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Once in a Lifetime

↬ Tradução: Lorelai
↬ Revisão: Any
↬ Conferência: Emma
↬ Formatação: Lorel West
AVISO
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Um conto que vai te levar de volta ao início de tudo.
Para quem estava com saudades de Katherine e Emmett, esse é o momento
perfeito.
Capítulo Um
Katherine
Junho, o verão após o último ano de faculdade
— Óh meu Deus, Kate! — Callie diz quando eles entram na sala.
— Esta casa é incrível; a cidade inteira é realmente. Agora entendo
por que você ama tanto este lugar.
— Gostaria de se mudar para cá? — Becky pergunta de seu
lugar na cama, com o cabelo e a maquiagem já feitos. Agora Penny
está sentada na cadeira de maquiagem, enrolando o cabelo.
— Eu gostaria, — Callie solta um suspiro de saudade. — Talvez
um dia, quando Hayden se aposentar, possamos nos mudar para
uma cidade pequena como esta. Eu não me importaria nem um
pouco.
— Ainda estou preso ao fato de que Emmett o construiu. Como
se estivesse sozinho, — Yasmin balança a cabeça.
— Bem, tecnicamente, ele teve ajuda, mas sim.
Os pais de Emmett lhe deram uma parte de suas terras para
que ele pudesse construir sua própria casa. Ele e o pai trabalham
em nossa casa todos os verões, desde que começamos a faculdade.
Emmett queria fazer tudo sozinho, mas sabíamos que precisaríamos
de tempo e dinheiro, então fazer isso em fases era a solução perfeita.
Este ano, depois da formatura, finalmente conseguimos nos mudar,
e foi tudo o que eu poderia querer e muito mais.
A casa foi construída de forma que nossa varanda nos fundos
tivesse vista para o lago. Foi apropriado, pois foi o lugar onde nos
apaixonamos. Era longe o suficiente da casa de seus pais para nos
dar privacidade, mas perto o suficiente para Emmett ajudá-los a
administrar o rancho da família e para eu liderar o centro de
reabilitação para crianças com deficiência. Eu estava trabalhando
duro para colocá-lo em funcionamento entre todo o planejamento do
casamento.
— Ele construiu uma casa para você, Kate, — Yasmin aponta
mais uma vez, como se eu não a estivesse entendendo corretamente.
— Se já não soubéssemos o quanto aquele homem te ama, isso
selaria o acordo.
— Como se você fosse alguém para conversar, Sra. Cole. —
Soltei uma risada suave, o que me rendeu um olhar furioso do
maquiador. — Desculpe.
— Você terá que ficar quieto se quiser que terminemos a
tempo.
— Claro, eu estarei...
A porta do meu quarto se abre e Jade entra. — Ok, terminei com
as fotos de Emmett. No caminho até aqui, andei pelo local do
casamento para garantir que tenho todos os melhores ângulos em
minha cabeça assim que a cerimônia começou, e caramba... Tudo
parece incrível lá fora, Kate.
— Obrigada, Jade.
Jade Cole é uma estudante de fotografia em Blairwood e irmã
mais nova de um dos colegas de faculdade de Emmett. Ela estava lá
quando eu estava tentando organizar todo esse evento, então
pareceu apropriado pedir a ela para fazer as fotos em vez de tentar
procurar outra pessoa. Eu vi algumas coisas dela, incluindo as fotos
do casamento de Nixon e Yasmin nesta primavera, que foram
impressionantes.
— Sem problemas. Ah, e sua tia é tão doce. Ela me deu um
pequeno sanduíche para comer antes da cerimônia. — Ela levanta
um guardanapo, deixando as laterais abertas.
Merda.
— Eu tentei dizer não a ela, mas ela não aceitou. Então pensei
em comê-lo e depois podemos começar a trabalhar.
— Essa é a Srta. Adams para você, — Becky ri. — Espere até
você conhecer a mãe de Emmett. É difícil dizer não as duas
individualmente, mas juntas? Elas são uma força a ser reconhecida.
Trinta segundos é tudo o que tenho antes que o cheiro me
atinja.
Murmurando um pedido de desculpas, fico de pé. — Eu tenho
que ir ao banheiro.
Mordendo o interior da minha bochecha, saio correndo do
quarto e vou para o banheiro do outro lado do corredor. Mal tranco
a porta e chego ao banheiro antes de começar a vomitar.
Minha mão agarra o assento do vaso sanitário enquanto tiro o
pouco que consegui colocar na boca esta manhã, uma fina camada
de suor cobrindo minha pele devido ao esforço.
— Puta que pariu, — murmuro, sentindo-me exausta.
Espero um pouco e só quando tenho certeza de que terminei é
que limpo a boca com as costas da mão e me levanto.
Era demais esperar que eu pudesse evitar isso? Pelo menos
por hoje? A última coisa que uma garota quer é passar o dia do
casamento com a cabeça enfiada no banheiro.
Deixando escapar um suspiro, dou descarga antes de me virar
para o espelho. Corrigindo meu roupão torto, amarro novamente a
alça e ligo a água. Mesmo com maquiagem, meu rosto ainda parece
pálido. Meu cabelo ainda está com grandes rolos, minha maquiagem
pela metade, e quero dizer literalmente pela metade. Tenho cílios
postiços em apenas um olho e simplesmente limpei qualquer batom
que a maquiadora possa ter colocado na minha boca. Tenho certeza
de que a mulher já me odeia e sei que isso não mudará quando eu
voltar.
Isto será muito divertido.
Rapidamente escovo os dentes e depois enxáguo com
enxaguante bucal – duas vezes – eliminando qualquer possível
cheiro de vômito.
Não vou beijar meu futuro marido, o amor da minha vida, com
um hálito fedorento e cheio de vômito. Inferno para o não. Eu me
recuso a fazer isso.
Embora, de qualquer maneira, a maldita coisa seja culpa dele.
Enxugando as mãos, certifico-me de ter removido qualquer
evidência do que está acontecendo aqui antes de destrancar a porta
e entrar no corredor.
— Você está bem?
Levanto os olhos ao ouvir a voz preocupada de Penélope.
Minha irmã está encostada na parede. Ela está usando um vestido
rosa claro que chega até o meio da panturrilha e tem alças mais finas
cobrindo os ombros que se conectam a um corpete em formato de
coração. A saia cai em linha reta, mas tem uma sobreposição de tule
assimétrica que ela adorou pela sensação sob os dedos, já que o
material era coberto de glitter.
— Estou bem. — Eu pego a mão dela, puxando-a para um
abraço lateral.
— Tem certeza? Você esteve lá por muito tempo.
— Só nervosismo, só isso, — a mentira escapa facilmente da
minha língua. Eu odiava mentir para minha irmã, mas não há outra
opção. Ainda não, de qualquer maneira. — Vamos, vamos voltar
para o quarto. Preciso terminar de me arrumar, para não nos
atrasarmos.
— Talvez não seja ruim deixar Emmett esperando. Só um
pouquinho.
Eu rio baixinho. — Você não acha que ele esperou o suficiente
por mim?
Penny inclina a cabeça para o lado. — Acho que você está certa.
Você estava agindo como uma pirralha quando acabamos de nos
mudar para cá.
Eu belisco o lado dela. — Vou te dar uma pirralha, senhorita.
Embora o que ela diz seja verdade. Quando eu tinha dezessete
anos, a última coisa que tinha em mente era me apaixonar. Penny e
eu acabamos de nos mudar para Bluebonnet e eu tinha coisas muito
mais importantes em mente. Mas Emmett quebrou minhas barreiras
e reservas, pedaço por pedaço, com sua paciência e amor. A garota
de dezessete anos que eu era não acreditava no amor, mas a mulher
de vinte e dois anos que sou hoje é grata àquele garoto por ficar
comigo e me ensinar que não há problema em se abrir e amar
alguém.
Todas as cabeças se voltam para nós quando voltamos para o
meu quarto. Como queríamos um casamento pequeno, decidimos
abandonar a festa de casamento tradicional e optar por apenas uma
dama de honra, padrinho e uma daminha de honra. Bem, dois, se
incluíssemos Henry, o cão-guia de Penny, já que eles eram como um
pacote.
Felizmente, minhas amigas da faculdade tinham ido embora e
alguém abriu a janela, então o cheiro do que quer que estivesse
naquele sanduíche foi finalmente filtrado.
— Eu sinto muito. — Dou um olhar de desculpas para a
maquiadora, tenho certeza de que ela quer me estrangular a essa
altura. — Nervosismo.
— Tudo bem. Estamos quase terminando.
Volto para a cadeira e Jade pega sua câmera. Ela tira algumas
fotos dos retoques finais enquanto a maquiadora e o cabeleireiro
finalizam.
Só então a porta se abre e tia Mabel espia lá dentro. — Você
está pronta?
Eu aceno para ela entrar. — Entre. Estou prestes a colocar o
vestido.
Mabel olha por cima do ombro. — Oh, eu vou buscar sua ma...
Eu balanço minha cabeça. — Eu quero você, tia Mabel.
Honestamente, fiquei surpresa quando mamãe concordou em
vir ao casamento. Nos últimos seis anos, ela esteve aqui apenas
algumas vezes e eu me recusei a viajar para a Califórnia para vê-la.
Então, nos contentamos principalmente com um telefonema tenso
aqui e ali, e eu estava bem com isso.
Mabel entra na sala quase hesitante, fechando a porta atrás
dela. — Tem certeza?
— Tenho certeza. — Eu pego a mão dela e a puxo para dentro.
— Você tem sido mais mãe para Penny e para mim nos últimos anos
do que mamãe jamais foi.
— Não se atreva a me fazer chorar, mocinha, — Mabel funga,
dando um tapinha na parte inferior do olho.
— Só estou dizendo a verdade. Não teríamos conseguido sem
a sua ajuda.
— Oh, por favor. Você teria encontrado o seu caminho.
— Mas não para este lugar. Essa vida. Nossa vida.
De jeito nenhum o meu caminho e o de Emmett teriam se
cruzado. Inferno, se não fosse pelo fato de eu saber que Penny
estava com Mabel, provavelmente nunca teria ido para a faculdade.
Tudo o que tive foi graças a ela ter aberto a porta para nós quando
mais precisávamos.
Mabel segura meu rosto suavemente para não estragar minha
maquiagem. — Vai ser uma vida boa, Katherine. Eu simplesmente
sei disso.
Não duvido nem por um segundo.
— Vai ser uma vida boa.
Há um farfalhar suave atrás de nós, e Becky aparece com a
bolsa contendo meu vestido de noiva. — Esta pronta?
Concordo com a cabeça e solto um suspiro trêmulo. — Estou
pronta.
Entre as duas, elas tiram o vestido da bolsa e me ajudam a
vesti-lo. Posso ouvir o clique familiar do obturador enquanto Jade
tira as fotos, nos dando instruções aqui e ali para parar ou nos
mover em uma determinada direção, mas por outro lado fica fora do
nosso caminho enquanto Becky e Mabel me ajudam a vestir o
vestido enquanto observo meu reflexo no espelho.
De todos os vestidos, esse foi o que roubou meu coração. Não
era totalmente branco, era mais como uma cor champanhe. O
corpete tem um decote em coração com alças finas e uma fileira de
botões delicados nas costas. A saia cai no chão em linha reta. O
material acetinado do corpete e a parte superior da saia são
revestidos por uma delicada sobreposição de renda e tule. É
simples, mas lindo, exatamente o que eu queria para hoje.
Passos suaves se aproximam, então me viro e vejo Penny
parada ao lado de Mabel. Pego a mão da minha irmã, puxando-a para
mais perto.
— Você está linda, Penny.
— Bem, é você quem precisa estar linda hoje, não eu, — ela
solta uma risada suave enquanto coloco as mãos na minha cintura,
deixando-a sentir o desenho delicado da renda.
— Oh, ela está deslumbrante. Todos os olhos estarão voltados
para ela hoje, — Becky interrompe, dando-me um sorriso
conhecedor.
— O vestido é lindo, exatamente como eu queria que fosse. E o
cabeleireiro e maquiador fizeram um trabalho incrível. Eles
prenderam meu cabelo em um coque baixo e acrescentaram no meu
cabelo aquela peruca que você encontrou na loja, — explico,
querendo que Penélope se sinta incluída o máximo possível.
— Você gosta disso?
— Eu amo isso.
— Emmett vai virar de um jeito ou de outro. Acho que você
poderia sair num saco de batatas e aquele homem se casaria com
você.
— Penélope Adams! — Tia Mabel repreende.
— O que? — minha irmã dá de ombros, nem um pouco
perturbada. — É verdade, e você sabe disso. Ele ainda pensaria que
ela é a mulher mais bonita do mundo.
Ela estava certa, no entanto.
Havia muitas coisas que eu amava em Emmett Santiago, uma
delas era o quanto ele me fazia sentir amada e o quanto ele estimava
minha irmã mais nova. Mesmo sendo filho único, Emmett tem o
maior coração que o homem conhece e não tem medo de abri-lo para
as pessoas.
Inclino minha cabeça no ombro de Penny, deixando escapar
um suspiro suave. — Ele é o melhor.
Ao fundo, posso ouvir aquele som familiar do obturador
enquanto Jade captura esse momento, e estou grata por poder
mantê-lo por toda a eternidade. Três mulheres que transformaram
minha vida no que ela é hoje, cada uma delas me trazendo até este
momento aqui.
Uma batida soa na porta, tirando-nos da bolha.
— Quem é esse? — Becky grita, pulando na porta como um
ninja. — Eu juro que se for Emmett, eu vou...
— Bradley.
— Oh. — Ainda assim, ela só abre a porta um pouquinho,
verificando se ele está sozinho antes de permitir que ele entre.
Seus olhos vão para Mabel instantaneamente, dando-lhe um
olhar apreciativo. É sempre ela primeiro, é como se eles não
conseguissem evitar sempre que estão na mesma sala, e eu juro que
posso sentir o ar chiar entre eles.
Algumas pessoas provavelmente achariam estranho que o pai
estivesse claramente apaixonado pela tia, mas não por mim. Ambos
passaram por muita coisa e merecem ser felizes. Além disso, nunca
vi Bradley com mamãe. Eles namoraram antes de eu nascer e ele não
sabia de mim até que me mudei para Bluebonnet. Mas com base nas
histórias que ouvi, ele e Mabel são amigos desde a adolescência,
embora Mabel sempre tenha tido uma queda por ele.
Dou uma cutucada em Mabel com o cotovelo. — Você
realmente deveria acabar com o sofrimento do cara, você sabe, —
eu digo suavemente para que só ela possa ouvir enquanto ele muda
sua atenção para Penny e, finalmente, para mim, um sorriso
curvando seus lábios. — Droga, vocês estão lindas.
— Obrigada. Está tudo pronto?
Ele concorda. — Apenas esperando por você. Ainda tem
certeza de que quer fazer isso? Se não, posso deixar o carro na
frente de casa em cinco minutos e podemos fugir.
— Oh, estou fazendo isso, — solto uma risada suave. — No
mínimo, fazer com que a tortura dos últimos meses signifique
alguma coisa.
— Casamentos exigem planejamento e preparação, mocinha.
— Mabel me lança um olhar penetrante antes de se inclinar e me
beijar na bochecha. — Vejo você lá embaixo.
Bradley a deixa passar, seu olhar demorando um pouco mais
antes de estender a mão para mim. — Vamos dar carona para você,
certo?
Deslizo minha mão na dele. — Obrigada por fazer isso, pai.
Bradley olha para mim, aquele familiar Stetson preto jogando
sombra em seu rosto, mas tenho certeza de que posso ver lágrimas
brilhando em seus olhos. — Obrigado. Por me deixar fazer isso.
A mão de Becky toca a minha quando ela passa por mim. Seus
olhos encontram os meus por uma fração de segundo, e posso ver
uma contração de tristeza em seu rosto. Embora eu ache que seja
compreensível. O pai dela nos deixou quando ela era apenas uma
menina, então ela nunca teria esse momento.
— Vou ajudar Penny a descer.
— Obrigada, Becky.
Damos a elas uma pequena vantagem antes de eu pegar meu
vestido na mão e segui-los.
— Botas de cowboy? — Bradley pergunta, com as sobrancelhas
levantadas.
Em todos os anos que morei aqui, nunca abracei a vida no
campo a ponto de usar chapéus e botas de cowboy. Na verdade, eu
estava planejando comprar tênis brancos, mas então vi essas e
imaginei que Emmett iria adorar, então decidi que diabos era isso e
as comprei.
— Demais?
— Não, elas são perfeitas.
— Eu pensei assim.
Encontramos Becky e Penny perto da porta no momento em
que Becky coloca uma fita de flores em volta do arnês de Henry.
Penny queria flores, mas elas atrapalhariam, então decidimos
decorar o arreio.
— Você está pronta para isso, Penny? — Eu pergunto a ela,
assim que a música começa.
Ela e Henry vêm praticando essa caminhada há semanas por
insistência dela. Ela, e esta é uma citação dela: 'não queria estragar
meu casamento caindo de bunda na frente de metade do
Bluebonnet.' Eu não me importei com o casamento. Eu só queria que
ela ficasse bem. Inferno, até Emmett se ofereceu para acompanhá-
la até o altar, mas ela recusou, dizendo que faria isso sozinha.
Por mais que eu amasse sua teimosia e determinação, isso
também me assustou. Mas racionalmente, eu sabia que não poderia
cuidar dela para sempre. Ela era uma mulher adulta com seus
próprios desejos e sonhos, e merecia fazer escolhas sobre como
viver sua vida.
— O que está acontecendo com você?
Olho para minha melhor amiga. — O que você quer dizer?
Becky apenas me lança seu famoso olhar de quem você está
tentando enganar. — Você sabe o que eu quero dizer. Você
realmente achou que eu não percebi que você foi ao banheiro três
vezes hoje?
— O que? — Mudo minha atenção apenas para ver Penny
desaparecendo da minha vista.
— E duas vezes ontem à noite no ensaio.
Droga, eu estou tão presa.
— E daí? Eu estou nervosa. — Dou de ombros, tentando jogar
fora.
— Nervosa por se casar com o amor da sua vida que te trata
como uma maldita princesa? Okay, certo. Tente novamente.
— Não é o casamento. É o fato de que serei o centro das
atenções.
Felizmente, antes que ela possa responder, Penny chega ao
altar improvisado e é a vez de Becky ir.
Dou-lhe um empurrãozinho. — É você.
Seus olhos se estreitam, me dizendo claramente que este não
é o fim da nossa conversa. — Ainda não terminamos, senhorita.
Ah, eu não duvidei disso nem por um segundo.
O que é bom para mim. Eu só precisava passar por hoje
primeiro, e então não haveria necessidade de mais segredos ou
mentiras.
Mas primeiro, tenho que me casar com o amor da minha vida.
— Nervosa? — Bradley pergunta enquanto meus dedos
apertam seu antebraço.
— Não, estou pronta.
Pronta para casar com o amor da minha vida. O único garoto
que já amei. O garoto que era meu tudo em todos os sentidos
possíveis. O menino que me ensinou como abrir meu coração e
deixá-lo me amar. O menino que destruiu parede após parede com
sua bondade e grande coração.
Eu estou pronta para a nossa vida começar.
Neste campo e lagoa onde me apaixonei por ele pela primeira
vez.
Se isso não é adequado, não sei o que é.
— Estou pronta.
Capítulo Dois
Emmett
— Meu filho finalmente vai se casar, — diz mamãe com
entusiasmo, enxugando a lágrima do canto do olho.
— Você pensaria que estaria ciente disso, já que nos
incomodou com detalhes do casamento no ano passado.
Minha piada me rendeu um tapa no ombro. — Ah, cale-se. Uma
mãe fica emocionada quando seu único filho vai se casar.
— Não é como se ele estivesse se mudando para o outro lado
do país, Olivia. Dê ao menino algum espaço para respirar. — Papai
revira os olhos atrás das costas dela, e sinto o canto da minha boca
se contorcer.
Claro, minha mãe não perde isso.
— Não é Olivia, ok? — ela repreende. — Só podemos fazer isso
uma vez, então tem que ser perfeito. Emmett e Kate merecem que
seu dia seja perfeito.
Fiquei feliz em saber que mamãe incluiu Kate. Não que eu
tenha ficado surpreso. Minha família aceitou as irmãs Adams de
braços abertos desde o primeiro dia em que as apresentei. Kate e
Penny eram como filhas que nunca tiveram e as mimavam muito.
— Kate está aqui. Minha família está aqui. Isso é tudo que
preciso para que este dia seja perfeito.
Mais uma vez, lágrimas brilham nos olhos de mamãe e não
posso deixar de rir. Eu olho para meu pai. — Leve-a embora antes
que eu estrague sua maquiagem.
Mamãe balança a cabeça silenciosamente antes de passar os
braços em volta de mim. Eu gentilmente esfrego suas costas. — Eu
te amo. Obrigado por ajudar com tudo isso.
— Claro. — Com um aperto final, ela dá um passo para trás e
meu pai me puxa para um abraço com um braço só, dando um
tapinha no meu ombro.
— Estou orgulhoso de você, Emmett.
— Obrigado, pai.
Com isso, papai puxa mamãe para o seu lado e a leva em
direção ao lago, onde o resto dos convidados já está sentado nas
cadeiras brancas que espalhamos na grama esta manhã.
— Você quer outra bebida? — Miguel pergunta enquanto se
serve de um dedo de conhaque.
Eu balanço minha cabeça. — Estou bem.
Só então, o pastor chega. — Você está pronto para começar,
filho?
Aceno para o homem. — Eu nasci pronto.
O homem mais velho ri. — É bom ouvir isso.
Miguel engole a bebida e bate palmas. — Ok, vamos casar você,
cara.
Seguimos em direção ao arco. É fim de tarde e o sol está caindo
lentamente, fazendo com que a superfície do lago brilhe de um azul
mais brilhante.
Tantas memórias foram criadas aqui. Foi aqui que ensinei Kate
a nadar e onde passamos inúmeras horas apenas sentados no cais
conversando. Foi para cá que trouxe Kate depois do regresso a casa
naquele primeiro ano e onde fizemos amor pela primeira vez. Tantos
momentos. Tantas memórias. E hoje adicionaremos outro: um novo
capítulo, com muitos mais por vir.
Cumprimento algumas pessoas enquanto passamos, mas não
paro até estarmos sob o arco.
— Você parece completamente tranquilo, — comenta Miguel
enquanto muda o peso de um pé para o outro.
— Isso é tudo que eu queria desde os dezessete anos. — Eu dou
a ele um olhar de lado. Ele ficou inquieto durante todo o maldito dia,
e isso estava me deixando maluco. — Se eu não soubesse melhor,
pensaria que é você quem vai se casar e não eu.
Ele solta um gemido. — Não podemos? Hoje não.
— Tudo bem, não hoje, mas em breve. — Eu dou a ele um olhar
aguçado.
Já evitamos a conversa por tempo suficiente e deixei que ele e
Becky fizessem o que quisessem, mas serei amaldiçoado se deixar
meus melhores amigos continuarem nesse caminho por mais cinco
anos.
Pelo canto do olho, vejo um lampejo verde escuro. Virando-me,
vejo Mabel descendo os degraus da varanda em direção ao lago.
Foi uma das primeiras coisas em que Kate e eu concordamos;
queríamos fazer a cerimônia no lago. Kate queria um arco grande,
então papai, Bradley e eu construímos para ela e colocamos no meio
do cais. Hoje decoraram com tule e flores, e só Deus sabe o que
mais, mas até eu tenho que admitir que ficou lindo. Agora, se eu
pudesse conseguir minha noiva, isso seria incrível.
Você esperou nos últimos cinco anos; o que são mais cinco
minutos?
A tia de Kate sorri para mim enquanto se senta na primeira fila
ao lado da irmã.
Foi uma surpresa quando a mãe de Kate apareceu do nada.
Ninguém esperava que ela viesse, muito menos Kate, mas ela queria
estender o convite de qualquer maneira, então foi o que fizemos.
Não havia nada que ela pudesse me pedir que eu não fizesse por ela.
Inferno, se ela me pedisse para trazer a lua para ela, eu poderia
tentar fazer isso também. Isso é o quanto eu amo aquela garota.
— Acho que isso significa que ela está vindo? — Miguel
pergunta, puxando a gola da camisa.
— Ah, ela está vindo.
Não havia dúvida em minha mente. Kate foi minha única vez na
vida. Meu passado, meu presente e meu futuro, e eu sabia que era
dela também. Nós dois? Nós nascemos para ficar juntos.
A música começa ao longe e sinto arrepios de consciência
percorrerem minhas costas. Respirando fundo, me viro e vejo Penny
e Henry caminhando pelo corredor, e sinto aquele aperto familiar
em meu coração.
Ela está tão linda. Sempre a vi como uma luz para a escuridão
de Kate. Seu cabelo platinado está enrolado e balançando sobre os
ombros. E ela está usando um vestido rosa claro na altura do joelho
que brilha sob o sol e tem alguns detalhes floridos.
Ela me dá um sorriso brilhante enquanto Henry para por um
momento, sinalizando para ela que eles estão pisando no cais. O
arnês do pobre cachorrinho também está decorado com flores e
tecido rosa para combinar com o vestido de Penny, mas parece que
ele não se importa.
Dou um passo à frente, estendendo a mão. — Henry.
Ela segue o som da minha voz enquanto Henry a faz parar na
minha frente. — Eu fiz bem? — Ela sussurra, sua mão escorregando
na minha.
Quando encontrei Kate, também encontrei uma irmã mais nova
que nunca tive antes, em Penelope. De certa forma, pude vê-la
crescer e se tornar a jovem deslumbrante que é – teimosa,
independente, talentosa, confiante, inteligente, mas, acima de tudo,
gentil.
— Você foi incrível, — eu sussurro, puxando-a para um abraço.
— Agora, seis passos à direita e você chegará ao seu lugar.
Ela se afasta e acena com a cabeça. Eu a observo fazer
exatamente o que eu disse a ela, e só quando sei que ela está segura
é que me viro bem a tempo de ver Becky aparecer.
Miguel respira fundo quando seus olhos pousam nela. Ela está
com um vestido dourado que vai até o chão, que abraça cada curva
dela, e já posso ver mais de um par de olhos acompanhando cada
movimento dela. Becky sempre foi bonita, mas hoje ela está
deslumbrante e é dona disso.
— Isso, meu amigo, foi o que você perdeu quando foi embora,
— eu sorrio com conhecimento de causa.
Miguel grunhe alguma coisa, sem tirar os olhos dela por um
segundo. Ou ela dele, aliás. Enquanto Becky toma seu lugar do outro
lado do arco, os três mosqueteiros finalmente estão de volta ao
mesmo lugar.
Mas aí esqueço tudo dos meus melhores amigos porque a
música muda e toda a minha atenção vai para a casa.
Kate aparece e é como se eu tivesse levado um chute na cabeça
com uma bola de futebol novamente. Cinco anos. Cinco anos, e essa
garota, essa mulher, ainda me deixa sem fôlego, como fez na
primeira vez que coloquei os olhos nela.
Então ela não me conhecia, mas hoje ela está prestes a se
tornar minha para sempre.
Um sorriso se espalha em sua boca enquanto ela me observa,
e a necessidade de dizer dane-se tudo e correr para ela é
esmagadora, mas me forço a ficar parado.
Deus, ela está linda.
Isso não é novidade.
Para mim, Kate é sempre linda.
De manhã cedo, quando acordo para ir trabalhar, e o sol
aparece pelas cortinas iluminando seus cabelos escuros e seu rosto
sonolento, tarde da noite, quando nos sentamos enrolados no sofá
para assistir TV e qualquer outra coisa.
Seu vestido é simples, mas completo e totalmente ela. É mais
amarelo que branco e combina com o buquê de girassóis e
margaridas que ela tem na mão. Seu cabelo está puxado para trás,
apenas alguns fios enrolados em volta de seu rosto, sua boca
vermelha brilhando sob o sol do fim da tarde. Sua mão está segura
no cotovelo de seu pai enquanto ele a conduz pelo corredor em
minha direção.
— Ela está bonita? — A voz suave de Penélope me tira dos meus
pensamentos.
— A mulher mais linda que eu já vi, Pequena Adams, —
respondo honestamente no momento em que Kate para na minha
frente, aqueles olhos azuis brilhando de diversão.
— Quem entrega esta mulher? — pergunta o pastor, sua voz
reverberando no silêncio repentino.
Os olhos de Bradley encontram os meus. — Eu faço.
E então a mão dela está na minha, minhas terminações
nervosas chiam com a suavidade da sua pele, e é como se eu
pudesse finalmente respirar. Com ela aqui, é como se todas as peças
tivessem se encaixado mais uma vez e eu estivesse inteiro
novamente.
— Ei, Kitty, — eu sussurro, puxando-a para mim, meus lábios
roçando o topo de sua cabeça e inalando aquele cheiro familiar de
maçã que é tudo de Kate.
— A mulher mais linda que você já viu, realmente?
— Só estou dizendo a verdade, querida.
Sua mão toca meu peito enquanto ela olha para mim. — Você
também está bem, Sr. Santiago.
— É bom saber, — eu dou um sorriso para ela. — Pronta para
se tornar a Sra. Santiago?
Kate ri. — Sim, estou pronta.
— Bom. — Passando o polegar nas costas da mão dela,
viramos-nos para o pastor e o encontramos nos observando com um
sorriso. Ele levanta as sobrancelhas e eu dou-lhe um pequeno aceno
de cabeça.
— Queridos amados, hoje estamos reunidos aqui…
Suas palavras desaparecem quando olho para Kate, apenas
para descobrir que ela já está me observando. Seus olhos se
estreitam quando ela se volta para o pastor, mas eles se voltam para
mim de vez em quando. Não tenho certeza se o pastor também
percebe e desiste de nós ou se faz parte do protocolo, mas ele nos
diz para nos enfrentarmos.
Seguro as duas mãos de Kate enquanto repetimos nossos
votos, deslizando os anéis dourados correspondentes sobre nossos
dedos anulares.
— Eu os declaro marido e mulher, po...
Não espero ele terminar; Deslizando minha mão em suas
costas, puxo Kate para mim e selo minha boca contra a dela, sem me
importar nem um pouco que as pessoas estejam olhando. Não, eu
mergulho minha esposa e a beijo com tudo que tenho em mim,
selando a promessa que acabamos de fazer.
As pessoas comemoram quando eu a puxo para cima, minha
testa pressionada contra a dela.
— Uma vez na vida, Katherine Santiago.
Ela me beija mais uma vez. — Uma vez na vida, Emmett.
Capítulo Três
Katherine
Após a cerimônia, fomos inundados de convidados querendo
nos parabenizar. A mão de Emmett está firmemente em volta da
minha cintura, me segurando perto dele e não me soltando. E você
não vai me ouvir reclamar disso.
E depois há as fotos.
Tantas fotos.
Nós sozinhos, com nossa festa nupcial, família e amigos.
Quando terminamos, o sol já se pôs e alguém acendeu as luzinhas
cintilantes que os caras acenderam atrás do celeiro, dando ao lugar
uma aparência mágica.
Inclino minha cabeça contra o peito de Emmett, deixando
escapar um suspiro feliz ao ver nossos entes queridos já comendo,
dançando e conversando.
Emmett segura minha bochecha, inclinando minha cabeça
para trás, seus olhos encontrando os meus. Ele me encara por um
instante, como se estivesse me vendo pela primeira vez, seu dedo
esfregando suavemente minha bochecha, o ouro de seu anel
brilhando no canto dos meus olhos.
Meu marido.
Emmett finalmente é meu.
— Você está bem?
Abro um sorriso para ele. — Sim. Apenas cansada, só isso.
— Eu sinto você, querida. Vamos, vamos pegar algo para você
comer, — ele insiste, esfregando a palma da mão nas minhas costas.
Meu estômago ronca à menção de comida, entre vomitar antes
do casamento e o fato de não termos tido alguns segundos de tempo
livre já que não tive oportunidade de comer nada.
— Sim, acho que poderia comer alguma coisa.
— Você está me dizendo isso . Não sei sobre você, mas com
todo o trabalho que tivemos que fazer esta manhã, acho que não tive
tempo de colocar nada na boca.
— Ela também não, — Becky interrompe, juntando-se a nós
com um prato na mão quando chegamos à mesa do bufê. Ela me dá
um olhar aguçado antes de voltar sua atenção para Emmett. —
Certifique-se de alimentá-la.
— Esse é o plano.
Reviro os olhos para eles antes de pegar meu prato. Seleciono
cuidadosamente algumas coisas que acho que serei capaz de
engolir, certificando-me de respirar pela boca para evitar todos os
cheiros e uma possível ida ao banheiro.
Juntos chegamos à mesa onde nossos amigos já estão sentados
e comendo. Conversamos com eles enquanto terminamos o jantar,
e então Miguel se levanta, batendo a faca no vidro para chamar a
atenção de todos.
— Se eu puder ter um momento.
As pessoas se acalmam, os olhos se voltando para nós
enquanto Miguel pigarreia. — Como a dama de honra gentilmente
me informou, e se você conhece Becky, sabe que não quer irritá-la.
Confie em mim. Eu deveria saber, já que fiz minha parte fazendo
exatamente isso. — Mais risadas. — De qualquer forma,
aparentemente, como padrinho, devo fazer um discurso esta noite,
então, se você não estiver com vontade de ouvir, sugiro que se
levante e vá embora.
Emmett enrola um guardanapo e joga em seu melhor amigo. —
Você finalmente vai acabar com isso, Fernandez? Quero ir dançar
com minha esposa. Não que você saiba alguma coisa sobre isso, já
que você ainda está solteiro.
As pessoas caíram na gargalhada e não pude deixar de
participar.
— Ah, agora você conseguiu. Você sabe qual foi a primeira
coisa que seu menino de ouro fez no momento em que viu Katherine
aqui? Ele caiu de bunda, literalmente, e de forma nada espetacular.
Foi apenas uma tarde aleatória de agosto; estávamos no campo
praticando quando ele a viu. Assim que joguei a bola de futebol nele,
ela acertou-o bem na cabeça, mas acho que todos temos sorte de ele
ter uma cabeça dura, certo?
Eu rio, meus olhos encontrando os de Emmett, que também
está rindo enquanto balança a cabeça.
— Faz pensar se ele teria caído tão forte e tão rápido se não
fosse por mim, então acho que também sou parte da razão da
história de amor deles. Você não diria?
Aplausos irrompem da multidão, todas as pessoas sorrindo
amplamente. A mão de Emmett cobre a minha, apertando-a.
— Eu sei, eu sei. Eu sou o melhor amigo que ele poderia ter
pedido.
— Oh, eu tive muita sorte com você, — Emmett comenta
secamente.
— Claro que você fez. Mas brincadeiras à parte, nunca vi duas
pessoas mais perfeitas uma para a outra. A maioria das pessoas são
crianças aos dezessete anos, e quase ninguém pensa na vida fora do
ensino médio, mas mesmo assim, Emmett sabia que Kate era seu
futuro, sua vida, e ele não vacilou em seu caminho, nem uma vez.
Ele lutou por sua garota e no final a conquistou. — Seu olhar muda
para Becky por um momento, e eles apenas se encaram. Miguel
balança a cabeça e levanta o copo. — Para Kate e Emmett. Por muitos
mais anos juntos, cheios de amor. Desejo a vocês tudo de melhor,
pessoal.
Nossos convidados levantam as taças em um brinde, e eu faço
o mesmo, fingindo tomar um gole de champanhe, mas quando o
cheiro chega às minhas narinas, sinto meu estômago revirar.
Merda, agora não.
— Eu tenho que ir ao banheiro, — digo a Emmett, empurrando
minha cadeira para trás abruptamente enquanto me levanto. Todas
as cabeças se voltam para mim, então forço um sorriso enquanto
sinto um suor frio tomar conta de mim.
— Você está bem? Você parece um pouco pálida?
Concordo com a cabeça sem dizer nada enquanto me viro e
tento andar o mais discretamente possível em direção à casa. No
momento em que estou fora de vista, corro para a porta.
— Kate? — Ouço alguém chamar meu nome, mas não tenho
tempo a perder enquanto abro a porta do banheiro e entro. Mal
tenho tempo de apoiar as mãos no assento do vaso sanitário antes
de começar a vomitar.
Ótimo, simplesmente ótimo.
Quem deu o nome ao enjôo matinal era um idiota.
Provavelmente um homem também. Porque não há nada que ligue a
maldita coisa a uma hora específica do dia.
— Kate. — Becky bate na porta, sua voz sai abafada. — Você
está bem?
— T-tudo bem, — eu respiro enquanto solto um suspiro
trêmulo.
— Besteira, — Becky diz imediatamente. — O que realmente
está acontecendo? Você claramente não está bem.
— Só tive que usar o banheiro, só isso.
Pesando minhas opções, me levanto quando decido que não há
mais nada para eu vomitar e dou descarga.
— É por isso que você saiu com tanta pressa? Porque você teve
que fazer xixi?
Não percebo o tom de ceticismo em sua voz, mas não posso
contar a ela. Ainda não.
— Sim.
Abro a torneira, lavo as mãos enquanto olho meu reflexo no
espelho. Meu rosto está pálido, algumas gotas de suor escorrendo
pela minha testa. Meu cabelo está uma bagunça, alguns fios
enrolados em volta do meu rosto de tanto correr.
Pego minha escova de dente e lavo a boca com enxaguante
bucal para garantir, tentando ser o mais quieta e rápida possível
para que Becky não me ouça.
— Eu não acredito em você. — Há um baque suave contra a
madeira. — O que realmente está acontecendo? Esta é a segunda vez
hoje que você foge assim.
— Eu poderia dizer o mesmo.
Fechando a torneira, pego a toalha e seco as mãos antes de
tentar ficar apresentável.
— Você me viu fugindo hoje?
— Não, mas eu vi os olhares que você e Miguel estavam
trocando. Quando você começou a dormir com ele de novo?
— O-o quê? — Becky engasga, claramente desconcertada com
a minha pergunta.
— Oh, não aja como uma puritana. Eu conheço você muito
bem, Rebecca Williams, e você tem aquele brilho recentemente
fodido ao seu redor.
— Você está imaginando coisas.
— Mhmm… Se você disser isso várias vezes, você pode até
acreditar.
— Eu acredito! Além disso, estávamos falando sobre você e
você está fugindo da minha pergunta.
— Não estou.
— Mentirosa.
Virando-me, abro a porta. Becky cambaleia surpresa. Eu
apenas levanto minha sobrancelha para ela. — Bem, acho que
somos duas.
— Acho que sim, — Becky bufa.
Eu pego suas mãos nas minhas e dou-lhes um aperto firme. —
Em breve. Eu prometo. Tenho meus motivos.
Becky assente. — Eu sei. Eu só me preocupo.
Bem, você não é a única.
Ainda me lembro da expressão quase vazia no rosto de Becky
quando a vi pela primeira vez durante as férias escolares, quando
voltei para casa. Eu imediatamente soube que algo estava errado,
apenas para perceber, depois de ameaçar dar uma surra nela, que
ela e Miguel estavam separados há semanas, e ela nem ligou para
me contar. Uma parte de mim ficou ferida; a outra parte queria
colocar algum sentido nela. Becky era a primeira pessoa a intervir e
ajudar quando você estava se sentindo mal, mas quando ela
precisava de alguém, ela geralmente se fechava e raramente pedia
ajuda. Eu odiei isso. Eu odiava que minha amiga precisasse de mim,
mas nem percebi.
— Eu também me preocupo com você, — eu sussurro
suavemente. — Tem certeza de que sabe o que está fazendo? Você
esta…
— Eu sei como eu estava. Mas as coisas estão... — Becky solta
um suspiro. — Complicadas.
— Não são sempre? — Esfrego meu polegar nas costas da mão
dela. — Eu só não quero ver você se machucar de novo.
Eu adoro Miguel. Eu não poderia não adorar. Ambos eram
meus amigos, e doeu vê-los separados quando eu sabia que no
fundo eles estavam destinados a ficar juntos.
— Eu não vou. Eu não sou a garota que era no colégio. Desta
vez, eu sei exatamente no que estou me metendo. No final disso, ele
voltará para Dallas e eu ficarei aqui, e estou bem com isso.
Eu apenas a observo por um momento. — Você está mesmo?
— Eu estou. Este é o nosso adeus. Um verdadeiro adeus.
Becky força um sorriso, mas consigo ver através dele, e meu
coração dói pelos meus dois amigos. Quero que eles encontrem uma
maneira de resolver isso, mas sei que o que Becky está dizendo está
correto. Miguel nunca escolherá ficar aqui, e Becky nunca poderia
deixar sua família, não quando sua mãe precisava dela.
— Vamos, vamos levar você de volta ao seu noivo antes que ele
envie um grupo de busca.
Assentindo em concordância, saímos de casa e nos juntamos
ao resto dos convidados. Algumas pessoas foram embora, mas
ainda há uma quantidade razoável de convidados por aí.
Vejo Emmett com nossos amigos de faculdade, então deixo
Becky e me junto a eles.
Emmett estende o braço para mim e eu coloco o meu no dele,
deixando-o me puxar.
— Dois em cada três Ravens caíram; quando vocês dois estão
planejando se casar? — Jade pergunta a Callie e Hayden.
— Bem, tecnicamente, são dois contra dois, — ressalta
Hayden. — Você está se esquecendo de Prescott.
Jade revira os olhos. — Não estou esquecendo nada. Só estou
me recusando a pensar no homem quando ele não está por perto.
Ninguém precisa desse tipo de negatividade em suas vidas.
— Sério, estou surpresa que vocês dois ainda não tenham se
matado. — Callie balança a cabeça. — Mas, para responder à sua
pergunta, não temos pressa. Alguns de nós ainda temos a faculdade
para terminar e mais um ano de relacionamento à distância pela
frente.
Hayden geme, seus braços envolvendo a cintura de Callie. —
Não me lembre disso. Não estou pensando nisso porque ainda
teremos o verão todo juntos.
Só então, a música muda e Hayden gira Callie de brincadeira.
— Mas que tal começarmos com uma dança primeiro? Você quer
dançar comigo, anjo?
O sorriso de Callie se alarga. — Sempre.
Yasmin e Nixon juntam-se a Callie e Hayden enquanto se
dirigem para a pista de dança.
— É bom ter todos de volta no mesmo lugar, — murmuro,
observando nossos amigos dançarem juntos, com sorrisos iguais
em seus rostos.
— É, — Emmett concorda, seu queixo encostado no topo da
minha cabeça. — Não posso acreditar que não os veremos
novamente no outono.
Não, não faríamos. Depois de hoje, nossas vidas tomarão
direções completamente diferentes, com Yasmin e Callie
retornando ao campus para o último ano, enquanto Nixon e Hayden
vão jogar em seus times profissionais de futebol.
— Ainda temos o amanhã e depois disso encontraremos um
caminho.
— Sim, nós iremos.
Emmett desliza a mão para a parte inferior das minhas costas
e me puxa para ele, com um sorriso malicioso no rosto. — Você acha
que é muito cedo para fugirmos?
— Emmett! — Eu castigo. — Ainda temos convidados aqui.
Ele solta um gemido. — Certo. Que tal uma dança então? Quer
dançar comigo, Kitty?
— Eu faço.
Juntos caminhamos para a pista de dança. Deslizo em seu
abraço, meus braços envolvendo sua cintura, e coloco minha
cabeça contra seu peito, a batida constante de seu coração é uma
melodia bem-vinda em minha cabeça, forte e reconfortante.
É aqui que você pertence, sussurra em meu ouvido. Esta é a
sua casa.
Capítulo Quatro
Emmett
Eu não tenho certeza de quanto tempo Kate e eu balançamos ao
som da música. Uma música se transformou em duas; depois disso,
simplesmente parei de contar. Eu ficaria contente em ficar assim
para sempre, com Kate em meus braços, segura e protegida. As
pessoas gentilmente nos dão espaço para ficarmos juntos, e demoro
um pouco para perceber que somos os únicos que restam dançando
no quintal.
— Eu não posso acreditar que eles finalmente se foram, —
murmuro, deslizando minha mão nas costas dela e puxando-a para
mim.
Parece que toda a cidade de Bluebonnet veio para a festa, e a
maldita coisa durou horas. Ou talvez esteja tudo na minha cabeça,
já que a única coisa que eu queria era passar a noite com minha
esposa.
Minha esposa.
As palavras se acomodam em meu peito, o calor se espalhando
por mim.
Katherine Adams Santiago é minha esposa.
Alguns dias parece que ainda éramos aqueles garotos de
dezessete anos quando a desafiei a me beijar primeiro.
— Eu sei. Tem sido um longo dia.
Com a mão livre, coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha
dela antes de me inclinar e pressionar meus lábios contra sua testa.
— Você gostou do seu dia, Sra. Santiago?
— Nosso dia, — ela corrige, um sorriso se espalhando por seus
lábios enquanto ela inclina a cabeça contra meu peito. A música está
tocando suavemente ao fundo. Ainda me lembro de ouvir a música
Made, de Spencer Crandall, no rádio enquanto estávamos dirigindo
meu carro uma tarde. Isso me lembrou muito de nós, como se
estivesse contando nossa história. Kate foi feita para mim. Ela era
minha pessoa de todas as maneiras possíveis e eu não conseguia
imaginar minha vida sem ela. — É assim que você vai me chamar de
agora em diante?
— Claro que sim. Esperei muito tempo para tornar isso oficial.
— Muito tempo? Terminamos a faculdade há apenas um mês!
— Kate protesta.
Balanço a cabeça, rindo. — Se você tivesse me perguntado, eu
teria me casado com você há quatro anos sem piscar.
— O que? — Ela se afasta, aqueles lindos olhos violetas se
arregalando de surpresa com a minha confissão.
— Não sei por que você está tão chocada, Kitty. Esqueça o fim
do ensino médio. Eu teria me casado com você no dia em que te
conheci.
Ela me empurra de brincadeira. — Agora você está apenas
brincando comigo.
Pego a mão dela e levo-a aos meus lábios, beijando os nós dos
dedos logo acima da aliança de casamento dourada em seu dedo
junto com seu anel de noivado. — Eu não estou brincando com você.
Liguei para lá no primeiro dia em que te conheci. Eu simplesmente
sabia disso. Eu sabia que você foi feita para mim e faria tudo o que
fosse necessário para torná-la minha.
Kate balança a cabeça, mas seus olhos suavizam quando ela
olha para mim. — Eu te amo tanto, Emmett Santiago.
— Eu te amo mais, Kate Santiago. Agora e sempre. Você é
minha única na vida.
Essas quatro palavras são nossas desde que me apaixonei por
ela, por isso as gravamos em nossas alianças de casamento para
simbolizar nossa promessa mútua.
— Uma vez na vida, — ela repete, com os olhos cheios de
lágrimas.
— Ei, não chore. — Eu seguro seu rosto, passando meu polegar
sobre sua bochecha. — Vai ser uma boa vida.
— Não é por isso que estou chorando, — Kate funga.
— Então por que você está chorando no dia do nosso
casamento, Sra. Santiago? As lágrimas não parecem um bom
começo para o nosso casamento.
— Estas são boas lágrimas.
— Boas lágrimas? — Repito, cético quanto à resposta dela. No
meu livro, não há nada de bom em ver o amor da sua vida chorando.
— Sim, boas lágrimas. Estou chorando porque estou muito
grata e feliz por ter você. Estou muito feliz, Emmett.
— Feliz porque o casamento finalmente acabou?
Kate solta uma risada suave. — Bem, isso também, mas
também porque estamos juntos. Você e eu? Somos oficialmente uma
família. — Com outra fungada, ela se afasta. — Na verdade, tenho
uma surpresa para você.
Minhas sobrancelhas se levantam. — Achei que tínhamos
concordado em não oferecer presentes.
Na verdade, foi ela quem insistiu nisso. Aprendi desde cedo
que Kate não era o tipo de garota que esperava presentes. Foi por
isso que adorei dá-los a ela. Havia algo na forma como seus olhos se
iluminavam quando ela percebia que era para ela. Para ela, não
importava se eram algumas flores silvestres que colhi no campo ou
um colar que ganhei de aniversário.
— Nós fizemos, — ela concorda. — Mas esse é diferente.
— Tudo bem... — Começo a ir atrás dela, mas ela balança a
cabeça. — Fique onde está.
— Você está me deixando preocupado agora, Kitty.
Ainda assim, não movo um músculo quando Kate vai até uma
das mesas e pega uma caixa branca bem embalada com uma fita
antes de se juntar a mim novamente e me entregar a caixa.
— O que é isso?
Com os olhos ainda nos dela, dou uma pequena sacudida na
caixa, mas o que quer que esteja dentro dela permanece quieto.
— Você terá que abri-lo para descobrir, — diz Kate, apertando
e soltando as mãos nervosamente enquanto mordisca o lábio
inferior.
— Isso parece ameaçador, — eu digo, meio brincando.
Não tenho ideia do que poderia haver dentro dela para deixá-
la tão nervosa. Mas acho que estou prestes a descobrir. Ainda
sustentando seu olhar, puxo um lado do laço, o material sedoso se
desembaraçando facilmente. Então abro a tampa e olho para baixo.
Pisco, sem saber se estou vendo corretamente. Olhando para
cima, encontro os olhos preocupados de Kate antes de mudar meu
olhar para a caixa mais uma vez, minha boca aberta.
Não sei o que esperava, mas não era isso.
De jeito nenhum.
Minhas mãos normalmente firmes tremem quando coloco a
caixa em uma mão, para que eu possa puxar a pequena foto em
preto e branco com a outra e apenas olhar para ela.
— O-o quê? — Eu olho para ela antes de olhar para a foto mais
uma vez. — Como?
Kate solta uma risada nervosa. — À moda antiga.
Eu engasgo com minha risada. — Acho que há algo a ser dito
sobre isso. Quanto tempo?
— Dez semanas. Eu descobri na semana passada.
Minha garganta aperta quando passo o polegar pela pequena
foto em preto e branco antes de colocá-la delicadamente de volta na
caixa. Fecho a tampa e envolvo Kate com meu braço livre,
enterrando minha cabeça na lateral de seu pescoço. — Droga, Kate.
Um bebê.
Vamos ter um bebê.
— Você está bem?
— Bem? — Eu me afasto, minha testa pressionando a dela. —
Estou fodidamente em êxtase. Vamos ter um bebê. — Passo minha
mão pelas costas dela, segurando seu pescoço enquanto minha
boca cai sobre a dela em um beijo duro. — Eu te amo, Kate. De
maneira assustadora.
— Você não acha que é muito cedo? Existe tão...
— De jeito nenhum. — Pressiono minha boca contra a dela,
parando tudo o que ela quer dizer. — Eu te amo. Isto é perfeito. Você
é perfeita. Este é o melhor presente que você poderia ter me dado,
Kitty. Quero dizer isso.
Com mais um beijo, eu me afasto e fico de joelhos para ficar no
nível dos olhos de sua barriga ainda plana – uma barriga que carrega
nosso bebê. Colocando minhas mãos em sua cintura, me inclino e a
beijo também. — Você vai ser tão amado, pequena. Tão loucamente
amado.
— Emmett...
Olhando para cima, encontro lágrimas escorrendo pelo rosto
de Kate. Levantando minha mão, eu as afasto. — Vocês dois são.
Nossa pequena família.
— Todo mundo vai pirar quando contarmos a eles.
— Ninguém sabe?
Kat balança a cabeça. — Becky está suspeitando com certeza,
mas eu não queria contar nada a ninguém até contar a você. Eu
queria que você fosse o primeiro a saber que vai ser pai.
— Um pai. — Eu apenas fico olhando para ela, aquela palavra
ecoando na noite tranquila. — Eu vou ser pai. — Eu nem percebi o
quanto eu realmente queria isso. Quer dizer, eu sabia que um dia
queria ter filhos com Kate, mas parecia uma coisa tão abstrata. Algo
que vai acontecer eventualmente, mas agora que está aqui, eu não
poderia estar mais feliz.
— Obrigado. — Ficando de pé, eu a puxo para um abraço,
minha mão deslizando para sua barriga. — Quero ir com você para
sua próxima consulta. O que você acha que vamos ter?
— Em um mês. Eu não sei, e eu realmente não me importo,
desde que o bebê seja saudável, — Kate diz, com um grande sorriso
que combina com o meu brilhando em seu rosto.
— Eu quero uma garota. Com todo aquele cabelo rebelde e
grandes olhos azul-violeta.
Kate ri. — E se for um menino?
— Nós apenas teremos que continuar tentando, — eu balanço
minhas sobrancelhas de brincadeira. — Terá que ser uma menina,
certo?
Sua boca se abre. — Você não pode estar falando sério.
— Ah, estou falando sério.
Certificando-me de que a caixa não caia da minha mão, levanto
Kate em meus braços e vou em direção à nossa casa.
— Emmett! — Kate ri enquanto envolve os braços em volta do
meu pescoço.
— Na verdade, acho que deveríamos começar a praticar agora.
Obter uma vantagem inicial, apenas por precaução.
Kat balança a cabeça. — Ah, não, você não.
Levanto a sobrancelha enquanto empurro a porta dos fundos
com o pé. — Eu não posso praticar?
— Você pode praticar o quanto quiser, mas não carregarei o
time de futebol neste corpo.
— Por que não? Acho que você ficará linda grávida quando sua
barriga ficar redonda.
Eu já podia ver isso na minha cabeça. Kate com uma barriga
grande. Kate com um pequeno pacote nos braços. Ela será uma mãe
maravilhosa.
Entrando em nosso quarto, ligo o interruptor, a luz fraca
ilumina nosso quarto. Alguém veio limpar depois que Kate se
preparou. Os lençóis eram novos, com pétalas de rosa cobrindo a
cama.
— Estou falando sério, Emmett. Não vou criar um time de
futebol inteiro. Você pode conseguir dois.
— Cinco, — respondo instantaneamente, colocando a caixa
suavemente na mesa de cabeceira antes de colocar Kate de pé. Tiro
minha gravata, jogando-a fora junto com meu paletó.
— Três. — Os olhos de Kate brilham de desejo enquanto ela me
observa desabotoar a camisa. — E essa é a sua oferta final, Sr.
Santiago.
— Tem certeza? — pergunto, agarrando as costas da minha
camisa e puxando-a pela cabeça.
Kate cantarola, seu olhar colado em meu abdômen. — Eu sei o
que você está tentando fazer e não está funcionando. Já vi de tudo,
Sr. Santiago. Na verdade, se entendi direito, — ela se aproxima, suas
mãos percorrendo minha pele em chamas. — Tudo isso? Já é meu.
Três filhos. É pegar ou largar.
— Certo. Três. Agora... — Eu a viro de costas para mim, minha
boca dando um beijo na lateral de seu pescoço. — Vamos praticar,
Sra. Santiago.
Lentamente, desço os botões de suas costas, cada movimento
do meu pulso revelando um novo pedaço de pele. Beijo centímetro
por centímetro de suas costas, aproveitando os pequenos arrepios
que passam por ela enquanto minha respiração faz cócegas em sua
pele.
— Eu queria fazer isso desde o momento em que te vi, — eu
sussurro enquanto gentilmente a viro de frente para mim, ajudando-
a a tirar o vestido e deixando-o cair no chão.
— Você odiou tanto o vestido? — Kate pergunta brincando.
Observo seu corpo quase nu. Ela está usando um sutiã de
renda branco imaculado, com os seios transbordando, e uma
calcinha combinando. Olhando para ela agora, eu já podia ver as
mudanças sutis em seu corpo; como não os notei até agora, nunca
saberei.
— Oh, eu adorei o vestido, mas eu te amo mais por causa dele.
— Meus olhos percorrem ela, observando cada centímetro de seu
corpo. — Muito mais, — eu sussurro, meus olhos caindo no chão.
E botas.
Malditas botas de cowboy do tipo foda-me.
Deixo escapar um gemido alto e posso ouvir Kate rir. — Você
gosta disso? — ela estende a perna, exibindo as malditas botas.
Pegando-a, coloco-a na cama. — Estamos mantendo isso.
Pressionando meu joelho no colchão, me inclino e a beijo. Kate
solta um gemido suave, seus braços envolvendo meus ombros
enquanto ela me puxa para mais perto. Deixo a minha mão deslizar
pelo seu lado, sentindo a curva do seu corpo, a sua barriga ainda
lisa, a plenitude dos seus seios.
Suas costas se curvam para fora do colchão, então aproveito o
momento para desabotoar seu sutiã. Interrompendo o beijo, Kate
solta um pequeno suspiro de alívio. — Isso é bom.
— Eu nem fiz nada ainda, — eu rio, deslizando minha boca por
seu pescoço, lambendo e mordiscando enquanto minhas mãos
seguram seus seios fartos, fazendo-a gemer. — Machuca?
— Um pouco, — ela admite. — Eles têm estado tão sensíveis
ultimamente.
Inclinando-me, pressiono minha boca contra o vale entre seus
seios antes de passar para o direito e chupar suavemente seu
mamilo.
Os dedos de Kate cavam em meus ombros enquanto ela
empurra meu toque, seu mamilo endurecendo quase
instantaneamente. Provoco-a um pouco mais antes de mudar para o
outro seio, repetindo o processo novamente.
— Merda, Emmett, eu preciso...
Sua respiração falha quando eu passo meus dentes sobre a
carne sensível, recuando. — O que você precisa, querida?
Ela aperta meus ombros antes de mover as mãos para cima,
seus dedos deslizando em meu cabelo. — Você.
— Eu sou todo seu.
Cada parte de mim é dela.
Sempre foi e sempre será.
Deixo minhas mãos deslizarem por seu corpo e não posso
deixar de imaginar como será em poucos meses. Como me divertirei
conhecendo cada nova curva enquanto traço beijos em sua barriga
até chegar ao calor úmido entre suas pernas.
— Emmett, — Kate geme alto enquanto eu dou minha primeira
lambida. Os seus dedos apertam o meu cabelo, as suas pernas
apertam à volta da minha cabeça enquanto eu chupo e lambo a sua
boceta. Ela gira debaixo de mim, sua abertura pulsando com
necessidade até que eu deslizo um dos meus dedos dentro dela,
depois dois, sentindo-a esticar-se em torno deles enquanto minha
boca envolve seu clitóris e chupa o pequeno broto.
Seu orgasmo vem forte e rápido. Eu fico com ela, fodendo-a
suavemente com meus dedos e boca enquanto ela surfa na onda e
lentamente volta à terra.
Com uma lambida final, eu me afasto, pressionando meus
lábios na parte interna de sua coxa, em sua barriga, até que estou
pairando sobre ela, minha boca esmagando a dela em um longo
beijo.
Kate pressiona as mãos contra meu peito, me empurrando
para trás, então eu rolo para o lado, deixando-a subir no meu colo.
Ela me beija, seus dedos desabotoando minhas calças e
empurrando-as pelas minhas pernas antes de subir de volta em
mim, meu pau aninhado perfeitamente entre suas pernas. Ela
balança contra mim, seu calor úmido deslizando sobre mim.
— Você está me matando, mulher, — eu gemo, minhas mãos
agarrando seus quadris.
— Foi você quem quis praticar, — brinca Kate. — Quando meu
estômago estiver maior, teremos que encontrar maneiras diferentes
para que você não me esmague.
O canto do meu lábio se inclina para cima. — Isso é um desafio?
Porque eu sou totalmente a favor.
— Eu tenho certeza que você é. — Sua mão desliza entre nossos
corpos, seu punho envolvendo meu pau e dando-lhe algumas
bombadas. — Mas este é o meu show esta noite.
Com isso, ela se abaixa sobre meu pau lentamente até que cada
centímetro meu esteja enterrado profundamente dentro dela.
— Foda-se. Este pode ser o seu show quando você quiser, Kitty.
Basta dizer a palavra. — Minhas palmas deslizam para sua bunda,
dando-lhe um tapa suave. — Vamos, querida. Monta.
Ela não precisa ser informada duas vezes. Apoiando as mãos
nos meus ombros, Kate se levanta, minha ponta mal tocando sua
entrada antes de ela bater na base. Seu cabelo cai em cascata ao
redor de seu rosto, então eu o puxo para trás, enrolando-o em meu
pulso enquanto a observo encontrar seu ritmo, meus quadris
combinando com os dela enquanto beijo cada centímetro de sua
pele que posso alcançar. Minha mão livre está apertando seu seio e
beliscando seu mamilo. Meus lábios mordiscam a lateral de seu
pescoço, seus seios, sua boca.
A sua boceta aperta à minha volta, e posso sentir o meu próprio
corpo reagir à medida que a pressão aumenta na parte de trás da
minha coluna. Seus movimentos ficam mais rápidos, seu clitóris
esfregando-se contra mim toda vez que ela me leva tão
profundamente, me segurando com tanta força.
— É isso, querida, — eu sussurro, enterrando minha cabeça na
curva de seu pescoço. — Faça você mesma gozar. Quero ver você
desmoronar novamente.
Puxando a cabeça para o lado, seus olhos vidrados encontram
os meus antes de eu esmagar minha boca contra a dela. Apoio minha
mão no colchão, levantando meus quadris quando ela abaixa os
dela, nossos movimentos combinando, impulso após impulso. Forte
e rápido, quase desesperado. Posso sentir sua boceta apertando o
meu pau quando seu orgasmo a atinge um momento depois.
Engolindo seu grito, emaranho minha língua com a dela e nos rolo
até estar acima dela, perseguindo minha própria liberação. Todo o
meu corpo endurece quando começo a ejacular dentro dela. Tento
tirar meu peso de cima dela, mas ela me puxa para baixo, nossos
corpos escorregadios se moldando enquanto descemos do alto, nós
dois respirando com dificuldade.
Desembaraçando minha mão do cabelo de Kate, eu afasto-a de
seu rosto. Suas bochechas estão coradas com uma expressão
saciada no rosto.
— Agora você é oficialmente minha.
— Eu sou sua há muito tempo.
— Alguns dias, temo que uma vida inteira com você não seja
suficiente. — Inclinando-me, pressiono suavemente minha boca
contra a dela. — Eu te amo, esposa.
— Não tanto quanto eu te amo, marido.

FIM
Muito obrigado por ler Once in a Lifetime! Espero que tenham
gostado deste conto extra. Se você quiser saber o que acontece com
Penelope, leia a história dela em Kiss Me Tenderly.
Ordem de Leitura
✓ Kiss Me First (Blairwood University e Bluebonnet Creek #0)
✓ Kiss To Conquer (Blairwood University #1)
✓ Kiss To Forget(Blairwood University #2)
✓ Kiss To Defy(Blairwood University #3)
✓ Kiss Before Midnight (New York Knights/Blairwood University
3.5)
✓ Kiss To Remember (Blairwood University #4)
✓ Kiss To Belong (Blairwood University #5)
✓ Kiss Me Forever (Blairwood University #5.5)
✓ Kiss To Tempt (Blairwood University #5.6)
✓ Kiss To Shatter (Blairwood University #6)
✓ Kiss to Salvage (Blairwood University #7)
✓ Kiss To Heal (Blairwood University #7,5) - Faz parte da
Anthology Fight Like a Girl
✓ Once in a Lifetime (Blairwood University #7,6) - Faz parte da
Anthology Still Here
✓ Kiss Me Tenderly (Blairwood University #8) EM BREVE

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