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Heloise d'Argenteuil
Capítulo 1
Cinco Principais Razões (de 100) porque NUNCA vou sair dessa
Tenda de cobertores
—Mia, por favor. Você tem que sair daí. —Coco sacudiu a
maçaneta antes de bater novamente na porta.
—E?
—Mia, por favor. Você não precisa sair. Eu só quero falar com
você. Vamos, vamos... fazer uma lista ou algo assim. Você ama fazer
listas.
—Não, a sua mãe voltou para Chicago. É só Erin. Ela está fazendo
um café.
Parei de cortar e olhei em seus olhos. —Isso não foi uma piada.
—Tudo resolvido. —Disse Erin. —Você não tem nada com que se
preocupar, exceto seguir em frente.
Erin empalideceu, o que não é fácil para uma garota com a sua
pele irlandesa. —Eu só vou tirar esse vestido daqui, ok, querida? Volto
logo. —Ela colocou sua xícara de café na bandeja e pegou o vestido,
correndo do quarto com uma expressão preocupada.
Eu a vi ir, com um aperto no meu coração. —Esse vestido era o
único, Coco. Eu senti isso quando o coloquei. Agora nunca mais o
vestirei.
Ela revirou os olhos. —Mia, por favor. Você tem vinte e sete
anos.
—Agora você está sendo ridícula. O seu útero não vai murchar e
morrer aos trinta anos.
Ela esfregou as minhas costas. —Você quer falar mais sobre isso?
—Eu não sei. Você está triste com a perda de Tucker? Ou apenas
com o cancelamento do casamento?
Eu fiz uma careta e trouxe o meu café para os meus lábios. —Eu
conheço esse sentimento.
Coco brincou com a sua xícara de café. —Como era entre vocês
dois quando estavam sozinhos? As coisas pareciam boas?
—Eu acho que sim. Quero dizer, ele não é a pessoa mais aberta
do mundo. Ele não falava muito sobre os seus sentimentos, mas dizia
que me amava. E era romântico de certa forma, sempre me dando
presentinhos, ou até mesmo grandes e me levando a lugares e outras
coisas.
—Rápido e limpo.
Silêncio.
—Que postagens?
Ele costumava dizer que eu era a mulher ideal para ele, linda,
inteligente e de baixa manutenção. Esses eram os seus critérios. E eu
pensei que ele era o homem ideal, um homem lindo de terno e gravata
com mestrado, um fundo fiduciário e uns gestos românticos vistosos
diante de uma plateia. A ex-aluna de teatro em mim adorava isso.
—Qual é Mia?! —Disse Erin. —Não seja tão dura consigo mesma.
—Cada uma das minhas duas melhores amigas pegou uma das minhas
mãos e me puxaram para uma posição sentada. —Foi uma fantasia,
como você disse. Qualquer uma cairia numa dessa.
—O quê?
—O quê! Sozinha?
—Não pense nisso como uma lua de mel. —Erin apareceu com
minha mala grande e velha, a única que não estava com o monograma
TBM. A mala vermelha brilhante que eu tinha usado em todas as nossas
viagens de garotas, só de ver isso me fez melhorar um pouco. —Pense
nisso como o presente de despedida de Tucker para você: umas férias de
luxo com todas as despesas pagas!
—Mas pense em como esse vinho será bom! —Erin sorriu com
tanta força que quase ri. —Você vai fazer o mesmo se ficar aqui durante
essa semana. Por que não fazer isso olhando para a torre Eiffel?
—A Ponte Neuf!
—Notre Dame!
—O Arco do Triunfo!
—Você não é o tipo dela. —Eu disse. Mas permiti que ela me
puxasse para levantar. —Coco é alta, bronzeada e tatuada. Esse
pequeno coração em seu traseiro não conta.
—Vá para Paris, Mia. —Os olhos de Coco imploraram para mim.
—Você fala sobre isso desde que era criança.
—Se você ficar triste, pode pular em um voo para casa, a minha
mãe mudará o seu bilhete de graça. —Prometeu Erin, cuja mãe
trabalhava para a Delta linhas aéreas. —Mas pelo menos você pode
dizer que esteve lá.
—Se você não fizer isso, vou dizer a sua mãe para voltar para
Detroit porque você precisa dela.
3 coisas que sempre quis fazer em Paris, mas morri indo para lá:
Olhei para a mulher com a voz suave. Ela era da idade da minha
mãe, talvez um pouco mais velha, com uma linda camada de cabelo
grisalho, uma pele bonita e um elegante cachecol azul enrolado em seu
pescoço.
Ela assentiu. —Eu também tenho uma amiga assim. Nunca voa
para qualquer lugar sem tomar uma bebida forte primeiro para acalmar
seus nervos.
—Mia.
—Como é o quarto?
—O quarto é incrível. Mas mãe, tenho que ir, ok? Estou exausta.
Ela suspirou. —Esta foi uma má ideia. Você não está bem. Eu
queria que você tivesse me deixado ir com você. Talvez eu vá encontrar
com você em Paris. Podemos fazer compras, ou...
—Tenho sim. E preciso desse tempo sozinha, ok? Então não vou
ligar para você a cada cinco minutos.
—Não seja boba, querida. Uma vez por dia está bem.
Viver só com uma mala é impossível para mim, mesmo que seja
apenas por uma semana ou menos. Eu não suporto o jeito como tudo se
desdobra e se mistura lá dentro, e é muito difícil manter a roupa limpa e
suja separada. Além disso, desembalar e organizar me dá uma excitação
ridícula. Eu amo tanto que Coco às vezes diz que eu deveria ter sido uma
organizadora de armários profissional, mas quem quer passar a carreira
nos armários das pessoas?
Não, não se afaste. O amor deles não foi feito às custas do seu.
Com cada passo, a raiva corria mais nas minhas veias. Uma voz
na minha cabeça me dizia que eu estava sendo estúpida, eu realmente
não queria Tucker aqui, e provavelmente parecia uma criança
mal-humorada, caminhando na rua com os braços cruzados e com uma
careta no rosto, mas eu não me importava. Fiquei brava com Tucker por
me irritar, zangada comigo mesmo por deixar as coisas chegarem a esse
ponto, brava com Coco e Erin por me fazerem vir aqui sozinha, brava
com todos os casais que vira, brava com a França, brava com o amor.
—Amor, está tudo bem comigo. Por que você não me diz o que
você quer beber?
—Qual palavra?
—Amor.
—Não foi isso o que quis dizer. Eu não me importo como você
me chama, simplesmente não quero mais ouvir sobre o amor esta noite,
ou vê-lo, ou sentir o seu maldito cheiro no ar.
—Paris é um pé no saco.
—Mia.
—Eu sou Lucas. —Ele ofereceu a sua mão do outro lado do bar, e
eu a apertei. —Então, qual é o seu prazer, Mia? —Ele sorriu e deu uma
saudação em francês para algumas pessoas que entraram no bar atrás
de mim.
—Uma passagem de avião de volta a Detroit. Eu quero ir para
casa.
—Bem. Não posso ajudá-la com isso, mas aposto que você pode
pegar um voo amanhã. E como é a sua última noite em Paris, deixe-me
servir uma taça de vinho para você.
—Aqui está para você. —Lucas colocou uma taça de vinho tinto
generosa à minha frente. Eu gostei de como os cantos dos seus olhos
castanhos enrugaram um pouco quando sorriu, mas ele não era um
clone de Tucker. Aposto que ele também não cheirava tão bem.
Mas Coco poderia gostar de Lucas; ele era mais o seu tipo. Me
perguntei se ele tinha alguma tatuagem.
Sem dizer uma palavra, ele caminhou até o final do bar, pegou a
garrafa de vinho da prateleira e serviu mais, substituindo o que eu bebia.
—E você estava?
—Bem. Quero dizer, tenho vinte e sete anos, quase vinte e oito.
Eu sempre planejei estar casada por essa idade e, você sabe... —Dei de
ombros. —Nós estávamos apaixonados. Nós éramos o casal perfeito.
—Claramente...
Que deprimente.
Deus, me mudar...
Onde diabos eu irei? Ainda não tinha ideia de como voltar para o
hotel a partir daqui, eu teria que perguntar a ele. Mais alguns minutos se
passaram antes de Lucas conseguir uma pausa, mas naquele momento
outro barman apareceu para o trabalho.
—Eu me perguntei se você era francês. Você fala inglês tão bem,
quase poderia passar por um americano.
Eu sorri. —Eu amo Nova York. Mas odeio voar, e ir para Nova
York é uma longa viagem de Detroit.
Ele deu de ombros. —Muitas coisas na vida não são justas. Não
importa em que cidade você está.
O meu queixo caiu. Quem diabos era ele para me dizer qual era o
meu problema? Ele prosseguiu antes que eu pudesse protestar.
—Então, você sente a falta dele? Porque não vejo uma garota
desolada aqui na minha frente. Eu vejo alguém com raiva de que seu
relacionamento acabou mal, principalmente porque arruinou uma ideia
sobre a sua vida perfeita. E ela voou até aqui, mas mesmo Paris não é
suficiente para distraí-la do fato de que ela não conseguiu exatamente o
que queria, quando queria.
—Era mais do que uma ideia! Era real. Pelo menos, parecia real...
na maioria das vezes. —Minha coluna se curvou quando a luta saiu do
meu corpo. Até a minha voz enfraqueceu. —Mas o que eu sei?
—Não.
—Por que você sente pena de mim? —Gritei. Deus, Mia, cala a
boca. Porque eu estava deixando esse cara me incomodar, eu não fazia
ideia. Não estava neste bar porque sentia pena de mim mesma?
Ele hesitou antes de responder. —Sim. Originalmente, senti pena
de você porque algum idiota te tratou de forma errada. Mas agora que
eu sei um pouco mais, acho que ele fez um grande favor. Agora sinto
muito por você, porque você vai deixar um dia ruim arruinar um sonho
que você tinha há muito tempo. Você sabe, se você for embora amanhã,
aposto que nunca mais voltará. Aposto que você sempre pensará em
Paris como um lugar triste e solitário.
Exalando forte, olhei para ele através dos meus cílios. —Você
discute com tudo o que eu digo. É realmente irritante.
—Como?
Ele pensou por um momento. —Bem, vamos fazer um acordo.
Você concorda em dar a Paris mais um dia, e eu aceito passar o dia com
você como seu guia turístico, sem psicanálise, eu prometo. Se você ainda
estiver triste, mesmo com um amigo ao seu lado, você pode pegar um
voo para casa no dia seguinte. Até vou ligar para a companhia aérea
para você.
—Você tem que parar de discutir com tudo o que digo sobre
mim. Você nem me conhece.
—Sim, eu conheço.
#
Na manhã seguinte, acordei às oito, tomei banho e vesti o robe
menor dos dois pendurados no banheiro. Cantarolando junto com a
música “Paris” de Kate Nash, uma das minhas canções favoritas na lista
de reprodução de Paris, deixei os meus cachos secar ao ar enquanto
bebia um delicioso café do serviço de quarto, mordiscando morangos e
pain au chocolat1 e vasculhei em minhas roupas pela certa. De acordo
com o jornal de língua inglesa que aguardava na minha porta, o dia seria
nublado, mas não chuvoso, e a temperatura leve.
1Em francês: pão com chocolate, em inglês: dor com chocolate; aqui a autora usa um jogo de palavras.
Depois de sair do elevador, entrei no elegante lobby e procurei
na multidão.
Mas a sua roupa não era ruim. A calça cinza da noite passada era
repetida, mas em cima ele usava uma camisa branca e um cardigan. Era
bonito, uma espécie de nerd-chique.
—Para o café.
Seus olhos se iluminaram. —Oh meu Deus, você tem uma lista
para tudo, não é? Aposto que você tem uma que diz: Manhã de terça
usar jeans azul, suéter rosa, tênis cinza. —Ele afinou a voz em um timbre
feminino alto para me imitar. —Mudança de roupa as quatro e quarenta
e cinco para um vestido de coquetel e saltos pretos.
Lucas riu. —Eu estava brincando, mas você tem, não é? Você tem
uma lista de roupas!
—Você pode. Você vai. —Ele jogou o braço sobre o meu ombro e
apertou por um momento, me surpreendendo. —Desculpe ter
provocado você.
—Claro, obrigada.
—Fournier.
—Isso significa que você vai ficar? —Lucas olhou para mim com
um brilho nos olhos.
Eu queria dizer que sim, mas não queria que ele parasse de
tentar me convencer. Havia algo realmente agradável sobre ser o único
foco de sua atenção. —Ainda estou indecisa.
—Certo.
—Poxa, é uma tarefa difícil em Paris, mas acho que tenho uma
ideia.
Ele estava tão perto de mim que eu podia sentir sua respiração
no meu cabelo. Perguntei se cheirava a café e depois me repreendi por
ter um pensamento tão estranho. —Certo.
—Exatamente.
—É só por um dia?
Certo.
Ele sorriu para mim novamente, mas era mais suave. Mais
admirável do que divertido. —Isso combina com você.
Hahaha, me conquistando.
Virando a minha cabeça para que ele não pudesse ver o sorriso
que eu estava tentando esconder, me repreendi pelo pensamento
sacana. Pare com isso, Mia. E nem olhe para sua virilha. Não faça isso,
não faça isso, não faça,
—Você acha?
Tum tum tum era o som do meu coração batendo contra minhas
costelas.
#
Muito para o desânimo de Lucas, havia bastante ônibus de
turistas no Père Lachaise. Conseguimos evitar as multidões, ignorando
os grandes nomes e simplesmente vagando pelos caminhos de terra e
paralelepípedos sem destino específico. Eu perguntei se havia algum
lugar que eu pudesse conseguir um mapa ou um tipo de guia Onde
Quem está Enterrado, mas Lucas insistiu que não precisávamos de um.
—Eu venho muito aqui. —Ele me assegurou. —Vamos apenas andar, e
se você tiver curiosidade por alguma coisa, vou te dizer o que sei.
E na verdade, eu gostei.
—Você é muito bom com toda essa história. —Eu disse enquanto
continuávamos andando.
—Por que não? —Mais perto, olhei para a pedra, quase sem
fôlego com sua beleza.
—Você tem uma mente safada, princesa. Mas sim, suponho que
houvesse boquetes. Agora não interrompa.
Eu suspirei. —Não!
—Sim. Ele fica tão envergonhado que decide que não pode
enfrentar Heloise, e ele se torna um monge. Ela está tão devastada que
desiste de seu filho, se junta a um convento e se torna uma freira.
—Oh. Certo.
Colocando meu suéter mais perto de mim, sorri para ele. —Sim,
isso parece perfeito. Vamos.
Capítulo 6
—Mia, eu queria...
2
Ele balançou a cabeça e tomou um gole de água. —Não.
—Sim, você ia. Logo antes da chegada da água. Você disse meu
nome.
—Mas ela só atuou por talvez cinco, seis anos antes de sair para
se casar com um Conde.
—Sério. Nome antigo, dinheiro antigo. É daí que a vinha vem. Ela
teve dois filhos com ele antes dele admitir que preferia os homens.
Eu parei o garfo no caminho da minha boca. —De jeito nenhum.
—Teste-me.
Ele serviu o resto da garrafa nas nossas taças. —Bom vinho faz
isso por você.
—Assim como?
Eu sorri. —Ambos.
Você é?
Eu o observei levar a borda da taça para os lábios e beber e
imaginei o vinho caindo em sua boca, entre os dentes, deslizando sobre
sua língua. A imagem era tão erótica que apertei minhas coxas contra o
jorro de excitação entre minhas pernas.
Calma, Nelly.
Que idiota. Por que eu pensei que ele era bom o suficiente?
—Sobre o quê?
Beijar você.
—Você captou.
—O que?
Merda.
—Eu não acho que você deveria chamar isso de uma maldita
catedral. —Eu entreguei o guia. —Que tal se você ler para mim
enquanto eu olho?
Eu assenti. —Sim. Então, você pode ceder mais cedo e não mais
tarde.
—Não, ela está visitando amigos em Nice agora. Está com frio?
Eu olhei para trás para vê-lo olhando para meu braço, onde
arrepios tinham coberto minha pele. —Um pouco. Está frio aqui.
3 Trocadilho com beaver que é castor, mas também é gíria para vagina.
Eu acenei alegremente, com meus batimentos cardíacos
acelerados, adorei fazê-lo rir. —É por isso que disse assim. Mas eu
realmente quero dizer isso Lucas. Este dia teria sido um desastre sem
você. Na verdade, provavelmente eu teria ido para casa.
—Vou tirar uma foto sua. Você não precisa de mim nela.
—Você tem que parar de se mover para que ela possa tirar a
foto. —Disse ele.
#
Acordei em uma pequena poça de baba ainda com os meus
sapatos, os pés pendurados na cama, totalmente em pânico. Tinha
dormido demais? Frenética, chequei o relógio de cabeceira, o que me
assegurou que eu tinha quarenta e cinco minutos antes que Lucas
estivesse aqui para me buscar, então coloquei uma música e dancei ao
redor do quarto espaçoso, exultante pela noite a seguir.
—Eu não posso evitar, é toda a comida e o vinho aqui. Bom, que
eu não vivo em Paris, porque eu seria grande como uma casa.
Claro, não era verdade, mas cada vez que ele me ofereceu uma
mordida, e eu a ele, eu não podia deixar de pensar que estávamos um
passo mais perto. E eu realmente queria beijá-lo. Isso me chocou, o
quanto eu queria beijá-lo. Pare de olhar para sua boca. Você é totalmente
óbvia!
Ele sorriu e trouxe sua boca para a minha mais uma vez.
Timidamente, provei seus lábios com a língua, e fui recompensada com
um gemido baixo vindo do fundo da sua garganta, e como com o suave
toque de sua língua contra a minha novamente.
—Tudo acima.
—Eu estou. —Dei um beijo rápido nos seus lábios por ter sido tão
doce. —Eu gosto de você, Lucas. E sei exatamente o que estou fazendo.
Jesus, Mia, pare com isso! E se ele não está pensando o que você
está pensando?
Seu traseiro nu era o que eu queria ver, mas pensei que isso
poderia ser muito ousado para dizer, então apenas mordi o lábio e
passei por ele na entrada.
—Ah não. Você não vai escapar tão fácil. —Deixei minha bolsa no
chão e joguei meus braços ao redor de seu pescoço, esmagando minha
boca na dele. Que mal teve tempo de envolver seus braços em mim
quando puxei um pouco para trás. —Bem, eu não sei, talvez seja tão
fácil.
—Eu também. Mas não posso dizer que não pensei nisso o dia
todo. —Suas palavras abafadas contra minha pele e senti as vibrações de
sua voz na minha garganta, enviando outra corrente de desejo através
de mim. Ele se moveu para a cama e me abaixou de costas. —Dê-me um
segundo.
Oh, meu Deus, ele é tão gostoso. E ele estava pensando em mim
assim durante todo o dia? Eu me senti vertiginosa, como uma
adolescente com uma primeira paixão. Eu precisava ter minhas mãos
nele, levou toda a minha força de vontade para ficar na cama.
—Quaisquer pedidos?
Ele sorriu para mim por cima do ombro dele. —Eu quis dizer
musical.
Jesus, eu gritei?
—Eu sei, mas é tão bom, e faz tanto tempo que eu... eu não
quero que isso vá embora. —Gritei.
—Meu orgasmo.
Abri os olhos e olhei para ele. —Bem, vamos apenas dizer que
ele só fez uma aparição rara durante o sexo real nos últimos dois anos.
Então, quando sinto que um está acontecendo, eu...
—Sim, então não pare. —Beijei seu queixo, sua mandíbula, sua
garganta. —Deus, você cheira tão bem. —Enterrando meu rosto em seu
pescoço, respirei, cavando meus calcanhares nas suas coxas.
—Ouça. Eu não sei com que tipo de idiota você já esteve antes,
mas prometo a você, seu orgasmo não só fará uma aparição esta noite,
ele será a estrela do show.
Ninguém nunca, nunca me fez sentir tão bonita, tão adorada, tão
louca de desejo. Tucker tinha me chupado algumas vezes, mas de
alguma forma sempre pareceu como se ele estivesse me fazendo um
favor, o que tornava isso nada agradável. Quero dizer, sabendo que ele
provavelmente estava mais preocupado se teria alguma mancha na
cama do que me fazer gozar tirou um pouco do brilho da experiência. E
ele sempre foi tão hesitante, como se tivesse medo de realmente ir para
isso.
—Eu acho que estou morta. —Eu disse depois que meu corpo
finalmente parou de convulsionar. —Você terá que me enterrar no Père
Lachaise ao lado desse presidente.
—Bom.
Ele sorriu. —Esta é uma coisa que eu não vou discutir com você,
princesa.
—Bom, porque não consigo resistir á você. —Ele pegou uma das
mãos que estava no meu quadril e deslizou até meu peito, apertando-o,
provocando meu mamilo com os dedos. Então o pegou em sua boca,
mordendo com força, mas também de um jeito gentil.
Arquejando, apertei sua carne um pouco mais forte, e ele
começou a bombear na minha mão, me deixando quente e impaciente.
—Deus, não posso esperar para ter você dentro de mim.
—Sim.
O orgasmo simultâneo.
Eu sorri com doçura. —Eu não seria crítica. Você tem muitos
outros talentos.
—Encontrei.
—Dance comigo.
—Eu não me importo. Por favor? —Estendi a mão, e ele fez uma
careta, mas pegou, puxando-me ao peito e me enlaçando com o outro
braço. Descalça, meus olhos estavam nivelados com seu queixo, o que
significava que eu poderia descansar confortavelmente a cabeça no
ombro dele. —Você é tão fácil. —Eu disse. —Tudo o que é preciso é um
“por favor” para te convencer a fazer algo.
—Eu sei que já tive a minha estrela e ainda um bis, e não quero
ser gananciosa, mas podemos fazer isso novamente?
—Não.
—É a sua resposta.
Mais uma coisa que Tucker não gostava, pelo menos nunca
comigo.
—Oh meu Deus. —Ele suspirou. —Você parece tão bem, não sei
se consigo sequer olhar para você.
Assim que Lucas parou de rir o suficiente para poder respirar, ele
se levantou e caminhou pelo quarto com as minhas pernas ainda
enroladas em sua cintura. —Então você está feliz que ficou, certo?
Eu assenti. —Muito.
—Porque eu estava tão triste ontem. Porque nunca fiz sexo tão
bom assim. Porque nunca tive três orgasmos em uma noite, talvez nem
em uma semana.
Ele revira os olhos. —Jesus, Mia. Não me conte mais nada. Isso
só piora.
#
Lucas foi comigo no táxi de volta ao hotel, embora eu lhe
dissesse que não era necessário. Até pedi ao motorista que esperasse
enquanto ele caminhava comigo para dentro. Despedimos no elevador,
e tive que rir por dentro de seu cabelo bagunçado, roupas desgrenhadas
e lábios inchados de beijos. Mas eu sabia que parecia do mesmo jeito.
E não me importava.
Tão feliz que não pude resistir pular um pouco antes de chegar à
minha porta.
1) Lucas
2) Lucas
3) Lucas
4) Lucas
5) Lucas
—Alô?
—Eu estou melhor que bem. —Um arrepio passa pelo meu
corpo. —Estou elétrica, porra.
—Continue.
Seu grito foi tão alto que tive que afastar o telefone da minha
orelha. —E?
Silêncio
—Coco?
Eu sorrio. —Sim.
—Por quê?
—E desarrumado?
—Foi. Quero dizer, não ficou sexy até tarde da noite, mas
quando isso aconteceu, realmente aconteceu. —Na verdade, eu estava
molhada agora só de pensar nisso. Caramba.
—Não, ela não vai! Ela ficará encantada, assim como eu. Você
merece isso, Mia. E não comece a pensar demais.
—Bem, então.
Pare com isso agora mesmo. Você não está planejando casar com
esse cara. Você está transando com ele. Vocês são amigos. E está
perfeitamente bem. Você não precisa pensar sobre o futuro, ou mesmo
amanhã. Você tem hoje e você pode fazê-lo valer.
Calma, garota.
—Parece perfeito.
Eu dei uma risada. —Bem, fico feliz que não seja só eu. —
Baixando minha voz para um sussurro, digo: —Eu estava começando a
pensar que eu era algum tipo de pervertida por pensar sobre sexo oral
no apartamento de Victor Hugo.
Colocando sua boca no meu ouvido. —Você não faz ideia do que
está me dizendo. Estou tão duro agora.
—Eu acho que muito. —Ele ficou quieto por um minuto. —Você
já vivia com ele?
Fiquei surpresa que ele perguntasse isso, já que disse que não
queria mais ouvir sobre Tucker. —Sim.
—Ainda não pensei nisso. E você sabe o quê? —Eu tirei uma das
suas mãos de seu bolso e a segurei. —E nem quero. Veja? —Salteando
um pouco, balancei o braço. —Você é uma boa influência para mim, só
estou pensando no aqui, agora, e nem me preocupo com mais nada.
Porque agora estou totalmente feliz.
—Ei, eu vou atravessar a rua, ok? Há uma loja que quero olhar.
—Não, você não tem permissão para vir comigo. —Ele me pegou
pelos ombros e me virou de volta para a mesa de lenços. —Eu vou te
encontrar lá fora em dez minutos.
—Bom. Eu não tinha certeza de que eles teriam, mas estou feliz
que tinham.
—De nada. Espero que você não esteja brava, elas são
românticas e tal.
Ele olhou para mim de lado. —Por que você quer saber isso?
Dei de ombros. —Apenas curiosa, eu acho. Você mencionou que
este lugar é seu lugar romântico favorito em Paris, então eu presumi...
—Oh. Bem, sim, tive uma namorada séria por um tempo, mas
não, nunca a levei ao Musée Rodin. Ela está em Nova York.
—Eu acho.
5) Fazê-lo gritar meu nome como eu grito o seu (ou seja, alto o
suficiente para acordar o bairro, talvez o bairro vizinho, talvez até o
Quarteirão Latino)
O Museu não era muito grande, mas não foi por isso que eu
adorei.
Enquanto passeávamos nele, pude ver por que Lucas estava tão
encantado por ele. Localizado em uma mansão do século XVIII, cada
quarto era uma maravilha de luz, sombra e elegância. Os detalhes
barrocos chiques da casa: as janelas altas, os pisos de madeira, as
detalhadas paredes e tetos de gesso e madeira, o dourado sobre a
mobília antiga curvilínea, tudo isso oferecendo o contraste perfeito com
a beleza crua muscular das figuras humanas de Rodin.
—Eu gosto do jeito que ele não fez tudo bonito, sabe? —
Ficamos na frente de uma figura nua de uma mulher que parecia estar
se segurando com vergonha. —E eu amo os fragmentos, especialmente
nas mãos. Olha esse aqui.
4
mal se tocando. A suave luz filtrando os painéis criava sombras delicadas
nas mãos e no espaço entre elas, e eu queria tentar capturá-la em uma
fotografia, embora soubesse que foto nenhuma nunca faria justiça.
—Elas são tão lindas. Estão rezando?
Em pé.
Mergulhando em mim.
Todo molhado.
Porra.
Tonta de desejo, tive que fechar os olhos por um segundo.
—Jesus, Lucas.
Ele riu suavemente, soltando a mão. —Você disse que tinha uma
mente suja. Agora é melhor você andar na minha frente por alguns
minutos. Não quero assustar ninguém com o que está na minha calça
agora.
Sorrindo para ele por cima do meu ombro, puxei minha câmera
da minha bolsa e tirei uma foto da escultura. Ela não pode capturar a
arte ou a luz, mas droga, eu queria uma lembrança do momento que
Lucas quase me deu um orgasmo no meio do Musée Rodin.
—Claro. Eu adoraria.
Enquanto caminhávamos em direção a enorme fonte na parte de
trás, eu me perguntei novamente se era só eu tendo um momento
difícil, tentando ser paciente. Lucas continuava a fazer piadas sobre sua
mente suja e tenda na calça, mas eu estava começando a achar que
minha imaginação era a mais asquerosa dos dois.
—Não. Bem, agora sim, mas isso nunca aconteceu antes. Veja, eu
sempre tive essa fantasia sobre beijar na chuva, mas estou sempre tão
bem preparada, eu na verdade nunca fui pega na chuva em um encontro
sem um guarda-chuva. —Pulei para cima e para baixo, meu cabelo
molhado batendo no meu rosto. —O fato de eu sair do hotel sem um
hoje significa que estava tão distraída com outras coisas, coisas boas,
que nem pensei em planejar com antecedência para um tempo ruim!
Acho que nem chequei hoje!
Cheguei para baixo entre nós, tomando seu pau em meu agarre,
o segurando com ambas as mãos. Ele engasgou, ficando mais duro e
mais espesso e me deixando louca com a necessidade de sentir meus
lábios nele, para lambê-lo de cima a baixo, para prová-lo. Eu não era
uma pessoa experiente, mas tinha feito pesquisas suficientes na
tentativa de animar as coisas com Tucker que tinha algumas ideias.
Sim, isso significa que pesquisei como fazer boquetes nos caras.
Várias vezes.
Então olho para ele, com a cabeça do seu pau pronta e perto de
meus lábios abertos.
Sem desviar o olhar, tocou meu lábio inferior com sua ponta
aveludada e balancei minha cabeça ligeiramente de um lado para o
outro.
Olhei para cima antes de levá-lo até o fim outra vez, ele afundou
em minha boca um pouco mais rápido e meu coração batia com a
maneira que ele não tirava os olhos de mim, a maneira que ele respirava
pesado, a forma como falou.
Tudo o que fiz, cada parte de seu corpo que explorei, o fez
tremer, xingar e gemer. —Sua linda, porra, não acredito nas coisas que
você faz comigo. Você me deixa louco.
—Abra as pernas.
Não acho que preciso dizer que este era um território novo para
mim.
—O sexo ou a soneca?
—Ambos. —Eu não sou realmente uma pessoa de tirar soneca,
eu geralmente sentia culpa, como se houvesse algo que eu deveria estar
fazendo. Mas acordar ao lado de Lucas numa noite chuvosa parecia
ainda melhor do que fazer uma lista.
Meu coração bateu forte contra seu lado. Ele poderia sentir isso?
—Tudo bem.
—O que?
—Lucas.
#
4 coisas incrivelmente gloriosas que percebi no chuveiro com
Lucas
(& 1 Aterrorizante)
Ele puxou a cabeça para trás e olhou para mim, água escorrendo
por suas madeixas escuras. —Não podemos.
—Nós podemos?
Como diabos ele poderia dizer isso? Eu sabia que não poderia
fazer esse tipo de promessa. E eu sabia que estar tomando a pílula não
deveria nos dar permissão para sermos imprudentes, não era infalível. O
sexo sem um preservativo não era um comportamento inteligente
quando você conhecia alguém apenas por dois dias e, no entanto, eu
queria senti-lo sem barreiras. E ele iria embora amanhã. —Tudo bem. Eu
só quero sentir você assim. Mesmo que seja só por um minuto.
Meu Deus.
Eu pensei, mas ele realmente disse isso.
Então ele fechou os olhos. —Você me faz sentir tão bem. Bem
para caralho.
Isso significa que você pode se divertir com ele sem se preocupar
com um relacionamento. Isso significa que você pode ter um sexo incrível
e livre de culpa porque não há expectativas. Isso significa que ninguém
se importa se isso é apenas uma explosão de rebote, então, aproveite
enquanto durar e depois vá para casa e continue com sua vida real.
Não poderia?
Capítulo 14
Mas a música.
—Ouça, eu sou bom. Mas esses caras são demais. Esse cara lá?
—Ele apontou para o músico no centro. —É tão bom quanto qualquer
guitarrista de jazz que conheci em Nova York.
Quase.
—Ele disse que nunca me viu aqui com uma garota antes e que
acha que eu realmente quero impressioná-la já que te trouxe para
ouvi-lo tocar.
—Oh. —Escondi meu sorriso satisfeito atrás da minha taça de
vinho.
—Está bem. Mas não me compare com esse cara. —Lucas bateu
no ombro de Stefan.
Aiii espero que ele não tente mostrar algo que não possa fazer.
Fiquei hipnotizada.
A minha parte favorita foi como ele pareceu feliz o tempo todo,
seja sorrindo para mim ou para os outros guitarristas ou simplesmente
observando suas mãos no violão. Deus, ele era tão lindo. E talentoso,
inteligente e doce.
Só às vezes.
Aqui e agora.
Na verdade, acho que não respirei por toda a música. Ele não
cantou nem nada, mas tocou a melodia tão lindamente que trouxe
lágrimas aos meus olhos. A sala, que tinha um certo ruído antes, ficou
silenciosa enquanto ele tocava, e quando a música terminou, todos
aplaudiram. Lucas ergueu a alça do violão sobre a cabeça, entregou-a de
volta a Stefan com um aceno de agradecimento e voltou para mim na
mesa.
Eu tive que engolir antes de falar. —Isso foi lindo. Obrigada por
tocar a música para mim. Isso significou muito.
Minha boca abriu, mas eu não sabia o que dizer. Nós nos
encaramos e percebi que algo mudou entre nós, ele reconheceu de
certo modo que nosso tempo juntos era limitado, que o adeus estava
perto. E, honestamente, ele também não parecia muito feliz.
Ele sentou-se e limpou a garganta. —Você já comeu o suficiente?
Quer outra taça de vinho?
Dei de ombros. —Bem, você está indo embora, não é? Você não
disse na noite passada que deveria sair da cidade amanhã?
—Sim.
—O quê?
—Sim, você pode. —Ele desceu até onde eu estava. —Eu quero
que você vá.
—Mas...
Eu sorri. —Tenho certeza que vai ser lindo, Lucas. E quanto a sua
família? Eles não ficarão loucos quando você aparecer com...
—Lucas! —Peguei seu braço. —Eu nem pensei nisso! Deus estou
totalmente despreparada para uma viagem a Provença! Eu não tenho a
roupa certa.
—Eu não posso acreditar quantas vezes fiz sexo nas últimas vinte
e quatro horas. —Vestida com uma camiseta macia e uma cueca boxers
que peguei da gaveta de Lucas, segurei a nova escova de dente que ele
arranjou para mim. —É quase inconcebível.
Nunca.
Bem, você não pode transar assim novamente. Isso faz você
pensar coisas loucas.
—Lucas?
—Teve uma... —Eu lutei para rotular isso. —Uma transa sem
parar por dias a fio.
Ele riu. —Não. Quero dizer, não posso dizer que nunca fui para
casa com alguém, mas a coisa incessante é nova para mim.
—Lucas?
—Sim?
Outra longa pausa. Coloquei uma mão na minha boca. Ele estava
falando sério?
Agora ele queria estar aqui? Agora ele estava pensando em mim?
Isso era uma piada? Meu braço inteiro tremia quando desliguei, e fiquei
sentada ali olhando para o nada por alguns minutos, meu interior se
agitando. Tantas coisas para processar... Ele estava esperando ouvir
minha voz. Ele esperava que eu estivesse me divertindo. Ele precisava
pedir desculpas. Ele não tinha certeza de que as coisas terminaram.
Como ele ousa? Como ele se atreve a arruinar meu dia perfeito,
ligando e me lembrando das coisas que deveríamos fazer juntos aqui?
Agora ele pensou que parecia um bom momento? Vá se foder, Tucker.
Eu sorri.
—Primeiro beijo.
—Bem, levou-me até essa idade para ser tão alto quanto elas.
—Ele fez uma careta, acrescentando: —E eu roubei um gostinho e fiz
uma bagunça na minha calça.
—Eu não disse que ela era virgem, eu disse que eu era. —Ele
estalou os dedos. —Samantha Shields!
—E? Como foi? —Tentei imaginar Lucas há dez anos, como ele
era então? Ele teria gostado de mim no ensino médio? Teríamos sido
amigos ou mais do que isso?
Ele sorriu. —Bem, eu achei que foi ótimo, mas não tenho certeza
se ela se sentiu do mesmo jeito. Não tinha ideia do que estava fazendo,
e foi muito, muito rápido. Eu nem tenho certeza de ter conseguido tirar
minha calça.
—Aidan.
—E?
—Não?
Ele riu baixinho e rouco que fez meu corpo zumbir. —Bom.
Ele dirigiu com uma das mãos e me deixou louca com a outra, às
vezes provocando com toques leves e sussurros e, às vezes,
empurrando-me para a borda com um golpe profundo e úmido. —Porra,
Mia. Você está molhada. Quero te lamber. —Sua voz era rude.
—Não tão rápido, princesa. —Disse ele. —Há algo que quero
fazer primeiro. —Com isso, ele passou os braços por minhas coxas e me
puxou de costas. Então deslizou minha calcinha para baixo e para fora de
uma perna, deixando-a pendurada em um tornozelo como uma pequena
bandeira branca de rendição.
Ele chegou ao redor com uma das mãos e esfregou meu clitóris
com força e rapidez, e gritei seu nome de novo quando fiquei rígida
embaixo dele, meu orgasmo batendo no ritmo da sua língua.
Sim!
—Eu adoro quando você se move desse jeito, como se você não
conseguisse o suficiente do meu pau. —Ele resmungou as palavras,
quebradas por seus poderosos impulsos.
—Sim. —Suspirei. —Oh, Deus, sim. Aí. Aí. —Leve-me Lucas. Goze
comigo.
Senti o riso de Lucas. —Que tal o sexo na vila? Isso está na lista?
—Está agora.
Capítulo 16
Nada me incomodou.
—Deus, Lucas, estou tão feliz agora. —Coloquei minha mão pela
janela e deixei o ar quente empurrar contra ela. —Muito obrigada por
me convidar pra vir com você.
—O que?
—Tudo bem, querida. Ligue de novo antes de sair, OK? Que dia
você retorna?
—Deus, isso parece incrível, Mia. Mas... mas você tem certeza de
que deveria sair da cidade com ele? Quero dizer, eu sei que vocês estão
colocando Paris em chamas, mas...
—Positivo.
Lucas não me contou muito sobre a vila, mas mesmo que ele
tivesse, as palavras não teriam feito justiça. Saímos da rodovia principal
e fomos para uma estrada que atravessava campos e pomares, e não vi a
fazenda até o momento quando Lucas desacelerou o carro em frente a
um conjunto de portões de ferro. De cada lado, uma parede de pedra
baixa marcando a borda da propriedade.
—Eu acho que não. Eu amo lá por seu coração e resiliência, mas
não se parece assim. —Balancei uma mão pelo ar exuberante. —E com
certeza não cheira assim.
—Lucas!
Tudo excitante.
Oh meu Deus! Que porra é essa? Ele quis dizer o que disse?
Agora ele estava tirando uma gravata de sua bolsa. Oh, meu
Deus, é essa? Eu nunca tinha sido amarrada antes, mas quase fui
correndo do armário para a cama com as mãos no ar. Em vez disso,
fiquei onde estava, com medo de deixá-lo ver meu rosto quando a força
total de meus sentimentos me atingiu.
Você não está apaixonada por ele. Você está feliz por estar aqui.
Sequei rosto e as mãos com uma toalha e fiz uma nova lista.
—Cerca de uma vez por ano. —Lucas puxou uma camiseta cinza
sobre sua cabeça. —Normalmente todo verão.
—Minha mãe me culpa por visitá-la apenas uma vez por ano.
—Continuou ele. —Mas os aviões voam pelo outro lado do Atlântico. Às
vezes acho que ela esquece isso. —Lucas puxou uns chinelos de sua
bolsa e jogou-os no chão.
—Uma vez.
—Que bom. —Eu tirei meu biquíni da minha bolsa. Eu odeio você,
Jessica. —E que lugar perfeito para um casamento. —Eu poderia
imaginar tudo: as toalhas de linho branco, cadeiras de jantar de madeira,
velas em castiçais brancos, centro de flores feitos com lavanda ou talvez
ramos de oliveira.
—Eu acho que sim. —Disse Lucas, passando uma das mãos pelo
cabelo dele. —Humm, vou te dar um minuto para pegar seu biquíni, e
então iremos passear.
Não pude deixar de sorrir. —Lucas. Você viu cada pedaço do meu
corpo de perto e intimamente. Não me importo se você ver eu me trocar
para o meu biquíni.
—Bem, muitos homens são tolos pela beleza. —Ele cutucou meu
braço. —Eu mesmo incluído.
Endireitando minha posição, eu corei e sorri de lado para ele.
—Obrigada. —Avançamos lentamente pelo pequeno paraíso privado.
Até mesmo as abelhas pareciam estar satisfeitas aqui, zumbindo sobre
as flores sem nos incomodar. —Seu irmão parece legal.
Eu sorri para ele. —Ela adora você. Seu rosto se ilumina toda vez
que você fala com ela.
—Me deixou tonta observar vocês dois. —Ou talvez fossem meus
sentimentos fazendo minha cabeça girar. Havia algo ao ver Lucas
entregando-se à menina que me fez queimar toda. Perguntei-me se ele
queria filhos algum um dia e se ele os traria aqui no verão. Eu até
mesmo tive uma breve fantasia de mim no papel de Madame Fournier
em tal cenário antes de me dar uma bofetada mental. Você perdeu a
cabeça? Esqueça essa merda!
—Lucas. —Segurei a flor pela haste. —Eu vou ter que pedir que
você me diga algo sobre você que não seja sexy, doce ou encantador.
—Não.
—Por que não? Por causa de seus pais? —Apesar do calor do sol
na minha pele, eu sentia como se alguém tivesse jogado água gelada na
minha cara. Eu estava provocando Lucas, mas isso parecia sério, como se
ele estivesse me contando algo significativo. Oh Deus, ele sabe o que eu
tenho pensado. Ele está tentando me dizer para não me deixar levar.
—Não. Não, claro que não. —Eu disse a mim mesma para
perguntar sobre outra coisa, mas o assunto da ex de Lucas era como
uma música chiclete, você não pode parar de ouvir, mesmo que isso faça
você se sentir horrível. Eu tinha um fascínio retorcido por ela.
Isso foi incrível para mim. Como alguém poderia estar com Lucas
e não querer se submeter a todos os seus caprichos? Talvez eu estivesse
meio que morrendo de fome por sexo, ou pelo menos morrendo de
fome pelo bem-estar, mas Lucas era perfeição a esse respeito. Ele me
fez sentir como um anjo, um diabo, beleza e desejo encarnados. Ele me
deixou fazer tudo o que eu queria e fez coisas para mim que eu nunca
sonhei. Como alguém ia resistir a isso?
—Uau. Isso é difícil. —Na verdade, senti pena dos dois, sim,
mesmo de Jessica. Porque ambos estavam certos, de alguma forma. Eu
podia ver os dois lados. —Então, quando foi isso?
Apenas um sonho.
#
#
Para o jantar naquela noite, um dos pátios foi transformado em
um espaço de jantar ao ar livre com uma longa mesa no estilo
piquenique coberta com pano macio e de cor cremosa, bancos cobertos
com almofadas coloridas e várias lanternas penduradas no telhado de
pérgola. Todos os vinte e quatro convidados estavam sentados à mesa
enquanto a refeição era servida por garçons supervisionados por um
Jean-Paul de olhos críticos em uma extremidade da mesa. Ele estava
sentado em frente a Henri, que eu não pude não pensar em O Conde de
Monte cristo em uma capa negra. Ele era alto e magro como seus filhos,
de cabelos prateados como Jean-Paul, embora não tão bonito e me
acolheu calorosamente.
—Não se mova.
Ele me liberou, e alguns segundos depois ouvi o click de um cubo
de gelo batendo no fundo de um copo, e então os sons dele derramando
o scotch.
—Eu quero provar você o tempo todo, Mia. Quero o seu sabor na
minha língua cada minuto do dia. E você sabe disso. Você não deve me
provocar, me dizendo que não está usando calcinha quando eu não
posso ter minha boca em você. —Era um tom que eu nunca tinha ouvido
ele falar antes: quente e irritado.
Eu gostei.
—Boa garota. Você tem que ficar quieta se quiser. —Ele enfiou
os dedos mais profundamente em mim. —Você pode fazer isso?
—Solte o cabelo.
Mas ele ficou longe de qualquer parte do meu corpo que ele
sabia que me faria gozar, embora essa lista estivesse diminuindo
rapidamente. Ele deslizou uma palma do meu ombro até as minhas
costas; a outra, do meu tornozelo até minha bunda. Ele tocou meu
côncavo, minha barriga, meu pescoço, a parte de trás dos meus joelhos.
Minha pele arrepiava, retorcendo meus mamilos, e tentei arquear
minhas costas e abaixar mais para que eles esfregassem contra o
travesseiro. Mas minhas mãos estavam amarradas à cabeceira da cama
de uma maneira que me impediu de movê-las para cima ou para baixo.
Maravilhosamente espancada.
Um nó duplo.
No Equador.
Finalmente, ele me puxou mais firme para a boca com uma das
mãos, enfiou os dedos dentro de mim com a outra e me devorou forte e
rápido.
Eu simplesmente detonei.
—É? Você quer ser fodida duro? —Ele puxou mais ainda meu
cabelo, e eu estremeci.
Inacreditável. Porra
—Eles não doem. —Eu não queria que ele pensasse que tudo
isso não foi incrível para mim.
Jessica. Sua cadela tola.
Eu sorri. —Juro.
Saí da cama e tirei meus sapatos. —Lucas, você ainda pode dar
uma punição mesmo se a pessoa gostar disso? Porque eu gosto.
#
Passamos a manhã seguinte visitando a família de Lucas e a tarde
na piscina novamente. Mais tarde, quando tínhamos sol e cloro o
suficiente, ele encontrou um cobertor e fizemos um piquenique de
frutas, pães e queijos no olival. Depois de comermos, bebemos vinho e li
as cartas de amor de Abelardo e Heloise em voz alta para Lucas, que
deitou com a cabeça no meu colo enquanto eu me apoiava contra uma
oliveira.
Ah Merda.
4) O que diabos vou fazer quando tiver que ir para casa para a
minha vida real?
Eu vou sentir falta dele porque estou apaixonada por ele. É louco e
estúpido, nada prático e totalmente rápido e limitado para acabar mal,
mas é real.
Meus olhos se abriram. Não diga a ele. —O que você quer dizer?
—Não, claro que não. —Eu pisquei, muito nervosa para olhar
para ele. Ele saberia que estava mentindo se visse meu rosto.
—Espero que a noite passada não tenha sido demais para você.
Você é tão linda e eu me perdi...
—A noite passada foi incrível. —Eu disse. —Eu juro a você, adorei
cada minuto.
Porque ele sabe, Mia. Ele sabe o que é isso e ele nunca fingiu que
fosse mais do que é. Coloque isso em sua cabeça e mantenha-o lá.
—Ok.
4) NÃO faça planos para quando voltar para Paris. Se ele tentar,
trave seus dentes, convoque sua força de vontade e sugira talvez gastar
algum tempo sozinha. Liste algumas atrações em lugares bem altos que
você deseja ver.
Mais vinho. É isso aí. Drenar até a última gota . —Uh, não, não
exatamente. —Toquei a haste da minha taça vazia. —Eu só quis dizer
que você não precisa mais bancar o guia de turismo. Eu posso fazer as
coisas sozinha.
Mas eu não podia dizer nada, porque sua boca estava na minha,
e seus braços estavam ao meu redor e nossos corpos pressionados de
uma maneira que transformou minha desesperança em desespero,
tornando-me gananciosa pelo que ele poderia dar. Eu queria isso. Eu
queria agora, e eu não me importaria com o preço.
E se for? E se for?
—Eu quero você. —Ele resmungou. —Eu quero que você goze no
meu pau. Eu quero sentir isso. Então vou gozar em você tão forte.
Deus, eu te amo.
—Deus, eu te amo.
—Me desculpe por isso. Uh, quer que eu pegue um lenço ou algo
assim?
Eu balancei minha cabeça. —Não, está ok. Mas você acha que
posso entrar na casa sem ser vista? Preciso trocar o vestido e
provavelmente deveria limpar o rosto também. —Eu nem queria pensar
sobre o aspecto da maquiagem dos meus olhos.
—Sim, acho que podemos levá-la para a casa sem ser vista. Mas
Mia... — Ele passou a mão no cabelo dele. —Nós precisamos conversar.
—Obrigada. —Se ele fosse partir meu coração, pelo menos teria
um bom vinho.
Ele balançou sua cabeça. —Você não deveria ter vergonha sobre
o que você disse.
—Isso não é uma coisa de rebote, Mia. Pelo menos não para
mim. —Ele parecia tão ferido que quase deixei cair a guarda.
—OK, talvez não rebote exatamente, mas seja o que for, eu sei
que é só por diversão. Quero dizer, não é real. —Eu fui levar meu vinho
para os meus lábios novamente, mas ele pegou a taça, colocou no chão
ao lado dele e pegou minhas mãos.
—Por que tem que terminar quando você for? —Lucas apertou
minhas mãos. —Eu vivo em Nova Iorque. Detroit não está tão longe.
Você está dizendo que nunca mais vai me ver de novo?
—É claro que quero ver você novamente. Mas o que isso traria
de bom?
Eu sabia o que ele queria dizer, mas não podia viver assim. —Eu
entendo o que você está dizendo. Mas para mim, o que precisamos
agora é de espaço para crescer em algo mais, algo maior. —Coloquei
uma das mãos no meu peito. —Eu sei que é difícil para você entender,
mas fazer esse tipo de compromisso com alguém é importante para
mim. Não precisa ser hoje ou amanhã, mas deve ser possível.
—Não, eu não. Bem, sim, estou, mas não era tudo o que quis
dizer. — Ele inclinou a cabeça de um lado para o outro. —Eu acho que
estaria mentindo se dissesse que o sexo não tem nada a ver com isso, eu
adoro que você não tenha medo de nada.
—Eu não tenho com você. —Eu disse honestamente. —Nem por
um minuto.
Meu interior desmoronou. Deus, ele torna isso tão difícil. —Eu
sei que você poderia Lucas. Mas cansei de namoro casual. Eu não estou
interessada em apenas brincar, preciso saber que estamos caminhando
para algo. E talvez isso me torne uma louca, considerando o que acabei
de passar, mas sou assim. —Meu lábio inferior estremeceu e meu
estômago revirou. —E você não é.
Mas ele não disse nada. Um minuto inteiro marcado com Lucas
olhando sua mão na minha perna em silêncio.
—Por favor, Mia. —Sua voz quebrou, e quase me feriu. —Não vá.
—Eu tenho que ir, Lucas. Eu vim aqui para me fortalecer, para
começar a aproveitar a vida sozinha novamente. Em vez disso, eu me
apaixonei por você, e saber que eu tenho que ir embora é o suficiente
para me quebrar. Deixe-me ir, por favor.
O quarto estava tão escuro que não conseguia ler seus olhos,
mas percebi a tristeza dele, bem como o desejo, e eu sabia exatamente
como ele se sentia, como um poderia alimentar o outro. —Lucas. O que
estamos fazendo?
Nós fomos lentos desta vez, saboreando cada beijo, cada toque,
cada palavra silenciosa e a respiração. Nós corremos nossas mãos e
bocas sobre os corpos um do outro, nos comprometendo a lembrar a
curva de um ombro ou quadril. O arco das costas ou do pescoço. As
linhas de músculo e osso.
Minha garganta estava tão apertada que pensei que minha voz
fosse sair em um grito. —Eu quero dizer sim, Lucas. Mas estou com
medo. Eu depositei todas as minhas esperanças em uma pessoa antes, e
ele me decepcionou. Eu não estou dizendo que você é parecido com ele.
—Eu disse quando vi seus olhos ficarem indignados. —Estou apenas
dizendo a verdade. E você sabe o quê? —Respirei fundo. —Você
também está, e eu sou grata por isso. Não tenho vontade de fazer você
dizer nada que não queira ou fazer qualquer promessa que você não
possa manter. E talvez eu ainda tenha que me curar primeiro. —Meus
olhos finalmente se encheram e algumas lágrimas caíram.
Sua linda boca ficou em uma linha reta, enquanto ele limpava as
lágrimas com os polegares. —Eu sei. Tenho certeza de que isso é demais
para você, me desculpe. —Ele tirou as mãos das minhas bochechas e
passou por seu rosto. —Eu realmente gostaria de tê-la conhecido em
circunstâncias diferentes, Mia Devine. Mas não lamento nada que
fizemos. Só que isso está machucando você.
—Você sabe meu número. —Sua voz era instável, mas seus
braços ao redor das minhas costas eram firmes. —Eu não vou
incomodá-la, mas se você me quiser para qualquer coisa...
Sem sorte.
—Mia?
Eu me virei para vê-lo incapaz de esconder aquele sorriso que eu
adorava.
Eu me obriguei a continuar.
—Eu me importo, Mia. Venha aqui, por favor. —Ele pegou meu
braço e me tirou do banheiro e levou até o sofá, onde gesticulou para
que eu me sentasse. Além das flores na mesa, havia chocolates e uma
caixa preta com uma fita branca. A caixa dizia Chanel. Puta merda. O que
diabos está acontecendo? Tucker sentou-se ao meu lado, mas puxei meu
braço para trás e coloquei as duas mãos entre meus joelhos.
—Ouça-me, Mia. Eu sei que você está com raiva e você tem todo
o direito de estar, mas por favor me dê uma chance para falar. — Eu
nunca tinha ouvido esse tipo de tom suplicante de Tucker antes, mas
isso só me deixou mais irritada.
—Eu sei que você não quer nada, e eu não a culpo. O que fiz foi
imperdoável. Mia, você pode pelo menos olhar pra mim?
—O que? Não! —Eu pulei do sofá e fui para trás dele. —Não era
o casamento o problema. Éramos nós: você e eu. Nós não estávamos
bem juntos, Tucker. Eu posso ver isso agora. E tanto quanto me dói dizer
isso, você estava certo ao cancelar o casamento. A maneira como você
fez é que foi uma merda, mas foi a decisão certa.
—Não. Você explodia. —Eu apontei para o peito dele. —Eu tive
sorte de ter uma explosão ocasional, mas nunca aconteceu juntos. Nem
parecia que você se importava.
Bom, ele deve sentir vergonha. —Deus, eu não sei! Parecia que
tínhamos uma rotina e você estava feliz com isso. Eu não queria balançar
o barco. —Eu coloquei minhas mãos na minha cabeça. —Ahh, não
importa de qualquer maneira, Tucker. Acabou.
—Não. Se você quer ficar aqui, está bem. Eu vou para outro
lugar. Ou vou para casa. Mas não estamos juntos nesta viagem, Tucker.
— Movi minhas mãos para frente e para trás entre nós. —Porque já não
estamos juntos.
—Por favor. Por favor, me dê mais uma chance, Mia. —Ele caiu
de joelhos novamente, bem na minha frente e tomou meus quadris nas
mãos. —Eu farei o que você quiser. Você quer ir ao aconselhamento?
Tudo bem, eu irei. Eu ficarei mais aventureiro com você na cama. Eu
apenas a tratei com cuidado porque eu sabia que queria que você fosse
minha esposa, pensei que você gostaria disso. Eu coloquei você em um
pedestal, aonde você pertence. Eu vejo a maneira como eles tratam suas
mulheres na pornografia, e eu não quero ser assim.
—Não.
Ele agarrou minha mão. —Eu não vou deixar você ir. Não estou
deixando você sair da minha vida sem me dar uma chance para te fazer
feliz.
—Lucas, eu...
—Querida? Quem é?
Engoli.
O Museu Rodin.
—Oh, você já foi? Bom, isso significa que não vou ter que ir a um
museu com ela. —Tucker riu e bagunçou meus cabelos. —Ela adora
essas coisas antigas e mofadas, mas eu não. Bem, obrigado por ter sido
gentil com ela. Mia, você quer abrir seu presente agora? É da Chanel.
—Tucker cantarolou.
Nunca estive mais irritada com ele. Meu rosto estava ardendo de
indignação. —Não. Tucker espere, por favor. Lucas...
Porque ele pensou que você estava de volta com Tucker! Gritou
a voz interior, que de repente parecia estar do lado de Lucas.
—Não.
Tucker suspirou. —Que tal abrir seu presente? —Ele foi até a
mesa e pegou a caixa da Chanel. —Eu fui direto para a loja, nem sequer
vim ao hotel primeiro. Eu pensei que você estaria aqui, e eu queria
surpreendê-la. —Ele trouxe a caixa pra mim. —Eu sei que não pode
compensar o que eu fiz você passar, mas eu só queria te mostrar que
estou pensando em você e vou trabalhar duro para te ter de volta.
—Não diga isso, Mia. Por favor. —Ele caiu na minha frente
novamente. —Nós tínhamos tantas coisas planejadas. Eu ainda quero
todas elas. Era apenas nervosismo, eu juro. Eu fui um idiota, e nunca te
dei valor. Eu posso te fazer feliz, Mia.
Ele estava fazendo isso da melhor maneira que ele sabia, com
flores, dinheiro e presentes caros, mas não era o que eu queria. Eu
queria que ele dissesse: Claro, eu irei para um museu com você, é claro
que vou levá-la ao mercado de pulgas, e aqui está o livro sobre o qual eu
estava falando...
Eu queria Lucas.
—Tucker, a resposta ainda é não. Você estava certo em cancelar
o casamento. Nós não vamos nos fazer felizes.
—Eu não quero uma vida fácil. Eu quero uma vida feliz. E não
será com você. —Levantando-me, olhei ao redor da suíte. —Eu preciso
de algum tempo para arrumar.
Ele soltou os botões. —Não vá. —Ele disse, sua tática mudando
de novo. —Tire algum tempo. Pense nisso.
—Se eu não voltar aqui esta noite, então vou entrar em contato
em Detroit.
—Ainda não sei, Tucker. Eu não sei o que estou fazendo. —Porra,
essa era a verdade. Assim que eu arrumasse as minhas malas, não tinha
ideia para onde ir. Tentar encontrar o Lucas? Apenas voar para casa?
Encontrar um novo (e mais barato) hotel?
Eu amava Lucas.
—Tudo. Está tudo tão fodido, Coco. Eu não sei o que fazer. —Eu
deitei e senti lágrimas quentes escorrendo pelos cantos dos meus olhos.
—Sem camisa?
—Você está?
—Não tenho certeza. Quero dizer, ele não disse que me amava,
mas ele meio que foi interrompido no meio do que soou como um
discurso promissor. Mas Coco, ele não quer se casar. Ele não quer uma
família.
—Cinco.
—Eu não sei, Mia. Quero dizer, eu amo você, você sabe que eu
amo. E eu quero que você tenha tudo o que já quis. Mas suas exigências
aqui são um pouco extremas.
—Elas não são exigências, são sonhos! —Coco soou como Lucas,
e isso estava me irritando. —Eu tenho permissão para ter sonhos.
—Calma, Mia. Sim, você pode ter sonhos. Mas se tudo o que
importa sobre o seu sonho era se casar, ter uma casa agradável e uma
família, francamente você poderia se casar com Tucker e pronto. Mas eu
conheço você, você quer mais.
Ela estava certa. Eu queria mais. Mordendo meu lábio inferior,
tentei encontrar palavras para defender meu ponto de vista e não pude.
—Eu acredito. Tudo acontece por algum motivo, Mia. Você sabe
que eu tenho um sentido nessas coisas, e eu sempre senti que você
deveria estar em Paris esta semana. Eu simplesmente não sabia por que
até agora. Vá buscá-lo.
—Oi.
—Nada a dizer? Isso não é você. —Ele sorriu para mim antes de
pegar a minha bagagem, empurrando-a para fora do caminho para
debaixo do bar.
—Sim?
—Me apresenta?
—Claro. Venha se sentar. Você está... onde você vai ficar agora?
—Ele me olhou com preocupação.
#
Depois de um hambúrguer e batatas fritas e várias taças de
vinho, peguei um táxi com as chaves de Lucas no meu bolso. Ele me
encontraria em seu apartamento depois do seu turno.
—Sou eu.
É você.
—Ah. —Ele agarrou meu pulso. —Isso é tão bom, mas quero
falar por um minuto.
Ele olhou pra mim, mas eu só consegui segurar seu olhar por
cerca de cinco segundos até minha cabeça cair de volta e meus olhos
fecharem em êxtase absoluto.
—Sim. —Ele respirou. —Goza pra mim. Quero ver você. —Ele
estendeu a mão e desatou o laço entre meus seios e o sutiã ficou aberto.
—Toque-se.
Eu quase ri, me sentindo tão bem. Minha boca ficou bem aberta
enquanto ele segurava meus quadris e me puxava de volta contra seus
impulsos. —Sim, assim. —Eu disse. —Eu amo o jeito que você me fode.
Ele deve ter gostado porque dois segundos depois ele xingou e
apertou meus quadris com os dedos, me puxando de volta enquanto
latejava dentro de mim. Empurrei contra a parede e fechei os olhos,
deleitando-me com a sensação de sua libertação dentro de mim.
Querida Mia,
E eu te amo. Muito.
Lucas
. . Continua