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Estruturas de Madeiras

Classificação Visual de Peças de madeira

Prof.ª Dra. Gisele Martins


CARACTERIZAÇÃO DE PEÇAS DE
MADEIRA
CLASSIFICAÇÃO VISUAL
DE PEÇAS DE MADEIRA
CLASSIFICAÇÃO VISUAL DE PEÇAS DE MADEIRA
Consiste na inspeção visual das faces, lados (bordas
laterais) e das extremidades de cada peça. Deve-se
examinar todo o comprimento das peças e avaliar a
localização e a natureza dos nós e outros defeitos
presentes na superfície das mesmas.
A classificação visual da madeira serrada de coníferas
consiste na inspeção da qualidade visual da madeira com
relação à presença de defeitos e também da densidade de
anéis de crescimento da madeira.

A classificação deve ser realizada


por pessoa qualificada e
treinada.
Método de Classificação Visual

Método de ensaio se aplica às peças de madeira cujas dimensões


máximas da seção transversal não ultrapassem os limites de 50
mm para a menor dimensão e 300 mm para a maior dimensão.

No caso de peças comprimidas a menor dimensão não deverá


ultrapassar 150 mm.

PN-02-126.10-001-1 - Madeiras – Critérios de


classificação visual e mecânica de peças
estruturais de madeira.
Método de Classificação Visual
São definidas três níveis de acordo com a presença de
defeitos:

• Classe Estrutural Nº 1 (S1)


• Classe Estrutural Nº 2 (S2)
• Classe Estrutural Nº 3 (S3)

Não estrutural classifica-se como SS


Método de Classificação Visual

• Realizada pelo exame das quatro faces e das extremidades de


cada peça.

• A localização e a natureza dos nós, bem como outras


características aparentes na superfície da madeira são avaliadas
por todo o comprimento da peça.

Baseado na ASTM D245-93 para o


estabelecimento dos critérios de
classificação
Método de Classificação Visual

• Classificação realizada antes do aplainamento

Tabela 1 – Redução máxima das dimensões da seção transversal


devida ao aplainamento das faces.

Dimensões da De 50mm até Acima de


Até 49mm
face 150mm 150mm
Redução máxima 4mm 5mm 6mm

Obs: Se a madeira classificada for cortada em partes menores, tais partes


devem ser classificadas novamente.
Método de Classificação Visual

1. Inclinação das Fibras


• A inclinação das fibras é medida nas quatro faces,

• Em todo o comprimento

• Na zona que apresentar a maior inclinação

• Desconsiderando-se os desvio em torno dos nós.


Método de Classificação Visual
2. Nós
Os nós são diferenciados segundo sua posição, nós no centro da face e
nós no canto da face ou no lado.

Devem ser avaliados em termos de


proporção de área que ocupam na
seção transversal da peça.
Método de Classificação Visual

2.1 Conjunto de Nós


• Um conjunto de nós é medido como um nó individual.

• Adota-se como o diâmetro equivalente de um conjunto de nós


a soma dos seus respectivos diâmetros.
Método de Classificação Visual

2.2 Nós Individuais


No caso de se ter dois ou mais nós próximos, mas com fibras
inclinadas em torno de cada nó individualmente.
Método de Classificação Visual

2.3 Nó no canto da peça

Um nó na face larga de um elemento fletido ou tracionado é


considerado no canto, como um nó de borda se a distância do
centro do nó à borda for igual ou menor à 2/3 do diâmetro do nó.
Método de Classificação Visual

2.4 Nó na face estreita


Em um elemento fletido ou tracionado é medido pelas linhas
paralelas às bordas da peça que expressam o diâmetro do galho
do nó, e pela penetração do nó dentro da peça de madeira.
A penetração do nó pode ser medida pelo posição da medula.
Método de Classificação Visual

2.5 Nó na intersecção de duas faces em uma peça sem medula


Qualquer nó que contenha a intersecção de duas faces em uma
peça sem medula , incluindo um nó que se estenda por toda a
largura da face, é medido pelas linhas paralelas às bordas da face
em que é medido.
• Tais medidas devem representar o diâmetro do galho causador
do nó.
Método de Classificação Visual

2.6 nó na face estreita, que aparece também na face larga


Um nó na face estreita, que aparece também na face larga (não
contendo a intersecção das duas faces), de uma peça que não
contenha medula é medido na face larga.
Seu diâmetro corresponde a media entre o maior e o menor
diâmetro.
Método de Classificação Visual

2.7 Nó na intersecção de duas faces em uma peça com medula


Um nó posicionado na intersecção de duas faces em uma peça
contendo medula é medido pela maior das seguintes dimensões:
a largura na face estreita entre as linhas paralelas as bordas, ou
pelo seu menor diâmetro na face larga.
Método de Classificação Visual

2.8 Nó na face larga


A dimensão de um nó na face larga é expressa pela média da
maior e da menor dimensão.
Método de Classificação Visual

2.9 Nó que aparece nas duas faces


O diâmetro equivalente de um nó que aparece nas duas faces de
uma peça é dado pela média dos diâmetros nas duas faces
opostas, sendo cada diâmetro tomado como a distância entre as
linhas paralelas às bordas da peça.
Método de Classificação Visual

3 Rachas
O tamanho de uma racha anelar na extremidade de uma peça é
igual à sua extensão medida paralelamente ao comprimento da
peça.
Método de Classificação Visual

4 Fendas
O fendilhado presente na extremidade das peças e resultante da
secagem da madeira, não é limitado.
Método de Classificação Visual

5 Empenamento

O termo empenamento se refere à qualquer desvio na forma


geométrica inicial de uma peça de madeira, incluindo:

• Encurvamento,

• Encanoamento,

• Arqueamento,

• Torcimento.
Método de Classificação Visual

5.1 Encurvamento

É definido como um empenamento em relação ao eixo de menor


inércia de uma peça de madeira.
O encurvamento deve ser medido no ponto de maior
deslocamento em relação à linha reta que une as duas
extremidades da peça.
Método de Classificação Visual

5.2 Encanoamento
É definido como empenamento de uma peça de madeira de
forma que a seção transversal apresente um lado côncavo e
outro convexo.
O encanoamento deve ser medido no ponto de maior
deslocamento em relação à linha reta que une as duas bordas da
peça.
Método de Classificação Visual

5.3 Arqueamento
É definido como um empenamento em relação ao eixo de maior
inércia de uma peça de madeira.
O arqueamento deve ser medido no ponto de maior deslocamento
em relação à linha reta que une as duas extremidades da peça.
Método de Classificação Visual

5.4 Torcimento
É definido como uma combinação de empenamentos em relação
aos eixos de maior e de menor inércia fazendo com que a peça de
madeira fique com forma espiralada.
Estruturas de Madeira

Tabela 1 – Critérios para classificar peças estruturais de pinus


(coníferas) nas classes de resistência a partir da classificação visual e
mecânica

Defeito unidade Classe 1 Classe 2 Classe 3


Medula - Não se admite
Densidade Kg/m³ 600 500 400
Nós mm/mm 1/4 1/2 2/3
Inclinação das fibras 1:12 1:9 1:6 1:3
Fissuras não passantes m O comprimento das fissuras não deve
ser maior que 1,0 m e nem ¼ da
comprimento da peça
Fissuras passantes m Somente se permitem as fissuras
passantes nos extremos e o
comprimento não deve ser maior do
que a largura da peça
Encurvamento e arqueamento mm Menor que 8 mm para cada 1 m de
comprimento
Torcimento mm/m Menor que 1 mm para cada 25 mm de
comprimento
Tabela 1 – Critérios para classificar peças estruturais de pinus(coníferas)
nas classes de resistência a partir da classificação visual e mecânica

Defeito unidade Classe 1 Classe 2 Classe 3


Encanoamento mm Sem restrições
Esmoado mm/mm Transversalmente menor que ¼ da espessura
ou largura da peça
Sem restrições para o comprimento
Ataques biológicos - Não se admitem zonas atacadas por fungos
causadores de podridão
Se admitem zonas atacadas por fungos
cromógenos
Se admitem orifícios causados por insetos com
diâmetro inferior a 2 mm.
Madeiras de reação mm/mm Menor ou igual a 1/5
Outros - Danos mecânicos, presença de kino e outros
defeitos se limitam por analogia com alguma
característica similar
Tabela 2 – Critérios para classificar peças estruturais de eucalipto
urograndis (folhosas) nas classes de resistência a partir da classificação
visual.
Defeito unidade Classe 1 Classe 2 Classe 3
Medula - Não se admite
Densidade Kg/m³ 700 600 500
Nós mm/mm 1/5 1/3 1/2
Inclinação das fibras 1:12 1:12 1:9 1:6
Fissuras não passantes m O comprimento das fissuras não deve
ser maior que 1,0 m e nem ¼ da
largura da peça
Fissuras passantes m Somente se permitem as fissuras
passantes nos extremos e o
comprimento não deve ser maior do
que a largura da peça
Encurvamento e arqueamento mm Menor que 8
Torcimento mm/m Menor que 1 mm para cada 25 mm de
comprimento
Tabela 2 – Critérios para classificar peças estruturais de eucalipto
urograndis (folhosas) nas classes de resistência a partir da classificação
visual.
Defeito unidade Classe 1 Classe 2 Classe 3
Encanoamento mm Sem restrições
Esmoado mm/mm Transversalmente menor que ¼ da espessura
ou largura da peça
Sem restrições para o comprimento
Ataques biológicos - Não se admitem zonas atacadas por fungos
causadores de podridão
Se admitem zonas atacadas por fungos
cromógenos
Se admitem orifícios causados por insetos com
diâmetro inferior a 2 mm.
Madeiras de reação mm/mm Menor ou igual a 1/5
Outros - Danos mecânicos, presença de kino e outros
defeitos se limitam por analogia com alguma
característica similar
Exemplos de defeitos
Defeitos

Colapso
Defeitos

Rachaduras
Defeitos

Esmoado
Defeitos

Arrancamento de Partículas
Defeitos

Ataque de Fungos
Defeitos

Ataque de Fungos
Defeitos

Ataque de Fungos
Defeitos

Ataque de Fungos
Defeitos
Nós
CLASSIFICAÇÃO MECÂNICA
DE PEÇAS DE MADEIRA
Classificação Mecânica
Densidade
Classificação Mecânica
Resistência e rigidez à flexão

O módulo de elasticidade, E, será determinado por meio da medição


do deslocamento (e), no ponto central B da reta que une os pontos A
e C.
Classificação Mecânica
Resistência e rigidez à flexão

Legenda
X - deslocamentos expressos em milímetros
Y - força aplicada expressa em newtons
a - ruptura
Classificação Mecânica
Tração Paralela às Fibras
Classificação Mecânica
Compressão Paralela às fibras

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