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Outra percepção fornecida pela leitura é sobre a morte, sua relação com futuro e o que a
reação do narrador pode trazer para interpretação do texto, depois de encarar seu futuro
e reconhecer o fim iminente.
Ademais, o título do texto também levanta hipótese, pois pressupõe que alguém
assumiu a visão de outra pessoa, a visão do intruso. Nesse caso então, existiria alguma
versão do narrador que é intrusa, que não devia estar ali?
Ainda deve se pensar nos cenários do texto, a cidade do futuro, a barbearia e o teatro.
Qual a relação entre eles e os encontros? E o porquê teriam sido estes escolhidos pelo
autor da obra. Além disso, se os encontros seriam meras ilusões ocasionadas pelo
cenário, ou realmente um encontro entre presente e futuro/ passado e presente.
II. Percurso preliminar de leitura
Por fim, o título precisa de atenção, pois parece denunciar uma característica da
personagem, “nos olhos do intruso”, um intruso está em lugar que não o pertence, e
quem assume a visão de outro, também está fora de si, então o título pode tratar das três
versões do personagem, uma sobrepondo a outra. Ou, ainda, se trata de nós, leitores,
que quando iniciamos a leitura de uma obra assumimos o olhar do narrador, e o leitor do
conto em questão, um conto em primeira pessoa, assume o ponto de vista do
personagem, portanto nós estaríamos assumindo seu ponto de vista e,
consequentemente, podemos afirmar que ele é o intruso da narrativa.
O conto de Rubens Figueiredo no fim levou aos pensamentos sobre a vida e a das
diferentes versões que assumimos no decorrer da nossa trajetória, sobre a percepção de
futuro e fim, e, principalmente, a respeito do que fazemos ao perceber a proximidade da
morte.
III. Levantamento Bibliográfico
CORTÁZAR, Julio. Alguns aspectos do conto. In: Valise de cronópio. São Paulo:
Perspectiva, 1974. cap. 6, p. 147- 163