de manutenção e limpeza com indicação da periodicidade, dos métodos


e do equipamento de limpeza. Utilizar processos húmidos ou aspiradores em vez de
vassouras.
z
– Usar equipamento de proteção
individual
▪ (EPI) das vias respiratórias. Cada equipamento de proteção das vias respiratórias deverá
ser usado por um trabalhador apenas e nunca deverá ser partilhado.

▪ – Informar e formar os trabalhadores sobre:

▪ • Os alérgenos respiratórios a que estão expostos;

▪ • As práticas seguras de trabalho;

▪ • O uso adequado dos equipamentos de proteção individual das vias respiratórias, incluindo
a sua colocação e remoção, as restrições aplicáveis ao seu uso, a manutenção, bem como
a quem devem comunicar problemas respiratórios;

▪ • Monitorizar a exposição e os problemas de saúde com regularidade reavaliando-os,


sobretudo em caso de alteração dos métodos de trabalho. Deverão fazer-se exames
médicos, caso sejam detectados sintomas respiratórios provavelmente relacionados com o
trabalho.
z
Consultar os trabalhadores e/ou os seus
representantes:

▪ Ao avaliar os riscos, as exposições e os problemas


respiratórios que ocorrem nos locais de trabalho;

▪ • Ao substituir substâncias perigosas;

▪ • Ao selecionar o equipamento de proteção individual;

▪ • Sobre os resultados da monitorização, incluindo a vigilância


médica.
z
O que é a asma ocupacional?

▪ A asma ocupacional é uma doença pulmonar que é causada por componentes


presentes no ambiente de trabalho que, com o passar do tempo, causam o
estreitamento das vias aéreas e, consequentemente, dificuldade em respirar.

▪ Infelizmente é a doença do trato respiratório mais comum no ambiente de


trabalho, sendo a principal causa do surgimento de asma em adultos.

▪ Seus sintomas são:

▪ falta de ar;

▪ sensação de pressão no peito

▪ respiração bastante ruidosa;

▪ tosse.
z
Como ela se desenvolve no
funcionário?

▪ Pessoas que nunca tiveram asma podem passar a desenvolver


essa modalidade, de acordo com o tipo de partículas em
suspensão que há no seu local de trabalho. Por exemplo, locais
empoeirados, ou que tenham tendência a emissão de
substâncias e vapores no local tendem a gerar um maior
número de funcionários que desenvolvam o problema.
z
Algumas profissões são mais predispostas
a esse tipo de problema, tais como:
▪ padeiros;

▪ tratadores de animais;

▪ professores que ainda trabalham com giz;

▪ biólogos;

▪ funcionários de armazéns e galpões, bem como de arquivos;

▪ profissionais que interagem com produtos químicos sem o uso


de EPI adequado;

▪ médicos.
z
Quais as diferenças entre a asma
normal e a ocupacional?
▪ A asma normal é aquela já existente, quando a pessoa tem uma
predisposição alérgica a um determinado tipo de alérgeno.
Quando exposta a ele, no ambiente de trabalho, a doença
reaparece.

▪ No caso da asma ocupacional, a longa exposição a um


elemento que irrita o canal respiratório faz com que seja
desenvolvido um quadro asmático, de forma que, não
necessariamente, a pessoa tenha uma alergia crônica ao
alérgeno
z
EXPOSIÇÃO A GASES E
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS

▪ Os sintomas dependem de qual gás ou substância química


foram inalados e de quão profundamente e por quanto tempo
foram inalados.

▪ Os sintomas podem incluir irritação dos olhos ou nariz, tosse,


sangue no escarro e falta de ar.

▪ São usadas radiografias torácicas, tomografias


computadorizadas e testes respiratórios para determinar a
extensão da lesão pulmonar.
z

▪ Muitos tipos de gases, como cloro, fosgênio, dióxido de enxofre,


sulfato de hidrogênio, dióxido de nitrogênio e amônia, podem ser
liberados repentinamente devido a um acidente industrial e irritar
gravemente os pulmões.

▪ SINTOMAS:

▪ Gases solúveis, como cloro, amoníaco e ácido fluorídrico,


produzem queimaduras graves nos olhos, nariz, garganta, traqueia
e nas grandes vias aéreas, poucos minutos após a exposição.
Além disso, eles costumam causar tosse e sangue na
expectoração (hemoptise). Ânsia de vômito e falta de ar são
frequentes.
z
Programa de Proteção Respiratória

▪ A proteção no dia a dia dos trabalhadores é o que proporciona


qualidade de vida no trabalho e a segurança para exercer as
atividades profissionais. Proporcionar esta segurança e
proteção é responsabilidade do empregador que deve elaborar
diversos programas obrigatórios na segurança do trabalho para
cada tipo de atividade.

▪ PPR é um conjunto de medidas de segurança implementadas


para proteger a saúde do trabalhador contra a exposição aos
riscos químicos e biológicos existentes no local de trabalho.
z

▪ Sabemos que antes de selecionar os EPIs adequados é preciso


realizar a Análise de Risco e elaboração do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) para compreendermos
os riscos existentes no ambiente e identificar os equipamentos
adequados para assegurar a proteção adequado dos
colaboradores. Porém, quando se trata de proteção respiratória,
devemos incluir um outro programa na gestão da segurança do
trabalho: o PPR.
z
Ensaio de Vedação

▪ Cada rosto, existe uma medida, um formato. Por isso, para


garantir a eficiência dos respiradores, é necessário realizar o
teste de vedação para verificar a eficácia do mesmo em cada
usuário. Todos os trabalhadores devem ser submetidos a um
ensaio de vedação para determinar se o respirador selecionado
se ajusta corretamente ao seu rosto. O ensaio de vedação deve
ser realizado uma vez a cada 12 meses em cada usuário de
respirador com vedação facial. Caso o trabalhador apresente
qualquer sintoma ou alteração nas condições de saúde, o teste
deve ser realizado novamente antes do prazo de 1 ano.
z
Treinamento
▪ Assim como em todos os segmentos, o treinamento deve ser realizado com os
trabalhadores antes de realizar qualquer tipo de atividade ou tarefa na jornada de
trabalho. É uma medida essencial para prevenir acidentes, utilizar os EPIs para
proteção respiratória da maneira correta e compreender os riscos existentes no
ambiente de trabalho. Lembrando que o treinamento deve ser executado por um
profissional com experiência e devidamente qualificado.

▪ A informação é tão importante quanto a prevenção”. Por isso, afirmamos que o


treinamento é tão importante quanto o fornecimento dos EPIs. Explicar o motivo
do trabalhador está utilizando o equipamento, orientar sobre a maneira correta da
utilização e qual o contaminante que aquele EPR irá proteger nas tarefas diárias é
o que fará a diferença para a conscientização do uso. Além de apresentar as
medidas de segurança que a empresa estabeleceu para minimizar os riscos
ambientais. Assim como, fazer o ensaio de vedação para verificar a eficiência do
respirador em cada trabalhador e analisar se aquele EPI é realmente adequado
para aquele tipo de rosto.
z
Gestão de Programa de Proteção
Respiratória (PPR)
▪ Para o sucesso da prevenção da saúde dos colaboradores, o PPR deve
ser planejado, executado e avaliado anualmente. Outros fatores também
são importantes para assegurar o desempenho positivo das medidas de
segurança, como:

▪ O monitoramento do uso

▪ Manutenção, inspeção, limpeza e higienização dos respiradores

▪ Avaliação médica

▪ monitoramento das exposições ocupacionais

▪ armazenamento dos respiradores

▪ Descarte do EPI na hora certa


z

▪ A administração correta do programa trará benefícios tanto para


o empregado quanto para o empregador. Cuidar da saúde do
trabalhador é o dever de todo empregador e profissionais da
segurança do trabalho! Realizar os programas exigidos nas
normas regulamentadoras é o que irá proteger e garantir a
integridade física e saúde dos colaboradores.
z
Quando utilizar os Equipamentos de
Proteção Respiratória – EPR?

▪ Os trabalhadores estão expostos a diversos riscos no dia a dia,


principalmente se formos falar das impurezas do ar que respiramos.
Diversas vezes já falamos aqui no Blog Pensou Proteção da importância
de reconhecer e identificar os riscos existentes no ambiente de trabalho.
Quando falamos em proteção respiratória, não é diferente! Por isso, a
importância do PPRA – Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais
para que seja feita a análise do local de trabalho para verificar quais são as
medidas de proteção coletiva e individual que devem ser tomadas para
garantir a proteção dos colaboradores. No caso da proteção respiratória,
também devemos nos preocupar com outro programa, o PPR – Programa
de Proteção Respiratória para estabelecer as medidas de segurança,
controlar o uso correto do EPR e proteger a saúde dos usuários.
z
Os EPIs e as medidas de proteção
coletiva

▪ Sabemos a importância do EPI, mas você sabia que o equipamento de


proteção individual é a última medida de segurança a ser tomada? É isso
mesmo! Para a segurança do trabalho efetiva, existem diversas medidas
que possam minimizar os riscos no ambiente laboral. O papel de um
especialista no assunto, como por exemplo o Técnico ou o Engenheiro em
Segurança do Trabalho, é fundamental para a identificação dos problemas
a serem resolvidos para que o trabalhador possa exercer as suas
atividades profissionais com proteção e segurança. Mas, e o EPI? Os EPIs
servem para proteger o usuário, caso, as medidas de segurança não
consigam eliminar os riscos ambientais existentes. Assim, torna-se
fundamental a utilização do equipamento de proteção individual para
realmente proteger os colaboradores e prevenir os acidentes de trabalho.
z
Proteção Respiratória e as doenças
ocupacionais
▪ Para a proteção respiratória, não é diferente! Porém, o cuidado deve ser redobrado para minimizar
a contaminação do local de trabalho. Existem diversas doenças ocupacionais relacionadas com a
falta de proteção dos colaboradores ao exercer tarefas nocivas à saúde e até mesmo insalubres.
Para controlar essas doenças, é preciso conhecer os agentes ambientais. No caso do ar, é difícil
identificar, pois muitos desses agentes são invisíveis aos nossos olhos. Porém, é possível e
fundamental para a escolha do EPR correto. Algumas atividades que envolvam ambientes como
fumos metálicos, poeiras minerais, agrotóxicos, hospitalar, entre outros, são necessárias a adoção
do PPR para minimizar os riscos e reduzir as doenças ocupacionais. As doenças ocupacionais são
geradas por agentes como:

▪ Poeiras

▪ Névoas e Neblinas

▪ Fumos

▪ Gases

▪ Vapores
z
Como escolher o EPR adequado?

▪ Para escolher o equipamento de proteção respiratória é fundamental a


elaboração do PPR – Programa de Proteção Respiratória para documentar
e orientar as medidas que devem ser tomadas para proteger a saúde dos
colaboradores. Ele é obrigatório e a responsabilidade é do empregador,
porém, a elaboração deve ser feita por um profissional qualificado. Assim,
após a escolha do EPI adequado é preciso fazer o Teste de Vedação em
cada trabalhador. Por que fazer o teste de vedação? O teste de vedação é
importante para verificar se aquele EPR é realmente adequado ao rosto do
trabalhador, podendo ser qualitativo ou quantitativo. Sabemos que cada ser
humano, tem um tipo de rosto e simetria, por isso, é importante verificar a
selagem do EPI no rosto do usuário para certificar-se se o equipamento
está realmente protegendo contra as contaminações existentes no ar. É
importante também consultar o trabalhador sobre o conforto que aquele
equipamento está oferecendo para realizar as atividades profissionais.
z
INSPEÇÃO , M ANUTENÇÃO E
GUARDA DE RESPIRADORES.

▪ Os respiradores devem ser guardados em local apropriado, limpo e higiênico

▪ Os respiradores devem ser guardados de modo que fiquem protegidos contra


poeira, luz solar, calor e frio intensos, umidade excessiva ou agentes químicos.
É recomendável o uso um saco plástico que possa ser fechado quando
necessário. Não pendurar o respirador pelos tirante, ou de modo que provoque
a deformação da peça facial, pois a vedação no rosto ficará prejudicada.

▪ Mantenha os respiradores de emergência e resgate em áreas de rápido e fácil


acesso. Se estiverem guardados em armários ou caixas, identifique-os de modo
que sejam facilmente achados.


INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO
z

▪ “Os respiradores usados rotineiramente devem ser


inspecionados durante a limpeza. Partes gastas ou deterioradas
devem ser substituídas. Os respiradores usados para
emergência, como as máscaras autônomas, devem ser
inspecionadas pelo menos uma vez por mês, ou imediatamente
após cada uso"


z
INSPEÇÃO
▪ Toda vez que for usar, e após o uso, verifique se o seu respirador está em
boas condições. Esse cuidado é a garantia de que ele protegerá contra
poeiras, névoas, fumos, gases ou vapores perigosos.

▪ Verifique o funcionamento das válvulas e membranas. Observe se existe


poeira ou fiapos depositados que possam provocar vazamentos;

▪ Verifique se existem partes gastas ou deterioradas principalmente nas


peças de borracha ou plástico. Troque imediatamente qualquer peça que
esteja gasta ou apresente sinais de deterioração;

▪ As máscaras autônomas e as de escape devem ser inspecionadas


mensalmente. Os reparos e ajustes nestes respiradores devem ser feitos
pelo fabricante ou pessoa por ele treinada;

▪ Lembre-se de registrar em local apropriado a data de inspeção, o que foi


encontrado, o que e quem fez o serviço.
z

▪ MANUTENÇÃO

▪ Se na inspeção de rotina for observado algo errado com o


respirador, ou a informação vier do usuário, o reparo deve ser feito
imediatamente, ou então providenciado outro respirador. Os
reparos somente devem ser realizados por pessoas treinadas, e
utilizando peças originais. Se forem necessários ajustes que não
constem das instruções


z
EXEMPLO DE REGISTRO DE
INSPEÇÃO

Data da inspeção ............................................Feita por ..............................................

1. Tipo de respirador
2. Número........................Marca.......
3. Defeitos encontrados
a- peça facial.................................................................................................
b- válvula de inalação...................................................................................
c- conjunto da válvula de exalação...............................................................
d- tirantes......................................................................................................
e- suporte do cartucho...................................................................................
f- cartucho.....................................................................................................
g- filtro/préfiltro............................................................................................
h- suportes e cinturão....................................................................................
i-mangueiras, traquéia, tubos flexíveis.........................................................
j- diafragma de voz.......................................................................................
k- guarnições "O" ring..................................................................................
l- conexões....................................................................................................
m- outros defeitos.........................................................................................
z
MONITORAMENTO DA ÁREA DE
TRABALHO
▪ Uma vez implantado o PPR é necessário continuar o monitoramento do
local de trabalho, a identificar os riscos bem como o grau de exposição do
trabalhador e do seu stress.

▪ Mesmo pequenos ajustes no processo ou no modo de operação,


mudanças de temperatura, movimentação do ar e umidade podem mudar a
concentração de uma substância no ambiente e influir na eficiência da
proteção respiratória implantada.

▪ Para garantir que os trabalhadores estejam protegidos como devem é


fundamental que se monitore o contaminante periodicamente. Desse modo
você terá certeza que os níveis de exposição não ultrapassem a
capacidade de proteção do respirador em uso.
z
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
DO SEU PROGRAMA
▪ ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

▪ Uma vez por ano todo o PPR deve ser avaliado para verificar a
sua eficácia. Nessa ocasião, faça as alterações que julgar
convenientes, nos Procedimentos Escritos. Implante os
melhoramentos e corrija os erros imediatamente, para garantir
proteção e segurança dos trabalhadores. A habilidade e percepção
dos líderes de equipe serão de grande auxílio. O conhecimento
das tarefas e as observações que tenham feito durante a avaliação
poderão melhorar cada vez maio o PPR.
z
O QUE DEVE SER OBSERVADO

▪ Aceitação do respirador

Pergunte sobre o conforto, vedação, resistência à respiração, cansaço,


interferência na visão ou na comunicação, restrição de movimentos, interferência
com as atividades realizadas e nível de confiança. O PPR somente será eficaz se
os trabalhadores usarem os respiradores. Aproveite as reclamações deles para
fazer as alterações necessárias e melhorar a a

▪ Verificação do cumprimento dos Procedimentos Escritos

Verifique se está sendo utilizado o respirador que foi selecionado, se os usuários


estão bem treinados, com a barba feita, e se estão bem ajustados no rosto,
inspecionados, em bom estado e guardados corretamente. Verifique se os riscos
estão sendo monitorados e se o acompanhamento médico está sendo feito.
z
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
ESCRITOS -PPRA

▪ A empresa estabelecerá procedimentos operacionais que


deverão ser seguido s por todos os usuários e seus superiores,
para determinar como serão utilizado cada tipo de respirador.
Esses procedimentos terão a assinatura de concordância e
adesão de cada pessoa envolvida com o uso de respiradores.
z
Seleção de Respiradores
Fatores que influem na seleção
▪ Atividade do usuário (nível de esforço, tempo de uso, mobilidade)

▪ Localização da área de risco

▪ Características e limitações dos EPR

▪ Características da substância (irritante aos olhos,propriedades de alerta)

▪ •Aceitabilidade pelo usuário

▪ •Condições especiais: barba, necessidade de comunicação,


temperaturas extremas, campo de visão...

▪ • Condições de uso: rotineiro, emergência, escape, resgate


z
z
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA
O USO ROTINEIRO DE RESPIRADORES

▪ Os procedimentos operacionais para o uso de respiradores devem ser escritos e cobrirem o programa completo de uso de
respiradores para proteção respiratória, além de incluir as informações necessárias para o seu uso correto, contendo no mínimo:

▪ a)treinamento dos usuários;

▪ b)ensaios de vedação;

▪ c)distribuição dos respiradores;

▪ d)limpeza, guarda e manutenção;

▪ e)inspeção;

▪ f)monitoramento do uso;

▪ g)monitoramento do risco;

▪ h)seleção;

▪ i)política da empresa na área de proteção respiratória.


z
SELEÇÃO DE RESPIRADORES PARA
USO ROTINEIRO

▪ Uso de respiradores aprovados. Somente devem ser usados


respiradores aprovados. Qualquer modificação, mesmo que
pequena, pode afetar de modo significativo o desempenho do
respirador.

▪ A seleção de um respirador exige o conhecimento de cada


operação, para determinar os riscos que possam estar
presentes e, assim, selecionar o tipo ou a classe de respirador
que proporcione a proteção adequada.
z
SELEÇÃO DE RESPIRADORES PARA USO EM
ATMOSFERAS IPVS, ESPAÇOS CONFINADOS
OU ATMOSFERAS COMPRESSÃO REDUZIDA

▪ Atmosferas IPVS(Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde)

▪ O local é considerado IPVS quando:

▪ a)a concentração é conhecida ou se suspeita que esteja acima do limite de exposição IPVS;

▪ b)é um espaço confinado com teor de oxigênio menor que o normal (20,9% em volume), a
menos que a causa da redução do teor de oxigênio seja conhecida e controlada.

▪ c)o teor de oxigênio é menor que 12,5%, ao nível do mar, ou

▪ d)a pressão atmosférica do local é menor que 450mmHg (equivalente a 4240m de altitude)
ou qualquer combinação de redução na porcentagem de oxigênio e pressão reduzida que
leve a uma pressão parcial de oxigênio menor que 95mmHg.
z
Considerações sobre os espaços
confinados
▪ Os espaços confinados são causa de numerosas mortes e de sérias
lesões. Portanto, qualquer espaço confinado com menos que 20,9% de
oxigênio deve ser considerado IPVS, a menos que a causa da redução do
teor de oxigênio seja conhecida e controlada. Esta restrição é imposta
porque qualquer redução do teor de oxigênio é, no mínimo, uma prova de
que o local é mal ventilado. Pode ser possível entrar sem o uso de
respiradores em espaço confinado que contenha de 16% até 20,9%em
volume de oxigênio ao nível do mar, somente quando se conhece e
compreende a causa da redução do teor de oxigênio e se tem certeza de
que não existem áreas mal ventiladas nas quais o teor de oxigênio possa
estar abaixo da referida faixa. Não se conhecendo a causa do baixo teor
de oxigênio, e se ela não for controlada, a atmosfera do espaço confinado
deve ser considerada IPVS
z
Pressão atmosférica

▪ O ar exerce uma força sobre as superfícies com as quais tem


contato, devido ao contínuo bombardeamento das moléculas
que compõem o ar contra tais superfícies.

▪ Se a força exercida pelo ar aumenta em um determinado ponto,


consequentemente a pressão também aumentará.
z
Deficiência de oxigênio

▪ Atmosfera contendo menos de 20,9% de oxigênio em volume


na pressão atmosférica normal, a não ser que a redução do
percentual seja devidamente monitorada e controlada.
z
Enriquecimento de oxigênio

▪ Atmosfera contendo mais de 23% de oxigênio em volume


z
Permissão de entrada de trabalho-PET

▪ Documento escrito contendo o conjunto de medidas de controle


visando à entrada e desenvolvimento de trabalho seguro, além
de medidas de emerg
z
Operações com jateamento

▪ é uma operação de tratamento de superfícies que consiste em


propulsionar um fluxo de material abrasivo contra uma
superfície em alta velocidade, de maneira a erodir uma
superfície, tornar rugosa uma superfície lisa, dar formas a uma
superfície, remover os contaminantes de uma superfície
contaminantes ou martelar uma superfície metálica. O meio
propulsor mais usado é o ar comprimido. Outro meio propulsor
usado é a água.
z
Operações com jateamento

▪ ACIDENTES COM AS MÃOS

▪ Uma das lesões no trabalho mais comuns porem com maior


probabilidade de prevenção é a que afeta as mãos dos
trabalhadores. A concentração e foco no trabalho é importante
mas pode ser rompida subitamente, e, sem medidas
apropriadas de segurança e o EPI adequado, o trabalhador
poderá sofrer um longo período de recuperação.
z

▪ Esses acidentes podem ser prevenidos desde que haja a


disponibilidade de luvas que sejam desenhadas pensando-se
no conforto e em como o usuário vai utilizá-las. Se elas forem
fáceis de usar e confortáveis, elas serão vistas muito mais como
um acessório para o trabalho do que alguma coisa que
incomoda ou meramente para cumprir a NR-6.
z
z

▪ LUVAS DE SEGURANÇA

▪ Devido a que cada atividade industrial expõe o trabalhador a


diferentes riscos, é necessário identificar a luva adequada para
cada operação. Os riscos associados com uma operação
específica vai determinar o tipo de luva de proteção que o
trabalhador necessita para utilizá-la com a máxima proteção.
z

▪ Quando os trabalhadores estão manuseando pacotes em um


armazém ou movendo equipamentos, luvas de couro ou malha
devem ser as mais adequadas. Em situações em que o
trabalhador está manuseando produtos químicos ou líquidos de
alta pressão, é importante ter uma ampla cobertura das mãos,
mas que possa manter a flexibilidade e a destreza. É importante
que o EPI possa preparar o trabalhador para enfrentar um
possível impacto de jatos de fluidos que podem ser rotativos ou
planos. As luvas devem ser testadas e desenhadas para
trabalhar sob essas condições e oferecendo ao trabalhador o
máximo de flexibilidade, conforto e proteção.
z
Jateamento com ar respirável

▪ Nos trabalhos com jato de granalha de aço são necessários equipamentos


de proteção respiratória adequados como o capacete com linha de ar
mandado para garantir que os aerodispersoides não cheguem as vias
respiratórias do trabalhador. A norma que trata da proteção respiratória
para essa atividade é a ABNT NBR 14750 – Respirador de linha de ar
comprimido com capuz, para uso em operações de jateamento –
Especificação. Em alguns trabalhos de hidrojateamento também pode ser
necessário o uso de ar mandado para garantir que o ar chegue as vias
respiratórias do trabalhador conforme os padrões de ar respirável exigem.
E quando os trabalhos são realizados abaixo na superfície do mar por mais
de uma ou duas horas os mergulhadores algumas vezes utilizam
suprimento de ar respirável na superfície.
z
NECESSIDADE DE COMUNICAÇÃO

▪ Na escolha de certos tipos de respiradores deve -se levar em


conta o nível de ruído do ambiente e a necessidade d e
comunicação. Falar em voz alta pode provocar deslocamento
de algumas peças faciais e prejudicar a vedação no rosto.
z
Fornecer o respirador conveniente e
apropriado para o fim desejado.
▪ Instruir os funcionários a deixar a área de risco por qualquer motivo relacionado ao uso de respiradores, que
podem incluir mas não limitam às seguintes situações:

▪ falha ou mau funcionamento no respirador , que altere a sua proteção;

▪ detecção de penetração de ar contaminado para o interior do respirador;

▪ aumento da resistência à respiração;

▪ grande desconforto devido ao uso do respirador;

▪ indicação de mal estar, tais como: náusea, fraqueza, tosse, espirro, dificuldade para respirar, calafrio
tontura, vômito, febre;

▪ lavar o rosto e/ou a peça facial do respirador , sempre que necessário, para diminuir a irritação da pele;

▪ executar troca do filtro e/ou outros componentes, sempre que necessário ter descanso periódico em área
não contaminada.

▪ É o administrador que poderá realizar alterações no programa de proteção respiratória.


z
VISÃO

▪ Quando o usuário necessitar usar lentes corretivas, óculos de


segurança, protetor facial, óculos d e soldador ou outros tipos
de proteção ocular ou facial, eles não deverão prejudicar a
vedação.

▪ Quando a peça facial for inteira ou do tipo que exija selagem


perfeita, deverão ser usados óculos sem tiras ou hastes que
passem na área de vedação do respirador, seja de pressão
negativa ou positiva.
z

▪ Somente é permitido o uso de lentes de contato quando o


usuário do respirador está perfeitamente acostumado ao uso
desse tipo de lente. Com lentes de contato colocadas, o
trabalhador deve ensaiar o uso do respirador.

▪ O uso de outros equipamentos de proteção individual como


capacetes ou máscara de soldador não , deve interferir na
vedação da peça facial.
z
O uso de EPI’s em baixas temperaturas
z
O uso de EPI’sem baixas temperaturas

▪ Ao entrar em um ambiente hostil como em câmara fria,


frigoríficos e outros de baixa temperatura é necessário se
proteger pela dificuldade que o ser humano tem em locais como
estes, pois o mesmo não é preparado para isso.

▪ Quando o corpo humano fica exposto a temperaturas muito


baixas, o organismo entra em vasoconstrição e há redução da
circulação sanguínea. Uma série de problemas podem surgir
como resultado da exposição ao frio, afetando especialmente o
sistema respiratório e a pele.
z
Principais doenças associadas ao trabalho
em câmara fria

▪ Ulceração: pequenas lesões na pele, que podem gerar alterações na cor, bem como causar
dores e até formação de bolhas;

▪ Pé de imersão: esta é uma doença que acomete trabalhadores que ficam com os pés
expostos a água fria ou locais úmidos, causando estagnação do sangue e consequente
paralização dos pés e pernas;

▪ Fenômeno de Raynaud: em virtude da diminuição da circulação sanguínea nos dedos, os


membros podem ficar azulados e insensíveis, com sensação de dormência;

▪ Perniose: ao sofrer congelamento, algumas partes do corpo podem ficar com queimaduras
e sensação de dor. O tratamento é complicado e bastante demorado;

▪ Hipotermia: esta é uma consequência grave e que pode, eventualmente, levar ao coma ou
morte. Trata-se de um estado em que o corpo perde a sensibilidade e a força muscular,
levando à redução da capacidade de percepção.
z
Como avaliar as condições de trabalho?

▪ Uma vez que a sensibilidade ao frio pode variar bastante de pessoa para
pessoa, são levados em conta três fatores para avaliar se os trabalhadores
estão realmente expostos a baixas temperaturas e potencialmente prejudiciais.
São eles:

▪ Temperatura do ambiente, medida com um termômetro capaz de registrar


inclusive valores abaixo de zero;

▪ Velocidade do vento;

▪ Atividade física, que considera tabelas de gasto calórico em cada atividade.

▪ Esses pontos ajudam a determinar o grau de exposição do profissional a


temperaturas baixas e as medidas de segurança necessárias. Em suma, quanto
menor for a temperatura do local de trabalho, maior deve ser o isolamento
térmico proporcionado pelos EPIs para câmara fria.
z
Quais são os EPIs para câmara fria?

▪ Uniforme completo para câmara fria

▪ Composto por blusa e calça, ambos fabricados em material


térmico e impermeável, este EPI para câmara fria protege não
apenas o tronco, como também os membros do usuário de
modo a evitar o contato direto com o frio intenso.

▪ Luvas de segurança

▪ Capuz

▪ Bota térmica
z
USO DE RESPIRADORES EM
B AIXAS TEMPERATURAS

▪ O desempenho do respirador pode ficar prejudicado quando


este é usado em baixa temperatura e isso deve ser levado em
conta na seleção (lentes ou visores podem embaçar e o
congelamento pode prejudicar a vedação d as válvulas).
z

▪ A máscara autônoma aprovada para operar abaixo de 0°C deve


possuir pinça nasal mascarilha interna ou outro meio que evite
esses inconvenientes. A umidade do ar comprimido deve estar
dentro das especificações (ver NBR-12543) e devem ser
observados outros detalhes:

▪ O termo máscara autônoma (ou conjunto autônomo) remete a


ideia do usuário carregar sua própria reserva de suprimento de
ar respirável consigo durante uma determinado período
(geralmente minutos).
z
z

▪ Em temperaturas muito baixas, as válvulas do respirador podem


congelar abertas ou fechadas devido a presença de umidade.
Alguns respiradores usam o tubo Vortex para aquecer o ar que
chega a peça facial.
z
Uso de respiradores em altas
temperaturas:

▪ • Além de influir no desempenho de um respirador, o calor


provoca “STRESS” térmico que é agravado pelo uso desse
E.P.I. Por estas razões, na seleção do respirador, deve-se levar
em conta esses fatores, e o médico deve aprovar a escolha.

▪ • Pode-se reduzir a contribuição ao “STRESS” devido ao


respirador, usando respirador leve, de baixa resistência à
respiração e com espaço morto o menor possível
z
AVALIAÇÃO MÉDICA DE TRABALHADORES CANDIDATOS À
UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS DE PROTEÇÃO
RESPIRATÓRIA

▪ A utilização de proteção respiratória individual contra inalantes


deve ser adotada apenas após a avaliação do s seguintes
parâmetros:
z

▪ l. Característica físicas do ambiente de trabalho, notadamente a


temperatura, umidade e pressões parciais de O2 e necessidade
de utilização de outro s EPIs.

▪ 2 . Demandas físicas específicas das atividades a que o usuário


está alocado .

▪ 3 . Tempo de uso em relação à jornada de trabalho (uso


contínuo durante a jornada ou não).
z

▪ Estas informações devem ser encaminhadas ao médico


examinador pelo responsável pela área de higiene e segurança
do local em questão. Com esses dados o examinador procederá
à entrevista o exame clínico, e, se necessário, funcional do
candidato ao uso do EPI. As condições abaixo listadas exigem
uma avaliação cuidadosa:
z

▪ Deformidades faciais: A presença de deformidades faciais


ósseas ou cicatrizes extensas pode impedir um ajuste facial
adequado do respirador e impedir sua utilização. O uso de
próteses dentárias também deve ser adequado, pois a ausência
de próteses nos maxilares inferior o u superior causa
deformidades faciais.

▪ Pelos faciais: A barba impede um ajuste facial adequado.


z

▪ Doença s pulmonares: candidatos à utilização d e EPR com


doenças pulmonares obstrutivas e restritivas previamente
diagnosticadas e sintomáticas não devem utilizá -los. A
presença isolada de sintomas notadamente, a dispneia de
esforços, exige uma avaliação cuidadosa, incluindo avaliação
funcional respiratória. A asma brônquica, com crises
esporádicas pode não excluir a utilização de respirado res, com
a devida orientação ao usuário.
z

▪ Doença s cardiovasculares: A insuficiência coronariana crônica,


as arritmias, notadamente as arritmias ventriculares, e o s
usuários com infarto prévio não devem utilizar EPR mecânica
com pressão negativa.

▪ Doença s neurológicas: A epilepsia controlada, isto é, ausência


de crises nos último s 12 meses e bom controle farmacológico
não contra indicam a utilização d e EPR.
z

▪ Alterações psíquicas: candidatos apresentando claustrofobia


não devem utilizar proteção respiratória. A ansiedade pode ser
também um fator limitante, na dependência de sua magnitude.
Candidatos à utilização de respiradores com peça facial inteira e
máscaras autônomas devem ser especificamente inquiridos em
relação a problemas de visão e audição. Caso tenham queixas,
ou utilizem aparelhos corretivos incompatíveis com o ajuste do
respirador, deverão passar por uma avaliação especializada. As
doenças cardiovasculares e o condicionamento físico de
candidatos à utilização de respiradores devem ser
adequadamente avaliados.
z
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR

▪ Os testes de função pulmonar recomendados para os


candidatos à utilização de proteção respiratória, com queixas
respiratórias prévias, são basicamente o Volume Expiratório
Forçado no 1º segundo (VEF1), a Capacidade de Vital Forçada
(CVF), a relação VEF1/CVF e a Ventilação Voluntária Máxima
(VVM). Os critérios para exclusão de uso de equipamentos de
proteção respiratória de pressão negativa são um ou mais dos
critérios abaixo: 1. VEF1/CVF menor que o limite inferior de
normalidade previsto e VEF1 menor que o limite inferior de
normalidade previsto 2. VEF1/CVF normal com VEF1 menor
que 70% do previsto 3. VVM menor que 75% do previsto
z
Conheça os riscos do ar comprimido

▪ A possibilidade da utilização de diversas fontes de energia na


indústria aumenta a eficiência do sistema e traz vantagens para
as atividades fabris. Para isso, devemos utilizá-las
corretamente, respeitando as determinações normativas e o
bem-estar de todos. O ar comprimido, por exemplo, é um tipo
importante de fonte energética.
z

▪ Quando o ar é pressurizado dentro de uma mangueira flexível,


por exemplo, ele ganha mais força e velocidade. Essa energia
permite o uso de diversos equipamentos, como ventiladores e
sopradores. Existem várias vantagens em sua utilização,
sobretudo em ambientes sujeitos a riscos de incêndios ou
explosão, onde as instalações elétricas devem ser vistas com
restrições.
z

▪ O ar comprimido pode ser aplicado em várias atividades. Na


indústria, há utilização dele como energia para a realização de
trabalhos mecânicos, como nos equipamentos pneumáticos e
mandris pneumáticos, na limpeza de peças sob pressão e no
transporte e resfriamento de componentes da produção.
z
Quais são os riscos do ar comprimido?

▪ Riscos para a pele

▪ Um jato comprimido de ar contra a pele pode resultar em


ferimentos graves na pessoa atingida. Ele pode ocasionar até
mesmo o acúmulo de ar nos tecidos moles, que é chamado
tecnicamente de enfisema subcutâneo.

▪ É possível também que aconteça hemorragia interna e o gás


penetra pelos poros da área que entra em contato com ele. Isso
pode gerar infecções, porque o ar comprimido possui impurezas
(como partículas de óleo, graxa).
z

▪ Riscos para órgãos internos e externos

▪ Um jato de ar direcionado ao ouvido pode romper o tímpano, que é uma


membrana muito sensível do sistema auditivo. Outro risco é o de
descolamento da retina dos olhos. As partículas de metais ou outros
materiais que estejam próximos ao ar comprimido podem ser lançadas
como projéteis que podem ser perigosos para rosto, olhos e pele.

▪ Quando o ar comprimido alcança os órgãos internos, por meio da pele ou


por ferimentos, a bolha de ar pode viajar pela corrente sanguínea e atingir
o coração, gerando sintomas similares ao de ataque cardíaco. Se a bolha
alcançar o cérebro, pode provocar um derrame.
z

▪ Risco de choque e incêndio

▪ Quando algum imprevisto acontece no ambiente fabril como, por exemplo,


o rompimento de uma mangueira, a massa de ar contida nas tubulações
tende a se espalhar muito rapidamente pela atmosfera, podendo gerar
eletricidade estática e, como consequência, faíscas elétricas.

▪ Em ambientes com a presença de substâncias inflamáveis, essas


situações devem ser evitadas ao máximo, por meio de um rigoroso
programa de inspeção e manutenção, já que um incêndio pode ser iniciado
e propagado rapidamente.

▪ É importante contar com extintores adequados e dentro da validade no


local. Dessa forma, caso haja algum foco de incêndio devido ao vazamento
de ar comprimido, ficará mais fácil combater o problema.
z
Quais são as consequências da falta de
prevenção?
▪ Toda a linha de produção pode ser paralisada quando um acidente
acontece, já que equipamentos e tubulações podem ser
danificados. De imediato, esses problemas comprometem o
planejamento e os prazos de entrega, com prejuízos patrimoniais,
financeiros e na imagem da empresa. Vale lembrar que os danos
humanos não são mensuráveis financeiramente.

▪ Em resumo, as consequências da falta de prevenção são perdas


financeiras nos sistemas produtivos, no pagamento de
indenizações trabalhistas e multas. Então, todos devem trabalhar
em conjunto, visando a segurança e a eficiência da infraestrutura
industrial com a adoção de práticas seguras.
z
Quais cuidados tomar?

▪ Mostre aos colaboradores os ambientes que contêm o ar, explique o


significado das sinalizações e tenha certeza de que todos estão
devidamente informados. Uma forma eficiente de garantir isso é respeitar a
determinação da NBR 6493/1994, principalmente sobre a cor da tubulação
de ar comprimido. Todos os tubos industriais, da saída do compressor até a
máquina, devem ser azuis, não importando a bitola ou a rigidez.

▪ Treinar o time para momentos emergenciais é uma boa ideia também.


Sempre que ocorrer um vazamento, aja o mais rápido possível para
encontrar suas causas e solucioná-lo o quanto antes. Alguns funcionários
utilizam o ar comprimido para limpar roupas e acessórios. Essa prática
parece inofensiva, mas abre brechas para acidentes, porque partículas
podem alcançar outras pessoas próximas.
z

▪ Em todos os casos, informe sempre aos trabalhadores da necessidade de


se manter afastado de uma mangueira desconectada e aguardar uma ação
dos profissionais responsáveis. Confira outras dicas:

▪ certifique-se de que todas as conexões estão seguramente presas antes


de abrir uma válvula pressurizada;

▪ nunca abra um registro de serviço rapidamente, sempre faça-o lentamente;

▪ mantenha o ar comprimido longe de olhos, ouvidos, nariz e boca;

▪ fique atento às impurezas presentes no material, como cádmio, ferro,


mercúrio, óleos e graxas.
z
Quais são os EPIs necessários para se
trabalhar com o ar comprimido?
▪ óculos com proteção lateral: muitas vezes, as substâncias manipuladas com o ar
comprimido podem ser nocivas para os olhos, como óleos, tintas e solventes. O óculos
também é uma proteção caso haja algum acidente com o ar comprimido em que aconteça
lançamento de projétil;

▪ luvas: a luva permite que você tenha mais firmeza no manejo do maquinário, além de ser
uma possibilidade de proteção contra agentes tóxicos, como solventes;

▪ protetor auricular: o compressor de ar é um aparelho que provoca barulho. Ruídos por


tempo prolongado acima do limite tolerável podem ser prejudiciais para a audição. Com o
protetor auricular, você evita esses problemas;

▪ proteção respiratória: a máscara é fundamental para proteger as vias respiratórias contra


vapores tóxicos, principalmente em processos de pintura e pulverização;

▪ botas de segurança: elas protegem os pés contra a queda de produtos químicos e materiais
pesados. Utilizá-las é essencial para ter mais segurança no trabalho.
z
Qual a importância de um profissional de
segurança do trabalho para a prevenção de
problemas com ar comprimido?

▪ O profissional da área de segurança do trabalho tem um papel


decisivo para o empreendimento. Ele realiza a análise e
notificação de riscos existentes no ambiente laboral, propõe
ações preventivas, executa as normas de projetos de reforma,
construção, ampliação e de fluxos de processos, coloca em
prática procedimentos de segurança e estuda dados estatísticos
de acidentes e doenças associados ao trabalho.
z

▪ Nas ações com o ar comprimido, o profissional da área de segurança tem


um papel crucial na prevenção de acidentes e na redução de riscos. É ele
que auxilia na gestão de procedimentos, equipamentos e ferramentas, para
que tudo esteja disposto de forma a favorecer a operacionalidade,
preservando as condições de proteção dos colaboradores.

▪ O trabalho educativo também é essencial, pois muitos dos acidentes são


provocados pelo manuseio inapropriado do ar comprimido. Alguns
operadores fazem brincadeiras com o gás, o que pode provocar sérios
acidentes.

▪ Outra prática comum e altamente arriscada é a tentativa de limpeza da


roupa e dos cabelos com o ar comprimido, o que expõe o corpo aos graves
riscos que nós citamos anteriormente. Assim, a conscientização é uma fase
importante do processo de prevenção.
z
Como proceder em caso de acidentes
com ar comprimido?

▪ Em casos de acidentes com ar comprimido, chame o serviço de


emergência imediatamente. A seguir, apontaremos quais são os
principais procedimentos de primeiros socorros a serem
realizados.
z
NR7-PROGRAMA DE CONTROLE
MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL -
PCMSO
▪ 7.1. Do objeto (voltar)

▪ 7.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a


obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de
todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de
promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus
trabalhadores.
z

▪ 7.1.2. Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes


gerais a serem observados na execução do PCMSO, podendo
os mesmos ser ampliados mediante negociação coletiva de
trabalho.

▪ 7.1.3. Caberá à empresa contratante de mão de obra


prestadora de serviços informar a empresa contratada dos
riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do
PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo
prestados.
z

▪ O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória


dos exames médicos:

▪ a) admissional;

▪ b) periódico;

▪ c) de retorno ao trabalho;

▪ d) de mudança de função;

▪ e) demissional.
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Afinal, que exames são esses?

▪ Anamnese Ocupacional

A anamnese se trata de uma entrevista que o médico faz com o


trabalhador. Ele reúne uma série de perguntas com a intenção de
saber sobre antecedentes na saúde daquela pessoa. Ou seja, o
histórico médico do trabalhador.

▪ Pressão arterial e batimentos cardíacos

O médico especializado também deve checar nos exames


admissionais qual é a condição da pressão arterial e dos
batimentos cardíacos do funcionário.
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▪ Saúde das articulações

▪ Principalmente em profissões que exijam esforços ou posições


repetitivas, há uma grande importância em checar a saúde das
articulações.

▪ É possível que alguma lesão tenha acontecido em antigos


empregos e, se o emprego atual demandar os mesmos
esforços, o quadro pode se agravar. Por isso, é comum que o
médico avalie a postura, movimentos e possíveis lesões
articulares.
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Funções de risco

▪ Para os profissionais que exercem funções de risco, como exposição a agentes físicos,
químicos e biológicos, é preciso realizar alguns exames admissionais complementares.

▪ Logo, dependendo da função desempenhada podem ser solicitados exames admissionais


complementares, como por exemplo:

▪ Audiometria

▪ Acuidade Visual

▪ Espirometria

▪ EEG

▪ ECG

▪ Raio-x
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Quais análises são proibidas na
admissão?

▪ Tanto na admissão quanto nos exames periódicos ou


demissionais, existem alguns exames proibidos de se solicitar
ao funcionário. Eles são encarados como discriminatórios e
nenhuma empresa tem liberdade para pedi-los.

▪ Teste de gravidez

▪ Teste de HIV
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▪ A NR 7 determina a implementação, nas empresas e


instituições, do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional – o PCMSO. A norma tem por objetivo, justamente,
a preservação da saúde do conjunto dos colaboradores, em
todos os ramos de atividades.
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▪ PCMSO é obrigatório

▪ Um detalhe fundamental da norma é que o PCMSO é


obrigatório para toda e qualquer organização, independente do
número de funcionários e do grau de risco do seu setor
econômico.

▪ O programa tem caráter preventivo e deve ser implementado


pelos empregadores sem nenhum ônus para os trabalhadores.
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▪ Ele precisa conter um planejamento onde estejam previstas as


ações de saúde a serem executadas na organização durante o
ano todo, devendo constar num relatório anual.

▪ Esse relatório vai discriminar o número e a natureza dos


exames médicos a serem realizados pelos funcionários, bem
como avaliações clínicas e exames complementares solicitados.
Também deve apontar os resultados considerados anormais,
assim como o planejamento para o próximo ano.
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Apresentação na CIPA de acordo com a NR
7

▪ Esse documento precisa ser apresentado e discutido na CIPA,


quando existente, com sua cópia anexada ao livro de atas da
comissão.

▪ Além disso, sempre que acontecer alguma mudança no trabalho


que provoque alteração nos riscos ocupacionais envolvidos, o
PCMSO deve ser revisto e adequado à nova situação.
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Vou lembrar para você os tipos de riscos à saúde e
bem estar que podemos ter no ambiente de trabalho,
conforme classificação do Ministério do Trabalho e
Emprego:

▪ 1. Riscos de acidentes

▪ Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação


vulnerável e possa afetar sua integridade física e psíquica. Por
exemplo: máquinas e equipamentos sem proteção,
probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado,
armazenamento inadequado, etc.
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▪ 2. Riscos ergonômicos

▪ Situações que possam interferir nas características


psicofisiológicas do trabalhador, causar desconforto ou afetar
sua saúde. São exemplos de risco ergonômico o levantamento
de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade
e a postura inadequada de trabalho.
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▪ 3. Riscos físicos

▪ São agentes de risco físico as diversas formas de energia a que


possam estar expostos os trabalhadores, como: ruído, calor,
frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes,
vibração e outros.
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▪ 4. Riscos químicos

▪ Os agentes de risco químico são substâncias, compostos ou


produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador
pela via respiratória. São os casos de de poeiras, fumos gases,
neblinas, névoas ou vapores, que pela natureza da atividade
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através
da pele ou por ingestão.
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▪ 5. Riscos biológicos

▪ Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias,


vírus, fungos, parasitos, entre outros.

▪ Tudo isso é levado em consideração no PCMSO. Com ele, a


empresa fica em condições de fazer o controle de saúde dos
seus funcionários, bem como prevenir-se contra o surgimento
de doenças causadas por fatores relacionados ao trabalho.
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▪ Mas, se um trabalhador é demitido pouco tempo após ser


contratado, a empresa é obrigada a fazer novo exame?

▪ Isto depende da área. No caso da Construção Civil, os exames


valem por 90 dias. Portanto, somente após três meses dos
exames admissionais a empresa será obrigada a fazer novos
exames em caso de demissão do funcionário recém contratado.

▪ Porém, esse prazo pode ser ampliado por mais 90 dias em


negociação coletiva.
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▪ Ao mesmo tempo, são controladas outras doenças que não têm relação com a
atividade laboral, as doenças domésticas, mas que podem ter consequências
graves quando não forem controladas.

▪ São os casos das doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares


e respiratórias, que provocam altas taxas de mortalidade no Brasil.

▪ Neste sentido, a NR 7 é muito clara:

▪ “O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico


precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza
subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças
profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.”

▪ Portanto, o empregador deve garantir não apenas a realização do PCMSO,


como também a sua eficácia.
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Atestado de Saúde Ocupacional – ASO

▪ Após os exames, o médico deve emitir Atestado de Saúde Ocupacional – ASO,


em duas vias. A primeira via do ASO fica arquivada no local de trabalho do
funcionário, inclusive canteiro de obras, à disposição da fiscalização do
trabalho.

▪ A segunda via do ASO é entregue ao trabalhador, com seus dados pessoais,


riscos ocupacionais, se existirem, e os procedimentos médicos realizados,
incluindo os exames.

▪ Por fim, deve constar a definição de apto ou inapto para a função específica do
trabalhador na empresa, isto é, se está em condições de trabalhar ou não.

▪ A NR 7 determina que estes documentos referentes aos trabalhadores sejam


mantidos em arquivo por pelo menos 20 anos, contados a partir do
desligamento do trabalhador dos quadros da empresa.
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Primeiros socorros

▪ A NR 7 diz também que todo estabelecimento deverá estar


equipado com material necessário à prestação dos primeiros
socorros. Isso de acordo com as características da atividade
desenvolvida.

▪ Esse material deve ser guardado em local adequado e aos


cuidados de pessoa que tenha sido devidamente treinada para
essa finalidade.
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Conformidade com outras normas

▪ É preciso ressaltar que a NR 7 deve estar em conformidade


com as outras normas relacionadas à medicina e segurança no
trabalho.

▪ Como a NR 9, que estabelece o Programa de Prevenção de


Riscos Ambientais (PPRA) e é importante na definição dos
riscos à saúde a que os trabalhadores estão expostos.
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QUAL O RESPONSABILIDADE DO
TÉCNICO DE SEGURANÇA (SESMT)

▪ O profissional de segurança do trabalho, de certa forma, tem


que estar de olho em tudo que acontece na parte de SST
(Saúde e Segurança do Trabalho) na empresa.

▪ Quando a empresa não tem Médico do Trabalho é comum o


Técnico de Segurança do Trabalho (SESMT) observar se na
empresa tem empregados com o ASO (Atestado de Saúde
Ocupacional) vencido, encaminhá-los para a clínica.
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▪ Observar se as vacinações programadas no PCMSO estão em


dia (se houver). Cuidar que o PCMSO fale a mesma língua do
PPRA. Ver se o Kit de Primeiros Socorros da empresa está com
os medicamentos dentro do prazo de validade.

▪ Evidentemente várias ações não citadas podem surgir


dependendo das particularidades de cada empresa.

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