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0 antissemitismo, confirm
am a patologia daquele indivíduo que
e à altura do mundo e se
revela não encontrar-se psiquicament
es delírios podem até
refugia num fantasioso reino interior. Ess
da es .
dispensar O indivíduo semienlouquecido nec sidade de en
a
louquecer por completo, conform e a tese do psic nalista Ernst
Simmel. Por mais claramente que o delírio do nacionalismo se
apresente no medo racional de novas catástrofes, ele acaba pro­
movendo a sua própria expansão. O delírio é um substituto do
sonho de uma humanidade que torna o mundo-humano, sonho
que o próprio mundo sufoca com obstinação na humanidade.
Mas ao pathos nacionalista se junta tudo o que ocorreu entre
1933 e 1945.
A sobrevivência do fascismo e-o insucesso da tão .falada ela­
boração do passado, hoje desvirtuada· em sua caricatura como
esquecimento· vazio e frio, devem�se à.persistência dos-pressu­
postos sociais objetivos que geram o· fascismo. Este não pode
ser produzido mera�ente a partir de disposições -subjetivas. A
ordeni econômica e, seguindo seu modelo, em grande parte tam­
bém a organízação econômica, continuam obrigando a maioria
das pessoas a depender de situações dadas em relação às• quais
são impotentes, bem como a se manter ntima situação de não
emancipação. Se as pessoas querem viver, nada lhes resta senão
se adaptar à situação existente, se conformar; precisam abrir mão
daquela subjetividade autônoma a que remete a ideia de demo­
cracia; conseguem sobreviver apenas na medida
ém que abdicam
seu próprio eu. Desvendar as teias do
deslumbramento implicaria
�m doloroso esforço de conhecimento que é travado pela própria
s�tuação da vida, com destaq
ue para a indústria cultural intumes-
cida como total·i dade. A
. ntifi. necessidade
· de uma tal adaptação, da
ide cação com 0 exis. tente, com o dado, com
o pod er enquanto
tal, gera o p otencial t0ta
1·ita, no. Este é reforçado pela insatisfação

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