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MARIANA ESPOSITO
BIOÉTICA
CAPÍTULO 4. BIOÉTICA
OBJETIVO
SUMÁRIO
Hegel, por sua vez, irá sofisticar ainda mais a noção de dignidade humana
quando concebe que esta é fruto de um complexo processo de
reconhecimento. A ideia de reconhecimento surge no discurso filosófico a
partir do pensamento de Hegel, ao trabalhar a dialética do senhor e do
escravo, na Fenomenologia do Espírito. Aqui, o reconhecimento surge como
uma luta. Assim, a mente existe como consciência individual. Cada
consciência é incapaz de reconhecer autonomia em outra consciência;
mais que isso, ela rouba essa autonomia, escravizando-a – impondo sobre
ela sua visão de mundo e seus projetos para garantir o reconhecimento
(FERNANDES, 2017).
Com isso atinge o imperativo categórico. Hegel, por outro lado, por partir da
contingência do particular, afirma que reconhecer o outro como racional -
e com isso, autônomo - transforma o ponto de partida de Kant num
problema crucial. E esse problema somente pode ser solucionado através
de percurso de desenvolvimento que culminará nas instituições complexas
do Mercado e do Estado (FERNANDES, 2017).
Por isso mesmo afirmam alguns autores, que questões limites como
eutanásia, aborto e feto anencefálico fazem remissão (remetem) a uma
discussão da dignidade humana, uma vez que são muitas vezes lidas na
forma de uma colisão entre direitos à liberdade, à integridade corporal e à
vida biológica. Daí ressalta-se, conforme lngo Sarlet, "a função integradora e
hermenêutica do princípio da dignidade da pessoa humana que serviria de
parâmetro para a aplicação, interpretação e integração não apenas dos
direitos fundamentais e das demais normas constitucionais, mas de todo o
ordenamento jurídico". Afirma o autor que, de "modo todo especial, o
princípio da dignidade da pessoa humana acaba por servir de referência
inarredável no âmbito da indispensável hierarquização axiológica inerente
ao processo de criação e desenvolvimento jurisprudencial do Direito.
Justamente no âmbito dessa função do princípio da dignidade da pessoa
humana, pode-se afirmar a existência não apenas de um dever de
interpretação conforme a constituição e os direitos fundamentais, mas
acima de tudo, de uma hermenêutica que, para além do conhecido
postulado do in dubio pro libertati, tenha sempre presente o imperativo
segundo o qual em favor da dignidade não deve haver dúvida"
(FERNANDES, 2017).
Bioética
A bioética, na nossa opinião, deve ser vista não como uma derrubada da
ética médica clássica (tanto que ela adotou os seus princípios básicos, a
beneficência e a não maleficência), mas como a sua adaptação aos novos
tempos, com a consequente mudança de postura do médico, para dar
uma melhor resposta aos desafios éticos surgidos com as mudanças sociais e
a evolução do conhecimento e da tecnologia (MÜNOZ, 2004).
Temas de bioética
Aborto
É o aborto considerado pela moral e pelo direito, uma vez que nele intervém
a liberdade humana. Do ponto de vista jurídico, pode ser legal ou criminoso,
conforme seja tolerado ou não pela lei. Do ponto de vista moral, é
considerado com referência à responsabilidade pessoal que induz um
contravalor ou valor negativa no âmbito da decisão. A medicina, por sua
vez, além de considerar o aborto provocado, também leva em conta o
aborto espontâneo, seja para conhecer suas causas, seja para preveni-lo
(BETIOLI, 2015).
Transplante
Referências
BETIOLI, A.B. Bioética, a ética da vida. — 2. ed. — São Paulo: LTr, 2015.
BLOG EXAME DA OAB. Aborto – O que diz a lei. Disponível em:
https://examedaoab.jusbrasil.com.br/artigos/414535657/aborto-o-que-diz-a-lei.
KOVÁCS, M.J. Bioética nas questões da vida e da morte. Psicologia USP, v. 14,
n. 2, p. 115-167, 2003.