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Manipulação digital.
Tamanho A4.
2010 / 2018
Neli de Almeida
Menina Mulher da pele preta é um projeto que quer mostrar a diversidade de mulheres
negras que existem. Numa sociedade onde a mídia impõe um padrão estético a ser segui-
do, as mulheres negras são as mais atingidas por não preencherem esse estimado padrão.
É importante que todas as mulheres negras possam se ver representadas com essas fotos,
se reconhecer, se espelhar, e perceber que há beleza na diversidade e que precisamos
descontruir essa bobagem que “toda preta é igual” porque nós somos únicas e somos
bonitas, sim! Não precisamos nos encaixar em nenhum padrão. Cada uma com seus
traços, seu peso e seu estilo de lidar com o mundo.
Cerca de trinta mulheres negras participaram das fotos que foram expostas, poucas delas
se conheciam de fato. O que as uniu durante a execução do projeto foram suas experiên-
cias de vida semelhantes. A mesmas inseguranças com a aparência, as mesmas crises
durante a infância...
Cada vivência contada unia e fortificava as mulheres que estavam envolvidas nesse
projeto, um laço foi criado, de repente todas pareciam amigas intimas. As fotos foram
feitas de maneira amadora e em um estúdio improvisado, porém já se via o objetivo do
projeto sendo alcançado durante o processo de fotografia.
O reconhecimento de que não estamos sós na luta é um instrumento importante para o
empoderamento feminino. Serve como espelho, reflexo, inspiração do que somos e do
que podemos ser não só esteticamente, como também intelectualmente e de diversas
outras formas.
artistas
Giorgia Narciso
Beatriz Lopes
Mateus A. Krustx
Bia Kalutor
Victor Oliveira
Nelson Almeida
.
L2 udere Revista da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRuralRJ Volume 1, n. 5, Janeiro de 2018 109
Hermaphroditus, 2015, Giorgia Narciso
Lápis sobre papel, Coleção da Artista
Não dá
Fui expulsa da escola por desobediência
Mas ainda assim sei ler e escrever
Sou inteligente e aprendo rápido
Por isso ainda estou viva
Viva
Vivaaaaaa-
aaaaaaaaa Obrigada pela atenção
Sem Título, 2018, Bia Kalutor
Poesia. Coletivo Xíca Manicongo
Nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, Brasil, onde atualmente mora e trabalha. O trabalho de Miceli se
aplica a viagens investigativas e pesquisas históricas para traçar as manifestações virtuais, físicas e cultu-
rais dos traumatismos infligidos nas paisagens sociais e naturais. Seu trabalho foi amplamente divulgado
em locais que incluem a Bienal de São Paulo, a Galeria Nara Roesler, em São Paulo e a Galeria Max
Protetch, em Nova York. Miceli expôs no Japan Media Arts Festival, em Tóquio, o festival TRANSI-
TIO_MX, na Cidade do México, o Transmediale Festival, em Berlim e o Centro ZKM, em Karlsruhe. Foi
ganhadora de prêmios, como o Prêmio PIPA, no Rio de Janeiro e o Prêmio Cisneros Fontanals Grants and
Comissions Award, em Miami. https://alicemiceli.works/
Amanda Sarmento
Fotógrafa amadora e idealizadora do Projeto “Menina Mulher da Pele Preta”, Amanda Sarmento é gradu-
anda em Ciências Sociais na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Co-fundadora do
primeiro coletivo de mulheres negras da UFRRJ – Coletivo de Mulheres Negras Alice Bruno. Produziu e
dirigiu o Documentário “Mama África” e atualmente participa da pesquisa O Personagem Negro na
Literatura Infanto Juvenil Afro-Brasileira. https://www.facebook.com/Menina-Mulher-da-Pele-Preta-
-917103995046554/
Ana Kiffer
Professora Associada da Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade da PUC-Rio,
escritora, colunista da Revista Pessoa, curadora da Exposição ‘Cadernos do Corpo’ (CCJF, 2016), uma
das fundadoras da Revista DR, pesquisadora da obra do francês Antonin Artaud, vem desenvolvendo há
muitos anos uma investigação dos diversos modos de relação entre os corpos e a escrita. Autora dos livros
A punhalada [poesia], (7Letras, 2016, coleção Megamini), Antonin Artaud (EDUERJ, 2016), A Perda de
Si (org.) (Rocco, 2017) e das coletâneas Sobre o Corpo (7Letras, 2016), Expansões Contemporâneas –
literatura e outras formas (UFMG, 2014), Experiência e Arte Contemporânea (Ed. Circuito, 2013), entre
outros artigos e ensaios
Cris Cabus
Nasceu no Rio de Janeiro em 1994. Artista-pesquisadora, graduanda do curso de Artes Visuais da Escola
de Belas Artes da UFRJ, desenvolve uma pesquisa que se refere à ocupação dos espaços pelas mulheres,
articulando-se de modo a subverter a ideia do corpo feminino como um território de livre ocupação.
https://www.facebook.com/Atelier-Cris-Cabus-252157507961/
Fotografo, Diretor de Arte e de Criação, formado em Belas Artes pela USP, desenvolveu sua carreira na
área de publicidade. Com passagens em agências de médio e grande portes de São Paulo, veio para o Rio
de Janeiro após um período de um ano em Arraial d'Ajuda, como proprietário e "chef de cuisine" de um
pequeno bistrô. No Rio de Janeiro, juntou-se à equipe de criação da RedCafé Comunicação, emprestando
o seu tempero criativo. Instagram: @diogocalil
Junia Azevedo
Formada em comunicação social pela PUC-RJ, Júnia Azevedo trabalhou com criação publicitária por 11
anos, em diversas agências de publicidade no Rio de Janeiro. Depois migrou para as áreas de Marketing
e de Comunicação. Atualmente, é assessora de imprensa na área de cultura e arte. Em 2014, publicou seu
primeiro romance, O Ser-se, que descreve o processo de remontagem da identidade de uma mulher, a
partir de um profundo processo de psicanálise. O livro desdobrou-se em um projeto artístico, no qual a
personagem ganhou corpo a partir de intervenções em bonecas.
Kita Pedroza
Fotógrafa e cientista social, formada em Jornalismo (UFRJ, 1995), com pós-graduação em Fotografia
como Instrumento de Pesquisa nas Ciências Sociais (UCAM, 2001) e mestrado em Sociologia e Antropo-
logia (UFRJ, 2005). Atualmente, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UERJ,
2015). Como fotógrafa independente, concentrou sua atividade entre o fotojornalismo, a fotografia
institucional e a documentação de temáticas sociais, manifestações culturais e artísticas. Ao longo de treze
anos, dedicou-se à coordenação de projetos de comunicação e Direitos Humanos em favelas cariocas.
http://kitapedroza.com/
Lene Gil
Fotógrafa amadora e idealizadora do Projeto “Menina Mulher da Pele Preta”, Lene Gil é graduanda em
Ciências Sociais na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Produziu e dirigiu o Docu-
mentário “Mama África” e trabalha como arte-educadora voluntária no Teatro Mário Lago, localizado na
Vila Kennedy. É produtora de eventos e DJ. https://www.facebook.com/Menina-Mulher-da-Pele-Preta-
-917103995046554/
Martha Niklaus
Artista Visual com formação em Arte Educação, trabalhou 30 anos nos museus do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, na área educativa e de exposições. Criou e dirigiu por 10 anos a Galeria do
Lago, no Museus da República (RJ). Deste os anos 80 participa de mostras no Brasil e no exterior. Ganhou
uma série de prêmios, sendo o último, Redes de Artes Visuais da Funarte - 12ª edição, em 2015.
https://www.marthaniklaus.com/
Neli de Almeida
Formada pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é Mestre em Psicologia
Social e das Organizações pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa - ISCTE - Lisboa,
Portugal, e doutora em Serviço Social da PUC-Rio. Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Rio de Janeiro. Coordenadora do Projeto de Incubadora Tecnológica de Cooperativas
Populares - ITCP/campus Realengo-IFRJ, apoiado pelo edital 89/2013-MTE/Senaes-CNPq. Atua nas
áreas de Política Educacional de Extensão, Reforma Psiquiátrica brasileira, direitos humanos dos pacien-
tes psiquiátricos e pessoas com deficiência, saúde mental e economia solidária através da arte e do artesa-
nato. Fotógrafa nos tempos vagos.
Artista visual e professora. Doutora em História pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/CPDOC desenvol-
vendo pesquisa sobre gênero e Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais pela mesma instituição.
Graduada em Administração de Empresas pela UFRRJ. Autora do livro “Eu sou uma Pessoa de Tremendo
Sucesso” sobre trajetórias e representações de mulheres executivas.
https://silvanarandrade.wixsite.com/arte
Simone Rodrigues
Artista visual, historiadora e curadora independente. Mestre em História Social da Cultura (PUC-Rio),
diretora na NAU Editora e professora na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Trabalha há mais de 20
anos com projetos que articulam ensino, produção e mostras de arte e fotografia. Realizou pesquisa e
curadoria da exposição A Pintura em Pânico – fotomontagens de Jorge de Lima. É autora do projeto
Nomes do Amor – o amor que ousa dizer seu nome, com retratos e histórias de casais LGBTQI. www.si-
monerodrigues.com.br
Sueli Fahri
Artista e arquiteta, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Sua pesquisa abrange o espaço com as suas multifce-
tadas abordagens: territorialidades, escrita dos objetos, objeto-escrita e, objetos relacionais. Realizou
trabalhos em instituições culturais, museus e na rua. Organiza vários grupos de pensamento e de ações em
seu atelier, como o Leilão do Vade Retro Abacaxi e os in}ventos. Recebeu prêmios tal como no X Vitor
Meirelles em Santa Catarina e o prêmio Projetéis Artes Visuais da FUNARTE. Realizou sete exposições
individuais e mais de 150 exposições coletivas no Brasil e no exterior, tais como Bienal MercoSul, TRIO
– Bienal Tridimencional, Antologia de Poesia Visual Latino-Americana em Cuba, Obra Nome em Portu-
gal e tem publicações em revistas brasileiras e internacionais. www.suelyfarhi.com
Tales Frey
Artista transdisciplinar, vive e trabalha entre Portugal e o Brasil. Realiza obras amparadas tanto pelas artes
visuais como cênicas, sendo que o ritual, o corpo e a performatividade são motes de especulação tanto nas
suas pesquisas acadêmicas em âmbito de suas formações (graduação, mestrado, doutorado e pós-doutora-
do) como nas suas práticas criativas apresentadas em mais de vinte países. Tales é membro fundador da
Cia. Excessos e da eRevista Performatus. www.ciaexcessos.com.br e www.performatus.net
Artista, curadora, pesquisadora e travesti. Nascida em São Gonçalo, seus trabalhos dialogam com
questões de gênero, instituições e identidades. Aluna da Escola de Belas artes da UFRJ, já integrou expo-
sições coletivas como BA Photo/Tijuana em Buenos Aires (2017), Esquenta para Jack Smith (Capacete,
curadoria de Andreas Valentim e Marcos Bonisson 2017), Carpintaria para Todos (Fortes D`Aloia e
Gabriel, 2017), PEGA – encontro de alunos de artes do Rio de Janeiro (Centro Municipal Hélio Oiticica,
2017). Como pesquisadora já participou Do Seminário Contingências promovido pelo PPGARTES-UERJ
(2017) e do XII Congresso de História da Arte da Unicamp (2017).
Beatriz Lopes
Essa jovem carioca, estudante de Gravura na UFRJ, trabalha com autopublicação desde 2014. Em 2017
começou uma pesquisa com performance de gênero em ambientes virtuais interativos. Utilizando selfies
e informações descartáveis de plataformas sociais procura criar uma mitologia a partir de clichês contem-
porâneos. Além de zines trabalha também com gravura, pintura e intervenção urbana.
Bianca Kalutor
Mulher trans, negra e poeta. Integrante do Coletivo Xica Manicongo, coletivo trans de reafirmação da
cultura nordestina que se apresenta a partir de uma ocupação LGBT interseccional da Feira de São Cristó-
vão
Giorgia Narciso
Essa jovem travesti carioca é graduanda em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Corpo,
imagem, beleza, gênero, dinâmicas de relações, resgastes sociais, políticas, moda e afetos são as formas
através das quais usa sua arte para se colocar no mundo.
Mateus A. Krunstx
Nascido em Mutum, interior de Minas Gerais e residente no Rio de Janeiro desde 2001, sempre teve
grande aptidão para arte. Ainda assim, sua produção artística começou a tomar forma somente em 2015,
quando já cursava Artes Visuais na UERJ. Nesse período, junto com alguns amigos deram forma ao
Coletivo de “ações estético-políticas”, “Seus Putos”. Essa experiência, resultou em algumas produções
coletivas para, depois, se tornar uma espécie laboratório de pensamento e discussão sobre os processos
individuais.
Nelson Almeida
Estudante de artes visuais, esse jovem carioca usa das provocações do seu corpo no mundo para materiali-
zar produções em diversas possibilidades na arte. Esse corpo, permeia entre o medo de estar presente e a
vontade de holofote. A pressão da vitória, os problemas na academia e a curiosidade do marginal imagéti-
co, estão inseridos numa categoria maior nessas relações, a negritude como necessidade, junto com o
medo da limitação desse espaço.
Victor Oliveira
graduando em Dança pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, atua como intérprete-bailarino da
Companhia de Dança Contemporânea da mesma universidade. Sua trajetória se deu na investigação e
criação em dança, através da pesquisa em linguagens coreográficas, buscando redimensionar o lugar do
corpo que dança. Seus trabalhos mais recentes são: Missa do Corpo, Mycobacterium e Camélia, que
investigam questões de gênero, o corpo andrógeno e a possibilidade de criar novos corpos alterando a
própria imagem corporal.