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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL


ENF 351 – Estrutura Anatômica e Identificação da Madeira

ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS

Elaboração: Profª Ana Márcia M. L. Carvalho


Amanda Ladeira
Bruna Guirardi
Leila Lopes

Viçosa, Minas Gerais


II/2023
AULA PRÁTICA I: MACERAÇÃO, LÂMINAS TEMPORÁRIAS E OBSERVAÇÕES

1. INTRODUÇÃO
A dissociação dos tecidos é o único método que revela as particularidades das células. A
maceração é a forma artificial de separação das células de um tecido, através da dissolução da
lamela média, que é composta, quase em sua totalidade, por lignina. Através da maceração é bem
possível a observação tridimensional das células, facilitando o estudo das características
anatômicas da madeira, principalmente o estudo das dimensões de fibras e traqueídeos.
A partir da maceração, é possível a individualização das diferentes células lenhosas que
compõem a madeira. A partir das células individualizadas, pode-se visualizar principalmente as
fibras e elementos de vasos nas folhosas e os traqueóides nas coníferas. Alguns detalhes
específicos da madeira, algumas vezes, não são possíveis de serem observados nos três planos
anatômicos, tais como as placas de perfuração dos elementos de vasos e as pontoações de fibras.
Neste caso a maceração passa a ser uma ferramenta importante na avaliação qualitativa das
diferentes células lenhosas que compõem a madeira.
Embora se acredite que a natureza das ligações químicas entre os polissacarídeos e a lignina
seja mais complexa que a simples impregnação da lamela média pela lignina, os solventes químicos
são capazes de dissolver a substância intercelular e promover a separação das células vegetais. A
madeira, assim preparada, é usada para medições de largura, diâmetro do lume e comprimento das
fibras, espessamento de parede e pontuações.
Os reagentes utilizados para se remover a lignina estão assim agrupados:
a) solventes orgânicos específicos – álcoois, fenóis, dioxano, dimetilsulfóxido etc.
b) soluções aquosas ou básicas – NaOH, NaOH + Na2S, HNO3 , ClO2 etc.
c) soluções oxidantes – H2O2 , KMnO4 etc.
Os compostos orgânicos e as soluções oxidantes alteram o mínimo possível, a estrutura da
lignina, enquanto os reagentes básicos se caracterizam por reações drásticas, alterando a estrutura
da lignina.

2. OBJETIVOS
▪ Isolar os componentes anatômicos de madeira de folhosas e coníferas para posterior estudo de
tais componentes individualizados;

▪ Observar, identificar e comparar os elementos anatômicos de coníferas (traqueídeos e células


parenquimáticas); e folhosas (fibras, elementos de vaso e células parenquimáticas).

3. MATERIAL E MÉTODOS

Material biológico utilizado:


Madeira de folhosa:________________________
Madeira de conífera: _______________________

Procedimento: Método de Nicholls e Dadswell


Utiliza-se, neste método, solução de ácido acético glacial e peróxido de hidrogênio como
solução macerante. Esse método é muito utilizado para madeiras de média e baixa densidade, não
é agressivo e não degrada muito a parede celular dos componentes anatômicos, além de a sua
toxicidade ser baixa, comparativamente com outros métodos.
As etapas para realização desse método são as seguintes:

a. Retirar pequenos fragmentos de madeira com o auxílio de um estilete;


b. Preparar a solução macerante, que consiste de solução de ácido acético glacial e peróxido de
hidrogênio, na proporção de 1:1;

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c. Colocar os fragmentos de madeira num tubo de ensaio adicionadas a um volume da solução
macerante, volume esse o suficiente para recobrir todas as partículas;
d. Levar o tudo de ensaio a uma estufa aquecida à temperatura de 60oC por aproximadamente 48
horas;
e. Em seguida, lavar o material em água corrente, a fim de eliminar os resíduos químicos;
f. Colocar o material novamente no tubo com um pouco de água e agitar para que ocorra a completa
dissolução da lamela média;
g. Colorir com o corante azul de astra;
h. Montar as lâminas temporárias.

Observar os elementos anatômicos de coníferas e folhosas ao microscópio ótico desenhá-los,


considerando o tamanho e forma dos mesmos, e identificá-los.

4. RESULTADOS

Macerado de madeira de folhosa: ____________________________________

Aumento:

Macerado de madeira de conífera: ____________________________________

Aumento:

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AULA PRÁTICA II: AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE FIBRAS E TRAQUEÍDEOS

1. INTRODUÇÃO
Outra importância de ser fazer a maceração é a possibilidade de mensurar as dimensões de
fibras e traqueóides, que são: comprimento, largura e diâmetro do lume, já que nos três planos
anatômicos de corte não é possível realizar essas medições com precisão.
Em geral, o comprimento dos traqueídeos varia de 2 a 6mm, enquanto as fibras têm de 0,6 a
1,5mm. A largura dos traqueídeos está entre 30 e 50μm e das fibras, entre 15 a 25μm. Já o diâmetro
do lume dos traqueídeos, é, em geral, de 18 a 25 μm e o diâmetro das fibras de 8 a 18 μm.
Nos estudos de caracterização da madeira, essas dimensões podem apresentar correlações
com outras propriedades da madeira, tais como a densidade. Essas correlações podem ser válidas
para algumas espécies e para outras não. Uma característica anatômica associada a densidade é
a espessura da parede, onde tem-se registrado na literatura, muitas relações positivas desses dois
parâmetros em estudos com madeiras de coníferas e folhosas.
No entanto o que merece real destaque são as correlações das dimensões das fibras e
traqueóides com as propriedades do papel, características estas que definem a qualidade da
madeira para a produção do papel. Muitos autores afirmam que comprimento da fibra afeta algumas
propriedades do papel, em particular, resistência ao rasgo e resistência a dobras. Outra
característica muito importante para as propriedades do papel é a largura da fibra. Fibras mais
largas produzirão papéis com menor resistência ao ar, maior volume específico aparente e maior
resistência ao rasgo. Por outro lado, prejudicarão a formação da folha uma vez que tem maior
tendência a flocular na caixa de entrada. A espessura da parede é uma característica anatômica
tão importante quanto a largura da fibra e geralmente está relacionada com a rigidez da fibra.

2. OBJETIVOS
▪ Fazer medições de comprimento, largura e diâmetro do lume de fibras e traqueídeos;

▪ Estimar a espessura da parede de fibras e traqueídeos;

▪ Comparar as dimensões das fibras e traqueídeos.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Material biológico utilizado:

Macerado de folhosa:______________________
Macerado de conífera:______________________

Norma a ser utilizada: IAWA (1989) – fazer medição de, no mínimo, 25 fibras para comprimento,
largura e diâmetro do lume.

Procedimento: Utilização do software Axio Vision para medição de comprimento, largura e


diâmetro do lume de fibras e traqueídeos. A espessura da parede não é mensurada e sim estimada,
através da seguinte fórmula:

𝐿 − 𝐷𝐿
𝐸𝑃 =
2

Onde, EP= espessura da parede (μm); L= largura (μm); DL = diâmetro do lume (μm).

▪ Medição do comprimento: Utilizar a objetiva de 5 vezes de aumento.

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▪ Medição de diâmetro do lume e largura da fibra: Utilizar a objetiva de 20 vezes.
NOTA: Não é necessário fazer a medição de todos os parâmetros na mesma fibra, devido à
utilização de objetivas diferentes do microscópio ótico e à amostragem ser aleatória e
representativa.

5. RESULTADOS

Tabela 1 – Banco de dados da avaliação quantitativa de traqueídeos e fibras


Compriment

Compriment
parede (μm)

parede (μm)
Traqueídeo
Espessura

Espessura
lume (μm)

lume (μm)
Diâmetro

Diâmetro
Largura

Largura
o (mm)

o (mm)
parede

parede
Fração

Fração
Fibras

(μm)

(μm)
1 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
7 7
8 8
9 9
10 10

Tabela 2 – Estatística descritiva dos parâmetros quantitativos de fibras e traqueídeos

Fibras Traqueídeos
Parâmetro
Maior Menor Desvio Maior Menor Desvio
Média CV(%) Média CV(%)
valor valor padrão valor valor padrão
Comprimento
(mm)
Largura
(µm)
Diâmetro
lume (µm)
Espessura
parede (µm)
CV(%)= coeficiente de variação.

▪ FAZER UMA COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS OBTIDOS (usar o verso da folha).

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AULA PRÁTICA III: PREPARO DE AMOSTRAS, MICROTOMIA E MONTAGEM DE LÂMINAS

1. INTRODUÇÃO

Existem basicamente duas técnicas para que a madeira possa ser observada a nível
microscópico. Uma delas é a maceração, onde é possível observar as células lenhosas que
compõem a madeira, através do uso de reagentes específicos que individualizam essas células
através da dissolução da lamela média. Outra técnica é através da microtomia e montagem de
lâminas, onde é possível visualizar os três planos anatômicos de corte, identificando-se os vários
tecidos que compõem a madeira, tais como fibras, parênquima axial e radial, traqueóides e vasos.
A microtomia é o processo que consiste em transformar a madeira em seções muito finas,
transformando-a num objeto delgado e quase transparente, para ser observado com o auxílio de
um microscópio. Após a obtenção dessas finas seções é possível montar lâminas permanentes ou
semi-permanentes. No entanto, antes de iniciar o processo de microtomia, é recomendável que,
essas finas seções as serem obtidas, sejam oriundas de amostras de madeiras representativas das
árvores da qual se queira estudar. Nesse caso é recomendada uma amostragem da madeira.
Dependendo do objetivo do trabalho, essa amostragem pode ser feita de várias maneiras. Em geral,
é realizada em pontos específicos da árvore, sejam no sentido radial (sentido medula-casca) ou
axial (sentido base-topo), as amostras são retiradas de indivíduos representativos de uma floresta
natural (quando há essa possibilidade) ou de plantio florestal.
No Brasil, a maior parte dos estudos anatômicos de madeiras é realizada seguindo-se normas
da COPANT, publicada em 1974, e da IAWA Committee, publicada em 1989 para a madeira de
folhosas e em 2004 para a madeira de coníferas. No Brasil, em 1992, o Laboratório de Produtos
Florestais (LPF) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) publicou um documento com base nas normas da COPANT e IAWA Committee, para
normatizar os estudos de anatomia do lenho no País. O documento, apesar de ainda não ser
normatizado pela ABNT ou INMETRO, pode ser seguido para fins de orientação de amostragem e
descrição anatômica macro e microscópica da madeira.

2. OBJETIVOS

▪ Preparar corpos de prova de madeira para a confecção de lâminas, considerando a


localização e as dimensões das amostras;
▪ Fazer o amolecimento dos corpos de prova;
▪ Proceder a microtomia;
▪ Montar lâmina permanente com os três planos anatômicos.

3. AMOSTRAGEM DO MADEIRA PARA MICROTOMIA

Com relação à amostragem, o documento do Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do


IBAMA, faz as seguintes orientações:

(1) Corpos-de-prova: Correspondem as amostras de madeiras de onde serão retiradas as finas


seções para a montagem de lâminas. Essa etapa envolve os procedimentos de coleta do material,
identificação e registro. Para fins de descrição dos caracteres gerais e anatômicos, as amostras
devem ser provenientes de material botânico, devidamente identificado, de acordo com as técnicas
usuais. As exsicatas deverão ser incorporadas a um herbário e a madeira, a uma xiloteca.
Preferencialmente, ambas devem ser registradas no Index Herbarium e no Index Xylarium,
respectivamente. Em caso de não se dispor de material vegetativo, e/ou reprodutivo, a descrição
deve ser citada na metodologia. Todo material deverá estar acompanhado de uma ficha, com
anotações de local, data de coleta, nome ou número do coletor e informações botânicas e
ecológicas.

(2) Localização das amostras: É importante especificar a origem da localização da amostra: tronco
ou ramo. No caso de árvores, as amostras devem ser coletadas, preferencialmente, a 1,30m do
solo, à altura do DAP (1,30 metros do solo). Em arbustos com menos de 3 metros de altura ou
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árvores que se esgalham à pequena altura, a amostra deverá ser retirada num ponto abaixo da
primeira bifurcação, no caso das Angiospermas. Na ocorrência de raízes tubulares, conhecidas
como sapopemas, a amostra no tronco deve ser coletada num ponto acima do ponto de inserção
dessas raízes (Angiospermas). Em Gimnospermas, geralmente é possível a retirada de amostras
na região do DAP. É importante que as amostras sejam completas, contendo casca, alburno e
cerne. Para estudos em que as árvores não possam ser derrubadas, as amostras devem ser
retiradas com o auxílio de um trado ou equipamento similar, com diâmetros adequados para que as
mensurações sejam representativas.

OBS: Para estudos de caracterização da madeira, recomenda-se retirar uma amostra do cerne
periférico, por essa porção ser representativa da seção transversal como um todo. Em estudos de
nível científico, recomenda-se adotar repetições, onde cada repetição deve consistir de um indivíduo
da mesma espécie. Nesse caso, várias amostras de um mesmo indivíduo serão analisadas e depois
o resultado final terá uma análise estatística.

(3) Dimensões dos corpos de provas: As amostras deverão ter tamanho suficiente para o estudo
a que se destinam. Os corpos-de-prova para as análises macro e microscópica deverão ter
dimensões adequadas ao ponto de apoio do micrótomo. Em geral o tamanho dos corpos de prova
é variável, dependendo do técnico ou pesquisador que fará o processo de microtomia e montagem
das lâminas. O documento do LPF sugere as seguintes dimensões: 1,5 cm na direção tangencial;
2,0 cm na direção radial e 3,0 cm na direção longitudinal.

OBS: As dimensões dos corpos de provas são, em geral, sugeridas, como aconteceu com o
documento do LPF. No Laboratório de Propriedades da Madeira adotam-se dimensões similares
àquelas recomendadas pelo LPF, em geral com cerca de 2,0 cm na direção tangencial; 2,0 cm na
direção radial e 3,0 cm na direção longitudinal, objetivando seções finas da madeira de maior
tamanho para a confecção das lâminas.

Após a amostragem e preparo dos corpos de provas, estes deverão ser tratados, quando
necessário, por um método apropriado de amolecimento, antes de serem levados ao micrótomo,
conforme será descrito a seguir.

4. TÉCNICAS DE AMOLECIMENTO DA MADEIRA

Após o preparo dos corpos de prova (amostra de madeira a ser preparada para microtomia),
estes devem ser preparados para uma seção de amolecimento, para facilitar a retirada das finas
seções. Para tal situação, a madeira pode apresentar-se em duas situações:

a) Madeira verde - esta é a condição ideal, pois o lenho se apresenta no estado natural, oferecendo
maior facilidade de corte. Para preservar este material nessa condição, deve-se lavar a madeira em
água corrente e embebê-la em uma solução especial de FAA (5 partes de formol, 5 partes de ácido
acético glacial e 90 partes de álcool, a 70%). Para madeiras muito duras, mesmo estando no seu
estado verde, ela pode ainda estar dura ao corte no micrótomo. Para o amolecimento dessas
madeiras - verdes e duras - é conveniente colocar essas amostras em soluções de glicerina a 30%,
50% e 100%, em série, à temperatura ambiente.

b) Madeira seca - normalmente a madeira seca deverá ser submetida a um processo de


amolecimento e de retirada do ar; para tanto, a amostra pode ser colocada em várias soluções ou
reagentes a fim de promover o ser amolecimento. No Laboratório de Propriedades da Madeira
(LPM) geralmente os corpos de prova são amolecimentos somente em água quente. Nesse
processo, dependendo da espécie, o cozimento pode variar de horas a alguns dias. Em geral as
madeiras de gimnospermas são mais fáceis de ser amolecidas.
Outros procedimentos podem ser adotados. Por exemplo, usar solução de álcool, água e
glicerina, em partes iguais, para amolecimento dos corpos de prova e submeter a vácuo até
permanecer totalmente imersa ou no fundo do recipiente ou atingir o grau de amolecimento
desejado. Esse método pode ser adotado facilmente em laboratório.
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Há caso em que as soluções descritas acima não são suficientes para amolecer a madeira,
devido à madeira apresentar alta densidade. Nesse caso a madeira pode ser amolecida através de
tratamento químico, a ponto de dissolver a lignina da parede celular.

5. MICROTOMIA

O micrótomo é o equipamento destinado a retirar pequenas seções de madeira para serem


visualizadas num microscópio. O seu manuseio requer prática e muita habilidade, utilizando-se de
navalhas bem afiadas. O micrótomo permite a obtenção de seções finas, de espessuras prefixadas,
que podem variar de 1 a 60 µm.
Para a obtenção das finas seções da madeira no micrótomo a espessura ideal está entre 14-20
micrômetros.
Com relação ao uso do micrótomo, o corpo de prova deve estar bem fixo nas garras do micrótomo
para não movimentar-se durante o momento de atrito com a navalha. Deve-se ajustar o ângulo para
que a superfície transversal do corpo de prova esteja paralela à face inferior da navalha. O ângulo
de penetração da navalha no corpo de prova também deve ser ajustado. Escolhe-se a espessura
das finas seções a serem obtidas (14 a 20 micrômetros) e faz-se com que a navalha passe sobre a
superfície do corpo sem hesitação. As seções devem ser colhidas com auxílio de um pincel e
depositadas em placa de Petri com água destilada.. As seções obtidas do micrótomo são removidas
da superfície da navalha com o auxílio de um pincel molhado e mantido abertas em placas de Petri,
umedecidas.
Aliado ao uso do micrótomo, também é utilizado nos laboratórios de anatomia da madeira, um
afiador de navalha, para manter as navalhas sempre em boas condições de uso, a fim de obter-se
também, as finas seções de madeira.

6. MONTAGEM DE LÂMINAS

Montagem de Lâminas Permanentes

Após a obtenção das finas seções de madeira, nos três planos de observação, pode-se realizar
a etapa seguinte: a montagem de lâminas, que pode ser permanente ou temporária.
A montagem de lâminas permanentes de madeira segue os seguintes passos:

(1) Descoloração: a descoloração do material é utilizada para madeiras naturalmente muito


escuras ou com muitas incrustações; no entanto essa etapa é recomendada mesmo para madeiras
mais claras, para melhor resultado da coloração. Para a descoloração da madeira utiliza-se uma
solução de água sanitária (hipoclorito de sódio) a 60% ou solução de peróxido de hidrogênio. Para
obter uma reação mais rápida de descoloração da madeira com o uso da água sanitária, pode-se
aquecer a solução por um curto período de tempo. Decorrido o tempo da descoloração, as finas
seções da madeira devem ser lavadas em água destilada.

(2) Coloração: a fim de se obter uma melhor observação da madeira é comum tingir as seções
artificialmente. Os corantes têm a função de aumentar o contraste entre as diferentes estruturas
celulares a fim de obter uma melhor observação da madeira a nível microscópico. Atualmente os
corantes mais utilizados em anatomia de madeira são a safranina e o azul de Astra, devido esses
dois corantes apresentarem maior afinidade com os principais componentes químicos da parede
celular: a celulose e a lignina. Segundo Burger e Richter (1991), esses corantes podem ser
preparados da seguinte maneira,:

● Safranina (solução aquosa a 1%): 1 g de safranina em 100 mL de água destilada. Agitar


bem.

● Azul de Astra (solução aquosa a 1%): 1 g de azul de Astra em 100 mL de água destilada e
mais três gotas de ácido acético glacial. Agitar bem.

OBS 3: Outro corante também pode ser utilizado em anatomia de madeira: o safrablau, que consiste
de uma solução de 70% de azul de Astra e 30% de safranina.
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O tempo de coloração é variável, dependendo da madeira, variando de minutos a horas.
Decorrido o tempo de coloração, as finas seções da madeira devem ser novamente lavadas em
água destilada.

(3) Desidratação: as finas seções deverão sofrer desidratação, em seguidas passagens, em


álcool etílico a 30%, 50%, 70%, 95% e 2 vezes em álcool absoluto, a cerca de 100%. O tempo de
passagem deve ser de no mínimo 5 minutos, afim de promover melhor desidratação da madeira.

(4) Passagem pelo acetato de butila: após a etapa de desidratação, as seções de madeira
devem passar por uma solução de acetato de butila, para a montagem de lâminas permanentes. O
acetato de butila mantém as finas seções de madeira desidratadas e estendidas, da mesma maneira
que estavam durante o processo de desidratação, além de ser um reagente compatível
quimicamente com os meios de montagem mais utilizados. O acetato de butila é utilizado
atualmente nos procedimentos de montagem de lâminas permanentes em substituição ao xilol, que
é nocivo a saúde.

(5) Montagem da lâmina permanente: Depois da passagem pelo acetato de butila, com o
auxílio de uma pinça, cada corte de cada uma das três seções deverá ser colocado sobre uma
lâmina de vidro. As finas seções da madeira deverão ser colocadas na lâmina de vidro, a partir do
código de identificação, nesse sentido: transversal, longitudinal tangencial e por ultimo o longitudinal
radial. Em seguida, adicionar uma gota do meio de montagem (bálsamo-do-Canadá, Euparal,
Entellan, permount etc.) e colocar uma lamínula sobre eles, de modo a evitar o surgimento de bolhas
de ar; em seguida, deixar secar e etiquetar as lâminas; logo, estarão prontas para serem observadas
ao microscópio. O meio de montagem tem a função de fixar as finas seções da madeira na lâmina
de vidro, além de dar a longevidade à lâmina permanente produzida. Um exemplo dos três cortes
corados da madeira pode ser vistos na figura abaixo.

Inserir os cortes anatômicos nos 3 planos

Planos anatômicos da seção transversal (A), longitudinal tangencial (B) e longitudinal radial (C) da
madeira de Eucalyptus camaldulensis.

OBS: Uma lâmina permanente pode ser produzida com seções coradas e não coradas. Quando a
lâmina é feita com seções não coradas, se devem desconsiderar as etapas descoloração e
coloração, iniciando-se a montagem de lâminas permanentes a partir da etapa (3) desidratação,
seguindo-se todas as etapas posteriores a montagem de lâminas permanentes.

Montagem de Lâminas Semi-permanentes

Dependendo do objetivo do trabalho, pode-se montar uma lâmina semi-permanente. Nesse tipo
de lâminas, caso se utilize seções coradas da madeira, devem-se fazer os procedimentos (1) e (2),
descritos para a montagem de lâminas permanentes. Após a coloração do material, as lâminas são
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podem ser montadas, utilizando-se água e glicerina na proporção 1:1 como meio de montagem.
Neste tipo de lâmina, a lamínula deve ser fixada sobre a lâmina de vidro através de um adesivo
específico. Essa lâmina tem duração média de dois meses a até alguns anos. A lâmina semi-
permanente tem as seguintes vantagens em relação às lâminas permanentes: menor consumo de
reagentes durante a sua produção, pois não se faz a desidratação da material e a passagem do
acetato de butila; e também são lâminas de montagem mais rápida. Como desvantagem não
apresenta vida útil tão grande quanto às lâminas permanentes.

7. RESULTADOS – resumo

▪ Etapas da amostragem:

a- Localização das amostras na árvore:

b- Dimensões usuais dos corpos de prova:

▪ Amolecimento da madeira:

▪ Microtomia:

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▪ Montagem de Lâminas Permanentes

Reagente/ Composto
Etapa Função
químico

▪ Esquema da lâmina permanente: indicar a localização de cada corte

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AULA PRÁTICA IV: AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE POROS E PARÊNQUIMA RADIAL

1. INTRODUÇÃO

Algumas medições anatômicas podem ser realizadas nos planos de observação da madeira,
dentre elas o diâmetro do lume e a frequência de vasos, no plano transversal e a largura e altura
dos raios, no plano longitudinal tangencial. Abaixo são mostradas algumas dessas medições.

2. OBJETIVOS

▪ Fazer a medição do diâmetro do lume e frequência dos poros da madeira de:


_____________________________________.

▪ Fazer a medição da altura e largura de parênquima radial da madeira de:


___________________________________.

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Material utilizado:

Lâmina permanente da madeira de ___________________________.

3.2. Diâmetro dos Vasos

A medição é realizada somente no lume dos vasos, sendo uma medida do seu diâmetro
tangencial, ou seja, o diâmetro perpendicular aos raios, conforme pode ser visto na figura abaixo.
A IAWA Committee (1989) recomenda que devem ser medidos no mínimo 25 diâmetros do lume
dos vasos por lâmina, utilizando-se a objetiva de 10X.

Plano transversal da madeira de Eucalyptus sp., onde se mediu o diâmetro do lume de alguns
vasos. Barra branca = 100 μm

3.3. Frequência de Vasos

A frequência de vasos é geralmente expressa em milímetros quadrados, sendo realizada a partir


da contagem de vasos presentes em uma imagem de área conhecida. Abaixo se tem um exemplo:
Exemplo: As imagens visualizadas dos planos anatômicos da madeira observadas no software
Axiovision, na objetiva de 5X, possuem uma área de 4,7 mm2. Foram contados 42 vasos nessa
imagem, então quantos vasos terão em um milímetro
quadrado?

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Solução: Foram contados 42 vasos em uma imagem que contem 4,7 mm2, então por regra de três,
obtêm o número de vasos por milímetro quadrado.

42 vasos ________________________ 4,7 mm2


X vasos ________________________ 1,0 mm2

Em 1 milímetro quadrado ter-se-á 8,9 vasos/mm2.

A IAWA Committee (1989) recomenda que devem ser feitas, no mínimo, a frequência de 5
micrografias. Para a contagem dos poros, estabeleceu-se que o poro inteiro é contado como 1; se
o poro aparecer na micrografia como meio ou mais de meio, conta-se como 0,5; se, na micrografia,
menos de metade do poro aparece, este não é contado.

OBSERVAÇÃO: Podem-se utilizar as outras objetivas para o cálculo. Por exemplo, a objetiva de
10x possui uma área de 1,2mm², quando se utiliza o software AxioVision.

3.4. Largura e Altura dos Raios

É realizada no plano longitudinal tangencial, onde se pode medir a sua largura (Figura a) e a sua
altura (Figura b), ambos na objetiva de 10x. Os resultados de largura devem ser expressos em
micrômetros e os de altura devem ser expressos em milímetros.

Plano longitudinal tangencial da madeira de Eucalyptus sp. (a) medição da largura de alguns
raios. (b) medição da altura de alguns raios. Barra branca = 50 μm

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4. RESULTADOS

Tabela 1 – Banco de dados da avaliação quantitativa de poros e raio

Diâmetro Frequência Frequência Largura Altura


Poro Foto Raio
lume(µm) (poros/foto) (poros/mm²) (µm) (µm)
1 1
1
2 2
3 3
2
4 4
5 5
3
6 6
7 7
4
8 8
9 9
5
10 10

Tabela 2 – Estatística descritiva dos parâmetros quantitativos de poros e raio

Diâmetro Frequência
Estatística Largura (µm) Altura (µm)
poros (µm) (poros/mm²)
Nº Observ.
Média
Maior Valor
Menor Valor
Desvio
Padrão
CV (%)

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AULA PRÁTICA V: MACROSCOPIA E MICROSCOPIA DE CONÍFERAS

1. OBJETIVOS

▪ Observações macro e microscópica de algumas espécies madeiras do grupo das Coníferas.

2. MATERIAL E MÉTODOS

a- Macroscopia:

Com auxilio de uma lupa de mão, observar no plano transversal de algumas amostras de
madeiras de Pinus e araucária:

- Anéis de crescimento (lenho inicial e tardio) – Observar a nitidez (ou não) dos lenhos;
- Presença ou não de canais de resina.
- Presença ou não de cerne e alburno.

b- Microscopia:

Observar ao microscópio lâminas com cortes anatômicos de 3 espécies de coníferas:


___________________, ____________________, ___________________.

Atenção para esses detalhes:

● Plano transversal:
- Anéis de crescimento: Largura da parede dos traqueídeos (diferenciação do lenho tardio e lenho
inicial)
- Canais de resina e parênquima epitelial

● Plano tangencial:
- Células de parênquima radial
-Tipo de raio

● Plano radial:
- Pontuações no campo de cruzamento
- Células de parênquima radial
-Tipo de raio

Pontuações no campo de cruzamento.

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3. RESULTADOS

a- Macroscopia:

Seção transversal da Madeira de Pinus Seção transversal da Madeira de Araucária

b- Microscopia:

1. Seções transversal, tangencial e radial da madeira de _______________________.

2. Seções transversal, tangencial e radial da madeira de _______________________.

4. Seções transversal, tangencial e radial da madeira de _______________________.

● FAZER UMA COMPARAÇÃO DAS ANÁLISES MACRO E MICROSCÓPICAS DAS


ESPÉCIES AVALIADAS (usar o verso da folha)

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AULA PRÁTICA VI: MACROSCOPIA E MICROSCOPIA DE FOLHOSAS

1. OBJETIVOS

▪ Observações macro e microscópica de algumas espécies madeireiras do Grupo das


Folhosas Angiospermas Dicotiledôneas.

2. MATERIAL E MÉTODOS

a- Macroscopia:

Com auxílio de uma lupa de mão, observar nos 3 planos algumas amostras de madeiras:

- Anéis de crescimento (lenho inicial e tardio) – Observar a nitidez (ou não) dos lenhos;
- Porosidade;
- Presença de parênquimas axiais;
- Observar no plano tangencial e radial a presença de raios;
- Observar a presença ou não de lenho estratificado.

b- Microscopia:

Observar ao microscópio lâminas com cortes anatômicos de 3 espécies de folhosas:


___________________, ____________________, ___________________.

Atenção para esses detalhes:

● Plano transversal:
- Anéis de crescimento, se distintos ou não.
- Fibras, raios, porosidade e parênquima axial (ver Figura 1 e 2).

● Plano tangencial:
- Fibras, vasos e raios (uni, bi, tri ou multisseriados).
- estrutura dos raios (estratificados ou não)

● Plano radial:
- Fibras, vasos e homogeneidade dos raios.

3. RESULTADOS

a- Macroscopia:

Seção transversal da Madeira ___________. Seção transversal da Madeira __________.

17
● Descrever uma breve comparação das análises macroscópicas:

b- Microscopia:

1. Seções transversal, tangencial e radial da madeira de _______________________.

2. Seções transversal, tangencial e radial da madeira de _______________________.

4. Seções transversal, tangencial e radial da madeira de _______________________.

● Descrever uma breve comparação das análises microscópicas:

18
Escasso Vasicêntrico Vasicêntrico Unilateral
confluente

Aliforme de
Aliforme Confluente Em faixas
extensão linear
Figura 1 - Tipos de parênquima axial paratraqueal. Fonte: (IPT, 2007)

Difuso Difuso em agregados Reticulado

Escalariforme Em faixas Marginal


Figura 2 - Tipos de parênquima axial apotraqueal. Fonte: (IPT, 2007)

19
AULA PRÁTICA VII: RELAÇÃO CERNE/ALBURNO

A quantificação das porcentagens de cerne e alburno na madeira é necessária porque a


variação destes porcentuais é importante para as diversas utilizações dadas à madeira. Do ponto
de vista da tecnologia da madeira, esta é uma propriedade anatômica importante porque um maior
porcentual de um ou outro será importante para cada uma das utilizações dadas à madeira
(OLIVEIRA, 1997).
A quantificação da relação cerne/alburno (C/A) passa a ser mais importante do que somente a
espessura do alburno. Sabe-se que a madeira com maior quantidade de cerne é desejável para a
produção de móveis e para suas aplicações na construção civil, devido à maior proporção de
madeira adulta. A madeira de cerne, pela sua coloração e propriedades específicas, apresenta
maior valor tecnológico para usos em serraria e, por isso, tem sido o alvo de interesse dos usuários
de madeira.
A relação C/A também está associada à secagem e carbonização da madeira, influenciando o
controle do processo e a qualidade do carvão.

O objetivo desta prática é determinar a relação cerne/alburno da madeira de Orelha de nego e


de Angico.

Procedimento:

Identificação da região limite entre cerne e alburno e região da medula;


Traçar retas perpendiculares à medula marcando o limite entre cerne e alburno para posterior
aferição com escalímetro;

20
Espécie AS CRN ALB %CRN %ALB C/A
Amostra
1
Amostra
2

21
V AULA PRÁTICA III: QUALIDADE DE FIBRA PARA A INDÚSTRIA DE CELULOSE E PAPEL

1. INTRODUÇÃO

Os termos fibras ou polpas celulósicas têm sido utilizados comumente para se referirem à
massa de elementos anatômicos que foram individualizados da madeira após o processo de
fabricação de polpa celulósica. Essa massa possui muito mais que fibras ou traqueídeos, pois na
constituição anatômica da madeira existem outros tipos de células como parênquimas, elementos
de vaso, etc.
Foram desenvolvidos inúmeros índices para os elementos anatômicos da madeira para
avaliar seu potencial papeleiro. Foram também desenvolvidas muitas medições de qualidade para
monitorar a qualidade das polpas. Algumas dessas propriedades são vitais para um bom
desempenho da polpa na máquina de papel e para uma boa qualidade dos produtos com ela
fabricados. Como são muitos indicadores de qualidade e por serem baseados em princípios muito
parecidos, muitos deles acabam por mostrarem correlações muito significativas entre si.
Deve-se levar em conta ainda que cada tipo de papel tem uma demanda de qualidade. As
máquinas que fabricam esse papel também. Existem propriedades típicas para cada produto e
muitas vezes elas são ligeiramente diferentes para os diferentes fabricantes do mesmo produto.
Isso porque eles podem ter fábricas e máquinas de diferentes idades tecnológicas e as
especificações variam conforme as restrições encontradas na fabricação.
Texto: Celso Foelkel (adaptado)

2. OBJETIVOS

▪ Contextualização do processo de produção de celulose e papel;


▪ Avaliação da madeira de eucalipto e pinus para a produção de papéis;
▪ Determinação dos índices indicativos de qualidade da madeira para diferentes tipos de
papéis baseados nas dimensões das fibras.

3. MATERIAL E MÉTODOS

▪ Primeiramente será feito uma contextualização e considerações em sala de aula.


▪ Medir as dimensões das fibras de polpa em microscópio e utilizando o equipamento
VALMET FS5 Fiber Analyzer.
▪ Calcular os índices indicativos de qualidade da madeira.
▪ Comparar os métodos de medição.

a) Índice de enfeltramento (IE)

Comprimento da fibra (mm)


𝐈𝐄 =
(largura da fibra (μm)/1000)

b) Coeficiente de flexibilidade (CF)

Diâmetro lúmem (μm)


𝑪𝐅 = ∗ 100
largura da fibra (μm)
22
c) Fração Parede (FP)

2 ∗ espessura da parede (μm)


𝐅𝐏 = ∗ 100
largura da fibra (μm)

d) Índice Runkel (IR)

2 ∗ espessura da parede(μm)
𝐈𝐑 =
diâmetro do lúmem(μm)

4. RESULTADOS

- Avaliar os resultados da medição das fibras realizada em microscópio óptico e calcular os


índices de qualidade do papel, baseado nesses resultados.

Tabela 1 – Dimensões das fibras de polpa celulósica medidas no microscópio;


AMOSTRA 1

AMOSTRA 2
Comprimento

Comprimento
parede (μm)

parede (μm)
Espessura

Espessura
lume (μm)

lume (μm)
Diâmetro

Diâmetro
Largura

Largura
(mm)

(mm)
(μm)

(μm)

1 0,87 21,66 13,4 4,13 1 2,25 37,94 23,77 7,09


2 1,12 19,71 10,96 4,38 2 1,75 30,64 19,54 5,55
3 0,78 26,17 15,75 5,21 3 1,95 27,18 16,42 5,38
4 0,84 22,79 13,3 4,75 4 2,68 20,6 12,08 4,26
5 0,67 18,87 11,46 3,71 5 2,43 26,45 15,17 5,64
6 0,85 20,86 13,11 3,88 6 2,85 20,42 12,89 3,77
7 0,9 23,53 12,94 5,30 7 2,98 26,1 14,64 5,73
8 0,98 22,28 13,74 4,27 8 2,49 23,8 15,17 4,32
9 0,85 17,92 10,65 3,64 9 2,57 37,23 24,85 6,19
10 0,82 20,28 12,8 3,74 10 3,05 27,16 17,64 4,76
Média 0,868 21,40 12,81 4,30 Média 2,50 27,75 17,22 5,27

23
Determinar os índices indicadores para cada uma das amostras apresentadas, de acordo
com as fórmulas acima.

Índices AMOSTRA 1 AMOSTRA 2


Índice de enfeltramento (IE)
Coeficiente de flexibilidade (CF)
Fração Parede (FP)
Índice Runkel (IR)
Tipo de papel que poderia ser produzido

Justificar a sugestão de tipo de papel indicada acima:

AMOSTRA 1:

AMOSTRA 2:

- Avaliar os resultados da medição das fibras realizada com o equipamento VALMET FS5
Fiber Analyzer, preencher as tabelas a seguir e calcular os índices de qualidade do papel,
baseado nesses resultados.

Tabela 2 -Dimensões das fibras de polpa celulósica medidas VALMET FS5 Fiber Analyzer;

Comprimento Largura Média CWT Finos Finos Diâmetro do


Amostras polpa
Médio (mm) (μm) (μm) A(%) B(%) Lúmem

AMOSTRA 1

AMOSTRA 2

24
Determinar os índices indicadores para cada uma das amostras apresentadas, considerando
os resultados acima e de acordo com as fórmulas apresentadas.

Índices AMOSTRA 1 AMOSTRA 2


Índice de enfeltramento (IE)
Coeficiente de flexibilidade (CF)
Fração Parede (FP)
Índice Runkel (IR)
Tipo de papel que poderia ser produzido

Com mesma polpa, determinar coarseness, número de material fibroso por grama,
comprimento, diâmetro e porcentagem de finos (VALMET F5).

Tabela 3 – Coarseness, população fibrosa, comprimento, diâmetro e finos

Índices AMOSTRA 1 AMOSTRA 2


Coarseness (g/m)
População fibrosa (milhões/g)
Comprimento (mm)
Espessura da parede (µm)
Finos (%)

Perguntas:

a) Comparar as diferenças entre os métodos de medição avaliados, discutindo as vantagens e


desvantagens de cada um.

b) Por que os resultados obtidos pela técnica de microscopia e pela utilização do Fiber Analyzer
são diferentes.

Vista superior e lateral dos papéis de Eucalyptus e Pinus (Silvana Nisgoski, 2011).

Eucalyptus

Pinus

25
AULA PRÁTICA IX: DEFEITOS NA ESTRUTURA ANATÔMICA DA MADEIRA

1. INTRODUÇÃO

Podemos citar como defeitos anatômicos da madeira:

▪ Lenho de reação, sendo lenho de compressão nas coníferas e lenho de tração nas folhosas.
▪ Nó morto.
▪ Largura irregular dos anéis de crescimento.
▪ Crescimento excêntrico
▪ Tecido de cicatrização.
▪ Medula oca.

2. OBJETIVOS

▪ Observar defeitos macro e microscópicos na estrutura anatômica da madeira;

▪ Indicar a causa e as possíveis consequências na utilização da madeira com tais defeitos.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Material utilizado:

a. Amostras de madeira com presença de defeitos em sua estrutura anatômica;

b. Micrografias de lâminas de madeira com defeitos em sua estrutura anatômica.

4. RESULTADOS

a – Macroscopia:

Defeito:

Causa :

Consequência:

Defeito :

Causa :

Consequência :

26
Defeito :

Causa :

Consequência :

Defeito :

Causa :

Consequência :

Defeito :

Causa :

Consequência :

Defeito :

Causa :

Consequência :

27
b – Microscopia:

Identificar os lenhos normais e os lenhos de reação (tração ou compressão) e as


modificações presentes nas células.

▪ Madeira de folhosa:

▪ Madeira de conífera:

28
AULA PRÁTICA X: PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS DA MADEIRA

1. INTRODUÇÃO

As propriedades organolépticas são aquelas que são percebidas pelos órgãos sensoriais,
influenciando positiva ou negativamente na utilização das madeiras. Normalmente, são de
importância secundária para a anatomia e identificação de madeiras.
Cor: Esta propriedade que deve ser considerada com muita cautela, pois é comum encontrar-
se uma ampla gama de variação natural de tonalidade entre indivíduos de uma mesma espécie e,
até mesmo, entre várias partes de um mesmo tronco. A cor da madeira é de grande importância
sob o ponto de vista decorativo, definindo-lhe um uso nobre e especial. Substâncias corantes,
quando presentes em elevadas concentrações, podem ser extraídas comercialmente e aplicadas
na tintura de couros, tecidos etc. Nas madeiras tropicais, a variação de cores é muito grande,
apresentando madeiras de lenho branco, amarelo, castanho ou castanho-avermelhado,
avermelhado, roxo e até negro; algumas espécies possuem cores características ou listras, que
podem ajudar na identificação.
Cheiro: O cheiro é uma característica difícil de ser expressa e definida. O odor típico que
algumas espécies apresentam se deve à presença de certas substâncias voláteis ou extrativos, que
se concentram principalmente no cerne. Devido à volatilidade de certos materiais, o cheiro tende a
diminuir com o tempo de exposição, mas se torna bem pronunciado quando se raspa, corta-se ou
se umedece a madeira, no plano longitudinal tangencial. O cheiro a ser considerado e avaliado se
refere à madeira seca e não à madeira verde ou semi-seca, que muitas vezes apresenta cheiro
natural pronunciado e, em alguns casos, um odor rançoso, resultante da fermentação. Existem
muitas madeiras cujos odores são típicos e que permitem uma fácil identificação.
Gosto: O gosto e o cheiro são propriedades intimamente relacionadas por se originarem das
mesmas substâncias. É, também, uma característica difícil de ser definida e, muito
excepcionalmente, o sabor contribui para a identificação e distinção de espécies. De um modo geral,
as espécies ricas em tanino apresentam um sabor amargo. O gosto é mais sentido em madeiras
verdes ou recentemente cortadas, sendo mais intenso no alburno que no cerne. Em função do gosto
desagradável, algumas madeiras devem ser descartadas para certos usos industriais, como
embalagens para alimentos, palitos de dente, de picolé e pirulitos, brinquedos para bebês etc.
Algumas madeiras são descartadas para uso de defumação de carnes e queijos, por repassarem
gosto e cheiro indesejáveis aos alimentos. Essas mesmas madeiras podem ter um uso preferencial
para segmentos da construção civil, como estruturas de telhados, por serem repelentes aos insetos.
Desenho: Desenho é o termo usado para descrever a aparência natural das faces da madeira,
notadamente da face longitudinal do cerne, bem polida, que resulta das várias características
macroscópicas: cerne, alburno, cor, grã, anéis de crescimento e raios. Desenhos especialmente
atraentes têm sua origem em certas anormalidades, como grã irregular, galhos, troncos
aforquilhados, nós, crescimento excêntrico, deposições irregulares de substâncias corantes etc. O
desenho da madeira é essencialmente importante na confecção de lâminas, pela combinação de
cores e formas, sendo muito apreciado para fins ornamentais e usado para a fabricação de painéis,
móveis e divisórias. Diversos são os termos usados para interpretar os desenhos da madeira e
todos podem se apresentar de forma suave, lisa ou bem pronunciada. Brilho: É a propriedade que
algumas madeiras possuem de refletir a luz incidente. A face longitudinal radial é sempre a mais
reluzente pelo efeito das faixas horizontais dos raios. Sob o ponto de vista de identificação e
distinção de madeiras, a característica de brilho é irrelevante e difícil de ser definida. A importância
do brilho é principalmente de ordem estética e esta propriedade pode ser aumentada,
artificialmente, através de polimentos e acabamentos superficiais.
Textura: A textura é o efeito produzido na madeira pelas dimensões, distribuição e
porcentagem dos diversos elementos estruturais constituintes do lenho, principalmente os poros.
Nas Angiospermas, a textura é determinada, sobretudo pelo diâmetro dos vasos e largura dos raios;
nas Gimnospermas, a textura é determinada pela espessura e regularidade dos anéis de
crescimento. A textura da madeira tem grande importância na fase de colagem e na aplicação de
revestimentos superficiais. Madeiras com textura grosseira absorvem em grande quantidade as
substâncias que lhe são aplicadas; no caso de pinturas, são necessárias várias demãos para se
obter um bom acabamento. Sob o ponto de vista da colagem, a excessiva absorção do adesivo por
uma superfície porosa pode causar uma má aderência.
29
Grã: O termo grã ou grão se refere à orientação geral dos elementos longitudinais da madeira
em relação ao eixo do tronco. Em decorrência do processo de crescimento e sob as mais diversas
influências (melhoramento genético, altitude, declividade, ventos etc), há uma grande variação
natural no arranjo e direção dos tecidos longitudinais ou axiais, originando vários tipos de grã.

2. OBJETIVOS

▪ Observações de madeiras que possuem propriedades organolépticas características da espécie.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Observar madeiras de diferentes espécies que possuem propriedades organolépticas típicas


daquela espécie. Anotar o nome da espécie, a propriedade organoléptica identificada e possíveis
implicações em sua utilização (vantagens e/ ou desvantagens).

30
5. RESULTADOS

Utilização (vantagens e/ou


Espécie Propriedade organoléptica
desvantagens

Candeia

Pinus

Peroba

Peroba rosa

Canela de cheiro

Sucupira

Pau-Brasil

Sucupira amarela

Guaribu

Angelim amargoso

Canela parda

Muirapiranga

Carne de vaca

Jacarandá caviúna

Gonçalo Alves

Vinhático

Roxinho

Braúna

Angelim Pedra

Cinamomo

31
AULA PRÁTICA XI: IDENTIFICAÇÃO DE MADEIRAS

1. INTRODUÇÃO

Em tecnologia de madeiras, a identificação botânica da madeira permite o acesso às suas


propriedades, geralmente disponíveis em livros ou banco de dados, o que propicia um melhor
conhecimento e aplicação do material. Dessa forma, a utilização adequada das espécies de madeira
depende de procedimentos que garantam a identificação das mesmas, quer seja como árvores,
toras ou madeira serrada. Adicionalmente, pode-se dizer que a identificação é útil para o comércio,
onde propicia meios para se detectar enganos e fraudes.
A identificação de um vegetal arbóreo, matéria-prima para a produção de madeira serrada, pode
ser realizada, evidentemente com níveis de confiabilidade diferentes, através de processos
científicos ou de práticas populares.
Nos estudos anatômicos de identificação de madeiras são utilizadas duas abordagens distintas,
a macroscópica e a microscópica. Na identificação macroscópica são observadas características
que requerem pouco ou nenhum aumento. Tais características são reunidas em dois grupos: as
organolépticas e as anatômicas.
As características organolépticas ou sensoriais englobam: cor, brilho, odor, gosto, grã, textura,
densidade, dureza e desenhos. As características anatômicas macroscópicas são aquelas
observáveis a olho nu ou com uma lupa de 10 aumentos, após o polimento da superfície da madeira
com uma faca bem afiada. As características anatômicas utilizadas estão ligadas à forma, tamanho
ou distribuição dos elementos celulares: vasos, raios parenquimáticos e parênquima axial.

2. OBJETIVOS

▪ Identificar diferentes espécies baseando-se na estrutura anatômica macroscópica da madeira.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Observar blocos de madeira das 9 espécies, sendo o plano transversal polido, com o auxílio de
uma lupa de aumento de 10 vezes.
Observar as características anatômicas da madeira e com o auxílio da chave dicotômica,
identificar a madeira.

32
Lenho estratificado: Folhosas (Angelim pedra, mogno,...)

Lupa – Madeira Microscópio – Obj. 10X Microscópio – Obj. 20X

33
4. RESULTADOS

Anotar os passos da chave dicotômica até a identificação das espécies madeireiras,


observando principalmente a superfície transversal e fazer um esquema deste plano
para cada espécie.

Plano transversal Passos Espécie


Plano
Passos Espécie
transversal

36
AULA PRÁTICA XII: ANATOMIA DE MONOCOTILEDÔNEAS

1. INTRODUÇÃO

As angiospermas são classificadas em eudicotiledôneas e monocotiledôneas. Tal


classificação é baseada, dentre outras características na quantidade de cotilédones nas
sementas das plantas. As monocotiledôneas (apenas um cotilédone) representam
aproximadamente 2% das espécies de angiospermas descritas.

Monocotiledôneas vs. Eudicotiledôneas

As principais diferenças entre Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas encontram-se


ilustradas nas Figuras 1.

Figura 1 – Diferenças gerais entre Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas.

37
Anatomia das Monocotiledôneas vs. Eudicotiledôneas

No Quadro 1 e na Figura 2 estão apresentadas as principais diferenças anatômicas


entre Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas.

Quadro 1 - Diferenças anatômicas gerais entre Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas

Exemplos de Monocotiledôneas

Alguns exemplos de monocotiledôneas estão ilustrados na Figura 3. Além destes,


podemos citar espécies como: capim, cana-de-açúcar, milho, arroz, aveias, cevada,
centeio, lírio, alho, cebola e bromélias. Na Figura 4 temos representada a sua anatomia.

Figura 3 – Exemplos de Monocotiledôneas.

38
Figura 4 – Anatomia de caule de monocotiledônea e de uma eudicotiledônea

Atividade Prática

Avaliação dos elementos anatômicos de amostras de bambu (citas as espécies


observadas)

1) Macerado do lenho de bambu:

2) Macroscopia e Microscopia da Madeira de bambu

39

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