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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


COLEGIADO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ALINE OLIVEIRA BOY


JEAN MICHEL ELESBÃO
SABRINA SANTOS NASCIMENTO

Elementos de estruturação do Ativo

Cascavel-PR
2023
2

ALINE OLIVEIRA BOY


JEAN MICHEL ELESBÃO
SABRINA SANTOS NASCIMENTO

Elementos de estruturação do Ativo

Trabalho acadêmico como


requisito para a obtenção de
nota avaliativa em Ciências
Contábeis pela Universidade
Estadual do Oeste do Paraná

Docente: Simone Zuconelli

Cascavel-PR
2023
3

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Contabilização de Ativo Imobilizado.....................................................................6


Tabela 2 - Contabilização de baixa de Ativo Imobilizado......................................................7
Tabela 3 - Taxas e períodos de determinados bens tangíveis..............................................8
Tabela 4 - Contabilização de depreciação...........................................................................10
Tabela 5 - Contabilização de exaustão................................................................................10
Tabela 6: Bens Amortizáveis...............................................................................................13
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Partes constituintes do patrimônio da entidade .................................................. 16


Figura 2: Lançamento do pagamento de um lance .............................................................17
Figura 3: Tabela de variações monetárias.......................................................................... 17
Figura 4: Lançamento do pagamento de várias parcelas ...................................................18
Figura 5: Atualização monetária e ajustes/acréscimos – descritivo.................................... 18
Figura 6: Contabilização dos ajustes....................................................................................18
Figura 7: Lançamento das futuras parcelas........................................................................ 19
Figura 8: Lançamentos de arrendamento operacional ........................................................20
Figura 9: Lançamento de Arrendamento Financeiro............................................................21
Figura 10: Contabilização do exemplo numérico de impairment..........................................23
Figura 11: Demonstração da provisão para desvalorização no Balanço Patrimonial..........23
Figura 12: Exemplo de Contabilização de Perda por Desvalorização.................................24
Figura 13: Nova estimativa de caixa....................................................................................25
Figura 14: Contabilização da Reversão do Impairment.......................................................25
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1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, o controle dentro da empresa é algo primordial para que os
resultados desejados sejam atendidos. Contabilmente falando, demonstrasse a questão do
controle patrimonial, que é nada mais que o controle dos bens do ativo imobilizado de uma
empresa. Segundo Balbinotto (2018), “as empresas necessitam de um sistema patrimonial
organizado para que possam prestar contas aos seus diretores e ao governo,
independentemente do seu porte.” No decorrer deste trabalho, será apresentado temas
relacionados ao controle patrimonial, tais quais como o ativo imobilizado, que abrange o
tema quase que completamente, e outros correlatos ao mesmo, como depreciação,
amortização e exaustão, a imobilização do ativo intangível, além dos tópicos que tratam a
relação de consórcio, leasing e arrendamento e como é feito seu controle, e finalizando
com a descrição do teste de Impairment.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Ativo

2.1.1 Ativo Imobilizado

Em diversas empresas são essenciais bens para a execução de atividades


relacionadas a sua operacionalidade, na contabilidade estes bens são denominados ativos
imobilizados, que são bens tangíveis, ou seja, palpáveis, sendo estes, expressos em
valores reais, tendo perspectiva de uso por mais de um período, sendo utilizados para
locação a terceiros, para investimentos ou para o uso na administração da empresa. De
acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 27, define-se como ativo
imobilizado:
[...] o item tangível que é mantido para uso na produção ou
fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou
para fins administrativos, e se espera utilizar por mais de um período.
Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da entidade ou exercidos
com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que
transfiram a ela os benefícios, os riscos e o controle desses bens. 24
(2009, p.3),

Partindo deste conceito, é necessário haver o reconhecimento do bem como um


ativo imobilizado, logo, é necessário a segurança de que o bem proporcionará ganhos
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econômicos à empresa. Deve-se mensurar o custo do bem confiavelmente a partir de


alguns critérios, sendo estes, todos os custos que incorrerem no momento da obtenção do
bem, como impostos, fretes, instalações, montagens, custos de manuseio, entre outros.
Posteriormente no ato de utilização deste bem, poderão ser mensurados custos
subsequentes, bem como, manutenções, recargas ou reparos que serão primordiais para a
vida útil do bem.
Os ativos imobilizados são denominados como bens tangíveis, sendo estes usados
ou não, os quais têm o objetivo de proporcionar benefícios a funcionalidade da empresa,
logo, são incluídos no grupo de ativos não circulantes no balanço patrimonial, desta forma,
é necessário incluir o bem de acordo com a sua utilidade. Alguns exemplos de bens que
são considerados tangíveis são, veículos, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios,
aparelhos eletrônicos, instalações.
A seguir será demonstrado através de uma tabela como realizar a contabilização de
uma aquisição de um ativo imobilizado em uma empresa, será utilizado como exemplo o
veículo para dar sequência a demonstração.

Tabela 1 - Contabilização de Ativo Imobilizado


NATUREZA DA CONTA CONTÁBIL GRUPO VALOR
OPERAÇÃO
(D) Débito Veículos Ativo não 60.000
circulante
(Imobilizado)
(C) Crédito Caixa/Banco (a vista) Ativo circulante 60.000
Fornecedores (a prazo) Passivo circulante
Fonte: Adaptado de Econet (2022).

Na tabela acima é possível identificar a natureza de operação de cada lançamento e


suas respectivas contas contábeis, grupos e subgrupos em que estão inseridas no balanço
patrimonial. A partir destes lançamentos é importante que a empresa opere com o controle
patrimonial de forma precisa e assim tenha domínio sobre seu patrimônio para determinar
qual será o tratamento contábil ideal juntamente ao responsável técnico a se adotar em
eventualidades organizacionais.
Nesta perspectiva, entende-se que o ativo imobilizado que não puder proporcionar
rentabilidade para a organização ou estiver alienado poderá encerrar sua vida útil dentro
7

da empresa, ocasionando em uma baixa deste imobilizado, as causas que acarretam esse
encerramento são, venda, obsolescência do bem, sinistros, doações, dação em
pagamento, dessa maneira, quando houver a baixa de um imobilizado é importante que
tais operações sejam comprovadas através de notas fiscais de venda, boletins de
ocorrência ou notas fiscais de doações, termos ou escrituração de doações. Quando
houver a inexistência de um documento que comprove essa baixa, é necessário um laudo
interno sendo aprovado por responsáveis da empresa para comprovar que houve essa
baixa do bem na empresa.
Entretanto, quando ocorre a baixa de um ativo imobilizado, é importante identificar
se houve ganho ou perda que serão reconhecidos no resultado, o valor do ganho ou perda
corresponde a diferença entre o valor da venda e o valor líquido contábil do bem objeto. Na
tabela abaixo será demonstrado como é realizado a contabilização de um imobilizado
decorrente de uma venda onde houve a perda de capital.

Tabela 2 – Contabilização de baixa de Ativo Imobilizado


NATUREZA DA CONTA CONTÁBIL GRUPO VALOR
OPERAÇÃO
(D) Débito Banco/Caixa Ativo circulante 65.000

(C) Crédito Veículos Ativo não circulante 60.000


(Imobilizado)
(D) Débito Depreciação Ativo não circulante 12.000
acumulada (Redutora do
Imobilizado)
(C) Crédito Ganho ou Perda de (Conta de Resultado) 17.000
Capital
Fonte: Adaptado de Econet (2022).
Na tabela acima foi representado o lançamento referente a uma perda de capital,
onde o valor de venda do veículo foi de R$ 65.000,00 e o valor residual contábil era de R$
48.000,00, havendo assim, uma perda na venda do ativo imobilizado no valor de R$
17.000,00.
Ademais conceitos que cercam os ativos imobilizados, evidenciamos a importância
da vida útil de cada bem, ou seja, o período em que a empresa se utilizará daquele bem
para a funcionalidade da empresa, visto que, estão sujeitos a obsolescência e depreciação
física, deste modo deverá ser realizada a revisão destes bens para um controle preciso e
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efetivo. De acordo com o Pronunciamento Técnico (CPC) 24 (2009, p.12), “a vida útil de
um ativo são revisados pelo menos ao final de cada exercício”. Essa revisão consiste em
uma análise precisa indicando a viabilidade de sua utilização para o funcionamento da
empresa, tendo função indispensável a saúde da empresa e possibilitando pleno domínio
de uma estruturação organizacional.

2.1.2 Depreciação

A depreciação de maneira ampla é um conceito utilizado na contabilidade para


determinar a perda do valor de um bem decorrente se sua obsolescência ou desgaste
natural, essa perda de valor é calculada com base em percentuais e de acordo com o ativo
a ser considerado, seu uso será aplicado aos bens permanentes, isto é, bens que terão
expectativas de uso por mais de um período. Todavia, a depreciação não se refere
exclusivamente a processo de desgaste físico do bem, mas sim a aplicação de seu custo
de aquisição decorrente de períodos expressos em taxas. Inicia-se a depreciação do bem
a partir do momento de seu uso e cessará quando o ativo for vendido, baixado ou quando
estiver totalmente depreciado. A depreciação deve ser considerada nos ativos da empresa,
impactando diretamente no valor do bem registrado no patrimônio.

Tabela 3 – Taxas e períodos de determinados bens tangíveis

Bens Tangíveis Taxa anual Anos de vida útil

Edifícios 4% 25

Máquinas e Equipamentos 10% 10

Instalações 10% 10

Móveis e utensílios 10% 10

Veículos 20% 5

Computadores e Periféricos 20% 5

Fonte: Dinastia Contábil. (2019)

Há diferentes métodos de cálculo da depreciação, podendo ser utilizados de acordo


com as características do bem e seu tipo de uso, estes métodos refletem na utilidade do
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bem em relação a operacionalidade da empresa, devendo estes, serem revisados ao final


de cada exercício.
O método linear consiste em uma fórmula aplicada de maneira regular, sendo
realizada a desvalorização do bem de forma proporcional a cada ano. No cálculo é
considerado o valor residual, ou seja, o valor correspondente a quanto valerá o bem após
seu abatimento. O método dos saldos decrescentes resulta no cálculo da depreciação total
de cada ano, sendo aplicado uma porcentagem constante no valor residual do ativo, desta
forma, observa-se a alocação de maior custo de um ativo se dará nos primeiros anos de
sua vida útil. Já o método de unidades produzidas se caracteriza por ser um cálculo mais
proporcionalizado, ou seja, é calculado uma estimativa do valor de produção total que o
ativo imobilizado proporcionou a empresa em relação a sua taxa de depreciação. Neste
viés, cabe a organização empresarial selecionar qual o método mais viável a se
implementar na empresa.
Diante das concepções que cercam este conceito, destaca-se a depreciação
contábil, fiscal e acelerada. A depreciação contábil consiste na entidade escolher o método
de depreciação de acordo com o padrão pelo qual se espera colher os frutos econômicos
da organização em função do ativo. A depreciação fiscal foi elaborada de forma que
apresente as taxas de depreciação fiscal aceitos pela Receita Federal do Brasil. Por fim, a
depreciação acelerada representa um benefício fiscal, onde, pessoas jurídicas tributadas
pelo lucro real calculam a depreciação de bens móveis em função do número de horas de
operação, incentivando a renovação e modernização de instalações e equipamentos.
Posto isto, a contabilidade envolve duas definições de depreciação que implicam
diretamente no resultado líquido da empresa. A depreciação contábil e fiscal que se
diferenciam pelo valor contábil dos custos e sua base fiscal, ou seja, é calculado o custo
original do bem menos todas as deduções que implicaram na aquisição do bem. Ambos os
conceitos têm sua relevância significativa na apuração do resultado e na tomada de
decisão.
Desta forma, observa-se que a partir das diretrizes apontadas, a contabilização é
realizada com base nos elementos disponíveis dentro do ativo não circulante e contas de
resultado, com intuito contábil e fiscal, sendo necessária sua avaliação em períodos
constantes para um melhor controle patrimonial. Na tabela seguinte será apresentado o
lançamento de contabilização da depreciação, demonstrando as contas contábeis e os
respectivos subgrupos em que estão inseridas no balanço patrimonial e na demonstração
do resultado do exercício.
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Tabela 4 – Contabilização da depreciação


NATUREZA DA CONTA CONTÁBIL GRUPO VALOR
OPERAÇÃO
(D) Débito Depreciação Despesa Administrativa 12.000
(Conta de Resultado)
(C) Crédito Depreciação Ativo não circulante 12.000
acumulada (Redutora Imobilizado)
Fonte: Adaptado de Econet (2022).

2.1.3 Exaustão

O termo exaustão é utilizado para determinar a perda de valor que sofrem os ativos
naturais de uma empresa, sendo estes, recursos florestais, minerais e naturais, os quais
foram decorrentes de sua exploração, ou seja, a medida em que os recursos naturais vão
se exaurindo tais valores são registrados na contabilidade. O conceito se caracteriza por
determinar as taxas anuais, custos e encargos relacionados a aquisição do ativo. A
contabilização da exaustão é realizada com base na quantidade efetivamente explorada no
período, no entanto, a exaustão deve ser calculada de acordo com o prazo de concessão
se o prazo de exploração for insuficiente.

Tabela 5 – Contabilização da exaustão


NATUREZA DA CONTA CONTÁBIL GRUPO VALOR
OPERAÇÃO
(D) Débito Exaustão de Recursos Despesa Administrativa 12.000
Minerais (Conta de Resultado)
(C) Crédito Exaustão acumulada Ativo não circulante 12.000
(Redutora Imobilizado)
Fonte: Estratégia Concursos (2017).
O reconhecimento desta alocação ocorre de modo que o valor líquido contábil do
ativo se iguale ao valor residual, iniciando a partir do momento em que o bom estiver posto
em condições de uso, estes bens podem ser classificados como canaviais, reservas de
petróleo, jazidas de rochas, ferro, ouro, alumínios.
A quota de exaustão é definida de acordo com o volume de produção anual,
variando também com base em possança. Neste sentido, é necessário realizar o cálculo
com base em alguns critérios, sendo estes, o prazo de exploração de recursos naturais, a
quantidade estimada dos recursos que serão explorados.
11

2.1.4 Amortização

Entende-se que o conceito dentro do ativo imobilizado em que os produtos têm vida
útil, dessa forma é possível compreender que tudo é durável e tudo tem um fim, desta
forma, pode-se definir que amortizar um bem é a perca contínua de seu valor até que ele
tenha seu valor desconsiderado por total, esta prática se compara a depreciação, porém
com suas particularidades. Além disso, esse processo refere-se à desvalorização do bem,
no caso da amortização destaca-se que sua perca reflete nos bens intangíveis, sendo a
grande diferença em relação a depreciação, pois os bens intangíveis não possuem
estrutura corpórea, mas detém valores e fazem parte da contabilidade, gerando grandes
impactos e relacionando o valor real com valor emocional dos produtos.
Ademais, trabalha com a compreensão de que a vida útil do bem deve ser definida,
por fatores internos e externos, pois são esses que definem a etapa na qual deverá ser
realizado o processo de amortização, conforme citado no Comitê de Pronunciamento
Contábil (CPC), a vida útil de um ativo intangível deve ser definida ou indefinida, cabendo a
entendida avaliar os critérios para validar essa informação para o bem da empresa, já que
a perca do valor varia desde a forma de utilização à sua obsolescência. Ressaltando que o
termo indefinida, não está relacionado a não ter fim, e sim a forma em que será mantida
para seu funcionamento, já que o intuito do ativo é o equilíbrio das aplicações perante a
origem dos recursos, desta forma seu valor é imprescindível.
Por conseguinte, ao identificar que amortização é feita em ativos intangíveis
compreende que a perca de valor do bens sem existência física e de grande importância
para a composição dos bens da empresa e também identifica que as variáveis internas e
externas de um mercado volátil e em constante mudanças, dentro do âmbito contábil
amortizar é uma forma de decomposição do valor do bem, sendo que existe a diferença na
aplicação e mensuração do valor contábil x valor real, que se distingue pela contabilização
do valor ativo e o valor real do mesmo.
Além disso, amortização deve ser efetuada de forma sistêmica, pois ela deve ser
feita de modo progressivo, pois é calculada perante as constantes atualizações e quando
se trata principalmente da área tecnológica, que se vive a era da transformação e os bens
têm uma vida útil ainda menor, cabe as empresas estarem antenadas as maneiras
adequadas de contabilizá-los para que não seja refletido em percas em apurações futuras
e não venha ter inconsistências dentro do Balanço Patrimonial. Conforme cita o Comitê de
Pronunciamento Contábil (CPC), entende-se que o processo de amortização, deve ocorrer
12

de modo a evitar consequências futuras, sendo elencados o início e fim deste processo,
desta forma observa-se que:
A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo estiver
disponível para uso, ou seja, quando se encontrar no local e nas condições
necessários para que possa funcionar da maneira pretendida pela administração. A
amortização deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para
venda ou incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para venda, de
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido
para Venda e Operação Descontinuada, ou, ainda, na data em que ele é baixado, o
que ocorrer primeiro. (CPC 04)
Portanto além do processo de amortização ser imprescindível para contabilização
dentro do ativo, ela também auxilia na redução de impostos e caso não esteja feita de
modo correto, pode vir a sofrer penalidades, então amortização deve seguir o padrão e
estar sempre amparada legalmente, pois ocultando informações ou a incluindo de modo
correto, acarreta sanções, além de financeiras, podem vir a gerar situações indesejadas
perante a receita federal.
Bem como, amortizar vai além de efetuar a perca de um bem, como esta conta é
redutora dentro do ativo, ela serve como parâmetro para que consiga um planejamento
mais assertivo, já que o controle é de extrema importância para vida financeira de uma
empresa e a contabilização desses bens de maneira correta trás segurança para que
expresse uma situação de realidade econômica e financeira, desta forma amortização
ocorre mensalmente e avaliando os fatores que tendem a influenciar esse processo e
validar a operação com o bem em questão.
Conforme elencado acima, amortização pode influenciar positivamente quanto
negativamente o patrimônio líquido da empresa, já que existem muitas divergências e os
escritórios muitas vezes não fazem de maneira correta todo processo e acabam fazendo
as organizações saírem no prejuízo, por isso é de extrema importância estar antenado as
constantes modificações na área contábil. Além disso, amortização pode ser contabilizada
como custo ou despesa, tudo depende da atividade da empresa e do produto a ser
amortizado, pois custo seria enquadrado quando se trata de processo de produção e
despesa quando se aloca indiretamente as demais rotinas.
Pode ser amortizado o capital aplicado na aquisição de direitos que tenham duração
definida, de bens cuja utilização tenha prazo legal ou contratualmente limitado ou os
custos, encargos e despesas que contribuirão para os resultados da empresa em mais de
um período de apuração. Desta forma, observa-se o quão importante se faz a necessidade
da compreensão sobre quais bens devem ser amortizáveis, sendo destacado no quadro
abaixo.
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Tabela 6: Bens Amortizáveis

Patentes de invenção, fórmulas e processos de fabricação

Marcas de propaganda

Concessões de serviços públicos

Direitos autorais

Direito de exploração de um ponto comercial

Softwares (programas de computador)

Franquias contratadas

Custo de construções ou benfeitorias em bens alugados ou de terceiros, quando o valor


não for reembolsável

As despesas com pesquisas científicas e tecnológicas

Os custos, despesas e outros encargos com a reestruturação, reorganização ou


modernização da empresa
Fonte: Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018

Observa-se que o método de escolha da amortização é de extrema importância, no


que se trata apropriação dos ativos, que são basicamente são as aplicações dos recursos,
trata-se como fundamental o meio utilizado para que chegue ao resultado esperado, pois
através do processo de amortização que irá impactar sobre as receitas finais, podendo
ocasionar lucros ou prejuízos, assim destaca-se o artigo 99 do Comitê de Pronunciamento
Contábil (CPC 04):

A amortização deve normalmente ser reconhecida no resultado. No entanto, por


vezes os benefícios econômicos futuros incorporados no ativo são absorvidos para
a produção de outros ativos. Nesses casos, a amortização faz parte do custo de
outro ativo, devendo ser incluída no seu valor contábil. Por exemplo, a amortização
de ativos intangíveis utilizados em processo de produção faz parte do valor contábil
dos estoques.

Visto que amortização ocorre nos bens intangíveis e todo processo elencado acima,
viu-se o quão importante é a questão de efetuar maneira correta e avaliar as oscilações
legais e perante a constituição, a contabilidade é o pilar que sustenta as empresas e são
esses profissionais que atendem as demandas e solucionam os conflitos. Desta forma,
estar antenado ao mercado e se tratando dos bens intangíveis em que a tecnologia por
meio dos Softwares e as constantes atualizações do mercado e desta forma os bens
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perdem seu valor com maior frequência, sendo imprescindível o controle da amortização e
valoração contábil dos bens.

2.1.5 Ativo Intangível


O Ativo intangível é um bem que a empresa possuí, mas ele não possui
características físicas e dessa forma considera-se que o bem deve proporcionar um valor e
ter uma relação com a demonstração dos itens elencados dentro da contabilização do ativo
da empresa, consequentemente ele irá desempenhar funções de extrema importância,
pois apesar da não possuir materialização possuí valor de mercado e muitas vezes valor
sentimental.
Além disso, existe um famoso ditado que o intangível “não se vê e não se toca”,
sendo assim sua materialização não é fator de valor e sim sua essência, com isso o
controle deve ser feito de modo rigoroso, por isso os bens intangíveis, conforme
compreende-se são parte de todo projeto organizacional e segundo destaca o Comitê de
Pronunciamento Contábil (CPC 04):
As entidades frequentemente despendem recursos ou contraem obrigações com a
aquisição, o desenvolvimento, a manutenção ou o aprimoramento de recursos
intangíveis como conhecimento científico ou técnico, projeto e implantação de
novos processos ou sistemas, licenças, propriedade intelectual, conhecimento
mercadológico, nome, reputação, imagem e marcas registradas (incluindo nomes
comerciais e títulos de publicações). Exemplos de itens que se enquadram nessas
categorias amplas são: softwares, patentes, direitos autorais, direitos sobre filmes
cinematográficos, listas de clientes, direitos sobre hipotecas, licenças de pesca,
quotas de importação, franquias, relacionamentos com clientes ou fornecedores,
fidelidade de clientes, participação no mercado e direitos de comercialização.

Com isso, existem as particularidades distinguindo que os bens intangíveis não são
todos os pertences do ativo da empresa sem vida corpórea, pois se utilizar o saldo
bancário que faz parte do ativo da organização, mas não se encaixa como ativo intangível
e sim como ativo disponível, desta forma essa deve-se levar em conta características
como ser identificável, controlável e trazer benefícios econômico financeiro, sendo
fundamentais para composição de retorno viável para o fechamento dos demonstrativos,
sendo enquadrados como saldo positivo para empresa.
Portanto, o ativo intangível deve ser mensurado de modo a ser avaliado as
qualidades dos bens e sua vida útil, pois existe um valor contábil registrado, mas deve ser
analisado fatores como o custo real e o custo de mercado do produto, esta analise serve
para evitar erros no registro do bem, pois o mesmo será contabilizado e aplicado processo
de amortização se for o caso e isto fará com que interfira de maneira impactante no
resultado da empresa, pois o controle do ativo é uma equiparação com o passivo e os
15

ativos intangíveis fazem parte dos não circulantes, já que o intuito da empresa não é ficar
aplicando rotatividade nesses bens, assim como se aplica aos imobilizados.
Conforme destaca-se, o ativo serve para o controle do passado com projeção no
futuro, desta forma a busca por rentabilidade na qual a organização possui o papel de
alimentar essas informações para que o resultado seja o esperado, desta forma ressalta-se
o valor do bem não palpável que muitos intangíveis possuem, mas geralmente são
controlados por documentações que regem sua vida útil e seu valor no mercado, pode-se
utilizar como exemplo: Marcas e Patentes, algo valioso para empresa, porém sem uma
forma física, mas para conseguir regular essas marcas e patentes, foram necessários
estudos e análises por etapas e alocação de esforços para que essa empresa detenha um
valor dentro da sua marca, destacando a Apple, empresa de tecnologia que detém itens de
alto custo, porém de muita procura no mercado, esse exemplo reflete o potencial da marca
e faz com que o valor seja adequado perante ao ativo da empresa. Segundo o autor
(MARION, 2015, p. 341):
diz-se que Goodwill é uma espécie de ágio, de um valor agregado que tem a
empresa em função da lealdade dos clientes, da imagem, da reputação, do nome
da empresa, da marca de seus produtos, do ponto comercial, de patentes
registradas, de direitos autorais, de direitos exclusivos de comercialização, de
treinamento e habilidade de funcionários etc. (...)

Com isso, a observância da legislação se torna imprescindível para que a


credibilidade da empresa não seja posta em risco perante aos seus clientes, já que
existem órgãos que regulamentam de maneira correta o uso e aplicação dos direitos sobre
essas empresas ou tecnologia, pois toda regulamentação serve de embasamento para
tomada de decisões, dessa forma, compreende-se que atenção perante ao ativo intangível
é fundamental, pois além do seu valor de mercado agregado, também possuí a
credibilidade com seus clientes e influencia diretamente no ativo disponível da empresa,
pois é uma cadeia que necessita de equiparação perante ao passivo e patrimônio líquido
da empresa, por isso entender a forma de contabilizar os itens e serviços é extremamente
importante, com isso serve-se como base o plano de contas que especifica as contas e
maneira correta de aplica-las tanto para controle interno, quanto externo.
Portanto, a contabilidade traz um olhar minucioso sobre as classificações dos bens
de uma organização, com intuito de controlar o patrimônio da melhor forma e com
obtenção de êxitos perante a administração e conforme detalha a imagem abaixo, pode-se
ter uma visão de como ativo intangível pode ser compreendido, já que autores trabalham a
questão do que é tangível e intangível, diferenciando a sua forma física e forma de controle
legal, na qual especificado anteriormente.
16

Figura 1: Partes constituintes do patrimônio da entidade

Fonte: Marion (2001, p.4)

Desta forma, com análise da figura acima, a compreensão do ativo intangível pode
ser compreendida como a parte invisível da estrutura de uma arvore, sendo que à arvore
simboliza a empresa e a delimitação do que é visível e invisível, perante ao olhar dos
críticos, pode-se interpretar que a parte invisível não teria importância, mas como descrito
na imagem, o invisível é o sustento da empresa, ou seja, o pilar muitas vezes não explicito,
sendo que o arcabouço da entidade está parametrizado nas suas atividades e o modo
como aplica-las é a forma como irá progredir.
Por fim, observa-se que análise sobre o detalhamento dos intangíveis servem para
mostrar que mesmo não perceptível, o seu valor é extremamente importante para o
controle e apuração dos resultados da empresa, sendo que se pode compreender que o
valor real está atrelado ao processo de planejamento perante o mercado e sabendo utilizar
as variáveis sobre as novidades, o destaque tende a ser real e o financeiro será recíproco.

2.1.6 Consórcio, Leasing e Arrendamento


2.1.6.1 Consórcio
O consórcio é o parcelamento de um bem, que se difere do financiamento por ser
sem juros, e pelo fato de que você não tem o bem em mãos logo no início do
parcelamento. Conforme Reis (2018), “no financiamento, o próprio bem a ser adquirido é
usado como garantia. Então, se as parcelas não forem quitadas, ele é devolvido à
instituição”. No consórcio, aguarda-se um tempo após o pagamento e têm-se a
contemplação, onde o contemplado escolhe a posse do bem ou a liberação da carta de
crédito na forma de dinheiro em conta. Conforme descrito na Lei 11.795/2008, “consórcio é
17

a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de


cotas previamente determinados, promovida por administradora de consórcio, com a
finalidade de propiciar a seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou
serviços, por meio de autofinanciamento.” Temos sua definição de forma simples dada por
Santos (2022), que diz que o mesmo “basicamente é um grupo de pessoas que se reúnem
para formar uma poupança comum, que tem como objetivo final a aquisição de uma casa
ou um carro, por exemplo.”
O consórcio, entra na parte contábil, durante o ato de seu pagamento, no passivo,
e conforme for ocorrendo o pagamento, faz parte do ativo imobilizado. Essa contabilização
é definida da seguinte forma, mais claramente:
Os pagamentos das parcelas de consórcio antes do recebimento efetivo do bem
são equiparados aos adiantamentos a fornecedores e como boa prática contábil
devem ser registrados preferencialmente no ativo não circulante, como ativo
imobilizado (apesar de a legislação federal permitir a classificação também no ativo
circulante, a critério da pessoa jurídica). (SCHMITZ, 2023)

Agora iremos ver como de fato é feita essa contabilização. No site Econet (2023),
encontramos um exemplo de um caso de consórcio de veículo, onde se tem 36 prestações
mensais com o valor mensal de R$ 500,00 cada, com início em setembro de 2004. A
primeira definição dada é do lançamento contábil de eventuais pagamentos de lances,
conforme abaixo:
Figura 2: Lançamento do pagamento de um lance

Fonte: Econet, 2023.


Tiveram variações neste valor durante o pagamento. Segundo Santos (2022), “O
consórcio já foi desenvolvido para garantir o poder de compra do consorciado na hora do
faturamento do bem”, ou seja, essas correções são visando a garantia de que os
pagadores tenham todos o mesmo poder de compra no momento da contemplação.
Segue abaixo tabela de atualizações, no caso deste exemplo:
Figura 3: Tabela de variações monetárias
18

Fonte: Econet, 2023.


Considerando a hipótese de contemplação do consórcio quando restavam pagar 27
prestações de R$ 580,00 cada uma, o valor do bem a ser ativado corresponderá à soma
dos seguintes valores:
Prestações pagas até 30.05.2005 R$ 4.890,00; Dívida assumida: 27 prestações (R$
580,00 = R$ 15.660,00); Total R$ 20.550,00. (ECONET, 2023)
Neste caso, teríamos os seguintes lançamentos:
Figura 4: Lançamento do pagamento de várias parcelas

Fonte: Econet, 2023.


Descreve-se que foram lançadas 19 prestações no Passivo Circulante. Com isso
temos: (19 x R$ 580,00 = R$ 11.020,00), e 8 prestações no Passivo Exigível a Longo
Prazo (8 x R$ 580,00 = R$ 4.640,00).
Após, tem de serem feitas as atualizações monetárias, supondo que o valor das
próximas parcelas passasse a ser R$ 615,00. Temos abaixo:
Figura 5: Atualização monetária e ajustes/acréscimos – descritivo.

Fonte: Econet, 2023.


A contabilização desses ajustes, é feita conforme abaixo:
Figura 6: Contabilização dos ajustes

Fonte: Econet, 2023.


19

E por fim, o lançamento das futuras parcelas será feito da seguinte forma:
Figura 7: Lançamento das futuras parcelas.

Fonte: Econet, 2023


O consórcio tem suas vantagens e desvantagens. Reis (2018) descreve algumas
delas, dentro das principais citadas podemos ponderar o fato da facilidade de ingressar em
um grupo de consórcio e fácil aprovação, não ser necessário um investimento inicial, o
mesmo ser isento de juros, diferentemente do financiamento. O autor também cita as
desvantagens, as mais relevantes, que são o fato da demora para concessão do bem, na
maoiria dos casos, da necessidade dos lances, que exigem valores altos, no caso de
urgência da posse do bem e a questão da liberação do crédito somente caso o cliente
estiver com todas as parcelas pagas naquele momento. Dentro das desvantagens, a
autora Mosmann (2020) cita o fato do pagamento da taxa de administração, que pode
chegar a 0,3%, o fato de as parcelas terem a possibilidade de aumentar de valor em casos
de inadimplências de mais de 5% dos cotistas do grupo e o caso da valorização do bem,
em casos de imóveis, ou desvalorização, em casos de veículos, por exemplo. Dentre isso,
podemos concluir, que o consórcio é uma boa opção, porém somente para pessoas que
não conseguem se disciplinar financeiramente e poupar o valor, para quitação imadiata do
bem. Segundo Reis (2018), “se você não tem dinheiro para adquirir o bem à vista, não é
disciplinado financeiramente, nem tem urgência para adquirir o bem, fazer consórcio pode
ser uma excelente escolha”.

2.1.6.2 Leasing e arrendamentos


Temos descrita de forma simples, a definição de Leasing, descrito como
Arrendamento Mercantil, dados como sinônimos pelo autor.
O arrendamento mercantil é um contrato entre duas pessoas de direito, podendo
ser entre duas pessoas jurídicas, ou entre uma pessoa jurídica e uma pessoa física,
em que um bem é alugado (arrendado) à outra. [...]. Para utilizar o bem objeto do
contrato de aluguel ou arrendamento, a arrendatária paga periodicamente à
arrendadora aluguéis ou contraprestações do arrendamento mercantil.
(PADOVEZE, 2016, p. 326)

Temos dois tipos de arrendamentos, conforme descrito no CPC 06 (2018, p. 11), o


arrendamento financeiro, que se caracteriza como tal “se transferir substancialmente todos
os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente”, ou seja, neste o bem é
transferido imediatamente do nome do arrendador para o nome do arrendatário ao final
dos pagamentos, sendo similar ao financiamento. Temos além deste o arrendamento
20

operacional, que conforme o CPC 06 é caracterizado “se não transferir substancialmente


todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente”, em outras
palavras, é quase como a prática de um aluguel, e inclusive contabilizado como este. Pode
ser feita a diferenciação dos dois da seguinte forma:
Em termos contábeis, no leasing operacional não era reconhecido nenhum ativo e
nenhum passivo, sendo que as despesas de arrendamento iam direto para o
resultado. Já nas operações de leasing financeiro, reconhecia-se o ativo
imobilizado, o passivo de arrendamento, a depreciação e a despesa financeira.
(FUTIDA, 2020)

Temos a questão dos juros efetivos, que em resumo, são o valor dos juros, que
devem ser contabilizados separadamente do valor do consórcio. De forma mais descritiva,
pode ser explicado da seguinte forma:
No caso de um arrendamento mercantil financeiro com parcelas prefixadas, há a
necessidade de se identificar a taxa de juros efetiva da operação, caso ela não
conste do contrato financeiro, uma vez que o bem deve ser imobilizado na sua
condição de preço à vista, e o total do financiamento também deve estar, no ato da
contabilização inicial, sem juros. (PADOVEZE, 2016, p. 328)

A parte da contabilização do cálculo dos juros é exposta no livro deste mesmo


autor, com base em um exemplo onde se dão os seguintes dados: equipamento com vida
útil de cinco anos, valor residual zero, comprado por leasing, em dez parcelas, com
intenção de permanecer com o bem. Valor à vista de R$ 10.000,00, parcelas de R$
1.113,27, totalizando R$ 11.132,70. Esse cálculo para que se tenha o valor do juro efetivo
é feito através da HP12C, conforme descrito pelo autor, abaixo:
Digita-se o valor à vista $ 10.000,00 e as teclas CHS; PV
Digita-se o valor da prestação $ 1.113,27 e a tecla PMT
Digita-se a quantidade de períodos 10 e a tecla n
Aperta-se a tecla i, e aguarda-se: o resultado será 2,0000 ou 2% ao mês.
(PADOVEZE, 2016, p. 328)

Referente a contabilização dos lançamentos de consórcio, temos duas formas,


conforme cada tipo de arrendamento. O arrendamento operacional, é feito literalmente
conforme o descrito na explicação. Segue exemplo de lançamentos genéricos abaixo:
Figura 8: Lançamentos de arrendamento operacional

Fonte: Econet, 2023


21

O lançamento de arrendamento financeiro é mais detalhado, pois se assemelha ao


lançamento de consórcio. Abaixo, temos o exemplo de cada etapa de lançamento do
leasing financeiro.

Figura 9: Lançamento de Arrendamento Financeiro

Fonte: Econet, 2023

Como todo e qualquer modalidade, o arrendamento tem suas vantagens e


desvantagens. O Reorganiza (2018) cita algumas das mais relevantes o financiamento de
100% do valor, a facilidade em contratar o serviço, menores taxas de juros comparado aos
outros financiamentos, benefícios na parte fiscal para as empresas. Algumas
desvantagens citadas pelo mesmo autor são o fato de não se ter a propriedade do bem
enaquanto não for finalizado o pagamento de todo o contrato, o fato de altas taxas de
comissões e a necessidade de que seja feito um seguro de uso próprio durante todo o
periodo de pagamento do leasing.
Além disso, deve ser observado que, conforme o Parecer de orientação n° 15/87
da CVM, para o arrendamento mercantil considera-se a essência econômica, e não a
jurídica para sua contabilização. Em seu tópico que trata do arrendamento mercantil, no 2°
ponto tratado, tem se a narração:
A Contabilidade possui um grande relacionamento com os aspectos jurídicos que
cercam o patrimônio, mas, não raro, a forma jurídica pode deixar de retratar a
essência econômica. Nessa situação, deve a Contabilidade guiar-se pelos seus
objetivos de bem informar, seguindo se for necessário, para tanto, a ESSÊNCIA ao
invés da FORMA. (CVM n° 15, 1987, p. 7)

Vemos com isto que o leasing ou arrendamento, tem diversas vantagens, e


algumas desvantegens, ele compensa mais para emrpesas, que terão além de todos os
benefícios tem auxilios na parte fiscal, já na pessoa fisica não se mostra algo tão
vantajoso.

2.1.7 Teste de Impairment

Conforme dito por Padoveze (2016, p. 128), “impairment significa literalmente dano,
22

prejuízo, deterioração, depreciação. Em termos contábeis podemos definir impairment


como declínio no valor de um ativo ou dano econômico.” Ou seja, é resumidamente uma
perca por desvalorização. O teste de impairment tem como objetivo principal segundo Oda
(2023), “verificar se há na empresa ativos desvalorizados, considerando que um ativo está
desvalorizado quando seu valor contábil excede seu valor recuperável. Como definição,
valor recuperável é o maior valor entre o valor líquido de venda e o valor em uso.” Esse
teste, é feito após a organização do patrimonio de empresa, e da definição do método.
Conforme consta no CPC 01 (2010, p. 8), o teste de recuoerabilidade deve ser feito uma
vez ao ano. Esse teste é feito na seguinte circunstância:

Quando o valor contábil for superior ao valor recuperável do ativo deverá ser feito o
ajuste do impairment contabilizando a diferença (o impairment) entre o valor
recuperável do ativo e o seu valor contábil como despesa, em contrapartida ao
valor contábil do ativo, como provisão retificadora. (PADOVEZE, 2016, p. 128)

Temos alguns conceitos que são importantes de derem destacados e entendidos.


Dentro destes, temos o conceito de unidade geradora de caixa, que é “o menor grupo
identificável de ativos que gera entradas de caixa, entradas essas que são em grande
parte independentes das entradas de caixa de outros ativos ou outros grupos de ativos”.
Em palavras simples, podemos definir esse conceito como um gerador de caixa que não
tem dependência com outros fluxos de caixa. A autora Kussaba (2021) demonstra
exemplos para conceituar esse tema, sendo para ela exemplos de UGC de uma empresa
de bens e consumo, as linhas de produto, como produtos de limpeza, e das instituições
financeiras, o tipo de negócio, como o banco.
Outros conceitos importantes que devem ser citados, e são conceituados no CPC
01 (2010 p.6), são o valor contábil, que é resumidamente o valor do bem reconhecido no
balanço patrimonial com o desconto das suas respectivas contas redutoras (depreciação,
ajuste pra perdas...), ativos corporativos, que são ativos que contribuem mesmo de forma
indireta para os fluxos de caixa futuros, despesas de venda ou de baixa, que se definem
literalmente conforme seu nome, valor justo que é o valor que seria pago pelo bem em
caso de venda, o valor pelo qual ele seria vendido, valor recuperável, que se define como
“o maior montante entre o valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso”,
conforme CPC 01 (2010 p.6), e finalizamos com o valor em uso, que se resume em o valor
presente, esperado, de fluxo de caixas futuros.
Sendo assim, demonstra-se que o valor e aplicação dos recursos, conforme
destacados no material, fazem com que os valores se tornem referência, por isso a
diferenciação do valor real e o valor de uso, conforme descrito anteriormente.
23

Para que se veja com exemplos numéricos, temos abaixo um exemplo:


Para fins de exemplificação, vamos supor que no final do exercício social o valor
líquido contábil de um ativo é $ 70.000,00, e o valor líquido de mercado está
estimado em $ 55.000,00. Para verificar se há necessidade do impairment, deve-se
também calcular o valor em uso. Vamos supor que o valor em uso calculado pelo
critério de fluxo de caixa descontado alcance $ 58.000,00. O valor da provisão para
desvalorização (impairment) será de $ 12.000,00, pois deverá ser utilizado o maior
dos dois valores justos. (PADOVEZE, 2017 p. 365)

A contabilização dada abaixo:


Figura 10: Contabilização do exemplo numérico de impairment

Fonte: Padoveze, 2017, p. 365


A demonstração de como fica exposto esse valor no balanço:
Figura 11: Demonstração da provisão para desvalorização no Balanço Patrimonial

Fonte: Padoveze, 2017, p. 365

Além do processo do cálculo, há a possibilidade de reversão do mesmo. Devemos


fazer o que consta no CPC 01:
A entidade deve avaliar, ao término de cada período de reporte, se há alguma
indicação de que a perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores
para um ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill),
possa não mais existir ou ter diminuído. Se existir alguma indicação, a entidade
deve estimar o valor recuperável desse ativo. (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS
CONTÁBEIS N° 01, 2010, P. 30)
24

Segundo o CPC 01 (2010, p. 30), devemos considerar alguns motivos ou


indicadores internos e externos para que seja indicada a revisão do teste de impairment.
Dentro dos internos, encaixam-se o aumento no valor de mercado, mudança nos
ambientes tecnológicos e econômicos e se houver alguma mudança significativa nas taxas
de juros. Já nos internos, encaixam-se gastos com melhoras no ativo, reversão de alguma
perda por desvalorização e se o ativo apresentar resultados melhores do que o esperado.
Caso seja constatado que é necessária a reversão, deve ser feita a contabilização dessa
reversão, conforme exemplo abaixo. Temos primeiramente a contabilização inicial desse
equipamento citado, da perda por impairment e posteriormente, contabilizamos essa
reversão.
Figura 12: Exemplo de Contabilização de Perda por Desvalorização

Fonte: Oda, 2013


25

Contabilizada a questão da perda por desvalorização, será contabilizado abaixo a


reversão desse lançamento. Inicialmente, é definido uma nova estimativa de caixa.

Figura 13: Nova estimativa de caixa

Fonte: Oda, 2013

E enfim, a demonstração da forma de contabilização desses valores.

Figura 14: Contabilização da Reversão do Impairment

Fonte: Oda, 2013


26

Este teste é obrigatório desde as grandes empresas até as micro e pequenas


empresas. Segundo Oliveira e Silva (2020, p. 33), “somente eram obrigadas a realizar o
teste de recuperabilidade até o ano de 2009 as companhias de capital aberto e as
sociedades de grande porte, logo a aprovação da resolução 1.225/09 estendeu a
obrigação também para as PME”, ou seja, após esse período ficou obrigado o teste a
todas as empresas.
Em resumo, o teste de recuperabilidade é uma exigência imposta a todos os portes
de empresas e tem como verificar se os ativos estão sendo contabilizados realmente em
seu valor real. Esse teste é feito pelos métodos ou de uso, ou de venda, onde se estipula e
se testa se o valor está de forma coerente nesse balanço.

3 CONCLUSÃO
Sob a ótica deste trabalho, desempenha-se o papel de análise analítica sobre os
bens da empresa e como deve ser feita sua apropriação, mas também reforça a
cooperação da ação humana com tudo o que é proposto pelo patrimônio pessoal e
profissional, deste modo, ações sobre a sociedade servem de embasamento para a
verificação do que é proposto em regulamentos e normativas.
Portanto, sob olhar constitucional e o amparo ao profissional contábil é fundamental
que sejam averiguadas as situações de modo particular e que as experiencias sirvam
como lições para eventuais circunstancias, desta forma o presente trabalho compreende
que pequenas ações, geram grandes impactos, não só afetam o profissional, mas todo
conjunto social, sendo que a melhor maneira para que situações negativas não ocorram é
que se cumpram os deveres para que possa gozar dos direitos de modo que exista paz e
tranquilidade perante aos princípios.
Nesse viés, compreende-se que, estar antenado ao mercado e compreendendo as
demandas sociais, pode-se alcançar as metas estabelecidas, ponto em que um visionário
empreendedor saberá distinguir a razão sobre a paixão, com isso o meio tecnológico será
um grande aliado, pois facilitam os meios até a chegada dos fins. Ressalta que, as
demandas sobre o avanço da internet, faz-se comprometido o entendimento sobre as
alterações e adequações no mundo empresarial, pois quem não for capaz do seu
entendimento, ficará para trás e a falência será o único resultado alcançado.
Conclui-se que, todo conteúdo, além de informar, traz o objetivo de conscientizar
que o correto pode ser difícil, mas as consequências são ainda piores, e por isso o cuidado
e a consciência sobre as condutas desempenhadas, conforme apresentado, a elaboração
e mensuração do ativo é fundamental para que haja o controle do patrimônio.
27

REFERÊNCIAS

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