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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE – CAA – NFD


Estágio Supervisionado 4 - Movimentos Sociais – 2023.1
Professor(a): Jaqueline Barbosa da Silva
Aluno(a): Nathália Batista de Andrade

O ato de narrar

Para início da escrita da documentação-narrativa, é necessário rememoramos o que


sabíamos sobre as organizações e/ou movimentos sociais antes do ingresso no ensino
superior, bem como através de que/quem ampliamos nossas lentes acerca da existência das/os
mesmas/os. e sobretudo como percebemos sua importância no âmbito social?
Durante o início do meu trajeto formativo que me aproximou das organizações e/ou
movimentos sociais, ocorreu apenas no âmbito da universidade, antes dele só ouvia falar
sobre o feminismo em algumas redes sociais, ou até mesmo sobre o MST nos meios
televisivos, e ambos criticavam tais movimentos, os apresentando como “banderneiro” ou
“coisa de quem não tem o que fazer”
Entretanto, foi a partir do componente curricular de Movimentos Sociais, onde pude
aprender mais e vivenciar isso na prática; a professora Allene Lage nos levou para a
Associação Centro de Capacitação Paulo Freire, conhecido como Assentamento Normandia,
que existe há mais de vinte anos e já formou milhares de pessoas por meio da parceria entre
instituições de ensino e o MST, que é um símbolo de luta, força e resistência. Além disso,
como relatei em sala, a própria disciplina me fez adquirir um amplo conhecimento e uma
experiência formativa enriquecedora.
Foi no trabalho a respeito do Movimento Social Negro que pude ampliar meus
horizontes e defender uma causa que já me inquietava anteriormente. A problematização
acerca do racismo sempre me indignou e fazia com que eu estivesse em constantes discussões
com pessoas que não possuem o conhecimento acerca da causa. Aprender um pouco mais
sobre cotas, sobre o início do movimento social negro, sobre luta e resistencia, e sobretudo
apresentar isso para a turma, para que houvesse uma análise das nossas práticas/falas
cotidianas.
E como relatei em sala, pra mim esse foi um dos melhores trabalhos que já apresentei
na universidade; não pelo tempo de apresentação (que foi bem maior do que as outras
apresentações comuns) mas pela minha imersão e “sede” de conhecimento a respeito da
temática. E pela diferença que isso fez na minha tragetória, e creio eu, que também fez a
diferença na formação/vida daqueles que estavam como ouvintes desse trabalho. É como
Freire (2007) cita em seu livro Ação Cultural para a Liberdade e outros Escritos,
“Dizem-se revolucionários, mas, ao mesmo tempo, não creem nas classes
oprimidas a quem pretendem conduzir a libertação como se isso, não fosse
uma contradição aberrante. Querem a humanização dos homens mas, ao
mesmo tempo, querem também a manutenção da realidade social em que os
homens se acham desumanizados.” p.122

Referência: FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros ensaios. Rio de Janeiro, RJ:
Paz e Terra, 2007.

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