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PESSOA, DIGNIDADE E DIREITOS HUMANOS À LUZ DA SUMA

TEOLÓGICA

Francisco Gabriel López González1

RESUMO

As questões referidas aos direitos humanos é sempre tema de debate, por isso, este
artigo se destina a estudar santo Tomás de Aquino, especificamente o tratado da
justiça de sua obra Suma Teológica, uma das obras clássicas mais abordadas em
questões filosóficas, jurídicas e teológicas. O intuito do trabalho é discutir a influência
do pensamento tomista, consequentemente cristão, como fundamento da Declaração
Universal dos Direitos Humanos, além disso se abordam aspectos do pensamento do
escolástico que ferem o objetivo de dita declaração. Além do tratado da justiça, foi
necessária a leitura da questão das Pessoas Divinas, a questão sobre as leis e a
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Recorreu-se também a estudiosos do
filósofo medieval como Marcius Tadeus Maciel Nahur, Lino Rampazzo, Robert
Spaemann que ajudaram na discussão.

Palavras-chave: Tomás de Aquino, Pessoa, Dignidade, Direitos Humanos

INTRODUÇÃO

No presente artigo, analisa-se os termos pessoa e dignidade tendo como base


a obra Suma Teológica de Tomás de Aquino e a relação existente entre o pensamento
do filósofo escolástico e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com o intuito
de discutir uma possível influência e concordância do pensamento clássico Tomista e
o objetivo primordial da Declaração.
Primeiramente, explicita-se o termo pessoa desde os seus origens com um
percorrer histórico da utilização da palavra no pensamento ocidental e na obra Suma

1Aluno do primeiro ano do Bacharelado em Filosofia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo
(UNISAL). E-mail: franga955@gmail.com, Orientador: Prof. Me. Douglas Rodrigues.
Teológica. Passa-se logo a analisar o termo dignidade como decorrência do termo
pessoa, atributo do homem, que é defendido pelos Direitos Humanos.
Após as discussões destes dois termos, estabeleceu-se um encontro do
pensamento do Doutor da Igreja e alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, isso em perspectiva de encontrar possíveis contradições entre o filosofo
medieval e os objetivos da Declaração.
Para abordar esta problemática, foi necessária a leitura do Tratado da Justiça,
sobre o Homem e sobre as leis da Suma Teológica, além disso, recorreu-se a
estudiosos da área da filosofia e do direito que enriquecem a presente discussão.

1 O CONCEITO DE DIREITO E PESSOA EM TOMÁS DE AQUINO

O tema relacionado aos direitos de uma pessoa não é uma questão recente,
quiçá tenha ganhado relevância desde a elaboração da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, após as terríveis guerras nas quais se vivenciaram fatos
desumanos. Episódios de violência e degradação do ser humano são as razões que
motivaram as organizações a nível mundial trabalharem em prol da consciência e de
salvaguardar os Direitos Humanos.
Deve-se compreender que estes dois termos, direito e pessoa, embora
adquiriram relevância desde o ano 19482 já foram expostos no pensamento tomista
na Suma Teológica, referindo-se ao direito, o boi mudo da Sicília, advertiu o perigoso
risco de interpretação que o tempo gera na palavra, tendo em vista o seu sentido
polissêmico, e isto nota-se na resposta à primeira objeção da questão 57 da sua obra.

É habitual serem os nomes desviados da sua primitiva significação para


significar outras coisas. Assim, o nome de medicina foi empregado, primeiro,
para designar o remédio dado a um enfermo, para que sare; depois, passou
a significar a arte de curar. Assim também, a palavra ius foi empregada
primeiramente para significar a coisa justa mesmo; depois, porém, aplicou-se
à arte pela qual conhecemos o justo; ulteriormente, para significar o lugar em
que é aplicado o direito, como quando se diz que alguém deve comparecer
perante a justiça; e, por fim, chama-se ainda direito o que é aplicado por quem
tem o dever de fazer justiça, embora seja iníquo o que decidiu. (AQUINO,
Tomás de, 1980 p. 2480.).

2 Ano da proclamação da declaração universal dos direitos humanos (DUDH) no dia 10 de dezembro.
No que concerne ao termo pessoa, esta é uma das primeiras questões tratadas
por Tomás de Aquino, porém o conceito desta palavra não é uma descoberta feita
pelo filósofo medieval. Com o significado que é conhecida na atualidade, pessoa
provém do tempo da patrística, as primeiras noções da palavra são decorrências dos
concílios de Nicéia (325) e Calcedônia (451) em que o termo foi utilizado para falar de
Deus e de Cristo. Deve-se ter em conta que nesta época em que a revelação judaico-
cristã espalhou-se com grande influência na cultura ocidental, as línguas
predominantes eram o latim e o grego, logo, pode-se entender melhor a palavra
fazendo um pequeno percorrer na história, com isto, evidencia-se como uma palavra
torna-se polissêmica com o transcorrer do tempo.
Na antiga Roma, utilizavam a palavra latina persona para indicar a máscara
utilizada habitualmente pelos atores. No século III a. C, o termo foi utilizado para
indicar as pessoas gramaticais, depois, entendeu-se no sentido de pessoa jurídica.
Assim também, na Grécia antiga, o termo prósopon, que significa rosto, também
representava a máscara utilizada pelos atores, este termo grego é o que mais se
aproxima ao termo persona em latim e com a formação das línguas neolatinas, em
português é traduzido o termo latino por pessoa. Enfim, as discussões sobre a
Trinidade são as que no final das contas levaram os padres da Igreja à utilização das
palavras prósopon e persona para tentar explicar as três pessoas divinas.
(RAMPAZZO, 2010).
Sobre este panorama histórico acima mencionado, o filósofo Tomás de Aquino
estabeleceu também seu pensamento filosófico sobre a mesma problemática, quer
dizer, a Trinidade. Explicitando que o termo pessoa pode ser utilizado em Deus,
assumindo a herança do termo estabelecido pelos padres da Igreja. No seu Tratado
De Deo Trino, na questão 29, encontra-se esta explicitação que clarifica o raciocínio
sobre o termo.

Pessoa significa o que há de mais perfeito de toda a natureza, i. é, o que


subsiste em a natureza racional. Donde, como se devem atribuir a Deus todas
as perfeições, pois a sua essência as contêm todas, devemos aplicar-lhe o
nome de pessoa. Não porém do mesmo modo pelo qual o aplicamos à
criatura, mas de modo mais excelente, como se dá com os outros nomes
impostos à criatura e atribuídos a Deus, conforme demonstramos quando
tratamos dos nomes divinos. (AQUINO, 1980 p. 332.).

Como bem o explicou o filósofo medieval, pode-se aplicar o termo pessoa para
definir Deus e para definir o ser humano, mas é importante entender que no
pensamento tomista, entre o homem e Deus existe uma diferença, segundo o
aquinatense, Deus é Ipsum esse subsistens3 , ao contrário dos homens que são seres
criados, de certo modo o indivíduo encontra-se no gênero da substância, aliás, o
homem segundo o autor da Suma Teológica é substância composta4 , no sentido de
possuir um gênero, uma espécie e uma diferença, assim também, a substância
composta apresenta acidentes, isto é, a cor branca, pequena, alta, entre outros.
A diferença a que se tem falado é a que esclarece a postura do santo angélico
abordando a definição de Boécio que trouxe o qualificativo racional como
característica do homem. Salienta-se a valorização do homem como criatura
privilegiada, única no gênero com possibilidade de utilizar o raciocínio lógico para
explicar as grandes questões do mundo, de Deus e do homem mesmo. A
racionalidade é o que faz com que o homem seja homem, logo, pode se chamar de
pessoa.

Os indivíduos de substância racional têm certo nome especial, a saber, o de


pessoa. E por isso, à predita definição de pessoa, acrescenta-se substância
individual, para significar o singular no gênero da substância; e acrescenta-
se mais — de natureza racional, para exprimir o singular na ordem das
substâncias racionais. (AQUINO, 1980 p. 332.).

Constata-se um vínculo entre os dois termos tratados, pois ao falar-se do


direito, necessariamente se tem que falar da pessoa em sociedade, aliás, o mesmo
filósofo medieval realizou uma comparação entre a justiça e as outras virtudes, estas
aperfeiçoam o homem em relação a ele mesmo, enquanto que a justiça ordena os
atos humanos no que diz respeito aos outros. Portanto, considera-se justa uma ação
quando existe uma proporcionalidade ou conformidade com a ação do outro.
(AQUINO, 1980).
Enfim, a abordagem antropológica feita pelo doutor da Igreja para explicitar o
termo pessoa, criatura de natureza racional, torna compreensível também a ligação
que existe entre direito e pessoa, pois esta, por natureza, tende a viver em um grupo
social, entretanto, o direito é visto no pensamento tomista na relação com os outros e
como objeto da justiça que é uma virtude que só uma pessoa, de entre os seres que

3 Refere-se à doutrina do ser de Tomás de Aquino, Deus é ato puro, tem seu ser em e por si mesmo.
4Chama-se substâncias compostas aos seres que possuem matéria e forma na doutrina do ser de
Tomás de Aquino.
são substâncias compostas pode possuir, por isso a pessoa é considerada sujeito de
direitos.

2. UMA VISÃO TOMISTA DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

A condição humana do sujeito como pessoa é o conceito fundamental para a


compreensão da ética tomista, mas a palavra chave para atingir a valorização humana
por parte do filósofo medieval é a dignidade, pois esta palavra está sempre associada
a um valor dado como atribuição a um sujeito, neste caso, ao homem imago dei5 que
recebe a característica de sacralidade por ser filho e imagem do Deus criador.
Este atributo que o homem possui de maneira intrínseca é o que o salvaguarda
e valoriza em relação às demais criaturas da terra, assim também é de relevância
apresentar a interligação existente entre o conceito de pessoa e o de dignidade, pois
a natureza racional possibilita o ser humano buscar a verdade no exercício da sua
liberdade, tanto a racionalidade como a liberdade também são atributos humanos
pelos que se reconhece sua dignidade.
Segundo Robert Spaemann (1988), a dignidade é um tema difícil de analisar e
compreender pelo fato de ser apresentado por diversos pensadores, que entendem a
questão desde diferentes pontos de vista, quer dizer, desde uma perspectiva ateísta,
agnóstica ou religiosa, mas neste caso apenas trata-se a dignidade desde a
perspectiva tomista que é cristã.
Somente o ser humano é o ser que não está preso em si, nem a si mesmo pela
sua realidade biológica, ao contrário, o homem transcende sua categoria, pela sua
dignidade, nesse sentido, o pensamento tomista valoriza a sacralidade que reveste o
homem de dignidade e que é proposta como o campo comum entre os homens,
entende-se como uma dignidade constitutiva, ou seja, de nível ontológico (Spaemann,
1988).
Outro ponto significativo quando se fala da dignidade da pessoa é que esta
aplica-se em um contexto social pelo fato de ser o homem essencialmente um ser

5A expressão Imago Dei na tradição judaico-cristã faz referência ao relato da criação, segundo o qual
Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança, especificamente no que se refere à sua alma
imortal. Na Vulgata a expressão encontra-se no plural, fazendo referência a “homem e mulher”, em
Gênesis 1.27: “et creavit Deus hominem ad imaginem suam ad imaginem Dei creavit illum masculum
et feminam creavit eos”. Cf.: BÍBLIA SAGRADA. Vulgata Latina. Disponível em:
<http://www.bibliacatolica.com.br/vulgata-latina/liber-genesis/1/>. Acesso em: out. 2018.
político. Nessa perspectiva, o tratado de Justiça na Suma Teológica, que é
amplamente desenvolvido pelo aquinatense, pode servir como esclarecedor do direito
à dignidade dentro de um contexto social, em que se demanda um elemento de
igualdade e um reconhecimento do outro como digno e possuidor de direitos.

Sendo a justiça uma virtude relacional, tal igualdade exige alteridade. Isto é,
o direito exige o reconhecimento da pessoa do outro e de sua condição de
sujeito de direitos, que constituem deveres para os demais. Há um vínculo de
reciprocidade na comunidade que faz com que cada um espere ser tratado
como pessoa humana, do mesmo modo como é capaz de tratar o outro
(RAMPAZZO; NAHUR, 2015, p. 133-134).

A justiça é também um meio pelo qual se estabelece a ordem na sociedade e


uma forma de encaminhá-la para a busca do bem comum, do mesmo modo possibilita
a igualdade de direitos e a valorização da dignidade de cada pessoa. Uma constante
em um grupo social é a diversidade, seja porque alguns ocupem postos de relevância
na sociedade ou por pertencer a uma determinada família reconhecida ou de renome
que reveste à pessoa de certa dignidade, para além da função exercida na sociedade,
todos são filhos do mesmo pai, logo isto torna digno ao homem.

[...] os pais e os senhores devem ser honrados, por participarem da dignidade


de Deus, Pai e Senhor de todos. - Quanto aos velhos, devem ser honrados
por ser a velhice um sinal de virtude, embora esse sinal às vezes não o
signifique. Donde o dizer a Escritura. A velhice venerável não é a diuturna,
nem a computada pelo número dos anos; pois, as cãs do homem são os seus
sentimentos e a idade da velhice é a vida imaculada, - Quanto aos ricos,
devem ser honrados porque desempenham, na comunidade um papel mais
importante. [...] (AQUINO, 1980 p. 2486.)

A fé cristã é considerada a base dos princípios éticos que são conhecidos,


também da noção de dignidade, pois foi o cristianismo que utilizou o termo pessoa e
em consequência também teve-se uma visão mais humanista e valorativa do homem.
Ainda assim, no pensamento moderno especula-se muito sobre a seguinte questão:
como vive ou afronta um não cristão a questão da dignidade e dos direitos?
Sem dúvida, a questão de defender os direitos e resguardar a dignidade é uma
problemática que envolve a toda a humanidade sem distinção, diante disso, o
pensamento do filósofo Tomás de Aquino apresenta-se muito aberto ao diálogo com
o mundo que não professa a fé cristã, e isso se evidencia no direito natural do qual
fala o filósofo medieval na Suma Teológica, no final das contas é esse o campo
comum entre os cristãos, agnósticos e ateus.
[...] Como já dissemos o direito ou o justo implica uma obra adequada a outra
por algum modo de igualdade. Ora, de dois modos pode uma coisa ser
adequada a um homem. - De um modo, pela natureza mesma da coisa; por
exemplo, quando alguém dá tanto para receber tanto. E este se chama o
direito natural. [...] (AQUINO, 1980 p. 2482.).

Em suma, tendo visto como a dignidade faz parte essencial do homem torna-
se impossível tratar as questões da pessoa humana sem deter-se naquele atributo
que os Direitos Humanos ao longo do tempo se propõe defender.

3. UM ENCONTRO ENTRE TOMÁS DE AQUINO E OS DIREITOS HUMANOS

Indubitavelmente, ao tratar os Direitos Humanos, qualquer estudioso se


encontrará com a figura de Santo Tomás de Aquino, porque foi através do escolástico
que o mundo recebeu uma síntese do pensamento clássico bem fundamentada,
noções como a classificação das leis, que garantem uma convivência moral
equilibrada entre a população de uma sociedade.
Assim, também, o Doutor Angélico possui uma antropologia sólida e global que
concebe o homem como pessoa dotada de potências para a vida corporal, espiritual
e social em que todos sem distinção, em exercício da liberdade podem participar da
natureza do Criador, quem é o princípio único e unificador da universalidade da
natureza humana, no qual se encontra também um fundamento para o direito da
igualdade no meio da diversidade de cada indivíduo.
Existe um campo comum no pensamento tomasiano e a Declaração dos
Direitos Humanos, isso é inegável, mas é importante sermos objetivos e abordarmos
também as questões, que nem sempre estão em concordância com o objeto primeiro
da Declaração. Um desses temas sempre polêmicos é a pena de morte, embora o
aquinatense não utilize essas palavras, cita a questão se é lícito matar aos pecadores,
que envolve a mesma ação de matar.
A posição assumida na Declaração dos Direitos Humanos é categórica no seu
artigo número 5: “Ninguém será submetido a tortura nem a pena de morte ou a
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”. Mas o dito artigo tem sido
desrespeitado, um exemplo disso é a nação dos Estados Unidos onde a pena capital
é permitida em alguns estados desde 1608.6
Ao colocar o filósofo medieval ante similar situação, encontra-se sua postura
“Portanto, é louvável e salutar, para a conservação do bem comum, pôr à morte aquele
que se tornar perigoso para a comunidade e causa de perdição para ela; pois, como
diz o Apóstolo, um pouco de fermento corrompe toda a massa” (AQUINO, 1980 p.
2541). Dessa forma, este pensamento tomista acaba ferindo um dos artigos da
Declaração dos Direitos Humanos.
Outra questão da Suma teológica que pode ser colocada para análise é a
situação da escravidão. Tem que reconhecer-se que são épocas muito diferentes,
mas o escolástico, baseado em Aristóteles, não se monstra contra a existência de
escravos na sua sociedade medieval.

[...] Que um homem seja escravo e outro não, é coisa que, de um ponto de
vista absoluto, não tem razão natural, mas só razão de utilidade, porquanto é
útil ao escravo ser governado por um homem mais prudente, e é útil a este
último ser auxiliado pelo escravo [...] (AQUINO, 1980 p. 2484.).

A esse respeito, no artigo número 4 da Declaração dos Direitos Humanos


garante que “Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão e o tráfico dos os
escravos, sob todas as formas, são proibidos”. Mais uma vez, evidencia-se um
pensamento contrário na busca de salvaguardar os direitos do homem, na obra do boi
mudo da Sicília.
Enfim, sendo assim, fica demonstrado que embora o santo medieval tenha
contribuído através do seu pensamento para a base dos direitos humanos, ao longo
de sua obra manifesta-se certas considerações que atentam contra o intuito da
Declaração.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do artigo, logrou-se compreender a grande influência do pensamento


tomista para o fundamento da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pelo fato

6Pena de morte nos Estados Unidos. Disponível em


<https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft3011200524.htm>. Acesso em: out. 2018.
de valorizar a figura da pessoa humana, possuidora de dignidade que se relaciona e
convive com os outros no todo social.
Esclareceu-se que o termo pessoa não é propriamente uma invenção do
filósofo escolástico, mas provém da patrística. E quanto à dignidade, é um atributo
fundamentado na doutrina do imago Dei, que estabelece o homem em uma condição
de igualdade entre seus semelhantes e superior às outras criaturas.
E, finalmente, com uma abordagem objetiva se apresentaram dois pontos do
pensamento tomista que contradizem à finalidade dos direitos humanos, a questão da
pena de morte e a escravidão. Destaca-se que a obra do Santo angélico por ser tão
vasta e tão diversa em questões é consultada por estudiosos de muitas áreas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AQUINO, Tomás de. Suma Teológica, Trad. CORREA, Alexandre. Porto Alegre
Grafosul, 1980.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM Aprovada pela


Assembleia Geral da ONU o dia 10 de Dezembro de 1948. Disponível em
<https://www.pcp.pt/actpol/temas/dhumanos/declaracao.html>. Acesso em: out
2018.

RAMPAZZO, Lino; NAHUR, Március Tadeu Maciel. Princípios jurídicos e éticos em


São Tomás de Aquino. São Paulo: Paulus, 2015.

RAMPAZZO, Lino. A formulação do conceito de pessoa no IV e V século e sua


atual aplicação na Bioética e no Biodireito. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIII,
n. 81, out 2010. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8133>.
Acesso em ago. 2018.

SPAEMANN, Robert. Sobre el concepto de dignidad. Persona y Derecho, São


Leopoldo: UNISINOS, 2015.

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