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A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DA TEMPERATURA DO

CONCRETO NA PREVENÇÃO DE FISSURAÇÕES E DA DEF, PARA


A GARANTIA DO DESEMPENHO DAS ESTRUTURAS

THE IMPORTANCE OF CONTROLLING THE TEMPERATURE OF


CONCRETE IN THE PREVENTION OF CRACKING AND DEF, TO
GUARANTEE THE PERFORMANCE OF STRUCTURES
Patricia Gambale, Concrecon, patriciaggambale@hotmail.com;
Edna Possan, edna.possan@unila.edu.br;
Nicole Hasparyk, nicole@furnas.com.br;

RESUMO
Muitas edificações urbanas devido à altura e robustez têm exigido elementos de concreto com elevadas
dimensões, assim com o uso de concretos com maior resistência mecânica. Entretanto, elementos que
demandam de elevados volumes de lançamento de concreto carecem de atenção quanto às
manifestações patológicas advindas do processo exotérmico de hidratação do cimento, sendo
recomendado que a temperatura não ultrapasse 65 ºC. O cuidado na execução de estruturas com
elevados volumes em concreto já bastante difundido na construção de barragens, e vem ganhando
espaço na construção civil urbana devido à potencialidade de ocorrência de DEF (delayed ettringite
formation), que é a consequência da inibição da reação ou decomposição térmica da etringita primária
por excesso de calor, gerando fissurações no concreto endurecido. Seu controle deve ser conduzido
por medidas mitigadoras, similar ao que ocorre com outras reações expansivas do concreto, como a
RAA (reação álcali-agregado). Neste contexto, este trabalho objetiva apresentar os riscos associados
à durabilidade destas estruturas devido às altas temperaturas que podem ser atingidas pelo concreto
pelo processo de hidratação do cimento. Também são apresentadas estratégias (ou medidas
mitigadoras) na fase inicial do projeto e execução para controlar a elevação de temperatura devido ao
calor de hidratação, evitando fissuras de origem térmica e a ocorrência de DEF. A adoção de medidas
mitigadoras é a forma mais econômica e segura para garantir a maior durabilidade do concreto e o
aumento da vida útil e segurança das estruturas.
Palavras-chave: Calor de Hidratação. Fissuras, Concreto. Reações expansivas. Durabilidade.

ABSTRACT
Many urban buildings, due to their height and robustness, have required concrete elements with high
dimensions, as well as the use of concrete with greater mechanical strength. However, elements that
demand high volumes of concrete pouring need attention regarding the pathological manifestations
arising from the exothermic process of cement hydration, and it is recommended that the temperature
does not exceed 65 ºC. The care in the execution of structures with high volumes of concrete is already
widespread in the construction of dams and has been gaining ground in urban civil construction due to
the potential for the occurrence of DEF (delayed ettringite formation), which is the consequence of the
inhibition of the reaction or thermal decomposition of the primary ettringite by excess heat generating
cracks in the hardened concrete. Its control must be carried out by mitigating measures, like what occurs
with other expansive concrete reactions, such as AAR (alkali-aggregate reaction). In this context, this
work aims to present the risks associated with the durability of these structures due to the high
temperatures that can be reached by concrete by the cement hydration process. Strategies (or mitigating
measures) are also presented in the initial phase of the design and execution to control the temperature
rise due to the heat of hydration, avoiding thermal cracks and occurrence of DEF. The adoption of
mitigating measures is the most economical and safest way to guarantee the greater durability of the
concrete and the increase in the useful life and safety of the structures.
Keywords: Hydration heat. Cracking. Concrete. Expansive reactions. Durability.

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1 INTRODUÇÃO
Um volume de concreto com dimensões grandes o suficiente para exigir que medidas
sejam tomadas para lidar com a geração de calor durante a hidratação do cimento e com
variações volumétricas a fim de minimizar fissuras pode ser definido como concreto massa.
O ACI 207.1-21 (2022) afirma que a única característica que distingue o concreto massa de
outros concretos é o seu comportamento térmico que pode causar perda da sua integridade
estrutural e ação monolítica.
Estruturas com essas características estão mais suscetíveis aos efeitos da hidratação
do cimento Portland, uma reação de natureza exotérmica que pode alcançar temperaturas
superiores a 75ºC caso não tomadas medidas de controle. Segundo Mehta e Monteiro (2014)
o fenômeno da hidratação do cimento Portland decorre de reações químicas entre a água e o
grão de cimento, que envolvem mecanismos de dissolução-precipitação ou reações
topoquímicas (hidratação no estado sólido).
Durante o início da hidratação do cimento, ainda na fase aquosa, a relação
sulfato/aluminato é elevada, fazendo com que a etringita se cristalize, formando a etringita
primária. Com o passar do tempo, as características da solução se alteram, aumentando a
solubilidade dos aluminatos. Após o sulfato da solução ser consumido, quando a
concentração de aluminatos se eleva novamente, a etringita torna-se instável e é
gradativamente convertida em monossulfoaluminato de cálcio. (NEVILLE, 2016).
Quando as temperaturas internas do concreto superarem determinados limites,
podendo variar de 60 a 65ºC, a etringita primária se decompõe e gera uma fonte interna de
íons sulfato podendo levar a formação da etringita tardia ou DEF (Delayed Ettringite
Formation) que é um dos tipos de Ataque Interno por Sulfatos (ISA) que depende da
composição química do cimento, tempo de manutenção do patamar de temperatura e
condições de umidade no ambiente da estrutura durante a sua vida útil (MELO, 2021), e está
propício a ocasionar diversos danos às estruturas de concreto, visto que a mesma se forma
após o endurecimento da pasta de cimento, acarretando no desenvolvimento de
manifestações patológicas devidas à sua expansão volumétrica.
De acordo com ACI 301 (2020), a temperatura máxima no concreto massa não deve
exceder 70ºC e a diferença máxima de temperatura entre o seu núcleo e a sua superfície não
deve superar 35ºC. Em concreto massa as temperaturas devem ser monitoradas desde o
instante do seu lançamento até o instante de equilíbrio entre a temperatura média ambiente
diária e as temperaturas internas do seu núcleo. Já Bauer et al. (2006) apresenta referências
variadas de outras faixas de temperatura limite, dependendo de cada país, conforme
apresentado na Tabela 1. Na Alemanha e África do Sul, por exemplo, 60ºC é o valor registrado
e que não deve ser ultrapassado.

Tabela 1 - Especificações Internacionais de Cura Acelerada.


Máxima Temperatura
País Agência/ Especificação
Temperatura aplica-se a:
Canadá CSA/A23.4-94 70 °C Concreto
Dinamarca DS482 (jan. 1999) 70 °C Concreto
Manual de Documentos Contratuais para
Inglaterra 70 °C Concreto
obras rodoviárias
Alemanha Comitê do Concreto Armado 60 °C Concreto
África do Sul SABS/0100-2:1992 60 °C Vapor
Espanha UNE/83-301-91 70 °C Não especifica
Fonte: Traduzido pela autora (Bauer et al., 2006).
Em função do perfil dos concretos atuais que demandam resistências características
cada vez mais altas e consequente consumos elevados de cimento, somadas as dimensões

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suficientemente grandes, restritas condições de dissipação de calor e com restrições à
movimentação, a geração de calor pode ser preocupante (CARVALHO, 2002).
Na Figura 1 são observadas fissuras ocorridas durante a construção de estrutura de
uma UHE devido à queda abrupta da temperatura (Temperatura máxima registrada no centro
de gravidade da peça menos a temperatura média ambiente) que ultrapassou o limite
admissível de 15ºC (GAMBALE; TRABOULSI, 2015).
Figura 1 3 Fissuras observadas na UHE Santo Antônio.

Fonte: Gambale e Traboulsi (2015).

A especificação de resistências com valores que variam de 50 MPa até 70 MPa pelos
projetistas tem aumentado no Brasil (FUNAHASHI JR. et al., 2022). Muitos blocos de fundação
vêm sendo concretados com cimentos sem adições e, quando elas são empregadas, não é
feita uma análise prévia para o controle da temperatura e definições do melhor teor da adição.
Ou ainda, quando o estudo térmico é feito, muitas vezes, na prática, o concreto é lançado em
condições que não condizem fielmente ao recomendado (FUNAHASHI et al., 2022b).
À medida que as resistências aumentam, ocorre aumento do consumo de cimento nas
dosagens dos concretos, em geral. Segundo Gambale et al. (2019), o aumento do consumo
de cimento em misturas de concreto testadas, aliado a uma baixa relação água/cimento,
tendem a reduzir a permeabilidade, porém, ajudam na elevação da temperatura interna do
concreto devido às reações exotérmicas, podendo causar fissurações de origem térmica,
como pode ser observado na Figura 2.

Figura 2 - Detalhe de fissuração mapeadas em fundação de edificações no Brasil causada pela


excessiva geração de calor a partir das reações de hidratação do cimento.

Fonte: Selmo C. Kuperman (FUNAHASHI JR. et al., 2022).


O dano ocasionado às estruturas ou elementos de concreto devido às reações
químicas do cimento Portland, pode levar a estrutura ao colapso, demandando ações de

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recuperação ou até a substituição do elemento fissurado. Por esse motivo a forma mais
econômica para que isso seja evitado é a adoção de medidas mitigadoras.
Com a preocupação em disseminar o conhecimento quanto aos riscos de elevadas
temperaturas no concreto e com relação aos cuidados recomendados para se garantir a maior
durabilidade e aumento da vida útil e segurança das estruturas, este trabalho foi desenvolvido.

2 CAUSAS DE ELEVADAS TEMPERATURAS


2.1 Calor de hidratação do cimento
O processo de fabricação do cimento consiste essencialmente na moagem da matéria-prima
(maiormente calcário e argila), na sua mistura íntima em determinadas proporções e na
queima (a temperaturas de até cerca de 1.450 °C) em fornos rotativos, onde o material é
sinterizado e parcialmente fundido, tomando a forma de esferas conhecidas como clínqueres.
O clínquer é resfriado e recebe a adição de um pequeno teor de sulfato de cálcio, sendo então
moído até se tornar um pó bastante fino, resultando na formação do cimento Portland.
Todos os cimentos comercializados apresentam um teor de adição em sua
composição e, atualmente, a NBR 16697 especifica um aumento do teor máximo de fíler
calcário em 5% para todos os tipos de cimento, exceto para o CPII-F, cujo teor máximo
permitido passou de 10% para 25%, e no teor máximo de escória granulada de alto-forno no
CP III, que passou de 70% para 75%, mantendo-se, contudo, o teor mínimo de clínquer em
25%, como previa a norma anterior. Essa alteração visou um alinhamento com padrões
normativos internacionais e atende aos direcionamentos da Agência Internacional de Energia
(IEA) e da Iniciativa pela Sustentabilidade do Cimento (CSI), que incentivam a adoção de
alternativas ou tecnologias mais avançadas para diminuir emissões específicas de CO2 por
tonelada de cimento.
Quando o cimento entra em contato com a água, reações químicas de hidratação
ocorrem e os grãos anidros do cimento hidratam-se formando compostos específicos. Essas
reações de hidratação são exotérmicas e, dependendo do composto formado, uma
quantidade específica de calor é gerada. Os picos de temperatura que um concreto pode
alcançar, em decorrência dessas reações exotérmicas, também podem variam em função de
vários fatores, em especial, a composição, o cimento e o consumo de cimento empregado
(GAMBALE, 2015; GAMBALE, et al., 2019). O calor de hidratação é um problema potencial
para concreto massa, já que a elevação da temperatura e sua manutenção por períodos
relativamente longos pode levar à fissuração.
Como o calor de hidratação do cimento é bastante influenciado pelo teor de C3A,
algumas especificações prescritivas para obras limitam o teor deste constituinte de 5% a 15%
variando de acordo com o tipo de cimento conforme a ASTM C150. Como alternativa, a
redução do calor de hidratação pode ser conseguida com o uso de cimentos com maiores
teores de adição (VIEIRA, 2020).
O calor de hidratação varia em função das características químicas e físicas do
cimento, recomendando-se a realização de ensaios específicos no material a ser utilizado no
concreto (ABCP, 2012). De acordo com Bentz (2010), os compostos presentes no cimento
que irão determinar a liberação de calor de hidratação e ainda, a velocidade de hidratação
inicial de cada composto é proporcional à área específica do cimento, conforme Figura 3. Os
dados apresentados referem-se aos resultados de calor de hidratação para 3 e 7 dias e a
temperatura máxima monitorada em calorímetro semiadiabático para três pastas de cimentos
distintos.

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Figura 3 3 Resultados de calor de hidratação para 3 e 7 dias e temperatura máxima atingida em
calorímetro semiadiabático para 3 tipos de cimentos.
450 J/g 407 J/g 424 J/g
359 J/g 378 J/g 44 °C

Temperatura Máxima
Calor de Hidratação

400 J/g
331 J/g 42 °C
350 J/g 294 J/g
300 J/g 40 °C
40,7 °C
250 J/g 38 °C
200 J/g 36 °C
150 J/g 36,5 °C
100 J/g 34 °C
50 J/g 32 °C
32,1 °C
0 J/g 30 °C
CP V ARI - Blaine 4980cm²/m CP II F 40 - Blaine 5090cm²/m CP IV - Blaine 5742cm²/m
C3S (%) 61,5 61,5 60,6
C2S (%) 14,0 14,0 11,1
C3A (%) 8,8 8,8 8,0
C4AF (%) 9,1 9,1 9,2

Calor de Hidratação - 3 dias


Calor de Hidratação - 7 dias
Temperatura máxima no calorímetro semiadiabático (°C)
Fonte: Gambale, 2017.

Já na Figura 4 são apresentados os resultados de elevação adiabática de temperatura


para concretos confeccionados com cimentos do tipo CP II F-40, CP IV e CP V-ARI, referentes
às primeiras 24 horas (a) e para o período de 28 dias (b).

Figura 4 3 Resultados de elevação adiabática de temperatura de concretos com o cimento CP II F-40,


CP IV e CP V ARI: a) por 24 horas; b) por 28 dias.

Fonte: Gambale, 2017.

No caso de concreto massa, para minimizar o problema da elevação de temperatura,


deve-se fazer o uso de cimentos com baixo calor de hidratação, como os que contém
pozolanas (cinzas volantes) ou escórias de alto forno em sua substituição. Essa prática é
bastante comum em barragens, nas quais são empregados grandes volumes de concreto em
estruturas massivas.
No Brasil, o cimento Portland de baixo calor de hidratação deve atender aos requisitos
químicos, físicos e mecânicos estabelecidos conforme seu tipo e classe originais. Na Tabela
2 apresentam-se as prescrições normativas sobre calor de hidratação para variadas normas.

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Tabela 2 - Prescrições normativas de calor de hidratação para cimento Portland de baixo calor de
hidratação.
Normas Tempo (h) Calor de hidratação (J/g)
NBR 16697/18 41 f 270
72 f 250
ASTM C150
672 f 290
72 f 250
BS 1370:1979
672 f 290
EN 197:2011 41 f 270
Fonte: Elaborado pela autora.

Uma medida comum para minimizar os efeitos do calor de hidratação do concreto é


evitar uma exagerada elevação da temperatura na estrutura através de intervenções na
composição do material. Assim, com esse objetivo, pode-se, por exemplo, reduzir o consumo
de cimento, por meio de substituições. A substituição de clínquer por adições minerais reduz
a cinética da reação de hidratação, podendo reduzir também a sua amplitude, se a pozolana
for de baixa reatividade (FURNAS, 1997), conforme observado na Figura 5.

Figura 5 - Resultados dos estudos realizados da elevação adiabática da temperatura em concretos


que utilizaram cimentos com diferentes porcentagens de escória de alto-forno.
Cimento Adição
Dosagem a/c
kg/m³ Tipo %

E-3778 323 Ref. -

E-3822 309 55
0,535
Escória

E-3882R 301 80

Fonte: Furnas, 1997.

A variação dos valores no calor de hidratação dos cimentos pode estar relacionada à
grande variabilidade na quantidade de adição mineral para cada tipo de cimento, sendo a
adição de escória de alto forno de 6% até 34% para os cimentos tipo CP II, e adição de 35%
até 70% de adição de material pozolânico para os cimentos tipo CP III, além das
características da solubilidade e reatividade das adições minerais e fases do clínquer e área
específica destes materiais (FUNAHASHI JR., 2018).
A ASTM C150 (2012) descreve cinco tipos de cimentos principais para uso em fábricas
de pré-moldados e a Figura 6 ilustra o aumento da temperatura adiabática de concreto com
os cimentos tipo I, considerado um cimento geral para todos os fins e usado quando as
propriedades especiais dos outros tipos de cimento não são necessárias, e o tipo II,
especificado em cenários em que o produto de concreto deve exibir maior resistência aos
sulfatos, e o efeito das cinzas volantes no aumento da temperatura adiabática de concreto.
Este é o aumento teórico da temperatura se o concreto não for resfriado.

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Figura 6 3 Efeito das cinzas volantes e diferentes tipos de cimento no aumento da temperatura
adiabática de concreto.

Fonte: Traduzido pela autora (GADJA; VANGEEM, 2002).

A temperatura do concreto varia com a espessura da camada e com o tempo. Quanto


mais espessa a camada, maior será a temperatura máxima atingida na reação de hidratação
do cimento, até um certo valor que deverá ser próximo da temperatura de lançamento mais a
adiabática. Para evitar regiões centrais muito afastadas da atmosfera, o que aprisionará o
calor na estrutura por mais tempo, define-se número de camadas e altura delas para que o
calor de cada camada possa ser dissipado em grande parte antes de vir mais concreto em
cima para atrapalhar essa perda de calor interno. Na Figura 7 é observado a influência do
consumo de cimento no fenômeno térmico e influência significativa da altura da camada de
concretagem.

Figura 7 3 Influência do consumo de cimento e altura da camada de concreto no fenômeno


térmico.

Fonte: Gambale e Traboulsi (2015).

Todos os empreendimentos devem contemplar um adequado controle tecnológico do


concreto, e que leve em conta potenciais riscos térmicos e manifestações patológicas.
Quando existem riscos de patologias de cunho térmico, além de cuidados para controlar o

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calor de hidratação do cimento, deve-se levar em conta também a geometria da estrutura, a
fim de evitar fissuras que possam ser potencializadas pelo efeito térmico (GAMBALE, 2017).
A variação de temperatura também muda com a região do concreto analisada, como
pode ser notado na Figura 8. Para o centro da estrutura têm-se as maiores temperaturas
atingidas, enquanto no topo acontece o inverso. Isso resulta num gradiente de temperatura
para o concreto que é o responsável pela fissuração, por isso o isolamento térmico da
superfície no processo de cura é importante.

Figura 8 3 Vista superior (a) e corte (b) da localização dos termopares utilizados para o
monitoramento da temperatura nos blocos e temperaturas máximas e mínimas.

90,0 °C
TEMPERATURA (°C) 80,0 °C
70,0 °C
60,0 °C
50,0 °C
40,0 °C
30,0 °C
20,0 °C
10,0 °C
0,0 °C
TR TR TR TR TR
00 01 02 03 04
T Máx 81,1 ° 78,4 ° 77,5 ° 69,6 ° 42,3 °
T Min 30,8 ° 31,1 ° 30,0 ° 27,5 ° 20,9 °

Fonte: Gambale, 2017.

2.2 Cura térmica


A cura do concreto pode ser entendida como o conjunto de medidas que tem por finalidade
evitar a evaporação prematura da água necessária para a hidratação do cimento, que é
responsável pela pega e endurecimento do concreto. A finalidade da cura é manter o concreto
saturado, ou o mais próximo possível dessa condição até que os espaços inicialmente
ocupados pela água sejam ocupados pelos produtos da hidratação do aglomerante
empregado. A cura adequada é fundamental para que o concreto alcance o seu melhor
desempenho, resultando em uma redução de porosidade e, por conseguinte ganho de
durabilidade das estruturas (BARDELLA et al., 2005).
De acordo com a NBR 9062 (2017), o processo de cura térmica deve ser bem
controlado, pois a grande perda de água em altas temperaturas podem influenciar
negativamente na resistência e causar danos nas peças. Portanto deve-se levar em conta as
fases de tempo de espera entre o fim da concretagem e o início da aplicação do calor,
velocidade máxima da elevação da temperatura, temperatura máxima, tempo de aplicação do
calor e esfriamento. Ao se utilizar a cura a vapor deve-se estabelecer a curva de temperatura
em função do tempo mais conveniente para o processo de produção. Devem ser respeitados
os seguintes parâmetros:
a) incremento máximo na elevação de temperatura: 20°C/h;
b) temperatura máxima no elemento submetido a tratamento de vapor sob pressão
atmosférica: 70°C;
c) decréscimo de temperatura no resfriamento de no máximo 30°C/h.

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O aumento da temperatura na cura do concreto conduz ao aumento da taxa de
hidratação do cimento Portland e, por conseguinte, ao aumento da resistência à compressão
nas primeiras idades (DESCHNER et al., 2013). Este método de cura funciona como um
acelerador das reações de hidratação do cimento. Uma temperatura mais alta durante e
depois do contato inicial do cimento com a água, a extensão do período de latência é reduzida
de modo que a estrutura total da pasta de cimento hidratada se define mais cedo (NEVILLE,
2016).
Além disso, com a elevação da temperatura aumenta-se a velocidade de dissolução
dos constituintes anidros do clínquer. Sendo assim, a cura térmica deve ser criteriosamente
avaliada, levando-se em consideração todas as variáveis intervenientes, para que os
resultados esperados sejam alcançados e os efeitos colaterais indesejados evitados, como a
queda de resistência em idades mais avançadas e perda de desempenho, tendo em vista a
ocorrência do desenvolvimento de uma microestrutura mais porosa ou ainda pela formação
tardia de etringita (BINGÖL; TOHUMCU, 2013; BRITO, 2013).
De acordo com Taylor, Famy e Scrivener (2001), ao final da cura térmica, uma grande
quantidade de Al2O3 e SO3 se encontra no C-S-H (silicato de cálcio hidratado), sendo que o
alumínio se apresenta fortemente ligado neste produto, substituindo a sílica e fixando-se nos
espaços entre as suas camadas. O alumínio poderá também estar combinado nas fases
aluminatos hidratados como a hidrogranada (C3AH6). Por sua vez, os sulfatos podem estar
presentes na solução dos poros, no monossulfato ou adsorvido no C-S-H.
Quando o material é armazenado sob condições de temperatura ambiente e alta
umidade, a maior parte do alumínio que se fixou ao C-S-H permanece nesta fase, o que está
presente na hidrogranada se encontra fortemente ligado. A disponibilização do alumínio para
a reação poderá ocorrer a partir da hidratação contínua do clínquer, mas a sua concentração
na solução dos poros é extremamente baixa. Logo, a maior fonte do Al2O3 passa a ser o
monossulfato, o que torna mais provável formação da etringita. Desta maneira, os principais
reagentes para a formação da etringita tardia são C-S-H, solução dos poros e monossulfato
(MELO, 2010).
Na Figura 9 é possível verificar a diferença entre calor de hidratação acumulado para
cimento composto com 6% e 70% de escória de alto forno para diferentes temperaturas de
cura térmica.

Figura 9 - Valores comparativos de calor de hidratação acumulado para cimento composto com 6%
(a) e 70% (b) de escória de alto forno.

CP II E6 (CI) CP II E70 (CI)


CP II E6 (23°C) CP II E6 (44°C) CP II E6 (65°C) CP II E70 (23°C) CP II E70 (44°C) CP II E70 (65°C)

284 301
271
362 334 333
371 362 351 385 224 230 243
298 319 206
174
133

41h 72h 168h 41h 72h 168h


Fonte: FUNAHASHI JR., 2018.

3 RISCOS POTENCIAIS AO CONCRETO


3.1 Riscos de fissuração
Segundo Fairbairn et al. (2003) e Carvalho (2002), grandes estruturas de concreto, tais como
barragens, blocos de fundação e lajes de pontes, podem estar sujeitas a fissurações,
principalmente nas primeiras idades de maturação do cimento Portland devido às tensões

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térmicas e a indução da retração autógena. Por isso é importante assegurar que a evolução
de calor seja controlada, permitindo assim que a mistura desenvolva uma microestrutura
densa, homogênea e livre de fissuras.
As variações de temperatura ambiente e no concreto endurecido originam mudanças
de forma e volume, provocando movimentação de contração e dilatação. Se tais mudanças
são impedidas pela vinculação da estrutura da obra, tensões que podem produzir a fissuração
do concreto são geradas (CASTRO; MARTINS, 2006).
A diferença entre as temperaturas internas e externas do concreto massa, ou seja, o
gradiente de temperatura, faz com que o concreto se deforme ocasionando as fissuras.
Quanto maior o gradiente de temperatura, maior a possibilidade do surgimento de fissuras, e
maior também as aberturas dessas fissuras devido ao aumento das tensões
(COELHO, 2012). De acordo com o ACI 301 (2020), a temperatura máxima atingida no
concreto massa não deve ultrapassar 70°C e a diferença de temperatura máxima entre o
centro e a superfície de colocação não deve ultrapassar 19°C, podendo variar de acordo com
a litologia do agregado. Essas temperaturas devem ser medidas de acordo com plano de
controle térmico para se evitar problemas como fissuras no concreto.
A fluência no concreto massa pode ser decisiva na atuação sobre o problema térmico,
pois é capaz de contribuir para redução da probabilidade de fissuras, quando for possível
reduzi-la nas primeiras idades e aumentá-la em idades mais avançadas, incrementando a
capacidade deformacional da estrutura. Pode ainda potencializar o aparecimento de fissuras
de origem térmica quando à magnitude da fluência for aumentada nas primeiras idades e
reduzida com o passar do tempo, amenizando o acúmulo de tensão de compressão na fase
de aquecimento da estrutura e posteriormente contribuindo para o aumento das tensões de
tração na fase de resfriamento (SANTOS, 2011).
O concreto, quando submetido a elevadas temperaturas, tende a expandir
proporcionalmente ao seu coeficiente de dilatação térmica. Nas idades iniciais o concreto se
apresenta no estado plástico, portanto, não apresenta restrições consideráveis, porém à
medida que as reações de endurecimento vão ocorrendo e o concreto passa para o estado
viscoelástico, as restrições à expansão do concreto aumentam, submetendo-o a tensões de
compressão, as quais são de pequena magnitude devido aos efeitos de fluência nas idades
iniciais (GAMBALE, 2017).
Gambale (2017), realizou uma análise de tensão de protótipos de blocos de fundação
de volume de 3,6 m³, por meio de um método simplificado, em que se analisou a tensão
instalada em comparação à tração na flexão e à tração direta em que foi possível prever a
probabilidade de fissuração do bloco que atingiu temperatura máxima de 100,76°C com
cimento CP V ARI e consumo 500kg/m³ visto que a tensão de tração instalada ultrapassou
ambas as resistências à tração.

3.2 Riscos de reações expansivas


Além do disposto em 3.1 relacionado às elevadas temperaturas, ainda, acima de 60-65ºC
ocorre alteração química interna no concreto, modificando o processo de hidratação normal
do cimento (MELO, 2010; HASPARYK, KUPERMAN, 2021). O produto de hidratação
denominado etringita primária (trissulfoaluminato de cálcio hidratado), responsável em
especial pela pega do cimento, se torna instável ou não se forma nas idades iniciais da forma
como era esperado. Assim, os íons sulfatos ficarão disponíveis tanto na solução dos poros do
concreto, adsorvidos no C-S-H quanto na forma de outros compostos, como por exemplo o
monossulfoaluminato de cálcio hidratado. Após o resfriamento do concreto, o meio volta a
trazer estabilidade a esse composto etringita, ao longo do tempo, e isso se dá com aqueles
íons sulfatos disponíveis, que reagem quimicamente para formá-la. O problema é que isso
ocorre quando o concreto já se encontra endurecido, e nessa etapa os produtos que são

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formados ocupam os espaços a ponto de preenchê-los e gerar pressões internas. Essas
novas formações (muitas vezes chamadas de neoformações de etringita) são capazes de
fissurar o concreto, o deteriorando, segundo Hasparyk e Kuperman (2021), sendo o fenômeno
conhecido por DEF (Delayed Ettringite Formation) ou formação de etringita tardia, que é um
dos tipos de Ataque Interno por Sulfatos (ISA).
Gambale et al. (2019) extraiu amostras a partir de um bloco de concreto com cimento
CP V ARI e consumo de 500kg/m³ que atingiu temperatura máxima de 100,76°C, com
aproximadamente 2 anos e foram observados, produtos característicos da etringita, tanto pela
morfologia como pelo seu quimismo (por microanálise 3 EDS). Essas formações se
encontravam de forma importante tanto dispersas na pasta como depositadas nos poros, além
de estarem presentes também em algumas zonas de transição entre a pasta e o agregado na
forma massiva, sugerindo a DEF, conforme observado na Figura 10.

Figura 10 3 Concreto com CP V (500 kg/m³) 3 a) Grande concentração de cristais de etringita


preenchendo o poro; b) Formações de etringita massiva na interface pasta/agregado.

a) b)
Fonte: Gambale et al., 2019.

A DEF é influenciada por vários fatores, incluindo as características dos cimentos, a


dosagem, a temperatura de lançamento, o patamar de temperatura atingido pelo concreto,
mas também pelo tempo de manutenção nesse patamar, além da condição de exposição ao
meio (umidade, temperatura, intempéries, etc.) durante a vida útil da estrutura (MELO, 2010;
BRONHOLO, 2020).
Ainda não existe normalização nacional que trata desse assunto e o único método
existente no Brasil para avaliar o potencial de desenvolvimento da DEF foi publicado por
FURNAS em 2020, compondo uma instrução técnica com método de ensaio em prismas de
concreto (IT.GSTE004), em que se sugere um limite de 0,04% para concretos com DEF, já
que resultados médios de expansão acima de 0,04% indicaram reduções expressivas nas
propriedades mecânicas dos concretos testados até 1 ano de idade.
O uso de adições minerais pozolânicas em substituição parcial ao cimento pode ter
efeitos positivos na minimização do ataque interno por sulfatos, do tipo DEF. Silva et al. (2021)
monitoraram concretos com diferentes adições por um período de 8 anos e concluíram que
algumas adições minerais, como o fíler calcário e cinza de biomassa, não são eficientes na
inibição de expansão frente ao processo de DEF enquanto a sílica ativa, metacaulim e a cinza
volante podem ser eficientes, nos percentuais de 10%, 15% e 30%, respectivamente.
No estudo de Funahashi et al. (2022) é possível verificar que na presença do
metacaulim em maiores percentuais, os valores de expansão medidos foram menores,
conforme observado na Figura 11. Para as amostras com 12 e 14% de metacaulim, não foram
identificadas expansões e sim retrações, porém, ao longo do tempo, é notado um crescimento

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lento e gradativo das expansões para todas as condições estudadas, principalmente, para as
argamassas contendo 4 e 8% desta pozolana.

Figura 11 - Dados de expansão por DEF ao longo do tempo 3 amostras contendo metacaulim (MTC).

Fonte: Funahashi Jr. et al., 2022.

Os estudos de DEF, quando envolvem avaliação de adições pozolânicas, mostram a


necessidade de análises em idades mais avançadas, como é o caso do método desenvolvido
para concreto (HASPARYK et al., 2020) e nos ensaios em argamassas o mesmo
comportamento tem sido notado (OLIVEIRA et al., 2021).
A DEF pode provocar reflexos negativos expressivos às propriedades dos concretos,
tanto ao módulo de elasticidade quanto às resistências à compressão e tração (SCHOVANZ
et al., 2021). Os estudos mostraram graves consequências da DEF nas propriedades do
concreto com um cimento de alta resistência, com reduções da ordem de 55% tanto para a
resistência à compressão quanto à tração, e de 72% para o módulo de elasticidade

4 CONSIDERAÇÕES E CUIDADOS RECOMENDADOS


Com os avanços tecnológicos para as análises estruturais e melhoria contínua das
modelagens matemáticas por meio de softwares, estão sendo observados projetos estruturais
de edifícios cada vez mais arrojados. Com o aumento das alturas das edificações e exigências
de desempenho de durabilidade, resistências características à compressão (fck) bastante
elevadas (superiores à 50 MPa) têm sido especificadas. Inevitavelmente, isto resulta no
aumento do consumo de cimento das dosagens e, no caso do concreto massa, aumentam os
riscos de fissuração de origem térmica e da DEF já que o aumento da temperatura é iminente.
Quando existem riscos que o concreto atinja elevadas temperaturas é de extrema
importância a realização de estudos térmicos prévios e que cuidados sejam tomados a fim de
mitigar possíveis expansões internas e evitar deterioração precoce do concreto e prejuízos às
suas propriedades, afetando a durabilidade e vida útil das estruturas.
O controle da elevação da temperatura interna do concreto deve ser feito com um
estudo prévio de dosagem do concreto e escolha dos materiais, além de um planejamento de
concretagem preliminar e acompanhamento e monitoramento durante a execução da obra.
Esses processos devem mobilizar todos os presentes durante o processo produtivo, ou seja,
o projetista, a fornecedora de concreto, o tecnologista/laboratório responsável pelo controle
tecnológico do concreto e a construtora.
Alguns procedimentos podem ser adotados para evitar o atingimento de altas
temperaturas, a saber:
" seleção dos materiais contituintes do concreto com base em modelagens
matemáticas, dosagens experimentais e testes em campo;
" uso de cimentos pozolânicos ou a substituição parcial do cimento por material

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pozolânico;
" seleção de cimentos com baixos teores de C3A;
" evitar uso de cimentos com elevada área superficial (finura Blaine ou BET);
" redução do consumo de cimento através do uso de aditivos químicos
superplasticantes que ajudam na redução da demanda de água e aumentam a fluidez
do concreto, contribuindo dessa forma para redução das máximas temperaturas no
interior do concreto;
" utilização de aditivos estabilizadores de hidratação quando o pico da hidratação é
controlado para ocorrer em períodos do dia de menor temperatura ambiente.
" lançamento do concreto a uma temperatura mais baixa por meio de pré-refrigeração
dos materiais e uso de gelo como forma de substituição parcial ou total da água do
traço;
" execução da concretagem em camadas de menores espessuras e com intervalo de
no mínimo 48 horas, sendo que o aumento do intervalo possibilita o decréscimo da
temperatura máxima atingida;
" pós refrigeração por meio de serpentinas, que devem ser previstos antes da
execução.
Isolados ou combinados as estratégias mitigatoras supracitadas visam garantir que a
temperatura do concreto não ultrapasse 65 ºC, evitando manifestações patológicas advindas
do processo exotérmico de hidratação do cimento, especialmente DEF (delayed ettringite
formation). A DEF após ocorrência é de díficil controle e correção sendo primordial a adoção
de medidas mitigadoras para a garantia da durabilidade de estruturas de concreto sugeitas a
sua ocorrência (grandes volumes de concreto, altos consumos de cimento, cimento com
elevada finura, entre outros).
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