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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO


CÂMPUS DE PONTES E LACERDA
PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO PARA CONTRATAÇÃO DE PROFESSOR SUBSTITUTO EDITAL
   
PLANO DE AULA
CURSO:
 

DISCIPLINA: ECONOMIA

TEMPO DE AULA De 30 a 35 minutos

CANDIDATO JONATAN TADEU DE CARVALHO


TEMA DA AULA
Plano Real, política monetária e cambial: da âncora cambial ao
regime de metas
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Antes de discorrer sobre a estabilização econômica do plano real


é imprescindível entender a história da inflação brasileira.
Inflação de 1985 a 1997
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

De acordo com Fontes (1997) os primeiros acontecimentos inflacionários na


economia brasileira , se deu inicio no período Militar de 1964 a 1985.
Houve Golpe em 1964?
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Qual era o desejo econômico do Governo dos militares?

 Realizar o crescimento acelerado do Brasil;


 Abrir a economia para o exterior;
 Realizar Investimentos em massa em infraestrutura.
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Quais foram as realizações da era Militar?

Construções de obras Faraônicas

Diversas Estradas e Ferrovias


Usinas Hidrelétricas em torno de 30
Pontes
Ponte rio Niterói – possui 13 km de extensão
Usina nuclear de Angra
Projetos Habitacionais, entre outros
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Período Militar apelidado como o “Milagre econômico brasileiro”

•Crescimento do PIB em 1968 de 12%ano;


•Crescimento do PIB em 1973 de 14%ano;
•Inflação inicial com taxa média de 15% a.a 19%a.a;
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

•Um crescimento econômico nunca visto antes;


•O consumo de energia elétrica crescia em torno de 10% ao ano;
•Montadoras de veículos produziram o triplo de 1964 a 1970.
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Do milagre ao pesadelo
• Os militares tiveram como política econômica o derramamento de
dinheiro público em investimentos de forma indiscriminada, afim de
acelerar o crescimento;
• A todo custo o Brasil tinha que crescer sem pensar no endividamento;
• Além de secar os cofres públicos o Governo Militar também se
endividou em moeda estrangeira.
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

•A dívida externa brasileira cresceu em torno de 30 vezes.

•Se o PIB cresceu, a repressão militar não permitia a correção dos salários

acima da inflação, amargando duas décadas de reajustes abaixo da inflação

•O Estado perdeu capacidade de caixa;

•O capital arrecadado foi realizado por meio de empréstimos no exterior,

resultando no endividamento externo;


HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

• Economia ficou vulnerável as taxas internacionais// se os juros subiam no


exterior a divida também aumentava;

• Em 1979 acontece o segundo choque do petróleo;

• EUA aumenta sua taxa de juros para atrair capital estrangeiro, valorizando
ainda mais o dólar;

• Os Bancos internacionais acompanham esse movimento para evitar a fuga do


capital para os EUA;

• Com isso os juros da dívida brasileira quase dobra.


HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

• Para reversão desse quadro o Governo Militar promoveu uma super-


desvalorização da moeda em torno de 30%, para reequilibrar a balança
comercial;

• E como consequência em poucos meses houve uma enxurrada de dólares


circulando no Brasil, aumentando a demanda e elevando a inflação de
55% para 110% ao ano;
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

• Em 1983 mais uma vez para subsidiar as exportações, o Governo toma a


mesma atitude, forte desvalorização da moeda;

• A inflação foi de 99%a.a para 211%a.a

• Então, para cumprir com suas obrigações o governo recorreu ao


financiamento interno, emitindo títulos públicos da dívida pública com
juros e liquidez altíssimos para atrair capital estrangeiro
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Todo período militar


HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

• Mesclando o fim da era militar e a democracia eletiva, fica evidente as


dificuldades do Governo para equilibrar sua Economia, e segurar a
inflação, atingindo assim o patamar de “ Hiperinflação”.

Vários planos econômicos foram lançados:

• Plano Cruzado // Plano Bresser // Plano Verão // Plano Collor

• Plano Collor II // Plano Real


HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

O que seria a Hiperinflação?

• Hiperinflação acontece quando a inflação fica fora de controle


governamental;

• Perda do poder de compra da população;

• Alta generalizada e contínua dos preços;


HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

• Recessão e Desvalorização da moeda;

• Arrocho salarial

• Falta de mercadorias nas prateleiras/ Filas nos supermercados em dias de


pagamento

• Ajustes diários nos preços de mercadorias.


HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
• https://www.youtube.com/watch?v=Bawld7hn5gc
MOEDA CRUZEIRO
PROPAGANDA MAPIM

https://www.youtube.com/watch?v=P5Kradn6gS0

MERCADO
https://www.youtube.com/watch?v=boE_xlkBcJM
Plano Real
PLANO REAL

• Lançado em 1994

• Presidente Itamar Franco (1992 a 1995)

• Principal Ministro Fernando Henrique Cardoso

OBJETIVOS DO PLANO REAL:

• Combater a Hiperinflação;

• Ajustes das contas públicas;

• Promover privatizações;


PLANO REAL

PRIMEIRA FASE DO PLANO REAL

•Reorganizar os gastos públicos;

•Criação do imposto IPMF (Imposto provisório sobre movimentações financeiras);

•Controle a sonegação fiscal;

•Regularização das dívidas estaduais, (Estados estavam endividados com seus

bancos Estaduais);

•Realizar o plano Nacional de Privatizações.


PLANO REAL

Segunda fase do Plano Real

• Implantação da Unidade Real de Valor (URV)

O que seria a URV?

• Moeda transitória de desindexação

• 1,00 URV passava a valer 1,00 DÓLAR


PLANO REAL

• População continuava ganhando e comercializando em Cruzeiro,


porém a cotação dos preços e salários eram feitas em URV.

• Não importava a quantidade de papel moeda que você tinha no


bolso mas sim a sua cotação em URV. Preço inicial: 2.750,00
cruzeiros = 1 URV = 1 DOLAR
PLANO REAL

PRIMEIROS RESULTADOS

• Preços pararam de subir descontroladamente, e as famílias começaram a


ter noção do seu gasto mensal.

• Tendo isso em mente se recuperou a percepção dos preços.


PLANO REAL
• MOEDA REAL
• Propaganda MERCADO
• https://www.youtube.com/watch?v=Xn9qmOWiDMk

• Propaganda Mercado
• https://www.youtube.com/watch?v=-57Se9VAr4U
PLANO REAL

• Em junho de 1994 a Unidade Real ganhou uma cédula “o Real”;

• Além disso, Banco Central elevou o depósito compulsório para 100%;

• Política Monetária altamente restritiva, para evitar a expansão da demanda;

• Restrição ao Crédito bancário, também para restringir o consumo;

• Juros elevados Taxa Selic atingiu 85,7% em Março/95.


Âncora Cambial

Terceira fase - Âncora Cambial

• Com as diretrizes alinhadas, inicia-se a nova fase a Âncora Cambial,

O regime cambial brasileiro no Plano Real passou por quatro etapas:

• Taxa flutuante

• taxa de câmbio fixa;

• banda cambial deslizante;

• e banda cambial rastejante.


ÂNCORA CAMBIAL

Primeira fase

• Na primeira fase em 1994 o Brasil possuía reservas com folga em torno


de US$40 bilhões de dólares, tendo pré-condições necessárias para a
adoção de uma âncora;

• A economia já havia começado o seu processo de abertura comercial e


financeira, e os níveis de reservas nunca haviam sido tão altos.

• Foram meses com a moeda pareada sem ajuda do Banco Central.


ÂNCORA CAMBIAL

Segunda fase

• Na segunda houve compra de dólares, evitando que o câmbio se


apreciasse.

• Com o câmbio estável em R$0,84 centavos de reais por dólar. Esta fase
dura até o fim de 1994. (Real valendo mais que o Dólar)
ÂNCORA CAMBIAL

Na terceira fase

•O Bacen promove flexibilização do mercado cambial em março de 1995, diante

da perda de reservas internacionais, adotando um sistema de bandas deslizante.

•Desvaloriza-se a moeda em 5% e adota-se uma banda larga de flutuação.

•As intervenções no câmbio passam a ser diárias, manipulando a taxa dentro da

banda larga, de forma a estabelecer uma minibanda de flutuação


ÂNCORA CAMBIAL

Na quarta fase

• Em1995 o governo realiza nova modificação no regime cambial;

• As minibandas assumem uma inclinação positiva e passam a ser


sistematicamente reajustadas, de forma que as desvalorizações do real
convergiram para 0,6% ao mês
ÂNCORA CAMBIAL
Em Resumo:
A estratégia de política econômica adotada entre 1994 e 1998 se baseou
nos seguintes fatores:
• âncora cambial, com a taxa de câmbio sobrevalorizada;
• abertura comercial e financeira, possibilitando livre mobilidade de
capitais para país.
• concorrência dos produtos importados;
• juros altos, dando sustentabilidade à política cambial
ÂNCORA CAMBIAL
LOJAS DE 1,99 INDÚSTRIA TEXTIL CHINESA
ÂNCORA CAMBIAL

3 aspectos positivos:

• Modernização da indústria nacional, devido a facilidade de importação de


maquinários;

• Aumento da qualidade dos produtos brasileiros;

• Auxiliou na redução inflacionária, devido os produtos importados chegarem


mais baratos no Brasil.
ÂNCORA CAMBIAL

3 aspectos negativos:

• Com o cambio pareado teve impactos negativos na indústria;

• Fechamento de fábricas exportadoras;

• desemprego;

• Facilidade de importação e negativando a balança comercial,


ÂNCORA CAMBIAL
Metas Inflacionárias

• No início de março de 1999, em ambiente ainda marcado pela incerteza


quanto ao impacto do real sobre a inflação, o governo brasileiro anunciou
a intenção de passar a conduzir a política monetária com base em metas
para a inflação.

• O Brasil adotou formalmente o regime de metas para a inflação como


diretriz de política monetária, com o Decreto nº 3.088 pelo Presidente da
República, em 21 de junho de 1999.
Metas Inflacionárias

• O regime de metas para a inflação é um regime monetário no qual o


banco central se compromete a atuar de forma a garantir que a
inflação efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida,
anunciada publicamente.
Metas Inflacionárias

Metas de inflação caracteriza-se geralmente por quatro elementos básicos:

• Metas numéricas de médio prazo para a inflação;

• Comprometimento com a estabilidade de preços;

• Transparência para comunicar claramente o público sobre os planos,


objetivos e razões que justificam as decisões de política monetária;

• Mecanismos para tornar as autoridades monetárias responsáveis pelo


cumprimento das metas para a inflação.
Metas Inflacionárias
Metas Inflacionárias

Características presentes na determinação de um regime de metas para a


inflação:

• Escolha do índice de inflação;

• Definição da meta,

• Horizonte da meta: definição do período de referência para avaliar o


cumprimento da meta para a inflação;
Metas Inflacionárias

Quais as pré-condições para a adoção de um regime de metas para a


inflação?

É necessário que haja autonomia operacional do Banco Central, de


maneira que possa gerir a política monetária no sentido do cumprimento
das metas.

• A existência de banda permite que a autoridade monetária cumpra a


meta sem que a política monetária se torne excessivamente restritiva
Metas Inflacionárias

Por que a estabilidade de preços foi escolhida como objetivo primordial


da política monetária no Brasil?

Após vários anos anteriores de elevado crescimento econômico, a


década de 80 foi marcada pela conjunção de dois fatores:

• forte queda da taxa de crescimento econômico

• grande aumento da taxa de inflação,


Metas Inflacionárias

• No Brasil, a meta para a inflação é definida em termos da variação


anual do índice de um dos índices de preços ao consumidor do país, o
IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
IBGE.
Metas Inflacionárias
Metas Inflacionárias

• Quais são os instrumentos de política monetária utilizados no regime


de metas para a inflação brasileiro?

• O regime brasileiro de metas para a inflação utiliza a taxa Selic como


instrumento primário de política monetária.
Metas Inflacionárias
Metas Inflacionárias

• Onde ler mais sobre metas para a inflação?

• O BCB publica mais informações sobre inflação na ata do Copom. Na


ata são explicitadas as razões para a decisão de política monetária
tomada. O calendário de reuniões do Copom encontra-se em
http://www.bcb.gov.br e

• https://www.youtube.com/watch?v=L-a2AcPV0tc
Obrigado
Bibliografia

• ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 20. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.

• VASCONCELLOS, Marco Antonio. Fundamentos de Economia. Saraiva Uni; 5ª edição,2017.

• FONTES, Rosa. Estabilização e Crescimento. 1° Ed. Viçosa, Ed. Ufv: 1997

• Escola Virtual, Portal Único de Governo, Curso de Macroeconomia. <https://www.escolavirtual.gov.br/curso/91>. 2020,


acesso em 09/06/2022.

• O preço da imprudência: Como o Brasil chegou na hiperinflação, UFRJ, https://www.consultingclub.com.br/post/o-preco-da-


imprudencia-como-o-brasil-chegou-na-hiperinflação. 2019, acesso em 12/06/2022

• Banco Central do Brasil, Regime de metas de inflação, Brasília 2016,


<https://www.bcb.gov.br/content/cidadaniafinanceira/Documents/publicacoes/serie_pmf/FAQ%2010-Regime%20de
%20Metas%20para%20a%20Infla%C3%A7%C3%A3o%20no%20Brasil.pdf.> Acesso em 12/06/2022.

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