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João Carreira Desenvolvimento de gabaritos de

190201017 posicionamento para gravação de


componentes aeronáuticos

Relatório de Estágio

Curso Técnico Superior Profissional em Produção


Aeronáutica

Lauak Portuguesa - Indústria Aeronáutica, Lda.

Orientadores

Orientador: Professor Vítor Alcácer (ESTSetúbal)

Supervisora: Engenheira Tuyane Santos (Lauak Setúbal)

Julho 2021
Agradecimentos
A elaboração do presente Relatório Final de Estágio foi possível devido ao apoio de alguns
intervenientes.
Por isso gostaria de agradecer a todos os elementos da empresa Lauak Portugal que me
acolheram durante o período de estágio, e por todos os conhecimentos que me transmitiram.
À engenheira Márcia Carvalho gostaria de agradecer a oportunidade que me foi concedida
de realizar o Estágio no departamento UAP.
À engenheira Tuyane Santos um especial agradecimento por ter me apoiado durante todo
o período de estágio, e por toda a sabedoria que me transmitiu.
Ao departamento UAP Ana Fernandes e João Serrote do departamento UAP pelo
acolhimento, e por toda a ajuda que me deram ao longo do estágio.
Ao Professor Mestre Vítor Alcácer pela sua disponibilidade e orientação ao longo do
estágio manifestando sempre as suas opiniões enriquecedoras para o crescimento deste
Relatório Final de Estágio, e para o projeto.

ii
Resumo

Os Gabaritos são ferramentas, que imobilizam uma peça durante uma determinada
operação de corte. Devido a diversidade de peças contruídas, existe vários tipos de gabaritos
que permitem a restrição de movimentação total ou parcial da peça, e cada gabarito possui um
propósito diferente.
No estágio foram desenvolvidos gabaritos, para serem utilizados na marcação dos
componentes aeronáuticos fabricados no departamento de soldadura. A marcação destes
componentes é feita com o auxílio duma máquina de marcação por ponto. Os gabaritos
desenvolvidos tinham que ter dimensões especificas, visto que se a peça a ser marcada tivesse
numa posição incorreta poderia afetar a marcação. Com a realização destes gabaritos para além
de agilizar o processo de marcação, também permitiu a diminuição dos tempos de setup.
Com a realização deste projeto permitiu uma diminuição drástica dos tempos de setup,
assim como um aprendizado mais fácil de marcação de peças. A partir do desenvolvimento dos
gabaritos também foi sugerida uma oportunidade para melhoria, que consistia na aquisição
duma impressora 3D Low-Cost, que iria permitir que as peças impressas tivessem um baixo custo
de produção.

Palavras-chave: Gabaritos, Modelação 3D, Impressão 3D, Tempo de Setup.

iii
Abstract

Jigs are tools, which immobilize a part during a given cutting operation. Due the diversity
of built parts, there are several types of jigs that allow the restriction of total or partial
movement of the part, and each with a different purpose.
During the internship, was created jigs to be used I to mark aeronautical components
manufactured in the welding department. The process of marking the components was done by
using a dot peen machine. The developed jigs had to have specific dimensions, because if the
part to be marked was on incorrect position it could affect the marking. With the creation of
these jigs, in addition to streamlining the marking process, it also reduces setup times.
With the completion of this project, made a drastic reduction in setup times, as well as an
easier learning to mark parts. From the development of the jigs, an opportunity for improvement
was also suggested, which consisted in the acquisition of a low-cost 3D printer, which would
allow to print parts a with low production cost.

Keywords: Jigs, 3D Modeling, 3D Printing, Setup Time.

iv
Índice
Agradecimentos ........................................................................................................... ii
Resumo ....................................................................................................................... iii
Abstract ....................................................................................................................... iv
Índice ............................................................................................................................ v
Lista de Figuras ......................................................................................................... vii
Lista de Tabelas .......................................................................................................... ix
Lista de Siglas e Acrónimos ....................................................................................... x
1 Introdução ............................................................................................................ 1
1.1 Descrição do estágio ....................................................................................... 1
1.2 Estrutura do documento .................................................................................. 1
2 Caraterização da entidade de acolhimento ........................................................ 3
2.1 Historial ............................................................................................................. 3
2.2 Atividades ......................................................................................................... 4
2.3 Localização ....................................................................................................... 4
2.4 Organigrama ..................................................................................................... 5
2.5 Caraterização do local de estágio ................................................................... 6
2.5.1 Iluminação .............................................................................................................. 6
2.5.2 Ruído ...................................................................................................................... 7
2.5.3 Ambiente Térmico................................................................................................... 7
2.6 Higiene e segurança no trabalho .................................................................... 8
2.6.1 Higiene.................................................................................................................... 8
2.6.2 Segurança ............................................................................................................... 8
2.7 Qualidade ........................................................................................................ 10
2.8 Preocupações ambientais ............................................................................. 11
3 Fundamentos Teóricos ...................................................................................... 12
3.1 Gabaritos ........................................................................................................ 12
3.1.1 Template............................................................................................................... 12
3.1.2 Plate ..................................................................................................................... 13
3.1.3 Sandwich .............................................................................................................. 14
3.1.4 Angle-Plate ........................................................................................................... 14
3.1.5 Box ........................................................................................................................ 15
3.1.6 Channel ................................................................................................................. 15
3.1.7 Leaf ....................................................................................................................... 16
3.1.8 Trunnion ............................................................................................................... 16

v
3.1.9 Multi-Station......................................................................................................... 17
3.2 Impressão 3D.................................................................................................. 17
3.2.1 Processos de impressão ........................................................................................ 17
3.2.2 Funcionamento ..................................................................................................... 24
3.3 Software CAD ................................................................................................. 26
3.3.1 Exemplos de software CAD ................................................................................... 26
3.3.2 Vantagens/Desvantagens ..................................................................................... 26
3.3.3 Requisitos mínimos dos equipamentos ................................................................. 27
4 Desenvolvimento dos Gabaritos ...................................................................... 28
4.1 Marcação de peças ........................................................................................ 28
4.2 Pesquisa ......................................................................................................... 30
4.3 Dimensões ...................................................................................................... 30
4.4 Conceção do gabarito.................................................................................... 32
4.4.1 Restrições ............................................................................................................. 33
4.4.2 Impressão do protótipo ........................................................................................ 35
4.5 Recolha de dados para melhoria .................................................................. 36
4.6 Simulação ....................................................................................................... 38
4.6.1 Restrições ............................................................................................................. 38
4.7 Impressão Final .............................................................................................. 40
4.7.1 Configurações de impressão ................................................................................. 40
4.8 Gabarito .......................................................................................................... 42
4.8.1 Gabaritos desenvolvidos ....................................................................................... 42
4.9 Tempos de Setup ........................................................................................... 45
4.10 Desenhos técnicos......................................................................................... 45
5 Conclusões e perspetivas de trabalho futuro.................................................. 46
5.1 Conclusões ..................................................................................................... 46
5.2 Oportunidades de melhoria ........................................................................... 46
6 Referências......................................................................................................... 47
Anexo I .......................................................................................................................... 1
Anexo II ......................................................................................................................... 3
Anexo III ........................................................................................................................ 5

vi
Lista de Figuras
Figura 2.1 - Fundações e aquisições da Lauak .................................................... 3
Figura 2.2 - Tecnologias integradas na Lauak 4.0 ................................................ 4
Figura 2.3 - Localização da Lauak Setúbal ........................................................... 5
Figura 2.4 – Organigrama reduzido da Lauak Setúbal. ......................................... 5
Figura 2.5 – Departamento UAP. .......................................................................... 6
Figura 2.6 – Iluminação do departamento UAP. ................................................... 7
Figura 2.7 – Ar Condicionado do departamento UAP. .......................................... 7
Figura 2.8 - Equipamentos de Proteção Individual. ............................................... 9
Figura 2.9 - Sinalização na entrada da área de produção................................... 10
Figura 2.10 - Certificados da Lauak Setúbal ....................................................... 11
Figura 2.11 – Ecopontos da Lauak. .................................................................... 11
Figura 3.1 - Exemplo de gabarito do tipo template.............................................. 13
Figura 3.2 - Exemplo de gabarito do tipo plate ................................................... 13
Figura 3.3 - Exemplo de Gabarito do tipo Sandwich ........................................... 14
Figura 3.4 - Exemplo de Gabarito do tipo Angle-Plate ........................................ 14
Figura 3.5 - Exemplo de gabarito do tipo Box ..................................................... 15
Figura 3.6 - Exemplo de gabarito do tipo channel ............................................... 15
Figura 3.7 - Exemplo de gabarito do tipo leaf ..................................................... 16
Figura 3.8 - Exemplo de gabarito do tipo Trunnion ............................................. 16
Figura 3.9 - Exemplo de gabarito do tipo Multi-Station ....................................... 17
Figura 3.10 – Processo de impressão Binder Jetting .......................................... 18
Figura 3.11 - Processo de impressão DED . ....................................................... 19
Figura 3.12 - Processo de impressão Materials Extrusion. ................................. 20
Figura 3.13 - Processo de impressão Materials Jetting ...................................... 21
Figura 3.14 - Processo de impressão Powder bed fusion. .................................. 22
Figura 3.15 – Processo de impressão Sheet lamination. .................................... 23
Figura 3.16 – Processo de impressão Vat Photopolymerization. ........................ 24
Figura 3.17 Representação do Torus em STL e CAD. ........................................ 25
Figura 3.18 – Processo de slicing. ...................................................................... 25
Figura 4.1 – Máquina dot peen. .......................................................................... 28
Figura 4.2 – Posicionamento das peças consoante a zona de marcação. .......... 29
Figura 4.3 – Portfólio com todos os posicionamentos. ........................................ 29
Figura 4.4 - Marcação da máquina Dot peen (1), e com caneta vibratória (2). ... 30
Figura 4.5 – Verificador de clipes. ....................................................................... 30

vii
Figura 4.6 - Zona de marcação. .......................................................................... 31
Figura 4.7 - Medidas a ser retiradas. .................................................................. 31
Figura 4.8 – Mesa de trabalho no software CAD. ............................................... 32
Figura 4.9 - Software 3Dexperience. .................................................................. 33
Figura 4.10 – Gabarito desenvolvido (1), simulação do gabarito com a peça (2).
...................................................................................................... 33
Figura 4.11 - Ângulo de inclinação necessário (vermelho).................................. 34
Figura 4.12 - Distâncias necessárias. ................................................................. 35
Figura 4.13 - Modelo 3D da peça dividida (1), e gabarito impresso (2). .............. 35
Figura 4.14 – Teste do protótipo. ........................................................................ 36
Figura 4.15 - Mesa de trabalho. .......................................................................... 37
Figura 4.16 – Visão isométrica do modelo 3D do gabarito. ................................. 37
Figura 4.17 – Comparação entre o protótipo (1), e o gabarito final (2). ............... 38
Figura 4.18 - Restrições do gabarito em relação à máquina. .............................. 39
Figura 4.19 - Restrições da peça em relação ao gabarito. .................................. 39
Figura 4.20 – Impressora 3D Fortus 450MC. ...................................................... 40
Figura 4.21 - Comparação dos posicionamentos. ............................................... 41
Figura 4.22 – Gabarito na máquina dot peen. ..................................................... 42
Figura 4.23 - Peças compatíveis com o 1ª gabarito. ........................................... 43
Figura 4.24 - Peças compatíveis com o 2ª gabarito. ........................................... 43
Figura 4.25 - Peças compatíveis com o 3ª gabarito. ........................................... 44
Figura 4.26 - Peças compatíveis com o 4ª gabarito. ........................................... 44
Figura 4.27 - Tempos de Setup. ......................................................................... 45

viii
Lista de Tabelas
Tabela 2.1 - Empresas associadas a Lauak. ........................................................ 4
Tabela 3.1 - Vantagens e limitações do processo Binder Jetting. ....................... 18
Tabela 3.2 - Vantagens e limitações do processo DED. ..................................... 19
Tabela 3.3 - Vantagens e limitações do processo Materials Extrusion. .............. 20
Tabela 3.4 - Vantagens e limitações do processo Materials Jetting. ................... 21
Tabela 3.5 - Vantagens e limitações do processo Powder bed fusion. ............... 22
Tabela 3.6 - Vantagens e limitações do processo Sheet lamination. .................. 23
Tabela 3.7 - Vantagens e limitações do processo Vat Photopolymerization. ...... 24
Tabela 4.1 - Especificações da impressão do protótipo. ..................................... 36

ix
Lista de Siglas e Acrónimos
ABS Acrylonitrile butadiene styrene (Acrilonitrila Butadieno Estireno)
CAD Computer Aided Design (Desenho Assistido por Computador)
CAE Computer-Aided Engineering (Engenharia Auxiliada por Computador)
CAM (Manufatura Auxiliada por Computador) Computer-Aided Manufacturing.
CATIA Computer-Aided Three-Dimensional Interactive Application (Aplicativo
Interativo Tridimensional Auxiliado por Computador)
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
EPI Equipamento de Proteção Individual
NADCAP National Aerospace and Defense Contractors Accreditation Program (Programa
Nacional de Credenciamento de Empreiteiros Aeroespaciais e de Defesa)
PLA Poly-Lactic Acid (Ácido Polilático)
STL (Linguagem Padrão do Triângulo) Standard Triangle Language
UAP Unidade de Apoio à Produção

x
1 Introdução
Neste capítulo é feita uma breve introdução no estágio na Lauak de Setúbal, onde é
mencionado o plano de estágio, assim como as tarefas realizadas no decorrer das 700 horas de
estágio. Apresenta também a estrutura geral do presente relatório de estágio do CTeSP (Curso
Técnico Superior Profissional) de Produção Aeronáutica e a sua organização geral.

1.1 Descrição do estágio

O estágio foi realizado no departamento UAP (Unidade de Apoio à Produção) de peças


elementares na empresa Lauak Portuguesa de Setúbal, tendo iniciado no dia 29 de abril e
finalizado no dia 30 de julho.
Os objetivos do plano de estágio consistiram na criação e desenvolvimento de gabaritos,
e na pesquisa sobre os mesmos. Para além do projeto também foram realizadas outras
atividades como:
• Desenvolvimento de desenhos técnicos;
• Criação de fichas de instrução;
• Outras atividades relacionadas com CAD (Computer Aided Design, em português,
Desenho Assistido por Computador).
Uma vez por semana eram realizadas outras atividades no departamento de controle
final, que consistiam no:
• Registo de peças produzidas;
• Apoio na verificação de peças produzidas:
o Verificação de quantidades;
o Verificar se a peça passou por todas as etapas de produção;
o Verificar a zona de marcação.
Esta oportunidade permitiu a possibilidade de, não só aplicar em ambiente fabril o
conhecimento adquirido ao longo do curso, mas também de evoluir a nível pessoal e
profissional.

1.2 Estrutura do documento

No primeiro capítulo do documento é feito um resumo das atividades realizadas ao longo


do estágio e o plano previsto com os objetivos.
No segundo capítulo o foco está na entidade de acolhimento, descrevendo a própria, a

1
sua história, localização, organograma, local de estágio e higiene e segurança no trabalho.
No terceiro capítulo, estão descritos alguns conceitos fundamentais para a realização do
projeto, como gabaritos, impressão 3D (três dimensões), e CAD.
O quarto capítulo consiste no processo de desenvolvimento do gabarito desde a sua
conceção até a sua impressão.
Por fim, no último capítulo é feita uma conclusão juntamente com oportunidades de
melhoria.

2
2 Caraterização da entidade de acolhimento
A entidade de acolhimento, atualmente denominada por grupo Lauak, foi criada pelo Sr.
Jean-Marc Charritton em França no ano de 1975, pelo nome de “ESKULANAK”. A Lauak de
Setúbal é uma fábrica que tem como o seu principal foco o trabalho com metais, no entanto,
também efetua montagens de algumas estruturas, tais como: cockpits, tanques de combustível
e portas de carga.

2.1 Historial

O grupo Lauak começou por ser uma empresa de corte e maquinação de chapas
subcontratada pela Dassault, que é uma empresa fabricante de aviões civis e militares, sediada
em França. Em 2003, foi construída uma fábrica da Lauak em Portugal, que iria permitir o fabrico
de peças de alta qualidade a um preço baixo [2]. Ao longo dos tempos o grupo foi se expandindo
com novas aquisições e fundações distribuídas pelo mundo, sendo que cada uma têm a sua
própria especialização. A Figura 2.1 mostra as instalações do grupo Lauak.

Figura 2.1 - Fundações e aquisições da Lauak (adaptado de [2]).

Em 2019, a Lauak começou o desenvolvimento do projeto “Lauak 4.0”. Este projeto


consistia na integração das novas tecnologias, como IOT, robótica, Big Data nas fábricas [3],
como é mostrado na Figura 2.2. Com estas tecnologias iria não só permitir um melhor controlo
da produção assim como também uma um aumento na eficiência.

3
Figura 2.2 - Tecnologias integradas na Lauak 4.0 (extraído de [3]).

2.2 Atividades

A Lauak é considerada como um dos principais fabricantes-fornecedores de componentes


primários, subconjuntos e conjuntos para a indústria aeronáutica fornecendo componentes a
grandes empresas, como é mostrado na Tabela 2.1.

Tabela 2.1 - Empresas associadas a Lauak.

2.3 Localização

Como foi referido anteriormente, o grupo Lauak possui uma diversidade de filiais ao redor
do mundo, sendo que atualmente existem duas fábricas em Portugal situadas em Grândola e
em Setúbal. O estágio foi realizado na fábrica de Setúbal, que fica localizada no parque industrial
BlueBliz global [4], como é demostrado na Figura 2.3.

4
Figura 2.3 - Localização da Lauak Setúbal (adaptado de [3,4]).

2.4 Organigrama

Organograma é um gráfico que representa visualmente a estrutura organizacional de uma


instituição ou empresa. O estágio foi realizado no departamento UAP, como é demonstrado na
Figura 2.4, e o organigrama completo da Lauak de Setúbal encontra-se no anexo 1.

Figura 2.4 – Organigrama reduzido da Lauak Setúbal.

5
2.5 Caraterização do local de estágio

O estágio foi realizado no departamento UAP de peças elementares. O departamento


consiste num escritório com um Layout Open Office, como é mostrado na Figura 2.5, onde
davam suporte a produção de peças quer a nível de qualidade quer a nível de construção /
alteração de fichas gama. As fichas gama consistem num documento onde se encontram todos
os processos e materiais necessários a fabricação dum conjunto de peças.

Figura 2.5 – Departamento UAP.

2.5.1 Iluminação

Para diminuir o número de acidentes de trabalho, é necessário que haja uma boa
iluminação do espaço onde o trabalhador realiza as suas tarefas. Na fábrica existe iluminação
natural proveniente de janelas/paneis translúcidos, e também possui iluminação artificial
proveniente de lâmpadas. No entanto, no departamento de UAP a iluminação era
maioritariamente artificial, como é demostrado na Figura 2.6.

6
Figura 2.6 – Iluminação do departamento UAP.

2.5.2 Ruído

Ruído consiste em qualquer sensação sonora considerada indesejável, que pode afetar o
trabalhador. Devido a localização do departamento era possível ouvir alguns ruídos
provenientes das fresas, máquinas de corte e entre equipamentos.

2.5.3 Ambiente Térmico

O ambiente térmico pode ser definido como o conjunto de variáveis térmicas do posto de
trabalho que influenciam o organismo do trabalhador, sendo assim um fator importante que
intervém, de forma direta ou indireta na saúde e bem-estar do mesmo e na realização das
tarefas que lhe estão atribuídas [5]. No local de estágio, o ambiente térmico era regulado com
a utilização dum ar-condicionado, como é mostrado na Figura 2.7.

Figura 2.7 – Ar Condicionado do departamento UAP.

7
2.6 Higiene e segurança no trabalho

De forma a garantir a manter um nível estável de saúde dos colaboradores e


trabalhadores de uma empresa, é necessário que a empresa cumpra todas as regras de higiene
e segurança [4]. A Lauak de Setúbal para além de cumprir as regras de higiene e segurança,
também realiza melhorias constantes tanto para a nível de higiene tanto para a nível de
segurança no trabalho.

2.6.1 Higiene

A higiene propõe eliminar as doenças profissionais, partir da identificação de fatores que


podem afetar o ambiente do trabalho e do trabalhador, com o objetivo de eliminar ou reduzir
os riscos profissionais [6].
Devido ao vírus Covid, em 2020 a Lauak tomou algumas medidas, para evitar a propagação
do mesmo, tais como:
• Distribuição de álcool e gel pela fábrica;
• Pessoal qualificado, para a limpeza dos postos
• Utilização de máscaras;
• Colocação de paneis de plástico nos departamentos;
• Distanciamento nos postos de trabalho;
• Mudança de horários;
• Consciencialização dos trabalhadores.

2.6.2 Segurança

A segurança do trabalho propõe combater os acidentes de trabalho, através da


eliminação de condições inseguras do ambiente de trabalho, ou educando os trabalhadores a
utilizarem medidas preventivas [6].
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são todos os dispositivos, de uso individual
utilizado pelo colaborador, com o objetivo de proteger contra riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho [7]. Dependendo do setor ou departamento da Lauak é
necessário que o colaborador tenha os EPIs equipados (Como é mostrado na Figura 2.8), como:
• Botas de biqueira de aço, ou biqueiras de aço (Uso obrigatório em qualquer
departamento);
• Tampões de ouvidos;
• Óculos;

8
• Luvas;
• Viseira.

Figura 2.8 - Equipamentos de Proteção Individual.

Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são dispositivos utilizados para proteger os


trabalhadores durante as atividades laborais, e têm como objetivo a proteção contra danos à
saúde e integridade física do trabalhador, em geral [8].
A fábrica da Lauak de Setúbal possuí uma diversidade de equipamentos de proteção
coletiva distribuídas pela fábrica, tais como:
• Detetor de fumo;
• Extintor;
• Manqueira;
• Detentores de fumo;
• Sensor.
No local de estágio, todos os EPCs estão devidamente sinalizados e existe uma grande
diversidade de sinalética distribuída pela fábrica. Em cada departamento existe um conjunto de
sinaléticas, como é mostrado na Figura 2.9.

9
Figura 2.9 - Sinalização na entrada da área de produção.

A empresa tem bem definida a sua política de segurança com os seus princípios e
objetivos, que é amplamente divulgada no seio dos seus trabalhadores, de forma a mostrar o
seu compromisso com estas questões. Os trabalhadores e colaboradores da empresa são
incentivados ao envolvimento e participação em ações para a melhoria da segurança e saúde no
trabalho, recebendo formação inicial e novas formações posteriormente.

2.7 Qualidade

A certificação de uma empresa consiste no reconhecimento formal de que o seu sistema


de gestão está conforme com as normas de referência em relação às quais a entidade pretende
ser certificada [9]. As atividades desenvolvidas pela LAUAK Portuguesa (Lauak de Setúbal e Lauak
de Grândola) visam a satisfação das expectativas dos seus clientes a um custo otimizado e tendo
como objetivo a melhoria contínua da eficiência e eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade.
Para fazer face às exigências dos mercados a LAUAK Portuguesa desenvolveu e
implementou o seu Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), de acordo com os requisitos da
norma EN 9100. Também os tratamentos de superfície, e ensaios não destrutivos são
certificados pela NADCAP (National Aerospace and Defense Contractors Accreditation Program,
em português, Programa Nacional de Credenciamento de Empreiteiros Aeroespaciais e de
Defesa). A Figura 2.11 mostra os certificados de qualidade da Lauak de Setúbal.

10
Figura 2.10 - Certificados da Lauak Setúbal (extraído de [10]).

2.8 Preocupações ambientais

Preocupações ambientais consistem na adoção de práticas voluntárias, nomeadamente,


a separação de resíduos, com o objetivo de minimizar os impactos ambientais o máximo. Na
fábrica realizam a separação dos resíduos, assim como motivam os seus trabalhadores a o
fazerem-no através de vários ecopontos distribuídos pela fábrica, como mostra na Figura 2.11.

Figura 2.11 – Ecopontos da Lauak.

11
3 Fundamentos Teóricos
Para o projeto de desenvolvimento dos gabaritos foi realizada uma pesquisa sobre
fundamentos teóricos nos temas relacionados do projeto. Os temas pesquisados consistiam nos
tipos de gabaritos, no software CAD onde foi feita a modelação 3D dos gabaritos, e por fim na
impressão 3D, onde é mencionado o funcionamento destas impressoras juntamente os tipos de
processos existentes.

3.1 Gabaritos

Gabaritos são ferramentas de produção usadas, para auxiliar na produção de peças


fabricadas em massa com qualidade consistente [11]. São conhecidos como equipamentos, que
seguram e posicionam a obra, localizam ou orientam o corte em relação à peça trabalhada.
Uma vez que um gabarito é configurado corretamente, qualquer número de outra parte pode
ser facilmente produzido sem configuração adicional.
Com a utilização dos gabaritos é possível a redução ou até mesmo a eliminação da
necessidade de marcação, medição e configuração da peça em uma máquina, e mantém a
precisão do desempenho. Os gabaritos também apresentam inúmeras vantagens, tais como
[11]:
• Aumento da produtividade;
• Não necessita de grande conhecimento\habilitações para o seu uso;
• Redução de custos;
• Aumento de segurança.
Contudo os gabaritos também podem apresentar limitações no seu uso, como [11]:
• E pode usar muito material e ser volumoso;
• Pode se desgastar com o tempo;
• Gabarito é específico para um produto.

3.1.1 Template

O gabarito template, ou em português modelo, são gabaritos simples que têm um maior
foco na precisão do que na velocidade, sendo usados para furação de peças [12]. É simplesmente
uma placa feita no formato e tamanho da peça de trabalho com o número necessário de buracos
feitos, que é colocado sobre a peça de trabalho, como mostra na Figura 3.1.

12
Figura 3.1 - Exemplo de gabarito do tipo template (adaptado de
[13]).

3.1.2 Plate

O gabarito plate, em português, chapa, apresenta caraterísticas semelhantes ao do


gabarito do tipo template, ou seja, têm uma placa do tamanho da peça com um determinado
número de furos em cima da peça a ser trabalhada. Contudo a principal diferença deste tipo de
gabarito em relação ao gabarito template é que o gabarito plate possui dispositivos de aperto
integrados para segurar a peça [13], como mostra na Figura 3.2.

Figura 3.2 - Exemplo de gabarito do tipo plate (adaptado de [13]).

13
3.1.3 Sandwich

O gabarito Sandwich, em português Sanduíche, consiste numa modificação do gabarito


do tipo plate, sendo usado para perfurar peças finas ou macias, para evitar dobras e
empenamentos [11]. De forma a evitar este tipo de danos é utilizada uma placa de suporte na
parte superior e inferior da peça, como mostra na Figura 3.3.

Figura 3.3 - Exemplo de Gabarito do tipo Sandwich (adaptado de [13]).

3.1.4 Angle-Plate

Os gabaritos do tipo Angle-Plate, em português Placa Ângular, são ferramentas que são
utilizadas para fixar as peças, para serem perfuradas em ângulos retos ou outro ângulo em
específico [13]. A peça é presa utilizado um locator pin, em português, pino bloqueador, onde é
colocada num dos furos da peça, como é demostrado na Figura 3.4.

Figura 3.4 - Exemplo de Gabarito do tipo Angle-Plate (adaptado de [13]).

14
3.1.5 Box

O objetivo deste tipo de gabarito é garantir que a peça fique totalmente restringida, como
é apresentado na Figura 3.5. Com a peça restringida pode ser perfurada ou maquinada em
diferentes ângulos em uma única configuração, dependendo de qual face do gabarito é girada
em direção à ferramenta [15].

Figura 3.5 - Exemplo de gabarito do tipo Box (adaptado de


[15]).

3.1.6 Channel

É um tipo de gabarito com uma seção transversa, onde a peça é encaixada dentro do canal
e é presa girando o dispositivo de aperto, como é apresentado na Figura 3.6. A ferramenta de
furação é guiada pela bucha de perfuração [16].

Figura 3.6 - Exemplo de gabarito do tipo channel (adaptado de [13]).

15
3.1.7 Leaf

O gabarito de leaf, em português, folha conforme mostrado na Figura 3.7, é uma


modificação do gabarito sandwich. Em vez de usar pinos, para prender os dois membros, utiliza
parafusos para mantê-los juntos, este gabarito usa uma folha de dobradiça com uma trava do
tipo CAM [13].

Figura 3.7 - Exemplo de gabarito do tipo leaf (adaptado de [13]).

3.1.8 Trunnion

Os gabaritos Trunnion, em português, Munhão, são usados para fazer orifícios em peças
de grande dimensão ou de formatos estranhos de lados diferentes. O gabarito possui dois
trunnions para a sustentar a peça, e girar a fase da peça, e tem um pino de bloqueio para
imobilizar [17], como é apresentado na Figura 3.8.

Figura 3.8 - Exemplo de gabarito do tipo Trunnion (adaptado de [17]).

16
3.1.9 Multi-Station

No gabarito Multi-Staion, em português, Multi-estação, permite a realização de várias


operações podem ser realizadas simultaneamente, como é mostrado na Figura 3.9. Enquanto
uma parte é furada, outra pode ser escareada e uma terceira contra furada. A estação final pode
ser usada para descarregar as peças acabadas e carregar peças novas. Este gabarito é
comumente usado em máquinas de fusos múltiplos [13].

Figura 3.9 - Exemplo de gabarito do tipo Multi-Station (extraído de [18]).

3.2 Impressão 3D

A impressão tridimensional (3D) consiste num método de manufatura aditiva, que


executa prototipagem rápida usando um desenho assistido por computador (CAD). Este método
permite a criação de objetos 3D por impressão, ou seja, derretendo e solidificando a material
camada por camada.

3.2.1 Processos de impressão

O processo de Binder Jetting, em português, Jato Aglutinante, utiliza dois materiais,


sendo que um dos materiais é a base de pó, e outro é aglutinante. O aglutinante é utilizado
no estado líquido, como um adesivo entre as camadas de pó [19].
A cabeça de impressão (printhead) se move horizontalmente ao longo dos eixos X e Y
da máquina, e deposita camadas alternadas do material de construção e do material de
ligação, como é mostrado na Figura 3.10. Após cada camada, a plataforma onde o objeto 3D

17
esta a ser impresso desce em relação ao eixo Y. Este processo apresenta inúmeras vantagens
de impressão, assim como certas limitações, como mostra a Tabela 3.1.

Figura 3.10 – Processo de impressão Binder Jetting (adaptado de [19]).

Tabela 3.1 - Vantagens e limitações do processo Binder Jetting.

Vantagens Limitações
As peças podem ser feitas com uma gama de Nem sempre adequado para peças
cores diferentes estruturais.
O pós-processamento adicional pode
Utiliza uma variedade de materiais (metal,
adicionar um tempo significativo ao
polímeros e cerâmicas)
processo geral

Processo rápido

O método de dois materiais permite um grande


número de combinações diferentes de ligante-
pó e várias propriedades mecânicas

O processo Directed Energy Deposition (DED), em português, Deposição de Energia


Direcionada, é mais complexo, visto que é utilizado para reparar ou adicionar material aos
componentes existentes. O processo consiste num bico montado em um braço de múltiplos
eixos, que utiliza um laser para depositar material derretido numa superfície especifica e se
solidifica, como é mostrado na Figura 3.11. O processo é semelhante ao de extrusão de material,
contudo o bico consegue mover em várias direções e não é fixo em um eixo específico [19].

18
Apesar deste processo ser mais flexível, este apresenta mais desvantagens do que vantagens,
como é mostrado na Tabela 3.2.

Figura 3.11 - Processo de impressão DED (adaptado de [20]).

Tabela 3.2 - Vantagens e limitações do processo DED.

Vantagens Limitações

Os acabamentos podem variar dependendo do


Capacidade de controlar a estrutura de grãos papel ou material plástico, mas podem exigir
em um alto grau pós-processamento para atingir o efeito
desejado

É necessário um equilíbrio entre qualidade de


superfície e velocidade, embora com aplicações
de reparo, a velocidade pode muitas vezes ser Uso limitado de material
sacrificada por uma alta precisão e uma
microestrutura pré-determinada

Os processos de fusão requerem mais pesquisas


para avançar ainda mais o processo para um
posicionamento mais convencional

O processo de Material Extrusion, ou em português, Extrusão de Material, consiste num


processo onde o material é puxado por um bico (Extruder), onde é aquecido e, em seguida,
depositado camada por camada. O bico pode se mover no eixo X e uma plataforma de
construção se move no eixo Y após cada nova camada ser depositada [19], como apresentado
na Figura 3.12. Embora o Material Extrusion seja semelhante a todos os outros processos de
impressão 3D, visto que se forma camada por camada, ele varia no fato de que o material é
adicionado por meio de um bico sob pressão constante e em um fluxo contínuo. Uma das

19
vantagens, como mostra a Tabela 3.3, este tipo de processo permite a utilização de plástico
como filamento, que tem boas propriedades estruturais.

Figura 3.12 - Processo de impressão Materials Extrusion (adaptado


de [19]).

Tabela 3.3 - Vantagens e limitações do processo Materials Extrusion.


Vantagens Limitações

Processo amplo e barato O raio do bico limita e reduz a qualidade final

A precisão e a velocidade são baixas quando


comparadas a outros processos e a precisão do
Pode ser usado plástico ABS,
modelo final é limitada à espessura do bico do
material

A pressão constante do material é necessária


para aumentar a qualidade do acabamento

O processo de material jetting, em português, jato de gente aderente, cria objetos em um


método semelhante a uma impressora convencional de a jato de tinta (bidimensional). O
material é lançado em uma plataforma de construção usando uma abordagem contínua ou Drop
on Demand (em português, queda sob demanda) (DOD). Como é mostrado na Figura 3.13 o
material é injetado na superfície de construção ou plataforma, onde se solidifica e o modelo é
construído camada por camada. O material é depositado a partir de um bico que se move

20
horizontalmente pela plataforma de construção, e as camadas do material são endurecidas
usando luz ultravioleta (UV) [19]. Como os outros processos este apresenta também as suas
vantagens, assim como limitações, como é mostrado na Tabela 3.4.

Figura 3.13 - Processo de impressão Materials Jetting (adaptado


de [19]).

Tabela 3.4 - Vantagens e limitações do processo Materials Jetting.

Vantagens Limitações

O processo se beneficia de uma alta precisão de


deposição de gotas e, portanto, de baixo Material de apoio é frequentemente necessário
desperdício

Uma alta precisão pode ser alcançada, mas os


O processo permite várias peças de materiais e
materiais são limitados e apenas polímeros e
cores em um único processo
ceras podem ser usados

O processo de Powder Bed Fusion (PBF), em português, Fusão em Cama de Pó, usam um
laser ou feixe de elétrons para derreter e fundir o pó do material. Os métodos de fusão por
feixe de elétrons requerem vácuo, mas podem ser usados com metais e ligas na criação de
peças funcionais [19]. Todos os processos PBF envolvem o espalhamento do material em pó
sobre as camadas anteriores. Existem diferentes mecanismos para permitir isso, incluindo
um rolo de pó, como é apresentado na Figura 3.14. Este processo apresenta inúmeras
vantagens, como mostra a Tabela 3.5, visto que é relativamente barato e adequado para o

21
desenvolvimento de protótipos.

Figura 3.14 - Processo de impressão Powder bed fusion (adaptado de [19]).

Tabela 3.5 - Vantagens e limitações do processo Powder bed fusion.

Os processos de Sheet lamination, em português, laminação de folhas, consiste em folhas


finas de um determinado material (geralmente fornecidas por meio de um sistema de rolos de
alimentação, como é mostrado na Figura 3.15) são unidas camada por camada para formar uma
única peça que é cortada em um objeto 3D [16]. Apesar de ser um processo bastante rápido,
como pode ser visto na Tabela 3.6, uma das limitações deste tipo processo são acabamentos

22
podem necessitar um pós-processamento.

Figura 3.15 – Processo de impressão Sheet lamination (adaptado de [19]).

Tabela 3.6 - Vantagens e limitações do processo Sheet lamination.

Vantagens Limitações

Os benefícios incluem velocidade, baixo custo, Os acabamentos podem variar dependendo do


facilidade de manuseio do material, mas a papel ou material plástico, mas podem exigir
resistência e integridade dos modelos pós-processamento para atingir o efeito
dependem do adesivo usado desejado

O corte pode ser muito rápido devido à rota de


corte ser apenas aquela do contorno da forma, Uso limitado de material
não de toda a área da seção transversal

Os processos de fusão requerem mais pesquisas


para avançar ainda mais o processo para um
posicionamento mais convencional

O processo de Vat Photopolymerization, em português Fotopolimerização de cuba, utiliza


uma cuba de resina de fotopolímero líquida, a partir da qual o modelo é construído camada por
camada [19]. É utilizado uma luz ultravioleta (UV) para endurecer a resina quando necessário,
enquanto uma plataforma move o objeto sendo feito para baixo após cada nova camada ser
endurecida, como é apresentado na Figura 3.16. Contudo, como mostra na Tabela 3.7, este
processo para além de ser mais caro, também é limitado para o uso de resina.

23
Figura 3.16 – Processo de impressão Vat Photopolymerization (adaptado de [19]).

Tabela 3.7 - Vantagens e limitações do processo Vat Photopolymerization.

Vantagens Limitações

Alto nível de precisão e bom acabamento Relativamente caro

Tempo de pós-processamento demorado e


Processo relativamente rápido
reavaliação da resina

Normalmente grandes áreas de construção:


objeto 1000: 1000 x 800 x 500 e peso máximo Uso limitado de material resinas fotossensíveis
do modelo de 200 kg

Frequentemente, requer estruturas de suporte e


pós-cura para que as peças sejam fortes o
suficiente para uso estrutural

3.2.2 Funcionamento

Antes de começar a imprimir é necessário primeiro ter o objeto 3D. Para a criação de
modelos 3D é necessário a utilização de softwares CAD, com as dimensões reais, ou se o objeto
a ser impresso for muito comum pode ser feito o download em websites como thingiverse e
free3D, que são websites que utilizadores partilham os modelos 3D.
Se o modelo 3D foi criado a partir dum software CAD é necessário fazer a exportação do
mesmo em formato STL (Standard Triangle Language, em português Linguagem Padrão do
Triângulo), caso não seja possível é necessário convertê-lo para esse formato. O formato STL é

24
o mais usado para a impressão 3D, onde descrevem apenas a geometria da superfície de um
objeto tridimensional, sem qualquer representação de cor, textura ou outros atributos comuns
do modelo original CAD. A Figura 3.17 consiste na representação CAD de um torus (mostrado
como dois círculos vermelhos concêntricos), e uma aproximação STL da mesma forma
(composta de planos triangulares) [20].

Figura 3.17 - Representação do Torus em STL e CAD (extraído de [20]).

Como as impressoras 3D não podem conceituar o conceito de três dimensões, como os


humanos, é necessário fazer o slicing (fatiamento) do modelo 3D. O processo de slicing consiste
na divisão do modelo 3D em camadas, para que a impressora crie o produto final [21]. O
software de slicing, como o CURA ou Prusa, faz digitalizações de cada camada do modelo 3D, e
informa à impressora como recriar essa camada, como é mostrado na Figura 3.18.

Figura 3.18 – Processo de slicing(extraído de [21]).

Os softwares slicers também informam as impressoras 3D o tipo de infill


(preenchimento) a ser utilizado no modelo 3D. Este preenchimento fornece estruturas internas
a um objeto impresso em 3D que ajudam a dar forma e fortalecer o objeto. Quando o modelo é
fatiado, ele é enviado para a impressora 3D por um cartão microSD, para o processo de

25
impressão do objeto 3D por camadas, como uma impressora convencional, até formar um
objeto tridimensional.

3.3 Software CAD

O CAD consiste no uso de sistemas de computador de forma a auxiliar na criação,


modificação, análise de um projeto [22]. O software CAD é utilizado para aumentar a
produtividade duma empresa, melhorar a qualidade do design dum produto, e tornar mais fácil
a comunicação por meio de documentação e criar um banco de dados para manufatura. O
formato dos ficheiros CAD costuma ser na forma de arquivos eletrónicos, de forma a permitir
na utilização da impressão 3D, da maquinação e entre outros processos.

3.3.1 Exemplos de software CAD

Atualmente existem inúmeros softwares CAD disponíveis no mercado, e a maioria destes


é necessário ter uma licença, sendo os principais são:
• 3D Experience (Catia) (Versão comercial);
• Autodesk (Versão comercial);
• Solid Edge (Versão comercial);
• Blender (Versão gratuita);
• Libre CAD (Versão gratuita).

3.3.2 Vantagens/Desvantagens

Com a utilização do software CAD permitiu uma melhor visualização dos produtos, visto
que é possível ver o produto final e as peças do mesmo sem ter que o fabricá-lo. O CAD
apresenta outras vantagens como [22]:
• Melhor precisão – As pessoas que usam software CAD trabalham com mais rigor,
cometendo menos erros (Porque o software apresenta os erros automaticamente)
• Mais fácil – Os softwares CAD oferecem documentação detalhada do projeto, como a
geometria, dimensões e listas de materiais.
• Reutilizar – É possível reutilizar projetos anteriores e modificá-los de uma forma mais
fácil.
Contudo, apesar de apresentar muitas vantagens o mesmo apresenta algumas
desvantagens/limitações sendo que uma delas é que normalmente este tipo de software
apresenta um custo para a licença bastante elevado. Existe também outras desvantagens como

26
[22]:
• Tempo – Devido ao elevado número de ferramentas que o CAD pode ter, é necessário
que a empresa invista tempo nos trabalhadores para usar este software.
• Hardware – Muito dos softwares CAD requerem um hardware específico, de forma que
tenha um desempenho ideal.

3.3.3 Requisitos mínimos dos equipamentos

O hardware pode variar muito, dependendo do conteúdo que se vai produzir. Existem
três elementos principais que é necessário ter cuidado para configurar uma boa estação de
trabalho para suas necessidades de CAD [23]:
• Processador - Aqui é importante verificar o número de núcleos e threads que o
processador possui, porque algumas ferramentas CAD se beneficiam de vários
núcleos e outras não são capazes de manipulá-los ou não precisam deles;
• Memória de acesso aleatório (RAM) - Este é um dos elementos de que a maioria dos
softwares CAD beneficia. Ter RAM suficiente (pelo menos 8Gb) garante melhor
desempenho em processos multitarefa, como renderização ou trabalhar com
diferentes programas ao mesmo tempo;
• Unidade de processamento gráfico (GPU) - As placas gráficas são essenciais quando
se fala em CAD, pois possibilitam a visualização diretamente. Quando se trata de
GPUs. É necessário verificar os requisitos de software para escolher corretamente
porque a maioria das placas gráficas funcionará, e nem todos os programas
consomem muita memória gráfica da placa gráfica.

27
4 Desenvolvimento dos Gabaritos
No presente capítulo é explicado todo o processo de desenvolvimento dos gabaritos
produzidos para o departamento de soldadura na etapa de marcação, nas peças. A etapa de
marcação da peça é muito importante, visto que permite o rastreio da peça produzida, e permite
saber mais detalhes importantes sobre a peça fabrica.

4.1 Marcação de peças

De forma a fazer o rastreio dos componentes produzidas na Lauak estes eram marcados
no final do processo de produção. No caso do departamento soldadura a marcação era feita por
uma máquina de dot peen (marcação por ponto), como é mostrado na Figura 4.1. As máquinas
de marcação por pontos usam um pino de marcação que é acionado pneumaticamente, para
estampar (ou martelar) uma série de pontos muito pequenos e próximos para formar linhas
retas ou curvas. Este método de marcação é muito usado, visto que fornece marcações rápidas
e precisas, enquanto exerce força mínima na superfície da peça.

Figura 4.1 – Máquina dot peen.

Contudo, devido a estrutura dos componentes fabricados estes tinham que ser colocados
em posições especificas, de forma a não afetar a marcação. Como é mostrado na Figura 4.2,

28
para a marcação deste tipo de componentes os colaboradores usavam blocos e chapas de
dimensões especificas. Os posicionamentos corretos estão registados num portefólio, como é
mostrado na Figura 4.3, onde estão todos os posicionamentos corretos, e os blocos a serem
usados para uma determinada peça.

Figura 4.2 – Posicionamento das peças consoante a zona de marcação.

Figura 4.3 – Portfólio com todos os posicionamentos.

Porém, são poucos os colaboradores que sabem os posicionamentos corretos, e quando


é pedido a outros colaboradores para fazer a marcação das peças ou demoram muito tempo a
perceber como colocar as peças ou acabam por usar uma caneta vibratória. Apesar de ser mais
fácil utilizar a caneta vibratória, como é demostrado na Figura 4.4, a marcação usando a caneta
vibratória apresenta uma qualidade inferior. Com este problema em mente foram
desenvolvidos vários gabaritos, que permitisse fixar a peça para fazer a marcação.

29
1 2

Figura 4.4 - Marcação da máquina Dot peen (1), e com caneta vibratória (2).

4.2 Pesquisa

Nos primeiros dias de estágio foi feito uma pesquisa sobre o funcionamento de gabaritos,
e tipos de gabaritos. Com a pesquisa feita, foi desenvolvido um gabarito com uma estrutura
semelhante a uma peça impressa 3D, que estava no departamento UAP. Como mostra a Figura
4.5, a peça impressa serve para verificar se o clipe possui as dimensões corretas, e verificar se
os furos correspondem ao da peça impressa.

Figura 4.5 – Verificador de clipes.

4.3 Dimensões

Nesta etapa foram retiradas as medições necessárias para o desenvolvimento do


gabarito, tendo em conta a zona onde seria feita a marcação da peça, como é mostrado na Figura
4.6, e o ponto zero máquina. O ponto zero máquina consiste no ponto de origem do sistema de
coordenadas da máquina, que é defendida pela própria fabricante.

30
Figura 4.6 - Zona de marcação.

De forma a extrair o máximo de dados foi pedido à responsável pela marcação, que fizesse
uma simulação de marcação, como mostra a Figura 4.7. Com base nessa simulação seria retirado
mediadas essenciais para o desenvolvimento dos gabaritos, como o ângulo de inclinação da peça
em relação ao eixo Y, o zero máquina, e o zero peça. O zero peça consiste nas coordenadas
dentro da área de trabalho definidas pelo programador/operador.

Figura 4.7 - Medidas a ser retiradas.

31
De forma a ter uma maior precisão, foram utilizados instrumentos de medição específicos,
como o paquímetro digital, para retirar as medidas dos blocos e das chapas, e foi utilizado a suta
digital, para retirar a medida do ângulo de inclinação. Também foi feita uma pesquisa na
máquina de marcação (EC1 Dot Peen Marking Machine), para ter informações detalhadas das
suas dimensões e do seu funcionamento. E por fim foi recriada a bancada de trabalho
juntamente com a máquina de marcação no software CAD, como é mostrado na Figura 4.8.

Figura 4.8 – Mesa de trabalho no software CAD.

4.4 Conceção do gabarito

Para a criação do modelo 3D do gabarito foi utilizado o software de CAD 3DExperience. O


3DExperience consiste num pacote de software cloud multiplataforma para CAD, CAM
(Computer Aided Manufacturing, em português, Manufatura Auxiliada por Computador), CAE
(Computer Aided Engineering, em português, Engenharia Assistida por Computador) e outros. A
Figura 4.9 mostra o layout do software 3DExperience.

32
Figura 4.9 - Software 3Dexperience (extraído de [23]).

Para o desenvolvimento dos gabaritos foi utilizado as ferramentas do 3Dexperience part


design, em português design da peça, para a criação do gabarito, e o product design, em
português design de produto, para simular o gabarito com máquina de marcação com as
respetivas restrições. Com base das medições retiradas no capítulo anterior foi desenvolvido um
protótipo do gabarito, como é mostrado na Figura 4.10.

1 2

Figura 4.10 – Gabarito desenvolvido (1), simulação do gabarito com a peça (2).

4.4.1 Restrições

Para a criação dos gabaritos foi necessário a criação de restrições que permitissem que a
peça ficasse o mais imóvel possível. No caso da restrição do ângulo, foi necessário medir o
ângulo de inclinação da peça, com uma suta digital.
Todas as peças, que necessitam dum gabarito, têm um formato semicilíndrico. De forma
a efetuar a marcação é necessário que a peça tenha um ângulo de inclinação específico em

33
relação a Y, como é apresentado na Figura 4.11. De modo a saber o ângulo de inclinação certo
é utilizada a equação trigonométrica da tangente (tg), que permite saber os ângulos dum
triângulo retângulo, com base nos seus catetos (cateto oposto e adjacente), como mostra a
equação 4.1.

𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 (4.1)


𝑡𝑔 ∝ =
𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝐴𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒

Figura 4.11 - Ângulo de inclinação necessário (vermelho).

Para isso é necessário saber a distância (a), que consiste na distância da extremidade da
peça até a zona de marcação, e o raio da peça (b) (Ver Figura 4.12). Com estas duas medidas é
possível determinar o ângulo utilizando a equação 4.1, sendo que (a) é o cateto oposto e (b) é o
cateto adjacente.

34
Figura 4.12 - Distâncias necessárias.

4.4.2 Impressão do protótipo

Antes de ser impresso na impressora 3D da Lauak de Grândola foi impresso numa


impressora Low-Cost (em português baixo custo), para verificar se o gabarito cumpria com os
requisitos. Contudo, apenas foi impresso metade do gabarito (Ver Figura 4.13), visto que a
impressora tinha uma área de impressão menor, em relação a impressora da Lauak de Grândola.
A Tabela 4.1, mostra as configurações da impressão do protótipo.

1 2

Figura 4.13 - Modelo 3D da peça dividida (1), e gabarito impresso (2).

35
Tabela 4.1 - Especificações da impressão do protótipo.

Impressora AnyCubic Kossel Linear Plus


Filamento PLA
Velocidade de impressão 70 mm/s
Layer Height 0.2 mm
Infill density 0%
Printing Temperature 200ºC
Build Plate Temperautre 60ºC
Tempo de impressão 4h20

4.5 Recolha de dados para melhoria

Com a impressão do protótipo, foram realizados alguns testes, para verificar se o mesmo
funcionava. Na Figura 4.14 é possível verificar que a peça encaixa perfeitamente no protótipo,
contudo neste caso seria necessário um contrapeso para sustentar o gabarito, visto que o
gabarito tem um infill, em português, preenchimento, de 0%.

Figura 4.14 – Teste do protótipo.

Com os testes realizados foi pedido um feedback aos colaboradores, que trabalhavam na
secção de marcação. Uma das sugestões foi de arranjar uma maneira do gabarito ficar fixo na
mesa da máquina utilizado o rasgo de aperto em T (Ver Figura 4.15).

36
Figura 4.15 - Mesa de trabalho.

Este acréscimo apresenta algumas vantagens, como:


• O gabarito iria ser encaixado duma única maneira;
• Redução de vibrações.
Um outro detalhe seria a eliminação ao máximo de material em excesso, de forma a gastar
menos material possível. O gabarito final foi construído com base no feedback dado, como
mostra a Figura 4.16.

Figura 4.16 – Visão isométrica do modelo 3D do gabarito.

Em comparação ao protótipo, o gabarito final teve uma redução de 36.4% de material em


relação ao protótipo (Dados fornecidos pelo 3DExperince) (Ver Figura 4.17).

37
1
2

Figura 4.17 – Comparação entre o protótipo (1), e o gabarito final (2).

4.6 Simulação

Nesta etapa foi realizado uma nova simulação no 3DExperience, para verificar se o
gabarito conseguia restringir a peça. Para aplicar restrições na peça foi utilizado a ferramenta
product design, em português design do produto, para juntar e restringir a mesa de trabalho
com máquina dot peen, e o gabarito.

4.6.1 Restrições

Como mostra a Figura 4.18 o gabarito em relação a mesa fica restringido pela coluna da
máquina de marcação em relação ao eixo do Y, e fica restringido pelo rasgo T nos eixos X e Z.

38
Figura 4.18 - Restrições do gabarito em relação à máquina.

A peça fica restringida no eixo X devido as placas laterais, e fica restringida angularmente
devido ao plano inclinado do gabarito (Ver Figura 4.20).

Figura 4.19 - Restrições da peça em relação ao gabarito.

39
4.7 Impressão Final

Com a simulação feita e com a aprovação da engenheira Tuyane Santos o gabarito foi
enviado por e-mail em formato STL, para a Lauak de Grândola onde foi impresso numa
impressora 3D empresarial fortus-450MC (Ver Figura 4.20) utilizando como material resina
ULTEM 1010. A resina ULTEM ™ 1010 é um termoplástico de polieterimida de alto desempenho,
que apresenta duas grandes vantagens, tais como [23]:
• Um dos termoplásticos FDM mais fortes;
• Grande estabilidade térmica e resistência ao calor.

Figura 4.20 – Impressora 3D Fortus 450MC (extraído de [24]).

4.7.1 Configurações de impressão

De forma a economizar o máximo de material possível também foi sugerido algumas


alterações nas configurações da impressão. Utilizando o software slicer GrabCad, que é software
utilizado para imprimir nesta impressora, como é apresentado na Figura 4.21 se o modelo 3D
estiver colocado na sua “posição natural”, demora cerca de 24 horas para ser impresso (Com os
suportes). Contudo se estiver ao contrário, para além de reduzir o material gasto com os suporte
também irá reduzir o tempo de impressão.

40
Figura 4.21 - Comparação dos posicionamentos.

41
A peça foi impressa com uma densidade (infill) de 18%, visto que não haveria necessidade
de imprimir a peça com uma densidade maior. Como pode se ver no anexo 2 dependo do tipo e
quantidade de preenchimento, os valores de consumo e a velocidade de impressão iriam
mudam drasticamente.

4.8 Gabarito

Assim que a peça foi impressa na Lauak de Grândola foi enviada, para a Lauak de Setúbal.
E como se pode observar pela Figura 4.22 o gabarito desenvolvido encaixa-se perfeitamente no
rasgo T da máquina e coloca a peça com as coordenadas ideias, para a marcação.

Figura 4.22 – Gabarito na máquina dot peen.

4.8.1 Gabaritos desenvolvidos

O objetivo inicial seria o desenvolvimento de um gabarito para cada peça, contudo foi
possível reutilizar o mesmo gabarito para outras peças (Ver Figuras da 4.23, 4.24, 4.25, 4.26),
visto que a maioria das peças tinham estruturas semelhantes. Devido a reutilização do mesmo
gabarito em outras peças permitiu uma redução dos custos na fabricação dos gabaritos, contudo
para algumas peças não foi elaborado um gabarito, porque devido a sua estrutura não havia
necessidade para a criação dum gabarito.

42
Figura 4.23 - Peças compatíveis com o 1ª gabarito.

Figura 4.24 - Peças compatíveis com o 2ª gabarito.

43
Figura 4.25 - Peças compatíveis com o 3ª gabarito.

Figura 4.26 - Peças compatíveis com o 4ª gabarito.

44
4.9 Tempos de Setup

Com o desenvolvimento dos gabaritos trouxe inúmeras vantagens para marcação das
peças, sendo que uma delas foi a redução dos tempos de setup e permitiu que outros
colaboradores aprendessem a fazer a marcação das peças de maneira mais eficaz. Foi realizado
uma recolha de tempos de setup por parte de 2 colaboradores, que costumam fazem a
marcação das peças, e pelo estagiário, e como se pode observar na Figura 4.29, os tempos de
setup com os gabaritos ficaram standard.

Figura 4.27 - Tempos de Setup.

4.10 Desenhos técnicos

Apesar do projeto CAD dos gabaritos ficarem disponíveis no servidor da Lauak Portuguesa,
para modificações futuras, também foi desenvolvido os desenhos técnicos dos mesmos. Um
desenho técnico, consiste num diagrama ou plano detalhado e preciso, que transmite
informações sobre como um objeto funciona ou é construído. Os desenhos técnicos dos
gabaritos desenvolvidos encontram-se no anexo 3.

45
5 Conclusões e perspetivas de trabalho futuro
Neste capítulo é feita uma conclusão do projeto realizado no estágio, juntamente com
oportunidades de melhoria, que poderão melhorar o desempenho da entidade. Nas
oportunidades de melhoria é apresentada uma solução para a diminuição do custo de fabrico
das peças impressas.

5.1 Conclusões

Este documento resumiu toda a pesquisa e desenvolvimento dos gabaritos realizado


durante os 4 meses de estágio na Lauak. Nas primeiras semanas de estágio houve alguma
dificuldade em encontrar conteúdos teóricos sobre os gabaritos, contudo essa dificuldade foi
ultrapassada quando a pesquisa passou a ser maioritariamente em inglês.
Com a realização do estágio para além de ter uma maior noção do processo de fabricação
de componentes aeronáuticos, também permitiu melhorar os meus conhecimentos e habilidade
com modelação 3D e com o software 3DExperience.

5.2 Oportunidades de melhoria

Apesar da Lauak de Grândola ter uma das melhores impressoras 3D, seria um bom
investimento a aquisição duma impressora Low-Cost. Esta aquisição seria bastante vantajosa,
visto que a impressora possibilitava a impressão utilizando materiais mais económicos, visto que
os filamentos compatíveis da fortus 450MC são muito dispendiosos. O objetivo desta
impressora low-cost seria para impressão de objetos de pequena/média dimensão, em que o
material de impressão não fosse importante, como os gabaritos.
Uma recomendação de uma impressora Low-Cost seria a impressora ultimaker S5. Esta
impressora para além de imprimir utilizando materiais mais baratos (como PLA (), ABS, PETG),
também possui dual extruder, que permite a impressão de dois matérias na mesma impressão.
Isto traz inúmeras vantagens em termos de impressão, porque é possível imprimir no 1º
extruder (Bico de impressão) utilizando o material principal (PLA/ABS) e utilizar o 2º extruder
para imprimir os suportes da peça usando um material que dissolve na água (PVA), com isto a
impressão não seria afetada pelos suportes.
Contudo, os tempos de impressão da ulitmaker em relação a fortus 450MC são maiores,
exemplo se o gabarito fosse impresso na ultimaker demoraria cerca de 4 a 5 dias para ser
impresso, enquanto a fortus imprimia em 15 horas. Por isso a impressora low-cost deve ser
utilizada quando não existe a necessidade imediata do objeto a ser impresso.

46
6 Referências
[1] Linkedin da Lauak Setúbal. LAUAK PORTUGAL. Portugal [consultado em 27/07/2021]
Disponível em WWW:<URL: https://www.linkedin.com/company/lauak-
portugal/mycompany/ >

[2] Website do Grupo Lauak. História do grupo lauak. França [consultado em 07/04/2021]
Disponível em WWW:<URL: https://www.groupe-lauak.com/en/lauak-group/group-
presentation/history/>

[3] Website do Grupo Lauak. Lauak 4.0. França [consultado em 27/07/2021] Disponível em
WWW:<URL: https://www.groupe-lauak.com/en/lauak-group/our-strategy/lauak-4-0/ >

[4] Website do Google Maps. Lauak Setúbal. Portugal [consultado em 27/07/2021]


Disponível em WWW:<URL: https://www.google.com/maps/place/Lauak+Portuguesa+-
+Ind%C3%BAstria+Aeron%C3%A1utica,+Lda./@38.5267718,-
8.836465,15.7z/data=!4m5!3m4!1s0xd1969d31eebe2d7:0xe3f83d5f78df25cf!8m2!3d3
8.5269072!4d-8.833836 >

[5] Trabalho Seguro. Conforto/Ambiente térmico. Portugal [Consultado em 10/05/2021]


Disponível em WWW:<URL: https://trabalhoseguro-tst.comunidades.net/conforto-
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[6] Filipa Andrade. Manual de Formação Curso Higiene e Segurança no Trabalho. [Consultado
em 10/05/2021] Disponível em WWW:<URL:
https://pt.slideshare.net/pipaandrade/manual-form-cursohigiene-e-seguranafa>

[7] Susana Marques. Manual de ufcd 0349. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em


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[8] Website Beta educação. O que é um EPC. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em


WWW:<URL: https://betaeducacao.com.br/o-que-e-um-epc/ >

[9] Website Direito se deveres. O que é a certificação de uma empresa ou organização e para
que serve. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em WWW:<URL:
https://www.direitosedeveres.pt/q/economia-negocios-e-consumidores/economia/o-
que-e-a-certificacao-de-uma-empresa-ou-organizacao-e-para-que-serve>

[10] Website do Grupo lauak. Certificados. França. [Consultado em 07/04/2021] Disponível


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47
[11] Edward Hoffman. - Jig and Fixture Design. 1980 [Consultado em 19/04/2021] Disponível
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[12] Brian Ehrenburg. Template Jig. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em WWW:<URL:


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[13] Website do engineering notes. Top 11 Types of Jigs |Machine Tools | Industry.
[Consultado em 19/04/2021] Disponivel em WWW:<URL:
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types-of-jigs-machine-tools-industries-engineering/23220>

[14] Shashank Kapoor. Jigs and there application. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em
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[15] Website da merriam-webster. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em WWW:<URL:


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[16] Website the engineer spost. JIGS AND FIXTURES: TYPES, PARTS, ADVANTAGES,
APPLICATIONS AND MORE. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em WWW:<URL:
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[17] Website experts mind. Define trunnion jig, Mechanical Engineering. [Consultado em
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http://www.expertsmind.com/questions/define-trunnion-jig-30174210.aspx >

[18] Purros Machinery. Multi station inside hole grinding special purpose machine - Purros
Machinery. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em WWW:<URL:
https://www.youtube.com/watch?v=9OouzVx8f1k >

[16] Website da universidade de Loughborough. The 7 Categories of Additive Manufacturing.


Inglaterra. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em WWW:<URL:
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[19] Website Wikipédia. STL (file format). [Consultado em 10/05/2021] Disponível em


WWW:<URL: https://en.wikipedia.org/wiki/STL_(file_format) >

[20] Website built in. Introduction to 3D Printing. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em


WWW:<URL: https://builtin.com/3d-printing >

[21] Garrett Spiegel. Slicing. [Consultado em 10/05/2021] Disponível em WWW:<URL:


https://medium.com/3d-printing-in-o-p/iv-slicing-72a9515f44bc >

[22] Website study. What is CAD Software? - Definition & Uses. [Consultado em 28/07/2021]
Disponível em WWW:<URL: https://study.com/academy/lesson/what-is-cad-software-

48
definition-uses.html >

[23] Website da SolidWorks. Introdução à 3DEXPERIENCE Platform. [Consultado em


15/06/2021] Disponível em WWW:<URL: https://www.solidworks.com/pt-
br/media/getting-started-3dexperience-platform >

[24] Website da Stratasys. FORTUS 450MC. [Consultado em 22/05/2021] Disponível em


WWW:<URL: https://www.stratasys.com/br/3d-printers/fortus-450mc>

[25] Website da Stratasys. Ultem1010 Resin. [Consultado em 27/06/2021] Disponível em


WWW:<URL: https://www.stratasys.com/materials/search/ultem1010 >

[26] Website da razor computer. PC PARA AUTOCAD: QUAL A CONFIGURAÇÃO IDEAL?.


[Consultado em 02/05/2021] Disponível em WWW:<URL:
https://razorcomputadores.com.br/blog/tecnologia/pc-para-autocad/>

49
Anexo I

Organograma completo da Lauak Portugal Setúbal.

A.1
A.2
Anexo II

Diferentes configurações para impressão a impressão do gabarito

A.3
A.4
Anexo III

Exemplo do desenho técnico dum gabarito

A.5
A.6

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