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A Idéia Cristã da Criança

Redefine o Papel do Professor e dos Pais

Carole G. Adams
A “Criança”, “progênie dos pais,” é, de acordo com Webster: “fraca
em conhecimento, experiência, julgamento ou entendimento; jovem em
graça, ...humilde e dócil.” Os pais têm responsabilidades com suas
crianças e prestarão contas como mordomos a Deus por elas. Os
professores são aqueles que aceitam um papel profissional de educar a
progênie de uma comunidade sob a confiança dos pais. Como pais e
mestres cristãos, devemos definir nossos papéis de acordo com
princípios bíblicos e de acordo com nosso lugar e propósito em Sua
história. Devemos nos examinar e identificar os falsos valores que nos
foram condicionados e quanto deles ainda retemos e aplicamos no trato
com as preciosas crianças que Deus nos confia. Ensinar de maneira
cristã é examinar o Mestre dos mestres e aprender com ele. Jesus
ensinou através do exemplo e é o arquétipo do ensino, o parâmetro, o
ideal. Através de seu Filho, Deus respondeu a pergunta sobre o que é o
ensino. Jesus ensinou amando, aceitando, afirmando, recebendo. Ele
ensinou curando, capacitando, incentivando. Ele comunicou a verdade
de tal maneira que sua beleza intrínseca maravilhou seus estudantes,
cativou seus corações e mentes, de uma maneira tão profunda que,
mesmo dois mil anos mais tarde, nossos corações são tocados por suas
palavras e nós respondemos à Sua mensagem. Cada disciplina do
currículo possui uma verdade que, quando capturada e comunicada por
um professor inspirado, inculca o amor pela verdade e beleza. O amor
do professor/erudito pela disciplina e pela criança é um “livro vivo.”

Jesus tocou os indivíduos, fazendo com que cada pessoa se


sentisse especialmente amada. O ensino é em essência um
relacionamento entre o professor e o estudante através de uma
disciplina. Jesus se relacionou com cada indivíduo através de Sua
disciplina, a salvação, observando e satisfazendo as necessidades
daqueles que vinham a ele. Não devemos confundir o significado da
palavra satisfação com o significado da palavra gratificação. Satisfazer
significa suprir plenamente o que é necessário e exigido pelas leis
naturais. Gratificar é dar prazer, suprir os desejos sensoriais. Jesus
satisfez as necessidades reais dos indivíduos de maneira que se foram
plenamente supridos. Como professores e pais, devemos aprender a
identificar as verdadeiras necessidades de nossas crianças e satisfazê-
las.

Quais são as verdadeiras necessidades das crianças? A primeira


necessidade é espiritual – nascer no reino de Deus. Jesus satisfez as
necessidades espirituais primárias com tanto cuidado e firmeza quanto
supriu as necessidades físicas das pessoas que conheceu. Os
professores e pais devem seguir o exemplo, fazendo do aspecto
espiritual uma necessidade, e seguindo a Deus em busca de outras
necessidades:
1. Significado: As crianças precisam ter um profundo senso de
segurança, de serem amadas, valorizadas e importantes.
2. Confiança: Devem desenvolver confiança no caráter dos adultos que
mais influenciam suas vidas.
3. Aceitação: As crianças devem adquirir um valor pessoal, baseado na
aceitação de sua própria individualidade como presente de Deus. O
tratamento da criança pelo adulto deve comunicar plenamente o seu
valor e potencial.
4. Propósito: Se as crianças se virem como tendo um lugar na história
e enxergarem os eventos de suas vidas à luz de um Deus providente,
então poderão ter segurança em relação ao seu presente e futuro.
5. Trabalho: Precisam de atividades que sejam reais para elas;
atividades significantes, intrigantes, não de atividades confusas e
cujo objetivo é apenas o entretenimento. Precisam de enobrecimento
ou ocupação de maneira que possam adquirir a visão do valor de sua
vida e propósito.
6. Sabedoria: As crianças precisam de orientação sábia da parte dos
adultos para ajudá-las a entender suas experiências e interpretar o
seu mundo através de princípios.
7. Modelos de Autogoverno Cristão: As crianças necessitam de
modelos de adultos autogovernados por Deus que aceitam a
autoridade que é dele por virtude de sua maior experiência,
conhecimento e sabedoria, e que representam o governo de Deus em
suas vidas.
8. Modelos de Caráter Cristão: As crianças necessitam de modelos
adultos que exemplifiquem as qualidades pessoais do caráter cristão
vitorioso, que sejam produtivos e comprometidos, e que as inspire.
Nossas atitudes com as crianças devem ser pautadas pelas
atitudes que Jesus expressou em seus relacionamentos com os
indivíduos. Seu respeito pelo valor de cada pessoa deve nos inspirar a
demonstrar profunda e genuína apreciação pela individualidade de cada
criança. Ele foi genuíno, investindo tempo e concedendo sincera
atenção aos indivíduos no nível humano, tornando-se acessível às
pessoas. Jesus tornou o seu ensino algo concreto, dando a seus
estudantes a verdade tangível e apresentando a mensagem mais
abstrata que já existiu com as palavras mais concretas e mais
facilmente compreendidas. Ele prontamente confrontou as
discrepâncias entre a convicção verbal e a realidade da vida, detectando
e comunicando-se em um estilo de mentoreamento com o objetivo de
levar cada indivíduo à sua mais plena expressão.

Como mestres, os métodos e currículo da Abordagem por


Princípios, nos permitem a liberdade e expressão criativa para satisfazer
as necessidades reais de nossos estudantes de maneira plena. Vemos
cada criança como um indivíduo de infinito valor, feita à imagem de
Deus e digna de nosso respeito. Vemos cada criança como plena, pronta
a ser cultivada, inspirada, consagrada e instruída, ao invés de as
vermos vazias, servindo apenas para serem estimuladas, motivadas ou
doutrinadas. Vemos as necessidades tutoriais dos estudantes, que cada
um, como indivíduo, tem direito a seu próprio estilo de aprendizado e
instrução, que cada criança pode ser elevada a um padrão digno.
Labutamos para que nossos estudantes produzam, não apenas
consumam – expressando-se nas artes, música, drama e atletismo,
desenvolvendo cada talento, exercitando todo o seu potencial.

Por sabermos que a verdade satisfaz, identificamos a verdade


bíblica em cada disciplina, dando a nossas crianças o pão da vida como
dieta firme, não somente migalhas. Mostramos-lhes a plenitude do
propósito de Deus para o ser humano na história de maneira que
possam se colocar seguramente no reino de Deus, certos de qual é o seu
lugar, capazes de aceitar sua posição na corrente do cristianismo e
vislumbrar o propósito de suas vidas pessoais.

“Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais,


porque de tais é o reino de Deus.
E, tomando-as nos seus braços, as abençoou,
pondo as mãos sobre elas.”
Marcos 10:14-16

Que nossas crianças sejam da mesma maneira abençoadas,


que conduzam sua geração a Cristo e que Ele seja glorificado.

Extraído de: “A Idéia Cristã de Criança – Concepção e Implicações” – Publicado pela


AECEP – Associação de Escolas Cristãs de Educação por Princípios. Para adquirir este
livro entre no site: www.aecep.org.br

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