Você está na página 1de 150

ENGENHARIA

DIAGNÓSTICA
PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS II
Profa Ma CÍNTIA MONTEIRO
CAUSAS INTRÍNSECAS
• Falhas humanas durante a execução – ausência ou
falha de projeto estrutural; mão de obra não
qualificada; ausência ou falha no tratamento
preservante; deficiência nas ligações, problemas no
transporte, falta de controle de qualidade.
• Falhas humanas durante a utilização – falha nas
manutenções periódicas e/ou preventivas; assim
como manutenções corretivas.
• Causas naturais – ações por agentes bióticos e
abióticos.
CAUSAS EXTRÍNSECAS
• Falhas humanas durante a execução – ausência ou
falha de projeto estrutural, detalhamento e
profissional especialista na área; ambiente
impróprio para este tipo de estrutura; ausência de
sondagem de solo; falta de compatibilização com
os projetos complementares.
• Falhas humanas durante a utilização – alterações
estruturais; mudanças no uso; sobrecargas;
alterações no terreno e/ou fundações.
• Ações mecânicas: choques de veículos; recalque de
fundações; abrasão mecânica.
• Ações atmosféricas: intemperismo; incidência de
luz ultravioleta (insolação); constante presença de
água; variações de temperatura; ações de
enchentes; ações de vento; descargas de raios
atmosféricos.
• Ações químicas: corrosão das ligações por alta
exposição e escolhas inadequadas; reações de
tratamentos preservativos CCA e CCB em ligações e
pinos metálicos não galvanizados.
• Ações biológicas: presença de agentes bióticos na
região e/ou em edificações vizinhas.
PRINCIPAIS AGENTES DE DETERIORAÇÕES
DA MADEIRA: diminuição da vida útil
• agentes bióticos (vivos)
• agentes abióticos (não vivos)
• anomalias estruturais (concepção estrutural, falhas
durante a execução, ausência e/ou falhas em
manutenções)
AGENTES BIÓTICOS
BACTÉRIAS
BACTÉRIAS
BACTÉRIAS
FUNGOS
FRUTIFICAÇÃO DOS FUNGOS
FUNGO EMBOLORADOR
FUNGO MANCHADOR
FUNGO APODRECEDORES
FUNGO DE PODRIDÃO BRANCA E PARDA
FUNGO DE PODRIDÃO MOLE
MÁXIMO = 2 CM
INSETOS
Cupins
Térmitas-de-madeira-seca
Térmitas-de-madeira-úmida
Térmitas-subterrâneas

A IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES É BASEADA NO SOLDADO.


ATAQUE POR TÉRMITAS
SUBTERRÂNEAS
TÚNEIS DE SOLO
Térmitas-epígeos - são os cupins mais conhecidos
desse grupo no brasil, mas não causam problemas às
edificações, e são os pertencentes ao gênero
cornitermes, encontrados frequentemente em campos
de pastagens. ( MURUNDUS)
Térmitas-arborícolas - cupins-arborícolas são aqueles
cujo ninho situa-se acima do solo, sobre
algum suporte, geralmente uma árvore.
Brocas-de-madeira
Brocas-de-madeira [do português de
Portugal: caruncho] é da ordem dos
Coleópteros e representam a maior ordem
entre os insetos, evidenciadas
principalmente em nove famílias de
besouros (Anobiidae; Bostrichidae;
Brentidae; Buprestidae; Cerambycidae;
Lyctidae; Lymexylidae; Platypodidae;
Scolytidae)
As Formigas, abelhas e vespas da ordem
Hymenoptera – chamadas de carpinteiras.
ABELHAS
Perfuradores marinhos
TEREDOS (TEREDINIDAE)
PHOLODIDAE
LIMONORIA OU PIOLHOS DO MAR
SPHAEROMAA TEREBRANS
Características de sinais
visuais de manifestações
patológicas por agentes
bióticos, com Potencial de
Risco de Biodeterioração
CARACTERÍSTICAS VISUAIS
DE AGENTES ABIÓTICOS
(NÃO VIVOS)
Principais tipos dessas manifestações patológicas destacam-
se:
• Origem estrutural (fases de projeto, construção e/ou
manutenção);
• Remoção de madeira em manutenções inadequadas;
anomalias em ligações;
• Movimento de nós e distorções; instabilidade;
deslocamentos; fissuras; fendas; rachas;
• Fendilhados;
• Fraturas incipientes;
• Ações de agentes atmosféricos (como à chuva e a luz
ultravioleta, descargas atmosféricas, vento, etc.), Danos
devidos ao fogo;
• Danos por animais silvestres.
Nos casos das pontes de madeira incluem os:

• Condicionantes de agentes físicos por danos


mecânicos por abrasão ou por impacto, à ação de luz
ultravioleta, a corrosão do metal de ligações, e
agentes químicos como ácidos e bases fortes.

• Sendo que as principais causas de origem dos


agentes abióticos podem favorecer aos danos nas
peças de madeira sã, pelas ações de agentes
atmosféricos (radiação solar e chuva) e danos devido
ao fogo.
O DANO ABIÓTICO PODE
LEVAR AO DANO BIÓTICO
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA DE ORIGEM
ESTRUTURAL
São oriundos de:
• Falhas em concepções durante projeto
arquitetônico;
• Falhas na concepção estrutural do projeto;
• Falhas na escolha do modelo de análise
estrutural;
• Falhas em concepções de ligações;
• Falhas e/ou ausência nas interferências na
integração entre os projetos complementares;
• Falhas inerentes aos materiais;
• Falhas na execução da obra;
• Falhas em manutenções corretivas.
Instabilidade
As análises de estabilidade local de
elementos estruturais podem ser
avaliadas por critérios da ABNT/NBR
7190.
Já para análises de estabilidade global em
estruturas de madeira, a maioria dos
softwares comerciais utilizam modelos
computacionais P-Delta/ CAD
Remoção de elementos estruturais
Fraturas incipientes (iniciais)
As fraturas incipientes, geralmente
ocorrem decorrentes de acidentes ou
ignorância como, por exemplo, com uso
de sobrecargas excessivas.
Movimento de ligações e distorções
Deformações, deslocamentos e flechas
Danos mecânicos
Presença de defeitos naturais
Deterioração pela ação de agentes
químicos
Efeito da corrosão na madeira
Deterioração pela ação de agentes
atmosféricos ou meteorológicos
• Ações de vento

• Danos devido ao fogo


Danos por animais silvestres
Características de sinais
visuais de manifestações
patológicas por agentes
abióticos, com potencial de
risco de deterioração.
Sinais visuais de Modos de
Ruptura em vigas biapoiadas
conforme a ASTM D 143-14
Técnica De Inspeção Não Destrutiva
NDT - Non Destructive Technique
METODOLOGIAS USUAIS

DE INSPEÇÕES
Técnicas de inspeção para
detectar evidências de
deterioração externa na
madeira (NDT)
Técnica de Inspeção Visual
• Técnica de Inspeção Visual Geral (global) de
Nível 1.
• Técnica de Inspeção Visual Detalhada
(localizada) de Nível 2.
• Teste ao puncionamento – sondagem
superficial, fácil de fazer e difícil de
interpretar
• Teste de picoteamento
• Termografia (Câmera foto térmica)
• Medidor de umidade / termo-higrometro
• Ensaio de arrancamento
• Ensaios de Dureza
Medidor de densidade superficial (externa) com
Pilodyn®
Técnicas de inspeção para
detectar deterioração interna
na madeira (NDT)
Teste à percussão [ingl.: sounding],
aparentemente é simplista, mas de
complexa interpretação, pois depende
muito da habilidade de interpretar de
ouvido, a intensidade de ressonância
sonora à percussão, através de batidas
com um martelo na superfície de
madeira.
Perfuração com análise tátil/visual
Perfuração com trado de amostragem
 Régua para medição de profundidade

Uma régua estreita de aço, shell-depth (é uma


barra metálica fina, com entalhe na
extremidade e marcações de dimensões,
geralmente em centímetros e/ou em
polegadas.) ou paquímetro, para indicar a
profundidade, e pode ser utilizada após a
utilização do método de perfuração com trado
de amostragem ou do método de perfuração
simplesmente para medir diretamente a
profundidade das fendas.
Profundidade Microperfuração controlada:
instrumentos denominados microperfuradores
eletrônicos controlados, o mais conhecido
comercialmente é o Resistograph®, o qual
computa a relação de amplitude existente entre
a densidade da madeira e a taxa de resistência
à perfuração de ponta da broca.

• podem penetrar até 50 cm


• o furo deixado é muito pequeno, 3 mm de
diâmetro
Resistograph®
Avaliação Visual Detalhada Interna com
Endoscopia/ Videoscopia
• Provas de carga
Tabuleiros de pontes ou em pavimentos de madeira
de edificações, com provas de carga [ingl.: loading
test] in loco é possível determinar o módulo de
elasticidade médio utilizando as equações clássicas
conhecidas para inferir valores de resistência
através de relações existentes entre essas
propriedades com Provas de Descarregamento,
isto é, advindo de um processo em que o módulo de
elasticidade é obtido através da medição de rigidez
de mola dos elementos de madeira, após a retirada
de cargas permanentes conhecidas para o ensaio.
Medidor de densidade nuclear Lixi Profiler:
isótopo radioativo, Gadolinium-153 (Gd-153),
que gera um feixe de radiação penetrando
através da seção de madeira, e assim
calculando espessura da madeira.
Técnicas de inspeção
destrutivas
Ensaios de flexão e de compressão uniaxial:
determinar parâmetros mecânicos de
resistência e deformabilidade.
TRATAMENTOS PRESERVATIVOS
PÓS-INSPEÇÕES
• Danos superficiais, sondagens superficiais, de puncionamento,
picoteamento, Pilodyn®, furos de medidores, etc. devem ser tratados
com preservativo de madeira líquida ou pastosa.
• Furos de sondagens [ingl.: bore holes],devem ser injetados líquido
preservativo de madeira dentro dos orifícios, e os furos devem ser
tampados com cavilhas de madeira tratada com preservativos, com
um diâmetro superior ao do orifício de inspeção.
• Inspeções em estruturas de pontes, o tratamento com creosoto ou
naftenato de cobre [ingl.: copper naphthenate] geralmente são
suficientes para a preservação.
• Locais sujeitos ao ataque por Limnoria, superfícies e tampões de
cavilhas devem ser tratados com preservativos de sais
[ingl.:waterborne salts].
• Em áreas onde Pholads podem atacar utilizar ambos os tratamentos
com creosoto e preservativos de sais [ingl.: waterborne salts].
Quadro resumo dos preservativos
METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS DE
NÍVEIS DE INSPEÇÃO EM AVALIAÇÕES

Para os casos de procedimentos de


inspeções específicos de vistorias de
pontes e viadutos de concreto, a ABNT
NBR 9452/2019 considera três tipos
distintos:
• vistoria cadastral;
• vistoria rotineira;
• vistoria especial.
AVALIAÇÃO DE ESTRUTURAS
EXISTENTES A ISO 13822:2010 FORNECE
UM TERMO DE HIERARQUIA
NBR 7190 relata que o risco de biodeterioração
depende do teor de umidade da madeira e da
duração do período em que a madeira fica
exposta a umidade.
Alto Potencial de Risco de
Biodeterioração.
PROPOSTA DE CLASSES DE
POTENCIAL DE RISCO
CONFORME A NBR 7190
Padronização de método de ensaio para
avaliação laboratorial de resistência ao
ataque de térmitas subterrâneas conforme
a ASTM D 3345–08
Períodos recomendados para inspeções periódicas
preventiva sem postes de madeira, conforme a
norma Australiana AS-NZS 4676:2000.
TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO
REFORÇO
OU
SUBSTITUIÇÃO
• Técnicas de reabilitações e reforços
por meio de ligações tradicionais
As técnicas tradicionais de reabilitação e/ou reforço,
geralmente utilizam componentes de fixação metálicos
e/ou elementos adicionais de madeira para reforçar ou
enrijecer os elementos estruturais.
• Reabilitação ou reforços com cobrejuntas
• Reabilitações ou reforços com aumento
de inércia com adição de peças
• Reabilitação com costuras de fendas
longitudinais ou delaminações
• Sistema de reabilitação de tabuleiro
laminado pregado com sistema
laminado-protendido
• Reabilitações ou Reforços com
encamisamentos de estacas com graute
ou concreto armado
• Reforço com barras ou cabos de aço atirantado
• Reabilitações com adesivos e resinas
• Reforço com cobrejuntas coladas
• Elementos estruturais de madeira
reforçados com compósitos fibras e
matrizes: Fibras sintéticas; Fibras
naturais
• Argamassa epoxídica
• Reforço com pinos colados em
emendas com entalhes tipo Júpiter
• Reabilitação de estacas
• Prótese de reconstituição de estaca ou
coluna com grauteamento epoxídico
• Reforço com barras coladas em peças
submetidas a esforços axiais

• Reforços de vigas com barras coladas


• Reforços de vigas com Fibras Reforçadas
com Polímeros (FRP)
• Próteses de extremidades de vigas com
barras coladas in loco
• Reabilitação de vigas com placas internas
coladas in loco
• Reforço com modificação da posição de
apoio com adição de consolo
• Reabilitação e reforços de pavimentos
• Substituição de elementos estruturais

• Restabelecimento da estabilidade
Bibliografia
BRITO, L. D. Patologia em estruturas de madeira: metodologia de inspeção e
técnicas de reabilitação. 2014. 577f. Tese (Doutorado em Engenharia de Estruturas) -
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos.
2014. Link: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18134/tde-18122014-
090958/pt-br.php
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT (2013) NBR 16143 -
Preservação das madeiras: sistemas de categorias de uso.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS, ASTM (2012) D1037 -
Standard Test Methods for Evaluating Properties of Wood-Base Fiber and Particle
Panel Materials.
EUROPEAN STANDARDS, EN 300 (2006) – OSB: Definitions, classification and
specifications.
SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÕES TÉCNICAS – SINAT. Diretriz SiNAT nº 005.
Sistemas construtivos estruturados em peças leves de madeira maciça serrada, com
fechamentos em chapas (Sistemas leves tipo “Light Wood Framing”). 2ª revisão.
Brasília, 2017.
TECVERDE ENGENHARIA LTDA. DATec N° 20: Sistema Construtivo TECVERDE:
“Sistema Leve em Madeira”. São Paulo, 2013.
OBRIGADA!!!!

Profa Ma . Cíntia Monteiro


cel. 11 99992 3105

www.cintiamonteiro.com.br
contato@cintiamonteiro.com.br

Você também pode gostar