Você está na página 1de 7

AULA: Gênero carta aberta e texto argumentativo

● Finalidade da aula: Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas
abertas, abaixo-assinados e petições on-line (identificação dos signatários, explicitação da reivindicação
feita, acompanhada ou não de uma breve apresentação da problemática e/ou de justificativas que visam
sustentar a reivindicação) e a proposição, discussão e aprovação de propostas políticas ou de soluções
para problemas de interesse público, apresentadas ou lidas nos canais digitais de participação,
identificando suas marcas linguísticas, como forma de possibilitar a escrita ou subscrição consciente de
abaixo-assinados e textos dessa natureza e poder se posicionar de forma crítica e fundamentada frente às
propostas.
● Objetos do conhecimento: relação entre contexto de produção e características composicionais e
estilísticas do gênero;
● Prática de linguagem: Leitura;
● Habilidades da BNCC: EF89LP19;

Gênero Carta aberta

A carta aberta é um gênero textual com função de direcionar alguma mensagem,


questionamento ou solicitação de determinado indivíduo ou grupo para alguma pessoa ou
organização de reconhecimento público. Por meio desse texto, o autor procura defender um ponto de
vista e convencer não apenas o destinatário, como também o público que tiver acesso à carta.
A estrutura desse gênero se assemelha às das cartas pessoais, mas possui um caráter
argumentativo, tendo em vista que sempre defende uma opinião. Desse modo, a carta aberta se
estrutura de modo estratégico, para convencer o autor e demais leitores a respeito da sua opinião,
configurando-se, assim, em um gênero textual público.

● Estrutura e características da carta aberta:


A carta aberta é estruturada e dividida em seis partes essenciais:
➔ Data e local
➔ título;
➔ introdução;
➔ desenvolvimento;
➔ conclusão;
➔ despedida;
➔ assinatura.

Todas elas são necessárias para construir um bom texto do gênero, bem como é necessário
respeitar a ordem estabelecida, já que ela é responsável por garantir a fluidez e organização da carta.
Abaixo segue uma explicação de cada um dos tópicos da estrutura.
Exemplos de cartas abertas.
__________________________________________________________________________________

Atividade de fixação
1. Qual o tema (o que está sendo solicitado) da carta aberta que você recebeu de exemplo?
2. Quem é o remetente e o destinatário da carta aberta?
3. Você identificou alguma conjunção na carta aberta que recebeu? Se sim, escreva-as abaixo:
4. A carta aberta obedeceu a estrutura que você aprendeu? Identifique com cores diferentes as
partes: Data e local; título; introdução; desenvolvimento; conclusão; despedida; assinatura.
5. Agora, em uma folha separada, escolha um tema em que você gostaria de fazer uma
reivindicação e faça a sua carta aberta (pode ser feito em equipe de até 3 alunos).
Explicação para os alunos:

A carta aberta é muito semelhante a uma carta comum, possui remetente e destinatário, data, local e assinatura,
bem como uma mensagem direta, direcionada objetivamente do autor para o leitor. Entretanto, esse gênero é
produzido em contextos e com funções diferentes, voltando-se primordialmente para uma função social.
Título: O título é o nome que você dará a sua carta aberta. Comumente, o título é objetivo e pontual (por exemplo,
“Carta Aberta ao Ministério da Educação”), indicando tanto o gênero quanto o destinatário. Deve vir centralizado
no topo do texto.
Introdução: A introdução é o início da sua carta, é o momento das apresentações sobre as ideias e temáticas que
serão discutidas, do remetente da carta e, diversas vezes, até mesmo do destinatário. A função principal da
introdução é situar o leitor a respeito do que será abordado. Nesse sentido, é importante lembrar que, por não ser
direcionada somente ao destinatário mas também ao grande público, muitas vezes o autor pode apresentar
informações direcionadas aos diversos leitores, no intuito de contextualizá-los a respeito de detalhes que possam
não ser conhecidos por todos. A carta aberta é utilizada principalmente para criticar, solicitar ou sugerir algo de
caráter social, desse modo, é comum que a introdução também apresente as primeiras informações a respeito do
problema detectado, de modo que, ao final da leitura dessa parte, o leitor consiga identificar as informações
principais do texto.
Desenvolvimento: O desenvolvimento é a parte do texto em que as questões apresentadas na introdução são
aprofundadas. É o espaço no qual se pode explicar melhor os conceitos apresentados ou a situação do problema
abordado, aprofundar em como isso interfere na vida das pessoas ou por que isso é um problema. Além disso,
nessa parte, é essencial que se apresentem e se desenvolvam os argumentos que embasam o posicionamento
crítico defendido, podendo, para isso, lançar mão de outros textos, como dados estatísticos, gráficos, reportagens,
pesquisas, entre outros, no intuito de fortalecer seu ponto de vista.
Conclusão: Na conclusão, encerram-se os debates a respeito da questão apresentada e se encaminha a um
desfecho, no qual comumente se apresenta uma sugestão para o problema identificado. Além disso, é possível
também fazer uma conclusão crítica, sugerindo, ao destinatário e a todos os leitores, uma reflexão a respeito do
assunto.
Despedida: A despedida é uma pequena frase na qual o remetente agradece pela atenção e se despede do
destinatário com certo grau de formalidade. Comumente, utiliza-se a forma “Atenciosamente,”. Essa pequena frase
fica separada do grande texto e situada na lateral esquerda da folha.
Assinatura: é a identificação oficial do remetente e pode se referir a uma pessoa ou a um grupo ou instituição.
Assim, escreve-se o nome que identifica quem endereça a carta, abaixo da linha de despedida e na lateral direita da
folha.

https://brasilescola.uol.com.br/redacao/carta-aberta.htm
São Paulo, 14 de Julho de 2018

CARTA ABERTA À PREFEITURA DE SÃO PAULO E À SECRETARIA DE TRANSPORTE

Venho manifestar minha profunda insatisfação e indignação com a notícia do aumento da


passagem em nossa cidade. A despeito da rotineira mudança de preço, ocorrida anualmente, é
inaceitável que o trabalhador gaste tamanho valor para acessar o transporte público.
Como dito já de início, é sabido que a atualização do preço ocorre anualmente, entretanto,
diante das atuais condições do transporte público da capital e da renda média recebida pelos
trabalhadores, é um assalto que o preço chegue a esse valor, sem apresentar por outro lado alguma
melhoria significativa.
Ignorando a condição do preço, é preciso questionar, por que não criar maneiras de reutilizar
os cartões de transporte, seja aumentando o tempo hábil de integração ou a quantidade de uso para
uma mesma passagem.
Além disso, é necessário urgentemente apresentar à sociedade quais são os gastos com o
transporte que justifiquem tão alto valor, afinal, além da passagem paga diariamente, contribuímos
enquanto cidadãos através de nossos impostos, sendo assim, temos direito de acessar tais
informações.
Tenho certeza que, diante da manifestação pública desta indignação, os responsáveis tomarão
providências para melhorar esta situação.

Atenciosamente,
Marília Cecília

São Paulo, 24 de Julho de 2018

CARTA ABERTA À PREFEITURA DE SÃO PAULO E À SECRETARIA DE TRANSPORTE

Venho manifestar minha profunda insatisfação e indignação com a notícia do aumento da


passagem em nossa cidade. A despeito da rotineira mudança de preço, ocorrida anualmente, é
inaceitável que o trabalhador gaste tamanho valor para acessar o transporte público.
Como dito já de início, é sabido que a atualização do preço ocorre anualmente, entretanto,
diante das atuais condições do transporte público da capital e da renda média recebida pelos
trabalhadores, é um assalto que o preço chegue a esse valor, sem apresentar por outro lado alguma
melhoria significativa.
Ignorando a condição do preço, é preciso questionar, por que não criar maneiras de reutilizar
os cartões de transporte, seja aumentando o tempo hábil de integração ou a quantidade de uso para
uma mesma passagem.
Além disso, é necessário urgentemente apresentar à sociedade quais são os gastos com o
transporte que justifiquem tão alto valor, afinal, além da passagem paga diariamente, contribuímos
enquanto cidadãos através de nossos impostos, sendo assim, temos direito de acessar tais
informações.
Tenho certeza que, diante da manifestação pública desta indignação, os responsáveis tomarão
providências para melhorar esta situação.

Atenciosamente,
Marília Cecília
Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2022
CARTA ABERTA DE MÉDICAS E MÉDICOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SECRETARIA
MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO

Frente ao avanço da pandemia no Brasil imposto pela variante Ômicron, as unidades da Atenção
Primária à Saúde (APS) do município do Rio de Janeiro tem tido suas condições de trabalho ainda mais
agravadas com sobrecarga dos serviços, adoecimento físico e psíquico de profissionais e ausência de diálogo por
parte da gestão municipal.
De maneira diferente das variantes anteriores, a atual foi responsável pela explosão de casos de covid-19
no Rio de Janeiro de forma muito acelerada, com aumento de mais de 6000% dos casos confirmados entre a
última semana de 2021 e a primeira semana de 2022.
Este cenário veio agravar a sobrecarga dos serviços de APS, que durante quase dois anos tiveram de se
readaptar ao surgimento da nova pandemia, ao aumento de casos com necessidade de intervenções médicas
avançadas nas unidades, à vacinação em massa da população, a mudanças dos contratos de gestão e ao surto de
influenza do final de 2021 com pouco apoio adicional das gestões.[...]
Sendo assim, frente ao cenário de avanço ainda sem previsão de diminuição dos casos por variante
Ômicron e do adoecimento das trabalhadoras e trabalhadores, com a iminente e necessária campanha de
vacinação de crianças contra covid-19, enquanto trabalhadoras e trabalhadores da APS do Rio de Janeiro,
exigimos que sejam implantadas novas estratégias de testagem e atendimento que visem reduzir a sobrecarga e o
adoecimento de profissionais de saúde e o estabelecimento de diálogo institucional e permanente entre a gestão
municipal e as trabalhadoras e trabalhadores.

Agradecemos a compreensão,
Médicas e médicos da APS do Rio de Janeiro e entidades solidárias a suas demandas

Rio de Janeiro, 14 de setembro de 2022


CARTA ABERTA DE MÉDICAS E MÉDICOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SECRETARIA
MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO

Frente ao avanço da pandemia no Brasil imposto pela variante Ômicron, as unidades da Atenção
Primária à Saúde (APS) do município do Rio de Janeiro tem tido suas condições de trabalho ainda mais
agravadas com sobrecarga dos serviços, adoecimento físico e psíquico de profissionais e ausência de diálogo por
parte da gestão municipal.
De maneira diferente das variantes anteriores, a atual foi responsável pela explosão de casos de covid-19
no Rio de Janeiro de forma muito acelerada, com aumento de mais de 6000% dos casos confirmados entre a
última semana de 2021 e a primeira semana de 2022.
Este cenário veio agravar a sobrecarga dos serviços de APS, que durante quase dois anos tiveram de se
readaptar ao surgimento da nova pandemia, ao aumento de casos com necessidade de intervenções médicas
avançadas nas unidades, à vacinação em massa da população, a mudanças dos contratos de gestão e ao surto de
influenza do final de 2021 com pouco apoio adicional das gestões. [...]
Sendo assim, frente ao cenário de avanço ainda sem previsão de diminuição dos casos por variante
Ômicron e do adoecimento das trabalhadoras e trabalhadores, com a iminente e necessária campanha de
vacinação de crianças contra covid-19, enquanto trabalhadoras e trabalhadores da APS do Rio de Janeiro,
exigimos que sejam implantadas novas estratégias de testagem e atendimento que visem reduzir a sobrecarga e o
adoecimento de profissionais de saúde e o estabelecimento de diálogo institucional e permanente entre a gestão
municipal e as trabalhadoras e trabalhadores.

Agradecemos a compreensão,
Médicas e médicos da APS do Rio de Janeiro e entidades solidárias a suas demandas

Você também pode gostar