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módulo 2 A invenção do Brasil: a arte no

Período Colonial

8. A colonização
portuguesa

Em Portugal, os padrões
eram uma peça de pedra
demarcada com o brasão
português e a cruz de Cristo.

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A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA
O marco padrão da fotografia abaixo é um monumento
localizado em São Vicente, que foi erguido em homenagem ao
quarto centenário de fundação do município paulista. Padrões
de pedra eram utilizados pelos portugueses para demarcar
suas posses.

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Inicialmente, os portugueses não ocuparam o território
brasileiro, o que começou a ocorrer, ainda de forma incipiente,
com a criação das capitanias hereditárias. O governo geral de
Tomé de Souza, a chegada dos jesuítas e o plantio da cana-
de-açúcar deram impulso à colonização. Outro marco, foi a
transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro,
após a descoberta do ouro em Minas Gerais.

A partir do mapa das capitanias hereditárias, elaborado pelo


cartógrafo português Luis Teixeira, é possível visualizar
aspectos da disputa territorial entre portugueses e espanhóis.
O traçado do meridiano de Tordesilhas, por exemplo, incluiu a
entrada do Rio da Prata na área pertencente a Portugal.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS,
1586
Luis Teixeira
Roteiro de todos os sinais
Biblioteca da Ajuda
Lisboa

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Outro mapa de Luis Teixeira mostra a vila de Olinda e um porto,
onde havia um pequeno núcleo urbano que mais tarde se
tornaria a capital pernambucana Recife.

No livro de Gilberto Freyre, Casa-grande e senzala, os


desenhos de Cícero Dias mostram como se configuravam
espacialmente o engenho, a casa-grande, a senzala e a
igreja. De forma articulada, representam a base da sociedade
patriarcal que definiu o período colonial e a constituição da
família brasileira.

VILA DE OLINDA E
O PORTO (RECIFE),
1586
Luis Teixeira
Roteiro de todos os
sinais
Biblioteca da Ajuda
Lisboa

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CASA-GRANDE & SENZALA, 1933
Gilberto Freire

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ENGENHO POÇO COMPRIDO, Século XVIII
Vicência, Pernambuco
Tombado pelo IPHAN

As construções de estilo colonial dos engenhos tinham


telhados em planos inclinados (chamados águas), feitos com
telhas de cerâmica, além de arcos redondos ou romanos que
sustentavam a varanda e paredes pintadas de branco (caiadas).

Ao longo da história, as cidades no Brasil se desenvolveram


para cumprir diversos objetivos: possibilitar a defesa do
país, conquistar e ocupar o interior do território, defender
suas fronteiras dos avanços estrangeiros e fomentar o
desenvolvimento econômico, como os baseados no café e na
indústria.

Salvador, na Bahia, a primeira capital do Brasil, é um exemplo


de cidade de posse e defesa da colônia. Ela representa uma
forma típica de urbanização dos portugueses, que lembra

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a acrópole grega: uma cidade que fica no alto de um uma
elevação. Foi uma escolha baseada na segurança, tanto para
combater as potências estrangeiras, como para enfrentar os
indígenas. Como em Lisboa, Salvador foi divida em cidade alta
e cidade baixa, ligadas por planos inclinados que faziam o
transporte de cargas e pessoas.

CIDADE DE SALVADOR
Arnoldus Montanus
Mapa da sua publicação “O novo e desconhecido mundo:
ou descrição da América e da terra do sul” de 1671

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Na praça Tomé de Souza, na cidade alta, o Palácio Rio Branco
(centro da fotografia) tem estilo inspirado na chamada Belle
Époque do início do século XX, o Elevador Lacerda (direita)
liga as cidades alta e baixa, e a Câmara Municipal (esquerda)
abriga o legislativo da cidade de Salvador.

PRAÇA TOMÉ DE SOUZA, SALVADOR

Os fortes construídos no
litoral brasileiro eram mais
uma forma de reforçar a
defesa contra os inimigos.
Localizado em Salvador (BA),
o forte de São Marcelo foi
reformado após as invasões
holandesas e é a única
fortificação do país com
forma arredondada. Já o forte
dos Reis Magos, que fica em
FORTE DE SÃO MARCELO, Século XVII
Natal (RN), tem a forma de um Salvador, BA
polígono estrelado.

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FORTE DOS REIS MAGOS,
Século XVII
Natal, RN

PAÇO IMPERIAL, 1743


Rio de Janeiro

Projeto de José Fernandes


Pinto Alpoim

Ainda hoje existem vários exemplares de construções luso-


brasileiras em diversas cidades do país.

O Paço Imperial do Rio de Janeiro foi construído no século


XVIII. Localizado na atual Praça XV de Novembro, é uma
edificação de grandes dimensões, com paredes brancas,
janelas envolvidas por pedras, além de várias sacadas, de uma
das quais D. Pedro I declarou ao povo que ficaria no Rio de
Janeiro (Dia do fico).

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Construção de estilo colonial, a antiga Casa de Câmara e
Cadeia, de Salvador, foi incendiada pelos holandeses em 1625,
mas depois foi reconstruída. Em 1970, foi restaurada e ganhou
o aspecto que tinha no século XVII.

O pelourinho é uma coluna de pedra ou madeira, fixada em


praça pública, onde escravos e criminosos eram castigados.
Inclusive, o pelourinho é algo tão importante no mundo luso-
brasileiro, que é nome de um bairro em Salvador.

CÂMARA MUNICIPAL
Salvador, BA

PELOURINHO
Mariana, MG

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A Casa dos Contos, em Ouro Preto, MG, era a sede da Junta
da Real Fazenda, uma espécie de Receita Federal do período
colonial que recolhia o ouro destinado ao pagamento de
impostos ao Rei. O cômodo localizado no topo da construção é
a água furtada, assim chamado porque fica acima dos planos
inclinados das águas do telhado.

CASA DOS CONTOS, 1784


Ouro Preto, MG

O Chafariz de São José, em Tiradente, MG, é uma construção


de alvenaria com bicas onde corre água potável. Era o local
onde as pessoas se abasteciam de água. Apesar de ser uma
construção utilitária, tinha elementos decorativos como a
imagem de santos e pináculos.

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CHAFARIZ DE
SÃO JOSÉ, 1749
Tiradentes, MG

AULA 8 :: A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA 78

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O antigo Aqueduto Carioca foi construído no século XVIII
para transportar a água do Rio Carioca que nascia na Serra
da Carioca, atual bairro Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
Atualmente, na parte superior do antigo aqueduto, hoje Arcos
da Lapa, passam os trilhos de um bonde.

ARCOS DA LAPA, Século XVIII


Antigo aqueduto da Carioca
Rio de Janeiro

RUA DA CÂMARA
Tiradentes, MG

As residências do período
colonial geralmente eram
unidas umas às outras e se
acomodavam às ondulações
do terreno, o que resultava
na construção de casas em
diferentes níveis.

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Um detalhe interessante
do casario colonial são
suas janelas, como esses
exemplares fotografados em
Diamantina (MG).

JANELA COM GUILHOTINA

JANELA COM DUAS FOLHAS

JANELA COM MUXARABIS

8 :: A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA 80

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