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Por trás das portas

Ana Paula Silva &


Thaddeus Blanchette
Os megaeventos esportivos atraem acusações de todo tipo, mas o mais tradicional e
divulgado é que eles aumentam a "exploração sexual" em suas cidades sedes. A previsão
emitida pelas autoridades federais, estaduais e municipais era que a Copa do Mundo de
2014 aumentaria entre 30-200% os casos de "exploração sexual", "tráfico de mulheres",
e a "exploração sexual de crianças" no Rio. Zero casos desses crimes foram relatados às
autoridades cariocas durante os jogos. De fato, o comércio sexual na cidade sofreu uma
queda de em torno de 15%, de acordo com as pesquisas feitas pelo Observatório da
Prostituição da UFRJ. Eis porque o comércio do Centro - onde tem a principal concen-
tração de bordéis no Rio - fechava por volta de duas vezes por semana durante a Copa,
em função dos Jogos da Seleção ou jogos no Maracanã.
Aqui podemos ver uma amostra das +/-90 casas e pontos de prostituição no Centro do
Rio que fecharam suas portas durante a Copa por falta de clientes.

Ludere Revista da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRuralRJ Volume 1, n. 5, Janeiro de 2018


Portas de bordéis

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Portas de bordéis

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Portas de bordéis

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“para enxoval de casamentos plurais”
Suely Farhi
A primeira versão deste trabalho
foi feito para a Galeria Camelô
no início dos anos 2000. São
estudos para bordados para
enxoval de casamento grupal,
vários conjuntos pluri-sexuais,
em relações cíclicas com possi-
bilidades infinitas. É uma ironia
a institucionalização dos relacio-
namentos. Tudo pode entrar
dentro do sistema. Cada vez a
linha de fuga fica menor. Amor e
sexo como base de cada indiví-
duo, como base de tudo! Viva o
amor! Vivam os sexos!

Manipulação digital.
Tamanho A4.
2010 / 2018

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Fêmeas agressivas

Neli de Almeida

As mensagens veiculadas nas pichações em espaços públicos sempre querem dizer


muita coisa! Aliás, estão ali para isso: dizer, manifestar algo para um público ampliado.
Essa manifestação chamou muito a minha atenção por ser um recado direto: fêmea
agressiva respeita a mina. Em uma simples frase estão lá indicadas algumas posições.
Uma ideia de mulher, ou melhor dizendo, várias ideias de se ver e dizer a mulher. Haverá
pelo menos uma fêmea e uma mina. A mulher agressiva é lançada ao reino animal e sua
condição de espécie humana aparece: a fêmea. A fêmea agressiva deve respeitar a mina.
Aí outra representação da mulher associada a uma necessidade de ser protegida e
respeitada. Podemos analisar que é uma frase que expulsa as mulheres de si mesmas. Na
condição de fêmea ou de mina parece que o legislador anônimo (ou a legis- ladora
anônima) já sabe exatamente como essas mulheres devem se comportar e a que tipo de
reino pertencerão em função de seu comportamento, se à natureza na condição de "fêmea
agressiva" ou à cultura na condição de "mina". Contudo, ambas estarão coabitando
naquele transporte público, e daí a necessidade de uma legislação apropriada para colocar
cada uma em seu lugar!

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Menina Mulher da Pele Preta
Lene Gil &
Amanda
Sarmento

Menina Mulher da pele preta é um projeto que quer mostrar a diversidade de mulheres
negras que existem. Numa sociedade onde a mídia impõe um padrão estético a ser segui-
do, as mulheres negras são as mais atingidas por não preencherem esse estimado padrão.
É importante que todas as mulheres negras possam se ver representadas com essas fotos,
se reconhecer, se espelhar, e perceber que há beleza na diversidade e que precisamos
descontruir essa bobagem que “toda preta é igual” porque nós somos únicas e somos
bonitas, sim! Não precisamos nos encaixar em nenhum padrão. Cada uma com seus
traços, seu peso e seu estilo de lidar com o mundo.
Cerca de trinta mulheres negras participaram das fotos que foram expostas, poucas delas
se conheciam de fato. O que as uniu durante a execução do projeto foram suas experiên-
cias de vida semelhantes. A mesmas inseguranças com a aparência, as mesmas crises
durante a infância...
Cada vivência contada unia e fortificava as mulheres que estavam envolvidas nesse
projeto, um laço foi criado, de repente todas pareciam amigas intimas. As fotos foram
feitas de maneira amadora e em um estúdio improvisado, porém já se via o objetivo do
projeto sendo alcançado durante o processo de fotografia.
O reconhecimento de que não estamos sós na luta é um instrumento importante para o
empoderamento feminino. Serve como espelho, reflexo, inspiração do que somos e do
que podemos ser não só esteticamente, como também intelectualmente e de diversas
outras formas.

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Pluralidade como resistência:
luta estética, visualidades subversivas
Agrippina R. Manhattan
curadoria
Quando fui convidada a pensar uma curadoria que dialogasse com a questão de gênero
fique extremamente emocionada. Pensei em todos as dificuldades que o meu corpo e
outros como o meu passam. Falo corpo, pois gênero pra mim é sentido na pele. Lembrei
que o Brasil é o país que mais mata travestis no mundo e o quão curioso era que coubes-
se a uma travesti elaborar um projeto como esse. Fiquei pensando na potência que havia
nessa ironia. E foi da força dessa potência que escolhi os trabalhos dxs 6 artistas que
integram essa seleção. Nela os trabalhos se enlaçam criando ressignificações e questio-
namentos que a todo momento trazem à tona a pergunta: o que pode um corpo? Ou
melhor, reformulando com minhas palavras essa frase deleuziana: Até onde pode ir o
corpo? Até onde os corpos à margem podem ir? Até aonde eu posso ir?
Cada um dos trabalhos elabora questões acerca de uma subjetividade e das marcas que
ela inflige neles. Homem, Mulher, Travesti, Cis, Trans, Negra, Branca. Rótulos que
limitam. Identidades que se afirmam. Todos são jovens artistas que experimentam
cotidianamente a rea-lidade dos corpos desviantes. Artistas cujo trabalho porventura
corre o risco de ser lido rasamente, devido a perpetuação dos estereótipos que os
marcam. No entanto, aqui, eles aparecem totalmente cientes deste cenário e muitas
vezes operam dentro de sua lógica para subvertê-lo.
Esses trabalhos trazem para o concreto as questões debatidas nos estudos de gênero,
questões que esses artistas sentem em primeira mão. A proposta da exposição me anima
na medida em que podemos demonstrar que o gênero é mais que um debate acadêmico,
é uma questão de luta e principalmente de vida. Na academia ou na vida os corpos são
políticos e estamos constantemente lidando com os mais diversos atravessamentos.
Afinal, não podemos falar de gênero sem falarmos de raça, condição social e todos os
demais fatores constituintes da subjetividade plural dos indivíduos. Foi o que tentei
fazer nesta breve seleção de trabalhos.

artistas
Giorgia Narciso
Beatriz Lopes
Mateus A. Krustx
Bia Kalutor
Victor Oliveira
Nelson Almeida
.

L2 udere Revista da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRuralRJ Volume 1, n. 5, Janeiro de 2018 109
Hermaphroditus, 2015, Giorgia Narciso
Lápis sobre papel, Coleção da Artista

5Ludere Revista da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRuralRJ Volume 1, n. 5, Janeiro de 2018


A origem do nude,2015, Beatriz Lopes. Fotografia manipulada digitalmente.

Ludere Revista da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRuralRJ Volume 1, n. 5, Janeiro de 2018


Licantropia, 2017, Mateus A. Krustx. Vídeo: http://vimeo.com/225520827.

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Não me dão emprego
Não me dão possibilidades
Não nos dão chance a oportunidade
Não nos dão chance a saúde
Não nos dão chance a educação
E depois querem o currículo na mão

Não dá
Fui expulsa da escola por desobediência
Mas ainda assim sei ler e escrever
Sou inteligente e aprendo rápido
Por isso ainda estou viva

Viva
Vivaaaaaa-
aaaaaaaaa Obrigada pela atenção
Sem Título, 2018, Bia Kalutor
Poesia. Coletivo Xíca Manicongo

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Um dia eu vi a lua, 2017, Victor Oliveira. Fotoperfomance

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Volume 1, n. 5, Janeiro de 2018
Ludere Revista da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRuralRJ
O close da bicha preta, 2017, Nelson Almeida. https://www.youtube.com/watch?v=yyoYwRgYFqo&t=77s
Sobre @s artistas
Alice Miceli

Nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, Brasil, onde atualmente mora e trabalha. O trabalho de Miceli se
aplica a viagens investigativas e pesquisas históricas para traçar as manifestações virtuais, físicas e cultu-
rais dos traumatismos infligidos nas paisagens sociais e naturais. Seu trabalho foi amplamente divulgado
em locais que incluem a Bienal de São Paulo, a Galeria Nara Roesler, em São Paulo e a Galeria Max
Protetch, em Nova York. Miceli expôs no Japan Media Arts Festival, em Tóquio, o festival TRANSI-
TIO_MX, na Cidade do México, o Transmediale Festival, em Berlim e o Centro ZKM, em Karlsruhe. Foi
ganhadora de prêmios, como o Prêmio PIPA, no Rio de Janeiro e o Prêmio Cisneros Fontanals Grants and
Comissions Award, em Miami. https://alicemiceli.works/

Amanda Sarmento
Fotógrafa amadora e idealizadora do Projeto “Menina Mulher da Pele Preta”, Amanda Sarmento é gradu-
anda em Ciências Sociais na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Co-fundadora do
primeiro coletivo de mulheres negras da UFRRJ – Coletivo de Mulheres Negras Alice Bruno. Produziu e
dirigiu o Documentário “Mama África” e atualmente participa da pesquisa O Personagem Negro na
Literatura Infanto Juvenil Afro-Brasileira. https://www.facebook.com/Menina-Mulher-da-Pele-Preta-
-917103995046554/

Ana Kiffer
Professora Associada da Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade da PUC-Rio,
escritora, colunista da Revista Pessoa, curadora da Exposição ‘Cadernos do Corpo’ (CCJF, 2016), uma
das fundadoras da Revista DR, pesquisadora da obra do francês Antonin Artaud, vem desenvolvendo há
muitos anos uma investigação dos diversos modos de relação entre os corpos e a escrita. Autora dos livros
A punhalada [poesia], (7Letras, 2016, coleção Megamini), Antonin Artaud (EDUERJ, 2016), A Perda de
Si (org.) (Rocco, 2017) e das coletâneas Sobre o Corpo (7Letras, 2016), Expansões Contemporâneas –
literatura e outras formas (UFMG, 2014), Experiência e Arte Contemporânea (Ed. Circuito, 2013), entre
outros artigos e ensaios

Ana Paula Silva e Thaddeus Blanchette


Ambos têm escrito extensamente sobre prostituição, turismo sexual e tráfico de mulheres no Brasil para
revistas acadêmicas e populares no país e nos Estados Unidos. Em suas pesquisas, eles têm mapeado a
indústria do comércio de sexo e do turismo sexual do Rio. Co-fundadores do Observatório da Prostitui-
ção, um núcleo de extensão e pesquisa que opera na Universidade Federal do Rio de Janeiro, são também
representantes nos conselhos de combate ao tráfico de pessoas no Brasil e no Rio de Janeiro da associação
Davida – organização local pelos direitos das prostitutas e no combate à estigmatização das profissionais
do sexo. Essa foi a primeira oportunidade de apresentar visualmente parte dessas pesquisas. Ana Paula da
Silva é professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Thaddeus Blanchette atualmente é
professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Catu Gabriela Rizo


Cineasta, fotógrafa e pesquisadora pelo Programa de Pós-graduação de Cultura e Territorialidades da
UFF. Seu primeiro longa-metragem "Com o terceiro olho na terra da profanação" foi premiado na Mostra
do Filme livre e circulou em vários cineclubes e festivais. Este ano, Catu Rizo está desenvolvendo um
projeto multimídia instalativo "Uma câmera na mão e Sertão mulher da Baixada na cabeça". https://me-
dium.com/@caturizo

Cris Cabus
Nasceu no Rio de Janeiro em 1994. Artista-pesquisadora, graduanda do curso de Artes Visuais da Escola
de Belas Artes da UFRJ, desenvolve uma pesquisa que se refere à ocupação dos espaços pelas mulheres,
articulando-se de modo a subverter a ideia do corpo feminino como um território de livre ocupação.
https://www.facebook.com/Atelier-Cris-Cabus-252157507961/

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Sobre @s artistas
Diogo Callil

Fotografo, Diretor de Arte e de Criação, formado em Belas Artes pela USP, desenvolveu sua carreira na
área de publicidade. Com passagens em agências de médio e grande portes de São Paulo, veio para o Rio
de Janeiro após um período de um ano em Arraial d'Ajuda, como proprietário e "chef de cuisine" de um
pequeno bistrô. No Rio de Janeiro, juntou-se à equipe de criação da RedCafé Comunicação, emprestando
o seu tempero criativo. Instagram: @diogocalil

Junia Azevedo
Formada em comunicação social pela PUC-RJ, Júnia Azevedo trabalhou com criação publicitária por 11
anos, em diversas agências de publicidade no Rio de Janeiro. Depois migrou para as áreas de Marketing
e de Comunicação. Atualmente, é assessora de imprensa na área de cultura e arte. Em 2014, publicou seu
primeiro romance, O Ser-se, que descreve o processo de remontagem da identidade de uma mulher, a
partir de um profundo processo de psicanálise. O livro desdobrou-se em um projeto artístico, no qual a
personagem ganhou corpo a partir de intervenções em bonecas.

Kita Pedroza
Fotógrafa e cientista social, formada em Jornalismo (UFRJ, 1995), com pós-graduação em Fotografia
como Instrumento de Pesquisa nas Ciências Sociais (UCAM, 2001) e mestrado em Sociologia e Antropo-
logia (UFRJ, 2005). Atualmente, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UERJ,
2015). Como fotógrafa independente, concentrou sua atividade entre o fotojornalismo, a fotografia
institucional e a documentação de temáticas sociais, manifestações culturais e artísticas. Ao longo de treze
anos, dedicou-se à coordenação de projetos de comunicação e Direitos Humanos em favelas cariocas.
http://kitapedroza.com/

Lene Gil
Fotógrafa amadora e idealizadora do Projeto “Menina Mulher da Pele Preta”, Lene Gil é graduanda em
Ciências Sociais na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Produziu e dirigiu o Docu-
mentário “Mama África” e trabalha como arte-educadora voluntária no Teatro Mário Lago, localizado na
Vila Kennedy. É produtora de eventos e DJ. https://www.facebook.com/Menina-Mulher-da-Pele-Preta-
-917103995046554/

Martha Niklaus
Artista Visual com formação em Arte Educação, trabalhou 30 anos nos museus do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, na área educativa e de exposições. Criou e dirigiu por 10 anos a Galeria do
Lago, no Museus da República (RJ). Deste os anos 80 participa de mostras no Brasil e no exterior. Ganhou
uma série de prêmios, sendo o último, Redes de Artes Visuais da Funarte - 12ª edição, em 2015.
https://www.marthaniklaus.com/

Neli de Almeida
Formada pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é Mestre em Psicologia
Social e das Organizações pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa - ISCTE - Lisboa,
Portugal, e doutora em Serviço Social da PUC-Rio. Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Rio de Janeiro. Coordenadora do Projeto de Incubadora Tecnológica de Cooperativas
Populares - ITCP/campus Realengo-IFRJ, apoiado pelo edital 89/2013-MTE/Senaes-CNPq. Atua nas
áreas de Política Educacional de Extensão, Reforma Psiquiátrica brasileira, direitos humanos dos pacien-
tes psiquiátricos e pessoas com deficiência, saúde mental e economia solidária através da arte e do artesa-
nato. Fotógrafa nos tempos vagos.

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Sobre @s artistas
Silvana Andrade

Artista visual e professora. Doutora em História pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/CPDOC desenvol-
vendo pesquisa sobre gênero e Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais pela mesma instituição.
Graduada em Administração de Empresas pela UFRRJ. Autora do livro “Eu sou uma Pessoa de Tremendo
Sucesso” sobre trajetórias e representações de mulheres executivas.
https://silvanarandrade.wixsite.com/arte

Simone Rodrigues
Artista visual, historiadora e curadora independente. Mestre em História Social da Cultura (PUC-Rio),
diretora na NAU Editora e professora na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Trabalha há mais de 20
anos com projetos que articulam ensino, produção e mostras de arte e fotografia. Realizou pesquisa e
curadoria da exposição A Pintura em Pânico – fotomontagens de Jorge de Lima. É autora do projeto
Nomes do Amor – o amor que ousa dizer seu nome, com retratos e histórias de casais LGBTQI. www.si-
monerodrigues.com.br

Sueli Fahri
Artista e arquiteta, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Sua pesquisa abrange o espaço com as suas multifce-
tadas abordagens: territorialidades, escrita dos objetos, objeto-escrita e, objetos relacionais. Realizou
trabalhos em instituições culturais, museus e na rua. Organiza vários grupos de pensamento e de ações em
seu atelier, como o Leilão do Vade Retro Abacaxi e os in}ventos. Recebeu prêmios tal como no X Vitor
Meirelles em Santa Catarina e o prêmio Projetéis Artes Visuais da FUNARTE. Realizou sete exposições
individuais e mais de 150 exposições coletivas no Brasil e no exterior, tais como Bienal MercoSul, TRIO
– Bienal Tridimencional, Antologia de Poesia Visual Latino-Americana em Cuba, Obra Nome em Portu-
gal e tem publicações em revistas brasileiras e internacionais. www.suelyfarhi.com

Tales Frey
Artista transdisciplinar, vive e trabalha entre Portugal e o Brasil. Realiza obras amparadas tanto pelas artes
visuais como cênicas, sendo que o ritual, o corpo e a performatividade são motes de especulação tanto nas
suas pesquisas acadêmicas em âmbito de suas formações (graduação, mestrado, doutorado e pós-doutora-
do) como nas suas práticas criativas apresentadas em mais de vinte países. Tales é membro fundador da
Cia. Excessos e da eRevista Performatus. www.ciaexcessos.com.br e www.performatus.net

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Sobre @s artistas
Agrippina Roma Manhattan

Artista, curadora, pesquisadora e travesti. Nascida em São Gonçalo, seus trabalhos dialogam com
questões de gênero, instituições e identidades. Aluna da Escola de Belas artes da UFRJ, já integrou expo-
sições coletivas como BA Photo/Tijuana em Buenos Aires (2017), Esquenta para Jack Smith (Capacete,
curadoria de Andreas Valentim e Marcos Bonisson 2017), Carpintaria para Todos (Fortes D`Aloia e
Gabriel, 2017), PEGA – encontro de alunos de artes do Rio de Janeiro (Centro Municipal Hélio Oiticica,
2017). Como pesquisadora já participou Do Seminário Contingências promovido pelo PPGARTES-UERJ
(2017) e do XII Congresso de História da Arte da Unicamp (2017).

Beatriz Lopes
Essa jovem carioca, estudante de Gravura na UFRJ, trabalha com autopublicação desde 2014. Em 2017
começou uma pesquisa com performance de gênero em ambientes virtuais interativos. Utilizando selfies
e informações descartáveis de plataformas sociais procura criar uma mitologia a partir de clichês contem-
porâneos. Além de zines trabalha também com gravura, pintura e intervenção urbana.

Bianca Kalutor
Mulher trans, negra e poeta. Integrante do Coletivo Xica Manicongo, coletivo trans de reafirmação da
cultura nordestina que se apresenta a partir de uma ocupação LGBT interseccional da Feira de São Cristó-
vão

Giorgia Narciso
Essa jovem travesti carioca é graduanda em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Corpo,
imagem, beleza, gênero, dinâmicas de relações, resgastes sociais, políticas, moda e afetos são as formas
através das quais usa sua arte para se colocar no mundo.

Mateus A. Krunstx
Nascido em Mutum, interior de Minas Gerais e residente no Rio de Janeiro desde 2001, sempre teve
grande aptidão para arte. Ainda assim, sua produção artística começou a tomar forma somente em 2015,
quando já cursava Artes Visuais na UERJ. Nesse período, junto com alguns amigos deram forma ao
Coletivo de “ações estético-políticas”, “Seus Putos”. Essa experiência, resultou em algumas produções
coletivas para, depois, se tornar uma espécie laboratório de pensamento e discussão sobre os processos
individuais.

Nelson Almeida
Estudante de artes visuais, esse jovem carioca usa das provocações do seu corpo no mundo para materiali-
zar produções em diversas possibilidades na arte. Esse corpo, permeia entre o medo de estar presente e a
vontade de holofote. A pressão da vitória, os problemas na academia e a curiosidade do marginal imagéti-
co, estão inseridos numa categoria maior nessas relações, a negritude como necessidade, junto com o
medo da limitação desse espaço.

Victor Oliveira
graduando em Dança pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, atua como intérprete-bailarino da
Companhia de Dança Contemporânea da mesma universidade. Sua trajetória se deu na investigação e
criação em dança, através da pesquisa em linguagens coreográficas, buscando redimensionar o lugar do
corpo que dança. Seus trabalhos mais recentes são: Missa do Corpo, Mycobacterium e Camélia, que
investigam questões de gênero, o corpo andrógeno e a possibilidade de criar novos corpos alterando a
própria imagem corporal.

Ludere Revista da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRuralRJ Volume 1, n. 5, Janeiro de 2018

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