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RESUMO
Muitas edificações urbanas devido à altura e robustez têm exigido elementos de concreto com elevadas
dimensões, assim com o uso de concretos com maior resistência mecânica. Entretanto, elementos que
demandam de elevados volumes de lançamento de concreto carecem de atenção quanto às
manifestações patológicas advindas do processo exotérmico de hidratação do cimento, sendo
recomendado que a temperatura não ultrapasse 65 ºC. O cuidado na execução de estruturas com
elevados volumes em concreto já bastante difundido na construção de barragens, e vem ganhando
espaço na construção civil urbana devido à potencialidade de ocorrência de DEF (delayed ettringite
formation), que é a consequência da inibição da reação ou decomposição térmica da etringita primária
por excesso de calor, gerando fissurações no concreto endurecido. Seu controle deve ser conduzido
por medidas mitigadoras, similar ao que ocorre com outras reações expansivas do concreto, como a
RAA (reação álcali-agregado). Neste contexto, este trabalho objetiva apresentar os riscos associados
à durabilidade destas estruturas devido às altas temperaturas que podem ser atingidas pelo concreto
pelo processo de hidratação do cimento. Também são apresentadas estratégias (ou medidas
mitigadoras) na fase inicial do projeto e execução para controlar a elevação de temperatura devido ao
calor de hidratação, evitando fissuras de origem térmica e a ocorrência de DEF. A adoção de medidas
mitigadoras é a forma mais econômica e segura para garantir a maior durabilidade do concreto e o
aumento da vida útil e segurança das estruturas.
Palavras-chave: Calor de Hidratação. Fissuras, Concreto. Reações expansivas. Durabilidade.
ABSTRACT
Many urban buildings, due to their height and robustness, have required concrete elements with high
dimensions, as well as the use of concrete with greater mechanical strength. However, elements that
demand high volumes of concrete pouring need attention regarding the pathological manifestations
arising from the exothermic process of cement hydration, and it is recommended that the temperature
does not exceed 65 ºC. The care in the execution of structures with high volumes of concrete is already
widespread in the construction of dams and has been gaining ground in urban civil construction due to
the potential for the occurrence of DEF (delayed ettringite formation), which is the consequence of the
inhibition of the reaction or thermal decomposition of the primary ettringite by excess heat generating
cracks in the hardened concrete. Its control must be carried out by mitigating measures, like what occurs
with other expansive concrete reactions, such as AAR (alkali-aggregate reaction). In this context, this
work aims to present the risks associated with the durability of these structures due to the high
temperatures that can be reached by concrete by the cement hydration process. Strategies (or mitigating
measures) are also presented in the initial phase of the design and execution to control the temperature
rise due to the heat of hydration, avoiding thermal cracks and occurrence of DEF. The adoption of
mitigating measures is the most economical and safest way to guarantee the greater durability of the
concrete and the increase in the useful life and safety of the structures.
Keywords: Hydration heat. Cracking. Concrete. Expansive reactions. Durability.
Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 32ª edição 3 Abril de 2023 - página 1 de 15
1 INTRODUÇÃO
Um volume de concreto com dimensões grandes o suficiente para exigir que medidas
sejam tomadas para lidar com a geração de calor durante a hidratação do cimento e com
variações volumétricas a fim de minimizar fissuras pode ser definido como concreto massa.
O ACI 207.1-21 (2022) afirma que a única característica que distingue o concreto massa de
outros concretos é o seu comportamento térmico que pode causar perda da sua integridade
estrutural e ação monolítica.
Estruturas com essas características estão mais suscetíveis aos efeitos da hidratação
do cimento Portland, uma reação de natureza exotérmica que pode alcançar temperaturas
superiores a 75ºC caso não tomadas medidas de controle. Segundo Mehta e Monteiro (2014)
o fenômeno da hidratação do cimento Portland decorre de reações químicas entre a água e o
grão de cimento, que envolvem mecanismos de dissolução-precipitação ou reações
topoquímicas (hidratação no estado sólido).
Durante o início da hidratação do cimento, ainda na fase aquosa, a relação
sulfato/aluminato é elevada, fazendo com que a etringita se cristalize, formando a etringita
primária. Com o passar do tempo, as características da solução se alteram, aumentando a
solubilidade dos aluminatos. Após o sulfato da solução ser consumido, quando a
concentração de aluminatos se eleva novamente, a etringita torna-se instável e é
gradativamente convertida em monossulfoaluminato de cálcio. (NEVILLE, 2016).
Quando as temperaturas internas do concreto superarem determinados limites,
podendo variar de 60 a 65ºC, a etringita primária se decompõe e gera uma fonte interna de
íons sulfato podendo levar a formação da etringita tardia ou DEF (Delayed Ettringite
Formation) que é um dos tipos de Ataque Interno por Sulfatos (ISA) que depende da
composição química do cimento, tempo de manutenção do patamar de temperatura e
condições de umidade no ambiente da estrutura durante a sua vida útil (MELO, 2021), e está
propício a ocasionar diversos danos às estruturas de concreto, visto que a mesma se forma
após o endurecimento da pasta de cimento, acarretando no desenvolvimento de
manifestações patológicas devidas à sua expansão volumétrica.
De acordo com ACI 301 (2020), a temperatura máxima no concreto massa não deve
exceder 70ºC e a diferença máxima de temperatura entre o seu núcleo e a sua superfície não
deve superar 35ºC. Em concreto massa as temperaturas devem ser monitoradas desde o
instante do seu lançamento até o instante de equilíbrio entre a temperatura média ambiente
diária e as temperaturas internas do seu núcleo. Já Bauer et al. (2006) apresenta referências
variadas de outras faixas de temperatura limite, dependendo de cada país, conforme
apresentado na Tabela 1. Na Alemanha e África do Sul, por exemplo, 60ºC é o valor registrado
e que não deve ser ultrapassado.
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suficientemente grandes, restritas condições de dissipação de calor e com restrições à
movimentação, a geração de calor pode ser preocupante (CARVALHO, 2002).
Na Figura 1 são observadas fissuras ocorridas durante a construção de estrutura de
uma UHE devido à queda abrupta da temperatura (Temperatura máxima registrada no centro
de gravidade da peça menos a temperatura média ambiente) que ultrapassou o limite
admissível de 15ºC (GAMBALE; TRABOULSI, 2015).
Figura 1 3 Fissuras observadas na UHE Santo Antônio.
A especificação de resistências com valores que variam de 50 MPa até 70 MPa pelos
projetistas tem aumentado no Brasil (FUNAHASHI JR. et al., 2022). Muitos blocos de fundação
vêm sendo concretados com cimentos sem adições e, quando elas são empregadas, não é
feita uma análise prévia para o controle da temperatura e definições do melhor teor da adição.
Ou ainda, quando o estudo térmico é feito, muitas vezes, na prática, o concreto é lançado em
condições que não condizem fielmente ao recomendado (FUNAHASHI et al., 2022b).
À medida que as resistências aumentam, ocorre aumento do consumo de cimento nas
dosagens dos concretos, em geral. Segundo Gambale et al. (2019), o aumento do consumo
de cimento em misturas de concreto testadas, aliado a uma baixa relação água/cimento,
tendem a reduzir a permeabilidade, porém, ajudam na elevação da temperatura interna do
concreto devido às reações exotérmicas, podendo causar fissurações de origem térmica,
como pode ser observado na Figura 2.
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recuperação ou até a substituição do elemento fissurado. Por esse motivo a forma mais
econômica para que isso seja evitado é a adoção de medidas mitigadoras.
Com a preocupação em disseminar o conhecimento quanto aos riscos de elevadas
temperaturas no concreto e com relação aos cuidados recomendados para se garantir a maior
durabilidade e aumento da vida útil e segurança das estruturas, este trabalho foi desenvolvido.
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Figura 3 3 Resultados de calor de hidratação para 3 e 7 dias e temperatura máxima atingida em
calorímetro semiadiabático para 3 tipos de cimentos.
450 J/g 407 J/g 424 J/g
359 J/g 378 J/g 44 °C
Temperatura Máxima
Calor de Hidratação
400 J/g
331 J/g 42 °C
350 J/g 294 J/g
300 J/g 40 °C
40,7 °C
250 J/g 38 °C
200 J/g 36 °C
150 J/g 36,5 °C
100 J/g 34 °C
50 J/g 32 °C
32,1 °C
0 J/g 30 °C
CP V ARI - Blaine 4980cm²/m CP II F 40 - Blaine 5090cm²/m CP IV - Blaine 5742cm²/m
C3S (%) 61,5 61,5 60,6
C2S (%) 14,0 14,0 11,1
C3A (%) 8,8 8,8 8,0
C4AF (%) 9,1 9,1 9,2
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Tabela 2 - Prescrições normativas de calor de hidratação para cimento Portland de baixo calor de
hidratação.
Normas Tempo (h) Calor de hidratação (J/g)
NBR 16697/18 41 f 270
72 f 250
ASTM C150
672 f 290
72 f 250
BS 1370:1979
672 f 290
EN 197:2011 41 f 270
Fonte: Elaborado pela autora.
E-3822 309 55
0,535
Escória
E-3882R 301 80
A variação dos valores no calor de hidratação dos cimentos pode estar relacionada à
grande variabilidade na quantidade de adição mineral para cada tipo de cimento, sendo a
adição de escória de alto forno de 6% até 34% para os cimentos tipo CP II, e adição de 35%
até 70% de adição de material pozolânico para os cimentos tipo CP III, além das
características da solubilidade e reatividade das adições minerais e fases do clínquer e área
específica destes materiais (FUNAHASHI JR., 2018).
A ASTM C150 (2012) descreve cinco tipos de cimentos principais para uso em fábricas
de pré-moldados e a Figura 6 ilustra o aumento da temperatura adiabática de concreto com
os cimentos tipo I, considerado um cimento geral para todos os fins e usado quando as
propriedades especiais dos outros tipos de cimento não são necessárias, e o tipo II,
especificado em cenários em que o produto de concreto deve exibir maior resistência aos
sulfatos, e o efeito das cinzas volantes no aumento da temperatura adiabática de concreto.
Este é o aumento teórico da temperatura se o concreto não for resfriado.
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Figura 6 3 Efeito das cinzas volantes e diferentes tipos de cimento no aumento da temperatura
adiabática de concreto.
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calor de hidratação do cimento, deve-se levar em conta também a geometria da estrutura, a
fim de evitar fissuras que possam ser potencializadas pelo efeito térmico (GAMBALE, 2017).
A variação de temperatura também muda com a região do concreto analisada, como
pode ser notado na Figura 8. Para o centro da estrutura têm-se as maiores temperaturas
atingidas, enquanto no topo acontece o inverso. Isso resulta num gradiente de temperatura
para o concreto que é o responsável pela fissuração, por isso o isolamento térmico da
superfície no processo de cura é importante.
Figura 8 3 Vista superior (a) e corte (b) da localização dos termopares utilizados para o
monitoramento da temperatura nos blocos e temperaturas máximas e mínimas.
90,0 °C
TEMPERATURA (°C) 80,0 °C
70,0 °C
60,0 °C
50,0 °C
40,0 °C
30,0 °C
20,0 °C
10,0 °C
0,0 °C
TR TR TR TR TR
00 01 02 03 04
T Máx 81,1 ° 78,4 ° 77,5 ° 69,6 ° 42,3 °
T Min 30,8 ° 31,1 ° 30,0 ° 27,5 ° 20,9 °
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O aumento da temperatura na cura do concreto conduz ao aumento da taxa de
hidratação do cimento Portland e, por conseguinte, ao aumento da resistência à compressão
nas primeiras idades (DESCHNER et al., 2013). Este método de cura funciona como um
acelerador das reações de hidratação do cimento. Uma temperatura mais alta durante e
depois do contato inicial do cimento com a água, a extensão do período de latência é reduzida
de modo que a estrutura total da pasta de cimento hidratada se define mais cedo (NEVILLE,
2016).
Além disso, com a elevação da temperatura aumenta-se a velocidade de dissolução
dos constituintes anidros do clínquer. Sendo assim, a cura térmica deve ser criteriosamente
avaliada, levando-se em consideração todas as variáveis intervenientes, para que os
resultados esperados sejam alcançados e os efeitos colaterais indesejados evitados, como a
queda de resistência em idades mais avançadas e perda de desempenho, tendo em vista a
ocorrência do desenvolvimento de uma microestrutura mais porosa ou ainda pela formação
tardia de etringita (BINGÖL; TOHUMCU, 2013; BRITO, 2013).
De acordo com Taylor, Famy e Scrivener (2001), ao final da cura térmica, uma grande
quantidade de Al2O3 e SO3 se encontra no C-S-H (silicato de cálcio hidratado), sendo que o
alumínio se apresenta fortemente ligado neste produto, substituindo a sílica e fixando-se nos
espaços entre as suas camadas. O alumínio poderá também estar combinado nas fases
aluminatos hidratados como a hidrogranada (C3AH6). Por sua vez, os sulfatos podem estar
presentes na solução dos poros, no monossulfato ou adsorvido no C-S-H.
Quando o material é armazenado sob condições de temperatura ambiente e alta
umidade, a maior parte do alumínio que se fixou ao C-S-H permanece nesta fase, o que está
presente na hidrogranada se encontra fortemente ligado. A disponibilização do alumínio para
a reação poderá ocorrer a partir da hidratação contínua do clínquer, mas a sua concentração
na solução dos poros é extremamente baixa. Logo, a maior fonte do Al2O3 passa a ser o
monossulfato, o que torna mais provável formação da etringita. Desta maneira, os principais
reagentes para a formação da etringita tardia são C-S-H, solução dos poros e monossulfato
(MELO, 2010).
Na Figura 9 é possível verificar a diferença entre calor de hidratação acumulado para
cimento composto com 6% e 70% de escória de alto forno para diferentes temperaturas de
cura térmica.
Figura 9 - Valores comparativos de calor de hidratação acumulado para cimento composto com 6%
(a) e 70% (b) de escória de alto forno.
284 301
271
362 334 333
371 362 351 385 224 230 243
298 319 206
174
133
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térmicas e a indução da retração autógena. Por isso é importante assegurar que a evolução
de calor seja controlada, permitindo assim que a mistura desenvolva uma microestrutura
densa, homogênea e livre de fissuras.
As variações de temperatura ambiente e no concreto endurecido originam mudanças
de forma e volume, provocando movimentação de contração e dilatação. Se tais mudanças
são impedidas pela vinculação da estrutura da obra, tensões que podem produzir a fissuração
do concreto são geradas (CASTRO; MARTINS, 2006).
A diferença entre as temperaturas internas e externas do concreto massa, ou seja, o
gradiente de temperatura, faz com que o concreto se deforme ocasionando as fissuras.
Quanto maior o gradiente de temperatura, maior a possibilidade do surgimento de fissuras, e
maior também as aberturas dessas fissuras devido ao aumento das tensões
(COELHO, 2012). De acordo com o ACI 301 (2020), a temperatura máxima atingida no
concreto massa não deve ultrapassar 70°C e a diferença de temperatura máxima entre o
centro e a superfície de colocação não deve ultrapassar 19°C, podendo variar de acordo com
a litologia do agregado. Essas temperaturas devem ser medidas de acordo com plano de
controle térmico para se evitar problemas como fissuras no concreto.
A fluência no concreto massa pode ser decisiva na atuação sobre o problema térmico,
pois é capaz de contribuir para redução da probabilidade de fissuras, quando for possível
reduzi-la nas primeiras idades e aumentá-la em idades mais avançadas, incrementando a
capacidade deformacional da estrutura. Pode ainda potencializar o aparecimento de fissuras
de origem térmica quando à magnitude da fluência for aumentada nas primeiras idades e
reduzida com o passar do tempo, amenizando o acúmulo de tensão de compressão na fase
de aquecimento da estrutura e posteriormente contribuindo para o aumento das tensões de
tração na fase de resfriamento (SANTOS, 2011).
O concreto, quando submetido a elevadas temperaturas, tende a expandir
proporcionalmente ao seu coeficiente de dilatação térmica. Nas idades iniciais o concreto se
apresenta no estado plástico, portanto, não apresenta restrições consideráveis, porém à
medida que as reações de endurecimento vão ocorrendo e o concreto passa para o estado
viscoelástico, as restrições à expansão do concreto aumentam, submetendo-o a tensões de
compressão, as quais são de pequena magnitude devido aos efeitos de fluência nas idades
iniciais (GAMBALE, 2017).
Gambale (2017), realizou uma análise de tensão de protótipos de blocos de fundação
de volume de 3,6 m³, por meio de um método simplificado, em que se analisou a tensão
instalada em comparação à tração na flexão e à tração direta em que foi possível prever a
probabilidade de fissuração do bloco que atingiu temperatura máxima de 100,76°C com
cimento CP V ARI e consumo 500kg/m³ visto que a tensão de tração instalada ultrapassou
ambas as resistências à tração.
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formados ocupam os espaços a ponto de preenchê-los e gerar pressões internas. Essas
novas formações (muitas vezes chamadas de neoformações de etringita) são capazes de
fissurar o concreto, o deteriorando, segundo Hasparyk e Kuperman (2021), sendo o fenômeno
conhecido por DEF (Delayed Ettringite Formation) ou formação de etringita tardia, que é um
dos tipos de Ataque Interno por Sulfatos (ISA).
Gambale et al. (2019) extraiu amostras a partir de um bloco de concreto com cimento
CP V ARI e consumo de 500kg/m³ que atingiu temperatura máxima de 100,76°C, com
aproximadamente 2 anos e foram observados, produtos característicos da etringita, tanto pela
morfologia como pelo seu quimismo (por microanálise 3 EDS). Essas formações se
encontravam de forma importante tanto dispersas na pasta como depositadas nos poros, além
de estarem presentes também em algumas zonas de transição entre a pasta e o agregado na
forma massiva, sugerindo a DEF, conforme observado na Figura 10.
a) b)
Fonte: Gambale et al., 2019.
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lento e gradativo das expansões para todas as condições estudadas, principalmente, para as
argamassas contendo 4 e 8% desta pozolana.
Figura 11 - Dados de expansão por DEF ao longo do tempo 3 amostras contendo metacaulim (MTC).
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pozolânico;
" seleção de cimentos com baixos teores de C3A;
" evitar uso de cimentos com elevada área superficial (finura Blaine ou BET);
" redução do consumo de cimento através do uso de aditivos químicos
superplasticantes que ajudam na redução da demanda de água e aumentam a fluidez
do concreto, contribuindo dessa forma para redução das máximas temperaturas no
interior do concreto;
" utilização de aditivos estabilizadores de hidratação quando o pico da hidratação é
controlado para ocorrer em períodos do dia de menor temperatura ambiente.
" lançamento do concreto a uma temperatura mais baixa por meio de pré-refrigeração
dos materiais e uso de gelo como forma de substituição parcial ou total da água do
traço;
" execução da concretagem em camadas de menores espessuras e com intervalo de
no mínimo 48 horas, sendo que o aumento do intervalo possibilita o decréscimo da
temperatura máxima atingida;
" pós refrigeração por meio de serpentinas, que devem ser previstos antes da
execução.
Isolados ou combinados as estratégias mitigatoras supracitadas visam garantir que a
temperatura do concreto não ultrapasse 65 ºC, evitando manifestações patológicas advindas
do processo exotérmico de hidratação do cimento, especialmente DEF (delayed ettringite
formation). A DEF após ocorrência é de díficil controle e correção sendo primordial a adoção
de medidas mitigadoras para a garantia da durabilidade de estruturas de concreto sugeitas a
sua ocorrência (grandes volumes de concreto, altos consumos de cimento, cimento com
elevada finura, entre outros).
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Revista Técnico-Científica do CREA-PR - ISSN 2358-5420 - 32ª edição 3 Abril de 2023 - página 15 de 15