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Dezembro/1988 40.425.cruzados
Moedas estrangeiras como o dólar americano e o rand (da África do Sul) já são
usadas na maioria das transações do país desde 2009 - já que a moeda local
entrou em colapso e foi descartada na prática, por conta da alta galopante de
preços.
Dólares zimbabuanos não são usados efetivamente, exceto quando alguma nota
é vendida como souvenir.
• Carrinho de mão
Com a hiperinflação, os preços mudam várias vezes por dia, há escassez de
alimentos e cenas inusitadas, como moradores levando o dinheiro ao banco com
carrinhos de mão, são corriqueiras.
Um zimbabuano disse à agência Associated Press que costuma usar as notas
locais como adubo.
País chegou a ter inflação anual de 231.000.000% ao ano
Outras moedas começaram a ser usadas com frequência no país em 2009. No
ano anterior, a inflação anual havia chegado a 231.000.000% ao ano, salários e
aposentadorias não valiam nada, a maior parte das escolas e hospitais fechou e
ao menos oito em dez pessoas estavam desempregadas.
A nota mais alta era a de 100 trilhões de dólares zimbabuanos.
A economia do país tem sofrido desde um programa do governo, em 2002, que
perseguia e expulsava fazendeiros brancos do país – o que fez as exportações do
país despencarem.
Um governo de coalizão, que acabou em 2013 com a reeleição do presidente
Robert Mugabe, ajudou a estabilizar a economia, mas ainda há grandes desafios.
Brasileiro relata como é a vida no país da
hiperinflação (G1, 01/03/2009)
Zimbábue passa pelo segundo maior processo inflacionário da história.
Produtos custam bilhões de dólares locais e preços dobram em 24 horas
Ao longo das últimas décadas, tornou-se lugar-comum dizer que o Brasil é o país da inflação.
Afinal, que mais falar de uma nação que experimentou por vários anos índices elevados de
custo de vida, culminando nos 82,35% registrado em março de 1990?
Pois mesmo o pior índice mensal de inflação mensal registrado no Brasil nas últimas três
décadas é inferior aos 98% de aumento diário registrado em um país africano em 2008. Bem-
vindo ao Zimbábue, onde grassa a segunda pior hiperinflação já registrada na história.
Com a inflação registrando alta diária, é comum o preço subir em intervalos de horas. Um
exemplo é o caso das kombis usadas para o transporte da população da capital.
De acordo com Balotin, “quando se sai de manhã o preço da passagem está em, digamos, Z$
50 milhões. Na volta, à tarde, pode estar em Z$ 200 milhões. Eu juro que não sei como as
pessoas faziam nessa situação.”
Tem muita coisa que a gente se pergunta como funciona por lá e não dá para explicar.
Nessas horas, as pessoas só respondem: “This is Zimbabwe” (Isto aqui é o Zimbábue, em
inglês)”, uma espécie de piada local sobre o péssimo estado de funcionamento do país.
Segundo o estudante, esse tipo de situação estranha acontece muito na vida cotidiana do
país.
“No meio da pobreza geral da população, você vê aparecerem de repente pessoas dirigindo
BMWs novinhas, com a placa do país. O povo só olha para os carros e repete: “This is
Zimbabwe”.
Brasileiro relata como é a vida no país da
hiperinflação (G1, 01/03/2009)
Zimbábue passa pelo segundo maior processo inflacionário da história.
Produtos custam bilhões de dólares locais e preços dobram em 24 horas
• À luz de velas
A situação piorou tanto que até a infraestrutura básica do país foi atingida. “Tem
muitos problemas no fornecimento de água e luz. Às vezes funcionavam, às vezes
não, em horários variados. Tanto que uma das atividades mais populares no país
ultimamente era a abertura de poços artesianos”, diz Baltin.
A deterioração da situação no país se agravou a tal ponto que fez ressurgir uma
epidemia de cólera – a mais grave a atingir o continente nos últimos 15 anos,
segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) - responsável pela morte de
cerca de 3,3 mil pessoas até agosto do ano passado.
Brasileiro relata como é a vida no país da
hiperinflação (G1, 01/03/2009)
Zimbábue passa pelo segundo maior processo inflacionário da história.
Produtos custam bilhões de dólares locais e preços dobram em 24 horas
• Trilhões de dólares
A desvalorização diária do dólar do Zimbábue fez com que o governo lançasse notas de valor
cada vez mais alto para evitar a paralisação do comércio do país – o que, por sua vez, gerou
ainda mais pressão sobre os preços.
Numa tentativa de evitar os valores estratosféricos da moeda, por duas vezes o governo
cortou os zeros da divisa, mas a tentativa não teve sucesso e culminou no lançamento de
uma nota de 100 trilhões de dólares em janeiro.
Segundo o diretor do Banco Central do país, Gideon Gono, as calculadoras não conseguem
mais lidar com tantos dígitos da moeda.
Aparentemente, os habitantes não têm os mesmos problemas que as calculadoras do
Zimbábue. Segundo o estudante brasileiro, “na primeira vez que fui a um supermercado, me
assustei ao ver os muitos zeros nos preços, que às vezes chegavam aos Z$ bilhões. Não
conseguia processar os números. Demorou um tempo para me acostumar. Mas a população
faz as contas de modo mais automático”, diz.
Brasileiro relata como é a vida no país da
hiperinflação (G1, 01/03/2009)
Zimbábue passa pelo segundo maior processo inflacionário da história.
Produtos custam bilhões de dólares locais e preços dobram em 24 horas
Ele relata ainda que tinha um amigo que encadernava o caderno escolar usando
notas antigas de dólares zimbabuanos: “era muito mais barato que comprar o
material certo”, ironiza.
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Brasileiro relata como é a vida no país da
hiperinflação (G1, 01/03/2009)
Zimbábue passa pelo segundo maior processo inflacionário da história.
Produtos custam bilhões de dólares locais e preços dobram em 24 horas
• Jeitinho zimbabuano
Com a inflação descontrolada, algumas pessoas apelavam até para as trocas. O próprio
Balotin teve essa experiência.
“No final da viagem, tinha algumas roupas sobrando, e fui na feira trocar por algumas
lembranças para trazer aqui para o Brasil. É uma saída para a situação. Se por lá alguma
família tem um extra de arroz ou de farinha de milho, é comum que ela troque isso por
algum outro produto”.
“Uma saída para tentar adquirir os produtos era viajar para os países vizinhos, como
Moçambique e África do Sul, e comprar tudo o que coubesse no carro e no ônibus. O preço
acabava compensando muito a viagem. Valia a pena comprar o máximo possível”.
Mesmo assim, segundo ele, era muito difícil encontrar no país produtos como chocolate e
algumas frutas.
Brasileiro relata como é a vida no país da
hiperinflação (G1, 01/03/2009)
Zimbábue passa pelo segundo maior processo inflacionário da história.
Produtos custam bilhões de dólares locais e preços dobram em 24 horas
• Longa estrada
Aumento de →
demanda Inflaçã
A inflação de demanda
está geralmente associada
ao desequilíbrio das contas
públicas
G= gastos do governo
T= arrecadação de tributos
Inflação de custos
• Desvalorizações cambiais.
(aumentando os custos das matérias primas importadas)
IPCA: Índice de Preços ao Consumidor Amplo IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPC: Índice Nacional de Preços ao Consumidor FGV: Fundação Getúlio Vargas
IGP: Índice Geral de Preços FIPE: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
IGP-M: Índice Geral de Preços de Mercado
IPC:Índice de Preços ao Consumidor