No livro “Pedagogia”, do filósofo e educador brasileiro Paulo Freire, é frisado a
importância do âmbito escolar viabilizar aos estudantes não só o conhecimento
técnico, mas também o conhecimento emocional. Nesse contexto, elucida-se a importância do debate sobre a saúde mental no campo educativo, principalmente nas escolas públicas, onde há uma escassez de recursos viabilizados pelo Estado, resultando na invisibilização da qualidade do bem-estar psicológico do discente e no fortalecimento do estigma associado a doenças mentais no meio educacional.
Nessa perspectiva, o direito a saúde encontra fundamento nos princípios
democráticos que norteiam a Constituição Federal de 1988, que pode afirmar que a saúde é um direito de todos e dever do Estado. Todavia, a ausência de medidas para sanar lacunas psicológicas no corpo estudantil é uma problemática abrangente em escolas públicas, mediante a falta de investimentos direcionados a prevenção, identificação e tratamentos psicológicos dos estudantes, tornando projetos escolares parte de uma realidade utópica, contribuindo para a invisibilização de doenças e transtornos mentais na esfera educativa.
Ademais, é imprescindível destacar a perpetuação da necessidade da pauta emocional
nas escolas públicas. Tendo em vista que estudantes passam grande parte do seu dia na escola, o ambiente escolar torna-se responsável por parte da formação pessoal e acadêmica do aluno. Porém, a atribuição da formação emocional não repercute sua prática com ênfase, visto que ainda há a carência da fomentação do auxílio direcionados para alunos, causada pela falta de profissionais capacitados inseridos no âmbito escolar. Pois, uma vez que o estudante não apresente sintomas físicos, somente um profissional tem aptidão para detectar a presença de distúrbios psicológicos.
Infere-se, portanto, a necessidade de inibir problemáticas associadas a saúde
mental na rede pública. Portanto, cabe ao Ministério da Educação (MEC) em parceria com o Ministério da Saúde, investir em programas com profissionais do SUS nas escolas públicas, através da promoção de consultas e encontros com os estudantes para discutir o perigo da invisibilização da saúde mental. Essa iniciativa terá como objetivo a redução de ocorrências de doenças mentais, através do auxílio emocional estudantil. Assim, proporcionando qualidade de saúde para alunos da rede pública de ensino.
Criança Com Dificuldade de Aprendizagem - o Processo de Construção de Uma Guia de Encaminhamento de Alunos Com Queixas Escolares A Serviços de Saúde PDF