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C u r s o

Inspeção de Sistemas de
Medição de Gás NATURAL

Módulo 4

Medição de Vazão
C u r s o

Inspeção de Sistemas de
Medição de Gás NATURAL

Módulo 4

Medição de Vazão

desafio 3

Princípios de Operação dos Medidores de Vazão


Módulo 4

Medição de Vazão

SUMÁRIO

1. Considerações Iniciais
2. Tipos e Características dos Medidores de Vazão
2.1. Medição de Vazão por Perda de Carga Variável
2.1.1. Placa de Orifício
3. Perda de carga permanente
4. Transmissor de Vazão por Pressão Diferencial
5. Extrator de Raiz Quadrada
5.1. Ponto de corte
6. Dispositivo Porta-Placa
7. Tubo Venturi
8. Bocal
9. Tubo de Pitot
10. Medidor Tipo Annubar
11. Medidores de Vazão por Impacto do Fluido
12. Tipos de Flutuadores
12.1. Ponto de Leitura em Função do Formato do Flutuador
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Princípios de Operação dos Medidores de


Vazão
Neste conteúdo, abordaremos os Princípios de Operação dos
Medidores de Vazão, bem como os tipos de medidores e seus princí-
pios de funcionamento.

Preste bastante atenção e bons estudos!

1. Considerações Iniciais
Na maioria das operações realizadas nos processos industriais,
é muito importante efetuar a medição e o controle da quantidade
de fluxo de líquidos, gases e até sólidos granulados, não só para
fins contábeis, como também para a verificação do rendimento
do processo.

Assim, estão disponíveis no mercado diversas tecnologias de


medição de vazão cada uma tendo sua aplicação mais adequa-
da, conforme as condições impostas pelo processo.

Neste capítulo, abordaremos algumas destas tecnologias, suas


aplicações e os princípios físicos envolvidos, bem como os testes,
calibração e suas interligações elétricas em forma de malhas de
medição, registro, indicação e controle.

2. Tipos e Características dos Medidores de


Vazão
Existem três tipos fundamentais de medidores de vazão: indi-
retos, diretos e especiais:

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Fig. 01 – Resumo dos tipos e características dos medidores de vazão.

2.1. Medição de Vazão por Perda de Carga Variável


Considerando-se uma tubulação com um fluido passante,
chama-se perda de carga dessa tubulação a queda de pressão
sofrida pelo fluido ao atravessá-la. As causas da perda de carga
são: atrito entre o fluido e a parede interna do tubo, mudança de
pressão e velocidade devido a uma curva ou um obstáculo etc.

Os diversos medidores de perda de carga variável usam dife-


rentes tipos de obstáculos ao fluxo, provocando uma queda de
pressão, relacionando essa perda de pressão com a vazão.

2.1.1. Placa de Orifício


De todos os elementos primários inseridos em uma tubulação
para gerar uma pressão diferencial e assim efetuar medição de
vazão, a placa de orifício é a mais simples, de menor custo e, DICAS
portanto, a mais empregada. PA espessura de uma placa
de orifício varia em função do
diâmetro da tubulação e da
Consiste basicamente de uma chapa metálica, perfurada de pressão da linha, indo desde
forma precisa e calculada, a qual é instalada perpendicularmente 1/16” a 1/4”.
ao eixo da tubulação entre flanges.

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Fig. 02 – Exemplos de Placa de Orifício.

O diâmetro do orifício é calculado de modo que seja o mais ATENÇÃO


preciso possível, e suas dimensões sejam suficientes para produ-
É essencial que as bordas do
zir à máxima vazão uma pressão diferencial máxima adequada.
orifício estejam sempre perfei-
tas, porque, se ficarem gastas,
A placa de orifício pode ser ajustada mais convenientemente corroídas pelo fluido, a precisão
entre flanges de tubo adjacentes e pontos de tomadas de impulso da medição será comprometida.
feitos em lugares adequados, uma montante da placa e o outro
em um ponto no qual a velocidade, devido à restrição, seja má-
xima. Este ponto não é o próprio orifício porque, devido à inércia
do fluido, a área de sua secção transversal continua a diminuir SAIBA MAIS
após passar através do orifício, de forma que sua velocidade má- As placas de orifício são costu-
xima está à jusante do orifício, na vena contracta. É neste ponto meiramente fabricadas com aço
que a pressão é mais baixa e a diferença de pressão é mais acen- inoxidável, latão etc. A escolha
depende da natureza do fluido
tuada. Outros tipos de tomadas de pressão, conforme veremos a medir.
mais adiante, também são utilizadas.

Tipos de orifícios:

a) Orifício Concêntrico

Este tipo de placa de orifício é utilizado para líquido, gases e


vapor que não contenham sólidos em suspensão. Podemos ver
sua representação a seguir.

A face de entrada deverá ser polida. O ângulo de entrada do


orifício deverá ser de 90° com aresta viva e totalmente isenta de
rebarbas e imperfeições.

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ATENÇÃO
Em fluidos líquidos com possibi-
lidade de vaporização, a placa
deve ter um orifício na parte
superior para permitir o arraste
do vapor. Em fluidos gasosos
com possibilidade de formação
de condensado, o furo deve
ser feito na parte inferior para
permitir o dreno.
Fig. 03 – Placa com Orifício Concêntrico.

b) Orifício Excêntrico

Este tipo de orifício é utilizado em fluido, contendo sólidos em


suspensão, os quais possam ser retidos e acumulados na base
da placa; nesses casos, o orifício pode ser posicionado na parte
baixa do tubo, para permitir que os sólidos passem.

Este tipo de orifício é usado especialmente em tubulações ho-


rizontais.

Ao contrário do que aconteceria com a placa de orifício con-


cêntrica, neste não teríamos problemas de acúmulo de impure-
zas na entrada da placa.

ATENÇÃO
Durante sua instalação, o
orifício deverá ser tangente
inteiramente ao tubo, porém
se admite que o orifício fique
ligeiramente afastado do círculo
inteiro do tubo, sendo que este
afastamento não poderá exce-
der 1/16”, ou seja, 1,6 mm.
Fig. 04 – Placa com Orifício Excêntrico.

c) Orifício Segmental

Este tipo de placa de orifício tem a abertura para passagem do


fluido disposta em forma de segmentos de círculo.

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A placa de orifício segmental é destinada para uso em fluidos


em regime laminar e com alta porcentagem de sólidos em sus-
pensão.

Fig. 05 – Placa com Orifício Segmentado.

3. Perda de carga permanente

Ao passar pelo elemento primário gerador de depressão, o


fluido tem sucessivamente uma aceleração, aumentando a velo-
cidade até um máximo, que ocorre no plano da vena contracta,
e uma desaceleração. Voltando à velocidade a ser sensivelmente
igual à inicial. A variação da pressão conseqüente à variação de
velocidade é mostrada na figura abaixo, no caso de uma placa
de orifício.

Fig. 06 – Relação entre velocidade e diferença de pressão

A perda de carga permanente é o nome dado ao valor da

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queda de pressão provocada pela presença do elemento depri-


mogênio. Este valor é geralmente expresso de forma percentual
com relação ao valor da pressão diferencial medida pelo medi-
dor de vazão.

Fig. 07 – Escoamento em Placa de Orifício.

4. Transmissor de Vazão por Pressão


Diferencial
Os transmissores de vazão por pressão diferencial se baseiam
nos mesmos princípios físicos utilizados na tecnologia de medi- DICAS
ção de pressão. Assim, são utilizados os tipos piezelétrico; strain- Como a pressão diferencial é
gauge, célula capacitiva etc., para medir a pressão diferencial relativamente baixa, as faixas
de medição destes transmisso-
imposta por um elemento deprimogênio cuidadosamente calcu-
res são expressas normalmente
lado para permitir a obtenção da faixa de vazão que passa por em mmH2O, kPa ou polegada
um duto, conforme já visto em tópicos anteriores. de água.

Fig. 08 – Sistema de medição por pressão diferencial.

Alguns exemplos de montagens, mostrando a localização do


transmissor em relação à tomada, são apresentados na figura
seguinte.

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Fig. 09 – Exemplos de montagem de transmissor de pressão.

Quanto à posição do transmissor, recomenda-se obedecer à


tabela abaixo:

Fig. 10 – Fotos de instalações de medição de vazão de pressão diferencial.

5. Extrator de Raiz Quadrada


Uma das maneiras mais utilizadas para se medir a vazão de
um fluido qualquer em um processo industrial é aproveitar-se da DICAS
relação entre vazão e pressão deste fluido. Para isto, são utiliza- Esta função, extrator de raiz,
dos elementos deprimogênios, tais como placas de orifício, que pode estar incorporada ao
atuam como elementos primários e possibilitam efetuar a medi- transmissor, estar separada
ção de uma pressão diferencial que é correspondente à vazão como um instrumento ou até
mesmo ser uma função execu-
que passa por ele. Porém, essa relação não é linear e sim qua- tada via software em sistema
drática. Desta forma, são utilizadas unidades aritméticas deno- de controle, em um controlador
minadas Extrator de Raiz Quadrada, cuja função é a de permitir digital ou até mesmo em um
que valores medidos pelos transmissores representem a vazão controlador lógico programável.
medida.

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Fig. 11 – Gráfico do sinal quadrático Vazão x ∆P.

5.1. Ponto de corte

Este ajuste consiste em se estabelecer um ponto inicial a partir


do qual o sinal recebido pelo extrator é enviado para os instru-
mentos de recepção (controlador, registrador etc.). Ele é neces-
sário devido ao alto ganho do extrator no início de sua faixa de
trabalho e à instabilidade dos sinais medidos pelo transmissor
em baixos ∆P, o que resultaria em registro, totalizações ou con-
troles inadequados e não confiáveis. Para efeito de calibração
de extratores de raiz quadrada fisicamente constituídos, pode-se
usar a seguinte equação:

6. Dispositivo Porta-Placa
Estes dispositivos facilitam a retirada da placa de orifício sem
a necessidade de parar o processo.

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Fig. 12 – Ilustração de Dispositivo Porta-Placa.

Segue abaixo, figuras que orientam a seqüência correta para


retirar a placa do porta-placa:

a) Sob condições normais:

Fig. 13 – Porta placa sob condições normais.

b) Abra a válvula equalizadora para igualar a pressão


da câmara superior com a linha de gás:

Fig. 14 – Equalização da pressão.

c) Desloque a válvula A e suba a placa de orifício:

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Fig. 15 – Deslocamento da Placa de Orifício.

d) Feche a válvula A, feche a válvula equalizadora B,


drene a pressão da câmara superior pela válvula de dre-
no.

Fig. 16 – Despressurização da câmera superior.

e) Estando a câmara superior despressurizada, retire a


placa de orifício, conforme figura abaixo:

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Fig. 17 – Remoção da Placa de Orifício.

7. Tubo Venturi
A lei de VENTURI, como é chamada o princípio, foi formula-
da em 1797, como resultado das investigações de GIOVANNI
BATISTA VENTURI, sobre problemas de hidráulica. Tem ela o se-
guinte enunciado:

“Os fluidos sob pressão, na passagem através de tubos con-


vergentes, ganham velocidade e perdem pressão, ocorrendo o
oposto em tubos divergentes”.

Fig. 18 – Foto de um tubo Venturi.

O tubo VENTURI combina dentro de uma unidade simples


uma curta “garganta” estreitada entre duas seções cônicas e está

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usualmente instalada entre dois flanges, numa tubulação. Seu


propósito é acelerar o fluido e temporariamente baixar sua pres-
são estática.

São fornecidas conexões apropriadas de pressão para obser-


var a diferença nas pressões entre a entrada e a porta estreitada
ou garganta.

Fig. 19 – Perda de carga no Tubo Venturi.

Características do tubo VENTURI:

O tubo VENTURI apresenta algumas vantagens em relação a


outros medidores de perda de carga variável como:
• boa precisão (± 0,75%);
• resistência à abrasão e ao acúmulo de poeira ou sedimen-
tos;
• capacidade de medição de grandes escoamentos de líquidos
em grandes tubulações;
• Permite medição de vazão 60% superiores à placa de orifício
nas mesmas condições de serviço, porém com perda de car-
ga de no máximo 20% do ∆P.
Algumas das desvantagens no tubo VENTURI:
• custo elevado (20 vezes mais caros que uma placa de orifí-
cio);
• dimensões grandes e incômodas;
• dificuldade de troca uma vez instalado.

8. Bocal
O Bocal de vazão (Flow nozzle) é, em muitos aspectos, um
meio termo entre a placa de orifício e o tubo Venturi. O perfil dos
bocais de vazão permite sua aplicação em serviços onde o fluido

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é abrasivo e corrosivo.

Fig. 20 – Foto de um Bocal de Vazão.

O perfil de entrada é projetado de forma a guiar a veia fluida


até atingir a seção mais estrangulada do elemento de medição,
seguindo uma curva elíptica (projeto ASME) ou pseudoelíptica
(projeto ISA). Seu principal uso é em medição de vapor com alta
velocidade, recomendado para tubulações com diâmetro maior
que 50 mm.

Fig. 21 – Detalhe da montagem de Bocal de Vazão.

Tipos:

A. Bocal ISA 1932

Neste tipo de bocal, as tomadas de pressão são do tipo em


canto (corner taps).

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Fig. 22 – Bocal de Vazão ISA 1932.

Possui as limitações de:

0,32 < ß < 0,8

50mm < D < 500mm

2.104 < Re < 107

B. Bocal ASME

Neste bocal, as tomadas são do tipo D e D/2 com as seguintes


limitações:

0,2 < ß< 0,8

50mm < D < 400mm

104 < Re < 107

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Fig. 23 – Bocal de Vazão ASME.

9. Tubo de Pitot
É um dispositivo utilizado para medição de vazão através da
velocidade detectada em um determinado ponto de tubulação.

O tubo de Pitot é um tubo com uma abertura em sua extremi-


dade, sendo esta colocada na direção da corrente fluida de um
duto, mas em sentido contrário. A diferença entre a pressão total
e a pressão estática da linha nos fornecerá a pressão dinâmica, a
qual é proporcional ao quadrado da velocidade.

Fig. 24 – Tubo de Pitot.

Utilizando o tubo Pitot, determina-se um diferencial de pres-


são, que corresponde à pressão dinâmica e, com o valor dessa
pressão através da fórmula abaixo, obtemos a velocidade de um
ponto de medição.

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SAIBA MAIS
Pesquisadores concluíram que o
O tubo de Pitot mede apenas a velocidade do ponto de impac- valor da velocidade média seria
to e não a velocidade média do fluxo. Assim sendo, a indicação 0,8 da velocidade máxima do
duto.
da vazão não será correta se o tubo de impacto não for colocado Velocidade média = 0,8 * Velo-
no ponto onde se encontra a velocidade média do fluxo. cidade máxima

Fig. 25 – Uso de Tubos de Pitot em aeronaves.

10. Medidor Tipo Annubar


O Annubar é um dispositivo de produção de pressão diferen-
cial que ocupa todo o diâmetro do tubo. É projetado para medir
a vazão total, de forma diferente dos dispositivos tradicionais de
pressão diferencial.

Fig. 26 – Medidor tipo Annubar.

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A parte de alta pressão do sinal de ∆P é produzida pelo impac-


to do fluido nos furos do sensor. O fluido, então, separa-se em
torno do sensor Annubar, e uma zona de baixa pressão (abaixo
da pressão estática no tubo) é criada devido ao formato do sen-
sor, como mostra a figura abaixo.

O lado de baixa pressão do sinal de ∆P é sentido pelos furos à


jusante do Annubar e é medido na câmara à jusante.

Fig. 27 – Detalhe das câmeras de alta e de baixa do medidor tipo Annubar.

11. Medidores de Vazão por Impacto do


Fluido
Medidor Tipo Turbina

Um medidor de vazão tipo turbina consiste basicamente de


um rotor provido de palhetas, suspenso numa corrente de fluido
com seu eixo de rotação paralelo à direção do fluxo. O rotor é
acionado pela passagem de fluido sobre as palhetas em ângulo;
a velocidade angular do rotor é proporcional à velocidade do
fluido que, por sua vez, é proporcional à vazão do volume.

Fig. 28 – Rotor de um medidor tipo Turbina.

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Uma bobina censora na parte externa do corpo do medidor


detecta o movimento do rotor. Esta bobina é alimentada, pro-
duzindo um campo magnético. Como as palhetas do rotor são ATENÇÃO
feitas de material ferroso, à medida que cada palheta passa em Unidades eletrônicas associa-
frente à bobina, corta o campo magnético e produz um pulso. O das permitem indicar a vazão
sinal de saída é uma seqüência de pulsos de tensão, em que cada unitária ou o volume totalizado,
podendo efetuar a correção au-
pulso representa um pequeno volume determinado do fluido. O tomática da temperatura e/ou
sinal detectado é linear com a vazão. pressão e outras funções.

Embora a teoria básica de um medidor à turbina seja muito


simples, o projeto detalhado é muito trabalhoso e complexo, o
desempenho final depende de numerosos fatores, tais como: ân-
gulo da palheta, o tipo de mancais, o número de palhetas, bem
como a usinagem e montagem dentro das tolerâncias rígidas.

Fig. 29 – Detalhes internos de um medidor tipo Turbina.

Um medidor tipo turbina corretamente projetado e fabricado


tem uma elevada precisão numa faixa de vazão superior a 10:1 e
excelente repetitividade. Ademais, é pequeno e leve (em relação
ao tubo) e tem alta capacidade de vazão para um dado tama-
nho de medidor. A instalação de um medidor de turbina é uma
operação mais simples. Por conseguinte, os medidores de turbi-
na são amplamente usados em medições de transferência com
fins de faturamento para produtos, tais como: óleo cru, petróleo
bruto e gás.

Um medidor de turbina é uma unidade versátil: possui uma


faixa de pressão e temperatura muito ampla, e uma vez que o
mesmo é fabricado em aço inoxidável é compatível com uma
ampla faixa de fluidos. Estes, todavia, devem ser relativamente
limpos, não ter alta viscosidade e a vazão deve ser em regime
laminar.

Linearizadores de fluidos

Para estes medidores, é muito importante a linearização da


vazão. Abaixo temos dois exemplos de linearizadores que são
instalados dentro da tubulação.

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Fig. 30 – Exemplos de linearizadores de fluidos.

a) Fator do Medidor

O número de pulsos por unidades de volume é denominado


“Fator do Medidor”, também conhecido como Fator K.

Como exemplo, podemos citar:

Se uma turbina gera 15.000 pulsos, quando tivermos escoan-


do pela mesma 3,0 m3 de um produto qualquer, seu fator será:

Para medição de pulsos das turbinas em baixa freqüência, uti-


lizamos detectores magnéticos tipo “Reed Switch”. Para medição
de pulsos em alta freqüência, utiliza-se pickups magnéticos.

Fig. 31 – Pickup Magnético.

Medidor Eletromagnético de Vazão

O medidor magnético de vazão é seguramente um dos medi-


dores mais flexíveis e universais dentre os métodos de medição de
vazão. Sua perda de carga é equivalente a de um trecho reto de
tubulação, já que não possui qualquer obstrução. É virtualmente
insensível à densidade e à viscosidade do fluido de medição.

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ATENÇÃO
Medidores magnéticos são,
portanto, ideais para medição
de produtos químicos altamente
corrosivos, fluidos com sólidos
em suspensão, lama, água,
polpa de papel.

Fig. 32 – Medidor eletromagnético de vazão.

A aplicação dos medidores magnéticos estende-se desde sa-


neamento até indústrias químicas, papel e celulose, mineração
e indústrias alimentícias. A única restrição, em princípio, é que
o fluido tem que ser eletricamente condutivo. Tem ainda como
limitação o fato de fluidos com propriedades magnéticas adicio-
narem um certo erro de medição.

Aplicação

O medidor eletromagnético é um elemento primário de vazão


volumétrica, independente da densidade e das propriedades do
fluido (newtoniano ou não newtoniano). Este medidor não possui DICAS
obstrução, portanto, apresenta uma perda de carga equivalente Se o líquido de medição tiver
a um trecho reto de tubulação. Para medição de líquidos limpos partículas sólidas e abrasivas,
com baixa viscosidade, o medidor eletromagnético é uma op- como polpa de mineração ou
ção. papel, o medidor eletromag-
nético é, praticamente, a única
alternativa.
Já que o medidor eletromagnético possui como partes úmidas
apenas os eletrodos e o revestimento, é possível, através de uma
seleção cuidadosa destes elementos, medir fluidos altamente
corrosivos como ácidos e bases. É possível, por exemplo, a medi-
ção de ácido fluorídrico, selecionando-se eletrodos de platina e
revestimento de teflon. Outro fluido, particularmente adequado
para medição por essa técnica, é o da indústria alimentícia. Como
o sistema de vedação dos eletrodos não possui reentrâncias, as
aprovações para uso sanitário são facilmente obtidas.

Princípio de Funcionamento

O medidor eletromagnético de vazão é uma relação entre a


direção do campo magnético, movimento do fluido e força ele-
tromotriz (fem) induzida. No caso do medidor eletromagnético,
o corpo móvel é o fluido que flui através do tubo detector. Desta
forma, a direção do campo magnético, a vazão, e a fem estão po-
sicionadas uma em relação à outra de um ângulo de 90 graus.

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Fig. 33 – Funcionamento do medidor eletromagnético.

Estrutura do Detector:

Revestimento

Para se conseguir retirar um sinal elétrico proporcional à va-


zão, é necessário que o interior do tubo seja isolado eletrica-
mente. Se isto não for feito, a fem será curto-circuitada e, dessa
forma, não estará presente nos eletrodos. Se o tubo fosse de ATENÇÃO
material isolante, não haveria problema, mas, geralmente o tubo
A escolha do material isolante
é feito de material condutor. Para evitar que a fem seja curto- é feita em função do tipo de
circuitada pela parede condutiva do tubo, um isolante tal como fluido.
teflon, borracha de poliuretano ou cerâmica é utilizado para re-
vestimento do interior do tubo.

Eletrodo

Eletrodos são dois condutores instalados na parede do tubo


para receber a tensão induzida no fluido. Existem vários mate-
riais de fabricação, tais como: aço inox, monel, hastelloy, platina
e outros que dependem do tipo de fluido a ser medido.

Tubo detector

O tubo do medidor não pode ser de material ferromagnético


tal como aço ou níquel, pois os mesmos causam distúrbios no
campo eletromagnético. Na prática, o aço inox é o mais usado.

Influência da condutividade

A influência da condutividade nos medidores de vazão deve


ser sempre considerada, pois ela depende de determinadas com-
binações entre o elemento primário e o secundário. Não há pro-
blema de influência de condutividade do fluido sobre a precisão
da medição, desde que seja superior aos limites recomendados,
porém, se decai do valor de projeto, ocasiona um erro conside-
rável na indicação.

Instalação elétrica

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a) Alimentação das bobinas

A grande transformação sofrida pelos medidores eletromag-


néticos de vazão, nos últimos anos, foi com relação à forma de
excitação das bobinas.

Os quatro tipos principais de excitação são: corrente contínua,


corrente alternada, corrente pulsante e freqüência dupla simul-
tânea.

b) Aterramento

Por motivações de segurança do pessoal e para obter uma


medição de vazão satisfatória, é muito importante atender todos
os requerimentos dos fabricantes quanto ao aterramento. Uma
interligação elétrica permanente entre o fluido, o medidor, a tu-
bulação adjacente e um ponto de terra comum é especialmente
importante quando a condutividade do líquido é baixa.

A forma de efetuar o aterramento depende do tipo de medidor


(revestimento interno etc.). Quando o medidor é instalado entre
tubulações não metálicas ou revestidas internamente, é normal
instalar anéis metálicos entre os flanges do medidor e a tubula-
ção. Assim, é obtido o contato elétrico com o fluido para posterior
aterramento. Estes anéis devem ser de diâmetro interno igual ao
medidor e de diâmetro externo menor que a circunferência de
furos dos flanges do medidor.

Medidor de Vazão por Ultra-Som

A técnica de medição de vazão por ultra-som vem adquirin-


do crescente importância para a medição industrial de vazão de
fluidos em tubulações fechadas. Como a medição de vazão ultra-
som é feita, geralmente, sem contato com o fluido não há criação
de turbulência ou perda de carga, que era causada pelos medi-
dores de vazão como placas de orifício, entre outros. Além disso,
possibilita a medição de vazão de fluidos altamente corrosivos,
líquidos não condutores, líquidos viscosos.

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Fig. 34 – Medidor de vazão por Ultra-Som.

Além das vantagens já mencionadas, os medidores de vazão


ultra-sônicos possuem ainda:
• Exatidão relativamente elevada (0,5% no fim da escala)
• Maior extensão da faixa de medição com saída linear.
• Apresentam garantia elevada, pois não possuem peças mó-
veis em contato com o fluido não sendo sujeitas a desgaste
mecânico.
• Possibilita medição em tubos com diâmetros que vão de 1 a
60 polegadas.
• A medição é essencialmente independente da temperatura,
da densidade, da viscosidade e da pressão do fluido.
Entre as desvantagens, podemos citar:
• Custo elevado na aplicação em tubos de pequenos diâme-
tros.
Tipos de medidores

Basicamente, os medidores de vazão por ultra-som podem ser


divididos em dois tipos principais.
• Medidores a efeito DOPPLER
• Medidores por tempo de passagem
Princípio de funcionamento

O medidor de vazão ultra-sônico se fundamenta no princípio


da propagação de som num líquido. A noção de que os pulsos de
pressão sonora se propagam na água à velocidade do som vem
desde os dias do primeiro desenvolvimento do sonar.

Num medidor de vazão, os pulsos sonoros são gerados, em


geral, por um transdutor piezelétrico que transforma um sinal
elétrico em vibração, que é transmitida no líquido como um trem
de pulsos.

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Quando um pulso ultra-sônico é dirigido à jusante, sua veloci-


dade é adicionada à velocidade da corrente. Quando um pulso é
dirigido à montante, a velocidade do impulso no líquido é desa-
celerada pela velocidade da corrente.

Baseado nessas informações, é possível determinar a vazão de


fluidos por ultra-som.

Vejamos a seguir o princípio de funcionamento dos dois tipos


de medidores mencionados:

a) Medição por tempo de passagem

Estes medidores não são adequados para medir fluidos que


contêm partículas.

Seu funcionamento se baseia na medição da diferença de ve-


locidade de propagação dos pulsos ultra-sônicos, quando aplica-
dos à jusante ou à montante. Essa diferença de velocidade acar-
reta uma diferença de tempo na passagem dos dois sentidos. A
diferença dos tempos de passagem é proporcional à velocidade
do fluxo e também à vazão, conhecida a geometria do fluxo.
Por esta razão, instalam-se sobre uma tubulação duas unidades
transmissoras/receptoras de ultra-som de tal forma que a sua
linha de ligação, de comprimento L, forme um ângulo com o
vetor de velocidade de fluxo no tubo (admite-se que a velocidade
média de fluxo seja V).

Fig. 35 – Funcionamento do medidor Ultra-Som por tempo de passagem.

A diferença dos tempos de passagem ∆T (∆T = Td - Tu) é pro-


porcional à velocidade do fluxo V, bem como à velocidade do
som (c) no fluido; sendo possível determinar ou compensar a ve-
locidade do som por outros meios. A diferença do tempo de pas-
sagem ∆T fica sendo diretamente proporcional à velocidade de
fluxo V e, conseqüentemente, a vazão QV, desde que os dados
geométricos do tubo sejam conhecidos.

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b) Medidores a efeito DOPPLER

A freqüência de uma onda sofre alterações quando existe mo-


vimento relativo entre a fonte emissora e um receptor. A varia-
ção da freqüência em função da velocidade é chamada de efeito
DOPPLER.

Quando uma partícula refletora se movimenta em relação a


um receptor igualmente estacionário, a variação da freqüência é
proporcional à velocidade relativa entre emissor e o receptor, ou
seja, entre a partícula refletora e o receptor.

Fig. 36 – Funcionamento do medidor Ultra-Som a efeito Doppler.

Embora à primeira vista pareça um tanto complicado, o efeito


DOPPLER encontra múltiplas aplicações na vida diária. O contro-
le de tráfego por radar, por exemplo, utiliza este efeito, servindo
o veículo como refletor. O deslocamento de freqüência entre o
sinal emitido e refletido é proporcional à velocidade do veículo
verificado. Este processo pode servir igualmente para a medição
da velocidade média do fluxo e, conseqüentemente, da vazão em
uma tubulação, desde que o fluido a medir contenha partículas
refletoras em quantidade suficiente, tais como sólidos ou bolhas
de gás, e desde que a distribuição destas partículas dentro do
fluido permitirá conclusões quanto à velocidade média do fluxo.

Fig. 37 – Medidor Ultra-Som a efeito Doppler no campo.

Vejamos agora como é feita esta medição:

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O emissor e o receptor de ultra-som acham-se alojados lado


a lado, dentro de um cabeçote medidor. O sinal de medição com
freqüência e amplitude constantes é transmitido do emissor para
o vetor V, da velocidade do fluxo, no ângulo. A posição do emis-
sor e do receptor é ajustada de tal forma que suas características
direcionais formem um ângulo .

Quando o sinal emitido incide numa partícula conduzida pelo


fluxo, a reflexão faz sua freqüência alterar-se em:

Em que:

= freqüência de emissão;

= ângulo de entrada do feixe;

c = velocidade do som no fluido medido;

V = velocidade média do fluido.

Dessa forma, temos que a variação de freqüência F é direta-


mente proporcional à velocidade do fluido e, conseqüentemente,
à vazão.

A utilização do método de medição por efeito DOPPLER impli-


ca uma concentração mínima de 5% de partículas refletoras ou
bolhas de ar dentro da corrente do fluido. Alterações na concen-
tração de partículas não exercem influência sobre o resultado da
medição.

Medidores tipo VORTEX

O efeito vortex pode ser observado no vibrar de fios ou cordas


ao vento, ou ainda em uma bandeira que tremula. Os vortex
gerados repetem-se num tempo inversamente proporcional à va-
zão.

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Fig. 38 – Medidor tipo Vortex.

Nas aplicações industriais, pode-se medir a vazão de gases


líquidos incorporando ao obstáculo reto sensores que percebam
as ondas dos vortex e gerem um sinal em freqüência proporcio-
nal à vazão.

Fig. 39 – Funcionamento do Medidor tipo Vortex.

Medidores de vazão por deslocamento positivo

Medidores de vazão por deslocamento positivo são medidores


volumétricos que medem a vazão pela passagem de uma discre-
ta parcela do fluido por um volume precisamente conhecido. São
instrumentos precisos e são usados para líquidos e gases e não
precisam de alimentação elétrica para funcionar.
ATENÇÃO
Devido ao pequeno espaça-
A alta precisão permite que estes medidores sejam universal-
mento entre as partes móveis
mente aceitos como padrão de transferência de custódia para deste tipo de medidor, somente
postos de combustíveis, por exemplo, desde que devidamente devem ser usados fluidos lim-
instalados e calibrados. pos, sendo recomendado o uso
de filtros antes do medidor.

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Exemplos de medidores por deslocamento positivo são: os


pistões oscilantes, disco nutante, engrenagens ovais, rotativo e
multi-pistões.

Fig. 40 – Exemplos de medidores por deslocamento positivo.

Disco Nutante

Este tipo de medidor é utilizado principalmente para medi-


dores de vazão de água, sendo utilizado principalmente em re-
sidências. O líquido entra no medidor através da conexão de
entrada, passa por um filtro indo ao topo da carcaça principal.
O fluido então se movimenta para baixo, através da câmara de
medição, indo até a base do medidor e daí a conexão da saída
do medidor.

Fig. 41 – Medidor de Disco Nutante.

O movimento do disco é controlado de tal forma que, quando


o líquido entra na câmara de medição, impele o pistão de medi-
ção, o qual efetua um movimento de nutação completa em cada
rotação. Estes movimentos são transmitidos por um conjunto de
engrenagens ou acoplamento magnético ao indicador.

Medidores Rotativos

Este tipo de medidor de vazão aciona propulsores (rotores) in-


ternos. Sendo que sua velocidade de rotação será em função da
velocidade do fluido através da câmara de medição.

Três tipos básicos podem ser destacados:

a) Rotores de lóbulos

b) Palhetas corrediças

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c) Palhetas Retráteis

Os rotores lobulares são os mais utilizados para medições de


vazões de gases. Estes dispositivos possuem dois rotores com mo-
vimentos opostos com a posição relativamente fixa internamente,
a uma estrutura cilíndrica.

Fig. 42 – Medidor rotativo tipo rotor de lóbulos.

A câmara de medição é formada pela parede do cilindro e a


superfície da metade do rotor.

Estando o rotor na posição vertical em determinado volume de


gás, ficará retido no compartimento de medição. Como o rotor
gira devido à pequena diferença de pressão entre a entrada e
saída, o volume medido do gás é descarregado na base do me-
didor.

Essa ação sucede-se quatro vezes em uma movimentação


completa com os rotores em deslocamentos opostos e a uma ve-
locidade proporcional ao volume do gás deslocado.

Fig. 43 – Detalhes do rotor de lóbulos.

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Fig. 44 – Fotos de medidores tipo rotor de lóbulos.

Medidor com Rotores

Funcionamento: Utiliza dois rotores, que são impelidos pelo lí-


quido que passa. Um pick-up detecta os pulsos, onde cada pulso
representa um volume conhecido. O fator K converte os pulsos
em unidade de engenharia.

Fig. 45 – Funcionamento de medidor com rotores.

Fig. 46 – Detalhes internos de medidor com rotores.

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Medição de vazão por área variável

Rotâmetro são medidores de vazão por área variável nos quais


um flutuador varia sua posição dentro de um tubo cônico, pro-
porcionalmente à vazão do fluido.

Basicamente, um rotâmetro consiste de duas partes:

1) Um tubo de vidro de formato cônico que é colocado verti-


calmente na tubulação, em que passará o fluido a ser medido e
cuja extremidade maior fica voltada para cima.

2) No interior do tubo cônico, um flutuador que se moverá


verticalmente, em função da vazão medida.

Fig. 47 – Rotâmetro.

Princípios Básicos do Rotâmetro

O fluido passa através no tubo da base para o topo. Quando


não há vazão, o flutuador permanece na base do tubo e seu
diâmetro maior é usualmente selecionado de tal maneira que o
bloqueia na pequena extremidade do tubo, quase que completa-
mente. Quando a vazão começa e o fluido atinge o flutuador, o
empuxo torna o flutuador mais leve, porém como o flutuador tem
uma densidade maior que a do fluido, o empuxo não é suficiente
para levantar o flutuador.

Com a vazão, surge também uma força de atrito, entre o flui-


do e o flutuador, que tende a levá-lo para cima, a chamaremos
de força de arraste. Quando a vazão atinge um valor que faça
a força de arraste ser maior que a força peso do flutuador, este
começará a subir. Se o tubo fosse paralelo, o flutuador subiria até
o topo; mas sendo cônico, a força de arraste diminui à medida
que o flutuador sobe até estabilizar em uma nova posição (pois

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aumenta a área disponível para a passagem do fluido).

Qualquer aumento na vazão movimenta o flutuador para a


parte superior do tubo de vidro e a diminuição causa uma queda
a um nível mais baixo. Cada posição sua corresponde a um va-
lor determinado de vazão e somente um. É somente necessário
colocar uma escala calibrada na parte externa do tubo e a vazão
poderá ser determinada pela observação direta da posição do
flutuador.

12. Tipos de Flutuadores


Os flutuadores podem ter vários perfis de construção. Na figu-
ra a seguir, podemos ver os tipos mais utilizados.

Fig. 48 – Flutuadores.

Esférico

Para baixas vazões, e pouca precisão, sofre uma influência


considerável da viscosidade do fluido.

Cilindro com bordo plana

Para vazões médias e elevadas, sofre uma influência média da


viscosidade do fluido.

Cilindro com bordo saliente de face inclinada para o flu-


xo

Sofre menor influência da viscosidade do fluido.

Cilindro com bordo saliente contra o fluxo

Sofre a mínima influência da viscosidade do fluido

12.1 Ponto de Leitura em Função do Formato do


Flutuador
Dependendo do formato do flutuador, temos um determinado
ponto no qual devemos realizar a leitura.

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Fig. 49 – Pontos de Leitura em função do formato do Flutuador.

Medidor tipo Coriolis

Este medidor de vazão utiliza um fenômeno físico que envolve


a inércia e a aceleração centrípeta.

A vazão de uma tubulação é dividida em duas por dois tubos


paralelos que possuem forma de “U” e, ao fim destes tubos, a
vazão volta a ser conduzida por um único tubo.

Próximo da parte inferior de cada “U”, existem eletroímãs que


fazem os dois tubos oscilarem em suas freqüências naturais de DICAS
vibração e cuja amplitude não ultrapassa alguns milímetros. Com Este tipo de medidor pode ser
o passar de fluido pelos tubos, em função desta oscilação, surge utilizado para medições de flu-
xos de líquidos e gases, com ou
uma torção nos tubos, cuja defasagem permite a medição da va-
sem sólidos em suspensão.
zão mássica. Esta defasagem é medida por sensores magnéticos
instalados nas partes retas dos tubos em “U”.

Fig. 50 – Medidor tipo Coriolis.

A tecnologia Coriolis oferece muitas vantagens sobre as tec-


nologias tradicionais de medição volumétricas, tanto para líqui-
dos como para gases.

Medição de múltiplas variáveis:


• Taxa de vazão mássica
• Taxa de vazão volumétrica

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• Densidade
• Temperatura
• Alta precisão (+/-0.1%) e reprodutibilidade que significam
melhoria na qualidade dos produtos e redução de desperdí-
cios. Fácil instalação, porque não exige montagem especial,
nem condicionamento da vazão e nem trechos retos são re-
quisitados.
• Baixa manutenção por não ter partes móveis.
Princípio de Funcionamento

Vibração do tubo:

O fluido do processo é dividido em duas partes, cada parte


passando por um dos tubos do medidor Coriolis.

Durante o funcionamento, uma bobina presa a um dos tubos


recebe pulsos que fazem os tubos oscilarem para cima e para
baixo, em oposição de um em relação ao outro.

Fig. 51 – Vibração do tubo de um medidor tipo coriolis.

Geração do Sinal:

O conjunto imã-bobina, chamado de pick-offs, é montado nos


tubos.

As bobinas são montadas de um lado do tubo e os imãs são


montados no tubo oposto. Cada bobina movimenta-se através
do campo magnético uniforme do imã adjacente.

A voltagem gerada em cada bobina (pick-off) produz um sinal


senoidal. O sinal senoidal é produzido devido ao movimento re-
lativo de um tubo em relação ao outro.

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Fig. 52 – Geração de sinal de um medidor tipo coriolis.

Sem vazão:

Os tubos oscilam 180 graus de um em relação ao outro; quan-


do um tubo move-se para baixo, o outro move-se para cima e
vice-versa.
DICAS
Ambas as bobinas Pick-offs – uma no lado de entrada e a Quando não há vazão, as on-
outra no lado de saída do tubo – geram uma onda senoidal de das senoidais estão em fase.
corrente continuamente quando os tubos estão vibrando.

Fig. 53 – Medidor tipo coriolis em repouso.

Com vazão: Efeito Coriólis

Quando o fluido passa pelos tubos sensores, a Força de Co-


riolis é induzida. Esta força faz com que os tubos se encurvem um
em oposição ao outro. Quando um tubo está se movendo para

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cima durante metade do ciclo de vibração, o fluido circulante


no interior do tubo se opõe ao movimento, pressionando o tubo
para baixo.

Tendo o momento ascendente do tubo passado pela curva,


o fluido saindo do sensor resiste, tendo este movimento vertical
reduzido. Isto causa o encurvamento do tubo.

Fig. 54 – Medidor tipo coriolis com vazão.

Medidor de diafragma

O medidor de diafragma ou sanfona é muito usado em apli-


cações domésticas e comerciais.

Observe que, no medidor de diafragma, existem quatro com-


partimentos ou câmaras. Cada compartimento é preenchido ou
esvaziado em seqüência. O resultado é um fluxo constante de
gás.

Fig. 55 – Compartimentos do medidor de diafragma.

Este medidor do tipo volumétrico por diafragma é apto para a


medição de consumo doméstico de gás natural, GLP ou manufa-
turado. Suas características de fabricação asseguram alta confia-

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bilidade operacional durante longos anos sem manutenção.

Por ser de tamanho compacto, facilita seu manuseio e insta-


lação.

Características Funcionais

O princípio de funcionamento consiste em um sistema de ca-


nais comunicantes entre as quatro câmaras que, enquanto se
enchem, movimentam os diafragmas que coordenam a carga e
descarga do sistema, acionando a válvula rotativa que movimen-
ta o sistema de integração.

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