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834-04

38º EXAME

INCLUI:
• Quadros de ATENÇÃO

• Tabelas Comparativas

• Esquemas Didáticos

• Referências a temas
cobrados em provas anteriores
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SUMÁRIO
1.  SEGURIDADE SOCIAL
1.1.  CARACTERÍSTICAS GERAIS
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1.2.  GESTÃO DA SEGURIDADE SOCIAL


1.3.  FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
1.4.  ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

2.  PREVIDÊNCIA SOCIAL


3.  BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
3.1.  SEGURADOS
3.2.  DEPENDENTES

4.  REGRAS GERAIS DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS


4.1.  MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO
4.2.  PERÍODO DE CARÊNCIA
4.3.  CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

5.  ACIDENTE DE TRABALHO


5.1.  ACIDENTE TÍPICO
5.2.  DOENÇA PROFISSIONAL
5.3.  DOENÇA DO TRABALHO
5.4.  DOENÇAS QUE NÃO SÃO ACIDENTE DE TRABALHO
5.5.  NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO (NTEP)
5.6.  BENEFÍCIOS DO INSS RELACIONADOS AO ACIDENTE OU DOENÇA

6.  APOSENTADORIA
6.1.  APOSENTADORIA PROGRAMADA
6.2.  APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
6.3.  APOSENTADORIA ESPECIAL
6.4.  APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE

7.  BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS PARA SEGURADOS OU DEPENDENTES


7.1.  SALÁRIO MATERNIDADE
7.2.  SALÁRIO -FAMÍLIA
7.3.  AUXÍLIO RECLUSÃO

7.4.  PENSÃO POR MORTE

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Alteração Legislativa Atenção Exemplo
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1.  SEGURIDADE SOCIAL


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1.1.  CARACTERÍSTICAS GERAIS

O estudo da matéria de Direito Previdenciário pressupõe a análise de um conceito mais amplo,


que é o de Seguridade Social.

De acordo com o artigo 194 da CF/88, é possível dizer que a seguridade social tem como
objetivo estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os
impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, sendo constituída
por um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas
a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

A Seguridade Social é um direito social previsto no art. 6º CF/88, sendo que


a competência para legislar sobre a Seguridade Social é privativa da União,
conforme art. 22, XXIII, da Constituição.

A Seguridade Social, portanto, é sustentada por três grandes pilares:

1 - Saúde

Conforme art. 196 da CF/88, a saúde é direito de todos e dever do Estado. O


responsável pelo sistema de saúde no Brasil é o Sistema Único de Saúde –
SUS, ao qual compete executar ações de vigilância sanitária e epidemiológicas
e ações pela saúde do trabalhador; participar da formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico; colaborar na proteção do meio
ambiente, nele compreendida a proteção do trabalho; incrementar, em sua área
de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico; fiscalizar e inspecionar
alimentos, bem como água e outras bebidas, para o consumo humano; participar
da produção de medicamentos e equipamentos, e fiscalizar procedimentos,
produtos e substâncias de interesse para a saúde.

2 - Assistência Social

A Assistência Social cuida daqueles que não possuem condições financeiras de


prover sua própria manutenção, sem deles cobrar nada.

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3 - Previdência Social

A previdência social é o principal objeto de estudo na nossa apostila para a


prova da OAB e vamos tratar dela com detalhes nos próximos capítulos.
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O parágrafo único do art. 194 da CF/88, por sua vez, estabelece que compete ao Poder Público
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

A universalidade da cobertura significa que a Seguridade Social deve


garantir cobertura a todos os eventos que possam conduzir a uma situação
de necessidade (maternidade, velhice, doença, acidente, invalidez, reclusão,
morte, etc). Entretanto, como os recursos são limitados, o legislador optará
pelos eventos que considera mais importantes para fins de cobertura.

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

A uniformidade significa que o plano de proteção social será o mesmo para


trabalhadores urbanos e rurais, enquanto que a equivalência quer dizer que
o valor das prestações pagas a urbanos e rurais dever ser proporcionalmente
igual. Desse modo, os benefícios devem ser os mesmos (uniformidade), mas o
valor da renda mensal é equivalente, não igual, já que o cálculo do benefício
vai obedecer às questões individuais, como tempo de contribuição, salário de
contribuição, idade, etc.

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

A seletividade diz respeito à abrangência da cobertura (o legislador escolhe


os riscos que serão protegidos através da legislação ordinária, observada a
capacidade econômica do Estado), enquanto a distributividade diz respeito ao
grau de proteção.

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

De acordo com a doutrina, o objetivo é manter o PODER REAL DE COMPRA,


protegendo os benefícios dos efeitos maléficos da inflação. No entanto, o
Supremo Tribunal Federal (STF) possui entendimento de que esse princípio
assegura apenas a manutenção do valor nominal do benefício (RE 263.252)

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V - equidade na forma de participação no custeio;

Segundo esse princípio, quem “pode mais” deve contribuir com mais, enquanto
quem “pode menos” deve contribuir com menos.
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VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas


para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência
social, preservado o caráter contributivo da previdência social;

Significa que a seguridade social é financiada com recursos de toda a


sociedade, mediante contribuições sociais incidentes sobre os mais diversos
fatos geradores, como folha de pagamentos, lucro líquido, concursos de
prognósticos, etc. O art. 195 da CF/88 trata justamente sobre a diversidade da
base de financiamento.

VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite,


com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
colegiados.

A gestão do sistema é quadripartite porque ocorre com a participação de


representantes dos trabalhadores, empregadores, aposentados e do Estado.
Há a participação da população, como forma de proporcionar um sistema mais
democrático, que não fica exclusivamente ao crivo da Administração Pública.

Além dos objetivos explícitos previstos no art. 194 da CF/88, que são verdadeiros princípios,
há também outros princípios que decorrem da análise da Constituição Federal, e, portanto, são
considerados implícitos, dos quais destacamos os seguintes:

1. Princípio da contrapartida (ou preexistência): significa que nenhum benefício poderá ser
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

A Emenda Constitucional nº 72/2013 estendeu aos domésticos o direito ao salário


família e aos benefícios por acidente do trabalho. Entretanto, esses benefícios
somente passaram a ser exigíveis após a regulamentação da fonte de custeio
(Simples Doméstico), operacionalizada com a LC n. 150/2015.

2. Princípio da anterioridade nonagesimal: as contribuições sociais só podem ser exigidas


após decorridos 90 (noventa) dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado. Essa é a única limitação temporal, não se aplicando a regra da anterioridade anual
(do exercício financeiro seguinte.

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A norma que altera o prazo de recolhimento da contribuição não precisa


observar o princípio da anterioridade nonagesimal (Súmula 669 do STF)
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3. Princípio da solidariedade: aqueles que têm melhores condições financeiras devem


contribuir com uma parcela maior, enquanto que os que têm menores condições financeiras
contribuem com uma parcela menor. Além disso, os que ainda estão trabalhando contribuem
para o sustento dos que já se aposentaram ou estejam incapacitados para o trabalho.

4. Princípio da vedação do retrocesso social: significa que não é possível a redução das
implementações de direitos fundamentais já realizadas, ou seja, o rol de direitos sociais não
poder ser reduzido, de modo a preservar o mínimo existencial.

1.2.  GESTÃO DA SEGURIDADE SOCIAL

A gestão da Seguridade Social será quadripartite, ou seja, compartilhada entre quatro


categorias sociais de forma democrática e descentralizada: os trabalhadores, os empregadores,
os aposentados e o Poder Público.

1.3.  GESTÃO DA SEGURIDADE SOCIAL

Para garantir os pilares da saúde, assistência e previdência social, a seguridade social acarreta
uma série de custos para o Estado. Em razão disso, o custeio da seguridade social, nos termos do
art. 195 da CF/88, deve ser garantido por toda sociedade de forma direta e indireta, nos termos da
lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, e de contribuições sociais.

O financiamento da seguridade social ocorre por fontes diretas e indiretas.

Fontes Diretas: são as contribuições compulsórias cobradas de trabalhadores e empregadores,


nos termos dos incisos I a IV do art. 195 da CF/88.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I- do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes


sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer


título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento incide a COFINS (Lei Complementar 70/91) e o PIS (Lei


Complementar 7/70). c) o lucro incide a Contribuição Social criada pela Lei 7.689/88
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser
adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de
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Previdência Social

III - sobre a receita de concursos de prognósticos;

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar (Lei


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10.865/04).

As entidades que contribuem por meio de suas atividades para a Seguridade


Social (ONGs beneficentes, instituições filantrópicas, etc.) serão isentas das
contribuições sociais impostas por lei, uma vez que já têm como principal objeto
o auxílio ao Estado na efetivação da Seguridade Social (art. 195, §7º, da CF/88)

Fontes Indiretas: são formadas por meio da contribuição da União, do DF, dos estados e dos
municípios a partir dos recursos orçamentários arrecadados por estes.

1.4.  ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

Nos termos do artigo 165, § 5, inciso III, da CF/88, o Poder Executivo estabelecerá a lei
orçamentária anual, que compreenderá o orçamento da Seguridade Social, o qual deverá abranger
todas as entidades e órgãos vinculados a ela, bem como os fundos e fundações mantidas pelo
Poder Público.

Além disso, de acordo com o § 1º do art. 195 da CF/88, as receitas dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos,
não integrando o orçamento da União.

O § 2º do art. 195 da CF/88, por sua vez, estabelece que a proposta de orçamento da seguridade
social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência
social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

As entidades que contribuem por meio de suas atividades para a Seguridade


Social (ONGs beneficentes, instituições filantrópicas, etc.) serão isentas das
contribuições sociais impostas por lei, uma vez que já têm como principal objeto
o auxílio ao Estado na efetivação da Seguridade Social (art. 195, §7º, da CF/88)

Vale destacar, ainda, que o § 3º do art. 195 da CF/88 estabelece que a pessoa jurídica em débito
com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder
Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

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2.  PREVIDÊNCIA SOCIAL


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A previdência social é um sistema organizado sob a forma de regime geral, de caráter


contributivo e de filiação obrigatória, com a observância de critérios que garantam equilíbrio
financeiro e atuarial.

Abaixo destacamos a suas principais características:

1- Caráter contributivo e Filiação Obrigatória: no Brasil, a principal diferença entre a


previdência social, assistência social e a saúde pública é o seu caráter contributivo, já que
apenas as pessoas que contribuírem ao regime que terão cobertura previdenciária, ou seja,
na previdência social, não há benefício sem contribuição. Além disso, a filiação é obrigatória
porque basta exercer atividade remunerada para que ocorra a filiação.

2- Equilíbrio atuarial e financeiro: significa que as receitas devem ser suficientes para
realizar os pagamentos dos benefícios. Nesse sentido, destaca-se o princípio constitucional da
preexistência de custeio, ou seja, nenhum benefício será criado, majorado ou estendido sem a
correspondente fonte de custeio total.

3- Universalidade de participação nos planos previdenciários: o sistema previdenciário


é acessível a todos. Há os segurados que vão acessar o sistema de forma obrigatória e os
segurados que vão acessá-lo de forma facultativa.

4- Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais:


conforme mencionado no capítulo anterior, a uniformidade significa que o plano de proteção
social será o mesmo para trabalhadores urbanos e rurais, enquanto que a equivalência quer
dizer que o valor das prestações pagas a urbanos e rurais dever ser proporcionalmente igual.

5- Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios: também explicado no


capítulo anterior, a seletividade diz respeito à abrangência da cobertura (o legislador escolhe
os riscos que serão protegidos através da legislação ordinária, observada a capacidade
econômica do Estado), enquanto a distributividade diz respeito ao grau de proteção.

6- Cálculos dos benefícios considerando-se os salários de contribuições corrigidos


monetariamente: os benefícios previdenciários são calculados com base no salário de
contribuição, que devem ser corrigidos monetariamente.

7- Valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário de contribuição ou do


rendimento do segurado não inferior a um salário mínimo: como regra geral, os benefícios
previdenciários não podem ser inferior a um salário mínimo. No entanto, há algumas exceções:
auxílio-acidente, salário-família, pensão por morte e renda e auxílio-reclusão (EC n. 103/2019).

8- Indisponibilidade dos direitos dos beneficiários: os beneficiários não podem dispor


(abrir mão) de seus direitos.
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9- É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de


benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de
idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria
exclusivamente em favor dos segurados: I - com deficiência, previamente submetidos a
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; II - cujas
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atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria
profissional ou ocupação (Redação da EC 103/19).

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3.  BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
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Beneficiário é toda pessoa que tem a proteção do sistema previdenciário, ou seja, são todas as
pessoas físicas que recebem ou podem receber benefício da previdência social.

Existem duas espécies de beneficiários: segurados e dependentes.

3.1.  SEGURADOS

São todas as pessoas que contribuem com a previdência social e, sempre que constada a
ocorrência do risco/contingência social protegida, têm direito ao benefício previdenciário, desde
que preenchidos os requisitos legais.

Os segurados, por sua vez, são classificados em obrigatórios e facultativos.

Segurados facultativos: são todos aqueles que não são segurados obrigatórios. Os facultativos
não exercem atividade remunerada e contribuem voluntariamente para a Previdência Social, para,
no futuro, ter acesso aos benefícios previdenciários. São exemplos de segurados facultativos: dona
de casa, estudante, síndico de condômino (quando não remunerado), estrangeiro que acompanha
marido a trabalho; desempregado; estagiário ou bolsista, etc.

Importante registrar que o aprendiz é considerado um segurado obrigatório, porque exerce uma
atividade remunerada, mas o estagiário não é segurado obrigatório e, sim, segurado facultativo.

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É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de


segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência
(§ 5º do art. 201 da CF/88).
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EXEMPLO: um juiz de direito que recolhe as suas contribuições para o Regime


Próprio (RPPS), não poderá ser segurado facultativo no regime geral (RGPS).
Entretanto, se esse juiz for também professor universitário contratado pela CLT,
ele deverá será segurado obrigatório no Regime Geral. A única possibilidade
de ser obrigatório no RPPS e facultativo no RGPS é quando o servidor está
licenciado sem remuneração.

Segurados obrigatórios: são aqueles, com mais de 16 anos, ou mais de 14 anos no caso dos
aprendizes, que exercem qualquer tipo de atividade remunerada, de natureza urbana ou rural,
abrangida pelo Regime Geral, de forma efetiva ou eventual, com ou sem vínculo empregatício.

Os segurados obrigatórios, de acordo com o art. 11 da Lei 8.213/91, são: empregados,


empregados domésticos, contribuintes individuais e os trabalhadores avulsos e os segurados
especiais.

1) SEGURADO EMPPREGADO – Existem várias espécies de segurados empregados.

a) Empregado Urbano ou Rural: aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à
empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como
diretor empregado.

b) Empregado temporário: aquele contratado por empresa de trabalho temporário, definida


em legislação específica, para atender à necessidade transitória de substituição de pessoal
regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas. Exemplo:
balconista contratado por loja no período de festas natalinas (ver Lei 13.429/2017), repositores de
supermercado que trabalham na Páscoa, em datas comemorativas.

c) Brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como


empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior.

d) O brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros
ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado,
salvo de segurado na forma da legislação vigente no país do domicílio.

Se o brasileiro é contratado pela União (empregado da União) e presta


serviços na ONU, ele é empregado. Por outro lado, se o brasileiro é contratado
diretamente pelo organismo internacional, como pela ONU, ele é contribuinte
individual.)

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e) Brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como


empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa
constituída pelas leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo
esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas
e residentes do País ou de entidade de direito público interno;
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f) O servidor público ocupante de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação,


bem como o que atende a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos
do inciso IX do art. 37 da CF/88 e, ainda, os servidores não amparados por Regime Próprio de
Previdência;

O único servidor que é excluído do RGPS é o servidor público nas condições de


titular de cargo efetivo ou vinculado a um Regime Próprio de Previdência Social.

g) O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado
a regime próprio de previdência social.

h) O empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no


Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;

2 – EMPREGADO DOMÉSTICO

De acordo com a Lei Complementar nº 150/2015, empregado doméstico é aquele que presta
serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa
ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana.

Nós estudamos detalhadamente a figura do empregado doméstico na apostila de Direito do


Trabalho, mas é muito importante lembrar que a idade mínima para ser empregado doméstico é
de 18 anos (parágrafo único do art. 1º da Complementar nº 150/2015).

A diarista ou faxineira, que trabalha até 2 vezes na semana, é considerada


contribuinte individual (não é empregada doméstica)

3 – CONTRIBUINTE INDIVIDUAL

São as pessoas que trabalham sem vínculo empregatício, apesar de prestarem serviços para
empresas, conforme previsto no art. 9º, V, do Decreto 3.048/1999.

São exemplos de contribuintes individuais os trabalhadores eventuais, cooperados, diaristas,


diretores não empregados, microempreendedores individuais (MEI), empresários, garimpeiros e
exploradores de atividade agropecuária ou pesqueira.

4 – TRABALHADORES AVULSOS

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Também tratamos dos trabalhadores avulsos com mais detalhe na apostila de Direito do
Trabalho, mas, de forma resumida, considera-se trabalhador avulso aquele que presta serviços
de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, com intermediação
obrigatória do sindicato da categoria, ou, quando se tratar da atividade portuária, do Órgão Gestor
de Mão de Obra (OGMO).
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5 – SEGURADOS ESPECIAIS

O segurado especial é um segurado obrigatório do regime de previdência social, mas com


alguns requisitos especiais atribuídos ao seu benefício.

É o trabalhador rural (sempre pessoa física) que exerce atividades de forma individual ou em
regime de economia familiar, tirando o sustento próprio e de sua família a partir de sua atividade.

O art. 11, VII, da Lei n. 8.213/91 elenca quem são os segurados especiais:

Art. 11 da Lei n. 8.213/91 - São segurados obrigatórios da Previdência Social as


seguintes pessoas físicas:

(...)

VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado
urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar,
ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:

a) Produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro


outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:

1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;

2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do


inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas
atividades o principal meio de vida;

b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou


principal meio de vida;

c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade


ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que,
comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.

§ 1º - Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho


dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e
colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.

(...)

§ 6º - Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os


filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados deverão ter participação
ativa nas atividades rurais do grupo familiar.;

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3.2.  DEPENDENTES

Dependentes são aqueles que não contribuem com a previdência social, mas recebem o
benefício previdenciário, por serem dependentes do segurado.
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Os benefícios pagos aos dependentes são pensão por morte e auxílio reclusão.

Vejamos o que dispõe que o art. 16 da Lei 8.213/91:

Art. 16 da Lei 8.213/91 - São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na


condição de dependentes do segurado:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer


condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave;

II - os pais;

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;

§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito


às prestações os das classes seguintes.

§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do


segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no
Regulamento.

§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém


união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da
Constituição Federal.

§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das


demais deve ser comprovada.

§ 5º A prova de união estável e de dependência econômica exigem início de prova


material contemporânea dos fatos, não admitida a prova exclusivamente testemunhal,
exceto na ocorrência de motivo de força maior e ou caso fortuito, conforme disposto no
Regulamento.

Os dependentes são divididos em três classes, sendo muito importante lembrar que cada classe
irá excluir as classes seguintes. Desse modo, os que se encaixam na primeira classe excluem-se da
segunda classe, e assim por diante.

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PRIMEIRA CLASSE Cônjuge, a companheira ou companheiro e filho emancipado,


esse menor de 21 anos na condição de inválido ou com deficiência
grave.
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Observação1: Todos os filhos, de qualquer condição, antes dos


21 anos são considerados dependentes. Após os 21 anos, apenas
os filhos com deficiência são considerados dependentes.

Observação2: o enteado e menor tutelado são considerados


dependentes, como filhos, se comprovarem a dependência
econômica.

Observação3: A mulher que renunciou aos alimentos na


separação judicial tem direito à pensão previdenciária por
morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica
superveniente (Súmula 336 do STJ)

SEGUNDA CLASSE Pais

Observação: Os pais devem comprovar a dependência


econômica.

TERCEIRA CLASSE Irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21


(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave.

Na terceira classe também deve ser comprovada a dependência


econômica.

Importante destacar que a existência de uma classe exclui a outra e a concorrência dentro da
mesma classe se dá em condição de igualdade.

Imaginemos um sujeito que falece, deixando esposa, um filho, um irmão de 17


anos e os pais. Nesse caso, o segurado tem dependentes da primeira (esposa
e filho), da segunda (pais) e da terceira classe (irmão). Se uma classe exclui a
outra, a existência de dependentes na primeira classe exclui os dependentes das
demais classes. Além disso, dentro da primeira classe, ambos terão direito em
igualdade ao benefício.

Até a Reforma da Previdência Social, havia o direito de acrescer, ou seja, se extinguisse uma
cota dentro da classe, o valor voltava à classe e era divido entre os demais segurados.

A título de exemplo, se houvesse uma pensão de R$ 3.000,00 dividida por três dependentes
da primeira classe, e um dos beneficiados perdesse o direito (filho que completou 21 anos, por
exemplo), o valor voltava e era dividido entre os demais da mesma classe.

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Ocorre, entretanto, que a Reforma da Previdência Social (Emenda Constitucional de nº 103 de


2019) acabou com o direito de acrescer, vejamos:

Art. 23. A pensão por morte concedida a dependente de segurado do Regime Geral de
Previdência Social ou de servidor público federal será equivalente a uma cota familiar
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de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou


servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente
na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente,
até o máximo de 100% (cem por cento).

§ 1º As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão
reversíveis aos demais dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento)
da pensão por morte quando o número de dependentes remanescente for igual ou
superior a 5 (cinco).

Importante registrar que o cálculo da pensão por morte também foi alterado substancialmente,
já que, com a Reforma da Previdência Social, o valor da pensão por morte passou a ser “cotizado”.
Passou-se a ter uma cota familiar de 50% + 10% para cada dependente, chegando no máximo a
100%.

Desse modo, se o falecido tiver seis dependentes, o valor da pensão por morte será de 100%
da aposentadoria (50% + 6 cotas de 10%, atingindo o máximo de 100%), mas se a cota de um deles
for encerrada, continuará com o valor de 100% (50% + 5 cotas de 10%, totalizando ainda 100%). A
partir do momento em que as cotas forem sendo encerradas, o valor vai sendo excluído da relação
previdenciária, ou seja, se houver mais uma cota encerrada, o valor passa a ser 90% (50% + 4 cotas
de 10%), não havendo mais o direito de acrescer.

De acordo com a Súmula 340 do STJ, a lei aplicável à concessão de pensão


previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado.

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4.  REGRAS GERAIS DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS


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4.1.  MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO

Entende-se por qualidade de segurado a condição atribuída a todo cidadão filiado ao INSS que
possua uma inscrição e faça pagamentos mensais a título de Previdência Social, ou seja, todos
os filiados ao INSS (empregado, trabalhador avulso, empregado doméstico, contribuinte individual,
segurado especial e facultativo) enquanto estiverem efetuando recolhimentos mensais a título de
previdência, automaticamente estarão mantendo esta qualidade, ou seja, continuam na condição
de “segurado” do INSS.

No entanto, a legislação permite que, mesmo em algumas situações sem recolhimento, esses
filiados ainda irão manter a qualidade de segurado, o que é denominado de “período de graça”,
vejamos:

1. Sem limite de prazo enquanto o cidadão estiver recebendo benefício previdenciário, exceto
auxílio acidente (Lei n. 13.846/2019);

João se aposentou por tempo de contribuição em fevereiro de 2002 e nunca


mais trabalhou, ou seja, não contribui para o INSS depois da aposentadoria. Em
fevereiro de 2022, João faleceu. Nesse caso, na data do óbito, João tem qualidade
de segurado, porque estava no período de graça. Mesmo sem pagar INSS por mais
de 20 anos, João mante a qualidade de segurado, o que significa, por exemplo,
que ele pode gerar benefício de pensão por morte.

Por que a Lei n. 13.846/2019 tirou o auxílio-acidente? Porque o auxílio-acidente


é um benefício de natureza indenizatória, em que se recebe como indenização
por uma sequela que o trabalhador tem e pode continuar trabalhando. O auxílio-
acidente pode ser inferior a um salário-mínimo porque não substitui o rendimento
do segurado. Justamente por esta razão, porque ele não impede nem o recolhimento
previdenciário nem o trabalho, que ele não mantém a qualidade de segurado

2. Até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer
atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou que estiver suspenso ou licenciado
sem remuneração (ou deixar de receber benefício por incapacidade);

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É a regra que se aplica ao segurado obrigatório que deixa de exercer atividade


remunerada abrangida pela Previdência Social ou que estiver suspenso ou licenciado
sem remuneração. Assim, se o segurado obrigatório deixar de contribuir com o INSS
por não mais exercer atividade remunerada, ele mantém por 12 meses a qualidade
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de segurado.

3. Até 12 (doze) meses após terminar a segregação, para os cidadãos acometidos de doença
de segregação compulsória;

Segregação compulsória é o caso daquela doença que determina que a pessoa seja
afastada do convívio social, como no caso da doença de parkinson, tuberculose
ativa, hanseníase (lepra), e neoplasia maligna (câncer). Se a pessoa é segregada,
ela mantem a qualidade de segurado pelo perídio de 1 após o final da segregação
(independentemente do prazo da duração da segregação).

4. Até 12 (doze) meses após a soltura do cidadão que havia sido detido ou preso;

O segurado que é preso, mantem a qualidade de segurado durante todo o período de


recolhimento e até 2 meses após o seu livramento.

5. Até 03 (três) meses após o licenciamento para o cidadão incorporado às forças armadas
para prestar serviço militar;

6. Até 06 (seis) meses do último recolhimento realizado para o INSS no caso dos cidadãos
que pagam na condição de “facultativo”

O segurado facultativo mantém a qualidade de segurado pelo prazo de 6 meses,


enquanto que o segurado obrigatório tem um prazo bem maior, de 12 meses.

Os prazos que foram listados acima começam a ser contados no mês seguinte à data do último
recolhimento efetuado ou do término do benefício conforme o caso.

Os prazos ainda poderão ser prorrogados conforme as seguintes situações específicas:

1. Mais 12 (doze) meses caso o cidadão citado no item 2 (12 meses após a cessação da
contribuição) tiver mais de 120 contribuições consecutivas ou intercaladas, mas sem a perda da
qualidade de segurado. Caso haja a perda da qualidade, o cidadão deverá novamente contar com
120 contribuições para ter direito a esta prorrogação;

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João tem mais de 10 anos de contribuição ininterrupta ao INSS e nunca


perdeu a qualidade de segurado. Sendo assim, se deixar de exercer atividade
remunerada abrangida pela Previdência Social ou ficar suspenso ou licenciado
sem remuneração, vai manter a qualidade de segurado por 24 meses (12 + 12, já
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que tinha mais de 120 contribuições).

2. Mais 12 (doze) meses caso tenha registro no Sistema Nacional de Emprego – SINE ou
tenha recebido seguro-desemprego, ambos dentro do período que mantenha a sua qualidade de
segurado;

A situação deve ser comprovada por registro no órgão próprio do Ministério do


trabalho e Emprego, estando inscrito no SINE (Serviço Nacional de Empregos do
Ministério do Trabalho e emprego);

João, empregado da empresa XYZ, contribuiu como segurado empregado por 15


anos ininterruptos com o INSS, mas deixou de contribuir em maio de 2019. Nesse
caso, João já teria o direito de manter a qualidade de segurado por 12 meses,
mas como ele tinha mais de 120 contribuições, terá direito a mais 12 meses,
ou seja, manterá a qualidade de segurado até maio de 2021 (24 meses). Além
disso, se ficou desempregado (inscrito no programa do governo para concorrer
a vagas, campanhas de vagas do governo, envio de currículos, recebimento de
seguro desemprego), terá direito de manter a qualidade de segurado por mais
12 meses, ou seja, até maio de 2022, totalizando, portanto, 36 meses de período
de graça. Além disso, o período de graça será encerrado quando vencer o prazo
de recolhimento relativo ao mês imediatamente posterior ao final dos prazos
fixados. Assim, no nosso exemplo, o mês posterior é junho de 2022 (mês de
referência para pagamento). Quando vence o prazo para fazer o recolhimento
referente ao mês de junho? Vence no dia 15/07/2022. Significa, então, que a
perda da qualidade de segurado só vai ocorrer a partir de 16/07/2022.

4.2.  PERÍODO DE CARÊNCIA

De acordo com o art. 24 da Lei 8213/91, considera-se período de carência o número mínimo de
contribuições indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do
transcurso do primeiro dia dos meses de sua competência.

Vejamos, de acordo com o art. 25 da Lei n. 8.213/91, os períodos de carência mais importantes:

I - auxílio doença e aposentadoria por invalidez comum – 12 contribuições mensais;

II – aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial – 180 contribuições;

III – salário maternidade para as seguradas individuais, seguradas especiais e seguradas


facultativas: 10 contribuições mensais.
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Se for segurada especial, deve comprovar 10 meses contínuos antes do parto, antes
do fato gerador, de exercício de atividade especial, exposta a agentes nocivos. Caso
haja parto antecipado, a carência vai ser reduzida na medida da antecipação. São
fatos geradores do salário maternidade: o parto, a adoção, a guarda para fins de
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adoção, mulher que falece no parto e o aborto não criminoso (também pode abarcar
os homens).

IV – auxílio reclusão: 24 (vinte e quatro) contribuições mensais

o auxílio-reclusão era isento de carência. Porém, com a minirreforma da Previdência


Social, passou a ser exigido um número mínimo de contribuições de 24 meses.

O artigo 26 da Lei n. 8.213/91, por sua vez, prevê quais benefícios NÃO DEPENDEM de carência:

I – pensão por morte, salário família e auxílio-acidente (redação da Lei 13.846/19)

Esses benefícios não exigem carência, mas exigem qualidade de segurado.

II – auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou


causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se
ao RGPS, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos
Ministérios da Saúde e da Previdência Social a cada 3 anos, de acordo com os critérios de estigma,
deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que
mereçam tratamento particularizado (redação da Lei 13.135/2015);

Acidente de qualquer natureza engloba o acidente de trabalho, as doenças


profissionais, doenças do trabalho, concausas e equiparações previstas na Lei n.
8.213/91. As doenças graves deveriam ser catalogadas em uma lista específica do
Ministérios da Saúde e da Previdência Social a cada 3 anos, mas na prática a lei
remete ao art. 151, que tem uma relação das doenças que vão afastar a exigência do
requisito carência para fins de obtenção do benefício. Vejamos:

Art. 151 da Lei 8.213/91 -. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionada
no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão de auxílio-doença e de
aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido
das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose
múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível
e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte
deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida (aids) ou contaminação
por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.

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IV – serviço social;

V – reabilitação profissional;
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Esses benefícios não exigem carência, mas exigem qualidade de segurado.

VI – salário maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e segurada


doméstica;

Para as seguradas individuais, seguradas especiais e seguradas facultativas há


necessidade de carência de 10 contribuições mensais.

4.3.  CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

Para entendermos como é o cálculo dos benefícios previdenciários, primeiro precisamos saber
a diferença entre salário de contribuição, salário-de-benefício e período básico de cálculo.

Salário de contribuição: é a base de incidência da contribuição previdenciária.

Salário-de-benefício: é a base de cálculo da renda mensal inicial da maioria dos benefícios.

Período básico de cálculo (PBC) - definição de quais são os salários de contribuição que vão
interferir no cálculo do salário de benefício.

Após a definição do PBC, aplica-se ainda um coeficiente que incidirá sobre o salário de benefício,
definindo-se, então, o valor do benefício, que será a renda mensal do benefício.

A renda mensal do benefício, portanto, é o resultado do coeficiente específico x


salário de benefício. Após definida a renda mensal inicial, o benefício será pago
mensalmente ao segurado, devendo incidir a correção anual na mesma data-base
do salário-mínimo, com base no INPC.

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5.  ACIDENTE DE TRABALHO


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De acordo com os artigos 19 a 21 da Lei dos Planos de Benefício da Previdência Social (Lei n.
8.213/91), podemos considerar a palavra “acidente de trabalho” gênero, que possui três espécies,
a saber: a) Acidente Típico, b) Doença Profissional e c) Doença do Trabalho.

5.1.  Acidente Típico

De acordo com o art. 19 da Lei n. 8.213/91, acidente típico é o que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço do empregador, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Podem sofrer acidente de trabalho típico o segurado empregado, empregado


doméstico e o segurado especial, ou seja, o trabalhador rural que trabalha em
regime de subsistência.

Trata-se do acidente que acontece diretamente no próprio ambiente de trabalho e é decorrência


imediata da atividade do empregado, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Importante destacar, ainda o art. 21 da Lei n. 8.213/91 elenca algumas situações que são
equiparadas a acidente de trabalho, vejamos:

Art. 21 da Lei n. 8.213/91 - Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos


desta Lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência


de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de


trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao


trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de


trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

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e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força


maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua


atividade;
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IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou


proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer


que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de


outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,


resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior.

Entre as modalidades equiparadas a acidente típico de trabalho, muito importante lembrar


do acidente de trajeto (também conhecido como de percurso ou in itinere), da alínea “d” do inciso
IV, justamente aquele ocorrido no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para
aquela, independentemente do meio de locomoção.

Para a caracterização do acidente de trajeto, a doutrina e a jurisprudência exigem dois requisitos:


a) nexo topográfico (relação razoável entre o caminho feito pelo empregado e os possíveis caminhos
do local de trabalho até a sua residência) e b) nexo cronológico (coerência do tempo gasto pelo
empregado e o tempo necessário para o trajeto).

Pequenos desvios topográficos ou cronológicos, como no caso no empregado que


desvia rapidamente o trajeto para comprar pães na padaria não descaracterizam o
acidente de trajeto.

5.2.  DOENÇA PROFISSIONAL

A doença profissional não é um evento único, um acidente, mas um sim um agravamento da


saúde do trabalhador decorrente direta ou indiretamente do exercício da sua atividade, causando-
lhe incapacidade para continuar no seu trabalho.

A doença profissional é também denominada de TECNOPATIA e tem seu conceito extraído do


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art. 20, I, da Lei 8.213/91, que dispõe:

Art. 20 da Lei 8.213/91 - Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo


anterior, as seguintes entidades mórbidas:
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I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do


trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

(...)

João trabalha diariamente na desossa de frango, em um frigorífico, o que


acabou lhe causando Lesão por Esforço Repetitivo (LER) nos seus ombros e o
impossibilitou de continuar trabalhando na mesma atividade.

5.3.  Doença do Trabalho

A doença do trabalho, ou mesopatia, não está relacionada diretamente com a profissão em si,
mas sim com as condições especiais em que o trabalho é realizado, conforme previsto no inciso II
do art. 20, in verbis:

Art. 20 da Lei 8.213/91 - Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo


anterior, as seguintes entidades mórbidas:

(...)

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.

(...)

João trabalha na desossa de frango, em um frigorífico. Em razão do ambiente frio,


João desenvolveu uma pneumonia, que é considerada uma doença do trabalho.

5.4.  Doenças que não são acidente de trabalho

De acordo com o §1º do art. 20 da Lei nº 8.213/391, não são consideradas acidente de trabalho:

a) doenças degenerativas,

b) a inerente a grupo etário,

c) a que não produza incapacidade laborativa

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Para a caracterização do acidente/doença de trabalho, o acidente deve ter


gerado repercussão na capacidade trabalho. Portanto, se a doença não produziu
incapacidade, ela não vai ser considerada um evento de acidente de trabalho.
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d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva,
salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza
do trabalho.

Doença endêmica é uma doença típica de determinada região do país (malária,


febre amarela, esquistossomose, etc). Se determinada pessoa mora em uma região
com doença endêmica e adquire essa doença, como regra geral, a doença não é
considerada acidente de trabalho.

5.5.  Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP)

De acordo com o art. 21-A da Lei 8.213/91, a perícia médica do INSS considerará caracterizada a
natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico
entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade
mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças – CID, em
conformidade com o que dispuser o regulamento.

O Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), portanto, é uma ferramenta usada


pela perícia médica do INSS, que realiza um cruzamento automático entre os códigos da CID 10
(Classificação Internacional de Doenças) e da CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica),
para identificar quais doenças ou acidentes estão relacionadas estatisticamente com determinada
atividade empresarial, gerando-se uma presunção de que determinada doença ocorreu em razão
da atividade do empregador e, portento, caracteriza acidente de trabalho.

Se a perícia do INSS concluir pelo NTEP, a empresa poderá requerer a sua não aplicação,
comprovando que, no caso específico, a doença do trabalhador não ocorreu em razão da atividade
empresarial. Da decisão do INSS que julgar a impugnação da empresa, caberá recurso com efeito
suspensivo ao Conselho de Recursos da Previdência Social (§ 2º do artigo 21-A da Lei 8.213/91)

5.6.  Benefícios do INSS relacionados ao acidente ou doença

5.6.1. Auxílio-Doença (Auxílio por incapacidade temporária)

O auxílio doença, que passou a ser chamado de auxílio por incapacidade temporária, pode
ter natureza previdenciária comum (B31), ou seja, é concedido ao trabalhador que se afasta da
empresa por motivo de saúde não ligado à sua atividade laboral, ou pode ter natureza acidentária
(B91), ou seja, concedido ao trabalhador que sofra um acidente ou tenha sido acometido de uma
doença considerada como ocupacional.

No caso do benefício comum (B31), exige-se carência de 12 contribuições mensais. Por outro
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lado, no caso do benefício de natureza acidentária (B91), não se exige carência.

Além disso, apenas o benefício de natureza acidentária é que garante o empregado o direito à
estabilidade provisória de emprego, conforme estudado na apostila de direito do trabalho.
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O trabalhador que sofrer acidente de trabalho ou contrair alguma doença do trabalho e tiver
que se afastar de suas atividades terá a seguinte situação: a) nos primeiros 15 dias do afastamento,
quem paga sua remuneração é o empregador (interrupção do contrato de trabalho), b) a partir
do 16º dia, o pagamento será feito pelo INSS, mediante auxílio-doença, que será concedido após
avaliação médica que comprove a persistência da impossibilidade de trabalho.

Sobre o auxílio por incapacidade temporária, importante ainda conhecer o art. 59 da Lei nº
8.213/91, que dispõe:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o
caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou
para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

§ 1º Não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de


Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para
o benefício, exceto quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou
agravamento da doença ou da lesão.

§ 2º Não será devido o auxílio-doença para o segurado recluso em regime fechado.

§ 3º O segurado em gozo de auxílio-doença na data do recolhimento à prisão terá o


benefício suspenso.

§ 4º A suspensão prevista no § 3º deste artigo será de até 60 (sessenta) dias, contados


da data do recolhimento à prisão, cessado o benefício após o referido prazo.

§ 5º Na hipótese de o segurado ser colocado em liberdade antes do prazo previsto no §


4º deste artigo, o benefício será restabelecido a partir da data da soltura.

§ 6º Em caso de prisão declarada ilegal, o segurado terá direito à percepção do benefício


por todo o período devido.

§ 7º O disposto nos §§ 2º, 3º, 4º, 5º e 6º deste artigo aplica-se somente aos benefícios
dos segurados que forem recolhidos à prisão a partir da data de publicação desta Lei.

§ 8º O segurado recluso em cumprimento de pena em regime aberto ou semiaberto terá


direito ao auxílio-doença.

Por fim, é importante destacar que a base de cálculo do auxílio-doença será 91% do salário de
benefício e o empregado deverá recebe-lo até que esteja plenamente capaz para retornar às suas
funções.

5.6.2. Auxílio-Acidente

Caso o trabalhador que sofreu o acidente de trabalho tenha ficado com alguma sequela
permanente, que não impossibilita mas dificulta sua atividade, terá direito a receber auxílio-
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acidente, no valor de 50% do salário de benefício.

Trata-se, portanto,
sofreu de benefício
dede caráter em
indenizatório, queem
pode sermáquina
recebidoda
inclusive quando
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João acidente trabalho 25/03/2022 uma empresa,


o empregado está trabalhando e recebendo o seu salário normalmente pela empresa.
tendo sido amputado um de seus dedos. Nos primeiros 15 dias de afastamento,
a empresa paga o salário de João e, a partir do 16º dia em diante, João receberá
auxílio incapacidade temporária (B-91) do INSS. Após o término do auxílio
incapacidade temporária, João voltará a trabalhar na empresa e poderá receber
o auxílio-acidente, em razão da sequela decorrente do acidente de trabalho.

5.6.3. Aposentadoria por Invalidez

Se o trabalhador, em razão do acidente de trabalho ou da doença, ficar impossibilitado de voltar


a trabalhar, irá ter direito à aposentadoria por invalidez, agora chamada de aposentadoria por
incapacidade permanente, conforme será estudado no próximo capítulo.

Art. 201 da CF/88

(...)

§ 7º - É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da


lei, obedecidas as seguintes condições:

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade,


se mulher, observado tempo mínimo de contribuição;

II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se


mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime
de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador
artesanal.

§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos,


para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar.

Desse modo, os requisitos mínimos para a aposentadoria programada são, cumulativamente, a


idade e o tempo mínimo de contribuição nos seguintes termos:

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6.  APOSENTADORIA
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6.1.  Aposentadoria Programada

Após a reforma da Previdência Social (EC 103/2019) houve a unificação das aposentadorias por
idade e por tempo de contribuição, criando-se uma nova modalidade de aposentadoria, que passou
a ser conhecida como aposentadoria programada.

A aposentadoria programada, portanto, é uma nova modalidade de aposentadoria,


inserida com a Reforma da Previdência, que reúne as características da aposentadoria
por idade e também da aposentadoria por tempo de contribuição.

Os requisitos da aposentadoria programada estão previstos nos §§s 7º e 8º do art. 201 da


CF/88, que dispõe:

HOMEM MULHER

Regra Geral: 65 anos de idade + 20 anos de Regra geral: 62 anos de idade + 15 anos de
contribuição contribuição

Trabalhadores Rurais e regime de economia Trabalhadoras Rurais e regime de


familiar (produtor rural, garimpeiro e pescador economia familiar (produtor rural, garimpeiro
artesanal): 60 anos de idade e pescador artesanal): 60 anos de idade: 55
anos de idade

Professor: 60 anos de idade + 25 (vinte e cinco)


anos de magistério, na educação infantil, ensino Professora: 57 anos de idade + 25 (vinte
médio ou fundamental e cinco) anos de magistério, na educação
infantil, ensino médio ou fundamental

Atenção: Os professores universitários ou de


cursos preparatórios não se submetem à norma
diferenciada.

Importante destacar que, em razão das alterações promovidas pela reforma da previdência,
estabeleceu-se um conjunto de regras de transição do regime de aposentadoria anterior para o
regime atual.

No entanto, entendemos que o custo/benefício de memorização de todas essas regras não


vale a pena na preparação para a prova da OAB.

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6.2.  Aposentadoria da pessoa com deficiência

O § 1º do art. 201 da CF/88 estabelece que é vedada a adoção de requisitos ou critérios


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diferenciados para concessão de benefícios, salvo, nos termos de lei complementar, a possibilidade
de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de
aposentadoria para pessoas com deficiência e de aposentadoria especial (a aposentadoria especial
vamos analisar no próximo item)

Portanto, em razão da dificuldade de inserção no mercado de trabalho, a própria norma


constitucional estabelece a possibilidade de critérios diferenciados, desde que por meio de lei
complementar, para as pessoas com deficiência.

Coube à Lei Complementar 142/13 regular a aposentadoria da pessoa com deficiência,


estabelecendo, em seu art. 2º que, para o reconhecimento do direito à aposentadoria, considera-se
pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Um dos critérios para concessão da aposentadoria para pessoa com deficiência é exclusivamente
o tempo de contribuição, que varia de acordo com o grau de deficiência, conforme sintetizamos no
quadro abaixo:

GRAU DE DEFICIÊNCIA TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Deficiência Grave Homem - 25 anos / Mulher - 20

Deficiência Moderada Homem - 29 anos / Mulher - 24

Deficiência leve Homem - 33 anos / Mulher - 28

Além disso, mesmo não cumprindo os requisitos acima, a pessoa com deficiência poderá se
aposentar por idade, 60 anos homem ou 55 anos mulher, desde que tenha contribuído ao menos
15 anos com a previdência social (180 contribuições) na condição de pessoa com deficiência.

No que diz respeito à renda mensal do benefício, ela varia de acordo com o tipo de aposentadoria.

Tratando-se de aposentadoria por tempo de contribuição, a renda mensal é de 100% do salário


de benefício.

Já para a aposentadoria por idade, a renda mensal do benefício equivale à seguinte fórmula:
70% do salário de benefício + 1% a cada 12 meses de contribuição, limitando-se a 30%.

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6.3.  Aposentadoria especial

Conforme visto acima, a Constituição Federal de 1988 estabelece que é vedada a adoção
de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, salvo, nos termos de lei
complementar, para a concessão de aposentadoria para pessoas com deficiência e de aposentadoria
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especial.

Tem direito à aposentadoria especial os trabalhadores que desenvolveram o trabalho em


situações que podem trazer danos à saúde, como contato permanente com materiais ionizantes,
substâncias radioativas, materiais inflamáveis, ruídos contínuos ou intermitentes e exposição
constante ao calor, frio, umidade e vibrações.

Abaixo sintetizamos os requisitos para concessão da aposentadoria especial, com base na


reforma da Previdência Social.

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO IDADE

Baixo risco 25 anos 60 anos

Médio risco 20 anos 58 anos

Alto risco 15 anos 55 anos

É importante consignar que, para contar como tempo de contribuição para fins de aposentadoria
especial, a exposição ao agente nocivo deve ser permanente, nos termos do artigo 65 do Decreto
nº 3.048/99.

Art. 65 do Decreto nº 3.048/99 - Considera-se tempo de trabalho permanente aquele


que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição
do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja
indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço.

Ainda em relação à aposentadoria especial, é relevante destacar a importância do Perfil


Profissiográfico Previdenciário (PPP), que é um documento elaborado pela empresa, que reúne,
entre outras informações, dados administrativos, registros das condições de trabalho e resultados
de monitoração dos riscos da atividade desenvolvida pelo empregado, fornecendo, portanto,
informações para o trabalhador quanto às condições ambientais de trabalho, principalmente no
requerimento de aposentadoria especial.

6.4.  Aposentadoria por incapacidade permanente

A aposentadoria por incapacidade permanente, antes conhecida como aposentadoria por


invalidez, possui previsão nos arts. 42 e 47 da Lei n° 8.213/91 e nos arts. 43 e 50 do Decreto
n°3.048/99, sendo devida ao segurado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, devendo ser paga ao segurado enquanto permanecer
essa condição.
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A concessão da aposentadoria por incapacidade permanente depende dos seguintes requisitos:


a) incapacidade total e definitiva par ao trabalho e b) carência de 12 contribuições mensais.

A incapacidade total e permanente está associada à impossibilidade de reabilitação


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e de exercer qualquer atividade que garanta a subsistência do segurado. No entanto,


a jurisprudência vem flexibilizando a palavra “total”, para analisar o contexto
socioeconômico do segurado (escolaridade, idade, profissão, etc), já que muitas vezes
a incapacidade até permite o exercício de algumas atividades, mas o segurado não
tem condição de exercê-las. Nesses casos, permite-se concessão da aposentadoria
por incapacidade permanente ainda que a incapacidade para o trabalho seja parcial
e permanente.

Como visto, como regra geral, para a concessão da aposentadoria por invalidez exige-se carência
de 12 contribuições mensais, no entanto, essa carência será dispensada, nos termos dos artigos
26 e 151 da Lei n° 8.213/91, quando a incapacidade decorrer de acidente de qualquer natureza,
mesmo sem ter nenhuma relação com o seu trabalho ou doença profissional, ou se o segurado
for acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental; esclerose
múltipla; hepatopatia grave; neoplasia maligna; cegueira; paralisia irreversível e incapacitante;
cardiopatia grave; doença de parkinson; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; estado
avançado da doença paget (osteíte deformante); síndrome da deficiência imunológica adquirida
(aids); contaminação por radiação; esclerose múltipla.

É a perícia médica do INSS que vai definir se o segurado de fato está incapacitado para o
trabalho. Além disso, de acordo com o § 4º do art. 43 da Lei nº 8.213/91, o segurado aposentado
por incapacidade poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que
ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, submetendo-se, se necessário, a exame médico
a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional e tratamento dispensado
gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

Nesse mesmo sentido, o artigo 46 do Decreto 3.048/99 dispõe que o aposentado por invalidez
fica obrigado, sob pena de sustação do pagamento do benefício, a submeter-se a exames médico-
periciais a cada dois anos, exceto os segurados aposentados em razão do HIV ou os maiores de
60 anos de idade.

A aposentadoria por incapacidade permanente previdenciária terá a renda mensal inicial


correspondente a 60% do salário-de-benefício, acrescida de 2% para cada ano de contribuição que
exceder a um limite de 15 anos de contribuição para as mulheres e 20 anos para os homens.

Além disso, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.213/91, o valor da aposentadoria por invalidez do
segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte
e cinco por cento).

Nesse caso, o acréscimo: a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite
máximo legal; b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado; c) cessará
com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão.

É importante destacar, ainda, que a aposentadoria por incapacidade cessará: a) com a morte
do segurado, gerando pensão por morte se o segurado tiver dependentes que preencham os
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requisitos do art. 16 da Lei n. 8.213/91; b) pelo retorno voluntário ao trabalho e c) com a recuperação
da capacidade, observados os seguintes critérios: no seu valor integral durante 6 meses; com
redução de 50% nos próximos 6 meses; com redução de 75% por mais 6 meses, após o qual
cessará definitivamente.
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Conforme previsto no art. 475 da CLT, o empregado que for aposentado por invalidez
terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de
previdência social para a efetivação do benefício. Desse modo, a aposentadoria por
invalidez não caracteriza a extinção do contrato de trabalho, e sim a sua suspensão,
de modo que, havendo recuperação da capacidade laborativa, e cessação da
aposentadoria, o empregado deve reassumir seu posto de trabalho.

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7.  BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS PARA SEGURADOS OU DEPENDENTES


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7.1.  Salário Maternidade

Trata-se de benefício previdenciário devido a todos os segurados do Regime Geral de Previdência


Social, em caso de parto, adoção, guarda para fins de adoção e o aborto não criminoso.

O salário maternidade não é um benefício exclusivo da mulher segurada da Previdência Social,


sendo que o homem, em algumas situações, também poderá receber, como no caso de adoção
feita por dois homens em união homoafetiva, hipótese em que um deles terá direito à percepção
do benefício.

O tempo de duração do benefício dependerá do fato gerador, sendo que a sua percepção está
condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade desempenhada, conforme
sintetizado na tabela abaixo:

Surge então a possibilidade legal da impugnação a esse registro de candidatura por causa de
inelegibilidade, por parte dos partidos concorrentes, candidatos concorrentes ou até o MP eleitoral.
Essa impugnação é feita pela Ação de impugnação de registro de candidatura (AIRC), no prazo de 5
(cinco) dias contados da publicação pela Justiça Eleitoral da lista dos que requereram o registro
de candidatura.

FATO GERADOR TEMPO DE DURAÇÃO DO SALÁRIO


MATERNIDADE

Parto 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e
oito) dias antes do parto. Entretanto, não se trata de regra rígida,
já que, na prática, muitas mulheres optam por gozar os 120 dias
de licença após o parto.

Adoção e guarda judicial 120 dias


para fins de adoção

Obs: Quando houver adoção ou guarda judicial de mais de uma


criança ao mesmo tempo, é devido um salário-maternidade.

Aborto não criminoso Duas Semanas

Feto natimorto 120 dias

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Importante destacar que, nos termos do art. 71-B da Lei nº 8.213/91, no caso de falecimento
da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento do salário-maternidade, o benefício será
pago, por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro
sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu
abandono, observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade.
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O valor do benefício varia de acordo com o tipo de segurado, conforme explicamos na tabela
abaixo:

SEGURADO VALOR DO BENEFÍCIO CARÊNCIA

Empregados - Exatamente o mesmo da sua remuneração Isento de carência


incluindo dos avulsos integral.

Empregado Doméstico Valor do seu último salário de contribuição. Isento de carência

Segurado Especial 1/12 do valor sobre o qual incidiu sua 10 meses de


última contribuição anual, garantindo, ao contribuições
menos, 1 salário mínimo mensal.

Demais segurados É preciso somar os 12 últimos salários de 10 meses de


(contribuinte individual, contribuição (dentro de um período máximo contribuições
MEI, facultativo e de 15 meses). Desta soma, deve-se dividir o
desempregado) valor total por 12, sendo o resultado o valor
Salário-Maternidade.

De acordo com o §1º do art. 72 da Lei nº 8.213/91, como regra geral, cabe à empresa pagar o
salário-maternidade devido à respectiva empregada gestante, efetivando-se a compensação com
o INSS, quando do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais
rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço.

Entretanto, no caso do salário-maternidade devido à trabalhadora avulsa e à empregada do


microempreendedor individual, o benefício será pago diretamente pela Previdência Social (§3º do
art. 72 da Lei nº 8.213/91)

7.2.  Salário - Família

O salário família, previsto nos artigos 65 a 70 da Lei nº 8213/91, é um benefício concedido


apenas aos segurados empregados, domésticos e avulsos de baixa renda que possuam filhos de
até 14 anos, ou filhos com algum tipo de deficiência.

As cotas do salário-família serão pagas pela empresa ou pelo empregador doméstico,


mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a compensação quando do recolhimento das
contribuições, conforme dispuser o Regulamento.

Os valores recebidos a título de salário-família não são incorporados para


nenhuma finalidade, nem contributiva, nem de salário de benefício, nem para
quaisquer fins trabalhistas
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7.3.  Auxílio Reclusão

O auxílio reclusão é o benefício previdenciário devido aos dependentes de segurado recolhido


à prisão em regime fechado, respeitado o tempo mínimo de carência (24 meses a partir da Lei nº
13.846/19), desde que o segurado não esteja recebendo remuneração da empresa nem estiver
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em gozo de auxílio-doença, de pensão por morte, de salário-maternidade, de aposentadoria ou de


abono de permanência em serviço.

Com a Emenda Constitucional 20/1998, o auxílio-reclusão passou a ser devido apenas ao


segurado preso enquadrado como de baixa renda.

7.4.  Pensão por morte

A Pensão Por Morte é um benefício previdenciário pago mensalmente aos dependentes do


falecido, seja ele aposentado ou não na hora do óbito.

Não se exige período de carência para a concessão do benefício, desde que a pessoa que veio
a falecer esteja na qualidade de segurado no momento do óbito.

Os valores recebidos a título de salário-família não são incorporados para


nenhuma finalidade, nem contributiva, nem de salário de benefício, nem para
quaisquer fins trabalhistas

A pensão por morte é paga aos dependentes do segurado falecido, observando-se a divisão em
três classes de dependentes, conforme quadro abaixo:

CLASSE 1 Cônjuge;

Companheiro (referente à união estável);

Filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou filho


(qualquer idade) que seja inválido ou que tenha deficiência intelectual ou
mental ou deficiência grave.

A necessidade econômica desses dependentes é presumida, ou seja, não é


preciso comprovar a dependência para o INSS.

CLASSE 2 Pais do falecido. Nesse caso, é preciso comprovar a dependência econômica


com o segurado.

CLASSE 3 Irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou irmão


inválido ou com deficiência intelectual, mental ou deficiência grave de qualquer
idade.

Também é preciso comprovar a dependência econômica

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Os dependentes da mesma classe concorrem em igualdade de condições, ou seja, o valor


será divido em partes iguais. Entretanto, caso o beneficiário morra ou deixe de preencher os
requisitos legais para receber o benefício, sua cota parte não pode ser transferida para os demais
beneficiários.
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Além disso, a existência de dependentes de qualquer das classes exclui do direito da pensão
por morte dos da classe seguinte. Desse modo, se o falecido deixar qualquer dependente na classe
1, as classes 2 e 3 já serão automaticamente excluídas.

Importante destacar que a lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é
aquela vigente na data do óbito do segurado (Súmula 340 do STJ). Além disso, a mulher que
renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do
ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente (Súmula 336 do STJ).

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BIBLIOGRAFIA
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• BALERA, Wagner. Sistema de Seguridade Social. 5. ed. São Paulo: LTr, 2009.

• IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. 16.ed. Rio de Janeiro:


Impetus, 2011.

• MARTINEZ, Wladimir Novaes. Curso de direito previdenciário. 3.ed. São Paulo : LTr,
2010. 1488

• MARTINS, Sérgio Pinto. Reforma previdenciária. 2. ed. São Paulo : Atlas, 2006. 184
p. : il. Resumo: Estudo comparado sobre o tratamento dado à previdência privada no
Direito do Chile, Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Brasil.

• REIS, Adacir (Coord.). Fundos de pensão em debate. Brasília: Brasília Jurídica:


Instituto San Tiago Dantas de Estudos Jurídicos e Econômicos, 2002.

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