Você está na página 1de 162

FISIOLOGIA

HUMANA
1

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Sumario

Membranas Biológicas e Mecanismo de transporte........................... 3

Sistema Linfático........................................................................................11

Sistema Renal.............................................................................................. 15

Transmissão do impulso elétrico em fibras nervosas .....................25

Sinapses ........................................................................................................34

Sistema Nervoso central .........................................................................35

Medula Espinhal ..........................................................................................47

Sistema nervoso Autônomo (SNA) .......................................................58

Fisiologia Muscular ....................................................................................62

Sistema Cardiovascular............................................................................84

Sistema Endócrino ...................................................................................109

Sistema Respiratório .............................................................................. 117

Sistema Digestório .................................................................................. 131

Sistema Reprodutor ................................................................................137

Bioenergética ............................................................................................145

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Membranas Biológicas e mecanismo de transporte

Membrana Biológica ou Celular

A membrana celular ou biológica que envolve completamente as células


corporais é constituída quase que exclusivamente de proteínas e lipídios. Essa
membrana é formada por dupla camada lipídica, com grandes números de
moléculas de proteínas flutuando na bicamada, e às vezes, atravessando toda
a espessura da membrana.
A dupla
camada lipídica
atua como uma
barreira que
impede o livre
movimento das
substâncias para
dentro e fora da
célula. Assim
sendo, possibilita
dois meios: meio
intracelular paço
físico dentro da
célula) e meio
extracelular.
Tanto o meio
extracelular,

quanto o intracelular, possuem mesmas substâncias, mas com diferentes


concentrações. Por exemplo:
TABELA 01. Algumas substâncias e suas concentrações entre os meios

Para que a célula se mantenha em equilíbrio (homeostase), as


concentrações dessas substâncias terão que ser mantidas em valores muito
próximos aos encontrados no quadro anterior. Mas, a membrana não é
totalmente impermeável, possibilitando que algumas substâncias desloquem de
um meio para o outro e conseqüentemente alterando a homeostase da célula.
As substâncias que apresentam uma facilidade deslocar pela membrana, são
3

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


em sua maioria lipossolúveis (se dissolvem em meio lipídico) e a água. Outras,
que são hidrossolúveis (se dissolvem em meio aquoso) não apresentam a
mesma facilidade.

Os mecanismos que essas substâncias utilizam para deslocarem pela


membrana e a estratégia que a membrana utiliza para normalizar essas
concentrações recebem dois nomes: TRANSPORTE PASSIVO e
TRANSPORTE ATIVO.

TRANSPORTE PASSIVO ou DIFUSÃO

Todas as moléculas e íons dos líquidos corporais estão em movimento


constante, no qual cada molécula possui seu movimento particular. É
denominado de difusão esse movimento contínuo das moléculas entre si, nos
líquidos e nos gases. A grande característica da Difusão é o sentido da direção
do movimento das moléculas, o movimento sempre será do meio mais
concentrado para o meio menos concentrado, isto é, a difusão é sempre a
favor do seu gradiente de concentração, ou eletroquímico ou de pressão.
Sendo portanto, SEM GASTO DE ENERGIA. Existem 4 tipos diferentes de
difusão: simples, por carreadores, por canal protéico e osmose.

A. Difusão Simples
Algumas substâncias têm a
capacidade de difundirem-se pela
porção lipídica da membrana celular
sem a necessidade de qualquer meio
de transporte. Essas substâncias
simplesmente atravessam a camada
lipídica, são elas: oxigênio (O2), dióxido
de carbono (CO2), ácido graxo
(gordura) e álcool. Assim sendo, essas
substâncias apresentam uma
característica importante: alta
solubilidade em lipídios.
B. Difusão Facilitada ou por
Carreadores
As proteínas que constituem a
membrana celular interrompem a sua
continuidade e possibilita canais
estruturais (também denominados de
poros) pelos quais podem difundir
determinados tipos de substâncias.
Além desses canais, essas proteínas
possibilitam a formação de
determinados tipos de carreadores
(estruturas transportadoras). Ambas
estruturas, canais ou carreadores,
permitem o deslocamento de
substâncias impermeáveis pela
membrana nos dois sentidos (para fora
e para dentro da célula).
4

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


A difusão facilitada se faz por meio de uma proteína carreadora que
transporta as substâncias glicose e Aminoácido (Aa).

O mecanismo funciona da seguinte maneira: o carreador está situado na


membrana celular e apresenta em sua estrutura um ponto de fixação (binding
site) que possui afinidade ou a glicose ou Aa. Sendo assim, a molécula a ser
transportada uniu-se a ponto de fixação, ao fazê-lo, altera a estrutura do
carreador que a desloca para dentro célula. Após, esse transporte, a molécula
transporta se solta, a alteração estrutural do carreador se desfaz e reinicia o
processo. Vale ressaltar que, não há gasto de energia e tanto a glicose quanto
os AAs são transportados sempre do meio mais concentrado para o menos.
Um detalhe importante é que o carreador da glicose não possui afinidade aos
AAs e vice-versa, portanto, cada molécula possui seu próprio meio de
transporte. As figuras abaixo são exemplos dessa difusão.

C. Difusão pelos Canais Protéicos

Além de formar carreadores, as proteínas que constituem a membrana


celular podem formar canais denominados de canais protéicos. Esses canais
são um conjunto de moléculas de proteínas que possibilitam um canal (um
túnel) pela membrana, permitindo o transporte de determinadas moléculas. Os
canais possuem uma característica importante, a permeabilidade seletiva. As
próprias formas, diâmetro e natureza das cargas elétricas ao longo da
superfície dos canais possibilitam esse fenômeno. A figura abaixo apresenta
uma idéia de como é o mecanismo.

Pode-se observar que o canal aberto (open íon channel) possibilita o


transporte do íon, após esse ser efetuado, o canal se fecha (closed ion
channel). Existem canais específicos para determinados íons. Dentre os
variados íons, os mais representativos são: sódio e potássio. Observe a figura
abaixo:

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Como vimos na figura, o canal do sódio possui diâmetro ideal para o íon
e a superfície interna deste canal é revestida de cargas elétricas negativas.
Essa carga negativa atrai o íon e juntamente com o seu diâmetro, possibilita a
difusão do mesmo. Na parte inferior da figura mostra o canal do potássio. A
diferença entre o canal do potássio e o do sódio é que: o canal do potássio não
apresenta cargas elétricas e o seu diâmetro permite a passagem do íon. A
permeabilidade seletiva desses canais é controlada por prolongamentos da
própria molécula de proteína transportadora (comportas), que podem ocluir ou
abrir a passagem.

D. Osmose
Osmose é a difusão da molécula
de água pela membrana celular. A
água, por ser o solvente universal
difunde pela membrana sem
necessitar de qualquer canal ou
carreador, e em uma velocidade
muito grande. Assim denomina-se
movimento efetivo, a diferença entre
a difusão para o meio interno em
relação ao meio externo.
E. Fatores que influenciam a
cinética da Difusão
Alguns fatores podem alterar a
cinética da difusão, tornando-a mais
lenta ou acelerando-a. Para
entender melhor, observe a fórmula
que se segue.

A diferença de concentração (ou simplesmente o uso de concentração),


é a diferença na quantidade de qualquer substância entre dois meios (podendo
ser meio intra ou extra celular). Área de secção reta, é o espaço pelo qual
ocorrerá a difusão (seria o tamanho "porta" pelo qual ocorrerá a difusão). A
difusão será maior em ambientes quentes, locais com temperaturas elevadas
aceleram o movimento das moléculas.

A distância corresponde o percurso que a molécula irá percorrer para


difundir, isto é, à distância entre os dois meios. E o peso molecular refere-se ao
próprio peso da molécula, moléculas muito pesadas dificultam os seus
transporte. Assim sendo, a diferença de concentração, área de secção reta e
temperatura são diretamente proporcionais, isto é, esses fatores aumentando,
aceleram a difusão.
6

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Os demais, distância e peso molecular são inversamente proporcionais,
e portanto, a diminuem.

TRANSPORTE ATIVO

Estudando difusão podemos concluir que não é possível uma molécula


difundir contra o seu gradiente. No entanto, ocorrem determinadas situações
nos quais uma determinada substância difunde-se contra seu gradiente, por
exemplo: uma substância em concentração reduzida no líquido extracelular e
mesmo assim, há necessidade de concentração elevada no meio intracelular.
Ou ainda, substância que difunde para o meio intracelular e há necessidade de
sua remoção, mesmo que apresente reduzida concentração no meio
intracelular em relação ao extracelular. Esse transporte de substância contra
seu gradiente denomina-se de TRANSPORTE ATIVO. Podemos caracterizá-lo
como um transporte que GASTA ENERGIA e utiliza CARREADORES. Como
ocorre na difusão facilitada.
As proteínas carreadoras se
estendem por toda a espessura da
membrana e nesse caso, transporte
à substância contra o gradiente como
uso de energia. A figura abaixo busca
explicar como ocorre o transporte
ativo. Na figura a letra E representa
enzima e a letra E a fonte de energia.
Como também, o circulo branco
representa o carreador e o cinza a
molécula a ser transportada.
Seguindo o sentido da numeração
pode-se entender melhor esse
modelo:

1. A molécula a ser transporta combina-se com o seu carreador (complexo


molécula-carreador), tanto no transporte ativo quanto na difusão facilitada, os
carreadores são específicos.
2. Com o acoplamento, ocorre a alteração na estrutura do carreador e esse
inicia o transporte da molécula, que nesse estudo para dentro da célula.
3. Ao chegar na parte interna da membrana, a enzima E, atua sobre o
complexo molécula carreador, separando a molécula de seu carreador.
4. Com a separação, o carreador retorna a sua forma original onde não
apresenta afinidade à molécula. A ação da enzima e a separação da molécula
tornam o carreador inativo. Nessa fase, a molécula foi transportada para dentro
da célula.
5. O carreador inativo retorna a parte externa da membrana.
6. Para tornar-se novamente ativo, o carreador é ativado por um processo que
requer energia. Reiniciando o transporte ativo.

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


A. Bomba de Sódio e Potássio

As concentrações de
Na+ e K+ são diferentes
(Tabela 01) entre os meios, e
assim sendo, tendem a
difundir através dos
canais protéicos para dentro e
fora da célula,
respectivamente.
Caso ocorra, a homeostase da
célula se perde. Para que não
ocorra essa perda da
homeostase, a célula utiliza
um transporte ativo
denominado de K+ bomba de
Na+e . A intensidade dessa
bomba é suficiente para
retornar as concentrações aos
valores ideais.
Sendo um meio de
transporte, a bomba de Na+ e
K+ possui duas proteínas
carreadoras, a menor sem
função conhecida e a maior,
apresenta 3 sítios específicos.

1. A parte voltada para o meio interno da célula possui um sítio com afinidade a
3 íons Na+,
2. A parte voltada para o meio exterior da célula possui um sítio com afinidade
a 2 íons K+ e
3. A parte próxima ao sítio de afinidade ao Na+ apresenta atividade energética
(ATPase).

Quando na porção interna da proteína fixarem 3 Na+ e na porção externa


2 K+, esse íons são transportados para o meio externo e meio interno,
respectivamente. Após o transporte, utiliza-se energia da molécula do ATP
para ativar a proteína para no transporte.

B. Bomba de Cálcio

O íon cálcio é muito importante para o mecanismo de contração


muscular, tanto esquelética quanto miocárdica. No coração a [Ca++] no meio
intracelular é insuficiente para promover a contração do coração, e elevada no
meio externo.

Assim sendo, o Ca++ difunde-se para o meio interno. Porém, ainda


assim, é insuficiente. Dentro do citoplasma da célula, existe uma organela
denominada de retículo sarcoplasmático que é rico em Ca++, que também,
permitirá a difusão desse íon para o citoplasma. Com o Ca++ do meio
8

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


extracelular mais o Ca++ do retículo, a concentração desse íon é suficiente
para promover a contração do coração.

Após a contração, o íon Ca++ deverá retorna aos seus respectivos


locais de origem, entrando em o transporte ativo do Ca++. A bomba de Ca++
apresenta características importantes:

1. a bomba de Ca++ é encontrada em 2 locais, nas membranas celulares e nas


membranas do retículo sarcoplasmático (mitocôndrias);
2. sua função é só transportar Ca++ do meio intra para dentro do retículo (e
mitocôndrias) e para o meio extra.

TRANSPORTES ATIVOS SECUNDÁRIOS

São denominado de transportes ativos secundários, 3 mecanismo que


não apresentam as mesmas características das bombas e das difusões que
estudamos anteriormente. Mas, são de extrema importância para a nossa
sobrevivência.

A. Co-transporte de Sódio com Glicose ou Aminoácidos

Nas células intestinais a glicose e os aminoácidos (Aas, estruturas que


irão formar as proteínas) são absorvidos do bolo alimentar por meio de uma
proteína carreadora que utiliza o transporte do sódio. A energia para esse
transporte não vem do ATP, mas sim da diferença do gradiente de
concentração desse íon entre os meios.

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


A proteína transportadora está localizada na membrana da parede do
intestino e apresenta dois sítios de fixação. Sendo um deles para o Na+ e o
segundo para a glicose ou para o Aas.

Para o transporte da glicose ou Aas, se um íon Na+ fixar em seu sítio.


Assim sendo, somente há transporte se obrigatoriamente tiver um íon Na+
fixado no carreador. Observe a figura abaixo:

Pela figura, a glicose é transporta junto com o sódio, difundindo do


intestino (intestinal lumem) passando pela membrana, para dentro da corrente
sangüínea (capillary).

B. Contra-transporte ou antiporte

Esse transporte é muito comum nos rins, onde o organismo necessita


excretar hidrogênio (H+) para formar a urina e não alterar o pH. O mecanismo
desse transporte funciona da seguinte maneira, o movimento de uma
substância em uma direção fornece energia para o movimento acoplado de
uma segunda na direção oposta. O contra-transporte é muito comum, quando é
excretado o H+ e absorvido o Na+.

C. Transporte Dependente

Ocorre também nos rins, onde o organismo absorve um íon de carga


positiva juntamente com um de carga negativa, sem alterar as cargas elétricas.
Esse transporte é realizado quando os rins absorvem o Na+ junto com o
cloro(Cl ).

10

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


SISTEMA
LINFÁTICO
Sistema paralelo ao
circulatório, constituído por
uma vasta rede de vasos
semelhantes às veias (vasos
linfáticos), que se distribuem
por todo o corpo e recolhem
o líquido tissular que não
retornou aos capilares
sangüíneos, filtrando-o e
reconduzindo-o à circulação
sangüínea.

Os vasos do sistema
linfático interagem com três
sistemas fisiológicos:
cardiovascular, digestório
e imune. É constituído pela
linfa, vasos e órgãos
linfáticos.

Funções:

-Devolve fluidos e proteínas


filtrados para fora dos
capilares para o sistema
circulatório;
-Transportar as gorduras
absorvidas no intestino
delgado (quilomicrons) e
transferir para o sistema
circulatório;
-Filtro para auxiliar na
captura e destruição de
patógenos externos.

O sistema linfático é estruturado para o transporte do fluido intersticial


dos tecidos para dentro da circulação.

A cada 24h o coração bombeia 8.400L de sangue. Dos 20L que filtram
os capilares para os tecidos, cerca de 16 a 18L retornam a circulação através
da reabsorção capilar, deixando 2 a 4L retornarem pelo sistema linfático.

Quando fluido tissular escapa dos capilares sanguíneos, contendo


proteínas plasmáticas são retirados pelas capilares linfáticos. A rede de vasos
linfáticos devolve fluido para a circulação por meio de conexões com grandes
veias. O fluxo é unidirecional, (para fora dos tecidos, na direção das veias).

11

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Estrutura dos vasos linfáticos

Os capilares linfáticos são compostos por uma camada única de endotélio


achatado, mais fino do que o sanguíneo. Fendas grandes entre as células,
permitem que fluidos, proteínas intersticiais e partículas importantes como
as bactérias, sejam removidos para dentro do capilar linfático pela ação
do volume do fluxo. Uma vez dentro do sistema linfático, o fluido é
denominado LINFA.

Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do


corpo. Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que
terminam em dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa
procedente da parte inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço
esquerdo e de partes do tórax) e o duto linfático (recebe a linfa procedente do
lado direito da cabeça, do braço direito e de parte do tórax), que desembocam
em veias próximas ao coração.

Linfa: líquido que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é


semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter glóbulos
brancos dos quais 99% são linfócitos. No sangue os linfócitos representam
cerca de 50% do total de glóbulos brancos.

Órgãos linfáticos: amígdalas (tonsilas), adenóides, baço, linfonodos ( nódulos


linfáticos) e timo (tecido conjuntivo reticular linfóide: rico em linfócitos).

Amígdalas (tonsilas palatinas): produzem linfócitos.

Timo: órgão linfático mais desenvolvido no período pré-natal, involui desde o


nascimento até a puberdade.

Linfonodos ou nódulos linfáticos: Órgãos linfáticos


mais numerosos do
organismo, cuja função é a
de filtrar a linfa e eliminar
corpos estranhos que ela
possa conter, como vírus e
bactérias. Nele ocorrem
linfócitos, macrófagos e
plasmócitos. A proliferação
dessas células provocada
pela presença de bactérias
ou substâncias/organismos
estranhos determina o
aumento do tamanho dos
gânglios, que se tornam
dolorosos, formando a
íngua.

12

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


O baço produz, controla,
armazena e destrói células
sangüíneas. Trata-se de um
órgão esponjoso, macio e de cor
púrpura, quase do tamanho de
um punho e localizado na região
superior esquerda da cavidade
abdominal, logo abaixo das
costelas. O baço funciona
como dois órgãos. A polpa
branca faz parte do sistema de
defesa (sistema imune) e a
polpa vermelha remove os
materiais inúteis do sangue
(p.ex., eritrócitos defeituosos).
Certos leucócitos (linfócitos)
produzem anticorpos protetores
e têm um papel importante no
combate às infecções.
.

Os linfócitos são produzidos e amadurecem na polpa branca. A polpa


vermelha contém outros leucócitos (fagócitos) que ingerem o material
indesejado (p.ex., bactérias ou células defeituosas) do sangue circulante.

A polpa vermelha controla os eritrócitos, determina quais são anormais


ou velhos demais ou lesados e não funcionam adequadamente, e os destrói.
Conseqüentemente, a polpa vermelha é algumas vezes denominada cemitério
de eritrócitos.

A polpa vermelha também serve como depósito de elementos do


sangue, especialmente de leucócitos e plaquetas (partículas semelhantes a
células e que estão envolvidas no processo de coagulação). Em muitos
animais, a polpa vermelha libera esses elementos do sangue na circulação
sangüínea quando o organismo necessita deles, mas, nos seres humanos,
essa liberação não representa uma função importante do baço.

Quando é realizada uma esplenectomia (remoção cirúrgica do baço), o


corpo perde parte da sua capacidade de produzir anticorpos protetores e de
remover bactérias indesejáveis do sangue. Conseqüentemente, a capacidade
do corpo de combater as infecções é reduzida. Após um breve período, outros
órgãos (principalmente o fígado) aumentam sua capacidade de combate às
infecções para compensar essa perda e, por essa razão, o risco de infecção
não dura toda a vida.

13

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


TIMO

A função do timo é promover a maturação dos linfócitos T que vieram da


medula óssea. Os linfócitos lá encontrados podem também ser denominados
timócitos e são linfócitos em vários estágios diferentes de maturação.

Precursores já compromissados com a linhagem de células T provêm da


medula óssea e entram no timo por veias. Os mais imaturos não expressam
receptores para antígenos na sua superfície. Estas células "migram" do córtex
em direção à medula do timo começando a expressar tais receptores e deixam
o órgão como células maduras indo para tecidos linfóides secundários, onde se
tornam ativos para a resposta imune. Outra função importante do timo é a
produção de fatores de desenvolvimento e proliferação de linfócitos T como,
por exemplo, a timosina alfa.

14

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


FISIOLOGIA RENAL

As funções do sistema renal


são: remover os produtos finais do
metabolismo (metabólitos) e
controlaras concentrações de
sódio, potássio e hidrogênio e
demais íons do líquido extracelular.
Os rins são constituídos de
aproximadamente 2 milhões de
néfrons. Essa célula é constituída por
2 porções: corpúcsulo renal (formado
por um emaranhado de capilares
chamado de glomérulo envolvido por
uma cápsula denominada de cápsula
de Bowman) e os túbulos (proximal,
alça de Henle, distal e coletor).
Resumidamente, temos que: o sangue
é filtrado no glomérulo e em seguida
flui para dentro dos túbulos (onde as
maiores parte da água e eletrólitos
formam a urina).

Função Renal

A principal função renal é de limpar ou depurar (clearance) do sangue.


Ele o faz por filtração (cerca de 125ml/min) ou ainda, por secreção (algumas
substâncias são excretadas ativamente para formar a urina).

São nos glomérulos que


ocorrem a filtração do sangue. Ele é
constituído por seus capilares e
respectivos revestimentos, formando
a membrana glomerular.
Essa membrana é formada por
3 camadas, a mais interna denomina-
se camada de células endoteliais
(próprio capilar), a intermediária,
membrana basal (formada por
colágenos e proteoglicanas) e a mais
externa, células epiteliais. As
camadas endoteliais e epiteliais
apresentam fendas em sua
constituição (também chamados de
poros).

15

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


A membrana também é muito
porosa, pois é formada por uma malha de
fibras. Todo esse conjunto de membranas
denominado de glomérulo é imensamente
permeável à água e pequenos solutos
moleculares quando comparados as
membranas normais e impermeável, como
as demais, às proteínas plasmáticas.
Pressão de Filtração
A pressão arterial (PA) no glomérulo
(ou pressão glomerular) é de 60mmHg, isto
é, o sangue após ser ejetado na aorta
exerce uma pressão nos rins de 60mmHg.
Entretanto, dentro do glomérulo há
também uma pressão em sentido contrário,
denominada de pressão colóide (cuja
unidade é de 32mmHg). Juntamente com
essa pressão, há cápsula de Bowman uma
outra, denominada de pressão da cápsula
de Bowman, cuja unidade é de 18mmHg.
Essa diferença de 10mmHg força
Sendo assim, o sangue chega no
a passagem de líquido do
glomérulo com uma pressão de 60mmHg e
sangue para a cápsula (o
encontra uma resistência de 50mmHg (32
resultado denomina-se pressão
+18). de filtração).

Fração de Filtração

A intensidade com que o


líquido é filtrado do sangue para
a cápsula de Bowman é
diretamente proporcional a
pressão de filtração. Como
comentado anteriormente, os
rins filtram, normalmente,
125ml/min. ou 180l/dia litros de
sangue. No entanto, 179/dia são
reabsorvidos nos túbulos, e o
restante é eliminado na urina. O
líquido formado após a filtração
glomerulosa é denominado de
filtrado glomerular e apresenta
as mesmas constituições que o
plasma, exceto a quantidade de
proteínas, 0,03% contra 7% no
sangue.

16

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Reabsorção Tubular

Próximos aos túbulos renais, há uma vasta rede de capilares chamada de


capilares peritubulares que se originam da arteríola eferente e formam a veia
arqueada. As substâncias a serem reabsorvidas o são, inicialmente para o
interstício e posteriormente para os capilares por reabsorção ativa ou difusão e
osmose.

Reabsorção Ativa

Denominada assim, devido ao fato de ser contra o gradiente de


concentração. As substâncias a serem transportadas são: a glicose, os Aas , as
proteínas, o ácido úrico, e os íons: sódio, potássio, magnésio, o cálcio, o cloreto e
o bicarbonato.

Os nutrientes (glicose, Aas e proteínas) são reabsorvidos quase que


totalmente ainda no início do túbulo proximal. De maneira diferente, a reabsorção
dos íons não é total, mas sim parcial. Quando em excesso, alguns não são
reabsorvidos e em concentrações reduzidas, são apenas os necessários
(exemplo: o sódio).

O sódio é um importante íon, seu mecanismo de reabsorção ativa


representa o mecanismo dos demais íons. Por difusão, o sódio difunde da luz
tubular (ou do líquido filtrado glomerular) para o interior das células epiteliais
tubulares. Essa difusão só ocorre no lado da membrana voltado para a luz tubular
(borda em escova), isto porque, os demais lados das células são impermeáveis
ao íon. Dentro da célula, o sódio pode seguir dois caminhos diferentes: ou
retorna, por difusão, para a luz tubular e é excretado na urina ou ser transportado,
por carreadores específicos, para o capilar peritubular.

Como o sódio é transportado para o capilar peritubular através de processo


ativo, há necessidade de energia para realizá-lo (ATP). As células do epitélio
tubular,chegam a despender cerca de 90% de toda a energia gasta. Para realizar
esse transporte há necessidade de nutrientes, sendo assim, alguns são
reabsorvidos contra o gradiente de concentração.

Reabsorção por Difusão

A água é a principal substância a ser reabsorvida por difusão (difusão


osmótica). Com o transporte ativo de íons, glicose e demais substâncias do
líquido tubular para a célula do epitélio tubular, há conseqüentemente redução
das concentrações dessas substâncias do líquido e aumento nas células. Com o
transporte dessas substâncias, o conseqüente desequilíbrio de concentrações, a
concentração da água também ficará em desequilíbrio. O líquido tubular, com
reduzida [substâncias] ficará com elevada [água] e dentro das células o contrário.
Sendo assim, como há diferença de concentração entre os meios, a água
difunde-se para as células do epitélio. Uréia, Creatinina, Ácido úrico, Fosfatos,
Sulfatos, Nitratos e Fenóis

Todas essas substâncias são produtos finais do metabolismo celular


(metabólitos), sendo produzidos continuamente. Como são tóxicas ao organismo,
17

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


há necessidade de excreção contínua.

Dentre os metabólicos, a uréia é um importante exemplo. Produto do


metabolismo das proteínas, não tem qualquer valor funcional para o organismo e
caso sua [uréia] eleva-se, o metabolismo das proteínas é amplamente
prejudicado.

Portanto, tem que ser excretada continuamente e para isso, nos rins não
há mecanismo de reabsorção ativo e o poro é muito pequeno.
Em condições normais, são formados 1ml/min. de urina, contendo: 50% de uréia
presente no filtrado glomerular, 100% creatinina e elevados percentuais de ácido
úrico, de fosfatos, de potássio, de sulfatos, de nitratos e de fenóis.

18

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Secreção Tubular Ativa
Algumas substâncias, como por
exemplo, íons potássio, íons
hidrogênio e a amônia são
secretados do sangue para o filtrado
glomerular ativamente (mecanismo
semelhante ao da reabsorção ativa).
Regulação da Intensidade da
Filtração Glomerular
A reabsorção dos
nutrientes, íons e água são
diretamente proporcionais a
intensidade do filtrado glomerular
em fluir pelo sistema tubular.

Isto é, em elevadas intensidades, nenhuma substância é reabsorvida e


em baixas, todas o são. Para que isso não ocorra, a intensidade do filtrado
glomerular e regulada por um processo denominado de: auto-regulação da
filtração glomerular. Próximo ao final do túbulo distal e início da alça de Henle,
há um contato entre o túbulo e as arteríolas aferente e eferente (região
denominada de aparelho justaglomerular). Na porção do túbulo distal que entra
em contato, as células são densas (máculas densas) e na porção das
arteríolas, as células formam grânulos (células justaglomerulares) que
sintetizam um precursor de hormônio denominado de renina.

O mecanismo de auto-regulação ativa 2 mecanismos: feedback


vasoconstritor sobre a arteríola aferente (diminuindo a filtração) e feedback
vasoconstritor sobre a arteríola eferente ( aumenta a filtração).

Mecanismo vasoconstritor da arteríola aferente

Para entendermos os mecanismos há necessidade de estudarmos a


irrigação renal.
Os rins são irrigados por artérias denominadas de arqueadas. A artéria
arqueada de um rim, forma a artéria aferente (que irriga o glomérulo de
sangue). Ao sair do glomérulo, a artéria recebe o nome de eferente e formará
os capilares peritubulares. Esses capilares darão origem a vasta recta e
venulas que, juntos, formarão a veia arqueada (retira sangue do néfron). O
mecanismo ocorre quando a intensidade da formação do filtrado glomerular é
elevada, não permitindo o processamento adequado no túbulo proximal e alça
de Henle. Não havendo o processamento, a [cloreto] eleva-se no líquido do
filtrado glomerular e, ao passar pelos túbulos distais, desencadeia a
vasoconstrição da arteríola aferente (que irriga o glomérulo), reduzindo a
intensidade da filtração. A redução possibilita o adequado processamento do
filtrado glomerular e conseqüente redução do [cloreto].

Mecanismo Vasoconstritor da Arteríola Eferente

A vasoconstrição da arteríola eferente reduz a retirada de sangue do


glomérulo, aumentando a pressão e intensidade da filtração. Esse processo é
19

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


ativado quando da redução da filtração glomerular. Com a diminuição do fluxo
de líquido da alça de Henle para a mácula densa do túbulo distal, as células
justaglomerulares das areríolas eferentes secretem a renina.
A renina forma a angiotensina que atua promovendo a vasoconstrição
na arteríola eferente. Com a vasoconstrição, o filtrado glomerular permanece
mais tempo nos túbulos, promovendo o processando adequado do filtrado.

Conceito de Clearance ou de Depuração

Clearance é depurar, a cada vez que o plasma é filtrado pelo glomérulo


e reabsorvido nos túbulos, o plasma foi depurado. Como citado, são filtrados
125ml/min de sangue, 60ml do que é reabsorvido deixa a uréia na urina. Assim
sendo, 60ml de plasma são depurados (limpos) de uréia por minuto pelos rins.

Como também, 125ml/min. de creatinina, 12ml de ácido úrico, 12 ml de


potássio, 25ml de sulfatos e fosfatos. A essa capacidade renal em limpar o
sangue dá-se o nome de Depuração Renal. Sabendo a velocidade de
depuração renal de determinada substância, saberemos a saúde dos mesmos.
Atualmente utiliza-se o cálculo de depuração da inulina. A inulina é um
polissacarídeo que por hidrólise fornece frutose. Sua intensidade de depuração
do rim é igual a formação do filtrado glomerular. Isso porque a inulina tem a
mesma capacidade de difusão da água (a [inulina] no filtrado é igual ao do
plasma) e não é absorvida e nem secretada, sendo toda eliminada na urina.
Sendo assim, a velocidade de depuração da inulina é idêntica a formação do
filtrado (ou a velocidade de depuração renal).

Regulação da Osmolaridade e Concentrações Iônicas dos Líquidos


Corporais

O sódio (cátions) é o mais abundante íon existente no líquido


extracelular e controla indiretamente a concentração de íon de carga negativa
(cátion), elevando a [Na+] aumenta a quantidade de água no líquido.
Sendo assim, regulando a [Na+] regula-se a concentração de 90% dos
íons corporais e da osmolaridade, e para isso são utilizados 2 mecanismos:
controle da excreção de água nos rins pelo hormônio neurohipofisário ADH e o
controle hipotalâmico sobre a sede.

20

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Controle da excreção de água e Sódio pelos rins
A reabsorção da água ocorre no
túbulo proximal e alça de Henle,
mas nos túbulos distais e
coletores é próximo a
impermeável desde que tenha a
ação do ADH. Esse hormônio
neurohipofisário possibilita que
túbulos impermeáveis a água
possam reabsorver esse solvente.
A. Excreção de urina diluída Para
se excretar uma urina diluída (isso
é, grande volume urinário), os
néfrons utilizam um mecanismo
simples, que para entendê-lo há
necessidade de definirmos
osmolaridade (quantidade de um
soluto existente em uma solução,
ou, quantidade de um íon, por
exemplo, existente em uma
solução). A osmolaridade pode
aumentar quando ou aumenta a
concentração de íon ou diminui a
da água . E, portanto, diminui se
ocorrer o contrário com íon e
água.
A figura ao lado representa um néfron, onde temos os túbulos e os
valores de osmolaridade. A alça de Henle é composta de ramo descendente e
ascendente. O ramo descendente é muito permeável a água, sendo portanto
reabsorvida e elevando a quantidade de soluto no líquido e portanto
aumentando a osmolaridade (300 para 700).
Mas, o ramo ascendente é muito impermeável a água, mas apresenta
mecanismos ativos de transporte de sódio e cloreto. Com isso, esses
mecanismos reabsorvem os íons e sua concentração na solução cai (cai a
osmolaridade, 500, 250, 150 e 100). Dessa forma, o ramo descendente
reabsorve a água, mas quando o líquido entrar no ramo ascendente, somente
são reabsorvidos os íons.
Portanto, não reabsorvendo água, a urina fica diluída. Vale lembrar que,
nos túbulos distais e coletores há ainda reabsorção de íons, acarretando a
queda ainda mais pronunciada da osmolaridade do líquido (passando de 100
para 90, 80, 70 e finalmente, 65). Nesse ponto, a urina está extremamente
diluída e ocorrerá um grande volume urinário. Excreção de urina concentrada
Mecanismo de Contracorrente e ADH Esse mecanismo não é simples e exigirá
muita atenção. Observando a figura ao lado representa 1 néfron e a posição de
seus túbulos ocupam nos rins. No córtex estão o glomérulo, túbulos proximais e
distais e na medula, estão as alças de Henle e túbulos coletores. Ao lado do
néfron estão representados os vasos retos (ou vasa recta, olhar a figura 2 da
página 1).
21

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


No néfron, o sentido do líquido está representado pela seta, a
osmolaridade está sendo representada pelos números dentro dos túbulos. Na
medula, a osmolaridade é de 320 mOsm/l (miliosmoles por litro) e chega a 1200
na porção mais inferior da alça de Henle e túbulo coletor. Veja que durante esse
trajeto é reabsorvida água, tornando o líquido concentrado de soluto e portanto
elevando a osmolaridade. Esse elevado valor de osmolaridade (1200mOsm/l),
deve-se a 2 fatores:

Ø devido as grandes
quantidades de solutos
são absorvidas para a
medula (ramo ascendente
das alças
de Henle e túbulo coletor) e
Ø devido ao mecanismo
denominado de
contracorrente. Os vasos
retos entram pelo córtex
até a medula e depois
retornam, sendo o mesmo
sentido do
fluxo de sangue. No néfron
(desenho da direita da figura
anterior), como vimos
anteriormente, a
osmolaridade, no túbulo
proximal, é de 320 mOsm/l e
aumenta com a difusão da
água para o líquido

No ramo ascendente da alça de Henle, ocorre a reabsorção dos íons (NaCl


e Uréia), diminuindo a osmolaridade, para novamente, 200. No túbulo coletor,
com a difusão da água, a osmolaridade volta a elevar-se para 1200. O
mecanismo de contracorrente ocorre nos vasos retos, a osmolaridade nesses
vasos é de 320mOsm/l e leva-se devido a difusão de soluto (NaCl e Uréia)e ao
chegar na porção mais inferior, chega-se a 1200mOsm/l. No vaso reto
ascendente, ocorre difusão de soluto do sangue para o líquido intersticial e água
em sentido contrário, retornando a osmolaridade para 300mOsm/l. Como a
difusão dos solutos e água são rápidas, dificulta o sangue de remover solutos
para fora da medula renal, tornando a concentração de soluto na medula renal
elevada.

O ADH, aumenta a permeabilidade da água nos túbulos coletores


(inserindo canais de água nesses túbulos). Como no líquido intesticial e vaso reto
há elevada concentração de solutos, a água nos túbulos coletores difunde para o
intestício e depois para o sangue. Com a difusão da água para o sangue, diminui
sua concentração nos túbulos coletores e assim a urina fica concentrada com
grande quantidade de solutos e mínimas de água. A figura ao lado mostra a ação
do ADH sobre os néfrons, possibilitando a reabsorção de água e uma excreção
de urina mais concentrada poupando água.
22

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


A ação do ADH é muito importante quando a perda de volume de sangue
(hipovolemia) e de líquidos corporais (osmolaridade). O hipotálamo, núcleo
supraóptico e paraventricular, apresentam células sensíveis à [Na+],
principalmente, denominadas de osmorreceptores. Ao serem estimulados, pela
queda da [Na+], ativam a secreção de ADH, via axônio (conceito de
neurosecreção), pela glândula neurohipofise.

Controle hipotalâmico sobre a sede

Com a diminuição da concentração de sódio nos líquidos corporais, há


excitação dos osmorreceptores nos núcleos supraópticos e paraventriculas do
hipotálamo, que promoverão a liberação de ADH. Além desse efeito, os
osmorreceptores, ativará o núcleo superior lateral do hipotálamo, responsável em
criar a sensação de sede. Ao ficar com sede, o indivíduo buscará ingerir água,
elevando a concentração de solvente, normalizando a osmolaridade. Vale
lembrar, que existem outros hormônios que atuam sobre os rins controlando a
pressão arterial, dentre eles o sistema renina-angiotensina e o fator de natriurese
atrial.

Controle da concentração de Potássio

O íon potássio (K+) é muito importante para a manutenção da homeostase


celular, possibilitando a existência de potenciais de ações e contração muscular.
Seu controle não é realizado pelo ADH, mas sim por um outro hormônio,
sintetizado pelas células glomerulosa do córtex das glândulas supra-renais,
denominado de mineralocorticóides (sendo o principal, aldosterona). Com a
23

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


elevação na [K+], estimula a supra-renal a liberar aldosterona. Esse hormônio
estimula as enzimas e carreadores responsáveis pelo transporte de potássio nos
túbulos distais e coletores, aumentando a reabsorção do íon.

Controle da concentração de Cloreto e Bicarbonato

A concentração de cloreto e bicarbonato está relacionada com a


concentração de sódio nos líquidos corporais. Com a reabsorção de sódio, cria-se
uma eletronegatividade nos túbulos e eletropositividade no interstício. Para
normalizá-la, são reabsorvidos o cloreto e bicarbonato.

24

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Transmissão do impulso elétrico em fibras nervosas
O SN é dividido
em 2 componentes: SNC
e SNP. O primeiro
denomina-se de SN
Central (SNC), esse
segmento é formado
pelo cérebro (encéfalo)
e pela medula espinhal.
O encéfalo é a
principal função
integrativa do SN,
onde são armazenadas
as memórias, onde são
concebidos os
pensamentos, geradas
as emoções e
executadas as funções
do complexo controle do
corpo. A medula
espinhal desempenha
duas funções: condutor
para muitas vias
nervosas que saem ou
que se dirigem para o
encéfalo e atua como
local de integração para
a coordenação de muitas
atividades neurais
subconscientes.

A segunda porção do SN é chamada de SN Periférico (SNP), são


feixes que se originam ou do próprio encéfalo ou da medula espinhal e se
distribuem para todo o corpo. Dentre esses nervos periféricos há uma divisão:
nervos sensoriais ou fibras aferentes (atuam na transmissão de informações
sensoriais para a medula espinhal) e nervos motores ou fibras eferentes (atuam
na transmissão de sinais motores do SNC para a periferia).

O tecido nervoso

O tecido nervoso contém 2 tipos básicos de células: neurônio (conduzem


sinais pelo SNC e P) e neuroglia (células de suporte e isolamento, mantém os
neurônios em suas posições e impedem que os sinais se dispersem).

Neurônio

O SNC possui aproximadamente 100 bilhões de neurônios, é uma célula


de altíssima especificidade e não podendo ser reparada. Sua função é conduzir
25

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


sinais (impulso elétrico ou melhor, potenciais de ação) sensitivos ou motores
pelo SNC. Pode ser dividido em 3 porções:

Corpo Celular:
Parte que origina as demais, é
responsável pela nutrição e a
própria existência no neurônio;
Dendritos:
Expansões em elevado
número do corpo celular,
formam as principais regiões
receptivas do neurônio
(recebem sinais sensoriais de
todo o corpo e de outros
corpos celulares); e
Axônio:
Emerge do corpo celular,
único e a estrutura mais
visível, sua função é transmitir
potenciais de ação até o
neurônio seguinte, no encéfalo
ou medula espinhal, ou para
músculos e glândulas. Para a
realização dessas funções,
pode apresentar variado
tamanho, podendo ter de
alguns milímetros a metro.

Próximo ao seu término, o axônio se ramifica repetidas vezes, chegando


a formar milhares de ramificações. Na extremidade de cada uma delas, existem
estruturas denominadas de placa motora e sinapses.

Potencial de Membrana ou de Repouso

A membrana celular possibilita dois meios distintos na célula, o meio


intra e meio extracelulares. Esses meios apresentam a mesma constituição,
porém com diferentes concentrações (como por exemplo: sódio, potássio,
cloro, cálcio, bicarbonato e outros). Todas essas substâncias apresentam
cargas elétricas, sendo algumas positivas (sódio, potássio, cálcio) e algumas
negativas (cloro, bicarbonato e outros). Esta diferença nas cargas elétricas
entre os dois meios pode ser medida, denomina-se de Potencial de Repouso.

Numa fibra nervosa essa voltagem é de -90mV (mV: milivolt, potencial


de repouso ou de repouso). Isto é, feita à mensuração de voltagem entre os
dois meios, o potencial interno da fibra é -90mV mais negativo que o potencial
no líquido extracelular. O motivo para essa diferença se deve ao fato de existir
26

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


no meio intracelular do neurônio, muitos íons com cargas elétricas negativas
(some a eles, proteínas, compostos orgânicos de fosfatos, sulfurados e outros).
Devido as suas capacidades de difusão, o sódio e o potássio são os íons
capazes de alterar esse potencial de repouso. Visto que, as proteínas,
compostos orgânicos de fosfatos e sulfurados não são capazes de difundirem
pela membrana.

Íons Sódio (Na+) e Potássio (K+)

Quando estudamos transporte de substâncias pela membrana celular,


vimos que os íons Na+ e K+ apresentam diferentes concentrações entre os
meios e que buscam equilibrar-se (a favor do gradiente de concentração).

Assim, o Na+ tende a se difundir para o meio extracelular e o K+ para o


meio extracelular. Mas, esses transportes alteram o potencial de repouso. Para
normalizar essa situação, a célula utiliza o transporte ativo Bomba de Na+ e
K+. Para o encéfalo receber sensações e enviar ações motoras, ele utiliza o
axônio. O meio pelo qual essas informações são transmitidas é o impulso
elétrico ou

POTENCIAL DE AÇÃO
NEURAL (PA).
Para gerar esse PA, o
encéfalo altera o potencial de
repouso ou melhor, altera as [Na+] e
de [K+]. Assim, quando um estímulo
elétrico é transmitido ao longo de
um axônio, o potencial de repouso
passa por uma série de variações
que, no seu conjunto, denominam-
se de potencial de ação.
Potencial de Ação Neural
Os sinais neurais são
transmitidos por PA, que são
variações rápidas do potencial de
repouso. Cada PA começa por
variação abrupta do potencial de
repouso, que é negativo (-90mV),
para um potencial positivo (+35mV),
terminando por retornar, quase
igualmente rápido, ao potencial
negativo. Essa variação súbita do
potencial e seu retorno são o
potencial de ação ou impulso
elétrico.

Para a condução de um sinal nervoso, o PA se desloca ao longo da fibra


nervosa, até chegar à extremidade, possibilitando a transmissão de
informações por todo o corpo. Para a produção de um PA há necessidade de
27

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


um aumento da permeabilidade da membrana aos íons Na+. Observe as
figuras ao lado e a abaixo, elas representam o PA graficamente. Analisando-as
podemos separar o PA em 4 fases, são elas: potencial de repouso,
despolarização, repolarização e retorno ao potencial de repouso.

Potencial de Repouso

Corresponde a voltagem no interior do neurônio que é de -90mV, os


canais de Na+ e K+ estão fechados, assim não havendo difusão entre desses
dois íons.
Despolarização

Nessa fase, a membrana celular, subitamente fica muito permeável aos


íons Na+, acarretando abertura muito rápido dos seus canais e permitindo uma
grande difusão desse íon para o interior do neurônio. Assim, o meio
extracelular perde cargas elétricas positivas com a saída de Na+ (tornando-se
negativo), e o meio intracelular, que era negativo passa a ficar positivo (devido
a entrada do íon).

A transmissão da onda de
despolarização numa fibra nervosa
se faz como na figura ao lado. A
figura A mostra o estado de
repouso, onde a fibra é
eletronegativa no meio intracelular.
Na figura B, na porção central da
fibra, ocorreu a despolarização
através da abertura dos canais e
difusão de Na+ para o meio
intracelular, fazendo com a
voltagem se altere (de -90mV para
+35mV). Nos desenhos C e D, a
área de despolarização e de
aumento da permeabilidade ao
Na+ estendem nas duas direções,
chegando em uma extremidade (ou
sinapse ou placa motora).

Repolarização

Após alguns décimo de milésimos de segundos, os canais de Na+


começam a se fechar diminuindo à difusão desse íon para dentro da célula e
os canais de K+ se abrem mais do que o normal. Como resultado, há rápida
difusão dos íons K+ para o meio extracelular restabelecendo a voltagem
negativa dentro da célula (de +35mV para 90mV). Essa mudança rápida na
voltagem (despolarização e repolarização) denomina-se Potencial de Inversão
ou Overshoot.. Assim o meio intracelular perde cargas positivas com a saída
28

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


K+ de e torna-se novamente negativo. O meio extracelular que estava negativo
(pela difusão de Na+ na fase de despolarização) torna-se, novamente positivo
com a entrada de K+. A repolarização tem início no mesmo ponto da fibra onde
começou a despolarização.

Retorno ao Potencial de Repouso

Com a repolarização, a voltagem da célula retornou ao seu valor de


repouso (-90mV), mas as [Na+] e de [K+] não retornaram aos valores normais.
Isto é, o Na+ está muito concentrado no meio intracelular e o K+ muito
concentrado no meio extracelular.
Para que as concentrações retornem aos valores de repouso, é utilizado
o transporte ativo bomba de Na+ e K+

Canais Voltagem-Dependentes de Na+ e K+

A parte superior da figura anterior mostra o funcionamento dos canais


voltagem-dependentes de Na+
K+na parte superior e na inferior.

Canal voltagemdependente
Na+ O canal voltagem dependente Na+ em situações distintas: repouso
(90mV), ativado (fase de despolarização, de -90mV para + 35mV) e inativado
(repolarização, -90mV para +35mV, retardado). Os canais apresentam
comportas de ativação e inativação, onde seu funcionamento depende da
voltagem (daí o nome dos canais). Seu funcionamento é simples, em -90mV
estão fechados (não havendo difusão do íon). Com o deslocamento da
voltagem de -90mV para próximo de -70mV e -50mV (faixa denominada de
Limiar para o desencadeamento de PA, e que para alguns autores seria -5mV),
as comportas de ativação são abertas promovendo a difusão do íon.
A voltagem, ao chegar próxima a +35mV, promove o fechamento da comporta
de inativação, fechando o canal e impedindo a difusão Na+ .

Canal voltagem-dependente K+

O Canal voltagem-dependente apresenta apenas 2 situações


29

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


distintas:repouso (-90mV) e em ativação lenta (-90mVpara +35mV). Pode-se
diferenciar que esse canal possui apenas duas fases, apenas uma comporta e
sua ativação, e é lenta. Na fase de repouso, a canal está fechado e portanto
impedindo a difusão de K+para o meio externo da fibra.

Com o aumento da voltagem de -90mV para +35mV, ocorre uma lenta


abertura da comporta e conseqüentemente difusão de K+. Com a difusão, o
meio externo torna-se positivo e o meio interno negativo (-90mV), que é o
processo de repolarização. O motivo de a ativação ser denominada de lenta
deve-se, as comportas do canal de K+ são ativadas para abrirem junto com os
canais de Na+, mas não o fazem. Assim sendo, esses canais só abrem
efetivamente quando os canais de Na+ estão se fechando.

O perfeito funcionamento dos canais voltagem-dependentes de Na+ e


K+ é bem demonstrado nas figuras que seguem.

Potencial de Ação no Músculo do Coração -Potencial de Ação em


Platô Nas fibras do coração, existe uma fase entre a despolarização e
repolarização denominada de Platô. Nesse caso, o potencial é mantido em
30

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


uma voltagem positiva, mantendo a contração do músculo do coração por um
período prolongado. Isto se deve a presença de diferentes canais e a presença
do íon Cálcio (Ca++). Ca++ Ao iniciar a despolarização, os canais de Na+ são
abertos rapidamente (canais rápidos de Na+), juntamente com eles, os canais
de também são abertos, mas não no mesmo ritmo (abrindo posteriormente).
Com isso tem-se a despolarização (abertura dos canais de Na+) e
posteriormente o Platô (abertura dos canais de Ca++). No momento do Platô,
quando os canais de Ca++ se abrem, há também difusão de Na+ pelos canais
de Ca++.
Após a despolarização e Platô, ocorre a repolarização com os canais
lentos de K+.

8. Terminações Axonais-Sinapses e Placas Motoras

31

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Todos os axônios ramificam e na extremidade de cada ramificação há
uma terminação denominada de ou Sinapse (quando permite a transmissão do
PA e um neurônio para outro) ou Placa Motora (transmissão de PA para o
músculo).

Placa Motora ou Junção Neuromuscular

A figura representa uma Placa Motora. A fibra muscular forma uma bolsa
onde a terminação do axônio fica situada sem manter contato com a membrana
celular da fibra. Entre a terminação do axônio e a membrana da fibra, há um
espaço denominado de Fendas Sinaptica (apresenta grandes quantidades de
colinesterase). A bolsa denomina-se de Goteira ou Depressão Sinaptica, onde
o seu interior ocorrem dobras da membrana chamadas de Fendas Subneurais
(com função de aumentar a área de transmissão do PA).
Há muitas mitocôndrias em toda a placa motora e estão relacionadas com o
fornecimento de energia para a síntese do neurotransmissor (sintetizado nas
vesículas sinapticas).

32

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


A transmissão do PA do axônio para a fibra muscular não é realizada por

A transmissão do PA do axônio para a fibra muscular não é realizada


contato físico (visto que não se tocam). Sendo assim, necessário uma
substância que o transmita, essa substância denomina-se neurotransmissor
(acetilcolina).

A transmissão por pode ser acompanhada pelas 3 últimas figuras,


ocorrendo da seguinte maneira:
1º. quando PA se propaga pela terminação, há abertura dos canais voltagem
dependentes de Ca++, ocorrendo difusão do mesmo para dentro da membrana
celular do axônio;
2º. o Ca++ promove uma ação atrativa sobre as vesículas de que possuem
acetilcolina e algumas delas se fundem com a membrana celular do axônio e
esvaziam seu conteúdo dentro da fenda sinaptica;
3º. localizados nas fendas sinapticas, estão os canais iônicos
acetilcolinadependentes que se abrem com o acoplamento da acetilcolina;
4º. a abertura do canal possibilita a difusão de Ca++, K+ e principalmente Na+.
Íons negativos, como os iodetos, não se difundem devido às cargas elétricas
negativas que revestem o canal;
5º. com a difusão de carga positiva para meio interno da fibra muscular,
ocorrendo à despolarização e conseqüentemente a contração muscular;
6º. algumas moléculas de acetilcolina, não chegam a acoplar com os canais,
pois são neutralizadas pela enzima colinesterase (não gerando PA). Deve-se
ressaltar que a acetilcolina é um neurotransmissor excitatório, isto é, promove a
despolarização.
Existem outros neurotransmissores: norepinefrina (noradrenalina),
epinefrina (adrenalina), ácido glutâmico, encefalinas e endorfinas.

33

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Sinapses

O corpo humano apresenta 2 tipos de sinapses: química (que iremos


estudar) e elétrica. As sinapses químicas podem ser excitatórias ou
inibitórias. A estrutura de uma sinapse pode ser estudada na figura que
segue.

A primeira figura mostra um corpo celular e dendritos de um neurônio


com inúmeros botões sinapticos. Onde esses botões podem ser ou exitatórios
ou inibitórios. A segunda figura mostra a sua anatomia: sendo muito
semelhante à placa motora, exceto que não há formação de bolsa. A
transmissão de PA na sinapse exitatória é idêntica ao estudado na placa
motora. A próxima figura mostra o neurônio em 3 situações: repouso, excitado
e inibido. A sinapse inibitória apresenta alguns mecanismos parecidos com a
exitatória, mas difere em processos importantes.
1º. o neurotransmissor denomina-se GABA (inibitório);
2º. ao ser acoplar com seu canal, possibilita a difusão de K+ para o meio
externo e não de cargas positivas para dentro da célula; 3º. com a saída de
carga elétrica negativa, a fibra torna-se mais negativa ainda. Na figura, a
eletronegatividade é de 70mV em repouso e com a saída de K+ passa a ser -
75mV. 4º. Além do GABA, há outros neurotransmissores inibitórios: glicina,
dopamina e serotonina.

34

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Divisão do SNC
A. SN Central: inclui o encéfalo e a medula espinhal, localizados no crânio e
canal vertebral.
B. SN periférico: 12 pares de nervos cranianos e ramos, 31 pares de nervos
espinhais e ramos.

Tipos de células nervosas

A. Neurônios

Consiste de corpo celular, possui núcleo, e processos transmissores de


impulsos elétricos para o corpo celular e recebe dele. Um axônio, extensão
citoplasmática única, leva os impulsos para fora do corpo celular. Há pequenas
ramificações laterais colaterais que surgem do axônio. E finalmente, dendritos,
são processos que levam impulsos na direção do corpo celular.

B. Fibras nervosas

Refere-se ao axônio, todos possuem envoltório por fora da membrana


celular, formado por células acessórias denominadas de Células de Schwann
do SNP.
Envoltório repetitivo forma um espessa bainha chamada de mielina. O
envoltório mais externo contém núcleos achatados de células de Schwann e a
maior parte do citoplasma (neurilema). A fibra é totalmente coberta, exceto nas
terminações e em constrições periódicas denominadas de Nódos de Ranvier. A
mielina contém 80% de lipídios (isolante e aumenta a velocidade dos impulsos
elétricos: condução saltatória). As células de Schwann são essenciais na
regeneração das fibras quando danificadas.

35

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Classificação dos neurônios:

Sensitivos ou Aferentes
Levam impulsos da pele ou outro órgão sensorial para o SNC (o sentido
dos potenciais de ação são da periferia para o SNC, assim sendo:
convergentes).

Motores ou Eferentes
Levam impulsos para fora do SNC, aos músculos e glândulas (o sentido
dos potenciais de ação são do centro para a periferia, assim sendo:
divergentes).

Interneurônios
Neurônios que se situam inteiramente dentro do SNC recebem
potenciais de ação dos neurônios sensitivos e se comunicam entre si ou com
neurônios motores. Eles podem ligar diferentes partes ou formarem circuitos
em uma região do SNC e atuar no momento de um reflexo medular.

Receptores

Terminação periférica de um neurônio sensitivo que é sensível a um


dado estímulo. O estímulo causa alterações que induzem um potencial que, ao
alcançar seu limiar, gera um potencial de ação.

A- Classificações

Existem várias classificações para os receptores. As mais usadas são:


receptores para sentidos gerais e especiais e a funcional.

A.1. Classificação de acordo com os sentidos

A.1.1. Receptores para sentidos gerais


Distribuídos por todo o corpo, responsáveis por detectarem sensações de dor,
de tato, de pressão, de calor, de frio, de sentidos somestésicos e outros. Esses
receptores detectam sensações que são percebidas.

A.1.2. Receptores para sentidos especiais


Distribuídos no crânio, responsáveis por detectarem sensações visuais,
olfativas, gustativas, auditivas e equilíbrio. Detectam alterações corporais que
não são percebidas conscientemente. Incluem receptores para a detecção das
alterações de pressão arterial, temperatura sangüínea, concentração de glicose
sérica e outros.

A.2. Classificação de acordo com os estímulos excitatórios


Essa classificação divide os receptores de acordo com o estímulo que o excita,
ssim pode-se apresentar 5 tipos diferentes de receptores:
. mecanorreceptores: detectam alterações mecânicas do próprio receptor ou
área adjacente;
. quimiorreceptores: detectam alterações ou substâncias químicas, como por
exemplo olfato, osmolaridade, concentração de oxigênio e dióxido de carbono
36

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


no sangue e outras,

. termorreceptores: detectam alterações térmicas, alguns reagem ao calor e


outro ao frio;

. eletromagnéticos: detectam sinais eletromagnéticos, como a luz que incide


sobre a retina do globo ocular dos olhos e;

. nociceptores: receptores da dor, capazes de detecta a lesão tecidual


(estímulos físicos ou químicos).

B. Anatomia dos receptores

Os receptores possuem várias formas, mas possuem no seu interior


uma aferência nervosa sensitiva ou neurônio sensitivo. Essa terminação tem a
função de detectar alterações ocorridas no organismo e geram-se potenciais de
ação para o SNC.

C. Tipos de receptores

C.1. Terminação nervosa livre:


detecta sensação de dor.
C.2. Ponta expandida: localizado
emtodo o corpo, detectam sensações
prolongadas ao tato e a pressão
discretas na pele.
C.3. Pelo tátil: tato superficial.
C.4. Pacini: tato profundo.
C.5. Meissner: localizados na pele,
mãos, lábios e pontas dos dedos:
detectam sensações de textuta, formas
e tato discretos.
C.6. Krause: sexuais.
C.7. Ruffini: articulações, articular.
detectam sensações localizados nas
detectam amplitude
C.8. Órgão Tendinoso de Golgi:
localizados nos tendões musculares,
detectam tensão muscular.
C.9. Fuso Muscular: localizados
nasfibras musculares, detectam
variação de comprimento muscular.

Os receptores possuem formas diferentes que são excitados por


diferentes estímulos

37

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


38

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Sistema Nervoso Central
O SNC é dividido em substância cinza (composta por corpos celulares
e dendritos) e banca (axônios mielinizados). A primeira menção sobre o termo
encéfalo foi no Egito Antigo, referia-se a "parte do sistema nervoso que está
contida no crânio". A maior massa do sistema nervoso, contém bilhões de
células, pesa aproximadamente 1380g em adulto. Cresce rapidamente até o
quinto ano e para aos 20 anos, na velhice chega a diminui seu tamanho. Pode
dividi-lo em:

Divisão do Encéfalo

A. Encéfalo anterior (prosencéfalo)

A.1. Telencéfalo: parte superior do cérebro é dividida em lobos (pré-frontal,


parietal, temporal e occiptal) ou em números (de acordo com a classificação de
Broadmann). A camada superior do telencéfalo é de cor cinza, no entanto seu
interior é branco.

B. Encéfalo medial (diencéfalo)


Área de semiconsciência, localizada abaixo do telencéfalo, é constituída pelas
estruturas: tálamo, hipotálamo, sistema límbico e núcleos ou gânglios da base.

C. Encéfalo posterior (rombecéfalo)


Área totalmente inconsciente do encéfalo, faz a interligação entre a medula
espinhal com o diencéfalo. É constituído por duas estruturas tronco cerebral
(que se divide em mesencéfalo, ponte e bulbo) e cerebelo.

39

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Telencéfalo

Com o aumento do tamanho do cérebro na fase evolutiva, a substância


cinza expandiu-se desproporcionalmente em relação à substância branca e
principalmente à caixa craniana, onde a superfície enrola-se e dobra-se sob si
mesma formando os sulcos (o mais importante é o sulco central, que será
usada como referências para futuros estudos do encéfalo) e fissuras.

O encéfalo é dividido em dois hemisférios (direito e esquerdo), um


parece ser a imagem do outro. Os hemisférios estão ligados por um feixe
espesso de fibras nervosas denominadas de comissuras, a maior denomina-se
de corpo caloso, que Possibilita que informações de um hemisfério sejam
passadas ao outro e permitindo assim que haja comunicação entre as partes
cerebrais.
Apesar de serem idênticos, os hemisférios não funcionam
simetricamente, algumas funções e estruturas são características de um único
lado.

O córtex cerebral

A camada mais externa do telencéfalo (substância cinza), durante o


período da Renascença, os médicos referiam -se como sendo "a sede da
inteligência". Na Segunda metade do século XIX, o córtex pode ser dividido em
regiões com diferentes funções. Em 1860, Paul Broca relaciona que uma área
do córtex préfrontal estaria relacionada a fala.
Por volta de 1909, K. Broadmann relata que o córtex do telencéfalo seja
formado por seis camadas celulares e o divide em 52 áreas diferentes e as
numera, baseando-se nas variações dessas camadas.
Atualmente existem muitas classificações, além da classificação de
Broadmann há a classificação de acordo com os ossos da caixa craniana
(divisão em lobos), que será usada como padrão nesse estudo. A mais simples
classificação do córtex cerebral baseia-se em relação as porções que estão
anterior (pré-frontal e áreas motoras) e posterior (áreas sensitivas) ao sulco
central.
Lobo Frontal ou Áreas 4, 6, 8 e 44 de Broadmann

40

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


O lobo frontal possui a área motora do córtex (denominada de córtex
motor) e a pré-frontal. O córtex motor é dividida em 4 partes distintas:

Área motora Primária: porção imediatamente mais anterior do sulco central,


segundo a classificação de Broadmann corresponde ao número 4. Os
cientistas Wilder Penfield e Rasmussen, durante cirurgias cerebrais,
estimularam o córtex motor primário e descobriram que havia produção de
movimentos de todo o corpo.
No entanto, algumas áreas possuíam uma representação maior que outras, por
exemplo, as mãos, lábios, língua e face. Denominaram essa área de
mapeamento corporal.

Área pré-motora: porção anterior a área motora primária, correspondendo ao


número 6. Está relacionada ao controle de movimentos de fundo e
armazenamento de parte do conhecimento para o controle dos movimentos
aprendidos.
Área motora suplementar: ou campo visual frontal, área 8 da classificação.
Esta área localiza-se anteriormente a área pré-motora e está relacionada ao
controle de movimentos que exijam contrações bilaterais (braços, olhos
principalmente). juntamente com o córtex motor primário, a área pré-motora e a
área suplementar também apresentam mapeamento corporal.

Área da Fala ou de Broca: essa área refere-se a produção da fala e controle


dos músculos e respiração para a sua execução.

Córtex pré-motor: está situado na porção anterior do encéfalo corresponde a


numeração de 44 na classificação de Broadmann. Está envolvida com o
comportamento emocional e processos mentais de programação e julgamento.

Lobo Parietal

Sulco central
Lobo Frontal
Lobo Parietal

Fissura de Sylvios

Lobo Temporal
Lobo Occipital
Ponte
Bulbo Cerebelo
Medula Espinhal

41

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Localizado na porção central do córtex cerebral, uni-se com todos os
demais lobos (occiptal e temporal), e sua posição em relação ao sulco central é
imediatamente posterior a ele. Na classificação de Broadmann corresponde
aos números 1, 2, 3, 5, 7 e 40.

Esta área está relacionada a interpretação de sensações somestésicas


tais como: posição do corpo no espaço e sensações provindas destas partes,
tato, temperatura e dor. Como toda área sensitiva que será estudada
posteriormente, a área somestésica pode ser dividida em duas porções:
• a primeira, imediatamente posterior ao sulco central (numeração de 1,2 e 3)
denominada de Área Somestésica Primária e,
• a segunda, posterior a área primária, denominada de área somestésica
secundária ou associativa cuja numeração corresponde a 5, 7 e 40. Como
ocorre no córtex motor a área somestésica possui mapeamento corporal com
as mesmas características. No entanto, com função diferente: o mapeamento
dessa área é usado para a localização precisa da origem da sensação.

42

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Lobo temporal

Localizado abaixo do lobo parietal, área responsável pela interpretação


das sensação auditiva gerada nos ouvidos, corresponde aos números 41 e 42
na classificação de Broadmann. Essa área possui também área primária (41,
denominada de Córtex Auditivo Primário) e área secundária ou associativa (42,
denominado de Córtex Associativo Auditivo).

Lobo occipital

Localizado o mais posterior do sulco central e correspondendo aos números


17,18 e 19, esta área está relacionada a interpretação de sensações visuais
originárias os olhos. Como as demais, possui área primária denominada de Córtex
Visual Primário (17) e área secundária, Córtex Visual Associativo (18 e 19).

Área Gustativa

Apesar de estarmos citando os lobos e suas áreas sensitivas


correspondentes, as áreas olfativas e gustativas não se apresentam localizadas
em lobos. A área gustativa está localizada na porção inferior do giro pós-
centralpróxima a parte da área somestésica correspondente à língua. Essa região
corresponde ao número 43 da classificação de Broadmann. Como ocorre com as
outras áreas sensitivas, a área gustativa interpreta sensações os sabores
ácido,salgado, doce e amargo dos alimentos. Diferentemente das demais áreas
citadas anteriormente, não apresenta área secundária.

Área Olfativa

Porção cortical responsável pela interpretação das sensações olfativas


originadas no nariz, localizada na base do córtex cerebral, próxima do diencéfalo.
Essa área é dividida em duas porções: sistema olfativo medial e sistema olfativo
lateral.

Área de Wernicke

Também denominada de área de interpretação geral, gnóstica, do


conhecimento e de associação terceária, localizada entre as áreas somestésicas,
auditivas e visuais. Após as percepções serem analisadas em suas respectivas
áreas, são enviadas para a área de Wernicke que as associa e gera um significado
comum. Outra função importante dessa porção cerebral é o controle da linguagem
e relações com as funções da inteligência.

Núcleos ou Gânglios da Base

São áreas localizadas na base do córtex cerebral, é um conjunto de núcleos


sendo os mais importantes: núcleo caudado, globo pálido e putame (não podendo
deixar de citar: claustro e amígdala). Esses núcleos atuam no controle de
movimentos, juntamente com as áreas corticais motoras.

43

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Diencéfalo

Também denominado de cérebro intermediário, localizado abaixo do corpo


caloso e acima do mesencéfalo (estrutura componente do tronco cerebral do
rombecéfalo). Suas estruturas são: o tálamo, o hipotálamo, o sistema límbico (as
principais estruturas), o epitálamo e o subtálamo.

Tálamo

Órgão par, localizado entre o terceiro ventrículo e córtex cerebral e


imediatamente acima do mesencéfalo. Possuindo algumas características
importantes, o tálamo atua direcionando os potenciais de ação (principalmente
os sensitivos), para os locais específicos do córtex cerebral ou áreas profundas
do encéfalo. É capaz de uma identificação grosseira do estímulo e através de
suas conexões enviá-lo para áreas específica.
Durante o processo evolutivo encefálico, o córtex cerebral teve origem
como um derivado do tálamo. Sendo assim, o tálamo é constituído de áreas
correlatas com o córtex, que o possibilita a interpretação grosseira da sensação
e o seu direcionamento para áreas específicas corticais.

Hipotálamo

Localizado abaixo do tálamo, é formado por um conjunto de núcleos


apesar de ser muito pequeno. Seus núcleos controlam o funcionamento interno
do corpo, como: a fome , a saciedade, a sede, a temperatura corporal, o
metabolismo celular, a concentração de eletrólitos e principalmente todo o
sistema endócrino (glândulas e hormônios).

Sistema Límbico
Localizado nas bordas (daí a origem do seu nome) do diencéfalo,
cercando o hipotálamo. Possui várias partes, suas respectivas funções são
apresentadas abaixo:
• Amígdala (corpo amigdalóide): localizada próxima ao lobo temporal,
acredita-se que atue no controle do comportamento apropriado da pessoa (de
acordo com a situação social).
• Hipocampo: em número de dois, localizado na borda do lobo temporal,
atua interpretando para o encéfalo a maior parte de nossas experiências
44

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


sensoriais, e caso seja importante será armazenado, pelo hipocampo na
memória no córtex cerebral.
• Corpos Mamilares: localizados atrás do hipotálamo, atua
conjuntamente com o tálamo, hipotálamo e tronco cerebral no controle da
vigília.
• Septo pelúcido: localizado a frente do tálamo e acima do hipotálamo,
controle padrões comportamentais, como por exemplo, a ira.
• Giro do cíngulo, o cíngulo, a ínsula e o giro do hipocampo: formam
um anel que permite a associação entre as funções corticais cerebrais
conscientes e as subconscientes.
Rombecéfalo ou cérebro posterior
É a porção mais inferior do encéfalo, é constituída por duas estruturas
distintas: o tronco cerebral e o cerebelo. Essas áreas atuam no controle de
funções inconscientes que serão comentadas a seguir.

Cerebelo

Localizado abaixo do córtex occipital e atrás do tronco cerebral.


Como nas áreas sensitivas somestésicas e áreas motoras, o cerebelo
apresenta um mapeamento corporal, com funções diferentes dessas áreas. É
constituído pelas seguintes partes:
• Vermis: parte central, possui largura média de 1 a 2 cm e estendendo-
se por todo o cerebelo. Aqui, estão representadas as áreas centrais do corpo
humano, possibilitando que controle os movimentos relacionados as partes do
eixo corporal, do pescoço, dos ombros e quadris.
• Zona Intermediária do hemisfério: localizada entre o vermis e a zona
lateral, também é uma faixa estreita. Nessa zona está representadas, as áreas
distais dos membros inferiores e superiores, principalmente as mãos, dedos e
face.

• Zona Lateral do hemisfério: localizada lateralmente no cerebelo, é a faixa


mais larga. Atuam no planejamento geral dos movimentos motoras seqüências.
• Lobo Floculonodular: parte mais inferior do cerebelo relacionada ao controle
do equilíbrio.

45

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Tronco Cerebral

Localizado abaixo do diencéfalo e acima da medula espinhal, tem a


função de conectar o encéfalo à medula espinhal. Sendo a passagem de
potencias de ação motores e sensitivos. Constituído pelo mesencéfalo, ponte e
bulbo.
.Mesencéfalo: porção mais superior do tronco cerebral, formada por
inúmeros componentes que atuam na transmissão de sinais sensitivos e
motores, movimentos oculares, e outras.

•Ponte: porção intermediária do tronco cerebral, formada por vários


feixes nervosos que transmitem sinais motores e sensitivos, como também de
núcleos que controlam: movimentos oculares, expressivos da face,
mastigação e sinais sensoriais da face, boca, ouvido e aparelho vestibular.

•Bulbo: porção mais inferior do tronco cerebral, localizado


imediatamente acima da medula espinhal. É aqui que as fibras nervosas
cruzam para o lado oposto (o hemisfério esquerdo controla o lado direito do
corpo e vice versa). Constituído de feixes nervosos (os mesmos das estruturas
anteriores). Possui áreas importantes: sistema nervoso autônomo simpático
e parassimpático (controlam função cardiovascular, renal,
gastrointestinal e metabolismo) e centro respiratório.

TRONCO ENCEFALICO MEDULA ESPINHAL

46

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Medula Espinhal

Localizada dentro do canal vertebral, é a porção contínua do tronco


cerebral (bulbo). Sua função é a transmissão de sinais sensitivos e motores
para e do encéfalo. Um corte transversal da medula medular revela uma região
mais externa (substância branca) e uma substância mais interna (substância
cinza) disposta em forma da letra H.

Substância Branca: formada por inúmeros de feixes de neurônios


denominados de Tratos, onde alguns são descendentes (levam sinais motores
do encéfalo para os músculos) e outros são ascendentes (levam sinais
sensitivos da periferia para o encéfalo).

Substância Cinza: possui a forma de H, assim sendo, cada ponta dessa


letra forma uma raiz. As raízes posteriores ou dorsais são denominadas de
sensitivas, é por estas raízes que os sinais sensitivos chegam até a medula. As
outras duas raízes são anteriores ou ventrais, são chamadas de motores, é por
elas que saem os sinais motores. Ainda dentro da substância cinza existem os
interneurônios, cuja função é interligar as raízes sensitivas com as raízes
motoras.Sendo assim, o sinal sensitivo chega a medula pelas raízes dorsais,
fazem sinapse com os interneurônios e podem seguir 2 caminhos: 1º caminho:
os interneurônios fazem sinapses com os neurônios motores e promovem uma
contração muscular sem a participação do encéfalo (ação denominada de
reflexo medular). 2º caminho: os interneurônios fazem sinapses com os tratos
ascendentes da substância branca e ascendem para o encéfalo para serem
analisados.

FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Receptores
Receptor do tato ou Pacini: O receptor possui uma cápsula e no seu centro a
sua via sensorial que está ligada a medula espinhal. Ao deformar a cápsula,
esta deformação é propagada a membrana que possibilitar a abertura dos
canais iônicos e promovendo a despolarização. Observe a figura abaixo.

Transmissão Sensorial

Medula Espinhal
A medula espinhal possui 2 substâncias: a branca e a cinzenta. A
substância branca é formada apenas por feixes descendentes ou motores
(originam no encéfalo, trafegam pela medula e terminam nos corpos celulares -
CC de substância cinzenta) e feixes ascendentes ou sensoriais (originam
na medula e acendem até o encéfalo).
A substância cinzenta possui o formato em H, constituída de corpos
celulares e interneurônios (neurônios de integração). Possui 3 pontas: Ponta
cinzenta ventral ou anterior (possui CC (motoneurônios) que irão produzir
contração muscular); Ponta cinzenta dorsal ou posterior (possui CC que
recebem sinais sensoriais) e, finalmente, Ponta cinzenta lateral (relacionada
com o SNA).
A raiz sensitiva faz sinápse com interneurônios, seus estímulos podem
ascender para o encéfalo ou realizar reflexos medulares, que são executados
47

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


por uma ação motora pela raiz anterior.A substância cinzenta tem como
funções: transmitir sinais entre a periferia e o encéfalo nos dois sentidos, e
funcionam como um mecanismo integrador de algumas atividades motoras ou
reflexos medulares.

Reflexos medulares
Reação motora produzida por um sinal sensorial sem a participação dos
centros superiores (encéfalo). Seu princípio relaciona-se com inibição
recíproca, quando um reflexo excita um músculo qualquer, de modo usual, ao
mesmo tempo inibe o músculo oposto.

Fuso muscular

• Reflexo Patelar: Reflexo que utiliza um martelo de borracha, este é percutido


sobre o tendão muscular, que é estirado e o músculo e o fuso são distendidos.
O fuso envia sinais para a medula e em seguida produz um sinal motor.
· Órgão tendinoso de Golgi

Reflexo de Defesa: Retirada automática parte do corpo em contato com algo


que provoque a dor. O receptor recebe o sinal doloroso e o envia para a raiz
posterior da medula, este sinal estimula interneurônios promovendo uma
contração muscular.

Reflexo de Extensão Cruzada: O mesmo reflexo que promove o reflexo de


defesa, faz a sinapse com o outro lado da sinapse com outro lado da medula,
promovendo a estimulação dos interneurônios que controlam os músculos
extensores do membro do lado oposto.

Reflexo do Empuxo Extensor: Reflexo que participa da sustentação do corpo


contra a ação da gravidade. Os receptores localizados na sola dos pés enviam
sinais sensoriais aumentando a tensão nos músculos extensores, o que faz
com que o animal ou o homem fique com suas pernas estendidas e em pé.

48

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Reflexo da Marcha: A medula é capaz de produzir movimentos rítmicos,
através de circuitos reverberativos, contraindo ordenadamente pares de
músculos em oposição (faz com que os músculos das duas metades do corpo
atuem em oposição).

Tronco Encefálico

As vias sensoriais são divididas em 2 grupos: sistema dorsal e sistema


espinotalâmico.

Sistema Dorsal é formado por fibras calibrosas com alta velocidade de


condução, são responsáveis pela transmissão de sensações de posição, táteis
e de pressão que impliquem em julgamento preciso. Ao chegarem no bulbo,
lemnisco medial, os neurônios emitem axônios cruzam para o lado oposto.

Sistema Espinotalâmico é formado por fibras delgadas com baixa velocidade


de condução, são responsáveis por sensações de dor, térmicas, grosseiras de
tato e de pressão (localização imprecisa), cócegas e sexuais. Ao penetrarem
na raiz posterior da medula fazem sinapses sucessivas com interneurônios e
os últimos emitem axônios para o lado oposto, ascendendo para o tronco
cerebral.

Os sinais sensoriais ascendentes pelos sistemas de condução produzem


reações motoras subconscientes mais complexas que os reflexos medulares:
controla o mascar, movimento do tronco e o grau de contração muscular para
sustentar o corpo contra a gravidade. No tronco cerebral, os sinais sensoriais
são divididos e enviados e enviados para: · Cerebelo: onde são inteiramente
subconscientes e estão relacionados com o controle subconscientes cerebrais
do sistema sensorial somestésico.

• Tálamo: é neste ponto, que as sensações começam a penetrar no campo da


consciência. Ele é capaz de localizar sensações (como: dor) em áreas gerais
(braço, perna e tronco), mas é incapaz em áreas diminutas, portanto, a
localização e a interpretação são imprecisas. O tálamo é constituído de áreas
correlatas com o córtex somestésico e transmite sinais sensoriais para estas
áreas somestésicas.
Durante o processo evolutivo encefálico, o córtex cerebral teve origem
como um derivado talâmico. Sendo assim, o tálamo é constituído de áreas
correlatas com o córtex. Quando o tálamo recebe sinais sensoriais, ele os
transmite para estas áreas correlatas do córtex, pois estas áreas possuem
representação espacial muito melhor e onde sua localização será exata.

Áreas de localização e interpretação sensorial

Córtex Somestésico
Localizado nos lóbos parietais,na classificação de Broadmann são os números
1,2,3,5,7 e 40. Recebe as sensações de cada parte do corpo, é dividido em
duas áreas:

• Córtex Somestésico Primário (áreas 1,2 e 3): todo o corpo é representado


especialmente, cada ponto representa uma área definida, com a dimensão de
49

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


apenas algumas milímetros, na superfície do corpo. No córtex somestésico os
sinais são interpretados mais elaboradamente e sua origem é localizada com
bastante precisão. Este tem uma capacidade de interpretação até o mínimo
detalhe, porque ele é capaz de armazenar grandes quantidades de
informações e de memórias de experiências passadas.

• Córtex Somestésico Secundário ou Associativo (áreas 5,7 e 40): é aqui


que as qualidades mais complexas da sensação são avaliadas. Diversos
pontos transmitem sinais para o Córtex Somestésico Associativo: do tálamo, de
outras regiões basais do encéfalo e do próprio Córtex Somestésico. Nesta área
a integração de todas estas informações e determina as seguintes
características das sensações forma do objetivo, posições relativas das partes
do corpo entre si, textura de uma superfície (áspera, lisa e etc.) e orientação de
um objetivo em relação ao outro. Há também, armazenamento de experiências
sensoriais passadas que é a memória. Quando sensações são semelhantes a
estas, a natureza paralela das duas é notada (associando uma sensação as
antigas).

Áreas corticais para a visão


Área localizada no lóbo occipital, represena os números 17,18 e 19 na
classificação de Broadmann, também apresenta duas porções:

• Córtex Visual Primário: é onde chegam, em primeiro lugar no Córtex


Cerebral, os sinais com origem nos globos oculares. Aqui há apenas
interpretação dos elementos mais básicos da sensação visual (como se é uma
linha, um quadrado a uma estrela e qual é a cor). Após esta interpretação, os
sinais visuais dirigem (juntamente com outros sinais que partem do tálamo)
para as áreas interpretativas visuais.
• Córtex Visual Secundário ou Associativo: é nesta área que há
interpretação dos significados mais profundos dos sinais visuais (interpretam as
inter-relações dos diversos objetos e os identificam, ao mesmo tempo em que
participam da interpretação do significado global da cena que está sendo vista).
Além destas funções, a interpretação da linguagem escrita é uma das funções
mais importantes. Para que seja feito isto, o Sistema Cortical Visual deve fazer:
Discernir dos pontos claros e escuros da imagem, as letras, pelas combinações
das letras, as palavras e da seqüência das palavras, os pensamentos que
exprimem.

Áreas corticais Auditivas

Essa áreas está localizada no lóbo temporal (áreas 41 e 42), apresenta


também duas porções:

• Córtex Auditivo Primário: interpreta as características básicas de som


(altura, ritmicidade, timbre e etc).

• Córtex Auditivido Secundário: determina se o som é ruído ou música ou


ainda fala.

• Palavra falada: o córtex auditivo diferencia as sílabas, junta-as em palavras,


essas em frase e finalmente, em pensamentos.
50

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Áreas corticais Gustativas

Relacionadas a interpretação das sensações primárias do gosto (doce,


salgado, azedo e amargo). A sensibilidade da língua aos sabores varia com a
região: o sabor doce são mais detectado na ponta da língua, o salgado e azedo
nas porções laterais (ao longo da língua) e, o amargo, na base. Os receptores
transmitem as sensações para o tronco cerebral (precisamente para o núcleo
do feixe solitário), que as direciona para o diencéfalo (núcleo medial
posteroventral do tálamo). A partir do tálamo, as sensações são enviadas para
porções internas do córtex parietal (para o assoalho cortical).

Áreas corticais Olfativas

O receptor olfativo localiza-se na porção superior da narina, detectam 6


odores diferentes: floral (rosas), etéreo (pêras), almiscarado (almíscares),
cânfora (eucaliptos), pútrido (ovos podres), pungente (vinagre) e mentolado. Os
quimiorreceptores olfatórios fazem sinápses no bulbo olfatório (porção
imediatamente abaixo do lobo frontal), esse bulbo transmite as sensações
olfatórias para o sistema límbico e córtex pré-frontal. A via olfatória,
diferentemente das demais, não faz sinápses com o tálamo. Nesse caso, o
tálamo recebe as sensações olfativas através de outras áreas.

51

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Área integrativa comum ou área de Wernicke

área de Wernicke

Todas as áreas interpretativas (somestésica, auditivas e visuais),


juntamente com o tálamo e regiões basais do encéfalo, dirigem os seus sinais
para a Área de Wernicke. É nesta área que todos os diferentes tipos de
sensações são interpretadas para encontrar um significado comum. Todo o
pensamento das diferentes áreas sensorial é correlacionado e pesado, um
contra os outros, para a obtenção de conclusões mais profundas que podem
ser alcançadas por apenas uma das áreas de associação. A Área de Wernicke
localiza-se em 19 a cada 20 pessoas no lado esquerdo do encéfalo. A área
correspondente do lado direito está relacionada com: reconhecimento das
faces, a interpretação de música e forma dos objetos.

Função da área de Wernicke na comunicação e no simbolismo

A mais importante função da Área de Wernicke é a interpretação da


linguagem, quando a linguagem chega por meio auditivo e visual. Como
também, esta área é muito importante para os outros tipos de simbolismo que
não a linguagem, como os preceitos da filosofia dos negócios, do diagnóstico,
etc..

Organização básica dos centros superiores para a contração muscular


Córtex Motor

Situado à frente do Sulco Central, desempenha o principal papel no


controle dos movimentos precisos e delicados.

Córtex Motor Primário

Possui uma representação topográfica das diferentes áreas musculares


do corpo, começando pela região da face e da boca e terminando com a região
52

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


dos pés. Esta figura mostra o mapeamento dos graus de representação das
diferentes áreas musculares, idealizado por Penfieldi Rasmussen. Neste
mapeamento existe correspondência ponto a ponto entre o córtex motor
primário e músculos específicos em todo o corpo. Nem todos os músculos tem
o mesmo grau de representação no córtex motor primário. As áreas de maior
representação, quando estimulada produzem contração de um só músculo, ou
mesmo, de parte de um mesmo músculo. Outras áreas, de menor
representação, a estimulação elétrica contrai um grupo muscular. As mãos, a
boca e garganta possuem grande representação o que no córtex motor
primário fiel controle de todos os movimentos finos e aprendidos. A grande
representação da boca e da garganta explica a capacidade do ser humano de
falar.

Área Pré -Motora

Localizada anteriormente do córtex motor primário. Segundo a


classificação de Brodmann, enquanto o córtex motor primário é denominado de
área 4, a área pré-motora é denominada área 6. Esta área está envolvida com
padrões movimentos envolvendo grupos de músculos ou músculos isolados
que realizam tarefas específicas (Exemplo: posição de ambos os braços
possibilitando uma melhor orientação das mãos para realizar tarefas
específicas) e armazena parte do conhecimento para o controle dos
movimentos aprendidos.

Área Motora Suplementa

Como as demais áreas, possui uma organização topográfica para o


controle de atividade motora. Para que esta área seja estimulada, há
necessidade de estimular mais forte quando comparados com as outras áreas
do córtex motor. Mas, quando estimuladas, promovem contrações bilaterais
(rotação das mãos, dos olhos, vocalização e bocejo). Juntamente com a área
pré-motora, promove movimento de fixação dos diferentes segmentos do corpo
e movimento de posicionamento da cabeça e dos olhos.

53

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Área de Broca e a Fala

A capacidade de falar do ser humano depende de 2 capacidades:


Interpretar a linguagem falada e Traduzir pensamentos em linguagem. No caso
de comunicação por som, informação chega ao córtex auditivo primário e daí
são levados para as áreas associativas auditivas (estas interpretam as palavras
e as palavras como frases). As frases são interpretadas como pensamento na

Área de Wernicke.

No caso da comunicação visual, a combinação de letras, vista pelos


olhos, são interpretadas como nas frases nas áreas associativas visuais, e as
frases, de novo, viram pensamentos na Área de Wernicke.
Durante uma conversa, a área de Wernicke desenvolve os pensamentos
que uma pessoa deseja comunicar com a outra. Para isto, atua em associação
com a parte mais lateral do córtex sensorial somestésico para iniciar a
seqüência de sinais (cada sinal representando uma sílaba ou toda a palavra), e
os transmite para as áreas motora e pré-motora (área de broca ou de fala) que
controlam a laringe e a boca.

Na área de broca, os padrões motores são controlados, para a formação


dos diferentes sons pela laringe e boca. Os sinais que chegam a área de
Wernicke desencadeiam seqüência de padrões no centro da fala e, esses
padrões, formam as palavras. Para a realização dos sons, há necessidade de
controlar a respiração, isto quem realiza é a área de broca. Portanto, ao
mesmo tempo que ocorrem ao movimentos orais e laríngicos os músculos
respiratórios contraem para produzir o fluxo de ar necessário ao processo da
fala.
A área de broca é responsável pelo controle dos movimentos
coordenados de laringe e da boca para a produção da fala. Caso haja a lesão
nesta área, a pessoa fica incapaz de enunciar as palavras completas além das
expressões mais simples como "não" e "sim". Outra função importante desta
área é a de promover a função respiratória, de forma que para haver ativação
respiratória das cordas vocais simultaneamente aos movimentos da boca e da
língua durante a fala.

Córtex Pré-Frontal

Localizado anteriormente ao córtex motor, está relacionado com


agressividade e comportamento social (juntamente com o sistema límbico);
produzir pensamentos seqüenciais e lógicos; e finalmente, elaboração de
prognóstico e perda de armazenamento de informações na memória.
Aprendizado de Movimentos de Precisão

O aprendizado de uma movimento de alta precisão (o escrever, o


arremesso no basquete, etc.) é um processo lento, meticuloso e doloroso. Há
necessidade de muitos erros e tentativas. Durante todo o tempo o Sistema
Nervoso Sensorial (os sinais sensoriais são: os visuais, os somestésicos, os
auditivos e todos os outros que podem ser úteis para a realização do ato motor
bem sucedido) avalia o grau de sucesso. Após um grau mínimo de sucesso
inicial, as tentativas seguintes da execução da tarefa, combinadas com os
54

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


sinais sensoriais correlativos, levam à realização perfeita. Com o aumento na
habilidade para execução do ato, a velocidade também aumenta. Isto é muito
importante para a realização de alguns esportes nos quais a pessoa realiza
muitas funções motoras em tempo muito pequeno. Para realizar esses atos
que são muitos rápidos, o córtex cerebral desenvolve um repertório de
"padrões " de atividades motoras. Esses padrões podem ser mobilizados pela
parte " pensante " do cérebro e, uma vez iniciados, causarão conjunto discreto
de movimentos musculares que ocorrerão em seqüência ordenada.

Gânglios da base

Localizados na base dos hemisférios cerebrais, formados por


grupamentos neurais (núcleo caudado, tálamo, putame, globo pálido e núcleo
subcutâneo), cuja função é o controle de movimentos semi-voluntários
complexos (o andar, o dar voltas, os de correr e a realização de posturas
corporais para a realização de funções específicas).

Formados por grandes massas de neurônios que estão localizados na


profundidade da massa cerebral. Possui uma grande rede de conexões com
outras regiões do sistema de controle motor. Os gânglios da base controlam a
maior parte dos movimentos corporais estereotipados e substância conscientes
(que às vezes envolvem contração simultânea de muitos grupos musculares).

Os núcleos mais importantes dos gânglios da base: o núcleo caudado,


o putame, o globo pálido e núcleo subtalâmico. A substância negra e o
núcleo vermelho ; 2 núcleos mesencefálicos, funcionam em associação com os
gânglios da base.

Controle dos movimentos subconscientes pelos gânglios basais Muitas


das funções dos gânglios basais são suprimidas pelo córtex cerebral, mas a
perda do córtex cerebral provoca a perda da capacidade para movimentos
precisos (principalmente das mãos), mas (se for jovem), poderá aprender a
andar, a conservar o equilíbrio, a realizar movimentos posturais e a executar
movimentos subconscientes.

Funções dos diferentes gânglios da base

Apesar dos núcleos atuarem em conjunto de forma muito


interdependente, suas funções individuais podem ser definidas.
• Núcleo caudado
Controla movimentos intencionais grosseiros (tanto consciente quanto
inconsciente).
• Putame
Funciona em conjunto com o núcleo caudado no controle dos
movimentos intencionais grosseiros e juntamente com o córtex motor, os 3
funcionam no controle de outros padrões de movimentos (até provavelmente
em alguns padrões utilizados em atividades atléticas e técnicas).
• Globo pálido
Provavelmente controla o posicionamento “de fundo " das grandes
partes de corpo, quando da execução de um padrão complexo do movimento.
Exemplo: movimento preciso das mãos há necessidade de
55

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


posicionamento dos braços e de todo o corpo.
• Núcleo subtalâmico
Área associada no controle de alguns aspectos do processo da marcha
e outros movimentos rítmicos grosseiros. Assim, o córtex motor primário, os
gânglios da base, o tálamo e o córtex pré-motor formam um complexo sistema
para o controle de padrões de atividades motoras coordenadas.

Cerebelo

Localizado atrás e abaixo do encéfalo, possuindo uma vasta rede de


feixes neuronais para a comunicação com as outras áreas motoras. Sua função
possibilitar que os movimentos ocorram de forma fluída, regular e que os
músculos atuem em conjunto.

Coordenação dos movimentos motores pelo cerebelo

O cerebelo tem a função de coordenar a contração muscular individual,


coisa que a área reticular bulbar, os gânglios da base e o córtex motor não
fazem.
Para a realização de qualquer movimento, há necessidade de certo força
para que um membro comece a se mover (vencer a inércia). Mas, uma vez
começado a se mover, o membro continuará até que uma força em oposição
até a opção parar. O único órgão capaz de realizar ajustes é o cerebelo. O
cerebelo é dividido em 3 lobos distintos por 2 fissuras profundas: o lobo
anterior, o lobo posterior e o lobo floculonodular. Este último já estudado, cuja
função está relacionada com o sistema vestibular no controle do equilíbrio.
Entre os lobos existe uma área denominada de vermis, que está relacionada ao
controle cerebelar para os movimentos musculares do eixo corporal, do
pescoço, aumento dos ombros e dos quadris. De cada lado deste vermis
existem 2 hemisférios que são divididos em 2 zonas: INTERMEDIÁRIA e
LATERAL.
• Zona intermediária: esta zona relaciona-se ao controle das
contrações musculares nas regiões distais dos membros superiores e inferiores
(principalmente das mãos, pés e dedos).

• Zona lateral: participa do planejamento geral dos movimentos motores


seqüenciais.

Representação topográfica do corpo no vermis e nas zonas

As porções axiais do corpo se localizam na área correspondente ao


vermis, enquanto os membros e regiões faciais localizam-se nas zonas
intermediárias. As representações topográficas recebem sinais nervosos
aferentes de todas as partes respectivas do corpo e das áreas topográficas
correspondentes do córtex motor e das áreas motoras do tronco cerebral. Seus
sinais motores são enviados para as mesmas respectivas áreas topográficas
do córtex motor, do núcleo vermelho e da formação reticular bulbar. Partes
laterais dos hemisférios não tem representações topográficas do corpo. Essas
áreas possuem conexões com áreas de associação correspondente do córtex
cerebral (área pré-motora, área somática, sensorial e de associação sensorial
do córtex parietal).
56

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Talvez estas conexões com áreas associativas permitam a estas regiões
cerebelares desempenhem papéis importantes no planejamento e coordenação
das atividades musculares seqüenciais. Baseando-se nesta figura podemos
estudar mais detalhadamente as vias aferentes e eferentes do cerebelo. O
cerebelo recebe sinais dos receptores proprioceptivos (localizados em todos os
músculos, nas áreas de pressão do corpo e de qualquer outro ponto de onde
pode ser obtida informação sobre o estado físico do corpo), do aparelho do
equilíbrio do ouvido e dos olhos.

Funções cerebelares

Função preditiva

Outra função importante do cerebelo é a de predizer a posição das


diversas partes do corpo. Por exemplo, quando a pessoa está se movendo
muito rápido, enquanto a pessoa corre, o cerebelo, atuando em conjunto com o
córtex somestésico , poderá predizer onde a pessoa estará a cada instante,
durante alguns centésimos de segundo adiante. É por causa dessa predição
que a pessoa pode enviar sinais apropriados para os músculos da pessoa,
dirigindo o membro para o ponto do solo onde o pé deverá tocar a fim de
impedir a queda para um lado ou outro. E cada vez que o córtex motor, os
gânglios da base ou a formação reticular do tronco cerebral enviem sinais para
os músculos, um conjunto em duplicata de sinais é enviado para o cerebelo, ao
mesmo tempo. Assim o cerebelo é o centro coletor de todas as informações
possíveis sobre o estado físico instantâneo do corpo.

Função de controle do equilíbrio

O lobo floculonodular, do cerebelo, está relacionado com o equilíbrio


corporal (manutenção do corpo em posição ereta, contra o sentido da ação da
gravidade). Aliás isto já foi visto no capítulo anterior. Os sinais do aparelho
vestibular são transmitidos pelo lobo floculonodular (via tronco cerebral). Neste
lobo auxilia a pessoa a antecipar que irá perder seu equilíbrio quando modifica
a direção de seu movimento, antes do tempo, impedindo que isso ocorra.

Função de controle do movimento

O cerebelo atua como um mecanismo de feedback dos movimentos


iniciados no córtex motor e nos gânglios da base. O cerebelo recebe
informações do córtex motor, dos movimentos musculares que o próprio córtex
motor pretende realizar.

Ao mesmo tempo, o cerebelo recebe informações proprioceptivas


diretamente do corpo (informando -o dos movimentos que foram executados de
verdade). Após comparar a execução pretendida com a execução que foi
realizada, sinais "corretivos" são enviados de volta ao córtex motor, a fim de
fazer com que o movimento realizado fique de acordo com o que foi pretendido.
O mesmo processo ocorre com os gânglios da base.

57

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Sistema nervoso autônomo e hipotálamo

O Sistema Nervoso Autônomo (SNA)

controla as funções internas do corpo, como: controle da pressão


arterial, a temperatura, a freqüência cardíaca, os movimentos do tubo
gastrointestinal, a secreção de glândulas digestivas, e dilatação da pupila, etc..
O SNA é dividido em 2 componentes distintos:
Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS) e Sistema Nervoso Autônomo
Parassimpático (SNAP).

SNA Simpático
As fibras eferentes do SNAS proeminam dos segmentos torácico e lombar da
coluna vertebral para órgãos específicos do organismo. Essas fibras ao saírem
da medula espinhal fazem sinapses com gânglios (denominadas de fibras
préganglionar) e utilizam acetilcolina (denominadas de colinérgicas e
receptores nicotínicos).
Ao saírem dos gânglios, as fibras podem utilizar 2 neurotransmissores
diferentes: acetilcolina (fibras colinérgicas, somente para glândulas
sudoríparas, músculos piloeretores e alguns vasos sangüíneos e receptores
muscaríneos) e nora-adrenalina (fibras adrenérgicas, em maior número e
utilizam os receptores alfa e beta).

SNA Parassimpático
As fibras do SNAP proeminam dos segmentos cervical (a fibra mais importante
é o VAGO) e sacral da coluna vertebral para determinados órgãos.

58

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Como ocorre no SNAS, as fibras pré-ganglionar são denominadas de
colinérgicas e receptores nicotínicos. As fibras pós-ganglionar também são
colinérgicas e os receptores também são muscaríneos. Sendo assim, o
parassimpático só utiliza fibras colinérgicas.

Ações dos sistemas autônomos em diferentes órgãos

Efeito sobre o olho:O SNAS dilata as pupilas, permitindo a entrada de


maiores quantidade de luz no globo ocular. O SNAP faz com que se contraia, o
que diminui a quantidade de luz que penetra em seu interior.

Secreção dos sucos digestivos:As glândulas salivares da boca e as


glândulas gástricas do estômago são controladas pelo SNAP. Outras,
glândulas do intestino são controladas parcialmente pelo SNAP e, na sua maior
parte, fatores locais.

Efeitos sobre o coração:A estimulação do SNAS aumenta a atividade


cardíaca (aumenta a função e a força de contração muscular.) Enquanto a
estimulação do SNAP diminui a atividade cardíaca (diminui apenas a função). A
epinefrina tem maior efeito sobre a estimulação cardíaca que a norepinefrina,
devido ao seu maior efeito sobre o receptor beta .

Controle dos vasos sangüíneos:O SNAS controla os vasos


sangüíneos periféricos. Em sua maioria, a ação simpática é vasoconstritora,
exceto os vasos coronarianos (este a ação simpática é vasodilatadora). (O
controle do SNAP sobre os vasos sangüíneos possibilita a regulação do débito
cardíaco com constrição das veias e dos reservatórios venosos) e a Pressão
Arterial (aumento da resistência periférica). A ação do SNAP é contaria, mas
seu efeito é tão minúsculo e ocorre em áreas muito restritas. A epinefrina causa
fraca constrição dos vasos sangüíneos dos músculos quando comparados com
a constrição (fortíssima) da norepinefrina.

Efeito sobre os pulmões:O SNAS promove a dilatação dos brônquios,


mas não tem efeito significativo sobre os vasos sangüíneos do próprio pulmão.

Controle dos movimentos gastrintestinais:O SNAP aumenta o


peristaltismo
(propele o alimento para diante) e diminui o tônus dos esfíncteres
gastrintestinais (estes esfíncteres abertos permitem a fácil passagem deste
alimento). A ação nos intestinos é muito intensa, pois quando em ação ela
possibilita a passagem do alimento da boca ao ânus em apenas 30 segundos.
O SNAS inibe o peristaltismo e provoca a contração dos esfíncteres.

Liberação de glicose pelo fígado: O SNAS promove a glicogenólise


hepática (degradação do glicogênio em glicose), e a liberação da glicose para o
sangue.
Isto acarreta um aumento de suprimento nutricional para as células.

Efeito sobre os rins: O SNAS promove a vasoconstrição nos vasos


sangüíneos renais, diminuindo a produção de urina. Es te efeito promove a
retenção de líquido na circulação aumentando o volume sangüíneo e o retorno
59

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


venoso para o coração.

Esvaziamento da bexiga urinária:O SNAP promove os esvaziamento


da bexiga urinária, excitando as paredes musculares e também inibindo o
esfíncter uretal. O SNAS impede o esvaziamento promovendo a ações
contrárias.

Supras renais: são glândulas que estão situadas logo acima dos rins
portanto são em número de duas. É dividida em: Córtex Supra renal (parte
externa) e Medula renal (parte interna). Estas glândulas produzem e secretam
2 hormônios: medula produz e secreta dois hormônios: Norepinefrina
(noradrenalina) e Epinefrina (adrenalina). As terminações adrenérgicas do
SNAS, quando estimuladas promovem a produção e secreção destes dois
hormônios. Estes hormônios, quando liberados, o são no sangue circulante
para todos tecidos. Em média, 40% da secreção é epinefrina e 20%
norepinefrina. As catecolaminas possuem mesmos efeitos que aquelas
liberadas pela estimulação simpática direta, exceto que seus efeitos duram de
5 à 10 vezes mais isto se deve à sua lenta remoção do sangue.

Efeitos metabólicos: O SNAS aumenta o metabolismo de todas as


células, a norepinefrina aumenta a velocidade de todas as noções químicas
das células. O que aumenta a intensidade global do metabolismo corporal. Este
efeito podem ser ativados em poucos segundos. A epinefrina aumenta o
metabolismo em até 5 à 10 vezes que a norepinefrina.

Estimulação das atividades mentais: O SNAS produz o aumento na


velocidade (ou intensidade) do trabalho mental, isto se deve talvez o aumento
do metabolismo nas células neuronais.

Descarga maciça no preparo do corpo para a ativação:Quando o


SNAS é estimulado, ele fica excitado de uma vez só. Esta característica
promove: aumento na pressão arterial, no metabolismo celular, grau de
atividade mental e níveis de glicose no sangue.

Funções especiais do sistema nervoso simpático

Reflexos de calor

Quando aplica-se calor à pele, ocorre um reflexo (via medula espinhal),


que promove a vasodilatação na área afetada. Caso o sangue aumente de
temperatura ao passar pelos centros térmicos do hipotálamo, promove uma
vasodilatação em todos os vasos cutâneos, mas sem modificar os vasos
profundos. Isto, distribui o sangue à periferia para que seja dissipado calor
(permitindo sua perda para o ar).

Desvio do sangue para os músculos durante o exercício

Com o início do exercício, os músculos em atividade aumentam seu


metabolismo. Com o metabolismo aumentado há necessidade de maior
quantidade de nutrientes (glicose, gordura, proteínas, gás oxigênio e etc.) e
também, eliminar os metabólicos (gás carbônico, ácido lático, uréia e etc.).
60

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Como vimos anteriormente, o SNAS é estimulado e promove uma
vasoconstrição generalizada em todo o corpo (fibras adrenérgicas). Mas, os
músculos em atividade há produção de substâncias que são vasodilatadoras
(principalmente alcalóide) e o próprio SNAS promove a vasodilatação (fibras
colinérgicas). Assim, o fluxo sangüíneo é direcionado para a área ativa e nas
demais áreas, o fluxo fica extremamente diminuído.

61

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


FISIOLOGIA MUSCULAR

O sistema muscular é formado pelos músculos esqueléticos, cardíacos e


lisos, pelos elementos anexos que são os tendões, as fáscias e as
aponeuroses, pelos vasos sangüíneos e pelas fibras nervosas. Os músculos
são a parte contrátil propriamente dita e os elementos anexos formam um
sistema de alavancas ao originar-se e inserir-se em porções ósseas.

Vasos Sangüíneos

Os vasos sanguíneos arteriais dividem-se em ramos cada vez menores,


formando uma rede de capilares que entram em contato com as células
musculares.
Estes capilares têm como funções, entre outras, a de suprir o músculo
com substâncias nutritivas, oxigênio e hormônios e retirar os produtos do
catabolismo celular e dióxido de carbono.
O sistema venoso, através de suas veias, possibilita a retirada desses
produtos do músculo esquelético.

Inervação

As fibras nervosas podem ser divididas em motoras e sensoriais. As


fibras motoras, ao se interiorizarem no músculo, perdem sua bainha de mielina
e ramificam-se (em ramos terminais), entrando em contanto com a membrana
da fibra muscular esquelética através de placas motoras (área responsável
pela transmissão do potencial de ação do nervo para fibra muscular). Esta
união entre o ramo terminal e as fibras musculares denomina-se UM. A
quantidade de fibra muscular inervada pelo ramo terminal varia de acordo com
o trabalho realizado pelo músculo ou grupamento muscular. Movimentos
precisos e delicados.

62

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


necessitam de uma alta densidade de inervação, sendo assim, cada fibra
nervosa chega a inervar poucas (3 a 5) fibras musculares. Mas, músculo ou
grupo muscular, que realizam movimentos sem refinamento motor não
necessitam de uma alta densidade de inervação, e neste caso uma única fibra
nervosa chega a inervar centenas de fibras musculares.

Além da inervação motora, os músculos possuem uma inervação


sensitiva com receptores para a dor, pressão profunda e dois outros tipos de
receptores: o fuso muscular, que detecta as alterações de comprimento
(inclusive sua intensidade e velocidade) do músculo provocadas pelo
estiramento, ou contração muscular; e o aparelho de Golgi, localizado nos
tendões musculares e que detecta a tensão aplicada a estes, durante a
contração muscular.

Tecido Muscular

O tecido muscular é constituído de 75% de água, 20% de proteínas e os


restantes 5% compreendidos de sais minerais, glicogênio, glicose, lipídios e de
compostos nitrogenados não protéicos (como a creatina, ATP e ADP).
A célula muscular esquelética apresenta características semelhantes às de
outras células do organismo. Possui uma membrana celular (sarcolema) que
tem como funções manter a integridade do meio intracelular, a permeabilidade
seletiva para eletrólitos e substâncias orgânicas e contribuir para que o efeito
estimulante de um impulso nervoso não se propague de uma fibra muscular às
suas vizinhas. O citoplasma (sarcoplasma) preenche todos os espaços
intersticiais entre as miofibrilas, e nele encontram-se substâncias dispersas,
tais como: mioglobina, grânulos de gordura e de glicogênio, compostos
fosforados, íons, enzimas e organelas (retículo sarcoplasmático, mitocôndrias e
núcleo).

A. Retículo Sarcoplasmático e Túbulo T

O retículo sarcoplasmático é constituído de uma rede de tubos e


cisternas que circundam as miofibrilas, em comunicação com duas cisternas
contíguas, denominadas cisternas terminais. E, perpendicularmente, formando
uma invaginação do sarcolema da miofibrila, recebe o nome de túbulos
transversos ou túbulos T, cuja função é conduzir o influxo nervoso motor para
partes mais internas da fibra muscular esquelética. A união entre as duas
cisternas terminais e um túbulo T denomina-se tríade e sua localização permite
delimitar cada sarcômero, o que é muito importante para a transmissão do
impulso elétrico. O retículo sarcoplasmático possui em suas membranas
mecanismos de transporte ativo de cálcio, o que possibilita a esta organela o
armazenamento deste íon e, portanto, o controle da regulação do cálcio no
retículo sarcoplasmático.

63

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


SARCOPLASMA DA CÉLULA MUSCULAR

B. Mitocôndrias

As mitocôndrias (do grego: mitos: fios e chondros: grãos) possuem uma


constituição lipoprotéica, sendo 3/4 de proteínas e 1/4 de lipídio, e contém uma
grande quantidade de enzimas relacionadas ao processo de degradação,
síntese protéica, transaminação de aminoácidos e outros processos
metabólicos. Sua forma é arredondada ou alongada, medindo de 0,2 a 1 mm
de diâmetro e 2 a 4 mm de comprimento, tendo número característico de
acordo com o consumo de energia pela célula (de 20 até 500.000 unidades).
Nas células musculares esqueléticas, sua disposição é paralelamente entre os
feixes de miofibrilas.

Essa organela é revestida por duas membranas justapostas,


denominadas cristas mitocôndriais, que se dobram para o seu interior. Estas
cristas mitocôndriais têm como função aumentar a área superficial da
membrana e estão relacionado a um processo exergônico denominado Cadeia
Respiratória ou Sistema de Transporte de Elétrons. A parte não ocupada por
esta crista mitocondrial denomina-se matriz mitocondrial e é preenchida por um
líquido denso e homogêneo (constituído por um processo exergônico
denominado Ciclo de Krebs ou Ciclo de Ácido Cítrico e suas respectivas
enzimas) e por uma substância-matriz (onde há pontos de ligação aos íons
cálcio).

64

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


As funções das mitocôndrias são, em especial, a capacidade de
concentrar certos íons (entre eles fosfato, cálcio e provavelmente sódio) e a
biossíntese de energia para a célula na forma de trifosfato de adenosina (ATP),
sendo esta a função mais importante. No processo de biossíntese de energia
para célula (este processo denomina-se respiração celular), há degradação
enzimática de nutrientes (gordura, proteínas e glicose principalmente),
resultando em formação de CO2, H2O e liberação de energia. Esta energia é
necessária para mecanismos de transporte de substâncias através da
membrana celular, síntese protéica e contração muscular, entre outros.

C. Mioglobina

A mioglobina, substância que também se encontra dispersa no


citoplasma, possui um importante papel, servindo como um reservatório
adicional de oxigênio que pode ser utilizado pelas mitocôndrias durante o
processo de respiração interna, quando a pressão do oxigênio diminui durante
exercícios físicos. Para realizar esta função, a mioglobina possui um átomo de
ferro no grupo heme, que retém oxigênio; aliás, é esta característica funcional
que a difere da hemoglobina plasmática, a qual possui quatro grupos heme.
Com um maior suprimento de oxigênio para as mitocôndrias, possibilita o
predomínio do metabolismo aeróbio. Outra organela constituinte do citoplasma
das fibras musculares é o núcleo, cujo formato é de um corpúsculo oval e
alongado. As fibras musculares esqueléticas têm a características de serem
multinucleadas, isto é, possui mais de um núcleo.
.

Filamentos Protéicos Musculares

Músculo
Filamento Actina
Miofibrilas

Filamento
Miosina

A musculatura esquelética estriada é denominada maneira, devido às


suas características histológicas e ao seu formato de estrias, quando vista ao
microscópico. Pode também ser denominada voluntária, por estar sobre o
controle da vontade. Suas células possuem formato cilíndrico e estão dispostas
anatomicamente em paralelo, apresentando a característica de um
funcionamento independente. Seu comprimento e sua espessura variam nos
diferentes músculos ou mesmo no próprio músculo. Sendo assim, seu
cumprimento pode ter de 1 mm a 30 cm e sua espessura de 10 a 100 m.

Uma delgada membrana constituída, de fibrilas reticulares muito


delgadas, ricas em colágeno e suprida por capilares, envolve cada fibra
65

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


muscular esquelética. Esta membrana, denominada endomísio, possui a
função de garantir a individualidade desta fibra e resistência à tração. Estas
fibrilas se combinam formando cordões mais fortes e espessos que se fundem
com tecido conjuntivo, fibras de colágeno e elásticas formando outra bainha.
Esta, agora, reveste um grupo de miofibrilas constituindo o fascículo ou
perimísio. Nestes fascículos, estão localizados os capilares linfáticos (no
tecido conjuntivo dos fascículos), que coletam parte do líquido intersticial,
formando a linfa. Esta linfa circula na direção da corrente venosa e desemboca
na corrente sangüínea, na veia subclávia esquerda.

Estes fascículos são reunidos em feixes musculares que também são


revestidos por uma delgada lâmina de tecido conjuntivo, denominada perimísio.
Da reunião de todos estes feixes musculares origina-se o músculo, que
também está envolto num tecido conjuntivo mais resistente e fibroso
denominado fáscia ou epimísio.

Como foi visto anteriormente, as fibras musculares possuem um aspecto


de estriação que resulta de dois conjuntos de filamentos protéicos, formando
áreas mais escuras e áreas mais claras.

Sarcômero e Bandas A e I

As estrias escuras são denominadas banda A ou anisotrópica, é


constituída por filamentos protéicos, sendo um deles denominado filamento
protéico espesso de miosina e o outro, denominado filamento protéico fino de
actina ou simplesmente de filamento de actina.

Inserida na zona A, há uma região central que se caracteriza por ser


menos densa, pois neste espaço não ocorre superposição de filamentos de
actina e sim apenas filamentos de miosina. Esta área, denominada zona H,
divide-se em duas partes por uma estrutura denominada linha M, que possui
uma coloração escura e cuja constituição é de proteínas com funções de
sustentação e orientação dos filamentos de miosina.

O outro aspecto de treliça é dado por uma região, que se cora


fracamente aos corantes básicos, denominada banda I ou isotrópica. A banda I,
também é constituída de filamentos protéicos, mas somente pelos filamentos
de actina. Para a sustentação deste filamento de actina, há uma linha
denominada linha Z que se localiza no centro desta zona. Esta linha Z também
é denominada, por alguns autores, disco Z. Todas estas bandas, zonas e
linhas compreendida s dentro de Z formam a unidade contrátil do músculo e
sarcômero. A somatória do duas linhas denomina-se encurtamento de muitos
sarcômeros resulta na diminuição do comprimento do músculo, promovendo,
assim, um movimento ou aumento de tensão.

66

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Filamento Protéico de Miosina

O filamento de miosina constitui cerca de 55% do total de proteínas

estruturas musculares. É formado por uma cadeia polipeptídica longa,


constituída de pequenas subunidades. Estas subunidades são as moléculas de
miosina e cada filamento deste possui cerca de 200 moléculas. Quando se
expõe este filamento a uma breve digestão com enzimas proteolíticas (tripsina),
ocorre uma fragmentação proteolítica deste filamento em duas subunidades:
meromiosina leve e meromiosina pesada. A fragmentação proteolítica parece
dever-se a uma pequena região tripsina-sensível, localizada próxima ao
centrodo filamento de miosina.

67

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Linha Z

Banda I

Banda A

68

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


SARCOMERO RELAXADO

SARCOMERO CONTRAIDO

As subunidades meromiosina leve (ou simplesmente MML), base do


filamento de miosina, é constituído por duas cadeias peptídicas dispostas em a
hélice, dando o formato cilíndrico ao filamento.

A MMP corresponde às pontes transversas (cuja função veremos


quando for discutido o mecanismo de contração muscular). Caso ocorra uma
nova exposição a enzimas proteolíticas (agora a papaína), a subunidade MMP
hidrolisase em fragmentos S-1 e S-2. O fragmento S-1 apresenta função
ATPásica, o que é muito importante para o processo de contração muscular.
O filamento de miosina possui um importante papel no processo de contração
muscular que será discutido posteriormente, mas vale ressaltar que, os locais
onde ocorre a digestão por enzimas proteolíticas, tanto tripsina, quanto
papaína, formam verdadeiras dobras denominada dobradiças ou pontos de
flexão que são importantes para a interação actomiosínica.

Filamento Protéico de Actina

O segundo filamento protéico, que representa cerca de 31% do total das


proteínas estruturais musculares, é constituído por 3 proteínas: a própria
actina, troponina e tropomiosina.

A. Proteína Actina

O filamento de actina é formado por moléculas globulares na forma de


uma única cadeia polipeptídica. Esta molécula, denominada G-actina (G de
69

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


globulosa), forma a cadeia polipeptídica cujas moléculas unem-se fortemente a
um íon cálcio e a uma molécula de ATP (sendo agora denominada G-ATP -
actina). Com a hidrólise do ATP ocorre a polimerização, na presença de
magnésio (Mg++), da G-ATP-actina em F-actina (F de fibrosa).

A. F-actina forma um cordão (devido à fixação das G-actina pelo ADP) que ao
enrolar-se sobre si mesma, dá a forma de espiral em a hélice a este filamento.

B. Proteína Troponina

A troponina tem formato globular, função relacionada à atividade


contrátil. Uma análise mais criteriosa pode detectar que a troponina é formada
por 3 subunidades: TN-C, TN-I e TN-T. A subunidade TN-C pode ser também
denominada subunidade ligadora de cálcio. Apresenta sítios específicos aos
íons cálcio, o que lhe dá uma alta capacidade de fixação a este íon. Ao ligarse
aos íons cálcio, ocorre alterações na sua conformação espacial que são
importantes para o processo contrátil. A segunda subunidade da troponina é
denominada TN-I, onde a letra I refere-se a sua função de inibição da interação
actomiosínica (entre os sítios ativos do filamento de actina com as pontes
transversas do filamento de miosina). A última subunidade, denominada TN-T,
possui apenas uma característica, que é a presença de um sítio de ligação ao
filamento de actina.

C. Proteína Tropomiosina

A terceira e última proteína constituinte do filamento protéico de actina é


denominada tropomiosina, cujas características são a molécula fibrosa e
alongada, formando duas cadeias polipeptídicas distintas, localizando-se nos
sulcos dos filamentos de actina. Sua função está relacionada a sua capacidade
de deslizar nestes sulcos (pois não está fixa na F-actina), o que acarreta
alterações importantes para a interação actomiosínica que serão vistas
posteriormente.

Devido às funções das proteínas constituintes do filamento de actina


(proteínas troponina e tropomiosina) podemos concluir que os seus papéis na
contração, não estão relacionados ao processo contrátil, mas sim à regulação
deste processo.

TROPONINA TROPOMIOSINA

ACTINA

70

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Processo de Contração Muscular

O processo contrátil inicia-se com a chegada dos potenciais de ação do


nervo motor que libera a acetilcolina na fenda sinaptica, ligando-se aos seus
receptores específicos no sarcolema pregueado e provocando um segundo
potencial de ação. Esta acetilcolina não pode permanecer na fenda sinaptica
ela é degradada pela enzima acetilcolinesterase e é reabsorvida pelo botão
terminal do nervo motor.

Este potencial de ação é interiorizado pelos túbulos T para dentro do


citoplasma da célula muscular (sarcoplasma). No retículo sarcoplasmático os
potenciais de ação promovem o aumento da permeabilidade aos íons cálcio
armazenados em suas cisternas terminais, promovendo um efluxo deste íon
para o mioplasma. Além deste aumento da permeabilidade há, também, no
retículo sarcoplasmático, uma proteína denominada calsequestrina que possui
uma alta avidez, mas baixa afinidade de fixação aos íons cálcio. Sua função é
a de fixar-se aos íons cálcio do retículo sarcoplasmático e os transportá-los
para o citoplasma da fibra muscular.

A liberação do íon cálcio causada pelos potenciais de ação não é


imediata.

Na realidade, ela só ocorre quando o potencial fica mais negativo ou


cerca de -50 mV e a liberação chega ao máximo, quando o potencial chega à
cerca de -20 mV.

Os íons cálcio liberados pela calsequestrina e aqueles difundidos pelo


retículo sarcoplasmático são suficientes para desencadearem o processo
contrátil.

Durante o repouso, com o músculo relaxado, a concentração do íon


cálcio está em valores muito baixos. A desta concentração muito baixa ao
transporte ativo realizado manutenção deve-se pelas bombas de cálcio,
localizadas na membrana do retículo sarcoplasmático, que possuem maiores
afinidades que a proteína troponina (proteína constituinte do filamento de
actina) para este íon. Esta concentração do íon cálcio pode aumentar em até
100 vezes durante o processo de contração muscular. Esse elevado aumento
da concentração é devido ao aumento da permeabilidade do sarcolema e ação
da proteína calsequestrina.

Uma vez que a concentração do cálcio está elevada no mioplasma, há


acoplamento destes íons a troponina, mais precisamente na subunidade TN-C,
o que provoca alterações estruturais nesta proteína e causa um deslocamento
da tropomiosina para o interior dos sulcos dos filamentos de actina.

Com o deslocamento da tropomiosina, os pontos fixos dos filamentos de


actina são expostos para a fixação com as pontes transversas, ou mais
precisamente a parte globulosa da MMP-S1 e uma molécula de ATP. Acredita-
se que, esta molécula de ATP, por ser eletronegativa, promova um rearranjo e
conseqüentemente uma flexão do filamento de miosina, o que acarreta um
encurtamento do sarcômero.
71

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Com o tracionamento destes filamentos, a molécula de ATP fica exposta
à região de função ATPásica do filamento de miosina, ocorrendo assim à
hidrólise do ATP em ADP e fosfato inorgânico. A hidrólise do filamento ATP
altera a estrutura e o conjunto de cargas elétricas do segmento MMP-S1,
acarretando a queda da afinidade do segmento MMP-S1 com o ponto fixo do
filamento de actina. Neste momento, a MMP volta ao seu estado de repouso,
estando apta para um novo processo de interação actomiosínica. Com o
término da chegada dos potenciais de ação no motoneurônio, ocorre o retorno
do sarcolema, túbulos transversos e retículo sarcoplasmático para o estado de
polarizado. As cisternas terminais não difundem mais cálcio, aliás, este íon,
com ativação das bombas de cálcio na membrana do retículo sarcoplasmático,
é ativamente transportado de volta às cisternas. Não havendo concentração
suficiente de cálcio no citoplasma da célula muscular, desfazem-se as
alterações estruturais nas proteínas TNC que retornam a tropomiosina à
posição de ocultar os pontos fixos. Com a ocultação dos pontos fixos, não há
interação actomiosínica e, portanto, ocorre o relaxamento muscular.

Todo este aparato contrátil, para um perfeito funcionamento, necessita


que suas estruturas estejam íntegras. A perda desta integridade por qualquer
estímulo que seja, exercício físico, por exemplo, promove algumas alterações,
denominada lesões musculares, tornando o funcionamento deste aparato
deficitário.

72

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Controle da função Muscular Esquelética

Os controles da função musculares esqueléticas são controlados por


dois receptores da classificação de receptores mecanorreceptores
denominados de Fuso Muscular e Órgão Tendinoso de Golgi.

Fuso Muscular e Órgão Tendinoso de Golgi

Receptores que atuam no controle da função muscular, promovendo


feedback contínuo ao sistema nervoso sobre o comprimento e a tensão
muscular.

Fuso Muscular : sua estrutura é de fibras musculares (fibras intrafuselares)


modificadas, contidas em uma cápsula com um nervo sensorial situado
helicoidalmente (ao redor) de sua parte central (portanto sua porção central é
sensorial). Sua extremidade possui fibras musculares e é inervados por
neurônios motores gama ou fusimotores (promovem a contração do fuso).
As fibras musculares extrafuselares (fibras normais do próprio músculo)
são inervadas por motoneurônios alfa.
Com o estiramento do músculo, a porção central do fuso também se
estira, ativando o nervo sensorial e que envia impulsos para o SNC. A resposta
do SNC é a ativação dos motoneurônios alfa e a contração muscular, com
encurtamento muscular, o fuso é também encurtado e inativo. O fuso sensível
é à velocidade das mudanças do comprimento ao final alcançada pelas fibras
musculares.
73

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Estiramento tônico (estiramento aplicado ao músculo em virtude da
carga e relaciona-se ao comprimento final das fibras). Imagine segurando um
livro com o cotovelo flexionado e estável. Se a carga é pequena, as fibras
serão moderadamente distendidas e a f de impulsos baixos. Caso haja um
aumento brusco (outros livros) da carga, o músculo distende e distende
também o fuso, e há uma contração reflexa.
Estira mento fásico (responde ao ritmo ou à velocidade de mudança no
comprimento). Continuando o exemplo, a contração reflexa coloca o braço ao
seu nível original. Contudo, haverá uma supercompensação, que é uma
contração será superior à necessidade.
A supercompensação é diretamente proporcional à intensidade da
carga.

74

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


75

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Órgão Tendinoso de Golgi

Receptores encapsulado s nas fibras tendineas, localizados nos tendões


musculares.

São muito pouco sensíveis ao estiramento e para estimular, há


necessidade de um estímulo poderoso. Devido a sua localização, é ativado
pelo estiramento exercido ao músculo (com aumento de tensão nos tendões).
Sua ação é, após seu estiramento, informar ao SNC e esse causa um
relaxamento reflexo.

Unidade Motora (UM)

Existem aproximadamente 250 milhões fibras musculares no ser humano e


apenas 420 mil neurônios motores (NM). Portanto, um único NM ramifica-se e inerva
de 1 a centenas de fibras musculares, que se contraem e relaxam ao mesmo
tempo, trabalhando como uma unidade.

A relação entre NM e respectivas fibras musculares inervadas recebe a


denominação de Unidade Motora.

A quantidade de fibra muscular inervada pelo NM não está relacionada


com o tamanho do músculo, mas sim com a precisão, exatidão e coordenação
dos movimentos realizados por ele. Como também, é possível que o músculo
exerça forças de intensidade gradativa, desde uma contração leve até uma
vigorosa.

Diferentes tipos de Neurônio Motores

Os neurônios motores, que inervam as fibras musculares esqueléticas,


76

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


podem ser classificados baseando-se sobre 3 propriedades mecânicas e
fisiológicas. As propriedades são características da força e velocidade das
contrações; fadigabilidade e características de tensão tetânica.

A. Características da Inervação

Algumas unidades motoras ao serem estimuladas podem desenvolver


alta, intermediária ou baixa tensão. Como também, unidades motoras com
baixa capacidade de produção de força apresentam baixa velocidade de
contração e sendo assim, pode-se ter 3 categorias diferentes de unidades
motoras:

1ª. Contração Lenta ou Tipo I: baixa tensão e resistente à fadiga;

2ª. Contração Rápida ou Tipo IIa: moderada força e resistente à fadiga; e

3ª. Contração Rápida ou Tipo IIb: alta força e pouco resistente à fadiga.

As UM Tipo IIa e IIb são inervadas por grandes neurônios que


apresentam rápida velocidade de contração. Onde um único neurônio inerva
300 a 500 fibras musculares, desenvolvendo grandes tensões. Por outro lado,
a unidade motora do Tipo I, apresenta pequenos neurônios, com baixa
velocidade de contração.

A.1. Gradação de Força

A gradação de força possibilita que os padrões de movimento sejam


regulares e coordenados, podendo variar desde uma leve contração até uma
vigorosa. Essa gradação na força é possível através de 2 vias: número de UMs
recrutadas para a atividade (somação de múltiplas unidades motoras) e
freqüência dos potenciais de ação da UM (somação por ondas). São
resistentes à fadiga. Enquanto que, outras, com alta capacidade de produção
de força, contraem em alta velocidade e são menos resistentes à fadiga.

Somação de múltiplas unidades motoras

As UM obedecem à lei do tudo-ou-nada, o NM quando estimulado


promove a excitação de todas as fibras musculares (sem exceção). Como
também, dentro de um mesmo músculo existem centenas UM com diferentes
números de fibras musculares (algumas com poucas dezenas e outras com
centenas de fibras musculares).

Portanto, a força desenvolvida pelo músculo dependerá do recrutamento


da UM. Para a geração de muita força, recruta-se UM com número elevado de
fibras musculares e para a geração de menos força, recruta-se UM menores.

Somação por ondas

Estimulando a UM com apenas um único potencial de ação, será


produzido um movimento rápido (a fibra contrai-se e logo relaxa). Caso seja
aplicado outro potencial de ação antes da fibra relaxar, tem-se uma somação.
77

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Com a repetição regular dos potenciais de ação, ocorrerá a fusão completa dos
movimentos denominada de Tetania. A tensão ou força muscular durante a
tetania será muito maior que uma única contração.

Somação Assincrônica das UM

Para a obtenção de uma contração máxima há contração de todas as


fibras musculares de maneira sincronicamente. Mas, em contração sub-
máxima, algumas fibras contraem outras relaxam.

Diferentes Tipos de Fibras Musculares

Sabemos que existem 3 categorias de UM (Tipo I, IIa e IIb), as fibras


inervadas por esses neurônios também terão essas características. Portanto,
cabe ao NM determinar o tipo da fibra muscular que é excitada por ele. Assim,
podemos encontrar em um mesmo músculo 4 diferentes tipos de fibras
musculares: fibras anaeróbias, intermediárias, aeróbias e indeterminadas.
Fibras Musculares Esqueléticas Anaeróbias Também denominadas de
glicolíticas, tipo II, brancas, fásicas, de contração rápida ou ainda glicolítcas
rápidas. Suas características são:
• alta capacidade de transmissão de potenciais de ação (transmissão
eletroquímica);
• alta atividade da enzima miosina ATPase;
• rápida liberação e captação de cálcio pelo reticulo sarcoplasmático;
• alta concentração de enzimas glicolíticas;
• alta recomposição das pontes transversas.
Todas essas características possibilitam uma rápida transferência de
energia e vigorosas contrações, chegando a ser 2 a 3 vezes maiores que nos
outros tipos de fibras musculares. Essas fibras são recrutadas em atividades
físicas anaeróbias onde necessitam liberação rápida de energia e muscular.

Fibras Musculares Esqueléticas Intermediárias

Também chamadas de tipo IIa e fibras glicolíticas-oxidativas. Esses tipos


de fibra musculares são considerados intermediária porque combina uma
velocidade de contração com capacidade moderada metabólicas aeróbia
(elevada [SDH], enzima do ciclo de Krebs) e anaeróbia (elevada [PFK], enzima
da glicólise).
Fibras Musculares Esqueléticas Aeróbias
Recebem, também, várias outras denominações: tipo I, vermelha,
tônicas, oxidativas lentas e de contração lenta. Apresentam as seguintes
características:

• metabolismo aeróbio predominante;


• baixo nível de atividade da enzima miosina ATPase;
• baixa velocidade de contração;
• elevada concentração de mitocôndria e respectivas enzimas e
• resistente à fadiga.

São adequadas para exercícios aeróbios de longa e média duração,


onde recebem proporcionalmente mais fluxo sangüíneo que as outras fibras.
78

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Para a identificação das fibras é usada uma técnica histoquímica, através da
análise do tecido após a biópsia muscular. No entanto, um tipo de fibra
muscular não é possível ser identificado: fibras musculares esqueléticas
indeterminadas. Esse tipo de fibra representa cerca de até 5% de todas as
fibras musculares do corpo.

Como não é identificada, não é possível conhecer suas características.

Assumi-se que exista uma distribuição igual de fibras FG e FO nos


músculos (50% de cada), mas existem alguns que diferem: sóleus apresenta
25 a 40% mais FO que os demais músculos da perna e o tríceps, 10 a 30%
mais de FG.

A. Interconversão de Fibra Musculares

Não é possível que uma fibra oxidativa torne-se glicolítica. Para que isso

ocorra há necessidade de trocar a sua inervação. Portanto, é o


metabolismo do NM que determina o da fibra. Entretanto, atletas apresentam
músculos com % diferentes de sedentários. Atletas de resistência (aeróbios)
apresentam maiores % de FO e atletas anaeróbios, % maiores de FG.

B. Abalo, Somação e Tétano

Quando um músculo é estimulado, há contração muscular. Mas, antes


de ocorrer há um pequeno intervalo entre o estímulo e o início da tensão
gerada pela contração. Esse período é denominado de Abalo. Após o período
de tensão, inicia-se o relaxamento muscular. Deve-se observar que a tensão
exercida pelo músculo não é a tensão máxima.

Com o aumento na freqüência de potenciais de ação no NM, antes do


relaxamento, mais fibras musculares são recrutadas, aumentando a tensão
(Somação).

Aumentando ainda mais a freqüência dos potenciais de ação, leva a


excitação de todas as unidades motoras, a tensão é máxima e se mantém
enquanto ocorrerem os potenciais de ação, desde que não ocorra fadiga
muscular (Tétano).

Quando dois potenciais de ação são aplicados num intervalo de tempo


muito curto, o músculo não responde ao segundo estímulo, pois a fibra
muscular encontra-se em Período Refratário Absoluto (intervalo de 2 a 50ms).

C. Comportamento mecânico muscular durante contração

C.1. Tipos de Contração Muscular

Existem 2 tipos de contrações musculares, Isométrica e Isotônica. Na


contração isométrica, a tensão é desenvolvida, porém não há mudança no
comprimento do músculo. Nesse tipo de contração, ocorrem encurtamentos de
alguns sarcômeros que são responsáveis pela tensão.
79

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Porém, quando ocorre mudança no comprimento denomina-se de
contração isotônica. A contração isotônica pode ser de 2 tipos: concêntrica
(quando há encurtamento de fibra, isto é, a carga imposta sobre o músculo é
menor que a força desenvolvida, havendo assim encurtamento de sarcômeros)
e excêntrica (quando a carga imposta sobre o músculo é maior que a força
desenvolvida, assim sendo, há alongamento da fibra muscular sob tensão).

C.2. Relação Comprimento– Tensão

A fibra muscular apresenta um comprimento ideal de força, nesse ponto


a tensão gerada é máxima. Mas, caso a fibra esteja encurtada ou alongada
desse ponto ideal, a tensão gerada será submáxima.

C.3. Relação Comprimento– Velocidade

O mesmo ocorre com a relação comprimento -velocidade, a fibra no


comprimento ideal, apresentará velocidade de contração máxima. Acima ou
abaixo desse comprimento, as velocidades serão submáximas.

C.4. Relação Carga– Velocidade

A velocidade é inversamente proporcional à carga imposta ao músculo.


Assim sendo, quanto maior a carga, menor a velocidade de contração.

D. Fadiga Muscular

Apesar de muitos estudos, existem alguns possíveis locais e


mecanismos fisiológicos implicados na fadiga muscular localizada. São eles:

D.1. Junção Neuromuscular Menor liberação de acetilcolina na


terminação nervosa.

D.2. Mecanismo Contrátil Menor liberação de Ca++ pelo retículo


sarcoplasmático e redução na capacidade de ligação entre o Ca++ e a
troponina, devido a maior [H+] causada pelo ácido lático.

Diminuição das reservas de ATP-CP e ou menor rendimento


energético por mol de ATP. Diminuição das reservas de glicogênio muscular.
Falta de oxigênio e fluxo sangüíneos inadequados.

D.3. Sistema Nervoso Central

Esses distúrbios enviam aferências ao SNC promovendo inibição do


sistema neuromotor.

80

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Recrutamento de Fibras Musculares

As fibras musculares esqueléticas oxidativas são recrutadas primeiro em


qualquer situação de esforço e dependendo da intensidade, da duração e da
fadiga, as demais serão recrutadas (fibras musculares glicolíticas e
intermediárias). As fibras glicolíticas são recrutadas em situações de produção
de força e quando as fibras oxidativas e intermediárias estiverem fadigando. E
as fibras intermediárias, são recrutadas em exercícios de alta intensidade ou
muito prolongadas. A. Diferentes tipos de esforços físicos Em exercício
moderado, as fibras oxidativas e intermediárias são recrutadas inicialmente e
posteriormente as fibras glicolíticas (se a atividade continuar). Durante
exercícios de maior intensidade, todas as 3 fibras, seguindo a seqüência, mas
mais rápido.

E em esforços de grande potência, todas elas são recrutadas, com o


maior número possível.

Transmissão do Potencial de Ação do Neurônio para a Fibra Muscular-


Placa Motora

Todos os axônios ramificam e na extremidade de cada ramificação há


uma terminação denominada de ou Sinapse (quando permite a transmissão do
PA de um neurônio para outro) ou Placa Motora (transmissão de PA para o
músculo). A figura abaixo representa uma Placa Motora. A fibra muscular forma
81

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


uma bolsa onde a terminação do axônio fica situada sem manter contato com a
membrana celular da fibra.

Entre a terminação do axônio e a membrana da fibra, há um espaço


denominado de Fendas Sináptica (apresenta grandes quantidades de A bolsa
de Goteira ou Depressão onde no seu interior ocorrem dobras da membrana
chamadas de Fendas Subneurais (com função de aumentar a área de
transmissão do PA). Há muitas mitocôndrias em toda a denomina-se Sináptica,
placa motora e estão relacionadas com o fornecimento de energia para a
síntese do neurotransmissor (sintetizado nas vesículas sinápticas). A
transmissão do PA do axônio para a fibra muscular não é realizada por contato
físico (visto que não se tocam). Sendo assim, necessário uma substância que o
transmita, essa substância denomina-se neurotransmissor (acetilcolina). A
transmissão pode ser acompanhada pelas 3 últimas figuras, ocorrendo da
seguinte maneira:

1º. quando PA se propaga pela terminação, há abertura dos canais


voltagem-dependentes de Ca++, ocorrendo difusão do mesmo para dentro da
membrana celular do axônio;
2º. o Ca++ romove uma ação atrativa sobre as vesículas de que
possuem acetilcolina e algumas delas se fundem com a membrana celular do
axônio e esvaziam seu conteúdo dentro da fenda sináptica;
3º. localizados nas fendas sinápticas, estão os canais iônicos
acetilcolina dependentes que se abrem com o acoplamento da acetilcolina;
4º. a abertura do canal possibilita a difusão de Ca++, K+ e
principalmente Na+. Íons negativos, como os iodetos, não se difundem devido
às cargas elétricas negativas que revestem o canal;
5º. com a difusão de carga positiva para meio interno da fibra muscular,
ocorrendo à despolarização e conseqüentemente a contração muscular;
6º. algumas moléculas de acetilcolina, não chegam a acoplar com os
canais, pois são neutralizadas pela enzima colinesterase (não gerando PA).
Deve-se ressaltar que a acetilcolina é um neurotransmissor excitatório, isto é,
promove a despolarização. Existem outros neurotransmissores: norepinefrina
(noradrenalina), epinefrina (adrenalina), ácido glutâmico, encefalinas e
endorfinas.

82

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


83

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


ANATOMIA CARDIOVASCULAR

Coração

Localização

O coração está localizado atrás do osso esterno, dentro da cavidade


torácica formada pela medula espinhal, costelas e o próprio esterno.
Juntamente com o coração, a cavidade torácica apresenta também, os
pulmões. Assim sendo, o coração está localizado entre os pulmões. Outro
detalhe, a porção inferior do coração está apoiado sobre o músculo do
diafragma.

Anatomia
O coração é revestido por um saco denominado de pericárdio, que é
constituído por duas capas: capa fibrosa externa ou pericárdio parietal e capa
serosa interna ou pericárdio visceral. Resumidamente, a parede do coração é
dividida em 3 partes: o epicárdio (camada externa, pericárdio visceral), o
miocárdio (camada medial, é o próprio músculo cardíaco denominado de
miocárdio) e endocárdio (camada interna de endotélio, o mesmo tecido que
reveste dos os vasos sangüíneos).
Histologia

O miocárdio apresenta as
mesmas estruturas do músculo
esquelético, no entanto há
importantes diferenças. Dentre elas
podem ser citadas:
Sincício: as fibras musculares do
miocárdio não estão dispostas em
paralelo com encontradas nos
músculos esqueléticos. Na
realidade, as fibras são
entreliçadas formando um
desorganização.
Discos intercalados e junções
abertas: entre as fibras
musculares do miocárdio encontra-
se o disco intercalado e unindo
esses discos estão as junções
abertas.
Essas 3 estruturas miocárdicas, atuam facilitando a propagação do
potencial de ação permitindo que átrios e ventrículos possam contrair juntos.

Alta concentração de mitocôndrias: devido ao seu trabalho constante,


predominasse o metabolismo aeróbio no miocárdio.

Alta densidade capilar: com o predomínio do metabolismo aeróbio, há


um elevado suprimento de gás, nutriente (principalmente gordura) e hormônios,
84

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


o que exige um rico suplemento sangüíneo através de um grande leito de
capilares.

Estruturas

O coração desempenha a função de uma bomba que ejeta sangue


dentro de uma rede de vasos sangüíneos. Assim, é um órgão impar, formado
por quatro câmaras ocas dispostas de tal maneira, que o divide em duas
porções (esquerda e direita). As câmaras superiores são denominadas de
átrios e as inferiores de ventrículos.

Átrios

Os átrios funcionam como câmaras de recepção de sangue, são em


número de dois (direito e esquerdo) que são separados por uma parede
muscular denominada de septo interatrial.

Procedência e distribuição do sangue


Átrio Direito
Câmara superior direita, constituído por uma
parede fina e recebe sangue venoso (rico em CO2)
vindo de todos os tecidos (exceto pulmões). Duas
veias desembocam em seu interior, são as veias
cavas superior e inferior que trazem,
respectivamente sangue das regiões superiores e
inferiores do corpo. Além, das veias cavas, o átrio
recebe sangue também do próprio coração através
do seio coronário.
Átrio Esquerdo
Câmara superior esquerdo, seu tamanho é
ligeiramente menor e sua parede mais espessa,
recebe sangue arterial (rico em O2) vindo dos
pulmões através de quatro veias (veias
pulmonares).
Ventrículos
São câmaras de bombeamento de sangue,
também são em número de dois (direito e esquerdo)
que estão separados pelo septo interventricular.

Ventrículo Direito
Câmara inferior direita, sua parede é mais espessa que as paredes dos
átrios. Recebe sangue do átrio direito e o ejeta para os pulmões através da
artéria pulmonar.
Ventrículo Esquerdo
Câmara inferior esquerda, sua parede é mais espessa que as paredes
dos átrios e mesmo do ventrículo direito. Recebe sangue arterial do átrio
esquerdo e o ejeta para todo o corpo através da artéria aorta (o que exige uma
parede mais forte).

85

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Válvulas Atrioventriculares e Semilunares

As válvulas são encontradas dividindo os átrios dos ventrículos


(atrioventriculares) e dentro das artérias (semilunares).

Válvulas Atrioventriculares

São em número de duas, a válvula que divide o átrio e ventrículo direitos


é denominada de tricúspide e a que divide o átrio esquerdo do ventrículo
chama-se bicúspide ou mitral. As válvulas apresentam folhas finas, sendo a
tricúspide possui três folhetos ou valvas e a bicúspide apenas duas valvas
(mais forte e espessa).

As valvas formam uma membrana, onde suas bordas projetam para


dentro do ventrículo. Logo abaixo das valvas, formam -se cordões chamados
de cordas ou cordoalhas tendíneas que estão ligadas ao interior do ventrículo
pelos músculos papilares. Válvulas Semilunares ou Sigmóides Localizadas no
início das artérias (pulmonar e aorta), são formadas por 3 valvas.

Tanto atrioventriculares quanto semilunares, possuem a função de


impedir o retorno do sangue. As válvulas atrioventriculares impedem que o
sangue retorne aos átrios durante a contração dos ventrículos. E após o
sangue ser ejetado para dentro das artérias, para que não retornem aos
respectivos ventrículos, são impedidos pelas semilunares. Pequena e Grande
Circulações

O trajeto do sangue dentro e fora do coração forma dois circuitos, a


pequena circulação (quando o sangue sai do coração para os pulmões e
retorna) e grande circulação (quando o sangue sai do coração para o tecido e
retorna). O caminho do sangue é explicado a seguir:

86

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


A. o sangue venoso (rico em CO2) chega no átrio direito pelas veias cavas
superior e inferior;

B. o átrio direito contrai e ejetando o sangue para dentro do ventrículo direito,


apósa abertura da válvula tricúspide;

C. o ventrículo se enchede sangue venoso e as válvulas atrioventricular e


semilunar estão fechadas.

Nesse momento, começa a contração ventricular que força a abertura da


semilunar, ejetando o sangue para os pulmões através da artéria pulmonar, o
ramo direito da artéria irriga o pulmão direito e o ramo esquerdo para o pulmão
esquerdo. Após a passagem do sangue pela válvula semilunar, essa se fecha
impedindo o retorno do sangue para dentro do ventrículo;

87

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


D. ao chegar nos alvéolos os
pulmões ocorrem as trocas gasosas.
O sangue venoso rico em CO2 e
pobre em O2 encontra no alvéolo o
ar atmosférico, rico em O2 e pobre
em CO2. Ocorre a difusão do CO2
para dentro do alvéolo e do O2 para
dentro do capilar, tornando o sangue
arterial. O sangue arterial, ao sair dos
pulmões retorna ao coração, dentro
do átrio direito pelas 4 veias
pulmonares; E. ao chegar no átrio
esquerdo,como ocorreu no lado
direito coração, o sangue arterial é
dirigido para dentro do ventrículo
esquerdo, que o ejeta para dentro da
artéria aorta em direção ao tecido;
F. nos tecidos ocorrem as trocas
gasosas, o sangue rico em O2 doa
para o tecido e recebe CO2
produzido pelo metabolismo celular.
O sangue arterial, ao receber CO2,
torna-se venoso e reinicia o
processo.

Atividade elétric a do coração

O coração tem uma capacidade de auto-excitação. Isto é, o miocárdio


possui determinado tipo de célula que funciona como um sistema de geração e
condução do potencial de ação, acarretando assim a contração dos átrios e
ventrículos (como conseqüência, o próprio batimento cardíaco). As estruturas
envolvidas nesse processo são: Nódulo Sinoatrial, ou Sinusal ou ainda
Marcapasso: pequena massa tecidual localizada na parede do átrio direito
próximo a entrada da veia cava superior.

Possui a capacidade de gerar e propagar potencial de ação. Essa


característica é muito importante e requer atenção para o seu perfeito
entendimento: durante a despolarização há um efluxo de potássio (K+) para
fora da célula, tornando a fibra negativa. No entanto, nas células do nódulo, a
saída de K+ não é totalmente completada (isto é, não há tempo para todo o K+
sair), o que faz com que a célula não fique totalmente negativa (-90mV).
Juntamente com a diminuição da saída do K+ ocorre uma entrada de Ca++,
iniciando a despolarização.

Fibras Internodais: após o nódulo sinoatrial gerar o potencial de ação,


esse é propagado para todos os dois átrios, permitindo uma contração conjunta.
Além disso, três vias de condução (anterior, medial e posterior) propagam o
potencial para o nódulo atrioventricular.
Nódulo Atrioventricular: localizado posteriormente a direita do septo
88

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


interatrial. Formado por três camadas diferentes que apresentam capacidades
de condução do potencial de ação menores que as fibras internodais. Portanto,
a função do nódulo atrioventricular é de retardar o potencial de ação,
possibilitando que os átrios contraem e ejetem o sangue para dentro dos
ventrículos.

Feixe de Hiss e Sistema de Purkinje: após ser retardado o potencial de


ação é propagado para o Feixe de Hiss que o propaga para o sistema de
Purkinje. O sistema de Purkinje se divide em dois ramos, direito e esquerdo,
que propagam o potencial de ação para os ventrículos direito e esquerdo
respectivamente. Juntamente com a propagação do potencial de ação, há
contração dos ventrículos ejetando o sangue para os pulmões e para todo o
corpo.

Circulação

Os ventrículos contraindo, ejetam o sangue para dentro de um vasto


sistema de tubos fechados que transportam sangue para todo o corpo e o traz
de volta. Esse sistema de tubos é chamado de vasos sangüíneos. Define-se
vasos Sangüíneos (VS) como sendo uma série de tubos coletores e
distribuidores de sangue, que possibilitam o transporte e distribuição de
substâncias essenciais aos tecidos e retira subprodutos (metabólicos) do
metabolismo. Vasos sangüíneos podem ser basicamente divididos em 2 tipos:
Arterial e Venoso.

89

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Vasos sangüíneos Arteriais

90

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


São definidos com sendo todo vaso que leva sangue DO coração. Ao
sair do coração, como uma artéria, fazem milhares de divisões (arteríola e
metarteríolas) onde diminuem de tamanho, mas aumentam o seu número. São
encontrados aproximadamente 11% de todo o sangue corporal nesses vasos.

Os vasos arteriais são chamados de Vasos de Resistência. Após a


contração dos ventrículos, o sangue é ejetado para dentro desses vasos em
alta pressão. Todos eles são constituídos por 3 camadas, a mais interna é
denominada de túnica íntima, depois vem a túnica média e a mais externa é a
túnica adventícia.

Artérias

As mais conhecidas e maiores são a pulmonar (leva sangue venoso do


ventrículo direito para dentro dos pulmões) e a aorta (leva sangue arterial do
ventrículo esquerdo para todo o corpo).

• A túnica íntima é formada pelo endotélio e uma camada de fibras


elásticas;
• A camada média possui uma camada de músculo liso disposto
circularmente e fibras elástica;
• A última camada, apresenta um tecido colágeno e elástica.

Arteríolas

Em comparação com a artéria, a arteríola possui parede mais fina e uma


diminuição do diâmetro. Mas apresentam um número várias vezes
maior. Suas camadas íntima e média são iguais as da artéria, exceto que, com
a diminuição do seu tamanho o tecido torna-se mais fino. A camada adventícia
não apresenta tecido elástico.

As arteríolas está sob a influência de fatores neurais (SNC), hormonais e


metabólicos, assim sendo, a contração do músculo liso da sua parede
que faz com que funcionem uns “registros” que pode controlar o calibre do
vaso. O seu diâmetro pode variar: tornando menor (vasoconstrição) ou maior
(vasodilatação).

Devido a essa capacidade, esses vasos atuam no controle da


distribuição e intensidade do sangue para a metarteríola, para o capilar e
portanto para os tecidos.

Metarteríolas

Últimos vasos arteriais, possuem um diâmetro menor que as arteríolas e


apenas uma camada de endotélio e tecido muscular liso ao seu redor. Atuam,
também no controle do fluxo sangüíneo para os capilares através de
esfíncteres (anéis de músculo liso). A contração dos esfíncteres diminui o fluxo
e o seu relaxamento, aumenta.

91

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Capilares

Menores vasos sangüíneos do corpo humano, totalizando


aproximadamente 10 bilhões de unidades. São constituídos de apenas
endotélio e uma membrana (para manter sua integridade). Sua função é
possibilitar um espaço onde possa ocorrer as trocas gasosas (no alvéolos dos
pulmões) e liberação de nutrientes e hormônios para os tecidos e recolhimento
dos produtos do metabolismo (metabólitos: ácido lático, uréia, amônia e etc).
Em seu interior, aproximadamente estão 5% de todo o sangue.

Vasos Sangüíneos Venosos

Definidos como sendo todo vaso que leva PARA O coração. Como os
VS Arteriais, fazem várias divisões (vênulas e veias) onde aumentam seu
tamanho, mas diminuem seu número e chegando a tornar-se veias cavas
superior e inferior.

Os vasos venosos são chamados de Vasos de Capacitância. Devido ao


fato de terem que levar sangue ao coração, estão sempre trabalhando contra a
ação da gravidade (represando assim o sangue em seu interior,
aproximadamente 67% de todo o sangue).

Vênulas

São esses vasos que recebem o sangue dos capilares. Portanto, os


capilares unem o leito arterial com o leito venoso. Uma pequena vênula é
constituída do endotélio e pequena quantidade de tecido colágeno. Ao
aumentarem de tamanho, apresentam fibras musculares lisas. As vênulas
maiores apresentam as mesmas estruturas das artérias, mas com espessuras
mais finas.

Veias

São os maiores vasos venosos, constituídos de três camadas, com as


artérias. A camada íntima é fina e não possui tecido elástico. A medial, possui
tanto tecido muscular quanto elástico, mas em menores quantidades e
finalmente, a adventícia é composta de tecido conjuntivo.

Como são tecidos de capacitância e portanto, trabalham em baixa


pressão, suas paredes são menores. No entanto, como possuem 67% de todo
o sangue, os diâmetros das veias são maiores quando comparados com as
artérias.

Para o transporte do sangue contra a ação da gravidade, as veias


possuem válvulas que possibilitam o fluxo sangüíneo somente para o coração,
impedindo assim o seu retorno. Seu funcionamento é simples: o compartimento
entre válvulas recebe sangue e este, através do refluxo, promove o fechamento
da válvula inferior. Com a contração dos músculos esqueléticos e liso, o
sangue é ejetado para cima (no sentido do coração) fazendo com que a válvula
superior se abre e acomode o sangue. Isto ocorre até chegar ao coração.
O retorno do sangue para o coração é denominado de Retorno Venoso,
92

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


que é auxiliado pelos músculos esqueléticos e pelo tecido muscular que as
envolve.

Pressão do sangue

A pressão no leito arterial é muito elevado (aproximadamente


100mmHg) devido a ejeção do sangue pelo ventrículo.

Ao chegar nas pequenas artérias essa pressão diminui devido ao grande


número desses vasos. Nos capilares, é ainda menor, permitindo que haja as
trocas de gases e de nutrientes. Ao entra no leito venoso, a pressão diminui
ainda mais, chegando a próximo de zero nas veias cavas. Essa diminuição tem
uma razão, como os vasos venosos transportam sangue contra a ação da
gravidade, a pressão chega a ser zero.

Velocidade

O comportamento da velocidade do sangue é de uma queda brusca da


artéria aorta até o capilar (de 100 cm.s-1 para 0 cm.s-1), onde ocorrerem as
trocas.
Ao sair dos capilares, a velocidade do sangue eleva-se, mesmo sendo
transportado contra a ação da gravidade. Isto se ao auxílio das válvulas
encontradas nas veias e a ação da musculatura. Percentual de volume
sangüíneo O % do volume sangüíneo na aorta é cerca de 3% do total e nas
grandes e pequenas artérias aumenta para próximo de 7%. Nas arteríolas,
devido ao seu pequeno diâmetro e a capacidade de controlar o fluxo
sangüíneo, o % diminui, chegando a ser menor que na aorta.

Nos capilares, o aumento é muito grande, chegando ao seu valor


máximo nas pequenas veias. Esse elevado aumento nas veias deve-se ao fato
93

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


de serem vaso de capacitância, a baixa velocidade e pressão do sangue e a
ação da gravidade.

Área de secção transversa

A área de secção transversa representa a área total de um tipo de vaso.


Por exemplo, se fosse possível unir todos os capilares do corpo humano,
daria um diâmetro muito grande.

Sendo assim, quando se compara a área de secção transversa entre os


vasos, observa-se que nas pequenas artérias e arteríolas, a área é maior que
na aorta (porque é em maior número). Ao chegar nos capilares, obtém-se a
maior área (imagine unir 10 bilhões de capilares e veja o tamanho que isso
fica). Nos vasos venosos, vênulas e pequenas veias, a área tende a diminuir,
tornando próxima aos valores observados no leito arterial.

O CORAÇÃO E SUA REGULAÇÃO

Músculo cardíaco (miocárdio) Quando se compara o músculo cardíaco


e esquelético deparamos em com várias semelhanças morfológicas e
funcionais. Dentre elas: os mesmo elementos contráteis (filamentos protéicos
de miosina e actina) e outras.

Sincício
O miocárdio possui um aspecto de sincício, o que possibilita uma
propagação rápida do potencial Discos intercalados e junções abertas
Os discos separam a extremidade de cada fibra e as junções estão entre
os discos. Ambos com alta capacidade de condução do potencial.

Quantidade de mitocôndrias

O miocárdio necessita de contrair durante toda a vida, o metabolismo


predominante é o aeróbio (por isso a necessidade de uma alta
concentração de mitocôndrias e suas enzimas).
Alta densidade capilar Para o fornecimento de 02 e nutrientes para o
miocárdio.

Ciclo cardíaco

Definido como o período de tempo do início de um batimento até o início


do próximo. O ciclo cardíaco pode ser dividido em 2 subperíodos:

Diástole:
relaxamento miocárdico, período de tempo em que o coração enche de
sangue e;

Sístole: contração miocárdica ejetando o sangue para dentro da artéria


aorta.

94

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


ECG

Onda P

Causada pela despolarização que difunde-se pelos átrios e resultando


na contração atrial.

Complexo Q, R e S

Após a onda P ( cerca de 0,16s) ocorre o complexo. É a despolarização


dos ventrículos, que causa a contração dos mesmos. Esse complexo tem seu
início antes da sístole ventricular.

Onda T

Representa a repolarização dos ventrículos, momento em que as fibras


miocárdicas começam a relaxar (ocorrendo pouco antes do fim da contração
ventricular).

Curva de Pressão Atrial -Ondas A, C e V

O sangue flui continuamente das veias cavas superior e inferior para o


átrio. Deste sangue, 75% flui direto sem contração atrial e os 25% restantes
através da contração atrial.

95

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Onda A
Causada pela contração atrial, normalmente a pressão atrial direita
eleva-se 4 a 6 mmHg e esquerda 7 a 8 mmHg.

Onda C
Ocorre devido ao refluxo de sangue dos ventrículos para os átrios
durante da sístole ventricular.

Onda V
Ocorre no fim da contração ventricular quando as atrioventriculares
estão fechadas. Durante a contração ventricular continua chegar sangue nos
átrios acarretando esta onda.

Curva de volume ventricular

Enchimento ventricular: Antes de estudarmos essa lei há necessidade


de estudarmos alguns parâmetros cardíacos.

· Volume diastólico final ou Pré-carga (Volume de sangue que enche


o ventrículo durante a diástole -110 a 120 ml;

• Volume sistólico final (Volume de sangue que permanece em cada


ventrículo após a sístole -40 a 50 ml;

• Volume sistólico ou de ejeção (Volume de sangue ejetado em cada


sístole ventricular -cerca de 70 ml e;

• Pós-carga (Pressão que o volume de ejeção faz sobre a artéria aórta


após contração ventricular).
Os ventrículos são enchidos durante a diástole, esse enchimento pode
ser dividido em 3 partes:

Enchimento rápido.É o 1° 1/3, durante a sístole ventricular, grande


quantidade de sangue acumula nos átrios que caem diretamente nos
ventrículos.

Diástase: Segundo 1/3, continua a chegar sangue das veias para os


átrios e destes para os ventrículos sem que haja contração atrial.

Sístole atrial: Terceiro 1/3, ocorrem as contrações atriais mandando


sangue para os ventrículos (cerca de 25% de todo o sangue ).

96

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Esvaziamento ventricular

O esvaziamento ventricular ocorre na sístole e também é dividido em 3


partes:

Contração isovolumétrica:No início da sístole, os ventrículos começam a se


contraírem, a pressão eleva-se abruptamente fechando as válvulas
atrioventriculares. Mas, essa elevação da pressão é insuficiente para abrir as
válvulas semilunares (aórtica e pulmonar). Para que isto ocorra são
necessários 0,02 a o,06s. Durante este período há contração dos ventrículos,
mas não há esvaziamento dos mesmos.

Ejeção: Esse período é quando o força do ventrículo consegue abrir as


válvulas,

pode ser dividido em 3 momentos:


Ø período de ejeção rápida: 1° 1/3, 70% do sangue é jorrado fora dos
ventrículos em alta pressão (esquerdo 8ommHg e direito 8mmHg ),
Ø período de ejeção lenta: 2° e 3° 1/3, são jorrados os restantes 30%, mas
mais lentamente.

Relaxamento isovolumétrico:Com o término da sístole ventricular, inicia o


relaxamento, possibilitando uma brusca diminuição das pressões
intraventriculares e elevação nas artérias aorta e pulmonar divido ao refluxo de
sangue. Essa diferença de pressões faz fechar as válvulas semilunares (há o
relaxamento do ventrículo sem enchimento de sangue). Essa fase dura 0,03 a
0,06s.

97

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Pressão aórtica

Quando o ventrículo esquerdo se contrai ejetando sangue para a artéria,


a entrada deste sangue distende a parede das artérias e aumenta a pressão.
No final da sístole, com o término da ejeção e o fechamento da válvula
semilunar, a retração elástica das artérias mantém-se elevada até durante a
diástole.

O fechamento das válvulas semilunares deve-se ao refluxo de sangue


da artéria para o ventrículo.

A pressão arterial (aórtica) cai lentamente durante a diástole, porque o


sangue flui continuamente para o leito arterial.

Regulação da atividade cardíaca

O desempenho cardíaco (quantidade de sangue ejetado pelo coração)


pode variar de acordo com a freqüência de seus batimentos (freqüência
cardíaca ) ou pelo volume ejetado (volume sistólico).

Controle nervoso da função cardíaca

A função cardíaca varia de acordo com a idade e certos estados (sono e


stress). Em adultos sadios a FC é de 70 bat/min. , sendo maior em crianças.
Durante o sono, pode chegar a 10 ou 20 bat/min. e durante a excitação
emocional ou mesmo no exercício pode chegar, respectivamente a 100bat/min.
e 200 bat/min. (ou mais).

98

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


SNA Parassimpático

O SNAP atua sobre o coração diminuindo a FC e força de contração. O


principal nervo é o Vago, que se divide em 2 feixes: o direito atua sobre o
nódulo sinosal promovendo a bradicardia (possibilita um influxo de K+ para a
célula tomando-a mais eletronegativa ou hiperpolarizada). O feixe esquerdo
atua nos tecidos de condução atrioventricular, promovendo bloqueio de
condução.

SNA Simpático

Atua aumentando a FC e a força de contração do coração. Sua fibras


também se dividem em 2 feixes, mas sua distribuição é em todo o miocárdio. O
feixe esquerdo possui efeitos mais acentuados sobre a contratilidade do
coração e o feixe direito mais sobre a FC (noradrenalina atua aumentando a
permeabilidade da membrana aos íons Na+ e Ca++, acarretando uma
elevação do potenciais de ação -hiperpolarização).

Controle pelos Centros


Superiores

Alterações da função
cardíaca, ritmo e contração ocorrer
por estimulação de áreas
encefálicas. O córtex cerebral: lobo
frontal, temporal e córteres
motores são
centros que regulam a função
cardíaca. Tálamo e hipotálamo
(temperatura) produzem
taquicardia e bulbo ativação SNAS
e inativação SNAP.

Reflexo de Bainbridge e receptores atriais

Bainbridge, 1915, relata que infusões de sangue ou solução fisiológica


no leito venoso acelerava a função cardíaca. Com o aumento do retorno
venoso, distender o átrio direito, promovendo o reflexo de aumentar a função
cardíaca.

Os receptores atriais localizados nas junções venoatriais e pulmonares,


quando distendidos estimulam o SNAS cuja resposta é o aumento da FC e não
da contração ventricular.

Reflexo barorreceptor ou Lei de Moreg

Em 1855 Moreg, descreveu uma relação inversa entre a PA e a FC. As


alterações ocorridas na FC causadas pela PA depende de barorreceptores
localizados no arco aórtico e seios carotídeos que detectam alterações na PA.
99

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Arritmia cardíaca respiratória

Quando registra as atividades dos nervos autonômicos para o coração


observa-se que a atividade SNAS aumenta durante a inspiração e SNAP
durante a expiração. Além dessa ação, há efeitos centrais. Durante inspiração,
a pressão intratorácica diminui, causando aumento no retomo venoso,
distendendo o átrio direito e promovendo o reflexo Bainbridge. Após o sangue
atingir o átrio esquerdo, o débito ventricular aumenta e eleva a pressão,
ativando o reflexo de Moreg. Assim sendo, a função cardíaca acelera durante a
inspiração e diminuí durante a expiração.

Reflexo quimiorreceptor

Os quimiorreceptores são receptores localizados nos mesmos locais dos


barorreceptores (arco aórtico e seio carotídeo) que detectam alterações
químicas ( pH, C02 e 02 ) no sangue. Quando diminui pH, C02 e 02, os
quimiorreceptores são ativados promovendo aumentos a freqüência e
amplitude da ventilação que resulta em um pequeno aumento na função
cardíaca.

Controle do Bombeamento cardíaco

A. Lei de Frank-Starling ou Lei do coração

Em 1895, Frank observou em coração de rã que, conforme a pré-carga


aumentava, o coração respondia com uma contração mais vigorosa. Por volta
de 1914, Frank e Starling, E.H., propõem a lei do coração: quanto mais o
coração se enche, durante a diástole, mais vai ser a quantidade de sangue
bombeado para a aórta. Assim sendo, "dentro dos limites fisiológicos, o
coração bombeia todo o sangue que chega até ele e o faz sem que ocorra
represamento significativo de sangue na veias".

Controle químico

Hormônio da Medula Supra-renal

A medula supra-renal é um componente do SNAS, que secreta


principalmente adrenalina (noradrenalina em menor quantidade), que possui os
mesmos efeitos porém menos intensos.

Hormônios Tiroidianos

Em hipotiroidismo, a atividade cardíaca é lenta ( FC lenta e DC


diminuído ). Ca++ A contratilidade, a captação de e hidrólise do ATP pelo
retículo sarcoplasmático estão diminuídas. No hipertiroidismo os efeitos são
semelhantes, porém mais acentuados.

Insulina

Exerce efeito somente aumentando a FC, aumentando a [Ca++]

100

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


disponível para interação dos filamentos.

Glucagon

Aumenta a função cardíaca: FC e força de contração.

REGULAÇÃO da CIRCULAÇÃO

REGULAÇÃO

A circulação periférica está sob duplo controle, um central (pelo sistema


nervoso) e outro local (nos tecidos, pelas condições do ambiente na vizinhança
imediata dos vasos sangüíneos).

Regulação Intrínseca ou Local do Fluxo Sangüíneo Periférico

Em numerosos tecidos, o fluxo sanguíneo parece estar ajustado à


atividade metabólica existente no tecido. Assim, variações impostas na pressão
de perfusão (pressão arterial) para níveis constantes do metabolismo tecidual,
promovem alterações da resistência vascular que tendem a manter constante o
fluxo sangüíneo. Este mecanismo é denominado de auto-regulação do fluxo
sangüíneo.

O mecanismo de auto-regulação do fluxo sangüíneo é evidenciado na


figura que segue. A linha de círculos cheios representa a pressão de perfusão
(ou pressão arterial) e a com círculos abertos representa o fluxo sangüíneo
para o músculo.

Resumidamente podemos concluir que: mesmo a pressão de perfusão


alterando de 20 a 160mmHg, o fluxo sangüíneo continua constante. Então com
a elevação da pressão de perfusão, os vasos de resistência se contraiam,
enquanto que se dilatavam com a queda da pressão de perfusão.

O mecanismo exato para esta constância do fluxo sangüíneo em


presença de pressão de perfusão variável é desconhecido. Mas, tem-se 3
hipóteses para explicá-lo:

A. Hipótese da Pressão Tecidual

O aumento na pressão de perfusão produz elevação do volume


sangüíneo no tecido e a transferência efetiva de líquido do compartimento
intravascular para o extravascular. Admite-se que o aumento resultante da
pressão tecidual comprime os vasos de paredes muito finas, tais como
capilares, vênulas e veias, reduzindo dessa forma o fluxo de sangue para o
tecido. A redução da pressão de perfusão produziria a resposta oposta.

B. Hipótese Miogênica

Esta proposta propõe que o músculo liso vascular se contraia em


resposta ao estiramento e relaxamento pela redução na tensão. Assim, o
acréscimo inicial do fluxo, produzido por aumento brusco da pressão de
101

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


perfusão que distende passivamente os vasos sangüíneos, seria acompanhado
pelo retomo do fluxo ao nível anterior de contração dos músculos lisos dos
vasos de resistência.

C. Hipótese Metabólica .

Segundo esta hipótese, o fluxo sangüíneo é determinado pela atividade


metabólica do tecido e qualquer intervenção que resulte em fornecimento
insuficiente de 02 Para as demandas dos tecidos dará origem à formação de
metabólicos são liberados pelo tecido e agem localmente dilatando os vasos de
resistência. As substâncias vasodilatadoras podem ser: níveis elevados de
ácido lático, de CO2, de íons hidrogênico, de adenosina e altacóide e níveis
baixos de 02.

Regulação Extrínseca do Fluxo Sangüíneo Periférico

SNA Simpático Ação Vasoconstritora sobre os Vasos de Resistência e


de Capacitância As fibras vasoconstritoras adrenérgicas simpáticas inervam
artérias, arteríolas e veias. Os vasos de capacitância (veias) respondem mais
às estimulação nervosa simpática do que os vasos de resistência (artérias e
arteríolas).

Ação Vasodilatadora Sob o Vaso de Resistência


O SNA simpático também fibras colinérgicas que inervam os vasos de
resistência nos músculos esqueléticos e na pele (não inervando os vasos de
capacitância).

SNA Parassimpático

O SNA Parassimpático inerva os vasos sangüíneos da cabeça, das


vísceras, da genitália, da bexiga e intestino grosso. Os músculos esqueléticos e
a pele não recebem inervação parassimpática. O efeito destas fibras
colinérgicas sobre a resistência vascular é pequeno.

Reflexos Vasculares

Os reflexos vasculares são mantidos por tipos de receptores:


barorreceptores ou pressoreceptores (receptores do tipo
mecanorreceptores) e quimiorreceptores, que serão comentados no item 5.1.

Regulação Rápida da PA.

MICROCIRCULAÇÃO

Na microcirculação ocorre a função mais objetiva da circulação: o


transporte de nutrientes para o tecido e a remoção dos produtos de excreção
das células. A microcirculação de cada órgão é especialmente organizada para
servir às necessidades especiais desse órgão.

Troca de Substância entre o Sangue e o Líquido Intersticial Todas as


trocas de substâncias, tais como os nutrientes, os íons e a água, são por
102

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


difusão. Existem 4 forças que comandam o processo de difusão, são elas:

A. Pressão Capilar – PC: Tende a forçar o líquido e as substâncias nele


dissolvidas para os espaços intersticiais através dos poros capilares.

B. Pressão Osmótica ou Oncótica ou Coloidesmótica Capilar –


POC.Produzida pelas proteínas plasmáticas, tende a causar o movimento do
líquido, por osmose, dos espaços intersticiais para o sangue. É ela que impede
a perda significativa do volume sangüíneo para os espaços intersticiais.
C. Pressão Intersticial -PIA pressão exercida pelo líquido intersticial,
tende a forçar o líquido para dentro do capilar através da membrana capilar se
for positiva.
D. Pressão Osmótica ou Oncótica ou Coloidosmótica Intersticial – POI.
Tende causar a osmose do líquido do capilar para o líquido intersticial através
da membrana.

Existem algumas hipóteses para explicar o equilíbrio das forças


hidrostáticas e osmóticas, entre elas a hipótese de STARLING.

No início dos capilares, a somatória das forças que deslocam o conteúdo


do sangue para dentro da célula (PC e POI) é maior que a soma das força em
sentido contrário (PI e POC). Nesse momento, nutriente, gases e hormônios
saem do capilar e difundem para o tecido (mecanismo chamado de Filtração)

Ao aproximar do meio do capilar, as forças se igualam, não ocorrendo


nem filtração e nem absorção.

No final do capilar, a soma das forças PC e POI é menor que a soma


das forças PI e POC, ocorrendo o mecanismo de absorção (as substâncias
tóxicas produzidas pelo metabolismo celular difundem da célula para o capilar).

HEMODINÂMICA

É o estudo dos princípios físicos que governam o fluxo sangüíneo pelos


vasos e pelo coração. Há dois fatores importantes: a pressão arterial e a
resistência ao fluxo.

Resistência ao Fluxo Sangüíneo

Oposição oferecida pelo sistema circulatório a força que tende a


movimentar o sangue (isto é, pressão arterial).

Pressão arterial

O fluxo sangüíneo e sua intensidade é diretamente proporcional à


diferença entre as pressões vigentes nas duas extremidades. Sendo o fluxo
sangüíneo tenderá a fluir da extremidade de alta pressão para a extremidade
de baixa.

103

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Fatores Relacionados à Resistência

Comprimento do Vaso

Quanto mais o comprido for o vaso, maior será a superfície da parede


vascular que terá de ser percorrida pelo fluxo sangüíneo e, portanto, maior será
o atrito entre o sangue e essa parede vascular é diretamente proporcional ao
comprimento do vaso.

Diâmetro do Vaso

A velocidade do fluxo na região central de um vaso é maior do que na


região da parede vascular, assim quanto maior o diâmetro do vaso, maior a
velocidade.

Viscosidade

Quanto mais viscoso for o líquido que tenta fluir por um vaso, maior será
seu atrito com a parede desse vaso, e consequentemente, maior será a
resistência.

Inter-Relações entre Pressão, Fluxo e Resistência

A pressão é diretamente proporcional ao fluxo, mas o comprimento,


diâmetro e viscosidade são proporcionais a resistência.

Portanto, poderemos juntar todos estes fatores numa única fórmula: Lei
de Poiseville Fluxo Sangüíneo: Pressão x (Diâmetro)4 /Comprimento x
Viscosidade

Regulação da Pressão artéria

Pode-se diferenciar duas Pressões Arteriais: PA Sistólica (quando o


sangue é ejetado para dentro das artérias) e PA Diastólica (quando o sangue
drena a partir das artérias).

Assim, clinicamente a PAS denota o trabalho do coração e seu próprio


esforço para ejetar e vencer a resistência arterial. E PAD denota o quanto o
coração é capaz de relaxar.

A PA está intimamente relacionada a dois parâmetros: Débito Cardíaco


(quantidade de sangue bombeada pelo coração ou ventrículo esquerdo em um
minuto) e também Resistência Periférica Total.

O débito cardíaco ou DC, por sua vez, está relacionado, também, a


dois parâmetros: Frequência Cardíaca (FC) e Volume Sistólico (VS, quantidade
de sangue bombeada a cada sístole pelo ventrículo esquerdo). Assim, sendo:

Pressão Arterial: Débito Cardíaco X Resistência ao Fluxo onde DC: FC X


VS então: Pressão Arterial: FC X VS X RPT.
104

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Regulação Rápida da PA

A regulação rápida da PA é realizada por áreas do bulbo radiano do


tronco cerebral. A principal área deste controle é o sistema nervoso autônomo
(simpático e parassimpático), que controla a PA através do controle sobre a FC
e sobre a circulação. Estes 2 parâmetros cardiovasculares foram estudados
respectivamente na regulação da circulação periférica.

Mecanismos Reflexos para a Manutenção da PA Normal

Barorreceptores ou Pressoreceptores
Os pressorreceptores estão localizados nos seios carotídeos e no cajado
da aorta, respondem ao estiramento do vaso quando o sangue é ejetado pelo
ventrículo. Após serem ativados desencadeiam o seguinte reflexo: • os
impulsos do pressorreceptor da artériacarótica vão para o Núcleo do Feixe

Solitário (Bulbo), através do nervo Heringe glossofaríngeo. Os impulsos


doreceptor da aorta, também vão ao NFS,mas por meio do nervo Vago.• no
NFS estão localizados os centros simpáticos (centro vasomotor) e
parassimpático (cardioinibidos).
• o funcionamento deste núcleo é simples: aumento da pressão
arterial, o NFS atua no coração (diminuindo a frequência cardíaca e força de
contração, inibindo o tônus simpático e estimula o tônus parassimpático) e nos
vasos sangüíneos (promovendo a vasodilatação, aumentando estimulando as
fibras colinérgicas simpáticas e parassimpática)
• queda da pressão arterial, O NFS atua nos mesmos locais agindo
contrariamente.

Características dos pressorreceptores

• os pressorreceptores carotídeos não respondem em pressões de 0 a


60 mmHg. Mas, respondem progressivamente e cada vez mais rápido com a
elevação da PA, chegando a atingir seu máximo em cerca de 180 mmHg.
• os aórticos possuem respostas semelhantes, mas eles operam em
pressões 30 mmHg mais elevadas.
• Na faixa da pressão de 100 mmHg (faixa normal de operação da PA),
mínimas alterações da pressão fazem com que potentes reflexos autonômicos
reajustam a PA ao nível normal. O que é muito importante, pois os
pressoreceptores funcionam com maior eficiência exatamente na faixa de
pressão que eles são mais necessários.

105

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Nervo Glossofaríngeo

Nervo Hering
Corpo Carotídeo
Seio Carotídeo

Nervo Vago

Barorreceptores Aortico

Quimioreceptores
Localizados bem próximos aos barorreceptores, são altamente
vascularizados e são sensíveis a mudanças da P02 , da PC02 e do pH do
sangue.

Sua principal função está relacionada à regulação da respiração. Mas,


também influenciam reflexamente as regiões vasomotoras. A redução da
tensão de 02 arterial (Pa02) estimula os quimiorrecptores, resultando em
vasoconstrição dos vasos de resistência e de capacitância.

Os quimiorrecptores também são estimulados por Pa02 e pH, mas seus


efeitos são também menores que a Pa02 . Também atuam nas alterações da
PA:

PA abaixa: são estimulados pela diminuição de fluxo sangüíneo, O2 e


aumento de CO2 e H+, atuam promovendo a elevação da PA (mecanismos
idênticos aos do pressorreceptores). São fortemente estimulados quando a PA
cai abaixo de 80 mmHg. Portanto, este receptor é muito importante para
impedir uma queda ainda maior da pressão.

Fator Natriurético Atrial

Os átrios possuem em suas paredes receptoras de estiramento


denominados de receptores de baixa pressão. A excessiva distensão dos 2
átrios em conseqüência de volume sangüíneo excessivo determina a liberação
de FNA no sangue.

A atuação deste FNA é nos rins e no hipotálamo. Nos rins ele promove
vasodilatação das arteríolas eferentes renais (arteríolas que levam sangue aos
rins), o que aumenta a filtração renal e consequentemente maior excreção de
sódio e aumento do volume urinário (diminuindo o débito cardíaco e portanto a
106

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


P arterial e consequentemente diminuição da P atrial)

No hipotálamo, a ação é de inibir a secreção de ADH. O que acarreta um


aumento da diurese e conseqüente aumento do volume urinário.

Regulação a Longo Prazo da PA -O Papel dos Rins

O controle rápido é incapaz de trazer a PA ao seu valor normal. Assim


sendo, há necessidade de um controle à longo prazo: ação dos rins. Para
efetivar esse controle, o organismo atua de duas maneiras diferentes.

Mecanismo das Trocas Líquidas nos Capilares

Com o aumento da PA através do aumento do fluxo sangüíneo


(exemplo: transfusão) ocorre aumento, também da pressão nos capilares. O
volume de sangue muito aumentado eleva a pressão nas artérias e nos
capilares acarretando a difusão do líquido da circulação para os espaços
intersticiais (ou extracelulares). O inverso também é verdadeiro.

Ação dos Rins no Controle da PA

Caso o corpo contenha líquido extracelular em excesso a PA é elevada.


Este aumento da PA, por sua vez, age diretamente nos rins excretando
o excesso deste líquido. O que retoma a PA aos valores normais. Aumentos de
milímetros na PA em ser humano pode duplicar a excreção de H2O e sal
(natriurese).

A figura mostra a relação entre pressão arterial, débito urinário e


cardíaco após a infusão de 400ml de sangue em cães. O que observa-se é
que, após a infusão todos os parâmetros aumentaram. A PA e o DC
aumentaram devido ao excesso de sangue e o débito urinário, devido ação dos
rins para neutralizar essa infusão.
A figura apresenta a
relação entre PA e
excreção de sal e água.
Caso ocorra aumento da
PA, a excreção de sal e
H2O aumentam cerca de 3
vezes mais que a ingestão.
Neste caso então, o corpo
perde líquido, o volume
sangüíneo diminuí até que
a PA volte ao normal.
Em PA abaixa, a
ingestão de sal e H2O é
maior que a excreção,
acarretando aumento do
volume do líquido
corporal,aumento portanto
do volume sangüíneo e
assim aumento da PA (até
o valor normal, após isto 107
cessa o mecanismo).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Sistema Renina-Angiotensina

Além destes sistemas para controle da hipertensão, os rins possuem um


mecanismo para a controle hipotensão.

Com a queda da PA e conseqüentemente queda do fluxo sangüíneo


para os rins, há liberação da enzima renina, que atua sobre uma proteína
plasmática (substrato de renina ou angíotensinogênio), liberando um peptídeo
denominado de angiotensina I. A angiotensina I possui leves propriedades
vasoconstritoras incapazes de elevar a PA. Após a formação da angiotensina I,
nos pulmões, ocorre a conversão desta em angiotensina II. A angiotensina II é
um potente vasoconstritor, além de outros efeitos.

Seus efeitos são: vasoconstrição (aumenta a resistência ao fluxo e


assim aumenta a PA); nos rins diminuindo a excreção de sal e H2O (aumenta o
volume de líquido corporal, assim aumenta o volume sangüíneo e portanto PA)
e ainda, atua nas células glomerulares do córtex das glândulas supra-renais
para a secreção de aldosterona ( aumenta a reabsorção de sal e de H2O ).

ARTERIAS CORONARIAS

De todos os órgãos o coração é o primeiro órgão a receber sangue rico


em oxigênio, para sua nutrição nascem da raiz da aorta as coronárias direita e
esquerda que trafegam pela superfície do coração e penetram profundamente
na massa cardíaca levando a nutrição para as células cardíacas. Após as
trocas nutricionais os capilares transformam-se em veias e o sangue rico em
CO2 proveniente das células cardíacas retornam ao átrio direito através do
Seio coronário na parede do átrio D. Essas artérias podem ser obstruídas por
placas de aterosclerose e provocar o infarto pela interrupção súbita do fluxo
sanguínea para as células cardíacas.
108

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


SISTEMA ENDÓCRINO

Introdução

Nenhuma célula se mantém viva em estado de isolamento. Células


próximas comunicam-se através de potenciais elétricos ou pelo
estabelecimento de pontes protéicas. No entanto, células distantes,
comunicam-se através de substâncias sintetizadas por elas próprias que
atuarão com sinalizadoras em tecidos alvos (outras células) próximos ou
distantes. Denomina-se hormônios essas substâncias e que são transportadas
pela corrente sangüínea (efeito endócrino) e de glândulas os tecidos
sintetizados de hormônios. As principais glândulas endócrinas podem ser
observadas na figura abaixo.

Funções
As funções do sistema
endócrino
são controle da reprodução,
desenvolvimento e crescimento,
manutenção do meio interno e
produção,armazenamento e
utilização dos substratos ou
metabólitos energéticos.
Deve-se ressaltar a
complexidade do controle
dessas funções, uma vez que
para realizá-la, são necessários
muitos hormônios.
Hormônio
Também denominado de
mensageiro químico, pode ser
dividido em dois grupos:
peptídeos e derivados e
esteróides.

Regulação da secreção hormonal: feedback

Para o perfeito controle hormonal, há mecanismos eficientes que


controlam momento a momento a produção e secreção do hormônio (a esse
controle chamamos de feedback). O mecanismo de feedback é a capacidade
que uma glândula tem de monitorar a intensidade de sua secreção hormonal
através da intensidade do seu efeito (efeito biológico).

Pode-se encontrar 2 tipos de feedback:

negativo (quando a concentração ou efeito biológico diminui a liberação do


próprio hormônio) e positivo (quando ocorre o contrário, a produção será cada
vez maior).

109

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Hipotálamo

Localização
O hipotálamo ‚ uma pequena área do diencéfalo, pesando cerca de 4g
(ou 1% da massa cerebral) um cérebro de 1.200g, situada nas paredes do 3°
ventrículo e separada do tálamo pelo sulco hipotalâmico. Apresenta,
também‚outras formações face inferior do cérebro: quiasma óptico, o tuber
cinéreo, o infundíbulo e os corpos mamilares.
Anatomia Hipotalâmica
Contém muitos núcleos distintos
que controlam funções internas
do corpo e ainda funcionam como
uma interface entre os sistema
nervoso e endócrino, cujos
objetivos são: manutenção da
constância do meio interno
(regulação da temperatura,
concentração e disponibilidade de
substratos energéticos e
estruturais), interação do
organismo com o meio ambiente
e controle das funções
reprodutivas.
Possui ligações com vários
centros do encéfalo:

(1) com o tronco cerebral , (2) com áreas superiores do próprio diencéfalo e
encéfalo: tálamo e córtex límbico e (3) com o infundíbulo para o controle da
hipófise.Possui, também feixes nervosos que o percorrem, entre eles estão o
fórnix, dividindo-o em duas áreas(medial e lateral).

Funções Hipotalâmicas.

O hipotálamo regula as principais funções:


A. Regulação Cardiovascular
B. Regulação da Temperatura Corporal
C. Regulação da água no organismo
D. Regulação da contração uterina e da ejeção de leite pelas glândulas
mamárias
E. Regulação gastrointestinal e da alimentação.
F. Controle sobre a adenohipófise e neurohipofise

Para o controle de todas essas funções, só é possível através de hormônios


sintetizados pelo hipotálamo.

110

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Hormônios Hipotalâmicos.

A. TRH: Hormônio liberador de corticotrofina.


B. GnRH: Hormônio liberador de gonadotrofinas.
C. GHRH: Hormônio liberador do hormônio de crescimento (GH).
D. GHRIH: Hormônio inibidor da liberação do GH (ou Somatostatina)
E. CRH: Hormônio liberador da corticotrofina.
F. PIF: Fator inibidor da liberação da prolactina.
G. PRH: Hormônio liberador de prolactina.
H. MIF: Fator inibidor da liberação do horm. estimulante do melanócito dispersa
os grânulos de melanina nos folículos pilosos e na derme dos mamíferos,
levando ao escurecimento ou clareamento da pele).

Todos esses hormônios hipotalâmicos, exceto MIF, possuem funções


importantes no controle das funções vegetativas do organismo. No entanto,
para que possam desempenhar essas funções, esses hormônios terão que agir
na glândula adeno-hipofisária.

Hipófise
A pituitária ou hipófise‚ é conhecido a mais de 200 anos, seu nome de
pituitária vem do latim que quer dizer muco. No século XIX, juntamente com a
Teoria da Evolução, foi referida com sendo uma provável relíquia vestigial e
portanto sem muita importância e assim poderia ser esquecida. Por volta de
1894, uso de extratos de hipófise em animais experimentais promovia
alterações da PA, começou-se a relacioná-la com funções endócrinas.Em
1909, Murray em seu dicionário New England Dictionary on Historical
Principies, definia a hipófise como sendo um "pequeno corpo de, função
desconhecida atado no infundíbulo na base do cérebro". Foi somente a partir
deste século que suas funções e anatomia foram melhores estudadas, e
relacionaram a hipófise como um órgão controlador de um número de
hormônios que controlam a reprodução, crescimento, metabolismo, pressão
arterial, lactação, retenção de água e contração uterina.

Localização

Sua localização é na sela túrcica do osso esferóide logo abaixo do


hipotálamo e unida a ele através de uma estrutura denominada de haste
hipofisária ou pedúnculo hipofisório. As glândulas (neuro e adeno), são uma
massa de tecido com cerca l cm de diâmetro pesando aproximadamente 0,8g
no adulto.

Hormônios Neurohipofisários e Adenohipofisários

A. Neurohipofisário
Como comentado anteriormente, devido a origem da neurohipófise, essa
glândula não produz hormônios, servindo como um depósito de dois hormônios
produzidos pelos núcleos supraóptico e paraventricular (que produz um ou utro
hormônio), os hormônios são: a ocitocina e hormônio antidiurético (ADH).

111

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


B. Adenohipófise
Como vimos, a adenohipófise apresenta 5 tipos de células principais que
sãocapazes de sintetizar e liberar hormônios adenohipofisários na circulação.

Os hormônios são:
• GH: Hormônio do Crescimento (alguns autores utilizam HGH: hormônio de
crescimento humano)
• Prl: Prolactina
• ACTH: Hormônio adenocorticotrófico
• TSH: Hormônio secretor da tireotrófina (ou tireoestimulante)
• LH: Hormônio luteinizante
• FSH: Hormônio foliculo-estimulante
• MSH: Hormônio melanoestimulante

NEUROHIPOFISE ADENOHIPOFISE

A liberação dos hormônios da A liberação dos hormônios da


neurohipofise depende de adenohipofise depende de
comando nervoso provenientes do comando hormonal provenientes
hipotálamo do hipotálamo através do sistema
porta hipofisario

112

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


1. HORMÔNIOS DO LOBO POSTER DA HIPÓFISE

Hormônio Antidiurético:
Impede que os líquidos corporais fiquem excessivamente concentrados
o aumento de Na no LEC ativa os osmorreceptores. Neurônios enviam
Impulsos para a Hipófise ocorrendo à liberação de HAD que atua sobre o rim
aumentando, a reabsorção de água. É também chamado de vasopressina, pois
também aumenta a pressão arterial. A diminuição no volume sanguíneo
também aumenta a secreção de HAD que nesses casos é acompanhado pela
sensação de sede.

OCITOCINA:
Causa a contração do útero grávido sobretudo no final do gestação a
secreção da ocitocina aumenta muito no momento do trabalho de parto. A
distensão do colo uterino provoca reflexo neurogênico que estimula a Hipófise
a aumentar a secreção da ocitocina, a Hipófise do feto também secreta a
ocitocina podendo participar da excitação do útero.
A ocitocina também desempenha papel fundamental na lactação Induz a
passagem de leite dos alvéolos mamários para os ductos.

2. HORMÔNIOS DO LOBO ANTERIOR DA HIPÓFISE

Hormônio do Crescimento

Promove o crescimento de todos tecidos que tem capacidade de


crescer, aumenta o tamanho das células, o numero de mitoses, a velocidade
de síntese protéica, provoca a utilização de ácidos graxos como fonte de
energia reduz a velocidade da utilização da glicose.

O Hormônio do crescimento aumenta as proteínas corporais utiliza


reserva de gordura e conserva carboidrato, estimula o crescimento da
cartilagem e do osso promovendo seu crescimento em extensão e espessura
de forma INDiRETA induzindo o fígado a produzir as SOMATOMEDINAS.

113

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Fatores que aumentam a secreção do H.C:

Inanição,Hipoglicemia, Exercício, Excitação estresse, Traumatismo; Sono

profundo.

Anormalidades na secreção do Hormônio do Crescimento

Nanismo;
Gigantismo;
Acromegalia.

Acromegalia: Espessamento
ósseo anormal nos dedos, queixo,
Gigantismo nariz, mandíbula, arcada
superciliar.
CALCITONINA

Reduzir a concentração plasmática de cálcio através de efeitos renais:


reduzindo a reabsorção de Ca++ e ósseos, aumentando a atividade dos
osteoblastos reduzindo a atividade dos osteoclastos.

SUPRA RENAL
A glândula supra renal constituída de: Medula que produz a adrenalina
e noradrenalina e o Córtex que libera os Mineralocorticóides (Aldosterona),
Glicocorticóides (Cortiso) e os Andróginos (Sexuais).

Efeitos do Cortisol: No metabolismo da glicose aumenta a concentração de


glicose no sangue diminui a utilização de glicose pelas células e aumenta a
glicogênese hepática. No metabolismo das proteínas provoca a diminuição de
proteínas em todos tecidos, com exceção do fígado onde os aminoácidos são
seqüestrados do músculo para o fígado. Provoca ainda maior utilização de
gordura como fonte de energia. Possui ação antiinflamatória e
imunossupressora.

Hormônio da tiroide

Tiróide ou tireóide (termo derivado da palavra grega "escudo", devido


ao seu formato) é uma das maiores glândulas endócrinas do corpo. Ela é uma
estrutura de dois lobos localizada no pescoço (em frente à traquéia) e produz
hormônios, principalmente tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que regulam a taxa
do metabolismo e afetam o aumento e a taxa funcional de muitos outros
sistemas do corpo.
114

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


O iodo é um componente essencial tanto do T3 quanto do T4. A tireóide
também produz o hormônio calcitonina, que possui um papel muito importante
na homeostase do cálcio. O hipertireoidismo (tireóide muito ativa) e
hipotireoidismo (tireóide pouco ativa) são os problemas mais comuns da
glândula tireóide.

Hipertiroidismo é uma situação onde ocorre uma produção excessiva de


hormônios tireoidianos (T3 e T4).

Sintomas

• Sudorese;
• Intolerância ao calor;
• Diarréias.
• Nervosismo;
• Hiperatividade;
• Irritabilidade aumentada;
• A glândula pode estar aumentada e ser palpável;
• Taquicardia.

Hipotiroidismo

Sintomas

Adultos
Fala lenta e rouca, memória prejudicada, reflexos lentos, pele seca,
sensibilidade aumentada ao frio e calor, obesidade e ganho de peso,
depressão (especialmente em idosos), anemia , metabolismo lento, obstipação
(prisão de ventre), fadiga, falta de fôlego, necessidade de sono aumentada,
perda de desejo sexual, dor em articulações e músculos, palidez, irritabilidade,
ciclos menstruais anormais, infertilidade ou dificuldade de engravidar, colesterol
elevado.

Crianças
Idade muito nova: vontade constante de defecar, constipação, ronco,
sono em excesso. Fase em que começa a andar: abdome protuberante, pele
seca, dentes demorando a nascer. Depois de começar a andar: falta de
crescimento normal, estatura anormalmente pequena para a idade, inteligência
abaixo do normal para a idade.

Pâncreas

É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões


endócrinas e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem
dutos que lançam as secreções para o interior da cavidade intestinal) ao
mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langerhans são a porção endócrina,
115

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e glucagon,
que atuam no metabolismo da glicose.

116

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Nos seres humanos, para que se mantenha a sua homeostase, há


necessidadede um suprimento contínuo de O2 e outras substâncias
(nutrientes, hormônios e água) para os tecidos e também, de uma contínua
retirada de CO2 e metabólitos (ácido lático, uréia e amônia), necessitando de
dois sistemas: o circulatório e o respiratório.

Função do sistema respiratório e suas vias

Sua função é de colocar o ar atmosférico em contato com os capilares


venosos alveolares para que possam ocorrer trocas gasosas (por difusão
simples) entre o O2 (ar atmosférico) e dióxido do carbono (sangue venoso). O
sistema respiratório possui estruturas que possibilitam a realização dessa
função: o nariz, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e alvéolos.
Nariz, traquéia e brônquios
Cabe ao nariz, o
aquecimento (os cornetos
nasais são amplamente
vascularizados aumentando a
temperatura), a umidificação e
a filtração do ar atmosférico.
Ao sair do nariz, o ar é
direcionado para a faringe e
laringe, deslocando para a
traquéia, brônquios e
finalmente nos bronquíolos. A
traquéia e osbrônquios,
apresentam receptores do tipo
mecanorrecptor e nociceptor,
relacionados a regulação da
função pulmonar.
Bronquíolos

Os bronquíolos são ramificações dos brônquios e estão localizados


dentro dos pulmões, aumentando de número a cada ramificação. As artérias
brônquicas irrigam desde a traquéia até os bronquíolos, totalizando apenas 1%
do débito cardíaco (DC: quantidade de sangue bombeada pelo coração em 1
minuto, aproximadamente: 5 l/min. em repouso), suas funções são: promover
nutrição para as vias respiratórias, promover retirada de metabólitos e aquecer
e umidificar o ar inspirado. Os bronquíolos, com as demais áreas pulmonares,
estão sobre a influência do sistema nervoso autônomo (SNA) simpático (SNAS)
e parassimpático (SNAP). O SNAS promove a dilatação da árvore brônquica
(estimulando a medula das supra-renais a liberarem adrenalina e
noradrenalina, especialmente a adrenalina, por estimular os receptores beta) e
o SNAP promove a constrição. Não ocorrem trocas gasosas nessas estruturas,
sendo denominadas de espaço morto anatômico (aproximadamente 30% do ar
inspirado não possibilita trocas gasosas). Com a contínua ramificação dos
bronquíolos, formam-se os alvéolos.

117

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Alvéolos

Nos alvéolos ocorrem as trocas gasosas, sendo assim ricamente


vascularizados. A artéria pulmonar (artéria que nutre os pulmões, originando no
ventrículo direito e ramificando em direita e esquerda ao chegar nos pulmões),
ramifica-se acompanham as ramificações da traquéia e brônquios, e ao final,
formando uma extensa rede de capilares.

Capilares Pulmonares

Os capilares pulmonares, em repouso, apresentam um volume de


sangue de aproximadamente 70ml, chegando a 200ml (volume capilar
máximo). Esse volume pode ser alterado pela abertura dos capilares fechados
ou comprimidos(recrutamento capilar, exemplo no exercício físico) ou pelo seu
alargamento (distensão, como na insuficiência cardíaca esquerda). Esses
capilares são contínuos por alguns alvéolos, permitindo que as hemácias
tenham tempo suficiente para promoverem as trocas gasosas. No entanto, nem
todos oscapilares estão funcionais (espaço morto fisiológico).

Pressão hidrostática e distribuição regional da ventilação

Existem aproximadamente 300 milhões de alvéolos que possibilitarão


trocas gasosas, onde a ventilação (Va) e a perfusão (Q) são proporcionais. No
entanto, não são possíveis todos os alvéolos terem uma relação Va/Q
uniforme.
Alguns alvéolos recebem ventilação, mas não perfusões e vice-versa, a
esse fenômeno chamam de espaço morto fisiológico. Sendo assim, nem todos
os 300 milhões de alvéolos estão funcionais para as trocas gasosas. A
explicação para isso segue-se:
Os pulmões de um humano pesam aproximadamente 900 a 1000g e o
conteúdo de sangue é de 40 a 50% (cerca de 450ml de sangue), sendo
idênticos à caixa torácica. Revestindo os pulmões e a caixa torácica, estão,
respectivamente, as pleuras visceral e parietal, e uma fina camada de líquido
as mantém unidas. Essa estrutura permite aos pulmões, insuflarem quando a
caixa expandir. Como estão sendo sustentados, quanto mais próximo ao ápice
pulmonar (região mais alta dos pulmões), menor é a pressão intrapleural e
maiores são os alvéolos (são puxados pelo peso dos pulmões).
No ventrículo direito, durante a sístole, a pressão do sangue chega a ser
de 25 mmHg (pressão sistólica) e durante a diástole, cai para 0 a 1mmHg
(pressão diastólica). Na artéria pulmonar, durante a sístole, a pressão na
artéria é igual ao do ventrículo direito. Mas, após o fechamento da válvula
arterial, a pressão cai lentamente. Nos capilares pulmonares, a pressão
sangüínea chega a ser 7 mmHg.
Em todas as aréas pulmonares podemos encontrar 2 áreas em que o
fluxo sangüíneo poderá ser, ou intermitente ou contínuo. O que determinará o
tipo de fluxo será a relação entre a pressão nos alvéolos e a nos capilares.

118

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Fluxo intermitente

Em posição ortostática, durante a sístole, a pressão arterial é maior que


a resistência sobre os alvéolos, permitindo que o sangue vença a resistência e
flua para o ápice. Entretanto, durante a diástole, a pressão arterial diminui e é
menor que a resistência, não permitindo fluxo para os capilares. Portanto, no
ápice dos pulmões, há fluxo sangüíneo na sístole e cessa na diástole,
caracterizando o fluxo intermitente.

Fluxo contínuo

Nas porções inferiores dos pulmões, a pressão arterial, durante a sístole


e diástole, é sempre maior que a resistência sobre os alvéolos. Permitindo que
haja fluxo sangüíneo contínuo. Ao deitar-se, a resistência sobre os alvéolos
diminui, possibilitando um fluxo contínuo em todo o pulmão A partir do
momento que se aumenta o metabolismo e as trocas gasosas, a pressão
pulmonar eleva-se, aumentando o lúmen dos capilares nas porções centrais e
ápices pulmonares, promovendo aumento das áreas para as difusões dos
gases (exercício físico).

Ventilação pulmonar e ventilação alveolar

A ventilação pulmonar compreende uma inspiração e uma expiração, é


determinada pelo volume corrente (VC: quantidade de ar atmosférico inspirado,
cerca de 500ml) multiplicado pela freqüência respiratória (f: período
compreendido entre uma inspiração e expiração, em média 12 incursões), o
produto é aproximadamente 6l/min.de ar ventilado, podendo alterar-se com a
idade, o sexo, a posição do corpo e a atividade metabólica.
A inspiração é realizada pelos músculos diafragma (traciona a base dos
pulmões para abaixo), intercostais externos (que traciona as costelas para cima
e para frente) e, em menor contribuição, os escalenos e
esternocleidomastóides (que traciona as costelas para cima). Na expiração, os
músculos retos abdominais(traciona as costelas para abaixo e com os demais
músculos abdominais,empurram o conteúdo abdominal para cima) e os
intercostais internos (promovendo efeito contrário aos intercostais externos).
A ventilação alveolar representa a quantidade de ar atmosférico que
chega aos alvéolos. Dos 500ml inspirados do VC, cerca de 150ml ficam entre
os espaços mortos anatômicos e fisiológicos. No entanto, o restante é
suficientemente ideal para manter as trocas alveolares.

Volumes e capacidades pulmonares

Para o estudo e para a aplicação clínica diagnóstica das doenças


pulmonares utiliza-se fazer um teste em um equipamento denominado de
espirômetro. Através desse aparelho é possível obter 4 volumes pulmonares e
as combinações desses volumes, várias capacidades pulmonares.

119

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Volumes pulmonares

· Volume Corrente (VC): volume de ar inspirado e expirado em cada ciclo


ventilatório normal, 500ml.
· Volume de Reserva Inspiratória (VRI): volume máximo de ar após
inspiração máxima, cerca de 3000ml.
· Volume de Reserva Expiratória (VRE): volume máximo de ar expirado após
expiração forçada, 1100ml.
· Volume Residual (VR): volume que permanece nos pulmões após expiração
máxima, 1200ml.

Capacidades pulmonares

União de dois ou mais volumes pulmonares.

· Capacidade Inspiratória (CI): quantidade de ar máxima inspirada após


ventilação de repouso, união entre VC e VRI, cerca de 3500ml.
· Capacidade Residual Funcional (CRF): quantidade de ar que permanece
nos pulmões após expiração normal, soma entre VR e VRE, cerca de 2300ml.
· Capacidade Vital: quantidade máxima de ar expelido numa expiração
máxima após uma inspiração máxima, somatória dos VRI, VC e VRE, 4600ml.
· Capacidade Pulmonar Total (CPT): maior volume de ar alcançado após
inspiração máxima, soma dos 4 volumes, 5800ml.

Tanto os volumes, quantas as capacidades, podem ser alterados pelas


doenças pulmonares. Doenças restritivas (limitação à expansão) e doenças
obstrutivas (aumento do volume residual) reduzem a VC. A atividade física
eleva o VC, em testes de esforço físico com diminuição de VC constitui doença
pulmonar.
Gases e as trocas gasosas nos alvéolos

Gases

Denomina-se ar atmosférico o aquele que está fora das vias nasais e ar


alveolar, aquele encontrado nos alvéolos. Esses dois ares apresentam a
mesma composição, porém diferentes concentrações. Ambos, apresentam
uma combinação de 4 gases, são eles: O2 (O2), CO2 (CO2), nitrogênio (N2) e
vapor de água (H2O), a soma das pressões desses gases representa a
pressão atmosférica ou 760 mmHg.

A. Ar Atmosférico

O ar atmosférico, como citado anteriormente, é formado por 4 gases.


Esses gases apresentam pressões (denominadas de pressões parciais) e que
somadas darão 760 mmHg. As pressões parciais e seus respectivos % para os
gases são: N2 597 mmHg (78,62%); O2 159 mmHg (20,84%); CO2 0,3 mmHg
(0,04%) e H2O 3,7 mmHg (0,5%). Observa-se que a maior pressão parcial é do
N2 seguida pelo O2, e que a do CO2 é extremamente pequena (em locais
poluídos essas pressões se alteram).

120

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


B. Ar umidificado

Ao inspirar, o ar atmosférico passa pelas vias nasais sendo aquecido,


umidificado e limpo. Com a umidificação, a pressão parcial de H2O eleva-se
alterando as pressões dos demais gases. Como a pressão total do gás
continua sendo 760 mmHg, as demais pressões parciais ficaram: N2 563,4
mmHg (74,09%); O2 149,3 mmHg (19,67%); CO2 0,3 mmHg (0,04%) e H2O 47
mmHg (6,2%). Com a umidificação do gás, a pressão parcial da H2O elevou-se
significativamente.

C. Ar alvelolar

Ao chegar nos alvéolos, uma porção do gás atmosférico permaneceu nos


tecidos onde não ocorrem difusão (espaço morto anatômico), e irá misturar
com o gás que está sendo expirado. Sendo assim, como o gás expirado é rico
em CO2, a pressão parcial desse gás eleva-se. Nota-se também, que a
pressão parcial de O2 diminui, portanto as pressões parciais ficaram: N2 569
mmHg (74,9%); O2 104 mmHg (13,6%); CO2 40 mmHg (5,3%) e H2O 47
mmHg (6,2%).

D. Ar expirado

Após a inspiração inicia-se a expiração, o ar alveolar será expirado. Como


tais, também ocorreram mudanças nas pressões parciais. O O2 difunde do
alvéolo para os capilares e o CO2, no sentido contrário. As pressões parciais
de N2 e H2O permanecem inalteradas, respectivamente ficaram, 566 mmHg
(74,5%) e 47 mmHg (6,2%). No entanto, dos demais gases alteraram: O2 120
mmHg (15,7%) e CO2 27 mmHg (3,6%). A pressão parcial de O2 elevou-se
porque, ao expirar, o O2 dos espaços mortos (anatômico e fisiológico) foram
acrescido ao gás total.

Trocas gasosas
As trocas gasosas entre os gases O2 e CO2 são através de difusão
(simples), onde sentido da difusão será do meio de maior pressão para o meio
de menor pressão, isto é, à favor do seu gradiente de pressão. Sendo assim, o
princípio fundamental para difusão é que haja diferença de pressão entre os
meios (alvéolos e capilares venosos). O O2 difunde do ar alveolar para as
hemácias que estão dentro dos capilares e o CO2 difunde das hemácias para
os alvéolos, o sangue que era venoso (alta concentração de CO2) passa a ser
arterial (alta concentração de O2) e retorna ao átrio esquerdo (através das 4
veias pulmonares), iniciando a grande circulação. Entre um ciclo respiratório e
outro, a difusão continua nos alvéolos devido ao volume residual. Esse volume
pulmonar (1200ml) não é possível ser expirado, mesmo em uma expiração
máxima. Permanecendo nos pulmões, esse volumepermite que haja trocas
gasosas entre os ciclos respiratórios.

121

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Difusão e transporte de gases pelo sangue:

Difusão alveolar e tecidual

O sentido das trocas gasosas do O2 são dos alvéolos para os tecidos, o


CO2 realiza o sentido contrário. Ambos os gases, para as suas trocas, as
realiza através da difusão (simples).
Como sabemos, difusão é o movimento aleatório de moléculas do meio
de maior pressão para o meio de menor, sempre à favor do gradiente de
pressão, não havendo gasto de energia (ou uso das moléculas ATP- trifosfato
de adenosina). Sendo assim, para a realização das trocas por difusão,
brigatoriamente, deverá haver diferença de pressão entre os dois meios
(alvéolosangue; sangue-intestício, intestício-célula). Caso haja igualdade de
pressão entre os meios, não é possível haver difusão.

Difusão de O2 dos alvéolos para os tecidos

A. Dos alvéolos para os Capilares

Nos alvéolos, a pressão do O2 (PO2) é de 104mmHg e no sangue


venoso de 40mmHg, como há diferença de pressão, o O2 difunde dos alvéolos
para os capilares. Como vimos anteriormente, nem todos os capilares estão
funcionais (espaço morto fisiológico), isto é, não possibilitam trocas. O sangue
arterial dos capilares que permitiram trocas, junta-se ao sangue, ainda venoso
(pois não ocorreram trocas), diminuindo a PO2, de 100mmHg para 95mmHg. A
diminuição da PO2 deveu-se, portanto a esse sangue venoso.

B. Dos capilares para o Interstício (ou meio extracelular)

Nos capilares, se mantém a PO2 em 95mmHg, o sangue arterial é


transportado para os tecidos, esse sangue arterial (rico em O2), apresenta uma
pressão de CO2 de 40mmHg. Esse valor de PCO2 é muito importante para as
trocas desse gás. Ao chegar aos tecidos, o O2 difunde do sangue arterial para
o interstício. No sangue, a PO2 é de 95mmHg e no interstício de 40mmHg.
Como há diferença de pressão, ocorrerá difusão de O2 do capilar para o
interstício.
Deve-se ressaltar que, ao difundir para o interstício, a PO2 arterial
diminui para 40mmHg e, como o O2 está deslocando para o interstício, a PO2
intersticial elevase acima de 40mmHg.

C. Do interstício para a Célula

A necessidade de O2 pela célula é fundamental. A célula obtém energia


através, preferencialmente, do metabolismo aeróbio. Esse metabolismo é mais
eficiente que o processo anaeróbio, ressintetizando uma quantidade maior de
ATPs. Portanto, a PO2 celular nunca apresenta valores elevados, essa PO2
varia entre 5 a 40 mmHg (dependendo da intensidade do metabolismo celular,
repouso ou exercício físico intenso), mas 23mmHg em média.
Como a PO2 celular é, em média, de 23 mmHg e a PO2 intersticial acima
de 40mmHg, ocorre difusão de O2 para a célula. Na célula, o O2 difunde para
a mitocôndria onde participa do metabolismo aeróbio, formando água
122

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


(juntamente com os hidrogênios transportados pelas co-enzimas NAD e FAD).
Concomitante a formação da água, há também, a formação de CO2 (através,
principalmente, de reações químicas ocorridas no Ciclo de Krebs). Devido a
esse conjunto de reações químicas, a concentração de O2 reduz-se e a
concentração de CO2 eleva-se. Portanto, dentro da mitocôndria e
posteriormente, da célula, a PCO2 eleva-se, chegando a ser aproximadamente
de 46mmHg.

Difusão do CO2 dos tecidos para os alvéolos

A. Da célula para o interstício


Com a constante formação de CO2 pelo metabolismo celular, a PCO2
apresenta valores acima daqueles observados no interstício e sangue,
possibilitando, assim, difusão. A PCO2 celular é de aproximadamente 46mmHg
e a intersticial é de 45mmHg. Pode parecer uma diferença extremamente
pequena, mas o CO2 apresenta uma capacidade de difundir 20 vezes maior
que o O2.
Assim sendo, essa diferença de apenas 1 mmHg é suficiente para
possibilitar difusão.

C. Do Interstício para os Capilares

A PCO2 do sangue arterial, como comentado anteriormente, é de 40mmHg


e a PCO2 do interstício de 45mmHg e como ocorreu difusão, passou para
46mmHg.
Aqui, há diferença é mais elevada que entre a célula e o interstício. Como
apresenta diferença, há difusão de CO2 do interstício para o sangue, de arterial
(pois apresentava elevada pressão de O2) e para venoso (eleva-se a pressão
de CO2).
C. Dos capilares para os
alvéolos
O ar alveolar apresenta uma
PCO2 de 40mmHg e o sangue
venoso uma de PCO2 45mmHg,
como observado em outros
momentos, há diferença entre as
pressões e, portanto há trocas
gasosas. Nos alvéolos, ocorrem as
trocas gasosas como ocorrem nos
tecidos, porém em sentido
contrário. Aqui, o CO2 difunde do
sangue parao alvéolos e
simultaneamente, o O2 difunde em
sentido contrário. Após ocorrer as
trocas, inicia-se o processo
novamente.

Transporte dos gases pelo


sangue

Na Hemoglobina, observa-
se as cadeias polipeptídicas alfa e
beta e os 4 grupos heme. 123

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Sangue e sua constituição

O sangue em um homem adulto representa cerca de 6% o peso orporal, é


constituído de vários componentes dispersos no plasma sangüíneo. O plasma
corresponde aproximadamente 25 a 45ml/kg de peso corporal (perfazendo um
total de 3L em homem adulto). Sendo constituído de substâncias dissolvidas
(eletrólitos, proteínas, lipídios, carboidratos [glicose o mais comum],
aminoácidos, vitaminas, hormônios, produtos nitrogenados resultantes do
metabolismo celular [ou metabólitos: uréia e ácido úrico), O2, CO2, (nitrogênio
e ácido lático) e células sangüíneas (eritrócitos [glóbulos vermelhos], leucócitos
[células brancas] e plaquetas)].
· Os leucócitos são divididos em 40 a 75% de neutrólitos 20 a 45% de
linfócitos,
2 a 10% de monócitos e 1 a 6% de eosinófilos e menos de 1% de basófilos.

Resumidamente são células de defesa (fagocíticas).

· As plaquetas estão relacionadas ao controle do sangramento e formar o


coágulo em vasos sangüíneos (trombose).
· Os Eritrócitos ou glóbulos vermelhos ou hemácias, correspondem a 48% e
46% do volume de sangue em, respectivamente, homem e mulher adultos ou
5,2 milhões por microlitros no homem e 4,6 milhões na mulher. O seu principal
componente protéico é a hemoglobina (Hgb), sintetizadas na medula óssea, a
Hgb corresponde 15gdl (grama por decilitro) nos homens e 13,5 gdl nas
mulheres. Apresenta em suas constituição 4 subunidades denominadas de
globina alfa e beta (proteína polipeptídica sintetizadas pelos ribossomos)unidas
com 4 grupos pirrólicos que unidos ao ferrro são denominados de heme. Os 4
íons ferro encontrados em uma Hgb apresentam a capacidade de fixar frouxa e
reversamente a 4 moléculas de O2 ou CO2. Essa capacidade de fixação com
os gases a torna o principal meio de transporte.

Transporte de O2 no sangue

O O2 é transportado no sangue de duas maneiras: fixado à Hgb (97%) e


dissolvido no plasma (3%). O percentual de saturação da Hgb em relação a
diferentes PO2 é denominado de curva de saturação oxiemoglobina (união
entre a Hgb e o O2: HgbO2 ou ainda oxiemoglobina). O quadro abaixo mostra
a relação entre Hgb e saturação nos sangue arterial e venoso.

Quadro 01- Relação de saturação de Hgb em relação a PO2 arterial e venosa

Em relação ao sangue venoso, onde a PO2 é de 40mmHg, a saturação de Hgb


é de 75% e corresponde a 14,4ml de O2 em cada 100ml de sangue. Em
repouso, os tecidos absorvem apenas 5ml de O2 em 100ml de sangue, porque
são irrigados pelo sangue arterial (19,4ml de O2) e deles difundem o sangue
124

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


venoso (14,4ml de O2).Esse valor denomina-se de coeficiente de utilização e
pode ser alterado, por exemplo, pelo exercício (durante atividades motoras
intensas, o coeficiente de utilização pode chegar a 15ml de O2 por 100ml de
sangue, ou, aumentar em 4 vezes).

A figura abaixo mostra a curva de saturação da oxihemoglobina de uma


pessoa normal a uma temperatura de 37ºC e pH de 7,4.

A curva de oxihemoglobina pode ser modificada na sua forma (anemia)


ou na posição (deslocando para a esquerda ou direita).

Fatores que afetam a posição da curva


Quatro fatores alteram a curva em sua posição, são eles: H, PCO2,
temperatura e 2,3 DPG.
O pH ácido (Ph abaixo de 7,4, por exemplo: exercício físico) altera a
curva para a direita em cerca de 15%. Em pH alcalino (acima de 7,4), a curva
altera-se para a esquerda.
A PCO2 se eleva (em exercício físico, com aumento da produção de
CO2 pelo Ciclo de Krebs), desloca a curva para a direita. A ação do pH e
PCO2 recebe o nome de Efeito Bohr, queda do pH e e elevação da PCO2
deslocam a curva para a direita.
Com o decorrer das reações químicas que representam o metabolismo
celular, há produção de calor para a manutenção da temperatura corporal. A

125

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


elevação da temperatura desloca a curva para a direita (exercíc io físico) e a
diminuição desloca para a esquerda.
O metabolismo celular dos eritrócitos é predominantemente anaeróbio
por não possuir mitocôndria e a produção de ATP é através da glicólise, tendo
uma grande presença de 2,3-difosfoglicerato (ou 2,3-DPG). Aação do 2,3-DPG
é de unir-se frouxamente com a Hgb deslocando a curva para a direita.

Relação entre deslocamento da curva e transporte de O2

Os fatores que deslocam a curva de oxihemoglobina para a direita estão


diminuindo a afinidade da Hgb com o O2, reduzindo a quantidade de O2 que
pode ser captada pela Hgb para qualquer PO2 alveolar. Esse efeito possibilita
uma liberação de O2 para os tecidos. Com o deslocamento da curva para a
esquerda ocorre o contrário, aumenta a afinidade e captação de O2 pela Hgb.

Transporte de CO2 pelo sangue

Similarmente ao transporte de O2, o transporte de CO2 também é


realizado através da Hgb e dissolvido no plasma. Porém, a maior parte é
transportada na forma de bicarbonato (HCO3). O sangue de um homem adulto
em repouso, transporta (VCO2) em média de 200ml/min, podendo aumentar
durante o exercício físico intenso. A quantidade de CO2 encontrada no corpo
humano é bem acima dessa transportada, no sangue arterial a PaCO2
(pressão de CO2 no sangue arterial) é de 480ml/l (milímetros por litro de
sangue) e no sangue venoso, cerca de 520 ml/l.

CO2 dissolvido

O CO2 dissolvido no sangue representa apenas 7% do total de CO2


transportado, em valores quantitativos cerca de 2,7ml/dl (milimitro por decilitro)
no sangue arterial e 2,4ml/dl no sangue venoso.

Hgb e Proteínas plasmáticas (carbaminoemoglobina ou carbamino-CO2)

Esse tipo de transporte corresponde aproximadamente 23% de todo


CO2 transportado pelo sangue. O CO2 une-se com a Hgb formando o
composto carbaminoemoglobina (CO2Hgb), essa união é frouxa e reversível,
como ocorre com o O2. Além de fixar-se à Hgb, o CO2 pode fixar-se à
proteínas plasmáticas, porém com um percentual extremamente pequeno.

126

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


O Bicarbonato e os mecanismos de transporte do CO2 pelo sangue.

O CO2 produzido pelo metabolismo celular, ao difundir-se para o


sangue, participa de uma seqüência de reações química importante. Nessa
seqüência, o CO2 uni-se com a água e forma um ácido fraco, denominado de
ácido carbônico (H2CO3), reação catalisada pela enzima anidrase carbônica
(encontrada somente nos eritrócitos).
A medida que são formados, o ácido carbônico começa a dissociar-se,
formando bicarbonato (HCO3) e hidrogênio (H+). O H+ combina-se com Hgb e
o HCO3 difunde-se para o sangue (ao difundir-se para sangue, permite a
difusão em sentido contrário do cloro, Cl-). A sequência dessas reações
químicas possui uma importante ação sobre o controle do pH sangüíneo.Esse
meio de transporte de CO2 é o mais eficiente, totalizando os restantes 70%.

Controle metabólico ou automático

Apesar de não ser profundamente conhecido a localização, sabe-se que


duas áreas do tronco cerebral estão relacionadas ao controle intrínseco da
ventilação: a área respiratória do bulbo e o centro pneumotáxico da ponte.

A área respiratória bulbar, também se divide em duas porções:

· núcleo do trato solitário (NTS, também conhecido como núcleo do feixe


solitário), devido a sua localização dorsalmente ao nono par craniano, seus
neurônios são denominados de neurônios dorsais. Esses neurônios estão
relacionados com movimento inspiratório, regulando os músculos da caixa
torácica e abdome. O NTS, faz sinapse com os quimiorreceptores,
pressorreceptores e mecanorreceptores pulmonares, o que possibilita a esse
núcleo o controle da inspiração.

· núcleo retroambíguo, localizado ventralmente no tronco cerebral, está


relacionado com os movimentos de inspiração e expiração, controlando os
músculos da caixa torácica e abdome.

Centro Pneumotáxico da Ponte

Localizado na ponte, porção mais anterior e superior do tronco cerebral,


atua na alternância entre os movimentos inspiratórios e expiratórios. Sua
interrupção promove ums inspiração prolongada (apneuse).

Receptores periféricos e pulmonares

Existem receptores que o serem excitados alteram o padrão respiratório,


esses receptores podem ser periféricos (quimiorreceptor, pressoreceptores e
127

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


mecanorreceptores) e pulmonares (estiramento, irritação e fibras C
nãomielinizadas).

Periféricos

· Quimiorreceptores

Os quimiorreceptores pulmonares estão localizados em dois locais: os


denominados de centrais (no bulbo) e periféricos (em corpúsculos nas artérias
aorta e carótida). São ricamente vascularizadas (recebendo aproximadamente
20 vezes o seu peso corporal) e sensíveis as alterações nas pressões de
PCO2, PO2 e pH. Esses receptores, ao serem estimulados pela queda da PO2
ou elevação da PCO2, geram potenciais de ações que serão enviados e
sensibilizam as áreas respiratórias bulbares (NTS). O quimiorreceptor aórtico
envia seus potenciais de ação através do nervo vago e os carotídeos através,
inicialmente, do nervo Hering e posteriormente os glossofaríngeos.

· Pressoreceptores

Também localizados na aorta e carótida, mas são receptores que


respondem ao estiramento e à deformação dos vasos arteriais aorta e
carótidas, induzidas pela pressão arterial. Suas eferências para o NTS também
são os mesmos nervos encontrados nos quimiorreceptores.

· Mecanorreceptores torácicos

São receptores de distensão e localizados nas paredes das vias aéreas.


São excitados quando ocorre o movimento inspiratório e inibidos na expiração.
Suas vias eferentes são o nervo vago e terminam no NTS , ao serem excitados
afetam a duração da inspiração e expiração.

Pulmonares

· Estiramento
Localizados na musculatura lisa da vias extrapulmonares (vias aéreas
localizadas fora dos pulmões), como o próprio nome diz, são excitados pelo
estiramento nos brônquios (elevação da pressão transmural). Estes receptores
atuam no reflexo de Hering-Breuer, ocorre uma apnéia após uma elevada
inspiração pulmonar, potencializando os músculos expiratórios. Sua ação é,
portanto, interromper a inspiração e iniciar a expiração.

· Receptores de Irritação

Localizados nas células epiteliais da vias aéreas, são excitados


quimicamente (dióxido de enxofre, amônia, polens e antígenos) e
mecanicamente (pela insuflação dos pulmões, pelo aumento no fluxo aéreo,
pelo choque de partículas nos brônquios e por alterações na tonicidade da
musculatura lisa dos brônquios). Sua função é, ao ser estimulado, aumenta a
atividade dos neurônios inspiratórios do NTS.

128

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


· Fibras C não-mielinizadas

Localizadas no interstício pulmonar e septos alveolares, são excitados


por distorção do interstício pulmonar (edema) e quimicamente (histamina e
capsaicina [encontrada na pimenta]). Ao serem estimuladas, causam oclusão
da laringe e apnéia, seguida de ventilação rápida e superficial.

Fatores que influenciam os centros controladores ventilatórios

A área respiratória bulbar e o centro pneumotáxico da ponte são


influenciados (e conseqüentemente a ventilação) por 3 fatores, dióxido de
carbono (PCO2), hidrogênio (pH) e oxigênio (PO2).

CO2 e H+

Tanto o CO2 e H+ exercem efeitos sobre os quimiorreceptores


periféricos e centrais, porém são mais excitáveis nos centrais. Dentre esses
dois fatores, o CO2 não apresenta uma potente ação sobre os
quimiorreceptores centrais, mas o H+ sim. No entanto, a capacidade de difusão
do CO2 pela barreira hematoencefálica é imensamente superior a do H+.
Sendo assim, o CO2 difunde pela barreira hematoencefálica e através da
enzima anidrase carbônica uni-se com a água formando o ácido carbônico
(H2CO3). Como é um ácido fraco, dissocia-se em bicarbonato (HCO3) e H+, e
esse último, excita os neurônios inspiratórios do NTS.
Dentre esses 2 fatores, o CO2 apresenta uma maior capacidade de
excitação do centro respiratório. Em PCO2 de 40mmHg tem-se uma ventilação
normal, mas com aumentos da PCO2 para 45mmHg a ventilação duplica.
Enquanto que variações no pH entre 7,3 a 7,5 (o pH fisiológico é 7,4,
acima disso o meio ficará alcalino e abaixo, ácido), possibilitam aumentos
menores. Sendo assim, o principal fator é o CO2.

O2

O O2 não exerce influência direta sobre os centros respiratórios bulbares


e sim sobre os quimiorreceptores periféricos (principalmente os carotídeos).
Com diminuição da PO2 arterial, entre 30 a 60mmHg a saturação da Hgb
diminui rapidamente, há estimulação os quimiorreceptores e, posteriormente,
há excitação dos centros respiratórios (aumentando a ventilação).

Modelo de Mecanismo Inspiratório

Apesar de não ser totalmente conhecida a localização dos centros


controladores, há um modelo de mecanismo inspiratório que está sob influência
de todos os receptores periféricos e pulmonares e também, dos fatores CO2,
H+ e O2.

Esse mecanismo funciona da seguinte maneira:


A. inicialmente os quimiorreceptores são excitados e geram potenciais
129

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


de ação para o grupo motor dorsal do núcleo do trato solitário (NTS);

B. o grupo motor dorsal possui neurônios inspiratórios, que serão


ativados e desencadearam a inspiração. Promovendo o recrutamento dos
músculos inspiratórios (diafragma e intercostais externos principalmente);
C. com a inspiração e portanto expansão da caixa torácica, é ativada os
receptores de estiramento que aumentam a freqüência de disparos de
potenciais de ação excitando o grupo motor ventral;
D. o grupo motor ventral, localizado no núcleo retroambíguo, possui
neurônios ventrais que ativa o centro pneumotáxico;
E. o centro pneumotáxico está localizado na ponte, é também chamado
de centro interruptor inspiratório, porque atua inibindo os neurônios
inspiratórios do NTS, cessando a inspiração e iniciando a expiração;
F. ao iniciar a expiração, os músculos inspiratórios são inibidos, e
estimulados os músculos expiratórios (intercostais internos e abdominais).

130

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO

Morfologia

Boca: receptor de alimento, sendo que os dentes têm a função de triturar e


misturar a secreção salivar que por suas vez tem a função de umidificar
facilitando a - deglutição também possui. A função digestiva digerindo a amido,
alem da limpeza dentes, facilitando inclusive a articulação das palavras.

Esôfago: Conduto que serve apenas para o transito do alimento.

Estômago: Consiste no reservatório de alimento, alem da função bactericida.

Intestino delgado: dividido em duodeno, jejuno e íleo, Tem a função na


digestão e absorção alimentar.

Intestino grosso: Armazena a matéria fecal e promove a absorção de água e


eletrólitos bem como a de nutrientes.

Pâncreas: Glândula anexa dividida em. duas partes: porção endócrina


(produtora de hormônios) e porção exócrina (produtora de secreções
digestivas).

Fígado: Produz a bile sendo esta armazenada na vesícula

O Aparelho digestivo ou sistema digestório, como recomenda a nova


nomenclatura, e composto de uma serie de órgãos tubulares interligados
formando um único tubo que se estende desde a boca ate o ânus. Recobrindo
este tubo há um tipo de pele chamada de mucosa. Na cavidade oral (boca),
estomago e intestino delgado a mucosa contem pequenas glândulas que
produzem líquidos específicos utilizados na digestão dos alimentos. Ha dois
órgãos digestivos sólidos, o fígado e o pâncreas, que também produzem
líquidos utilizados na digestão, estes através de pequenos tubos.
Outros sistemas apresentam um importante papel no funcionamento do
aparelho digestivo como o sistema nervoso e sistema circulatório (sanguínea).

131

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Digestão

Os alimentos como são ingeridos não estão no formato que o corpo


pode aproveitá-los. Devem ser transformados em pequenas moléculas de
nutrientes antes de serem absorvidos no sangue e levados as células para sua
nutrição e reprodução. Este processo chama-se de digestão.
A digestão ocorre através da mistura dos alimentos, movimento destes
através do tubo digestivo e decomposição química de grandes moléculas de
alimento para pequenas moléculas. Inicia-se na cavidade oral através da
mastigação e se completa no intestino delgado. 0 processo químico se
diferencia para cada tipo de alimento.
Os órgãos digestivos tubulares contem músculos que possibilitam dar
movimento as suas paredes. Este movimento (peristalse) pode impulsionar e
misturar os alimentos com os sucos digestivos. 0 movimento peristáltico e
como uma onda do mar, promovendo uma área estreitada que empurra o
alimento para baixo ate o final do órgão. 0 primeiro movimento e o da
deglutição.
Apesar de podermos controlar quando engolimos algo, a partir deste
momento há uma reação em cadeia de movimentos involuntários controlados
pelo sistema nervoso.
0 esôfago e o órgão ao qual os alimentos são impulsionados apos à
deglutição. Ele comunica a cavidade oral ao estomago. Sua única função e
transportar o alimento ao estomago. Na junção do esôfago com o estomago, ha
uma estrutura valvular que permanece fechada entre os dois órgãos. Com a
aproximação do alimento esta válvula se abre permitindo a passagem do
alimento ao estomago. 0 alimento então entra no estomago, que tem três
funções mecânicas básicas.
A primeira como reservatório do alimento, função realizada pela parte
superior do estomago que relaxa sua musculatura e aumenta sua capacidade.
A segunda função e realizada pela parte inferior do estomago misturando os
alimentos com o suco digestivo produzido pelo estomago.
E finalmente a terceira e a de liberar os alimentos (esvaziamento
gástrico), já parcialmente digeridos para o intestino delgado. Este processo
ocorre lentamente.
Vários fatores afetam o esvaziamento gástrico como o tipo de alimento,
ação da musculatura do estomago e a capacidade do intestino delgado de
receber mais alimentos parcialmente digeridos. Quando o bolo alimentar chega
ao intestino delgado ele sofre a ação do suco digestivo produzido pelo
pâncreas, fígado e intestino e impulsionado para frente para dar espaço a mais
alimento vindo do estomago.
Ao final todos os nutrientes digeridos são absorvidos através da parede
do intestino delgado . À parte não digerida que são as fibras e restos celulares
da mucosa do intestino. Este material e levado ao intestino grosso (colon)
mantendo-se lá por um dia ou dois ate as fezes serem expelidas pelo
movimento do intestino grosso ate a evacuação.

Produção de Sucos Digestivos


132

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


As glândulas do sistema digestivo são essenciais no processo da
digestão.
Elas produzem tanto os sucos que degradam os alimentos como
também os hormônios que controlam todo o processo. As primeiras glândulas
são as que estão na cavidade oral (glândulas salivares). As salivas produzidas
por essas glândulas, contem uma enzima que inicia o processo da digestão,
agindo sobre o amido presente nos alimentos degradando-o a moléculas
menores. 0 próximo grupo de glândulas se encontram na mucosa do
estomago. Produzem o acido e enzimas que digerem as proteínas 0 acido
produzido no estomago e capaz de digerir todos os alimentos que chegam ao
estomago, porem não afeta o próprio estomago devido a mecanismos
especiais de proteção que este órgão tem.
Apos o esvaziamento gástrico, o alimento já parcialmente digerido com
o suco gástrico (quimo) vai para o intestino delgado encontrar mais dois
sucos digestivos para continuar o processo da digestão. Um deles e produzido
pelo pâncreas que contem enzimas capazes de digerir carboidratos, gordura e
proteínas. Outra parte e produzida pelas glândulas do próprio intestino.
0 fígado produz ainda outro suco digestivo: a bile. A bile e armazenada
a vesícula biliar e durante as refeições esta se "espreme" liberando-a através
de ductos para o intestino. Ao atingir o alimento a bile tem como principal
função desmanchar as gorduras para serem digeridas pelas enzimas
produzidas pelo pâncreas e intestino.

Absorção e Transporte dos Nutrientes

As moléculas digeridas dos alimentos, como também a água e sais


minerais, são absorvidos na porção inicial do intestino delgado. 0 material
absorvido atravessa a mucosa e atinge o sistema sanguíneo e levado a outras
partes do corpo para ser armazenado ou sofrerem outras modificações
químicas. Este processo varia de acordo com o tipo de nutriente.

Carboidratos

Grande maioria dos alimentos possui carboidratos . Bons exemplos são


o pão, batatas, massas, doces, arroz, frutas e vegetais. Muitos destes
alimentos contem amido, que pode ser digerido e também fibras que não são
digeridas. Os carboidratos digeridos são decompostos em moléculas menores
por enzimas encontradas na saliva, no suco pancreático e no intestino delgado.
0 amido e digerido em duas etapas: Sofrendo a ação da saliva e do suco
pancreático, o amido e transformado em moléculas chamadas de maltose; em
seguida, uma enzima encontrada no intestino delgado chamado maltase,
degrada a maltose em moléculas de glicose. A glicose pode ser absorvida para
a corrente sanguínea através da mucosa do intestino. Uma vez na corrente
sanguínea, a glicose vai para o fígado onde e armazenada ou utilizada para
promover energia para o funcionamento do corpo.
O açúcar comum também e um carboidrato que precisa ser digerido
para ser utilizado. Uma enzima encontrada no intestino delgado degrada o
açúcar em glicose e frutose, ambos absorvidos pelo intestino. O leite contem
outro açúcar chamado lactose. A lactose sofre a ação da lactase no intestino
delgado transformando-se em moléculas absorvíveis.
133

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Alimentos como carne, ovos, e grãos contem grandes moléculas de
proteínas que precisam ser digeridas antes de serem utilizadas para reparar e
construir os tecidos orgânicos. No estomago ha uma enzima que inicia a
degradação das proteínas. A digestão e finalizada no intestino delgado pelo
suco pancreático e intestino propriamente dito. 0 produto final das proteínas e
absorvido pelo intestino delgado e encaminhado ao organismo pela corrente
sanguínea. E utilizado para a construção das paredes e diversos componentes
das células.

Gorduras

Como se sabe a gordura não se mistura com a água, portanto o primeiro


passo para a digestão de gorduras e transformação da mesma em produtos
que possam ser misturados com a água (hidrossolúveis).
Os ácidos biliares produzidos pelo fígado atuam diretamente sobre as
gorduras como detergentes permitindo a ação das enzimas sobre as gorduras
transformando-as em moléculas menores de ácidos graxos e colesterol. Os
ácidos biliares combinados com os ácidos graxos e colesterol permitem a
passagem das moléculas pequenas através das células do intestino. As
moléculas pequenas depois se transformam novamente em moléculas maiores
e são transportadas através de vasos linfáticos do abdômen ate o tórax onde
então são despejadas na circulação sanguínea para serem armazenadas nas
diferentes partes do corpo.

Vitaminas

Outra parte vital dos nossos alimentos que e absorvida pelo intestino
delgado e as vitaminas. Existem dois tipos de vitaminas: as que são dissolvidas
pela água ou hidrossolúveis (todo o complexo 8 e vitamina C) e as que são
dissolvidas pela gordura ou lipossolúveis (A, D, E e K).

Controle do Processo Digestivo

Um dos aspectos do sistema digestivo e a de autorregulação. A maioria


dos hormônios que controlam as funções do sistema digestivo, são produzidos
e liberados pelas células da mucosa do estomago e intestino delgado. Estes
hormônios são liberados na corrente sanguínea vão ate o coração e retomam
ao sistema digestivo onde estimulam a liberação de dos sucos digestivos e os
movimentos dos órgãos.
Os principais hormônios que controlam a digestão são a gastrina, a
secretina e a colecistoquinina (CCK):
• Gastrina: estimula a produção de acido do estomago para dissolver e digerir
alguns alimentos. E também fundamental para o crescimento da mucosa
intestinal.
• Secretina: estimula o pâncreas liberando o suco pancreático que e rico em
bicarbonato . Estimula o estomago a produzir pepsina, uma enzima
encarregada de digerir proteínas. também estimula o fígado a produzir bile.
• CCK: estimula o crescimento celular do pâncreas e a produção de suco
pancreático. Provoca o esvaziamento da vesícula biliar.

Secreções digestórias
134

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Salivar:

Produzida pela parótida, submandibular e sublingual


Composição - muco e ptialina
Produção – 3 litros por dia
Regulação - núcleos salivares do bulbo.

Gástrica:

Composta de muco acido clorídrico.


Produção - 2 litros por dia,
Função – acido clorídrico e diminuir o pH.
Enzimas produzidas – Lipase digestão de gorduras
Renina - digestão do leite
Pepsina - digestão de proteínas

Pancreática:

Corresponde à cerca de 1,2 litros por dia,


Composição – enzimas e de bicarbonato de sódio,
Enzimas Lipase – digestão de gorduras
Tripsina – digestão de proteínas
Amilase – digestão de amido
Quimotripsina - digestão de proteínas
A secreção rica em bicarbonato e chamada de HIDRELÁTICA
A secreção rica em enzimas e chamada de ECTOLICA

Hepática:

Atua na digestão da gorduras, 600 ml por dia


Composição - sais bileares colesterol e bilirrubina

Entérica:
São liberados cerca de 3 litros por dia
Composição – muco e proteínas
Enzimas Sacarase (digestão da sacarose)
Maltase (digestão da maltose)
Lactase (digestão da lactose)
Peptidase (digestão de peptideos)

135

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Sistema nervoso

Dois tipos de nervos ajudam a controlar a digestão. Nervos extrínsecos


(de fora) que chegam aos órgãos digestivos da parte não consciente do
cérebro ou da medula espinhal. Eles liberam um produto chamado acetilcolina
(parassimpático) e outra chamada adrenalina (simpático). A acetilcolina faz
com que os músculos dos órgãos digestivos se contraiam com maior
intensidade, empurrando o bolo alimentar e sucos digestivos através do trato
digestivo. A acetilcolina também estimula o estomago e pâncreas a produzirem
mais suco digestivo. A adrenalina relaxa os músculos do estomago e intestino
e diminui o fluxo sanguíneo nestes órgãos. Mais importante ainda são os
nervos intrínsecos (de dentro). Em forma rede, cobrem a parede do esôfago,
estomago, intestino delgado e cólon. são estimulados pela distensão da parede
dos órgãos pelo alimento. Liberam inúmeras substancias que aceleram ou
retardam o movimento da comida ou da produção de sucos digestivos.

136

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


SISTEMA REPRODUTOR

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

O sistema reprodutor masculino é formado por:

• Testículos ou gônadas
• Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra.
• Pênis
• Bolsa testicular
• Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais.

Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um


emaranhado de tubos, os ductos seminíferos. Esses ductos são formados
pelas células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde
ocorrerá a formação dos espermatozóides. Em meio aos ductos seminíferos,
as células intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga) produzem os
hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo
desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais
secundários:

• Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba


masculina e o pêlo pubiano.
• Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do
sebo.
• Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a
puberdade, pelo aumento do tamanho das fibras musculares.
• Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz.
• Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior,
protegendo contra a osteoporose.

137

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os
espermatozóides são armazenados.

Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a
bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as
vesículas seminais.

Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será


liberado no ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e
espermatozóides, entrarão na composição do sêmen. O líquido das vesículas
seminais age como fonte de energia para os espermatozóides e é
constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não
protéico, cloretos, colina (álcool de cadeia aberta considerado como integrante
do complexo vitamínico.

B) e prostaglandinas (hormônios produzidos em numerosos tecidos do corpo.


Algumas prostaglandinas atuam na contração da musculatura lisa do útero na
dismenorréia – cólica menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo
vasodilatação em artérias do cérebro, o que talvez justifique as cefaléias –
dores de cabeça – da enxaqueca. São formados a partir de ácidos graxos
insaturados e podem ter a sua síntese interrompida por analgésicos e
antiinflamatórios).
Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta
substâncias alcalinas que neutralizam a acidez da urina e ativa os
espermatozóides.

Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é


lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos
espermatozóides. Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato
sexual.

Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino,


sendo formado por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e
um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra). Na extremidade do pênis
encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura
da uretra. Com a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio -
acompanhado de estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos
e esponjoso, com sangue, tornando-se rijo, com considerável aumento do
tamanho (ereção). O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar
dele o esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte
odor, que consiste principalmente em células epiteliais descamadas que se
acumulam debaixo do prepúcio). Quando a glande não consegue ser exposta
devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se que a pessoa tem fimose.

Uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos


na entrada da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina
entre no sêmen e nenhum sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozóides
não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.

Bolsa testicular: Um espermatozóide leva cerca de 70 dias para ser


produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura
138

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa do
corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação
(aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma
temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas


uterinas (trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está
localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo
forte que realiza uma função protetora.

vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas,


que liga o colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua
abertura, porém internamente, duas glândulas denominadas glândulas de
Bartholin, que secretam um muco lubrificante.

A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen


- que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no
centro, podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe
nas primeiras relações sexuais.

A vagina é o local onde o pênis deposita os espermatozóides na relação


sexual. Além de possibilitar a penetração do pênis, possibilita a expulsão da
menstruação e, na hora do parto, a saída do bebê.

A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas


cutâneo-mucosas intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na
mulher reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pêlos
pubianos. Mais internamente, outra prega cutâneo-mucosa envolve a abertura
da vagina - os pequenos lábios - que protegem a abertura da uretra e da
vagina. Na vulva também está o clitóris, formado por tecido esponjoso erétil,
homólogo ao pênis do homem.

139

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e
progesterona, hormônios sexuais femininos que serão vistos mais adiante.

No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem


todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ovários.
Estas células - os ovócitos primários - encontram-se dentro de estruturas
denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos. A partir da
adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e
a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hormônio
estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o
desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito
secundário (gameta feminino): fenômeno conhecido como ovulação. Após
seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo
ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e
estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo
albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no
ovário.

O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido


por finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias.

Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio: são dois ductos que


unem o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é formados por células
ciliadas. Os batimentos dos cílios microscópicos e os movimentos peristálticos
das tubas uterinas impelem o gameta feminino até o útero.

Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e


posteriormente ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com
formato de pêra invertida. É revestido internamente por um tecido
vascularizado rico em glândulas - o endométrio.

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

PUBERDADE: os testículos da criança permanecem inativos até que


são estimulados entre 10 e 14 anos pelos hormônios gonadotróficos da
glândula hipófise (pituitária)

O hipotálamo libera FATORES LIBERADORES DOS HORMÔNIOS


GONADOTRÓFICOS que fazem a hipófise liberar FSH (hormônio folículo
estimulante) e LH (hormônio luteinizante).

FSH à estimula a espermatogênese pelas células dos túbulos


seminíferos.

LH à estimula a produção de testosterona pelas células intersticiais


dos testículos à características sexuais secundárias, elevação do desejo
sexual.

140

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


TESTOSTERONA

Efeito na Espermatogênese. A testosterona faz com que os testículos


cresçam. Ela deve estar presente, também, junto com o folículo estimulante,
antes que a espermatogênese se complete.

Efeito nos caracteres sexuais masculinos. Depois que um feto


começa a se desenvolver no útero materno, seus testículos começam a
secretar testosterona, quando tem poucas semanas de vida apenas. Essa
testosterona, então, auxilia o feto a desenvolver órgãos sexuais masculinos e
características secundárias masculinas. Isto é, acelera a formação do pênis, da
bolsa escrotal, da próstata, das vesículas seminais, dos ductos deferentes e
dos outros órgãos sexuais masculinos. Além disso, a testosterona faz com que
os testículos desçam da cavidade abdominal para a bolsa escrotal; se a
produção de testosterona pelo feto é insuficiente, os testículos não conseguem
descer; permanecem na cavidade abdominal. A secreção da testosterona
pelos testículos fetais é estimulada por um hormônio chamado
gonadotrofina coriônica, formado na placenta durante a gravidez.
Imediatamente após o nascimento da criança, a perda de conexão com a
placenta remove esse feito estimulador, de modo que os testículos deixam de
secretar testosterona. Em conseqüência, as características sexuais
interrompem seu desenvolvimento desde o nascimento até à puberdade. Na
puberdade, o reaparecimento da secreção de testosterona induz os órgãos
sexuais masculinos a retomar o crescimento. Os testículos, a bolsa escrotal e o
pênis crescem, então, aproximadamente mais 10 vezes.

Efeito nos caracteres sexuais secundários. Além dos efeitos sobre os


órgãos genitais, a testosterona exerce outros efeitos gerais por todo o
organismo para dar ao homem adulto suas características distintivas. Faz com
que os pêlos cresçam na face, ao longo da linha média do abdome, no púbis e
no tórax. Origina, porém, a calvície nos homens que tenham predisposição
hereditária para ela. Estimula o crescimento da laringe, de maneira que o
homem, após a puberdade fica com a voz mais grave. Estimula um aumento na
deposição de proteína nos músculos, pele, ossos e em outras partes do corpo,
de maneira que o adolescente do sexo masculino se torna geralmente maior e
mais musculoso do que a mulher, nessa fase. Algumas vezes, a testosterona
também promove uma secreção anormal das glândulas sebáceas da pele,
fazendo com que se desenvolva a acne pós-puberdade na face.

Na ausência de testosterona, as características sexuais secundárias não


se desenvolvem e o indivíduo mantém um aspecto sexualmente infantil.

141

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Hormônios Sexuais Masculinos

Glândula Hormônio Órgão-alvo Principais ações


estimulam a produção de
testosterona pelas células de
Hipófise FSH e LH testículos Leydig (intersticiais) e
controlam a produção de
espermatozóides.
estimula o aparecimento dos
diversos caracteres sexuais
secundários.
Testículos Testosterona induz o amadurecimento dos
Sistema órgãos genitais, promove o
Reprodutor impulso sexual e controla a
produção de espermatozóides

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

A pituitária (hipófise) anterior das meninas, como a dos meninos, não


secreta praticamente nenhum hormônio gonadotrópico até à idade de 10 a 14
anos. Entretanto, por essa época, começa a secretar dois hormônios
gonadotrópicos. No inicio, secreta principalmente o hormônio foliculo-
estimulante (FSH), que inicia a vida sexual na menina em crescimento; mais
tarde, secreta o harmônio luteinizante (LH), que auxilia no controle do ciclo
menstrual.

Hormônio Folículo-Estimulante: causa a proliferação das células


foliculares ovarianas e estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades
foliculares a desenvolverem-se e a crescer.

Hormônio Luteinizante: aumenta ainda mais a secreção das células


foliculares, estimulando a ovulação.

Hormônios Sexuais Femininos

Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são


responsáveis pelo desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo
menstrual. Esses hormônios, como os hormônios adrenocorticais e o
hormônio masculino testosterona, são ambos compostos esteróides, formados,
principalmente, de um lipídio, o colesterol. Os estrogênios são, realmente,
vários hormônios diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que têm
funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse motivo,
são considerados juntos, como um único hormônio.

Funções do Estrogênio: o estrogênio induz as células de muitos locais


do organismo, a proliferar, isto é, a aumentar em número. Por exemplo, a
musculatura lisa do útero, aumenta tanto que o órgão, após a puberdade,
chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de tamanho. O estrogênio também
provoca o aumento da vagina e o desenvolvimento dos lábios que a circundam,
142

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


faz o púbis se cobrir de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico
assumir a forma ovóide, em vez de afunilada como no homem; provoca o
desenvolvimento das mamas e a proliferação dos seus elementos glandulares,
e, finalmente, leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher, em áreas como
os quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento típico do sexo. Em resumo,
todas as características que distinguem a mulher do homem são devido ao
estrogênio e a razão básica para o desenvolvimento dessas características é o
estímulo à proliferação dos elementos celulares em certas regiões do corpo.

O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos


logo após a puberdade, mas promove rápida calcificação óssea, fazendo
com que as partes dos ossos que crescem se "extingam" dentro de poucos
anos, de forma que o crescimento, então, pára. A mulher, nessa fase, cresce
mais rapidamente que o homem, mas pára após os primeiros anos da
puberdade; já o homem tem um crescimento menos rápido, porém mais
prolongado, de modo que ele assume uma estatura maior que a da mulher, e,
nesse ponto, também se diferenciam os dois sexos.

O estrogênio tem, outrossim, efeitos muito importantes no revestimento


interno do útero, o endométrio, no ciclo menstrual.

Funções da Progesterona: a progesterona tem pouco a ver com o


desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos; está principalmente
relacionada com a preparação do útero para a aceitação do embrião e à
preparação das mamas para a secreção láctea. Em geral, a progesterona
aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e, também,
das células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do
endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos
sangüíneos; determina, ainda, o surgimento de numerosas glândulas
produtoras de glicogênio. Finalmente, a progesterona inibe as contrações do
útero e impede a expulsão do embrião que se está implantando ou do feto em
desenvolvimento.

CICLO MENSTRUAL

O ciclo menstrual na mulher é causado pela secreção alternada dos


hormônios folículo-estimulante e luteinizante, pela pituitária (hipófise) anterior
(adenohipófise), e dos estrogênios e progesterona, pelos ovários. O ciclo de
fenômenos que induzem essa alternância tem a seguinte explicação:

1. No começo do ciclo menstrual, isto é, quando a menstruação se inicia, a


pituitária anterior secreta maiores quantidades de hormônio folículo-estimulante
juntamente com pequenas quantidades de hormônio luteinizante. Juntos,
esses hormônios promovem o crescimento de diversos folículos nos
ovários e acarretam uma secreção considerável de estrogênio
(estrógeno).

2. Acredita-se que o estrogênio tenha, então, dois efeitos seqüenciais sobre a


secreção da pituitária anterior. Primeiro, inibiria a secreção dos hormônios
folículo-estimulante e luteinizante, fazendo com que suas taxas declinassem a
um mínimo por volta do décimo dia do ciclo. Depois, subitamente a pituitária
143

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


anterior começaria a secretar quantidades muito elevadas de ambos os
hormônios mas principalmente do hormônio luteinizante. É essa fase de
aumento súbito da secreção que provoca o rápido desenvolvimento final de um
dos folículos ovarianos e a sua ruptura dentro de cerca de dois dias.

3. O processo de ovulação, que ocorre por volta do décimo quarto dia de um


ciclo normal de 28 dias, conduz ao desenvolvimento do corpo lúteo ou corpo
amarelo, que secreta quantidades elevadas de progesterona e quantidades
consideráveis de estrogênio.

4. O estrogênio e a progesterona secretados pelo corpo lúteo inibem


novamente a pituitária anterior, diminuindo a taxa de secreção dos hormônios
folículo-estimulante e luteinizante. Sem esses hormônios para estimulá-lo, o
corpo lúteo involui, de modo que a secreção de estrogênio e progesterona cai
para níveis muito baixos. É nesse momento que a menstruação se inicia,
provocada por esse súbito declínio na secreção de ambos os hormônios.

5. Nessa ocasião, a pituitária anterior, que estava inibida pelo estrogênio e pela
progesterona, começa a secretar outra vez grandes quantidades de hormônio
folículo-estimulante, iniciando um novo ciclo. Esse processo continua durante
toda a vida reprodutiva da mulher.

Podemos, então, dividir o ciclo menstrual em 4 fases:

1. Fase menstrual: corresponde aos dias de menstruação e dura cerca de


3 a 7 dias, geralmente.
2. Fase proliferativa ou estrogênica: período de secreção de estrógeno
pelo folículo ovariano, que se encontra em maturação.
3. Fase secretora ou lútea: o final da fase proliferativa e o início da fase
secretora é marcado pela ovulação. Essa fase é caracterizada pela
intensa ação do corpo lúteo.
4. Fase pré-menstrual ou isquêmica: período de queda das
concentrações dos hormônios ovarianos, quando a camada superficial
do endométrio perde seu suprimento sangüíneo normal e a mulher está
prestes a menstruar. Dura cerca de dois dias, podendo ser
acompanhada por dor de cabeça, dor nas mamas, alterações psíquicas,
como irritabilidade e insônia (TPM ou Tensão Pré-Menstrual).

144

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


BIOENERGÉTICA

Energia

Definida como a capacidade de realizar trabalho. A energia pode ser


dividida em dois estados distintos: energia potencial (energia estática ou
armazenada, quando liberada se transformam em energia cinética ou energia
de movimento) e energia cinética (energia em movimento).

Processos de liberação e conservação de energia

Estes processos podem ser de duas maneiras : exergônico ou


descendente (processo que resulta em declínio de energia ou liberação de
energia) e endergônico ou ascendente (processos que armazenam ou
absorvem energia). Na natureza ocorre uma interrelação entre estes dois
processos, isto é, quando ocorre um processo exergônico (liberação de
energia) simultaneamente ocorre um processo endergônico (captador de
energia). Isto recebe o nome de reações acopladas.

Conceitos de oxidar e reduzir

Oxidar é perder elétrons e reduzir é ganhar elétrons. Aqui também


ocorre reações acopladas. É denominado de oxidante aquele elemento químico
que sofre uma redução e de redutor aquele que sofre oxidação.
Para que o ser humano possa interagir com o meio ambiente através do
movimento e para a sua própria sobrevivência, há, sempre, necessidade de um
145

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


contínuo fornecimento de energia.
A necessidade de energia deve-se a três funções básicas do organismo:
produção e transporte de material biológico, manter a temperatura e contração
muscular.
A energia é obtida através dos alimentos (glicose , gordura e proteínas)
que são ingeridas e que fazem parte da dieta normal. Mas, esta energia não
pode serobtida diretamente destes alimentos que são ingeridos.
Assim há necessidade de se existir uma molécula energética entre a
energia contida nos alimentos e a utilizada pelas células. Nas células são
encontradas estas moléculas, que são denominadas de ATP ou TRIFOSFATO
DE ADENOSINA. Molécula esta, descoberta no final da segunda década deste
século.

Trifosfato de adenosina ou ATP

Descoberto quase que simultaneamente por Karl Lohmann (Alemanha) e


Cyrus Fiske e Yellapragada Subbarw (EUA) em 1929 quando estudavam
extratos de músculos esqueléticos. Inicialmente acreditava ser encontrado
apenas nós músculos e estivesse relacionado na atividade muscular. Mas em
1941, Fritz Lipmann postulou o conceito unificador de ser o ATP o
transportador de energia universal das células. Basicamente, o ATP é
146

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


constituído por um nucleotídeo (a adenosina e uma ribose), formando a
adenosina que se encontra ligada a três moléculas de fosfato (ligações de alta
energia). dai o nome de fosfato de adenosina.
Estudos recentes afirmam que o ATP está localizado no núcleo e em
outras organelas células, e não somente no citoplasma celular.As ligações
entre os dois grupos terminais representam as denominadas ligações de alta
energia.
Quando é desfeita (degradação ou hidrólise) uma dessas ligações de
fosfato,isto é, quando é removida do restante da molécula, são liberadas 12
Kcal de energia. Após esta liberação ocorre a formação de adenosina difosfato
(ADP) mais fosfato inorgânico (Pi).Essa energia é liberada durante a
degradação ou hidrólise de ATP e representa a fonte imediata de energia que
pode ser usada pela célula muscular para realizar o seu trabalho.Ainda é
possível, em certas condições , uma segunda clivagem
do ADP com formação do monofosfato de adenosina (AMP) e fosfato
inorgânico e liberação de 7 a 12 Kcal de energia.
A hidrólise do AMP, com formação de adenosina e fosfato inorgânico, a
liberação de energia é menor que nas ligações anteriores (3,4Kcal).

Quando é desfeita
Energia dos alimentos (degradação ou hidrólise)
Carboidratos, Gorduras uma dessas ligações de
e Proteínas. fosfato, isto é, quando é
removida do restante da
molécula, são liberadas
12 Kcal de energia.
Após esta liberação
ocorre a formação de
adenosina difosfato (ADP)
mais fosfato
Inorgânico (Pi).

Degradação é definida por ser conversão de um composto orgânico complexo


em um composto menor (mais simples). Isto é, conversão dos nutrientes
(glicose, gordura e proteínas) e ATP em um composto menor (retira-se
energia). A degradação ocorre com a união desta molécula com á água num
processo denominado de hidrólise, reação catalisada pela enzima
TRIFOSFATASE DE ADENOSINA ou simplesmente ATPase. A ligação de
fosfato mais externa é desfeitae libera-se energia e forma-se ADP.
A energia liberada pela degradação ou hidrólise do ATP é utilizada para
a produção e transporte de material biológico, manter a temperatura e
contração muscular. A hidrólise do ATP se processa com ou sem
disponibilidade de oxigênio.
Essa é uma reação imediata, ANAERÓBIA, e que libera energia. A
capacidade da célula em hidrolizar o ATP permite gerar energia para uso
imediato, isto não ocorreria se sempre fosse necessário oxigênio para o
metabolismo energético.
147

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Ressíntese do ATP

Ressíntese é definida por


Ligação de alta energia
ser a formação de um composto
completo através de elementos de
um composto mais simples. Isto
é, é a formação da molécula de
ATP através da energia provinda
dos nutrientes.

As concentrações médias de ATP dentro do organismo em qualquer


momento são cerca de 85g no corpo todo. Assim sendo, durante o exercício de
um esforço muscular máximo, o aporte energético é suficiente por apenas
poucos segundos de processo contrátil. A quantidade de ATP em atletas é
suficiente para manter a potência muscular máxima por apenas 5 a 8
segundos. Estudos têm demonstrado, no entanto, que mesmo em atividades
musculares intensas, a redução na concentração de ATP intracelular é
discreta.

Além disto, o ATP não pode ser fornecido através do sangue nem a
partir de outros tecidos. Isso sugere que o ATP terá que ser reciclado
continuamente dentro da célula. Para isto, há processos de ressíntese do ATP,
e estes processos são exclusivamente eficazes. A ressíntese do ATP requer
energia e pode ser realizada por 3 processos: processos anaeróbios alático e
lático e processo aeróbio.

Processo anaeróbio alático (ATP-CP)

Este processo é denominado de anaeróbio porque ressintetizará ATP


através de reações químicas que não exige presença do oxigênio. E é
denominado de alático porque não produz ácido lático. Este ácido é produzido
pela degradação IMCOMPLETA de glicose.

Portanto, este processo não utiliza glicose para a ressíntese do ATP. O


nutriente (mesmo não sendo um) utilizado é denominado de CREATINA
FOSFATO ou CP. Nos músculos e nos tecidos nervosos são encontradas as
CP, que é originaria de um Aa denominado de glicina. Como o ATP, a CP
possui ligação com fosfato.

Quando este fosfato é removido, há também liberação de energia.


Liberando mais energia que o próprio ATP. A concentração de CP nos
músculos esqueléticos é de aproximadamente 3 a 5 vezes MAIOR do que
aquela do ATP. Por isto, a CP é denominada de "RESERVATÓRIO DE
FOSFATO DE ALTA ENERGIA ".

148

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Atividade biológica

A hidrólise da
CP é catalisada pela
enzima CREATINA
KINASE ou CPK, a
energia torna-se
imediatamente
disponível e será
acoplada com a
ressíntese do ATP.

Assim, A ENERGIA LIBERADA PELA DEGRADAÇÃO DA CP É


UTILIZADA PARA A RESSINTESE DO ATP, estas reações químicas são
denominadas de reações acopladas. Podemos então concluir que a função da
CP é ressintetizar o ATP através da liberação do seu único fosfato. O único
meio para a ressíntese da CP é através da energia liberada da hidrólise do
ATP. Isso ocorre durante a recuperação após o exercício, com a fonte primária
de ATP provindo daquela obtida através da degradação dos nutrientes. Assim
sendo, quando as reservas de CP são depletadas (esgotadas) nas atividades
de ALTÍSSIMA INTENSIDADE E CURTÍSSIMA DURAÇÃO, elas só poderão
ser reabastecidas efetivamente após o inicio da recuperação.
As reservas de CP nos músculos serão esgotadas provavelmente após
apenas cerca de 10 segundos de exercício extenuante segundo FOX,
BOWERS & FOSS. Mas para McARDLE & KATCH, há energia armazenada
em fosfato (ATP + CP) suficiente para andar atividades motoras com duração
aproximadamente de 5 a 8 segundos.
A importância deste processo é que: sem ele, os movimentos rápidos e
vigorosos não poderiam ser realizados, pois essas atividades exigem muito
mais um fornecimento rápido do que uma grande quantidade de energia.
O sistema apresenta a fonte disponível mais rápida de ATP para ser
usada pelo músculo. As razões para isto são: não depende de longa série de
reações químicas, não depende do oxigênio que respiramos para os músculos
que estão em trabalho e tanto ATP e CP estão armazenados diretamente
dentro dos mecanismos contráteis dos músculos.

A FIGURA AO LADO
REPRESENTA A ATUAÇÃO DE
UMA ENZIMA (EM VERMELHO)
QUE TAMBEM É DEOMINADA
DE CATALIZADORA.
ELA É ULILIZADA PARA
ACELERAR A REAÇÃO QUIMICA
POREM NÃO SOFRE
MODIFICAÕES EM SUA
ESTRURA ANATOMICA COMO
OBSERVADO NO SUBSTRATO.
Processo anaeróbio lático
149

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Processo anaeróbio lático

Como no processo anaeróbio alático, este processo também é


denominado de anaeróbio porque ressintetiza ATP através de reações
químicas que não exigem a presença do oxigênio que respiramos.
Mas,contrariamente produz ácido lático.
Portanto o nutriente utilizado só poderá ser a glicose. Aliás, a
degradação é INCOMPLETA da glicose e produz ácido lático e ressintetiza
apenas 2 ATPs. No corpo, todos os carboidratos são transformados no açúcar
simples glicose, que pode ser utilizado imediatamente ou armazenado no
fígado, nos músculos esqueléticos e nos tecidos adiposos (na forma de
gordura). O armazenamento ou ouso imediato da glicose dependerá de
algumas situações. Após as refeições, por exemplo, há um aumento da
concentração de glicose no sangue (hiperglicemia).
Caso permaneça o estado de hiperglicemia, ocorrerá danos à saúde
(hipertensão e diabetes). Cabe ao fígado, aos músculos e aos tecidos adiposos
o controle deste excesso de glicose. Controle este mediado por hormônios
pancreáticos (insulina e glucagon).

Período pós-prandial

O controle deste excesso de glicose nada mais é do que retornar a


concentração de glicose no sangue aos valores normais. O fígado participa
promovendo: a glicogênese (transformação da glicose em glicogênio, reação
catalisada pela enzima glicogênio sintetase), a lipogênese (transformação da
glicose em gordura, catalisada por inúmeras enzimas) e a glicólise (degradação
da molécula de glicose e liberação de energia para as reações anteriores). Nos
tecidos adiposos ocorre a lipogênese. Nos músculos esqueléticos, ocorrem a
glicogênese e/ou glicólise. Com a retirada e armazenamento da glicose do
sangue para os órgãos, a concentração diminui. Com a queda da concentração
de glicose no sangue os hormônios voltam a seus valores normais.

Período de Jejum

No jejum, ocorre exatamente o contrário. Nesta situação, os níveis de


glicose no sangue estão baixos (hipoglicemia). O sistema nervoso e o restante
do corpo utilizam a glicose como fonte de energia. Para que o sistema nervoso
fique sem seu único nutriente ocorrerá desmaio na pessoa. mas, a persistência
do estado de jejum pode levar a morte. Como o organismo, após as refeições,
armazenou glicose, com a falta dela, o organismo desmanchará esses
depósitos. No fígado ocorre aglicogenólise (quebra do glicogênio em glicose,
reação catalisada pela enzima glicogênio fosfatase), a glicose será mandada
para o sangue. No tecido adiposo ocorrerá a lipólise (quebra da gordura,
reação catalisada pela enzima lípase hormônio sensível). Mas, no tecido
adiposo, ocorre liberação de gordura para o sangue e não glicose. Esta
gordura poderá ser transformada em glicose no fígado ou mesmo, ser
metabolizada. Nos músculos esqueléticos não ocorre liberação de glicose do
seu depósito (glicogênio) para sangue. Isto porque os músculos esqueléticos
não têm enzima que catalisa a reação de liberação da glicose para o sangue,
como tem o fígado. Esta enzima é denominada de glicose-6-fosfatase. Nos
músculos esqueléticos, a glicose captada pelo sangue pode seguir dois
150

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


caminhos simultâneos: ou a glicose é armazenada na forma de glicogênio ou é
degradada.
A prevalência de qual via será utilizada dependerá da necessidade de
energia. Caso não haja elevada necessidade de energia (repouso) a via
predominante é a formação de glicogênio. Mas, caso haja necessidade de
energia (exercício) a via predominante é o processo de glicólise. Para que a
glicose armazenada seja degradada, há necessidade de primeiramente de
degradar o glicogênio em glicose.

Glicólise
Esse seqüência de reações químicas que ocorrem no citoplasma da célula foi
descoberto na década de 30 por Gustav Embden e Otto Meyerhof (Alemanha),
devido a descoberta por esses cientistas, a glicólise também pode ser
denominada de ciclo de Embden-Meyerhof. O processo de glicólise ocorre no
citoplasma de todas as células do corpo.
Do ponto de vista químico, a glicólise é mais extensa do que o sistema
anaeróbio alático, pois requer doze reações químicas. É por isto que o
processo anaeróbio lático é utilizado em atividades de ALTA INTENSIDADE
(intensidade menores que no alático) e CURTA DURAÇÃO (durações maiores
que no alático). Assim sendo, este processo representa a segunda fonte
disponível para a ressíntese do ATP para ser usado pelo músculo.
Baseando-se na figura abaixo, a molécula vinda do sangue entra numa
célula muscular (difusão facilitada). No citoplasma ela seguirá dois caminhos
(glicogênese e glicólise). Supondo que estamos numa atividade que se
caracteriza por ser anaeróbia lática. Neste caso, a molécula de glicose será
degradada (processo de glicólise) até ácido pirúvico.

151

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


152

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


A substância mais importante na glicólise, além da própria glicose, é o
ácido pirúvico, pois ele é que vai determinar qual o caminho a ser percorrido.
Neste caso, o processo lático, o ácido piruvico transformará em ácido lático
(reação catalisada pela enzima desidrogenase láctica) e difunde-se para o
sangue. Osmotivos que levaram a transformação do ácido piruvico em ácido
lático são: presença insuficiente de oxigênio e uma necessidade muito rápida
de energia (o que não possibilitou degradação completa da molécula de
glicose). As enzimas mais importantes para o controle da glicólise, são:
hexoquinase,fosfofrutokinase (PFK), aldolase e Piruvatokinase. Estas são as
principais enzimas da glicólise, pois é através delas que oprocesso é regulado
e são formadas as principais substâncias.

Hexoquinase

A hexoquinase tem a função de fixar a molécula de glicose dentro da


célula, quando esta provém do sangue. O controle da glicólise se faz através
dos níveis elevados de ADP e AMP e níveis reduzidos de ATP, eles aceleram a
ação desta enzima e portanto aceleram a glicólise. E níveis elevados de ATP,
ácidos graxos e citrato inibem a ação desta enzima e portanto inibem a
glicólise. A hexoquinase atua no número 01 da figura acima.

PFK ou Fosfofrutoquinase

A PFK ou Fosfofrutoquinase é a mais importante enzima reguladora da


glicólise. Suas ações de aceleração e inibição são idênticas as ocorridas com a
hexoquinase. A PFK atua na reação química de número 03.

Aldolase

Sua função é importantíssima, pois com ela ocorre a clivagem da


molécula frutose 1-6 difosfato com 6 carbonos em duas moléculas de 3
carbonos (trioses):
fosfato de diidroxiacetona e gliceraldeído 3-fosfato. Ocorre no número 04 da
glicólise.
Vale ressaltar que, após a ação da enzima aldolase, a primeira fase do
processo de degradação da molécula de glicose terminou. Essa primeira fase
denomina-se de fase de preparação onde a molécula é preparada para ser, à
partir de agora degradada (FASE DE INVESTIMENTO DE ENERGIA). Na Fase
de Preparação são gastos 2 ATPs e não tendo nenhuma ressíntese do mesmo,
assim, essa fase não possibilita a liberação de energia suficiente para a
ressíntese.
A segunda fase denomina-se de Fase de Liberação de Energia, onde
inicia-se com a formação das trioses. Após a formação das trioses, tudo que
ocorrer será
em dobro, isto porque, uma única molécula de glicose produz duas moléculas
de trioses. A enzima mais importante dessa fase denomina-se de
Piruvatoquinase.

153

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Piruvatoquinase

A Piruvatoquinase regula a glicólise apenas na inibição, através dos


níveis elevados de ATP, Acetil CoA e AGL de cadeias longas. Essa enzima
representa o segundo ponto de controle, baixa concentrações de ATP
aumentam a ação dessa enzima. Sua ação é transformar a substância
fosfoenolpiruvato em ácido pirúvico, com a ressíntese de um ATP.
Na forma de ácido pirúvico, o processo de glicólise chega em um ponto
crítico. Caso tenha oxigênio suficiente (o que ocorre em atividades motoras de
baixa intensidade e longa duração) o ácido pirúvico será transformado em
Acetil Côa (reação catalizada pela enzima piruvato desidrogenase, enzima que
retira hidrogênio na forma de NAD e carbono na forma de CO2). Mas caso não
tenha oxigênio suficiente (em atividades motoras de alta intensidade e baixa
duração), o ácido pirúvico será transformado em Ácido Lático (reação cata-
lizada pela enzima desidrogenase láctica, enzima que integra ao ácido pirúvico
hidrogênio acoplados ao NAD).
A produção de ácido lático é portanto uma saída metabólica, onde a
glicose sem presença suficiente de oxigênio é degrada incompletamente e
ressintetiza apenas 2 ATPs. Assim sendo, durante a atividade motora com
predomínio do metabolismo anaeróbio lático, há produção de ácido lático que
induzirá a fadigamuscular e durante o exercício, uma dor intensa. Ao final do
exercício, a dor cessa e inicia-se o processo de remoção do ácido lático.
A glicólise é extremamente importante para nós durante o exercício,
principalmente porque proporciona também um fornecimento relativamente
rápido de ATP. Segundo Guyton, o processo anaeróbio lático pode prover de
30 a 40 segundos de atividade muscular rápida máxima (além dos 10 a 15
segundos fornecidos pelo alático). E segundo Fox, Bowers & Foss, os
exercícios que podem ser realizados com um ritmo máximo entre 1 a 3 minutos
dependem maciçamentedo processo lático e alático para ressintetizar ATP. O
processo lático pode serresumido em:
A. utilizam somente glicose (e glicogênio) e este é degradada
incompletamente.
B. produz ácido lático (que será relacionado com a fadiga muscular).
C. não requer oxigênio.
D. libera pequena quantidade de energia para ressintetizar apenas 2 ATPs (e 3
ATPs se for utilizado glicogênio).

Processo aeróbio

Este processo é denominado de aeróbio porque ressintetiza ATP através


de reações químicas que exigem a presença de oxigênio que respiramos. Além
da glicose, a gordura e as proteínas são utilizadas como fonte de energia para
a ressíntese do ATP. Ao contrário do processo lático, a molécula de glicose é
degradada COMPLETAMENTE e resulta em produção de C02, H20 e energia
suficiente para ressintetizar 36 ATPs.É o único processo que utiliza a gordura
como fonte de energia. O processo aeróbio tem início no citoplasma de todas
as células do corpo e tem seu término na organela denominada de
mitocôndrias. Requer muitas reações químicas, todas elas mais complexas que
os dois processos anaeróbios estudados anteriormente. As reações químicas
do processo aeróbio pode ser divididas em três grupos principais: a
GLICÓLISE (no citoplasma), o CÍCLO DE KREBS e o SISTEMA DE
154

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


TRANSPORTE DE ELÉTRONS (nas mitocôndrias).

Glicolise

O processo de glicólise é exatamente o mesmo que no processo


anaeróbio lático. Assim, podemos concluir que a glicólise é a mesma tanto para
o processo lático quanto para o processo aeróbio. A única diferença ocorre
com o ácido pirúvico. Enquanto que no processo lático a ácido pirúvico
transforma-se em ácido lático (devido a presença insuficiente de oxigênio e
uma necessidade muito rápida de energia), no aeróbio o ácido pirúvico
transforma-se em um composto menor denominado de Acetil CoA (devido a
presença suficiente de oxigênio e uma necessidade de energia que não é muito
rápida). Aliás, a Acetil CoA é permeável a membrana da mitocôndria e se
difunde para dentro desta organela, dando início ao Cíclo de Krebs.

Cíclo de Krebs.

155

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Denominado assim devido ao seu descobridor Sir Hans Krebs (1933).
Neste ciclo continua a degradação da molécula deglicose, mas através
de uma série de reações cíclicas.
Para iniciar-se, o ácido pirúvico irá ser transformarseem Acetil CoA,
como comentado anteriormente, através da ação da enzima piruvato
desidrogenase.
Essa enzima retira hidrogênio na forma de NAD e carbono na forma de
CO2. Ao ser transformado em Acetil CoA, essa substância difundirá para a
mitocôndria (matriz mitocondrial) e iniciará a volta no Ciclo de Krebs.

OS HIDROGENIOS E SUA ENERGIA ASSOCIADA SÃO REMOVIDOS DOS


SUBSTRATOS ALIMENTARES NAS VIAS ENÉRGETICAS E TRANSPORTADOS
PELA NAD e FAD NA GERAÇÃO DE ENERGIA NA MITOCONDRIA EM
PROCESSOS AEROBICOS.

A NAD ACEITA 1 HIDROGENIO E O OUTRO FICA LIVRE NA SOLUÇÃO SENDO


REDUZIDA NADH. A NAD DEVE ACEITAR O HIDROGENIO DO
GLICERALDEIDO-3-FOSFATO E ESTE TRANFORMA-SE EM 1,3 –
FOSFOGLICERATO.
COVERTENDO A NADH EM NAD NOVAMENTE

1- SE HOUVER O2 SUFICIENTE OS HIDROGENIOS DA NAD SÃO


LANÇADOS NA MITOCONDRIA PARA A FORMAÇÃO AEROBICA DE
ATP.
2- SE NÃO TIVER O2 PARA ACEITAR O HIDROGENIO NAS
MITOCONDRIAS O ACIDO PIRUVICO PODE ACEITA-LOS E FORMAR
ACIDO LACTICO.
A principal função do ciclo de Krebs é remover os H+ e a sua energia associada a
esses H+ .

O início do CK ocorre com a formação do ácido cítrico (molécula de 6


carbonos) através da união da Acetil (molécula com 2 carbonos) e ácido
oxalacetato (4 carbonos). Durante uma volta no CK ocorrem inúmeros eventos
importantes:
• Retiradas de carbonos (descarbonização ) através daprodução de C02,
• ocorre ressíntese de um ATP.
• ocorrem liberações de energia na forma de hidrogênio através de co-
enzima carreadoras de hidrogênio (NAD e FAD) para o STE.
O C02 produzido pelo CK difunde-se (difusão simples) para o Sangue.
Sendo carreado (hemoglobina) para os pulmões para serem eliminados. Para a
única molécula de glicose ocorrem dois CK, assim, cada molécula de glicose
no CK ressintetizará apenas 2 ATPs (um por volta). As co-enzimas NAD
(nicotinamida adenina dinucleotideo) e FAD (flavina adenina dinucleotídeo)
funcionam como transportadores ou carreadores de íons de hidrogênio.
Durante o CK ocorrem três retiradas de íons hidrogênio via NAD (NADH + H) e
apenas 1 de FAD (FADH2), por volta.

156

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Sistema de transporte de elétrons

Terceiro e último grupo de reações químicas do processo aeróbio


(continuação do CK), ocorre também na mitocôndria (crista mitocondrial). É
nesta fase que os íons hidrogênio transportados pela co-enzimas NAD e FAD,
promoverão a ressíntese do ATP (aliás, a energia contida nos elétrons dos
hidrogênios). O STE caracteriza-se por ser uma seqüência de reações
químicas onde os íons hidrogênio percorrem. No final destas reações é
formados H2O através da união dos íons hidrogênio com o oxigênio que
respiramos. A quantidade de ATP ressintetizado dependerá da co-enzima.
Caso seja o NAD serão ressintetizados 3 ATPs, mas caso seja o FAD serão 2
ATPs. Ao final, os hidrogênios são tamponados (neutralizados) por 1/2
molécula de oxigênio, formando água.

A produção aeróbica de ATP ocorre nas mitocôndrias (fosforilação


oxidativa).
Os elétrons removidos dos átomos de H+ são passados por uma série de
transportadores de elétrons- CITOCROMOS – durante essa passagem é liberada
a energia para refosforilar a ADP e formar ATP em três locais diferentes.
Nestes locais são formados os radicais livres que contribuem para a fadiga
muscular. No final da cadeia de elétrons, o oxigênio aceita os elétrons e se
combina com o hidrogênio para formar água.
O ATP é formado ao longo da cadeia de transporte de elétrons em 3
locais diferentes.

157

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Metabolismo das gorduras

A gordura representa a mais abundante fonte de energia. Elas são


armazenadas principalmente nos tecidos adiposos (nos adipócitos), mas há
uma pequena quantidade depositada nos músculos. Para liberar a gordura do
tecido adiposo, necessita-se da hidrólise da molécula de triglicerídeo (forma
como a gordura é armazenada no tecido adiposo). A hidrólise do triglicerídeo
no tecido adiposo ocorre quando a ela são unidas três moléculas de água,
reação catalisada pela enzima lipase hormônio sensível Esta enzima é
denominada assim pois é alterada por alguns hormônios (cortisol, hormônio do
crescimento, ACTH glucagon, adrenalina e noradrenalina). O triglicerídeo
divide-se em quatro outras moléculas: 1glicerol e 3 ácidos graxos livres.

Glicerol: O glicerol, pela corrente sangüínea, é entregue a tecidos em


atividade (ativos) e difunde-se (difusão simples) para o citoplasma da célula
(muscular). No citoplasma, o glicerol é transformado em uma molécula da
glicólise sendo aceito neste processo e passa a ser metabolizado como uma.
Ácidos Graxos Livres: Os AGL, pela corrente sangüínea, são entregues ao
tecidos ativos e difundem-se (difusão simples) para as mitocôndrias da célula
muscular.
Dentro das mitocôndrias participará de um processo de degradação
denominado de BETA OXIDAÇÃO. Este processo consiste de liberações
sucessivas de fragmentos do AGL. Fragmentos este como: um Acetil CoA e
íons de hidrogênio (um NAD e um FAD).
A Acetil CoA participa do CK como outra Acetil CoA derivada do ácido
pirúvico. Os íons hidrogênio são transportados para o STE pelas co-enzimas
NAD e FAD. Este processo de BETA OXIDAÇÃO é repetido indefinidamente
até que a molécula de AGL seja degradada completamente. Um fator
importante é que: a degradação dos AGLs está associada diretamente a
captação de oxigênio que respiramos. Caso tenhamos concentrações
suficientes de oxigênio o processo ocorre, mas caso tenhamos concentrações
insuficiente de oxigênio o não ocorre.
Assim sendo, não ocorre Beta Oxidação nos processos anaeróbios. A
quantidade de ATP ressintetizado por um triglicerídeo é muitas vezes maior
que aquela ocorrida com a glicose. Exemplo: uma AGL com 18 carbonos é
capaz de ressintetizar 147 ATPs e um glicerol 19 ATPs. Como o triglicerídeo é
formado por três AGLS (147 x 3 = 441) e uma molécula de glicerol, assim: 441
+ 19 = 460 ATPs.

Metabolismo das proteínas

A proteína pode desempenha um papel importante como substrato


energético durante o exercício constante e o treinamento de peso. A
participação das proteínas se dá através da retirada de nitrogênio
(DESAMINAÇÃO) e transformação em uma forma que consiga penetrar nas
vias para a liberação de energia (glicólise e CK).

158

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Observações importantes:

No processo aeróbio há produção de ácido lático, mas essa produção é


extremamente pequena e comparável com a sua remoção. A presença de
oxigênio inibe o acúmulo de ácido lático desviando a maior parte do precursor
do ácido lático (ácido pirúvico) para a formação de Acetil CoA (e entrada para o
CK). O processo aeróbio é resumido em:
A. utiliza oxigênio em suas reações químicas.
B. utiliza glicose e é o único a utilizar gordura e proteínas.
C. produz, também, ácido lático (mas este não acumula), CO2 , H2O e
ressintetiza 36 ATPs.
D. ocorre no citoplasma e nas mitocôndrias.
E. possui um longo grupo de reações químicas (glicólise, Ciclo de Krebs e
Sistema de Transporte de Elétrons). O que possibilita a degradação
COMPLETA da glicose e seu uso em atividade física de BAIXA INTENSIDADE
E LONGA DURAÇÃO.

Processos anaeróbios e anaeróbio durante o repouso e exercícios

Repouso

Durante repouso 2/3 dos nutrientes utilizados para a ressíntese de ATP


provém da gordura e o 1/3 restante pelos carboidratos. A contribuição das
proteínas é muito pequena. Entre os processos, o aeróbio é o predominante.
Isto é comprovado porque nossos sistemas de captação e transporte de
oxigênio (sistema cardiorrespiratório) são capazes de fornecer a cada célula
oxigênio suficiente. Omotivo da produção de ácido lático se deve a presença da
enzima desidrogenaselática nas células. Esta enzima catalisa a reação de
transformação do ácido piruvico em ácido lático. Mas o nível de ácido lático
permanece constante e não se acumula.

Exercício

Todos os 3 processos contribuem com a ressíntese do ATP, mas a


predominância dependerá dos seguintes fatores: tipo de exercício realizado,
estado ou nível de treinamento e dieta do atleta.

Exercício de curta duração

São exercícios realizados em curtos períodos de tempo, mas que


exigem esforços máximos. Estes exercícios incluem: 100, 200, 400 e 800m ou
qualquer exercício que o tempo só possa ser mantido por 2 ou 3 minutos.O
processo predominante é o anaeróbio. O principal nutriente é a glicose. A
gordura e proteínas são participantes, mas suas participações são
negligenciáveis. Os níveis de CP chegarão a valores muitos baixos e
continuarão baixos até o encerramento do exercício. Mas, após o término,
cerca de 70% de todo a CP utilizada será reposta em 30 segundo e 100% em
cerca de 3 minutos. Com o predomínio do processo anaeróbio, ocorre acúmulo
de ácido lático. Para que possa continuar o exercício, haverá necessidade de
diminuir a intensidade do mesmo ou até pará-lo. O nível de ácido lático no
sangue é um importante indicador de qual processo predominante durante o
159

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


exercício.

Exercícios prolongados
São exercícios que podem ser realizados por longos períodos de tempo,
mas com uma intensidade baixa. Entende-se por períodos longos, acima de 3
minutos.
Os nutrientes utilizados são glicose, gordura e proteínas. Mas o
predomínio destes dependerá da duração. Em atividades físicas com duração
de 20 minutos, a glicose representará a fonte de nutriente dominante, enquanto
a gordura desempenhará um papel secundário. O nível de ácido lático será
alto, porém não máximo. Para atividades físicas com duração de 1 hora, os
depósitos de glicogênio muscular começam a mostrar reduções e as gorduras
passam a ser a principal fonte de ressíntese do ATP. Esta proporção variará de
atleta para atleta devido ou ao seu estado de treinamento, ou a proporção da
fibra muscular ou ainda, reservas iniciais de glicogênio. O principal fornecedor
de energia para a ressíntese do ATP é o processo aeróbio, os processos
anaeróbios só contribuem no inicio do exercício. Os níveis de ácido lático são
mantidos e não alcançam níveis muitos altos durante o exercício aeróbio. A
fadiga muscular ocorrida pelos atletas é devida, segundo Fox,Bowers & Foss a:
• baixo nível de glicose sangüínea.
• depleção das reservas de glicogênio muscular (fadiga muscular localizada);
• perda de H2O e eletrólitos (resultando aumento de temperatura corporal).

SUBSTRATO PARA O EXERCICO

CARBOIDRATOS

Compostos de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio fornece


energia rapidamente utilizável 1 grama de carboidrato fornece 4 Kcal de
energia.

OS CARBOIDRATOS SÃO CLASSIFICADOS EM TRÊS FORMAS

1- MONOSSACARIDEOS – GLICOSE
Açucares Simples – Glicose
Frutose => Frutas e Mel

2-DISSACARIDEOS - São formados a partir da combinação dos


monossacarídeos. EX Açúcar de Mesa

SACAROSE – Compostos de Glicose e Frutose Ex: Açúcar de


mesa e Beterraba.
MALTOSE – Formada por duas moléculas de glicose.

3 – POLISSACARIDEOS – Vegetais ou animais, possuem 3 ou mais


monossacarídeos
CELULOSE - Forma as fibras que são expelidas nas fezes.
AMIDO – Milho, Feijões, Batatas, Ervilhas.

Após a ingestão o amido pode ser quebrado formando monossacarídeos


160

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


GLICOGENIO:

SÃO POLISSACARIDEOS ESTOCADOS NO TECIDO ANIMAL


SINTETIZADO NOS TECIDOS APARTIR DA LIGAÇÃO DE MOLÉCULAS DE
GLICOSE.

Durante o exercício ocorre a GLICOGENOLISE no MUSCULO E NO


FIGADO onde são armazenados.

A síntese de glicogênio é um processo continuo no músculo.

GORDURAS

Elas são os substratos ideais para o exercício prolongado, uma molécula


de gordura possui grande quantidade de energia 1 grama de gordura tem
aproximadamente 9Kcal de energia é encontrada nos animais e vegetais.

CASSIFICADAS EM 4 GRUPOS

ACIDOS GRAXOS – Longas cadeias de átomos de carbono ligados a um


grupo carboxila numa extremidade. Um grupo carboxila contem carbono,
oxigênio e hidrogênio.

TRIGLICERIDEOS – Formados por 3 moléculas de Ácidos Graxos e uma de


Glicerol – Os ácidos graxos são armazenados no organismo sob a forma
triglicérides. => Os maiores depósitos são as células adiposas mas podem ser
armazenadas em outros tecidos como no MUSCULO.

O GLICEROL NO FIGADO PODE SER UTIZADO PARA SINTETIZAR


GLICOSE.

FOSFOLIPIDEOS – Lipídeos combinados com acido fosfórico sintetizado em


praticamente todas as células utilizado para formação da membrana celular e
bainha e mielina.

ESTEROIDES – O mais comum é o colesterol componente de todas as


membranas celulares pode ser sintetizado em qualquer célula do organismo e
consumido nos alimentos, e formação de hormônios.

PROTEINAS

Composta por subunidades os aminoácidos esta envolvida na formação


dos tecidos. As proteínas são formadas por união de aminoácidos em ligações
químicas denominadas LIGAÇÕES PEPTIDICAS. Possuem aproximadamente
4 Kcl por grama. O aa alanina´é convertido em glicose no fígado e convertida a
glicogênio outros aa podem ser convertidos em intermediários metabólicos.

161

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com


Grande parte do material contido nos textos apresentados nesta apostila
foram elaboradas pelo professor: Jose de Paula Silva, material este disponível
de forma gratuita na internet.
Para atender as necessidades dos cursos da saúde da UCDB, dos quais
possuem o estudo da Fisiologia humana em suas grades curriculares, foi
realizada uma nova revisão bibliográfica e acrescentados novos textos e
figuras pelo professor: Jorge Aparecido Barros.

BIBLIOGRAFIA

DAVIES, Andrew; BLAKELEY, Asa G. H.; KIDD, Cecil; MCGEOWN, J.


G.; ESBERARD, Charles Alfred (Trad.). Fisiologia humana. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica.</i> 9. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1996.
CARVALHO Fº, E.T.; PAPALÉO NETTO, M. Geriatria: fundamentos,
clínica e terapêutica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1998.
GUYTON, A. C. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 5. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.
MONTEIRO, Wallace D.; FARINATTI, Paulo de Tarso V. <i> Fisiologia e
avaliação funcional. 3 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.

162

PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com

Você também pode gostar