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NO DIVÃ
DESCUBRA OS 4 PILARES QUE
CONTROLAM OS RESULTADOS
DA SUA EMPRESA E
VOCÊ NEM DESCONFIA
DEZA’S
Editora
Editora Clenice Araujo
Clenice Araujo
A EMPRESA
NO DIVÃ
Descubra os 4 Pilares que
controlam os resultados
da sua empresa e
você nem desconfia
DEZA’S
Editora
NATAL/RN – 2021
© Copyright 2021 – Deza’s Editora / Natal – RN
Araujo, Clenice.
A empresa no divã: descubra os 4 pilares que controlam os
resultados da sua empresa e você nem desconfia / Clenice Oliveira
de Araujo; Designer capa; Guilherme Lacerda; Imagem Capa; Getty;
Designer gráfico José Antonio Bezerra Junior. – Natal: Deza’s, 2021.
92 p.
RN CDU 159.9:65.01
CUTTER A658e
DEZA’S
Editora
“Conhece-te a ti mesmo”
Sócrates
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ
Sumário
Capítulo 1
Porque Escrevi Este Livro? 6
Capítulo 2
Negócios e Psicologia 9
Capítulo 3
Porque Você deve Ler este Livro? 13
Capítulo 4
O bem-sucedido insatisfeito: síndrome do impostor 20
Capítulo 5
O Especialista em maus negócios 28
Capítulo 6
O Azarado “Oh dia! Oh vida! Oh Azar!” 39
Capítulo 7
O Quase Lá: o que você esconde de si mesmo? 48
Capítulo 8
Contratos inconscientes 57
Capítulo 9
Os 4 pilares que sustentam os negócios e a vida 64
Capítulo 10
Integridade nos negócios e na vida 75
Capítulo 11
“Decifra-me ou te devoro” 87
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ
Capítulo 1
Porque
Escrevi
Este
Livro?
6
Porque
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ Escrevi
Este
Livro?
A
tuei durante 30 anos como empresária no comércio e na indústria. E foi
na indústria de fardamentos e brindes que eu percebi que era uma “Es-
pecialista em maus negócios”.
Percebi que eu repetia sempre os mesmos erros, não importava os esforços
que fizesse, os resultados eram sempre os mesmos.
Você já se sentiu assim, nadando, nadando e morrendo na praia?
Escorregando quando já está “quase lá”?
Esse era o meu sentimento permanente, muitas frustrações e uma exaustão
infinita.
Então, decidi voltar a estudar para aprender a gerenciar melhor os meus
negócios. Nessa fase, acabei contratando as melhores consultorias empresariais do
Rio de Janeiro.
Implantamos tudo que era sugerido. Algumas coisas passavam a funcionar
melhor. Mas o padrão de maus negócios persistia. Existia algo que escapava, algo
que aqueles consultores não podiam ver.
Não sabia mais o que fazer. Foi então que passei a desconfiar que o erro
estava em mim, em minha cabeça.
Busquei a ajuda de uma psicóloga para sair daquele círculo vicioso. Com
o trabalho daquela psicóloga, entendi quais eram os meus bloqueios emocionais
inconscientes, que estavam minando toda e qualquer tentativa de sucesso.
Entender a raiz daqueles padrões repetitivos foi a chave para a grande vi-
rada em meus negócios e para a minha vida. Falarei mais adiante como tudo isso
aconteceu.
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Porque
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ Escrevi
Este
Livro?
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Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ
Capítulo 2
Negócios
e
Psicologia
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Negócios
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ e
Psicologia
A
pesar de a Psicologia ser amplamente usada para melhorar todos os aspec-
tos das empresas, desde a contratação de funcionários à escolha das cores
para definir a logomarca, muitos empresários ainda torcem o nariz e se
espantam quando dizemos que são os seus padrões emocionais que determinam
o rumo dosseus negócios e definem os seusresultados.
Isso sempre me chamou atenção. A Psicologia atua em todas as áreas da
nossa vida. Por que não atuaria em nossos negócios?
Se é a cabeça que comanda o corpo, como os aspectos emocionais do dono
de um negócio, sejam eles positivos ou negativos, não definiriamsuas escolhas e
resultados?
Em todas as crises que sacodem o planeta de tempos em tempos, esses pa-
drões emocionais são fortemente testados.
O que motiva uma pessoa a empreender em vez de trabalhar em uma em-
presa já consolidada, ganhar o seu salário e dormir em paz?
Poderia tecer uma tese de doutorado para explicar “N” motivações. Entre-
tanto, vou ater-me apenas a um aspecto.
Quem toma essa decisão de empreender acredita que é capaz de dar conta
do recado. Quer ter liberdade criativa, produtiva e financeira.
O impulso para empreender vem dessa certeza e do desejo de realizar algo
grandioso, há sempre um grande sonho por trás.
Movidos por essa certeza, milhões de pessoas no mundo todo mergulham
de cabeça nas águas revoltas do empreendedorismo e dão o pescoço pelos seus
ideais de vida.
Com o tempo, as águas límpidas e as certezas dos primeiros dias vão ficando
cada vez mais turvas e poucos conseguem “sair vivos” desse mar revolto.
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Negócios
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ e
Psicologia
Dados do IBGE de 2019 apontam que 316 mil empresas fecharam em quatro
anos. Desde o início da crise do coronavírus até agora, outubro de 2020, 716.000
empresas já fecharam as portas. A maioria são empresas de pequeno porte; o que
não surpreende. Essas são mais frágeis e não resistem a essas águas turbulentas.
Os empreendedores que resistem buscam desesperadamente ajuda para
sobreviver. Precisam consertar rápido as suas empresas.
A pergunta que muitos se fazem é: por que uns conseguem resistir e aguentar
os solavancos enquanto outros quebram? O que eles sabem que eu não sei?
Cursos e mentorias direcionadas aos empreendedores prosperam nessas
crises.
Engenharia de Produção, Mentorias financeiras, gestores de todas as áreas
são contratados a peso de ouro. Infelizmente, os resultados nem sempre aparecem...
Mas onde está a resposta?
Essa frase do livro Mito do Empreendedor define de forma clara a verdadeira
resposta: “Se a empresa tem que mudar, você deve mudar primeiro”.
Antes de consertar a empresa, olhe um pouco para a sua própria história de
vida. Abra a sua caixa preta. Jogue luz onde precisa. Tire os véus que encobrem as
verdadeiras causas dos seus fracassos e frustrações.
Neste livro serão abordados alguns exemplos que vão demonstrar como os
nós emocionais do dono podem interferir nos negócios, jogando por terra todos os
esforços e investimentos financeiros.
Antes de contratar um consultor para analisar para as questões técnicas do
negócio, procure o “Wally” dentro de si mesmo.
Com a clareza e a objetividade que o autoconhecimento traz, você será capaz
de contratar as pessoas e os serviços certos para o seu negócio.
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Negócios
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ e
Psicologia
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Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ
Capítulo 3
Porque
Você deve
Ler este
Livro?
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Porque
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Este
Livro?
T
odo empresário é um empreendedor, mas nem todo empreendedor se torna
um empresário.
Qual a diferença entre esses dois? O verdadeiro empresário possui clare-
za e objetividade para gerir os seus negócios. Tem a visão de águia, enxerga o seu
negócio de forma panorâmica, tornou-se um profissional, evoluiu como pessoa e
profissionalmente. Possui controle sobre as suas emoções.
O empreendedor trabalha de forma amadora, toma decisões equivocadas
que geram desgastes e prejuízos. O empreendedor está sempre nadando, nadando
e morrendo na praia.
Se você sente que os seus resultados são incompatíveis com os seus esforços;
que o seu negócio poderia alcançar outros patamares, ir além, e você não entende
por que ainda está patinando, leia com atenção cada palavra deste livro. Aqui você
vai encontrar a resposta para os padrões ocultos que te impedem de crescer.
Este livro é o resultado do meu esforço pessoal, que faço diariamente, em
cada atendimento, nesse trabalho árduo de formiguinha, é a minha vontade de mos-
trar e ampliar aos seres pensantes do planeta a necessidade que o homem tem cada
vez mais de entender a si mesmo, para que possa evoluir mais rápido e encontrar
as melhores respostas diante das incertezas diárias.
Está claro que nada sabemos e nada podemos controlar. Está aí o coronaví-
rus que não nos deixa mentir. O planeta inteiro de joelhos diante do imponderável.
A única coisa que temos o poder de controlar é a nossa cabeça. Entretanto,
quantos realmente conseguem essa proeza?
E por que outros não conseguem? Porque ninguém controla o que não conhece.
Centenas de empresas quebram todos os dias no planeta inteiro, agora mais
do que nunca, diante da crise do coronavírus.
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Porque
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ Escrevi
Este
Livro?
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Porque
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Este
Livro?
que existem vários tipos de empresários que buscam o sucesso em seu trabalho,
mas sempre incorrem em erros primários,comprometendo sua jornada.
Identifiquei quatro perfis com os quais mais me deparo nas minhas consultorias.
Em qual desses perfis você enquadra?
1. O bem-sucedido possui muito resultado, mas sabe que pode alcançar
mais. Pode ir além.
Recentemente, ouvi de um deles a seguinte afirmação: “Eu sei que sou um cara
“foda”, todos pedem a minha opinião. Vivo dando consultorias gratuitas aos amigos,
entretanto, sinto uma frustração tremenda, porque os meus resultados são medíocres,
frente ao que sei e aos esforços que faço todos os dias. Vejo caras que começaram bem
depois fazendo a mesma coisa e bombando, enquanto eu sinto que há uma barreira
que não consigo romper. Eu quero mudar isso, quero virar essa chave”.
Ele não entende ainda qual é o seu verdadeiro bloqueio, quais são as suas
amarras mentais. Esta é a sua pergunta: “Qual é a informação que eu ainda não
acessei para desvendar esse mistério?”.
Ele já verbalizou a sua grande frustração e já se colocou no caminho para
encontrar as respostas.
2. O especialista em maus negócios: é aquele que entende perfeitamente
o seu trabalho, se especializou, é muito competente para ganhar dinheiro, a sua
questão é que possui a mesma competência para perdê-lo. Por que ele vive dando
tiro no próprio pé? O que o impede de atingir os seus objetivos? Quais contratos
inconscientes ele firmou com a sua família?
3. O Quase Lá: é o perdido na vida, não sabe qual é o seu propósito. É aquele
que sempre morre da praia, se dedica, corre atrás, mas, invariavelmente, não atinge
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Porque
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Este
Livro?
a meta esperada. Perdido, vive correndo atrás de novas oportunidades. Está sempre
indo buscar o pote de ouro no fim do arco-íris
4. O Azarado: é aquele que se preparou, montou seu negócio e quando
começa a gerar lucro acontece algo que muda totalmente o cenário: uma pandemia,
uma enchente, uma alta do dólar etc. Tudo que acontece é para ele. Só para ele.
Existem outros tipos, claro, mas esses são os mais frequentes que, em suas
angústias e tentativas de “consertar” as suas empresas, acabam olhando apenas
para as questões técnicas, tais como: gestão de recursos, gestão de pessoas ou
financeiras, ao invés de olhar para si mesmos como responsáveis diretos pelo
andar da carruagem.
Gastam muito tempo e dinheiro investindo em técnicas que não atingem a
raiz da questão. Não se constrói uma casa pelo teto. Se o problema está na base,
é para lá que precisamos olhar.
Qual é o padrão de erros que sempre ocorrem? Observe.
Por que os seus colaboradores os repetem incansavelmente?
Enquanto o empresário não identificar o que realmente determina o seu
jeito de trabalhar, de reagir ou não tomar consciência de como ele faz suas escolhas,
sempre incorrerá nos mesmos erros e fracassos.
Não adianta adotar métodos que servem para todo mundo se cada empresa
ou negócio possui a característica particular de quem a comanda.
É a sua cabeça, sua mente, meu amigo, que vai moldar o jeito e a identidade
do seu negócio e determinar o modus operandi da sua organização.
A mente é formada a partir de questões emocionais, conflitos, medos. E de
gatilhos de ansiedade que são particulares e únicos.
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Porque
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Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ
Capítulo 4
O bem-sucedido
insatisfeito:
síndrome do impostor
O bem-
sucedido
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ insatisfeito:
síndrome do
impostor
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empresa vai bem, atinge bons resultados e metas, o empresário é antena-
do, se atualiza, busca se aprimorar de tempos em tempos, é visionário, faz
cursos presenciais ou a distância.
Determinado, corajoso, audaz, essas são as principais características dos em-
presários bem-sucedidos que costumo atender.
O que os mobiliza a buscar ajuda, uma vez que a empresa vai bem, atinge bons
resultados e metas?
Por que estão insatisfeitos, apesar de serem considerados referência em seus
nichos empresariais?
Ele possui tudo que é necessário para alcançar suas maiores conquistas: ca-
pacitação, ferramentas; aparentemente tem tudo que precisa, mas falta alguma coisa.
Foram anos de treinamentos,mentorias internacionais, cursos extras, novas
qualificações, inserção no Marketing Digital, busca constante por melhorias e...
As coisas melhoram, mas há algo que sempre se repete. Alguma coisa não foi
resolvida com todas as ferramentas já estudadas.
Algo foge ao escopo de todos os treinamentos já realizados; a essa altura, fica
até constrangido de receber tantos elogios, sente-se um impostor.
No silêncio do seu coração, pede a Deus para ter todo aquele resultado que
todos acreditam que ele tem.
Esse empresário se sente internamente como uma Ferrari, mas a real veloci-
dade que consegue atingir é a de um Fusca.
O que houve com aquela autodeterminação e aquela autoconfiança que
tinha no início?
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impostor
Mesmo aqueles que nunca pararam para refletir sobre essas questões psico-
lógicas, inconscientemente, vão trazer os seus padrões pessoais de funcionamento
para os seus negócios. Não há como escapar.
De onde vêm esses padrões, onde foram aprendidos?
Trata-se de uma investigação profissional à luz dos bloqueios emocionais
que o dono da empresa carrega.
É na sua história de vida que está a chave para entender e liberar esses ca-
minhos interrompidos.
A Cláudia, nome fictício, é uma das empresárias bem-sucedidas que atendi
há um tempo. Ela gerencia uma multinacional e vive dando palestras em eventos
nacionais e internacionais. A queixa dela é exatamente esta: “não me sinto assim tão
‘foda’ como as pessoas acreditam que eu sou, sinto-me meio impostora às vezes”.
Por que ela se sentia assim? Porque ela sabia que poderia alçar voos mais
altos. Entretanto, não entendia o que a impedia de chegar lá.
Existia um bloqueio que ela não sabia identificar e muito menos resolver.
Identificar essa falha, esse defeito na estrada que a impedia de seguir adiante,
foi a chave para a sua transformação.
Ao colocar a empresa da Cláudia no divã pude então conhecer a sua his-
tória pessoal, a sua dinâmica familiar e identificar os padrões de comportamento
que ela trazia. Identificar os padrões que a apoiavam e quais atrapalhavam sua vida
profissional.
O problema estava em como ela aprendeu a se comunicar. Quais os parâ-
metros, quais as referências trazidas até ali?
Como ela cresceu em uma família onde uma certa dose de arrogância e
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prepotência era comum, não percebia que sua comunicação estava carregada de
expressões e gestos que deixavam seus interlocutores acuados, sem a mínima mo-
tivação para trazer novas ideias ou tirar dúvidas e expressar críticas.
Se alguém fizesse uma pergunta que soasse idiota para ela, não conseguia
disfarçar. Não era mal educada e não se percebia grosseira, mas ficava claro que ela
achava ridículo ter de responder algo que lhe parecia tão óbvio.
Ocorre que seu pai era assim. Ela se comportava da mesma maneira que ele.
Foi nesse padrão familiar onde os irmãos e outros membros da família propagaram
esse comportamento que ela aprendeu e agia exatamente como eles. Era difícil
enxergar que esse modo de se comunicar acabava por bloquear a fluidez de toda e
qualquer tentativa de entendimento.
A comunicação é base para toda e qualquer empresa.Se as pessoas não
entendem o que você fala, a culpa é sua!Você não é capaz de ser empático, não
consegue entender os diferentes níveis de acesso à informação e a singularidade
da percepção e captação da realidade.
Esse aspecto a frustrava demais. Nunca se sentia compreendida. Parecia
que não falava a mesma língua dos seus funcionários. Os ruídos, os enganos e erros
decorrentes dessa falha em sua comunicação causavam enormes prejuízos, tanto
financeiros como emocionais e morais. E isso acontecia repetidamente.
Quando as pessoas têm receio de parecer estúpidas ou de levar uma bronca
mesmo que de maneira aparentemente elegante, a dinâmica empreendedora fica
estagnada, bloqueia, não flui.
Quando ela aprendeu a ouvir mais as pessoas e permitiu que se expressas-
sem, ficou fascinada com a quantidade de novas ideias que nunca tinha valorizado.
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Ficou chocada quando percebeu que agia assim em todas as suas relações
profissionais, pessoais, familiares e amorosas.
A construção da personalidade envolve aspectos emocionais, cognitivos e
junto disso tudo está a comunicação: como se percebe o outro, a capacidade de se
adaptar a diferentes níveis de entendimento, a expressão facial e verbal como alia-
da ou inimiga das relações; tudo isso nós aprendemos socialmente e, em primeiro
lugar, no ambiente familiar.
Sendo assim, a personalidade que trago de casa, será a “personalidade” da
empresa também. Por isso é tão importante ter a oportunidade de percorrer esses
caminhos do autoconhecimento, usando toda e qualquer informação ou lembrança
como uma ferramenta fundamental na hora de resolver os problemas na empresa.
Se Cláudia não tivesse a oportunidade de enxergar,de se dar conta de que o
modo como ela interagia a prejudicava e feria as pessoas ao seu redor; jamais teria
uma empresa realmente bem-sucedida, inovadora e capaz de assumir e aplicar
novas práticas gerenciais.
Suas metas seriam inatingíveis porque, inconscientemente, ela realmente
se enxergava como superior, a dona da verdade, mais poderosa ou com muito mais
capacidade do que qualquer um ali. Esse sentimento de bastar-se é um erro comum,
mas que muitos ainda cometem sem perceber.
Enxergar que as pessoas possuem talentos e ritmos diferentes de aprendi-
zagem e produção é o que torna próspera qualquer relação interpessoal e, conse-
quentemente, deixa livre o caminho para as trocas de experiências e o aprendizado
permanente.
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Capítulo 5
O Especialista
em maus negócios
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em maus
negócios
J seus dedos?
Há alguns anos recebi uma paciente que me fez essa pergunta: “eu quero
saber por que eu sou especialista em maus negócios”.
Eu ali ouvindo a história dela e pensando: “tão eu”…
Imagine uma pessoa extremamente competente, empenhada, que se dedica
ao trabalho totalmente, aquela profissional que todo grande empresário gostaria de
ter em seu time, que sempre busca aprimoramento e consegue se destacar produ-
zindo acima do esperado e atendendo as demandas mais absurdas.
Esse é o perfil dessa profissional. Aquela pessoa que de longe parece supere-
quilibrada profissionalmente, com sucesso e dona de uma estabilidade profissional
gigante.
Alguém consegue imaginar que, mesmo com todas essas qualidades e capa-
cidades, essa pessoa vivia se dando mal nos negócios?
Pois é, elasempre se envolvia em sociedades e parcerias que só lhe traziam
problemas e prejuízos constantes. Anos e anos repetindo incansavelmente os mes-
mos erros, sem nunca desconfiar das reais causas desses padrões de comportamen-
to em seus negócios e em sua vida.
A sua realidade interna era bem diferente da imagem que passava para o
mundo. Sabia ganhar muito dinheiro. Entretanto, com a mesma velocidade que
ganhava, encontrava sempre uma forma de perder uma boa parte daquele dinheiro.
Tudo que lhe parecia sempre óbvio, porém quando as bombas explodiam,
ela não as percebia nem podia evitá-las. Parece que algo a cegava.
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Podem perguntar sem cerimônia: como alguém pode ser tão burro a ponto
de repetir, repetir e repetir as mesmas ações nocivas incansavelmente e não perce-
ber seu comportamento suicida?
Pois é. Precisei acordar entalada no fundo de um ônibus para perceber isso.
Por não conseguir parar aquela compulsão à repetição doentia, foi necessá-
rio chegar a esse extremo.
A vida bate pesado. Só mudamos quando cansamos de apanhar.
Lamento informar que, todos nós, em maior ou menor grau, incluindo você
que está lendo esse texto, sofre da mesma compulsão em repetir os seus padrões
inconscientes.
Agora, muito mais conhecedora da natureza humana, ainda me pego
perplexa de ver esse padrão de repetição automático e inconsciente presente em
cada pessoa que atendo.
Não foi à toa que acabei me especializando em identificar e remover esses
padrões comportamentais. Senti o calor do ferro em brasa em minha própria pele.
Este era o meu perfil há alguns anos atrás: Especialista em maus negócios.
Por conta do acidente, fiquei sessenta dias sem dirigir. Fui obrigada a abrir
mão dos compromissos inadiáveis, tive tempo pararefletir sobre as minhas es-
colhas e busquei ajuda psicológica.
Parei de aceitar aqueles prazos impossíveis, deixei de ser bombeira, apagado-
ra de incêndios alheios. A paixão pela adrenalina murchou como uma bola furada.
Comecei a observar e analisar cada empresa que eu atendia. Via que todas
possuíam um padrão repetitivo para o mal e para o bem. Bons padrões e outros
péssimos!
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Conhecia pessoalmente a maioria dos donos das empresas e via como eles
eram e como a empresa era a cara deles.
Foi ali que nasceu a especialista em identificar padrões. Assim, decidi retor-
nar à faculdade para fazer a minha segunda graduação. Agora em Psicologia.
Mantive a empresa funcionando para que eu tivesse condições de estudar.
Mas, precisava descobrir o que estava por trás do meu comportamento sabotador.
Muitas pessoas possuem uma tradição familiar em algumas carreiras, mas
querem se destacar fazendo algo totalmente diferente, por exemplo: podem perten-
cer a uma tradição familiar de médicos, advogados, empresários, administradores,
servidores públicos etc.
A minha referência profissional era a do meu pai, que era lavrador e um pe-
queno comerciante. Um homem que trabalhava os sete dias na semana sem folga,
de sol a sol, ano após ano.
O ideal da minha família era que todos nós estudássemos para “escapar”
daquela vida difícil. Assim, saí de casa aos treze anos em busca de escola. Aos dezoi-
to, passei em um concurso públicoque fiz por determinação de um dos meus irmãos.
Com a demora em ser convocada, mudei para o Rio de janeiro. Haviam se
passado quatro anos quando resolveram me convocar. Não fazia o menor sentido
para mim retornar ao interior da Bahia naquele momento. Estava no meio da Fa-
culdade de Comunicação. Tive medo de levar um abraço apertado da vida e ficar
por lá e nunca mais retornar ao Rio; acabei não assumindo o cargo.
Essa história ficou em meu arquivo morto. Acreditava que tinha ficado no
passado.
No entanto, ao mesmo tempo em que eu queria seguir minha própria voca-
ção, meu desejo profissional, havia uma culpa inconsciente, por querer seguir um
caminho diferente daquele que o meu irmão havia desenhado para mim.
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Essa culpa inconsciente me fazia dar todos aqueles tiros no pé. Fazer o meu
negócio dar errado foi a forma que encontrei para validar os valores da minha família
e provar para mim mesma que eles estavam certos.
Só fui capaz de enxergar tudo isso depois de um longo período de busca
de mim mesma na terapia que fui fazendo antes, durante e depois da faculdade de
Psicologia.
Essa percepção que tive a respeito da minha história se confirma diariamente
em minha prática como psicóloga.
Em cada Especialista em maus negócios se esconde uma culpa por trás
dos seus fracassos ou um medo de se parecer com alguém da família que não se
admira.
Tive um paciente que não queria aceitar uma oportunidade de negócio fan-
tástica porque um tio “bem-sucedido” na visão da família não teve muito mérito
para ter o que tem. A família acreditava que o tiohavia dado o golpe do baú.
A proposta de negócio parecia fácil demais. Ele sentia-se como o tio, dando
o golpe nos futuros sócios. Não queria aceitar de jeito nenhum.
Demandou uma análise profunda e a desconstrução daquela crença errônea
que atravessava gerações sobre aquele tio, para que ele pudesse seguir em frente.
Esse foi um caso interessante, ver como as crenças familiares vão sendo
passadas como verdades absolutas, quando muitas vezes são meros julgamentos e
carimbos que são impressos com uma digital da qual poucos conseguem escapar.
Ser mais bem-sucedido, então, é outra questão séria. Isso pode implicar em
afastamentos e isolamentos do núcleo familiar. Para evitar isso, algumas pessoas pre-
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ferem abrir mão do sucesso, veja o que falou um paciente: “Meu pai se esforçou tanto
a vida inteira e nunca conseguiu sair daquela casa, daquele bairro... como que eu pu-
deter a audácia de tão jovem comprar o meu apartamento à vista nesse bairro nobre?”.
Esse paciente sentia-se constrangido com o sucesso frente ao esforço do
pai. Ter todo aquele sucesso era encarado como uma traição ao pai. Sentia-se mal,
ficava embaraçado diante do irmão, e isso vinha gerando um certo afastamento,
não gostava de falar dos seus sucessos. Temia parecer esnobe, com o sentimento
de “cuspir no prato que comeu”, como diziam os antigos.
Essa culpa ganhou forma, pesava em seu inconsciente e acabava por lhe
incutir a ideia de que ele também precisava se sacrificar tanto quanto seus ante-
passados, que ele não pode, de modo algum, ofuscar as conquistas de sua família.
Passou então a criar suas próprias cascas de banana para escorregar logo
adiante, evitando assim se destacar muito dos demais.
E foi o que ele fez. Após essa aquisição, pediu demissão do emprego e pas-
sou uns três anos se punindo pelo seu estrondoso sucesso, para retornar a mesma
empresa em um cargo menor e deixar de ser metido a besta. Abandonou o rótulo
de esnobe e voltou à humildade franciscana do pai.
Contaria aqui dezenas de histórias parecidas que ouvi nesses anos de aten-
dimento. São sempre os mesmos padrões, mascaradas, fantasiadas, disfarçadas,
porém, todas com o mesmo objetivo: impedi-lo de ter o sucesso que você merece
e que a sua família espera de você.
Sim. Tudo que você ouviu dos seus pais e irmãos tinha um único objetivo:
protegê-lo. Eles só querem o seu bem. Secretamente desejam que você quebre o
paradigma familiar e mude esse destino. Querem aplaudir a sua vitória.
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A partir do momento que você identificar quais são essas crenças que te
impedem de evoluir, entende como as adquiriu e quais os efeitos disso tudo no seu
modo de agir e se comportar, terá clareza para tomar decisões estratégicas antena-
das com as necessidades atuais e sua vontade de seguir em frente.
Você passa a comandar e escolher quais princípios seguir, quando parar ou
mudar a direção com plena consciência de seus atos e capacidades.
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Capítulo 6
O Azarado
“Oh dia! Oh vida!
Oh Azar!”
O Azarado
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ “Oh dia!
Oh vida!
Oh Azar!”
Eu sabia... Claro que não ia dar certo. Tudo sempre acontece comigo… Afinal
“ de contas, eu nunca faço nada direito mesmo. Sempre dou com os burros
n’água! Não sei por que eu fui inventar de investir nisso. De novo eu fracassei.
De novo! Eu nunca vou conseguir vencer na vida! De que adianta estudar e ralar
tanto? No final dá tudo errado mesmo!”.
Estamos falando de mais um perfil de empresário em apuros: O Azarado.
Esse é o sem jeito na vida. De fracasso em fracasso, chega um momento onde a
exaustão o domina. Já não tem ânimo para nada. Chega de nadar para morrer na praia!
Vive a profecia autorrealizada. Vai fazer só para provar que não adianta mes-
mo. Não vai dar em nada, como sempre…
Muitos empresáriosagarrados a esse perfil dos Azarados desenvolvem de-
pressão e síndrome do pânico, entre outros transtornos. Não conseguem ter paz, ter
uma noite de sono, tamanho o impacto que os desastres causaram em suas vidas.
Existe uma guerra interna que o domina e gera angústia. A sua alma não se
conforma, deseja vencer!
Mas, esse padrão de medo de perder o jogo mais uma vez o apavora e o paralisa.
Mesmo contando com o bom senso, preparo e estudos, os melhores equi-
pamentos e colaboradores, todos estão sujeitos às intempéries da vida.
A pessoa economiza e investe no seu trabalho para iniciar uma franquia,
começar um negócio novo. Tem tudo nas mãos: o local adequado, o planejamento,
o marketing físico e virtual, contrata os funcionários sob uma seleção qualificada,
inaugura, faz tudo dar certo, uma repercussão excelente e daí... Bomba!
Anos de investimento, preparo e até mesmo autoconhecimento para gerir
seu novo negócio em caráter de excelência, acontece algo que simplesmente põe
tudo a perder.
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O Azarado
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ “Oh dia!
Oh vida!
Oh Azar!”
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O Azarado
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ “Oh dia!
Oh vida!
Oh Azar!”
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O Azarado
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ “Oh dia!
Oh vida!
Oh Azar!”
Costumo dizer que a terapia é a uma caixa de ferramentas, onde você deve
aprender a usar o que aprendeu sobre si mesmo para jogar luz em sua caixa preta
todo santo dia para iluminar os seus pontos cegos. E nunca ter medo ou vergonha
de buscar ajuda.
O padrão de ser o azarão da família pode vir pela falta ou pelo excesso de
atenção dos pais.
Se você é o irmão mais talentoso e sente a “inveja” dos demais, sente a culpa
ou o medo de ser “isolado” dos demais, a sua chance de se autoboicotar para não
”aparecer demais” pode te destruir. Já encontrei muitos casos assim.
Um dos empresários que passou pelo processo, escondia todo o seu talento
musical, para não ofuscar o irmão. Preferia lançar outras pessoas e acabou se tor-
nando empresário de músicos, em detrimento de mostrar a sua arte, o seu talento,
abrindo mão do seu grande sonho de brilhar com a música.
Há também muitos casos de pessoas que se sentiam como uma sombra, um
vislumbre do que seria uma pessoa bem-sucedida. Só um rascunho. O seu irmão
era o geniozinho da família. E ela se definia com a lerdinha, a burra da família.
Quantas vezes já ouvi esta frase: “minha irmã é tudo, eu não sou nada”, “meu ir-
mão é o gênio da família, passou em Engenharia na USP, eu sou a fracassada da família”.
Uma jovem que me procurou há alguns anos não tinha mãe, era criada pelo
irmão. Ele havia estudado em uma universidade de ponta, e sua orientação para
a irmã foi a seguinte: “você é burrinha, faça pedagogia porque essa vai ser a única
chance de você passar em uma universidade pública”.
Ela estava longe de ser burrinha, mas com aquele carimbo na testa que o
irmão havia colocado, foi exatamente o que ela fez. E estava bem infeliz quando
veio buscar ajuda. Muito triste!
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O Azarado
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ “Oh dia!
Oh vida!
Oh Azar!”
Nada que fizesse seria tão bom quanto o irmão. Então, para quê se des-
gastar tanto?
Esses são alguns exemplos de como essas pessoas construíram esse perfil.
O Azarado não olha para frente. O foco é o que já perdeu. Vive apegado
aos destroços.
Ao colocar a Empresa no Divã de um paciente que era a encarnação do
azarado, ele pôde perceber que todo fracasso aconteceu para ensiná-lo a olhar para
a sua verdadeira essência e se conectar com a autorresponsabilidade.
Durante o processo ele percebeu que havia assumido essa postura, por con-
ta da sua baixa estima, e acabou se colocando como bucha de canhão, assumindo
todas as responsabilidades e enfrentando tudo que o seu sócio não tinha coragem
de fazer e encarar. Quando tudo dava errado, assumia o erro total e ainda se culpa-
bilizava, vendo o sócio como vítima.
Sentia-se responsável total pelo fracasso, sem entender que a não ação do
sócio era a sua capa de proteção para esconder a sua covardia.
Na verdade, era usado pelo suposto “sócio-fodão”, que usava e abusava da
sua falta de autopercepção e consciência de si.
Essas lições preciosas só podem ser aprendidas e assimiladas por quem
entende que a autopiedade, o pessimismo e o vitimismo não devem ser cultivados.
Da mesma forma que acordamos todos os dias e escovamos nossos dentes,
precisamos cuidar da forma como pensamos e encaramos a vida.
Diz o Tim Harv Eker em seu livro Os segredos da mente milionária: “se você
quer mudar os frutos, primeiro tem que trocar as raízes – quando deseja alterar o
que está visível, antes deve modificar o que está invisível”.
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O Azarado
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ “Oh dia!
Oh vida!
Oh Azar!”
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O Azarado
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ “Oh dia!
Oh vida!
Oh Azar!”
Não falamos nem de azar nem de sorte. O que estamos falando aqui é de
como trabalhar usando os ventos da realidade a seu favor, independentemente do
tamanho da tempestade que passou ou está por vir.
O ajuste de velas só acontece quando é possível nos enxergarmos como
realmente somos ou de que maneira nos estruturamos emocional e psiquicamente
lá atrás, na hora de construir nossa personalidade, que por sinal é a mesma perso-
nalidade da sua empresa.
É chegada a hora de vencer essa guerra interna, que transita entre os desejos
da alma, e se autossuperar.
Não existe mágica nem cura fora de você mesmo. Você é o milagre. Você é
a permissão.
Só vence quem faz. E quem faz até dar certo!
Vai, filho!
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O Azarado
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ “Oh dia!
Oh vida!
Oh Azar!”
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Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ
Capítulo 7
O Quase Lá:
o que você esconde
de si mesmo?
O Quase Lá:
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ o que você
esconde
de si mesmo?
A
gora vai.
Nossa! Agora eu estou sentindo que vai dar certo. Não tem erro.
É só colocar a mão na massa.
Quem é O Quase Lá?
Esse perfil de empreendedor peca pela falta de clareza e objetividade nos
negócios e na vida.
Alguns por excesso de habilidades e oportunidades. Outros por buscarem
os atalhos em vez de seguir as estradas largas disponíveis.
Olha para a estrada a percorrer, percebe que o caminho é longo. Acredita
que pode colher os frutos antes mesmo de plantá-los.
Um jovem e talentoso empresário do Marketing Digital, que atendi, estava
assim perdido, perdido, perdido. É muito bom em várias áreas. Recebe diariamente
convite para novas parcerias. Cada uma mais interessante que a outra. E agora?
Já havia entrado em inúmeras roubadas. Não queria mais perder tanto tempo
na vida.
Uma talentosa artista plástica também não sabia por onde começar. Pinta,
desenha, canta e escreve divinamente.
O seu problema é não focar em nada. Quer pintar pela manhã, desenhar à
tarde e escrever à noite. E assim ela vivia enrolada em suas próprias pernas, dando
nó em pingo d’água e não finalizando nada.
Para esse perfil, o único remédio é identificar qual dessas habilidades é
realmente a sua paixão e pode ser a sua locomotiva financeira.
Os interesses secundários precisam muitas vezes aguardar a aposentadoria
ou ser apenas um hobby.
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O Quase Lá:
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ o que você
esconde
de si mesmo?
Ficar agarrado querendo fazer tudo ao mesmo tempo é o caminho certo para
as decepções e frustrações.
Nada será concluído e o sentimento de incapacidade povoa a mente. Todos
reconhecem os seus talentos, mas, nada vai muito adiante.
Esse perfil é também o farejador das oportunidades mirabolantes. São como
aqueles alunos que não sabem onde marcar o X no ENEM e ficam perguntando nas
redes sociais quais são os cursos mais fáceis para passar.
Na vida adulta eles continuam ainda mais perdidos e confusos.
Atendi uma mulher com esse padrão, fez um curso de cinco anos para agra-
dar ao pai e outro de mais cinco anos porque um professor falou que ela seria uma
boa profissional naquela área.
Depois de dez anos alisando bancos de faculdade, e dezenas de cursos de
diversas áreas (fazia um curso atrás do outro, na tentativa de se encontrar), chegou
assim: perdida, perdida e perdida. Não tinha a mínima ideia do que fazer na vida.
Ela se empolgava com alguma coisa, se esforçava e ralava pra caramba, bus-
cava soluções, respirava fundo muitas vezes, chorava, arrancava os cabelos, mas,
tudo acabava em nada; ela já estava exausta de tantas tentativas.
Sentia-se como os alpinistas observando o pico do Himalaia e acredi-
tando que teria fôlego para chegar lá. Aqueles quepassavam dias e dias subindo,
se superando e já sentiam que estavam a poucos metros de atingira meta e nunca
conseguiam chegar.
Quando estavam na iminência de fincar a sua bandeira e ter uma prova real
do seu trabalho e esforçoe já imaginando que vão apreciar a paisagem; escorregam,
o gelo derrete e voltam à estaca zero.
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O Quase Lá:
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ o que você
esconde
de si mesmo?
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O Quase Lá:
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ o que você
esconde
de si mesmo?
O seu marido odiava esse negócio. Não tinham mais fins de semana em
família; mais e mais esforços na lata de lixo.
O Quase Lá é aquele que foca na linha de chegada, sem querer saber qual
é a extensão da prova e quais obstáculos precisa enfrentar.
Não pensa em planejar uma estratégia, em poupar energia para usá-la mais
adiante e aumentar as chances de subir ao pódio. Ignora dados, críticas, opiniões,
estratégias que diferem da sua e segue em frente. É uma busca às cegas.
Esforço não falta. Essa é a sua principal frustração. Não entendem por que
se esforçaram tanto e não conseguiram a vitória.
Qual é a real questão das pessoas que funcionam com esse padrão de com-
portamento empreendedor?
Essa pessoa não sabe o que quer, nada sabe de si mesma: valores, interesses
e limites.
É fadada a perder muito dinheiro e energia nesses investimentos. Alguns
chegam com uma lista gigante de relatos de roubadas nas quais se meteram.
Tudo pode dar errado quando a vontade de atingir uma meta financeira
vira uma obsessão ou até mesmo uma neurose, sem que a pessoa tenha clareza do
que ela realmente quer.
Muitas pessoas dizem: “Eu quero ganhar dinheiro. Esse é o meu foco!”.
Essa cliente dizia o seguinte: “Eu analiso as oportunidades a partir das pos-
sibilidades de ter lucro financeiro, parecia tudo tão fácil, tão óbvio”. Era essa a sua
crença.
Essa moça nunca tinha parado para pensar no que ela realmente queria, qual
era o seu real interesse.
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O Quase Lá:
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ o que você
esconde
de si mesmo?
Tudo que ela tinha feito na vida foi porque alguém sugeriu ou a arrastou.
Desde os cursos universitários aos trabalhos e estágios, tinha alguém que a levou
para aquela atividade.
Nada era realmente dela. Todos os fracassos e perdas financeiras foram
necessários para que ela acordasse para esse entendimento.
Apenas a sucessão de tropeços, caminhos errados, atalhos arriscados demais
e ruas sem saída, a obrigaram a fazer um retorno para si mesma e para o autoco-
nhecimento.
Passou a perceber que, na verdade, a não escolha, era uma escolha de não
ter autorresponsabilidade.
Mas o que pode ter moldado esse comportamento que pode beirar a arro-
gância e falta de discernimento?
Por trás do que pode até parecer uma confiança exacerbada em si mesma,
na verdade, escondia uma insegurança, um padrão familiar destrutivo.
Em sua família, a crença era de que os homens deveriam ser sempre os
provedores, as mulheres podem até trabalhar, mas “quem paga as contas são os
machos”.
Residia nela esse conflito. Ouvindo a sua narrativa, observei que ela “de-
sistia” dos negócios exatamente na hora que começavam a ganhar impulso.
Percebi claramente esse padrão em cada história que contava, era justamen-
te quando os negócios começavam a prosperar que ela encontrava sempre uma
grande impossibilidade, arrumava uma briga com as sócias ou colocavao próprio
negócio em xeque.
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O Quase Lá:
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ o que você
esconde
de si mesmo?
“Debaixo desse corpo tem outro, cava mais”, diria Robert T. Ironside, ode-
tetive de um seriado americano, para o seu assistente; juntos combatiam o crime
em San Francisco.
“Suspeitei desde o princípio”, diria o Chapolin Colorado. Matei a charada
dela. Percebi que a questão central era: medo de ganhar dinheiro.
Ela ficou muito chocada com essa descoberta. Relutou bastante, mas aca-
bou admitindo que se ganhasse todo o dinheiro que teve possibilidade de ganhar,
ganharia a liberdade financeira. Isso era assustador para ela, teria de repensar seu
casamento. Isso a apavorava.
“Eu não quero me separar!”.
A grande questão era que isso acontecia apenas dentro da sua cabeça, vindo
do seu padrão familiar. O marido era o seu maior incentivador. Reconhecia o talento
dela para os negócios e a apoiava.
Evidentemente, não via com bons olhos a sua esposa na cozinha do res-
taurante. Criticava a sua dificuldade em encontrar uma saída para a questão do
cozinheiro chefe. A via como dependente dele: “tenha dois, três, quantos forem
necessários”, dizia ele.
Até na contratação de um funcionário podemos ver o padrão de persona-
lidade dependente que essa pessoa desenvolveu.
A única coisa a fazer nesses casos é identificar e trazer esse jeito de funcionar
à tona para que esse caminhar em círculos seja interrompido.
O sofrimento por se dedicar tanto, doar 100% de seu tempo para o trabalho
com todas as renúncias que isso exige; acaba por trazer medo e ansiedade ao ex-
tremo, impedindo a pessoa de tomar novas ações.
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O bem-
sucedido
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ insatisfeito:
síndrome do
impostor
Quando você não estiver conseguindo atingir uma meta, seja pessoal ou
profissional, procure saber: O que você esconde de si mesmo?
Só você conhece a verdade. A resposta está sempre dentro de você!
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O bem-
sucedido
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ insatisfeito:
síndrome do
impostor
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Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ
Capítulo 8
Contratos
inconscientes
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ Contratos
inconscientes
E
ssa é uma das imagens clássicas que usamos como analogia entre o nosso
consciente (aquilo que dominamos) e o nosso inconsciente (esse desco-
nhecido que nos arrasta por caminhos tortuosos e obscuros, nos colocando
em enrascadas fenomenais, que nos deixam perplexos.Dizem as más línguas que
somos apenas 5% conscientes, 95% das nossas escolhas e ações são determinadas
por esse “Ser” intransigente, obscuro e desconhecido.
Como já visto nos casos citados através dos quatro perfis dos empreendedores,
é o inconsciente que nos domina.
Somos movidos por essa força que nos arrasta para as maiores confusões e
enganos em nossas lutas diárias.
Isso é assustador e ao mesmo tempo revelador. O que nos resta a fazer para
dominar esse monstro oculto submerso nos meandros da nossa própria mente?
Onde e quando essas histórias começam?
Nossa história começa há muitos e muitos anos antes do nosso nascimento.
Nascemos em um caldeirão de crenças, culturas e costumes nos quais nossos pais
estão submersos.
Desde o momento em que fomos concebidos já estamos recebendo todas
essas informações, através de sensações agradáveis ou desagradáveis que vamos
absorvendo da nossa mãe.
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inconscientes
A partir dos três anos a criança “desce do colo do paraíso” (o colo da mãe),
e vai explorar o mundo. Ela quer ficar de “pé sem ajuda”. É a luta para criar uma
identidade própria.
É nessa fase entre os 3 e os 6 anos, segundo as pesquisas, que o seu interesse
e missão de vida vão nascer. Isso acontece a partir das suas experiências e vivências.
A segunda infância, 6 aos 12 anos, é uma fase rica de aprendizados e de busca
pelo seu próprio grupo, os amigos, a escola.
Dezessete anos, aí começa a transição para a vida adulta, a partir da escolha
do que fazer: estudar ou trabalhar.
E lá vai o ser humaninho em sua saga. A partir dos 23 anos algumas decisões
foram tomadas. Já se formou e busca um emprego, muda de casa, de cidade, de país,
nessa eterna busca de encontrar seu lugar ao sol.
Costumo dizer que ninguém passa pela vida impunemente. Entre os 25 e
os 30 anos, o sujeito já está no topo do seu Himalaia. Já casou, teve um filho, criou
uma carreira.
Muitas coisas boas aconteceram e outras nem tanto. É justamente nessa fase
que o teto começa a cair. Isso ficou muito nítido na clínica de álcool e outras drogas
onde fiz uma especialização na UFRJ.
O que observei é que aquelas pessoas haviam “retornado para a casa do
pai”. E nunca mais saíram. O que significa isso? Como esse retorno se dá?
Esse retorno não é geográfico, a pessoa não volta para a casa física do pai,
embora algumas pessoas retornem de fato, por vários motivos.
O retorno à casa do pai ao qual me refiro é um retorno às crenças limitan-
tes familiares, das quais passou a vida inteira fugindo, tentando ser ele mesmo.
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inconscientes
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inconscientes
Quando chegamos à vida adulta com a mochila cheia dessa narrativa familiar,
só existe uma solução: abrir esse arquivo e escolher aquilo que agrega, ou o peso
dessas narrativas vai te arrastar montanha abaixo.
Esse é o verdadeiro significado de voltar para a casa emocional do pai, é ser
arrastado por crenças limitantes que já não fazem jus à realidade.
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inconscientes
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Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ
Capítulo 9
Os 4 pilares que
sustentam os
negócios e a vida
Os 4 pilares
que
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ sustentam
os negócios
e a vida
Q
uase todos os ofícios necessitam de uma mesa de apoio. As confeiteiras
usam as suas mesas na cozinha, os médicos cirurgiões usam a sua mesa
(maca) cirúrgica, assim como os nossos computadores estão sobre uma
mesa. A mesa estará sempre sustentando alguma etapa do nosso trabalho.
Imagina você trabalhar em uma mesa com uma perna quebrada, e se forem
duas ou mais?
Muitas vezes, quando pergunto: “Qual é a perna da sua mesa que está mais
prejudicada?”, alguns respondem: “Estou com as quatro pernas quebradas”. Não
me espanta, porque tudo que acontece com uma perna prejudica as demais.
Mais uma vez o Tim Harv Eker, em seu livro Os segredos da mente milionária,
esclarece: “Do jeito que você faz uma coisa, você faz todas as outras…”.
Família
Dessa forma, vamos repetir tudo que aprendemos desde a barriga da nossa
mãe em tudo que fazemos.
Desde a escolha da carreira à escolha dos nossos parceiros amorosos e até
a solidariedade nas questões de saúde.
Reza a lenda,que temos as mesmas doenças do nosso clã por fidelidade ao
grupo. Segundo essa teoria, isso vai bem além da carga de DNA que todos carregam.
Tenho que confessar que isso dá o que pensar. Significa que alguns membros
da família realmente são mais “fiéis” que outros.
Porque se as doenças que temos fossem determinadas apenas por essa carga
genética, todos da família desenvolveriamas mesmas enfermidades.
Repetimos o que aprendemos com os nossos pais por identificação ou
por aversão. Isso aqui vai explicar melhor como essas escolhas conscientes ou
inconscientes se estabelecem.
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Os 4 pilares
que
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os negócios
e a vida
Alguns dizem: “Como eu poderia ser diferente, veja como a minha mãe é,
toda certinha, controladora. Tudo milimetricamente organizado, só pode ser exa-
tamente do jeito que ela quer”.
Outros já escolhem ser o oposto: “Sou desorganizado porque não aguentava
o nível de exigência da minha mãe. Insuportável! Faço questão de fazer tudo dife-
rente, gosto de ser livre”.
Assim, tudo que fazemos em todas as áreas da nossa vida está intimamente
interligado e sustentado por esses quatro pilares.
Relacionamentos
O que os seus relacionamentos amorosos têm a ver com os seus resultados
financeiros?
Quando digo que a energia do dinheiro e do amor são interligadas, algumas
pessoas estranham.
Entretanto, todos os negócios sofrem quando essa perna está rachada. Não
há nada que roube mais a nossa energia do que uma desavença com a pessoa que
a gente ama.
Os parceiros podem ser uma grande escada para o sucesso ou chumbo no pé.
Um homem que atendi no ambulatório do IPUB/UFRJ da Clínica de Álcool
e Drogas precisou se separar para empreender.
Ele via os seus sobrinhos que vieram do interior montando negócios e tendo
sucesso, enquanto vivia de um pequeno salário.
Sabe aquela piada: “Minha mulher não deixa não”?
Era exatamente assim, a mulher dele surtava quando ele ameaçava deixar o
emprego para empreender.
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Os 4 pilares
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os negócios
e a vida
Saúde
Uma coisa que eu sempre falava: “Eu não tenho tempo para adoecer”.
A minha arrogância era nesse nível.
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Os 4 pilares
que
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os negócios
e a vida
Essa crença me manteve saudável (fisicamente) por longos anos. Mas, por
outro lado, roubou o meu direito de ser vulnerável quando era preciso.
Quando falamos em saúde e trabalho, geralmente associamos a saúde à
nossa força física e à capacidade de não nos afastar daquilo que mais amamos:
nossos negócios.
Licenças médicas e afastamentos sempre são percebidos pelos empresários
como mimimi e fraqueza.
Não olhamos para as questões de saúde de forma global, entendendo os
impactos dos nossos históricos familiares em nossas vidas e negócios.
Por ter essa mesma visão enquanto empresária naquela época, fiquei sur-
presa com os casos que foram aparecendo. Surgiram questões inimagináveis sobre
como uma doença da infância impacta a vida do empresário no aqui e agora.
Um deles contou que teve Púrpura aos cinco anos de idade. Essa doença
autoimune provoca sangramentos quando a pessoa passa por emoções fortes, sejam
elas negativas ou positivas. Como isso afetava a vida dele?
Ao ficar triste chorava, literalmente, “lágrimas de sangue”. A felicidade exa-
cerbada provoca sangramentos em todos os poros, conforme o seu relato.
Hoje é um empresário muito solicitado para palestras e entrevistas em várias
mídias.
Relatou que quando estava no palco e sentia que aquilo que estava falando
gerava um real interesse na plateia, ele ficava todo “errado”. Ficava vermelho e se
perdia completamente.
Percebemos que ser o centro das atenções o incomodava porque o remetia
à redoma que sua mãe havia criado para protegê-lo.
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Os 4 pilares
que
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ sustentam
os negócios
e a vida
Ele não podia brincar e interagir com os amigos e irmãos. Percebemos tam-
bém o quanto aquela doença havia afetado todos os seus relacionamentos, desde
os amorosos,tanto quanto com os irmãose amigos.
Ele só trabalhava e relatava que não tinha amigos.
O seu relacionamento amoroso era tão protocolar que o sonho da sua espo-
sa era que ele a tratasse da mesma forma que tratava os seus funcionários.
Bom, ele emagreceu 17 quilos, descobriu que tinha uma carrada de primos
e está aprendendo a brincar e fazer novos amigos. Mudou radicalmente em todas
as áreas da vida e do seu negócio.
Outro paciente descobriu a causa do seu perfeccionismo por conta da ce-
gueira dos seus avós paternos. O seu pai foi o filho mais velho e, consequentemente,
passou ser “os olhos” dos pais, ele cuidava dos irmãos e de tudo em volta.
Até a profissão que o pai escolheu não admitia falhas. O pai era piloto de avião.
Errar não era uma opção em sua casa. Muito menos nos negócios. O medo
de errar impactava bastante o seu negócio, assim como o medo de se jogar nas
relações amorosas.
Todas as tentativas de otimizar o seu tempo haviam falhado antes dessa
compreensão. Entender que a raiz do problema estava na doença do seu avô o
surpreendeu bastante.
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Os 4 pilares
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os negócios
e a vida
Finanças
Como nossas crenças financeiras podem apagar nossas paixões
Dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
Dinheiro na mão é solidão.
“Pecado Capital”
Paulinho da Viola
Cantado em verso e prosa, o dinheiro faz parte das nossas mais aguerridas
crenças limitantes. Todos querem ganhar muito dinheiro. Pelo menos é o que cos-
tumamos afirmar.
Entretanto, apenas 1% da população de fato ganha e mantém o dinheiro em
suas contas bancárias.
Muitas pessoas correm atrás do dinheiro, veja a expressão “correm atrás”,-
mas geralmente poucos o alcançam. O dinheiro é só uma miragem no deserto das
suas vidas.
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os negócios
e a vida
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os negócios
e a vida
O que ela fazia para ter aquele sucesso e todo aquele dinheiro?
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Percebeu a raiz das suas crenças sobre dinheiro? São esses os motivos pelos
quais a maioria corre atrás do dinheiro e raramente o alcança.
O tabu do dinheiro
O dinheiro é assunto tabu em todos os relacionamentos. As pesquisas apon-
tam que as questões financeiras são responsáveis diretamente pelas separações de
70% dos casais. Esse é, sem dúvida, o maior tabu.
Está surpreso? Se você acreditava que a maioria dos divórcios ocorre por
traições, por exemplo, saiba que apenas 7% dos divórcios são pedidos por traições
e coisas do gênero.
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Os 4 pilares
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Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ sustentam
os negócios
e a vida
Na prática, os casais não falam sobre dinheiro, não planejam as suas vidas
financeiras, e esse fosso na comunicação dos casais sobre o dinheiro, que é um pilar
fundamental para a manutenção da vida, do crescimento e prosperidade da família,
acaba por levar muitos os casamentos ao fracasso..
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Os 4 pilares
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os negócios
e a vida
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Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ
Capítulo 10
Integridade nos
negócios e na vida
Integridade
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negócios
e na vida
O que é integridade?
É possível ser íntegro em um país onde a Lei do Gérson sempre falou mais alto?
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Integridade
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ nos
negócios
e na vida
Quantas vezes você prometeu que ligaria para alguém e não ligou?
Relembre…
Hummm…
a) 0
b) 2 (20)
c) 3 (30)
d) 5 (50)
e) várias (100)
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Integridade
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ nos
negócios
e na vida
Quantas vezes você prometeu a sua mãe, mulher ou marido que ia es-
tudar mais para a escola/faculdade ou para passar em um concurso, porém
o tempo passou e a preguiça falou mais alto?
a) 0
b) 2 (20)
c) 3 (30)
d) 5 (50)
e) várias (100)
Quantas vezes você já pagou por alguma atividade física, tipo trilha,
academia, dança, e nunca pisou o pé lá?
a) 0
b) 2 (20)
c) 3 (30)
d) 5 (50)
e) várias (100)
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Integridade
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ nos
negócios
e na vida
Acrescente outros itens que não estão aqui, mas fazem parte do seu
padrão de comportamento.
.
.
.
Agora responda só para você, com toda coragem:
Qual foi o seu percentual de integridade, você mantém o percentual
do começo?
79
Integridade
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ nos
negócios
e na vida
Como esse padrão vem atrapalhando a sua vida interior, sua paz de espírito
e a sua relação com as pessoas?
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Liste todas as situações onde a sua falta de compromisso com você e com
as pessoas gerou desconforto e desconfiança.
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O que você ensina às pessoas sobre como elas devem te ver, te tratar?
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Integridade
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ nos
negócios
e na vida
E o prejuízo moral?
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Para que possamos entender a importância disso, vou ilustrar com uma
historinha que ouvi da maravilhosa professora da Nova Acrópole (Escola de Filo-
sofia) Lúcia Helena Galvão:
Em um reino antigo os sonhos eram levados muito a sério. Certa feita um
rei sonhou que estava sentado em sua cadeira real e sobre a sua cabeça tinha uma
espada. Consultou todos os oráculos, mas não ficou satisfeito com as respostas.
81
Integridade
Clenice Araujo A EMPRESA NO DIVÃ nos
negócios
e na vida
Então disse que daria uma moeda de ouro a quem desse uma resposta plausível.
Um homem muito pobre que nem casa tinha para morar pôs-se a pensar: “Ah! se
eu soubesse a resposta…poderia ganhar essa moeda e construir uma casinha para
me abrigar do frio”...
Um pássaro que cantava em uma árvore ouviu os pensamentos daquele
homem e disse:
— Eu sei a resposta, se você dividir o dinheiro comigo eu te conto.
O homem, todo animado, respondeu:
— Claro que eu divido. Diga-me qual é a resposta.
O pássaro respondeu:
— Vá lá e diga ao rei que a violência está rondando o reino e que ele corre
perigo. Diga-lhe para que fique atento.
O rei ficou muito satisfeito com a resposta e deu-lhe duas moedas de ouro.
O pobre homem voltou feliz com o prêmio e no caminho pensou: “Não vou
dar nada ao passarinho, para que ele quer dinheiro? A moeda pesa mais do que ele,
não vai nem conseguir levar”.
E assim foi embora. Construiu a sua casa e ficou tranquilo.
Mas...
o rei sonhou novamente e mandou buscá-lo. Ele ficou desesperado: “E ago-
ra? O que farei? Não dei a parte do pássaro”…
Pediu um tempo aos emissários do rei.
Sem alternativas retornou à árvore em busca do passarinho, prometendo
que dessa vez dividiria o dinheiro com ele.
O passarinho deu-lhe novamente a resposta e lá foi ele.
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Integridade
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Capítulo 11
“Decifra-me
ou te devoro”
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