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Língua Portuguesa
Formação de palavras:
Leia as tiras a seguir, de Bob Thaves:
2. A palavra fundador, empregada na primeira tira apresenta o sufixo -dor. Compare essa
palavra a estas outras: vendedor, elevador, catador, fiador, agitador.
Que sentido o sufixo -dor acrescenta ao radical de todas essas palavras?
3. O humor da segunda tira também está relacionado com o sentido e a origem das
palavras.
a. Que palavras, na visão do primeiro monge estariam ligadas pelo mesmo
radical?
b. A Que classes de palavras elas pertencem?
c. Que substantivo deu origem à palavra canonizar?
d. Que verbo poderia ser formado a partir da palavra cano?
e. Sabendo que várias palavras da língua se formam pelo acréscimo do sufixo -
izar a um nome (canal + -izar = canalizar; humano + -izar = humanizar; banal + -
izar = banalizar), levante hipóteses: Qual foi o raciocínio do monge para chegar
à conclusão de que canonizar seria “entrar pelo cano"?
Uma sociedade em permanente mudança, que cria a todo instante novas necessidades
e novos objetos de consumo, precisa ter também uma linguagem dinâmica, que acompanhe as
transformações.
Assim, sempre que for necessário um nome para designar uma ideia ou um objeto
novo, o falante de uma língua poderá criar uma palavra a partir de elementos já existentes na
língua, importar um termo de uma língua estrangeira ou alterar o significado de uma palavra
antiga. Tais palavras são denominadas neologismos. Os avanços na área da informática nos
últimos tempos, por exemplo, acabaram por incorporar à língua portuguesa inúmeros termos
novos.
Há, na língua portuguesa, muitos processos pelos quais se formam palavras. Entre eles,
os dois mais comuns são a derivação e a composição.
Composição:
Leia esta tira de Fernando Gonsales
A palavra Mulher-Gato, empregada na tira, não é dicionarizada, pois se trata de um
nome próprio e, ao mesmo tempo, um neologismo, criado para designar uma das personagens
das histórias do super-herói Batman. Essa palavra é formada por dois radicais, mulher e gat-,
que isoladamente têm significação própria.
O processo de formação de palavras resultante da união de dois radicais é denominado
composição.
Conforme o modo como se dá a fusão dos elementos componentes, a composição
ocorre por justaposição ou por aglutinação.
Hibridismo:
Inúmeros radicais gregos e latinos também participam da formação de palavras, como
primeiro ou como segundo elemento da composição. Veja a composição destas palavras:
Onomatopeias:
Onomatopeias são palavras criadas com a finalidade de imitar sons e ruídos produzidos por
armas de fogo, sinos, campainhas, veículos, instrumentos musicais, vozes de animais, etc. São
onomatopeias: fru-fru, pingue-pongue, zum-zum (substantivos), ciciar, tilintar, cacarejar,
ronronar (verbos}, pá!, powl, zás-trás! (interjeições).
Redução:
Um dos processos de formação de palavras consiste em reduzi-las com o objetivo de
economizar tempo e espaço na comunicação falada e escrita. São tipos especiais de redução
as siglas, as abreviações e as abreviaturas.
Empréstimos e gírias
Além dos processos de formação de palavras, outros meios de enriquecimento
vocabular muito explorados são os empréstimos e as gírias.
Empréstimos: são palavras estrangeiras que entram na língua em consequência de
contatos entre os povos. Alguns desses empréstimos se aportuguesam, como ocorreu,
por exemplo, com iogurte (do turco yoghurt), chisbúrguer (do inglês cheeseburger),
chique (do francês chic); outros mantêm sua grafia original, como, por exemplo,
apartheid, diesel, shopping center, outdoor e office boy (do inglês); telex, bon vívant e
belle époque (do francês).
Para refletir:
1. O poema é a expressão dos sentimentos vividos pelo eu lírico durante um baile. Como
o eu lírico se sentiu durante o baile? Por que ele se sentiu assim?
3. Entre o final de versos há uma semelhança sonora, como ocorre entre dança e cansa, a
que chamamos rima. Identifique na 1ª estrofe outros exemplos de rima.
4. Juntamente com as rimas, o ritmo confere forte musicalidade ao texto. Observe, nos
versos a seguir, como as sílabas destacadas são pronunciadas com maior intensidade:
“Tu, ontem,
Na dança,
Que cansa,
Voavas [...]”
a. Identifique, na 1ª estrofe, a sílaba tônica de cada verso.
b. Leia em voz alta os versos do poema e compare o ritmo observado na leitura
ao ritmo da valsa. Que semelhança você nota entre o ritmo desse tipo de
música e o ritmo do poema?
Métrica
Métrica é a medida dos versos, isto é, o número de sílabas poéticas que os versos
apresentam.
Para determinar a medida de um verso, dividimos o verso em sílabas poéticas,
processo que recebe o nome de escansão.
Por ter base na oralidade – fala ou canto –, a divisão silábica poética obedece a
princípios diferentes dos da divisão silábica gramatical: as vogais átonas são agrupadas numa
única sílaba, e a contagem das sílabas deve ser feita até a última sílaba tônica.
Compare a divisão silábica gramatical à divisão em sílabas poéticas destes versos do
poema “A valsa”:
No verso “De amores” há quatro sílabas gramaticais, mas apenas duas sílabas poéticas.
Isso ocorre porque, nessa divisão, sempre que entre o final de uma sílaba e o início de outra há
o encontro de duas ou mais vogais tônicas ou átonas, as duas sílabas são consideradas como
uma única sílaba. Além disso, a contagem vai até a última sílaba tônica do verso; nesse caso,
até a sílaba mo, da palavra amores.
De acordo com o número de sílabas poéticas, os versos recebem as seguintes
denominações: monossílabo (uma sílaba), dissílabo (duas sílabas), trissílaba (três sílabas).
redondilha menor ou pentassílabo (cinco sílabas), redondilha maior ou heptassílabo (sete
sílabas), octossílabo (oito sílabas), decassílabo (dez sílabas), alexandrino (doze sílabas) etc.
O verso cuja métrica se repete é chamado de verso regular. No século XX, os poetas
modernos criaram o verso livre, que não obedece a uma regularidade métrica. Assim, há
poemas que apresentam versos de tamanhos variados.
Ritmo
Ao ouvirmos uma melodia qualquer, percebemos que ela foi composta em
determinado ritmo. Um poema também tem ritmo, que lhe é dado pela alternância das
sílabas acentuadas e não acentuadas, isto é, sílabas que apresentam maior ou menor
intensidade quando pronunciadas. O conceito poético de sílaba acentuada nem sempre
coincide com o conceito gramatical de sílaba tônica, pois a acentuação de uma sílaba poética é
determinada pela sequência melódica a que ela pertence.
Observe, abaixo, o ritmo dos versos do poema “A valsa”. As sílabas acentuadas estão
destacadas:
“Tu, ontem,
Na dança,
Que cansa,
Voavas [...]”
No poema "A valsa", a métrica e o ritmo são regulares, pois todos os versos são
dissílabos e a sílaba acentuada é sempre a segunda.
O ritmo em outras linguagens: o ritmo não é exclusividade da poesia. Ele existe também na
música, na arquitetura e em outras artes visuais, desde que haja uma repetição regular de
determinado elemento.
Rima
A rima é um recurso musical baseado na semelhança sonora das palavras no final dos
versos e, às vezes, no interior dos versos (rima interna).
Quando incidem no final dos versos, as rimas, dependendo da estrutura sonora,
podem classificar-se em interpoladas, alternadas e emparelhadas, segundo sua organização
em esquemas ABBA, ABAB e AABB, respectivamente. Observe as rimas e sua organização em
esquema no refrão do poema “A valsa”, abaixo:
Os versos que não apresentam rimas entre si são chamados de versos brancos. Veja um
exemplo desse tipo de verso neste poema de Rubem Braga:
“Ah pregadores! Os de cá achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos”.
(Pe. Antonio Vieira)