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Apostila de Psicanálise Infãntil 12
Apostila de Psicanálise Infãntil 12
INTEGRATIVA
Módulo 12- Psicanálise Infantil- Melanie Klein- Anna
Freud
Módulo 12- Psicanálise Infantil- Melanie Klein- Anna Freud
Anna Freud
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Módulo 12- Psicanálise Infantil- Melanie Klein- Anna Freud
Uma vez que é senso comum que uma criança ainda não tem muitas
responsabilidades além de ir para escola, muitos problemas na infância são
negligenciados, sendo um erro muito comum cometido por uma construção social
rasa. Nesse contexto, a psicanálise infantil vem para quebrar essa crença, que tem
sido bastante prejudicial para o desenvolvimento das crianças.
É necessário entender que crianças têm problemas sim. Dessa forma, é também
papel da psicanálise infantil os identificar a fim de que a criança se abra com
relação aos seus medos, sentimentos, e problemas familiares principalmente.
A infância é a fase da vida em que vivenciamos experiências que nos marcam para
sempre e formam muito da base da nossa personalidade. Assim, por esta razão,
precisa de especial atenção.
Anna Freud, por ter vivido praticamente durante todo o século XX, pôde observar a
transformação do mundo neste século. Ela também acompanhou as grandes
mudanças da sociedade, e isso se refletiu em sua obra. Ademais, Anna Freud
nasceu em 03 de dezembro de 1895 na cidade de Viena na Áustria-Hungria. Ela
era a caçula de 6 filhos de Martha Bernays e Sigmund Freud, quando Freud fez
sua descoberta sobre o inconsciente e sobre o significado dos sonhos.
Anna Freud terminou sua formação básica para pedagogia em 1912 em sua
cidade natal. Quando a guerra começou, em 1914, ela estava em Londres
aperfeiçoando seu inglês. Estar na Inglaterra nesse momento era ser uma
estrangeira inimiga. Você consegue imaginar estar nessa situação com apenas 19
anos? Dessa forma, fica evidente o quanto desde muito nova a jovem escolheu ser
forte diante de situações desfavoráveis.
Ainda em 1914 Anna Freud começou a trabalhar como educadora infantil. Ela
exerceu essa profissão até 1920.
Dada a proximidade de Anna Freud e seu pai Sigmund Freud, ela já estava íntima
da corrente psicanalítica. Essa aproximação resultou na entrada dela na área em
1920, ao assistir um Congresso Internacional sobre o tema. Seu ingresso se deu
na psicanálise infantil, o que se justifica com base em sua formação. Iremos
aprofundar sobre sua teoria e importância a seguir.
Apesar de sua paixão pelas crianças, Anna Freud nunca se casou para gerar
seus próprios filhos. Contudo, assumiu seu sonho da maternidade com a ajuda de
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Dorothy Burlingham. Como Dorothy tinha quatro filhos que apresentavam distúrbios
psíquicos, Anna os assumiu como seus.
Anna Freud iniciou sua análise com o próprio pai, aos 22 anos. Assim, ela era
movida pelo seu forte apego emocional ao pai, e por suas preocupações acerca de
sua sexualidade.
Nessa obra, Anna demonstra o seu estudo da forma como o ego procurava se
proteger das forças internas e externas. Por isso, ela dividiu essas forças em três
tipos. Primeiro, o poder dos instintos, segundo o poder punitivo do superego. E, em
terceiro, as ameaças causadas pelo ambiente externo. Ameaças, principalmente,
no caso da criança.
Todo o desenvolvimento da teoria foi baseado no fato de Anna Freud não acreditar
que a criança deve ser analisada. Como assim? Para ela, é preciso analisar o
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Ego
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necessária para lidar com os seus desafios externos. Além disso, ela inibe a
sua capacidade de valer-se de estratégias de sobrevivência adequadas.
6. Projeção. Quando sentimentos próprios indesejáveis são atribuídos a outras
pessoas.
Apesar de ter sido muito influenciada pelas teorias de seu pai, Anna Freud também
divergiu delas. Ademais, também ampliou as suas teorias, em alguns sentidos.
Anna ampliou o papel do ego, enfatizando o seu funcionamento independente do
Id.
Ademais, a psicologia do ego desenvolvida por Anna Freud teve uma grande
contribuição para a sociedade. Porque ela e outros psicanalistas da época,
conhecidos como neo- freudianos, empenharam-se em fazer da psicanálise parte
da psicologia científica. Essa psicologia se tornou a principal forma de psicanálise
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Embora não exista um requisito para o divã, a psicanálise infantil funciona como
uma análise de adultos. Isso na medida em que procura abordar não apenas
comportamentos problemáticos, mas também sua origem.
A frequência das sessões é de uma vez por semana com reuniões regulares com
os pais, assim como o tratamento em adultos e adolescentes, em muitos casos
promove um aprofundamento do relacionamento terapêutico. Assim, nesse
contexto, estimula-se a disposição da criança para expor vulnerabilidades,
preocupações e sentimentos indesejáveis.
No que diz respeito à psicanálise, as restrições para que uma criança participe de
uma sessão não estão necessariamente ligadas ao diagnóstico dela. Assim, nem
sempre as crianças analisadas já receberam algum diagnóstico. Contudo, as
crianças no espectro autista ou psicóticas geralmente podem ser beneficiadas pela
psicanálise infantil principalmente se já foram diagnosticadas por um psiquiatra.
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· Medo de envelhecer;
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· Obsessiva-compulsivo;
· o déficit de atenção;
· a ansiedade;
· identidade de gênero;
· e depressão infantil.
Melanie Klein
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Melanie Klein foi uma mulher que contribuiu com uma nova visão teórica dentro da
psicanálise. A importância de Klein dentro do campo psicanalítico é de grande valia
pois, até nos dias de hoje encontramos analistas que se titulam como Kleinianos.
Suas grandes obras eram com crianças. Mas, antes de falarmos mais
detalhadamente sobre sua contribuição na psicanálise, primeiro vamos conhecer
um pouco da vida extraordinária e marcante dessa mulher.
Melanie teve uma vida cercada de perdas e traumas, aos 5 anos de idade sua irmã
chamada Sidonie faleceu de tuberculose. Klein, possuía um grande afeto por sua
irmã e, tinha como grande recordação seus ensinamentos iniciais no campo da
leitura e aritmética. Com o passar do tempo, tomou a decisão de se tornar médica,
no qual, essa escolha poderia ter sido influenciada por ajudar seu irmão
Emmanuel, já que ele sofria de cardiopatia.
Aos 21 anos, Melanie acaba se casando com Artur Klein, com o qual teve 3 filhos:
Melitta Schmideberg, Hans Klein e Erich Klein. O seu casamento não teve sucesso,
já que seu marido era conhecido por ter um caráter sombrio e tirânico, sendo
assim, acabou se separando. No ano de 1934, faleceu seu filho Hans, vítima de
acidente de alpinismo.
Aos 21 anos Melanie se casa e vai morar em Budapeste, onde teve o seu primeiro
contato com a interpretação dos sonhos de Freud e, acaba se identificando com as
ideias da obra. Foi por conta desse contato com a psicanálise, que Melanie decide
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iniciar sua análise com Sándor Ferenczi. Ferenczi, foi um grande analista
contemporâneo e, um dos principais discípulos de Freud.
A análise com Ferenczi começa em 1912 e vai até 1919 tendo uma duração de 7
anos. O papel de Ferenczi na vida de Melanie foi fundamental pois, ele já
observava que ela tinha uma certa vocação para trabalhar com crianças e, sendo
assim, se tornou o seu maior incentivador. No ano de 1916, Melanie inicia sua
carreira de psicanalista com crianças em uma policlínica de Budapeste. Em 1919
Melanie registra sua primeira obra: O Desenvolvimento de uma Criança.
No entanto, foi através dessa obra que Melanie se intitula como membro da
sociedade psicanalítica da Hungria. Após a guerra, em 1920, foi realizado o
Congresso Psicanalítico de Haia, e, nesse congresso Melanie é apresentada a
outro grande autor no campo psicanalítico chamado de Karl Abraham. Abraham,
era um dos mais fiéis discípulos de Freud, ficou conhecido na história da
psicanálise pela sua obra: Psicose maníaca depressiva, hoje em dia esse termo é
chamado de Transtorno Bipolar.
O início da análise infantil não se dá de fato com Klein, mas sim com Freud. Assim,
a primeira análise realizada com uma criança foi a do pequeno Hans, e teve grande
importância por demonstrar que os métodos psicanalíticos podiam ser aplicados
também a crianças pequenas. Este caso clínico, no entanto, não provém da
observação direta de Freud.
Coube a ele assentar as linhas gerais do tratamento que foi efetuado pelo próprio
pai do menino. Na opinião de Freud, ninguém mais poderia persuadir uma criança
a falar sobre o que sentia, acreditando que as dificuldades técnicas em uma análise
com um paciente tão jovem seriam incontornáveis.
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Melanie Klein observou que o brincar da criança poderia representar sua ansiedade
e fantasias. E, visto que não se pode exigir de uma criança pequena que faça
associações livres, tratou o brincar como equivalente, a expressões verbais, isto é,
como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes.
A importância dada por ela e seus seguidores ao primeiro ano de vida do bebê,
bem como suas descobertas sobre os mais primitivos estágios de
desenvolvimento, acabaram por gerar, em anos recentes, inúmeros projetos e
formas de atendimento paralelas, fora do âmbito da clínica propriamente dita. Por
exemplo, alojamento conjunto de bebês e suas mães na maternidade, presença
dos pais nas enfermarias pediátricas, intervenção precoce nas relações pais-bebê,
projeto “canguru”. Enfim, um maior cuidado e valorização da tenra infância têm por
pano de fundo ensinamentos kleinianos.
A Técnica do Brincar
Em seu trabalho com crianças, Klein foi levada a descobrir que tanto o complexo
de Édipo como o Superego já estão bastante evidentes em uma idade muito mais
remota do que se presumia. Tendo isso em vista, estabeleceu-se as bases da
psicanálise Kleiniana e a essência de suas contribuições, que se resumem a três
descobertas fundamentais:
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Assim, Melanie propôs que desde que possamos falar com a criança em sua
linguagem e de forma compreensível, as interpretações dadas a ela podem
produzir um efeito profundo em seu psiquismo. Portanto, proporcionando
significativa melhora em sua vida social, emocional e intelectual.
2. Conceito de posição.
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Com relação à patologia, o que diferencia uma fantasia de uma mente normal de
uma fantasia patológica é o modo como ela é tratada. Isso inclui os processos
mentais por meio dos quais as fantasias são trabalhadas e modificadas. Assim
como o grau de adaptação do indivíduo ao mundo real. O neurótico pode possuir
uma censura menor ou não satisfatória quanto às suas fantasias. Ele é
considerado diferente conforme mostra mais claramente o que se encontra
encoberto em sua mente normal.
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Melanie Klein também defende a importância do trabalho analítico. Para ela, esse
trabalho é um importante via de acesso à vida fantasmagórica.
Segundo Melanie Klein, a função da análise em crianças tem a mesma função que
a análise em adultos. Pelo fato, principalmente de se embasar a análise na
interpretação de fantasias inconscientes. Além disso, Klein era contra outras
funções, como educação e fortalecimento, expostas por outros estudiosos da área.
Por outro lado, para Klein a questão das fantasias de conteúdo sexual pode ser
comprovada em um estágio posterior da vida. As fantasias continuam presentes na
idade adulta, mesmo que elas se manifestem de forma menos clara do que na
infância. As fantasias sexuais permanecem atuantes na psique do adulto, podendo
ter efeitos inconscientes ou causar distúrbios na vida sexual do indivíduo. Dentre
eles a frigidez e a impotência, por exemplo.
Nesta sequência, Klein desenvolve uma teoria de relação com o objeto, que se
baseia nessa relação de maternidade. As interações que a criança vai tendo com a
mãe nos seus primeiros instantes de vida, que vão gerando sentimentos bons e
piores, vão ajudando a desenhar a futura personalidade desta, em especial na
forma como consegue lidar com essas reações. A “phantasia” subconsciente é uma
imagem potencial que vai encaminhando possíveis estados mentais mais
complexos. É um cenário que se vai transformando consoante a criança vive e
entra em contato com a realidade e que preludia o desenvolvimento do
pensamento, com este a basear-se e a derivar dessas “phantasias”. Quando estas
entram em relação com os sentidos, permitem que a sua própria percepção do
mundo externo se torne mais palpável e levam a uma fase determinante, em que a
criança tolera ou não aquilo que vê no mundo exterior. É isso mesmo que leva às
posições acima referidas. Para se defender, a criança cria as suas identificações
projetivas, que permitem que a criança, com o seu ego cada vez mais
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Aliás, os próprios feitos que as crianças vão fazendo são percebidos por estas a
partir das reações que os seus pais têm, nomeadamente de alegria. Assim, elas
pretendem provocar sensações de alegria e de gosto. No entanto, existem, ainda,
os casos dos bebés apáticos, que não conseguem superar os seus obstáculos
psíquicos e que, num turbilhão de emoções, acabam por se excluir das relações
com o exterior, limitando a sua própria aprendizagem. Plantam-se sementes para
eventuais neuroses futuras, que Klein procura antever. Aliás, Klein procurava ter
um trabalho bem próximo delas, analisando a sua forma de brincar como o modo
primário de comunicação emocional. Analisava, assim, a forma como interagiam
com os brinquedos e os possíveis significados subjacentes às formas de brincar e
aos objetos escolhidos. À luz do que teorizava, percepcionam as suas “phantasias”,
na relação que as crianças estabeleciam com os objetos e que, sendo primárias e
quase inatas, ilustravam a psique das crianças. Entre as quais, estão os
sentimentos de ódio, de ganância e de inveja, que eram espremidos nessas
“phantasias” feitas de impulsos destrutivos, partindo da tal pulsão da morte, que
acaba por direcionar sentimentos contraditórios para os objetos bons. Isto opõe-se
à gratitude, que reconhece e valoriza esses objetos.
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A ludoterapia
Assim, é possível fazer correlações com experiências reais para descobrir a origem
do problema. Afinal, a criança representa na brincadeira o mundo que conhece.
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As brincadeiras de faz-de-conta
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Tanto a função lúdica quanto a educativa estão presentes nas brincadeiras de faz-
de-conta, mesmo sendo modificadas promovem aprendizagem de conceitos. Para
que o jogo didático não se descaracterize como lúdico, ou seja, não perca o status
de jogo ou brincadeira, é preciso que haja a interferência de um adulto nesse
processo (RAMOS, 2000).
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A Musicoterapia
O uso da música como técnica tem permitido à criança com baixo nível de
desenvolvimento linguístico, se expressar de forma mais coerente. No processo de
tratamento, a criança autista escuta a música e desenvolve atividades junto com o
terapeuta. No entanto, as crianças autistas repetem trechos da música, mas não
compreendem a mensagem que ela traz. Apesar de muitos não compreenderem os
significados, são bons ouvintes, alguns chegam a se destacar no mundo musical.
Por que isso acontece? As crianças autistas possuem uma memória auditiva
bastante desenvolvida. Entretanto, as causas provenientes do desenvolvimento
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Os pais devem relatar tudo o que julgarem ser necessário para o profissional, sem
receio de pré-julgamentos. Ao longo do atendimento terapêutico, o psicólogo fará
relatos e avaliação de resultados com os pais.
Esta, porém, é uma situação comum na ludoterapia. A pressão dos pais para
obter resultados mais rapidamente prejudica a progressão natural do tratamento.
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A questão de como lidar com as emoções é um exemplo de assunto que deve ser
trabalhado também em casa. Os pais devem incentivar a criança a falar, sem fazer
julgamentos, para que ela passe a confiar suas inseguranças e desejos neles.
Bibliografia
https://www.psicanaliseclinica.com/anna-freud/
https://www.psicanaliseclinica.com/contribuicoes-de-anna-freud/
https://www.psicanaliseclinica.com/melanie-klein-resumo/
https://comunidadeculturaearte.com/as-maes-da-psicanalise-infantil-melanie-klein-
e-anna-freud/
https://www.psicanaliseclinica.com/psicanalise-infantil/
https://www.psicanaliseclinica.com/melanie-klein-historia-psicanalise/
https://www.psicanaliseclinica.com/tecnica-do-brincar/
https://institutoneurosaber.com.br/tecnicas-para-terapia-cognitiva-comportamental-
infantil/
ttps://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/os-principais-
metodos-utilizados-na-terapia-infantil-e-no-contexto-escolar/40788
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https://www.vittude.com/blog/ludoterapia/
http://www.morasha.com.br/biografias/anna-freud-pioneira-na-psicanalise-
infantil.html
Aluno:...........................................................................................................................
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Anotações:
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