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SALVADOR
2001
Este trabalho é dedicado a:
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha mai ( é isso mesmo mai !! - mistura de mãe e pai) que
Aos Profs. da UNEB: Daniel Francisco dos Santos e Wilson Roberto de Mattos,
por terem me convidado a penetrar nas linhas escritas por E.P. Thompson.
Ao amigo Jair Batista da Silva com quem partilhei cada dúvida teórica e que
acompanhou esta experiência acadêmica .
Aos amigos, Fabiano Brito dos Santos , Sandro Augusto Ferreira e Maurício
Brito estes sempre estiveram por perto.
3
A Ângela Borges, que me presenteou com um computador, gesto este que foi
fundamental para a conclusão deste trabalho.
Ao amigo e colega Théo Barreto pelo estímulo e pela crença otimista de que
tudo daria certo.
Aos colegas bolsistas, Bartira Barreto e Luiz Paulo Oliveira de Jesus, a este
último agradeço o desenho do banco de dados no SPSS e a edição das
tabelas.
Aos colegas do M.E.( Movimento Estudantil) que lutaram e lutam ainda como
eu, por uma Universidade Pública, Gratuita, Democrática e de Qualidade, que
alguns dizem ser um chavão, mas que nós fazemos questão de reafirmar como
princípios em cada luta social e institucional que realizamos.
4
APRESENTAÇÃO
Esta monografia foi resultado de reflexões que fiz acerca do mundo do trabalho
último executado durante os dois últimos anos. Durante esta trajetória O Centro
1
Trabalhador Terceirizado é aquele que trabalha como empregado de uma empresa que presta serviço a
outra empresa. Neste sentido pretendo estudar as condições de trabalho e vida do terceirizado na
Petrobrás.
5
INTRODUÇÃO
protesto pode cair na boca do jacaré. Se tudo der certo é pegar o bombril e
Não entendeu nada não foi? Pois é, o objetivo principal deste trabalho é
que comecei este trabalho. Estas palavras grifadas são algumas das
6
trabalhadores precários ajuda o investigador a compreender como no plano
pelas empresas em que trabalham, talvez fazendo uma alusão ao mal estar,
anexo a este estudo. Esta foi uma forma que encontrei para explicitar e chamar
baixo” ( Sharpe, 1992). Darnton num livro que teve uma certa repercussão ‘O
como fazendo greve ( que ainda não era uma forma de insurgência ...)
7
Darnton,1986).
historiadores falam sobre ‘o silêncio da história” e este silêncio foi rompido por
1992).
8
" Estou tentando resgatar o pobre tecelão de malhas, o meeiro
luddita, o tecelão do 'obsoleto' tear manual, o artesão 'utópico'
e mesmo o iludido seguidor de Joanna Southcott, dos imensos
ares da condescendência da posteridade. Seus ofícios e
tradições podiam estar desaparecendo. Sua hostilidade frente
ao novo industrialismo podia ser retrógrada. Seus ideais
comunitários podiam ser fantasiosos. Suas conspirações
insurrecionais podiam ser temerárias. Mas eles viveram nesses
tempos de aguda perturbação social, e nós não. Suas
aspirações eram válidas nos termos de sua própria existência;
se foram vítimas acidentais da história, continuam a ser,
condenados em vida, vítimas acidentais."(Thompson, 1987.
P.13)
vez maior de autores ( Sennett, 1999; Castels, 1998; Hobsbawn, 1995; Bihr,
9
trabalho e de vida2. Para entendê-los quero saber como interpretam e tomam
através da terceirização?
2
Trabalhadores terceirizados são aqueles que trabalham em empresas sem ser contratados delas.
Tercerizados são empregados de empresas que prestam serviço a uma empresa contratante.
10
condições de trabalho, não ser temporário, Ter todas as garantias trabalhistas
etc.
pelo mesmo portão na fábrica, não participarem de clubes de lazer. Ter que
dizer para mulher e filhos que não pode atender telefone no local de trabalho
11
Portanto para dar respostas a essas hipóteses, objetivos e ao problema de
pesquisa é que construir esta monografia, sendo que o interesse por este tema
mundo do trabalho.
em curso. Por ter uma implicação social sobre as relações entre trabalho e
12
SOBRE O MÉTODO
secundárias.
trabalho está inserida nua idéia de que não pretendo universalizar os achados
contexto, assim:
13
“(...) nossas mentes não refletem diretamente a realidade. Só
percebemos o mundo através de uma estrutura de convenções,
esquemas e estereótipos, um entrelaçamento que varia de uma
cultura para outra. Nessa situação, nossa percepção dos
conflitos é certamente mais realçada por uma apresentação de
pontos de vista opostos do que por uma tentativa, como a de
Acton, de articular o consenso. Nós nos deslocamos do ideal
da Voz da História para aquele da heteroglossia, definida como
‘vozes variadas e opostas’( Burke, 1992)
3
Meu objetivo foi fazer um estudo qualitativo sobre as condições de trabalho e de vida dos informantes.
Por este motivo não procedi a um cálculo de amostra. O objetivo da construção de dados quantitativos
neste trabalho é para elaborar um perfil dos entrevistados
14
assim procedi porquê estes trabalhadores não são terceirizados que
15
fábrica entre empregados da Petrobrás e das empreiteiras, dentre outras
perguntas.
resumo delas.
base Siticcan.
é.
16
k) Os dados quantitativos foram tratados estatísticamente através da
trabalhadores.)
entrevista me fez optar por fazer a entrevista fora do local de trabalho. Pois
17
No primeiro capítulo apresentamos uma discussão sobre trabalho e classe.
dos conceitos citados. Neste capítulo revisito autores clássicos Marx (1971)
trabalho.
18
Capítulo 1 - Trabalho e Classe: Por uma ampliação teórica e empírica
trabalho neste fim de século têm trazido como tônica principal: redução de
aquelas pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia (Revista Isto é,
4
Sobre esse assunto ver análise feita por DRUCK, 1997.
19
Na Região Metropolitana de Salvador - dados da Pesquisa de Emprego e
Segundo Druck:
5
- Última taxa divulgada pela equipe executora da pesquisa.
6
Para compreender a Escola da Regulação Francesa, ver: CONCEIÇÃO, Octávio, C. "Escola de
Regulação Francesa." . In: CATTANI, Antônio David . 1997, (Org.). Dicionário Crítico Trabalho e
Tecnologia - Vozes/ Editora da Universidade RS
20
financeirista têm no governo um parceiro fundamental. Já no que se refere às
seus mercados para além de suas regiões de origem, faz parte de sua lógica a
lucro calculado; Desta forma, faz sentido a famosa assertiva de Marx, de que o
capitalismo tem que estar revolucionando a todo momento suas bases técnicas
e suas forças produtivas para manter sua reprodução7. Novo, porque embora
mundo chegam quase em tempo real nas casas através dos meios de
comunicações audiovisuais.
7
ver O Manifesto Comunista, Karl Marx e Engels.
21
A reestruturação produtiva tem por características principais: o advento
mundo do trabalho.
é o próprio desemprego, sendo o mais grave o de " longa duração" ,ou seja,
22
Neste fim de século a crise social e a incerteza não é devido a guerras,
23
atores sociais entravam em cena: burgueses e proletários. Desde então o
sociais.
média - . Uma outra distinção nos é apresentada por E.P. Thompson que
seguir.
trabalho seria então um fato social coercitivo, pois impõe aos indivíduos a
ordem, a consciência coletiva - que é uma força social que está em todos sem
24
A divisão do trabalho para Durhkeim é fonte da moralidade e de ordem
8
Divisão do trabalho Social
25
uso - caso predominante do trabalho nas sociedades não capitalistas -, onde o
neste sentido:
9
Numa recente entrevista feita com um trabalhador bancário para o projeto em desenvolvimento “ A
reestruturação produtiva e os impactos sobre o trabalho e o emprego no setor bancário na Bahia”
perguntado se gostava da atividade que desempenhava o bancário informou: “ Isto que eu faço - fazia
26
de uma única função transforma-o em orgão infalível dessa função, ao mesmo
cinema esta crítica que Marx faz pode ser entendida através do filme “ Tempos
dos céus para os que trabalham na terra. Neste sentido, o trabalho é um valor
protestante inglesa prega que uma vida cheia de sentido necessariamente terá
deve ser o caminho para uma vida racional, calculada e obediente, enfim, o
centralidade que o trabalho e a vida racional tem para a vida dos indivíduos:
serviço de escritório - se quiser lhe ensino em duas horas a executar - este indivíduo faz curso superior e
me informou que o que faz é tão simples que no máximo se precisa somente do primeiro grau completo”
27
como seu dever para com Deus." (Weber, 1989, p.129)
trabalho, do trabalho pela vida tinha como objetivo também: " (...) através do
pela igreja, especialmente nas classes pobres, (...) influenciar a ' produtividade'
Alexander, 1987 faz uma crítica a esta tese no sentido de que houve uma
10
- Esta concepção puritana rompe com aquela concepção da tradição católica de perceber o lucro e a
riqueza adquirida com o trabalho e a possibilidade de entesourar como atitudes condenáveis, pois são
expressões de um comportamento de usura para os catolicismo tradicional.
28
Os autores clássicos da sociologia ( Durkheim, Marx e Weber) entenderam
obra que distingue o homem do meio natural, é seu primeiro ato histórico e tem
o que ocorre com o trabalho hoje? Essa são algumas das questões que
desenvolveremos a seguir:
No início dos anos 80 Gorz lança na França um polêmico ensaio " Adeus
Gorz (1987) o trabalho como vem sendo entendido nos limites da sociedade
29
suprimir, no espaço de dez anos, entre quatro e cinco milhões
de emprego(...)" (Gorz, 1987, p. 11).
Num outro sentido, Offe ( 1989) argumenta que o trabalho não é mais uma
trabalho, tal como: o trabalho no setor de serviços, que Offe chama de trabalho
Essas " dúvidas" como Offe intitula são postas e o autor percebe indícios de
Hirata (1999)11 faz três críticas a essa concepção de que o trabalho perdeu
11
Palestra proferida por Helena Hirata no Curso " Centralidade do Trabalho, Qualificação e Gênero"
realizado em 1999 no CRH, disponível em vídeo
30
centralidade: 1) os autores(Gorz, Offe, Habermas), mesmo por caminhos
pode até estar dominando cada vez mais menos tempo efetivo das pessoas no
pessoas que vivem deste trabalho. O autor discute o setor de serviços públicos
12
Cf: diversos questionamentos feitos a trabalhadores bancários sobre se gostavam da atividade que
31
trabalho em serviços ao trabalho na indústria, o primeiro como reflexivo e o
segundo como não reflexivo? Qual o sentido a atividade tem para o indivíduo
que trabalha no setor de serviço?, ainda, não estaria sendo feita uma confusão
maneira uniforme, pela ótica do trabalho industrial com sua formalidade, sua
exerciam. In: " A reestruturação produtiva e os impactos sobre o trabalho e o emprego no setor bancário
na Bahia" sob a coordenação da Prof.a Graça Druck (pesquisa em andamento)
32
centralidade do trabalho, podemos falar em crise da noção de emprego, de
operário deveria encaminhar no que se refere ao trabalho seria lutar por "
trabalho não seja o elemento mediador dos homens com a natureza e como
forma de inserção deste na vida social, dimensão esta que negaria aos
trabalho" (Offe, Gorz) deveriam compreender que o trabalho não pode ser
como sinônimo do trabalho industrial p. ex. Offe (1989)). O que mais falta a
13
Uma das formas que esta reivindicação poderia começar a destituir a lógica de organização do trabalho
na sociedade capitalista seria a de lutar para que essas vinte e cinco horas fossem distribuídas por três dias
na semana (Oito horas diárias etc.)
33
esses teóricos é a uma concepção de trabalho que leve em conta múltiplas
ramo industrial.
faremos uso desta acepção. É muito comentado que Marx não elaborou uma
pelo estruturalismo diz respeito ao lugar objetivo ocupado por esses agentes
análise mecanicista do que vem a ser e quem compõe uma classe social.
34
"o que significam as classes sociais na teoria marxista? 1. As
classes sociais são conjuntos de agentes sociais determinados
principalmente mas não exclusivamente, por seu lugar no
processo de produção, isto é, na esfera econômica. De fato,
não seria preciso concluir sobre o papel principal do lugar
econômico sendo este suficiente para a determinação das
classes sociais." Grifos meus
sentido para Poulantzas " as classes são efeitos de lutas" concepção esta que
classe.
35
classe, ou seja, reconhece como a classe está estruturada, sua posição, mas
mais que o lugar que ocupa no processo produtivo diversos autores vêm
14
O termo ativo e inativo é próprio de uma concepção restrita a uma mentalidade economicista pró-
capital, ou seja, a pessoa é útil ou inútil se está a serviço do capital.
36
buscando compreender a identidade do trabalhador, seu cotidiano, sua visão
de mundo, pois como diz Thompson(1987, p. 10)" (...) a relação precisa estar
que é de que o trabalho deve ser entendido de forma ampliada como mediação
do homem com seu mundo social e não como sinônimo de troca, de cessão e
15
Antunes(1999) numa palestra confidenciava que os hífens que separam o termo tenta enunciar a
fragmentação que ocorre na classe trabalhadora neste fim de século. Em outro sentido Filgueiras(1999)
afirma que Antunes cria esse conceito para ampliar a concepção de classe trabalhadora, pois o termo
proletário não dava mais conta dessa heterogeneização.
37
obrigatoriedade como se constituiu nesta sociedade produtora de valores de
troca.
insuficiente para entender a formação real das classes. Como diz Thompson
38
(1987)" (...) A classe se faz no mesmo momento em que foi feita(...)".
o autor reconhece a luta política, ou como diz Przervorski, (1989) " As classes
do autor utilizar esta noção para compreender uma sociedade não capitalista.
39
uma existência real, capaz de ser definida quase
matematicamente - uma quantidade de homens que se
encontra numa certa proporção com os meios de produção.
Uma vez isso assumido, torna-se possível deduzir a
consciência de classe que 'ela' deveria ter (mas raramente
tem), se estivesse adequadamente consciente de sua própria
posição e interesse reais. Há uma superestrutura cultural, por
onde esse reconhecimento desponta sob formas ineficazes.
Essas 'defasagens' distorções culturais constituem um
incômodo, de modo que é mais fácil passar para alguma teoria
substitutiva: o partido, a seita ou o teórico que desvenda a
consciência de classe, não como ela é, mas como deveria ser"
(Thompson, 1987, p.10)
O que E.P. Thompson quer informar é que antes de mais nada a 'a classe'
40
autores que adotam tal noção:
16
Nas aulas de Sociologia II para alunos do Curso de Ciências Sociais/UFBA, a Prof.a Graça Druck
41
produtiva e mais especificamente a terceirização, investigando neste processo,
análise que reconheça o papel dos grupos sociais nesta estrutura. Para isso,
(Bourdieu,1974).
A história social " vista de baixo" como sugere (Sharpe,1992) tem por
objetivo oferecer uma visão histórica e social sob uma perspectiva que não seja
que uma das passagens diz o seguinte: "(...) César chorou ao ver afundar a
sua frota, ninguém mais chorou?". Neste poema a questão discutida é que a
história não pode ser entendida somente através de uma perspectiva dos
líderes dos motins, da elite, dos personagens que freqüentam a maioria dos
42
livros de história tradicional. No caso do Brasil, percebemos pela ótica
o comum, o "pobre artesão e seu tear obsoleto" como nos diria Thompson?
Bourdieu, (1989), nos chama a atenção para isto: uma coisa é a classe no
43
Esta diferenciação que Bourdieu faz nos permite compreender de forma
hifenizados" etc. Portanto embora todos sejam trabalhadores que vendem sua "
temporário, instável e não tem uma boa condição social. O petroleiro tem seus
culturais e simbólicas.
44
pesquisa - os trabalhadores de empreiteiras na Petrobrás. A posição social dos
sugerida por Bourdieu (1989). Enfim, Bourdieu tem uma qualidade difícil de
parcial, precário, sem-empregos deste fim de século como " não classe de
45
como agente revolucionário primordial baseou-se naquela noção aprioristica de
outros agentes sociais, isto faz Gorz incorrer no equívoco de ter concordado de
instáveis não têm projeto para esta sociedade presente. Gorz deveria partir de
iguais aos contratados pela estatal Petrobrás". Como então chamá-los de "não
46
sistemática dos boletins semanais da categoria? Portanto Gorz incorre no
evidências empíricas que nos informa que o trabalho industrial ainda está
relativo. Incorre neste equívoco por ter uma concepção de trabalho restritiva,
conta realidades não européias e formas de trabalho não industrais, pois seus
47
concorrencial e de diferenciação dentro do espaço onde se trabalha entre
utilizar o conceito de campo, que é segundo Bourdieu apud Ortiz,: "(...) esse
se define como o lócus onde se trava uma luta concorrencial entre os atores
17
Estou trabalhando nesta questão como hipótese.
48
a) Conflitos de ordem social - Direitos desiguais, condições de trabalho
desiguais
Sennett (1999) discute a idéia de " caráter social" sendo este caracterizado
por valores pelos quais nos queremos ser reconhecidos pelos outros indivíduos
49
os incluídos no trabalho, tendo pouca preocupação com os desempregados de
que fazem a estrutura encontra seu lugar. Não se descarta neste sentido toda
50
apresentado.
51
Capítulo 2 - A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E AS PERCEPÇÕES DO
SINDICATO
outro que concebe o padrão como organizador do modo de vida e das relações
área, foi engendrada a partir dos anos 70 nos países centrais do capitalismo e
52
da sociedade18.
e capital.
18
Henry Ford, costumava dizer que os trabalhadores deveriam ter a fábrica como seu templo e o trabalho
53
(1998) analisa o período fordista de organização social como um período da
um emprego assalariado.
hegemônico.
54
(o controle dos meios de produção) e o nível da superestrutura (a conquista do
classe ou bloco histórico19 precisa ter, na busca pela hegemonia, o controle dos
despotismo hegemônico.
19
A constituição de um bloco histórico para Gramsci se dá através de alianças de classes sob a direção
hegemônica de uma classe dirigente que para tanto precisa incorporar no seu programa as teses dos seus
55
No regime despótico, a relação capital x trabalho é permeada de
Seu símbolo é o cronômetro, que tem por objetivo metrificar e calcular cada
gorila" de Taylor.
adesão entre organizações sindicais, que passam a priorizar acordos cada vez
56
proposto por Burawoy para o entendimento da relação capital x trabalho.
57
Em termos de políticas para o mercado de trabalho, veremos que nas
periféricos.
58
tecnologia da eletrônica, e posteriormente a micro-eletrônica, e mudança nas
20
Para um estudo sobre a era de ouro ver (HOBSBAWN, 1995)
21
A Toyota foi uma das primeiras empresas no Japão a implementar este modelo no pós segunda guerra.
59
interesses das empresas - o sindicato - casa).
aplicado parcialmente?.
Para dar respostas a essa questão há duas vertentes, uma argumenta que
direção:
60
do Japão, como explicita Zilbovicius:
22
Ver( MOTTA, 1997)
61
a) Implementação de programas de qualidade total - mudança organizacional
trabalho.
23
Um exemplo claro da tentativa de combater a organização coletiva, é ilustrada pela utilização por parte
das empresas de sistemas de premiação individual por produtividade alcançada. Outra forma é premiar
grupos de trabalhadores por produtividade, onde todos tem que dar o mesmo ritmo à produção, no caso da
queda da produtividade do grupo - composto no máximo por oito integrantes - sendo que se um do grupo
diminuir o ritmo, ele penaliza todo grupo na obtenção do prêmio. Estes exemplos geram uma prática de
negociação entre empresas e trabalhadores que visa desprestigiar e enfraquecer a ação dos sindicatos na
defesa dos interesses classistas.
62
c) Automação - uma característica pouco presente na reestruturação brasileira
empregos dos frentistas foram recuperados. “Caindo por terra” a idéia tão
desempregada. (Abr/98).
aberto ( que é aquele tipo de desemprego onde a pessoa está sem emprego e
24
Um exemplo disso é a proposta feita pelas empresas de acabar com a quinta turma de trabalhadores,
ocasionando com isso aumento das cargas de trabalho e demissão.
63
procurou emprego nos últimos trinta dias ou doze meses anteriores ao dia da
temporário e o biscate.
Esta falta de distinção entre desemprego aberto e oculto faz com que as
desemprego.
64
A polivalência e a multifuncionalidade contribuem junto com a aguda
pode estar exercendo as três funções ao mesmo tempo. Portanto na fase atual
seguir.
25
Jesus, 2001, desenvolve um Projeto de Mestrado no PPGCS/UFBA, sobre trabalho bancário, onde há
uma hipótese em que o fim do ofício ser bancário é fruto da Reestruturação Produtiva no setor.
65
2.3 TERCEIRIZAÇÃO
Druck apud Hirata ( 1999, p. 123) faz uma descrição de quatro tipos de
66
No caso brasileiro, o tipo de terceirização mais difundida é a de
indústrias que adotam esta prática tem sido a de reduzir custos26, transferindo
26
Para uma melhor compreensão ver Druck 1997
67
no caso brasileiro é amplamente motivada por mudanças organizacionais.
trabalho, da saúde e do meio ambiente. Uma das dimensões dos riscos extra-
68
fabris causados pela terceirização é o risco transportado para o lar do
69
trabalhistas, não fornecem Equipamentos de Segurança Industrial (EPI). Se os
nas empreiteiras das indústrias da região. Estas indústrias ficam situadas entre
27
Região Metropolitana de Salvador
70
ramo petroquímico, a exemplo da Refinaria Landulfo Alves, da PETROBRÁS; e
de 84,32%.
Em 1991, outra greve foi realizada junto com o Sindipetro, durando 36 dias
28
(Boletim da Chapa unificação Siticcan, s/d).
71
Em 1992 e 1993 realizaram várias mobilizações e voltaram a parar as
atividades em 1994 numa greve que durou 21 dias - realizada somente pela
a seguir:
dispensa -; até casos mais graves, como lesões e mortes nas plantas das
72
"Cresce de forma assustadora o número de acidentes de
trabalho na área da [Refinaria]. Só na última semana de
novembro foram registrados 15 casos envolvendo
trabalhadores da nossa categoria, vítimas da negligência e do
descaso dos setores de segurança da área. O fato mais
recente ocorreu com o companheiro Ivan Alves operário da
empresa [A] que caiu de uma altura de mais ou menos 8
metros, vindo a falecer no último dia 03 no Hospital Aliança.
Nossa categoria está de luto". ( Boletim Maçarico, num. 102 -
dez/96).
mais desgastante.
73
não nos deixando beber água. Tem alguns petroleiros que
pensam ser os donos da Petrobrás, assim não dá para chamar
esses trabalhadores de companheiros" (Boletim Maçarico,
num. 69 Out/94).
sindicalistas é duplo, pois além de lutar por melhores condições materiais para
a categoria tem que lutar contra o preconceito existente no espaço intra e extra
fabril.
segmento pelos diretores sindicais, pois são empresas que não garantem
do dia para a noite, sem prestar auxílio aos trabalhadores, sem pagar direitos
mesma.
(no caso dos trabalhadores das terceiras) como podemos ver na notícia:
74
admissão aos trabalhadores aposentados da Refinaria, só na
Engim já são mais de dez. E se a moda pegar, dentro de pouco
tempo as gatas só vão querer fichar os aposentados da
Petrobrás. O argumento utilizado para justificar esse
procedimento é taxativo eles alegam que os aposentados
devido a sua 'larga convivência' dentro da Rlam, tem uma certa
facilidade para conseguir as coisas por lá, porque conhecem
muitos setores e um grande número de pessoas influentes;
uma ferramenta emprestada aqui, uma multa cancelada ali e
tudo bem(...)O Siticcan está de olho aberto, e não vai permitir o
crescimento desse círculo vicioso, que está tirando os
empregos dos nossos companheiros(...)" (Boletim Maçarico,
100 - Nov/96 ). Grifo meu
Esta denúncia indica, que será necessário uma atuação conjunta entre os
para barrar esta nova prática de "demissão", pois indica uma possibilidade de
desgastar ainda mais o relacionamento entre ambas. Mas por que o Sindicato
segmentos envolvidos.
75
passe a trabalhar para uma empreiteira da própria empresa. A situação é
representa, sem fazer uma disputa política num plano mais geral, ou seja, sem
atuação frente a esse problema, procurando superar a denúncia como foi feita
O sindicato tem uma noção clara dos prejuízos trazidos pela terceirização
fenômenos da reestruturação:
76
Contigente do número de notícias selecionadas sobre reestrturação
Produtiva
100%
90%
80%
70%
Valores(%)
60%
50% Desemprego
40%
Terceirização
30%
20% Qualidade Total
10% Reestru, Adm./ Privatiz.
0% Automação
90 91 92 93 94 95 96 97
OLT/contrato coletivo
Anos
30
Os boletins nos primeiros anos não tinham regularidade periódica, sendo confeccionados de acordo
com a demanda da categoria. Nos anos de 90, 91 e 96 percebe-se a falta de boletins no arquivo de
imprensa, embora a amostra coletada tenha sido representativa nos anos de 92,93,94 e 97. A seguir o
total de notícias selecionadas sobre reestruturação produtiva e o total de boletins coletados ano a ano.
77
eram sobre a terceirização, - embora o número de boletins31do ano não tenha
31
No ano de 91 foram encontrados seis boletins nos arquivos do setor de imprensa do
sindicato e foram coletadas somente cinco notícias.
32
Embora o sindicato não trate da qualidade total nos boletins, há uma cláusula nas convenções coletivas
que trata da especificidade dos serviços prestados pelo trabalhador, que visa defender o mesmo do
trabalho polivalente e multifuncional Ex.: um montador de andaime que é colocado para fazer serviços
78
ser tomados em absoluto os resultados apresentados através do gráfico
empregados das terceiras). Em 1991 esta cláusula foi indeferida pela justiça do
registro de obras, que obriga que as empresas que contratem mão de obra
96/97:
79
Este parágrafo citado é um exemplo do avanço na compreensão sobre a
convenção do Siticcan tem, em todos os anos, uma cláusula onde fica proibido
trabalho normal aos sábados, domingos e feriados, e até mesmo à noite, tendo
34
(ib. idem, cláusulas 5 e 6, pp - 8-9)
80
Em suma, a percepção sobre a reestruturação produtiva, tem importantes
luta pelo reconhecimento de que são petroleiros que deveriam ter direitos
por local de trabalho deve ser buscada como forma de barrar o avanço desses
81
trabalho.
operação, sendo que na produção ainda não temos conhecimento que tenha
ocorrido o fato.
82
2.6 A voz e a vez dos Terceirizados ...
Uma das lições ensinadas por Bourdieu( 1983) diz respeito ao processo de
análise social deve buscar a junção entre a estrutura social( realidade exterior)
e os sujeitos, pois:
de mais nada, pensam sobre seu mundo e refletem sobre sua realidade e a
concordando com esta formulação teórica, procurei fazer uma análise que
83
tentasse conjugar a estrutura e o sujeito. E que me permitisse comprender se a
descobertas:
carteira assinada, se o indivíduo tem uma jornada longa, etc. Essa matemática
sujeitos? Não verbalizam sobre suas condições de trabalho? Para dar conta
84
intensa exploração da "força de trabalho". A experiência com o trabalho não
parada para manutenção de fábrica por exemplo. Trabalham por contrato. Este
com o trabalho.
85
trabalho. São resistências simbólicas e estratégias para se inserir numa ordem,
que é opressiva e que lhe exige uma experiência profissional para arrumar
Outras falas nos colocam frente a frente com a experiência com o trabalho
mil e umas utilidades, dentre as quais, abonar falta devido a uma "ressaca mal
heterônomo?
translação" de que nos informa Bourdieu, pode ser percebida através destes
86
materiais comandam, com efeito, não somente os lugares e os
momentos da comunicação(...) mas também a forma da
comunicação por intermédio da estrutura da relação de
produção na qual é engendrado o discurso." ( Bourdieu, 1983,
p.167)
espero ter conseguido tal êxito. E a fala "nativa" permite lidar com a noção de
87
CAPÍTULO 3 - PERFIL DOS ENTREVISTADOS
24,2 % estão entre 41 e 50 anos e 19, 3% estão com idade entre 19 e 30 anos.
um indivíduo que trabalha por “soluço”, ora trabalha, ora têm que dizer
faz, nesta situação, o sujeito não deve ficar a vontade, pois a noção de projeto
de vida fica bastante comprometida, como pensar o longo prazo? E mais, qual
perspectiva de vida pode ter um indivíduo com 50 anos e que foi transformado
num trabalhador irregular, instável? Tomo por hipótese que estes trabalhadores
maiores ao seu grupo social. E o instável não pode dar certezas e nem
88
garantias nem para ele nem para seus próximos. Esta é uma forma de
precarização subjetiva.
dos entrevistados têm até o segundo grau incompleto. Por volta de 56% só
estudaram no primeiro grau. Este dado pode nos demonstrar o quão é relativa
esta tese de que a qualificação formal é requisito básico para trabalhar numa
TABELA 2
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR ESCOLARIDADE
89
Sobre a composição étnica, da população investigada 74,2% são de cor
preta, o que confirma a tese de que os negros ocupam postos de trabalho mais
TABELA 3
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR COR
tendo raros casos de mulheres que trabalham como soldadora de torre por
exemplo.
TABELA 4
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR SEXO
tem até três anos empregados; 12, 9 % tem de 3,1 a 6 anos de serviço.
90
Podemos perceber que este é um trabalho rotativo, pois os que tem mais de 6
60,0
51,6
50,0
Percentual
40,0
30,0
20,0
12,9
6,5 8,1 6,5
10,0
3,2 4,8 3,2
1,6 1,6
0,0
empreiteira.
91
TABELA 5
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR EM QUANTAS
EMPREITEIRAS JÁ TRABALHOU
separado dos dados devido a criação de faixas de renda, tipo: 1 a 3 SM, mais
de 3 a 6 SM36.
35
Trabalhador iôiô é aquele trabalhador extremamente rotativo que muda de trabalho a todo o momento
36
No momento em que me encontrava fazendo as últimas correções ( erros de digitação etc.), para enfim
entregar esta à banca examinadora tive a curiosidade de voltar aos questionários e fazer um rol estatístico
92
TABELA 6
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR SALÁRIO MENSAL
a trabalharem.
das remunerações, o resultado foi o seguinte, utilizando o salário mínimo de R$ 180, 00 reais obtive o
93
TABELA 7
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR QUANTAS
PESSOAS MORAM NA SUA RESIDÊNCIA
Quantas pessoas moram na sua residência Frequência Percentual
0 1 1,6
1 2 3,2
2 5 8,1
3 13 21,0
4 11 17,7
5 17 27,4
6 6 9,7
7 4 6,5
8 2 3,2
9 1 1,6
Total 62 100,0
Sobre a pergunta se possuem plano de saúde pago pelo empregador, cerca de 80,6%
respondeu negativamente, ou seja, não tem plano de saúde pago pelo empregador. Este
dado permite comprovar que o trabalho que exercem tem um grau de precarização
bastante acentuado, pois trabalham nas instalações de uma Refinaria, que tem um alto
grau de risco à saúde e não possuem nenhum tipo de assistência médica nas empresas
TABELA 8
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR O EMPREGADOR LHE DÁ
PLANO DE SAÚDE
carteira de trabalho assinada, 1,6 % não tem carteira assinada e 11,3 % não
resultado de que cerca de 55% das pessoas entrevistadas ganham até 3 salários mínimos.
94
responderam. Esta é uma dimensão importante dos resultados políticos
empregados.
terceirizados.
TABELA 9
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR POSSUI CARTEIRA DE
TRABALHO ASSINADA
95
TABELA 9
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR FUNÇÃO
96
fica no interior da Refinaria é proibido. Um trabalhador me informou que fora
depoimento:
TABELA 10
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS SOBRE SE EXISTEM
LUGARES ONDE LHE É PROIBIDO O ACESSO NA REFINARIA
situação é a seguinte: cerca de 40,3% disseram que sim e 58,1% disse que
82,3% acharem que existem lugares na Refinaria onde lhes são proibido
uma questão que procurarei desenvolver em estudos posteriores mas tomo por
97
hipótese que há uma dificuldade dos trabalhadores de perceberem a
discriminação por parte dos petroleiros. Uma pergunta, do ponto de vista lógico
como já havia dito. Mas quais são os tipos de discriminação que mais sentem e
trabalhadores de empreiteiras’.
TABELA 11
VOCÊ JÁ SE SENTIU DISCRIMINADO DENTRO
DA RLAM POR PETROLEIROS
37
A pergunta era a seguinte; Como tem sido o comportamento do sindicato e dos trabalhadores de
terceiras quando ocorre alguma greve de empregados contratados diretamente pela empresa/ Como foi o
comportamento do sindicato quando da última greve da Petrobrás? Esta pesquisa foi feita pela prof.a
Graça Druck e Roseli Afonso bolsista de IC: O Nome da pesquisa era Terceirização; as visões do
Sindicato
98
dentro da Rlam por petroleiros
Sim 25 40,3
Não 36 58,1
Não Respondeu 1 1,6
Total 62 100,0
Alem disse esse intenso processo de segmentação pode ser percebido nesta
passagem:
99
quadrado com o chuveiro e os armário (sic) Aí o cara para
calçar o sapato, pra vestir a roupa te que vestir em pé mesmo”
( depoimento de um dirigente sindical)
tábua para que seus pés não entrassem em contato com a água suja que
trabalham em postos mais precários. Fica uma pergunta será que ‘os de cima’
contemplado nem nos objetivos e nem nas hipóteses do presente estudo mas
que explorarei num estudo que continuarei fazendo posteriormente sobre este
tema.
100
Portanto há uma relação hierárquica entre trabalhadores estáveis e instáveis
trabalhador da empreiteira.
tempo de serviço; cerca de 58,1 % tem até três anos de serviço. Entretanto
um representado do sindicato.
TABELA 12
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR COMO SE CONSIDERA EM
RELAÇÃO AO VÍNCULO COM SEU TRABALHO
38
Ser petroleiro no sentido mais amplo seria trabalhar numa empresa que tem como atividade fim a
produção e refino do Petróleo como aqui considero. Mas historicamente a condição de petroleiro no
imaginário social é permeada de categorias como: empregado da Petrobrás, bom emprego e situação
sócio-econômica privilegiada, situação esta que perdura embora estudos ressaltem precarização entre
trabalhadores da PETROBRÁS. NUNES, João. Dono de minh’alma – o exercício do poder disciplinar
nas sociedades modernas sob a ótica de Michel Foulcalt. Monografia de Conclusão de bacharelado em
Ciências Sociais UFBA/ 1998
101
Não Respondeu 4 6,5
Total 62 100,0
mesmo que indireto. Não é difícil entender isto, como podem se sentir
são mais bem pagos e tem uma vida melhor que a sua?
com essa condição, pois portam um status profissional e social muito menos
valorizado. No imaginário social ser petroleiro é Ter bom emprego, boa renda e
39
102
Sobre a questão de saber se a Petrobrás dá algum tipo de curso de
TABELA 13
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR A PETROBRÁS LHE DÁ
ALGUM CURSO DE QUALIDADE TOTAL OU PREVENÇÃO DE ACIDENTES
disseram não fazer nenhum tipo de biscate para complementar a renda. Dos
pedreiro. É possível que não haja necessidade de biscate por dois motivos:
falta de tempo para a execução dos mesmos e a posse mesmo que instável de
103
TABELA 14
DISTRIBUIÇÃO DOS ENTREVISTADOS POR FAZ BISCATE PARA
COMPLEMENTAR A RENDA
igrejas, 6,5 % preferem sair com a família, 4,8 % freqüentar bares e 12, 9 %
sair com amigos, cerca de 41,9% disse gostar de fazer outras coisas que não
umas cervejas, fazer conserto em casa, limpar roça, jogar dominó, sair para
fazer serviços burocráticos, jogar sinuca, pescar, ficar em casa e até um que
104
TABELA 15
DISTRIBUIÇÃO POR ENTREVISTADOR POR O QUE VOCÊ COSTUMA
FAZER
105
sindicato, que não é só para resolver os problemas da área de
trabalho, mas também para oferecer lazer aos trabalhadores,
para que possamos esquecer um pouco essa lida tão
desgastada e estressante” (Tese 06 do V Congresso de
Trabalhadores de base Siticcan – Mário Lázaro, trabalhador da
Techint).
relutância com que ele diz ‘onde possamos levar nossos filhos e até quem sabe
nossas esposas”. Pode ser que esta seja uma atitude machista mas como diria
Thompson, eles vivem sua própria experiência e nós não. Com isso é bom
106
Uma precarização das condições objetivas de trabalho acompanhada de
da Petrobrás .
107
moldando uma situação de precariedade, no que se refere, às condições de
108
CONSIDERAÇÕES FINAIS
deste processo. Neste sentido, tentei reconstruir esta experiência, na fala, nos
heterogêneos?
109
precários, sem estabilidade, sem direitos trabalhistas consolidados).
hipóteses construídas:
boletins fale de uma condição de Petroleiro com vínculo indireto, este discurso
não encontra apoio entre os trabalhadores, que em sua grande maioria não se
Por fim ressaltamos que esta categoria estudada nos permitiu aplicar
as situações estruturais em que vivem e que neste sentido restrito não são
está parado no tempo e não pode ser dissecado em sua estrutura. (cf.:
Thompson)
110
A partir das hipóteses levantadas obtivemos os seguintes resultados:
emprego.
espaços da instituição.
111
Petrobrás, pudemos observar como indício disto: falta de acesso às
112
ALEXANDER, JEFREY, O novo movimento teórico das Ciências Sociais,
Revista Brasileira de Ciências Sociais, no. 4, jun/ 1987.
BURKE, Peter. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro. In:
BURKE, Peter. A Escrita da História: Novas Perspetivas. São Paulo :Ed.
Unesp, 1992, p. 7-37.
113
Caderno CRH. NUM. 24/25, Salvador, CRH, EDUFBA, , pp-21-40
114
David. 1997, (Org.). Dicionário Crítico Trabalho e Tecnologia - Vozes/
Editora da Universidade
MOTTA, Paulo Delayti. "Nem tudo que reluz é ouro: O Just. In Time e o mito
da superação do Taylorismo, In: Caderno CRH. NUM. 24/25, Salvador, CRH,
EDUFBA, pp. -69-108, 1997
REIS, João J. A greve negra de 1857 na Bahia. Revista da USP, São Paulo,
n. 18, p. 8-28, 1993
115
SHARPE, Jim. A história vista de baixo. In: BURKE, Peter. A Escrita da
História: Novas Perspectivas. 3. Reimpressão, São Paulo: UNESP, 1992, p.
39-62
Outras Fontes:
116
Sindicatos urbanos da Bahia 1998 , sob a coordenação do Prof. Luiz Filgueiras
117
118