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DERMATOLOGIA

MAGISTRAL DE

VETERINÁRIA
GUIA
GUIA MAGISTRAL DE DERMATOLOGIA VETERINÁRIA
Propriedade Intelectual

O conteúdo apresentado neste Guia Magistral de


Dermatologia Veterinária é de propriedade exclu-
siva da Fórmula Animal Farmácia de Manipulação
Veterinária. Qualquer transmissão, distribuição,
reprodução ou armazenamento, total ou parcial
desse conteúdo, fica expressamente proibido,
salvo prévio ou expresso consentimento do titular.
No entanto, os utilizadores podem realizar a re-
produção ou armazenamento do conteúdo para
seu uso pessoal, sendo expressamente proibida
a sua utilização para fins lucrativos ou comerciais.
Sumário

Apresentação .................................................................................................................05
Informações importantes ................................................................................................06
Lista de abreviações .......................................................................................................07
Formas farmacêuticas tópicas........................................................................................08
Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária ................................................10
Referências bibliográficas...............................................................................................28
Principais doenças dermatológicas em cães e gatos ....................................................29
1. Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas ..............................................................30
1.1. Dermatofitose ....................................................................................................30
1.2. Malasseziose.....................................................................................................32
1.3. Criptococose .....................................................................................................35
1.4. Esporotricose ....................................................................................................36
1.5. Histoplasmose ...................................................................................................38
1.6. Coccidioidomicose ............................................................................................39
1.7. Pitiose................................................................................................................40
2. Dermatopatias parasitárias ......................................................................................41
2.1. Carrapatos.........................................................................................................41
2.2. Demodicidose canina localizada e generalizada ..............................................42
2.3. Escabiose canina ..............................................................................................45
2.4. Escabiose felina ................................................................................................47
2.5. Queiletielose......................................................................................................48
2.6. Ácaros de ouvido (Otodectes cynotis)...............................................................49
2.7. Pulíase (pulgas) ................................................................................................51
2.8. Pediculose (piolhos) ..........................................................................................53
2.9. Miíase ................................................................................................................54
3. Dermatopatias bacterianas ......................................................................................55
3.1. Piodermite canina (superficial e profunda) ........................................................55
3.2. Dermatite piotraumática ....................................................................................60
3.3. Impetigo.............................................................................................................62
3.4. Acne canina.......................................................................................................63
3.5. Dermatite das pregas cutâneas (intertrigo) .......................................................65
3.6. Piodermite mucocutânea...................................................................................66
3.7. Pododermatite bacteriana .................................................................................. 67
3.8. Abscesso subcutâneo ........................................................................................ 68
3.9. Nocardiose ......................................................................................................... 69
4. Distúrbios de hipersensibilidade ............................................................................... 70
4.1. Dermatite atópica canina.................................................................................... 70
4.2. Dermatite alérgica à picada de ectoparasitos (DAPE) ....................................... 75
4.3. Atopia felina ........................................................................................................ 77
4.4. Granuloma eosinofílico felino ............................................................................. 78
5. Dermatopatias de etiologia psicogênica ................................................................... 80
5.1. Dermatite por lambedura.................................................................................... 80
6. Dermatopatias disqueratinizantes e seborreicas ...................................................... 82
6.1. Calo/hiperqueratose ........................................................................................... 83
6.2. Acne felina .......................................................................................................... 84
6.3. Seborreia em cães ............................................................................................. 85
7. Dermatopatias autoimunes ....................................................................................... 87
7.1. Pênfigo foliáceo .................................................................................................. 87
7.2. Pênfigo eritematoso ........................................................................................... 90
7.3. Pênfigo vulgar..................................................................................................... 92
7.4. Lúpus eritematoso discoide................................................................................ 93
7.5. Lúpus eritematoso sistêmico .............................................................................. 96
8. Otopatias ................................................................................................................... 98
8.1. Ototoxicidade...................................................................................................... 98
8.2. Otite externa e média ........................................................................................ 99
Dicas extras ................................................................................................................... 105
5

Apresentação

A Fórmula Animal Farmácia de Manipulação Veterinária faz parte de uma


rede de franquias que manipula produtos exclusivos para animais e repre-
senta um avanço no mercado pet no que diz respeito à administração de
medicamentos e cosméticos.

A farmácia é aliada da medicina veterinária, pois garante a relação de


confiança entre médico-farmacêutico-paciente, orientando os profissionais
quanto às dosagens, farmacologia e interações dos produtos no tratamento
e cuidado com os animais.

A manipulação magistral oferecida pela Fórmula Animal dispõe de produtos


e serviços padronizados e personalizados que contam com um rigoroso pro-
cesso de controle de qualidade, promovendo, assim, uma relação de fideli-
zação com o cliente ao adquirir produtos seguros e eficazes.

Na Fórmula Animal os fármacos são manipulados na dose certa –o que evita


a partição de comprimidos –, e em formatos variados e inovadores, com
sabores agradáveis e que acarretam uma economia considerável ao cliente.

O atendimento padrão da Fórmula Animal leva em consideração valores


como responsabilidade, atenção e conferência em todas as suas etapas.

Este material é totalmente embasado em literaturas reconhecidas e tem


como objetivo auxiliar o profissional veterinário na hora da prescrição mé-
dica. Conte com a Fórmula Animal para oferecer ao seu cliente o que há de
melhor!

Para maiores esclarecimentos, entre em contato ou solicite uma visita.

Para nós, o cliente tem a preferência e o animal é excelência!


6

Informações importantes

O presente material disponibiliza informações acerca das doses e posolo-


gias de princípios ativos de uso tópico e sistêmico destinados a cães e gatos,
bem como formulações que englobam associações de princípios ativos com
ação em diversas patologias dermatológicas.

Considerando que o conhecimento médico passa por atualizações frequen-


tes, recomenda-se que os leitores revisem regularmente a literatura atuali-
zada, os possíveis efeitos adversos, as contraindicações e as informações
sobre a disponibilidade dos produtos.

• Cada princípio ativo possui sua respectiva referência bibliográfica. É im-


portante salientar que as doses dos princípios ativos que não apresentam
referência bibliográfica foram estabelecidas com base em uso empírico/
humano, conforme citado na respectiva indicação, e podem ser ajustadas
de acordo com a avaliação do Médico Veterinário.
• É essencial salientar que existe a possibilidade de recomendação de do-
ses distintas de acordo com a patologia a ser tratada.
• A Fórmula Animal enfatiza que algumas doses indicadas em formulações
combinadas são expressas em kg de peso e outras em unidades por ani-
mal. Portanto, é essencial prestar mais atenção ao prescrevê-las.
• As sugestões de formas farmacêuticas nas formulações são apenas
indicativas e podem ser alteradas conforme preferência. Além disso, é
relevante ressaltar que alguns princípios ativos possuem formas farma-
cêuticas específicas, que variam de acordo com as particularidades de
cada medicamento.

É imprescindível que as formulações e dosagens indicadas neste material


sejam prescritas levando em consideração as particularidades de cada caso
clínico e sempre acompanhando a evolução do tratamento.
7

Lista de abreviações

AINE – anti-inflamatório não esteroide


DHA – ácido docosa-hexaenoico
DMSO – dimetilsulfóxido
g – grama
h – hora
kg – kilograma
l – litro
mcg – microgramas
mg – miligrama
ml – mililitro
q.s.p. – quantidade suficiente para
sp. – espécie
UFC – unidade formadora de colônia
UI – unidade internacional
VO – via oral
8
1

Formas farmacêuticas tópicas


1 - Creme
Forma semissólida destinada ao uso externo, que pode conter um ou mais
princípios ativos dissolvidos ou emulsionados em uma base adequada. Ge-
ralmente é utilizado para aplicação em lesões cutâneas pequenas com prin-
cípios ativos antimicrobianos e cicatrizantes. 3

2 - Gel
Géis tópicos são formulações farmacêuticas que se apresentam em forma
de gel, geralmente aplicadas na pele para o tratamento de lesões cutâneas.
Eles são projetados para serem bem absorvidos pela pele, tendo como
principal característica a rápida absorção.

3 - Lenços umedecidos
Eles são compostos por toalhas macias e úmidas, impregnadas com uma
solução líquida destinada a limpeza, higienização e como terapia tópica, 4
principalmente de locais de difícil limpeza (dobras cutâneas, região periocular,
coxins, etc). Eles são projetados para serem descartáveis, proporcionando
praticidade e conveniência para a higiene de animais em diferentes
situações e ambientes. São uma opção conveniente para a limpeza diária,
especialmente em situações onde banhos não são recomendados.

4 - Mousse
Mousse é uma forma farmacêutica que se apresenta em forma de espuma
e é aplicada na pele. O mousse é utilizado para o tratamento de condições
dermatológicas, podendo conter um ou mais princípios ativos em sua
composição. A espuma formada permite uma aplicação fácil e uniforme do
medicamento em uma área maior, o que pode fornecer uma ação rápida
e eficaz. Além disso, a textura leve e aerada do mousse é bem absorvida
pela pele, deixando uma sensação agradável e sem resíduos oleosos ou
pegajosos.
9

5 - Pour-on/ Spot-on
Aplicado diretamente na pele do animal, geralmente na região da base
do pescoço (spot-on) ou na região do dorso (pour-on) em pequenas
quantidades, usando um aplicador com ponta de gotejamento. A substância
então se espalha pelo corpo do animal através da oleosidade natural da
pele, fornecendo sua ação durante um tempo determinado. A aplicação de
spot-on/pour-on é uma opção conveniente e eficaz para muitos proprietários
de animais, pois é fácil de usar e não causa desconforto ou dor ao animal.

6 - Veículo otológico/gel otológico


6
Preparado farmacêutico líquido especialmente desenvolvido para o
tratamento de patologias do sistema auditivo. As soluções otológicas
geralmente contêm ingredientes ativos, como antibióticos, antifúngicos ou
anti-inflamatórios, além de outros princípios ativos para ajudar a remover o
excesso de cera ou sujidade do canal auditivo.

7 - Spray
O spray tópico é uma forma farmacêutica que é aplicada na pele ou em
superfícies externas do corpo, como feridas ou queimaduras, usando
um frasco borrifador. O spray tópico permite uma fácil aplicação e evita a
contaminação da embalagem, já que pode ser aplicado sem a necessidade
de contato direto. Além disso, o spray tem uma ampla área de alcance,
permitindo que o medicamento seja disperso uniformemente em toda a área
lesionada.
5
8 - Xampu
O xampu é composto por ingredientes como tensoativos suaves, que ajudam
a remover a sujeira e a oleosidade sem agredir a pele do animal, além de
outros princípios ativos com ação medicamentosa para o tratamento de
diversas alterações cutâneas.
10

PRINCÍPIOS ATIVOS
SUGERIDOS NA
DERMATOLOGIA
VETERINÁRIA
Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária 11

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Ácido ascórbico 30 mg/kg, a cada 30 mg/kg, a cada


Vitamina nutracêutica.
(vitamina c) 6-24h, VO.14 6-24h, VO.14

Uso externo: 0,2%


Ácido bórico Antisséptico. em solução no mea- ...
toacústico interno.15

Uso externo: 1-3%. Uso externo: 1-3%.


Ácido Dose empírica/ Dose empírica/
Hidratante e cicatrizante.
hialurônico baseada em uso baseada em uso
humano. humano.

Hidratante, acidificante,
Uso externo: Uso externo:
Ácido lático antipruriginoso, querato-
1-5%.4 1-5%.4
lítico.

Queratolítico e querato- Uso externo: 0,5-


Ácido salicílico Não recomendado.
plástico. 3%.4

2,5 mg/kg, a cada


30 dias.
Inibidor do GABA pilucida Para demodicose:
Afoxolaner ...
e carrapaticida. 4 doses com inter-
valos de 2 semanas
entre cada.14

Estimulante da prolifera-
Uso externo: 0,2- Uso externo: 0,2-
Alantoína ção celular e ativador da
2%.3,15 2%.3,15
cicatrização de feridas.

Produto obtido da camo-


mila. Apresenta ação anti- Uso externo: 0,1- Uso externo: 0,1-
Alfa bisabolol
-inflamatória, antisséptica 1%. 3,15 1%. 3,15
e cicatrizante.

1-2 mg/kg, a cada


Antidepressivo tricíclico 12h, VO, podendo a
para tratamento de ansie- dose ser gradativa-
1-2 mg/kg, a cada
Amitriptilina dade, prurido, automuti- mente aumentada
12-24h, VO.14
lação e outras alterações para até 4 mg/kg, na
comportamentais. ausência de respos-
ta satisfatória.14

Antibiótico betalactâmico
bactericida de amplo
espectro. Utilizado no
10-20 mg/kg, a cada 10-20 mg/kg, a cada
Amoxicilina tratamento de infecções
8-12h, VO.14 8-12h, VO.14
do trato urinário inferior,
infecções em tecidos
moles e pneumonias.
12 Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Calmante, hidratante e Uso externo: 3 a Uso externo: 3 a


Aveia coloidal
cicatrizante. 10%.18/11 10%.18/11

Iniciar com 2 mg/


kg, a cada 24h, VO
durante 14 dias,
continuando com
Antagonista de purina 0,2-0,3 mg/kg, a
Azatioprina 0,5-1 mg/kg, a cada
imunossupressor. cada 48h, VO.14
24-48h, VO quando
se obtiver uma
resposta terapêutica
inicial.14

5-10 mg/kg, a cada 5-10 mg/kg, a cada


24h, VO, durante 3-7 24h, VO, durante 3-7
Antibiótico bacteriostáti- dias. Alguns trata- dias. Alguns trata-
Azitromicina co, predominantemente mentos específicos mentos específicos
contra Gram-positivos. podem requerer até podem requerer até
30 dias de adminis- 30 dias de adminis-
tração.14 tração.14

Anti-inflamatório empre-
gado em Formulações
dermatológicas com
Uso externo: Uso externo:
Azuleno efeito calmante, além de
0,05%.15 0,05%.15
possuir propriedades de
regeneração tissular e
antialérgica.

Antibiótico bactericida de
250-500 UI/1 a 5 250-500 UI/1 a 5
Bacitracina amplo espectro e promo-
vezes/Uso externo.6 vezes/Uso externo.6
tor de crescimento.

Suplemento imunoestimu- 10-15 mg/kg, a cada 10-15 mg/kg, a cada


lante e anti-inflamatório. 24h, VO. 24h, VO.
Betaglucanas
Utilizado topicamente na Uso externo: 0,3- Uso externo: 0,3-
cicatrização de feridas. 5%.6 5%.6

0,15-2 mg/animal, a 0,15-2 mg/animal, a


Glucocorticoide anti-infla-
cada 12-24h, VO.14 cada 12-24h, VO.14
Betametasona matório, antipruriginoso e
Uso externo: Uso externo:
imunossupressor.
0,1%.15 0,1%.15

Uso externo: 1-2%.


Regulador de secreção Dose empírica/
Biosulphur ...
sebácea. baseada em uso
humano.
Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária 13

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Suplemento vitamínico.
Auxilia no crescimento 15 mcg/kg, a cada
celular, na produção 1,4 mg/kg, a cada 24 horas, VO. Dose
Biotina
de ácidos graxos, e na 24h, VO.13 empírica/baseada
utilização de vitaminas do em uso humano.
complexo B.

Antibiótico betalactâmico
10-20 mg/kg, a cada 10-20 mg/kg, a cada
Cefadroxila bactericida de amplo
12h, VO.14 12h, VO.14
espectro.

Antibiótico bactericida 20-30 mg/kg, a cada 20-30 mg/kg, a cada


Cefalexina
(gram positivo). 12h, VO.14 12h, VO.14

1 mg/kg, a cada 12- 1 mg/kg, a cada 12-


Cetirizine Anti-histamínico.
24 horas, VO.14 24 horas, VO.14

Antifúngico: 5-10
mg/kg, a cada 12-
24h, VO. Associado
a ciclosporina,
10 mg/kg, a cada
para redução em
Cetoconazol Antifúngico. 12-24h, VO.14 Uso
sua dosagem:
externo: 1-2%.
2,5-5 mg/kg, a cada
12h, VO de cada
fármaco.14 Uso
externo: 1-2%.

Uso externo: 1%. Uso externo: 1%.


Ciclopirox Antifúngico tópico de Dose empírica/ Dose empírica/
olamina amplo espectro. baseada em uso baseada em uso
humano. humano.

Imunossupressor utilizado
5-10 mg/kg, a cada 5-10 mg/kg, a cada
Ciclosporina para doenças inflamató-
24h, VO.14 24h, VO.14
rias e imunomediadas.

Antibiótico bactericida, 20-30 mg/kg, a 20-30 mg/kg, a


Ciprofloxacino predominantemente ativo cada 24h, VO.14 Uso cada 24h, VO.14 Uso
contra Gram-negativos. externo: 0,35%1 externo: 0,35%1

Antibiótico bacteriostático 5-10 mg/kg, a cada 5-10 mg/kg, a cada


Clindamicina
(Gram-positivos). 12h, VO.14 12h, VO.14

Antisséptico. Ação bacte- Uso externo: Uso externo:


Clorexidina
ricida, bacteriostática. 1-4%.1/11 1-4%.1/11

Clotrimazol Agente antifúngico. Uso externo: 1%.1/11 Uso externo: 1%.1/11


14 Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Corticosteroide potente,
Uso externo: Uso externo:
Desonida praticamente sem absor-
0,05%.1 0,05%.1
ção percutânea.

Anti-inflamatório:
Anti-inflamatório:
Corticosteroide indica- 0,14-0,28 mg/kg
0,07-0,14 mg/kg ou
do para tratamento da ou 0,125-0,5 mg/
Dexametasona 0,25-1 mg/animal, a
inflamação e de doenças animal, a cada 24h,
cada 24h, VO.14 Uso
imunomediadas. VO.14 Uso externo:
externo: 0,1%
0,1%.

Antibiótico bacteriostático 5-10 mg/kg, a cada 5-10 mg/kg, a cada


Doxiciclina
de amplo espectro. 12-24h, VO.14 12-24h, VO.14

Hidratante de uso externo.


Cicatrizante, antissebo-
reico, eutrófico para o Uso externo: 0,5- Uso externo: 0,5-
D-pantenol
folículo piloso, umectante 2%.3 2%.3
e estimulante do metabo-
lismo epitelial.

5-10 mg/kg, a cada


Antibiótico bactericida, 2,5 mg/kg, a cada
12-24h, VO. Alguns
predominantemente 12h, VO (preferível)
Enrofloxacino autores recomen-
contra infecções por ou 5 mg/kg, a cada
dam a dose de 20
Gram-negativos. 24h, VO.14
mg/kg, a cada 24h.14

Uso externo: 0,5-


Antisséptico, antissebor-
Enxofre 10%. *Pode man- Não usar.
reico e queratolítico.
char a pelagem.1,15

Cicatrizante. Substân-
Uso externo: 16 Uso externo: 16
cia ativa, de natureza
ng/g a 4000 ng/g. ng/g a 4000 ng/g.
peptídica (Fator epidermal
Epifactor Dose empírica/ Dose empírica/
– EGF), auxiliando no
baseada em uso baseada em uso
processo de cicatrização
humano. humano.
e regeneração tecidual.

Antibiótico predominan- Antibacteriano: Antibacteriano:


Eritromicina temente bacteriostático 10-20 mg/kg, a cada 10-20 mg/kg, a cada
(Gram-positivos). 8-12h, VO.14 8-12h, VO.14

Uso externo: 0,2- Uso externo: 0,2-


Anti-inflamatório e antie- 2%. Dose empírica/ 2%. Dose empírica/
Escina
dematoso. baseada em uso baseada em uso
humano. humano.
Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária 15

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Antibiótico macrolídeo,
bacteriostático, geralmen-
te utilizado para infec- 75.000 UI/kg, a cada 75.000 UI/kg, a cada
Espiramicina
çõesda cavidade bucal, 24h, VO.14 24h, VO.14
podendo ser associado
ao metronidazol.

Uso externo: 2-6%. Uso externo: 2-6%.


Hidratante, emoliente,
Extrato glicólico Dose empírica/ Dose empírica/
cicatrizante e regenerador
de aloe vera baseada em uso baseada em uso
cutâneo.
humano. humano.

Uso externo: 2-6%. Uso externo: 2-6%.


Anti-inflamatório, antis-
Extrato glicólico Dose empírica/ Dose empírica/
séptico, adstringente,
de calêndula baseada em uso baseada em uso
cicatrizante e secativo.
humano. humano.

Uso externo: 2-6%. Uso externo: 2-6%.


Extrato glicólico Calmante e restaurador Dose empírica/ Dose empírica/
de camomila cutâneo. baseada em uso baseada em uso
humano. humano.

Silício biologicamente
5-10 mg/kg, a cada 5-10 mg/kg, a cada
ExsyPET ativo. Adjuvante no trata-
24h, VO.5 24h, VO.5
mento de dermatopatias.

Pour-on a 10%,
aplicar a cada 30
Pour-on a 10%,
dias. Vias alterna-
Fenilpirazólico inibidor do aplicar a cada 30
tivas: Spray tópico
GABA pulicida e carrapa- dias. Vias alterna-
0,25%: aplicar 2-4
Fipronil ticida. Indicado no contro- tivas: Spray tópico
jatos/kg a cada
le de pulgas, carrapatos e 0,25%: aplicar 2-4
30 dias. Veículo
ácaros. jatos/kg a cada 30
auricular 0,25%:
dias.6/14
aplicar, duas vezes
ao dia, por 7 dias.6/14

Derivado tiazólico com 5-10 mg/kg, a cada 5-10 mg/kg, a cada


Fluconazol
ação antifúngica. 12-24h, VO.14 12-24h, VO.14

Corticosteroide potente
sem absorção percutâ-
Uso externo: 0,01- Uso externo: 0,01-
Fluocinolona nea, usado no tratamento
0,1%.15 0,1%.15
de dermatoses eczema-
tosas.
16 Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Rico em ácidos graxos


poliinsaturados (PUFAs)
ômega 3 (DHA e EPA) e
contêm naturalmente, as-
Fosfolipídeo de taxantina e alfatocoferol. 5-20 mg/kg, a cada 5-20 mg/kg, a cada
Caviar Auxilia no controle do pru- 24h, VO.5 24h, VO.5
rido em cães com atopia,
alergia alimentar e DAPE.
Controla a inflamação e/
ou doenças autoimunes.

Antibiótico bactericida
predominantemente Uso externo: 0,1- Uso externo: 0,1-
Gentamicina
contra aeróbicos gram-ne- 0,3%.11 0,3%.11
gativos.

Uso externo: Uso externo:


Umectante e protetor da 1-10%. Dose empíri- 1-10%. Dose empíri-
Glicerina
pele ca/ baseada em uso ca/ baseada em uso
humano. humano.

Tratamento a longo Tratamento a longo


prazo de hipoa- prazo de hipoa-
drenocorticismo: drenocorticismo:
0,4-0,8 mg/kg, a 0,4-0,8 mg/kg, a
Hidrocortisona Glucocorticoide anti-infla-
cada 12-24h, VO.12 cada 12-24h, VO.12
acetato matório e antipruriginoso.
Anti-inflamatório: Anti-inflamatório:
2,5-5 mg/kg, a cada 2,5-5 mg/kg, a cada
12h, VO.10 Uso 12h, VO.10 Uso
externo: 1%. externo: 1%.

Hidrocortisona Glucocorticoide anti-infla-


0,05-0,1%.6 0,05-0,1%.6
aceponato matório e antipruriginoso.

Uso externo: 1-5%. Uso externo: 1-5%.


Hidratante contendo
Dose empírica/ Dose empírica/
Hidroviton aminoácidos, lactato de
baseada em uso baseada em uso
sódio, ureia, alantoína.
humano. humano.

Anti-histamínico com
ação antipruginosa, 2 mg/kg, a cada 8h, 5-10 mg/animal, a
Hidroxizine
antiespasmódica,antiemé- VO.14 cada 12h, VO.14
tica e tranquilizante.
Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária 17

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Iniciar com 5 mg/kg,


a cada 12h, VO e, a
cada 5 dias, aumen-
tar para 5, 10, 15 e
40 mg/kg, a cada
Iodeto de Nutracêutico, antifúngico 20 mg, voltando à
8h, VO, durante pelo
potássio e expectorante. dose anterior caso
menos 60 dias.14
ocorram sinais de
intoxicação. Admi-
nistrar durante pelo
menos 60 dias.14

Uso externo: 0,1- Uso externo: 0,1-


Irgasan Antisséptico.
0,5%.15 0,5%.15

Antifúngico indicado para


5 mg/kg, a cada 12h 5 mg/kg, a cada 12h
tratamento de dermatofi-
Itraconazol ou 10 mg/kg, a cada ou 10 mg/kg, a cada
toses e micoses sistêmi-
24h, VO.14 24h, VO.14
cas.

Demodicose: 0,6
mg/kg, a cada 24h,
VO. Outras parasi- Veículo otológico:
Ivermectina Ecto e endoparasiticida.
toses: 0,2-0,4 mg/ 0,01%.22
kg, VO.14 Veículo
otológico: 0,01%.22

5-25 mg/kg, a cada 5-25 mg/kg, a cada


Tranquilizante e ansiolítico 8-12h, VO. Doses 8-12h, VO. Doses
kawa-kawa
natural. mais altas podem mais altas podem
ser utilizadas.16 ser utilizadas.16

Uso externo: Uso externo:


Hidratante, tratamento
Lactato de 1-12%. Dose empíri- 1-12%. Dose empíri-
de seborreia, foliculite e
amônio ca/ baseada em uso ca/ baseada em uso
hiperqueratose.
humano. humano.

Uso externo: 1-5%.


Dose empírica/
LCD Ação antiseborreica. Não usar.
baseada em uso
humano.

Antibiótico bacteriostático
contra infecções por gram 20 mg/kg, a cada 20 mg/kg, a cada
Lincomicina
positivos e infestações 12h, VO.14 12h, VO.14
por protozoários.
18 Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Pulicida: 10 mg/kg, Pulicida: 30 mg/kg,


a cada 30 dias, VO. a cada 30 dias, VO.
Dermatofitose: 50- Dermatofitose: 50-
Bloqueador da síntese de
100 mg/kg, fazendo 100 mg/kg, fazendo
quitina em ovos, inibidor
Lufenuron duas administrações duas administrações
da reprodução de pulgas
com duas semanas com duas semanas
e antifúngico.
de intervalo e conti- de intervalo e conti-
nuando com uma a nuando com uma a
cada 30 dias.14 cada 30 dias.14

0,5-5 mg/kg, a cada 0,5-5 mg/kg, a cada


Ação antialérgica, antien-
Magnésio 24 horas, VO. Dose 24 horas, VO. Dose
velhecimento e cicatri-
Quelato empírica/baseada empírica/baseada
zante.
em uso humano. em uso humano.

2-10 mg/kg, a cada 2-10 mg/kg, a cada


Antioxidante e auxilia na
Manganês 24 horas, VO. Dose 24 horas, VO. Dose
síntese de colágeno e
Quelato empírica/baseada empírica/baseada
ácido hialurônico.
em uso humano. em uso humano.

Quimioterápico bacterici- 3-5 mg/kg, a cada 3-5 mg/kg, a cada


Marbofloxacino
da de amplo espectro. 24h, VO.14 24h, VO.14

Hormônio hipofisário
para o tratamento de Redução da ativi-
alterações dermatológi- 3-12 mg/animal, a dade noturna: 1,5-6
Melatonina
cas, comportamentais. cada 8-12h, VO.14 mg/animal, a cada
Tratamento de alopecia X, 24h, VO.14
displasias foliculares.

Antibacteriano (anaeró-
bicos) e antiprotozoário.
Anaeróbios: 15 Anaeróbios: 15
Indicado para gengivites,
Metronidazol mg/kg, a cada 12h, mg/kg, a cada 12h,
doenças periodontais,
VO.14 VO.14
abscessos, enfisemas
subcutâneos e giardíase.

Uso externo: 1 a Uso externo: 1 a


Miconazol Antifúngico.
2%.1/11 2%.1/11

Antibiótico (macrolídeo, Demodicose: 0,5-2


Milbemicina
inibidor do GABA), antipa- mg/kg, a cada 24h, ...
oxima
rasitário. VO.14

0,2-0,4 mg/kg, a
cada 24 horas, du-
Avermectina endo e ecto- 1 mg/kg a cada 30
Moxidectina rante três a quatro
parasiticida. dias, uso tópico. 14
meses (tratamento
da demodicose).14
Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária 19

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

20 mg/kg, a cada 20 mg/kg, a cada


Antibiótico bactericida
Neomicina 12h, VO.14 Uso ex- 12h, VO.14 Uso ex-
(gram-negativos).
terno: 0,25-0,5%. terno: 0,5-0,5%.

Cães com menos


Antiparasitário utilizado de 11,4 kg: 11,4
para o tratamento de pul- mg/animal. Cães 11,4 mg/animal, a
Nitempiram
gas e miíases. Geralmen- com mais de 11,4 cada 24h, VO.14
te associado ao lufenuron. kg: 57 mg/animal, a
cada 24h, VO.14

Proteção de patas e
Uso externo: Uso externo:
Nano calêndula calosidades, cicatrização
1-10%8 1-10%8
da pele.

Clareador, calmante Uso externo: Uso externo:


Nano camomila
cutâneo. 1-10%8 1-10%8

Antisséptico, tratamento
Nano Uso externo: 0,05- Uso externo: 0,05-
de afecções fúngicas e
clorexidina 10%8 10%8
bacterianas.

Limpeza e hidratação Uso externo:


Nano coating Não recomendado.
prolongadas. 1-10%8

Uso externo: 10- Uso externo: 10-


Nano defense Repelência prolongada.
20%8 20%8

Nano Restauração da barreira


Uso externo: 1-5%8 Uso externo: 1-5%8
fitoesfingosina cutânea.

Hidratação profunda e Uso externo: Uso externo:


Nano hydrate
prolongada. 1-10%8 1-10%8

Uso externo: 0,5 a


5% Para uso como
Ação antimicrobiana e
Nano melaleuca antisséptico, reco- Não recomendado.
antifúngica.
menda-se adicionar
até 7%.8

Uso externo: Uso externo:


Nano neem Repelência natural.
1-10%8 1-10%8

Reparação dos pelos, Uso externo: Uso externo:


Nano ojon
maciez e brilho. 1-10%8 1-10%8

Nutrição profunda da pele


Nano omegas Uso externo: 2-8%8 Uso externo: 1-8%8
e do pelo.
20 Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Regeneração e manuten- Uso externo: 0,5- Uso externo: 0,5-


Nano vitamina A
ção da epiderme. 10%8 10%8

Hidratação e proteção Uso externo: 0,5- Uso externo: 0,5-


Nano vitamina E
contra danos oxidativos. 10%8 10%8

Antibiótico bactericida
predominantemente 15-20 mg/kg, a cada 15-20 mg/kg, a cada
Norfloxacina
contra infecções por 12h, VO.14 12h, VO.14
gram-negativos.

0,4-0,6 mg/kg,
0,4-0,6 mg/kg,
a cada 12h, VO,
a cada 12h, VO,
Inibidor da janusquinase durante 14 dias,
durante 14 dias,
Oclacitinib anti-inflamatório e antipru- passando então a
passando então a
ginoso. administrar a cada
administrar a cada
24h para terapia de
24h.14
manutenção.14

Uso externo: Uso externo:


2-10%. 2-10%.
Óleo de 500 mg/animal. 500 mg/animal.
Hidratante.
amêndoas Dose empírica/ Dose empírica/
baseada em uso baseada em uso
humano. humano.

Rico em ácido gama-li-


nolênico (GLA), este óleo
é fundamental para a 500 mg/animal. 500 mg/animal.
Óleo de constituição e integridade Dose empírica/ Dose empírica/
borragem das células e tecidos, baseada em uso baseada em uso
proporcionando diversos humano. humano.
benefícios à saúde da
pele.

Uso externo: Uso externo:


Óleo de 2-20%. Dose empíri- 2-20%. Dose empíri-
Repelente.
citronela ca/baseada em uso ca/baseada em uso
humano. humano.

Uso externo: Uso externo:


Óleo de gérmen 2-10%. Dose empíri- 2-10%. Dose empíri-
Hidratante e emoliente.
de trigo ca/baseada em uso ca/baseada em uso
humano. humano.

Uso externo: 1-3%. Uso externo: 1-3%.


Ação nutritiva, emoliente Dose empírica/ Dose empírica/
Óleo de girassol
e reepitelizante. baseada em uso baseada em uso
humano. humano.
Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária 21

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Ação anti-inflamatória,
Uso externo:
antisséptica, adstringente,
Óleo de 1-10%. Dose empíri-
cicatrizante e hidratante. Não recomendado.
melaleuca ca/baseada em uso
Indicado para uso em
humano.
atopia.

Uso externo: Uso externo:


Ação repelente, ação con- 3-10%. Dose empíri- 3-10%. Dose empíri-
Óleo de neem
tra pulgas e carrapatos. ca/baseada em uso ca/baseada em uso
humano. humano.

Uso externo: 1-5%. Uso externo: 1-5%.


Óleo de Dose empírica/ Dose empírica/
Hidratante.
semente de uva baseada em uso baseada em uso
humano. humano.

Uso externo: Uso externo:


Tratamento de dermatite
3-10%. Dose empíri- 3-10%. Dose empíri-
Óleo de silicone de contato, emoliente e
ca/baseada em uso ca/baseada em uso
doador de brilho.
humano. humano.

Fonte de ácidos graxos.


Mantém a integridade
da barreira cutânea e
hidratação da pele. Auxilia
40 mg/kg, a cada 40 mg/kg, a cada
Ômega 3 no controle do prurido em
24h, VO.6 24h, VO.6
cães com atopia, alergia
alimentar e DAPE; Con-
trola a inflamação e/ou
doenças autoimunes.

Antioxidante e anti-infla-
matório. Mantém a integri-
138 mg/kg, a cada 138 mg/kg, a cada
Ômega 6 dade da barreira cutânea
24h, VO.6 24h, VO.6
e hidratação da pele.
Utilizado em atopias.

Extrato de mirrha (Com-


miphora abyssinica),
possui sabor amargo,
atóxica, para pulverizar
Uso externo: Uso externo:
sobre ferimentos, patas,
5-10%. Dose empíri- 5-10%. Dose empíri-
Onymirrhe ou outros locais onde se
ca/baseada em uso ca/baseada em uso
deseja evitar lambedura
humano. humano.
e/ou ingestão de objetos.
Possui também proprie-
dades cicatrizantes e
antissépticas.
22 Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Antisséptico, adstringente Uso externo: Uso externo:


Óxido de zinco
e secativo. 2-20%.15 2-20%.15

Fitoterápico com ação


5-10 mg/kg, a cada 5-10 mg/kg, a cada
ansiolítica, sedativa, diu-
24h, VO. Dose em- 24h, VO. Dose em-
Passiflora rética, anti-hiper-tensiva,
pírica/baseada em pírica/baseada em
antiarrítmica, antiespas-
uso humano. uso humano.
módica e antimicrobiana.

Atua no receptor PPAR-α,


inibindo mediadores
Dermatite atópica: Dermatite atópica:
pró-inflamatórios, inibem
10 mg/kg a cada 24 10 mg/kg a cada 24
o impulso nervoso da
horas, VO. horas, VO.
dor por supressão da
PEA
adenilato ciclase. O PEA
(Palmitoiletanol- Uso externo: 2% Uso externo: 2%
também possui ação
amina) em gel transdérmico em gel transdérmico
antipruriginosa, na qual
para ação analgési- para ação analgési-
há regulação negativa da
ca e anti-inflamató- ca e anti-inflamató-
liberação de mediadores
ria local.21 ria local.21
de mastócitos, monócitos
e macrófagos.

Vasodilatador periférico
usado no tratamento Dermatopatias:
100 mg/animal, a
Pentoxifilina adjuvante de endotoxe- 15-20 mg/kg, a cada
cada 12h, VO.14
mia, doença navicular e 8-12h, VO.14
alterações autoimunes.

Desengordurante, que- Uso externo: não


Peróxido de ratolítico, antisséptico, Uso externo: 2,5 a usar mais que 2,5%.
benzoíla comedolítico, antiacneico 5%.1/11 Usar com cautela
e antipruriginoso. em felinos.1/11

Anti-inflamatório, anti-
Phytosphin- microbiano e hidratante. Uso externo: 0,05- Uso externo: 0,05-
gosine Indicado no tratamento de 1%.7 1%.7
dermatites.

Propriedades bacterios- Uso externo: 1-2%. Uso externo: 1-2%.


Piritionato de táticas e antifúngicas, Dose empírica/ Dose empírica/
zinco controle da dermatite baseada em uso baseada em uso
seborreica. humano. humano.

Alergia: 0,5-1 mg/ Alergia: 1 mg/kg, a


kg, a cada 12h, VO. cada 12h, VO. Imu-
Imunossupressão: nossupressão: 3
Anti-inflamatório glicocor- 2 mg/kg, a cada mg/kg, a cada 12 h,
Prednisolona
ticoide. 12h, VO. Uso pro- VO. Uso prolonga-
longado: 0,5-2 mg/ do: 2-4 mg/kg, VO,
kg, VO, em manhãs em noites alterna-
alternadas.14 das.14
Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária 23

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Alergia: 0,5-1 mg/ Alergia: 1 mg/kg, a


kg, a cada 12h, VO. cada 12h, VO. Imu-
Imunossupressão: nossupressão: 3
Anti-inflamatório glicocor- 2 mg/kg, a cada mg/kg, a cada 12h,
Prednisona
ticoide. 12h, VO. Uso pro- VO. Uso prolonga-
longado: 0,5-2 mg/ do: 2-4 mg/kg, VO,
kg, VO, em manhãs em noites alterna-
alternadas.14 das.14

0,7 mg/kg, a cada 0,5 mg/kg, a cada


Antioxidante e auxilia na 24h, VO. Dose em- 24h, VO. Dose em-
Pycnogenol
produção de colágeno. pírica/baseada em pírica/baseada em
uso humano. uso humano.

10-15 mg/kg, a cada 10-15 mg/kg, a cada


Rifampicina Antibacteriano.
12-24h, VO.14 12-24h, VO.14

Uso externo: Uso externo:


Salicilato de Anti-inflamatório de uso 2-10%. Uso empíri- 2-10%. Uso empíri-
metila externo. co/baseado em uso co/baseado em uso
humano. humano.

Avermectina ecto e endo- 6 mg/kg, a cada 30 6 mg/kg, a cada 30


Selamectina
parasiticida. dias/spot-on.14 dias/spot-on.14

Ação cicatrizante, forta-


lecimento e crescimento
de pelos. Aumenta a 3 mcg/kg, a cada 24 3 mcg/kg, a cada 24
efetividade da vitamina horas. Uso empírico/ horas. Uso empírico/
Selênio Quelato
E. É um antioxidante que baseado em uso baseado em uso
ajuda a prevenir a ruptura humano. humano.
dos cromossomos dos
tecidos.

Uso externo: 1-5%. Uso externo: 1-5%.


Uso empírico/ Uso empírico/
Silicone volátil Hidratante umectante.
baseado em uso baseado em uso
humano. humano.

Sulfonamida de amplo es-


pectro, com propriedades
antifúngicas adicionais. É
Sulfadiazina de
frequentemente utilizada Uso externo: 1%.15 Uso externo: 1%.15
prata
para prevenir e tratar
infecções em lesões sép-
ticas, como queimaduras.

Quimioterápico bacterios- 15-30 mg/kg, a cada 15-30 mg/kg, a cada


Sulfametoxazol
tático de amplo espectro. 12h, VO.14 12h, VO.14
24 Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Uso externo:
Antisseborreico. Indicado 1-2,5% (xampu).
no tratamento da sebor- Atenção: o uso
Sulfeto de reia oleosa, seborreia deste ativo pode
Não usar.
selênio idiopática e pitirosporose causar amarelamen-
cutânea. Ação fungicida e to temporário dos
desengordurante. pelos em animais de
pelagem clara.1/4

Imunossupressor am-
plamente utilizado no Uso externo: 0,03- Uso externo: 0,03-
Tacrolimus
tratamento da dermatite 0,1%.11 0,1%.11
atópica.

Antifúngico. Ação contra


30-35 mg/kg, a cada 20-30 mg/kg, a cada
Terbinafina dermatófitos e fungistático
8-24h, VO.14 24h, VO.14
contra leveduras.

Antibiótico predominan-
20 mg/kg, a cada 20 mg/kg, a cada
Tetraciclina temente bacteriostático
8h, VO.14 8h, VO.14
(amplo espectro).

50 mg/kg, VO,
administrar durante
Antiparasitário e antifún-
Tiabendazol 3 dias e repetir após Uso externo: 4%.20
gico.
um mês.14 Uso
externo: 4%.20

Uso externo: 2-5%. Uso externo: 2-5%.


Tintura de Indicada contra queda de Uso empírico/ Uso empírico/
alecrim pelo. baseado em uso baseado em uso
humano. humano.

Uso externo: Uso externo:


Ação adstringente, anti-in-
Tintura de 2-10%. Uso empíri- 2-10%. Uso empíri-
flamatória, descongestio-
arnica co/baseado em uso co/baseado em uso
nante, antiedematoso.
humano. humano.

Uso externo: Uso externo:


Tintura de 2-10%. Uso empíri- 2-10%. Uso empíri-
Cicatrizante.
barbatimão co/baseado em uso co/baseado em uso
humano. humano.

Uso externo: Uso externo:


Calmante, emoliente,
Tintura de 2-10%. Uso empíri- 2-10%. Uso empíri-
antisséptica, antialérgica,
camomila co/baseado em uso co/baseado em uso
anti-inflamatória.
humano. humano.

Anti-inflamatória, cica- Uso externo: Uso externo:


Tintura de trizante, anti-irritante, 2-10%. Uso empíri- 2-10%. Uso empíri-
confrei hidratante, emoliente e co/baseado em uso co/baseado em uso
ligeiramente adstringente. humano. humano.
Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária 25

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Uso externo: Uso externo:


Tintura de 2-10%. Uso empíri- 2-10%. Uso empíri-
Adstringente, tônica.
hamamélis co/baseado em uso co/baseado em uso
humano. humano.

Uso externo: 0,5- Uso externo: 0,5-


Tintura de Ação antisséptica e cica- 5%. Uso empírico/ 5%. Uso empírico/
malva trizante. baseado em uso baseado em uso
humano. humano.

Uso externo: 1-4%. Uso externo: 1-4%.


Tintura de Ação antibacteriana, anti- Uso empírico/ Uso empírico/
própolis -inflamatória e secativa baseado em uso baseado em uso
humano. humano.

Antisseborreico, antifúngi- Seborreias: 50 mg/ Seborreias: 50 mg/


Tiossulfato
co, esfoliante e desca- kg, a cada 24h, VO, kg, a cada 24h, VO,
de sódio
mativo. durante sete dias.15 durante sete dias.15

Antibiótico bactericida
contra gram-negativos. Uso externo: Uso externo:
Tobramicina
Tratamento de otite 0,3%.19 0,3%.19
externa.

0,11-0,22 mg/kg, 0,11-0,22 mg/kg,


Glicocorticoide anti-infla- a cada 24h, VO.14 a cada 24h, VO.14
Triancinolona
matório. Uso externo: 0,05- Uso externo: 0,05-
0,1%.15 0,1%.15

Uso externo: 0,1- Uso externo: 0,1-


Triclosan Antisséptico.
1%.1/11 1%.1/11

15 mg/kg, a cada 15 mg/kg, a cada


As sulfonamidas são 12h, VO ou 30 mg/ 12h, VO ou 30 mg/
quimioterápicos deriva- kg, a cada 12-24h, kg, a cada 12-24h,
Trimetoprim/ dos da sulfanilamida e a VO. Trimetopri- VO. Trimetopri-
sulfametoxazol trimetoprima é um poten- na usar 20% da na usar 20% da
cializador dos efeitos das concentração da concentração da
sulfonamidas. sulfa, sempre em sulfa, sempre em
associação.15 associação.15

Aminoácido, suplemento 13 mg/kg, a cada 15-20 mg/kg, a cada


Triptofano
de ação calmante. 24h, VO.18 12-24h, VO.18

Uso externo: Uso externo:


5-10% (hidratante); 5-10% (hidratante);
Ureia Hidratante, queratolítico.
10-30% queratolí- 10-30% queratolí-
tico.15 tico.15
26 Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

1-4 mg/kg, a cada 1-4 mg/kg, a cada


Calmante natural fitote- 12 horas, VO. Uso 12 horas, VO. Uso
Valeriana
rápico. empírico/baseado empírico/baseado
em uso humano. em uso humano

O ácido pantotênico,
também conhecido como
vitamina B5, é funda-
mental para o desen-
volvimento saudável da
pele, unhas e pelos. Ele
estimula a renovação
celular, favorece a síntese
de colágeno (proteína
500-1500 UI/kg, a 400 UI/kg, a cada
Vitamina A que sustenta a pele) e
cada 24h, VO.14 24h, VO.14
tem ação moderada na
produção de queratina.
Além disso, ajuda a nor-
malizar a queratinização
e a aumentar a elastici-
dade da pele, enquanto
reduz o espessamento
da epiderme e melhora a
hidratação cutânea.

Antioxidante, sua deficiên-


cia pode causar eczemas
e rachaduras na pele e
Vitamina B2 2-4 mg/kg, VO.14 2-4 mg/kg, VO.14
mucosas. Indicado em
queratoses e dermatite
seborreica.

Antioxidante, cicatrizante,
anti-inflamatório. Atua
como fonte de ácido pan-
totênico nas deficiências 5-20 mg/animal, a 0,5 mg/animal, a
Vitamina B5
nutricionais gerais. Pre- cada 24h, VO.18 cada 24h, VO.18
venção da queda de pelo.
Indicado para dermatites
e vitiligo.

Formação de colágeno e 40-100 mg/animal, a


Vitamina B6 ...
elastina. cada 8-12h, VO.14

Age como cofator para


prolil e lisil hidroxilases na
biossíntese do colágeno.
30 mg/kg, a cada 30 mg/kg, a cada
Vitamina C É importante na formação
6-24h, VO. 14 6-24h, VO. 14
do colágeno. Essencial
para a cura de feridas e
antioxidante.
Princípios ativos sugeridos na dermatologia veterinária 27

Princípio Ativo Ação/Indicação Dose Cães Dose Gatos

Antioxidante e fortalece
500-2.000 UI/kg, a 500-2.000 UI/kg, a
Vitamina D3 a barreira de proteção da
cada 24h, VO.14 cada 24h, VO.14
pele.

Aumento da resposta imu-


ne. Menor ação oxidativa
orgânica, regularização
da liberação de histamina
por mastócitos e possível
benefício em atopias. 20 mg/kg, a cada 7,5-15 mg/kg, a
Vitamina E
Propriedades fotoproteto- 12h, VO.14 cada 24h, VO.14
ras, não só devido à sua
ação antioxidante como
também à sua capacida-
de absortiva da radiação
UV.

É necessário para a
absorção e atividade das 10 mg/kg, a cada 10 mg/kg, a cada
vitaminas, principalmente 24h, VO de sulfato 24h, VO de sulfato
Zinco
as do complexo B e para de zinco ou glucona- de zinco ou glucona-
a cicatrização de feridas e to de zinco.12 to de zinco. 12
queimaduras.
28

Referências Bibliográficas

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17. ZAINE, L.; et al. Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para cães e
gatos. Semina: ciências agrárias, v. 35, n. 4, 2014.
18. GABARDO, C. M.; PIAZERA, R. D. F.; CAVALCANTE, L.; Manual da Farmácia Magistral Veteri-
nária, 1 ed, 2019.
19. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
20. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th
ed. St. Louis, MO: Elsevier Mosby; 2013.
21. Literatura do fornecedor: Fagron.
22. BRUYETTE, D. Clinical Small Animal Internal Medicine: Volumes 1 & 2, 2020.
29

PRINCIPAIS
DOENÇAS
DERMATOLÓGICAS
EM CÃES E GATOS
30 Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas

Dermatofitose
A dermatofitose é uma infecção fúngica cutânea que afeta regiões queratinizadas de pelos e unhas,
bem como as camadas superficiais da pele. Os organismos isolados mais comumente são Microspo-
rum canis, Trichophyton mentagrophytes e Microsporum gypseum. Por se tratar de uma zoonose, os
tutores devem ter cuidado.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Os sinais clínicos variam desde portador assintomático até alopecia focal, que pode progredir
rapidamente para lesões generalizadas. Pode ocorrer descamação, eritema, hiperpigmentação
e prurido. Em alguns casos, pode haver lesões granulomatosas (pseudomicetoma) ou quérions,
inflamação do leito ungueal e deformidade da unha.

TRATAMENTO
A terapia tópica pode ser realizada em conjunto com o tratamento sistêmico ou isoladamente, apenas
nos casos de lesões localizadas.

Tratamento tópico Tratamento tópico


Lesões generalizadas Lesões focais

Clorexidina ...............................................1% Cetoconazol ............................................ 2%


Miconazol ................................................ 2% Microemulsão.......................................q.s.p.
Xampu ..................................................q.s.p.
Posologia: Aplicar a cada 12 horas até a
Posologia: Dar banhos 1 a 2 vezes na se- resolução da lesão.
mana por no mínimo 4-6 semanas. É impor-
tante esperar o produto agir por 10 minutos, Dica da Fórmula Animal:
e após isso, enxaguar. • Outros antifúngicos sugeridos são o mico-
nazol 1-2% e o clotrimazol 1%.
Dica da Fórmula Animal: Para melhor eficá- • Antifúngicos são substâncias ativas com
cia do produto, a utilização de um hidratante baixa solubilidade em veículos comuns.
associado pode auxiliar na performance da Por isso, a Fórmula Animal criou uma base
formulação: microemulsão como veículo, obtendo ex-
• Nano hydrate ........................................1% celentes resultados na incorporação des-
• D-pantenol ............................................1% sas substâncias. A utilização de veículos
• Óleo de amêndoas .............................. 2% adequados é fundamental para garantir a
eficácia e a segurança dos medicamen-
tos, especialmente quando se trata de
substâncias com baixa solubilidade ou ou-
tros desafios de formulação.
Terapia antifúngica sistêmica

Cetoconazol ...................................10 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
horas com alimento.
Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas 31

Ativos que podem ser associados Terapia antifúngica


sistêmica
Óleo de melaleuca 1% ou nano melaleuca
1% Fluconazol .....................................10 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Dica da Fórmula Animal:
• A melaleuca é uma ótima opção antifúngi- Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
ca adjuvante para o tratamento de derma- horas com alimento.
tofitose.
ou
• É possível reduzir a frequência de banhos
ou de aplicação com a utilização da nano- Itraconazol .................................5-10 mg/kg
tecnologia (nano melaleuca) pois tais pro- Forma farmacêutica .............................q.s.p.
dutos podem apresentar um maior intervalo Posologia: administrar 1 dose a cada 24
de aplicação, uma vez que são caracteriza- horas com alimento. (Forma farmacêutica
dos por uma liberação lenta e gradual dos suspensão: administrar com estômago
ingredientes ativos na pele. vazio).
ou ou
Clorexidina ........................................... 1-2% Terbinafina .............................. 30-40 mg/kg
Creme/mousse/spray ...........................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Dica da Fórmula Animal: O mousse possui Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
uma textura leve e aerada, sendo bem ab- horas.
sorvido pela pele e ocasiona uma sensação
agradável sem resíduos oleosos.

!O tratamento sistêmico e tópico associados deve ser


prolongado durante 3 a 4 semanas após a cura clínica
e após a obtenção de duas ou mais culturas fúngicas negativas.

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. Macedo C. M., Silva W. C., Camargo Junior R N C. Dermatofitose em cães e gatos: aspectos clínicos, diagnós-
tico e tratamento. Vet. e Zootec, 2021.
4. MORIELLO, K. A., COYNER, K., PATERSON, S. & MIGNON, B. (2017) Diagnosis and treatment of dermatophy-
tosis in dogs and cats.: Clinical Consensus Guidelines of the World Association for Veterinary Dermatology.
Veterinary Dermatology 28, 266-e268.
5. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
32 Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas

Malasseziose
A Malassezia pachydermatis é uma levedura comum encontrada em baixas quantidades nos canais
auditivos, áreas periorais, regiões perianais e pregas cutâneas úmidas. No entanto, quando há uma
hipersensibilidade aos microrganismos ou crescimento excessivo da levedura, pode levar ao desenvol-
vimento da doença.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
As características clínicas incluem prurido moderado a grave, alopecia focal ou generalizada,
seborreia e eritema em cães. Em estado crônico, a pele pode apresentar hiperpigmentação, hi-
perqueratose e um odor desagradável. Já em gatos, os sinais clínicos incluem otite externa com
secreção escura, acne mentoniana, alopecia, eritema e seborreia, que podem ser multifocais ou
generalizadas.

Imagem 1 - Padrão de distribuição da malasseziose

Fonte: Adaptado de Hnilica e Patterson, 2018.

TRATAMENTO
Em casos brandos a terapia tópica isolada geralmente é eficaz:
Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas 33

Tabela 1 - Produtos tópicos efetivos para Malassezia e suas respectivas concentrações indicadas.

Clotrimazol 1%
Miconazol 2%
Cetoconazol 2%
Tiabendazol 4%
Clorexidina 2 a 4%
Ciclopirox olamina 1%
Sulfeto de selênio (cães) 1%

Otite por malassezia


Clorexidina .............................................. 2%
Cetoconazol .............................................1% Miconazol .................................................1%
Xampu ..................................................q.s.p. Dexametasona ...................................... 0,1%
Microemulsão otológica .......................q.s.p.
Posologia: Dar banhos a cada 2 a 3 dias
até a resolução das lesões e ausência de Posologia: Aplicar 4 a 8 gotas, a cada 12
microrganismos a citologia cutânea (média a 24 horas.
de 4 semanas). É importante esperar o pro-
duto agir por 10 minutos, e após isso, en- Dicas da Fórmula Animal:
xaguar. • O antifúngico pode ser alterado para ceto-
conazol ou clotrimazol.
Dica da Fórmula Animal: Para melhor
eficácia do produto, a utilização de um hi- • Antifúngicos são substâncias ativas com
dratante associado pode auxiliar na per- baixa solubilidade em veículos comuns.
formance da formulação: nano hydrate 1%, Por isso, a Fórmula Animal criou uma mi-
D-pantenol 1%, óleo de amêndoas 2%, etc. croemulsão otológica como veículo, obten-
do excelentes resultados na incorporação
dessas substâncias. A utilização de veículos
Outros xampus alternativos incluem:
adequados é fundamental para garantir a
• Miconazol ............................................ 2%
eficácia e a segurança dos medicamentos,
• Sulfeto de selênio (cães) .................... 2%
especialmente quando se trata de substân-
cias com baixa solubilidade ou outros desa-
fios de formulação.
34 Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas

Tratamento sistêmico
Nano melaleuca ...................................... 2% Casos moderados a graves
Nano fitoesfingosina ................................1%
Clorexidine .............................................. 2% Cetoconazol ...................................10 mg/kg
Mousse .................................................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Uso diário ou conforme neces- Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
sário. horas com alimento.
Dica da Fórmula Animal: Formulação tam-
bém disponível em lenços umedecidos, nes-
se caso uma opção interessante é a utilização
do TRIS-EDTA como q.s.p. uma vez que ele
melhora a eficácia da formulação. Tratamento sistêmico
Casos moderados a graves

Fluconazol ......................................10 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
horas com alimento.

Medicamentos alternativos: terbinafina (5


a 40 mg/kg VO a cada 12 horas) ou itracona-
zol (5 a 10 mg/kg a cada 24 horas) durante
4 semanas.

!O tratamento deve ser realizado até


a resolução das lesões e a ausên-
cia de microrganismos a citologia cutânea
(em média 4 semanas).

Referências
1. BOND, R., MORRIS, D. O., GUILLOT, J., BENSIGNOR, E. J., ROBSON, D., MASON, K. V., KANO, R. & HILL, P. B.
(2020). Biology, diagnosis and treatment of Malassezia dermatitis in dogs and cats Clinical Consensus
Guidelines of the World Association for Veterinary Dermatology. Veterinary Dermatology, 31, 27–e4.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. PEANO, A.; JOHNSON, E.; CHIAVASSA, E.; TIZZANI, P.; GUILLOT, J.; PASQUETTI, M. Antifungal Resistance
Regarding Malassezia pachydermatis: Where Are We Now? J. Fungi 2020, 6, 93.
5. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas 35

Criptococose
Cryptococcus neoformans é um fungo ambiental saprofítico e a doença criptococose é desencadeada
quando esses microrganismos são inalados e estabelecem uma infecção nas cavidades nasais, seios
paranasais ou pulmões. A infecção é principalmente adquirida através da inalação de esporos fúngicos,
que são frequentemente encontrados nas excretas de pombos, considerados os reservatórios naturais
do agente patogênico. A disseminação da infecção pode ocorrer para a pele, olhos, sistema nervoso
central e outros órgãos. A criptococose é mais comum em felinos, mas também pode afetar cães e
seres humanos.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Em gatos, a manifestação cutânea da criptococose é caracterizada por aumento de volume na
ponte nasal, múltiplas pápulas e nódulos que podem ulcerar e estarem associados a sintomas
respiratórios como espirros, obstrução nasal, rinorreia e massas nasais.
Já em cães, a doença tem maior predileção pelo sistema nervoso central e olhos, mas também
pode afetar o trato respiratório. Ulcerações cutâneas podem ocorrer, principalmente no focinho,
lábios, cavidade oral e leitos ungueais.

!O
TRATAMENTO

tratamento deve ser realizado por


Fluconazol ...................................5-15 mg/kg longo período e continuado por pelo
Forma farmacêutica .............................q.s.p. menos 1 mês após a resolução clínica.
Posologia: Administrar a cada 12-24 horas,
com alimento. Medicamento de escolha
em casos de envolvimento ocular e do SNC,
já que apresenta melhor penetração.
ou
Itraconazol ..................................5-10 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar a cada 12-24 horas,
com alimento. (Forma farmacêutica sus-
pensão: administrar com estômago vazio).
ou
Cetoconazol ................................5-10 mg/kg Referências
Forma farmacêutica .............................q.s.p. 1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia
Posologia: Administrar a cada 12-24 horas, de pequenos animais: atlas colorido e guia te-
rapêutico. Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Pau-
com alimento.
lo: Elsevier, 2018.
2. PENNISI, M.G.; HARTMANN, K .; LLORET, A. et al.
CRYPTOCOCCOSIS IN CATS: ABCD guidelines
on prevention and management. Journal of Fel.
Med. Surg. year 2013, p. 611–618, 15 jul. 2013.
3. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veteriná-
ria em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed.
Barueri, Manole, 2015.
4. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed.
Lagoa Santa: CEM, 2019.
36 Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas

Esporotricose
A esporotricose é uma doença causada pelo fungo ambiental Sporothrix spp., que ocorre quando os
microrganismos são inoculados no tecido através de feridas perfurantes.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Em gatos, a esporotricose pode manifestar-se de formas variadas, desde uma única lesão cutâ-
nea até lesões múltiplas e formas disseminadas. Entretanto, a forma sistêmica disseminada é
mais comum e geralmente está associada ao envolvimento da mucosa nasal. Em cães, a espo-
rotricose pode se manifestar como múltiplos nódulos, geralmente indolores e sem prurido, que
podem apresentar ulceração, exsudação purulenta e formação de crostas.

TRATAMENTO

!O tratamento sistêmico para a esporotricose deve ser de longa duração,


podendo levar de semanas a meses, e deve ser continuado por pelo
menos um mês após a remissão completa dos sinais clínicos da doença.

Itraconazol ..................................5-10 mg/kg Itraconazol ..................................5-10 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24 Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24
horas, com alimento. horas, com alimento.
ou ou
Itraconazol ............................100 mg/animal Cetoconazol ................................5-15 mg/kg
Iodeto de potássio ...........................5 mg/kg Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 horas, com alimento.
horas. Na ausência de efeitos adversos
clínicos e necessidade terapêutica, a dose
de iodeto de potássio pode ser aumentada
para 10 mg/kg a cada 24 horas.1/3 Em caso
de efeitos adversos, interromper os medica-
mentos e reintroduzir com doses mais bai-
xas, com alimento.
Fluconazol ......................................10 mg/kg
ou Forma farmacêutica .............................q.s.p.

Cetoconazol ................................5-10 mg/kg Posologia: Administrar 1 dose a cada 24


Forma farmacêutica .............................q.s.p. horas, com alimento.

Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-


24 horas.
Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas 37

Referências
1. Da ROCHA, R. F. D. B.; SCHUBACH, T. M. P.; PEREIRA, S. A.; Dos REIS, E. G.; CARVALHO, B. W.; GREMIÃO, I. D.
F. Refractory feline sporotrichosis treated with itraconazole combined with potassium iodide. Journal of
Small Animal Practice, 2018.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. REIS, É. G. et al. Association of itraconazole and potassium iodide in the treatment of feline sporotricho-
sis: a prospective study. Medical Mycology, v. 54, n. 7, p. 684-690, 2016.
4. STECANELLA, V. G. et al. Esporotricose felina: relato de caso. Revista Uningá Review, v. 34, n. 1, p. 29-29,
2019.
5. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
38 Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas

Histoplasmose
A histoplasmose é uma doença infecciosa causada por um fungo chamado Histoplasma capsulatum. É
transmitida em animais através da inalação dos esporos produzidos pelos micélios presentes nas fezes
dos animais que servem como reservatórios, como aves e morcegos.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Os sinais clínicos dermatológicos da histoplasmose em cães e gatos incluem lesões cutâneas,
tais como eritema, edema, prurido, descamação, ulcerações ou nódulos. Alguns indivíduos tam-
bém podem apresentar sinais sistêmicos, tais como febre, anorexia, letargia e perda de peso. Em
casos graves, a histoplasmose pode causar problemas respiratórios, incluindo tosse, dificuldade
respiratória e até mesmo insuficiência respiratória.:

TRATAMENTO

!A terapia antifúngica sistêmica deve ser administrada por longo


período (4 a 6 meses no mínimo), e continuada por até pelo
menos 2 meses após o desaparecimento das manifestações clínicas.

Primeira escolha Alternativa

Itraconazol .....................................10 mg/kg Cetoconazol ................................5-10 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12 a Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
24 horas. horas, com alimento.

Alternativa

Fluconazol ......................................10 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Referências
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
horas, com alimento. 1. AGOSTINHO I.R.C, CAMPOS M.A.S., SANTOS
I.C., SILVA J. A., BARBOSA K. M. S. Aspectos ge-
rais da Histoplasmose em pequenos animais
e importância clínica. Vet. e Zootec. 2021; v28:
001-005.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia
de pequenos animais: atlas colorido e guia te-
rapêutico. Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Pau-
lo: Elsevier, 2018.
3. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veteri-
nária em 5 minutos espécies canina e felina. 5.
ed. Barueri, Manole, 2015.
4. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4
ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas 39

Coccidioidomicose
A infecção fúngica sistêmica causada pelo Cocci-
dioides immitis é conhecida como coccidioidomi-
cose. A forma de transmissão mais comum ocorre
pela inalação do fungo suspenso no ar, devido ao
deslocamento de solo ou outros ambientes con-
!A coccidioidomicose é classifica-
da como uma das micoses sis-
têmicas mais graves e potencialmente fa-
tais. O tratamento da doença disseminada
taminados. exige, pelo menos, um ano de tratamento
antifúngico intensivo.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Embora lesões primárias na pele decorrentes de inoculação direta sejam incomuns, os microrga-
nismos geralmente são inalados, estabelecendo uma infecção pulmonar que pode se espalhar
para linfonodos, olhos, pele, ossos e outros órgãos. Lesões cutâneas incluem nódulos ulcerados,
abscessos subcutâneos e lesões drenantes.

TRATAMENTO
Nos casos de doença disseminada, a administração de antifúngicos sistêmicos deve ser por pelo me-
nos 1 ano e continuada por pelo menos 2 meses após a resolução das lesões clínicas.

Cetoconazol ................................5-10 mg/kg Itraconazol ..................................5-10 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12 Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
horas, com alimento. horas, com alimento.
ou
Fluconazol ......................................10 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
horas, com alimento.

Referências
1. ARBONA, N.; BUTKIEWICZ, C. D. KEYES, M.; SHUBITZ, L. F. Clinical features of cats diagnosed with cocci-
dioidomycosis in Arizona, 2004–2018. Journal of Feline Medicine and Surgery 2020, Vol. 22(2) 129–137.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
4. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
40 Dermatopatias fúngicas e pseudofungicas

Pitiose
Pitiose é uma infecção fúngica cutânea, causada pelo protozoário Phythium insidiosum, que é encon-
trado comumente em ambientes úmidos e quentes. A doença é altamente contagiosa e se espalha
facilmente através do contato direto com animais infectados ou superfícies contaminadas.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
As lesões tegumentares associadas à pitiose são caracterizadas por dermatite piogranulomatosa
ulcerativa extensa. A doença pode se manifestar em cães de forma gastrointestinal e cutânea,
embora raramente sejam encontradas juntas. Os sinais clínicos incluem erupções cutâneas eri-
tematosas e descamativas, prurido intenso, alopecia, edema e crostas na pele. Esses sinais são
geralmente observados nas patas, cauda, orelhas e regiões faciais do animal.

TRATAMENTO
A administração de antifúngicos em associação é frequentemente recomendada após a realização da
exérese da área afetada como medida preventiva contra o crescimento do agente causal.

Itraconazol .....................................10 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p.

!M
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
horas por pelo menos 3 a 6 meses.
enos de 25% dos casos
Alternativamente, o itraconazol pode ser apresentam eficácia com
associado a: o tratamento medicamentoso.
Terbinafina ............................... 30-40 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-
24 horas. Doses mais baixas de terbinafina
também são indicadas.

Referências
1. FRADE, M. T. S.; DINIZ, P. V. N.; OLINDA, R. G.; MAIA, L. A.; DE GALIZA, G. J. N. DE SOUZA, A. P.; et al. Pythiosis
in dogs in the semiarid region of Northeast Brazil. Pesq. Vet. Bras. 37 (5), may, 2017.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
4. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Infecções parasitárias da pele 41

Carrapatos
Os carrapatos Rhipicephalus, Dermacentor, Ixodes e Amblyomma podem ser encontrados em qualquer
região do corpo. Esses parasitas são mais frequentes em cães do que em gatos. A infestação por car-
rapatos é geralmente assintomática, contudo, pode provocar a formação de nódulos inflamatórios no
local de sua fixação, bem como outras doenças sistêmicas.

TRATAMENTO

Tratamento tópico Tratamento sistêmico

Fipronil ...................................................10% Afoxolaner .....................................2,5 mg/kg


Pour-on.................................................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Aplicação duas vezes, com 2 Posologia: Administrar 1 dose a cada 30
semanas de intervalo. dias.
ou
Fipronil ............................................... 0,25%
Spray ....................................................q.s.p.
Posologia: Aplicação mensal. Alternativa
para animais muito jovens.
ou
Selamectina ............................................ 6%
Fipronil ...................................................10%
Pour-on.................................................q.s.p.
Posologia: Administrar a cada 30 dias.
Cães ou gatos até 3 kg ����������� 0,3 ml
Cães ou gatos de 3-5 kg ���������� 0,5 ml
Cães ou gatos de 5-10 kg �����������1 ml
Cães de 10-15 kg ��������������� 1,5 ml
Cães de 15-30 kg �����������������3 ml
Cães acima de 40 kg ��������������4 ml
ou
Óleo de Neem ......................................... 3%
Spray ....................................................q.s.p.
Referências
Posologia: Aplicar no corpo todo e massa-
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia
gear, reaplicar após 30 a 40 dias.
de pequenos animais: atlas colorido e guia te-
Dica da Fórmula Animal: O óleo de nem é rapêutico. Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Pau-
uma alternativa natural e também está dispo- lo: Elsevier, 2018.
2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos ani-
nível em pour-on a 10%. mais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veteri-
nária em 5 minutos espécies canina e felina. 5.
ed. Barueri, Manole, 2015.
4. TroCCAP: Diretrizes para o controle de ectopa-
rasitos de cães e gatos nos trópicos - Primeira
edição, Agosto 2022.
5. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4
ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
42 Infecções parasitárias da pele

Demodicose canina localizada e generalizada


A demodicose canina, também conhecida como sarna demodécica, é uma dermatose parasitária que
pode causar lesões cutâneas devido a uma superpopulação de Demodex canis, um habitante comen-
sal da pele canina presente em pequenos números na maioria dos cães saudáveis. A gravidade dessa
condição varia, pois pode evoluir para diversas formas clínicas, tais como demodicose localizada (ape-
nas em alguns pontos específicos do corpo) ou demodicose generalizada, presente em grande parte
do corpo do animal. O crescimento excessivo desses microrganismos está geralmente associado a
fatores predisponentes, como o uso de imunossupressores, desnutrição, endoparasitismo e estresse,
por exemplo.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Na Demodicose Localizada, são observadas áreas alopécicas eritematosas, além de hiperpigmenta-
ção e descamação variável em uma região específica do corpo. Já na Demodicose Generalizada, é
comum observar cinco ou mais lesões focais ou acometimento de duas ou mais regiões do corpo. Os
sinais clínicos incluem alopecia, eritema, descamação, pápulas, hiperpigmentação e prurido variável.
É frequentemente acompanhada por infecção bacteriana secundária.

Dica da Fórmula Animal: O diagnóstico pode ser realizado através da microscopia por raspado
profundo de pele. Esta técnica consiste na coleta de amostras de porções cutâneas profundas, como
folículos pilosos e glândulas sebáceas, para visualização microscópica. É importante mencionar que
esses ácaros se proliferam em camadas profundas da pele e, portanto, é crucial coletar amostras
dessas áreas para garantir a precisão do diagnóstico.

Imagem 2 - Padrão de distribuição da demodicose generalizada

Fonte: Adaptado de Hnilica e Patterson, 2018.


Infecções parasitárias da pele 43

TRATAMENTO

!N ormalmente não será necessário o uso de antibióticos sistêmicos e a terapia anti-


bacteriana tópica combinada com agentes miticidas será suficiente, a menos que
uma infecção bacteriana grave esteja presente. Nesses casos, administre antibióticos sis-
têmicos por no mínimo 3-4 semanas.

Tratamento tópico Em caso de continuidade da


lesão localizada
Peróxido de benzoíla ........................... 1-3%
Xampu ..................................................q.s.p. Ivermectina............................. 0,2-0,6 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Dar banhos a cada 3 a 7 dias.
Deixe agir por 10 minutos antes de enxa- Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
guar. horas. Inicialmente, são administradas do-
ses menores e progressivamente aumenta-
Dica da Fórmula Animal: A pré-lavagem das.
com xampu de peróxido de benzoíla auxilia
na limpeza do folículo piloso. Ainda, pode ser ou
utilizado em casos de infecção bacteriana
secundária leve, não havendo necessidade Milbemicina oxima .................... 0,5-2 mg/kg
de entrar com antibioticoterapia. Forma farmacêutica .............................q.s.p.

+ Posologia: Administrar 1 dose a cada 24


horas.
Óleo de melaleuca ou nano melaleuca ....... 2%
Calêndula extrato glicólico ..................... 2%
Óleo de amêndoas.................................. 3%

!A
Spray ....................................................q.s.p.
Posologia: Aplicação a cada 12-24 horas
ou conforme necessidade (cães). administração deve ser realizada
por longo período, variando de
Pododemodicose semanas a meses e deve ser mantida por
pelo menos 1 mês após a obtenção do 1º
Óxido de zinco ........................................ 5% raspado cutâneo negativo.
Neomicina ............................................ 0,5%
Sulfadiazina de prata ...............................1%
Pó .........................................................q.s.p.
Posologia: Aplicação diária ou conforme Alternativa
necessidade.
Afoxolaner .....................................2,5 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 4 doses com inter-
valo de duas semanas entre elas.
44 Infecções parasitárias da pele

Tratamento adjuvante

Betaglucana ......................................100 mg
Pool de lactobacillus ........................ 200 mg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose por via oral a
cada 24 horas por no mínimo 30 dias.
Dica da Fórmula Animal: O tratamento
adjuvante com betaglucana e lactobacillus
auxilia na melhora da imunidade dos pacien-
tes, importante na recuperação e resolução
clínica da doença.

Referências
1. GONDIM, A. L. C. Demodicose felina: Revisão. PUBVET v.13, n.9, a416, p.1-8, Set., 2019.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. MUELLER, R.S.; ROSENKRANTZ, W.; BENSIGNOR, E.; TEZCZA, J.K.; PETERSON, T.; SHIPSTONE, M.A. Diag-
nosis and treatment of demodicosis in dogs and cats Clinical consensus guidelines of the World Asso-
ciation for Veterinary Dermatology. Veterinary Dermatology, v. 31, n. 1, p. 2-4, 2020.
5. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
6. TroCCAP: Diretrizes para o controle de ectoparasitos de cães e gatos nos trópicos - Primeira edição,
Agosto 2022.
7. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Infecções parasitárias da pele 45

Escabiose canina
A escabiose é uma condição dermatológica causada pelo ácaro Sarcoptes scabei var. canis. É altamen-
te contagiosa entre animais e pode afetar humanos. O ácaro secreta uma substância alergênica que
causa reação de hipersensibilidade intensamente pruriginosa.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Intenso prurido acompanhado de lesões que incluem alopecia, pápulas, crostas e eritema, que
podem disseminar por todo o corpo..

Imagem 3 - Padrão de distribuição da escabiose canina

Fonte: Adaptado de Hnilica e Patterson, 2018.

TRATAMENTO

!I nfecções secundárias: antibióticos sistêmicos por no mínimo 3-4


semanas, continuando por 1 semana após a resolução clínica.
46 Infecções parasitárias da pele

Tratamento sistêmico Tratamento tópico

Selamectina ................................6-12 mg/kg Fipronil ............................................... 0,25%


Pour-on.................................................q.s.p. Spray ....................................................q.s.p.
Posologia: Administrar a cada 2 semanas, Posologia: Aplicar em todo o corpo do ani-
por pelo menos quatro vezes. mal 3 vezes com intervalo de 2 semanas
entre cada aplicação. Apropriado para uso
ou a partir de 2 dias de idade.
Ivermectina............................. 0,2-0,4 mg/kg ou
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Fipronil ...................................................10%
Posologia: Administrar 1 dose a cada 7 Spot-on.................................................q.s.p.
dias por 4 a 6 semanas.
Posologia: Aplicar em todo o corpo do ani-
ou mal a cada 4 a 6 semanas.
Afoxolaner .....................................2,5 mg/kg +
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Gentamicina ......................................... 0,3%
Posologia: Administrar 1 dose e repetir Alfa-bisabolol ....................................... 0,5%
após 14 dias. Aloe vera extrato glicólico....................... 3%
ou Xampu ..................................................q.s.p.

Milbemicina oxima ......................0,75 mg/kg Posologia: Dar banhos a cada 3-7 dias po-
Forma farmacêutica .............................q.s.p. dem auxiliar no tratamento acaricida.

Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 ou


horas, durante 30 dias. Alternativamente, Tiabendazol .............................................1%
pode-se utilizar a dose de 2 mg/kg a cada 7 Aloe vera extrato glicólico....................... 2%
dias durante 3 a 5 semanas. Clorexidina ..............................................1%
Xampu ..................................................q.s.p.
Posologia: Dar banhos a cada 3-7 dias, ou
conforme necessário.

!P ara o prurido crônico, podem ser administrados corticoide (uso


com cautela) ou oclacitinib, durante 1 a 2 semanas apenas.

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
4. TroCCAP: Diretrizes para o controle de ectoparasitos de cães e gatos nos trópicos - Primeira edição,
agosto 2022.
5. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Infecções parasitárias da pele 47

Escabiose felina
A escabiose felina ou sarna notoédrica, é causada pelo ácaro Notoedres cati, que afeta a camada
superficial da pele.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Caracterizada por lesões descamativas e intensamente pruriginosas, que se iniciam nas bordas
do pavilhão auricular e se disseminam para as orelhas, cabeça, face e pescoço. A pele afetada
apresenta-se espessa e hiperqueratótica, com alopecia, descamação e liquenificação.

TRATAMENTO

Tratamento sistêmico Tratamento tópico

Ivermectina............................. 0,2-0,3 mg/kg Nano fitoesfingosina ................................2%


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Nano hydrate ............................................3%
Xampu .................................................. q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 1 a 2
semanas por três a quatro tratamentos. Posologia: Dar banhos semanais ou con-
forme necessário para eliminação das cros-
ou
tas.
Selamectina .....................................6 mg/kg
Dica da Fórmula Animal: É possível redu-
Pour-on/spot-on ...................................q.s.p.
zir a frequência de banhos ou de aplicação
Posologia: Realizar 2 aplicações com inter- com a utilização da nanotecnologia pois tais
valos de 15 a 30 dias. produtos podem apresentar um maior inter-
valo de aplicação, uma vez que são carac-
ou terizados por uma liberação lenta e gradual
Moxidectina ..............................................1% dos ingredientes ativos na pele.
Pour-on/spot-on ...................................q.s.p.
Posologia: Aplicações a cada 2 a 4 sema-
nas, durante 4 a 6 semanas.

Referências
1. Colombo, M.; Morelli, S.; Sacra, M.; Trezza, G.; Paoletti, B.; Traversa, D.; Di Cesare, A. An Uncommon and Severe
Clinical Case of Sarcoptes scabiei Infestation in a Cat. Pathogens 2023, 12, 62.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
5. TroCCAP: Diretrizes para o controle de ectoparasitos de cães e gatos nos trópicos - Primeira edição,
Agosto 2022.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
48 Infecções parasitárias da pele

Queiletielose
A queiletielose é uma doença dermatológica causada pela infestação do ácaro Cheyletiella spp. O áca-
ro habita a camada superficial da pele e se desloca de forma ágil através de pseudotúneis. A doença é
altamente contagiosa e geralmente afeta mais de um animal.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
A descamação excessiva é uma manifestação clínica frequentemente observada na região dorsal
das costas. Pode haver prurido, que varia em intensidade, desde brando até grave. É importante
notar que os indivíduos infectados podem ser assintomáticos.

TRATAMENTO

Tratamento sistêmico Tratamento tópico

Ivermectina............................. 0,2-0,3 mg/kg Fipronil ............................................... 0,25%


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Spray ....................................................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 1 a 2 Posologia: Aplicação em todo o corpo do
semanas por 4 a 6 semanas. animal a cada 2 semanas por 4 a 6 sema-
nas.
ou
Selamectina .....................................6 mg/kg
Pour-on/spot-on ...................................q.s.p.
Posologia: Aplicação a cada 30 dias. Al-
ternativamente, pode ser aplicada a cada 2
semanas por 4 a 6 semanas.
ou
Moxidectina ..............................................1%
Pour-on/spot-on ...................................q.s.p.
Posologia: Aplicações a cada 2 a 4 sema-
nas, durante 4 a 6 semanas.

Referências
1. BEUGNET, F., HALOS, L. AND GUILLOT, J. Textbook of Clinical Parasitology in Dogs and Cats. Servet Edito-
rial— Grupo Asís Biomedia, S.L, 2018.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
5. TroCCAP: Diretrizes para o controle de ectoparasitos de cães e gatos nos trópicos - Primeira edição,
Agosto 2022.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Infecções parasitárias da pele 49

Ácaros de ouvido (otodectes cynotis)


A otocaríase é causada pela infestação do ácaro Otodectes cynotis, que vive na superfície da pele e
nos canais auditivos de cães e gatos, é uma parasitose importante e frequentemente recorrente espe-
cialmente em gatos.

TRATAMENTO

Tratamento tópico Medicamentos tópicos


otológico otológicos multimodais
adjuvantes
Clorexidina ......................................... 0,25%
Tris-EDTA .............................................q.s.p. Neomicina ............................................ 0,5%
Tiabendazol .............................................4%
Posologia: Administrar 3 a 4 gotas para lim-
Dexametasona ...................................... 0,1%
peza dos debris acumulados.
Veículo otológico ..................................q.s.p.
+
Posologia: Instilar 0,125 a 0,5 ml no con-
Ivermectina..........................................0,01% duto auditivo a cada 12 horas por 2 a 3 se-
Veículo otológico ..................................q.s.p. manas.

Posologia: 3 aplicações com intervalos de ou


7 dias entre cada uma.
Gentamicina ......................................... 0,3%
Clotrimazol ...............................................1%
Betametasona ....................................... 0,1%
Microemulsão otológica .......................q.s.p.
Posologia: Instilar 0,25 a 0,5 mL no conduto
Tratamento sistêmico
auditivo a cada 12 horas por 2 a 3 semanas.
Ivermectina....................................0,3 mg/kg Dica da Fórmula Animal: Antifúngicos são
Forma farmacêutica .............................q.s.p. substâncias ativas com baixa solubilidade
Posologia: Administra 1 dose a cada 7 em veículos comuns. Por isso, a Fórmula
dias, durante 3 ou 4 tratamentos. Animal criou uma microemulsão otológica
como veículo, obtendo excelentes resultados
ou na incorporação dessas substâncias. A utili-
zação de veículos adequados é fundamental
Selamectina .....................................6 mg/kg para garantir a eficácia e a segurança dos
Pour-on/spot-on ...................................q.s.p. medicamentos, especialmente quando se
Posologia: Para gatos, é necessário 1 a 2 trata de substâncias com baixa solubilidade
aplicações com intervalo de 30 dias. Em ou outros desafios de formulação.
cães, 2 aplicações com 30 dias de intervalo ou
entre elas.
Fipronil ............................................... 0,25%
Neomicina ............................................ 0,5%
Fluocinolona..................................... 0,025%
Veículo otológico ..................................q.s.p.
Posologia: Instilar 3 a 4 gotas a cada 12-24
horas, por no mínimo 1 semana.
50 Infecções parasitárias da pele

!D
Tratamento sistêmico

Afoxolaner .....................................2,5 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. evido à migração dos parasitas
na pele, os tratamentos sistêmi-
Posologia: Administrar 1 dose e repetir cos são considerados mais eficazes.
após 30 dias.

Referências
1. BEUGNET, F., HALOS, L. AND GUILLOT, J. Textbook of Clinical Parasitology in Dogs and Cats. Servet Edito-
rial— Grupo Asís Biomedia, S.L, 2018.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
5. TroCCAP: Diretrizes para o controle de ectoparasitos de cães e gatos nos trópicos - Primeira edição,
agosto 2022.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
7. YANG, C. AND HUANG, H-P. Evidence-based veterinary dermatology: a review of published studies of
treatments for Otodectes cynotis (ear mite) infestation in cats. Vet Dermatol, 2016. .
Infecções parasitárias da pele 51

Pulíase (pulgas)
A espécie de pulga Ctenocephalides felis é a mais comumente en-
contrada em gatos e cães, conforme evidenciado por estudos com CARACTERÍSTICAS
uma prevalência de mais de 90%. Entretanto, é possível que ou- CLÍNICAS
tras espécies de pulgas sejam encontradas em animais carnívoros,
Prurido, seborreia, alopecia,
como a Ctenocephalides canis (pulga do cão).
piodermite secundária.

TRATAMENTO

Tratamento sistêmico Tratamento sistêmico


Regulador de crescimento de insetos Infestações graves

Lufenuron .......................................10 mg/kg Nitempiram .......................................1 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 30 Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 a
dias. 48 horas por 4 semanas.
ou Dica da Fórmula Animal: Em casos de
prurido intenso, podem ser necessários cor-
Adulticida oral ticoides ou oclacitinib por 1 a 2 semanas.
Evitar o uso prolongado.
Afoxalaner .....................................2,5 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 30
dias.
Tratamento tópico
Adulticidas tópicos

Fipronil ............................................... 0,25%


Tratamento sistêmico Spray ....................................................q.s.p.
Regulador de crescimento de insetos
Posologia: Aplicar em todo o corpo do ani-
Lufenuron .......................................30 mg/kg mal a cada 30 dias. Apropriado para uso a
Forma farmacêutica .............................q.s.p. partir de 2 dias de idade.

Posologia: Administrar 1 dose a cada 30 ou


dias.
Fipronil ...................................................10%
Spot-on.................................................q.s.p.
Posologia: Aplicar em todo o corpo do ani-
mal a cada 30 dias.
ou

Selamectina .....................................6 mg/kg


Pour-on/spot-on ...................................q.s.p.
Posologia: Aplicações com intervalo de 15
a 30 dias.
52 Infecções parasitárias da pele

Referências
1. BEUGNET, F., HALOS, L. AND GUILLOT, J. Textbook of Clinical Parasitology in Dogs and Cats. Servet Edito-
rial— Grupo Asís Biomedia, S.L, 2018.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
5. TroCCAP: Diretrizes para o controle de ectoparasitos de cães e gatos nos trópicos - Primeira edição,
Agosto 2022.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Infecções parasitárias da pele 53

Pediculose (piolhos)
A infestação por piolhos é causada por diferentes espécies sendo
os sugadores como o Linognathus setosus (em cães) ou os mor- CARACTERÍSTICAS
dedores Trichodectes canis (em cães) e Felicola subrostratus (em CLÍNICAS
gatos). Essas espécies de piolhos são específicas aos seus respec-
Inquietação e prurido,
tivos hospedeiros e a incidência é considerada incomum em cães
acompanhados por sebor-
e gatos.
reia e alopecia.

TRATAMENTO

Tratamento sistêmico Tratamento tópico

Ivermectina....................................0,2 mg/kg Selamectina .....................................6 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Pour-on/spot-on ...................................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose duas vezes Posologia: Duas vezes, com 2 semanas
com 2 semanas de intervalo. de intervalo.
ou
Moxidectina ..............................................1%
Pour-on/spot-on ...................................q.s.p.
Posologia: Aplicações a cada 1 a 2 sema-
nas.
ou
Fipronil ............................................... 0,25%
Spray ....................................................q.s.p.
Posologia: Realizar 2 aplicações em todo
o corpo do animal com duas semanas de
intervalo entre cada uma. Apropriado para
uso a partir de 2 dias de idade.
ou
Fipronil ...................................................10%
Pour-on/spot-on ...................................q.s.p.
Posologia: Realizar 2 aplicações em todo
o corpo do animal com duas semanas de
intervalo entre cada uma.

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
4. TroCCAP: Diretrizes para o controle de ectoparasitos de cães e gatos nos trópicos - Primeira edição,
agosto 2022.
5. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
54 Infecções parasitárias da pele

Miíase
A miíase é uma condição clínica causada pela infestação de larvas de dípteros em tecidos vivos de
animais. Essas larvas, também conhecidas como berne e bigato, se alimentam de tecidos vivos ou ne-
cróticos do hospedeiro, causando danos significativos. A incidência é mais comum em cães do que em
gatos. As fêmeas das espécies de moscas responsáveis depositam ovos em áreas de pele úmida ou
feridas, onde as larvas eclodem e secretam enzimas proteolíticas para digerir o tecido cutâneo.

TRATAMENTO

Nitempiram .......................................1 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
horas.

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
2. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
3. TroCCAP: Diretrizes para o controle de ectoparasitos de cães e gatos nos trópicos - Primeira edição,
agosto 2022.
Doenças cutâneas bacterianas 55

Piodermite canina
A piodermite é uma infecção cutânea comum em cães causada principalmente por Staphylococcus
pseudointermedius. Ela é geralmente secundária a outras doenças, como demodicose, alergias cutâ-
neas e problemas endócrinos. A classificação da piodermite é baseada na profundidade da infecção
bacteriana e nas características da lesão. O diagnóstico é estabelecido com base no tipo de piodermite
(superficial ou profunda) e na confirmação citológica da presença de bactérias, permitindo assim, esta-
belecer um plano terapêutico. já a S. schleiferi tem sido um isolado comum em pacientes com infecção
crônica e exposição prévia a antibióticos, e esses agentes podem desenvolver resistência à meticilina.

!S taphylococcus pseudintermedius é o principal agente


envolvido nas piodermites superficiais em cães.

Imagem 4 - Padrão de distribuição da foliculite bacteriana superficial

Fonte: Adaptado de Hnilica e Patterson, 2018.

O tratamento deve ser baseado na utilização de produtos tópicos contendo antissépticos, antimicrobia-
nos, hidratantes e antibioticoterapia sistêmica, quando necessário:
56 Doenças cutâneas bacterianas

Tabela 2 - Produtos antissépticos e suas respectivas concentrações indicadas.

Ácido bórico 1 a 5%
Clorexidina 2 a 4%
Peróxido de benzoíla 2,5 a 5%
Hipoclorito de sódio 0,06 a 0,12%
Irgasan 0,03 a 0,05%

Dica da Fórmula Animal: O ressecamento e irritação de pele são possíveis efeitos adversos observados
com o uso desses princípios ativos. Adicione a formulação ativos hidratantes para evitar ressecamento
excessivo: hidroviton, dexpantenol, óleo de amêndoas, nanohydrate, etc.

Tabela 3 - Antibióticos tópicos e suas respectivas concentrações indicadas.

Amicacina 0,5-5%
Bacitracina 0,5 a 1%
Cefalexina 2%
Ciprofloxacina 0,35%
Claritromicina 1%
Clindamicina 0,03 a 2%
Enrofloxacina 0,35 a 0,5%
Eritromicina 1 a 3%
Gentamicina 0,1 a 0,3%
Levofloxacina 0,35%
Moxifloxacino 0,5%
Mupirocina 0,5 a 4%
Neomicina 0,5%
Norfloxacina 0,5%
Oxitetraciclina 0,5%
Sulfadiazina de prata 1%
Tetraciclina 2%
Tobramicina 0,3 a 0,5%

Formas farmacêuticas: xampus, mousses, espumas, sprays, enxaguantes, cremes, géis e lenços
umedecidos.
Dica da Fórmula Animal: As formas farmacêuticas tópicas xampu, gel, spray e creme, atuam remo-
vendo os detritos dos tecidos e os exsudatos, reduzindo o processo inflamatório e a contaminação
bacteriana na pele. Dessa forma, produtos de uso tópico podem ser extremamente úteis tanto na
resolução de infecções bacterianas superficiais de pele, como em casos mais graves de piodermite
recorrente, contribuindo para a diminuição da frequência de recidivas quando associados à terapia
sistêmica.
Doenças cutâneas bacterianas 57

Tabela 4 - Terapia antimicrobiana empírica de primeira linha1 disponíveis na manipulação.

Amoxicilina + clavulanato de potássio 13-25 mg/kg a cada 8-12 horas


Cefalexina 30 mg/kg a cada 12 horas
Sulfadiazina ou sulfametoxazol + trimetoprima 15-30 mg/kg a cada 12 horas
Fonte: Adaptado de Hnilica e Patterson, 2018.

Tabela 5 - Terapia antimicrobiana de segunda linha2 (determinada pela cultura) disponíveis na


manipulação.

Clindamicina 11 mg/kg a cada 12 horas.


Doxiciclina 5-10 mg/kg a cada 12 horas ou 10 mg/kg a cada 24 horas
Enrofloxacina 10-20 mg/kg a cada 24 horas
Marbofloxacina 2,75-5,5 mg/kg a cada 24 horas
Minociclina 10 mg/kg a cada 12 horas
Fonte: Adaptado de Hnilica e Patterson, 2018.

!O tratamento sistêmico deve ser realizado por, no mínimo, 4


e 6 semanas, respectivamente, na piodermite superficial e
na profunda, ou até remissão completa do quadro clínico.

TRATAMENTO (PIODERMITE SUPERFICIAL E PROFUNDA)

Tratamento sistêmico
Superficial: antibioticoterapia sistêmica con- Profunda: antibioticoterapia escolhida através
forme tabelas 4 e 5 por no mínimo 3-4 sema- de antibiograma por no mínimo 6-8 semanas
nas e continuar por +1 semana após a resolu- e continuar por +2 semanas após a resolução
ção clínica. clínica.

!E m casos resistência a antibióticos, realizar banhos frequentes e aplicações


tópicas de clorexidina combinada a administração simultânea de duas di-
ferentes classes de antibióticos em doses altas.

1
Primeira linha: Empregados como terapia primária para infecções suspeitas ou confirmadas, esses medicamen-
tos podem ser administrados empiricamente antes da obtenção dos resultados de cultura e teste de sensibilidade
ou quando estes indicarem que são eficazes. São considerados antibióticos de espectro estreito, com baixo risco
de fomentar o surgimento e disseminação de bactérias perigosamente resistentes em animais de estimação.
2
Segunda linha: Empregados quando os testes de cultura e sensibilidade estão disponíveis e, combinados com
os fatores clínicos do paciente, indicam que os antibióticos de primeira escolha não são adequados. Esses medi-
camentos apresentam um espectro um pouco mais amplo e um risco limitado de contribuir para a disseminação de
resistência com grande relevância tanto para animais de estimação quanto para humanos.
58 Doenças cutâneas bacterianas

Dicas da Fórmula Animal:


• S. pseudintermedius isolado é geralmente sus- • Em casos de piodermite recidivante, resistente
cetível a cefalosporinas, amoxicilina-clavulana- ou profunda o antibiótico utilizado deve ser com
to, eritromicina e clindamicina. base na cultura e antibiograma.
• A maior parte dos isolamentos de Staphylococ- • Em casos de múltiplos microrganismos com
cus e P. multocida são suscetíveis a amoxici- sensibilidades antibióticas diferentes, o antibió-
lina-clavulanato (grande eficácia em infecções tico deve ser escolhido com base na suscetibili-
cutâneas nos gatos). dade estafilocócica.

Tratamento tópico Tratamento tópico

Combinação de antissépticos + antibióticos Clorexidina ........................................... 2-4%


+ hidratantes conforme tabelas 2 e 3. Nano melaleuca ...................................... 2%
Spray ....................................................q.s.p.
Dica da Fórmula Animal - infecções ge-
neralizadas: Xampus a cada dois a sete Posologia: Aplicação a cada 24 horas, ou
dias. Lesões localizadas: cremes, géis, len- conforme necessidade (cães).
ços umedecidos várias vezes ao dia. Nesse
último caso é importante sempre orientar o Dica da Fórmula Animal: É possível redu-
proprietário a limitar a intervenção do ani- zir a frequência de banhos ou de aplicação
mal com a área por pelo menos 30 minutos com a utilização da nanotecnologia pois tais
após a aplicação para garantir mínima ação produtos podem apresentar um maior inter-
do medicamento. valo de aplicação, uma vez que são carac-
terizados por uma liberação lenta e gradual
ou dos ingredientes ativos na pele.
Gentamicina ......................................... 0,3%
Aloe vera extrato glicólico........................1%
Betametasona ....................................... 0,1%
Creme...................................................q.s.p.
Posologia: Aplicar a cada 12 horas ou
conforme necessidade.
ou
D-pantenol ...............................................1%
Desonida ............................................... 0,1%
Gentamicina ......................................... 0,2%
Spray ....................................................q.s.p.
Posologia: Aplicar no local 2 a 3 vezes ao dia.
ou
Peróxido de benzoíla ........................... 2,5%
Xampu ..................................................q.s.p.
Posologia: Dar banhos a cada 2 a 7 dias.
Obs: Pode ser irritante para alguns animais.
Doenças cutâneas bacterianas 59

Referências
1. Borio S, Colombo S, Rosa D, Lucia M, Damborg P and Guardabassi L. Effectiveness of a combined (4% chlorhe-
xidinedigluconate shampoo and solution) protocol in MRS and non-MRS canine superficial pyoderma: a
randomized, blinded, antibiotic-controlled study. Vet Dermatol 2015;26: 339–e72.
2. CARMONA, R. Boletim Derma Experience - Piodermites na era da resistência bacterian. Ano 2, edição 03,
jun 2020.
3. GUARDABASSI L, HOUSER GA, FRANK LA et al. Guidelines for antimicrobial use in dogs and cats. In:
Guardabassi L, Jensen LB, KruseH, eds. Guide to Antimicrobial Use in Animals. Oxford: Blackwell Publishing, 2008;
183–206.
4. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
5. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
6. MAPA, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Guia de Uso Racional de Antimicrobianos para
Cães e Gatos. 1. ed. Secretaria de Defesa Agropecuária: [s. n.], 2022.
7. MORRIS DO, LOEFFLER A, DAVIS MF, GUARDABASSI L AND WEESE J.S. Recommendations for approaches
to meticillin-resistant staphylococcal infections of small animals: diagnosis, therapeutic considerations
and preventative measures. Clinical Consensus Guidelines of the World Association for Veterinary Dermatology.
Vet Dermatol 2017; 28: 304–e69
8. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
9. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
60 Doenças cutâneas bacterianas

Dermatite piotraumática
A dermatite piotraumática é uma forma de infecção cutânea bacteriana superficial aguda, caracterizada
por um desenvolvimento rápido e secundária a um trauma autoinfligido pelo animal. Ela é causada pelo
ato de lambida, mordida, arranhão de uma área do corpo em resposta a estímulos pruriginosos ou
dolorosos. Essa condição é comum em cães, mas raramente é observada em gatos.
Algumas causas de dermatite piotraumática incluem: pulgas e outros parasitas, hipersensibilidade (ali-
mentar, dermatite atópica e picada de pulga), otite externa, foliculite, traumas, dermatite de contato e
doenças do saco anal.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Os sintomas incluem eritema, alopecia, erosão úmida de pele, prurido agudo e expansão rápida
das lesões.

TRATAMENTO

Agente secante ou adstringente


tópico Aveia Coloidal ......................................... 3%
Nano fitoesfingosina ............................... 1%
Tintura de calêndula ............................... 5% Hidrocortisona Aceponato ................. 0,05%
Óleo de melaleuca ...................................1% Spray ....................................................q.s.p.
Aloe vera extrato glicólico....................... 2%
D-pantenol ...............................................1% Posologia: A cada 8 a 12 horas, durante 5
Nano camomila ....................................... 2% a 10 dias.
Spray ....................................................q.s.p. Obs: Fórmula indicada para casos de pru-
rido brando.
Posologia: Aplicar sobre a lesão a cada 12
horas, durante 7 dias ou até cicatrização.

Prurido grave

Agente secante ou Oclacitinib .............................. 0,4-0,6 mg/kg


adstringente tópico Forma farmacêutica .............................q.s.p.

Alantoína ..................................................1% Posologia: Administrar 1 dose a cada 12


Clorexidina ...............................................1% horas, durante 14 dias.
Oxido de Zinco ........................................ 2%
ou
Creme...................................................q.s.p.
Prednisona ................................ 0,5-1 mg/kg
Posologia: Aplicar a cada 8 a 12 horas por
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
2 a 7 dias.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
horas por 5 a 10 dias.
Doenças cutâneas bacterianas 61

!A antibioticoterapia sistêmica deve ser realizada (de acor-


do com as tabelas 4 e 5 página 63) quando há pápulas e
pústulas ao redor da lesão pelo período de 3 a 4 semanas.

Referências
1. GUARDABASSI L, HOUSER GA, FRANK LAet al. Guidelines for antimicrobial use in dogs and cats. In: Guar-
dabassi L, Jensen LB, KruseH, eds. Guide to Antimicrobial Use in Animals. Oxford: Blackwell Publishing, 2008;
183–206.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico. Tradução:
Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri, Manole,
2015.
5. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
62 Doenças cutâneas bacterianas

Impetigo

!O
A infecção cutânea denominada impetigo é uma
forma de infecção bacteriana superficial da pele
glabra, que pode estar relacionada com doenças impetigo geralmente regredirá
predisponentes ou outros fatores subjacentes, tais espontaneamente, mas a terapia
como endoparasitismo, ectoparasitismo, desnutri- pode acelerar o processo de cicatrização.
ção ou condições sanitárias inadequadas.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Os sinais clínicos da infecção incluem a presença de pústulas, pápulas e crostas não foliculares,
limitadas à região inguinal e axilar. Essas lesões são geralmente indolores e não são pruriginosas.
A infecção é comum em cães jovens, mas raramente pode ser observada em adultos, particular-
mente aqueles que foram submetidos a traumas.

!C
TRATAMENTO

Tratamento tópico aso não haja resolução apenas


com a terapia tópica: antibióticos
Clorexidina .............................................. 2% sistêmicos devem ser administrados por 3
Xampu ..................................................q.s.p. semanas com continuação por mais uma
Posologia: Aplicar nas áreas afetadas a semana após a resolução clínica. Ver ta-
cada 24 a 48 horas por 7 a 10 dias. belas 4 e 5.

ou
Neomicina ............................................ 0,5%
Creme...................................................q.s.p.
Posologia: Aplicar a cada 12 horas, duran-
te 7 a 10 dias. Referências

ou 1. GUARDABASSI L, HOUSER GA, FRANK LA et al.


Guidelines for antimicrobial use in dogs and
Mupirocina .............................................. 2% cats. In: Guardabassi L, Jensen LB, KruseH, eds.
Creme...................................................q.s.p. Guide to Antimicrobial Use in Animals. Oxford: Bla-
ckwell Publishing, 2008; 183–206.
Posologia: Aplicar a cada 12 horas, duran- 2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia
te 7 a 10 dias. de pequenos animais: atlas colorido e guia te-
rapêutico. Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Pau-
ou lo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos ani-
Gentamicina ......................................... 0,3% mais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
Betametasona .......................................0,1% 4. L.R. JESSEN, P.P. DAMBORG, A. SPOHR, T.M.
Sulfadiazina de Prata ........................... 0,3% SØRENSEN, R. LANGHORN, S.K. GOERICKE-
Creme...................................................q.s.p. -PESCH, et al. Antibiotic Use Guidelines for
Companion Animal Practice (2nd ed.). The Da-
Posologia: Aplicar no local afetado a cada nish Small Animal Veterinary Association, SvHKS,
12 horas. 2019.
5. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veteriná-
ria em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed.
Barueri, Manole, 2015.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed.
Lagoa Santa: CEM, 2019.
Doenças cutâneas bacterianas 63

Acne canina
A acne canina, também conhecida como piodermite do queixo é um distúrbio inflamatório crônico do
queixo e dos lábios de animais jovens, caracterizado por foliculite e furunculose que acomete quase
exclusivamente raças de pelo curto.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Comedões, pápulas, pústulas e bolhas não dolorosas e não pruriginosa e em casos avançados,
as lesões podem ser exsudativas, indicando foliculite-furunculose bacteriana profunda secundária.

TRATAMENTO

!E m lesões localizadas, é indicado o uso das formas farmacêuticas creme e gel.


Em lesões generalizadas, o xampu é o mais indicado.

Tratamento tópico
Lesões brandas Mupirocina ...............................................2%
Nano melaleuca ....................................... 1%
Clorexidina .............................................. 2% Creme................................................... q.s.p.
Aloe vera extrato glicólico....................... 3%
Xampu ..................................................q.s.p. Posologia: Aplicar a cada 24 horas, até a
resolução. Após, a cada 3-7 dias para con-
Posologia: Aplicar na área afetada, esfo- trole.
liando na direção do pelo.
ou
Peróxido de benzoíla ........................... 2,5%
Glicerina .................................................. 2%
Tratamento sistêmico
Xampu ..................................................q.s.p.
Lesões moderadas a graves
Posologia: Aplicar na área afetada, esfo-
liando na direção do pelo. Cefalexina ......................................22 mg/kg
Forma farmacêutica ............................. q.s.p.
Dica da Fórmula Animal: essa fórmula em
gel costuma ter uma ótima resposta (aplica- Posologia: Administrar 1 dose a cada 8h
ção a cada 24 horas, até a resolução. Após, durante 6-8 semanas.
a cada 3-7 dias para controle).

!P ara um tratamento assertivo é imprescindível a realização de cultura bac-


teriana e antibiograma. Antibióticos sistêmicos devem ser administrados
por no mínimo 4-6 semanas e continuar por 2 semanas após a resolução clínica.
64 Doenças cutâneas bacterianas

Corticosteroides orais
(para diminuir a inflamação)

Prednisolona .................................0,5 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar a cada 24 horas.
Reduzir as dosagens gradativamente. Não
utilizar por longos períodos.

Referências
1. GUARDABASSI L, HOUSER GA, FRANK LA et al. Guidelines for antimicrobial use in dogs and cats. In:
Guardabassi L, Jensen LB, KruseH, eds. Guide to Antimicrobial Use in Animals. Oxford: Blackwell Publishing, 2008;
183–206.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
5. L.R. JESSEN, P.P. DAMBORG, A. SPOHR, T.M. SØRENSEN, R. LANGHORN, S.K. GOERICKE-PESCH, et al.
Antibiotic Use Guidelines for Companion Animal Practice (2nd ed.). The Danish Small Animal Veterinary
Association, SvHKS, 2019.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
7. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Doenças cutâneas bacterianas 65

Dermatite das pregas cutâneas (intertrigo)


Infecção cutânea bacteriana superficial que ocorre em cães com excesso de pregas cutâneas, a doen-
ça pode acometer pregas faciais, labiais, caudais, vulvares ou corpóreas.

TRATAMENTO
Em casos de obesidade → tratar pois a obesidade é um fator contribuinte.

Hidrocortisona..........................................1% Desonida ............................................... 0,1%


Ácido acético............................................1% Gentamicina ......................................... 0,2%
Ácido bórico .............................................1% Óleo de amêndoas.................................. 3%
Lenços umedecidos .............................q.s.p. Nano melaleuca .......................................4%
Lenços umedecidos .............................q.s.p.
Posologia: Aplicar a cada 12-24 horas.
Posologia: Aplicar no local das dobras dia-
ou riamente.
Clorexidina .............................................. 2%
Peróxido de benzoíla ...............................1%
Mousse .................................................q.s.p.
Posologia: Aplicar a cada 24 horas.
Dica da Fórmula Animal: o mousse possui
uma textura leve e aerada, sendo bem ab-
sorvido pela pele e ocasiona uma sensação
agradável sem resíduos oleosos.
ou
Nano fitoesfingosina ................................1% Referências
Clorexidina .............................................. 2%
Nano camomila ....................................... 2% 1. GUARDABASSI L, HOUSER GA, FRANK LA et al.
Spray ....................................................q.s.p. Guidelines for antimicrobial use in dogs and
cats. In: Guardabassi L, Jensen LB, KruseH, eds.
Posologia: Aplicar diariamente ou confor- Guide to Antimicrobial Use in Animals. Oxford: Bla-
me necessidade. ckwell Publishing, 2008; 183–206.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia
ou de pequenos animais: atlas colorido e guia te-
rapêutico. Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Pau-
Gentamicina ......................................... 0,3% lo: Elsevier, 2018.
Tris-EDTA em lenços umedecidos ......q.s.p. 3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos ani-
mais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
Posologia: Aplicar no local das dobras dia- 4. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology
riamente. Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
5. L.R. JESSEN, P.P. DAMBORG, A. SPOHR, T.M.
Dica da fórmula animal: o tris-edta melho- SØRENSEN, R. LANGHORN, S.K. GOERICKE-
ra a performance dos antibióticos, uma vez -PESCH, et al. Antibiotic Use Guidelines for
que permite melhor penetração na membra- Companion Animal Practice (2nd ed.). The Da-
na celular das bactérias. nish Small Animal Veterinary Association, SvHKS,
2019.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veteri-
nária em 5 minutos espécies canina e felina. 5.
ed. Barueri, Manole, 2015.
7. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4
ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
66 Doenças cutâneas bacterianas

Piodermite mucocutânea
Infecção bacteriana das junções mucocutâneas que afeta principalmente os lábios e a pele ao redor
da boca, mas também pode ocorrer com menor frequência ao redor dos olhos, vulva, prepúcio e ânus.

TRATAMENTO

Tratamento tópico
Lesões leves a moderadas Betametasona .................................... 0,05%
Gentamicina ......................................... 0,3%
Clorexidina .............................................. 2% Óleo de Melaleuca ...................................1%
Xampu ..................................................q.s.p. Creme...................................................q.s.p.
Posologia: Dar banhos semanais na região Posologia: Aplicar 1 a 2x ao dia.
afetada ou conforme necessidade.
ou
Mupirocina .............................................. 2%
Creme...................................................q.s.p.

!L
Posologia: Aplicar a cada 12 a 24 horas,
por 1 semana e, então, a cada 3 a 7 dias
como terapia de manutenção, conforme ne- esões graves: antibioticoterapia
cessário. sistêmica por 3 a 6 semanas.

Referências
1. GUARDABASSI L, HOUSER GA, FRANK LA et al. Guidelines for antimicrobial use in dogs and cats. In:
Guardabassi L, Jensen LB, KruseH, eds. Guide to Antimicrobial Use in Animals. Oxford: Blackwell Publishing, 2008;
183–206.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
5. L.R. JESSEN, P.P. DAMBORG, A. SPOHR, T.M. SØRENSEN, R. LANGHORN, S.K. GOERICKE-PESCH, et al.
Antibiotic Use Guidelines for Companion Animal Practice (2nd ed.). The Danish Small Animal Veterinary
Association, SvHKS, 2019.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
7. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Doenças cutâneas bacterianas 67

Pododermatite bacteriana
Infecção bacteriana das patas, comumente secundária a algum fator adjacente (corpo estranho, parasi-
tas como o Demodex, fungos, endocrinopatias, hipersensibilidade, doenças autoimunes).

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
As patas podem apresentar eritema, pústulas, pápulas, núdulos, bolhas hemorrágicas, fístulas,
úlceras, alopecia ou aumento de volume interdigital, prurido, dor.

TRATAMENTO

!D • epende(m) da causa subjacente e das infecções secundárias.


• Antibioticoterapia sistêmica com base no antibiograma por período longo, con-
tinuando por +2 semanas após resolução clínica.
• Antifúngicos sistêmicos, caso necessário.

Clorexidina .............................................. 2% Clorexidina .............................................. 2%


Lenços umedecidos .............................q.s.p. Nano melaleuca ...................................... 2%
Aceponato de hidrocortisona............. 0,05%
Posologia: Aplicar a cada 12 horas. Spray ....................................................q.s.p.
ou Posologia: Aplicação diária.
Óxido de zinco ........................................ 5%
Neomicina ............................................ 0,5%
Sulfadiazina de prata ...............................1%
Pó .........................................................q.s.p.
Posologia: Aplicação diária ou conforme
necessidade.

Referências
1. GUARDABASSI L, HOUSER GA, FRANK LA et al. Guidelines for antimicrobial use in dogs and cats. In:
Guardabassi L, Jensen LB, KruseH, eds. Guide to Antimicrobial Use in Animals. Oxford: Blackwell Publishing, 2008;
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Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
1. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
1. L.R. JESSEN, P.P. DAMBORG, A. SPOHR, T.M. SØRENSEN, R. LANGHORN, S.K. GOERICKE-PESCH, et al.
Antibiotic Use Guidelines for Companion Animal Practice (2nd ed.). The Danish Small Animal Veterinary
Association, SvHKS, 2019.
2. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
3. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
68 Doenças cutâneas bacterianas

Abscesso subcutâneo
A infecção subcutânea resulta da introdução de microrganismos normais da flora oral na pele através
de lesões perfurantes. A documentação de briga recente entre animais é uma característica comum. Os
abscessos subcutâneos são uma ocorrência frequente em gatos e cães.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Os abscessos são definidos como massas ou lesões localizadas, geralmente dolorosas, com uma
lesão perfurante coberta por uma crosta que pode liberar exsudação purulenta. As lesões são
mais comuns na base da cauda, ombro, pescoço, face e membros.

TRATAMENTO

Tratamento tópico Antibioticoterapia


sistêmica
Clorexidina ....................................... 0,025%
Spray ....................................................q.s.p. Amoxicilina + clavulanato ..............20 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Limpeza após drenagem do ab-
cesso. Posologia: Administrar 1 dose a cada 8 a
12 horas, durante 7 a 10 dias. A dose do
clavulanato é expressa em ¼ da dose de
amoxicilina.
ou
Clindamicina ..................................10 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
horas, durante 7 a 10 dias.

Referências
1. GUARDABASSI L, HOUSER GA, FRANK LA et al. Guidelines for antimicrobial use in dogs and cats. In:
Guardabassi L, Jensen LB, KruseH, eds. Guide to Antimicrobial Use in Animals. Oxford: Blackwell Publishing, 2008;
183–206.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
5. L.R. JESSEN, P.P. DAMBORG, A. SPOHR, T.M. SØRENSEN, R. LANGHORN, S.K. GOERICKE-PESCH, et al.
Antibiotic Use Guidelines for Companion Animal Practice (2nd ed.). The Danish Small Animal Veterinary
Association, SvHKS, 2019.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
7. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Doenças cutâneas bacterianas 69

Nocardiose
A nocardiose é uma doença cutânea que ocorre quando bactérias saprófitas do solo (Nocardia) são
introduzidas em uma ferida penetrante.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Nódulos localizados, abscessos, ulcerações e celulite.

TRATAMENTO
Antibioticoterapia sistêmica durante semanas a meses com continuidade por pelo menos +4 semanas
após resolução clínica. Preferencialmente por meio de antibiograma, porém, antibióticos empíricos in-
cluem os seguintes:

Sulfadiazina + trimetoprim ....... 15-30 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
horas.
ou
Ampicilina ................................. 20-40 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 6
horas. Referências

ou 1. BRUYETTE, D. Clinical Small Animal Internal


Medicine: Volumes 1 & 2, 2020.
Eritromicina ....................................10 mg/kg 2. FIRMINO, M. DE O.; FRADE, M. T. S.; NASCIMEN-
Forma farmacêutica .............................q.s.p. TO, M. J. R.; DO SILVA, R. A. F.; LORENZO, C.; DE
PAVARINI S. P.; GALIZA, G. J. N.; DE, & DANTAS, A.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 8 F. M. Nocardiosis in Cats - Clinical, Anatomopa-
horas. thological and Morphotintorial Characteristics.
Acta Scientiae Veterinariae, 49, 2021.
ou 3. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia
de pequenos animais: atlas colorido e guia te-
Minociclina ................................. 5-25 mg/kg rapêutico. Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Pau-
Forma farmacêutica .............................q.s.p. lo: Elsevier, 2018.
4. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos ani-
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12 mais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
horas. 5. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology
Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
6. L.R. JESSEN, P.P. DAMBORG, A. SPOHR, T.M.
SØRENSEN, R. LANGHORN, S.K. GOERICKE-
-PESCH, et al. Antibiotic Use Guidelines for
Companion Animal Practice (2nd ed.). The Da-
nish Small Animal Veterinary Association, SvHKS,
2019.
7. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veteri-
nária em 5 minutos espécies canina e felina. 5.
ed. Barueri, Manole, 2015.
8. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed.
Lagoa Santa: CEM, 2019.
70 Distúrbios de hipersensibilidade

Dermatite atópica canina


A dermatite atópica canina é uma doença da pele alérgica inflamatória e pruriginosa que é genetica-
mente predisposta e está associada comumente a anticorpos IgE aos alérgenos ambientais.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Prurido intenso, com presença de eritema. O trauma induzido pela coceira provoca lesões cutâne-
as secundárias, alopecia, descamações, hiperpigmentação, entre outros.

Imagem 5 - Padrão de distribuição da dermatite atópica canina

Fonte: Adaptado de Hnilica e Patterson, 2018.

TRATAMENTO

!E
Qualquer piodermite secundária, otite externa e dermatite por malassezia devem ser tratados.

m todos os casos, a terapia sistêmica deve ser combinada com a terapia tópica;
portanto, banhos terapêuticos são utilizados na grande maioria dos casos. Os prin-
cípios ativos utilizados variarão dependendo da preocupação imediata (por exemplo, tra-
tamento de uma infecção secundária versus terapia anti-inflamatória para fornecer alívio
imediato do prurido).
Distúrbios de hipersensibilidade 71

Controle do prurido Casos de descamação

Antipulgas e medicamentos tópicos para Ácido Salicílico ........................................ 2%


acalmar a pele, podendo ser associados ou Enxofre .................................................... 2%
não. Ureia ........................................................ 5%
Xampu ..................................................q.s.p.
Gentamicina ......................................... 0,3%
Clorexidina .............................................. 2% Posologia: Dar banhos semanais ou con-
Tris-EDTA ................................................ 5% forme necessidade.
Xampu ..................................................q.s.p.
Posologia: Dar banhos a cada 2 a 7 dias.

!T
Dica da Fórmula Animal: Para animais ató-
picos, há a opção de manipular os xampus
com essências clean label, que possuem odos os xampus devem ficar em
baixíssimo potencial alergênico. contato com a pele por 10 a 15
minutos para que ocorra o melhor efeito
+ terapêutico.
Ácido hialurônico .....................................1%
Alfa-bisabolol ....................................... 0,5%
Calêndula extrato glicólico ..................... 3%
Phytosphingosine ................................. 0,1% Restauração da barreira
Spray ....................................................q.s.p. cutânea

Posologia: Aplicar na região afetada 2 a 3 Nano fitoesfingosina ............................... 3%


vezes ao dia. Nano hydrate ........................................... 2%
Mousse .................................................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 vez ao dia. Pode
ser intercalado com outros medicamentos
tópicos.

Afoxolaner .....................................2,5 mg/kg Dica da Fórmula Animal: o mousse pos-


Forma farmacêutica .............................q.s.p. sui uma textura leve e aerada, sendo bem
absorvido pela pele e ocasiona uma sensa-
Posologia: Administrar 1 dose a cada 30 ção agradável sem resíduos oleosos. Além
dias. disso, a fitoesfingosina presente nessa for-
mulação atua na redução da inflamação e
exerce efeito benéfico na restauração da
barreira cutânea.
ou
Redução da inflamação
Nano fitoesfingosina ............................... 5%
Hidrocortisona..........................................1% Nano hydrate ........................................... 2%
Nano hydrate ........................................... 3% Spot-on.................................................q.s.p.
Nano camomila ....................................... 2% Posologia: Aplicar sobre o dorso do animal
Xampu ..................................................q.s.p. 1 vez na semana.
Posologia: Dar banhos semanais ou con-
forme necessidade.
72 Distúrbios de hipersensibilidade

Tratamento otológico Limpeza auricular

Aceponato de hidrocortisona............. 0,05% Ácido salicílico .................................... 0,11%


Ciprofloxacino ...................................... 0,3% Aloe vera extrato glicólico....................... 3%
Tris-EDTA .............................................q.s.p. Calêndula extrato glicólico ..................... 3%
Camomila extrato glicólico...................... 3%
Posologia: Aplicar 3-8 gotas (conforme Tris-EDTA .............................................q.s.p.
porte do animal) a cada 12-24 horas.
Posologia: Aplicar no conduto auditivo 4 a
Dica da Fórmula Animal: o TRIS-EDTA 8 gotas (conforme porte do animal) diaria-
melhora a performance dos antibióticos, uma mente ou conforme necessidade.
vez que permite melhor penetração na mem-
brana celular das bactérias.

Tabela 6 - Terapia anti-histamínica sistêmica.

Clorfeniramina 0,2-0,5 mg/kg a cada 8 a 12 horas


Hidroxizina 2 mg/kg a cada 8 horas
Amitriptilina 1-2 mg/kg a cada 12 horas
Ciproeptadina 0,1-2 mg/kg a cada 8-12 horas
Prometazina 0,2-0,4 mg/kg a cada 12 horas
Cetirizina 0,5-1 mg/kg a cada 24 horas
Doxepina 0,5-1 mg/kg a cada 8-12 horas
Clomipramina 1-3 mg/kg a cada 24 horas
Fonte: Adaptado de Hnilica & Patterson, 2018 e Mueller, 2013.

Tratamento adjuvante

Ômega 3.........................................40 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p.
!É essencial destacar que a interven-
ção dietética pode melhorar sig-
nificativamente a qualidade de vida dos
cães com dermatite atópica, auxiliando
na redução das complicações relaciona-
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 das ao tratamento medicamentoso. Além
horas durante 8-12 semanas. disso, essa abordagem pode proporcionar
benefícios notáveis em um curto espaço
de tempo.
Distúrbios de hipersensibilidade 73

Suplementação com Antipruriginoso


ácidos graxos essenciais para pele
e pelos Oclacitinib .............................. 0,4-0,6 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Biotina ...................................................1 mg
Ômega 3............................................100 mg Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
Ômega 6..............................................80 mg horas, durante 7 a 14 dias.
Vitamina A ........................................2500 UI
Vitamina E ...........................................50 mg
Zinco...................................................2,5 mg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 Corticoide sistêmico
horas.
Prednisona .............................. 0,25-1 mg/kg
ou Forma farmacêutica .............................q.s.p.

Ômega 3............................................250 mg Posologia: Administrar 1 dose a cada 24-


Vitamina E ...........................................50 mg 48 horas, durante 3 a7 dias.
Betaglucanas ......................................75 mg
Curcuma extrato seco .........................50 mg
Alcaçuz extrato seco...........................50 mg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 Imunomodulação
horas.
Ciclosporina .....................................5 mg/kg
Dica da Fórmula Animal: a cúrcuma e o al- Emulsão ...............................................q.s.p.
caçuz são plantas medicinais que possuem
propriedades anti-inflamatórias e antibacte- Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
rianas que trazem benefício a saúde cutâ- horas com a frequência gradualmente redu-
nea de cães atópicos8. zida (48 a 72 horas) após 4-6 semanas.

!I nterações possíveis: O uso


concomitante de ciclosporina
e cetoconazol requer uma redução
da dose da ciclosporina.
74 Distúrbios de hipersensibilidade

Referências
1. FERREIRA, T. C.; DE CARVALHO, V. M.; DA CUNHA, M. G. M. C. M.; PINHEIRO, D. C. S. N. Canine atopic derma-
titis: report of ten cases. Research, Society and Development, v. 11, n. 4, e12411427258, 2022.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
5. MARSELLA, R. Atopic Dermatitis in Domestic Animals: What Our Current Understanding Is and How This
Applies to Clinical Practice. Vet. Sci., 8, 124, 2021.
6. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis,
MO: Elsevier Mosby; 2013.
7. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
8. URAL K.; GÜLTEKIN M.; ERDO AN H. Efficacy of topical Curcuma longa and Nigella sativa combination
for feline head and neck dermatitis: An open pilot study. Kafkas Univ Vet Fak Derg, 25 (4): 517-522, 2019.
9. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
10. WATSON, A.; ROSTAHER, A.; FISCHER, N. M.; FAVROT, C. A novel therapeutic diet can significantly reduce
the medication score and pruritus of dogs with atopic dermatitis during a nine-month controlled study.
Vet Dermatol, 33: 55–e18, 2022.
Distúrbios de hipersensibilidade 75

Dermatite alérgica a picada de


ectoparasitos (DAPE)
Reação alérgica aos antígenos existentes na saliva das pulgas, com
ou sem evidência desses ectoparasitas ou de seus dejetos.
!O tratamento
ambiental é
imprescindível.

TRATAMENTO

Regulador de crescimento Regulador de crescimento

Lufenuron .......................................10 mg/kg Lufenuron .......................................30 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.

Posologia: Administrar 1 dose a cada 30 Posologia: Administrar 1 dose a cada 30


dias. dias.

Adulticidas Adulticida

Fipronil ............................................... 0,25% Afoxolaner .....................................2,5 mg/kg


Spray ....................................................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Aplicação em todo o corpo do Posologia: Administrar 1 dose a cada 30
animal a cada 30 dias. dias.
Dica da Fórmula Animal: O mecanismo de
ação do fipronil se dá por contato, tornando
desnecessário que as pulgas piquem o ani-
mal para que morram, o que é uma conside-
ração importante para animais com DAPE. Casos graves
ou
Nitempiram .......................................1 mg/kg
Selamectina .....................................6 mg/kg Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Pour-on/spot-on ...................................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 a
Posologia: Aplicação a cada 30 dias. 48 horas por 4 semanas.
Dica da Fórmula Animal: Nitempiram pos-
sui um início de ação rápido, mas atuação
breve; remove mais de 95% das pulgas
adultas de cães e gatos dentro de 4-6 horas
da administração oral, embora tenha ativi-
dade residual por 48-72 horas. Portanto,
sempre deve ser associado a outro trata-
mento.
76 Distúrbios de hipersensibilidade

Terapia para controle do prurido


Barbatimão tintura........................................3%
Spray dessensibilizante Calêndula ext. glicólico ................................3%
Aloe vera ext. glicólico .................................2%
Ácido hialurônico ......................................... 1%
Spray ........................................................ q.s.p.
Alfa-bisabolol ............................................0,5%
Calêndula extrato glicólico ..........................3% Posologia: Aplicar por todas as lesões a cada
Phytosphingosine ..................................... 0,1% 12 a 24 horas.
Veículo siliconado .................................... q.s.p.
Dica da Fórmula Animal: Estes são fitote-
Posologia: Aplicar na região afetada 2 a 3 ve- rápicos que atuam como anti-inflamatórios,
zes ao dia. antibacterianos e possuem propriedades cal-
mantes que podem ser úteis frente às lesões
causadas pela hipersensibilidade excessiva5.

Tabela 7 - Anti-histamínicos para alívio sintomático.

Clorfeniramina 0,2-0,5 mg/kg a cada 8 a 12 horas


Hidroxizina 2 mg/kg a cada 8 horas
Amitriptilina 1-2 mg/kg a cada 12 horas
Ciproeptadina 0,1-2 mg/kg a cada 8-12 horas
Prometazina 0,2-0,4 mg/kg a cada 12 horas
Cetirizina 0,5-1 mg/kg a cada 24 horas
Doxepina 0,5-1 mg/kg a cada 8-12 horas
Clomipramina 1-3 mg/kg a cada 24 horas
Fonte: Adaptado de Hnilica & Patterson, 2018 e Mueller, 2013.

Corticoide sistêmico

Prednisona .............................. 0,25-1 mg/kg Referências


Forma farmacêutica .............................q.s.p.
1. DHILLON, K. S.; BANSAL, G.; SINGH, K.; DHILLON, S.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24- S. Therapeutic management of concurrent flea aller-
48 horas, durante 3 a7 dias. gy dermatitis and Dipylidium caninum infestation in
a Pitbull dog. Journal of Entomology and Zoology Stu-
dies; 8(3): 2034-2036, 2020.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de
pequenos animais: atlas colorido e guia terapêuti-
co. Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier,
2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
5. SEGLIN, P. S.; QUEIROZ, C. M. Abordagem complementar em dermatite alérgica à picada de pulgas (DAPP) em
cães: revisão de literatura. Revista Científica Eletrônica de Ciências Aplicadas Da Fait, n 1, maio, 2022.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri, Manole,
2015.
7. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
8. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis, MO:
Elsevier Mosby; 2013.
Distúrbios de hipersensibilidade 77

Atopia felina
Hipersensibilidade do tipo 1 a alér-
genos ambientais, com predisposi- CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
ção genética ou congênita. O principal sintoma é o prurido, podendo ser sazonal ou não. O
trauma induzido pela coceira provoca alopecia.

TRATAMENTO
Tabela 8 - Anti-histamínicos sistêmicos (efeito após 1-2 semanas do início da terapia).

Clorfeniramina 2-4 mg/gato a cada 12-24 horas


Amitriptilina 5-10 mg/gato a cada 12-24 horas
Clemastina 0,68 mg/gato a cada 12 horas
Ciproeptadina 2 mg/gato a cada 12 horas
Hidroxizina 5-10 mg/gato a cada 8-12 horas
Fonte: Adaptado de Hnilica & Patterson, 2018.

Adjuvante Corticoides

Ômega 3.........................................40 mg/kg Prednisolona .....................................2mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
horas, por longo período. horas até a resolução do prurido e das le-
sões; após administrar cada 48 horas por
2 a 4 semanas. Com redução para a menor
dose possível em dias alterados.

Tratamento da alergia

!O
Ciclosporina .................................. 7,5 mg/kg
Emulsão ...............................................q.s.p.
s corticoides controlam o prurido,
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 porém podem causar efeitos ad-
horas, durante 4-6 semanas. Após, a dose versos, sendo necessário avaliar o risco
deve ser gradualmente reduzida a cada 48 vs benefício.
a 72 horas.

Referências
1. BAJWA, J. Atopic dermatitis in cats. The Canadian
Veterinary Journal, vol 59, march 2018.
2. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
3. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
4. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
5. MARSELLA, R. Atopic Dermatitis in Domestic Animals: What Our Current Understanding Is and How This
Applies to Clinical Practice. Vet. Sci., 8, 124, 2021.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
7. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
78 Distúrbios de hipersensibilidade

Granuloma eosinofílico felino


Doença inflamatória da pele ou da mucosa oral, associada a uma hipersensibilidade secundária, como
por exemplo: atopia felina, alergia a saliva das pulgas e alergia alimentar.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Lesões cutâneas isoladas com características de placas lineares elevadas e firmes, ou aumentos de
volume papulares, nodulares, edematosos ou firmes. Lesões orais incluem pápulas, nódulos ou placas
bem circunscritas e são encontradas na língua e no palato.

!C
TRATAMENTO

ausas secundárias devem ser


tratadas adequadamente.

Tabela 9 - Anti-histamínicos sistêmicos (efeitos observados


após 2 semanas da instituição do tratamento).

Clorfeniramina 2-4 mg/gato a cada 12-24 horas


Amitriptilina 5-10 mg/gato a cada 12-24 horas
Clemastina 0,68 mg/gato a cada 12 horas
Ciproeptadina 2 mg/gato a cada 12 horas
Hidroxizina 5-10 mg/gato a cada 8-12 horas
Fonte: Adaptado de Hnilica & Patterson, 2018.

Corticoides para indução


Ciclosporina ..................................7,5 mg/kg da remissão
Emulsão ...............................................q.s.p.
Prednisolona ....................................2 mg/kg
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 Forma farmacêutica .............................q.s.p.
horas, durante 4-6 semanas. Após, a dose
deve ser gradualmente reduzida a cada 48 Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
a 72 horas. horas até a resolução das lesões (2-8 se-
manas). Com redução para a menor dose
possível em dias alterados.
Distúrbios de hipersensibilidade 79

Terapias alternativas

Sulfa-trimetoprim ......................125 mg/gato


Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
horas.

!E
ou
Doxiciclina ................................5 a 10 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p. sses tratamentos também podem
ser utilizados para úlcera indolente
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
(úlcera eosinofílica).
horas.
ou
Ômega 3.........................................40 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
horas, por longo período.

Referências
1. Cerdeiro, A. P. S.; Fam, A. L. P. D’A.; De Farias, M. R. Complexo granuloma eosinofílico em felinos domésticos.
Medvep Dermato - Revista de Educação Continuada em Dermatologia e Alergologia Veterinária, 2014.
2. De Souza, M. R.; De Jesus, F. N.; Santos, E. E. J.; Silva, E. R. S.; Gomes, I. S. S.; De Oliveira, F. M. Complexo gra-
nuloma eosinofílico felino: Relato de caso. PUBVET v.15, n.07, a857, p.1-4, Jul., 2021.
3. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
4. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
5. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
7. 7.VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
80 Dermatopatias de etiologia psicogênica

Dermatite por lambedura


Dermatopatia crônica ou recidivante causada pela lambedura excessiva nos membros. É comum o de-
senvolvimento de um ciclo de lambedura compulsiva e infecção/prurido secundários. As causas podem
ser multifatoriais, portanto, devem ser identificadas e corrigidas.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Lambedura e mordedura excessivas da área acometida, que desenvolve lesões que podem ser
apresentar como placas firmes alopécicas, ulcerativas, espessada.

TRATAMENTO

Tratamento tópico
Fluocinolona............................................0,05% Onymyrrhe ............................................. 5-10%
DMSO.........................................................10% Nano fitoesfingosina ................................... 1%
Gentamicina ..............................................0,3% Nano hydrate ............................................... 2%
Creme....................................................... q.s.p. Calêndula ext. glicólico ............................... 2%
Aloe vera ext. glicólico ................................ 3%
Posologia: Aplicar a cada 12-24 horas. Confrei tintura ............................................. 2%
ou Spray ....................................................... q.s.p.

Mupirocina ...................................................2% Posologia: Aplique sobre a região a cada 12


Creme....................................................... q.s.p. a 24 horas ou depois de utilizar medicamentos
tópicos.
Posologia: Aplicar a cada 12-24 horas.
ou
ou
Nano camomila ........................................... 2%
Peróxido de benzoíla ...................................5% Nano fitoesfingosina ................................... 1%
Creme....................................................... q.s.p. D-pantenol .................................................. 1%
Posologia: Aplicar a cada 12-24 horas. Spray ....................................................... q.s.p.
Posologia: Aplique sobre a região a cada 12
a 24 horas ou depois de utilizar medicamentos
tópicos.

!É imprescindível impedir a lambedura da


área pelos animais por 10-15 minutos.

Dicas da Fórmula Animal:


• A terapia tópica pode ser combinada com floral para lambedura.
• O tratamento homeopático com Pulsatilla, Lachesis, Arsenicum e Phosphorus são interessantes e
devem ser considerados, já que há relatos de sucesso com o protocolo terapêutico homeopático,
observando cicatrização e recobrimento piloso7.
Dermatopatias de etiologia psicogênica 81

!A
Tratamento sistêmico

Sugestão: antibiótico + amitriptilina 2 mg/


ntibióticos de acordo com resulta-
kg a cada 12 horas até resolução das le-
dos de cultura bacteriana e do an-
sões. Após, a administração de um dos me-
tibiograma, por no mínimo 6-8 semanas e
dicamentos deve ser interrompida a cada 2
por até 4-6 meses.
semanas até determinar qual medicamento
será o de manutenção.

Tabela 10 - Medicamentos para tratamento das dermatoses psicogênicas.

Ansiolíticos
Fenobarbital 2-6 mg/kg a cada 12 horas
Diazepam 0,2 mg/kg a cada 12 horas
Hidroxizina 2,2 mg/kg a cada 8 horas
Antidepressivos tricíclicos
Fluoxetina 1 mg/kg a cada 24 horas
Amitriptilina 1-3 mg/kg a cada 12 horas
Clomipramina 1-3 mg/kg a cada 24 horas
Substitutos de endorfina
Naltrexona 2 mg/kg a cada 24 horas

Adjuvantes naturais

Kawa-kawa ..............................5 mg/kg/dose


Passiflora ................................5 mg/kg/dose Referências
Triptofano-L .............................2 mg/kg/dose
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de
Valeriana .................................4 mg/kg/dose pequenos animais: atlas colorido e guia terapêu-
Forma farmacêutica .............................q.s.p. tico. Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Else-
vier, 2018.
Posologia: Administrar 1 dose ao dia. 2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos ani-
Dica da Fórmula Animal: calmantes fito- mais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug
terápicos podem ser úteis para casos mais
Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
leves ou onde se deseja uma terapia mais 4. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller
natural. Lembre-se: alguns desses fitoterá- and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St.
picos podem interagir com antidepressivos. Louis, MO: Elsevier Mosby; 2013.
5. SHUMAKER, A. K. Diagnosis and Treatment of
Canine Acral Lick Dermatitis. Vet Clin Small Anim,
2018.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária
em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Ba-
rueri, Manole, 2015.
7. TORRO, A. R.; LARSSON, C. E.; BONAMIN, L. V. Ho-
meopatia e dermatoses por lambedura: estudo
clínico. R. bras. Ci. Vet., v. 11, n. 3, p. 147-152, set./
dez. 2004.
8. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed.
Lagoa Santa: CEM, 2019.
82 Dermatopatias disqueratinizantes e seborreicas

Principais medicamentos tópicos utilizados


para dermatopatias disqueratinizantes e
seborreicas
Ação queratolítica Ação queratoplástica
Ácido Lático 1 a 5% Ácido Salicílico 0,5 a 3%
Ácido Salicílico 0,5 a 3% Alcatrão (LCD) 0,5 a 4%
Biosulfur 0,5 a 2% Sulfeto de Selênio 1 a 2,5%
Enxofre 0,5 a 5% Enxofre 0,5 a 5%
Peróxido de Benzoíla 2 a 5%
Sulfeto de Selênio 1 a 2,5%
Ureia 2 a 20%

Hidratante Emoliente Hidratante Umectante


Aloe vera 2 a 6% Alantoína 0,2 a 2%
Óleo de semente de uva 2 a 10% Aminoácidos do Leite 0,5 a 3%
Manteiga de Karité 1 a 3% Proteína Hidrolisada Trigo 0,5 a 3%
Óleo de abacate 2 a 10% Glicerina 2 a 10%
Óleo de girassol 1 a 3% Hidroviton 1 a 5%
Calêndula 2 a 6% Lactato de Amônio Até 12%
Lanolina etoxilada 2 a 8% Óleo de Amêndoas 0,5 a 5%
Ceramidas 1 a 2% Silicone Volátil 2 a 5%
D-pantenol 0,5 a 2% Ureia 2 a 20%
Óleo de Silicone 3 a 10% Vitamina E 0,1 a 0,5%

!E sses produtos podem ser combinados entre si nas formas


farmacêuticas: xampu, creme e spray, por exemplo.
Dermatopatias disqueratinizantes e seborreicas 83

Calo/hiperqueratose
Reação cutânea hiperplásica causada por pressão ou fricção, comum em cães de raça grande e gi-
gante.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Placa hiperplásica, hiperpigmentada, hiperqueratótica e alopécica, de formato redondo, forman-
do-se sobre os pontos ósseos de pressão.

TRATAMENTO

Infecção secundária Hidratantes

Antibiótico sistêmico por no mínimo 4-6 se- Ureia ...................................................... 15%


manas. Ácido salicílico ........................................ 3%
ou Nano hydrate ........................................... 3%
Creme...................................................q.s.p.
Antibiótico tópico
Posologia: Aplicar a cada 12 a 24 horas.
Enrofloxacina ...........................................1%
DMSO.....................................................10% ou
Creme...................................................q.s.p. Ácido salicílico ........................................ 3%
Posologia: Aplicar a cada 12-72 horas até Nano hydrate ........................................... 2%
resolução. Creme...................................................q.s.p.
Posologia: Aplicar a cada 12 a 24 horas.
ou
Lactato de amônio .................................. 5%
Óleo de amêndoas.................................. 3%
Silicone volátil ...................................... 3,5%
Ureia ...................................................... 20%
Creme...................................................q.s.p.
Posologia: Aplicar nos locais 1 a 2 vezes
ao dia.

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
4. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis,
MO: Elsevier Mosby; 2013.
5. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
84 Dermatopatias disqueratinizantes e seborreicas

Acne felina
Distúrbio da queratinização folicular e hiperplasia CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
glandular, causando uma dermatite inflamatória
Comedões (cravos), pápulas eritematosas
que afeta o queixo e os lábios.
leves, crostas serosas e debris de queratina
escuros desenvolvem-se no queixo.
TRATAMENTO

Tratamento tópico Infecção bacteriana


secundária
Clorexidina .............................................. 2%
Phytosphingosine ................................. 0,1% Amoxicilina com clavulanato..15-20 mg/kg
Xampu ..................................................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Aplicação semanal ou confor- Posologia: Administrar 1 dose a cada 8-12
me necessidade. horas.
ou ou
Mupirocina .............................................. 2% Cefalexina ................................ 20-30 mg/kg
Creme...................................................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Aplicação diária ou conforme Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
necessidade. horas.
ou ou
Metronidazol .......................................0,75% Ciprofloxacino .......................... 20-30 mg/kg
Gel ........................................................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Aplicação diária ou conforme Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
necessidade. horas.
ou
Clindamicina ............................................1%

!A
Peróxido de benzoíla ........................... 2,5%
Creme...................................................q.s.p.
Posologia: Aplicação diária ou conforme ntibióticos sistêmicos devem ser
necessidade. O peróxido de benzoíla pode administrados por 2-3 semanas
ser irritante para alguns gatos.

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pe-
quenos animais: atlas colorido e guia terapêutico. Tra-
Infecção por malassezia dução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
secundária 2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio
de Janeiro: Revinter, 2012.
Fluconazol ......................................10 mg/kg 3. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Han-
Forma farmacêutica .............................q.s.p. dbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
4. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24 Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis, MO:
horas por 30 dias, com alimento. Elsevier Mosby; 2013.
5. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5
minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri, Manole,
2015.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa
Santa: CEM, 2019.
Dermatopatias disqueratinizantes e seborreicas 85

Seborreia em cães
A seborreia é um distúrbio da queratinização com liberação excessiva de células epidérmicas, resul-
tando na apresentação clínica de descamação cutânea. Pode ser primária, onde o controle genético da
proliferação e maturação das células epidérmicas se encontra anormal ou secundária, que pode envol-
ver causas infecciosas, alérgicas, endócrinas, parasitárias, nutricionais, imunomediadas, entre outras.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Descamação excessiva, odor untuoso e desagradável, pelos secos e opacos, placas de desca-
mação e crostas.

TRATAMENTO

Tratamento tópico
Peroxido de Benzoila ................................2,5% Enxofre ..................................................... 1-3%
D-Pantenol ...................................................3% Ácido Salicílico ...................................... 0,5-2%
Calêndula ext. glicólico ................................3% Xampu ......................................................q.s.p.
Hamamélis tintura ........................................2%
Xampu ...................................................... q.s.p. Posologia: Dar banhos semanais ou
conforme necessário.
Posologia: Dar banhos a cada 2 a 7 dias du-
rante 2 a 3 semanas, com frequência reduzida ou
para cada 1 a 2 semanas. Sulfeto de Selênio ........................................1%
Dica da Fórmula Animal: A Hamamélis con- Ureia ............................................................ 5%
tém ácidos graxos que conferem maciez e Nano hydrate ............................................... 2%
brilho ao pelo devido ao seu efeito emoliente. Xampu ......................................................q.s.p.
Além disso, possui propriedades antioxidan- Posologia: Dar banhos semanais ou confor-
tes, adstringentes, cicatrizantes e anti-inflama- me necessário.
tórias, tornando-a uma opção recomendada
no tratamento de peles oleosas e com sebor-
reia.

!A
ou
D-Pantenol ...................................................3%
permanência do xampu
Ciclopirox olamina .......................................1%
por 10 a 15 minutos na
Ácido salicílico .............................................1%
pele e pelos é indispensável para
Xampu ...................................................... q.s.p.
o sucesso do trataemnto, assim
Posologia: Dar banhos semanais ou confor- como o enxague adequado.
me necessário.
86 Dermatopatias disqueratinizantes e seborreicas

Reposição da barreira Tratamento sistêmico


cutânea
Ômega 3.........................................40 mg/kg
Nano fitoesfingosina ............................... 5% Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Pour-on.................................................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
Posologia: Aplicar no dorso do animal se- horas, durante longo período.
manalmente.

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
4. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis,
MO: Elsevier Mosby; 2013.
5. PIN, D., BEKRICH, M., FANTINI, O., NOEL, G. AND VIDÉMONT, E. (2014). “An Emulsion Restores the Skin
Barrier by Decreasing the Skin pH and Infammation in a Canine Experimental Model” J. Comp. Path. 2014,
Vol. 151, 244-254.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
7. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas 87

Pênfigo foliáceo
Doença autoimune caracterizada pela produção de autoanticorpos contra um componente das molécu-
las de adesão dos queratinócitos.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
As lesões incluem erosões, crostas, descamações, colaretes epidérmicos e alopecia. A doença começa
geralmente na ponte nasal, periocular e pavilhão auricular antes de se tornar generalizada e tendem a
ser acompanhadas de despigmentação nasal. As lesões cutâneas podem ser pruriginosas e variam na
intensidade. Hiperqueratose dos coxins é comum. Em gatos, é comum o envolvimento dos mamilos e
dos leitos ungueais.

Imagem 6 - Padrão de distribuição do pênfigo foliáceo

Fonte: Adaptado de Hnilica e Patterson, 2018.

TRATAMENTO
Tabela 11 - Medicamentos tópicos indicados.

Betametasona 0,01%-0,1%
Clorexidina 1-4%
Dexametasona 0,1%
Phytosphingosine 0,05-1%
Fluocinolona 0,01%-0,02%
88 Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas

Hidrocortisona aceponato 0,05%-0,11%


Hidrocortisona acetato 0,1%-1%
Miconazol 1-2%
Mometasona 0,03%-0,2%
Óleo de amêndoas 2-10%
Tacrolimus 0,03-0,1%
Triancinolona 0,01%-0,1%

Tratamento tópico Tratamento adjuvante

Clorexidina .............................................. 2% Ômega 3.........................................40 mg/kg


Miconazol ............................................. 2,5% Pool de lactobacillus ........................ 200 mg
Phytosphingosine ................................. 0,1% Betaglucanas .................................10 mg/kg
Óleo de amêndoas.................................. 2%
Xampu ..................................................q.s.p. Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
horas.
Posologia: Dar banhos alternados sema-
nais ou a cada três dias auxilia na elimina-
ção de pústulas e crostas.

!P
+
Aceponato de Hidrocortisona ............ 0,06% ara tratamento ou prevenção de
Spray ....................................................q.s.p. piodermite secundária é importan-
Posologia: Aplicação a cada 12 horas, com te a administração de antibioticoterapia
redução gradual. sistêmica.

ou
Tacrolimus ............................................. 0,1%
Creme...................................................q.s.p. Tratamento sistêmico

Posologia: Aplicação a cada 12 horas, com Prednisona ................................... 1-3 mg/kg


redução gradual. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24
Hiperqueratose dos coxins horas até a resolução das lesões (2-8 sema-
Ácido Salicílico ........................................ 2% nas em média). Após, 0,5-2 mg/kg a cada
Lactato de amônio .................................. 5% 48 horas.
Ureia ...................................................... 20%
Óleo de amêndoas.................................. 3%
Creme hidratante .................................q.s.p.

!N
Posologia: Aplique a cada 12 a 24 horas.
os casos refratários a prednisona,
os corticoides alternativos incluem
a triancinolona e a dexametasona.
Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas 89

Tratamento sistêmico Imunossupressor

Triancinolona base .................... 0,3-1 mg/kg Azatioprina ............................. 1,5-2,5 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24 Posologia: Administrar 1 dose a cada 24-
horas. Dose de manutenção: 0,6-1 mg/kg a 48 horas. Dose de manutenção: 1,5-2,5 mg/
cada 2-7 dias. kg a cada 48-72 horas. Resposta terapêuti-
ca pode ocorrer com 8 a 12 semanas. Re-
ou duzir gradualmente a dose e frequência do
Dexametasona ........................0,1-0,2 mg/kg medicamento para manutenção.
Forma farmacêutica .............................q.s.p. *pode ser associado a prednisona
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24
horas. Dose de manutenção: 0,05-0,1 mg/
kg a cada 48-72 horas.
Dica da Fórmula Animal: O oclacitinib
pode ser uma opção off label em gatos que
não toleram bem corticoides3.

Referências
1. Bizikova P. & Olivry T. Oral glucocorticoid pulse theraphy for induction of treatment of canine pemphigus
foliaceous – a comparative study. Veterinary Dermatology. 26: 354-e77, 2015.
2. BIZIKOVA P.; BURROWS A. Feline pemphigus foliaceus: original case series and a comprehensive litera-
ture review. BMC Vet Res; 15: 22, 2019.
3. CARRASCO, I.; MARTINEZ, M.; ALBINYANA, G. Beneficial effect of oclacitinib in a case of feline pemphigus
foliaceus. Vet Dermatol, 2021.
4. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
5. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
6. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
7. MONTEIRO, V.P.; OLIVEIRA, A.T.C. & FERREIRA, T.C. Pemphigus Foliaceous in a Dog - Clinical and Labora-
torial Assessment. Acta Scientiae Veterinariae. 48(Suppl 1): 589, 2020.
8. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis,
MO: Elsevier Mosby; 2013.
9. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
10. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
90 Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas

Pênfigo eritematoso
É uma forma intermediária entre o pênfigo e o lúpus eritematoso. As lesões são semelhantes as do
pênfigo foliáceo, mas geralmente confinadas à cabeça, à face e aos coxins. A despigmentação muco-
cutânea é comum e precedida pela formação de crostas. Raças predispostas incluem: pastor alemão,
collie e pastor de shetland.

TRATAMENTO

Tratamento tópico Tratamento adjuvante

Clorexidina .............................................. 2% Ômega 3........................................ 40 mg/kg


Phytosphingosine .................................0,1% Pool de lactobacillus ........................ 200 mg
Óleo de amêndoas.................................. 2% Betaglucanas .................................10 mg/kg
Xampu ..................................................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
Posologia: Dar banhos alternados sema- horas.
nais ou a cada três dias auxilia na elimina-
ção de pústulas e crostas.

!P
+
Filtro solar principalmente na região nasal
Hidroviton ................................................ 2% ara tratamento ou prevenção de
Filtro solar ............................................q.s.p. piodermite secundária é importan-
te a administração de antibioticoterapia
Posologia: Aplicar no local pelo menos 2 sistêmica.
vezes ao dia.
+
Casos leves corticoides/imunossupres- Tratamento sistêmico
sores tópicos podem ser suficientes
Prednisona ................................... 1-3 mg/kg
Aceponato de Hidrocortisona ............ 0,06% Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Spray ....................................................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-
Posologia: Aplicação a cada 12 horas, com 24 horas até a resolução das lesões (2-8
redução gradual. semanas em média). Após, 0,5-2 mg/kg a
ou cada 48 horas.

Tacrolimus .............................................0,1%
Creme...................................................q.s.p.

!N
Posologia: Aplicação a cada 12 horas, com
redução gradual.
os casos refratários a prednisona,
os corticoides alternativos incluem
a triancinolona e a dexametasona.
Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas 91

Tratamento sistêmico Imunossupressor

Triancinolona base .................... 0,3-1 mg/kg Azatioprina ............................. 1,5-2,5 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24 Posologia: Administrar 1 dose a cada 24-
horas. Dose de manutenção: 0,6-1 mg/kg a 48 horas. Dose de manutenção: 1,5-2,5 mg/
cada 2-7 dias. kg a cada 48-72 horas. Resposta terapêuti-
ca pode ocorrer com 8 a 12 semanas. Re-
ou duzir gradualmente a dose e frequência do
Dexametasona ........................0,1-0,2 mg/kg medicamento para manutenção.
Forma farmacêutica .............................q.s.p. *pode ser associado a prednisona
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24
horas. Dose de manutenção: 0,05-0,1 mg/
kg a cada 48-72 horas.
Dica da Fórmula Animal: O oclacitinib
pode ser uma opção off label em gatos que
não toleram bem corticoides3.

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
4. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis,
MO: Elsevier Mosby; 2013.
5. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
6. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
92 Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas

Pênfigo vulgar
Caracterizado pela produção de autoanticorpos contra antígenos localizados na junção entre a epi-
derme e a derme, provocando descolamento nas células nas camadas epidérmicas mais profundas.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
As lesões são mais graves do que os pênfigos foliáceo e eritematoso, acometendo as mucosas,
as junções mucocutâneas e a pele. As regiões axilares e inguinais são frequentemente envolvidas
e ulcerações orais são comuns.

TRATAMENTO
Semelhante ao pênfigo foliáceo, porém como este tipo de pênfigo costuma ser grave, a terapia instituí-
da geralmente é necessária. Para acelerar a remissão da doença, doses altas são utilizadas inicialmen-
te e ao longo de 2 a 3 meses, são reduzidas à menor dose eficaz.

!O uso de medicamentos imunossupressores


associados a corticoides geralmente é re-
comendado para manutenção a longo prazo.

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
4. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis,
MO: Elsevier Mosby; 2013.
5. PIN, D., BEKRICH, M., FANTINI, O., NOEL, G. AND VIDÉMONT, E. (2014). “An Emulsion Restores the Skin
Barrier by Decreasing the Skin pH and Infammation in a Canine Experimental Model” J. Comp. Path. 2014,
Vol. 151, 244-254.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
7. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas 93

Lúpus eritemasoso discoide


Considerado uma variante benigna do LES, é uma das doenças cutâneas imunomediadas mais co-
muns. Predominantemente afeta o plano nasal, a face e as orelhas. Raças predispostas incluem: Collie,
Pastor alemão, Husky siberiano, Pastor de Shetland, Malamute do Alasca, Chow chow e seus cruza-
mentos.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Em cães, inicialmente há despigmentação no plano nasal e/ou lábios, descamação, erosões, eritema,
ulcerações e formação de bolhas. Também podem ocorrer na região periocular e pavilhão auricular. Ra-
ramente, acomete os membros e a genitália. Em gatos, é possível observar eritema, alopecia e formação
de crostas na face e no pavilhão auricular.

Imagem 7 - Padrão de distribuição da lúpus eritematoso discoide

Fonte: Adaptado de Hnilica e Patterson, 2018.


94 Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas

TRATAMENTO

Tratamento tópico Tratamento adjuvante

Clorexidina .............................................. 2% Ômega 3.........................................40 mg/kg


Phytosphingosine ................................. 0,1% Pool de lactobacillus ........................ 200 mg
Óleo de amêndoas.................................. 2% Betaglucanas .................................10 mg/kg
Xampu ..................................................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Dar banhos alternados sema- Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
nais ou a cada três dias auxilia na elimina- horas.
ção de pústulas e crostas.
+

!P
Filtro solar principalmente na região nasal
Hidroviton ................................................ 2%
Xampu ..................................................q.s.p. ara tratamento ou prevenção de
piodermite secundária é importan-
Posologia: Aplicar no local pelo menos 2 te a administração de antibioticoterapia
vezes ao dia. sistêmica (mínimo 4 semanas).
Dica da Fórmula Animal: O uso de prote-
tor solar é indispensável em animais com
lúpus.
Tratamento sistêmico
+
Prednisona ................................... 1-3 mg/kg
Casos leves corticoides/imunossupres- Forma farmacêutica .............................q.s.p.
sores tópicos podem ser suficientes
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24
Aceponato de Hidrocortisona ............ 0,06% horas até a resolução das lesões (2-8 sema-
Spray ....................................................q.s.p. nas em média). Após, 0,5-2 mg/kg a cada
Posologia: Aplicação a cada 12 horas, com 48 horas.
redução gradual.
ou

!N
Tacrolimus ............................................. 0,1%
Creme...................................................q.s.p.
os casos refratários a prednisona,
Posologia: Aplicação a cada 12 horas, com os corticoides alternativos incluem
redução gradual. a triancinolona e a dexametasona.
Dica da Fórmula Animal: Durante as fa-
ses de remissão, é recomendável reduzir a
frequência de aplicação para minimizar os
efeitos adversos locais.
Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas 95

Tratamento sistêmico Imunossupressor

Triancinolona base .................... 0,3-1 mg/kg Azatioprina ............................. 1,5-2,5 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24 Posologia: Administrar 1 dose a cada 24-
horas. Dose de manutenção: 0,6-1 mg/kg a 48 horas. Dose de manutenção: 1,5-2,5 mg/
cada 2-7 dias. kg a cada 48-72 horas. Resposta terapêuti-
ca pode ocorrer com 8 a 12 semanas. Re-
ou duzir gradualmente a dose e frequência do
Dexametasona ........................0,1-0,2 mg/kg medicamento para manutenção.
Forma farmacêutica .............................q.s.p. *pode ser associado a prednisona
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24 ou
horas. Dose de manutenção: 0,05-0,1 mg/
kg a cada 48-72 horas.
Outros medicamentos imunossupresso-
res indicados para cães incluem: ciclos-
porina (5-12,5 mg/kg a cada 12-24 horas);
oclacitinib (0,4-0,6 mg/kg a cada 12 horas).

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
4. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis,
MO: Elsevier Mosby; 2013.
5. PIN, D., BEKRICH, M., FANTINI, O., NOEL, G. AND VIDÉMONT, E. (2014). “An Emulsion Restores the Skin
Barrier by Decreasing the Skin pH and Infammation in a Canine Experimental Model” J. Comp. Path. 2014,
Vol. 151, 244-254.
6. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
7. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
96 Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas

Lúpus eritematoso sistêmico


A doença é autoimune polissistêmica, com formação de anticorpos contra uma ampla variedade de au-
toantígenos. Os principais causadores de lesão tecidual são anticorpos patogênicos, imunocomplexos
circulantes e células T autorreativas.
Predisposição: collies, pastores de shetland e pastor alemão.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
As lesões cutâneas são caracterizadas por ero- Sinais sistêmicos incluem: febre flutuante,
sões, úlceras, descamações, eritema, alopecia, poliartrite, polimiosite, insuficiência renal, dis-
formação de crostas e escoriação mais comu- crasias sanguíneas, pleurite, pneumonia, pe-
mente na face, nas orelhas e na porção distal ricardite ou miocardite, neuropatia central ou
dos membros. Erosões e úlceras mucocutâneas periférica e linfoedema.
ou mucosas também podem ser encontradas.

TRATAMENTO

Tratamento tópico Tratamento adjuvante

Clorexidina .............................................. 2% Ômega 3........................................ 40 mg/kg


Phytosphingosine ................................. 0,1% Pool de lactobacillus ........................ 200 mg
Aloe vera extrato glicólico....................... 3% Betaglucanas .................................10 mg/kg
Óleo de amêndoas.................................. 2% Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Xampu ..................................................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24
Posologia: Banhos alternados semanais horas.
ou a cada três dias auxilia na eliminação de
pústulas e crostas.

!P
+
Casos leves corticoides/imunossupres-
sores tópicos podem ser suficientes ara tratamento ou prevenção de
Aceponato de Hidrocortisona ............ 0,06% piodermite secundária é importan-
Spray ....................................................q.s.p. te a administração de antibioticoterapia
sistêmica (mínimo 4 semanas).
Posologia: Aplicação a cada 12 horas, com
redução gradual.
ou
Tratamento sistêmico
Tacrolimus ............................................. 0,1%
Creme...................................................q.s.p. Prednisona ................................... 1-3 mg/kg
Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Aplicação a cada 12 horas, com
redução gradual. Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-
24 horas até a resolução das lesões (2-8
Dica da Fórmula Animal: Durante as fa- semanas em média). Após, 0,5-2 mg/kg a
ses de remissão, é recomendável reduzir a cada 48 horas.
frequência de aplicação para minimizar os
efeitos adversos locais.
Doenças cutâneas autoimunes e imunomediadas 97

!N os casos refratários a prednisona,


os corticoides alternativos incluem
a triancinolona e a dexametasona.
Imunossupressor

Azatioprina ............................. 1,5-2,5 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 24-
48 horas. Dose de manutenção: 1,5-2,5 mg/
Tratamento sistêmico kg a cada 48-72 horas. Resposta terapêuti-
ca pode ocorrer com 8 a 12 semanas. Re-
Triancinolona base .................... 0,3-1 mg/kg duzir gradualmente a dose e frequência do
Forma farmacêutica .............................q.s.p. medicamento para manutenção.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24 *pode ser associado a prednisona
horas. Dose de manutenção: 0,6-1 mg/kg a
cada 2-7 dias. ou
ou
Outros medicamentos imunossupresso-
Dexametasona ........................0,1-0,2 mg/kg res indicados para cães incluem: ciclos-
Forma farmacêutica .............................q.s.p. porina (5-12,5 mg/kg a cada 12-24 horas);
oclacitinib (0,4-0,6 mg/kg a cada 12 horas).
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12-24
horas. Dose de manutenção: 0,05-0,1 mg/
kg a cada 48-72 horas.

Referências
1. HNILICA, K. A.; PATTERSON, A. P. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico.
Tradução: Oliveira, R. S. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2018.
2. JOYCE, Judith. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Revinter, 2012.
3. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
4. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis,
MO: Elsevier Mosby; 2013.
5. OLIVRY T, ROSSI MA, BANOVIC F, LINDER KE. Mucocutaneous lupus erythematosus in dogs (21 cases).
Vet Dermatol. 2015;26:256–e55.
6. PIN, D., BEKRICH, M., FANTINI, O., NOEL, G. AND VIDÉMONT, E. (2014). “An Emulsion Restores the Skin
Barrier by Decreasing the Skin pH and Infammation in a Canine Experimental Model” J. Comp. Path. 2014,
Vol. 151, 244-254.
7. TILLEY, L.P.; SMITH JR., F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5. ed. Barueri,
Manole, 2015.
8. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário. 4 ed. Lagoa Santa: CEM, 2019.
98 Doenças dos canais auditivos

Ototoxicidade
A ototoxicidade é um efeito negativo causado por medicamentos que afetam o oitavo nervo craniano ou
os órgãos da audição e equilíbrio. A membrana timpânica é uma barreira natural que protege o ouvido
interno de substâncias prejudiciais, mas sua ausência ou ruptura pode permitir que medicamentos tópi-
cos potencialmente ototóxicos cheguem ao ouvido interno, causando toxicidade. Por isso, é importante
que veterinários estejam cientes dos medicamentos ototópicos seguros e potencialmente perigosos ao
tratar casos de doenças de ouvido em cães e gatos, especialmente considerando que mais da metade
dos cães com doenças crônicas de ouvido têm ausência ou ruptura da membrana timpânica.

Tabela 12 - Agentes otológicos seguros.

Ciprofloxacina
Antibióticos Enrofloxacina
Sulfadiazina de prata
Potencializadores de antibiótico Tris-EDTA
Dexametasona
Anti-inflamatórios Triancinolona
Fluocinolona
Clotrimazol
Antifúngicos
Nistatina
Fonte: Adaptado de KOCH, 2012.

Tabela 13 - Agentes otológicos potencialmente ototóxicos.

Aminoglicosídeos Anfotericina B
Antifúngicos
Bacitracina Griseofulvina
Antibióticos
Oxitetraciclina Propilenoglicol
Outros
Tetraciclina DMSO
Ácido acético Fonte: Adaptado de KOCH, 2012.
Ácido bórico *O potencial ototóxico da clorexidina pode variar de
Antissépticos
Cetrimida acordo com a sua concentração.

Clorexidina*

!O s agentes considerados seguros para a lavagem auricular em cães


e gatos com ruptura de membrana timpânica incluem água estéril,
solução salina estéril, tris-EDTA e, possivelmente, clorexidina em concentra-
ções inferiores a 0,05%. Já a utilização de agentes ceruminolíticos, exceto
produtos que contenham esqualeno, deve ser evitada no ouvido médio e em
casos com status desconhecido ou ruptura da membrana timpânica.
Doenças dos canais auditivos 99

Otite externa e média


Inflamação do canal auditivo externo que pode ser causada por várias razões. Geralmente, o termo é
utilizado quando o orifício externo ou o canal auditivo estão envolvidos.
A otite externa crônica (com duração igual ou superior a 2 meses) geralmente resulta da propagação
da doença para a orelha média.

Principais causas primárias de otite externa:


• Alergia - dermatite atópica, reação alimentar adversa cutânea, alergia de contato.
• Doença endócrina - hipotireoidismo (cão), hipertireoidismo (gato), hiperadrenocorticismo (cão e
gato).
• Ectoparasitas - Otodectes cynotis, Demodex spp.
• Doença autoimune/imunomediada - pênfigo foliáceo, lúpus eritematoso discóide, eritema multifor-
me, celulite juvenil, reações a medicamentos, vasculite.
• Distúrbios de queratinização - seborreia idiopática primária, adenite sebácea, dermatose respon-
siva a zinco.
• Corpos estranhos.


TRATAMENTO
Princípios básicos: importante lembrar que cada causa e
1. Higienização do conduto auditivo fator tem um prognóstico distinto, o que
2. Diminuição da inflamação inclui o tempo necessário para a terapia e trata-
mentos efetivos. Por isso, a melhor abordagem
3. Controle da infecção é desenvolver um plano de tratamento que leve
4. Controle de doenças base em conta cada causa ou fator em particular.

Para orientar corretamente os proprietários, é necessário demonstrar o método adequado de limpeza


e administração de medicamentos otológicos, principalmente em relação à quantidade adequada
do medicamento a ser aplicado. Para orientações sobre a administração de produtos otológicos,
consulte o anexo que acompanha este documento, intitulado ‘Administração de produtos otológicos’
(pág. 114).

1. Higienização do conduto auditivo


A higienização otológica pode ser realizada com um ou uma combinação dos princípios ativos
indicados abaixo:
Tabela 14 - Princípios ativos otológicos para higienização.

Ácido bórico 2%
Ceruminolíticos Ácido salicílico 0,1-0,2%
Ácido Lático 2,5%
Ácido acético 0.25%-2%
Clorexidina 0,12%
Antissépticos
Hipoclorito de Sódio 1%
Iodo-povidona 0,2-1%
100 Doenças dos canais auditivos

Ácido hialurônico 1%
Hidratantes Glicerina 1%
Phytosphingosine 0.01%
Extrato de Aloe Vera 1-3%
Extrato de Calêndula 1-3%
Fitoterápicos
Extrato de Camomila 1-3%
Óleo de melaleuca 1%
Nano melaleuca 1%
Nano fitoesfingosina 1%
Nanotecnologia
Nano camomila 1%
Nano coating 1%
Potencializador de antibiótico Tris-EDTA em veículo

Sugestões de limpeza tópica otológica


Ácido lático ................................................2,5% Clorexidina ..............................................0,05%
Ácido salicílico .......................................... 0,1% Tris-EDTA ................................................. q.s.p.
Aloe vera extrato glicólico............................ 1%
Calêndula extrato glicólico .......................... 1% Posologia: Aplique no conduto auditivo 4-10
Glicerina ....................................................... 1% gotas (conforme porte do animal) a cada 12-24
Veículo...................................................... q.s.p. horas ou conforme necessidade.

Posologia: Aplique no conduto auditivo 4-10 Dica da Fórmula Animal: O Tris-EDTA me-
gotas (conforme porte do animal) a cada 12-24 lhora a performance dos antibióticos, uma vez
horas ou conforme necessidade. Não usar em que permite melhor penetração dos agentes
felinos. na membrana celular das bactérias.

ou ou

Nano melaleuca ........................................... 1% Ácido hialurônico ......................................... 1%


Nano fitoesfingosina .................................... 1% Ácido lático ................................................2,5%
Tris-EDTA ................................................. q.s.p. Extrato de aloe vera ..................................... 1%
Glicerina ................................................... q.s.p.
Posologia: Aplique no conduto auditivo 4-10
gotas (conforme porte do animal) a cada 24 Posologia: Preencha o conduto auditivo a
horas ou conforme necessidade (cães). cada 12-24 horas ou conforme necessidade.

2. Diminuição da inflamação
Tabela 15 - Princípios ativos anti-inflamatórios otológicos.

Betametasona 0,01%-0,1%
Dexametasona 0,1%
Fluocinolona 0,01%-0,02%
Doenças dos canais auditivos 101
Hidrocortisona aceponato 0,05%-0,11%
Hidrocortisona acetato 0,1%-1%
Mometasona 0,03%-0,2%
Triancinolona 0,01%-0,1%
Prednisolona acetato 0,25%-0,5%

Em casos de dor ótica ou estenose do canal auditivo, podem ser administrados anti-inflamatórios sis-
têmicos:

Prednisona ........................... 0,25-0,5 mg/kg Prednisolona ............................. 0,5-1 mg/kg


Forma farmacêutica .............................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Administrar 1 dose a cada 12 Posologia: Administrar 1 dose a cada 12
horas, durante 5 a 10 dias. horas, durante 7 a 14 dias.

Dicas da Fórmula Animal: • Os corticoides tópicos mais potentes, como mo-


• Para um tratamento a longo prazo, é recomendá- metasona e aceponato de hidrocortisona, pro-
vel o uso de produtos contendo 1% ou 0,5% de duzem efeitos anti-inflamatórios mais marcan-
hidrocortisona, que apresentam menor risco de tes do que corticoides como dexametasona ou
efeitos colaterais. Uma alternativa é a dexameta- betametasona, os quais, por sua vez, são mais
sona em baixa dosagem (0,01% a 0,05%), que potentes do que a prednisolona.
tem sido formulada e utilizada com eficácia no • Quando a membrana timpânica está rompida, a
controle a longo prazo. cicatrização pode ser inibida com o uso de glico-
corticoides tópicos.

3. Controle da infecção
Tabela 16 - Antibióticos tópicos otológicos.

Princípio ativo Concentração Espectro de ação


indicada
Ciprofloxacina 0,3% Gram-negativas e gram-positivas
Enrofloxacina 0,5% Gram-negativas e gram-positivas
Gentamicina 0,3% Gram-positivas e muitas bactérias Gram-negativas
Marbofloxacina 0,01-0,3% Gram-negativas e gram-positivas
Neomicina 0,25% Gram-positivas e algumas bactérias gram-negativas
Norfloxacina 0,5% Gram-positivas e gram-negativas
Sulfadiazina de 1% Amplo espectro; excelente atividade contra
prata Pseudomonas spp.
Tobramicina 0,3% Bactérias gram-negativas resistentes

Dicas da Fórmula Animal: • Tris EDTA é usado para aprimorar ou resultar


• Gentamicina, neomicina e fluoroquinolonas (ci- em propriedades antibacterianas sinérgicas de
profloxacina e enrofloxacina) são as escolhas de muitos antibióticos e até mesmo do antisséptico
primeira linha preferidas. clorexidina.
102 Doenças dos canais auditivos

Sugestões de antibióticos e anti-inflamatórios de uso tópico otológico


Ciprofloxacina ...........................................0,3% Enrofloxacina ............................................ 0,5%
Dexametasona .......................................... 0,1% Sulfadiazina de prata ................................... 1%
Tris-EDTA ................................................. q.s.p. Hidrocortisona.............................................. 2%
Tris-EDTA ................................................. q.s.p.
Posologia: Aplique entre 4 a 8 gotas (confor-
me porte do animal), a cada 12-24 horas. Posologia: Cães - instile 5 a 10 gotas (confor-
me porte do animal), a cada 12-24 horas.
ou
Dica da Fórmula Animal: A utilização de enro-
Aceponato de hidrocortisona.................. 0,05% floxacina em gatos tem sido associada ao risco
Neomicina ...............................................0,25% de danos à retina.
Veículo otológico ...................................... q.s.p.
ou
Posologia: Instile 4 a 8 gotas (conforme porte
do animal), a cada 12-24 horas. Tobramicina............................................... 0,3%
Dexametasona ...........................................0,1%
Veículo otológico ...................................... q.s.p.
Posologia: Instile 4 a 8 gotas (conforme porte
do animal), a cada 12-24 horas

Antibióticos sistêmicos
São mais frequentemente recomendados para casos de otite média (medicação sistêmica por
no mínimo 4-6 semanas) e devem ser selecionados com base nos resultados da cultura e do
antibiograma em casos de otite recorrente.

Tabela 17 - Antibióticos sistêmicos indicados para cocos e bastonetes.

Cocos
Cefalexina 22 mg/kg a cada 12h
Amoxicilina + clavulanato de potássio 10-15 mg/kg a cada 12h
Clindamicina 11 mg/kg a cada 24 a 12h
Bastonetes
Enrofloxacina (cães) 10-20 mg/kg a cada 12h
Ciprofloxacino 10-25 mg/kg a cada 12h
Marbofloxacino 5,5 mg/kg a cada 24h
Amicacina 20 mg/kg/dia

Tabela 18 - Antibióticos sistêmicos indicados para cocos e bastonetes.

Ciprofloxacina 20 mg/kg* a cada 12h


Marbofloxacina 5 mg/kg* a cada 24h
Enrofloxacino (cães) 20 mg/kg* a cada 12h
*Em geral, fluoroquinolonas são necessárias em doses mais altas para infecções por P. aeruginosa5.
Doenças dos canais auditivos 103

Sugestão de protocolo tópico

Ciprofloxacina ...........................................0,3% Enrofloxacina ............................................0,5%


Sulfadiazina de prata ................................... 1% Sulfadiazina de prata ................................... 1%
Tris-EDTA ................................................. q.s.p. Tris-EDTA ................................................. q.s.p.
Posologia: Aplicar 5 a 8 gotas a cada 8-12 Posologia: Aplicar 5 a 8 gotas a cada 8-12
horas. horas.

4. Controle de doenças base


Tabela 19 - Antifúngicos indicados para otite por levedura.

Cetoconazol 0,1%
Clotrimazol 1%
Miconazol 1%
Tiabendazol 4%
Sulfadiazina de prata 1%

Sugestões de uso tópico otológico


Clotrimazol ................................................... 1% Miconazol .....................................................2%
Mometasona ............................................. 0,1% Aceponato de Hidrocortisona ................. 0,12%
Microemulsão otológica ........................... q.s.p. Microemulsão otológica ........................... q.s.p.
Posologia: Instile 4 a 8 gotas (conforme porte Posologia: Instile 4 a 8 gotas (conforme porte
do animal), a cada 12-24 horas do animal), a cada 12-24 horas.
ou Dica da Fórmula Animal: Antifúngicos são
substâncias ativas com baixa solubilidade em
Sulfadiazina de prata ................................... 1% veículos comuns. Por isso, a Fórmula Animal
Betametasona .........................................0,05% criou uma microemulsão otológica como ve-
Norfloxacina ..............................................0,5% ículo, obtendo excelentes resultados na in-
Veículo otológico ...................................... q.s.p. corporação dessas substâncias. A utilização
Posologia: Instile 4 a 8 gotas (conforme porte de veículos adequados é fundamental para
do animal), a cada 12-24 horas. garantir a eficácia e a segurança dos medi-
camentos, especialmente quando se trata de
substâncias com baixa solubilidade ou outros
desafios de formulação.

Tabela 20 - Antifúngicos sistêmicos (administrados por pelo menos 3 a 4 semanas).

Cetoconazol* 5 mg/kg a cada 12 horas ou 10 mg/kg a cada 24 horas


Fluconazol* 5 mg/kg a cada 12 horas ou 10 mg/kg a cada 24 horas
Itraconazol* 5-10 mg/kg a cada 24 horas

*Administração com alimentos. Cetoconazol é a primeira escolha, porém em


casos não responsivos, o fluconazol ou itraconazol podem ser eficazes5.
104 Doenças dos canais auditivos

Tabela 21 - Princípios ativos tópicos indicados para otite causada por ácaros.

Ivermectina 0,01%
Milbemicina oxima 0,1%
Tiabendazol 4%

Sugestões de uso tópico Aplicação cutânea tópica


otológico (utilização por 2 a 4 semanas)
Selamectina .............................6 a 12 mg/kg
Neomicina ............................................ 0,5% Pour-on.................................................q.s.p.
Ivermectina......................................... 0,01%
Dexametasona ................................... 0,05% Posologia: Aplicar 2 doses com 2 a 4 se-
Tris-EDTA .............................................q.s.p. manas de intervalo.

Posologia: Instile 4 a 8 gotas (conforme


porte do animal), a cada 12 horas.
ou
Sugestão de uso oral
Phytosphingosine .................................0,1%
Nano melaleuca ...................................... 2% Ivermectina....................................0,3 mg/kg
Veículo otológico ..................................q.s.p. Forma farmacêutica .............................q.s.p.
Posologia: Instile 3 a 5 gotas diariamente. Posologia: Administrar 1 dose a cada 7
Dica da Fórmula Animal: A nano melaleu- dias por três a quatro tratamentos.
ca apresenta atividade contra Otodectes
cynotis, sendo uma opção de tratamento
para otocariose (cães).

Referências
1. BATISTA, E. B.; CLAUS, M. P.; ESPÍNDOLA, J. C.; LENOCH, R.; PEREIRA, S. M.; DEZEN, S.; CARNEIRO, D. M. V.
F. Atividade Antifúngica In Vitro Do Óleo Essencial De Melaleuca Alternifolia Sobre A Malassezia Pachy-
dermatis. Congresso Medvep de especialidades, 2013.
2. BRUYETTE, D. Clinical Small Animal Internal Medicine: Volumes 1 & 2, 2020.
3. FONTOURA, E.G.; VALLE, B. D. S.; COSTA, A.L.; CAPELLA, S. O.; FÉLIX, S. R.; MUELLER, E. N.; NOBRE, M. O.
Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação; 12(41);
1-637, 2014.
4. KOCH, S.N. Canine and Feline Dermatology Drug Handbook. Ames: Wiley-Blackwell, 2012.
5. MULLER W.H.; GRIFFIN C.E.; CAMPBELL K.L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th ed. St. Louis,
MO: Elsevier Mosby; 2013.
6. NEVES, R. C. S. M.; ROSOLEM, S. L.; CRUZ, F. A. C. S. ; ROSA, J. G.; BARROS, L. A. Teste in vitro e in vivo do
efeito acaricida do óleo essencial de melaleuca alternifolia sobre Otodectes Cynotis. Revista Brasileira de
Ciência Veterinária, v. 20, n. 1, p. 9-12, jan./mar. 2013.
7. SCHERER, C. B.; BOTONI, L. S.; COSTA-VAL, A. P. Medvep Dermato - Revista de Educação Continuada em
Dermatologia e Alergologia Veterinária; 4(13); 31-40, 2016.
105

DICAS
EXTRAS
106 Dicas extras

Administração de medicamentos otológicos


Os medicamentos otológicos são frequentemente recomendados para pets com infecções, inflamações
ou condições no canal auditivo que necessitam de tratamento. É essencial tratar adequadamente o
canal auditivo para garantir que o medicamento atinja a área afetada. Com a experiência, a adminis-
tração dos medicamentos no canal auricular é fácil e pode ser feita em casa, seguindo as orientações
do veterinário.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES PROCEDIMENTO


O ouvido afetado deve começar a melhorar dentro Em alguns casos, o médico veterinário pode in-
dos primeiros dias da aplicação do medicamento. dicar uma solução de limpeza ou pré-tratamento,
Em condições graves, pode levar mais tempo. No que permite que resíduos que estão dentro do ou-
entanto, se você notar algum dos seguintes sinto- vido sejam soltos e limpos antes da aplicação do
mas, deve entrar em contato com seu veterinário medicamento:
imediatamente:
• Com uma mão, gentilmente levante a aba da
• Aumento de secreção; orelha. É importante conseguir ver o interior da
• Aumento da vermelhidão, inchaço ou da tem- orelha (canal auditivo).
peratura no ouvido; • Segurando a orelha dessa maneira faz com
• Aumento da dor; que o canal auditivo assuma a forma de um
funil. Em seguida, você pode pingar o medica-
• Aumento do “balançar da cabeça”; mento diretamente na parte mais profunda do
• Propagação da condição para o outro ouvido canal auditivo. Certifique-se de não colocar a
(caso não estava afetado); ponta do frasco diretamente no canal auditivo
• Incapacidade de aplicar o medicamento (por • Massageie todo o canal, isso irá permitir que o
exemplo, se o seu animal de estimação não medicamento atue por todo o ouvido.
permitir ou porque você sente que não está fa-

!C
zendo corretamente).

Dica da Fórmula Animal: Em animais calmos, os otonetes NUNCA devem ser inse-
medicamentos podem ser administrados nos ou- ridos no canal auditivo para rea-
vidos por apenas uma pessoa, mas com animais lizar a limpeza, já que eles empurram as
jovens ou mais agitados (ou que não estão fami- sujidades para dentro e podem machucar
liarizados com a manipulação dos ouvidos, pode o pet. Uma sugestão para limpeza das
ser necessário ter uma pessoa distraindo e/ou orelhas externamente são os lenços ume-
segurando o animal de estimação enquanto outra decidos.
pessoa aplica o medicamento.

COMO LIMPAR OS OUVIDOS

BAIXE E
IMPRIMA
ESTA DICA
Dicas extras 107

Banhos com xampu s medicamentosos


Os animais de estimação frequentemente são diagnosticados com doenças de pele que são tratadas
com xampus. Tanto medicamentos orais quanto terapias tópicas, devem ser utilizados conforme as
instruções e geralmente apresentam resultados melhores quando usados juntos.

MATERIAIS NECESSÁRIOS INFORMAÇÕES IMPORTANTES


• Banheira. Em clima quente, o banho pode ser Os xampus medicamentosos são adequados ape-
feito ao ar livre; nas para condições de pele específicas. Se você
• Recipiente para coletar e verter água, caso não notar algum dos seguintes sintomas a qualquer
houver mangueira disponível; momento, deve entrar em contato com o médico
veterinário:
• Pomada lubrificante para os olhos;
• Relógio/cronômetro; • Aumento da vermelhidão, inchaço ou calor nas
áreas afetadas;
• Xampu medicamentoso;
• Aumento da dor;
• Toalhas.
• Propagação da condição para outros locais;
• Impossibilidade de banhar o pet (por exemplo,
se o animal de estimação não permitir).

PROCEDIMENTO
Dicas da Fórmula Animal: Para prevenir a irritação dos olhos do animal durante o banho, aplique uma
pequena quantidade de pomada oftálmica lubrificante na superfície de cada olho.
• Comece molhando toda a pelagem do animal, da cabeça aos pés, com água morna. Verifique se
a temperatura da água está adequada e confortável ao toque, especialmente se a pele do animal
estiver inflamada ou avermelhada.
• Em cães com pelos com caspa, secreções secas ou outros detritos, a água morna pode ajudar a
amaciar e soltar esses materiais, facilitando a remoção durante o banho.
• Aplique o xampu na pelagem do animal, massageando suavemente para permitir que o produto
alcance os pelos e a pele. Deixe o xampu agir por 10 minutos, ou pelo tempo prescrito, permitindo
que os medicamentos presentes no produto façam efeito. Use um relógio para acompanhar o tempo.
• Enxágue bem o animal, certificando-se de remover completamente todo o produto.
• Certifique-se de secar bem o animal com uma toalha. O secador de cabelo pode ser utilizado desde
que os tutores tomem todos os cuidados necessários (manter o aparelho com a distância correta,
cuidar com a temperatura, por exemplo).

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108 Dicas extras

Como aplicar um creme ou spray na pele


Cremes e sprays são prescritos para animais por diversas razões, como infecções bacterianas ou
fúngicas e feridas cutâneas. O objetivo principal do tratamento é permitir que a pomada ou creme per-
maneça em contato com a pele pelo período de tempo prescrito e que o spray seja absorvido, para que
possa agir adequadamente.

MATERIAIS NECESSÁRIOS INFORMAÇÕES IMPORTANTES


• Creme ou spray; O local afetado deve começar a melhorar e/ou
• Luvas; cicatrizar nos primeiros dias de aplicação dos
produtos. Em condições graves, a cicatrização da
• Gaze; ferida pode levar mais tempo. No entanto, se você
• Colar elizabetano em alguns casos. notar um aumento em qualquer um dos seguintes
sintomas, deve entrar em contato com o médico
Em alguns casos, pode ser necessário o uso de
veterinário:
luvas ao aplicar o medicamento, a fim de evitar o
contato com microrganismos presentes na lesão • Aumento de secreções na área afetada;
e também para impedir que o medicamento entre • Aumento da vermelhidão, inchaço ou calor na
em contato com sua pele. área;
• Aumento da dor;
• Propagação da condição para outras áreas do
corpo;
• Impossibilidade de aplicar o produto (por exem-
plo, se o animal de estimação não permitir).

PROCEDIMENTO
• Em alguns casos pode ser necessário realizar a limpeza da pele primeiramente. A solução de lim-
peza pode ser aplicada em um pedaço de gaze e usada para limpar suavemente quaisquer detritos
secos. Se a área estiver com crostas e difícil de limpar, a gaze umedecida ou lenços umedecidos
devem ser mantidos sobre a área afetada por 5 minutos, permitindo que a solução penetre nos
detritos e facilite a remoção.
• Aplique cuidadosamente o creme/spray na área afetada, evitando que o animal lamba o local. A
quantidade deve ser suficiente para cobrir a área com uma película fina.
• Se o animal estiver agitado, distraia-o com brincadeiras ou petiscos ou utilize um colar elizabetano
durante o período de absorção do produto. Lembre-se de que, para uma melhor ação do produto, é
importante que o medicamento tenha contato prolongado com a pele.

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Referência
1. Côté E (ed.): Clinical Veterinary Advisor – Dogs and Cats. 4rd edition, Elsevier Mosby,
St. Louis, Mo, 2019.
TABELA DE HORÁRIOS DE

medicamentos
Pet:
MEDICAMENTO DOSE HORÁRIO FORMA DE USO OBSERVAÇÕES TABELA
BAIXE E
IMPRIMA A
109
ai16800910327_Guia Veterinário Dermatológico ed1 - capa para impressão_vs2.pdf 1 29/03/2023 08:57:13

GUIA MAGISTRAL DE DERMATOLOGIA VETERINÁRIA


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