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CIGANOS
ATRAVÉS DA DANÇA / BAILAR COM A ALMA
(Adri Silva)
Origem:
Na época da colonização, grandes cargas de tabaco chegavam a Sevilha, vindas da China através de
Manila, capital das Filipinas. O tabaco era empacotado em grandes telas de seda recortados de forma
quadrada, ideal para proteger o tabaco, pois absorviam sua umidade. A seda não era comercializada
devido à baixa qualidade ou por apresentarem falhas.
As mulheres que trabalhavam nas fábricas de tabaco da cidade cortavam estas peças em quatro partes e
adicionavam franjas a elas, e depois as utilizavam como xales, que aos poucos também passaram a ser
usados pelas bailaoras e cantoras em suas apresentações. A delicadeza e o colorido dos bordados dos
mantones cativaram as sevilhanas. Os desenhos de dragões chineses foram substituídos por flores e
pássaros, adaptando-se ao gosto local. Posteriormente, os “Mantones de Manila” foram enriquecidos pela
alta sociedade com belos bordados de temas variados, e com o tempo, foram criados diferentes estilos de
xales. E se por um lado o xale é um objeto de senhoridade, no início do século XX, passou a tornar-se
também um símbolo de sensualidade, com as ciganas que o usavam em ombros nus.
Em todos os casos, recomendo deixar o cabelo preso ao usar um xale. Assim, ele poderá ser mais bem
apreciado, além de não atrapalhar os movimentos no bailado. Enquanto que as bailaoras de Flamenco
utilizam os verdadeiros Mantones de Manila, que são grandes, de seda e às vezes quadrados, no Bailado
Cigano usamos xales triangulares, mais pesados e um pouco menores. No entanto, não podem ser tão
pequenos a ponto de encurtar nossos movimentos. Os movimentos devem ser livres para fazer o xale
voar. Há movimentos leves e cheios de força. Os que sobem ao ar e os que se enroscam no corpo.
(Brigitte Angel)