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Invisível
A censura e a interferência dos militares no que devia ou não ser
publicado nos jornais possibilitou que Boal e um grupo de jovens
atores e atrizes do Arena desenvolvessem o Teatro Jornal. Já no exílio
na Argentina, diante da impossibilidade de se fazer teatro nos palcos,
Boal passou a desenvolver o chamado Teatro Invisível.
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10 min read · May 10, 2021
TEATRO JORNAL
As experiências foram realizadas sob a orientação de Augusto Boal no Areninha, anexo do Teatro de Arena,
último trimestre do ano de 1970 | Acervo Augusto Boal [Código AB.ATJrj.001].
Sobre a técnica, Boal (1984, p. 43–44) salienta que o Teatro Jornal tem três
objetivos.
A atriz Clara de Andrade com o seu livro intitulado “O Exílio de Augusto Boal — Reflexões sobre um teatro
sem fronteiras” (2014) | Imagem: Youtube.
A atriz e escritora, Clara de Andrade (2013), afirma que o Teatro Jornal foi o
marco inicial para a descoberta do Teatro do Oprimido. Nesta técnica,
reencena-se o que não se vê nas entrelinhas das notícias, criando imagens
que revelavam os silêncios.
A socióloga e atriz, Bárbara Santos (2016, p. 75), ressalta que, nos dias de
hoje, o Teatro Jornal ainda é utilizado para explicitar as manipulações
realizadas pelos veículos de comunicação, sendo que sua redescoberta
envolve a necessidade de democratizar os meios de comunicação de massa
que estão nas mãos do poder econômico e investigar as possibilidades
oferecidas, especialmente pela internet.
TEATRO INVISÍVEL
Em fevereiro do ano de 1971, Augusto Boal foi preso e torturado pelos
militares por dois meses. Após deixar a prisão, partiu para o exílio em
Buenos Aires.
Augusto Boal posa em frente ao Obelisco de Buenos Aires durante o período de seu exílio na cidade (1971) |
Acervo Augusto Boal [Código AB.Ef.001].
A primeira senhora, que se fazia passar por analfabeta, insistia em dizer que
o vendedor estava lhe cobrando um preço muito abusivo, aproveitando-se do
fato dela não saber ler.
Dessa forma, iniciava-se uma discussão sobre qual era a melhor idade para
começar a estudar. Os feirantes e a clientela passaram a opinar, enquanto a
primeira atriz continuava insistindo em dizer que era muito velha para
aprender matemática.
— Minha filha, isso não é verdade! Para aprender e para fazer amor, não há idade!
O conflito central deve ser o ponto auge da apresentação. Deve ser rápido,
intenso e capaz de chamar a atenção de todos que estão presenciando a
cena, desencadeando, assim, o debate.
Após a encenação do conflito central, entram em cena os aquecedores,
atores e atrizes que estão fora do foco central e responsáveis por estimular
os espectadores ao debate. Os aquecedores podem ser aliados do oprimido
como também aliados do opressor, que ficam espalhados entre o público, de
forma que se abranja o máximo de espectadores possível.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Clara de. “Teatro-Jornal” de Augusto Boal e a descoberta
do teatro do oprimido. Anais do Simpósio de Internacional Brecht
Society. Vol. 1, 2013.
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