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Apostila Técnico de Enfermagem P.impr
Apostila Técnico de Enfermagem P.impr
Resposta: D
Decreto 94.406/87,
Art. 11. O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio, atribuídas à equipe
de enfermagem, cabendo-lhe:
I - preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos;
II - observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação;
III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras atividades de
enfermagem, tais como:
a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral;
b) realizar controle hídrico;
c) fazer curativos;
d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e calor ou frio;
e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas;
f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças transmissíveis;
g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnóstico;
h) colher material para exames laboratoriais;
i) prestar cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios;
j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar;
l) executar atividades de desinfecção e esterilização;
IV - prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por sua segurança, inclusive:
a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se;
b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de dependências de unidades de saúde;
V - integrar a equipe de saúde;
VI - participar de atividades de educação em saúde, inclusive:
a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições de enfermagem e
médicas;
b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução dos programas de educação para a
saúde;
VII - executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes;
VIII - participar dos procedimentos pós-morte.
04. Resposta: B.
Art. 10, II - executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas do enfermeiro
e as referidas no art. 9º deste Decreto;
05. Resposta: C
A atribuição descrita na alternativa “C” é do Enfermeiro.
Art. 8º, I, h) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos
científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas;
Unidade Cirúrgica
Cirurgia ou operação é o tratamento de doença, lesão ou deformidade externa e/ou interna com o
objetivo de reparar, corrigir ou aliviar um problema físico. É realizada na sala de cirurgia do hospital e em
ambulatório ou consultório, quando o procedimento for considerado simples.
Dependendo do risco de vida, a cirurgia pode ser de emergência, urgência, programada ou
opcional. Como por exemplo:
Cirurgia Segura
Relaciona-se com as medidas tomadas para que sejam reduzidos os riscos de eventos alheios aos
que possam ocorrer antes, durante e depois das cirurgias. São incidentes que acarretam danos aos
pacientes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) firmou um programa que garanta a segurança em cirurgias,
voltado na verificação de itens referentes ao procedimento cirúrgico. Tem como objetivo garantir que a
cirurgia seja realizada conforme o planejado, atendendo a alguns requisitos básicos: paciente,
procedimento, lateralidade (lado a ser operado), posicionamento e equipamentos.
A sala de cirurgia ou operação deve ter cantos arredondados para facilitar a limpeza; as paredes, o
piso e as portas devem ser laváveis e de cor neutra e fosca. O piso, particularmente, deve ser de material
condutivo, ou seja, de proteção contra descarga de eletricidade estática; as tomadas devem possuir
sistema de aterramento para prevenir choque elétrico e estar situadas a 1,5m do piso.
As portas devem ter visor e tamanho que permita a passagem de macas, camas e equipamentos
cirúrgicos. As janelas devem ser de vidro fosco, teladas e fechadas quando houver sistema de ar
condicionado. A iluminação do campo operatório ocorre através do foco central ou fixo e, quando
necessário, também pelo foco móvel auxiliar.
O lavabo localiza-se em uma área ao lado da SO e é o local onde a equipe cirúrgica faz a degermação4
das mãos e antebraços com o uso de substâncias degermantes antissépticas, com a ação mecânica da
escovação.
As torneiras do lavabo devem abrir e fechar automaticamente ou através do uso de pedais, para evitar
o contato das mãos já degermadas. Acima do lavabo localizam-se os recipientes contendo a solução
degermante e um outro, contendo escova esterilizada.
Após a passagem pelo SO, o cliente é encaminhado à sala de RPA (Recuperação Pós-Anestésica)
a qual deve estar localizada de modo a facilitar o transporte do cliente sob efeito anestésico da SO para
a RPA, e desta para a SO, na necessidade de uma reintervenção cirúrgica; deve possibilitar, ainda, o fácil
acesso dos componentes da equipe que operou o cliente.
Considerando-se a necessidade de se ter materiais em condições para pronto uso bem como evitar a
circulação desnecessária de pessoal e equipamentos dentro e fora da área do CC, recomenda-se a
4
Ato de redução ou remoção parcial dos microrganismos da pele, ou outros tecidos por métodos quimio-mecânicos. É o que se faz quando é realizada a
higienização das mãos usando água, sabão e escova.
Tipos de Anestesia
A anestesia é um estado de relaxamento, perda da sensibilidade e dos reflexos, de forma parcial ou
total, provocada pela ação de drogas anestésicas. Seu objetivo é evitar a dor e facilitar o ato operatório
pela equipe cirúrgica. Na anestesia geral ocorre, também, um estado de inconsciência.
O anestesista é o médico responsável por avaliar o cliente no pré-operatório, prescrever a medicação
pré-anestésica, administrar a anestesia, controlar as condições do cliente durante a cirurgia e assistir o
cliente na sala de recuperação pós-anestésica.
As drogas anestésicas podem produzir anestesia em todo o corpo (anestesia geral) ou em partes dele
(anestesias local, raquiana e peridural).
Na anestesia geral, administra-se o anestésico por via inalatória, endovenosa - ou combinado
(inalatória e endovenosa), com o objetivo de promover um estado reversível de ausência de sensibilidade,
relaxamento muscular, perda de reflexos e inconsciência devido à ação de uma ou mais drogas no
sistema nervoso.
A raquianestesia é indicada para as cirurgias na região abdominal e membros inferiores, porque o
anestésico é depositado no espaço subaracnoide da região lombar, produzindo insensibilidade aos
estímulos dolorosos por bloqueio da condução nervosa.
Na anestesia peridural, o anestésico é depositado no espaço peridural, ou seja, o anestesista não
perfura a dura-máter. O anestésico se difunde nesse espaço, fixa-se no tecido nervoso e bloqueia as
raízes nervosas.
Na anestesia local, infiltra-se o anestésico nos tecidos próximos ao local da incisão cirúrgica. Utilizam-
-se anestésicos associados com a adrenalina, com o objetivo de aumentar a ação do bloqueio por
vasoconstrição e prevenir sua rápida absorção pela corrente circulatória.
A anestesia tópica está indicada para alívio da dor da pele lesada por feridas, úlceras e traumatismos,
ou de mucosas das vias aéreas e sistema geniturinário.
Através do corredor interno do CC, o cliente é transportado em maca - sempre as grades levantadas
para evitar quedas acidentais - até a sala de cirurgia.
Na sala de operação, o circulante deve receber o cliente tentando diminuir a ansiedade deste,
procurando transmitir-lhe confiança, segurança e tranquilidade. Para evitar erros, repete os mesmos
cuidados de conferência de dados prévios à entrada no CC.
Após conferir os dados do prontuário, o cliente deve ser transferido da maca para a mesa cirúrgica,
tendo-se o cuidado de posicionar corretamente os frascos de solução, drenos e sondas, caso existam.
Ao posicionar o suporte de braço (para a infusão endovenosa) sob o colchonete da mesa cirúrgica,
deve-se ter o cuidado de colocar o braço do cliente num ângulo inferior a 90o em relação ao corpo, para
evitar dores musculares e articulares no pós-operatório.
Em razão da probabilidade de ocorrer hipotensão arterial provocada pela anestesia e/ou perdas
sanguíneas durante o ato operatório, é necessário controlar a pressão arterial pelo monitor ou aparelho
de pressão arterial.
O cliente pode apresentar hipotermia devido à baixa temperatura da SO, administração de líquidos
gelados, feridas ou cavidades abertas e diminuição da atividade muscular. Para corrigir essa
intercorrência, administrar soluções mornas e trocar os campos molhados por outros secos, já que os
tecidos molhados promovem a perda de calor.
Como o cliente está anestesiado e, portanto, incapacitado para se defender de qualquer tipo de
agressão física, é dever da equipe médica e de enfermagem assegurar-lhe um ato operatório seguro,
prestando alguns cuidados específicos, entre outros: anestésico administrado na dosagem certa para
evitar a dor; manter os olhos do cliente ocluídos, para evitar úlceras de córnea; atentar para o
posicionamento do cliente, de modo a evitar escaras e dor no pós-operatório; evitar extravasamento de
solução para fora da veia.
O circulante, além de auxiliar o anestesista no posicionamento do cliente, também auxilia - quando
necessário - no suprimento de material - e durante a cirurgia comunica e registra as alterações do que
observou.
Compete ao cirurgião - ou assistente - posicionar corretamente o cliente para o ato cirúrgico, cabendo
ao circulante da sala auxiliá-los no procedimento ou realizá-lo sob orientação médica. O cliente deve estar
posicionado de forma anatômica, possibilitando boas condições de respiração e evitando distensões
musculares, compressão de vasos, nervos e saliências ósseas.
Também é atribuição do circulante ajudar os integrantes da equipe cirúrgica a se paramentarem. Para
tanto, no momento de vestir o avental, o circulante deve se posicionar de frente para as costas do membro
da equipe que está se paramentando, introduzir as mãos nas mangas do avental - pela parte interna - e
puxar até que os punhos cheguem aos pulsos; amarrar as tiras ou amarilhos do decote do avental, receber
os cintos pela ponta e amarrar; posteriormente, apresentar as luvas.
Quando for necessário mudar a posição do cliente durante a cirurgia, deve-se evitar movimentos
rápidos e bruscos, porque a mudança repentina de posição pode ocasionar hipotensão arterial.
Os registros são feitos em impresso próprio, anotando-se os medicamentos, soluções, sangue,
equipamentos usados, intercorrências com o cliente, nome da operação e da equipe cirúrgica, bem como
início e término da cirurgia. Ao final desta, desliga-se o foco e aparelhos, afastam-se os equipamentos e
aparelhos da mesa cirúrgica, removem-se os campos, pinças e outros materiais que estiverem sobre o
cliente. Até que este seja transportado para a recuperação pós-anestésica ou unidade cirúrgica, não pode
ser deixado sozinho, devido ao risco de quedas acidentais ou intercorrências pós-cirúrgicas.
Durante a transferência da SO para a RPA, UTI ou unidade de internação, deve-se ser cuidadoso com
a mudança do cliente da mesa cirúrgica para a maca, observando a necessidade de agasalhá-lo, a
manutenção do gotejamento das infusões venosas, as condições do curativo e o funcionamento de
sondas e drenos.
O encaminhamento do cliente à RPA, normalmente, é feito pelo circulante da sala, junto com o
anestesista.
Antes de providenciar a limpeza da sala cirúrgica, o circulante deve separar a roupa usada na cirurgia
e encaminhá-la ao expurgo, após verificar se não há instrumentais misturados. Os materiais de vidro,
borracha, cortantes, instrumentais e outros devem ser separados e encaminhados para limpeza e
esterilização, ou jogados no saco de lixo, encaminhando-os, lacrados, para o devido setor, sempre
respeitando as medidas de prevenção de acidentes com perfuro-cortantes.
Com relação a impressos, ampolas ou frascos vazios de medicamentos controlados, os mesmos
devem ser encaminhados para os setores determinados.
Ao final da cirurgia, normalmente, o cirurgião ou outro profissional que tenha participado de sua
realização informa os familiares sobre o ato cirúrgico e o estado geral do cliente.
A classificação do material cirúrgico segue, portanto esse mesmo caminho: diérese, preensão,
hemostasia, exposição, especial e síntese.
CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL CIRÚRGICO
TIPO FUNÇÃO EXEMPLOS
Diérese Corte, divulsão Bisturi, tesoura
Preensão Apanhar estruturas Pinça anatômica e dentes de rato
Hemostasia Pinçamento de vasos Pinças hemostáticas (Halsted, Kelly Tc)
Exposição Afastamento de tecidos Afastadores (Farabeuf, Gosset etc.)
Pinça de Abadie - cirurgia gástrica
Especial Própria
Pinça de Potts - cirurgia vascular
Síntese União de tecidos Porta-agulhas, agulhas
Preensão: agrupam-se todos aqueles destinados a prender e segurar vísceras ou órgãos, como as
pinças “Babcock”, “Allis”, “Collin”, “Duval”, etc.
- Pinças de dissecção: são instrumentos destinados a agarrar tecidos. Ferramentas auxiliares que
geralmente são usadas pela mão esquerda, empunhadas como se fossem um lápis. O modelo "dentes
de rato" é usado para procedimentos na pele ou para agarrar materiais como campo e borrachas. O outro
modelo, anatômico, possui estrias transversais nas faces internas das pontas, e é usado em
procedimentos diversos.
As pinças de coprostase são pinças longas, de haste maleável usadas para contenção dos fluídos
intestinais.
As pinças de “Foerster” e “Cheron” são longas, usadas como transportadoras de gases para curativos
em profundidade. O “Cheron” é muito usada na antissepsia da pele do doente.
Reta Curva
As pinças como “Abadie” utilizado nas gastrectomias, pinças de “Randall” para extração de cálculos
das vias biliares, etc.
Síntese: são os instrumentos destinados a fazer a reunião dos tecidos. São compostos basicamente
de porta-agulhas e agulhas. O primeiro apresenta uma ponta destinada à apreensão da agulha e um cabo
que gradua o fechamento do instrumento. Pode ter ponta reta, curva ou angulada. A agulha cirúrgica é
A agulha de corpo circular e ponta cônica é chamada comumente de agulha cilíndrica - usada e
aplicada em quase todos os tecidos. Quando a agulha tem que atravessar estruturas endurecidas, usa-
se então a agulha de corpo cilíndrico e ponta triangular. A agulha de corpo de secção triangular é chamada
de agulha cortante e geralmente associada também uma ponta prismática triangular. Penetra facilmente
nos tecidos, sendo mais traumática que a cilíndrica. Olho da agulha é o furo transversal da agulha para
passagem do fio. As agulhas que possuem olho são chamadas de traumáticas; as que não o possuem
são as atraumáticas. Podem ser retas e curvas. O seu tamanho é ditado pela dimensão do campo
operatório e pelo tipo de tecido que vai ser suturado.
Os porta-agulha são utilizados para manusear agulhas e fios na síntese dos tecidos. Os dois tipos
básicos são o “Hegar” e o “Mathieu”. As pinças de campo como “Backhaus”.
Fios Cirúrgicos
Os fios cirúrgicos se apresentam com ou sem agulhas, e sua numeração varia de 1 a 5 e de 0-0 a 12-
0 (doze-zero). São classificados em absorvíveis e não absorvíveis.
- Fios absorvíveis: como o próprio nome indica, são absorvidos pelo organismo após determinado
período. O catgut é de origem animal (do intestino delgado dos bovinos), podendo ser simples ou
cromado. O catgut simples é indicado para os tecidos de rápida cicatrização, com absorção total em 2 a
3 semanas; o catgut cromado devido à impregnação com sais de ácido crômico, é totalmente absorvido
em 6 meses.
- Fios não absorvíveis: permanecem encapsulados (envolvidos por tecido fibroso) nas estruturas
internas e nas suturas de pele; devendo ser removidos entre o 7° e o 10° dia pós-operatório. Podem ser
de origem animal, como a seda; de origem vegetal, como o algodão e linho; de origem sintética, como o
nylon, perlon, poliéster; ou de origem mineral, como o fio de aço.
Para suturar as estruturas internas (tecidos internos e órgãos), utilizam-se os fios absorvíveis, sendo
que o algodão está indicado para ligar vasos sanguíneos e aponeurose, o fio de aço para suturar ossos
e os de origem sintética para a sutura de pele. A seda é geralmente utilizada nas pessoas que,
provavelmente, terão dificuldade no processo de cicatrização (obesos, desnutridos, diabéticos ou aqueles
com abdome volumoso), casos em que a sutura é realizada com pontos subtotais.
O sangramento de capilares pode ser estancado pela aplicação de substância hemostática no local.
Podemos citar, como exemplo, a cera para osso - utilizada para estancar o sangramento ósseo nas
cirurgias ortopédicas e neurocirurgias.
Outro recurso é o bisturi elétrico, que pode ser utilizado com a função de coagulação e secção (corte)
dos tecidos, através da aplicação local de descargas elétricas.
Organização da Mesa
A montagem da mesa cirúrgica tem o objetivo de facilitar e organizar o trabalho do cirurgião. É uma
forma de racionalizar o ato cirúrgico tornando-o mais eficiente.
Organização da mesa da direita para esquerda dividindo-se a mesa cirúrgica em doze partes ou
áreas:
Na área 1, coloca-se o bisturi com a lâmina para baixo a esquerda. Certas operações requerem tipos
especiais de bisturis.
Na área 2, são colocadas as tesouras curvas delicadas (“Metzenbaum”) e forte (“Mayo”) com as
pontas viradas para a instrumentadora e curvatura para baixo, contra a mesa.
Na área 3, são colocadas as pinças hemostáticas tipo “Kelly” do mesmo modo que as tesouras. De
preferência curavas e no mínimo de seis a oito. Como o sentido de tomada é da direita para a esquerda
por questão de economia de espaço acham-se sobrepostas, estando a da direita superiormente colocada
em relação às outras e assim sucessivamente.
A área 4, também denominada de área de uso versátil; colocam-se instrumentos do tipo “Mixter” (2
a 4), “Moynihan” (2 a 4), e outros do tipo hemostático, de acordo com a cirurgia.
Na área 8, colocam-se pinças de preensão de tipo “Babcock” (4), “Allis” (4) e “Duval” (2 a 4), ou outros
instrumentos complementares do mesmo tipo, ditados pelas necessidades da intervenção cirúrgica em
causa.
Instrumentador Cirúrgico5
Como qualquer dos outros elementos da equipe, a instrumentadora deverá reger-se por normas de
conduta pertinente à sua posição, bem como guardar sigilo profissional.
Instrumentação6
O bloco cirúrgico é composto pelo cirurgião, anestesista, enfermeiro e, finalmente, pelo instrumentador.
É uma área de pouco trânsito no hospital, longe da área de contaminação e é onde todo o trabalho
cirúrgico do hospital deve concentrar-se. Ë importante criar uma rotina de trabalho nesse local, o que
minimiza o risco de erro. No bloco, deve haver um local com o material previamente solicitado pelo
cirurgião, separado pela enfermeira de sala. A estrutura do bloco é direcionada para o indivíduo destro.
Há a enfermeira circulante, encarregada de buscar materiais e exercer tarefas por todo o bloco
cirúrgico. Pode então deslocar-se por toda a sala. O 1o auxiliar tem a função de expor o campo
cirúrgico/operatório ao cirurgião, ficando do lado oposto a ele. Pode ainda realizar algum ato cirúrgico.
Cirurgias maiores necessitam de maior número de auxiliares. O anestesista deve ficar na cabeceira da
mesa de operação, monitorando o paciente anestesiado.
A mesa, antes de receber os instrumentos cirúrgicos, deve ser forrada por uma camada de borracha
e um campo duplo sobre essa lâmina. A colocação dos instrumentos na mesa de instrumentação dos
mesmos: diérese, preensão, hemostasia, exposição, especial e síntese.
5
http://www.acervosaber.com.br
6
MAGALHÃES, H. P. Técnica cirúrgica e cirurgia experimental. São Paulo: Ed. Sarvier, 1993.
Equipe Cirúrgica: As pessoas separadamente ao entrar na sala de cirurgia caso algumas deixa a sala
condição estéril será perdida, para que volte a sala deverá usar capote, vestir e calçar as luvas;
Circulante: é profissional de enfermagem que deverá ficar de apoio na cirurgia, porém ficara uma
distância segura dos campos estéreis;
Colocação do Campo: devem ser presos a superfície coberta e cobrir ambos os lados:
- Os campos esterilizados são mantidos na posição com o uso de pinças ou de material aderente, e
não devem ser movimentados durante a cirurgia;
- Material estéril, os pacotes devem serem abertos com facilidade, os braços de circulantes não devem
esbarrar em campos esterilizados;
- Soluções devem ficar na altura que não encostem nas luvas do cirurgião.
Posicionamento na mesa Cirúrgica: dependerá do procedimento a ser feito, bem como do estado
físico do paciente:
- Permanecer em uma posição confortável;
- A área cirúrgica deverá ficar exposta;
- Não deverá haver pressão sobre os vasos;
- Os suportes dos ombros devem ser acolchoados para evitarem a lesão do nervo, especialmente na
posição de Trendelemburg;
- Precauções de segurança devem ser observadas em pacientes: idosos, obesos ou magros;
- O paciente necessita de contenção gentil antes da indução e em caso de agitação também.
Posições Cirúrgicas:
1. Decúbito Dorsal: Braço ao lado da mesa com a palma da mão voltada para baixo, o outro é
cuidadosamente posicionado sobre um suporte para infusão venosa;
2. Posição de Trendelemburg: A posição é geralmente utilizada para cirurgias do abdômen inferior e
da pelve, pois promove a boa exposição da área deslocando os intestinos para o abdômen superior.
Nesta posição a cabeça e o corpo são rebaixados e os joelhos fletidos.
3. Posição de Litotomia: Deitado de costas e colchas flexionados em ângulo reto a posição é mantida
os pés nos estribos;
4. Cirurgias Renais: O paciente é colocado sobre o lado não operatório, na posição de Sims, com o
travesseiro de ar de 12,5 a 15cm.
Terminologias Cirúrgicas
Os principais objetivos da terminologia cirúrgica são:
- Fornecer, por meio da forma verbal ou escrita uma definição do termo cirúrgico;
- Descrever os tipos de cirurgia;
- Preparar os instrumentais e equipamentos cirúrgicos de forma apropriada para cada tipo de cirurgia.
Na terminologia cirúrgica, os termos são formados por um prefixo, que designa a parte do corpo
relacionada com a cirurgia, e por um sufixo, que indica o ato cirúrgico realizado, deste modo seguem
algumas raízes:
Prefixos + Sufixos
Oto - ouvido
Oftalmo - olho
Rino - nariz
Bléfaro - pálpebra
Adeno - glândula
Traqueo - traqueia
Terminologias Diversas
Enxerto - Transplante de órgãos ou tecidos.
Amputação - Operação para eliminar membro ou segmento de corpo necrosado.
Anastomose - Formação de comunicação entre órgãos ou entre vasos.
Artrodese - Fixação cirúrgica de articulação para fundir as superfícies.
O instrumentador cirúrgico deve saber a terminologia cirúrgica, pois o desempenho do seu trabalho
diário depende do conhecimento desta terminologia. A troca de um prefixo ou um sufixo poderá acarretar
erros graves no preparo do material.
A equipe deverá contar com um médico obstetra, enfermeira obstetra, médico anestesista,
neonatologista e técnica de enfermagem. Cada especialista possui um papel específico no Centro
Obstétrico:
Médico obstetra: responsável pela coordenação da equipe que atenderá a paciente. Avalia o
processo, orienta a gestante sobre o que deve ser feito realiza o parto normal e cesárea e presta
assistência nos dias seguintes ao parto.
Médico anestesista: é responsável por realizar a analgesia e/ou anestesia e assistir a paciente
durante todo o período do parto e pós-parto.
Médico neonatologista/pediatra: é quem recepciona o bebê no momento do nascimento. Ele é
responsável pelos primeiros cuidados e acompanha a evolução do recém-nascido durante os dias de
internação.
Enfermeira obstetra: responsável por receber a paciente no momento de sua internação, seja
cesárea ou parto normal. Ela avalia a gestante e entra em contato com o médico responsável, para
informá-lo sobre as condições clínicas e obstétricas e receber orientações. A enfermeira obstetra, junto
com o neonatologista, recepciona o bebê após o parto e participa dos primeiros cuidados. Também auxilia
na amamentação na primeira hora de vida, ainda no Centro Obstétrico.
Técnica de enfermagem: seu papel é o de acolher a gestante na sua chegada e realizar cuidados
prescritos pela equipe médica e pela enfermeira obstetra. No Centro Obstétrico é responsável pelo
preparo e organização dos materiais necessários para a realização do parto.
Questões
01. (Pref. Angra dos Reis/RJ - Auxiliar de Enfermagem - FEC/UFF) Os instrumentos cirúrgicos são
classificados de acordo com sua função. Assim, a pinça Kocher, o afastador Farabeuf, o trépano e a
agulha de sutura são chamados respectivamente de instrumentais:
(A) de dissecção, de exérese, de diérese e de sutura.
(B) de apoio, especiais, de síntese cirúrgica e de diérese.
(C) hemostáticos, auxiliares, de diérese e de síntese cirúrgica.
(D) especiais, auxiliares, de síntese cirúrgica e de bainha.
(E) de sutura, de dissecção, anatômicos e de exérese.
03. (SSA-HMDCC - Enfermeiro - IBFC) Assinale a alternativa que contemple o nome do instrumental
representado na figura abaixo.
04. (SSA-HMDCC - Enfermeiro - IBFC) Para que os profissionais de saúde possam comunicar-se
entre si, de maneira mais fácil, foi criada uma terminologia específica. Assinale a alternativa que
contemple o significado correto do primeiro elemento da composição das palavras: adeno; blefaro;
colecisto; ooforo.
7
https://bitty.ch/nm478
05. (SSA-HMDCC - Enfermeiro - IBFC) Considerando os tempos cirúrgicos, a fase que constitui a
secção tecidual e propicia o campo operatório ou libera estruturas anatômicas é a:
(A) Diérese.
(B) Síntese.
(C) Exérese.
(D) Hemostasia.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
Os instrumentais cirúrgicos são classificados de acordo com sua função:
- Diérese - utilizados para cortar, tais como o bisturi, tesouras, trépano;
- Hemostáticos - auxiliam a estancar o sangramento, tais como as pinças de Kelly, Kocher, Rochester;
- Síntese cirúrgica - geralmente utilizado para fechamento de cavidades e incisões, sendo o mais
comum a agulha de sutura presa no porta-agulha;
- Apoio ou auxiliares - destinam-se a auxiliar o uso de outros grupos de instrumentais, destacando-
se o afastador Farabeuf - afasta os tecidos e permite uma melhor visualização do campo operatório - e a
pinça anatômica, que auxilia na dissecção do tecido;
- Especiais - aqueles específicos para cada tipo de cirurgia, como, por exemplo, a pinça gêmea de
Abadie, utilizada nas cirurgias do trato digestivo.
02. Resposta: A
Nos hemostáticos agrupam-se todos aqueles destinados ao pinçamento de vasos sangrentos, como o
“Halsted”, “Kelly”, “Rochester”, “Moynihan” e outros.
Reta Curva
04. Resposta: B
PREFIXOS E SUFIXOS: Adeno - glândula, Oóforo - ovário, Bléfaro - pálpebra
05. Resposta: A
Tempo cirúrgico abrange, de modo geral, a sequência dos quatro procedimentos realizados pelo
cirurgião durante o ato operatório. Inicia-se pela diérese, que significa dividir, separar ou cortar os tecidos
através do bisturi, bisturi elétrico, tesoura, serra ou laser.
Definição89101112
A Central de Esterilização deve ser uma unidade de produção autônoma e independente do Centro
Cirúrgico, considerando-se uma atividade intermediária, pois possui vários clientes e fornecedores.
Na Central de Material Esterilizado (CME) é realizado o preparo de todo o material estéril a ser utilizado
no hospital. Para tanto, é composta pelas áreas de recepção, limpeza, preparo, esterilização, guarda e
distribuição dos materiais esterilizados utilizados pela equipe de saúde no atendimento ao cliente,
apresentando a vantagem de padronização das técnicas de processamento de material estéril,
contribuindo para a qualidade, favorecendo a economia de pessoal, material e tempo.
Na estrutura do estabelecimento de saúde, a CME é uma unidade importante porque oferece à equipe
de saúde materiais estéreis em condições adequadas ao seu desempenho técnico, bem como
proporciona ao cliente um atendimento com segurança e contribui para que a instituição proporcione uma
assistência com efetiva qualidade.
Alguns estabelecimentos de saúde preparam e acondicionam os materiais que cada unidade utiliza de
forma descentralizada; outros, centralizam todo o seu material para preparo na Central de Material que,
geralmente, constitui-se no método mais comumente encontrado, uma outra tendência é a terceirização
da esterilização de materiais, sendo utilizado principalmente o óxido de etileno, haja vista a necessidade
de condições de segurança especiais para sua instalação e manuseio.
Idealmente, a CME deve ter sua estrutura física projetada de forma a permitir o fluxo de materiais da
área de recepção à de distribuição, evitando o cruzamento de material limpo com o contaminado. Esses
cuidados na estrutura e fluxo proporcionam condições adequadas de trabalho à equipe de saúde,
diminuindo o risco de preparo inadequado do material, com presença de sujidade ou campos com cabelo,
linhas, agulhas de sutura e outras falhas.
Também em relação ao ambiente é importante que as paredes e o piso sejam de cor clara e fácil
limpeza e as janelas amplas, de forma a proporcionar uma iluminação que possibilite o bom trabalho na
unidade.
Quanto à localização, este serviço deve estar situado o mais próximo possível das unidades que mais
utilizam os seus materiais como o centro cirúrgico e obstétrico, o pronto-socorro e a terapia intensiva, o
que facilita a circulação dos mesmos. A distribuição do material estéril para o centro cirúrgico pode ser
realizada por monta-cargas ou carrinhos que propiciem a proteção do material estéril.
A adoção deste cuidado diminui, sobremaneira, a possibilidade de contaminação durante o trajeto
como os riscos de infecção que, além de outras complicações, acarretam sofrimento ao cliente, assim
como um tempo maior de internação.
Atualmente, em decorrência do avanço tecnológico, grande parte dos materiais hospitalares estão
sendo substituídos por materiais descartáveis, que apresentam as vantagens de estarem prontos para
uso, diminuindo a incidência de infecção hospitalar, com baixo custo para a instituição, e proporcionando
segurança e conforto tanto ao cliente como aos profissionais de saúde.
8
https://www.ebah.com.br/content/ABAAAf7hsAL/enfermagem-centro-cirurgico-enfermagem-cc04
9
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABhUwAE/manuseio-material-esteril
10
MANGANARO, M. M. et al. Enfermagem na Saúde do Adulto. In: MURTA, G. F.. Saberes e Práticas: guia para ensino e aprendizado de enfermagem. 3. ed rev. E
amp. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2007.
11
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/profae/pae_cad3.pdf
12
https://bitty.ch/31zjp
Expurgo
Área onde é feita a recepção, limpeza e desinfecção de todo o material contaminado e sujo da Unidade
de Saúde, logo após o seu recebimento e nos horários preconizados na rotina do serviço de saúde.
A padronização de horários no recebimento do material é importante para organizar a dinâmica do
trabalho e favorecer o funcionário no desenvolvimento das rotinas técnicas. É fundamental o uso de
Equipamento de Proteção Individual (EPI) durante todas as etapas do preparo dos artigos para o processo
de esterilização.
Preparo de Materiais
Área onde é feita a revisão, seleção, preparo e acondicionamento do material utilizado em toda
Unidade de Saúde. As rotinas devem ser realizadas utilizando EPI.
Deve possuir amplitude suficiente para abrigar a quantidade e a diversidade dos materiais da Unidade
de Saúde. A iluminação deve ser adequada para permitir a perfeita triagem, revisão e seleção do material,
combinando luz natural com luz artificial, evitando sombras e reflexos.
A escolha da embalagem deve ser realizada de acordo com o tamanho, forma e utilização do material,
sempre levando em conta o padronizado pela Comissão de Controle de Infecção-CCI-SMS. O conteúdo
das embalagens é padronizado por tipo de procedimento.
É imprescindível fazer o levantamento do uso diário de material pelas unidades de serviço, e elaborar
o controle interno de material a ser esterilizado. Serão encaminhados à área de esterilização os pacotes
necessários à reposição do estoque da área de distribuição, evitando-se o acúmulo de materiais
esterilizados nesta área.
Cada pacote a ser esterilizado deve ser identificado durante o preparo com nome do funcionário, tipo
de artigo e data do preparo.
Esterilização
Área onde estão localizados os equipamentos de esterilização, principalmente autoclaves e estufas,
as quais deverão ser em número suficiente para atender a demanda dos materiais necessários à Unidade
de Saúde e em condições adequadas de limpeza interna e externa.
Deve ter espaço suficiente para instalação dos equipamentos e para a colocação e retirada de carga
de material. Devido ao risco de queimaduras pelo contato com o equipamento e materiais quentes,
recomenda-se o uso de luvas antitérmicas de cano longo para proteção de mãos e braços.
Armazenamento e Distribuição
Área que centraliza todo o material processado e esterilizado, para posterior distribuição às unidades
consumidoras. Para o material conservar sua condição estéril, o ambiente deve oferecer condições
adequadas de armazenamento que evitem riscos de recontaminação. Área restrita aos funcionários que
aí trabalham, diminuindo a circulação de pessoas e consequentemente a contaminação do ambiente.
Sendo importante estabelecer uma rotina de entrega ou distribuição dos artigos processados.
Os materiais das diferentes unidades chegam ao CME através da área de recepção. De acordo com
a rotina da instituição, os materiais recebidos são anotados em um caderno ou ficha de controle pertinente
a cada unidade. Os que estiverem limpos são encaminhados para a área de acondicionamento, onde
serão preparados; os sujos, ficam no expurgo, para lavagem.
No expurgo ocorre o processo de lavagem do material sujo encaminhado ao CME. A atuação do
expurgo é muito importante, pois se o material não for lavado de forma correta, a esterilização não se
processa adequadamente; consequentemente, permanecerá contaminado, oferecendo riscos ao cliente.
Os materiais sujos de matéria orgânica (sangue, pus e outras secreções corpóreas) devem ficar
imersos em detergentes enzimáticos por cerca de 3 a 5 minutos (ver recomendação do fabricante), tempo
necessário para desagregar a matéria orgânica. Devem ser colocados abertos ou desconectados em
recipiente não-metálico, tendo-se o cuidado de evitar que materiais diferentes (borracha, instrumentais,
vidros) sejam postos no mesmo recipiente.
Meios de Esterilização
Físico: calor seco (Estufa, Flambagem e Fulguração); Calor úmido (Fervura e Autoclave); Radiações
(Raios alfa, Raios gama e Raios x).
Químico: desinfetantes - Para conseguir-se a esterilização, há vários fatores importantes: Das
características dos microrganismos, o grau de resistência das formas vegetativas; a resistência das
bactérias produtoras de esporos e o número de microrganismos e da característica do agente empregado
para a esterilização.
Esterilização pelo calor: a susceptibilidade dos organismos ao calor é muito variável e dependem de
alguns fatores, e dentre eles citamos:
- Variação individual de resistência;
- Capacidade de formação de esporos;
- Quantidade de água do meio;
- ph do meio;
- Composição do meio.
Para assegurar a correta esterilização dos materiais, faz-se necessária a adoção de alguns cuidados
que facilitam a circulação e penetração do vapor no material, tais como:
- Utilizar somente 80% da capacidade de armazenamento da câmara, com materiais que requeiram o
mesmo tempo de esterilização;
- Evitar que os pacotes encostem nas paredes do aparelho e entre eles;
- Colocar os pacotes maiores na parte inferior e os menores na parte superior do aparelho, dispondo
os jarros, bacias e frascos com a boca para baixo, para facilitar a remoção do ar e do vapor.
Importante:
- Observar a disposição dos pacotes dentro da câmara, de modo que o vapor possa circular entre
todos eles;
- Respeitar espaçamento de 2 cm entre os pacotes e destes para as paredes da câmara;
- A carga não deve ultrapassar 80% da capacidade total da câmara da autoclave;
- Não retirar da câmara os pacotes molhados;
- Os pacotes quentes não devem ser tocados ou colocados em superfícies frias;
- Método mais recomendado.
- Por calor seco: este processo é realizado através de um aparelho denominado estufa, no qual o
calor seco é irradiado das paredes laterais e de sua base para destruir os microrganismos.
A estufa possui uma câmara, para acondicionamento do material, e equipamentos para medirem a
temperatura e controlarem o tempo. Seu uso é limitado, porque o calor seco não é tão penetrante como
o calor úmido e a sua distribuição dentro da câmara não se realiza de modo uniforme.
Como existem várias controvérsias em relação ao tempo necessário e a eficácia deste método, o seu
uso é recomendado apenas para pós, óleos e graxas (vaselina líquida ou gaze vaselinada).
Na impossibilidade de proceder à esterilização pelo método de vapor saturado sob pressão, o uso do
calor seco (estufa) pode ser uma possibilidade - atentando para os cuidados específicos. A temperatura
pode variar de 120oC a 200°C, dependendo do material a ser esterilizado e tempo de exposição.
Decorrido o tempo programado para a esterilização, o aparelho deve ser desligado e o material esfriado
com a estufa fechada. Após, deve ser retirado e as bordas das caixas e vidros vedadas com fita adesiva.
Finda a última esterilização do dia, limpar com pano úmido a câmara interna da autoclave e estufa e
enxugar, repetindo o mesmo procedimento na superfície externa.
Importante:
- Requer longos períodos de exposição e temperatura mais elevada;
- As caixas metálicas devem conter poucos artigos e devem estar dispostas lado a lado sem encostar
umas nas outras;
- Não se recomenda utilizar o centro da estufa porque a distribuição do calor é lento, não é uniforme e
não alcança os pontos frios;
- A capacidade total não deve ultrapassar a 2/3 da câmara;
- Utilizar termômetro de bulbo com ponta localizada centralmente na câmara (ponto frio), para
monitorar o alcance da temperatura indicada no termostato;
- Método de esterilização não recomendado.
- Esterilização por óxido de etileno: os materiais indicados para este tipo de esterilização são os
termossensíveis, como os marca-passos, próteses, instrumentais de hemodinâmica, acessórios de
respiradores, materiais com fibras óticas, cânulas siliconizadas de baixa pressão e materiais de borracha.
O ciclo de esterilização compreende o vácuo inicial, a pré-umidificação, a entrada do gás na câmara,
o tempo de exposição, a exaustão do gás e a aeração mecânica, que tem por objetivo remover os resíduos
de gás através da circulação de ar filtrado por todo o material esterilizado.
A qualificação utiliza:
- Indicadores mecânicos: tratam-se dos manômetros, manovacuômetros e termômetros instalados
no painel do equipamento;
- Indicadores químicos: indicadores da exposição do artigo ao processo de esterilização.
O Teste Bowie & Dick (folha impregnada com tinta termoquímica) é utilizada para autoclave pré-vácuo;
a fita termossensível (fita zebrada) muda de cor quando exposta à temperatura elevada, sendo utilizada
em todos os pacotes com tamanho mínimo de 5cm.
- Indicadores biológicos: únicos que asseguram a qualidade efetiva da esterilização (Ex.: Attest);
realizado semanalmente.
Os equipamentos devem ser qualificados para cada novo ciclo e novo tipo de carga a ser esterilizado.
Limpeza13
É o processo mecânico de remoção de sujidade, mediante o uso de água, sabão e detergente neutro
ou detergente enzimático para manter em estado de asseio os artigos e superfícies.
A limpeza constitui, ainda, o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização,
considerando que a presença de matéria orgânica protege os microrganismos do contato com agentes
desinfetantes e esterilizantes.
Descontaminação
É o processo de eliminação total ou parcial da carga microbiana de artigos e superfícies, tornando-os
aptos para o manuseio seguro.
Desinfecção
É o processo físico ou químico de destruição de microrganismos, exceto os esporulados. É realizada
por meio físico - através da água quente (60 a 90ºC) ou em ebulição - e pelo meio químico, com produtos
denominados desinfetantes.
Esterilização
É o processo de destruição de todos os microrganismos, inclusive esporulados, a tal ponto que não
seja mais possível detectá-los através de testes microbiológicos padrão.
A probabilidade de sobrevida do microrganismo no item submetido ao processo de esterilização é
menor que uma em um milhão (10/6).
A esterilização é realizada pelo calor, germicidas químicos, óxido de etileno, radiação e outros.
Artigos
São os instrumentos, objetos de natureza diversa, utensílios (talheres, louças, comadres, papagaios e
outros), acessórios de equipamentos e outros.
Superfícies
Os mobiliários, pisos, paredes, portas, tetos, janelas, equipamentos e demais instalações.
Limpeza de Superfícies14
Para que haja um controle e diminuição da infecção hospitalar, higiene é a primeira maneira de tratar
os micro-organismos, impedindo, dessa forma, a sua proliferação.
Objetivos:
- Promover a remoção de sujidade;
- Reduzir a população microbiana;
- Diminuir o risco de contaminação no ambiente hospitalar.
13
Conteúdo extraído de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação Geral das Unidades Hospitalares Próprias do Rio de
Janeiro. Orientações gerais para Central de Esterilização. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
14
Conteúdo extraído de ZORZE, Cleide Maria Ferreira da Silva; Karagulian, Patrícia Partamian. Biossegurança em Enfermagem. In: MURTA, Genilda Ferreira.
Saberes e Práticas: Guia para ensino e aprendizado de enfermagem. 3. ed. rev. e amp. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2007. v. 1.
Os artigos hospitalares são definidos de acordo com o grau de risco de aquisição de infecções nas
seguintes categorias: críticos, semicríticos e não críticos. Esta classificação norteará a escolha do
processo de desinfecção ou esterilização a ser utilizado.
Artigos Críticos: possuem alto risco de infecção se estiverem contaminados com quaisquer
microrganismos ou esporos (forma de resistência). São artigos que entram em contato direto com tecidos
ou tratos estéreis (penetram nos tecidos subepiteliais, no sistema vascular e em outros órgãos isentos de
flora microbiana própria, bem como aqueles diretamente conectados com eles): agulhas; roupas;
instrumentos cirúrgicos; soluções injetáveis. Devem ser submetidos ao processo de esterilização.
Artigos Semicríticos: entram em contato com a pele não íntegra e membranas mucosas:
equipamentos de anestesia gasosa; endoscópios. Devem ser submetidos, no mínimo, à desinfecção. Em
algumas circunstâncias, a esterilização é desejável devido ao risco do artigo tornar-se crítico, como em
lesões acidentais de mucosas. Dificuldades técnicas e riscos inerentes ao processo de desinfecção
química também concorrem para a indicação da esterilização.
Artigos não críticos: Aqueles que entram em contato com pele íntegra: termômetro clínico;
incubadoras; artigos de higiene. Requerem apenas limpeza com água e sabão (por limpeza entende-se
a completa remoção da sujidade presente nos artigos, utilizando água, detergente e ação mecânica -
utilizando água morna e detergente enzimático potencializa-se a efetividade da limpeza) complementada
opcionalmente com desinfecção de baixo nível (elimina a maioria das bactérias, alguns vírus e fungos,
mas não elimina microbactérias). Ex.: desinfetante de nível intermediário: álcool a 70%
Esta medida tem por objetivo bloquear a transmissão de microrganismos.
Observações: considerar todo artigo como contaminado e manusear com equipamentos de proteção
individual (EPI).
Todo processo de desinfecção ou esterilização deve ser precedido pela limpeza e secagem rigorosas
dos artigos, devendo todo artigo sujo com sangue ou secreções ser considerado contaminado.
A imersão de artigos sujos em soluções germicidas possui limitações; o nível de proteção oferecido
por este processo é desconhecido, uma vez que todas estas soluções sofrem redução de atividade, em
maior ou menor grau, em presença de matéria orgânica.
Além desta, outras desvantagens podem ser citadas, como: o alto custo envolvido, a impregnação da
matéria orgânica nos artigos, a toxicidade dos produtos e o aporte de grandes volumes de desinfetantes
na rede de esgoto, acarretando possíveis danos ambientais.
Falhas na limpeza dos artigos impedem a esterilização, pois sujeira e gordura atuam como fatores de
proteção para os microrganismos, agindo como barreira para contato com agentes esterilizantes
químicos, físicos ou físico-químicos.
A limpeza de artigos deve ser feita, preferencialmente, por equipamentos que utilizem processos
físicos, como lavadoras termodesinfectadoras, pois promovem limpeza e descontaminação simultâneas,
reduzindo a manipulação do material contaminado.
Detergentes enzimáticos facilitam a ação mecânica, reduzindo, potencialmente, os riscos
ocupacionais. Agem removendo a matéria orgânica, são atóxicos e biodegradáveis.
Na ausência do detergente enzimático, os instrumentais deverão sofrer exposição à água morna e
corrente. Estes artigos deverão estar, preferencialmente, em cestos aramados para minimizar a
manipulação do material contaminado e reduzir a produção excessiva de aerossóis.
Além das lavadoras que utilizam jatos de água quente, existem lavadoras ultrassônicas, nas quais a
ação desincrustante do detergente enzimático é potencializado pelo ultrassom.
Na impossibilidade de tais processos, efetuar lavagem manual por fricção, auxiliada por escova ou
esponja. Este método deve ser utilizado após a imersão do artigo em desincrustante, preferencialmente,
enzimáticos.
O enxágue deverá ser feito em água corrente.
A água que abastece as Centrais de Esterilização deve ter qualidade diferenciada. Para este setor,
não basta obedecer aos padrões de potabilidade, pois, muitas vezes, a água em uso é potável, porém
está impregnada de metais pesados e cloro, o que acelera a corrosão dos metais.
Detergente enzimático: são detergentes compostos por enzimas, geralmente proteases, lipases e
amilases, que promovem, simultaneamente, a dispersão, solubilização e emulsificação, removendo
substâncias orgânicas das superfícies dos artigos. São biodegradáveis, neutros concentrados, não
oxidantes, com ação bacteriostática e, portanto, não promovem desinfecção.
Descontaminação
- Baseada na natureza do artigo e na disponibilidade de recursos;
- Fricção com esponja, pano ou escova embebida em solução desinfetante;
- Imersão em solução desinfetante;
- Pressão de jatos d’água quente (temperatura entre 60 a 90ºC por 15 minutos).
Enxágue
- Água potável e corrente.
Secagem
- Pano limpo e seco;
- Estufa (regulada para este fim);
- Ar-comprimido;
- Secadora de ar quente/frio.
Armazenagem
- Armário limpo, seco e fechado.
Meio Físico
Água em ebulição (desinfecção de alto nível)
- Tempo: 30 minutos;
- Artigos termo resistentes;
- Ferver a água durante 10 minutos sem a presença do artigo;
- Imergir o artigo quando a água estiver em ebulição;
- Usar pinças desinfetadas para retirar os artigos;
- Usar luvas de amianto de cano longo.
Meio Químico
- Imergir o artigo em solução desinfetante (fricção, se não puder emergir);
- Usar EPI;
- Preencher o interior dos tubos e reentrâncias;
- Observar tempo de exposição, de acordo com o fabricante;
- Manter os recipientes tampados;
- Observar a validade do produto;
- Enxaguar com água potável (múltiplos enxágues);
- Secar e acondicionar.
Conforme Spaulding, os desinfetantes são classificados em 3 (três) níveis de ação: alto, médio e baixo,
baseado na susceptibilidade dos microrganismos.
Produtos utilizados:
- Glutaraldeído;
- Solução de Peróxido de Hidrogênio;
- Hipoclorito de sódio (1000ppm);
- Cloro e compostos clorados;
- Ácido peracético;
- Orthophtalaldeído;
- Água superoxidada;
- Pasteurização 75o C a 30 minutos.
Produtos utilizados:
- Álcool etílico e isopropílico (70 a 90%);
- Fenólicos;
- Iodóforos;
- Hipoclorito de Sódio (100ppm);
- Pasteurização 75o C a 30 minutos;
Produtos utilizados:
- Álcool etílico e isopropílico;
- Hipoclorito de Sódio (100ppm);
- Fenólicos;
- Iodóforos;
- Quaternário de amônia.
Não definido: o nível de desinfecção dependerá das variáveis como temperatura e/ou concentração
de germicidas adicionados no processo.
- Calor seco (passar a ferro);
- Fervura em água por 30min;
- Pastilhas de formaldeído;
- Termodesinfectadoras;
- Sanitizadoras.
Áreas Críticas
São aquelas com risco aumentado de transmissão de infecção e presença de pacientes com
depressão da resistência anti-infecciosa, além da presença de matéria orgânica (sangue, pus e outras):
salas de cirurgia, de curativo, de expurgo, laboratório e outros.
Áreas Semicríticas
São todas as áreas ocupadas por pacientes de:
- Doenças não infecciosas;
- Doenças infecciosas de baixa transmissibilidade.
Exemplos: consultórios médicos e de enfermagem.
Observações: as áreas críticas e semicríticas requerem limpeza e desinfecção diárias, e as áreas não
críticas apenas limpeza.
Transmissão de Infecções
- Fatores inerentes ao próprio paciente;
- Agressões diagnóstico-terapêuticas;
- Ambiente e superfícies fixas (pisos, paredes, tetos, portas, janelas) não apresentam riscos
significativos.
Descontaminação
Passos:
- Utilizar luvas de autoproteção (látex);
- Aplicar o produto sobre a matéria orgânica;
- Aguardar o tempo de ação - 10min;
- Remover o conteúdo descontaminado com papel absorvente;
- Desprezar o lixo;
- Proceder à limpeza usual com água e sabão.
No final de cada processo: lavar luvas, avental plástico, pano de chão, escovas e baldes.
Produtos Químicos
- Desinfetante de alto-nível
Glutaraldeído a 2% por 30min.
- Solução descontaminante
Detergente enzimático - Ação sobre matéria orgânica, especialmente sobre as grandes estruturas,
decompondo-as; ação instantânea: 2 a 3 minutos para desprender a matéria orgânica; alta penetração;
atóxico, não corrosivo, pH neutro, não iônico; remoção com enxágue rigoroso.
Soluções Cloradas
Dentre os produtos clorados, os hipocloritos são os mais utilizados para desinfecção e podem ser
líquidos (hipoclorito de sódio) ou sólidos (hipoclorito de cálcio). Classificado como de nível intermediário,
porém há controvérsias, pois preenche todos os requisitos para ser considerado como de alto nível.
Possui ação bactericida, virucida, fungicida, microbactericida e esporicida para algumas espécies.
Mecanismo de Ação
Ocorre pela combinação de diversos fatores: oxidação de enzimas e aminoácidos, perda de
componentes celulares, inibição da síntese proteica, quebra do DNA e diminuição na absorção de
nutrientes e de oxigênio.
Indicação
- Desinfecção de artigos de Lactário e cozinha: 200ppm por 60 minutos;
- Artigos de Inaloterapia e Oxigenoterapia: 1.000ppm (0,1%) por 30 minutos ou 200ppm por 60 minutos.
Considerações
- Corrosivo para metais, incompatível com detergentes, ação descolorante, odor forte e irritante para
mucosas do trato respiratório;
- Baixo custo, ação rápida, baixa toxidade e ampla atividade microbicida;
- Após diluição, o hipoclorito deve ser utilizado em, no máximo, 24 horas;
Dependendo do uso, pode ser necessário troca mais frequente em decorrência de saturação por
matéria orgânica ou hiperdiluição;
- Não se recomenda uso de água sanitária de uso doméstico para instituições de saúde.
A limpeza automatizada passou a ser uma exigência para o processamento de alguns materiais
médicos, e especifica a lavadora ultrassônica como obrigatória para a limpeza de produtos para a saúde
com conformações complexas.
A limpeza através da lavadora ultrassônica, traz, além do benefício de padronizar os ciclos, e garantir
a ação mecânica em espaços de difícil acesso, dá condição de parametrizar o processo, garantir e
documentar a efetividade da limpeza.
As Lavadoras Ultrassônicas altamente eficazes e automatizadas que atendem a RDC15/2012, para
facilitar o processamento dos materiais, otimizar e registrar todo o processo limpeza.
O processo de limpeza por ultrassom é superior ao processo manual por se tratar de um processo de
limpeza refinado. A ação mecânica ocorre por meio da formação de bolhas geradas por oscilação de
natureza acústica (som).
A implosão dessas bolhas gera minúsculas áreas de vácuo que provocam o deslocamento da sujidade
das superfícies internas e externas dos materiais. Esse fenômeno é conhecido como cavitação, que
associada à ação do calor e do detergente enzimático, facilita a remoção da sujidade, inclusive em de
locais de difícil acesso, garantindo a uniformidade das ações para obtenção da limpeza com efetividade.
O sistema de enxágue por spray diminui o volume de água utilizado para retirar os resíduos dos
materiais e injeta água diretamente nos lumens de forma controlada.
Mesa Cirúrgica
Utilizar a Técnica de Limpeza e/ou Desinfecção:
- Retirar excesso de secreções com papel toalha ou pano velho;
- Acondicionar no lixo conforme Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços-PGRSS;
- Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente;
- Enxaguar e secar;
- Friccionar parte metálica e o colchão com álcool a 70% ou utilizar outro desinfetante definido pelo
Serviço de Controle de Infecção Hospitalar-SCIH.
O grande número de pacientes que contem infecções durante sua permanência hospitalar é
extremamente preocupante para os profissionais da saúde. Segundo o Ministério da Saúde, assepsia é
o processo de eliminação dos microrganismos patogênicos de determinados locais ou objetos. Para
diminuir o risco de uma infecção é fundamental a aplicação das técnicas de assepsia médica e cirúrgica
por todos que atuam no ambiente hospitalar.
Assepsia cirúrgica
Consiste no processo e no manuseio do material de modo de evitar o contato do paciente com qualquer
organismo vivo. Na assepsia cirúrgica o material deverá ser esterilizado. O material cirúrgico é estéril,
isento de microrganismos, devemos tomar os seguintes cuidados em seu manuseio:
Seguintes Cuidados:
1.Lavar as mãos antes de pega-lo;
2.Não falar, tossir ou espirrar próximo a ele;
3.Examinar com cuidado se o pacote apresenta buracos, manchas ou umidade: Se houver qualquer
dúvida quanto a integridade do material, despreze-o;
4.Verificar a data da esterilização e a data da validade;
5.Guardar os pacotes em armários próprios, limpos longe de poeira e insetos;
6.Abrir os pacotes usando a técnica correta;
8.Trabalhar sempre na frente para o campo esterilizado;
Assepsia Médica
Consiste na utilização de técnicas que visam à redução de microrganismos patogênicos e à diminuição
do risco de transmissão de pessoa a pessoa. É utilizada em qualquer atividade que envolva o paciente e
o meio ambiente, por meio de procedimentos como: Lavar as mãos frequentemente. Limpar as superfícies
com desinfetantes, para reduzir o número de microrganismos.
Enfermeiro supervisor
É responsável por atuar na coordenação do setor, suas atribuições são:
- Prever os materiais necessários para prover as unidades consumidoras;
- Elaborar relatórios mensais estatísticos, tanto de custo quanto de produtividade;
- Planejar e fazer anualmente o orçamento do CME com antecedência de 04 a 6 meses;
- Elaborar e manter atualizado o manual de normas, rotinas e procedimentos do CME, que deve estar
disponível para a consulta dos colaboradores;
- Desenvolver pesquisas e trabalhos científicos que contribuam para o crescimento e as boas práticas
de Enfermagem, participando de tais projetos e colaborando com seu andamento;
- Manter-se atualizado acerca das tendências técnicas e científicas relacionadas com o controle de
infecção hospitalar e com o uso de tecnologias avançadas nos procedimentos que englobem artigos
processados pelo CME;
- Participar de comissões institucionais que interfiram na dinâmica de trabalho do CME.
Técnico administrativo
Gerenciar o serviço de Enfermagem da unidade:
- Planejar, coordenar e desenvolver rotinas para o controle dos processos de limpeza, preparo,
esterilização, armazenagem e distribuição dos artigos;
- Desenvolve processo de avaliação dos serviços prestados ao cliente interno e/ou esterno;
Estabelecer rotinas para a manutenção preventiva dos equipamentos existentes no CME;
- Realizar os testes necessários e emitir pareceres técnicos antes da aquisição de novos artigos e
equipamentos;
- Verificar os relatórios de manutenção de artigos e equipamentos e aprova-los mediantes as
evidências do serviço prestado;
- Controlar o recebimento, o uso e a devolução dos artigos consignados;
- Fazer relatório diário com informações dobre as atividades desenvolvidas e pendentes e outros fatos
importantes ocorridos durante a jornada de trabalho;
- Tomar parte da passagem de plantão;
- Manter atualizado o inventário do instrumental cirúrgico dos artigos e dos equipamentos do CME;
- Participar ativamente dos processos de aquisição de materiais, instrumental cirúrgico e
equipamentos.
Técnico de enfermagem
- Fazer a leitura dos indicadores biológicos, de acordo com as rotinas da instituição;
- Receber, conferir e preparar os artigos consignados;
- Realizar a limpeza, o preparo, a esterilização, a guarda e a distribuição de artigos, de acordo com
solicitação;
- Preparar os carros para cirurgias;
- Preparar as caixas cirúrgicas;
- Realizar cuidados com artigos endoscópicos em geral;
Auxiliar de enfermagem
- Receber e limpar os artigos;
- Receber e preparar roupas limpas;
- Preparar e esterilizar os artigos e instrumentais cirúrgicos;
- Guardar e distribuir todos os artigos esterilizados.
Questões
02. (TRE-SP - Enfermagem - FCC/2017) O profissional de enfermagem deve saber que o produto
para saúde semicrítico utilizado na assistência de inaloterapia, antes da utilização em outro paciente,
deve ser submetido à
(A) limpeza e, no mínimo, à desinfecção de nível intermediário, com produtos saneantes, ou por
termodesinfecção.
(B) pré-limpeza e limpeza, sendo optativo o processo de desinfecção e esterilização.
(C) esterilização em autoclave gravitacional.
(D) desinfecção por métodos de imersão química líquida com a utilização de saneantes a base de
aldeídos.
(E) desinfecção de alto nível em estufa.
03. (TRF-2ª REGIÃO - Enfermagem - CONSULPLAN/2017) Sabendo que os artigos utilizados nos
serviços de saúde recebem uma classificação quanto ao risco de transmitir infecções para os pacientes,
para o processamento dos artigos de assistência ventilatória, anestesia e os utilizados na inaloterapia,
que são classificados como semicríticos, após a limpeza, devem ser submetidos no mínimo ao processo
de:
(A) Esterilização.
(B) Desinfecção de alto nível.
(C) Desinfecção de baixo nível.
(D) Desinfecção de nível intermediário.
04. (SES-PR - Inspetor de Saneamento - IBFC) Sobre os diferentes processos existentes que tem
como objetivo destruir, inibir ou eliminar microrganismos presentes em objetos e superfícies, o
procedimento que se caracteriza como o processo físico ou químico pelo qual são destruídas todas as
formas microbianas, inclusive os esporos bacterianos, denomina-se:
(A) Limpeza.
(B) Esterilização.
(C) Desinfecção.
(D) Detoxificação.
(A) F,V,F,V
(B) V,V,V,V
(C) V,F,V,F
(D) V,V,F,V
(E) F,V,V,V
07. (SSA-HMDCC - Enfermeiro - Centro Cirúrgico - IBFC) Os produtos para a saúde utilizados em
procedimentos invasivos com penetração de pele e mucosas adjacentes, tecidos subepteliais, e sistema
vascular, incluindo também todos os produtos para saúde que estejam diretamente conectados com
esses sistemas, recebem o nome de produtos ________. Assinale a alternativa que completa
corretamente a lacuna.
(A) Não críticos.
(B) Semicríticos.
(C) Críticos.
(D) Passíveis de processamento.
08. (Pref. Rio Grande da Serra/SP - Enfermeiro - CAIPIMES) O método de esterilização compatível
com as embalagens de tecido de algodão é:
(A) calor seco.
(B) óxido de etileno.
(C) raios gama.
(D) vapor sob pressão.
09. (IPSA - Auxiliar de Enfermagem - CAIPIMES) Existem falhas no processo de esterilização que
podem acontecer em razão de erros humanos ou mecânicos. A partir disso, leia as frases abaixo e a
seguir assinale a alternativa que corresponde à resposta correta.
I- Os erros podem acontecer devido à utilização de embalagens incompatíveis com o processo de
esterilização a vapor.
II- Os erros podem acontecer devido à guarda de pacotes demasiadamente frios nas prateleiras, pois
o contato do pacote frio com a superfície fria da prateleira dos armários pode permitir a condensação de
vapor, favorecendo a sua contaminação pelo meio externo.
III- Os erros podem acontecer devido à má qualidade da água gerando vapor com resíduos de
componentes químicos.
IV- Os erros podem acontecer devido às tubulações de vapor estarem desobstruídas.
12. (Pref. Botucatu/SP - Auxiliar de Enfermagem - CAIPIMES) Em relação aos cuidados com os
materiais necessários aos diversos procedimentos de enfermagem, leia as assertivas abaixo, assinale
(V) para as verdadeiras ou (F) para as falsas, e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
das respostas.
( ) Todo material de inalação utilizado num paciente deve sofrer limpeza com água e sabão e ser
emerso em uma solução desinfetante para ser novamente utilizado em outro paciente. A esse tipo de
reprocessamento damos o nome de assepsia.
( ) A assepsia cirúrgica se relaciona com a ausência total de microrganismos através da esterilização
e manuseio rigoroso do material estéril.
( ) Não falar ao manipular o material esterilizado é uma medida correta para evitar contaminação.
( ) Na realização de um cateterismo de alívio o cateter utilizado é a sonda de Foley com balão de 5 ml.
(A) V, V, V, F.
(B) V, V, F, F.
(C) F, V, F, F.
(D) F, V, V, F.
13. (UFU - Auxiliar em Enfermagem - UFU) Os artigos e as áreas hospitalares são classificados de
acordo com o risco de infecção que possam oferecer aos pacientes. Associe o tipo de artigo ou área
hospitalar da coluna da esquerda com sua definição ou exemplo da coluna da direita.
I. Artigos críticos
II. Artigos semicríticos
III. Área semicrítica
IV. Área não crítica
( ) São áreas ocupadas por pacientes que não necessitam de cuidados intensivos ou de isolamento.
( ) Materiais com elevado potencial de risco de provocar infecção, porque são introduzidos diretamente
em tecidos normalmente estéreis.
( ) Áreas administrativas; almoxarifado.
( ) Equipamentos de anestesia e endoscópios.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna, de cima para baixo.
(A) III - II - I - IV.
(B) III - I - IV - II.
(C) IV - I - III - II.
(D) II - IV - III - I.
Gabarito
01. A/02. A/03. D/04. B/05. B/06. D/07. C/08. D/09. A/10. B/11. B/12. D/13. B/14. B/15. C
01.Resposta: A
Esporocida ou esporicida é um agente capaz de matar os esporos, sendo assim esterilizantes.
02. Resposta: A
Entram em contato com a pele não íntegra e membranas mucosas: equipamentos de anestesia
gasosa; endoscópios. Devem ser submetidos, no mínimo, à desinfecção.
03. Resposta: D
Produtos para saúde semicríticos utilizados na assistência ventilatória, anestesia e inaloterapia
devem ser submetidos à limpeza e, no mínimo, à desinfecção de nível intermediário, antes da utilização
em outro paciente.
04. Resposta: B
Esterilização é processo de destruição de todos os microrganismos, inclusive esporulados, a tal ponto
que não seja mais possível detectá-los através de testes microbiológicos padrão. A esterilização é
realizada pelo calor, germicidas químicos, óxido de etileno, radiação e outros.
05. Resposta: B
Temperaturas extremas é considerada como risco físico.
06. Resposta: D
O DML (Depósito de Material de Limpeza) pode ser comum para as áreas "suja e limpa", desde que
seu acesso seja externo a essas. NÃO INTERNO.
07. Resposta: C
São artigos que entram em contato direto com tecidos ou tratos estéreis (penetram nos tecidos
subepiteliais, no sistema vascular e em outros órgãos isentos de flora microbiana própria, bem como
aqueles diretamente conectados com eles): agulhas; roupas; instrumentos cirúrgicos; soluções injetáveis.
Devem ser submetidos ao processo de esterilização.
08. D
O tecido de algodão é uma embalagem compatível com o método de esterilização de vapor sob
pressão.
09. A
Verdadeiro: Os erros podem acontecer devido à utilização de embalagens incompatíveis com o
processo de esterilização a vapor.
Falso: Os erros podem acontecer devido à guarda de pacotes demasiadamente frios nas prateleiras,
pois o contato do pacote quente com a superfície fria da prateleira dos armários pode permitir a
condensação de vapor, favorecendo a sua contaminação pelo meio externo.
Verdadeira: Os erros podem acontecer devido à má qualidade da água gerando vapor com resíduos
de componentes químicos.
10. B
Limpeza Terminal: realizada com desinfetante quando o leito é desocupado em razão de alta, óbito
ou transferência do paciente, ou no caso de internação prolongada.
11. B/
Os artigos hospitalares são definidos de acordo com o grau de risco de aquisição de infecções nas
seguintes categorias: críticos, semicríticos e não críticos. Esta classificação norteará a escolha do
processo de desinfecção ou esterilização a ser utilizado.
12. D
Falso: Todo material de inalação utilizado num paciente deve sofrer limpeza com água e sabão e ser
emerso em uma solução desinfetante para ser novamente utilizado em outro paciente. A esse tipo de
reprocessamento damos o nome de assepsia.
13. B
Área Semicrítica: São áreas ocupadas por pacientes que não necessitam de cuidados intensivos
ou de isolamento.
Artigo Crítico: Materiais com elevado potencial de risco de provocar infecção, porque são
introduzidos diretamente em tecidos normalmente estéreis.
Área não crítica: São todas as áreas das Unidades de Saúde não ocupadas por pacientes, ou cujo
acesso lhes seja vedado: Áreas administrativas; almoxarifado.
Artigos semicríticos: Equipamentos de anestesia e endoscópios. Entram em contato com a pele não
íntegra e membranas mucosas.
14. B
Na autoclave - são utilizados campos de tecido de algodão, papéis (grau cirúrgico e kraft), filme
poliamida transparente e caixa metálica perfurada embalada em campo, para permitir a livre circulação
do vapor.
15. C
Na assepsia cirúrgica o material deverá ser esterilizado. O material cirúrgico é estéril, isento de
microrganismos.
Pré-operatório: período que antecede as 24 horas da cirurgia até o momento em que o paciente é
levado para o centro cirúrgico. Nesse período, é desenvolvido um preparo que se inicia na internação do
cliente, ou em sua decisão pela intervenção cirúrgica; o término ocorre no momento de sua transferência
para a mesa cirúrgica.
15
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/profae/pae_cad5.pdf
16
MANGANARO, M. M. et al. Enfermagem na Saúde do Adulto. In: MURTA, G. F.. Saberes e Práticas: guia para ensino e aprendizado de enfermagem. 3. ed
rev. E amp. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2007.
- O período imediato: corresponde às 24 horas antecedentes à cirurgia e tem por objetivo preparar
o cliente para o ato cirúrgico mediante os seguintes procedimentos: jejum, limpeza intestinal,
esvaziamento vesical, preparo da pele e aplicação de medicação pré-anestésica.
O preparo pré-operatório, mediante utilização dos instrumentos de observação e avaliação das
necessidades individuais, objetiva identificar tanto as alterações físicas (hipertensão arterial, presença de
feridas infectadas, etc.) como as emocionais (ansiedade, expectativa da cirurgia, condições afetadas com
a internação etc.) do cliente, pois elas interferem nas condições para o ato cirúrgico, podendo
comprometer o bom êxito da cirurgia ou, até mesmo, provocar sua suspensão.
Os fatores físicos que aumentam o risco operatório são tabagismo, desnutrição, obesidade, faixa etária
elevada, hipertensão arterial e outras doenças concomitantes. Assim, durante a cirurgia, o cirurgião terá
maior dificuldade em conter o sangramento, após a diérese, de um cliente hipertenso; assim como o
cliente tabagista terá maior acúmulo de secreção pulmonar, com provável desenvolvimento de
broncopneumonia no pós-operatório.
Finalidades:
- Promover higiene ou pedir que o cliente a faça.
- Confirmar se os cuidados mediatos foram realizados.
- Manter prontuário em ordem, com todos os exames, radiografia e ficha pré-anestésica.
- Confirmar com centro cirúrgico: sala cirúrgica, cirurgia proposta, material cirúrgico, horário, equipe
cirúrgica, anestesia e cuidados específicos com o cliente.
- Realizar - uma hora antes - a administração de pré-anestésico, reduzindo a ansiedade do cliente e
facilitando o efeito do anestésico, conforme prescrição médica.
- Realizar ou confirmar se foram realizados procedimentos como: passagem de sonda nasogástrica e
vesical de demora (solicitada em caso de cirurgia para diagnóstico), lavagem intestinal (enteroclisma) ou
Portanto, sob o ponto de vista ético e técnico, todas as condutas de enfermagem devem proporcionar
conforto, segurança e o menor risco de infecção ao cliente, devendo o mesmo ser esclarecido sobre o
que está sendo realizado, porque o simples fato de não saber o que vai ser feito pode torná-lo inseguro,
inquieto e não cooperativo.
Quando o cliente tiver experiência cirúrgica anterior negativa, a enfermagem deve respeitar este fato,
estimulando-o a identificar aspectos que favoreçam a nova intervenção.
Mesmo após todas as orientações e apoio oferecidos pela enfermagem, o cliente pode se apresentar
receoso, recusar-se a fazer a cirurgia, indispor-se contra a equipe de saúde, familiares e outros clientes.
É importante que a equipe entenda este comportamento como, provavelmente, ocasionado pela
ansiedade pré-cirúrgica, e não como afronta à equipe.
Tanto o cliente quanto a família têm direitos à orientação clara e precisa sobre o diagnóstico clínico,
cirurgia proposta e possível prognóstico. Somente após o esclarecimento e o entendimento desses dados
o cliente ou responsável terá reais condições para assinar o termo de consentimento para a cirurgia (termo
de responsabilidade).
a) Esvaziamento Intestinal
O esvaziamento intestinal no pré-operatório diminui o risco de liberação do conteúdo intestinal durante
a cirurgia, provocado pelo efeito de medicamento relaxante muscular. Existem controvérsias quanto à
importância desse procedimento pré-operatório. Dependendo do cliente, da cirurgia e da equipe que o
assiste, o preparo intestinal pode ser realizado mediante a utilização de laxativos, lavagem intestinal ou
ambos. Geralmente, este preparo ocorre entre 8 e 12 horas antes do ato cirúrgico.
A solução pode vir pronta para uso individual (enemas) ou ser preparada pela enfermagem de acordo
com a prescrição médica, mas antes de ser aplicada no cliente deve ser aquecida, para ficar morna.
As soluções mais prescritas são a solução fisiológica ou água acrescida ou não de glicerina ou
vaselina, cloreto de potássio (para não ocorrer hipopotassemia nas lavagens frequentes) e neomicina. A
solução preparada pela enfermagem é colocada em um recipiente chamado irrigador.
b) Esvaziamento da Bexiga
Recomenda-se seu esvaziamento espontâneo antes do pré-anestésico. Nas cirurgias em que a bexiga
necessite ser mantida vazia, ou naquelas de longa duração, faz-se necessário passar a sonda vesical de
demora, o que é feito, geralmente, no centro cirúrgico.
c) Preparo da Pele
O banho e a rigorosa limpeza da região na qual será feita a incisão cirúrgica devem ser realizados para
diminuir a possibilidade de contaminação.
De acordo com o tipo de cirurgia, pode ser que o cliente necessite ser encaminhado à cirurgia sem
pelos na região operatória, sendo então necessária uma tricotomia da região.
Realizando a Tricotomia
Antes de iniciar a tricotomia em áreas de grande pilosidade, recomenda-se cortar o excesso de pelo
com uma tesoura.
Quando realizada com barbeador, deve-se esticar a pele e realizar a raspagem dos pelos no sentido
do crescimento dos mesmos, tendo-se o cuidado de não provocar arranhaduras na pele.
O uso de depilatórios tem sido utilizado em algumas instituições, mas apresenta a desvantagem de,
em algumas pessoas, provocar reações alérgicas e deixar a pele avermelhada. A forma de utilização
varia de acordo com as orientações do fabricante.
Existem, ainda, aparelhos que, ao invés de rasparem os pelos, cortam-nos rente à pele, evitando
escoriações e diminuindo o risco de infecção.
- Prevenindo infecção
Em vista da maior incidência de infecções hospitalares nos clientes cirúrgicos, o pessoal de
enfermagem pode contribuir para a prevenção utilizando uniformes limpos e unhas curtas e limpas,
lavando as mãos antes e após cada procedimento, respeitando as técnicas assépticas na execução dos
cuidados, oferecendo ambiente limpo e observando os sinais iniciais de infecção.
A ocorrência ou não de infecção no pós-operatório depende de vários fatores, mas, principalmente, da
quantidade e virulência dos microrganismos e da capacidade de defesa do cliente.
O uso de esteroides, desnutrição, neoplasias com alterações imunológicas e clientes idosos ou
crianças pequenas são fatores de risco de infecção no pós-operatório devido à redução na capacidade
imunológica.
Outros fatores são o diabetes mellitus, que dificulta o processo de cicatrização; a obesidade, em vista
da menor irrigação sanguínea do tecido gorduroso; o período pré-operatório prolongado, que faz com que
o cliente entre em contato maior com a flora hospitalar; e infecções no local ou fora da região cirúrgica,
que podem causar contaminação da ferida operatória.
O risco de infecção cirúrgica pode ser diminuído quando se tratam ou compensam as doenças e os
agravos que favorecem a infecção, tais como a obesidade, focos infecciosos, presença de febre e outros.
Também no pré-operatório imediato alguns cuidados são implementados, tais como o banho com
antissépticos específicos (clorexidina ou solução de iodo PVPI) na noite anterior e no dia da cirurgia,
tricotomia, lavagem intestinal, retirada de objetos pessoais, próteses e outros.
- Transportando o cliente
A maca ou cadeira de rodas deve estar forrada com lençol e situada próxima à cama, para facilitar a
transferência do cliente e evitar acidentes. Após deixá-lo confortável, deve ser coberto com lençol e
cobertor (nos dias frios).
Os responsáveis pelo transporte do cliente para o CC devem empurrar a maca ou cadeira de rodas
com cuidado, e estarem atentos para observar alguma anormalidade com o cliente (palidez, sudorese,
dificuldade respiratória, etc.), além disso, verificar se o soro, sondas, drenos e outros equipamentos que
se fizerem necessários estão livres de tração. É recomendável que o cliente seja transportado de modo
a visualizar o trajeto de frente, para evitar desconforto.
É importante observar o alinhamento correto das partes do corpo durante o transporte e, nos casos de
clientes com venóclise ou transfusão sanguínea, deve-se adaptar à maca ou à cadeira de rodas o suporte
apropriado, posicionando corretamente o frasco de solução venosa, cateteres, drenos e equipamentos.
Durante o trajeto, conversar e encorajar o cliente, ou respeitar o seu silêncio.
Após a cirurgia, o paciente geralmente é transferido para recuperação pós-anestésica (RPA) com
hipotermia leve, com instabilidade dos sinais vitais, atividade motora e reflexos protetores diminuídos e
com alteração do nível de consciência, permanecendo nesta unidade até o retorno destas funções, o que
lhe garante a prevenção de possíveis complicações pós-operatórias.
Diversas complicações podem decorrer da hipotermia que persiste ao procedimento anestésico
cirúrgico em RPA como as metabólicas, respiratórias e cardiovasculares, principalmente quando
associada a fatores de risco e aos tremores compensatórios.
O pós-operatório se inicia a partir da saída do cliente da sala de operação e perdura até sua total
recuperação. Subdivide-se em pós-operatório imediato (POI) - até as 24 horas posteriores à cirurgia;
mediato - após as 24 horas e até 7 dias depois; e tardio - após 7 dias do recebimento da alta.
Nesta fase, os objetivos do atendimento ao cliente são identificar, prevenir e tratar os problemas
comuns aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos - tais como dor, laringite pós-intubação traqueal,
náuseas, vômitos, retenção urinária, flebite pós-venóclise, e outros - com a finalidade de restabelecer o
seu equilíbrio.
Idealmente, todos os clientes em situação de POI devem ser encaminhados da SO para a recuperação
pós-anestésica - RPA - e sua transferência para a enfermaria ou para a UTI só deve ocorrer quando o
anestesista considerar sua condição clínica satisfatória.
A RPA é a área destinada à permanência preferencial do cliente imediatamente após o término do ato
cirúrgico e anestésico, na qual ficará por um período de uma a seis horas para prevenção ou tratamento
de possíveis complicações. Neste local, aliviará a dor pós-operatória e será assistido até a volta dos seus
reflexos, normalização dos sinais vitais e recuperação da consciência.
Considerando tais circunstâncias, este setor deve possuir equipamentos, medicamentos e materiais
que atendam a qualquer situação de emergência, tais como:
- Equipamentos básicos: cama/maca com grades laterais de segurança e encaixes para suporte de
solução, suporte de solução fixo ou móvel, duas saídas de oxigênio, uma de ar comprimido, aspirador a
vácuo, foco de luz, tomadas elétricas, monitor cardíaco, oxímetro de pulso, esfigmomanômetro,
ventiladores mecânicos, carrinho com material e medicamentos de emergência;
- Materiais diversos: máscaras e cateteres de oxigênio, sondas de aspiração, luvas esterilizadas, luvas
de procedimentos, medicamentos, frascos de solução, equipos de solução e de transfusão sanguínea,
equipos de PVC (pressão venosa central), material para sondagem vesical, pacote de curativo, bolsas
coletoras, termômetro, material de coleta para exames e outros porventura necessários.
A hipotermia não intencional é frequente em RPA, e geralmente não é uma situação impeditiva de alta
quando os parâmetros clínicos avaliados pelo Índice de Aldrete e Kroulik apontam para a transferência
do paciente para a unidade de origem, isto é, quando atingem o total de 8 a 10 pontos.
O Índice de Aldrete e Kroulik foi criado e validado em 1970. Em 1995 foi submetido a uma revisão
pelos próprios autores. É utilizado, desde sua criação, na avaliação e evolução dos pacientes no período
pós-anestésico pela análise da atividade muscular, da respiração, da circulação, da consciência e da
saturação de oxigênio. A pontuação varia de 0 a 2 pontos para cada parâmetro, na qual o zero (0) indica
condições de maior gravidade, a pontuação um (1) corresponde a um nível intermediário e, a dois (2)
representa as funções restabelecidas.
Este período é considerado crítico, considerando-se que o cliente estará, inicialmente, sob efeito da
anestesia geral, raquianestesia, peridural ou local. Nessa circunstância, apresenta-se bastante vulnerável
às complicações.
Assim, é fundamental que a equipe de enfermagem atue de forma a restabelecer-lhe as funções vitais,
aliviar-lhe a dor e os desconfortos pós-operatório (náuseas, vômitos e distensão abdominal), manter-lhe
a integridade da pele e prevenir a ocorrência de infecções.
Ao receber o cliente na RPA, UTI ou enfermaria, a equipe deve tranquilizá-lo, informá-lo de onde se
encontra e perguntar-lhe se sente alguma anormalidade e/ou desconforto. Se o cliente estiver sonolento
ou aparentemente inconsciente, não devem ser feitos comentários indevidos, pois sua audição pode estar
presente.
Deve-se ler atentamente o seu prontuário, o qual deverá conter informações sobre o tipo de anestesia,
anestésico recebido, cirurgia realizada, intercorrências e recomendações especiais.
Os frascos de solução, sangue e derivados devem ser postos no suporte e realizado o controle de
gotejamento e dos líquidos infundidos e eliminados pelas sondas, drenos e cateteres - os quais deverão
estar conectados às extensões e fixados no leito ou outro local adequado.
Para os clientes submetidos à anestesia geral, recomenda-se o decúbito dorsal horizontal sem
travesseiro, com a cabeça lateralizada para evitar aspiração de vômito (caso ocorra). Para os clientes
com sonda nasogástrica (SNG), indica-se a posição semi-fowler, para prevenir a ocorrência de esofagite
de refluxo. Visando evitar a queda dos clientes sonolentos, confusos e/ou agitados devido à ação dos
anestésicos, as grades da cama devem ser mantidas elevadas.
Normalmente, o cliente se apresenta hipotérmico ao retornar da SO em vista da ação depressora do
sistema nervoso - provocada pelo anestésico. A primeira conduta é aquecê-lo com cobertores, fechar as
janelas, ligar o aquecedor de ambiente e controlar sua temperatura com maior frequência. É
absolutamente contraindicada a aplicação de bolsa de água quente, pelo risco de surgirem queimaduras
causadas pela diminuição da sensibilidade dolorosa.
Na RPA, na primeira hora, o controle dos sinais vitais é realizado de 15 em 15 minutos; se estiver
regular, de 30 em 30 minutos. Mantida a regularidade do quadro, o tempo de verificação do controle deve
ser espaçado para 1/1h, 2/2h, e assim por diante.
Nos cuidados com o curativo, observar se o mesmo está apertado demais ou provocando edema no
local; se está frouxo demais ou se desprendendo da pele; ou se se apresenta sujo de sangue - o que
indica sangramento ou hemorragia. Nestas situações, a equipe de enfermagem solicita avaliação médica
ou refaz o curativo, mantendo uma maior vigilância sobre o cliente que apresenta sangramento.
Quando o cliente está com os reflexos presentes, sinais vitais estabilizados, drenos e sondas
funcionando, recebe alta médica da RPA e é encaminhado para a unidade de internação.
No tocante à ansiedade e agitação apresentadas por alguns clientes, a equipe de enfermagem pode
diminuir seus receios dizendo-lhes onde se encontram, perguntando-lhes o que os está incomodando ou
tranquilizando-os mediante aplicação de analgésicos ou tranquilizantes.
Com relação aos clientes agitados, a contenção ou restrição mecânica dos mesmos ao leito só deve
ocorrer após terem sido realizadas várias tentativas para acalmá-los (orientação, mudança de
posicionamento, oferecer óculos e/ou aparelho de audição, dentre outras estratégias).
Durante o ato da contenção, alguns cuidados de enfermagem devem ser realizados visando evitar a
ocorrência de complicações circulatória e respiratória: evitar o garroteamento e proteger a área com
algodão em rama (ortopédico), camadas de algodão ou compressa; manter vigilância da área restrita;
massagear o local e refazer a restrição duas vezes ao dia e sempre que houver cianose e edema; além
disso, verificar queixas de dor ou formigamento.
A decisão pela restrição mecânica deve se basear na real necessidade do cliente, e não por ser a
medida que diminuirá o trabalho da equipe de enfermagem. Após a sua adoção, não se deve esquecer
- Alteração dos sinais vitais (TPR-PA): é importante que a temperatura corporal seja controlada com
maior frequência, bem como atentar para a instalação de quadro convulsivo, principalmente em crianças.
Como as alterações térmicas levam a alterações nos sistemas cardiovascular e respiratório, recomenda-
-se que os sinais vitais também recebam idêntica frequência de controle - o qual possibilita a identificação
precoce do choque, que é a intercorrência mais grave, muitas vezes fatal. Assim, estes controles devem
ser realizados até que o cliente estabilize suas condições físicas.
No tocante à respiração, esta pode estar alterada por efeito do anestésico - que deprime o sistema
nervoso - ou por obstrução das vias aéreas devido à aspiração de vômitos ou secreções.
A cirurgia provoca no cliente um período de instabilidade orgânica que pode se manifestar pela
alteração de temperatura (hipertermia ou hipotermia). Na hipertermia, a equipe de enfermagem pode
retirar os cobertores, resfriar o ambiente, aplicar compressas frias nas regiões da fronte, axilar e inguinal
e medicar antitérmico, de acordo com a prescrição; na hipotermia, o cliente deve ser agasalhado e sua
temperatura monitorada.
A diminuição da pressão arterial e pulso é ocasionada pela perda de sangue durante a cirurgia, efeito
do anestésico ou, mesmo, mudança brusca de posição. A hipotensão arterial é a complicação precoce
mais frequentemente encontrada nas pessoas submetidas à raquianestesia, devendo ser corrigida com
hidratação rigorosa pela via EV, mantendo-se o cliente na posição de Trendelemburg - para melhorar o
retorno venoso - e administrando-lhe oxigênio. A administração de medicamentos vasopressores está
indicada apenas quando outras medidas não conseguiram normalizaram a pressão arterial.
- Alterações neurológicas:
a) Dor
O estado neurológico do cliente pode ser afetado pela ação do anestésico, do ato cirúrgico ou de um
posicionamento inadequado na mesa cirúrgica. Por isso, a equipe de enfermagem deve observar o nível
de consciência e as funções motora e sensitiva.
Quando o cliente apresentar quadro de confusão mental ou agitação, pesquisar se isto não está sendo
provocado pela dor que surge à medida que a ação do anestésico vai sendo eliminada pelo organismo.
Confirmando-se a dor, medicá-lo conforme prescrição médica.
A dor mais comum é a que ocorre na região alvo da cirurgia, que diminui gradativamente com o passar
do tempo. Por ser a dor uma experiência subjetiva e pessoal, ou seja, só o cliente sabe identificá-la e
avaliar sua intensidade, não devemos menosprezá-la, mas, sim, providenciar o medicamento prescrito
para a analgesia de forma a não permitir que se torne mais intensa.
Muitas vezes, na prescrição médica há analgésicos que devem ser administrados a intervalos
regulares e sempre que necessário. Mesmo que o cliente não relate dor intensa, a administração da
medicação é importante para prevenir a sensação dolorosa mais intensa e contínua.
A dor pode variar quanto à localização, intensidade, duração e tipo (em pontadas, compressiva,
constante, intermitente) - características que podem ser obtidas pelas informações dadas pelo cliente.
Outras manobras/estratégias podem auxiliar no alívio da dor, tais como, respeitadas as devidas
contraindicações: afrouxar e/ou trocar os curativos, aliviar a retenção de urina e fezes, fazer a mudança
de decúbito, apoiar segmentos do corpo em coxins e aplicar compressas frias ou quentes, escurecer o
ambiente e diminuir os barulhos, estimulando o cliente a repousar e/ou proporcionar-lhe algo que o
distraia, por exemplo, televisão, música, revistas, etc.
As ações a serem implementadas devem considerar a necessidade e o tipo de cliente, bem como os
recursos disponíveis na unidade.
b) Sonolência
A sonolência é uma característica muito frequente no cliente cirúrgico. Assim, a certificação do seu
nível de consciência deve ser sempre verificada mediante alguns estímulos (perguntas, estímulo tátil) e
as alterações comunicadas o mais rapidamente possível, pois podem indicar complicações graves -
como, por exemplo, hemorragia interna.
c) Soluço
Os soluços são espasmos intermitentes do diafragma, provocados pela irritação do nervo frênico. No
pós-operatório, suas causas mais comuns são a distensão abdominal e a hipotermia.
Na maioria das vezes, os soluços terminam espontaneamente ou por condutas simples. Uma delas é
eliminar as causas pela aspiração ou lavagem gástrica (na distensão abdominal), deambulação,
aquecimento do cliente hipotérmico e mudança de decúbito.
Outras, orientar o cliente para inspirar e expirar em um saco de papel, porque o dióxido de carbono
diminui a irritação nervosa; ou administrar-lhe metoclopramida (Plasil®) de acordo com a prescrição
médica.
- Complicações gastrintestinais:
a) Náuseas e vômito
Os efeitos colaterais dos anestésicos e a diminuição do peristaltismo ocasionam distensão abdominal,
acúmulo de líquidos e restos alimentares no trato digestório; em consequência, o cliente pode apresentar
náuseas e vômito.
Na presença de náuseas, os clientes sem sonda nasogástrica devem ser colocados em decúbito lateral
ou com a cabeça lateralizada para facilitar a drenagem do vômito pela boca. Nos clientes com sonda
nasogástrica, abrir a sonda e, mantendo-a aberta, proceder à aspiração para esvaziar a cavidade gástrica.
Para proporcionar conforto ao cliente, o vômito deve ser aparado em uma cuba-rim ou lençol/toalha; a
seguir, trocar as roupas de cama e proceder à higiene oral o mais rápido possível.
Geralmente, faz-se necessário medicá-lo com antieméticos, passar a sonda nasogástrica (mantendo-
a aberta) e aspirar mais frequentemente o conteúdo gástrico, de acordo com as orientações da enfermeira
e/ou médico. Posteriormente, anotar a intercorrência e as providências adotadas.
A dieta é introduzida de forma gradativa nos clientes, desde que não apresentem náuseas, vômitos ou
distensão abdominal, ou de acordo com as condições de aceitação. A equipe de enfermagem deve estar
atenta quanto à ingestão de líquidos, por ser esta uma das formas de reposição das perdas líquidas
ocorridas na cirurgia devido, principalmente, ao sangramento.
b) Constipação intestinal
A constipação intestinal ocorre quando há diminuição do peristaltismo provocada pelo efeito colateral
do anestésico, imobilidade prolongada no leito, quadro inflamatório, exposição e manipulação do intestino
durante as cirurgias abdominais e o medo da dor. Como resultado, ocorre retenção de fezes
acompanhada ou não de dor, desconforto abdominal e flatulência.
O objetivo principal do cuidado é facilitar a saída dos gases e fezes retidos, o que pode ser obtido
mediante movimentação no leito, deambulação precoce, ingestão de líquidos e aceitação de alimentos
ricos em celulose.
A nutricionista deve ser notificada para que possa rever a dieta. A aplicação de calor na região
abdominal e a orientação, ao cliente, para que degluta menos ar ao beber ou ingerir alimentos pode ajudar
no retorno do movimento peristáltico e diminuir o acúmulo de gases. Deve-se, preferencialmente,
promover sua privacidade para que possa eliminar os gases.
Nos casos em que o cliente não consegue evacuar de forma satisfatória, o médico pode prescrever
laxante no período noturno e/ou lavagem intestinal.
c) Sede
Provocada pela ação inibidora da atropina, perdas sanguíneas e de líquidos pela cavidade exposta
durante o ato operatório, sudorese e hipertermia.
A equipe de enfermagem deve observar a presença de sinais de desidratação (alteração no turgor da
pele e da PA e diminuição da diurese), manter a hidratação por via oral e, nos clientes impossibilitados
de hidratar-se por via oral, umidificar os lábios e a boca, realizar higiene oral e manter hidratação
endovenosa.
c) Deiscência
A deiscência é a abertura total ou parcial da incisão cirúrgica provocada por infecção, rompimento da
sutura, distensão abdominal, ascite e estado nutricional precário do cliente.
O tratamento da deiscência se realiza mediante lavagem ou irrigação do local com solução fisiológica,
podendo haver a necessidade de o cliente revisar os pontos cirúrgicos.
A troca do curativo pode ou não ser atribuição da equipe de enfermagem e o tempo de permanência
dos curativos fechados depende da rotina da instituição ou da equipe médica. Todos os curativos com
saída de secreções (purulenta, sanguinolenta) devem ser do tipo fechado; nos casos de sangramento,
indica-se o curativo compressivo.
- Choque: no quadro de choque ocorre suprimento inadequado de sangue para os tecidos, provocando
alterações nos órgãos essenciais.
Por ser uma ocorrência grave, o prognóstico dependerá da rapidez no atendimento.
No PO imediato o choque hipovolêmico é o mais comum, provocado pela perda sanguínea excessiva
ou reposição hídrica ou sanguínea inadequada durante ou após a cirurgia.
Outro tipo frequente é o choque séptico decorrente de cirurgias infectadas, infecções crônicas ou
adquiridas durante ou após o ato cirúrgico.
A alta é um momento importante para o cliente e seus familiares, pois significa sua volta ao contexto
social. É uma fase de transição que causa muita ansiedade e preocupação para todos os envolvidos.
Para minimizar esses sentimentos, faz-se importante a correta orientação quanto aos cuidados a serem
tomados e as formas de adaptá-los no domicílio; bem como alertar o cliente sobre seu retorno ao serviço
de saúde, para avaliação da evolução.
Para que os familiares, efetivamente, compreendam a complexidade dos cuidados (técnicas
assépticas, manuseio dos curativos, grau de dependência, uso de medicações, etc.), as informações
devem ser passadas paulatinamente. Esta estratégia evita que o momento da saída seja conturbado por
conta de um acúmulo de informações para a continuidade do bem-estar do cliente.
02. (Pref. Botucatu/SP - Auxiliar de Enfermagem - CAIPIMES) Em relação aos cuidados com a
criança com afecções cirúrgicas, a manutenção do jejum antes do ato operatório tem alguns objetivos.
Leia as sentenças abaixo e assinale a seguir a alternativa que apresenta a resposta correta para a
exigência do jejum.
I- Evitar vômitos e prevenir a aspiração de resíduos alimentares.
II- Aumentar o efeito das medicações pré-anestésicas e diminuir o risco de reações anafiláticas.
III- Acelerar a recuperação no período pós-anestésico.
IV- Facilitar o acesso em cirurgias abdominais.
03. (SSA-HMDCC - Enfermeiro - Centro Cirúrgico - IBFC) Assinale a alternativa que contemple a
pontuação correta do índice de Aldrete e Kroulik para um paciente que apresenta movimentação nos
quatro membros; é capaz de respirar profundamente ou sob comando; sua pressão arterial apresenta
variação de 20 a 49% do nível pré-anestésico; desperta, se solicitado; e é capaz de manter saturação de
O2 maior do que 92%, respirando em ar ambiente.
(A) 7.
(B) 9.
(C) 10.
(D) 8.
Gabarito
01.B / 02.A / 03.D
Comentários
01. Resposta: B.
A coleta de material para exame de laboratório deverá ser realizada na fase pré-operatória com o
propósito de diagnosticar complicações no ato cirúrgico.
02. Resposta: A.
A manutenção do jejum de 6 a 12 horas antes da cirurgia tem por objetivo evitar vômitos e aspiração
de resíduos alimentares por ocasião da anestesia. É importante que, tanto o cliente como seus familiares,
tenham conhecimento deste cuidado, para que possam entender o motivo e efetivamente cumpri-lo.
03. Resposta: D.
A hipotermia não intencional é frequente em RPA, e geralmente não é uma situação impeditiva de alta
quando os parâmetros clínicos avaliados pelo Índice de Aldrete e Kroulik apontam para a transferência
do paciente para a unidade de origem, isto é, quando atingem o total de 8 a 10 pontos. O Índice de Aldrete
e Kroulik foi criado e validado em 1970. Em 1995 foi submetido a uma revisão pelos próprios autores. É
utilizado, desde sua criação, na avaliação e evolução dos pacientes no período pós-anestésico pela
análise da atividade muscular, da respiração, da circulação, da consciência e da saturação de oxigênio.
A pontuação varia de 0 a 2 pontos para cada parâmetro, na qual o zero (0) indica condições de maior
gravidade, a pontuação um (1) corresponde a um nível intermediário e, a dois (2) representa as funções
restabelecidas.
INFECÇÃO HOSPITALAR
Qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta
quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar,
como, por exemplo, uma cirurgia.
Qualquer pessoa que é obrigada a internar-se em ambiente hospitalar para tratamento médico está
sujeita a contrair uma infecção hospitalar, que está diretamente relacionada ao tempo de internação e
procedimento a ser realizado.
Em procedimentos cirúrgicos sempre existem mais riscos de contrair infecção do que em uma
internação sem procedimentos já que Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) ou Centros Cirúrgicos
são locais onde há muito mais chances de contrair infecção.
Sintomatologia
Os sintomas são relacionados ao local do procedimento ou envolvem algum sistema, como respiratório
ou urinário. Pacientes graves podem ter comprometimento de todo o organismo.
Tratamento
Após o diagnóstico de infecção hospitalar, o tratamento é feito sempre com antibióticos injetáveis e por
período de 14 a 30 dias.
Prevenção
A prevenção de infecções hospitalares por todo o mundo depende muito mais da instituição hospitalar
e de seus trabalhadores do que dos pacientes, já que ninguém se interna com intenção de contrair
doenças dentro do hospital.
Os cuidados para não ocorrer elevado número de infecções e sua prevenção e controle envolvem:
- Medidas de qualificação da assistência hospitalar;
- De vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do município e estado.
Fica claro, portanto, que as medidas para a prevenção das infecções hospitalares são de
responsabilidade do hospital e de seus funcionários. A padronização das técnicas de assepsia é o meio
mais eficaz de evitar as infecções hospitalares.
Os hospitais devem contar com uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para:
- Fazer o diagnóstico de casos de infecção hospitalar;
- Padronizar as técnicas de assepsia;
- Promover o treinamento de funcionários;
- Ajudar no planejamento do espaço físico do hospital;
- Controlar a utilização de antibióticos no trato das infecções (para impedir o uso abusivo), entre outras
atribuições.
O ar, a água e as superfícies inanimadas verticais e horizontais fazem parte do meio ambiente de uma
instituição de saúde. Particularmente no hospital, o ambiente pode tornar-se foco de infecção hospitalar,
embora estudos tenham demonstrado não ser esse o principal meio de transmissão.
Os cuidados com o ambiente estão centrados principalmente nas ações de limpeza realizadas pelo
Serviço de Higiene Hospitalar. Há uma estreita relação deste com o Serviço de Prevenção e Controle de
Infecção Hospitalar, cabendo-lhe as seguintes incumbências:
- Padronizar produtos a serem utilizados na limpeza;
- Normatizar ou indicar o uso de germicidas para as áreas críticas ou para as demais, quando
necessário;
- Participar de treinamentos e dar orientação técnica à equipe de limpeza;
- Participar da elaboração ou atualização de manuais a respeito do assunto.
A equipe de saúde tem importante papel na cadeia de transmissão da infecção hospitalar ou domiciliar.
As práticas adotadas para sua prevenção visam controlar a propagação de microrganismos que habitam
o ambiente hospitalar e diminuir os riscos de o paciente vir a adquirir uma infecção.
Por outro lado, tanto as medidas gerais como as específicas de prevenção e controle de infecção
implantadas na instituição também se direcionam para proteger o próprio trabalhador que ali desempenha
sua função, quer seja prestando assistência direta ao paciente, como no caso do auxiliar de enfermagem
ou do enfermeiro, quer seja indiretamente, como o funcionário da higiene hospitalar, da lavanderia ou da
nutrição e dietética.
Toda a equipe de saúde tem responsabilidade com relação à prevenção da infecção hospitalar,
devendo fazer correto uso das técnicas assépticas, dos equipamentos de proteção individual (EPI) e ou
coletivo (EPC), quando necessário.
Por sua vez, o empregador tem a responsabilidade de disponibilizar os recursos necessários à
efetivação desses cuidados. A prevenção e o controle da infecção fundamentam-se nos princípios de
assepsia, mediante a utilização de medidas para impedir a penetração de microrganismos (contaminação)
em local onde não estejam presentes.
As técnicas de assepsia devem ser utilizadas por todos os profissionais de saúde em todos os
procedimentos, e são agrupadas sob a denominação de assepsia médica e cirúrgica. A assepsia médica,
refere-se às medidas adotadas para reduzir o número de microrganismos e evitar sua disseminação; e a
assepsia cirúrgica, para impedir a contaminação de uma área ou objeto estéril.
As medidas que visam reduzir e prevenir o crescimento de microrganismos em tecidos vivos são
denominadas antissepsia.
Infecção
Infecção Comunitária
É a infecção constatada ou em incubação no ato da admissão hospitalar do paciente, desde que não
relacionada com internação anterior.
Princípios
- Evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário;
- Resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames microbiológicos, a pesquisa de
antígenos, anticorpos e métodos de visualização realizados;
- Evidências de estudos com métodos de imagem;
- Endoscopia;
- Biópsia e outros.
Critérios gerais
- Quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária, for isolado um germe
diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado
infecção hospitalar;
- Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e
ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se como infecção hospitalar
toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a
admissão;
- São também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e
duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e ou terapêuticos,
realizados durante esse período;
- As infecções do recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma
transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota durante esse período;
- Pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores
de infecção hospitalar do hospital de origem. Nestes casos, a Coordenação Estadual/Distrital/Municipal e
ou hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio como infecção hospitalar naquele
hospital.
Cirurgias limpas
São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de
processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas com cicatrização
de primeira intenção e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos
digestório ou urinário.
- Artroplastia de quadril;
- Cirurgias cardíacas;
- Herniorrafia;
- Neurocirurgia;
- Cirurgias ortopédicas eletivas;
- Anastomose porto cava;
- Anastomose esplenectomia;
- Mastectomia;
- Enxertos cutâneos;
- Vagotomia supra seletiva sem drenagem;
- Cirurgias vasculares;
- Cirurgias torácicas;
- Cirurgias sobre o trato respiratório intratorácico ou baixo.
- Cirurgias de peritônio: baço, fígado, pâncreas, músculos, ossos, articulações, ovários, trompas, pele,
tecido celular subcutâneo, próstata sem acesso uretral, bexiga sem acesso uretral, ureter, bacinetes.
Nota: o índice ideal máximo de infecção esperado neste tipo de cirurgia é de até 2%, porém, segundo
o Colégio Americano de Cirurgiões, pode atingir até 5%.
Nota: o índice ideal máximo de infecção esperado neste tipo de cirurgia é de até 10%.
Cirurgias contaminadas
São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação
seja difícil ou impossível, bem como aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras e na
ausência de supuração local.
- Apendicectomia sem supuração;
- Cirurgia de cólon, reto e ânus;
- Cirurgia de vulva e vagina;
- Cirurgia de vias biliares em presença de bile contaminada;
- Cirurgia intranasal;
- Cirurgia oral e dental;
Nota: estes procedimentos apresentam um índice de infecção esperando elevado, entretanto não
superior a 15-20%.
Cirurgias infectadas
São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de
processo infeccioso (supuração local) e ou tecido necrótico.
- Cirurgia de reto e ânus com pus;
- Cirurgia abdominal em presença de conteúdo de cólon e pus;
- Nefrectomia com infecção;
- Feridas traumáticas abertas tardias (depois de 10 horas);
- Parto normal ou cesariana com bolsa rota há mais de 6 horas.
Tipos de Infecções
Infecções preveníveis
São aquelas passíveis de serem controladas e reduzidas a níveis aceitáveis. Ex.: pacientes em uso de
cateteres vesicais, venosos etc.
Infecções não-preveníveis
São aquelas que dependem basicamente do hospedeiro (paciente) e sua imunidade e não tanto dos
fatores externos. Ex.: infecção em RN prematuros, pacientes terminais, idosos, imunodeprimidos etc.
Infecção cruzada
É a infecção transmitida de paciente para paciente, geralmente por intermédio de profissionais de
saúde e que também é considerada infecção hospitalar.
Colonização
É o aumento de um ou mais tipo de microrganismo sem causar uma reação patogênica.
Isolamento
Define-se como isolamento o conjunto de medidas adotadas para fazer uma barreira que impeça a
disseminação de agentes infecciosos de um paciente para outro, para os visitantes e ou para o meio
ambiente.
Está indicado nas doenças transmissíveis, em situações definidas e, apenas durante o período de
transmissibilidade das doenças. Portanto, essa recomendação sobre isolamento deve se completar com
o período de incubação e de transmissão das doenças.
Chama-se de isolamento, toda vez que for necessário quarto individual; nas precauções, o quarto será
individual apenas quando possível.
IMPORTANTE:
A limpeza e desinfecção da área deverão ser feitas diariamente, e após alta ou óbito, conforme
normatização da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
Deverão ser normatizadas tanto as técnicas quanto os materiais de limpeza, os equipamentos de
proteção individual e as soluções a serem usadas (detergente neutro, desinfetantes).
Todo pessoal que trabalhe no setor quer administrativo, quer técnico, deverá ser sistematicamente
treinado e ou avaliado clinicamente e imunologicamente.
Isolamento respiratório
- Caxumba;
- Coqueluche;
- Estreptococo beta-hemolítico (amigdalite, escarlatina);
- Herpes zoster (contato com imunodeprimidos);
- Meningite por Haemophilus;
- Meningite meningocócica;
- Pneumonia estafilocócica;
- Rubéola;
- Sarampo;
- TB (escarro positivo);
Isolamento protetor
- Agranulocitose;
- Dermatite bolhosa, vesicular ou eczematosa extensa;
- Imunodeprimido grave;
- Queimadura extensa.
17
http://www.anvisa.gov.br
O Ministro de Estado da Saúde, Interino, no uso das suas atribuições que lhe confere o art. 87, inciso
II da Constituição, e
Considerando as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos
hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação da assistência hospitalar, de
vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, atinentes ao
seu funcionamento;
Considerando que o Capítulo I art. 5º e inciso III da Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, estabelece
como objetivo e atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS), “a assistência às pessoas por intermédio
de ações de promoção, proteção e recuperação da Saúde com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas”,
Considerando que no exercício da atividade fiscalizadora os órgãos estaduais de saúde deverão
observar, entre outros requisitos e condições, a adoção, pela instituição prestadora de serviços, de meios
de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes, pacientes e dos
circunstantes (Decreto nº 77.052, de 19 de janeiro de 1976, art. 2º, inciso IV);
Considerando os avanços técnico-científicos, os resultados do Estudo Brasileiro da Magnitude das
Infecções hospitalares. Avaliação da Qualidade das Ações de Controle de Infecção Hospitalar, o
reconhecimento mundial destas ações como as que implementam a melhoria da qualidade da assistência
à Saúde, reduzem esforços, problemas, complicações e recursos;
Considerando a necessidade de informações e instrução oficialmente constituída para respaldar a
formação técnico-profissional, resolve:
Art. 1º Expedir, na forma dos anexos I, II, III, IV, e V, diretrizes e normas para a prevenção e o controle
das infecções hospitalares.
Art. 4º As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão adequar as normas conforme prevê
a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Art. 5º A inobservância ou o descumprimento das normas aprovadas por esta Portaria sujeitará o
infrator ao processo e às penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, ou outra que a
substitua, com encaminhamento dos casos ou ocorrências ao Ministério Público e órgãos de defesa do
consumidor para aplicação da legislação pertinente (Lei nº 8.078/90 ou outra que a substitua).
Art. 6º Este regulamento deve ser adotado em todo território nacional, pelas pessoas jurídicas e físicas,
de direito público e privado envolvidas nas atividades hospitalares de assistência à saúde.
ANEXO I
ORGANIZAÇÃO
18
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html - Acesso em 05/11/2019.
COMPETÊNCIAS
ANEXO II
1. Conceitos básicos.
1.1. Infecção comunitária (IC):
1.1.1 é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não
relacionada com internação anterior no mesmo hospital.
1.1.2 São também comunitárias:
1.1.2.1 a infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na
admissão, a menos que haja troca de microrganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da
aquisição de nova infecção;
1.1.2.2 a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi
comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples, toxoplasmose,
rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS);
1.1.2.3 As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa superior e 24 (vinte e quatro) horas.
1.2. Infecção hospitalar (IH):
1.2.1 é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou
após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.
ANEXO III
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES
HOSPITALARES
3. São recomendados os métodos de busca ativos de coleta de dados para Vigilância Epidemiológica
das infecções hospitalares.
6. Relatórios e Notificações
6.1 A CCIH deverá elaborar periodicamente um relatório com os indicadores epidemiológicos
interpretados e analisados. Esse relatório deverá ser divulgado a todos os serviços e à direção,
promovendo-se seu debate na comunidade hospitalar.
ANEXO IV
LAVAGEM DAS MÃOS
1. Lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-
se sabão/detergente, seguida de enxágue abundante em água corrente.
2. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das
infecções hospitalares.
3. O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas,
sangue ou outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções.
4. A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes quanto necessária, durante a assistência a
um único paciente, sempre que envolver contato com diversos sítios corporais, entre cada uma das
atividades.
4.1 A lavagem e antissepsia cirúrgica das mãos é realizada sempre antes dos procedimentos
cirúrgicos.
5. A decisão para a lavagem das mãos com uso de antisséptico deve considerar o tipo de contato, o
grau de contaminação, as condições do paciente e o procedimento a ser realizado.
5.1 A lavagem das mãos com antisséptico é recomendada em;
- realização de procedimentos invasivos;
- prestação de cuidados a pacientes críticos;
- contato direto com feridas e/ou dispositivos, tais como cateteres e drenos.
6. Devem ser empregadas medidas e recursos com o objetivo de incorporar a prática da lavagem das
mãos em todos os níveis de assistência hospitalar.
6.1 A distribuição e a localização de unidades ou pias para lavagem das mãos, de forma a atender à
necessidade nas diversas áreas hospitalares, além da presença dos produtos, é fundamental para a
obrigatoriedade da prática.
ANEXO V
RECOMENDAÇÕES GERAIS.
4. As normas para lavanderia são aquelas definidas pela publicação do Ministério da Saúde - Manual
de Lavanderia Hospitalar, 1ª edição, 1986, ou outras que as complementem ou substituam.
Questões
02. (EBSERH - Enfermeiro - IBFC) Para a adequada execução do Programa de Controle de Infecções
Hospitalares (PCIH), os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH),
órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção
hospitalar. Considerando a composição dos membros da CCIH, analise as afirmativas abaixo, dê valores
Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para
baixo.
( ) A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente
designados. Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores.
( ) O presidente ou coordenador da CCIH será sempre um médico, indicado pela direção do hospital.
( ) Um dos membros executores deve ser, obrigatoriamente, um enfermeiro.
( ) Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde
para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis)
horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais.
(A) V,V,V,F;
(B) V,F,F,V;
(C) F,V,V,V;
(D) V,F,V,V;
(E) V,F,F,F.
03. (TRT 9ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Na prevenção e controle de infecção hospitalar, o
técnico de enfermagem utiliza
(A) luvas de procedimento quando existir o risco de contato com sangue, durante o banho no leito.
(B) máscara na assistência de enfermagem ao paciente portador de erisipela.
(C) óculos ao assistir o paciente com tuberculose.
(D) máscara e luvas durante o transporte de todos os pacientes ao centro cirúrgico.
(E) avental de manga longa quando na presença de suor.
05. (CAISM PHILIPPE PINEL - Técnico de Enfermagem - CETRO) Quanto à realização correta do
procedimento da técnica de lavagem de mãos em ambiente hospitalar, é correto afirmar que é
(A) o método mais utilizado para o controle de infecção, apesar de não ser o mais eficaz.
(B) pouco relevante se o ambiente hospitalar for constantemente desinfetado.
(C) relevante em ambientes hospitalares com alto risco de infecção, mas pouco necessário em
atendimento ambulatorial.
(D) o método mais simples e mais indicado para o controle de infecções.
06. (DEPEN - Enfermagem - CESPE) Julgue os itens seguintes, acerca do controle da infecção
hospitalar.
A infecção comunitária é aquela constatada ou encubada no ato da admissão, desde que não esteja
relacionada com internação anterior no mesmo hospital.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
Comentários
01.Resposta: E
2.1 A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente
designados.
02.Resposta: B
De acordo com a Portaria MS 2.616 / 98, que regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar
no país.
(V) A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente
designados. Os membros da CCIH serão de 2 tipos: consultores e executores.
(F) O presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da mesma, indicado pela
direção do hospital.
(F) Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro.
(V) Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde
para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima de 6 (seis)
horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais.
03.Resposta: A
Deve-se usar luvas de procedimentos para qualquer tipo de procedimento para segurança do
profissional e do paciente.
05. Resposta: D
Lavagem das mãos é essencial para medida de segurança para o profissional, quanto para o
paciente. Deve ser realizada no início e término de cada procedimento.
PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM
Prontuário do Paciente
O prontuário do paciente contém todas as informações sobre o cliente, relatadas ao serviço médico,
de enfermagem, de nutrição, laboratório, etc. Em geral, os prontuários são constituídos por:
- Folha de identificação e relatório médico;
- Prescrição médica e Sistematização da Assistência de Enfermagem;
- Relatórios de enfermagem;
- Evolução Clínica (Médica e Enfermeiro);
- Exames complementares.
As informações sobre o paciente devem se exatas, claras objetivas e legíveis (o costume de anotar
usando letra de forma facilita a leitura dos relatórios). Nunca usar borracha ou rabiscar. Em caso de erro,
colocar a parte errada entre parênteses e escrever “sem efeito” logo em seguida. As palavras devem ser
escritas por extenso, evitando interpretações erradas de palavras abreviadas.
Os cabeçalhos devem ser completos. Quando terminar uma folha, colocar outra preenchendo todos
os itens do cabeçalho outra vez. Toas as anotações devem ser assinadas e datadas.
Finalidades:
- Auxilia no diagnóstico e tratamento;
- Constitui valioso material para ensino;
- Oferece dados e informações para pesquisa e estatísticas;
- É documento legal para fins legais;
- Eficiência do atendimento médico e de enfermagem.
Admissão
O paciente deve ser recebido no hospital com toda cordialidade e atenção. A primeira impressão que
o paciente tem e sempre de grande importância para inspirar-lhe confiança no hospital e no tratamento
que ali vai receber. Este bom acolhimento influirá também nos familiares ou pessoas que o acompanham.
Técnica
- Lavar as mãos;
- Preencher todos os dados da ficha de identificação do paciente;
- Fazer a lista dos valores do paciente sob suas vistas ou alguém de sua família. Entregá-los ao
responsável para guarda-los no cofre do hospital ou conforme rotina da instituição;
- Levar o paciente até seu quarto e orientá-lo quanto as instalações sanitárias e demais dependências
da enfermaria;
- Deixar a campainha ao seu alcance;
- Providenciar para que o paciente conheça a equipe que lhe dará assistência. Mostrar-lhe o
regulamento do hospital quanto a visita, horas de repouso, de refeição, etc.;
- Encaminhar o paciente para o banho oferecendo o material;
- Arrumar a cama conforme técnica de arrumação de cama aberta;
- Acomodar o paciente e verificar os sinais vitais, fazer o exame físico conforme a técnica, lavando as
mãos antes e após os procedimentos;
- Anotar na folha de evolução de enfermagem o horário da admissão, sinais vitais, exame físico
completo, e se o paciente veio sozinho acompanhado, deambulando, em cadeira de rodas ou de maca;
- Comunicar o serviço de nutrição a dieta do paciente;
- Encaminhar pedidos de exames;
- Iniciar o tratamento propriamente dito.
Técnica
- Verificar se a folha de alta está assinada e carimbada pelo médico;
- Reunir e entregar os pertences ao paciente;
- Verificar se existem valores do paciente guardados pelo hospital tais como: dinheiro, joias,
documentos etc;
- Se houver necessidade ajudar o paciente a vestir-se;
- Anotar no prontuário o horário e as condições em que o paciente está saindo, e as orientações feitas
no momento da alta;
- Esperar os familiares ou responsável;
- Acompanhar o paciente a portaria.
Obs.: em caso de alta por óbito, anotar no prontuário a hora, e o médico que constatou e atestou o
óbito.
Observação e anotação do estado do paciente sob ponto de vista anatômico, fisiológico e psicológico.
-Aspecto Geral: Quando ao estado geral do paciente, vamos observar se está magro, gordo, cianótico,
avermelhado, ictérico (amarelado), pálido, fraco, apático (indiferente), nervoso, cansado, grave, agitado.
Observamos todos esses aspectos. Na observação do aspecto geral deve-se anotar qualquer
anormalidade que ocorra com o paciente, como peles, olhos, nariz, ouvidos e etc.
-Estado Mental, observaremos o seguinte: O paciente está consciente, delirante, inconsciente, lúcido,
acuidade auditiva diminuída, deprimido, exaltado, ansioso, alegre, excitado, etc.
-Tipo de Tosse: Um dos sinais importantes para a observação de enfermagem. Observa-se o seguinte:
E frequente, mais comum a noite, ocasional, constante, estertorosa, rouca, seca, com ou sem
expectoração.
-Excreção e Eliminação - observaremos nas fezes: Cor, odor, qualidade, consistência. Quanto a
consistência: Liquidas, semilíquidas, pastosas. Se há detritos de alimentos, presença de muco, pus,
cálculos, sangue escuro (melena), etc.
- Expectoração, observa-se quantidade, cor, odor. A expectoração com raios de sangue vermelho vivo,
chama-se hemoptise.
-Urina- cor, odor, quantidade. Observa-se também se há incontinência, dor ao urinar, se há retenção,
ou presença de pus, sangue (hematúria), etc.
-Vômitos- cor, odor quantidade. Observa-se se há presença de restos alimentares. Quando há
presença de sangue, cor "borra de café", denomina-se de hematêmese.
-Extremidades- devemos dar grande importância a observação das extremidades cor e temperatura.
Observa-se se estão frias, cianóticas, avermelhadas, edema, presença de pulso pedial, etc.
-Dor- devemos observar atentamente o tipo de dor referida pelo paciente: Intensa, latejante, agudas,
espasmódicas, súbitas, perfurante, continua, irregular, curta ou longa duração. Não esquecer o lado ou
órgão em que o paciente sente a dor e se é intensificada pelo movimento, pela respiração, pela tosse,
pela ingestão de alimentos, etc.
-Pulso- ao verificarmos o pulso do paciente, observamos: Forte, fraco, lento, palpável, impalpável. No
que se refere ao ritmo, sentimos:
-Ritmo: Intermitente, regular, irregular, alternante, agitado, normal, lento, rápido, dicrotico (que
apresenta 2 vibrações na pulsação). Se apresentar digeminado (com 2 batimentos seguidos de uma
pausa), trigeminado (3 batimentos seguidos e uma pausa), em martelo d'agua ou pulso de Corrigan
(batimento violento, seguido de colapso súbito). A tensão, se está elevada, baixa, moderada, artérias
duras ou espessas, elásticas. A velocidade está normal, diminuídas (bradisfigmia), acelerada
(taquisfigmia).
-Respiração Nesta, se os movimentos são normais (eupneia), se são abdominais ou profundos, se há
parada respiratória (apneia), lentos, rápidos, do tipo Cheyne-Stokes (ciclo de movimentos cada vez mais
profundos e mais difíceis, seguidos de um período de apneia).
Nota: a observação de enfermagem não se resume somente nos itens citados acima, mas estes são
os principais sinais e sintomas verificados pela equipe de enfermagem na rotina hospitalar.
A transferência se processa como a alta. A unidade para onde o paciente vai deve ser avisada com
antecedência, para que esteja preparada para recebe-lo.
O prontuário deve ser entregue à chefe da outra unidade.
O paciente será transportado de acordo com seu estado geral.
• Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos
corporais;
• Ao iniciar e terminar o turno de trabalho;
• Antes e após ir ao banheiro;
• Antes e depois das refeições;
• Antes de preparo de alimentos;
• Antes de preparo e manipulação de medicamentos;
• Antes e após contato com paciente colonizado ou infectado por C. difficile;
• Após várias aplicações consecutivas de produto alcoólico;
• Nas situações indicadas para o uso de preparações alcoólicas.
Estes produtos associam detergentes com antissépticos e se destinam à higienização antisséptica das
mãos e degermação da pele das mãos, descritas a seguir:
19
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf
- Finalidades promover a remoção dos microrganismos da flora transitória e algumas vezes da flora
permanente;
- Remover células descamativas, pelos, suor, sujidades e oleosidades;
- Prevenir infecção hospitalar;
- Material;
- Sabão líquido;
- Papel toalha.
Técnica
- Abrir a torneira e deixar a água fluir;
- Molhar as mãos;
- Aplicar 3ml de sabão líquido (bactericida) na palma de uma das mãos;
- Fazer movimentos de fricção com a palma das mãos e após entrelaçar os dedos mantendo a fricção;
- Friccione a região da palma das mãos com as pontas dos dedos da mão oposta, fazendo o mesmo
com a ponta do polegar;
- Repetir o movimento com a outra mão;
- Friccione com a palma de uma das mãos, o dorso da mão oposta e a seguir entrelaçar os dedos
mantendo a fricção;
- Repetir o procedimento na mão oposta;
- Segurar o polegar de uma das mãos e fazer movimentos de fricção rotatória;
- Repetir o movimento anterior com o polegar da mão oposta;
- Friccionar com a palma de uma das mãos, o punho da mão oposta;
- Repetir o procedimento no punho oposto;
- Enxaguar completamente, da mão para o punho, com água corrente;
- Secar as mãos com papel toalha;
- Fechar a torneira com o próprio papel utilizado para secar as mãos, ou utilizar o cotovelo para fechar
caso haver dispositivo.
É a limpeza realizada na Unidade do Paciente, pode ser: Limpeza concorrente e Limpeza Terminal.
Limpeza Concorrente
É feita diariamente após o banho do paciente e arrumação do seu leito. Consiste na limpeza de parte
do mobiliário da unidade do paciente.
Limpeza Terminal
É a limpeza completa da unidade do paciente, após: Alta, óbito ou transferência.
Normas
- A limpeza terminal da unidade do paciente deve ser realizada pelo funcionário da enfermagem após
alta, transferência ou óbito;
- A limpeza concorrente da unidade do paciente deve ser realizada pelo funcionário da enfermagem
uma vez a cada plantão;
- O produto utilizado para a limpeza terminal da unidade deverá ser fenol sintético. No caso da limpeza
concorrente, usar álcool a 70%;
- A limpeza do carrinho de banho, carrinho de parada, carrinhos de medicação e de curativo, deverá
ser feita uma vez por plantão pela enfermagem, com fenol sintético;
Limpeza Terminal
Material:
- Solução desinfetante (fenol),
- 01 par de luvas de procedimento,
- Panos de limpeza,
- Hamper e sanito (saco plástico),
- Bacia.
Técnica:
- Lavar as mãos;
- Reunir o material;
- Colocar o material sobre a mesa de cabeceira;
- Calcar luvas;
- Desprender a roupa de cama e despreza-la no hamper, evitando movimentos bruscos;
- Recolher materiais e equipamentos (ambu, umidificador, aspirador, comadre, papagaio) e
encaminha-los ao expurgo;
- Afastar a cama da parede, deixando espaço suficiente para realização da limpeza;
- Iniciar a limpeza do leito pela parte superior do colchão, da cabeceira para o centro, inclusive as
laterais do colchão, sempre do mais distante para o mais próximo;
- Continuar a limpeza do colchão, do centro para os pés, inclusive as laterais do colchão, sempre do
mais distante para o mais próximo;
- Dobrar o colchão ao meio e limpar o estrado iniciando da cabeceira para o centro. Elevar o estrado
e limpar a parte inferior do mesmo, inclusive espaldar e pés;
- Limpar a parte posterior do colchão, da cabeceira para o centro, retorna-lo em cima do estrado;
- Dobrar o colchão para o lado contrário e limpar a outra metade do estrado, do centro para os pés
segundo a técnica, não se esquecendo da parte inferior do estrado;
- Realizar a limpeza da parte posterior do colchão iniciando do centro para os pés;
- Passar para o lado mais distante e limpar a lateral do leito, grade e pés do leito;
- Passar para o lado mais próximo e limpar a lateral do leito, grade e pés do leito;
- Limpar com a solução de fenol a mesa de cabeceira iniciando pela parte interna da mesma;
- Limpar com a solução de fenol a parte externa da mesa de cabeceira;
- Limpar com pano embebido na solução de fenol o suporte de soro (retirando fitas adesivas e
esparadrapos que porventura estiverem colados);
- Retirar as luvas;
- Arrumar o leito conforme técnica descrita anteriormente;
- Encaminhar material utilizado ao expurgo;
- Montar o painel de gases;
- Lavar a mãos.
Limpeza Concorrente
Material:
- Álcool a 70%,
- Agua e sabão se necessário,
- Panos de limpeza,
- Luvas de procedimento.
Arrumação do Leito
Definição:
Cama aberta - quando está ocupada por paciente,
Cama fechada - quando o leito está vago,
Cama de operado - quando está aguardando o retorno do paciente do centro cirúrgico.
Normas
- O leito dever ser trocado quantas vezes forem necessárias durante o plantão;
- O leito dever ser preparado de acordo com a sua finalidade;
- Abrir portas e janelas antes de iniciar o trabalho;
- Utilizar lençóis limpos, secos e sem pregas;
- Caso os lençóis sejam reutilizados, não deixar migalhas, fios de cabelos;
- Observar o estado de conservação dos colchoes e travesseiros;
- Não sacudir as roupas de cama;
- Não arrastar as roupas de cama no chão.
Material:
- Luvas de procedimento,
- 02 Lençóis,
- 01 Travesseiro,
- 01 Fronha,
- 01 Forro,
- 01 Cobertor, se necessário,
- Hamper.
Técnica:
- Lavar as mãos;
- Preparar o material;
- Colocar o material no carrinho de banho ou mesa de cabeceira;
- Retirar a roupa de cama suja e coloca-los no hamper próximo do leito;
- Desprezar as luvas;
- Estender o lençol sobre o leito, amarrando as pontas do lençol na cabeceira e nos pés;
- Estender o forro sobre o leito prendendo-o sob o lençol na parte mais próxima;
- Estender o viril e fazer uma meia dobra na cabeceira;
- Fazer o canto do viril nos pés da cama;
- Passar para o lado mais distante e proceder a arrumação do forro e virol;
- Colocar a fronha no travesseiro;
Material:
- 01 travesseiro,
- 02 lençóis,
- 01 cobertor (se necessário),
- 01 fronha,
- 01 lençol para fralda,
- 01 rolo para costas (se necessário),
- Camisola ou pijama,
- 01 forro.
Técnica:
- Lavar as mãos;
- Colocar a roupa na mesa de cabeceira;
- Explicar o que se vai fazer ao paciente;
- Colocar o hamper próximo a cama;
- Desprender a roupa do leito, do lado do paciente e depois vir e ir soltando do outro lado;
- Colocar o travesseiro sem fronha na mesa de cabeceira;
- Colocar o paciente em decúbito dorsal protegido com o lençol de cima;
- Enrolar o forro e lençol de baixo separadamente, até o meio da cama e sob o corpo do paciente;
- Substituir o lençol de baixo, e o forro, pela roupa limpa;
- Virar o paciente para o lado pronto, nunca o expondo;
- Passar para o lado oposto;
- Retirar a roupa usada, retirar as luvas, e esticar os lençóis limpos, prendendo-os e fazendo os cantos;
- Colocar a fronha no travesseiro, acomodando o paciente;
Obs.: se o paciente for totalmente dependente, a troca de cama dever ser feita por duas pessoas.
O leito do operado e igual ao leito fechado, mas com lençol dobrado em pregas, na cabeceira do leito
próximo ao lençol móvel. Esse leito terá as roupas soltas nos pés, exceto o lençol de baixo. O lençol de
cima, cobertor, e colcha deverão ser dobrados na parte da cabeceira e dos pés, deixando-os enrolados
lateralmente.
Após deitar o paciente operado cobri-lo e prender as peças da cama que estavam soltas fazendo os
cantos.
Higiene do Paciente
Normas
- A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de Enfermagem;
- Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito;
- Preferencialmente realizar a higiene oral do paciente, antes do banho e após as refeições, com
solução de Bicarbonato de Sódio, e quando se fizer necessário;
- Ao lidar com o paciente, de maneira direta, e imprescindível o uso de luvas para procedimentos;
- Cuidar durante o banho, para não expor, desnecessariamente, o paciente. A privacidade contribui
muito para o conforto mental do paciente;
- Secar bem toda a superfície do corpo do paciente, principalmente as dobras;
- As portas do banheiro não devem ser trancadas, durante o banho;
- Deve-se testar a temperatura da água, antes do banho do paciente. Geralmente se usa água morna.
Definição
Consiste na limpeza dos dentes, gengivas, bochechas, língua e lábios. Condições patológicas que
predispõem a irritação e a lesão da mucosa oral: (estado de coma, hipertermia).
Finalidades
- Promover conforto ao paciente,
- Evitar halitose,
- Prevenir carie dentaria,
- Conservar a boca livre de resíduos alimentares.
Material:
- Solução antissépticas - solução bicarbonatada (para cada 1 colher de chá, 500 ml de agua);
- Espátula envoltas em gazes;
- Lubrificante (vaselina liquida);
- Toalha;
- Copo para colocar solução antissépticas;
- Luvas;
- Cuba rim.
Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que ser feito;
- Calcar luvas;
- Reunir o material na mesa de cabeceira;
- Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada. Em pacientes inconscientes,
coloca-los em decúbito lateral;
- Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, com forro plástico, se necessário;
- Proceder a limpeza de toda a boca do paciente usando as espátula envoltas em gazes, embebidas
em solução antissépticas diluído em agua;
- Utilizar cuba rim para o paciente "bochechar";
- Limpar a língua, para evitar que fique seborreica;
- Enxugar os lábios com a toalha;
- Lubrificar os lábios com vaselina liquida, para evitar rachaduras;
- Retirar luvas;
- Lavar as mãos;
- Recompor a unidade;
- Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas.
Obs.: em pacientes neurológicos com lesão cervical, usar a espátula com gaze, para retirar o excesso
de liquido da solução antissépticas, sem mobilizar a cabeça.
Material:
- Solução antissépticas - solução bicarbonatada,
- Espátula envoltas em gazes,
- Lubrificante (vaselina liquida),
- Copo para colocar solução antissépticas,
- Seringa de 20 ml,
- Aspirador montado,
- Cânula de guedel (estéril), se necessário,
- Toalha,
- Luvas.
Obs.: a troca do cadarço da cânula endotraqueal, deve ser feita pelo Técnico/Auxiliar a cada 12 horas,
ou quando se fizer necessário, acompanhada do reposicionamento da cânula endotraqueal, que dever
ser feito pela Enfermeira da unidade.
- A higiene oral do paciente entubado dever ser feita 01 vez a cada plantão.
Material:
- Copo com solução antissépticas bucal,
- Escova de dentes,
- Pasta dental ou sabão liquido,
- Cuba rim,
- 01 par de luvas,
- Toalhas de papel,
- Toalhas de Banho,
- Biombos.
Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai fazer;
- Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa de cabeceira do paciente;
- Proteger o leito com biombo;
- Colocar toalha sobre o tórax do paciente;
- Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando for permitido;
- Calcar as luvas;
- Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso da toalha de papel. Se o paciente não puder
remover as próteses sozinho, a enfermagem dever faze-lo em seu lugar, lenta e cuidadosamente;
- Colocar as próteses na cuba rim, forrada com toalha de papel. Levar ao banheiro;
- Colocar a pasta dental ou sabão líquido sobre a escova;
- Segurar as próteses na palma da mão e escova-la com movimentos firmes da base dos dentes para
as pontas;
- Escovar a área de acrílico em toda sua extensão;
- Lava-la sob jato de agua fria;
Obs.: quando o paciente retirar a prótese ou recoloca-la, a Enfermagem dever observar se há alguma
anormalidade em cavidade bucal. Se houver, relata-la no prontuário.
Normas
- Trocar a agua do banho sempre que necessário;
- Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as bolsas coletoras antes do banho ou troca-la,
depois trocar as luvas e iniciar o banho;
- Quando o banho for dado em apenas uma pessoa, levando-se em consideração que o paciente ajuda,
seguir a mesma técnica, porém, sem esquecer de lavar as mãos enluvadas, antes de manipular a roupa
limpa;
- O uso de máscara para banho e opcional como rotina. Levar em consideração os pacientes altamente
infectados.
Material:
- Carro de banho ou mesa de cabeceira,
- Luva de banho,
- Toalha de banho (lençol protetor),
- Material para higiene oral,
- Material para higiene intima,
- Pente,
- Sabonete individualizado,
- Comadre e/ou papagaio do próprio paciente,
- Roupa para o paciente (pijama ou camisola),
- Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho, 01 para fralda S/N, 01 forro S/N).
- Luvas de procedimento,
- Luvas de banho,
- Hamper,
- 01 bacia,
- 01 balde,
- Fita adesiva,
- Biombos.
Técnica
- Lavar as mãos e calcar as luvas de procedimentos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito;
- Fechar as portas e janelas;
- Proteger a unidade do paciente com biombos;
- Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e procurar saber se tem clister prescrito. Se houver, faze-
lo em primeiro lugar;
- Desprender a roupa de cama, iniciando do lado oposto onde permanecer;
- Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se necessário;
- Trocar a agua do banho, obrigatoriamente, após a lavagem da cabeça;
- Lavar os olhos, limpando o canto interno para o externo, usando gaze;
- Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoço;
Material:
- Roupa pessoal (pijama, camisola, shorts - fornecidos pelo Hospital),
- Toalha de banho,
- Sabonete (individual),
- Pente,
- Luva de banho (opcional).
Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Reunir o material e levar ao banheiro;
- Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas fechadas);
- Abrir o chuveiro e regular a temperatura da agua e orientar o paciente sobre o manuseio da torneira;
- Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer sozinho;
- Iniciar o banho se a situação permitir, deixando o paciente sozinho;
- Enxugar ou ajudar o paciente a fazê-lo, observando as condições da pele e a reação do banho;
- Vestir e pentear o paciente caso não consiga faze-lo sozinho; cadeira;
- Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem;
- Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpeza para proceder a limpeza do banheiro;
- Lavar as mãos;
Obs.: sentar na cadeira embaixo do chuveiro e muito mais seguro para os pacientes idosos ou para
os pacientes que ainda estão muito fracos, facilitando para que lavem as pernas e pés, com menor
probabilidade de escorregarem.
- Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao paciente, mas pedir-lhe para não trancar a porta
e chamar se precisar de assistência. Manter-se perto do local.
Material:
- 01 balde,
- 01 jarra,
- Pacote de gazes,
- Comadre,
- Toalha de banho,
- Sabão líquido o P.V.P.I. degermante,
- Luvas para procedimento,
- Hamper,
- Pinça auxiliar (Cheron),
- Biombo,
- Forro e saco plástico.
Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Reunir o material e coloca-los sobre a mesa de cabeceira;
- Calcar as luvas;
- Trazer o hamper próximo ao leito;
- Proteger a unidade com biombos;
- Colocar o paciente em posição ginecológica, procurando expô-la o mínimo possível;
- Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando-os sobre a região glútea;
- Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, com ajuda da mesma;
- Irrigar monte pubiano e vulva com agua, despejando-a suavemente com o auxílio da jarra;
- Despejar pequena porção de sabão liquido ou P.V.P.I. degermante sobre o monte pubiano;
- Ensaboar a região pubiana com a pinça montada em gaze, de cima para baixo sem atingir o anus,
desprezando a gaze, após cada movimento vulva - anus;
- Afastar os grandes lábios e lava-la no sentido anteroposterior, primeiro de um lado, desprezando a
gaze e depois do outro lado;
- Lavar por último a região anal;
- Despejar a agua da jarra, sobre as regiões ensaboadas;
- Retirar a comadre;
- Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que está sob a região glútea do
paciente;
- Colocar a paciente em posição de conforto;
- Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper;
- Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e jarra e guarda-los;
- Retirar a luva;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.
Obs.: se houver presença de secreção uretral e/ou vaginal, utilizar gazes montadas na pinça auxiliar
para retirar o excesso, antes de iniciar a limpeza com agua e sabão liquido ou P.V.P.I. degermante.
Material:
- 01 balde,
Técnica
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Reunir o material e leva-lo a unidade do paciente;
- Proteger a unidade com biombos;
- Trazer o hamper próximo ao leito;
- Calcar as luvas de procedimentos;
- Posicionar o paciente expondo somente a área genital;
- Colocar o forro com plástico sob a região glútea do paciente;
- Colocar a comadre sob a região glútea em cima do forro com a ajuda do paciente;
- Irrigar com a jarra com agua, a região genital;
- Dobrar e pinçar gaze com a pinça auxiliar;
- Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. degermante, sobre os genitais;
- Ensaboar os genitais com a pinça montada em gaze, desprezando a gaze, a cada etapa;
- Tracionar o prepúcio para trás, lavando-o em seguida, com movimentos únicos e circulares;
- Iniciar a higiene intima pelo meato urinário, prepúcio, glande, corpo do pênis, depois região escrotal
e por último a região anal;
- Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubiana, pregas inguinais, pênis e bolsa escrotal;
- Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no sentido escroto perineal;
- Retirar todo o sabão líquido ou P.V.P.I. degermante;
- Retirar a comadre;
- Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que está sob a região glútea do
paciente;
- Posicionar o prepúcio;
- Colocar a paciente em posição de conforto;
- Desprezar as roupas no hamper (toalha, forro);
- Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e jarra e guarda-los;
- Retirar a luva;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.
Obs.: se houver presença de secreção purulenta na região uretral, limpa-la com gaze, antes de
proceder a limpeza com agua e sabão.
Material:
- Shampoo,
- Balde,
- Bacia,
- Toalha de banho,
- Luvas para procedimento,
- Forro e saco plástico,
- Pente,
- Algodão em bola (02 unidades).
Técnica
- Explicar ao paciente o que ser feito;
Material:
- Solução indicada para pediculose,
- Luvas para procedimento,
- Atadura de crepe,
- Esparadrapo,
- Forro e saco plástico,
- Pente fino,
- Biombo,
- Vaselina Liquida.
Técnica
- Lavar as mãos;
- Trazer a bandeja com o material e coloca-los na mesa de cabeceira ou carro de banho;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Colocar biombo;
- Colocar o forro protegido com plástico sobre o travesseiro;
- Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, para evitar que a solução queime o rosto;
- Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução com gaze, fazendo fricção no couro cabeludo e no
final embeber os cabelos;
- Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao redor da cabeça, formando um gorro e fixando com
esparadrapo no final;
- Conservar o travesseiro com forro;
- Retirar as luvas;
- Lavar as mãos;
- Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
- Levar a bandeja com o material para o local de origem;
- Fazer anotações no prontuário do paciente.
Indicado em pacientes acamados, ou quando houver necessidade de recolher material para exames
ou controle de diurese. Geralmente o paciente encontra dificuldade no seu uso, cabendo à enfermagem
atende-lo com compreensão e tato.
A privacidade é fundamental para evitar constrangimento. A colocação da comadre ou papagaio deve
ser feita com à exposição mínima do paciente, e de preferência por pessoal da enfermagem do mesmo
sexo.
Material:
- Comadre ou Papagaio (previamente aquecido e seco)
- Papel higiênico,
- Biombos,
- Bacia com agua morna
- Toalha de banho,
- Sabonete.
Técnica
- Lavar as mãos;
- Identificar o paciente;
- Cercar a cama com biombos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Reunir o material necessário junto a unidade;
- Colocar as luvas de procedimento;
- Aquecer a comadre (fazendo movimentos de fricção em sua superfície, com a extremidade sobre o
lençol ou colocando-a em contato com agua quente);
- Pedir ao paciente para levantar os quadris e se ele estiver impossibilitado, levantar por ele, com a
ajuda de outro funcionário da Enfermagem;
- Colocar a comadre sob os quadris;
- Se for papagaio, deve ser colocado entre os membros inferiores e o pênis dentro do recipiente. Pode
ser colocado em decúbito lateral, observando o conforto do paciente.
- Deixar o paciente sozinho, sempre que possível;
- Ficar por perto e voltar tão logo ele o chame; necessário, faca por ele;
- Pedir novamente ao paciente que levante o quadril ou, se necessário, levante por ele;
- Retirar a comadre ou papagaio;
- Fornecer bacia com agua para que o paciente lave as mãos;
- Fornecer toalha para que ele enxugue as mãos;
- Lavar o material;
- Colocar o material restante no lugar;
- Deixar o paciente em posição confortável;
- Desprezar as luvas e lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.
Obs.: não deixar um paciente esperando pela comadre, por se tratar de um ato fisiológico e a espera
pode levar a angustia física e emocional, podendo ocorrer diminuição do tônus dos esfíncteres.
- Por se tratar de um momento íntimo, muitos pacientes tem que ficar sozinhos, pois sentem-se
inibidos, não conseguindo evacuar perto de outras pessoas.
Movimentação do Paciente
Normas
- E de responsabilidade da equipe de enfermagem a movimentação do paciente que não se movimenta
sozinho;
Utilizando 02 pessoas:
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente que ser feito;
- Ficar em pé ao lado da cama, de frente para o paciente, uma pessoa de cada lado da cama;
- A primeira pessoa segura o short ou fralda do paciente do lado esquerdo;
- A segunda pessoa segura o short ou fralda do paciente do lado direito;
- Trazer o paciente em movimento ritmados para o lado direito ou esquerdo;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário horário e posição o em que foi colocado o paciente;
Obs.: as pessoas que vão movimentar o paciente devem permanecer com uma das pernas frente a
outra, com os joelhos e quadris fletidos, trazendo o braço ao nível da cama;
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente que ser feito;
- Posicionar-se ao lado do qual se quer virar o paciente;
- Aproximar o paciente para a beira oposta da cama;
- Vira-lo para o lado D ou E com movimentos firmes e suaves;
- Apoiar o dorso com travesseiros ou rolo de cobertor;
- Colocar o travesseiro sob a cabeça e o pescoço;
- Flexionar o membro inferior que está por cima e apoia-lo sobre o travesseiro;
- Manter fletido o membro superior que está em contato com o colchão;
- Recompor a unidade;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.
Utilizando 02 pessoas
- Lavar as mãos;
- Explicar ao paciente que ser feito;
- Deixar o paciente em posição horizontal;
- A primeira pessoa solta um dos lados do lençol móvel, a segunda pessoa solta o outro lado do lençol
móvel;
- As duas pessoas, uma de cada lado do leito, num movimento ritmado, movimentam o paciente para
a cabeceira;
Restrição do Paciente
Finalidade
- Nos casos de pacientes agitados, pós-operatórios, principalmente cirurgias de crânio;
- Em traumas e cirurgias em região ocular, quando o paciente não colaborar;
- Em doentes mentais, quando constituem um perigo para si e para os demais;
- Pacientes com infecção na pele, para evitar que se cocem;
- No caso de pacientes que não colaboram, para manutenção de sondas, cateteres e soros.
Meios Utilizados para Restrição Lençóis, faixas elásticas, coletes, cama com grade, saquinhos de
areia, atadura de crepe, traço;
Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente (se possível);
- Dobrar um lençol em diagonal, até formar uma faixa de 25 cm de largura;
- Colocar a faixa sob as costas do paciente, passando pelas axilas, cruzando sob o travesseiro e
amarrando na cabeceira da cama;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.
Restrição do Abdome
Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente (se possível);
- Dobrar 02 lençóis de forma longitudinal (ao comprido) ou diagonal cada um, até formar uma faixa de
25 cm de largura;
- Colocar uma faixa sobre o abdome do paciente e a outra sob a região lombar;
05 - Torcer juntas as pontas do lado direito dos dois lençóis, amarrando-as no estrado do leito;
- Repetir o mesmo procedimento para o lado esquerdo;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.
Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente (se possível);
- Dobrar 01 lençol em diagonal;
- Colocar sob os joelhos do paciente;
- Passar a ponta do lado direito do lençol sobre o joelho direito e por baixo do esquerdo;
- Passar a ponta do lado esquerdo do lençol sobre o joelho esquerdo e por baixo do joelho direito,
amarrando as extremidades livres no estrado do leito;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.
Técnica:
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente (se possível);
- Colocar o membro do paciente em posição anatômica;
- Adaptar a atadura de crepe no membro deixando sobrar uma ponta;
- Realizar o enfaixamento do membro, que terá duas finalidades:
a) Proteção do membro;
b) Restrição do membro;
- Amarrar as pontas das ataduras após o enfaixamento;
- Amarrar a ponta da atadura no estrado da cama;
- Lavar as mãos;
- Anotar no prontuário.
Semi Independente
- Material
- Cadeira,
- Lençóis e Cobertores,
- Travesseio.
Técnica:
- Lavar as mãos;
- Orientar o paciente quanto a necessidade de locomoção, local onde ir e como ser feito o transporte;
- Forrar a cadeira com lençol;
- Colocar a cadeira ao lado da cama, com as costas virada para o pé da cama (se for cadeira de rodas,
não se esquecer de trava-la);
05 - Virar o paciente de lado, colocando um dos braços sob os ombros do paciente e outro, na região
da escápula. O braço mais distante do paciente se apoia no ombro do funcionário, que com um impulso,
senta-o no leito; Observar as áreas do paciente;
- Calcar os chinelos;
- Fazer o paciente levantar, apoiando-se nos ombros do funcionário que o segura pela cintura;
- Virar e sentar o paciente na cadeira;
- Envolver o paciente com lençol ou cobertor (se necessário);
- Colocar travesseiro nas costas para apoio (se necessário);
- Passar uma faixa (lençol dobrado no sentido longitudinal) em volta da região abdominal do paciente,
amarrando as extremidades na parte de trás da cadeira (se necessário);
- Certificar-se do conforto e segurança do paciente;
- Anotar no prontuário: horário da saída e o destino, intercorrências durante o transporte.
Obs.: quando tratar-se de paciente totalmente incapacitado, colocar a cadeira paralela ao leito, com
as costas voltada para a cabeceira do leito;
- Proceder a passagem do leito para a cadeira sempre em 2 ou 3 pessoas: a primeira pessoa pega o
paciente passando os braços pela axila e a segunda e/ou terceira pega o paciente pelos quadris e pé,
colocando-o diretamente na cadeira.
Material:
- Lençol,
- Maca.
Técnica:
- Lavar as mãos;
- Preparar o material;
- Orientar o paciente quanto a necessidade do transporte;
- Forrar a maca com lençol;
- Colocar a maca ao lado da cama;
- Travar as rodas da maca;
- 03 Elementos devem se posicionar ao lado da cama e os outros 03 elementos do outro lado da maca,
posicionando da seguinte forma:
a) A primeira pessoa coloca um braço sob o pescoço e ombros e o outro sob as costas;
b) A segunda pessoa coloca um braço sob a cintura, e o outro sob os quadris;
c) A terceira pessoa que fica aos pés do paciente coloca um braço sob os quadris e o outro sob as
pernas;
d) Os outros 03 elementos ficam do lado oposto e seguram o paciente da mesma forma (um elemento
se firma no braço do outro);
- Ao dizer 3 (trás) o paciente levantado e colocado na maca;
- Cobrir o paciente com lençol;
- Certificar se o paciente está confortável;
- Levantar as grades da maca.
O procedimento de calçar um par de luvas estéril requer técnica correta, para evitar a contaminação
da luva, fato este que pode ocorrer com facilidade, por isso requer muita atenção.
As luvas estéreis devem ser utilizadas sempre que ocorrer a necessidade de manipulação de áreas
estéreis. Existem vários procedimentos que exigem a utilização de luvas estéreis, entre eles os
procedimentos cirúrgicos, aspiração endotraqueal, curativos extensos, que se tornam difíceis realizar
somente com o material de curativo.
Resumindo, em qualquer ocasião que for necessário o auxílio manual em locais estéreis ou em lesões,
usa-se as luvas esterilizadas.
Podem ser encontradas nos tamanhos P, M ou G, ou até mesmo em tamanhos numerados como 6.0,
6.5, 7.0 até 9.0. E pode variar de acordo com o fabricante.
Após realizar a lavagem correta das mãos, abra o pacote de luvas sobre uma superfície limpa, à altura
confortável para sua manipulação.
Observe que existem abas nas dobras internas da embalagem das luvas.
Elas existem para facilitar a abertura do papel, sem que ocorra o risco de tocar nas luvas e contaminá-
las. Então, segure nas abas abra os dois lados que revestem as luvas,
1- Quando se calça primeiro a luva direita, pega-se o punho pelo lado de dentro com a mão esquerda.
2- Introduz-se mão direita no interior da luva, a qual é então puxada para sua posição com a mão
esquerda (deixando a dobra da luva virada). Solta-se a luva.
3- Depois disso pode-se pegar a luva esquerda com a mão direito já enluvada, introduzindo os dedos
sob a dobra do punho (o lado externo é esterilizado).
4- Introduz-se a mão esquerda, e a luva é levada para a sua posição. Desdobra-se, então, o punho.
É a retirada dos pelos de uma determinada área com a finalidade do preparo da área para cirurgia ou
exames.
Material:
- Cuba rim;
- Sabão;
- Cuba redonda com água;
- Aparelho com gilete nova;
- Papel higiênico;
- Gazes;
- Luvas.
Técnica:
- Preparo orientação ao paciente;
- Preparo do ambiente e material;
- Descobrir a área indicada;
- Com auxílio de uma gaze, aplicar a solução de sabão na área a ser manuseada;
- Esticar a pele com a mão e com movimentos amplos e suaves, raspar os pelos na direção de
crescimento;
- Sempre que houver excesso de pelos no aparelho, retirar com auxílio do papel higiênico;
- Retirar o excesso de sabão com auxílio de gaze verificando se o campo está bem feito;
- Enviar o paciente ao banheiro;
- Anotar o que foi feito, limpar e colocar em ordem o material.
Lavagem Otológica
O tampão de cerume é uma causa comum de hipoacusia e certamente a de mais fácil resolução.
Quando se diagnostica o tampão de cerume, deve-se indicar ao indivíduo o uso prévio de um
ceruminolítico por 5 a 7 dias.
Devem ser pingadas 5 gotas na orelha afetada, 3 vezes ao dia, mantendo por 5 minutos o decúbito
lateral, com a orelha afetada para cima. No Brasil, a única opção comercial de ceruminolítico é o
Cerumin® (borato de 8-hidroxiquinolina 0,4mg + trolamina 140mg/mL).
O uso do ceruminolítico previamente à lavagem parece aumentar a sua taxa de sucesso. Quando a
lavagem não é bem-sucedida, pode ocorrer otalgia, causada pela distensão do conduto auditivo devido à
absorção de água pelo tampão ainda impactado.
Material a ser usado: seringa de 20mL, ou mais, sonda urinária de alívio, tesoura, cuba-rim, toalha ou
lençol e solução fisiológica (SF). Deve-se aquecer SF a uma temperatura próxima à corporal, pois isso
evita a ocorrência de nistagmo, náuseas e vertigem.
A sonda, já cortada para ficar com 2 ou 3cm de comprimento, deve ser conectada à seringa que vai
ser usada para irrigar o conduto auditivo com o jato direcionado para cima. Isso irá criar um efeito de
turbilhonamento que deslocará a rolha de cerume. Não se deve temer imprimir pressão ao jato por meio
do rápido movimento para fechamento do êmbolo da seringa. A cuba-rim, colocada junto ao pescoço,
logo abaixo da linha mandibular, servirá para coletar a água e o tampão que saem do conduto auditivo.
Questões
Comentários
01. Resposta: E
Os agentes antissépticos utilizados para higienização das mãos devem ter ação antimicrobiana
imediata e efeito residual ou persistente.
02.Resposta: B
Limpeza Terminal
É a limpeza completa da unidade do paciente, após: Alta, óbito ou transferência.
03. Resposta: A
O banho no leito do paciente é indicado para a ativação da circulação devido os movimentos circulares.
A medição de sinais vitais fornece dados para determinar o estado de saúde normal de um paciente,
por meio de dados de referência. Diversos fatores como a temperatura do ambiente, o esforço físico do
paciente e os efeitos da doença causam alterações dos sinais vitais.
A avaliação dos sinais vitais fornece dados para identificar diagnósticos em enfermagem, uma
alteração nos sinais vitais sinaliza uma mudança na função fisiológica e a necessidade de intervenção
médica ou de enfermagem.
Os sinais vitais (SSVV) refere-se a: temperatura (T), pulso ou batimentos cardíacos (P ou BC),
respiração (R) e pressão ou tensão arterial (PA ou TA), veremos a seguir cada um dos sinais vitais
detalhadamente e seus procedimentos de verificação.
Materiais
- Termômetro adequado;
- Estetoscópio;
- Relógio de pulso com visor digital;
- Esfingmomanômetro;
- Manguito de pressão;
- Tecidos moles ou algodão;
20
POTTER, P. A; STOCKERT, P. A; PERRY, A. G.; HAAL, A. M. Fundamentos de Enfermagem. 9ª Ed. Elsevier.
Temperatura
A temperatura do corpo é a diferença entre a quantidade de calor produzido por processos corporais
e a quantidade perdida para o ambiente externo.
Os tecidos e células do corpo funcionam eficientemente dentro de um intervalo estreito de 36°C a
38°C, mas não há uma temperatura única que seja normal para todas as pessoas.
O local de medição de temperatura pode ser: oral, retal, membrana timpânica, artéria temporal,
esofágico, artéria pulmonar, axilar ou até mesmo bexiga.
Os mecanismos fisiológicos e comportamentais regulam o equilíbrio entre a perda de calor e o calor
produzido ou termo regulação. Para a temperatura do corpo ficar constante e dentro de uma faixa
aceitável, vários mecanismos mantêm a relação entre a produção e a perda de calor.
Terminologia Básica:
- Variação média de temperatura: 36 a 38°C
- Axilar: 36,5°C
Hipotermia
- Leve: 34 a 36°C
- Moderada: 30 a 34°C
- Severa: <30°C
Padrões de Febre
- Sustentada: uma temperatura corporal constante continuamente acima de 38°C.
- Intermitente: picos de febre intercalados com níveis de temperatura habituais.
- Remitente: picos e quedas de febre sem um retorno a níveis de temperatura aceitáveis.
- Reincidentes: períodos de episódios febris e períodos com valores de temperatura aceitáveis.
Temperatura Axilar
- Feche a cortina em volta da cama ou feche a porta do quarto;
- Higienizar as mãos;
- Explicar ao paciente o procedimento a ser realizado;
- Verifique se o termômetro a ser utilizado possui capa de sonda descartável, caso contrário realize a
desinfecção do termômetro com o algodão embebido em álcool a 70%;
- Ajude o paciente a ficar em uma posição supina ou sentado. Movimente a roupa ou camisola para
longe do ombro e braço;
- Levante o braço do paciente para longe do torso. Verifique se há lesões de pele e transpiração
excessiva. Insira a sonda do termômetro no centro da axila. Abaixe o braço sobre a sonda e coloque o
braço sobre o peito do paciente;
- Uma vez posicionada, mantenha a sonda do termômetro no lugar até que o sinal sonoro indique a
conclusão e a temperatura do paciente apareça no visor digital. Remova a haste do termômetro da axila;
- Fale sobre os achados com o paciente e explique o significado;
- Realizar o registro da temperatura no local pertinente;
- Pressione o botão de ejeção na haste do termômetro para descartar a capa da sonda de plástico no
lugar apropriado, se o termômetro não possuir a capa da sonda descartável realizar a desinfecção do
termômetro em algodão embebido em álcool a 70%;
- Higienizar as mãos.
Temperatura Oral
- Higienizar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
Temperatura Retal
- Feche a cortina em volta da cama ou feche a porta do quarto;
- Higienizar as mãos;
- Explicar ao paciente o procedimento a ser realizado;
- Verifique se o termômetro a ser utilizado possui capa de sonda descartável, caso contrário realize a
desinfecção do termômetro com o algodão embebido em álcool a 70%;
- Ajude o paciente a ficar na posição de Sims com a perna de cima flexionada. Movimente o lençol da
cama para o lado a fim de expor apenas a área anal. Mantenha a parte superior do corpo do paciente e
as extremidades inferiores cobertas com lençol ou cobertor;
- Calce as luvas de procedimentos. Limpe a região anal quando estiverem presentes fezes e/ou
secreções. Remova as luvas sujas e calce outro par de luvas de procedimentos;
- Esprema uma porção generosa de lubrificante sobre o tecido. Mergulhe a extremidade do termômetro
no lubrificante, cobrindo 2,5 a 3,5cm para adultos;
- Com a mão não dominante separe as nádegas do paciente para expor o ânus. Peça ao paciente para
respirar lentamente e relaxar;
- Insira com cuidado a sonda do termômetro no ânus na direção do umbigo 2,5 a 3,5cm para adultos.
Não force o termômetro;
- Uma vez posicionado, mantenha a sonda do termômetro no lugar até que o sinal sonoro indique a
conclusão e a temperatura do paciente apareça no visor digital, remova a sonda do termômetro do ânus;
- Pressione o botão de ejeção na haste do termômetro para descartar a capa da sonda de plástico no
lugar apropriado, se o termômetro não possuir a capa da sonda descartável realizar a desinfecção do
termômetro em algodão embebido em álcool a 70%;
- Limpe a área anal do paciente com tecido macio para remover o lubrificante ou fezes e descarte o
tecido. Ajude o paciente a assumir uma posição confortável;
- Retire e descarte as luvas no local apropriado;
- Higienizar as mãos;
- Fale sobre os achados com o paciente e explique o significado;
- Realizar o registro da temperatura no local pertinente;
Atenção: de acordo com a ANVISA está proibida a fabricação, importação e comercialização dos
termômetros e medidores de pressão que utilizam coluna de mercúrio para diagnóstico em saúde.
Pulso
O pulso é o limite palpável do fluxo sanguíneo em uma artéria periférica. O sangue flui através do corpo
num circuito contínuo. O pulso é um indicador indireto do estado circulatório.
O volume de sangue bombeado pelo coração durante um minuto é o débito cardíaco, o produto de
frequência cardíaca (FC) e o volume sistólico do ventrículo (VS). Em um adulto, o coração normalmente
bombeia 5.000ml de sangue por minuto.
Os fatores mecânicos, neurais e químicos regulam a força de contração ventricular e seu VS, porém,
quando esses fatores são incapazes de alterar o VS, uma variação em FC provoca uma alteração no
débito cardíaco, o que afeta a pressão arterial (PA).
Conforme a FC aumenta, há menos tempo para as câmaras ventriculares do coração encherem. E
conforme a FC aumenta sem uma mudança no VS, a PA diminui. Conforme a FC fica mais lenta, o tempo
Técnica de Verificação
- Higienizar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Feche a cortina em torno da cama e/ou feche a porta;
- Pulso radial;
- Ajude o paciente a ficar em uma posição supina ou sentado;
- Se na posição supina, coloque o antebraço do paciente em linha reta ao lado do corpo ou na parte
inferior do tórax ou na parte superior do abdômen com punho estendido reto. Se sentado, incline o
cotovelo do paciente a 90° e apoie o braço inferior na cadeira ou no seu braço;
- Coloque as pontas dos primeiros dois ou três dedos médios da mão sobre o sulco ao longo do lado
radial ou polegar do pulso interno do paciente. Estenda ligeiramente ou flexione o punho com a palma
para baixo até que você observe o pulso mais forte;
- Comprima levemente o pulso contra o rádio, perdendo o pulso inicialmente, e depois relaxe a pressão
de modo que o pulso se torne facilmente palpável;
- Determine a intensidade do pulso. Observe se a pressão do vaso contra a ponta dos dedos é
latejante, cheia/forte, normal ou esperada, diminuída ou muito pouco palpável ou ausente;
- Depois de sentir um pulso regular, olhe para um relógio e comece a contar a frequência a partir da
primeira batida, então conte um, dois e assim por diante;
- Se o pulso for regular, conte a taxa por 30 segundos e multiplicar o total por 2;
- Se o pulso for irregular, conte a frequência por 1 minuto. Avalie frequência e padrão de irregularidade.
Compare os pulsos radiais bilateralmente;
- Fale sobre os achados com o paciente e explique o significado;
- Realizar o registro da temperatura no local pertinente;
- Higienizar as mãos.
Avalição do Ritmo
- Regular ou Rítmico: Batimentos uniformes;
- Irregular ou Arrítmico: Não são uniformes (ex. Dicrótico: sensação de ser dividida em dois.)
Tensão ou Volume
- Pulso Amplo e cheio: contrações cardíacas fortes;
- Pulso Filiforme: contrações cardíacas fracas – fino.
Valores de Referência
- 60 a 100 batimentos/minuto, forte e regular;
- Lactante: 120 a 160bpm;
- Criança em idade escolar: 75 a 100bpm;
- Adolescente: 60 a 90bpm;
- Adulto: 60 a 100bpm.
Terminologias Básicas
- Bradicardia: quando a FC estiver inferior a 60bpm;
- Taquicardia: quando a FC estiver superior a 100bpm;
- Taquisfigmia: aumento da frequência do pulso;
- Bradisfigmia: diminuição da frequência do pulso.
Respiração
Técnica de Verificação
- Higienizar as mãos;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Feche a cortina em torno da cama e/ou feche a porta;
- Certifique-se de que o paciente está em posição confortável, de preferência sentado ou deitado com
a cabeça da cama elevada de 45 a 60°. Certifique-se de que o peito do paciente esteja visível. Se
necessário, movimente a roupa de cama ou a roupa do paciente;
- Coloque o braço do paciente em posição relaxada sobre o abdômen ou parte inferior do tórax ou
coloque a mão diretamente sobre a parte superior do abdômen do paciente;
- Observe o ciclo respiratório completo (uma inspiração e uma expiração);
- Depois de observar um ciclo, olhe para segunda mão do relógio e comece a contar a frequência,
quando a mão de contagem tocar o número no visor, comece a estrutura de tempo, contando um com o
primeiro ciclo respiratório completo;
- Se o ritmo for regular, conte o número de respirações em 30 segundos e multiplique por 2. Se o ritmo
for irregular, menos que 12 ou maior que 20, conte durante 1 minuto inteiro;
- Observe a profundidade de respirações subjetivamente com dados coletados pela observação do
grau de movimento da parede torácica durante a contagem de frequência. Também pode ser avaliada a
profundidade objetivamente pela palpação da excursão da parede torácica ou auscultando a parte
posterior do tórax após a frequência ter sido contada. Descreva a profundidade como superficial, normal
ou profunda;
- Observe o ritmo do ciclo ventilatório. A respiração normal é regular e ininterrupta. Não confundir o
suspiro com ritmo anormal;
- Observe qualquer aumento do esforço para inspirar e expirar. Peça ao paciente para descrever a
experiência subjetiva da respiração em comparação com o padrão de respiração normal.
- Fale sobre os achados com o paciente e explique o significado.
- Realizar o registro da temperatura no local pertinente;
- Higienizar as mãos.
Observações: não permitir que o paciente fale e não contar a respiração logo após esforços do
paciente.
Valores de Referência
- 12 a 20 respirações/minuto, profundas e regulares;
- Recém-nascido: 30 a 60 irpm;
- Lactante: 30 a 50 irpm;
- Criança: 20 a 30 irpm;
- Adolescente: 16 a 20 irpm;
- Adulto: 12 a 20 irpm.
Terminologia Básica
- Eupneia: frequência respiratória dentro da normalidade;
- Taquipneia ou polipneia: frequência respiratória acima da normalidade;
- Bradipneia: frequência respiratória abaixo da normalidade;
- Apneia: parada da respiração. Pode ser instantânea ou transitória, prolongada, intermitente ou
definitiva, podendo levar à uma parada respiratória;
- Ortopneia: respiração facilitada em posição vertical;
- Respiração ruidosa, estertorosa: respiração com ruídos semelhantes a "cachoeira";
- Respiração laboriosa: respiração difícil, envolve músculos acessórios;
- Respiração sibilante: com sons que se assemelham a assovios;
Pressão Arterial
A pressão arterial (PA) é a força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo sangue pulsando sob
pressão a partir do coração.
O sangue flui através do sistema circulatório por causa das alterações de pressão. Ele movimenta-se
a partir de uma área de alta pressão para uma de baixa pressão.
A contração do coração força o sangue sob alta pressão para a aorta. O pico de pressão máxima
quando a ejeção ocorre é a pressão sistólica. Quando os ventrículos relaxam, o sangue restante nas
artérias exerce uma pressão mínima ou pressão diastólica. A pressão diastólica é a pressão mínima
exercida contra as paredes arteriais em todos os movimentos.
A unidade-padrão para medir a PA é milímetros de mercúrio (mmHg). A medição indica a altura que a
PA sobe em uma coluna de mercúrio. Registre a PA com a leitura sistólica antes da leitura diastólica
(exemplo: 120/80). A diferença entre a pressão sistólica e diastólica é a pressão de pulso (exemplo: PA
120/80 a pressão de pulso é 40).
Terminologia Básica
- Pré-Hipertensão: 120 a 139/80 a 89mmHg;
- Hipertensão Estágio 1: > 140/> 90mmHg;
- Hipertensão Estágio 2: > 160/> 90mmHg.
Questões
01. (Correios - Auxiliar de Enfermagem - IADES/2017) Ao aferir os sinais vitais de uma senhora de
70 anos de idade, o técnico em enfermagem constatou que a senhora apresentava-se normotensa.
Assinale a alternativa que confirma essa conclusão.
(A) PA 90 mmHg x 60 mmHg.
(B) PA 155 mmHg x 110 mmHg.
(C) PA 70 mmHg x 40 mmHg.
(D) PA 230 mmHg x 150 mmHg.
(E) PA 120 mmHg x 80 mmHg.
02. (CISSUL/MG - Condutor Socorrista - IBGP/2017) Para poder determinar em nível de primeiro
socorro, como leigo, o funcionamento satisfatório dos controles centrais dos mecanismos da vida, é
necessário compreender os sinais indicadores chamados de sinais vitais. (Manual Primeiros Socorros –
Fiocruz 2003) São sinais vitais que devem ser compreendidos e conhecidos para verificação do estado
geral da pessoa, EXCETO:
(A) Temperatura.
(B) Cor.
(C) Pulso.
(D) Respiração.
03. (Prefeitura de Anápolis/GO - Técnico em Enfermagem - FUNCAB) A medida dos sinais vitais
fornece dados para determinar o estado usual da saúde do paciente, sendo importante o técnico de
enfermagem conhecer os valores aceitáveis para os indivíduos de diferentes faixas etárias. Com relação
à frequência cardíaca é correto afirmar que em:
(A) lactente a variação de valores aceitáveis é de: 80 a 110 bpm.
(B) adultos, a variação de valores aceitáveis é de: 80 a 110 bpm
(C) criança em idade escolar a variação de valores aceitáveis é de: 75 a 100 bpm.
(D) adolescentes a variação de valores aceitáveis é de: 120 a 160 bpm.
(E) pré-escolar a variação de valores aceitáveis é de: 90 a 140 bpm.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
Valores Normais: Sistólica < 120 mmHg e Diastólica < 80 mmHg são valores normotensos.
03. Resposta: C
O valor de referência da frequência cardíaca em criança em idade escolar: 75 a 100 bpm.
OXIGENOTERAPIA
Cânula Nasal - é empregado quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de O2. É
relativamente simples e permite que o paciente converse, alimente, sem interrupção de O2.
Vantagens
- Conforto maior que no uso do cateter;
- Economia, não necessita ser removida;
- Convivência - pode comer, falar, sem obstáculos;
- Facilidade de manter em posição.
Desvantagens
- Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais;
- Concentração de O2 inspirada desconhecida;
- De pouca aceitação por crianças pequenas;
- Não permite nebulização.
Cateter Nasal - visa administrar concentrações baixas a moderadas de O2. É de fácil aplicação, mas
nem sempre é bem tolerada principalmente por crianças.
Desvantagens
- Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido;
- A respiração bucal diminui a fração inspirada de O2;
- Irritabilidade tecidual da nasofaringe;
- Facilidade no deslocamento do cateter;
- Não permite nebulização;
- Necessidade de revezamento das narinas a cada 8 horas.
Máscara de Venturi - constitui o método mais seguro e exato para liberar a concentração necessária
de oxigênio, sem considerar a profundidade ou frequência da respiração.
Máscara de Aerossol, Tendas Faciais - são utilizadas com dispositivo de aerossol, que podem ser
ajustadas para concentrações que variam de 27% a 100%.
O oxigênio é responsável direto pela nutrição dos tecidos, o que traduz uma função importantíssima
paro todo o organismo. A utilização da oxigenoterapia deve ser feita de modo criterioso, considerando
seus efeitos fisiológicos e deletérios, assim como suas indicações e contraindicações. O principal objetivo
da oxigenoterapia é obter uma saturação de oxigênio (Sat02) superior a 90% de forma que a PaO2 esteja
acima de 60mmHg, afim de favorecer o metabolismo aeróbico.
Indicações da Oxigenoterapia
Tem como objetivo manter a pressão parcial de oxigênio no sangue arterial em valores normais ou
próximos ao normal. É importante lembrar que a indicação da oxigenoterapia deve ter metas, logo devem
ser definidos: o sistema de administração do O2, o tempo da aplicação da técnica e a porcentagem do
fluxo (O2) ofertado. A indicação da oxigenoterapia deve ser feita, primariamente, quando existir:
hipoxemia-PaO2 menor que 60mmHg e/ou SatO2 menor que 88-90% em ar ambiente (FiO2 21%).
Indicações
- Correção da Hipoxemia e melhorar a oferta de O2 aos tecidos;
- Melhorar a oxigenação tissular, no caso de deficiência do transporte de O2;
- Reduzir a sobrecarga cardíaca;
- Insuficiência respiratória (aguda ou crônica);
- Apneia obstrutiva do sono.
Pacientes retentores crônicos de CO2 podem apresentar hipercapnia durante a aplicação de O2 porque
o estímulo da respiração, no SNC, depende, basicamente, da hipoxemia e como ela é corrigida com a
aplicação da oxigenoterapia a tendência será reter mais CO2, podendo gerar desorientação, sudorese,
cefaleia, taquicardia.
Efeitos fisiológicos do O2
- Melhora da troca gasoso pulmonar- Vasodilatação arterial pulmonar;
- Diminuição da resistência arterial pulmonar;
- Diminuição da pressão arterial pulmonar;
- Melhora do débito cardíaco;
- Diminuição do trabalho da musculatura cardíaca;
- Vasoconstrição sistêmica.
- Sistema de baixo fluxo: fornecem oxigênio por meio de um fluxo inferior à demanda do paciente.
Desta forma, ocorre diluição do O2 fornecido com o gás inspirado.
- Sistema do alto fluxo: suplantam a demanda inspiratória do paciente, podendo regular a FiO2 de
acordo com as necessidades terapêuticas. É importante que neste sistema, não é possível manter valor
fixo da FiO2 que vai variar em função do Volume minuto do paciente.
E é composto por:
- Máscara com sistema reservatório;
- Máscara com sistema de Venturi;
- Tenda facial (máscara de Hudson ou macronebulização);
- Máscara/colar para traqueostomia;
- Peça T (tubo T).
Oxigenoterapia no DPOC
Vantagens e Desvantagens
A desvantagem é que o paciente pode desenvolver um quadro de hipercapnia grave com necessidade
de ventilação mecânica.
A grande vantagem, porém, é que o benefício da correção da hipoxemia é maior que o risco de
desenvolvimento de hipercapnia. A hipoxemia acentuada leva o paciente a um risco imediato de vida. Se
ficarmos atentos à administração do oxigênio em baixos fluxos, ou seja, 2 a 3l/minuto, o que geralmente
é suficiente para corrigir a hipoxemia existente no paciente com DPOC agudizada, trazendo a saturação
de oxigênio para níveis entre 90 e 93% e a PaO2 para 60 a 70mmHg, minimizaremos em muito a
possibilidade do aparecimento de hipercapnia.
É muito difundida no meio médico a ideia de que se dermos oxigênio para um paciente respiratório
crônico, no qual a hipoxemia colabora para a manutenção da ventilação, estaremos suprimindo o estímulo
hipoxêmico do centro respiratório e levando o paciente à hipoventilação, com aparecimento de
hipercapnia ou acentuação de quadro preexistente.
Embora possa haver participação variável desse mecanismo acredita-se que a hipercapnia se
desenvolva principalmente em função de alterações da relação ventilação-perfusão, por redução do
estímulo vasoconstritor hipoxêmico levando a redução dessa relação que, quando intensa, é
funcionalmente equivalente a um aumento do espaço morto.
Fisiologia da Respiração
- Anemia;
- Inalante tóxico;
- Obstrução das vias aéreas;
- Altitude elevada;
- Febre;
- Diminuição do movimento da parede torácica;
- Hipovolemia;
- Aumento da taxa metabólica;
- Gestação;
- Obesidade;
- Anormalidades musculoesqueléticas;
- Alterações no Sistema Nervoso Central - SNC.
Avaliação de Enfermagem
Subjetiva
- Queixas: dispneia, fadiga, tosse, espirro, sibilo, soluço, suspiro, desmaio, tontura, dor torácica;
- História familiar;
- Natureza e extensão do desconforto respiratório;
- Fatores desencadeantes e fatores que aliviam o desconforto;
- Uso de medicações;
- Estilo de vida: fumo;
- Ocupação: atividades no trabalho;
- Patologias associadas aos sistemas respiratório e cardiovascular.
Objetiva
- Padrão respiratório do paciente;
- Cor da pele e mucosas;
- Comportamento;
- Presença de dor, tosse, expectoração, sibilo ou ronco;
- Estado físico geral;
- Frequência, ritmo e profundidade da respiração.
Pesquisar
- Uso de músculos acessórios, dilatação das narinas, distensão das veias cervicais;
- Cianose de lábios, lóbulo das orelhas, parte inferior da língua, leito ungueal;
- Hemoptise: expectoração oral sanguinolenta;
- Inquietação, fadiga E ansiedade;
- Gráfico de sinais vitais: Tensão Arterial - TA e respiração;
- Comprometimento da função cerebral: falta de discernimento, confusão mental, desorientação,
vertigem, síncope e torpor.
Problemas Comuns
- Dispneia: causada por:
- Obstrução das vias aéreas;
- Ventilação inadequada dos pulmões;
- Insuficiente teor de oxigênio na atmosfera;
- Eficiência circulatória alterada;
- Aumento das exigências de oxigênio no organismo;
- Pressão ou trauma do centro respiratório bulbar;
- Ansiedade - fortes emoções.
- Tosse: mecanismo pelo qual o organismo liberta o trato respiratório das irritações e obstrução das
vias respiratórias mediante expiração explosiva;
- Espirro: mecanismo similar, confinado ao nariz;
- Sibilo: indica que o ar nas vias aéreas passa através de luz estreita;
Intervenção de Enfermagem
Finalidades: reduzir o esforço ventilatório. Nas situações como a atelectasia que prejudica a difusão,
ou quando os volumes pulmonares estão diminuídos devido a hipoventilação alveolar, este procedimento
aumenta os níveis de oxigênio nos alvéolos. Alcançar o volume elevado de trabalho do miocárdio
conforme o coração tenta a compensação para a hipoxemia. Nas situações de infarto do miocárdio ou em
uma arritmia cardíaca, a administração de oxigênio é necessária para um paciente cujo miocárdio já está
comprometido.
Materiais
- Fonte de oxigênio (unidade fixa na parede ou cilindro);
- Fluxômetro;
- Umidificador;
- Cateter nasal;
- Gaze;
- Éter ou tintura de benjoin;
- Esparadrapo;
- Extensão de oxigênio;
- Água destilada estéril ou SF a 0.9% (100ml).
Materiais
- Fonte de oxigênio (unidade fixa na parede ou cilindro);
- Fluxômetro;
- Umidificador ou adaptador de saída de oxigênio;
- Cateter nasal;
- Gaze;
- Extensão de oxigênio se necessário;
- Hidratante para os lábios.
Técnica
- Repetir as intervenções dos itens 1 ao 7 da técnica de administração de oxigênio por cateter;
- Testar o funcionamento do sistema;
- Conectar a extensão de oxigênio da máscara ao umidificador ou adaptador;
- Colocar a máscara na face do paciente ajustando a fita elástica na fronte até que a máscara esteja
perfeitamente adaptada e confortável;
- Observar as reações do paciente;
- Regular o fluxômetro conforme o volume de oxigênio prescrito;
- Registrar a data e o horário do procedimento;
- Verificar a máscara facial a cada 8 horas;
- Lavar as mãos;
- Inspecionar o paciente para verificar se os sintomas de hipóxia desapareceram;
- Observar a superfície superior de ambas cavidades auditivas quanto a laceração da pele e o
ressecamento da mucosa e lábios na cavidade oral;
Observações: a máscara de Venturi é utilizada quando há uma demanda de oxigênio elevada. Usa-
se o diluidor de acordo com o adaptador de código de cores ou o conector universal. O oxigênio é seco
na necessidade de máscara reinalatória, na situação de oferta de 100% de oxigênio.
Nebulização
Finalidades
- Ajudar na higiene brônquica através da restauração e manutenção da continuidade da cobertura
mucosa;
- Hidratar as secreções secas e retidas;
- Umidificar o oxigênio inspirado e possibilitando a administração de medicações.
Nebulização Contínua
Materiais
- Fluxômetro;
- Nebulizador;
- Extensão (traqueia);
- Soro fisiológico a 0,9% e / ou medicamentos prescritos.
Técnica
- Verificar a prescrição da nebulização no prontuário;
- Lavar as mãos;
- Organizar o material;
- Explicar o procedimento ao cliente;
- Instalar o fluxômetro na fonte de oxigênio;
- Preencher o copo do nebulizador com soro fisiológico ou outra medicação conforme prescrita médica;
- Conectar a extensão do nebulizador no fluxômetro;
- Testar o fluxômetro se borbulhar, está funcionando;
- Adaptar a máscara na face do cliente;
- Regular o fluxo e o tempo de nebulização segundo prescrição médica;
- Manter a unidade em ordem;
- Manter a unidade arrumada;
- Registrar o procedimento de enfermagem.
Nebulização de Horário
Materiais
- Fluxômetro;
- Rede de oxigênio ou ar comprimido;
- Micronebulizador estéril;
- Água destilada;
- Soro fisiológico 0,9% e /ou medicamento conforme prescrição médica.
Técnica
- Verificar a prescrição da nebulização no prontuário;
- Lavar as mãos;
- Organizar o material;
- Explicar o procedimento ao cliente;
- Instalar o fluxômetro na fonte de oxigênio;
- Preencher o copo do nebulizador com soro fisiológico ou outra medicação conforme prescrita médica;
- Conectar a extensão do nebulizador no fluxômetro;
- Conectar o micronebulizador na máscara;
- Testar o fluxômetro se houver névoa, o fluxômetro está funcionando;
Aerossolterapia
Aspiração de Secreções
Tipos
Existem três técnicas de aspiração de secreção quanto à localização da aspiração:
- Aspiração orofaríngea e nasofaríngea;
- Aspiração orotraqueal e nasotraqueal;
- Aspiração do tubo endotraqueal.
A ordem de aspiração
- Primeiro o tubo endotraqueal;
- Segundo a cavidade nasal;
- Terceiro a cavidade oral, quando se trata de utilizar a mesma sonda de aspiração.
Tubo Respiratório
O tubo respiratório pode ser oral ou traqueal. É indicado nos casos de diminuição do estado de
consciência, obstrução das vias aéreas, ventilação mecânica e remoção das secreções acumuladas na
traqueia.
O tubo oral (Cânula de Guedel) é o tipo de via aérea artificial mais simples. Indicado no paciente
inconsciente para impedir o deslocamento da língua para a orofaringe possibilite a obstrução das vias
aéreas. Bastante usado no pós-operatório de anestesia geral. Facilita a aspiração orotraqueal do paciente
inconsciente, tornando mais fácil o acesso da sonda á traqueia.
O tubo traqueal pode ser endotraqueal, nasotraqueal ou traqueal. Estes tubos permitem o acesso à
traqueia do paciente para a aspiração traqueal profunda. A retirada das secreções da traqueia precisa
ser asséptica, atraumática e eficaz. A secreção deve ser aspirada durante a saída da sonda de aspiração.
Técnica
- Observar a presença de sinais e sintomas demonstradores de secreção nas vias aéreas superiores,
respiração ruidosa, salivação, agitação;
- Explicar ao paciente que a aspiração de secreção o ajudará a desobstruir as vias aéreas;
- Explicar que é normal tossir, espirrar e sentir o reflexo do vômito durante a manobra;
- Preparar o equipamento e os materiais apropriados, citados acima;
- Adaptar as extensões no aparelho de aspiração portátil ou na parede ao fluxômetro. A extensão que
sai do fluxômetro deve ser colocada ao frasco maior e deste sai outra extensão para o acoplamento da
sonda de aspiração;
- Testar o aparelho, verificando que a pressão é de 110 a 150mmHg no adulto e na criança 95 a 110
a mmHg.
Observações: é necessário que o frasco de aspiração seja trocado com todas as técnicas de
desinfecção de 24 em 24h ou sempre que estiver cheio. Todo o sistema de aspiração deve ser
Inalação
Inalação (também conhecida como inspiração) é o movimento do ar do ambiente externo, através das
vias respiratórias para dentro dos alvéolos pulmonares durante a respiração. Inalação inicia na contração
do diafragma, que resulta na expansão do espaço intrapleural e um aumento na pressão negativa de
acordo com a Lei de Boyle.
Esta pressão negativa provoca um fluxo de ar devido a diferença de pressão entre a atmosfera e os
alvéolos. O ar entra no organismo, inflando os pulmões, passando através do nariz e da boca, seguindo
pela faringe e traquéia e em fim entrando nos alvéolos.
Material
- Fluxômetro; micronebulizador, com máscara e extensão; 10ml de SF ou água destilada esterilizada;
medicamento; etiqueta; gaze esterilizada; folha de anotações.
Procedimento
- Instalar o fluxômetro na rede de Oxigênio ou ar comprimido e testá-lo;
- Abrir a embalagem do micronebulizador e reservá-lo;
- Colocar o SF ou AD no copinho, acrescentar o medicamento, fechar e conectar ao fluxômetro;
- Conectar a máscara ao micronebulizador;
- Regular o fluxo de gás (produzir névoa 5L/min);
- Aproximar a máscara do rosto do paciente e ajustá-la, entre o nariz e a boca, solicitando que respire
com os lábios entreabertos;
- Manter o micronebulizador junto ao rosto do paciente, por 5 minutos, ou até terminar a solução
(quando possível orientá-lo a fazê-lo sozinho);
- Identificar com etiqueta (data, horário de instalação);
- Fechar o fluxômetro e retirar o micronebulizador;
- Secar com gaze, recolocá-lo na embalagem e mantê-lo na cabeceira do paciente.
- Trocar o nebulizador a cada 48 horas.
Descrição do Processo
É de responsabilidade do profissional da sala de inalação:
1. Organizar a sala;
2. Realizar limpeza concorrente (com água e sabão nas superfícies e após realizar desinfecção com
álcool a 70%) no início de cada plantão;
3. Solicitar ao zelador que realize diariamente limpeza concorrente e semanalmente limpeza terminal;
4. Checar o funcionamento do compressor, chamando a manutenção se necessário e comunicando o
enfermeiro; proceder a sangria do sistema ao final de cada dia;
5. Preparar material necessário para o plantão, trocar o soro fisiológico utilizado no procedimento a
cada 24 horas;
6. Executar os procedimentos conforme prescrição médica e/ ou do enfermeiro, anotando no verso na
própria receita com letra legível a data, horário, nome e COREN, preenchendo boletim de produção;
7. Lavar criteriosamente os inaladores logo após o uso com água e sabão os materiais, retirando os
resíduos, em seguida enxaguá-los em água corrente e colocá-los sobre um campo limpo;
8. Secar o material com pano limpo;
9. Observar durante a lavagem e secagem as condições de uso dos materiais e comunicar ao
enfermeiro necessidade de reposição;
10. Colocar o material seco em imersão no hipoclorito à 1% - em caixa fechada - por 30 minutos,
registrando em formulário o horário de início do processo;
11. Enxaguar o material em água corrente, secar e armazenar em local fechado e limpo;
12. Manter a sala limpa, organizada e abastecida, verificando diariamente a validade dos
medicamentos;
Questões
(A) V,V,F,F
(B) V,V,V,V
(C) F,F,V,V
(D) V,F,V,V
(E) F,V,V,F
Está(ão)correta(s):
(A) Apenas I.
(B) Apenas III.
(C) Apenas I e III.
(D) I, II e III.
Gabarito
01. Resposta: D
De acordo com o artigo Oxigenoterapia e Ventilação Não Invasiva.
a) Correto.
b) Errado: A variação de entrada de ar de uma máscara simples é de 5 a 12 l/min para se obter uma
oxigenação satisfatória. Com fluxos inferiores a 5l/min, o volume da máscara atua como espaço morto e
provoca a reinalação do CO2.
c) Correto.
d) Correto.
02. Resposta: D
Todas as alternativas estão corretas para os cuidados de enfermagem em oxigenoterapia.
I - Observar sinais de complicações (distensão gástrica, obstrução nasal, lesão de septo).
Consequentemente, pode ocorrer complicações na administração de oxigênio, que as vezes não
esperamos.
II - Verificar sinais vitais antes e depois a oxigenoterapia, para verificar se houve melhora nos padrões
vitais.
III - Acomodar o paciente em posição Fowler, para melhor posição de respiração.
03. Resposta: D
a) Errada. No uso da Máscara de Venturi 50%, é necessário umidificar, pois a concentração de
oxigênio é muito alta. Quando o oxigênio é empregado em altas velocidades de fluxo, ele deve ser
umedecido ao fazê-lo atravessar um sistema de umidificação, para evitar que ele resseque as mucosas
do trato respiratório.
b) Errada. É necessário fluxômetro no uso de cateter nasal de oxigênio. O oxigênio é distribuído a
partir de um cilindro ou de um sistema de linha de parede. Um redutor de calibre é necessário para diminuir
a pressão até um nível de trabalho, e um fluxômetro regula o fluxo de oxigênio em l/min.
c) Errada. O North American Neonatal Resuscitation Program afirma que o RM pode fornecer ar
ambiente, quando nenhuma fonte de gás está conectada. Quando ligado à fonte de O2 a 100%,
recomenda-se que se utilize fluxo de 5 a 10L/min na entrada da bolsa. O RM fornece FiO2 de 80 a 100%
quando o reservatório está conectado e cerca de 40% de oxigênio, sem reservatório.
e) Errada. Nos frascos umificadores pode ser utilizado também água.
04. Resposta: D
A oxigenoterapia consiste na administração de oxigênio a uma concentração de pressão superior à
encontrada na atmosfera, ou seja, a fração de oxigênio inspirado superior a 21%. Na atmosfera
encontramos: 21% de Oxigênio, 78% de Nitrogênio e 1% outros gases.
FERIDAS E CURATIVOS21
A pele é o maior órgão do corpo humano, funciona como uma barreira protetora contra organismos
causadores de doenças, apresenta funções sensoriais para dor, temperatura e toque, e ainda sintetiza a
vitamina D em nosso organismo.
A pele tem duas camadas, a epiderme e a derme, que são unidas por uma membrana chamada de
junção dérmico-epidérmica. A epiderme, ou camada superior, tem várias camadas com diversas funções
como: descamação, proteção da desidratação devido a presença de queratina, combate a entrada de
certos agentes químicos, evaporação da água pela pele, absorção de certos medicamentos de uso tópico
entre outros.
A derme ou camada interna da pele, proporciona resistência à tração, suporte mecânico, e proteção
para os músculos, ossos e órgãos subjacentes. Nessa camada encontra-se o colágeno, os vasos
sanguíneos e os nervos.
Quando a pele é ferida a epiderme exerce a função de proteger a ferida e restaurar a barreira contra
organismos invasores e a derme responde para restaurar a integridade estrutural do tecido, junto as
propriedades físicas da pele.
21
POTTER, Patrícia A; STOCKERT, Patrícia A; PERRY, Anne Griffin; HAAL, Amy M. Fundamentos de Enfermagem. 9ª Ed. Elsevier, 2017.
Classificação da Ferida
A classificação da ferida possibilita a compreensão dos riscos associados a ela e as implicações para
sua cicatrização.
Os sistemas de classificação descrevem: o status de integridade cutânea, a causa da ferida, a
gravidade ou extensão da lesão, ou dano tecidual, a limpeza da ferida e as descrições do tecido da ferida,
como a cor.
Há diversas maneiras de se classificar as feridas, que podem ser de forma:
Aguda
- Descrição: ferida que procede por meio de um processo reparador ordenado e oportuno que resulta
na restauração sustentada da integridade anatômica e funcional. As bordas da ferida são limpas e
intactas.
- Causas: trauma, incisão cirúrgica.
Crônica
- Descrição: ferida que não consegue prosseguir por meio de um processo ordenado e oportuno para
produzir a integridade anatômica e funcional. A exposição continuada ao insulto impede a cicatrização da
ferida.
- Causas: comprometimento vascular, inflamação crônica ou insultos repetitivos ao tecido.
Primeira Intenção
- Descrição: ferida que está fechada. A cicatrização ocorre por epitelização, cicatriza rapidamente com
formação mínima de cicatrizes.
- Causas: incisão cirúrgica, ferida que está suturada ou grampeada.
Segunda Intenção
- Descrição: as bordas não são aproximadas. A ferida cicatriza pela formação de tecido de granulação,
contração da ferida e epitelização.
Intenção Terciária
- Descrição: a ferida é deixada aberta por vários dias, em seguida, as bordas da ferida são
aproximadas. O fechamento da ferida é adiado até o risco de a infecção ser resolvida.
- Causas: feridas que estão contaminadas e exigem observação em busca de sinais de inflamação.
Três componentes estão envolvidos no processo de cicatrização de uma ferida de espessura parcial:
- Resposta inflamatória;
- Proliferação epitelial e migração;
- Restabelecimento das camadas epidérmicas.
As quatro fases envolvidas no processo de cicatrização de uma ferida de espessura total são:
- Hemostasia;
- Inflamatória;
- Proliferativa;
- Maturação.
Hemorragia
Hemorragia ou sangramento do local da ferida é normal durante e imediatamente após o trauma inicial,
podendo ser externa ou interna.
A hemorragia interna detectada pela distensão ou inchaço da parte do corpo afetada, uma mudança
no tipo e na quantidade de drenagem de um dreno cirúrgico, ou sinais de choque hipovolêmico.
A hemorragia externa é óbvia e pode ser observada através de curativos cobrindo uma ferida para a
drenagem de sangue. Se o sangramento for externso, o curativo logo se tornará saturado e
frequentemente drenará o sangue debaixo do curativo acumulando sob o paciente.
Atenção: um hematoma é uma coleção localizada de sangue sob os tecidos. Aparece como um
inchaco, mudança de cor, sensação ou calor que muitas vezes leva a uma descoloração azulada.
Infecção
Todas as ferida possui algum nível de carga bacteriana, poucas são infectadas. A infecção da ferida
está presente quando os microrganismos invadem os tecidos da ferida. O sinais clínicos locias de infeção
da ferida podem incluir eritema, aumento da quantidade de drenagem da ferida, mudança na aparência
da drenagem da ferida (espessa, mudança de cor, presença de odor), e calor, ou edema periférico.
Um paciente pode ter febre e aumento na contagem de leucócitos. As infecções bacterianas inibem a
cicatrização.
Deiscência
Quando uma incisão não cicatriza corretamente, as camadas da pele e do tecido se separam. A
deiscência é uma separação parcial ou total das camadas da ferida. Um paciente que está em risco de
má cicatrização de feridas corre risco de deiscência.
Evisceração
Com a separação total das camadas de ferida, a evisceração ocorre. A condição é considerada uma
emergência que requer intervenção cirúrgica. Quando a evisceração ocorre deverá colocar gaze estéril
embebida em soro fisiológico sobre os tecidos exsudados para reduzir as chances de invasão bacteriana
e secagem dos tecidos, observe os sinais e sintomas de choque e prepare o paciente para a cirurgia de
emergência.
Sempre que estiver em contato direto com um paciente observe a pele em relação a presença de
rachaduras ou integridade cutânea comprometida. A integridade cutânea comprometida ocorre a partir da
pressão prolongada, incontinência fecal ou urinária, e/ou imobilidade, levando assim ao desenvolvimento
de lesões por pressão.
Uma lesão por pressão é uma lesão localizada na pele e/ou no tecido subjacente. Inúmeros fatores
contribuem para o aparecimento da lesão por pressão.
A prevenção de lesões por pressão é uma prioridade no cuidado de pacientes e não está limitado
aqueles que apresentam restrições de mobilidade. A integridade cutânea comprometida geralmente não
Histórico de Enfermagem
- Identificar o risco do paciente para o desenvolvimento de integridade cutânea comprometida ou
cicatrização ruim;
- Identificar os sinais e sintomas associados à integridade cutânea comprometida ou cicatrização ruim;
- Examinar a pele do paciente quanto ao comprometimento real na integridade cutânea.
Observação: de acordo com estudos não existe comprovação do tipo ideal de curativo para úlceras
de pressão.
Debridamento
É a remoção de tecido não viável e necrótico sendo necessária para livrar a ferida de uma fonte de
infecção, permitir a visualização do leito da ferida e fornece uma base limpa para a cicatrização.
O método de debridamento depende do que é mais apropriado para a condição do paciente. Planeje
administrar um analgésico solicitado 30 minutos antes do procedimento.
Curativos
Quanto mais extensa for uma ferida maior será a limpeza necessária. O tipo de curativo varia de acordo
com a avaliação da ferida e a fase de cicatrização.
Um curativo tem a finalidade de proteger uma ferida contra contaminação de microrganismos, de
auxiliar na hemostasia, de promover a cura absorvendo a drenagem e debridando uma ferida, de apoio
ou suporte do local de uma ferida, de promover isolamento térmico da superfície de uma ferida e de
fornecer um ambiente úmido.
Tipos de Curativos
Os curativos variam de acordo com o tipo de material e o modo de aplicação (úmida ou seca). Precisam
ser fáceis de aplicar, confortáveis e feitos de materiais que promovam a cicatrização.
Esponjas de gaze são o tipo de curativo mais antigo e mais comum, são absorventes e especialmente
úteis em feridas para eliminar o exsudato. A gaze está disponível em diferentes texturas, comprimentos
e tamanhos. A gaze pode ser saturada com soluções e usado para limpar e cobrir uma ferida. Ao utilizar
uma gaze para cobrir uma ferida deverá saturar com uma solução geralmente o soro fisiológico torcer
logo em seguida deixando a gaze somente úmida, desdobrada e levemente cobrindo a ferida.
Outro tipo de curativo é um filme autoadesivo transparente que retém a umidade sobre a ferida,
assim proporcionando um ambiente úmido, esse curativo é ideal para pequenas feridas superficiais e
possui diversas vantagens como:
- Aderência à pele intacta;
- Serve como uma barreira para líquidos externos e bactérias, porém permite que a superfície da ferida
respire, pois o oxigênio atravessa ocrurativo transparente;
- Promoção de um ambiente úmido que acelera o crescimento de células epiteliais;
- Pode ser removido sem danificar os tecido subjacentes;
- Permite a visualização de uma ferida;
- Não exige um curativo secundário.
Os curativos de hidrogel são gaze ou curativos reutilizáveis impregnados com água ou gel amorfo à
base de glicerina. Esses curativos hidratam as feridas e absorve pequenas quantidades de exsudato. São
indicados para feridas de espessura parcial e de espessura total, feridas profundas com algum exsudato,
feridas necróticas, queimaduras e pele danificada pela radiação.
Podem ser úteis em feridas dolorosas, pois são muito calmantes para um paciente e não aderem ao
leito da ferida provocando assim pouco trauma durante a remoção. Possui uma desvantagem já que
alguns hidrogéis exigem um curativo secundário. Os hidrogéis estão disponíveis em um curativo em folha
ou em um tubo permitindo assim a capacidade de esquichar o gel diretamente dentro da base da ferida.
Existem outros tipos de curativos disponíveis. Os curativos de espuma e alginato são para feridas
com grande quantidade de exsudato. Os curativos de espuma são usados em torno dos tubos de
drenagem para absorvê-la. Os curativos de alginato de cálcio são confeccionados a partir de algas
marinhas e estão disponíveis em forma de folha e corda. O alginato forma um gel macio quando em
contato com o fluído da ferida, são altamente aborventes para feridas com uma quantidade excessiva de
drenagem e não causam trauma quando removidos da ferida. Não se deve utilizar esse tipo de curativo
em feridas secas, pois elas exigem um curativo secundário.
Bandagens e Ataduras
Um curativo de gaze simples muitas vezes não é suficiente para imobilizar ou dar apoio a uma ferida.
Ataduras e bandagens aplicados sobre ou em torno de curativos fornecem proteção extra e benefícios
terapêuticos.
As bandagens estão disponíveis em rolos de diferentes larguras e materiais, incluindo gaze, malha
elástica, tira elástica, flanela e musselina. As bandagens de gaze são leves e baratas, moldam facilmente
ao redor de contornos do corpo e permitem a circulação de ar para evitar a maceração da pele. As
bandagens elásticas adaptam-se bem às diversas partes do corpo, porém exercem pressão.
As ataduras são bandagens que são feitas de grandes pedaços de material para ajustar-se a uma
parte específica do corpo. A maioria é feita de elástico ou algodão.
Questões
01. (EBSERH - Enfermeiro - CESPE/2018) Acerca do uso de curativos na enfermagem, julgue o item
a seguir.
As coberturas de alginatos são um tipo de curativo indicado para feridas com pouca exsudação; por
isso, seu uso pode prolongar-se por até sete dias.
( ) Certo
( ) Errado
02. (FUNASG - Enfermeiro - FUNCAB) O hidrocoloide é uma cobertura muito utilizada em feridas e
pode se apresentar na forma de placa ou pasta. Sobre essa cobertura é correto afirmar:
(A) Em contato com exsudato, forma um gel hidrofílico que mantém um meio úmido.
(B) Requer troca a cada 12 h ou diária e curativo secundário.
(C) Promove uma temperatura abaixo da corporal e é indicada para queimaduras de 3° grau.
(D) É indicada para tratamento de feridas abertas infectadas.
(E) Retarda a angiogênese e é indicada para a prevenção de úlceras de pressão.
03. (TRT 23ª Região/MT - Enfermeiro - FCC) A grande variedade dos tipos de coberturas para
curativos possibilita melhor adequação e manejo das condições das feridas e a escolha do produto
depende, dentre vários aspectos, de
(A) avaliação pragmática.
(B) estudo eletrofisiológico.
(C) evolução do processo cicatricial.
(D) aplicação da escala de Hansen.
(E) abordagem única.
04. (UNIOESTE - Técnico em Enfermagem – UNIOESTE) As úlceras por pressão ocorrem quando a
pressão contínua aplicada à pele é maior que a pressão de fechamento capilar, aproximadamente 32
mmHg. Assinale os fatores de risco para o desenvolvimento de úlcera por pressão.
(A) Normotermia e eupneia.
(B) Imobilidade e atrito/fricção.
(C) Deambulação e normocardia.
Gabarito
Comentários
02. Resposta: A
Curativos de hidrocoloide são curativos com formulações complexas de coloides e componentes
adesivos. A camada de contato da ferida desse curativo forma um gel à medida que o exsudato da ferida
é absorvido e mantém um ambiente cicatrizante úmido.
03. Resposta: B
A cicatrização da ferida envolve processo fisiológicos integrados, as camadas de tecido envolvidas e
sua capacidade de regeneração determinam o processo de reparo da ferida.
As feridas de espessura parcial são superficiais, envolvendo a perda da epiderme e a possível perda
da derme. Esses tipos de feridas cicatrizam por regeneração, pois a epiderme regenera-se.
04. Resposta: B
Fatores adicionais incluído força de cisalhamento, atrito, umidade, nutrição, perfusão tecidual, infecção
e idade aumentam o risco do paciente para o desenvolvimento de lesão por pressão e de ferida mal
cicatrizada. A prevenção de lesões por pressão é uma prioridade no cuidado de pacientes e não está
limitado aqueles que apresentam restrições de mobilidade.
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Cápsula: forma de dosagem sólida para uso oral; medicamento na forma de pó, líquido ou óleo, e
envolto por concha gelatinosa; a cápsula é colorida, a fim de auxiliar na identificação do produto.
Comprimido: forma de dosagem em pó comprimido em discos ou cilindros endurecidos; além do
medicamento primário, contém ligantes (adesivos, para possibilitar que o pó permaneça junto),
desintegrantes (para promover a dissolução do comprimido), lubrificantes (para facilitar a fabricação) e
expansores (para o tamanho conveniente do comprimido).
22
EBISUI, C.T.N. Procedimentos de Enfermagem. Reedição revisada e ampliada. São Paulo: Copidart, 2002.
23
https://www.slideshare.net/Andreadcss/9-certos-na-administrao-de-medicamentos
24
http://ba.corens.portalcofen.gov.br/parecer-coren-ba-0212013_8112.html
Os medicamentos variam consideravelmente no modo pelo qual atuam em seus tipos de ação. Os
fatores diferentes das características do medicamento também influenciam as ações dele.
Um cliente pode não responder da mesma maneira a cada dose sucessiva de um medicamento. Da
mesma forma, idêntica dosagem do medicamento pode provocar respostas muito diferentes em clientes
diversos.
Depois que um enfermeiro administra um medicamento, ele sofre absorção, distribuição, metabolismo
e excreção. Exceto quando administrados por via intravenosa, os medicamentos levam tempo para
penetrar na corrente sanguínea. A quantidade e a distribuição de um medicamento em diferentes
compartimentos corporais alteram-se constantemente.
Quando é prescrito um medicamento, o objetivo consiste em obter um nível sanguíneo constante
dentro de uma faixa terapêutica segura. As doses repetidas são necessárias para alcançar uma
concentração terapêutica constante de um medicamento, porque uma parcela do medicamento sempre
está sendo excretada.
A concentração sérica máxima (a concentração de pico) do medicamento geralmente ocorre
exatamente antes que o final do medicamento seja absorvido. Depois de atingir o máximo, a concentração
Efeitos Medicamentosos
É essencial que o enfermeiro compreenda todos os efeitos que os medicamentos podem ter, quando
são tomados ou administrados aos clientes:
Efeitos Terapêuticos: é a resposta fisiológica esperada ou previsível gerada por um medicamento.
Cada medicamento possui um efeito terapêutico desejado para o qual é prescrito. Por exemplo, a
nitroglicerina é utilizada para reduzir a carga de trabalho cardíaca e aumentar o aporte miocárdico de
oxigênio. Um único medicamento pode ter muitos efeitos terapêuticos. Por exemplo, a aspirina é
analgésica, antitérmica e anti-inflamatória, reduzindo a agregação plaquetária (agrupamento). É
importante que o enfermeiro conheça para qual efeito terapêutico um medicamento é prescrito, o que lhe
permite informar corretamente o cliente sobre o efeito pretendido do medicamento.
Efeitos Colaterais: são os efeitos secundários e não-pretendidos que um medicamento causa de
maneira previsível. Tais efeitos podem ser inócuos ou lesivos. Quando suficientemente graves para negar
os efeitos benéficos da ação terapêutica de um medicamento, o médico pode interromper o medicamento.
Com frequência, os clientes, param de tomar medicamentos por causa dos efeitos colaterais.
Efeitos Adversos: são geralmente considerados respostas graves ao medicamento. Por exemplo, um
cliente pode ficar comatoso, quando um medicamento é ingerido. Se ocorrem as respostas adversas ao
medicamento, o médico pode interromper o medicamento. Alguns efeitos adversos são efeitos
inesperados que não foram descobertos durante a experimentação do medicamento. Quando acontece
esta situação, os profissionais de saúde são obrigados a reportar o efeito adverso ao FDA.
Efeitos Tóxicos: podem-se desenvolver depois da ingesta prolongada de um medicamento ou quando
um medicamento se acumula no sangue por causa do metabolismo ou excreção comprometidos. As
quantidades excessivas de um medicamento dentro do corpo podem ter efeitos letais, dependendo da
ação do medicamento. Por exemplo, os níveis tóxicos de morfina podem provocar depressão respiratória
grave e morte. Os antídotos estão disponíveis para tratar tipos específicos de intoxicação medicamentosa.
Por exemplo, o Narcan é utilizado para reverter os efeitos da intoxicação por opióides.
Reações Idiossincrásicas: os medicamentos podem provocar efeitos imprevisíveis, como uma
reação idiossincrásica, na qual um cliente reage em excesso ou de forma deficiente a um medicamento
ou apresenta reação diferente do normal. Por exemplo, uma criança que recebe um anti-histamínico pode
ficar extremamente agitada ou excitada, em vez de sonolenta. É impossível avaliar os clientes para as
respostas idiossincrásicas.
Reações Alérgicas: constituem outra resposta imprevisível a um medicamento; elas constituem 5%
a 10% das reações medicamentosas. Um cliente pode tornar-se imunologicamente sensibilizado à dose
inicial de um medicamento. Com a administração repetida, o cliente desenvolve uma resposta alérgica ao
medicamento, a seus conservantes químicos ou a um metabólito. O medicamento, ou substância química,
atua como um antígeno, deflagrando a liberação de anticorpos. A alergia medicamentosa de um cliente
pode ser branda ou grave. Os sintomas alérgicos variam, dependendo do indivíduo e do medicamento.
Entre as diferentes classes de medicamentos, os antibióticos provocam uma alta incidência de reações
alérgicas. As reações brandas podem ser:
- Urticárias: erupções cutâneas elevadas, com formato irregular, com tamanhos e formas variados;
as erupções apresentam margens avermelhadas e centros pálidos.
As reações anafiláticas ou graves caracterizam-se pela constrição súbita dos músculos bronquiolares,
edema da faringe e laringe, bem como sibilância e falta de ar graves. Os anti-histamínicos, epinefrina e
broncodilatadores podem ser usados para tratar as reações anafiláticas.
O cliente também pode tornar-se gravemente hipotenso, necessitando de medidas de reanimação de
emergência. Um cliente com história conhecida de alergia a medicamento deve evitar a reexposição e
usar um bracelete ou medalha de identificação, o que alerta os enfermeiros e os médicos para a alergia,
caso o cliente esteja inconsciente, quando receber o cuidado médico.
Interações Medicamentosas
https://www.slideshare.net/Andreadcss/9-certos-na-administrao-de-medicamentos
Recomendações Gerais
- Todo medicamento a ser administrado no cliente deve ser prescrito pelo médico ou odontólogo;
- A prescrição deve ser escrita, assinada e carimbada. Somente em caso de emergência, a
Enfermagem pode atender prescrição verbal, que deve ser transcrita pelo médico logo que possível;
- Toda prescrição de medicamento deve conter: data, nome do cliente, registro, enfermaria, leito, idade,
nome do medicamento, dosagem, via de administração, frequência, assinatura e carimbo do médico;
- A prescrição do cliente ou cartão de medicamento deve ser mantido à vista do executante;
- Lavar as mãos antes de preparar e administrar o medicamento e, logo após o procedimento;
- Fazer a desinfecção concorrente da bandeja antes do preparo e depois da administração do
medicamento;
- Manter o local de preparo de medicação sempre em ordem e limpo, utilizando álcool a 70% para
desinfetar a bancada;
- Preparar o medicamento em ambiente com boa iluminação;
- Concentrar a atenção no trabalho, evitando atividades paralelas, distrações e interrupções, que
podem aumentar a chance de cometer erros;
- Ler e conferir o rótulo da medicação três vezes – quando pegar o medicamento, antes de colocar o
medicamento no recipiente próprio para administração, e ao colocar o recipiente na prateleira ou
desprezar o invólucro;
- Nunca administrar medicamento sem rótulo;
- Fazer desinfecção das ampolas e/ou dos frascos antes de quebrar e/ou aspirar a medicação;
- Preparar somente quando tiver certeza do medicamento prescrito, dosagem e via de administração;
- Proteger a seringa ou frasco com medicamento para evitar contaminação, podendo ser usado o
próprio invólucro se não contaminado;
- Observar o aspecto e as características da medicação antes de prepará-la; e antes de administrá-la
(sinais de decomposição, turvação, deterioração, precipitação, etc.);
- Devolver no final do plantão os medicamentos não utilizados e em hipótese alguma acumular
“sobras”;
- Manter a bandeja sempre a vista durante a administração, nunca deixando-a sozinha junto ao
paciente;
- Antes de administrar o medicamento, conferir cuidadosamente a identidade do paciente;
- Permanecer junto ao paciente até que tome o medicamento;
- A administração do medicamento deve ser feita pelo profissional que o preparou;
- Não se deve nunca esquecer de registrar o medicamento que o paciente tenha recebido (checar a
medicação);
- Anotar qualquer anormalidade após a administração do medicamento (vômito, diarreia, erupções,
urticária, etc.);
- Após a administração do medicamento, checar a prescrição imediatamente, evitando administração
dobrada;
Apostila gerada especialmente para: Rafael goncalves da silva maia 115.918.266-32
148
- Em caso de recusa do medicamento, o profissional de enfermagem deve relatar imediatamente o fato
ao(a) enfermeiro(a) e/ou médico e anotá-la no prontuário. Convencionalmente em nosso meio, quando o
medicamento não foi administrado por algum motivo, o horário correspondente é circundado, “bolado” à
caneta e a justificativa anotada no prontuário do paciente;
- Utilizar luvas de procedimentos para medicações via sonda gástrica ou nasogástrica, via retal e
parenteral;
- Utilizar técnica asséptica ao manusear material esterilizado;
- Nunca reencapar agulhas ou concitá-las da seringa para desprezar;
- As luvas de procedimentos e o algodão devem ser desprezados na lixeira com saco branco leitoso,
para lixo infectante, dentro da enfermaria do paciente, conforme Programa de Gerenciamento de
Resíduos da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH);
- Em caso de dúvida, nunca administrar o medicamento até que ela seja esclarecida.
Vias oral, sublingual, gástrica e retal: administração de medicamento por via digestiva.
Os medicamentos via oral são fornecidos pela boca e deglutidos com líquidos, apresentam um início
de ação mais lento e um efeito mais prolongado que os medicamentos parenterais. Em geral, os clientes
preferem a via oral.
Via parenteral: administração de um agente terapêutico por outra via que não seja a do trato alimentar
(aparelho digestório).
Via vaginal: introdução e absorção de medicamentos no canal vaginal. O medicamento pode ser
introduzido sob a forma de: supositório, comprimido, óvulo, lavagem, irrigação, creme ou gel.
Via tópica ou cutânea: aplicação de medicamentos na pele. Sua ação pode ser local ou geral.
Exemplos: pomada, antisséptico, etc.
Via nasal: consiste em levar à mucosa nasal um medicamento líquido.
Via Respiratória: as passagens mais profundas do trato respiratório proporcionam grande área de
superfície para a absorção do medicamento. Os medicamentos podem ser administrados através das
vias nasais, via oral ou tubos colocados dentro da boca do cliente até a traqueia. Os medicamentos
administrados pela via de inalação são prontamente absorvidos e atuam rapidamente por causa da rica
rede vascular alveolocapilar presente no tecido pulmonar. Os medicamentos inalados podem ter efeitos
locais ou sistêmicos.
Via ocular: aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva ocular (saco conjuntival inferior).
Há, também, o fornecimento intraocular de medicamento que envolve a inserção de medicamento
semelhante a uma lente de contato dentro do olho do cliente. O disco do medicamento ocular possui duas
camadas mais externas que contêm o medicamento. O disco é inserido dentro do olho do cliente de forma
muito parecida com uma lente de contato, podendo permanecer no olho dele por até uma semana. A
pilocarpina, um medicamento usado para tratar o glaucoma, é o disco de medicamento mais comum.
Via Auricular (otológica): introdução de medicamento no canal auditivo. Colocar o paciente em
posição que você consiga administrar, manter a cabeça do paciente ereta e pingar a solução puxando o
pavilhão auditivo para baixo e para frente.
Instilações na garganta: a garganta pode ser pulverizada ou embrocada pela aplicação de um
antisséptico ou anestésico.
Hipodermóclise ou Hidratação Subcutânea: administração de soluções de reidratação parenteral
na camada subcutânea.
Procedimentos de Administração
Via Oral
Material:
- 01 bandeja;
- 01 copinho;
- Medicamento prescrito.
Procedimento:
- Conferir a prescrição médica e medicação a ser administrada;
- Identificar os copinhos com o nome do paciente, nome da medicação, horário e número do leito;
- Lavar as mãos;
- Diluir o medicamento se necessário;
Cuidados importantes:
- Agitar o frasco de medicamento líquido antes de entorná-lo pelo lado oposto ao do rótulo, evitando
assim, que o líquido escorra sobre ele, tornando difícil a leitura;
- Os frascos multidoses deverão ser diluídos quando abertos;
- Frascos multidoses que ficam “estocados” no posto, verificar sempre a data de validade e condições
de armazenamento antes de administrá-lo ao paciente. Se necessário trocar o frasco na farmácia;
- Segurar o recipiente graduado (copinho) e vidro ao nível dos olhos para despejar o líquido até a altura
correspondente à dose, facilitando desse modo a colocação precisa do medicamento;
- Colocar comprimidos, drágeas ou cápsulas no recipiente sem tocá-las diretamente com a mão;
- Se houver dificuldade na identificação do medicamento, não administrá-lo. Devolva-o à farmácia e
solicite outro medicamento com identificação legível;
- Se um paciente recebe vários medicamentos simultaneamente, a prática mais segura é a de usar
recipientes separados, possibilitando a identificação segura dos medicamentos que efetivamente o
paciente recebeu. Em casos de aceitação parcial ou perdas acidentais de uma parte deles, será possível
registrar adequadamente o ocorrido e/ou repor a medicação perdida;
- Observar se o paciente não está com indicação de jejum, controle hídrico, além de fatores que
influenciam a administração, como sonda nasogástrica, condições relativas à deglutição, náuseas,
vômitos, entre outros;
- No caso de administração de medicação sublingual, observar a colocação do medicamento sob a
língua do paciente e orientá-lo para que deixe ali, sem mastigá-lo ou engoli-lo, até ser totalmente
dissolvido, não se devem oferecer líquidos com a medicação sublingual;
- No uso de medicação via Sonda Nasoenteral-SNE ou Sonda Nasogástrica-SNG: lavar (10 a 20ml
de água pela seringa sob pressão) logo após a administração da medicação, a fim de evitar obstrução da
mesma.
Importante: na ausência do copo graduado ou seringa utilizar as medidas abaixo como referência de
administração medicamentosa líquida.
Via Retal
As formulações destinadas para uso retal podem ser sólidas ou líquidas.
Formulações sólidas: denominada supositório – possuem formato e consistência que facilita sua
aplicação, não devendo ser partido. Dissolve-se em contato com a temperatura corporal e é indicado
principalmente para a estimulação da peristalse para facilitar a defecação. Quando efetivo, os resultados
manifestam-se dentro de 15 a 30 minutos, mas podem tardar até uma hora.
Formulação líquida: pode ser em grande quantidade, denominada lavagem intestinal (de 1000 a
2000ml) ou em pequena quantidade, chamada de clister (150 a 500ml). Geralmente são usadas na
lavagem intestinal para a remoção das fezes em caso de “fecaloma” (fezes endurecidas), preparo para
procedimentos cirúrgicos ou exames (ex.: colonoscopia);
Material:
- 01 Frasco de Clister ou Fleet Enema (conforme prescrição médica);
- Papel higiênico;
- 01 comadre;
Procedimento:
- Explicar ao paciente o procedimento;
- Preparar o material;
- Mornar quando for solução glicerinada ou soro fisiológico;
- Lavar as mãos, calçar luvas de procedimentos;
- Colocar biombo, para não expor o paciente;
- Colocar o paciente em posição de Sims, (decúbito lateral esquerdo e perna direita fletida);
- Afastar a prega interglútea e instilar o líquido;
- Introduzir a sonda retal lubrificada (ex.: xilocaína gel ou óleo mineral) no ânus do paciente;
- Colocar o paciente na comadre, deixando o papel higiênico à mão, nos casos de pacientes
dependentes ou encaminhá-lo ao banheiro;
- Fazer a higiene íntima;
- Retirar o material usado;
- Limpar e organizar o material;
- Retirar as luvas de procedimentos;
- Lavar as mãos;
- Fazer anotação de enfermagem no prontuário;
Observação: No caso de irrigação gota a gota acrescentar um equipo ao material, procedendo a
mesma forma de instalação, deixando o sistema instalado até o final da solução.
Via Parenteral
Preparo da Medicação:
- Observar o prazo de validade, o aspecto da solução, bem como a integridade do frasco;
- Certificar que todo o medicamento está contido no corpo da ampola, pois o estreitamento do gargalo
faz com que uma parte do medicamento muitas vezes, fique na sua parte superior;
- O mesmo cuidado deve ser observado com o pó liofilizado no frasco da ampola;
- Lavar as mãos com água e sabão;
- Observar a integridade dos invólucros que protegem a seringa e a agulha;
- Monte a seringa com a agulha respeitando a técnica asséptica;
- Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em álcool a 70% destacando o gargalo, no caso do
frasco ampola, levantar a tampa metálica e desinfetar a borracha;
- Proteger o gargalo da ampola com algodão na hora de quebrá-lo;
- Aspirar ao diluente (no caso de frasco ampola) introduzi-lo dentro do frasco e deixe que a força da
pressão interna do frasco, desloque o ar para o interior da seringa;
- Homogeneizar o diluente com o pó liofilizado sem sacudir;
- Introduzir o ar da seringa para o interior do frasco. Este procedimento visa aumentar a pressão dentro
do frasco, facilitando a retirada do medicamento, visto que os líquidos movem-se de uma área de maior
pressão para a de menor pressão;
- Manter o frasco invertido para baixo, enquanto aspira ao medicamento;
- Proteger a agulha com o protetor e o êmbolo da seringa com o próprio invólucro;
- Identificar o material com fita adesiva com o nome do paciente, número do leito, medicamento,
horário, dose e via de administração;
Via Intradérmica
É a introdução do medicamento na derme. É raramente usada para tratamento, porém incide na
disseminação de vacinas. Volumes máximos administrados – 0,5 ml.
Locais de aplicação: Face interna ou ventral do antebraço; Região escapular (parte superior das
costas); Parte inferior do deltoide direito (exclusivamente para a vacina BCG).
Material:
- 01 bandeja;
- 01 seringa de 3ml ou 5ml;
- 01 agulha para injeção 03X07;
- 01 bola de algodão;
- 05ml de álcool;
- Luvas de procedimentos;
Procedimento:
- Lavar as mãos;
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e após a aspiração do medicamento, trocar
a agulha;
- Orientar o paciente quanto ao procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos;
- Posicionar a agulha em ângulo de 15º em relação à superfície da pele;
- Introduzir a agulha com o bisel para cima para formar uma pápula;
- Checar na prescrição médica;
Observação: não fazer a antissepsia da região, o que causaria o desenvolvimento de reações falso-
positivas em testes de hipersensibilidade e a redução da atividade das vacinas administradas.
Via Subcutânea
É a introdução do medicamento na região subcutânea. Utilizada para drogas que não necessitem de
absorção imediata e sim quando se deseja uma absorção continua. Podem ocorrer lesões inflamatórias
locais, sendo de grande importância o rodízio da aplicação como um método profilático. Volume máximo
administrável – 2 ml.
Locais de aplicação: Parte superior externa dos braços; Face lateral externa e frontal das coxas;
Regiões glúteas, direita e esquerda; Região abdominal – hipocôndrios direito e esquerdo, exceto a região
periumbilical; Regiões supraescapular e infraescapular; Faces externas, anterior e posterior dos braços;
Região intermediária lateral das costas (próxima ao quadril direito e esquerdo).
Material:
- 01 bandeja;
- 01 seringa de 1ml;
- 01 agulha 13X25;
- Luvas de procedimentos;
- 02 Bolas de algodão;
- 05ml do álcool a 70%;
- Medicamento prescrito.
Procedimento:
- Lavar as mãos;
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e, após a aspiração do medicamento, trocar
a agulha;
- Orientar o paciente quanto ao procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos;
- Fazer antissepsia da pele de cima para baixo;
- Posicionar a agulha em ângulo de 90º em relação à superfície da pele;
- Introduzir a agulha com bisel para baixo;
- Não friccionar o local após a aplicação;
- Retirar luvas e lavar mãos;
- Checar na prescrição medica.
Via Intramuscular
É aplicada no tecido muscular através da pele, tendo a desvantagem de ser dolorosa pela introdução
da agulha e absorção do medicamento. Sua ação sistêmica é relativamente rápida. O desconforto da
aplicação desse medicamento pode ser minimizado com os seguintes cuidados:
- Manter a técnica asséptica durante todo o procedimento;
- Ao escolher o local de aplicação, observe a condição do músculo;
- Assegure a privacidade do paciente, sem expô-lo desnecessariamente;
- Não hesitar em aplicar a injeção;
- Injetar lentamente as soluções;
- Fazer uma pressão no local administrado com a extremidade dos dedos, para auxiliar na absorção
da droga;
Locais para aplicação: Regiões deltoideanas; Região dorsoglútea; Região ventroglútea; Região
anterolateral da coxa (músculo vastolateral).
Quando há́ necessidade de administrar de 3 a 4 mL de medicamento, a região dorsoglútea é a mais
adequada, porém, em razão da presença do nervo isquiático, fundamental para a motricidade dos
membros inferiores, a região de inserção da agulha deve ser bem delimitada. É recomendado dividir a
região dorsoglútea em quatro quadrantes, delimitando o quadrante superior externo com um triângulo ou
subdividindo-a em quadrantes para possibilitar um adequado distanciamento do nervo isquiático.
Recomendações importantes:
- Não administrar medicamentos por via intramuscular na região dorsoglútea em crianças de 0 a 2
anos, adultos excessivamente magros ou com mais de 60 anos;
- Priorizar a região vastolateral da coxa em crianças menores de 1 ano;
- Não administrar diclofenaco de sódio e penicilina benzatina na região deltoide, em qualquer idade.
Nessas medicações só usar agulhas 30x8;
- Rodiziar o local de aplicação.
Material:
- 01 bandeja;
- 01 seringa de 3ml ou 5ml;
- 01 agulha 30X06, 30X07 ou 30X08;
- 02 bolas de algodão;
- 05ml do álcool a 70%;
- Luvas de procedimentos;
- Medicamento prescrito.
Procedimento:
- Lavar as mãos;
- Escolher a seringa de acordo com o volume a ser injetado;
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e, após a aspiração do medicamento, trocar
a agulha;
- Orientar o paciente quanto ao procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos;
- Fazer antissepsia da pele de cima para baixo;
- Posicionar a agulha em ângulo de 90º em relação à superfície da pele;
- Introduzir a agulha com bisel para baixo;
- Aspirar antes de injetar o medicamento, verificando se algum vaso foi atingido;
- Injetar lentamente o líquido;
- Fazer uma leve compressão no local após a administração;
- Retirar luvas e lavar as mãos;
- Checar na prescrição médica;
Via Endovenosa
A via endovenosa é usada quando se deseja uma ação rápida do medicamento ou porque outras vias
não são propícias. Sua administração deve ser feita com muito cuidado, considerando-se que a
medicação entra direto na corrente sanguínea, podendo ocasionar sérias complicações ao paciente, caso
as recomendações preconizadas não sejam observadas. As soluções administradas por essa via
devem ser cristalinas, não oleosas e sem flocos em suspensão.
Alguns acidentes podem acorrer na administração de medicamentos endovenosos:
- Esclerose da veia: aplicação sucessiva no mesmo local;
- Abscessos: administração de medicamentos fora da veia, antissepsia inadequada no local da
punção e material contaminado;
- Hematoma: extravasamento de sangue da veia no espaço intersticial por transfixação da veia;
- Flebite: longa permanência de dispositivos endovenosos ou drogas irritantes;
Locais de aplicação:
- Região cefálica (crianças);
- Região temporossuperficial e regiões epicranianas;
-Região dos membros superiores: braço (cefálica e basílica), antebraço (intermediária cefálica,
intermediária basílica, mediana e radial);
- Ulnar;
- Mão: rede do dorso da mão;.
- Região dos membros inferiores: perna (face posterior do joelho), safena magna e tibial anterior; pé
(rede do dorso do pé). Nesta região somente em casos extremos.
Material:
- Mesmo da injeção intramuscular;
- Acrescentando em caso de grande volume de medicação:
- 01 bandeja;
- 01 Equipo;
- 01 cateter intravenoso (abocath ou jelco);
- 01 pacote de gaze;
- 30 cm de esparadrapo ou micropore;
- Medicamento;
- Luvas de Procedimentos.
Procedimento:
- Lavar as mãos;
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e, após a aspiração do medicamento, trocar
a agulha;
- Posicionar o paciente deitado ou sentado;
- Orientar o paciente quanto ao procedimento;
- Calçar luvas de procedimentos;
- Inspecionar as condições da veia e selecionar a mais apropriada;
- Garrotear o braço aproximadamente 10 cm acima da veia escolhida. Para facilitar a visualização da
veia na mão e braço, convém o paciente cerrar o punho durante a inspeção e a punção venosa;
- Fazer antissepsia da pele de cima para baixo;
- Fixar a veia e fazer a punção;
- Inserir o cateter ou agulha em um ângulo de 15º a 30º graus mantendo a pele esticada com o bisel
voltado para cima, facilitando a introdução;
- Retirar o garrote;
- Administrar lentamente o medicamento, evitando assim reações adversas, já que muitos
medicamentos podem produzir efeitos indesejáveis de imediato. Nesses casos, interrompa a aplicação e
comunique o fato o(a) enfermeiro(a) ou médico;
- Retirar o cateter ou agulha e comprimir o local;
- Retirar luvas e lavar as mãos;
- Checar na prescrição médica.
Recomendações importantes:
- Seguir Rotina de Controle de Infecção para acesso vascular para a manutenção da punção;
- Evitar punção venosa de membros inferiores em pacientes adultos;
Venóclise
Administração endovenosa de regular quantidade de líquido através de gotejamento controlado, para
ser infundido num período de tempo pré-determinado. É indicada principalmente para repor perdas de
líquidos do organismo e administrar medicamentos. As soluções mais utilizadas são a glicosada 5%,
fisiológica 0,9% e ringer simples.
Recomendações importantes:
- Atentar para a identificação, registrando no rótulo: o nome do paciente, a solução a ser injetada, os
medicamentos e seus complementos do soro, caso houver, tempo em que a solução deverá ser infundida,
número de gotas por minuto, início e término, data e assinatura;
- Estabelecer a punção venosa em local longe de articulações e de fácil acesso, para facilitar
manutenção da via e oferecer conforto ao paciente;
- Não puncionar veias esclerosadas (são veias com paredes espessas e endurecidas), devido a
deficiência circulatória;
- Realizar a punção com técnica asséptica, mantendo todo o conjunto de punção limpo, inclusive sua
fixação, prevenindo infecção;
- Manter as conexões do sistema bem adaptadas evitando extravasamento de solução, contaminação,
refluxo sanguíneo e entrada de ar;
- Manter a observação constante no local, a fim de detectar precocemente a infiltração nos tecidos
adjacentes;
- Retirar o dispositivo da punção e providenciar outra via de acesso venoso, na presença de sinais de
flebite (edema e hiperemia local). Comunicar o caso o(a) enfermeiro(a);
- Garantir a infusão do volume e dosagem dentro do tempo estabelecido. Para isto, deve-se controlar
constantemente o gotejamento, que não deve ser alterado em casos de atraso, para evitar a sobrecarga
cardíaca;
- Orientar aos pacientes que deambulam manterem o frasco elevado para promover gotejamento
contínuo, evitando refluxo, coagulação sanguínea e obstrução do cateter;
- Orientar o paciente não abrir ou fechar o gotejamento;
- Registrar no local da punção data, hora e assinatura do profissional responsável;
- Administração de medicações de horário pela “borrachinha” do equipo: fazer desinfecção do local
antes da introdução da agulha;
- Não injetar medicamentos perfurando o frasco de soro ou deixar agulhar tipo “suspiro” para evitar
contaminação do sistema;
- Evitar excesso de polifix ou tree-wall.
Questões
25
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C.; DIAS, L. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Artmed, 2019.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
Via Intradérmica: é a introdução do medicamento na derme. É raramente usada para tratamento,
porém incide na disseminação de vacinas. Volumes máximos administrados – 0,5 ml.
02. Resposta: D
Faz parte das recomendações na segurança da administração de medicamentos devolver no final do
plantão os medicamentos não utilizados e em hipótese alguma acumular “sobras”;
03. Alternativa: E
Os medicamentos em via Parenterais são aqueles que o fármaco não passa pelo trato gastrointestinal.
04. Resposta: B
A via intramuscular possui ação sistêmica relativamente rápida já a via subcutânea é utilizada para
drogas que não necessitem de absorção imediata e sim quando se deseja uma absorção continua, por
isso a comparação está correta.
05. Resposta: E
Na via intramuscular quando há necessidade de administrar de 3 a 4 mL de medicamento, a região
dorsoglútea é a mais adequada, porém, em razão da presença do nervo isquiático, fundamental para a
motricidade dos membros inferiores, a região de inserção da agulha deve ser bem delimitada. É
recomendado dividir a região dorsoglútea em quatro quadrantes, delimitando o quadrante superior
externo com um triângulo ou subdividindo-a em quadrantes para possibilitar um adequado distanciamento
do nervo isquiático.
Amostras Biológicas
São consideradas amostras biológicas de material humano para exames laboratoriais: sangue urina,
fezes, suor, lágrima, linfa (lóbulo do pavilhão auricular, muco nasal e lesão cutânea), escarro, esperma,
secreção vaginal, raspado de lesão epidérmico (esfregaço) mucoso oral, raspado de orofaringe, secreção
de mucosa nasal (esfregaço), conjuntiva tarsal superior (esfregaço), secreção mamilar (esfregaço),
secreção uretral (esfregaço), swab anal, raspados de bubão inguinal e anal/perianal, coleta por
escarificação de lesão seca/swab em lesão úmida e de pelos e de qualquer outro material humano
necessário para exame diagnóstico.
Atualmente a maioria dos procedimentos de coleta são realizados nas próprias Unidades Assistenciais
de Saúde da Rede Pública Municipal.
Laboratórios de Análises
Coleta nas Unidades de Saúde: os procedimentos de coleta dos exames laboratoriais nos
ambulatórios são executados por profissionais médicos, assim como por profissionais de saúde
componentes de equipes multiprofissionais, com finalidades de investigação clínica e epidemiológica, de
diagnose ou apoio diagnóstico, de avaliação pré-operatória, terapêutica e de acompanhamento clínico.
Recursos Humanos:
O Setor de Coleta obrigatoriamente contará com pelo menos 01 (um) dos seguintes profissionais de
nível universitário: médico, enfermeiro, farmacêutico, biomédico ou biólogo que tenha capacitação para
execução das atividades de coleta. Os profissionais de nível universitário do Posto de Coleta deverão
estar presentes, diariamente, no interior de suas dependências durante o período de funcionamento da
coleta destes estabelecimentos.
Espaço Físico
Sala para coleta de material biológico: de uma forma geral, os estabelecimentos que são dotados
de um único ambiente de coleta deverão contar com sala específica e exclusiva no horário de coleta para
esta finalidade, com dimensão mínima de 3,6 metros quadrados, ter pia para lavagem das mãos, mesa,
bancada, etc. para apoiar o material para coleta e o material coletado. O ambiente deve ter janelas, ser
arejado, com local para deitar ou sentar o usuário, as superfícies devem ser laváveis.
De acordo com a RDC 50/2002 ANVISA/MS, as dimensões físicas e capacidade instalada são as
seguintes:
- Box de coleta = 1,5 metros. Caso haja apenas um ambiente de coleta, este deve ser do tipo sala,
com 3,6 metros quadrados;
- Um dos boxes deve ser destinado à maca e com dimensões para tal;
- Os estabelecimentos que contarem com 02 (dois) Boxes de Coleta, obrigatoriamente, possuirão no
mínimo, 01 (um) lavatório localizado o mais próximo possível dos ambientes de coleta;
- Área para registro dos usuários;
- Sanitários para usuários;
- Número necessário de braçadeiras para realização de coletas = 1 para 15 coletas/hora;
- Para revestir as paredes e pisos do box de coleta e técnica em geral, deve-se utilizar material de fácil
lavagem, manutenção e sem frestas;
- Insumos para coleta deverão estar disponibilizados em quantidade suficiente e de forma organizada.
Atenção:
- Observar a integridade do material; quando alterada solicitar substituição;
- Manter cabelos presos e unhas curtas;
- Não usar adornos (pulseiras, anel, relógio, etc...);
- Observar a obrigatoriedade da lavagem das mãos.
Quando houver um acidente com material biológico envolvendo face, olhos e mucosas deve-se lavar
imediatamente todas as partes atingidas com água corrente.
Unidades de saúde
Fase pré-analítica do exame na unidade de saúde:
- Requisição do exame;
- Orientação e preparo para a coleta;
- Coleta;
- Identificação (Solicitar que o usuário realize a conferência dos seus dados): nome, idade, sexo);
- Preparação da amostra;
- Acondicionamento;
- Transporte.
Laboratório
Fase pré-analítica do exame no laboratório:
- Recepção;
- Triagem;
- Preparação da Amostra.
Unidades de Saúde
Fase pós-analítica do exame na unidade de saúde:
- Recepção dos Resultados;
- Conferência;
- Arquivamento dos Laudos.
Jejum
- Para a maioria dos exames um determinado tempo de jejum é necessário e pode variar de acordo
com o exame solicitado devendo - consultar o quadro: “Exames de sangue solicitados nas unidades de
saúde sms”;
- Vale lembrar também, que o jejum prolongado (mais que 12 horas para o adulto), pode levar às
alterações nos exames, além de ser prejudicial à saúde. Água pode ser tomada com moderação. O
excesso interfere nos exames de urina.
Dieta: alguns exames requerem a uma dieta especial antes da coleta de amostra (ex.: pesquisa de
sangue oculto), caso contrário os hábitos alimentares devem ser mantidos para que os resultados possam
refletir o estado do paciente no dia-a-dia.
Fumo: orientar o usuário a não fumar no dia da coleta. O tabagismo crônico altera vários exames
como: leucócitos no sangue, lipoproteínas, atividades de várias enzimas, hormônios, vitaminas,
marcadores tumorais e metais pesados.
Bebida Alcoólica: recomenda-se não ingerir bebidas alcoólicas durante pelo menos 3 (três) dias antes
dos exames. O álcool, entre outras alterações, afeta os teores de enzimas hepáticas, testes de
coagulação, lipídios e outros.
Relações Sexuais: para alguns exames como, por exemplo, espermograma e PSA, há necessidade
de determinados dias de abstinência sexual. Para outros exames, até mesmo urina, recomenda-se 24
horas de abstinência sexual.
Ansiedade e Stress: o paciente deverá relaxar antes da realização do exame. O stress afeta não só
a secreção de hormônio adrenal como de outros componentes do nosso organismo. A ansiedade conduz
à distúrbios no equilíbrio acidobásico, aumenta o lactato sérico e os ácidos gordurosos plasmáticos livres,
entre outras substâncias.
Observações Importantes:
- Quando possível as amostras devem ser coletadas entre 7 e 9 horas da manhã, pois a concentração
plasmática de várias substâncias tendem a flutuar no decorrer do dia. Por esta razão, os valores de
intervalos de referência, são normalmente obtidos entre estes horários. O ritmo biológico também pode
ser influenciado pelo ritmo individual, no que diz respeito à alimentação, exercícios e horas de sono;
- No monitoramento dos medicamentos considerar o pico antes a administração do medicamento e o
estágio da fase constante depois da próxima dose;
- Sempre anotar da coleta no pedido o exato momento.
Nota: a coleta da amostra feita no momento errado é pior do que a não coleta!
É importante a padronização de uma rotina para a coleta dos exames laboratoriais, devendo todos os
profissionais envolvidos no processo estar cientes da rotina estabelecida. Basicamente os funcionários
da coleta devem estar orientados para:
- Atender os usuários com cortesia;
- Manter o box de atendimento dos pacientes sempre em ordem;
- Manter todos os materiais necessários para o atendimento de forma organizada;
- Trajar-se convenientemente (sem adornos pendurados e usar sapato), atendendo às normas de
biossegurança;
- Usar luvas e avental durante todo o processo de coleta.
Existem impressos próprios (anexá-los) que são definidos conforme o tipo de exame solicitado. O
impresso deverá estar totalmente preenchido com letra legível:
- Nome da unidade solicitante;
- Nome do usuário;
- Nº prontuário;
- Idade: muitos valores de referência variam conforme a idade;
- Sexo: muitos valores de referência variam conforme o sexo;
- Indicação clínica;
- Medicamentos em uso;
- Data da última menstruação (DUM), quando for o caso;
- Assinatura e carimbo do solicitante;
- Nome do responsável pela coleta;
A informação é fundamental para garantir a qualidade do resultado laboratorial. Devem ser utilizadas
para fins de análise de consistência do resultado laboratorial, e, portanto, necessitam ser repassadas aos
responsáveis pelas fases analítica e pós-analítica.
Procedimento de Coleta
Conferência das amostras colhidas: reservar os 15 minutos finais do período da coleta para verificar
se as amostras estão bem tampadas e estão corretamente identificadas. Conferir os pedidos com os
frascos. Realizar este procedimento sempre paramentado.
- Estantes e grades são recipientes de suporte utilizados para acondicionar tubos e frascos coletores
contendo amostras biológicas; deverão ser rígidas e resistentes, não quebráveis, que permitam a fixação
em posição vertical, com a extremidade de fechamento (tampa) voltada para cima e que impeçam o
tombamento do material.
- Tubete ou Caixa são recipientes utilizados para acondicionamento de lâminas dotadas internamente
de dispositivo de separação (ranhura) e externamente de dispositivo de fechamento (tampa ou fecho).
- Caixas Térmicas são recipientes de segurança para transporte, destinados à acomodação das
estantes e grades com tubos, frascos e tubetes contendo as amostras biológicas.
Estas caixas térmicas devem obrigatoriamente ser rígidas, resistentes e impermeáveis, revestidas
internamente com material lisos, duráveis, impermeáveis, laváveis e resistentes às soluções desinfetantes
devendo ainda ser, dotadas externamente de dispositivos de fechamento externo.
Como medida de segurança na parte externa das Caixas Térmicas para transporte, deverá ser fixado
o símbolo de material infectante e inscrito, com destaque, o título de identificação: Material Infectante. Na
parte externa da Caixa Térmica, também deverá ser inscrito o desenho de seta indicativa vertical
apontada para cima, de maneira a caracterizar a disposição vertical, com as extremidades de fechamento
voltadas para cima.
Nas inscrições do símbolo de material infectante, do título de identificação e da frase de alerta, deverão
ser empregadas tecnologias ou recursos que possibilitem a higienização da parte externa destes
recipientes e garantam a legibilidade permanente das inscrições. É vedado, em qualquer hipótese,
transportar amostras de material humano, bem como recipientes contendo resíduos infectantes, no
compartimento dianteiro dos veículos automotores.
Laudos Técnicos
Intervalo/Valores de Referência
Define 95% dos valores limites obtidos de uma população definida.
- Valores dos resultados dos exames ou testes laboratoriais e respectivas unidades;
Exames Laboratoriais
Garroteamento: o garrote é utilizado durante a coleta de sangue para facilitar a localização das veias,
tornando-as proeminentes. O garrote deve ser colocado no braço do paciente próximo ao local da punção
(4 a 5 dedos ou 10cm acima do local de punção), sendo que o fluxo arterial não poderá ser interrompido.
Para tal, basta verificar a pulsação do paciente.
Mesmo garroteado, o pulso deverá continuar palpável. O garrote não deve ser deixado no braço do
paciente por mais de um minuto. Deve-se retirar ou afrouxar o garrote logo após a venopunção, pois o
garroteamento prolongado pode acarretar alterações nas análises (por exemplo: cálcio).
Seleção da região de punção: a regra básica para uma punção bem-sucedida é examinar
cuidadosamente o braço do paciente. As características individuais de cada um poderão ser reconhecidas
através de exame visual e/ou apalpação das veias.
Deve-se sempre que for realizar uma venopunção, escolher as veias do braço para a mão, pois neste
sentido encontram-se as veias de maior calibre e em locais menos sensíveis a dor. As veias são tubos
nos quais o sangue circula, da periferia para o centro do sistema circulatório, que é o coração.
As veias podem ser classificadas em: veias de grande, médio e pequeno calibre, e vênulas.
De acordo com a sua localização, as veias podem ser superficiais ou profundas.
As veias superficiais são subcutâneas e com frequência visível por transparência da pele, sendo mais
calibrosas nos membros. Devido à sua situação subcutânea permitir visualização ou sensação táctil, são
nessas veias que se fazem normalmente à coleta de sangue.
Antes de iniciar uma venopunção, certificar-se de que o material abaixo será de fácil acesso:
- Tubos necessários à coleta;
- Etiqueta para identificação do paciente;
- Luvas;
- Swabs ou mecha de algodão embebida em álcool etílico a 70%;
- Gaze seca e estéril;
- Agulhas múltiplas;
- Adaptador para coleta a vácuo;
- Garrote;
- Bandagem, esparadrapo;
- Descartador de agulhas.
Nota: agitar vigorosamente pode causar espuma ou hemólise; não homogeneizar ou homogeneizar
insuficientemente os tubos de Sorologia pode resultar em uma demora na coagulação; Nos tubos com
Sala de espera: a sala de espera é um local próprio para que o paciente repouse, mantendo sua
fisiologia estável, enquanto aguarda ser chamado para o procedimento de coleta. Por essa razão, é
conveniente que a criança tenha um ambiente próprio de espera, ou seja, sala de espera infantil. Um
ambiente agradável com algum tipo de entretenimento (televisão, revistas, brinquedos) pode ser
providenciado, quando possível, de forma que a criança desvie a atenção da situação que a levou até lá.
Coleta em criança
A coleta de sangue em criança e neonato é frequentemente problemática e difícil, para o coletador,
acompanhante e criança.
No momento em que a criança é convocada para o procedimento de coleta, deve-se orientar o
acompanhante das situações que podem ocorrer:
- A criança pode se debater e ter que ser contida;
- A maioria das crianças choram muito;
- Em casos de crianças rebeldes e/ou de veias difíceis, há probabilidade de se ter que fazer mais de
uma punção;
- Probabilidade do retorno para uma segunda coleta por necessidade técnica ou diagnóstica.
A criança deve ser preparada psicologicamente para a coleta, cabendo ao coletador conseguir a
confiança da criança. Isto pode ser obtido observando o comportamento da criança na sala de espera,
verificando se ela traz algum brinquedo ou livro de estórias, e qual o nível de relacionamento com o
acompanhante. Caso a criança traga algum brinquedo, este deve ser mantido com ela sempre que
possível, mas sem que haja comprometimento da coleta. Sempre que possível evitar que a criança assista
à punção.
O posicionamento de coleta para crianças maiores do que um ano dependerá muito do nível de
entendimento que elas possam ter. Como regra básica sugere-se:
- Neonatos e bebês devem ser colocados deitados em maca própria, solicitando a ajuda de outro
profissional para garantir que a coleta aconteça sem dificuldades. Não é aconselhável que o
acompanhante participe da coleta, pois o mesmo está envolvido psicologicamente com a criança. O
auxiliar deve posicionar-se na cabeceira da maca no mesmo lado que o coletador, ficando um de frente
para o outro. Com uma das mãos conter o braço da criança segurando-a próximo ao pulso e com a outro
próximo ao garrote, apoiando o antebraço no peito ou ombro da criança. O coletador de frente para o
auxiliar faz a venopunção seguindo os mesmos passos utilizados para a punção em adultos;
- Crianças maiores, de forma geral, colaboram para que possa fazer uma venopunção sentada.
Existem duas maneiras confortáveis de se posicionar uma criança:
Uma delas é colocar a criança de lado, no colo do acompanhante, ficando de lado para o coletador.
Um dos braços da criança ficará abraçando o acompanhante e o outro posicionado para o coletador.
Dessa forma, o acompanhante desviará a atenção da criança para si segurando o rosto da mesma com
uma das mãos.
O auxiliar ficará posicionado ao lado do coletador onde com uma das mãos segurará o braço da criança
próximo ao garrote e com a outra mão próximo ao pulso. O coletador de frente para a criança faz a
venopunção seguindo os mesmos passos utilizados para a punção em adultos;
A outra, é colocar a criança no colo do acompanhante, de frente para ele com as pernas abertas e
entrelaçadas a seu corpo, na altura da cintura. O acompanhante estará abraçado a criança e de costas
ou de lado para o coletador.
O braço da criança ficará estendido na direção do coletador sob o braço do acompanhante. O auxiliar
ficará posicionado ao lado do coletador onde com uma das mãos segurará o braço da criança próximo ao
- Pacientes idosos ou em uso de anticoagulantes, devem manter pressão sobre o local de punção por
cerca de 3 minutos ou até parar o sangramento;
- Orientar para não carregar peso imediatamente após a coleta;
- Observar se não está usando relógio, pulseira ou mesmo vestimenta que possa estar garroteando o
braço puncionado;
- Orientar para não massagear o local da punção enquanto pressiona o local;
- A compressão do local de punção é de responsabilidade do coletor. Se não puder executá-lo, deverá
estar atento à maneira do paciente fazê-lo.
Dificuldades na Coleta
Algumas dificuldades podem surgir pela inexperiência do uso do sistema a vácuo, sendo a mais
frequente a falta de fluxo sanguíneo para dentro do tubo.
Possíveis causas:
- A punção foi muito profunda e transfixou a veia. Solução: retrair a agulha;
- A agulha se localizou ao lado da veia, sem atingir a luz do vaso. Solução: apalpar a veia, localizar
sua trajetória e corrigir o posicionamento da agulha, aprofundando-a;
- Aderência do bisel na parede interna da veia. Solução: desconectar o tubo, girar suavemente o
adaptador, liberando o bisel e reiniciar a coleta;
- Colabamento da veia. Solução: diminuir a pressão do garrote.
Punção digital: posicionar o dedo e introduzir a lanceta de forma perpendicular na face lateral interna
da falange.
- Desprezar a primeira gota, por conter maior quantidade de fluidos celulares do que sangue. Colher a
amostra a partir da segunda gota. Nem sempre os neonatos sangram imediatamente; se a gota de sangue
não fluir livremente, efetuar uma massagem leve para se obter uma gota bem redonda (esta massagem
no local da punção não deve ser firme e nem causar pressão, pois pode ocorrer contaminação);
- As gotas de sangue são captadas pelo funil ou tubo-capilar;
- Quando o microtubo estiver com o seu volume completo, troque-o pelo subsequente, na sequência
correta de coleta. Atenção: ao coletar amostras com capilar, o tubo de EDTA sempre deve ser o primeiro
e em seguida o de sorologia (Esta sequência é oposta ao da coleta tradicional para sangue venoso, mas
minimiza o efeito de influência da coagulação nos resultados de análise);
- Após a coleta do último microtubo, o funil ou tubo-capilar deve ser removido e descartado. Agora o
microtubo pode ser gentilmente homogeneizado. Nota: Agitar vigorosamente pode causar espuma e
hemólise. Nos microtubos com anticoagulante, homogeneização inadequada pode resultar em agregação
plaquetária e/ou micro coágulos;
- Após a coleta, pressionar o local da punção com gaze seca estéril até parar o sangramento;
- Descartar todo o material utilizado na coleta nos descartadores apropriados.
Procedimento Básico:
Utilizar o kit fornecido pelo laboratório gratuitamente com instruções específicas.
- Fazer uma higiene íntima rigorosa em sua casa, usando sabonete e água; enxaguar bem com água
abundante e secar bem com uma toalha limpa;
- Coletar a primeira urina da manhã ou 2 horas após a última micção;
- Desprezar o primeiro jato da urina no vaso sanitário, coletar no copo descartável o jato do meio, mais
ou menos (até a metade do copo) desprezando o restante da micção no vaso sanitário;
- Imediatamente, passar a urina do copo para o tubo, até preencher totalmente, fechar e muito bem e
identificar com seu nome completo e ou etiquetar com etiqueta própria do laboratório.
Cuidados para realizar a coleta de Urina: jejum não é necessário. Retenção Urinária: pode ser a
primeira da manhã ou o tempo mínimo de 2 horas de retenção. Evite a ingestão excessiva de líquidos.
Para crianças muito pequenas: usar coletor infantil fornecido pelo laboratório coleta realizada de acordo
com o laboratório.
Tipos de exames de Urina: exame de Urina tipo I de material enviado (o procedimento básico de
urina deverá ser realizado no laboratório de acordo com a solicitação médica). Realizar o procedimento
básico de coleta em sua própria residência. Encaminhar ao laboratório até 2 horas após a coleta. Exame
de Urina tipo I com assepsia- Cultura de Urina. O procedimento básico de coleta de Urina deverá ser
realizado no laboratório, de acordo com a solicitação médica.
Crianças muito pequenas: a coleta pode ser realizada no laboratório, onde haverá troca de coletores
e assepsia a cada 30 minutos, realizada pela Equipe. Ou pode trazer a Urina colhida em casa, em
coletores fornecidos pelos laboratórios. Mas deve-se fazer uma higiene intima rigorosa na criança, antes
de colocar o coletor.
Procedimento básico:
- Utilizar o kit fornecido pelo laboratório com instruções específicas;
- Colher fezes em recipiente limpo de boca larga, tomando cuidado de não contaminar as fezes com a
urina ou água do vaso sanitário. Usando uma pazinha, colher uma porção de fezes do tamanho de uma
noz e colocar no frasco coletor. Se for observado presença de muco ou sangue, colher também está
porção "feia" das fezes, sendo muito importante para análise. Tampar bem o frasco e identificar com seu
nome completo e encaminhar ao laboratório.
Exame parasitológico com conservante: paciente irá receber um kit contendo 3 frascos coletores (2
com líquido conservante e 1 sem conservante ou 3 com líquido conservante). Seguir o procedimento
básico de coleta de fezes, porém a coleta deverá ser realizada em dias alternados, pelo menos 1 dia de
intervalo entre as coletas. Coletar uma amostra em cada frasco, fechar e agitar para dissolver as fezes
no líquido. Conservar em geladeira a medida em que forem sendo coletadas. A última amostra deve ser
colocada no frasco sem conservante. Tampar bem, identificar com nome completo e encaminhar ao
laboratório. Encaminhar ao laboratório em até 2 horas após a última coleta, se em temperatura ambiente,
ou no máximo 14 horas se refrigerada.
Cultura de Fezes: seguir o procedimento básico de coleta de fezes. Após a coleta, encaminhar ao
laboratório em até 3 horas, se em temperatura ambiente ou em até 6 horas se refrigerada. Caso esteja
usando antibióticos, esperar 7 dias após o término do medicamento para colher as fezes. Caso seja
necessário o uso de laxantes, são permitidos apenas os à base de sulfato de magnésio. Consulte seu
médico.
Crianças muito pequenas: não utilizar as fezes da fralda quando estiverem diarreicas ou líquidas,
solicitar coletores infantis fornecidos. No caso de fezes consistentes, encaminhar condicionalmente para
o responsável do setor analisar se a quantidade é suficiente. Encaminhar ao laboratório em até 3 horas
se em temperatura ambiente ou em até 6 horas se refrigerada.
A amostra de escarro deve ser coletada, sempre que possível, antes do início do tratamento
(principalmente antibióticos).
O escarro ideal é obtido após tosse profunda, é aquele que vem do “fundo do peito”.
A amostra colhida pela manhã, ao acordar, é a mais concentrada e, portanto, a adequada para o
exame.
Deve-se ingerir bastante líquidos desde a noite anterior. A boa hidratação facilita a coleta.
Inalar vapor úmido, antes da coleta, pode ser útil (por ex., inalando o vapor do banho).
Caso não esteja eliminando escarro no dia da coleta, é preferível não efetuar a coleta. Não colha saliva
em lugar ou junto do escarro. Evite, também, colher secreção do nariz.
Caso o médico tenha solicitado mais de uma amostra, é preferível colher cada uma em um dia diferente
Exames Laboratoriais
Exames Hematológicos
A maioria das doenças hematológicas determina o aparecimento de significativas manifestações
bucais. Muitas vezes estas são as primeiras manifestações clínicas da doença fazendo com que, em
Exame de Urina
A urina é o resultado da filtração de plasma pelo glomérulo e dos processos de reabsorção e excreção
exercidos pelos túbulos renais. O exame de urina é outro componente laboratorial valioso na rotina do
complexo pré-operatório. É um dos demonstradores das numerosas manifestações de doenças
sistêmicas. Os elementos de maior importância no exame de urina e que devem ser analisados são:
densidade, volume, cor, aspecto, pH, glicosúria, acetonúria, piúria, hematúria e bile.
Outros Exames
O dentista pode ainda solicitar outros tipos de exames laboratoriais como: reação do Machado-
Guerreiro, na doença de Chagas; reação de Montenegro, que é uma prova intradérmica, para diagnóstico
de Leishmaniose brasiliense; reação de Sabin e Feldman, na toxoplasmose; reação de Mantoux, na
tuberculose; reação de Mitsuda na hanseníase (lepra).
Além dos anteriormente mencionados, podem ter aplicação na clínica odontológica a taxa de glicemia
e exames sorológicos para lues. São bem conhecidos os problemas que podem aparecer no tratamento
odontológico de um paciente diabético. O dentista deve estar sempre atento, a fim de detectar sinais e
sintomas que possam sugerir a presença de tal afecção.
A dificuldade de cicatrização, hálito cetônico, xerostomia, história de poliúria e sede excessiva são
dados que indicam a requisição da determinação da taxa de glicemia. Se esta apresentar alta dosagem,
estará confirmada a hipótese clínica de diabetes e o paciente deve ser encaminhado ao médico para
tratamento.
A presença de úlceras e placas na mucosa bucal, o clínico deve pensar na possibilidade de etiologia
luética e requisitar, quando julgar necessário, os exames complementares específicos que irão ou não
confirmar tal suspeita.
Citologia Esfoliativa
É um método laboratorial que consiste basicamente na análise de células que descamam
fisiologicamente da superfície. Não é um método recente e sua utilização é anterior à metade do século
XIX. Deve-se a Papanicolau & Traut, em 1943, com a apresentação e valorização dos achados citológicos
em colpocitologia, a aceitação universal do método no diagnóstico do câncer da genitália feminina. Em
1951, Muller e col. utilizaram a citologia na mucosa bucal. Folson e col., em 1972, justificaram bem a
razão do método útil e válido:
- Sob condições normais, existe uma forte aderência entre as camadas mais profundas do epitélio, o
que dificulta a sua remoção;
- Nas lesões malignas e em alguns processos benignos, essa aderência ou coesão celular é bastante
frágil, o que permite facilmente sua remoção;
- Nos processos malignos, as células apresentam alterações características especiais que as
diferenciam das células normais, tais como: núcleos irregulares e grandes, bordas nucleares irregulares
e proeminentes, hipercromatismo celular, perda da relação núcleo- citoplasma, nucléolos proeminentes
e múltiplos, discrepância de maturação em conjunto de células, mitoses anormais e pleomorfismo celular;
Vantagens
- Método simples e praticado sem anestesia;
- Rápida execução;
- Não leva paciente ao estado de ansiedade provocado, às vezes pela biópsia;
- Barato.
Limitações
- Evidencia apenas lesões superficiais;
- O diagnóstico geralmente não é fundamentado num resultado positivo para malignidade, pois neste
caso a biópsia será indispensável para confirmação definitiva;
- Em caso de malignidade sempre indica a necessidade de uma biópsia, e em caso de resultado
negativo pode permanecer a dúvida.
Indicações
- Infecções fúngicas (candidose, paracoccidioidomicose);
- Doenças autoimunes (pênfigo);
- Infecções virais (herpes primário, herpes recorrente).
Contraindicações
- Lesões profundas cobertas por mucosa normal;
- Lesões com necrose superficial;
- Lesões ceratóticas.
Procedimento
O exame fundamenta-se na raspagem das células superficiais de uma determinada lesão, confecção
do esfregaço sobre a lâmina de vidro, fixação, coloração e exame microscópico. O resultado da citologia
esfoliativa é fornecido de acordo com o código de classificação de esfregaço apresentado por Papanicolau
& Traut e modificado por Folson e col.
Classe 0 - material inadequado ou insuficiente para exame.
Classe I - células normais.
Classe II - células atípicas, mas sem evidências de malignidade.
Classe III - células sugestivas, mas não conclusivas de malignidade.
Classe IV - células fortemente sugestivas de malignidade.
Classe V - células indicando malignidade.
Sempre que o resultado estiver enquadrado nas classes III, IV e V se faz necessária a biópsia para
confirmar resultado. Atualmente os patologistas preferem descrever a alteração, isto é, presença ou
ausência de células malignas.
A citologia esfoliativa da mucosa bucal não teve um desenvolvimento acentuado, talvez em
decorrência do número de resultados falsos negativos que podem ocorrer, principalmente pela
deficiência, na coleta do material e de citopatologistas experientes.
Considera-se que a citologia esfoliativa não é um método que propicie o diagnóstico definitivo de uma
lesão, mas, é de grande valia para orientação diagnóstica, o que equivale a afirmar que deve ser feita,
mas nunca em detrimento da análise histopatológica.
Indicações
- Toda lesão cuja história e características clínicas não permitam elaboração do diagnóstico e que não
apresente evidência de cura dentro de um período não superior a duas semanas;
- Em tecidos retirados cirurgicamente, quando ainda não se tem um diagnóstico prévio;
- Lesões intraósseas que não possam ser positivamente identificadas através de exames de imagem.
Contraindicações
- Tumores encapsulados (para não provocar difusão para tecidos vizinhos). Ex.: Adenoma pleomórfico
em glândula parótida;
- Em lesões angiomatosas (Ex. hemangioma), a indicação de biópsia deve ser criteriosa e quando
realizada deve seguir normas de segurança evitando complicações, principalmente hemorragia.
A realização de biópsia em lesões pigmentadas da mucosa oral não necessita de margem de
segurança. Atualmente sabe-se que uma lesão pigmentada que foi biopsiada e diagnosticada como
melanoma não tem seu prognóstico alterado por ter sido biopsiada previamente à cirurgia.
Não biopsiar áreas de necrose porque não há detalhes celulares.
Tipos de Biópsia
Biópsia incisional: apenas parte da lesão é removida. É indicada em caso de lesões extensas ou de
localização de difícil acesso.
Biópsia excisional: toda a lesão é removida. É indicada em lesões pequenas e de fácil acesso.
A amostra deve ser enviada ao laboratório para exame histopatológico sempre acompanhada de um
relatório onde são discriminados os seguintes dados: data da biópsia, nome, idade e sexo do paciente,
nome do operador, local da biópsia, descrição breve dos aspectos clínicos da lesão e hipóteses
diagnósticas. Em caso de biópsia óssea enviar radiografia.
Sequência de biópsia:
- Infiltração da solução anestésica na periferia da lesão ou usar-se de anestesia regional;
- Incisão do tecido a ser biopsiado (bisturi ou punch);
- Preensão da peça com pinça “dente de rato”;
- Corte ou remoção da peça com tesoura ou mesmo bisturi;
- Colocação do tecido removido em vidro com formol 10%;
- Sutura da região quando necessário;
- Relatório do espécime e envio ao laboratório.
Questões
01. A tireoide e a mama são os dois principais órgãos que mais são investigados pela técnica da
punção aspirativa.
( ) Certo ( ) Errado
03. Citologia Esfoliativa: É realizado durante o ato cirúrgico quando houver a necessidade de se
definir a natureza da lesão (benigna ou maligna) ou para avaliar se as margens de ressecção cirúrgica
estão livres ou comprometidas pela neoplasia.
04. Caso não esteja eliminando escarro no dia da coleta, é preferível colher saliva no lugar
( ) Certo ( ) Errado
05. Em relação à coleta de urina para amostra ocasional, é correto afirmar que:
“Coletar a primeira urina da manhã ou 2 horas após a última micção.- Desprezar o primeiro jato da
urina no vaso sanitário, coletar no copo descartável o jato do meio, mais ou menos ( até a metade do
copo) desprezando o restante da micção no vaso sanitário”.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
Comentários
26
TOBASE, L.; TOMAZINI, E. A. S. Urgências e Emergências em Enfermagem. Guanabara Koogan, 2017.
Com o sistema de cores, o Protocolo Manchester facilita o encaminhamento do paciente para a área
mais adequada às suas necessidades. Permite ao enfermeiro ou médico, em 1 a 3 min, identificar o grau
de urgência e ordenar o atendimento imediato das alterações, priorizando desde as que colocam a vida
em risco iminente até os casos menos graves, que podem aguardar um pouco mais pelo atendimento.
Esse método pode ser aplicado no cotidiano das unidades de emergência e em eventos com múltiplas
vítimas.
Atenção: o método não visa estabelecer diagnóstico médico. Segundo a Resolução Cofen n.
423/2012, em relação à equipe de enfermagem, a classificação de risco é atribuição do enfermeiro.
Confirmada a segurança em todos os aspectos, na abordagem direta, é realizado o exame inicial para
estabelecer as prioridades no atendimento, a partir das avaliações primária e secundária.
Existe um método sequencial para avaliar a vítima, o ABCDE, em que são definidas as medidas
específicas de avaliação e as intervenções correspondentes a serem adotadas.
Técnica A, B, C, D, E:
A - Abrir vias aéreas: com proteção da coluna cervical;
B - Respiração: ver, ouvir, sentir;
C - Circulação: verificar pulso carotídeo por dez segundos e controlar hemorragias externas;
D - Avaliar estado neurológico: nível de consciência;
E - Exposição da vítima: retirar vestimentas, sempre que possível cortar na costura; controlar o
ambiente, evitando a hipotermia e utilizar manta aluminizada.
Durante toda a abordagem da vítima o controle cervical deve ser mantido, pois sempre se deve
suspeitar em toda vítima de trauma de lesão de coluna cervical. Somente deve passar para o próximo
item se completar o passo anterior, ou seja, só́ passar para o passo "B" após terminar o passo "A" e assim
por diante.
B - Respiração
Após a abertura das vias aéreas, o socorrista deve verificar se a respiração da vítima está presente.
Deve soltar cintas e expor o abdômen da vítima, levantando ou abrindo a vestimenta, facilitando a
visualização da expansão abdominal; isso é o VER.
Para OUVIR o ruído da saída de ar o socorrista deve aproximar sua cabeça da face da vítima. Para
SENTIR se há́ saída de ar pela boca ou nariz, o socorrista deve colocar seu dedo indicador próximo à
narina da vítima, sentindo a saída do ar exalado.
Caso a vítima apresente respiração, deve-se verificar a frequência respiratória por intermédio do ritmo,
profundidade e som, refletindo o estado metabólico do corpo, a condição do diafragma e dos músculos
do tórax, fornecendo O2 ao trato respiratório e alvéolos.
Para verificar a respiração, basta contar o número de vezes que ocorre a expansão do abdômen em
um minuto.
Como a respiração, em certo grau, está sujeita ao controle involuntário, ela deve ser contada sem que
o paciente perceba. Coloque os dedos no pulso como se estivesse verificando o pulso e observe a
respiração. O socorrista deve certificar-se de que os passos "A" e "B" não sejam interrompidos e passar
para o passo "C".
C - Circulação
Após verificar a respiração, o socorrista deve verificar a presença de circulação por meio da pulsação
e perfusão distal. A presença de grandes hemorragias deve ser controlada nesta fase, realizando
compressão direta do ferimento.
Verificação do pulso: pulso é o nome que se dá́ à dilatação pequena e sensível das artérias, produzida
pela corrente circulatória. Toda vez que o sangue é lançado do ventrículo esquerdo do coração para a
artéria aorta, a pressão e o volume provocam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial,
evidenciadas quando se comprime moderadamente a artéria contra uma estrutura dura (os dedos).
Pode-se verificar o pulso sobre a artéria radial (pulso do braço). Num quadro de emergência o pulso
radial apresenta-se muito fino, tornando-se mais fácil a verificação em artérias mais calibrosas como a
carótida (pescoço) e femoral (virilha). Outras artérias, como a braquial, poplítea e a do dorso do pé́ (artéria
pediosa), podem também ser utilizadas para a verificação.
A frequência do pulso em adultos é de 60 a 100, em crianças de 75 a 100 e em recém-nascidos de
120 a 160. A regularidade do pulso pode ser rítmica, bate com regularidade, e arrítmica, bate sem
regularidade.
Para verificar o pulso basta pressionar de leve os dedos indicador e médio sobre o pulso e contar por
um minuto. Não deve ser utilizado o dedo polegar na verificação, pois pode confundir a sua pulsação com
a do paciente. Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir o batimento do
pulso.
Em vítimas conscientes verifica-se o pulso radial; em vítimas inconscientes deve ser sempre verificado
o pulso carotídeo (no pescoço) por dez segundos. Caso o pulso esteja ausente, deve-se iniciar as
manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP).
Verificação da perfusão distal ou preenchimento capilar: a perfusão distal é avaliada pela técnica do
preenchimento capilar. É realizada fazendo uma pressão na base da unha de modo que a coloração
passe de rosada para pálida. Retirando-se a pressão a coloração rosada deve retomar num tempo inferior
a dois segundos. Se o tempo ultrapassar dois segundos, é sinal de que a perfusão distal está
comprometida, portanto, é necessário oxigenar a vítima por meio do cilindro de oxigênio medicinal.
D - Nível de consciência
Após a verificação dos passos ABC, o socorrista deve verificar o nível de consciência da vítima. As
vítimas que não apresentem alterações do nível de consciência inicial, mas depois passam a apresentar,
indicam uma situação grave comparada a outras vítimas que apresentavam alterações do nível de
consciência, porém permanecem estáveis. O nível de consciência deve ser medido junto com a avaliação
neurológica rápida e o exame das pupilas.
O estímulo doloroso pode ser feito com pressão dos dedos nas maçãs do rosto da vítima ou
friccionando o osso esterno ou apertando o músculo trapézio. Caso a vítima tenha trauma, deve ser
aplicada a avaliação do nível de consciência pela escala de Glasgow.
E - Exposição da vítima
Após verificado o nível de consciência, deve-se expor a vítima para realizar a abordagem secundária.
Deve-se cortar as vestimentas com tesoura ponta romba. Não utilize tesoura de ponta fina, pois pode ferir
a vítima. Lembre-se de não expor desnecessariamente a vítima.
Deve-se iniciar o exame secundário após o término da abordagem primária completa. Na abordagem
secundária a finalidade e a estabilização das funções vitais.
O primeiro passo é colher a história clínica da vítima. Para isso emprega-se o método AMPLA:
A: perguntar à vítima sobre possíveis alergias;
M: perguntar sobre medicações que utiliza;
P: perguntar sobre doenças preexistentes como diabetes, hipertensão;
L: perguntar sobre alimentos e bebidas que ingeriu;
A: perguntar sobre o acidente, como ocorreu, observando o ambiente.
Após colher a história clínica deve-se iniciar o exame físico detalhado da cabeça aos pés. O socorrista
não pode esquecer-se de reavaliar o ABCD durante o exame secundário, principalmente em vítimas
inconscientes.
Essas manobras são baseadas na cadeia de sobrevivência da AHA, a fim de agilizar e sistematizar o
atendimento:
- Verifique a segurança do local;
- Verifique se a vítima responde avaliando a responsividade;
- Se estiver sozinho, sem acesso a um telefone celular, deixe a vítima e acione o serviço médico de
emergência;
- Avalie a respiração e o pulso simultaneamente por 10 segundos;
- Com as mãos sobre a metade inferior do esterno (região hipotenar), sem flexionar os cotovelos inicie
as compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120/min;
- Comprimir a uma profundidade de pelo menos 2 polegadas (5cm a 6cm);
- Permitir o retorno total do tórax após cada compressão;
- Minimizar as interrupções nas compressões;
- Ventilar adequadamente (2 respirações após 30 compressões, cada respiração administrada em 1
segundo, provocando a elevação do tórax).
Engasgo
O engasgo28 é uma manifestação do organismo para expelir alimento ou objeto que toma um “caminho
errado”, durante a deglutição (ato de engolir).
Na parte superior da laringe localiza-se a epiglote, uma estrutura composta de tecido cartilaginoso,
localizada atrás da língua. Funciona como uma válvula que permanece aberta para permitir a chegada
do ar aos pulmões e se fecha quando engolimos algo, isso para bloquear a passagem do alimento para
os pulmões e encaminhá-lo ao estômago.
O engasgo é considerado uma emergência, e em casos graves, pode levar a pessoa à morte por
asfixia ou deixá-la inconsciente por um tempo. Sendo assim, agir rapidamente evita complicações.
Manobra de Heimlich
Posicione-se por trás e enlace a vítima com os braços ao redor do abdome (se for uma criança, ajoelhe-
se primeiro), caso ela esteja consciente. Uma das mãos permanece fechada sobre a chamada “boca do
estômago” (região epigástrica).
A outra mão comprime a primeira, ao mesmo tempo em que empurra a “boca do estômago” para dentro
e para cima, como se quisesse levantar a vítima do chão. Faça movimentos de compressão para dentro
e para cima (como uma letra "J"), até que a vítima elimine o corpo estranho.
27
TOBASE, L.; TOMAZINI, E. A. S. Urgências e Emergências em Enfermagem. Guanabara Koogan, 2017
28
http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2513-engasgo
- Coloque o bebê de bruços em cima do seu braço e faça cinco compressões entre as escápulas (no
meio das costas).
- Vire o bebê de barriga para cima em seu braço e efetue mais cinco compressões sobre o esterno
(osso que divide o peito ao meio), na altura dos mamilos.
- Tente visualizar o corpo estranho e retirá-lo da boca delicadamente. Se não conseguir, repita as
compressões até a chegada a um serviço de emergência (pronto socorro ou hospital). Esses
procedimentos são válidos somente se a criança ou o adulto engasgado estiverem conscientes. Vítimas
inconscientes precisam de atendimento hospitalar rapidamente. Os primeiros socorros para asfixia ou
engasgo devem ser tomados até que seja possível o atendimento especializado.
Assistência em Hemorragias29
- Verificar a Frequência Cardíaca (FC) e o pulso. A FC pode ser o primeiro sinal alterado no caso de
choque inicial. Os demais sinais, como Pressão Arterial (PA), serão secundários;
- Identificar a quantidade, o volume e a qualidade do sangue perdido inicialmente, no caso de
sangramentos externos, dará uma ideia quanto à gravidade da situação e será uma informação importante
e útil para o intra-hospitalar;
- Identificar o local exato da hemorragia. Devido ao sangue se espalhar, é possível que o atendimento
esteja sendo feito no local errado, por essa razão, é extremamente importante identificar o local e já
proceder com as ações de estancamento da hemorragia de forma adequada (hemorragia externa) ou
realizar o alinhamento anatômico de membro fraturado (possibilidade de sangramento interno) quando
possível;
- Pressionar com firmeza (curativo compressivo) o local do sangramento, tendo o cuidado de não
pressionar demais e, com isso, parar a circulação;
- Levantar o membro, se o sangramento for no braço ou na perna. No entanto, isto não deve ser feito
se houver suspeita de fraturas (deformidades);
- Não retirar o primeiro curativo compressivo, mesmo que o sangue continue saindo. Nesse caso, deve-
se colocar outro em cima, de modo a continuar a pressionar o local;
- Realizar avaliações do D (nível de consciência) várias vezes no atendimento, pois o rebaixamento do
sensório ou a agitação podem ser indicativos de perda sanguínea significativa;
- Avaliar a temperatura corporal e manter o calor são procedimentos importantes. O paciente deve ser
mantido aquecido para evitar hipotermia.
Queimaduras
- Retirar a roupa que cobre a área queimada. Se a roupa estiver grudada na área queimada, deve-se
lavar a região até que o tecido possa ser retirado delicadamente sem aumentar a lesão. Se continuar
aderido à pele, o tecido deve ser cortado ao redor do ferimento;
- Remover anéis, pulseiras e colares, pois o edema se desenvolve rapidamente;
- Colocar a área queimada debaixo da água fria (e não gelada) ou utilizar compressas limpas e frias
sobre a queimadura até que a dor desapareça. O resfriamento das lesões com água fria é o melhor
tratamento de urgência da queimadura. A água alivia a dor, limpa a lesão, impede o aprofundamento das
queimaduras e diminui o edema (inchação) subsequente;
- Não utilizar compressas úmidas por longo tempo em queimaduras extensas, pois podem ocasionar
hipotermia (a temperatura do corpo da vítima fica abaixo do normal);
- Envolver a vítima com lençol limpo e agasalhos e encaminhá-lo ao atendimento médico;
- Dar um analgésico para alívio da dor;
- Nas vítimas conscientes e colaborativas com pequenas áreas queimadas, a hidratação oral com água
e sucos de frutas pode ser iniciada;
- Nas queimaduras extensas, a perda de líquidos é muito grande e a reposição de líquidos e eletrólitos
por via venosa, o mais rápido possível, é fundamental para a sobrevivência do paciente;
- Não usar gelo nas queimaduras;
- Não furar as bolhas causadas pela queimadura30;
29
ZAVAGLIA, G. O. et al. Cuidados de Enfermagem em Emergência e Traumas. Sagah, 2019.
30
Segundo a National Association of Emergency Medical Technicians (2011), a retirada de bolhas deve ser feita por especialistas em ambiente hospitalar devido
ao risco de infecção.
Intoxicação Exógena
Asfixia31
Corpo Estranho
Mordedura de Cão
31
SANTOS, N. C. M. Enfermagem em Pronto Atendimento Urgência e Emergência. Érica, 2014.
Quando a pressão exercida sobre as artérias é maior do que a esperada, dá-se a hipertensão arterial.
A pressão considerada normal é variável entre 120 × 90mmHg e 120 × 80mmHg.
Sinais e sintomas: Cefaleia, sudorese fria, dor em região da “nuca” (mas sem rigidez), mal-estar geral
e ansiedade.
- Verificar e anotar os sinais vitais com atenção especial à PA;
- Verificar PA a cada 2 horas e anotar em impresso próprio;
- Manter o paciente em local tranquilo, evitando visitas que possam ser desagradáveis e interfiram no
controle da pressão;
- Verificar se a dieta está de acordo, ou seja, hipossódica, atentando-se ao que se consome entre uma
refeição e outra, muitas vezes por conta própria ou trazido por familiares;
- Orientar quanto ao repouso relativo no leito;
- Administrar medicamentos nos horários corretos, evitando atraso no seu ciclo de ação;
- Seguir o plano de cuidados elaborado pela (o) enfermeira (o) durante o período da hospitalização.
Coma
- Colher as informações de quem socorreu primeiro a vítima e fazer uma rápida avaliação do caso.
Quando não se tratar de trauma, a dificuldade do socorrista em identificar a causa é maior;
- Verificar os sinais vitais;
- Observar o hálito da vítima - álcool, drogas, cetoacidose diabética. Qualquer um desses fatores possui
características próprias, que podem ser detectadas por qualquer um dos socorristas;
- Se houver trauma, verificar suas causas e seus aspectos;
- Fazer um rápido exame físico, observando sinais do trauma, pulso, pupilas, nível de respiração e
outros aspectos importantes para que a conduta tomada seja eficiente;
- Manter as vias aéreas livres;
- Procurar socorro médico o mais rápido possível.
Sincope ou Desmaio32
32
HAUBERT, M. Primeiros Socorros. Sagah, 2018.
- Lembre-se de que crises generalizadas podem ser precedidas pelas parciais, por isso, se o paciente
estiver em pé ou sentado, o ideal é deitá-lo para evitar quedas e traumatismos decorrentes dela;
- Retire os óculos do rosto da vítima, se ela estiver usando-os;
- Procure afastar curiosos e pessoas que não poderão ajudar;
- Não dê tapas no rosto da vítima, nem mesmo jogue água para fazê-la retornar da crise mais rápido;
- Afaste objetos que possam servir de obstáculos que machucarão a vítima;
- Não tente imobilizar os membros se o paciente apresentar uma crise tônico-clônica e deixe que ele
se debata, buscando apenas proteger sua cabeça com uma almofada ou outro objeto macio, como um
casaco dobrado;
- Afrouxe as roupas da vítima e deixe-a se debater livremente;
- Nunca, de maneira alguma, coloque os dedos dentro da boca do paciente na tentativa de ajudá-lo,
se ele se sufocar com a própria língua. Os indivíduos em crise contraem a mandíbula com tanta força que
podem amputar seus dedos com uma mordida. Faça apenas a simples lateralização da cabeça para
qualquer lado, assim, a língua cairá sozinha, e ele terá as vias aéreas desobstruídas;
- Nunca coloque objetos, como colher, dentro da boca do paciente para segurar sua língua, essa
tentativa coloca sua integridade em risco, além de facilitar que ele machuque a boca ou quebre os dentes;
- Faça a lateralização da cabeça, pois ela impedirá que o paciente se afogue com a própria saliva;
- Chame ajuda médica se a crise durar mais do que cinco minutos;
- Deite o paciente confortavelmente de lado e deixe-o descansar ao terminar a crise, pois ele pode
permanecer desacordado por algum tempo;
- Nunca ofereça nada de beber ou de comer logo após a crise, pois o paciente pode não conseguir
engolir direito, ficando mais propenso ao risco de aspiração de alimentos ou de líquidos para o pulmão;
- Evite comentários sobre o atendimento de uma convulsão, tanto durante como após o socorro, pois
a pessoa já se encontra desconfortável o suficiente com a ocorrência da crise;
- Permaneça junto à vítima até que ela se recupere totalmente. Apresente-se a ela, demonstrando
atenção e cuidado com o caso, e informe-a de onde está e com quem, proporcionando segurança e
tranquilidade. Pode ser muito útil saber se a pessoa é portadora de epilepsia e se está em dia com suas
medicações;
- Faça uma inspeção geral no estado da vítima após a crise, a fim de verificar se ela está ferida ou
sangrando. Se apresentar alguma lesão, encaminhe para o atendimento médico.
Choque
- Deite a vítima em posição horizontal, preferencialmente de costas, e com as pernas a um nível cerca
de 25 a 30cm mais elevadas do que a cabeça;
- Eleve os membros inferiores em relação ao corpo, colocando-os sobre uma almofada, um cobertor
dobrado ou qualquer outro objeto. Esse procedimento deve ser feito apenas se não houver fraturas
desses membros e serve para melhorar o retorno sanguíneo e levar o máximo de oxigênio ao cérebro -
não os erguer a mais de 30cm do solo. No caso de ferimentos no tórax que dificultem a respiração ou na
cabeça, os membros inferiores não devem ser elevados;
- Afrouxe as roupas da vítima no pescoço, no peito e na cintura e, em seguida, verificar se há presença
de prótese dentária, objetos ou alimento na boca e os retirar;
- Deite a vítima na posição lateral de segurança para evitar asfixia, no caso de estar inconsciente, ou
se estiver consciente, mas sangrando pela boca ou pelo nariz;
- Verifique quase que simultaneamente se a vítima está respirando e esteja preparado para iniciar
manobras de ressuscitação cardiopulmonar se ela não estiver;
- Observe o pulso da vítima enquanto as providências já indicadas são executadas - no choque, ele
apresenta-se rápido e fraco;
- Cubra a vítima com uma manta, para evitar a perda de calor e o consequente arrefecimento corporal,
sem, porém, aquecê-la excessivamente;
- Não dê comida ou qualquer bebida à vítima caso ela esteja obnubilada, porque pode provocar a
passagem de alimentos para as vias respiratórias;
- Tranquilize a vítima, mantendo-a calma sem demonstrar apreensão quanto ao seu estado, se o
socorro médico estiver demorando. Permaneça junto a ela para dar-lhe segurança e monitorar alterações
em seu estado físico e de consciência.
- Reconheça se a pessoa está se afogando, pois nem sempre ela se apresenta agitada e grita por
socorro. Tenha, ainda, muita atenção, porque um afogamento pode passar despercebido, e alguns
indivíduos parecem estar brincando na água. Na maioria dos casos, o banhista estará em posição vertical,
sem se deslocar;
- Chame imediatamente por socorro ao identificar um afogamento e, em seguida, tente ajudar, desde
que a ação de resgate não ofereça risco para sua integridade física;
- Use material flutuante, pois é de extrema importância para interromper o afogamento;
- Faça a remoção do afogado da água se for seguro para você. O ideal é tentar ajudar mantendo-se
fora da água;
- Entre na água somente se tiver absoluta segurança de não correr risco de ser um segundo afogado.
Se você decidiu fazer isso, leve consigo, sempre que possível, algum material de flutuação;
- Retire roupas e sapatos que possam pesar na água e dificultar seu deslocamento. É válida a tentativa
de transformar as calças em um flutuador;
- Sempre entre na água mantendo a visão na vítima;
- Pare a dois metros antes do afogado, lhe entregue o material de flutuação e sempre o mantenha
entre você e a vítima;
- Deixe que a vítima se acalme, antes de chegar muito perto;
- Peça ao afogado que flutue e, então, acene pedindo ajuda se você não estiver confiante em sua
natação. Não tente rebocá-lo para fora da água, pois poderá gastar suas últimas energias;
- Mantenha-se calmo durante o socorro e, acima de tudo, não se exponha a riscos desnecessários;
- Coloque o afogado com a cabeça e o tronco em linha horizontal assim que retirá-lo da água e, em
seguida, pergunte “você está me ouvindo, ” para confirmar se ele está consciente;
- Coloque a vítima em posição lateral de segurança e aguarde o socorro chegar se houver resposta
(fala, movimento ou qualquer outra resposta) ou se você verificar que ela está viva (respirando e com
coração batendo);
- Inicie imediatamente a abertura das vias aéreas se não identificar resposta da vítima ou sinais de
vida, levante o queixo dela com a mão direita, coloque a esquerda na testa e estenda o pescoço para
abrir as vias aéreas;
- Faça a respiração boca a boca se não houver sinais de vida, inclinando a cabeça para trás a fim de
que a língua não bloqueie o fluxo de ar e, em seguida, sopre na boca obstruindo o nariz com a mão. Faça
em torno de cinco insuflações com intervalo entre cada uma para permitir que o tórax se eleve;
- Utilize a barreira de proteção (máscara) se possível, mas a sua ausência não é um impedimento, pois
o risco, quando não há sangue na boca, torna-se desprezível para o socorrista;
- Encare que o coração está parado se não houver resposta da vítima por meio de movimentos ou
reação à ventilação;
- Inicie, então, as manobras de RPC, retire os dois dedos do queixo e passe-os pelo abdome,
localizando o encontro das duas últimas costelas, marque dois dedos, retire a mão da testa e coloque-a
no tórax, com a outra mão sobre a primeira, e inicie 30 compressões cardíacas externa. Cada compressão
deve garantir o afundamento de no mínimo cinco centímetros do tórax, garantindo seu retorno completo
antes de se iniciar uma nova compressão. Já sua velocidade deve ser de, no mínimo, 100 movimentos
em 60 segundos;
- Utilize apenas uma mão para a realização das compressões se a vítima for criança;
- Mantenha alternando duas ventilações e 30 compressões e não pare até que haja resposta e a
respiração e os batimentos cardíacos retornem. Depois, coloque a vítima de lado e aguarde o socorro
médico solicitado;
- Entregue o afogado a uma equipe médica, ou até você ficar exausto;
- Reavalie a ventilação e os sinais de circulação após os primeiros quatro ciclos completos de
compressão e ventilação. Se for ausente, prossiga com a RCP e interrompa-a para uma nova reavaliação
a cada dois minutos ou quatro ciclos;
- Fique atento e verifique periodicamente se o afogado está ou não respondendo durante a RCP, o
que será importante na decisão de parar ou prosseguir nas manobras;
- Realize a RCP com outro socorrista sempre que possível, alternado quem realiza as compressões
torácicas a cada dois minutos;
- Realize a RCP de preferência no local do afogamento, pois é onde a vítima terá maior chance de
sucesso. Nos casos de retorno das funções cardíaca e respiratória, acompanhe o afogado com muita
atenção, durante os primeiros 30 minutos, até a chegada da equipe médica, porque ele ainda não está
fora de risco de uma nova PCR;
Picadas de insetos
- Mantenha a calma;
- Observe os sinais e as funções vitais da vítima;
- Leve o acidentado rapidamente ao hospital, no caso de múltiplas picadas de abelhas;
- Leve, se possível, o animal para identificação;
- Utilize a técnica de raspagem do local, com uma lâmina limpa, para retirar ferrões de abelhas. Não
use pinça, pois provoca a compressão dos reservatórios de veneno, o que resulta na inoculação da
substância ainda existente no ferrão;
- Lave o local com água e sabão, após a remoção, para prevenir a ocorrência de infecção secundária;
- Aplique uma bolsa de gelo para controlar a dor;
- Lave a região atingida com água fria, aplique compressas frias, eleve o membro acometido e
encaminhe ao atendimento médico os indivíduos que apresentam ardor intenso, em acidentes com
lagartas;
- Não dê bebidas alcoólicas à vítima;
- Encaminhe a vítima ao atendimento especializado nos casos de dores intensas;
- Remova a vítima com maior urgência para o atendimento especializado, em caso de reação de
hipersensibilidade.
Picadas de cobras
- Acalme e conforte a vítima que, quase sempre, estará agitada;
- Mantenha a vítima em decúbito dorsal, em repouso, evitando deambular ou correr, caso contrário, a
absorção do veneno pode disseminar-se mais rápido;
- Lave o local da picada apenas com água ou água e sabão, fazendo a antissepsia, se possível;
- Mantenha o membro afetado elevado;
- Mantenha a vítima hidratada;
- Controle os sinais vitais e o volume urinário do acidentado;
- Transporte a vítima com urgência para o atendimento especializado de emergência;
- Não envolva com gelo, em nenhuma circunstância, a extremidade;
- Não faça qualquer medida local de primeiros socorros se já passaram mais de 30 minutos desde o
momento da picada. Mantenha os cuidados gerais de repouso e apoio psicológico: verificação dos sinais
vitais, prevenção de estado de choque e transporte da vítima, o mais rápido possível, ao serviço de
emergência médica;
- Localize, sempre que for possível, a cobra que picou a vítima e leve-a com segurança para o
reconhecimento, a fim de que seja ministrado o soro específico, mais eficiente do que o soro universal;
- Capture a cobra viva, levantando-a do chão com uma haste qualquer pelo meio do corpo, sem se
arriscar e, em seguida, coloque-a em uma caixa bem fechada, assim ela não consegue reagir, nem dar o
bote. Se não for possível levá-la viva, não hesite em matá-la e recolher o exemplar.
Emergência de Temperatura33
Intermação
- Estabeleça as vias aéreas e, quando possível, remova a vítima da fonte de calor;
- Remova o máximo possível de vestimentas da vítima, deixando apenas sua roupa íntima; em seguida,
utilize uma combinação dos seguintes métodos para resfriar a vítima até que seu estado mental retorne
ao normal:
● Despeje ou borrife água fria sobre o corpo da vítima, abane a vítima vigorosamente;
● Se a vítima começar a ter calafrios, diminua o método de resfriamento (os tremores de frio produzem
calor);
33
KARREN, K. J. et al. Primeiros Socorros para estudantes. Manole, 2013.
Hipotermia
- Verifique os sinais vitais da vítima. Meça por 1 minuto completo, porque os sinais vitais diminuem em
casos de hipotermia (a vítima com hipotermia pode, por minuto, respirar apenas de três a quatro vezes e
ter pulso de apenas 5 a 10 batimentos). Se não houver pulso, desobstrua as vias aéreas e inicie a
Reanimação Cardiopulmonar (RCP). Se um desfibrilador estiver disponível, dê somente um choque. Se
o procedimento não corrigir o ritmo, continue a RCP e não dê novos choques;
- Manipule a vítima com muito cuidado. Não deixe a vítima caminhar ou se mover excessivamente por
conta própria;
- Mantenha a vítima em decúbito dorsal para evitar o choque e aumentar o fluxo sanguíneo no cérebro.
Não levante as pernas; ao fazê-lo, o sangue frio flui para o coração;
- Previna perda adicional de calor:
● Transfira a vítima para um local protegido e quente;
● Isole a cabeça e o corpo, principalmente a parte central;
● Não deixe a pele da vítima exposta a vento, ar frio ou respingos de água;
● Remova roupas molhadas, depois coloque roupas secas e cobertores sobre a vítima;
● Se a vítima estiver usando um casaco, coloque os braços dela próximos do corpo, e não dentro das
mangas;
● Isole a vítima do chão com cobertores, lençóis plásticos, jornais, plástico-bolha, material de
embalagem ou saco de dormir.
- Nunca esfregue ou manipule braços ou pernas; você pode forçar o sangue frio das veias para o
coração, causando ritmo cardíaco anormal ou parada cardíaca;
- Nunca dê tabaco, café ou álcool para a vítima. Dê líquidos apenas após a cessação dos calafrios e
quando a vítima estiver completamente consciente (a vítima deve ser capaz de engolir e tossir).
Ferimentos34
34
https://www.docsity.com/pt/enfermagem-em-urgencia-e-emergencia/4715045/
Cuidados Emergenciais
Contusão Abdominal
Esmagamentos
Traumatismos Múltiplos
Fraturas
Reação Anafilática
Envenenamento
Listamos os principais números úteis e de emergência nacionais. Fique atento a finalidade de cada um
para não errar durante a ligação:
SAMU: 192
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU (pronto-socorro). O SAMU é o serviço médico
brasileiro utilizado em caso de emergências médicas. Para utilizá-lo, basta ligar para 192 e explicar o tipo
de emergência para acionar o serviço.
O 192 atende apenas situações de emergências médicas. Não dê trote! Você poderá retardar e
prejudicar seriamente outra pessoa que esteja em risco de vida.
Questões
03. (UFAM - Técnico de Enfermagem - COMVEST UFAM/2018) Uma das situações no atendimento
de urgência e emergência são as hemorragias, tendo como causa a perda maciça de sangue consequente
ao rompimento de vasos sanguíneos. O método mais eficaz de controlar as hemorragias é:
(A) avisar ao plantonista médico.
(B) a transfusão sanguínea como primeira ação.
(C) assegurar acesso venoso, mas só em casos graves.
(D) aferir os sinais vitais.
(E) a compressão direta do ponto onde está ocorrendo a hemorragia, por cerca de 6 a 8 minutos.
04. (SAS/SP - Técnico de Enfermagem - MS CONCURSOS/2018) Quando há uma situação que não
pode ser adiada, que deve ser resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo
de morte; na enfermagem, esse é o conceito de:
(A) Trauma
(B) Emergência
(C) Urgência
(D) Síncope
(E) PCR
05. (SAS/SP - Técnico de Enfermagem - MS CONCURSOS/2018) Quando há uma situação que não
pode ser adiada, que deve ser resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo
de morte; na enfermagem, esse é o conceito de:
(A) Trauma
(B) Emergência
(C) Urgência
(D) Síncope
(E) PCR
06. (EBSERH - Técnico de Enfermagem - CESPE/2018) Mariana, com setenta e seis anos de idade,
apresenta, em atendimento hospitalar de emergência, forte dor precordial, em aperto, contínua, com
irradiação para o pescoço, e leve tontura - segundo a paciente, há cerca de 30 min. Ela tem história de
hipertensão arterial crônica e vem sendo acompanhada regularmente por seu cardiologista. No exame,
Mariana encontra-se dispneica, agitada, com PA de 190 mmHg × 130 mmHg e oximetria de pulso em
92%.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
- Chame imediatamente por socorro ao identificar um afogamento e, em seguida, tente ajudar, desde
que a ação de resgate não ofereça risco para sua integridade física;
- Use material flutuante, pois é de extrema importância para interromper o afogamento;
- Faça a remoção do afogado da água se for seguro para você. O ideal é tentar ajudar mantendo-se
fora da água;
- Entre na água somente se tiver absoluta segurança de não correr risco de ser um segundo afogado.
Se você decidiu fazer isso, leve consigo, sempre que possível, algum material de flutuação.
03. Resposta: E
- Identificar o local exato da hemorragia. Devido ao sangue se espalhar, é possível que o atendimento
esteja sendo feito no local errado, por essa razão, é extremamente importante identificar o local e já
proceder com as ações de estancamento da hemorragia de forma adequada (hemorragia externa) ou
realizar o alinhamento anatômico de membro fraturado (possibilidade de sangramento interno) quando
possível;
- Pressionar com firmeza (curativo compressivo) o local do sangramento, tendo o cuidado de não
pressionar demais e, com isso, parar a circulação.
04. Resposta: C
Segundo a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) n. 1.451/95, entende-se por urgência
a condição “imprevista de agravo da saúde com ou sem risco potencial de vida”, com necessidade de
assistência de saúde imediata ou em até 24h.
05. Resposta: B
Emergência como a condição imprevista de agravo da saúde, com “risco iminente de vida ou
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato”.
07. Resposta: C
Com as mãos sobre a metade inferior do esterno (região hipotenar), sem flexionar os cotovelos inicie
as compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120/min;
08. Resposta: C
Coloque o bebê de bruços em cima do seu braço e faça cinco compressões entre as escápulas (no
meio das costas).
09. Resposta: A
Segundo o Ministério da Saúde, o sistema de classificação de prioridade é uma estratégia que contribui
para reduzir o tempo de espera e melhorar a qualidade da assistência.
No contexto da Política Nacional de Humanização, o termo triagem foi substituído por classificação de
risco, realizada por meio de instrumentos e escalas de seleção - como a canadense, a australiana, a
americana e o sistema de classificação de Manchester - para destinar a cada cliente os recursos e tempo
necessários ao atendimento, de acordo com cada grau de gravidade.
35
http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2011_30.pdf
Se o serviço dispõe de todas essas especialidades, o hospital é de grande ou médio porte. O hospital
de pequeno porte tem suas unidades reduzidas e agrupadas.
As unidades de emergência são locais apropriados para o atendimento de pacientes com afecções
agudas específicas onde existe um trabalho de equipe especializado e podendo ser divididas em pronto
atendimento, pronto socorro e emergência.
Segundo a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) n° 1451/1995, os estabelecimentos de
pronto socorros, públicos e privados, devem ser estruturados para prestar atendimento a situações de
urgência-emergência, devendo garantir todas as manobras de sustentação da vida e com condições de
dar continuidade à assistência no local ou em outro nível de atendimento referenciado.
De acordo com a definição do Ministério da Saúde, pronto-socorro é o estabelecimento de saúde
destinado a prestar assistência a doentes, com ou sem risco de vida, cujo agravos à saúde necessitam
de atendimento imediato, sendo que seu funcionamento deve permanecer ininterrupto durante as 24
horas do dia e dispõe de leitos de observação.
Recursos Humanos
As unidades de enfermagem devem estar equipadas com todos os materiais necessários para seu
eficiente funcionamento. Os avanços tecnológicos que vêm surgindo têm propiciado o surgimento de
novos produtos hospitalares que podem colaborar na melhora da assistência de enfermagem ao paciente.
Unidade de Emergência
Características Físicas
- Recepção e espera;
- Sanitário para o público;
- Sala de registros;
- Sala para primeiro atendimento;
- Sala de serviço social;
- Sala de hidratação;
- Sala de inalação;
- Sala para exames;
- Sala de gesso;
- Sala para pequena cirurgia;
- Sala de aplicação de medicação;
- Raio X;
Observação: o posto de enfermagem deve ser próximo as salas de hidratação e de observação dos
pacientes.
Questões
01. Pode-se afirmar que o conjunto de elementos para atendimento, diagnóstico e tratamento de
pacientes acidentados é a unidade ambulatorial.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
01. Errado
Comentários
As salas de emergência dispõem de materiais e equipamentos básicos podendo variar com alguns
centros de especialidades, dentre os materiais básicos estão:
- Monitor cardíaco;
- Eletrocardiógrafo;
- Respirador mecânico;
- Bomba de infusão
- Cama fowler
- Carro de emergência;
- Material para intubação endotraqueal: Adulto/ infantil/ neonatal;
- Oxímetro de pulso;
- Conjunto de nebulização em máscara;
Pontos de oxigênio e ar comprimido medicinal com válvulas reguladoras de pressão e pontos de vácuo
para cada leito.
- Capacete para oxigenoterapia (pediátrico e neonatal);
- Incubadora para transporte Fototerapia.
Carrinho de Emergência
Medicamentos:
- Adrenalina 1mg/ml;
- Amiodarona;
- Aminofilina;
- Atropina 0,5mg/ml;
- Bicarbonato de sódio 8,4%;
- Cedilanide;
- Dopamina 50mg;
- Glicose 50% (20ml);
- Glicose 25% (20ml);
- Gluconato de cálcio 10%;
- Furosemida 10mg/ml;
- Noradrenalina 1mg/ml;
- Solucortef 100 mg e 500 mg;
- Água destilada 10ml;
- Xylocaína 2% s/a;
- Solução fisiológica 0,9%;
- Solução glicosada 5%;
- Solução glicosada 10%.
36
https://souenfermagem.com.br/estudos/emergencia/quais-medicamentos-colocamos-no-carro-de-emergencia/
Materiais:
- Seringas de 5ml,10ml e 20ml;
- Jelco números: 18,20,22 e 24;
- Equipos macrogotas e microgotas;
- Equipo polifix;
- Luvas de procedimentos;
- Luvas cirúrgicas;
- Micropore e esparadrapo;
- Scalp 19 e 21;
- Gazes;
- Tábua para massagem cardíaca;
- Laringoscópio e lâminas curvas e retas;
Observações:
É muito importante a conferência do carrinho de emergência em cada plantão.
Reponha imediatamente os materiais ou medicamentos que estiverem faltando.
Somente utilize esses materiais em casos de emergência.
Cada hospital deve se adequar conforme suas necessidades, essa é uma lista de materiais,
equipamentos e medicamentos básicos, podendo ser modificado seguindo as necessidades de cada
local.
Questões
01. (IF/PA - Técnico em Enfermagem - FUNRIO) Assinale a opção correta sobre a administração de
drogas utilizadas em uma emergência cardiorrespiratória:
(A) A adrenalina é um hipotensor deve ser administrada a cada 1 minuto na dose de 2mg.
(B) Atropina é um digitálico, deve ser administrada a cada 2 minutos na dose de 1mg até a dose
máxima de 3mg.
(C) Amiodarona indicada nas taquiarritmias associadas ou não à angina do peito.
(D) Sulfato de Magnésio tem ação vasodilatadora direta.
(E) Bicarbonato de Sódio indicada como vasodilatador que atua na musculatura lisa das arteríolas
periféricas.
Gabarito
01.C
Comentários
01. Resposta: C
Amiodarona / Ancoron - Ampola de 3ml com 150mg (50mg/ml).
Ação: Antiarrítmico.
EV: preferir fazer em bólus direto, lento (5 minutos), e evitar correr em equipo (devido a liberação de
substância tóxica em contato com plásticos).
A saúde pública é a disciplina que trata da proteção da saúde a nível populacional. Neste sentido,
procura melhorar as condições de saúde das comunidades através da promoção de estilos de vida
saudáveis, das campanhas de sensibilização, da educação e da investigação. Para tal, conta com a
37
http://www.microbioticos.com/saude-publica
38
https://www.infoescola.com/saude/saude-publica/
A primeira campanha de vacinação3940414243 em massa no Brasil, idealizada por Osvaldo Cruz, ocorreu
há mais de 100 anos, com o objetivo de erradicar a varíola, cujo último caso nacional foi notificado em
1971.
Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), por determinação do Ministério da
Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de imunizações que se caracterizavam, até então, pela
descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura.
A proposta básica para o Programa, constante de documento elaborado por técnicos do Departamento
Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde) e da Central de Medicamentos (CEME
- Presidência da República), foi aprovada em reunião realizada em Brasília, em 18 de setembro de 1973,
presidida pelo próprio Ministro Mário Machado Lemos e contou com a participação de renomados
sanitaristas e infectologistas, bem como de representantes de diversas instituições.
Em 1975 foi institucionalizado o PNI, resultante do somatório de fatores, de âmbito nacional e
internacional, que convergiam para estimular e expandir a utilização de agentes imunizantes, buscando
a integridade das ações de imunizações realizadas no país.
39
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/vacine-se
40
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf
41
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C.; DIAS, L. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Artmed, 2019.
42
http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/imunizacao/doc/2016_norma_imunizacao.pdf
43
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/marco/22/Instrucao-Normativa-Calendario-Vacinacao-Site.pdf
A imunologia é o estudo da imunidade, ou seja, dos eventos moleculares e celulares que ocorrem
quando o organismo entra em contato com micro-organismos ou macromoléculas estranhas presentes
no ambiente.
Os seres humanos estão constantemente expostos a agentes infecciosos, como parasitas, bactérias,
vírus e fungos. Então, para se defender desses agentes, o sistema imune atua de duas maneiras:
1) Ele reage rapidamente (de minutos a horas) aos agentes infecciosos, como, por exemplo, a
fagocitose e outros mecanismos que já estão presentes no organismo antes da infecção. Essa é a
resposta natural, inata ou inespecífica.
2) Ele desenvolve mais lentamente (ao longo de dias ou semanas) uma resposta imune específica,
como, por exemplo, a produção de anticorpos específicos para o sarampo. Essa é a resposta adquirida,
adaptativa ou específica.
A imunidade inespecífica não necessita de estímulos prévios e não tem período de latência. Esse tipo
de imunidade se opõe à colonização, à penetração, à multiplicação e à persistência do agente infeccioso
no organismo.
A imunidade inespecífica é a linha de frente da defesa do nosso organismo, capaz de impedir que a
doença se instale.
A grande maioria dos microrganismos é destruída em poucos minutos ou horas pela imunidade inata.
A imunidade adquirida específica corresponde à proteção contra cada agente infeccioso ou antígeno.
A resposta específica inicia-se quando os agentes infecciosos são reconhecidos nos órgãos linfoides
pelos linfócitos T e B. Os linfócitos B iniciam a produção de anticorpos específicos (imunidade humoral)
contra o antígeno. Já os linfócitos T viabilizam a produção de células de memória (imunidade celular).
Quando os mecanismos da resposta inespecífica não são suficientes para deter a infecção, a resposta
específica será desencadeada. Inicialmente, haverá um período indutivo, fase que corresponde à
procura do linfócito específico. Durante o período indutivo, não haverá a produção de anticorpos
específicos.
Após o reconhecimento do linfócito B específico, inicia-se a produção de anticorpos. A primeira classe
de imunoglobulina a ser produzida é a IgM e, posteriormente, a IgG (resposta primária).
A IgG ficará presente, na maioria das vezes, para o resto da vida. As imunoglobulinas específicas
contra esse antígeno serão produzidas todas as vezes em que o organismo entrar em contato com esse
agente etiológico (resposta secundária). Tal resposta é mais rápida, uma vez que não há período indutivo,
pois na resposta primária ocorreu a estimulação dos linfócitos T de memória.
Algumas vacinas necessitam da aplicação de mais de uma dose, para uma adequada proteção.
É importante respeitar o intervalo mínimo entre as doses, pois isso corresponde ao período da queda
de anticorpos produzidos pela dose anterior. As doses administradas no período inferior ao intervalo
mínimo deverão ser repetidas, com exceção da vacina rotavírus humano.
Nas situações em que o antígeno não estimula as células de memória (antígeno T-independente), a
persistência dos anticorpos poderá ser limitada. A vacina polissacarídica meningocócica A e C não
estimula as células de memória. Por isso, a duração da resposta imunológica é limitada a apenas 3 a 5
anos.
As primeiras vacinas contra o Haemophilus influenzae b (Hib) e a vacina pneumocócica 23-valente
não estimulam as células de memória. As vacinas constituídas apenas de polissacarídeo têm uma boa
proteção; no entanto, com duração limitada.
As vacinas virais e bacterianas, atenuadas ou inativadas, são eficazes e estimulam a produção de
células de memória (antígenos T-dependente). As vacinas que estimulam as células de memória têm uma
grande vantagem, pois - em situações de atraso no cumprimento do calendário vacinal - não haverá
necessidade de recomeçar o esquema vacinal.
No entanto, é importante salientar que, durante o período em que as pessoas não estiverem com o
esquema vacinal completo, elas não estarão protegidas.
É importante que o antígeno vacinal seja aplicado o mais precocemente possível, antes que a pessoa
entre em contato com o agente infeccioso. A vacina aplicada irá estimular a produção de anticorpos
específicos e a produção de células de memória (resposta primária).
Tais células permitirão a rápida produção de anticorpos específicos no momento da exposição ao
agente causador da doença (resposta secundária). Assim, na reexposição, a resposta será mais rápida
e mais potente, prevenindo a doença. A resposta imune que se deseja por intermédio da vacinação é
semelhante à resposta que ocorre quando há o contato com micro-organismo selvagem.
- Imunidade Ativa:
A proteção adquirida de modo ativo é aquela obtida pela estimulação da resposta imunológica com a
produção de anticorpos específicos.
A infecção natural (com ou sem sintomas) confere imunidade ativa, natural e é duradoura, pois há
estimulação das células de memória. Após uma infecção por sarampo, rubéola ou varicela, por exemplo,
o indivíduo ficará protegido, não havendo mais o risco de adquirir a mesma doença novamente.
A imunidade ativa, adquirida de modo artificial, é obtida pela administração de vacinas, que estimulam
a resposta imunológica, para que esta produza anticorpos específicos.
Neste tipo de imunidade, administram-se anticorpos prontos, que conferem a imunidade imediata.
Não há o reconhecimento do antígeno e, portanto, não ocorre a ativação de célula de memória.
Algumas semanas depois, o nível de anticorpos começa a diminuir, o que dá a esse tipo de imunidade
um caráter temporário. Utiliza-se a imunidade passiva quando há necessidade de uma resposta imediata
e não se pode aguardar o tempo para a produção de anticorpos em quantidade adequada.
Conceitos
Vacinação
Aplicação de um ou mais agentes (bactérias, vírus ou toxinas) para a estimulação do sistema imune.
Imunização
Estimulação da resposta imune do organismo por meio da administração de antígenos ou anticorpos.
Ela pode ser ativa ou passiva. A imunidade ativa necessita de estímulo prévio para se desenvolver,
podendo resultar da administração de antígenos (vacinas), que o organismo reconhece como substâncias
estranhas, procurando neutralizá-las ou eliminá-las.
Geralmente, proporciona uma proteção duradoura. Na imunidade passiva, o indivíduo recebe
anticorpos contidos nas Igs heterólogas (soros) e nas Igs humanas, administradas profilática ou
terapeuticamente, resultando em uma proteção temporária.
Agentes imunizantes
Natureza
A vacina é produto farmacêutico que contém um ou mais agentes imunizantes (vacina monovalente
ou combinada) em diversas formas biológicas, quais sejam: bactérias ou vírus vivos atenuados; vírus
inativados e bactérias mortas; componentes purificados e/ou modificados dos agentes causadores das
doenças contra as quais a vacina é dirigida.
Composição
O produto final elaborado pode conter, além do agente imunizante, proteínas ou outros componentes
originados dos meios de cultura ou da cultura de células utilizados no processo de produção da vacina,
bem como outros componentes, como liquido de suspensão, conservantes, antibióticos e outras
substâncias.
Líquido de suspensão
É constituído geralmente por água destilada ou solução salina fisiológica.
Conservantes e antibióticos
Representados por pequenas quantidades de substâncias necessárias para evitar o crescimento de
contaminantes (bactérias, fungos), como mercuriais (timerosal) e antibióticos (neomicina). São mais
utilizados em frascos de multidoses.
Estabilizantes
São substâncias que auxiliam a proteger as vacinas de condições adversas, como congelamento,
calor, alterações do pH (tampões) e para obtenção de isotonicidade (Cloreto de Sódio - NaCl).
Também são utilizados para formar volume, quando a vacina contém quantidades mínimas de
imunógenos como, por exemplo, a vacina Haemophilus influenzae b (conjugada), que contém apenas 10
microgramas do antígeno polissacáride purificado poliribosil-ribitol-fosfato - PRP.
Os estabilizantes mais utilizados são açúcares (sacarose e lactose), proteínas derivadas de animais
(gelatina porcina ou bovina) ou de humanos (soroalbumina humana), tampões (fosfato) e sais (NaCl). As
Adjuvantes
São substâncias que aumentam a resposta imune de vacinas que contêm microrganismos inativados
ou seus componentes (como, por exemplo, os toxoides tetânico e diftérico). Não são utilizados em vacinas
que contêm microrganismos vivos.
Os sais de alumínio são os adjuvantes mais utilizados para vacinas destinadas a uso humano e podem
ser utilizados de forma isolada (hidróxido de alumínio, fosfato de alumínio, sulfato potássico de alumínio)
ou mista. Os adjuvantes podem causar eventos adversos locais, como formação de granuloma.
Tipos de Vacinas
Vacina atenuada
Vírus ou bactérias vivas que, após cultivados em meios adversos, perderam sua virulência, mantendo
sua capacidade imunogênica. Exemplos: vacina oral da poliomielite (VOP), sarampo, rubéola, caxumba,
febre amarela (FA), rotavírus, varicela (VZ) e bacilo Calmette-Guérin (BCG).
Vacinas inativadas
Administração de micro-organismos mortos para induzir a resposta imunológica. Não conferem
imunidade duradoura, necessitando ser repetidas periodicamente durante toda a vida. Exemplos: vacina
inativada da poliomielite (VIP), hepatite A (HA), raiva e o componente pertussis (contra coqueluche) da
vacina tríplice bacteriana.
Vacinas conjugadas
Fabricadas com fração de micro-organismos purificados (sacarídeos) ligados a proteínas, com
capacidade de induzir memória imunológica. Exemplos: vacina contra Haemophilus influenzae tipo B
(Hib), conjugada, e Neisseria meningitidis tipo C, conjugada.
Vacina recombinante
Produzida com micro-organismos geneticamente modificados, pela inserção do fragmento de DNA do
antígeno em determinado micro-organismo para a produção de proteína imunogênica. Exemplo: vacina
da hepatite B (HB).
Vacina combinada
Resulta da agregação de diferentes antígenos para proteção contra diferentes doenças que são
administradas em uma mesma preparação. Exemplo: vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola
[SCR]). Uma nova classificação possível diferencia vacinas com intenção de bloqueio populacional das
vacinas, cujo objetivo é a proteção individual ou de os estudos ainda distantes de demonstrar bloqueio
populacional.
A vacina contra o sarampo, por exemplo, tem um claro objetivo de bloqueio populacional (além de
proteção individual), ao passo que a do papilomavírus humano (HPV) não tem esse benefício, e os
estudos sequer pretenderam testar.
Essa distinção é importante porque pode ser determinante tanto para o livre arbítrio quanto para as
eventuais penalidades: quando a vacina não tem o objetivo de bloqueio populacional, uma eventual
decisão pela não vacinação não prejudicaria outra pessoa. O histórico da vacina da gripe também
funciona no sentido de bloqueio apenas individual.
Vias de Administração
Os imunobiológicos são produtos seguros, eficazes e bastante custo-efetivos em saúde pública. Sua
eficácia e segurança, entretanto, estão fortemente relacionadas ao seu manuseio e à sua administração.
Portanto, cada imunobiológico demanda uma via específica para a sua administração, a fim de se
manter a sua eficácia plena.
Via oral
A via oral é utilizada para a administração de substâncias que são absorvidas no trato gastrintestinal
com mais facilidade. O volume e a dose dessas soluções são introduzidos pela boca e apresentados,
geralmente, em gotas.
Nota: criança sem cicatriz vacinal não precisa revacinar contra tuberculose.
Vacina do sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral); vacina do sarampo, caxumba, rubéola e
varicela (tetraviral) (atenuadas) e vacina varicela (atenuada)
A vacina combinada dos vírus atenuados é administrada por via SC. O PNI prevê uma dose da vacina
do sarampo, caxumba e rubéola (SCR), tríplice viral, aos 12 meses, e uma dose da vacina do sarampo,
caxumba, rubéola e varicela (SCRV), tetraviral, aos 15 meses; caso a vacina da tríplice viral esteja em
atraso, deve-se administrar a tríplice viral e a tetraviral com intervalo de 30 dias entre as doses.
Em 2017, o Brasil passou a disponibilizar a segunda dose de reforço da vacina tríplice viral até os 29
anos ou uma dose dos 30 aos 49 anos de idade. Houve também ampliação da faixa etária para a vacina
tetraviral, que passa a ser disponibilizada em uma dose até 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Em 2018, o Ministério da Saúde (MS) passou a disponibilizar a segunda dose da vacina varicela
(atenuada) para crianças de 4 até 6 anos de idade.
Nota: o Ministério da Saúde informa como medida de intensificar a vacinação contra o sarampo, nesse
público-alvo da doença, que é mais suscetível a casos graves e óbitos, a partir desta data (22/08/2019),
todas as crianças de seis meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas contra o sarampo em todo o
país.
Precauções e Contraindicações
A decisão de adiar a administração de uma vacina para uma pessoa doente deve-se levar em
consideração a gravidade dos sintomas e a etiologia da doença. A segurança e a eficácia de vacinar
indivíduos com doença leve já está comprovada.
Não são contraindicações: reações locais leves após aplicação de vacina anterior, terapia
antimicrobiana atual, estar em fase de convalescença de doença aguda, diarreia, infecções da via aérea
superior, desnutrição, uso de corticoides por período inferior a 2 semanas e em doses não
imunodepressoras.
Deve-se postergar a vacinação em casos de doenças febris moderadas a graves. Pacientes
imunodeprimidos não devem realizar vacinas vivas.
Crianças em uso de corticoides com dose ≥ 2mg/kg/dia de prednisona ou equivalente, ou doses
maiores de 20mg/dia em crianças acima de 10kg e adultos, por mais de 2 semanas, não devem receber
vacinas com agentes vivos antes de 1 mês após o término da corticoterapia.
Em casos de imunodepressão secundária ao tratamento de câncer com quimioterapia e radioterapia,
o paciente só pode realizar vacinas vivas atenuadas após 3 meses da cessação da imunossupressão e
dependendo da sua situação clínica.
A contraindicação absoluta para a administração de uma vacina é ter uma história de reação alérgica
grave (urticária generalizada, dificuldade respiratória, edema de glote, hipotensão ou choque) a um de
seus componentes.
Evento adverso pós-vacinação (EAPV) é qualquer ocorrência indesejada (sintoma, doença, alteração
laboratorial) com relação temporal após administração de imunobiológicos, sem necessariamente
apresentar relação causal com ele. Podem-se esperar desde achados comuns, como febre, dor e edema
local, até eventos mais graves, como convulsão febril, episódio hipotônico-hiporresponsivo e anafilaxia.
Podem ocorrer eventos inesperados, como aqueles não identificados antes, como, por exemplo, os
relatos de intussuscepção intestinal com as primeiras vacinas do rotavírus, até problemas com qualidade
do produto e contaminação de lotes.
Qualquer unidade de saúde pública ou privada que administra imunobiológicos deve notificar a
ocorrência de um EAPV prontamente com o preenchimento de formulário próprio a ser encaminhado à
Vigilância Epidemiológica ou à Coordenação de Imunizações local ou municipal. Nos locais com acesso
à internet, a notificação deve ser realizada no Sistema de Informação (SI-EAPV) online.
A Rede de Frio é o sistema utilizado pelo PNI, que tem o objetivo de assegurar que os imunobiológicos
disponibilizados no serviço de vacinação sejam mantidos em condições adequadas de transporte,
armazenamento e distribuição, permitindo que eles permaneçam com suas características iniciais até o
momento da sua administração.
Alterações de temperatura (excesso de frio ou calor) podem comprometer a potência imunogênica, o
que pode acarretar a redução ou a falta do efeito esperado. Os imunobiológicos, enquanto produtos
Rede de frio
• A Rede de Frio refere-se à estrutura técnico-administrativa (normatização, planejamento, avaliação
e financiamento) direcionada para a manutenção adequada da Cadeia de Frio. Esta, por sua vez,
representa o processo logístico (recebimento, armazenamento, distribuição e transporte) da Rede de Frio.
A sala de vacinação é a instância final da Rede de Frio, onde os procedimentos de vacinação
propriamente ditos são executados mediante ações de rotina, campanhas e outras estratégias.
• Na sala de vacinação, todas as vacinas devem ser armazenadas entre +2ºC e +8ºC, sendo ideal
+5ºC.
Criança e Adolescente
Adulto ao Idoso
Gestante
Criança
Adolescente
Gestante
Questões
01. (IF/ES - Enfermeiro - IF/ES/2019) O Programa Nacional de Imunizações (PNI) vem contribuindo
para a redução da morbimortalidade causada pelas doenças imunopreveníveis. Quanto às Normas e
Procedimentos para Vacinação, marque a resposta CORRETA:
(A) A Vacina DTP protege contra a hepatite B, tétano e coqueluche.
(B) Vacina meningocócica C é administrada via subcutânea.
(C) A vacina BCG é administrada por via intramuscular.
(D) A vacina tríplice viral protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola.
(E) A vacina tríplice viral deve ser administrada a 1ª dose aos 2 meses de vida.
02. (Prefeitura de Apodi/RN - Enfermeiro - FUNCERN/2019) Vacinas são preparações que, ao serem
introduzidas no organismo, desencadeiam uma reação do sistema imunológico estimulando a formação
de anticorpos e tornando o organismo imune a esse agente e às doenças por ele provocadas. Segundo
o atual calendário Nacional de Vacinação 2018/2019, para um lactante de 3 meses, o esquema vacinal
correto é:
Diante dessa situação, de acordo com o calendário nacional de vacinação vigente, o enfermeiro deve
(A) aplicar a terceira dose da vacina hepatite B, uma dose de reforço da vacina dupla adulto e a
segunda dose da vacina tríplice viral.
(B) aplicar a terceira dose da vacina hepatite B.
(C) aplicar a terceira dose da vacina hepatite B, a segunda dose da vacina febre amarela e a vacina
HPV, em dose única.
(D) reiniciar o esquema da vacinas dupla adulto e hepatite B, considerando inválidas as doses
aplicadas devido ao espaçamento entre elas.
(E) considerar que, para o momento, o esquema vacinal de M.T. está completo e correto.
05. (IF/TO - Técnico em Enfermagem - IF/TO/2019) As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de
saúde são definidas nos calendários de vacinação, nos quais são estabelecidos: os tipos de vacina, o
número de doses do esquema básico e dos reforços, entre outros aspectos. Considerando o risco, a
vulnerabilidade e as especificidades sociais, o Programa Nacional de Imunização define calendários de
vacinação com orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e
indígenas. No que se refere ao calendário vacinal das crianças, é correto afirmar que:
(A) Aos 2 meses de idade, a criança deverá receber a primeira dose das seguintes vacinas:
Pentavalente, vacina oral poliomielite (VOP), pneumocócica 10 valente, rotavírus.
(B) Aos 2 meses de idade, a criança deverá receber a segunda dose das seguintes vacinas:
Pentavalente, vacina inativada poliomielite (VIP), pneumocócica 10 valente, rotavírus.
(C) Aos 2 meses de idade, a criança deverá receber a primeira dose das seguintes vacinas:
Pentavalente, vacina inativada poliomielite (VIP), pneumocócica 10 valente, rotavírus.
(D) Aos 2 meses de idade, a criança deverá receber a primeira dose das seguintes vacinas:
Pentavalente, vacina oral poliomielite (VOP), pneumocócica 10 valente, meningocócica C.
(E) Aos 2 meses de idade, a criança deverá receber a primeira dose das seguintes vacinas:
Pentavalente, vacina oral poliomielite (VOP), pneumocócica 10 valente, hepatite B.
07. (Câmara de Macapá/AP - Enfermeiro - FCC/2018) Uma mãe leva seu filho de 9 meses, com
esquema de vacinação correto para a idade, para receber a vacina indicada para esta faixa etária. De
acordo com o Calendário Nacional de Vacinação, a referida criança deverá receber, nesse dia, a dose
única da vacina
(A) contra Febre Amarela.
(B) BCG.
(C) contra Hepatite A.
(D) Tetra Viral.
(E) contra Hepatite B.
09. (UFPR - Técnico em Enfermagem - UFPR/2018) A Rede de Frio visa assegurar adequado
transporte, armazenamento e distribuição de imunobiológicos. Com o objetivo de manter a potência
imunogênica, as vacinas devem ser mantidas em temperatura adequada. Nesse contexto, o limiar de
temperatura e a temperatura ideal são, respectivamente, de:
(A) -1 °C a +6 °C e +2 °C.
(B) +1 °C a +5 °C e +3 °C.
(C) +1 °C a +8 °C e +6 °C.
(D) +2 °C a +10 °C e +4 °C.
(E) +2 °C a +8 °C e +5 °C.
Gabarito
01. D / 02.D / 03.B / 04.B / 05.C / 06.B / 07.A / 08.C / 09.E / 10.B
Comentários
01. Resposta: D
A vacina combinada dos vírus atenuados é administrada por via SC. O PNI prevê uma dose da vacina
do sarampo, caxumba e rubéola (SCR), tríplice viral, aos 12 meses, e uma dose da vacina do sarampo,
caxumba, rubéola e varicela (SCRV), tetraviral, aos 15 meses; caso a vacina da tríplice viral esteja em
atraso, deve-se administrar a tríplice viral e a tetraviral com intervalo de 30 dias entre as doses.
02. Resposta: D
De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação de Crianças aos três meses contempla a primeira
dose da vacina Meningocócica C.
04. Resposta: B
De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação vigente, o adulto M.T. de 30 anos deverá receber
a terceira dose da vacina hepatite B, pois o esquema vacinal está incompleto e não deverá ser reiniciado,
apenas completá-lo conforme situação encontrada. O reforço da dupla adulto é a cada 10 anos, a tríplice
viral é de 1 dose a partir dos 30 anos, a febre amarela é dose única.
05. Resposta: C
De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação de Crianças aos dois meses contempla as
seguinte vacinas: Pentavalente, Vacina Inativada Poliomielite (VIP), Pneumocócica 10 Valente e
Rotavírus.
06. Resposta: B
A vacina da tuberculose (TB) é uma vacina obtida por atenuação do Mycobacterium bovis e conhecida
como BCG. É indicada para prevenir as formas graves (miliar e meníngea) de TB em crianças menores
de 5 anos (principalmente no 1° ano, incluindo as indígenas).
Idade de aplicação: de preferência, nas primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade,
ou na primeira visita à unidade de saúde, de preferência no 1° mês de vida. A vacina é disponibilizada
rotineiramente para crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias ainda não vacinadas. A BCG é dose única.
07. Resposta: A
De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação, a criança aos nove anos de idade, deverá receber
uma dose da vacina contra febre amarela.
08. Resposta: C
De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação ao nascer as seguintes vacinas deverão ser
administradas: BCG (Bacilo Calmette-Guerin) e Hepatite B.
09. Resposta: E
Na sala de vacinação, todas as vacinas devem ser armazenadas entre +2ºC e +8ºC, sendo ideal +5ºC.
10. Resposta: B
Programa Nacional de Imunizações (PNI), tem como missão organizar a Política Nacional de
Vacinação, contribuindo para o controle, a eliminação e/ou erradicação de doenças imunopreveníveis.
Está vinculado ao Sistema Único de Saúde, sendo coordenado pelo Ministério da Saúde de forma
compartilhada com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
44
http://www.inf.furb.br/sias/saude/Textos/doencas_transmissiveis.htm
São doenças causadas por seres vivos ou seus produtos. Quando o ser vivo que causa a doença vive
às custas de outro ser vivo que o abriga este são chamados respectivamente de parasita e hospedeiro.
Os germes46 ou parasitos patogênicos para o homem são capazes de causar doenças infecciosas e
parasitárias pelos seguintes mecanismos gerais:
• Invasão e destruição dos tecidos por ação mecânica, por reação inflamatória ou por ação de
substancias líticas (lisinas);
• Ação de toxinas específicas produzidas pelos germes infectantes e parasitos, capazes de causar
danos locais e a distância nas células do hospedeiro;
• Indução de reação de hipersensibilidade no hospedeiro como resposta imune, sendo capaz de
produzir lesões em suas próprias células e tecidos.
Muitas vezes as DIP2 são confundidas com as doenças contagiosas, mas nem todas as DIPs são
contagiosas (p.ex. o tétano não é contagioso). A especialidade DIP, no Brasil, se originou da tradicional
Medicina Tropical que trata das grandes doenças que assolam e assolaram o Brasil e o Mundo durante
séculos (como a malária). Essa especialidade procura (mas nem sempre consegue) se concentrar em
questões urbanas como as infecções hospitalares, a síndrome da imunodeficiência adquirida
(SIDA/AIDS), as endocardites infecciosas, as infecções transfusionais, etc.
Uma doença infecciosa é qualquer doença causada pelo crescimento de patogênicos como bactérias,
fungos, vírus, protozoários que pode ser transmissível.
Tétano: doença infecciosa aguda, cujo bacilo desenvolve-se no local do ferimento e produz uma
neurotoxina que, ao atingir o SNC, provoca os sinais e sintomas da doença. Agente Etiológico: Clostridium
Tetanii. Modo de Transmissão: Objetos contaminados que penetram em feridas, ferimentos
insignificantes, queimaduras, coto umbilical, etc. Sinais e Sintomas: Trismo, rigidez da nuca, contraturas
e espasmos musculares, mialgia intensa; posição de opistótomo; riso sardônico, febre e sudorese intensa.
Diagnóstico: Exame clínico e físico. Tratamento: Debridamento da ferida; antibióticos; soro antitetânico
(SAT); vacinas; miorrelaxantes; sedativos; ambiente isento de barulhos e iluminação excessiva.
Febre Tifoide: doença infecciosa causada pelo bacilo de Eberth. Agente Etiológico: Bacilo de Eberth
ou Salmonella Typhi. Modo de Transmissão: Por contato direto (com fezes ou urina do portador) ou
indireto (com água e alimentos contaminados). Sinais e Sintomas: Hipertermia progressiva, astenia,
anorexia, náuseas, vômitos, esplenomegalia, leucopenia, constipação alternada com crises de diarreia
(fezes líquidas esverdeadas e fétidas). Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento:
Antibioticoterapia e profilaxia com saneamento básico, fiscalização sanitária e vigilância epidemiológica.
Difteria: doença aguda, caracterizada por quadro tóxico-infeccioso, com duração variável podendo
apresentar desde sintomatologia leve até fatal. Agente Etiológico: Bacilo de Klebs loeffler ou bacilo
Corynebacterium diphtheriae. Modo de Transmissão: Por contato físico direto; por gotículas de secreção
dispersas no ar ou por meio de objetos contaminados. Sinais e Sintomas: Placas com abundante
exsudação na faringe, provocando sintomas de asfixia, agitação, batimentos da asa do nariz, cianose,
contrações dos músculos intercostais devido à dificuldade respiratória. Pode ocorrer parada respiratória.
Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Manter o paciente em isolamento
respiratório; antibioticoterapia; soro antidiftérico (SAD); cirúrgico. Fazer profilaxia com vacinação.
Cólera: doença infecciosa aguda e grave, transmitida principalmente pela contaminação fecal da água,
alimentos e ouros produtos que vão a boca. Agente Etiológico: Víbrio Cholerae (vibrião colérico). Modo
de Transmissão: Água, alimentos ou fômites contaminados pelas fezes e vômitos dos indivíduos
infectados, sintomáticos ou não. Sinais e Sintomas: Diarreia líquida súbita e intensa com aspecto de água
45
http://www.hse.rj.saude.gov.br/cidadao/clin/dip/dip1faq.asp
46
COURA, José Rodrigues. Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias. 2ª Ed. Guanabara Koogan.
47
https://pt.slideshare.net/ClebsonReinaldo/assistncia-de-enfermagem-aos-paciente-portadores-de-doenas-infecciosas-aula-quarta-dia-06-de-janeiro-de-2016
Caxumba: doença infecciosa aguda de início súbito, caracterizado pela tumefação das glândulas
salivares, geralmente das parótidas e, às vezes das sublinguais. Agente Etiológico: Vírus parotidite. Modo
de Transmissão: Contato direto (por meio de gotículas de muco e saliva eliminados pelo indivíduo
contaminado) ou indireto (pelo contato com objetos recentemente contaminados). Sinais e Sintomas:
Febre, calafrios discretos, dores pelo corpo, principalmente na região da tumefação, orquite, ooforite.
Diagnóstico: Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Analgésicos e antitérmicos; corticosteróides
e repouso no leito. A profilaxia é a vacina da tríplice viral (MMR).
Sarampo: doença infecciosa aguda, extremamente contagiosa, caracterizada por febre e exantema
máculo-papular. Agente Etiológico: Vírus do grupo paramixovírus. Modo de Transmissão: Contato direto
(por meio das secreções nasais e da garganta do doente) ou indireto (por meio de objetos contaminados).
Sinais e Sintomas: Febre alta, exantemas máculo-papular, tosse, coriza e conjuntivite. Diagnóstico:
Exame clínico, físico e laboratorial. Tratamento: Sintomático, conforme as manifestações de cada caso.
Poliomielite: doença viral aguda, cuja expressão clínica varia desde uma infecção inaparente até
paralisias. Agente Etiológico: poliovírus. Modo de Transmissão: secreções orofaríngeas e nas fezes.
Sinais e Sintomas: as manifestações clínicas da infecção pelo poliovírus são muito variáveis, desde
infecção inaparente até quadros de paralisia grave, levando a morte. Diagnóstico: exame clínico e físico.
Tratamento: Sintomático: o principal meio de prevenção e erradicação é a vacina Sabin/Anti-poliomielite.
Raiva ou Hidrofobia: doença infecciosa aguda de prognóstico fatal em todos os casos, causada por
vírus que se propaga pelo SNC. Agente Etiológico: vírus da raiva Rhabdovirus. Modo de Transmissão:
Mordedura de animais que contenham o agente na saliva. Sinais e Sintomas: mal-estar, anorexia,
náuseas, insônia, distúrbios psíquicos e respiratórios, dor e parestesia no local do ferimento, espasmos,
delírios, convulsões e morte por paralisias dos músculos respiratórios. Diagnóstico: exame clínico e físico.
Tratamento: Não existe tratamento específico. O cliente necessita de cuidados especiais em UTI,
sedativos, antitérmicos e medidas de controle das complicações.
Agora abordaremos duas doenças infecciosa de grande importância para a saúde pública, a
tuberculose e a hanseníase.
A infecção pelo bacilo da tuberculose pode ocorrer em qualquer idade, mas no Brasil geralmente
acontece na infância. Nem todas as pessoas expostas ao bacilo da tuberculose se tornam infectadas. A
probabilidade que a TB seja transmitida depende de alguns fatores:
- Da contagiosidade do caso índice (doente bacilífero fonte da infecção);
- Do tipo de ambiente em que a exposição ocorreu;
- Da duração da exposição.
Quando uma pessoa inala as gotículas contendo os bacilos de Koch, muitas delas ficam no trato
respiratório superior (garganta e nariz), onde a infecção é improvável de acontecer. Contudo, quando os
bacilos atingem os alvéolos a infecção pode se iniciar.
Em primeiro lugar, os bacilos multiplicam-se nos alvéolos e um pequeno número entra na circulação
sanguínea disseminando-se por todo o corpo.
Dentro de 2 a 10 semanas, no entanto, o sistema imune usualmente intervém, impedindo que os
bacilos continuem a se multiplicar, prevenindo disseminação posterior.
A infecção tuberculosa, sem doença, significa que os bacilos estão no corpo da pessoa, mas o sistema
imune os está mantendo sob controle. O sistema imune faz isto produzindo células chamadas macrófagos
que fagocitam os bacilos e formam uma barreira, o granuloma, que mantém os bacilos sob controle.
A infecção tuberculosa é detectada apenas pela prova tuberculínica. As pessoas infectadas e que não
estão doentes não transmite o bacilo.
Uma vez infectada, a pessoa pode desenvolver tuberculose doença em qualquer fase da vida. Isto
acontece quando o sistema imune não pode mais manter os bacilos sob controle e eles se multiplicam
rapidamente.
Todos os órgãos podem ser acometidos pelo bacilo da tuberculose, porém, ocorre mais
frequentemente nos pulmões, gânglios, pleura, rins, cérebro e ossos.
Denomina-se “caso de tuberculose” todo indivíduo com diagnóstico confirmado por baciloscopia ou
cultura e aquele em que o médico, com base nos dados clínico-epidemiológicos e no resultado de exames
complementares, firma o diagnóstico de tuberculose.
“Caso novo” é o doente com tuberculose que nunca se submeteu à quimioterapia antituberculosa, fez
uso de tuberculostáticos por menos de 30 dias, ou submeteu-se ao tratamento para tuberculose há cinco
anos ou mais.
As ações para a procura de casos devem estar voltadas para os grupos com maior probabilidade de
apresentar tuberculose. Deve-se realizar a busca ativa de casos entre:
- Os sintomáticos respiratórios: a equipe de saúde deve estar preparada para realizar a busca
sistemática de sintomáticos respiratórios, ou seja, das pessoas maiores de 15 anos que procuram os
serviços de saúde por qualquer motivo e apresentam queixas de tosse e expectoração por três semanas
ou mais. Entre esses, deve-se procurar o doente com tuberculose pulmonar bacilífera, fonte de infecção”
para outros indivíduos;
- Contatos de casos de tuberculose: toda pessoa, parente ou não, que coabita com um doente de
tuberculose;
Atenção especial deve ser dada às populações de maior risco de adoecimento como os residentes em
comunidades fechadas como presídios, manicômios, abrigos e asilos e os indivíduos etilistas, usuários
de drogas, mendigos, imunodeprimidos por uso de medicamentos ou por doenças imunossupressoras
48
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_controle_tuberculose.pdf
Prevenção49
A prevenção é feita através da vacina BCG, recomendada para aplicação no primeiro mês de vida da
criança. A vacina diminui as chances de desenvolver formas graves da doença, como a meningite
tuberculosa, mas não é eficaz contra a tuberculose pulmonar.
Outra forma é através da prevenção secundária com isoniazida. A proteção é recomendada para as
pessoas que convivem com a pessoa doente, seja na casa ou no trabalho. Essa proteção só é
recomendada após a avaliação do teste PPD e do raio-X de tórax de todos os contatos próximos.
Objetivamente, a forma mais eficaz é a descoberta das pessoas doentes e o início rápido do tratamento.
Tratamento
O tratamento é feito com quatro drogas que estão todas no mesmo comprimido – rifampicina,
isoniazida, pirazinamida e etambutol. Nos primeiros dois meses - fase intensiva do tratamento -, a pessoa
usa essas quatro drogas. Na fase de manutenção, que dura quatro meses, a pessoa usará apenas duas
drogas - a rifampicina e a isoniazida.
Quando esse tratamento de seis meses é bem feito, a maioria das pessoas ficam curadas da infecção.
É importante que se divulgue que o tratamento pode e deve ser realizado nas unidades de saúde do
bairro. Apenas alguns casos mais complexos e graves exigirão internação hospitalar.
Hanseníase50
Considera-se um caso de hanseníase, a pessoa que apresenta um ou mais dos seguintes sinais
cardinais e que necessita de tratamento poliquimioterápico:
a) Lesão (ões) e/ou área (s) da pele com diminuição ou alteração de sensibilidade;
b) Acometimento de nervo (s) periférico (s) com ou sem espessamento associado a alterações
sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas; e
c) Baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico.
49
https://portal.fiocruz.br/noticia/tuberculose-medica-explica-os-sintomas-o-diagnostico-e-como-se-prevenir
50
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf.
A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), quando disponível, deve ser utilizada como exame
complementar para a classificação dos casos em PB ou MB.
A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões.
Tratamento da Hanseníase
Esquemas Terapêuticos
Os esquemas terapêuticos deverão ser utilizados de acordo com a classificação operacional:
I - PAUCIBACILAR: 6 cartelas
Duração: 24 doses.
Atenção: todo contato de hanseníase deve receber orientação de que a BCG não é uma vacina
específica para este agravo e neste grupo, é destinada, prioritariamente, aos contatos intradomiciliares.
Estas ações devem ser conduzidas sempre em consonância com as políticas vigentes. Nesse
processo deve-se promover a participação de diferentes atores sociais no planejamento, execução e
avaliação, favorecendo a democratização e a descentralização dessas ações.
As ações de comunicação são fundamentais à divulgação das informações sobre hanseníase dirigidas
à população em geral, e em particular, aos profissionais de saúde e pessoas atingidas pela doença e de
sua convivência. Essas ações devem ser realizadas de forma integrada à mobilização social.
As práticas de educação em saúde para controle da hanseníase devem basear-se na política de
educação permanente e na política nacional de promoção da saúde. Essas atividades devem
compreender, pelo menos, atenção integral, estímulo à investigação e ao autoexame dos contatos
intradomiciliares, autocuidado, prevenção e tratamento de incapacidades físicas e suporte psicológico
durante e após o tratamento.
A educação permanente em saúde, ao proporcionar a formação dos profissionais de saúde, gestores
e usuários, é uma estratégia essencial à atenção integral humanizada e de qualidade, ao fortalecimento
do SUS e à garantia de direitos e da cidadania. Para tanto, faz-se necessário estabelecer ações
intersetoriais envolvendo a educação e a saúde, de acordo com as diretrizes para implementação da
política nacional de educação permanente em saúde.
Recomenda-se que a educação permanente em saúde contemple - na hanseníase - a reorientação
das práticas de formação, atenção, gestão, formulação de políticas e controle social e seja realizada de
forma intersetorial com outras áreas governamentais, sociedades científicas, conselhos reguladores e
órgãos formadores de profissionais da saúde e entidades não governamentais.
De acordo com as recomendações do Pacto pela Saúde caberá às três esferas de governo trabalhar
em parceria com as demais instituições e entidades da sociedade civil para a divulgação de informações
atualizadas sobre a hanseníase e atenção integral ao portador de hanseníase ou de suas sequelas.
Importante: quando a pessoa doente inicia o tratamento quimioterápico, ela deixa de ser transmissora
da doença, pois as primeiras doses da medicação matam os bacilos, torna-os incapazes de infectar outras
pessoas.
Prevenção51
O ambiente domiciliar é apontado como importante espaço de transmissão da doença, sendo a
investigação epidemiológica nesse espaço fundamental na descoberta de casos entre aqueles que
convivem ou conviveram com o doente como estratégia para a redução da carga da doença.
51
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/hanseniase/medidas-de-prevencao-e-controle
Questões
03. (EMSERH - Enfermeiro - FUNCAB) A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, de grande
importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante. Com relação à
hanseníase marque a opção que apresenta a classificação do agente etiológico responsável pela doença
e sua forma de transmissão, respectivamente.
(A) Vírus; via respiratória superior
(B) Fungo; ingestão de alimento contaminado
(C) Vírus; por relação sexual
(D) Bactéria; via respiratória superior
(E) Bactéria; contato com as manchas e pápulas características da doença
Gabarito
01. Resposta: C
Sarampo por se tratar de uma doença infecciosa aguda, extremamente contagiosa, caracterizada por
febre e exantema máculo-papular. Agente Etiológico: Vírus do grupo paramixovírus. Modo de
Transmissão: Contato direto (por meio das secreções nasais e da garganta do doente) ou indireto (por
meio de objetos contaminados).
02. Resposta: D
A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por um microrganismo denominado
Mycobacterium tuberculosis, também denominado de bacilo de Koch (BK), que se propaga através do ar,
por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos por um doente com tuberculose (TB) pulmonar ao
tossir, espirrar ou falar em voz alta. Quando estas gotículas são inaladas por pessoas sadias, provocam
a infecção tuberculosa e o risco de desenvolver a doença.
03. Resposta: D
A hanseníase é uma enfermidade infecciosa crônica de transmissibilidade moderada caracterizada por
lesões cutâneas anestésicas. Agente Etiológico: Bacilo de Hansen ou Mycobacterium leprae. Modo de
Transmissão: Por contato direto pelo contato com pele, mucosas, lesões cutâneas ou secreções nasais
do doente. O bacilo de Hansen é considerado uma actinobactéria.
04. Resposta: A
A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões.
05. Resposta: A
A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por um microrganismo denominado
Mycobacterium tuberculosis, que se propaga através do ar, por meio de gotículas contendo os bacilos
expelidos por um doente com tuberculose (TB) pulmonar ao tossir, espirrar ou falar em voz alta. Quando
estas gotículas são inaladas por pessoas sadias, provocam a infecção tuberculosa e o risco de
desenvolver a doença
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen. Modo de Transmissão: Por
contato direto pelo contato com pele, mucosas, lesões cutâneas ou secreções nasais do doente.
Doenças Crônicas são aquelas doenças que possuem evolução lenta e de longa duração, ou seja, não
se resolve em um curto espaço de tempo.
As DCNT são consideradas multifatoriais, já que possuem diversos fatores determinantes, dentre as
principais temos, as doenças cardiovasculares, as doenças respiratórias crônicas, o diabetes mellitus e
as neoplasias, todas possuem quatro fatores de risco em comum: o tabaco, a alimentação não saudável,
a inatividade física e o consumo nocivo de álcool. Abordaremos a seguir as principais DCNT.
Doenças Cardiovasculares53
52
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf
53
CHEEVER, Kerry H; BRUNNER, Lillian Sholtis; SUDDARTH, Doris Smith. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
Prevenção
A prevenção primária do AVE isquêmico continua sendo um estilo de vida saudável, incluindo não
fumar, manter um peso saudável, seguir uma dieta saudável (inclusive consumo modesto de bebidas
alcoólicas) e exercícios regulares. A idade, o gênero e a raça constituem fatores de risco não modificáveis
bem conhecidos para o AVE. Os grupos de alto risco incluem pessoas com mais de 55 anos de idade.
Outro grupo de alto risco é o dos afrodescendentes a incidência do primeiro AVE nesses indivíduos é
quase duas vezes maior que a de pessoas de raça branca. São muitos os fatores de risco para o AVE
isquêmico, para pessoas que correm alto risco, intervenções que alterem os fatores modificáveis, como
tratamento da hipertensão arterial e da hiperglicemia e suspensão do tabagismo, reduzem o risco de AVE.
Tratamento
São utilizados agentes trombolíticos para tratar o AVE isquêmico por meio de dissolução do coágulo
sanguíneo que está bloqueando o fluxo sanguíneo para o encéfalo.
Embora o tempo disponível para iniciar o tratamento tenha sido estendido em alguns centros, é
necessária urgência por parte do público e dos profissionais de saúde para o rápido transporte do cliente
a um hospital para avaliação e administração do medicamento e o tempo recomendado é de 3 horas.
Manifestações Clínicas
O cliente com AVE hemorrágico pode apresentar ampla variedade de déficits neurológicos, quando
consciente consegue relatar a ocorrência de cefaleia intensa. Outros sintomas que podem ser observados
com mais frequência em clientes com hemorragia intracerebral aguda (em comparação com o AVE
isquêmico) consistem em vômitos, alteração precoce e súbita do nível de consciência e, possivelmente,
convulsões focais, dado o comprometimento frequente do tronco encefálico.
Além dos déficits neurológicos (semelhantes aos observados no AVE isquêmico), o cliente com
aneurisma intracraniano ou MAV pode apresentar algumas manifestações clínicas singulares. A ruptura
de aneurisma ou MAV produz habitualmente cefaleia súbita e extremamente intensa e, com frequência,
perda da consciência por um período variável.
Podem estar presentes dor e rigidez da parte posterior do pescoço (rigidez de nuca) e da coluna
vertebral, em decorrência de irritação meníngea. Ocorrem distúrbios visuais (perda visual, diplopia, ptose)
se o aneurisma for adjacente ao nervo oculomotor. Além disso, pode haver zumbidos, tontura e
hemiparesia.
A hemorragia subaracnóidea em consequência de aneurisma é um evento catastrófico, com morbidade
e mortalidade significativas.
Fatores de Risco
Os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares são classificados como não-
modificáveis (idade, hereditariedade, sexo e raça), modificáveis (tabagismo, dislipidemia, hipertensão
arterial, sedentarismo, obesidade e dibetes mellitus) e contribuintes (estresse, hormonal, uso de pílulas
anticoncepcionais, etilismo e homocisteína).
Manifestações Clínicas
A descrição clássica da dor torácica na SCA é um desconforto, uma queimação ou uma sensação
opressiva localizada na região precordial ou retroesternal, que pode ter irradiação para o ombro ou braço
esquerdo, braço direito, pescoço ou mandíbula, acompanhada frequentemente de diaforese, náuseas,
vômitos ou dispneia.
A dor pode durar alguns minutos (geralmente entre 10 e 20 min) e ceder, como nos casos de angina
instável, ou mais de 30 min, como nos casos de infarto agudo do miocárdio. O paciente também pode
apresentar queixas atípicas como mal-estar, indigestão, fraqueza ou apenas sudorese sem dor.
Tratamento
Tratamento farmacológico: o objetivo do tratamento inicial é agir sobre os processos fisiopatológicos
que ocorrem na SCA e suas consequências, visando, portanto, à contenção ou ao controle da isquemia
miocárdica, à recanalização coronariana e ao controle do processo aterotrombótico.
Tratamento cirúrgico: quando as demais terapêuticas falham ou não são indicadas, é necessária a
realização do tratamento cirúrgico para a revascularização pelo implante de enxertos. Os condutos mais
utilizados são a artéria torácica interna (mamária) e a veia safena magna.
Hipertensão Arterial555657
A hipertensão ocorre quando a pressão exercida pelo sangue na parede das artérias (são vasos que
saem do coração e levam o sangue oxigenado e com nutrientes para todas as células do organismo) é
elevada ficando acima dos valores normais (> 140/> 90 mmHg).
A pressão sanguínea aumenta em razão da ampliação do volume sanguíneo, da aceleração da
frequência cardíaca ou do aumento do volume ejetado ou da vasoconstrição arteriolar. A hipertensão
também pode ser causada por supressão ou resposta inadequada dos mecanismos reguladores
intrínsecos.
O estreitamento das artérias aumenta a necessidade de o coração bombear com mais força para
impulsionar o sangue e recebê-lo de volta. Como consequência, a hipertensão dilata o coração e danifica
as artérias.
A crise hipertensiva caracteriza-se por elevação grave da pressão arterial causada por algum distúrbio
envolvendo um ou mais mecanismos reguladores. Se não for tratada, a crise hipertensiva pode causar
complicações renais, cardíacas ou cerebrais, ou pode levar à morte.
Fatores de Risco
- Idade;
54
BARBOSA, Dulce Aparecida; VIANNA, Lucila Amaral Carneiro. Enfermagem Ambulatorial e Hospitalar. Manole, 2010.
55
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf
56
RAMOS, Salvador; MANENTI, Euler; FRIEDRICH, Maurício André Gheller; SAADI, Eduardo Keller. Entendo as Doenças Cardiovasculares. Artmed. 2014.
57
http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/2268-26-4-dia-nacional-de-prevencao-e-combate-a-hipertensao-arterial
Causas da Hipertensão
Geralmente a causa é desconhecida ou não está́ bem definida, ou seja, o paciente tem a tendência
genética (hipertensão primária). Entre as causas conhecidas, e nesse caso chamado de hipertensão
secundária, estão as doenças dos rins, de glândulas endócrinas como a suprarrenal, do sistema nervoso,
o abuso de certos medicamentos ou bebidas alcoólicas e a gravidez.
Prevenção
A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o médico poderá
determinar o melhor método para cada paciente, mas além dos medicamentos disponíveis atualmente, é
imprescindível adotar um estilo de vida saudável:
- Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares;
- Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos;
- Praticar atividade física regular;
- Aproveitar momentos de lazer;
- Abandonar o fumo;
- Moderar o consumo de álcool;
- Evitar alimentos gordurosos;
- Controlar o diabetes.
Câncer58
Câncer é o nome dado a um conjunto de doenças que tem em comum o crescimento desordenado de
células de determinado tecido ou órgão. Essas células se dividem rapidamente, tendendo a ser muito
agressivas e proporcionando a formação de uma massa celular, chamada de tumor. Os tumores podem
ser tanto benignos quanto malignos.
Os tumores benignos geralmente podem ser tratados por meio de um procedimento cirúrgico, sendo
retirados, na maioria dos casos, sem nenhum dano ao organismo e raramente colocam em risco a vida
dos pacientes. Os tumores malignos são considerados câncer.
Causas
As causas de câncer são várias, ocorrendo uma interação entre fatores genéticos (internos) e
ambientais (externos). As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos próprios do
meio social e cultural da comunidade na qual o indivíduo vive.
As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente determinadas e estão ligadas à
capacidade que o organismo tem de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem
interagir de diversas formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células
normais.
Prevenção
A prevenção primária em câncer se constitui em evitar a ocorrência da doença por alteração de fatores
de risco modificáveis, independente dos fatores genéticos, como o tabagismo, que é a maior causa
evitável de câncer no mundo. O baixo consumo de álcool, a prática regular de exercício físico e manter o
peso ideal, ou seja, evitar a obesidade, são medidas que podem ser adotadas em nossas vidas.
Ter uma dieta balanceada, com baixa ingestão de carne vermelha e gordura saturada, rica em frutas
e vegetais é um fator protetor. A obesidade é um risco para alguns tumores, e os componentes hormonais
podem também contribuir para o aumento do risco de alguns tipos de câncer.
Alguns tipos de câncer também estão associados a agentes infecciosos, assim, a prevenção primária
dessas neoplasias malignas está associada à vacinação e ao tratamento das infecções subjacentes. A
radiação ionizante UVA está fortemente relacionada com os vários tipos de câncer de pele, principalmente
ao melanoma maligno, e a sua prevenção primária é a redução da exposição solar.
58
OPPERMANN, Christina Pimentel. Entendendo o Câncer. Artmed, 2014.
Diabetes59
Diabetes mellitus é um distúrbio metabólico causado pela falta ou má absorção de insulina (hormônio
produzido pelo pâncreas). Tal hormônio têm a função de quebrar as moléculas de glicose para transforma
em energia, e quando esse processo não ocorre adequadamente causa a elevação dos níveis de açúcar
no sangue (glicose).
Tipos de Diabetes
Tipo 1
Caracteriza-se pela destruição das células beta do pâncreas, devido a fatores genéticos, imunológicos
e, possivelmente, ambientais (virais), nesse caso são necessárias injeções de insulina para controlar os
níveis de glicemia. O diabetes tipo 1 tem início súbito, geralmente antes dos 30 anos de idade.
Tipo 2
Resulta da diminuição da sensibilidade à insulina (resistência à insulina) ou da diminuição na
quantidade de insulina secretada. O diabetes tipo 2 é inicialmente tratado com dieta e exercícios físicos
e, em seguida, com agentes antidiabéticos orais, quando necessário, tem início lento e progressivo e
ocorre mais frequentemente em clientes com mais de 30 anos de idade e naqueles com obesidade.
Diabetes gestacional
O diabetes gestacional caracteriza-se por qualquer grau de intolerância à glicose, com início durante
a gravidez (segundo ou terceiro trimestre). Os riscos para o diabetes gestacional incluem obesidade
acentuada, história pessoal de diabetes gestacional ou teste de tolerância à glicose oral (TTGO) anormal,
glicosúria (glicose excretada na urina) ou forte história familiar de diabetes.
Outros fatores de risco incluem idade do cliente acima de 25 anos, gestação prévia com recém-nascido
com peso acima de 4kg e natimorto prévio inexplicável.
Prevenção
Para clientes obesos (particularmente aqueles com diabetes tipo 2), a perda de peso e o exercício
físico de intensidade moderada são essenciais para o tratamento, e constituem o principal fator preventivo
para o desenvolvimento do diabetes.
Manejo de Enfermagem
O manejo de enfermagem para clientes com diabetes melito pode envolver o tratamento de uma ampla
variedade de distúrbios fisiológicos, dependendo do estado de saúde do cliente, e de ele estar com
diagnóstico recente ou procurando assistência médica devido a algum problema de saúde não
relacionado.
Como todos os clientes com diabetes precisam dominar os conceitos e as habilidades necessários
para um tratamento a longo prazo e evitar as complicações potenciais do diabetes, um foco contínuo do
manejo de enfermagem consiste em uma sólida base educacional, que é necessária para o autocuidado
competente.
A enfermagem desempenha um papel vital na identificação de clientes com diabetes melito, na
avaliação das habilidades de autocuidado, no fornecimento da orientação básica, no reforço da orientação
por um especialista e no encaminhamento dos clientes para cuidados de acompanhamento após a alta
hospitalar.
59
BRUNNER, Lilian Sholtis; SUDDARTH, Doris Smith. Manual de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 13ª Ed. Guanabara Koogan, 2015.
Prevenção
A avaliação do comprometimento e a realização de testes para identificar possíveis causas, incluindo
exposições no local de trabalho, constituem os métodos essenciais para assegurar o controle em clientes
com asma recorrente.
O tratamento imediato visa remover ou diminuir a exposição no ambiente do cliente, e este tem
acompanhamento contínuo. São prescritos medicamentos padrão para asma a fim de minimizar a
broncoconstrição e a inflamação das vias respiratórias.
Fatores de Risco
- Fatores de risco ambientais (tabagismo ativo e passivo) e exposição prolongada e intensa a poeiras
e substâncias químicas ocupacionais e poluição do ar em ambientes fechados e do ar ambiente.
Prevenção
A prevenção é parar definitivamente com o cigarro é a medida mais eficaz, pessoas saudáveis que
não desejam ter a doença e para aqueles que já foram diagnosticados e querem reduzir os sintomas.
A maioria das pessoas afetadas pela DPOC não sabem que têm a doença, somente quando são
diagnosticadas e muitas vezes tardiamente afetando assim as medidas de prevenção.
Rinite60
Rinite é uma reação inflamatória que ocorre na mucosa nasal consequente a fatores alérgicos ou não.
Clinicamente, é definida como a somatória dos sintomas: rinorreia (corrimento excessivo de muco nasal),
obstrução nasal, prurido e/ou espirros.
Pode-se classificar como alérgica ou não alérgica e desta infecciosa ou não infecciosa. Sendo que a
não infecciosa pode ser viral, bacteriana ou fúngica. A rinite não alérgica é um diagnóstico de exclusão,
e os quadros principais são: rinite eosinofílica não alérgica (rena), idiopática, ocupacional, do idoso,
gestacional, do esporte, gustativa, medicamentosa e por fármacos.
60
MARTINS, Milton de Arruda; CARRILHO, Flair José; ALVES, Venâncio Avancini Ferreira; CASTILHO, Euclid. Clínica Médica. Manole, 2016.
Metas Nacionais Propostas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis
(DCNT) 61
Obesidade
A obesidade é um distúrbio nutricional relacionado com o excesso de ingestão de calorias. Ela está
associada a outras doenças, como as doenças coronarianas, hipertensão, diabetes mellitus,
dislipidemias, doenças da vesícula biliar, osteoporose e alguns tipos de câncer, aumentando a morbidade
e a mortalidade.
Este distúrbio, muito comum em países desenvolvidos, visto que a sua maior causa é o excesso de
ingestão de alimentos, tem atingido, também, nos países em desenvolvimento. Com a crescente
globalização, têm-se assistido a um aumento dramático na prevalência de obesidade nos países em
desenvolvimento. Isto se deve a mudança de hábitos alimentares e estilo de vida em toda a América
Latina. Estes países estão incorporando hábitos alimentares dos países mais industrializados. De fato,
esta tendência, chamada de "ocidentalização da Nutrição" (nutritional westernization), vem se
caracterizando pelo aumento do consumo de fast-food e por uma tendência à diminuição da atividade
física.
A incorporação dessa mudança de hábitos alimentares nas regiões da América Latina tem propiciado
o aumento das taxas de doenças crônicas degenerativas em contraposição à das doenças
infectocontagiosas, as maiores responsáveis pela mortalidade no passado. Existem estudos que
permitem a comparação da prevalência da obesidade em muitos países da América Latina. O indicador
de obesidade escolhido na pesquisa foi o Índice de Massa Corporal acima de 25kg/m².
Verificou-se uma alta prevalência de obesidade, principalmente com relação ao sexo feminino, em
todos os países estudados.
No Brasil, a prevalência de obesidade é maior no sexo feminino, enquanto no Uruguai encontramos
uma prevalência de obesidade semelhante em homens e mulheres. Tais resultados demonstram que são
necessárias medidas urgentes para que a população se conscientize dos males de uma dieta rica em
gorduras e proteínas.
Cabe aos especialistas em Nutrição alertar para a importância de uma alimentação adequada,
balanceada e variada. Na próxima seção apresentamos a importância do diagnóstico nutricional na
prevenção e no tratamento das doenças crônicas degenerativas que apresentam relação com a
alimentação.
61
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf
A análise conjunta desses dados conduz ao diagnóstico nutricional e à determinação de uma conduta
dietética específica. A prescrição dietética é definida como uma intervenção que implica na melhoria da
saúde do indivíduo através de uma dieta. O plano alimentar envolve a prescrição de uma dieta adequada
e balanceada e a sugestão de cardápios. Esta dieta deve levar em consideração a composição de
nutrientes dos alimentos, equilíbrio entre quantidade e qualidade dos nutrientes, ingestão de alimentos e
refeições do dia, respeitando a adequação e as preferências individuais.
Onde:
Peso = peso atual em kg;
Altura = em metros, elevada ao quadrado.
A definição de faixas de IMC saudáveis (IMC=19 a 25) é aceita pela Organização Mundial da Saúde e
está baseada na avaliação do risco da obesidade (Meisler) em ocasionar doenças crônicas
degenerativas. O IMC pode classificar o indivíduo em:
- Desnutrição: <18,5
- Eutrofia: 18,5 – 24,9
- Sobrepeso: 25 – 30
- Obesidade moderada: 30 – 40
- Obesidade mórbida: > 40
A relação cintura/quadril é o índice mais utilizado para averiguar a distribuição local de tecido adiposo
regional. A circunferência da cintura é determinada na área mais estreita, acima do umbigo e a do quadril,
sobre a área máxima dos glúteos. Os valores de circunferência da cintura acima de 100cm são
considerados potencialmente aterogênicos, ou seja, podem indicar maior deposição de colesterol nas
artérias. Os valores limiares sugeridos como adequados para a relação da circunferência cintura/quadril
são:
- 0,8 para mulheres de meia idade ou idosas
- 0,9 para homens
Já há algum tempo, a magnitude das doenças cardiovasculares como causa de óbito e morbidade tem
suscitado estudos que relacionam certos fatores (tabagismo, alcoolismo, hipercolesterolemia, obesidade,
"stress", diabetes melittus, hipertensão arterial e outros), ao aparecimento dessas doenças. No intuito de
tentar evitar a morte precoce e a morbidade por essas citadas doenças, em sua maior parte
incapacitantes, tem-se formulado duas estratégias básicas: a do "enfoque de risco" e a do "enfoque
populacional".
O primeiro propõe o controle de exposição a fatores de risco em indivíduos com alto risco para doenças
cardiovasculares (DCV), em trabalho realizado indivíduo a indivíduo. Já o "enfoque populacional"
pretende alcançar a redução dos fatores de risco na população, realizando-se a abordagem ao nível do
coletivo. Ambas as estratégias têm como pressuposto que a supressão de um ou mais fatores de risco
acarretaria diminuição da mortalidade e morbidade por DCV.
O Ministério da Saúde, pela sua Divisão Nacional de Doenças Crônico-Degenerativas, lançou as
"Bases Estratégicas e Operacionais" para o controle das DCV, em documento onde faz uma breve
avaliação do trabalho realizado naquele ano e expõe sua proposta de atuação. O documento prevê que
a abordagem do problema seja feita através dos dois enfoques, o de risco e o populacional.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que as doenças crônicas de declaração não
obrigatória, como as doenças cardiovasculares, a diabetes, a obesidade, o cancro e as doenças
respiratórias, representam cerca de 59% do total de 57 milhões de mortes por ano e 46 por cento do total
de doenças. Afetam países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento. A expansão das
doenças crônicas reflete os processos de industrialização, urbanismo, desenvolvimento econômico e
globalização alimentar, que acarretam:
- Alteração das dietas alimentares;
- Aumento dos hábitos sedentários;
- Crescimento do consumo de tabaco.
Cerca de metade das mortes causadas por doenças crônicas está diretamente associada às doenças
cardiovasculares. Os ataques cardíacos e os enfartes do miocárdio matam cerca de 12 milhões de
pessoas por ano. A hipertensão e outras doenças cardíacas matam, por sua vez, 3,9 milhões de pessoas.
Cerca de 75% das doenças cardiovasculares são atribuíveis a:
- Colesterol elevado;
- Tensão arterial elevada;
- Dieta pobre em frutas e vegetais;
- Sedentarismo;
- Tabagismo.
Calcula-se que, em todo o mundo, existam 177 milhões de pessoas a sofrer de diabetes, sobretudo de
tipo 2. Dois terços do total vivem nos países em vias de desenvolvimento. Mais de mil milhões de adultos
sofrem de excesso de peso. Destes, pelo menos 300 milhões são clinicamente obesos. Apesar de muito
diferentes entre si, as doenças crônicas apresentam fatores de risco comuns. São poucos e podem ser
prevenidos:
- Colesterol elevado;
- Tensão arterial elevada;
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Consumo de álcool.
Através da alteração do seu estilo de vida poderá, em pouco tempo, reduzir o risco de desenvolver
uma doença crônica. Alterando a dieta alimentar – privilegiar frutas, vegetais, frutos secos e cereais
integrais; substituir as gorduras animais saturadas por gorduras vegetais insaturadas; reduzir as doses
de alimentos salgados e doces; iniciando a prática de exercício físico diário; Mantendo um peso normal –
Índice de Massa Corporal entre 18,5 e 24,9. Eliminando o consumo de tabaco.
Já está comprovado que as intervenções comportamentais sustentadas são eficazes na redução dos
fatores de risco para a população. Mais de 80% dos casos de ocorrência de doenças cardíacas
coronárias, 90% dos casos de diabetes de tipo 2 e de um terço das ocorrências de cancro podem ser
As Doenças Renais Crônicas (DRC) são um termo geral para alterações heterogêneas que afetam
tanto a estrutura quanto a função renal, com múltiplas causas e múltiplos fatores de risco. Trata-se de
uma doença de curso prolongado, que pode parecer benigno, mas que muitas vezes torna-se grave e
que na maior parte do tempo tem evolução assintomática.
Na maior parte do tempo, a evolução da doença renal crônica é assintomática, fazendo com que o
diagnóstico seja feito tardiamente. Nesses casos, o principal tratamento imediato é o procedimento de
hemodiálise.
Diagnóstico
Existem diversas formas de aferir as funções renais, incluindo um exame de urina e exames detalhados
dos rins, conforme cada caso. No entanto, do ponto de vista clínico a função excretora é aquela que tem
maior correlação com os desfechos clínicos. Todas as funções renais costumam declinar de forma
paralela com a sua função excretora.
Na prática clínica, a função excretora renal pode ser medida por meio da Taxa de Filtração Glomerular
(TFG). Para o diagnóstico das doenças renais crônicas são utilizados os seguintes parâmetros:
- TFG alterada;
- TFG normal ou próxima do normal, mas com evidência de dano renal ou alteração no exame de
imagem;
- É portador de doença renal crônica qualquer indivíduo que, independente da causa, apresente por
pelo menos três meses consecutivos uma TFG<60ml/min/1,73m².
Tratamento
Para melhor estruturação do tratamento dos pacientes com doenças renais crônicas é necessário que,
após o diagnóstico, todos os pacientes sejam classificados da seguinte maneira:
- Estágio 1: TFG ³ 90mL/min/1,73m² na presença de proteinúria e/ou hematúria ou alteração no exame
de imagem;
- Estágio 2: TFG ³ 60 a 89 mL/min./1,73m²;
- Estágio 3a: TFG ³ 45 a 59 mL/min./1,73m²;
- Estágio 3b: TFG ³ 30 a 44 mL/min./1,73m²;
- Estágio 4: TFG ³ 15 a 29 mL/min./1,73m²;
- Estágio 5 - Não Dialítico: TFG < 15 mL/min./1,73m²;
- Estágio 5 - Dialítico: TFG < 15 mL/min./1,73m².
A classificação deve ser aplicada para tomada de decisão no que diz respeito ao encaminhamento
para os serviços de referências e para o especialista, conforme cada caso. Para fins de organização do
atendimento integral ao paciente com doença renal crônica (DRC), o tratamento deve ser classificado em
conservador, quando nos estágios de 1 a 3, pré-diálise quando 4 e 5-ND (não dialítico) e Terapia Renal
Substitutiva (TRS) quando 5-D (dialítico).
62
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-renais
A Terapia Renal Substitutiva é uma das modalidades de substituição da função renal por meio dos
seguintes procedimentos:
- Hemodiálise;
- Diálise peritoneal;
- Transplante renal.
Para os pacientes com Doença Crônica Renal, o SUS oferta duas modalidades de Terapia Renal
Substitutiva (TRS), tratamentos que substituem a função dos rins: a hemodiálise, que bombeia o sangue
através de uma máquina e um dialisador, para remover as toxinas do organismo. O tratamento acontece
em clínica especializada três vezes por semana.
A diálise peritoneal feita diariamente na casa do paciente e a diálise peritoneal, que é feita por meio
da inserção de um cateter flexível no abdome do paciente, é feita diariamente na casa do paciente,
normalmente no período noturno.
Questões
03. (IF/CE - Técnico em Enfermagem - IF/CE/2017) Em relação às DCNT (Doenças Crônicas Não
Transmissíveis), analise as afirmativas.
I. As quatro DCNT de maior impacto mundial são doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e
doenças respiratórias crônicas.
II. O tabagismo, a alimentação saudável, a atividade física e o uso nocivo de álcool são fatores de risco
em comum para as DCNT.
III. A genética é considerada um fator de risco modificável para as DCNT.
Está(ão) correto(s):
(A) somente I e III.
(B) I, II e III.
(C) somente I e II.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
Fazem parte das metas nacionais propostas para o enfrentamento das Doenças Crônicas não
Transmissíveis (DCNT): reduzir a taxa de mortalidade prematura (<70 anos) por DCNT em 2% ao ano,
deter o crescimento da obesidade em adultos, reduzir a prevalência de tabagismo e implantar o Programa
Nacional de Qualidade em Mamografia nos serviços que realizam esse tipo de exame.
02. Resposta: C
As DCNT são consideradas multifatoriais, já que possuem diversos fatores determinantes, dentre as
principais temos, as doenças cardiovasculares, as doenças respiratórias crônicas, o diabetes mellitus e
as neoplasias, todas possuem quatro fatores de risco em comum: o tabaco, a alimentação não saudável,
a inatividade física e o consumo nocivo de álcool. Fatores modificáveis: tabagismo, dislipidemia,
hipertensão arterial, sedentarismo, obesidade e dibetes mellitus.
03. Resposta: E
As principais DCNT são as doenças cardiovasculares, as doenças respiratórias crônicas, o diabetes
mellitus e as neoplasias (câncer), todas possuem quatro fatores de risco em comum: o tabaco, a
alimentação não saudável, a inatividade física e o consumo nocivo de álcool. Fatores modificáveis:
tabagismo, dislipidemia, hipertensão arterial, sedentarismo, obesidade e dibetes mellitus.
Sífilis
A sífilis é uma doença infecciosa aguda e crônica causada pela espiroqueta Treponema pallidum. Os
estágios primário, secundário e terciário refletem o intervalo de tempo entre a infecção e as manifestações
clínicas observadas nesse período; esses estágios constituem a base para as decisões de tratamento.
• A sífilis primária ocorre em 2 a 3 semanas após a inoculação inicial. Surge uma lesão indolor no local
de infecção, denominada cancro, que habitualmente desaparece em 3 a 12 semanas;
• A sífilis secundária ocorre quando a disseminação hematogênica dos microrganismos a partir do
cancro original leva a uma infecção generalizada. O exantema (erupção cutânea) da sífilis secundária
surge cerca de 2 a 8 semanas após o cancro e acomete o tronco e os membros, incluindo as palmas das
mãos e as plantas dos pés. Os sinais generalizados de infecção podem incluir linfadenopatia (qualquer
63
BRUNNER, Lilian Sholtis; SUDDARTH, Doris Smith. Manual de Enfermagem. Guanabara Koogan, 2015.
Tratamento
O tratamento clínico inclui tratar com antibióticos tanto o cliente quanto os contatos sexuais do cliente.
Como a sífilis é uma doença contagiosa notificável, é necessário comunicar os clientes com diagnóstico
de sífilis ao serviço de saúde pública estadual ou municipal para garantir acompanhamento na
comunidade.
Terapia Farmacológica
• São utilizados antibióticos para o tratamento de todos os estágios da sífilis;
• A penicilina G benzatina por via intramuscular em dose única constitui o medicamento de escolha
para sífilis inicial ou sífilis latente inicial com menos de 1 ano de duração; pode ser substituída pela
doxiciclina se o cliente for alérgico à penicilina;
• A sífilis latente tardia ou a sífilis latente de duração desconhecida deve ser tratada com três injeções
de antibiótico, a intervalos de 1 semana.
Manifestações Clínicas
• O cliente pode ser assintomático;
• Os sintomas mais frequentes de infecção por Chlamydia em mulheres incluem cervicite
mucopurulenta com exsudatos (fluido proveniente de uma ferida) no canal endocervical; além disso,
podem apresentar dispareunia (é a dor sentida ao se tentar a relação sexual ou outra atividade sexual
que envolva penetração ou a dor sentida durante essas atividades), disúria, sangramento ou sintomas de
infecção urinária ou vaginite;
• Quando acomete nos homens, os sintomas podem consistir em secreção peniana e sensação de
ardência durante a micção; o cliente também pode relatar testículos dolorosos e edemaciados na
ocorrência de infecção por N. gonorrhoeae.
Complicações
• Nas mulheres, podem ocorrer DIP, gravidez ectópica, endometrite e infertilidade; o colo do útero
inflamado por Chlamydia pode tornar a mulher mais vulnerável à transmissão do HIV por um parceiro
infectado. Outras complicações incluem conjuntivite e peri-hepatite. Se uma mulher grávida for infectada
por Chlamydia, podem ocorrer natimorto, morte neonatal e trabalho de parto prematuro;
• Nos homens, a epididimite, uma doença dolorosa que pode levar à infertilidade, pode resultar de
infecção por qualquer uma dessas bactérias;
Manejo Clínico
Como os clientes frequentemente estão coinfectados por N. gonorrhoeae e C. trachomatis, o CDC
recomenda terapia dupla, mesmo se apenas a gonorreia foi comprovada nos exames laboratoriais. As
diretrizes do CDC devem ser usadas para determinar uma terapia alternativa para a cliente grávida,
clientes com alergia ou que apresentam infecção complicada por Chlamydia.
O CDC atualiza, regularmente, as recomendações para tratamento das IST, em razão dos problemas
crescentes de padrões de resistência bacteriana aos antibióticos e escassez de medicamentos. Os testes
sorológicos para sífilis e HIV devem ser oferecidos a clientes com gonorreia e infecção por Chlamydia,
visto que qualquer IST aumenta o risco de outras IST.
Herpes Simples64
As infecções da pele e mucosas pelo herpes-vírus simples (HSV) são comuns existem dois tipos de
HSV que infectam os seres humanos: tipo 1 e tipo 2. O HSV-1 geralmente está associado às infecções
da orofaringe, e o microrganismo é transmitido por gotículas respiratórias ou pelo contato direto com a
saliva infectada. O HSV-1 também pode ser transmitido para outras partes do corpo pelo contato com a
pele na prática de esportes, como atletismo, e durante a prática odontológica e clínica.
O herpes genital geralmente é causado pelo HSV-2. As infecções genitais causadas pelo HSV-1 e as
infecções orais causadas pelo HSV-2 estão se tornando mais comuns. A infecção pelo HSV-1 pode
manifestar-se como uma infecção primária ou recorrente. Os principais sintomas incluem febre; dor de
garganta; vesículas dolorosas; e úlceras na língua, palato, gengiva, mucosa bucal e lábios.
A infecção primária resulta na produção de anticorpos para o vírus de modo que infecções recorrentes
são mais localizadas e menos graves. Depois de uma infecção inicial, o vírus do herpes persiste nos
gânglios trigeminais e em outras raízes dorsais no estado latente, sendo reativado periodicamente nas
infecções recorrentes. A reativação de uma infecção por herpes pode ocorrer tanto no gânglio da raiz
dorsal quanto localmente (o vírus já foi encontrado na epiderme e em outros órgãos).
Os sintomas de uma infecção primária por HSV-1 mais frequentemente ocorrem em crianças pequenas
(1 a 5 anos de idade). É provável que muitos adultos tenham sido expostos ao HSV-1 durante a infância
e, portanto, apresentem anticorpos para o vírus. As lesões recorrentes do HSV-1 geralmente começam
com uma sensação de queimação ou formigamento. Seguem-se vesículas umbilicadas e eritema, que
progridem para pústulas, úlceras e crostas antes de cicatrizar.
As lesões são mais comuns nos lábios, face, boca, septo nasal e nariz. Quando uma lesão está ativa,
libera o HSV-1, e há o risco de transmissão do vírus a outras pessoas. A dor é comum, e a cura ocorre
dentro de 10 a 14 dias. Fatores precipitantes podem ser o estresse, a menstruação ou ferimentos. Em
particular, a exposição ao UVB parece ser um gatilho comum para a recorrência.
Não há cura para o herpes orofaríngeo. A maior parte das medidas de tratamento é paliativa. O
penciclovir em creme ou docosanol em creme, agentes antivirais tópicos aplicados ao primeiro sintoma
e, em seguida, várias vezes ao dia, reduzem a duração de uma crise. A aplicação de preparações tópicas
de venda livre contendo agentes anti-histamínicos, antipruriginosos e anestésicos juntamente com ácido
acetilsalicílico ou paracetamol pode ser utilizada para aliviar a dor.
O aciclovir oral, um fármaco antiviral que inibe a replicação do vírus do herpes, pode ser utilizado
profilaticamente para evitar recidivas. Os fármacos antivirais valaciclovir e fanciclovir também podem ser
utilizados para a profilaxia.
64
GROSSMAN, Sheila C; PORTH, Carol Matton. Fisiopatologia. Guanabara Koogan, 2016.
A infecção pelo vírus da Imunodeficiência humana (HIV) é uma infecção viral e pode provocar a
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), o HIV pertence a um grupo de vírus conhecidos como
retrovírus. Esses vírus transportam seu material genético na forma de ácido ribonucleico (RNA), em lugar
do ácido desoxirribonucleico.
Ocorre infecção pelo HIV quando o vírus entra na célula (T) CD4 do hospedeiro e induz a célula a
replicar o RNA e proteínas virais, que, por sua vez, invadem outras células CD4.
O estágio da doença pelo HIV baseia-se na história clínica, no exame físico, nas evidências
laboratoriais de disfunção imune, nos sinais e sintomas e em infecções e neoplasias malignas. A definição
de caso padrão da AIDS pelos Centers for Disease Control and Prevention (CDC) categoriza a infecção
pelo HIV e a AIDS em adultos e adolescentes com base nas condições clínicas associadas à infecção
pelo HIV e contagens de células T CD4+. Foram reconhecidos três estágios de estados infectados.
• Estágio 1 ou infecção primária: infecção aguda/recente pelo HIV, síndrome do HIV aguda: acentuada
queda das contagens de linfócitos T CD4+ para > 500;
• Estágio 2: HIV sintomático: 200 a 499 linfócitos T CD4+/mm3;
• Estágio 3: AIDS: menos de 200 linfócitos T CD4+/mm3.
Transmissão do HIV
O HIV é transmitido nos líquidos corporais por meio de comportamentos de alto risco, como relação
sexual com um parceiro infectado pelo HIV e uso de substâncias IV ou injetáveis.
As pessoas que receberam transfusões de sangue ou de hemoderivados contaminados com o vírus
HIV, as crianças nascidas de mães com infecção pelo HIV que não fizeram tratamento pré-natal, os
lactentes amamentados por mães infectadas pelo HIV e os profissionais de saúde expostos à lesão
perfuro cortante associada ao cliente infectado também correm risco.
Manifestações Clínicas
Os sintomas são disseminados e podem acometer qualquer sistema de órgãos. As manifestações
incluem desde anormalidades leves na resposta imune, sem sinais e sintomas francos, até
imunossupressão profunda, infecção potencialmente fatal, neoplasia maligna e o efeito direto do HIV
sobre os tecidos corporais.
Manifestações Respiratórias
• Falta de ar, dispneia, tosse, dor torácica e febre estão associadas a infecções oportunistas, como
aquelas causadas por Pneumocystis jiroveci (pneumonia por Pnemocystis [PPC], a infecção mais
comum), Mycobacterium avium-intracellulare, citomegalovírus (CMV) e espécies de Legionella;
• Tuberculose associada ao HIV ocorre precocemente na evolução da infecção pelo HIV, precedendo
com frequência o diagnóstico de AIDS.
Manifestações Oncológicas
Determinados tipos de câncer ocorrem frequentemente em pessoas com AIDS e são considerados
condições que definem a AIDS.
Diagnósticos de Enfermagem
• Integridade da pele prejudicada relacionada com as manifestações cutâneas da infecção pelo HIV,
escoriações e diarreia;
• Diarreia relacionada com patógenos entéricos ou infecção pelo HIV;
• Risco de infecção relacionado com imunodeficiência;
• Intolerância à atividade relacionada com fraqueza, fadiga, desnutrição, comprometimento do
equilíbrio hidroeletrolítico e hipóxia caracterizada por infecções pulmonares;
• Confusão mental relacionada com redução do tempo de atenção, comprometimento da memória e
desorientação associada à encefalopatia pelo HIV;
• Troca de gases prejudicada relacionada com infecção, aumento das secreções brônquicas e
capacidade diminuída de tossir em consequência de fraqueza e fadiga;
• Dor aguda e crônica relacionada com o comprometimento da integridade da pele perianal em
consequência de diarreia, SK e neuropatia periférica;
• Nutrição desequilibrada: aporte menor do que as necessidades corporais, relacionada com a
diminuição do aporte oral;
• Interação social prejudicada relacionada com o estigma da doença, esquiva dos sistemas de apoio,
procedimentos de isolamento e medo de infectar outras pessoas;
• Conhecimento deficiente relacionado com a infecção pelo HIV, meios de evitar a transmissão do HIV
e autocuidado.
Manejo Clínico
Tratamento das infecções oportunistas.
As diretrizes para o tratamento das infecções oportunistas devem ser consultadas para as
recomendações mais atuais. A função imune deve melhorar com o início da terapia antirretroviral
altamente ativa, levando a uma resolução mais rápida da infecção oportunista.
O HPV é um vírus que infecta pele ou mucosas causando verruga genital, ou popularmente chamado
crista de galo, são conhecidos vinte tipos de papilomavírus que podem infectar o trato genital, o período
de incubação da doença varia entre 4 e 6 semanas, mas pode levar anos.
Transmissão
É uma doença de transmissão frequentemente sexual (vaginal, anal e oral), entretanto, o contato com
superfícies contaminadas é capaz de transmitir a doença, e, eventualmente, uma criança pode ser
infectada pela mãe doente, durante o parto.
Sinais e Sintomas
Algumas infecções são assintomáticas, entretanto podem manifestar-se como lesões exofíticas (que
se desenvolve ou está do lado externo de um órgão) ou assumir uma forma subclínica. Dependendo do
65
BRETAS, Ana Cristina Passarella; GAMBA, Mônica Antar. Enfermagem e Saúde do Adulto. Manole, 2006.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico do HPV é atualmente realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo
do tipo de lesão, se clínica ou subclínica.
Lesões clínicas: podem ser diagnosticadas, por meio do exame clínico urológico (pênis), ginecológico
(vulva/vagina/colo uterino) e dermatológico (pele).
Lesões subclínicas: podem ser diagnosticadas por exames laboratoriais, como: o exame preventivo
Papanicolaou (citopatologia), colposcopia, peniscopia e anuscopia, e também por meio de biopsias e
histopatologia para distinguir as lesões benignas das malignas.
Questões
02. (IF/PE - Técnico em Enfermagem - IF/PE) A jovem M.A.S., 21 anos, solteira, procurou a Unidade
de Saúde da Família do seu município, queixando-se de lesões múltiplas, difusas, localizadas no períneo
e região perianal. A paciente, relatou vida sexual ativa com vários parceiros. A técnica de enfermagem do
serviço realizou as orientações de prevenção às DSTs e encaminhou a jovem à ginecologista.
Considerando o quadro clínico da paciente, trata-se de
(A) clamídia.
(B) papilomavírus humano.
(C) cancro mole.
(D) candidíase.
(E) herpes.
Gabarito
01.C / 02.B
Comentários
01. Resposta: C
A sífilis é uma doença infecciosa aguda e crônica causada pela espiroqueta Treponema pallidum.
02. Resposta B
O HPV é um vírus que infecta pele ou mucosas causando verruga genital, ou popularmente chamado
crista de galo, são conhecidos vinte tipos de papilomavírus que podem infectar o trato genital, o período
de incubação da doença varia entre 4 e 6 semanas, mas pode levar anos.
Programa Nacional
Com as dificuldades enfrentadas nas diversas tentativas de erradicação da doença, a ideia é garantir
uma forte campanha de mobilização social, em 2002 o objetivo passa a ser a redução do dano causado
pela doença. A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em
mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de
hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue.
Em nosso país, as condições socioambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti possibilitaram
a dispersão do vetor desde sua reintrodução em 1976 e o avanço da doença. Essa reintrodução não
Fundamentação
O PNCD procura incorporar as lições das experiências nacionais e internacionais de controle da
dengue, enfatizando a necessidade de mudança nos modelos anteriores, fundamentalmente em alguns
aspectos essenciais:
1) a elaboração de programas permanentes, uma vez que não existe qualquer evidência técnica de
que erradicação do mosquito seja possível, em curto prazo;
2) o desenvolvimento de campanhas de informação e de mobilização das pessoas, de maneira a se
criar uma maior responsabilização de cada família na manutenção de seu ambiente doméstico livre de
potenciais criadouros do vetor;
3) o fortalecimento da vigilância epidemiológica e entomológica para ampliar a capacidade de predição
e de detecção precoce de surtos da doença;
4) a melhoria da qualidade do trabalho de campo de combate ao vetor;
5) a integração das ações de controle da dengue na atenção básica, com a mobilização do Programa
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programa de Saúde da Família (PSF);
6) a utilização de instrumentos legais que facilitem o trabalho do poder público na eliminação de
criadouros em imóveis comerciais, casas abandonadas, etc.;
7) a atuação multissetorial por meio do fomento à destinação adequada de resíduos sólidos e a
utilização de recipientes seguros para armazenagem de água; e.
Verifica-se que quase 70% dos casos notificados da dengue no país se concentram em municípios
com mais de 50.000 habitantes que, em sua grande maioria, fazem parte de regiões metropolitanas ou
polos de desenvolvimento econômico.
Os grandes centros urbanos, na maioria das vezes, são responsáveis pela dispersão do vetor e da
doença para os municípios menores. Nesse cenário, o PNCD propõe-se a implantar a estratégia de
controle em todos os municípios brasileiros, com ênfase em alguns considerados prioritários, assim
definidos:
1- Capital de estado e sua região metropolitana;
2- Município com população igual ou superior a 50.000 habitantes;
3- Municípios receptivos à introdução de novos sorotipos de dengue (fronteiras, portuários, núcleos de
turismo, etc.).
Objetivos
Os objetivos do PNCD são:
- Reduzir a infestação pelo Aedes aegypti;
- Reduzir a incidência da dengue;
- Reduzir a letalidade por febre hemorrágica de dengue.
Metas
- Reduzir a menos de 1% a infestação predial em todos os municípios;
- Reduzir em 50% o número de casos de 2003 em relação a 2002 e, nos anos seguintes, 25% a cada
ano;
- Reduzir a letalidade por febre hemorrágica de dengue a menos de 1%.
Componentes
O Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) será implantado por intermédio de 10
componentes. Em cada unidade federada deverão ser realizadas adequações condizentes com as
especificidades locais, inclusive com a possibilidade da elaboração de planos sub-regionais, em sintonia
com os objetivos, metas e componentes do PNCD apresentados a seguir.
Vigilância epidemiológica
O objetivo da vigilância epidemiológica da dengue é reduzir o número de casos e a ocorrência de
epidemias, sendo de fundamental importância que a implementação das atividades de controle ocorra em
momento oportuno. Nesse caso, oportunidade é entendida como detecção precoce da circulação viral e
adoção de medidas de bloqueio adequadas para interromper a transmissão.
A vigilância da dengue já conta com recursos necessários, como sistemas de informação (Sistema
Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) e o de Febre Amarela e Dengue - FAD) e profissionais
treinados na utilização dessas ferramentas. Uma análise do sistema de vigilância indicou que a detecção
precoce dos casos, um dos mais importantes aspectos para o controle da doença, não estava sendo
alcançada.
No ano de 2001, foram realizadas cinco oficinas de treinamento para aprimoramento em análise de
dados de vigilância com o objetivo de otimizar o uso das informações produzidas pelos sistemas. Nessas
oficinas foram apresentados os indicadores prioritários que devem ser produzidos pelo menos a cada 15
dias para acompanhamento da situação epidemiológica, permitindo uma sinalização precoce da mudança
do padrão de ocorrência dos casos.
As atividades de vigilância não substituem as demais atividades de controle da doença, devendo, sim,
ser desenvolvidas de forma concomitante e integradas às demais ações. A vigilância epidemiológica da
dengue no PNCD está baseada em quatro subcomponentes:
Vigilância de casos
O objetivo desse subcomponente é a detecção em momento oportuno dos casos e orientar as medidas
de controle apropriadas.
Ações
- Manter o Sinan como único sistema de informações de notificação de casos. Nos períodos de
epidemia, poderá ser adotado sistema de notificação simplificado para o envio de informações. O uso
Vigilância laboratorial
O objetivo desse subcomponente é o aprimoramento da capacidade de diagnóstico laboratorial dos
casos para detecção precoce da circulação viral, e monitoramento dos sorotipos circulantes. A vigilância
laboratorial será empregada para atender às demandas inerentes da vigilância epidemiológica, não sendo
o seu propósito o diagnóstico de todos os casos suspeitos, em situações de epidemia.
Ações
- Descentralizar, sob a coordenação dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen), o
diagnóstico laboratorial (sorologia) para laboratórios públicos de saúde, localizados nas capitais e cidades
polos;
- Implantar novo kit diagnóstico (kit ELISA) para sorologia da dengue nos Laboratórios Centrais de
Saúde Pública, laboratórios de capitais e de municípios polos, que possibilitará a realização do exame
laboratorial em até quatro horas;
- Divulgar, para os médicos e para a rede assistencial, as indicações das diversas técnicas laboratoriais
na vigilância e no diagnóstico da dengue, em parceria com as sociedades de especialistas e conselhos
regionais e federal de Medicina;
- Ampliar a rede de diagnóstico para isolamento viral para todos os Lacen;
- Implantar unidades sentinelas de coleta de amostras de sangue para isolamento viral em municípios
estratégicos;
- Implantar, em cinco laboratórios de referência regional, a detecção viral por técnica de biologia
molecular (PCR).
Ações
- Implantar unidades sentinelas de vigilância para monitoramento da circulação viral e possível
introdução de novos sorotipos/cepas em municípios de fronteira selecionados;
- Implantar o monitoramento virológico, em articulação com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
em portos, aeroportos e municípios de fronteira.
Vigilância entomológica
Este subcomponente tem como objetivo principal o monitoramento dos índices de infestação por Aedes
aegypti para subsidiar a execução das ações apropriadas de eliminação dos criadouros de mosquitos.
Ações
- Realizar a alimentação diária do FAD e proceder à análise dos dados de vigilância e controle de
vetores em todos os municípios;
- Manter o sistema FAD como única fonte de informações vetoriais para a vigilância da dengue. A
utilização de outros sistemas já existentes só será aceita após validação pela FUNASA, uma vez
comprovada a sua compatibilidade com o FAD;
- Realizar a consolidação e análise dos indicadores de acompanhamento da situação entomológica,
em todos os estados, para a identificação de municípios de maior risco;
Combate ao Vetor
As operações de combate ao vetor têm como objetivo a manutenção de índices de infestação inferiores
a 1%.
Ações
- Estruturar as secretarias estaduais e municipais de Saúde com equipamentos necessários para as
ações de combate ao vetor, incluindo a disponibilização de veículos e computadores para as SES e SMS
de municípios prioritários;
- Implantar o FAD em todos os municípios;
- Realizar a atualização do número de imóveis em todos os municípios;
- Manter reserva nacional estratégica de equipamentos para ações contingenciais de combate ao vetor;
- Reduzir os índices de pendência a menos de 10% em todos os municípios;
- Promover a unificação da base geográfica de trabalho entre as vigilâncias epidemiológica,
entomológica, operações de campo e PACS/PSF (nas áreas cobertas pelos programas);
- Supervisionar, por intermédio da FUNASA e das SES, a correta utilização dos equipamentos
disponibilizados para as ações de combate ao vetor;
- Monitorar junto às SES e aos municípios o quantitativo de pessoal envolvido na execução das ações
de combate ao vetor;
- Avaliar periodicamente a efetividade dos larvicidas e adulticidas utilizados no combate ao vetor;
- Assegurar que os equipamentos utilizados nas ações de combate ao vetor obedeçam aos padrões
técnicos definidos para sua operação;
- Implantar o combate ao vetor, em articulação com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em
portos, aeroportos e fronteiras;
- Promover ações conjuntas de combate ao vetor em municípios de fronteira estadual, com a
coordenação da FUNASA;
- Promover ações conjuntas de controle vetorial em municípios de fronteira internacional, em
articulação com a Opas.
Ações
- Organizar a rede assistencial, identificando unidades de saúde de referência e o fluxo de atendimento
aos pacientes;
- Implantar, em municípios prioritários, o Sistema de Regulação de Leitos (SIS-REG), para orientação
do fluxo de pacientes;
- Elaborar nas três esferas de governo, planos de contingência para situações de epidemia
(planejamento de necessidades de leitos e instalações de UTI, insumos, veículos, equipamentos e
pessoal).
Qualidade da Assistência
Ações
- Divulgar, para 310.000 médicos, protocolo padronizado de assistência ao paciente com dengue;
- Capacitar profissionais de saúde dos diferentes níveis de complexidade (equipes de PSF, unidades
básicas de saúde, pronto atendimento) com enfoques específicos às suas esferas de atuação;
- Implantar, em municípios prioritários, um sistema de registro - o cartão de acompanhamento -
contendo as informações necessárias para assistência adequada;
- Assegurar, por intermédio da Agência Nacional de Saúde Suplementar, o atendimento dos casos de
dengue, pelos planos de saúde, para seus segurados;
As atribuições dos ACS, de acordo com a Portaria MS n°. 44, de 3/1/2002, são as seguintes:
a) atuar junto aos domicílios informando os seus moradores sobre a doença - seus sintomas e riscos
- e o agente transmissor;
b) informar o morador sobre a importância da verificação da existência de larvas ou mosquitos
transmissores da dengue na casa ou redondezas;
c) vistoriar os cômodos da casa, acompanhado pelo morador, para identificar locais de existência de
larvas ou mosquito transmissor da dengue;
d) orientar a população sobre a forma de evitar e eliminar locais que possam oferecer risco para a
formação de criadouros do Aedes aegypti;
e) promover reuniões com a comunidade para mobilizá-la para as ações de prevenção e controle da
dengue;
f) comunicar ao instrutor supervisor do PACS/PSF a existência de criadouros de larvas e ou mosquitos
transmissores da dengue, que dependam de tratamento químico, da interveniência da vigilância sanitária
ou de outras intervenções do poder público;
g) encaminhar os casos suspeitos de dengue à unidade de saúde mais próxima, de acordo com as
orientações da Secretaria Municipal de Saúde.
O Ministério da Saúde repassará aos municípios um recurso adicional, no valor de R$ 240,00 anuais,
por todos os ACS, para estimular essa integração nas ações de prevenção e controle de doenças,
particularmente a malária e a dengue.
Ações
- Capacitar os agentes comunitários de saúde nas ações de prevenção e controle da dengue;
- Capacitar às equipes de saúde da família nas ações assistenciais adequadas para diagnóstico e
tratamento das formas graves e hemorrágicas de dengue.
Ações
- Realizar ações de melhorias sanitárias domiciliares, principalmente para a substituição de depósitos
e recipientes para água existentes no ambiente doméstico e a vedação de depósitos de água.
- Fomentar a limpeza urbana e a coleta regular de lixo realizadas de forma sistemática pelos
municípios, buscando atingir coberturas adequadas, principalmente em área de risco.
- Desenvolver modelos de reservatórios para armazenamento de água potável em domicílios,
protegidos da infestação pelo Aedes aegypti, para áreas sem abastecimento contínuo;
Ações
Realizar capacitação de:
- 6.360 supervisores de campo para aperfeiçoamento das operações de combate ao vetor;
- 18.100 supervisores do PACS/PSF para a inserção das ações de prevenção e controle da dengue
na atenção básica;
- 150 técnicos/multiplicadores para aperfeiçoamento das atividades de vigilância epidemiológica;
Legislação
O objetivo desse componente é fornecer suporte para que as ações de prevenção e controle da dengue
sejam implementadas com a cobertura e intensidade necessárias para a redução da infestação por Aedes
aegypti a índices inferiores a 1%.
Ações
- Elaborar instrumento normativo padrão para orientar a ação do Poder Público municipal e/ou estadual
na solução dos problemas de ordem legal encontrados na execução das atividades de prevenção e
controle da dengue, tais como casas fechadas, abandonadas e aquelas onde o proprietário não permite
o acesso dos agentes, bem como os estabelecimentos comerciais e industriais com repetidas infestações
por Aedes aegypti.
- Acompanhar a efetiva aplicação da Resolução Conama nº 258/1999, que dispõe sobre a destinação
de pneus inservíveis e estabelece o recolhimento de pneus produzidos nas seguintes proporções: 2002 -
25%, 2003 - 50%, 2004 - 100% e a partir de 2005 - 125%;
- Desenvolver ações visando à aprovação de leis que estabeleçam normas para destinação final de
garrafas plástica do tipo PET.
Sustentação Político-Social
Este componente tem como objetivo sensibilizar e mobilizar os setores políticos, com vistas a
assegurar o aporte financeiro e a articulação Inter setorial necessários à implantação e execução do
Programa.
Ações
- Realizar reunião com governadores dos estados para apresentação do PNCD e obtenção da
prioridade política;
- Realizar reuniões regionais com todos os secretários estaduais de saúde, secretários municipais de
saúde das capitais e de municípios com população superior a 100.000 habitantes para discutir a
implantação e manutenção do PNCD.
Ações
- Constituir comitê nacional de acompanhamento e avaliação dos indicadores do PNCD, com
representantes da FUNASA, universidades, instituições de pesquisa, sociedades de especialistas,
Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretários
Municipais de Saúde (Conasems) e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas);
- Constituir comitês estaduais de acompanhamento e avaliação dos indicadores do PNCD, com
representantes da FUNASA, Secretaria Estadual de Saúde, e Conselho de Secretários Municipais de
Saúde (Cosems), universidades e instituições de pesquisa, entre outros;
- Realizar o acompanhamento e a avaliação do Programa nos estados, nos municípios prioritários de
cada unidade federada, pela FUNASA, em conjunto com as SES, com base nos indicadores estabelecidos
para os diversos componentes;
Dengue66
É uma doença febril aguda caracterizada, em sua forma clássica, por dores musculares e articulares
intensas. Tem como agente um arbovírus do gênero Flavivírus da família Flaviviridae, do qual existem
quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
A infecção por um deles confere proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e
temporária contra os outros três. Trata-se, caracteristicamente, de enfermidade de áreas tropicais e
subtropicais, onde as condições do ambiente favorecem o desenvolvimento dos vetores.
Várias espécies de mosquitos do gênero Aedes podem servir como transmissores do vírus do dengue.
No Brasil, duas delas estão hoje instaladas: Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Sinais e Sintomas
Os cuidados são:
-Tratar os sintomas;
- Fazer repouso;
- Ingerir muito líquido
66
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/man_dengue.pdf
A vacinação contra a dengue ainda não é recomendada para grávidas, lactantes e pessoas com
doenças imunológicas.
Quando aparecer os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde mais próximo, fazer repouso
e ingerir bastante líquido e NUNCA TOMAR REMÉDIO POR CONTA, PODE AGRAVAR O CASO.
Prevenção
Além das campanhas massivas de prevenção, realizadas nos diversos níveis de governança, é preciso
buscar novas ferramentas para combater o mosquito. O Ministério da Saúde alerta que o combate ao
mosquito faça parte da nossa rotina, parece clichê mas depende de nós.
O cuidado deve ser redobrado com a limpeza de caixas d’água, piscinas, calhas de telhados, pratos
de vasos de plantas, não amontoar lixo com sacos plásticos, garrafas, pneus ou qualquer outro objeto
que possa acumular água, o alerta do Ministério da Saúde vai também para as pessoas que vão viajar e
deixarão as suas casas fechadas nesse período já que qualquer recipiente com água, mesmo que em
pequena quantidade, pode virar um criadouro do mosquito transmissor da dengue, Zika e chikungunya
num curto período de tempo.
Transmissão
A transmissão ocorre quando a fêmea da espécie vetora se contamina ao picar um indivíduo infectado
que se encontra na fase virêmica da doença, tornando-se, após um período de 10 a 14 dias, capaz de
transmitir o vírus por toda sua vida através de suas picadas. As infeções pelo vírus do dengue causam
desde a forma clássica (sintomática ou assintomática) à febre hemorrágica do dengue (FHD).
Na forma clássica é doença de baixa letalidade, mesmo sem tratamento específico. No entanto,
incapacita temporariamente as pessoas para o trabalho. Na febre hemorrágica do dengue a febre é alta,
com manifestações hemorrágicas, hepatomegalia e insuficiência circulatória.
A letalidade é significativamente maior do que na forma clássica, dependendo da capacidade de
atendimento médico-hospitalar da localidade. Os primeiros relatos históricos sobre dengue no mundo
mencionam a Ilha de Java, em 1779. Nas Américas, a doença é relatada há mais de 200 anos, com
epidemias no Caribe e nos Estados Unidos.
No Brasil, há referências de epidemias por dengue desde 1923, em Niterói/RJ, sem confirmação
laboratorial. A primeira epidemia com confirmação laboratorial foi em 1982, em Boa Vista (RR), sendo
isolados os vírus DEN-1 e DEN-4. A partir de 1986, em vários Estados da Federação, epidemias de
dengue clássico têm ocorrido, com isolamento de vírus DEN-1 e DEN-2.
Ovo
Os ovos do Aedes aegypti medem, aproximadamente, 1mm de comprimento e contorno alongado e
fusiforme (Forattini, 1962). São depositados pela fêmea, individualmente, nas paredes internas dos
depósitos que servem como criadouros, próximos à superfície da água.
No momento da postura os ovos são brancos, mas, rapidamente, adquirem a cor negra brilhante.
A fecundação se dá durante a postura e o desenvolvimento do embrião se completa em 48 horas, em
condições favoráveis de umidade e temperatura.
Uma vez completado o desenvolvimento embrionário, os ovos são capazes de resistir a longos
períodos de dessecação, que podem prolongar-se por mais de um ano. Foi já observada a eclosão de
ovos com até 450 dias, quando colocados em contato com a água. A capacidade de resistência dos ovos
de Aedes aegypti à dessecação é um sério obstáculo para sua erradicação. Esta condição permite que
os ovos sejam transportados a grandes distâncias, em recipientes secos, tornando-se assim o principal
meio de dispersão do inseto (dispersão passiva).
Larva
Como o Aedes aegypti é um inseto holometabólico, a fase larvária é o período de alimentação e
crescimento. As larvas passam a maior parte do tempo alimentando-se principalmente de material
orgânico acumulado nas paredes e fundo dos depósitos
As larvas possuem quatro estágios evolutivos. A duração da fase larvária depende da temperatura,
disponibilidade de alimento e densidade das larvas no criadouro. Em condições ótimas, o período entre
a eclosão e a pupação pode não exceder a cinco dias. Contudo, em baixa temperatura e escassez de
alimento, o 4º estágio larvário pode prolongar-se por várias semanas, antes de sua transformação em
pupa.
A larva do Aedes aegypti é composta de cabeça, tórax e abdômen. O abdômen é dividido em oito
segmentos. O segmento posterior e anal do abdômen tem quatro brânquias lobuladas para regulação
osmótica e um sifão ou tubo de ar para a respiração na superfície da água.
O sifão é curto, grosso e mais escuro que o corpo. Para respirar, a larva vem à superfície, onde fica
em posição quase vertical. Movimenta-se em forma de serpente, fazendo um S em seu deslocamento. É
sensível a movimentos bruscos na água e, sob feixe de luz, desloca-se com rapidez, buscando refúgio
no fundo do recipiente (fotofobia).
Na pesquisa, é preciso que se destampe com cuidado o depósito e, ao incidir o jato de luz, percorrer,
rapidamente, o nível de água junto à parede do depósito. Com a luz, as larvas se deslocam para o fundo.
Tendo em vista a maior vulnerabilidade nesta fase, as ações do PEAa devem, preferencialmente, atuar
na fase larvária.
Pupa
As pupas não se alimentam. É nesta fase que ocorre a metamorfose do estágio larval para o adulto.
Quando inativas se mantêm na superfície da água, flutuando, o que facilita a emergência do inseto adulto.
O estado pupal dura, geralmente, de dois a três dias. A pupa é dividida em cefalotórax e abdômen. A
cabeça e o tórax são unidos, constituindo a porção chamada cefalotórax, o que dá à pupa, vista de lado,
a aparência de uma vírgula. A pupa tem um par de tubos respiratórios ou trompetas, que atravessam a
água e permitem a respiração.
Transmissores Silvestres
Os mosquitos que transmitem a febre amarela silvestre pertencem aos gêneros Haemagogus
(Haemagogus janthinomys, Haemagogus leucocelaenus, Haemagogus capricornii, Haemagogus
spegazzinii) e Sabethes (Sabethes cloropterus).
Alguns Aedes silvestres (Aedes scapularis, Aedes fluviatilis, e outros) que, em laboratório, têm
demonstrado capacidade de transmissão, não foram, contudo, encontrados naturalmente infectados. Os
Haemagogus são mosquitos com hábitos selváticos. Seus focos são encontrados quase sempre em
cavidades de árvores no ambiente silvestre.
Outras Espécies
Aedes scapularis
Colorido geral escuro. É característica a existência de mancha creme na cabeça e dorso. Não tem
anéis brancos nas patas.
Pica de preferência à tarde, pessoas que estão próximas às habitações, como nas varandas.
Raramente é encontrado em repouso dentro de casa, uma vez que, logo após a alimentação, volta a seus
esconderijos habituais no meio da vegetação. Faz posturas em poças e alagados ou em outro local onde
haja vegetação e água acumulada de chuvas recentes.
Aedes taeniorhynchus
Colorido escuro. Caracteriza-se por anel branco na probóscida e por anéis também brancos nas patas.
É o mosquito que, no interior da habitação, mais se parece com os Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Seus hábitos alimentares se assemelham aos do Aedes scapularis, invadindo as casas com mais
frequência. Faz postura em águas salobras e seu voo pode ultrapassar 50 km.
Aedes fluviatilis
Colorido pardo escuro. Caracteriza-se por mancha dourada clara na parte superior da cabeça. Patas
com anéis brancos. É raramente encontrado dentro das casas. Os locais preferenciais para desova são
as cavidades das pedras e as margens dos rios, mas, recentemente, tem sido encontrado ovipondo na
parte externa das casas nos mesmos depósitos em que se encontra Aedes aegypti (caixas d’água,
tanques, barris, tonéis, pneus).
Mansonia sp
De coloração escura, é caracterizado pelas asas aveludadas e escuras; patas com anéis claros e anel
na tromba. Sua picada é dolorosa e o voo é longo. Quase nunca é encontrado em repouso nas casas. Os
criadouros de Mansonia são lagos, lagoas e alagados, onde existam algumas plantas aquáticas em
particular, como goivo, bodocó ou baronesa (aguapés). As larvas do Mansonia respiram utilizando o tecido
poroso das raízes da planta.
Limatus durhamii
Mosquito pequeno, frágil, de aparência multicolorida, tromba comprida e muito fina, patas escuras,
sem anéis. Nunca invade as casas. Tem como criadouros preferenciais árvores e plantas (gravatás,
bambus) e ainda cacos de vidro e latas, existentes no ambiente extradomiciliar. Suas larvas se parecem
com as do Aedes aegypti quando vistas a olho nu.
Culex quinquefasciatus
É o mosquito doméstico mais comumente encontrado. É de cor parda, quase uniforme, não
apresentando qualquer característica importante de relevo. Pica ao escurecer e sua atividade se prolonga
por toda a noite. A fêmea faz a postura de uma só vez (ovos formando jangada). Desova de preferência
em criadouros com água parada e poluída com matéria orgânica (fossas, valas e outros), podendo
desovar eventualmente em depósitos de água limpa. É transmissor da filariose bancroftiana.
Conhecido no Brasil desde o século XVII, sua trajetória é descrita a seguir com referência aos marcos
históricos mais relevantes:
1685 - Primeira epidemia de febre amarela no Brasil, em Recife.
1686 - Presença de Aedes aegypti na Bahia, causando epidemia de febre amarela (25.000 doentes e
900 óbitos).
1691 - Primeira campanha sanitária posta em prática, oficialmente no Brasil, Recife (PE).
1849 - A febre amarela reaparece em Salvador, causando 2.800 mortes. Neste mesmo ano, o Aedes
aegypti, instala-se no Rio de Janeiro, provocando a primeira epidemia da doença naquele Estado, que
acomete mais de 9.600 pessoas e com o registro de 4.160 óbitos.
1850 a 1899 - O Aedes aegypti propaga-se pelo país, seguindo os caminhos da navegação marítima,
o que leva à ocorrência de epidemias da doença em quase todas as províncias do Império, desde o
Amazonas até o Rio Grande do Sul.
1881 - Comprovação pelo médico cubano Carlos Finlay, que o Stegomyia fasciata ou Aedes aegypti é
o transmissor da febre amarela.
1898 - Adolpho Lutz observa casos de febre amarela silvestre no interior do Estado de São Paulo na
ausência de larvas ou adultos de Stegomyia (fato na ocasião não convenientemente considerado).
1899 - Emílio Ribas informa sobre epidemia no interior de São Paulo, em plena mata virgem, quando
da abertura do Núcleo Colonial Campos Sales, sem a presença do Stegomyia (também não foi dada
importância a esse acontecimento).
1901 - Com base na teoria de Finlay, Emílio Ribas inicia, na cidade de Sorocaba SP, a primeira
campanha contra a febre amarela, adotando medidas específicas contra o Aedes aegypti.
1903 - Oswaldo Cruz é nomeado Diretor-Geral de Saúde Pública e inicia a luta contra a doença, que
considerava uma vergonha nacional, criando o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela.
1909 - Eliminada a febre amarela da capital federal (Rio de Janeiro).
1919 - Surtos de febre amarela em seis Estados do Nordeste. Instala-se o serviço antiamarílico no
Recife.
1920 - Diagnosticado o primeiro caso de febre amarela silvestre no Brasil, no Sítio Mulungu, Município
de Bom Conselho do Papa-Caça em Pernambuco. A febre amarela deixa de ser considerada doença de
cidade.
1928 a 1929 - Nova epidemia de febre amarela, no Rio de Janeiro, com a confirmação de 738 casos,
leva o Professor Clementino Fraga a organizar nova campanha contra a febre amarela, cuja base era o
combate ao mosquito na sua fase aquática.
1931 - O governo brasileiro assina convênio com a Fundação Rockefeller. O Serviço de Febre Amarela
é estendido a todo o território brasileiro. O convênio é renovado sucessivamente até 1939. Técnica
adotada: combate às larvas do Aedes aegypti mediante a utilização de petróleo.
1932 - Primeira epidemia de febre amarela silvestre conhecida foi no Vale do Canaã, no Espírito Santo.
1938 -É demonstrado que os mosquitos silvestres Haemagogus capricornii e Haemagogus
leucocelaenus podem ser transmissores naturais da Febre Amarela. Mais tarde, comprova-se que
Haemagogus spegazzinii, Aedes scapularis, o Aedes fluviatilis e Sabethes cloropterus são também
transmissores silvestres.
1940 -É proposta a erradicação do Aedes aegypti, como resultado do sucesso alcançado pelo Brasil
na erradicação do Anopheles gambiae, transmissor da malária que, vindo da África, havia infestado
grande parte do Nordeste do país.
1947 - Adotado o emprego de dicloro-difenil-tricloroetano (DDT) no combate ao Aedes aegypti;
1955 - Eliminado o último foco de 1955 Aedes aegypti no Brasil.
Atribuições
Agente de saúde
Na organização das atividades de campo o agente é o responsável por uma zona fixa de 800 a 1.000
imóveis, visitados em ciclos bimensais nos municípios infestados por Aedes aegypti. Ele tem como
obrigação básica: descobrir focos, destruir e evitar a formação de criadouros, impedir a reprodução de
focos e orientar a comunidade com ações educativas.
Supervisor
É o responsável pelo trabalho realizado pelos agentes de saúde, sob sua orientação. É também o
elemento de ligação entre os seus agentes, o supervisor geral e a coordenação dos trabalhos de campo.
Tem como principais atribuições:
- Acompanhamento das programações, quanto a sua execução, tendo em vista não só a produção
mas também a qualidade do trabalho;
Recomenda-se que cada supervisor tenha dez agentes de saúde sob a sua responsabilidade, o que
permitiria, a princípio, destinar um tempo equitativo de supervisão aos agentes de saúde no campo.
As recomendações eventualmente feitas devem ser registradas em caderneta de anotações que cada
agente de saúde deverá dispor para isso. É ainda função do supervisor a solução de possíveis recusas,
em auxílio aos agentes de saúde, objetivando reduzir pendências, cabendo-lhe manter atualizados os
mapas, croquis e o reconhecimento geográfico de sua área. Tal como os agentes de saúde, também o
supervisor deve deixar no posto de abastecimento (PA) o itinerário a ser cumprido no dia.
Supervisor geral
O supervisor-geral é o servidor de campo ao qual se atribui maior responsabilidade na execução das
atividades. É o responsável pelo planejamento, acompanhamento, supervisão e avaliação das atividades
operacionais de campo.
As suas atividades exigem não só o integral conhecimento de todos os recursos técnicos empregados
no combate ao Aedes aegypti mas, ainda, capacidade de discernimento na solução de situações não
previstas e muitas vezes emergenciais. Ele é responsável por uma equipe de cinco supervisores
Estes materiais e equipamentos não são utilizados no trabalho de rotina do agente de LI e tratamento
focal. Devem ser previstos para as atividades de tratamento perifocal, captura de alados e por equipes
especiais de serviço complementares.
Os uniformes para o trabalho, tanto na cidade como em área rural, obedecerão a modelos previamente
aprovados. Os agentes devem portar um relógio de sua propriedade, para registrar no formulário horário
das visitas domiciliares.
Para facilitar seu encontro nos locais de trabalho, o servidor de campo deve dispor de bandeiras e
flâmulas apropriadas, cujas cores e combinações variam de acordo com a atribuição do servidor. Devem
ser colocadas em prédios e embarcações sob inspeção ou tratamento, enquanto os servidores neles
permanecerem.
Bandeira: é colocada pelos agentes de saúde e supervisores na porta, janela, portão ou grade, à
esquerda da sua entrada, de modo que fique perpendicular à fachada da casa, para que os supervisores
gerais possam localizá-la mais facilmente.
Flâmula: é colocada em navios, edifícios de apartamentos, hotéis e vilas, ou outros aglomerados de
prédios onde há um certo número de residências ou locais com porta de acesso em comum para a rua.
Quando isto ocorrer e não se obtiver a numeração real dos mesmos através de informação com o
morador, adotar-se- á o seguinte:
a) Imóveis com os mesmos números na mesma rua. Exemplo: 40,40, 40. Observando o sentido de
deslocamento do agente e a numeração básica do imóvel anterior, se terá: 40-2, 40-1 e 40;
b) De acordo com a orientação da visita, tomar-se-á como número base o último imóvel que recebeu
numeração; Exemplo: 40, (35-2), (35-1), 35, 30.
c) Terrenos baldios: de acordo com a nova orientação para o sistema informatizado, eles serão
numerados. Exemplo: 40, 36-1, 36, 28-1, 28, 21. Exemplo: Observação: 28-1 e 36-1 são terrenos baldios
numerados.
d) As aglomerações que surgem rapidamente próximo às zonas urbanas, serão numeradas de um a
infinito, tomando como número base do último imóvel do quarteirão mais próximo destas habitações. Ex.:
40, 40-1, 40-2, ..., 40-28, 40- 29, etc.
Nessa nova orientação, inicialmente os mapas ou croquis fornecidos pelas Prefeituras ou órgãos
oficiais locais receberão análise de equipe capacitada para numerar os quarteirões existentes neles.
Posteriormente, após essa numeração ter sido realizada, serão feitas as alterações necessárias, quando
da numeração em campo dos quarteirões e nas atualizações sucessivas.
Os quarteirões receberão numeração crescente, do número um ao infinito. Em casos excepcionais,
são facultadas mudanças na sequência numérica, como seria o caso de cidades divididas em bairros ou
setores. Neste caso, a numeração se inicia e termina em cada bairro ou setor.
Quando as faces dos quarteirões (quadras) são muito extensas ou quando a escassez de imóveis
torna difícil ou demorada a procura do número de identificação, a numeração nas faces poderá ser
repetida tantas vezes quanto necessário. Mas, em cada esquina, só haverá um número para o quarteirão.
Em caso de substituição de número, o anterior deve ser apagado com lixa para madeira a fim de que
não haja dupla numeração.
Uma vez que a área seja composta de quarteirões (quadras) completos e que possuam sinais
indicativos do caminho a ser seguido pelo agente, seu itinerário fica reduzido a uma simples relação de
números mesmos na ordem em que devem ser trabalhados.
Além do itinerário que lhe compete, com os quarteirões numerados, o pessoal de operação deve dispor
da indicação das tarefas de cada dia e de croquis com o desenho da posição de todos os quarteirões
(quadras) da área.
O agente de saúde ou o responsável pelo trabalho de supervisão deve contar com mapa dessa área
e com a relação do número de imóveis existentes em cada um deles. Assim, ter-se-ão tantos croquis
quantas forem as zonas de trabalho do agente de saúde.
Esses croquis deverão ser permanentemente atualizados, fazendo-se no desenho as alterações
encontradas no traçado viário de ruas e quarteirões.
Quarteirão, deve ser entendido como o espaço determinado por um agrupamento de imóveis limitados
por ruas, avenidas, caminhos, rios, córregos, estradas, linhas férreas, outros. Podem ser regulares ou
irregulares.
O regular é aquele que se pode circundar totalmente; o irregular, pelo contrário, é aquele que não é
possível circundá-lo em função de algum tipo de impedimento físico, topográfico ou outro. Para marcação
e orientação durante o trabalho nos quarteirões, são usados números e sinais nas esquinas. Os números
e sinais devem ter cinco centímetros de altura. A marcação se fará com lápis-cera azul ou preto no cateto
esquerdo de cada ângulo do quarteirão. A altura para marcação do número do quarteirão ou imóvel será
a do reconhecedor com o braço estendido.
Estes sinais contêm a seguinte informação.
Como exemplo:
← 3 indica o início do quarteirão nº 3 3
A Visita domiciliar
Concedida a licença para a visita, o servidor iniciará a inspeção começando pela parte externa (pátio,
quintal ou jardim), seguindo sempre pela direita.
Prosseguirá a inspeção do imóvel pela visita interna, devendo ser iniciada pela parte dos fundos,
passando de um cômodo a outro até aquele situado mais à frente. Em cada um deles, a inspeção deve
ser feita a partir da direita.
Concluída a inspeção, será preenchida a ficha de visita com registro da data, hora de conclusão, a
atividade realizada e a identificação do agente de saúde. A Ficha de Visita será colocada no lado interno
da porta do banheiro ou da cozinha.
Nas visitas ao interior das habitações, o servidor sempre pedirá a uma das pessoas do imóvel para
acompanhá-lo, principalmente aos dormitórios. Nestes aposentos, nos banheiros e sanitários, sempre
baterá à porta. Em cada visita ou inspeção ao imóvel, o agente de saúde deve cumprir sua atividade em
companhia de moradores do imóvel visitado, de tal forma que possa transmitir informações sobre o
trabalho realizado e cuidados com a habitação.
Criadouros
Tipos e definição de depósitos
- Caixa d’água:
É qualquer depósito de água colocado em nível elevado, permitindo a distribuição do líquido pela
gravidade. As caixas d’água podem ser divididas em duas categorias: as acessíveis e as de difícil acesso,
que requerem providências ou operações especiais.
Caixas d’água acessíveis são as que podem ser facilmente examinadas por estarem a pequena
altura ou porque há condições locais que permitem o acesso a elas. As caixas dágua que estiverem
vedadas, à prova de mosquito, não serão abertas para a inspeção, mas serão assinaladas no boletim
como inspecionadas.
-Tanque: é depósito geralmente usado como reservatório de água, colocado ao nível do solo.
Depósitos como banheiras ou caldeiras velhas por exemplo, usados como tanques serão classificados
como tal.
- Depósitos de barro: são os potes, moringas, talhas e outros.
- Depósitos de madeira: barris, tonéis e tinas.
- Pneus: os pneus são, muitas vezes, responsáveis por reinfestações à distância, de áreas livres do
Aedes aegypti. Todos os pneus inservíveis, quando possível, deverão ser removidos para eliminação. Os
utilizáveis, depois de inspecionados e secos devem ser mantidos em ambiente coberto, protegidos da
chuva.
- Recipientes naturais: incluem-se aí coleções de água encontradas em cavidades de árvores e no
embrincamento de folhas.
- Caçambas, poços e cisternas: são escavações feitas no solo, usados para captar guarnição de água
(com paredes ou não).
- Outros: depósitos de tipos variados. Compreendem caixas de descarga
- Outros: Aparelhos sanitários, pilões, cuias, alguidares, pias, lavatórios, regadores, protetores de
plantas, guarda-comida, vasilhas de uso caseiro, bacias, baldes e registros de água, jarras de flores, pias
de água, depósitos de geladeira, diques de garagem, pisos de porões e de calçamentos, esgotos de
águas limpas, coberturas de zinco e flandres, folhas de metal, cascas de ovos, sapatos abandonados,
bebedouros de aves e de outros animais, ferragens diversas, vasos, cacos de vidro, telhas e outros.
Depósito inspecionado É todo o depósito com água examinado pelo agente de saúde com auxílio de
fonte de luz ou do pesca-larva.
Depósito tratado É aquele onde foi aplicado inseticida (larvicida ou adulticida).
Depósito eliminado É aquele que foi destruído ou inutilizado como criadouro.
Focos e técnica de pesquisa Todos os depósitos que contenham água devem ser inspecionados,
utilizando-se o pesca-larva com ou sem a ajuda de fonte luminosa (lanterna e/ou espelho).
Inspeção em navios e aviões. Para a captura de alados poderão ser utilizados o puçá de filó ou algum
capturador de sucção. Os mosquitos deverão ser mortos com acetato de etila e transferidos para caixas
preparadas com naftalina, usadas para acondicionamento e remessa. Os espécimes poderão ser
convenientemente dispostos com ajuda de pinça de ponta fina (relojoeiro). Recomenda-se cuidado
especial nessa operação para evitar danificação do material coletado, o que pode comprometer a
classificação taxônomica a ser rotineiramente feita em laboratório.
Como medida de segurança, pode-se gotejar o acetato de etila na parte interna da tampa, garantindo-
se com isso a imobilidade do mosquito. Todos os exemplares de Aedes aegypti e Aedes albopictus
coletados em um mesmo imóvel devem ser acondicionados num mesmo recipiente.
Estratificação entomoepidemiológica dos municípios.
A estratificação dos municípios para efeito operacional do PEAa far-se-á segundo o enfoque de risco
com base em dados entomo-epidemiológicos.
- Estrato I: áreas com transmissão de dengue clássico pelo menos por dois anos consecutivos ou não,
com circulação simultânea ou sucedânea de mais de um sorotipo, com risco de ocorrência da febre
hemorrágica por dengue, e/ou ocorrência de casos de FHD;
Bloqueio de Transmissão
Nas localidades infestadas far-se-á o bloqueio da transmissão de dengue, após investigação
epidemiológica conclusiva acerca do sorotipo viral circulante.
Neste caso, será feita a aplicação de inseticida em UBV, sempre concomitante com as medidas de
controle larvário, nas seguintes situações:
- Em áreas onde a transmissão de dengue (casos autóctones) já tenha sido confirmada por isolamento
de vírus ou sorologia;
- Quando da notificação de caso suspeito procedente de região ou país onde esteja ocorrendo a
transmissão por um sorotipo não circulante naquele município;
- Quando da confirmação de caso importado em município do estrato III. Nestas situações deverá ser
realizado o controle larvário com eliminação e tratamento de focos, concomitante com a utilização de
equipamentos de UBV portáteis para nebulização domiciliar nas áreas de transmissão focais delimitadas
(no mínimo nove quarteirões em torno do caso) em apenas um ciclo. Se necessário complementar o
bloqueio da transmissão com UBV pesado na área delimitada em ciclos semanais.
Delimitação de Foco
Nas localidades não infestadas, far-se-á a delimitação de foco quando a vigilância entomológica
detectar a presença do vetor. É, portanto, uma atividade exclusiva de municípios não infestados (estrato
IV) Na delimitação de foco, a pesquisa larvária e o tratamento focal devem ser feitos em 100% dos imóveis
incluídos em um raio de até 300 metros a partir do foco inicial, detectado em um ponto estratégico ou
armadilha, bem como a partir de um levantamento de índice ou pesquisa vetorial espacial positiva.
Fases do PEAa
Fase Preparatória
Na fase preparatória, serão feitos o recrutamento e capacitação dos recursos humanos, e
planejamento das estratégias e metodologias a serem adotadas, a estimativa para aquisição de materiais,
Fase de Ataque
Os trabalhos de combate ao vetor começam nesta fase. As atividades definidas deverão ser
executadas obedecendo os itinerários elaborados por zonas de trabalho. Serão inspecionados 100% dos
imóveis, pontos estratégicos (PE) e terrenos baldios das zonas nas localidades infestadas localidades
infestadas pelo vetor.
Os depósitos positivos para formas imaturas de mosquitos localidades infestadas, que não possam
ser eliminados ou removidos, serão tratados. O monitoramento dos índices de infestação e distribuição
do Aedes aegypti, bem como o tipo de recipiente preferencialmente usados pelo vetor como criadouros
são fundamentais para dirigir as ações.
A estratégia central do combate ao vetor deverá ser realizada através das seguintes atividades: manejo
ambiental (saneamento domiciliar); educação em saúde; eliminação física de criadouros e tratamento de
criadouros com larvicidas ou adulticidas, quando indicados.
Fase de Consolidação
Esta fase tem como objetivo consolidar a erradicação do Aedes aegypti. Nela serão desenvolvidas as
atividades da fase de ataque, exceto o tratamento, procurando garantir a eliminação dos resíduos da
infestação, tendo em vista a possibilidade da permanência de ovos em condições de eclodir tardiamente.
Considerações Ferais
Localidade É determinada área com um ou mais imóvel com denominação própria e limites naturais
ou artificiais bem definidos, com acesso comum. Exemplo: cidade, vila, povoado, fazenda, sitio e outros.
Sublocalidade: é a área parcial de uma localidade que se deseja particularizar para que seja melhor
operacionalizada ou estudada. Exemplo: bairro, quadra, favela, etc.
Município infestado: é aquele no qual o levantamento de índice detectou a presença do Aedes
aegypti domiciliado.
Município não infestado: é aquele no qual o levantamento de índice não detecta a presença do vetor.
O município infestado passa a ser considerado não infestado quando permanecer pelo menos 12 meses
consecutivos sem a presença do vetor, conforme levantamentos de índice bimensais. A detecção de
Aedes aegypti exclusivamente em pontos estratégicos e armadilhas não caracteriza o município como
infestado.
Serviços Complementares
Nas grandes metrópoles infestadas pelo Aedes aegypti, existem situações peculiares que dificultam
ou impossibilitam a inspeção de 100% dos depósitos pelos agentes da rotina na fase de ataque (LI e
tratamento). É o caso dos depósitos suspensos de difícil acesso (calhas, caixas d’água, bromélias e outros
vegetais que acumulam água), edifícios em construção, grandes ferros-velhos, terrenos baldios, etc.
Considerando que numa campanha de erradicação não pode haver pendência de imóveis nem de
depósitos, o trabalho nestes casos deve ser feito por equipes especiais, de preferência motorizadas, e
equipadas com escadas, cordas, facões, luvas, botas de cano longo, além do material de rotina do agente.
Os itinerários das equipes de serviços complementares serão feitos pelos supervisores das zonas.
Estas equipes só devem atuar quando realmente o trabalho não poder ser feito pelos agentes da rotina.
Tratamento
O combate ao Aedes aegypti pode ser feito também pela aplicação de produtos químicos ou biológicos,
através do tratamento focal, tratamento perifocal e da aspersão aeroespacial de inseticidas em ultrabaixo-
volume (UBV).
• Bebedouros de animais;
Os bebedouros de animais onde forem encontradas larvas ou pupas devem ser escovados e a água
trocada no máximo a cada cinco dias. Os depósitos com peixes não serão tratados com temephós. Nestes
casos, serão recomendadas aos moradores formas alternativas para o controle de focos, podendo-se
utilizar o BTI e o metoprene.
Os pequenos depósitos como latas vazias, vidros, plásticos, cascas de ovo, de coco, e outros, que
constituem o lixo doméstico, devem ser de preferência acondicionados adequadamente pelos moradores,
para serem coletados pelo serviço de limpeza pública. Caso isso, por algum motivo, não ocorra, devem
ser eliminados pelo agente.
Para evitar que o larvicida se perca nos depósitos que são lavados pelos moradores ou onde a água
está sujeita a constante renovação, como as caixas d’água, cisternas e calhas mal colocadas, ele deve
ser colocado nesses depósitos, envolvido e amarrado em um pano. Este artifício conhecido como boneca
de larvicida vem sendo utilizado em alguns Estados desde a Campanha de Erradicação do Aedes aegypti,
no Pará, em 1967.
Métodos simples para cálculo do volume de depósitos Para que o tratamento focal com larvicida tenha
eficácia assegurada, é necessário que o pessoal de operação saiba determinar com precisão a
quantidade de inseticida a ser aplicada em relação ao volume de água, a fim de se obter a concentração
correta.
No caso do temephós, a concentração é de uma parte por milhão, equivalente a um grama de
ingrediente ativo em um milhão de mililitros de água (1.000 litros). O tratamento com o temephós é feito
de acordo com a capacidade do depósito e não com a quantidade de água existente nele, à exceção de
cisternas ou poços tipo amazônicos (cacimba), cujo tratamento será feito conforme a quantidade de água
existente.
Método n.º 1 - Para calcular o volume de depósitos retangulares V= volume V C= comprimento C L=
largura L H = altura H Exemplo: Supondo que um tanque tenha 120 centímetros de comprimento, 100
Exemplo centímetros de largura e 100 centímetros de altura, fazendo o emprego da fórmula tem-se: V =
120 x 100 x 100 = 1.200.000 centímetros cúbicos (1.200 litros) Desde que se sabe que um litro de água
Tratamento Perifocal
Consiste na aplicação de uma camada de inseticida de ação residual nas paredes externas dos
depósitos situados em pontos estratégicos, por meio de aspersor manual, com o objetivo de atingir o
mosquito adulto que aí pousar na ocasião do repouso ou da desova.
O tratamento perifocal, em princípio, está indicado para localidades recém-infestadas como medida
complementar ao tratamento focal. É adotado em localidades infestadas apenas em pontos estratégicos
onde é difícil fazer o tratamento focal, como os grandes depósitos de sucata, depósitos de pneus e ferros-
velhos, onde tenham sido detectados focos.
Preparação da carga
Os inseticida atualmente empregados no tratamento perifocal são do grupo dos Piretróides, na
formulação pó molhável e na concentração final de 0,3 % de princípio ativo.
Piretróides
No caso da Cypermetrina, essa concentração será obtida pela adição de uma carga (78 gramas) do
pó molhável a 40 %, em 10 litros d’água. A mistura de inseticida com água deve ser feita diretamente no
equipamento, parceladamente, com o auxílio de bastão agitador.
A sequência da borrifação é a mesma que se segue no tratamento focal, já descrita.
Técnica de Aplicação
Durante o tratamento perifocal são exigidos cuidados no sentido de que o operador esteja protegido e
o inseticida não seja posto em contato com pessoas, pássaros, outros animais domésticos e alimentos.
Não deve ser aplicado na parte interna de depósitos cuja finalidade é armazenar água destinada ao
consumo humano.
São utilizado para o tratamento perifocal os equipamento de aspersão e compressão com capacidade
para dez litros, e bico apropriado (8002).
O equipamento deve ser colocado no ombro esquerdo e o agente coloca-se à frente do depósito a ser
tratado, segurando o sistema de descarga com a mão direita, de maneira que, ao esticar o braço, o bico
fique a uma distância de 45cm da superfície a ser borrifada, com uma velocidade de aplicação que permita
cobrir 22cm de superfície em cada segundo.
De início, deve ser feita a aplicação na parede externa do depósito, de cima para baixo, que continua
em faixas verticais com superposição de 5cm.
É necessário girar o depósito quando seu tamanho o permita ou rodeá-lo da direita para a esquerda
quando for fixo ou demasiadamente grande. Na superfície próxima ao depósito tratado aplica-se o
inseticida até um metro de distância em volta dele.
Desvantagens:
- Exige mão-de-obra especializada;
- Sofre influência do vento, chuva e temperatura.
- Pouca ou nenhuma ação sobre as formas imaturas do vetor;
- Ação corrosiva sobre pintura de automóveis, quando o tamanho médio das partículas do inseticida
for superior a 40 micras;
- Necessidade de assistência técnica especializada;
- Elimina outros insetos quando usado de forma indiscriminada;
- Não elimina mais que 80 % dos mosquitos;
- Nenhum poder residual.
O método não deverá ser empregado quando a velocidade do vento for superior a 6 km/hora para que
as partículas aspergidas não sejam transportadas para fora da área objeto de tratamento. Quando a
máquina pulverizadora for do tipo montada sobre veículo, a velocidade deste nunca deve ultrapassar 16
km/hora durante o processo de aplicação. Neste caso, a boquilha do pulverizador deve ser direcionada
para as casas, obedecendo a um ângulo de inclinação de aproximadamente 45 graus, com vazão
regulada de acordo com o inseticida utilizado e velocidade do veículo.
Durante a aplicação o agente evitará o contato do inseticida com os olhos e demais partes do corpo;
não tratará o interior de fábricas, depósitos ou armazéns que contenham alimentos; não fará aplicação
em áreas com plantações de verduras, cereais, frutas.
Deverá ter cuidado especial para que as máquinas estejam bem reguladas de modo que produzam
partículas que não manchem pinturas de carro, mármores e outras. Deverá cuidar ainda para que o local
de limpeza das máquinas seja sempre em áreas distantes de rios, córregos ou locais que tenham animais,
evitando-se, assim, envenenamento ou a poluição do ambiente.
O tratamento pelo método UBV deve ser feito em ciclos semanais para que sejam atingidos os adultos
provenientes de ovos e larvas remanescentes. Recomenda-se que o tratamento seja feito em uma
cobertura completa na área selecionada, no menor espaço de tempo possível, repetindo-se o tratamento
na semana seguinte.
A UBV portátil vem sendo utilizada como forma complementar a UBV pesada, principalmente nas áreas
de difícil acesso, como favelas, e são utilizados os seguintes equipamentos na aplicação de inseticidas
por UBV portátil.
Nebulizador
- Portátil;
- Motorizado.
Controle biológico
O controle biológico existe na natureza, reduzindo naturalmente a população de mosquitos através da
predação, do parasitismo, da competição e de agentes patógenos que produzem enfermidades e toxinas.
Atualmente, existem pesquisas no sentido de utilizar o controle biológico, que teria a grande vantagem
de minimizar os danos ambientais que os inseticidas comuns podem causar. Algumas pesquisas estão
sendo feitas com base no uso de algumas espécies predadoras (peixes larvófagos, copépodos), parasitas
(nematóides) e patógenos (protozoários microsporídios, Bacillus produtores de toxinas, fungos e vírus).
Estes últimos, agem como inseticidas de natureza biológica, padrão que foge ao mecanismo clássico
da regulação biológica. Nessa concepção de larvicidas biológicos, temos hoje produtos comerciais à base
de Bacillus thuringiensis sub.sp. israelensis (Bti), com boa atividade contra larvas de Bti Aedes e o Bacillus
sphaericus, para larvas de Anopheles e Culex.
Ambos apresentam boa atividade contra larvas de várias espécies de culicíneos. Apesar dos avanços
nessa área de controle, ainda há muitos impedimentos quanto ao uso desses métodos em grande escala
na prática operacional de rotina, considerando os custos, o baixo efeito residual, e a intolerância à
exposição direta da luz solar.
O uso de peixes larvófagos tem sido difundido em várias partes do mundo no controle de doenças
como a malária e o dengue, além de outras doenças ou incômodos também causados por mosquitos.
Espécies apropriadas de peixes apresentam usualmente as seguintes características:
- Preferência por larvas de mosquitos maior do que outros tipos de alimentos localizados na superfície
da agua;
- Tamanho reduzido para permitir o acesso superficial na água e penetração entre a vegetação;
- Tolerância à poluição, salinidade, temperatura variáveis e transporte. Para esse fim, devem ser
utilizados peixes originários da região onde o controle é realizado. São exemplos: Peixes do gênero
Poeciliidae e Cyprinodontidae. Algumas dessas espécies têm sido usadas com sucesso em vários países
(Gambusia affinis) e o Guppy (Poecilia reticulata). O Gambusia é muito eficiente em água limpa enquanto
o Poecilia (lebiste) tolera altas temperaturas e pode ser usado com sucesso em águas poluídas
organicamente.
Manejo Ambiental
Um componente importante mas frequentemente pouco valorizado no combate aos vetores é o manejo
do ambiente, não apenas através daquelas ações integradas à pesquisa de focos e tratamento químico,
Por exemplo:
- As calhas devem ser desobstruídas periodicamente e mantidas com inclinação adequada para o
escoamento da água;
- Cavidades em muros, pedras, arvores, etc., devem ser tampadas com barro ou cimento, de modo a
evitar que coletem água;
- Fragmentos de vidros (gargalos e fundos de garrafas) fixados em cima de muros, devem ser
preenchidos com barro ou areia grossa;
- As bromélias e outros vegetais que acumulam água entre as folhas devem ser eliminados;
-As floreiras existentes nos cemitérios (ponto estratégico), devem ser furadas por baixo, ou
preenchidas com areia grossa.
Questões
01. (Prefeitura Mun de Quixadá/CE - Agente de Combate de Endemias- SERCTRAN) Atua por
contato com o inseto e consiste na aplicação de grandes partículas do inseticida que ofereça estabilidade
química. O objetivo é atingir o mosquito adulto que pousar na área tratada. O texto se refere a que tipo
de tratamento de vetores da dengue?
(A) Habitual.
(B) Espacial.
(C) Focal.
(D) Local.
(E) Residual.
Comentários
01. Resposta: E
O tratamento perifocal consiste na aplicação de uma camada de inseticida de ação residual nas
paredes externas dos depósitos situados em pontos estratégicos, por meio de aspersor manual, com o
objetivo de atingir o mosquito adulto que aí pousar na ocasião do repouso ou da desova.
02. Resposta: A
A oviposição se dá mais frequentemente no fim da tarde. A fêmea grávida é atraída por recipientes
escuros ou sombreados, com superfície áspera, nas quais deposita os ovos. Prefere água limpa e
cristalina ao invés de água suja ou poluída por matéria orgânica.
03. Resposta: B
A larva do Aedes aegypti é composta de cabeça, tórax e abdômen. O abdômen é dividido em oito
segmentos. O segmento posterior e anal do abdômen tem quatro brânquias lobuladas para regulação
osmótica e um sifão ou tubo de ar para a respiração na superfície da água. O sifão é curto, grosso e mais
escuro que o corpo. Para respirar, a larva vem à superfície, onde fica em posição quase vertical.
Movimenta-se em forma de serpente, fazendo um S em seu deslocamento. É sensível a movimentos
bruscos na água e, sob feixe de luz, desloca-se com rapidez, buscando refúgio no fundo do recipiente
(fotofobia).
A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução de ações de
controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso, necessita de informações
atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte destas informações é a notificação de
agravos e doenças pelos profissionais de saúde.
A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis
pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente. Ela será realizada
diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo (dano) em paciente.
A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à autoridade
de saúde competente também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos públicos ou
privados educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e
instituições de pesquisa. Ela também pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que
deles tenha conhecimento.
A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo
serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas
desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível.
A notificação compulsória semanal será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de
atendimento do paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação compulsória.
Conceitos
Agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias
nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões
decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada.
Autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal
e Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único de
Saúde (SUS).
Doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa
representar um dano significativo para os seres humanos.
67
http://www.saude.curitiba.pr.gov.br/vigilancia/epidemiologica/notificacao-de-doencas-e-agravos.html
68
http://www.saude.df.gov.br/notificacao-compulsoria/
69
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html
Periodicidade de notificação
DOENÇA OU AGRAVO Imediata (até 24
Nº
(Ordem alfabética) horas) para* Semanal*
MS SES SMS
a. Acidente de trabalho com exposição a material biológico X
1 b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e
X
adolescentes
2 Acidente por animal peçonhento X
3 Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X
4 Botulismo X X X
5 Cólera X X X
6 Coqueluche X X
a. Dengue - Casos X
7
b. Dengue - Óbitos X X X
8 Difteria X X
9 Doença de Chagas Aguda X X
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X
a. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X
11
b. Doença Meningocócica e outras meningites X X
Doenças com suspeita de disseminação intencional:
a. Antraz pneumônico
12 X X X
b. Tularemia
c. Varíola
Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes:
a. Arenavírus
b. Ebola
13 X X X
c. Marburg
d. Lassa
e. Febre purpúrica brasileira
a. Doença aguda pelo vírus Zika X
14 b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X
c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X
02. (Prefeitura de Juiz de Fora/MG - Enfermeiro - AOCP/2018) O enfermeiro deve estar atento a
algumas doenças que são de notificação compulsória, a fim de que se possa ter um controle e
rastreamento adequado dessas doenças. Referente ao exposto, são doenças de notificação compulsória:
(A) Hanseníase e Giardíase.
(B) Tuberculose e Lúpus.
(C) Hantavirose e Hanseníase.
(D) Hepatite A e Giardíase.
(E) Sífilis e Herpes labial.
(A) I, apenas.
(B) I e III, apenas.
(C) II e IV, apenas.
(D) II, III e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.
05. (UFG - Enfermeiro - CS/UFG/2018) A notificação às autoridades de saúde dos itens presentes na
Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública,
(A) é privativa do médico responsável pelo atendimento, a fim de evitar a quebra de sigilo profissional.
(B) é realizada semanalmente, pois se trata de um dado destinado ao controle estatístico de longo
prazo.
(C) deve ser realizada para os casos confirmados com o intuito de não gerar dados falsos que
dificultem a análise de cada situação.
(D) é obrigatória para estabelecimentos de saúde pública e privada, inclusive instituições educacionais,
de cuidado coletivo, serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e instituições de pesquisa.
Comentários
01. Resposta: C
O botulismo é uma doença de notificação compulsória conforme consta na Lista Nacional de
Notificação Compulsória, sendo sua notificação imediata até 24 horas para o MS (Ministério da Saúde),
SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria Municipal de Saúde).
02. Resposta: C
A hanseníase e a hantavirose, ambas fazem parte das doenças de notificação compulsória conforme
consta na “Lista Nacional de Notificação Compulsória”. A hantavirose possui notificação imediata até 24
horas para o MS (Ministério da Saúde), SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria
Municipal de Saúde), e a hanseníase a notificação é semanal.
03. Resposta: E
Conforme consta na Lista Nacional de Notificação Compulsória as doenças :dengue;
esquistossomose; doença aguda pelo vírus Zika e febre amarela.
04. Resposta: A
A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis
pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente. Ela será realizada
diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo (dano) em paciente.
A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à autoridade
de saúde competente também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos públicos ou
privados educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e
instituições de pesquisa. Ela também pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que
deles tenha conhecimento.
05. Resposta: D
A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à autoridade
de saúde competente também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos públicos ou
privados educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e
instituições de pesquisa. Ela também pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que
deles tenha conhecimento.
Este programa objetiva criar condições para o atendimento à saúde da criança de zero a cinco anos.
A ênfase do programa é dada à atenção àquelas crianças consideradas como grupo de risco de adoecer
e morrer, visando a reduzir essas condições através da melhoria da qualidade da assistência, tentando
aumentar o número de crianças atendidas nos serviços de saúde pertencentes ao Sistema Único de
Saúde.
O Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Materno Infantil e em conjunto com outros órgãos
nacionais e internacionais, tem avaliado periodicamente o cumprimento das Metas da Cúpula Mundial em
Favor da Infância. Dentre essas metas, para o ano de 2000, foi estabelecida a redução da mortalidade
infantil, principalmente dos menores de cinco anos, por doenças diarreicas e pelas infecções respiratórias
agudas.
Conforme dados da Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (1996), algumas ações têm
contribuído para a redução das taxas de mortalidade, como o aumento do número de domicílios
70
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/profae/pae_cad8.pdf
71
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_materiais_infomativos.pdf
A criança72 é um ser humano em pleno desenvolvimento. As experiências vividas nos primeiros anos
de vida são fundamentais para a formação do adulto que ela será no futuro. Por isso, é muito importante
que a criança cresça em um ambiente saudável, cercada de afeto e com liberdade para brincar.
A criança deve ter seu crescimento e desenvolvimento acompanhados regularmente pela equipe da
Unidade Básica de Saúde mais próxima de onde mora.
Para cuidar da criança, educar e promover sua saúde e seu desenvolvimento integral, é importante a
parceria entre os pais, a comunidade e os profissionais de saúde, de assistência social e de educação.
É importante estimular desde cedo o desenvolvimento da criança para que ela adquira autoconfiança,
autoestima e desenvolva capacidade de relacionar-se bem com outras crianças, com a família e com a
comunidade. Desse modo, terá maior possibilidade de tornar-se um adulto bem adaptado socialmente.
Vigiar o desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida é de fundamental importância, pois é
nesta etapa da vida extrauterina que o tecido nervoso mais cresce e amadurece, estando, portanto, mais
sujeito aos agravos. Devido a sua grande plasticidade, é também nesta época que a criança melhor
responde aos estímulos que recebe do meio ambiente e às intervenções, quando necessárias.
A primeira infância é o período que vai desde a concepção do bebê até os 6 anos de idade. Pesquisas
têm demonstrado que essa fase é extremamente sensível para o desenvolvimento do ser humano, pois
é quando ele forma toda a sua estrutura emocional e afetiva e desenvolve áreas fundamentais do cérebro
relacionadas à personalidade, ao caráter e à capacidade de aprendizado.
A ciência tem comprovado que as experiências vividas na Primeira Infância, desde o período de
gestação, influenciam diretamente na formação do adulto que a criança será no futuro. Essa fase é uma
janela de oportunidades para que o indivíduo desenvolva todo o seu potencial. Nos primeiros anos de
vida, a arquitetura do cérebro começa a se formar.
Esse processo continua ao longo do tempo, moldado pelas experiências positivas ou negativas vividas
e compartilhadas, principalmente, com seus pais, parentes e cuidadores em geral. Por isso, a proteção é
essencial: problemas graves logo no início da vida, como violência familiar, negligência e desnutrição,
podem interferir no desenvolvimento saudável do cérebro.
Por outro lado, o estímulo adequado gera benefícios, que vão desde o aumento da aptidão intelectual,
que favorece o acompanhamento escolar e diminui os índices de repetência e evasão, até a formação de
adultos preparados para aprender a lidar com os desafios do cotidiano.
A primeira infância, de zero a 6 anos, é um período muito importante para o desenvolvimento mental
e emocional e de socialização da criança.
É fundamental estimular bem a criança nessa fase, para que ela tenha uma vida saudável e possa
desenvolver-se bem na infância, na adolescência e na vida adulta. Acompanhe o desenvolvimento da
criança com o profissional de saúde. Se achar que algo não vai bem, não deixe de alertá-lo para que
possa examiná-la melhor.
72
http://saude.gov.br/saude-de-a-z/crianca
2 a 4 meses
- Brinque com o bebê conversando e olhando para ele;
- Ofereça objetos para ele pegar, tocar com as mãos;
- Coloque o bebê de bruços, apoiado nos seus braços, e brinque com ele, conversando ou mostrando-
lhe brinquedos à sua frente;
- Observe que o bebê brinca com a voz e tenta “conversar”, falando “aaa, qqq, rrr”.
4 a 6 meses
- Ao oferecer algo para o bebê (comida, brinquedo etc.), espere um pouco para ver sua reação. Com
isso, ele aprenderá a expressar aceitação, prazer e desconforto;
- Acostume o bebê a dormir mais à noite;
- Ofereça brinquedos a pequenas distâncias, dando a ele a chance de alcançá-los;
- Proporcione estímulos sonoros ao bebê, fora do seu alcance visual, para que ele tente localizar de
onde vem o som, virando a cabeça;
- Estimule-o a rolar, mudando de posição (de barriga para baixo para barriga para cima). Use objetos
e outros recursos (brinquedos, palmas etc.).
6 a 9 meses
- Dê atenção à criança demonstrando que está atento aos seus pedidos. Nesta idade, ela busca
chamar a atenção das pessoas, procurando agradá-las e obter a sua aprovação;
- Dê à criança brinquedos fáceis de segurar, para que ela treine passar de uma mão para a outra;
- Converse bastante com a criança, cante, use palavras que ela possa repetir (dadá, papá etc.). Ela
também pode localizar de onde vem o som;
- Coloque a criança no chão (esteira, colchonete) estimulando-a a se sentar, se arrastar e engatinhar.
9 meses a 1 ano
- Brinque com a criança com músicas, fazendo gestos (bater palmas, dar tchau etc.), solicitando sua
resposta;
- Coloque ao alcance da criança, sempre na presença de um adulto, objetos pequenos como tampinhas
ou bolinha de papel pequena, para que ela possa apanhá-los, usando o movimento de pinça (dois
dedinhos). Muito cuidado para que ela não coloque esses objetos na boca, no nariz ou nos ouvidos;
- Converse com a criança e use livros com figuras. Ela pode falar algumas palavras como (mamã,
papá, dá) e entende ordens simples como “dar tchau”;
- Deixe a criança no chão para que ela possa levantar-se e andar se apoiando.
73
http://www.saude.gov.br/noticias/823-assuntos/saude-para-voce/40755-saude-da-crianca
Entende-se por assistência imediata aquela prestada ao RN logo após ao nascimento, ou seja, nas
duas primeiras horas após o parto utilizando procedimentos universais e obrigatórios. Segundo a OMS,
os cuidados prestados ao RN devem ser desenvolvidos conforme a ética profissional, a filosofia da
instituição e os princípios de humanização do nascimento.
74
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4557378/mod_resource/content/0/Cuidados%20imediatos%20e%20mediatos.pdf
Índice de Apgar
Sinal 0 1 2
Frequência Ausente < 100bpm > 100bpm
cardíaca
Esforço Ausente Choro fraco, hipoventilação Bom, chorando
respiratório
Tônus muscular Flácido Alguma flexão Ativo, movimentos
espontâneos
Irritabilidade Sem resposta Algum movimento Tosse ou espirro
reflexa
Cor Cianótico, Corpo rosado/extremidades cianóticas Completamente rosado
pálido (acrocianose)
Fonte: adaptado de Kattwinkel et al., 2011.
Identificação do RN
• Impressão plantar do RN e digital da mãe permite estabelecer a identidade absoluta do bebê (ver
caderneta da criança).
• Identificar o RN com uma braçadeira, com o nome da mãe, o sexo da criança, a data e hora do parto,
o número do quarto ou número do registro no antebraço e tornozelo;
• Em partos múltiplos, a ordem de nascimento deverá ser especificada nas pulseiras através de
números (1, 2, 3, 4, etc.), após o nome da mãe.
Administrar Vitamina K
• A vitamina K é administrada em dose única por via intramuscular (1mg = 0,1ml), até 2 horas após o
nascimento.
Contato mãe-bebê
• É fundamental iniciar o contato do bebê com a mãe o mais precocemente possível - incentiva o
aleitamento materno, aumenta o vínculo afetivo, fornece proteção;
• Desde o momento do nascimento, o RN normal não deve ser afastado da mãe e o aleitamento precisa
ser iniciado o mais precocemente possível;
• Após as duas primeiras horas de vida, aproximadamente, o RN deverá receber a primeira higiene
corporal e deverá ser submetido ao primeiro exame físico completo, além de ter seus reflexos avaliados.
O exame do RN deve ser minucioso, feito em local e condições satisfatórias, incluindo todos os órgãos
e sistemas passíveis de serem avaliados clinicamente.
O que observar:
• Tônus muscular, atividade espontânea, postura, fácies, tiragens, estridores, gemidos, características
de choro, vômitos, regurgitações, sangramentos, convulsões, eliminação de mecônio e urina, distensão
abdominal, salivação e sopros cardíacos.
Alojamento Conjunto75
O Alojamento Conjunto é o local em que a mulher e o recém-nascido sadio, logo após o nascimento,
permanecem juntos, em tempo integral, até a alta da maternidade. Deixar mãe e bebê juntos é uma
prioridade para o Ministério da Saúde e tem várias vantagens:
I - Favorece e fortalece o estabelecimento do vínculo afetivo entre pai, mãe e filho;
II - Propicia a interação de outros membros da família com o recém-nascido;
III - Favorece o estabelecimento efetivo do aleitamento materno com o apoio, promoção e proteção,
de acordo com as necessidades da mulher e do recém-nascido, respeitando as características individuais;
IV - Propicia aos pais e acompanhantes a observação e cuidados constantes ao recém-nascido,
possibilitando a comunicação imediata de qualquer anormalidade;
V - Fortalece o autocuidado e os cuidados com o recém-nascido, a partir de atividades de educação
em saúde desenvolvidas pela equipe multiprofissional;
VI - Diminui o risco de infecção relacionada à assistência em serviços de saúde;
VII - Propicia o contato dos pais e familiares com a equipe multiprofissional por ocasião da avaliação
da mulher e do recém-nascido, e durante a realização de outros cuidados.
O exame físico tem como objetivo identificar presença de anormalidades e registrar evidências de
estresse ou trauma, fornecendo dados para posterior evolução e prescrição de enfermagem. Ele deve ser
75
http://saude.gov.br/saude-de-a-z/crianca
76
LARA, S. R. G.; CESAR, M. B. N. Enfermagem em Obstetrícia e Ginecologia. Manole, 2017.
Todo bebê que nasce no Brasil tem direito a realizar gratuitamente quatro exames muito importantes
para a sua saúde. São os chamados exames da triagem neonatal:
- Teste do Pezinho;
- Teste do Olhinho;
- Teste da Orelhinha;
- Teste do Coraçãozinho.
Teste do pezinho
O teste do pezinho é uma das principais formas de diagnosticar seis doenças que, quanto mais cedo
forem identificadas, melhores são as chances de tratamento. São elas fenilcetonúria, hipotireoidismo
congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, deficiência de biotinidase e
hiperplasia adrenal congênita.
Importante: para realizar o teste do pezinho, a família deve levar o recém-nascido a uma unidade
básica de saúde entre o 3° e o 5° dia de vida. É fundamental ter atenção a esse prazo.
O teste é feito no pezinho por ser uma região bastante irrigada do corpo, o que facilita o acesso ao
sangue para a coleta da amostra. Apesar de muitos bebês chorarem durante o exame, a picadinha no
calcanhar é muito importante para dar as melhores condições de desenvolvimento para as crianças
brasileiras.
Esse não é um exame que traz riscos ao bebê. Muito pelo contrário, é rápido, pouco invasivo e até
bem menos incômodo do que a coleta com seringa em uma veia no bracinho.
Teste do olhinho
É um exame simples, rápido e indolor, que consiste na identificação de um reflexo vermelho, que
aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. O fenômeno é semelhante ao observado nas
fotografias.
O “Teste do Olhinho” pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como
catarata, glaucoma congênito e outros problemas - cuja identificação precoce pode possibilitar o
tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão.
O exame é realizado nas maternidades públicas até a alta do recém-nascido. A recomendação é que
o Teste do Olhinho seja feito pelo pediatra logo que o bebê nasce. Se isto não ocorrer, o exame deve ser
feito logo na primeira consulta de acompanhamento.
Depois disto, continua sendo importante, nas consultas regulares de avaliação da criança, com a
periodicidade definida pelo médico. Se o pediatra encontrar algum problema, vai encaminhar a criança
para avaliação do oftalmologista.
Teste da orelhinha
Entre os procedimentos realizados ainda na maternidade, logo após o nascimento do bebê, está a
triagem neonatal auditiva ou o teste da orelhinha.
O exame é feito, geralmente, no segundo ou terceiro dia de vida do bebê e identifica problemas
auditivos no recém-nascido. Desde 2010 é determinado por lei que nenhuma criança saia da maternidade
sem ter feito o teste, que é gratuito. As crianças nascidas fora do ambiente hospitalar devem fazê-lo antes
de completarem 3 meses de vida.
O Teste da Orelhinha é realizado com o bebê dormindo, em sono natural, é indolor e não machuca,
não precisa de picadas ou sangue do bebê, não tem contraindicações e dura em torno de 10 minutos.
Teste do coraçãozinho
Todo bebê tem direito de realizar o teste de coraçãozinho ainda na maternidade, entre 24h a 48h após
o nascimento. O teste é simples, gratuito e indolor.
Consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do recém-nascido com o auxílio
de um oxímetro - espécie de pulseirinha - no pulso e no pé do bebê. Caso algum problema seja detectado,
o bebê é encaminhado para fazer um ecocardiograma. Se alterado, é encaminhado para um centro de
referência em cardiopatia para tratamento.
77
http://saude.gov.br/saude-de-a-z/crianca
Método Canguru
Caso o bebê nasça prematuro e/ou com baixo peso (menor que 2.500gr), e precise ficar internado, o
SUS disponibiliza uma atenção humanizada não só ao recém-nascido, mas a toda sua família, para que
possam participar dos cuidados com a criança e passar por esse período de forma mais tranquila e
confiante.
O Método Canguru - Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso - é uma estratégia que
busca reverter esta realidade.
A iniciativa, que integra a Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso, busca melhorar a
qualidade da atenção prestada à gestante, ao recém-nascido e sua família, promovendo, a partir de uma
abordagem humanizada e segura, o contato pele a pele (posição canguru) precoce entre a mãe/pai e o
bebê, de forma gradual e progressiva, favorecendo vínculo afetivo, estabilidade térmica, estímulo à
amamentação e o desenvolvimento do bebê.
O Método Canguru é, portanto, uma tecnologia de saúde que vem mudando o paradigma da
assistência neonatal no Brasil, pois amplia os cuidados prestados ao bebê para além de suas
necessidades biológicas na perspectiva da clínica ampliada.
Essa abrangência deriva da compreensão de que o sucesso do tratamento de um recém-nascido
internado em UTI Neonatal não é determinado apenas pela sua sobrevivência e alta hospitalar, mas que
para cada bebê deve ser construído um projeto de cuidado singular envolvendo pais, irmãos, avós e redes
de apoio familiar e social.
Caderneta da Criança
Toda criança nascida em maternidades pública ou privada no Brasil tem direito a receber gratuitamente
a Caderneta de Saúde da Criança que deve ser devidamente preenchida e orientada pelo profissional por
ocasião da alta hospitalar. A Caderneta é um documento importante para acompanhar a saúde,
crescimento e desenvolvimento da criança do nascimento até os 9 anos de idade.
A primeira parte da caderneta é mais direcionada a família/quem cuida da criança. Contém
informações e orientações sobre saúde, direitos da criança e dos pais, registro de nascimento,
amamentação e alimentação saudável, vacinação, crescimento e desenvolvimento, sinais de perigo de
doenças graves, prevenção de violências e acidentes, entre outros.
A segunda parte da Caderneta é destinada aos profissionais de saúde, com espaço para registro de
informações importantes relacionadas à saúde da criança. Contém, também, os gráficos de crescimento,
instrumentos de vigilância do desenvolvimento e tabelas para registro de vacinas aplicadas.
As Cadernetas de Saúde da Criança são distribuídas pelo Ministério da Saúde diretamente para as
Secretaria de Saúde Estaduais, de capitais e do Distrito Federal, que distribui para as maternidades
públicas ou privadas.
Critérios de reanimação
Cada hospital deve desenvolver um protocolo com seu comitê de ética para determinar os critérios de
reanimação, ou não, na sala de parto em casos específicos, de acordo com a região e a disponibilidade
de recursos. Os critérios estabelecidos propostos no Manual de Reanimação Neonatal, de 2016, são os
seguintes:
• Não reanimar nos seguintes casos:
- Idade gestacional < 23 semanas e peso < 400g;
- Anencefalia;
- Anormalidades cromossômicas incompatíveis com a vida, como trissomias do 13 e 18;
• Suspender a reanimação se o recém-nascido não apresentar frequência cardíaca e esforço
respiratório após 10 minutos de reanimação contínua e adequada.
78
TAMEZ, R. N. Enfermagem na UTI Neonatal. Guanabara Koogan, 2017.
Intubação endotraqueal
A decisão de proceder à intubação endotraqueal depende do neonatologista ou pediatra encarregado
da reanimação.
Alguns profissionais procedem à intubação endotraqueal em todos os pacientes com < 1.000g, < 28
semanas de gestação, e nos apneicos que não respondam às primeiras manobras de reanimação. O
colorímetro ou analisador de CO2 devem ser utilizados para confirmação da intubação. Inicie com pressão
de 20cmH2O.
Índice de Apgar
O índice de Apgar é um parâmetro utilizado para avaliação do recém-nascido na sala de parto e não
deve ser utilizado como meio de avaliar a necessidade de reanimação. Sua aplicação permite que se
avalie a resposta do paciente às manobras realizadas e a eficácia das manobras. Quando necessária, a
reanimação deve ser iniciada imediatamente, mesmo antes de ter sido completado o primeiro minuto do
índice de Apgar.
A observação é feita no 1°, 5° e 10° minutos após o nascimento. Seguindo os critérios estabelecidos
por esse índice, atribuem-se escores de 0 a 2, de acordo com a observação feita do recém-nascido. Se
o escore for < 7 no 5° minuto, recomenda-se realizar o escore a cada 5 min até se completarem os 20
minutos de vida.
Incubadora especializada
Uma incubadora especial (Giraffe®) já é utilizada em alguns países e tem o potencial de ser
transformada em berço de calor radiante e incubadora de parede dupla.
O shuttle apresenta uma torre com um sistema portátil de bateria que se acopla à incubadora, bem
como um local para serem conectados o monitor cardíaco, o oxímetro de pulso e o ventilador manual.
Tem saída de oxigênio e ar comprimido conectados ao blender e local para armazenagem dos cilindros
de oxigênio e ar comprimido. Esse sistema permite o funcionamento de todo o equipamento necessário
para atendimento na sala de parto e transporte para a UTI neonatal.
A incubadora, que tem balança embutida, é colocada com todo o material necessário para o
atendimento (p. ex., a botinha, o colchão quimicamente aquecido e o plástico de polietileno transparente)
na sala de parto.
Ao nascer, o prematuro < 32 semanas de gestação é recebido nessa incubadora, pesado, reanimado
e, se necessário, intubado. Com essa incubadora, reduz-se a manipulação do prematuro, promovendo a
ele estabilidade fisiológica, redução do estresse e manutenção da temperatura.
Quando o prematuro chega à UTI neonatal, são realizados os procedimentos iniciais, como colocação
de cateteres umbilicais, coleta de sangue, radiografia, avaliação inicial e abaixamento do topo do berço,
que é então transformado em incubadora, na qual o prematuro permanecerá nos primeiros 7 dias de vida.
Etiologia
Conhecer os fatores que podem levar a parada cardiorrespiratória no recém-nascido facilita a
antecipação de sua ocorrência. Entre esses fatores, destacam-se:
- Respiratórios: pneumonia, aspiração, hipertensão pulmonar, apneia persistente, hemorragia
pulmonar, síndrome de angústia respiratória, pneumotórax;
- Sistema nervoso central: convulsões, hidrocefalia, hemorragias intracranianas, meningite;
- Cardiovasculares: choque cardiogênico, insuficiência cardíaca congestiva, cardiopatias congênitas,
arritmias cardíacas graves, choque hipovolêmico, desidratação;
- Metabólicos: distúrbios hidreletrolíticos e metabólicos;
- Iatrogenia: administração intravenosa rápida de soluções de cálcio ou potássio;
- Choque séptico.
Diagnóstico
É importante saber avaliar os sinais precoces de falência cardiocirculatória e respiratória, intervindo
mesmo antes que evolua para uma parada cardiorrespiratória. A parada cardiorrespiratória pode ser
diagnosticada clinicamente por meio dos seguintes sinais:
- Ausência de pulso nas grandes artérias;
- Ausência de movimentos respiratórios (apneia) e/ou respiração periódica;
- Cianose e/ou palidez periférica;
- Dilatação das pupilas (normalmente após 45 segundos da cessação do fluxo sanguíneo cerebral,
com midríase completa após 1 minuto e 45 segundos);
- Diminuição da perfusão periférica;
- No paciente com monitoramento cardíaco, podem ser observadas assistolia, bradicardia ou arritmias
como fibrilação ventricular.
Material
O material necessário para o atendimento de parada cardiorrespiratória deve estar sempre em ordem,
completo e testado para ser utilizado na UTI neonatal. A utilização de um carro de emergência que
centralize todo o material para o procedimento agiliza o atendimento, tornando-o mais eficiente.
Procedimentos
Os procedimentos recomendados para o atendimento de parada cardiorrespiratória visam promover e
manter a oxigenação e a circulação do sangue. O atendimento cardiorrespiratório inclui identificação da
parada cardiorrespiratória, oxigenação, circulação (cardiovascular) e medicamentos utilizados. Após
estabilização dos parâmetros cardiorrespiratórios, o monitoramento cardiorrespiratório contínuo do
paciente é importante e deve incluir:
- Manutenção do neonato em berço ou incubadora aquecidos (ambiente térmico neutro) para prevenir
instabilidade térmica;
- Monitoramento contínuo dos sinais vitais e saturação de oxigenação;
- Equilíbrio hidroeletrolítico;
- Controle da diurese (monitoramento das funções renais);
- Avaliação neurológica (atividades, níveis de consciência, tônus musculares, convulsões);
- Manutenção de aporte calórico e de glicose (controle da glicemia);
- Monitoramento dos sinais de insuficiência cardíaca congestiva, bem como arritmias cardíacas.
O aleitamento materno é uma das prioridades do Governo Federal. O Ministério da Saúde recomenda
a amamentação até os dois anos de idade ou mais, e que nos primeiros 6 meses o bebê receba somente
leite materno (aleitamento materno exclusivo), ou seja, sem necessidade de sucos, chás, água e outros
alimentos.
Quanto mais tempo o bebê mamar no peito da mãe, melhor para ele e para a mãe. Depois dos 6
meses, a amamentação deve ser complementada com outros alimentos saudáveis e de hábitos da família,
mas não deve parar.
Importante: amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação
profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se
defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional.
Com alguns cuidados, a amamentação não machuca o peito. A melhor posição para amamentar é
aquela em que a mãe e o bebê sintam-se confortáveis.
A amamentação deve ser prazerosa tanto para a mãe como para o bebê. O bebê deve estar virado
para a mãe, bem junto de seu corpo, bem apoiado e com os braços livres. A cabeça do bebê deve ficar
de frente para o peito e o nariz bem na frente do mamilo. Só coloque o bebê para sugar quando ele abrir
bem a boca.
Quando o bebê pega bem o peito, o queixo encosta na mama, os lábios ficam virados para fora, o
nariz fica livre e aparece mais aréola (parte escura em volta do mamilo) na parte de cima da boca do que
na de baixo. Cada bebê tem seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado.
Caso a mulher ou família tenha dificuldades na amamentação é importante procurar ajuda de um
profissional de saúde e/ou Unidade de Saúde do SUS mais próxima.
Os bebês não têm horário para mamar. Eles costumam mamar muitas vezes, de dia e de noite,
principalmente nos primeiros meses. Nem todo choro do bebê é fome. Ele pode chorar porque está com
frio ou calor, sentindo algum desconforto, fraldas sujas ou precisando de aconchego.
É comum o bebê engolir ar enquanto mama. Por isso, quando ele terminar de mamar, é importante
segurá-lo junto ao colo, em posição vertical, para que ele não tenha desconforto.
O leite materno tem o sabor e o cheiro dos alimentos que a mãe come. Por isto, a criança que mama
no peito aceita melhor os alimentos que serão introduzidos após os 6 meses.
É muito importante que o bebê esvazie bem a mama, porque o leite do fim da mamada tem mais
gordura e, por isso, mata a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso.
A cor do leite pode variar, mas ele nunca é fraco. O leite materno é sempre adequado para o
desenvolvimento do bebê. Nos primeiros dias, a produção de leite é pequena e este leite chamado de
colostro tem alto valor nutritivo e é suficiente para atender às necessidades do bebê.
79
http://saude.gov.br/saude-de-a-z/crianca
Processo do desmame81
O homem é o único mamífero em que o desmame (aqui definido como a cessação do aleitamento
materno) não é determinado somente por fatores genéticos e pelo instinto. A amamentação na espécie
humana é fortemente influenciada por múltiplos fatores de ordem social, cultural, econômica, étnica e
comportamental.
80
O aleitamento materno não exclui a necessidade de cumprimento do calendário de vacinação da criança.
81
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
Entre os sinais indicativos de que a criança está madura para o desmame, constam:
• Idade maior que um ano;
• Menos interesse nas mamadas;
• Aceita variedade de outros alimentos;
• É segura na sua relação com a mãe;
• Aceita outras formas de consolo;
• Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais;
• Às vezes dorme sem mamar no peito;
• Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar;
• Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe em vez de mamar.
O desmame natural proporciona transição mais tranquila, menos estressante para a mãe e a criança,
preenche as necessidades da criança (fisiológicas, imunológicas e psicológicas) até ela estar madura
para tal e, teoricamente, fortalece a relação mãe-filho.
O desmame abrupto deve ser desencorajado, pois, se a criança não está pronta, ela pode se sentir
rejeitada pela mãe, gerando insegurança e, muitas vezes, rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode
precipitar ingurgitamento mamário, estase do leite e mastite, além de tristeza ou depressão, e luto pela
perda da amamentação ou por mudanças hormonais.
É importante que a mãe não confunda auto desmame natural com a chamada “greve de amamentação”
do bebê. Essa ocorre principalmente em crianças menores de um ano, é de início súbito e inesperado, a
criança parece insatisfeita e em geral é possível identificar uma causa: doença, dentição, diminuição do
volume ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa condição usualmente não
dura mais que 2-4 dias.
A mulher, com frequência, sente-se pressionada a desmamar, muitas vezes contra a sua vontade e
sem ela e o bebê estarem prontos para tal. Existem vários mitos relacionados à amamentação dita
“prolongada”, tais como as crenças de que aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a
criança sob o ponto de vista psicológico; que uma criança jamais desmama por si própria; que a
amamentação prolongada é um sinal de problema sexual ou necessidade materna e não da criança; e
que a criança que mama fica muito dependente.
Algumas mães, de fato, desmamam para promover a independência da criança. No entanto, é
importante lembrar que o desmame provavelmente não vai mudar a personalidade da criança. Além disso,
o desmame forçado pode gerar insegurança na criança, o que dificulta o processo de independização.
Muitas vezes a amamentação é interrompida apesar do desejo da mãe em mantê-la. As razões mais
frequentes alegadas para a interrupção precoce são: leite insuficiente, rejeição do seio pela criança,
trabalho da mãe fora do lar, “leite fraco”, hospitalização da criança e problemas nas mamas. Muitos
desses problemas podem ser evitados ou manejados.
Quando o profissional de saúde se depara com a situação de a mulher querer ou ter que desmamar
antes de a criança estar pronta, é importante, em primeiro lugar, que ele respeite o desejo da mãe e a
apoie nesse processo.
A técnica utilizada para fazer a criança desmamar varia de acordo com a idade. Se a criança for maior,
o desmame pode ser planejado com ela. Pode-se propor uma data, oferecer uma recompensa e até
mesmo uma festa. A mãe pode começar não oferecendo o seio, mas também não recusando. Pode
também encurtar as mamadas e adiá-las.
Mamadas podem ser suprimidas distraindo a criança com brincadeiras, chamando amiguinhos,
entretendo a criança com algo que lhe prenda a atenção. A participação do pai no processo, sempre que
possível, é importante. A mãe pode também evitar certas atitudes que estimulam a criança a mamar,
como não sentar na poltrona em que costuma amamentar.
Algumas vezes, o desmame forçado gera tanta ansiedade na mãe e no bebê que é preferível adiar um
pouco mais o processo, se possível. A mãe pode, também, optar por restringir as mamadas a certos
horários e locais.
As mulheres devem estar preparadas para as mudanças físicas e emocionais que o desmame pode
desencadear, tais como: mudança de tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos diversos
como alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e luto pela perda da amamentação ou por mudanças
hormonais.
Concluindo, cabe a cada dupla mãe/bebê e sua família a decisão de manter a amamentação, até que
a criança a abandone espontaneamente, ou interrompê-la em um determinado momento.
Muitos são os fatores envolvidos nessa decisão: circunstanciais, sociais, econômicos e culturais. Cabe
ao profissional de saúde ouvir a mãe e ajudá-la a tomar uma decisão, pesando os prós e os contras. A
decisão da mãe deve ser respeitada e apoiada.
Passo 1: “Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro
alimento”.
Dica ao profissional e à equipe: Rever se as orientações sobre aleitamento materno exclusivo são
fornecidas desde o acompanhamento pré-natal até a época da alimentação complementar.
Passo 2: “A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o
leite materno até os dois anos de idade ou mais”.
Dica ao profissional e à equipe: Antes de dar a orientação deste passo, perguntar à mãe ou ao cuidador
como ela (ele) imagina ser a alimentação correta da criança e, a seguir, convidem-na(o) a complementar
seus conhecimentos, de forma elogiosa e incentivadora.
Passo 3: “Após seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas,
frutas, legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver
desmamada”.
Dica ao profissional e à equipe: Sugerir receitas de papas, tentando dar a ideia de proporcionalidade,
de forma prática e com linguagem simples.
Passo 4: “A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da
família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança”.
Dica ao profissional e à equipe: Uma visita domiciliar pode ser uma estratégia interessante para
aumentar o vínculo e orientar toda a família sobre alimentação saudável.
Passo 5: “A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher;
começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar
à alimentação da família”.
Dica ao profissional e à equipe: Organizar, em parceria com a comunidade, oficinas de preparação de
alimentos seguros e/ou cozinhas comunitárias. Convidar famílias com crianças sob risco nutricional.
Passo 6: “Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação
colorida”.
Dica ao profissional e à equipe: Conversar sobre a estimulação dos sentidos, enfocando que a
alimentação deve ser um momento de troca afetuosa entre a criança e sua família.
Passo 7: “Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições”.
Dica ao profissional e à equipe: Pedir à mãe que faça uma lista das hortaliças mais utilizadas. Depois,
aumentar essa lista acrescentando outras opções não lembradas, destacando alimentos regionais e
típicos da estação.
Observação importante: para evitar o consumo de açúcar de cana por seus bebês, muitas mães
acabam optando por escolhas tidas como mais saudáveis para adoçar os sucos ou chás. O mel, que
muitas vezes é utilizado por suas propriedades expectorantes, torna-se para as mães uma alternativa
mais saudável. Porém, o mel é altamente contraindicado para crianças até 12 meses de vida. O mel é
uma fonte potencial de transmissão do botulismo, que é causado por uma bactéria chamada Clostridium
botulinum, risco que existe principalmente devido à deficiência de fiscalização nas propriedades
produtoras do mel in natura. Por isso, oriente os pais e responsáveis a não oferecer o mel de abelha para
crianças até 1 ano de idade.
Na maioria das vezes, os casos estão ligados às doenças respiratórias causadas por vírus. No entanto,
vários outros problemas típicos da infância lotam os consultórios e ambulatórios pediátricos.
Amigdalite
É a infecção das amígdalas causada por bactérias ou vírus. Formadas por tecido esponjoso, estas
estruturas estão localizadas nos dois lados da garganta. Seu papel é produzir anticorpos para impedir
que infecções da garganta, boca e seios da face se espalhem para o corpo.
Sintomas: dor, febre, inchaço ao lado do pescoço e da mandíbula, dificuldade para engolir, calafrios,
dor de cabeça e muscular, mau hálito.
Tratamento: o problema causado por bactérias é tratado com antibióticos. Se for vírus, os remédios
indicados irão apenas controlar os sintomas.
Prevenção: evitar aglomerações e contato com pessoas doentes.
Otite
Infecção do ouvido provocada por bactérias ou vírus, geralmente precedida pela gripe. É mais comum
entre os 6 e 11 meses.
Sintomas: febre, irritabilidade, choro intenso e contínuo, secreção nasal e falta de apetite. Pode haver
diarreia e vômitos.
Tratamento: o médico prescreve analgésicos e antitérmicos. Em alguns casos, antibióticos e até
lavagem interna do ouvido também.
Prevenção: manter a amamentação exclusiva até os seis meses, pois os casos aumentam em
crianças desmamadas precocemente. Evite também alimentar a criança deitada. Em vez de descer pelo
esôfago, o leite pode ficar parado na garganta e chegar ao ouvido médio. Como a anatomia do ouvido do
bebê ainda é imatura, isso pode levar a crises repetidas.
Laringite
É a inflamação da laringe, onde ficam as cordas vocais. Mas também sinalizar bronquite, pneumonia
e outras infecções respiratórias. Se não for tratada corretamente, pode evoluir para infecções sérias ou
causar problemas de voz.
Sintomas: normalmente não causa dor intensa, mas a criança pode ter dificuldade para engolir
alimentos, febre, tosse seca e rouquidão, sendo que a voz muitas vezes some completamente.
Tratamento: geralmente, são prescritos alguns tipos de corticoides.
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http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/doencasinfantis.htm
83
https://www.portalsaofrancisco.com.br/saude
Catapora ou Varicela
A catapora (ou varicela) é uma doença muito contagiosa causada por um vírus chamado Varicela
Zoster. Essa doença é uma das mais comuns na infância, principalmente porque só se pega catapora
uma vez.
A principal característica desta doença é deixar o corpo coberto de pintinhas vermelhas, essas
pintinhas começam no tronco da criança, espalhando-se rapidamente para o rosto, braços e pernas
podendo se espalhar para dentro da boca, do nariz, das orelhas e de outros orifícios do corpo da criança.
Depois de um tempo as pintinhas vermelhas se transformam em pequenas bolhas de água que,
quando começam a cicatrizar de 4 a 5 dias, formam ‘casquinhas’ e caem. Quando estas pequenas feridas
são coçadas infeccionam e deixam na pele cicatrizes permanentes, isto é, não somem jamais. Além disso,
a criança tem febre alta, bastante coceira na pele, cansaço, cefaleia e perda de apetite.
Uma criança pode pegar catapora se estiver no mesmo local que outra criança infectada. Isso é porque
o vírus está presente na saliva. Quando a criança infectada tosse e espirra joga no ar minúsculas bolhas
de saliva da nossa boca.
Quando uma criança saudável inspira, o ar vem contaminado para dentro do corpo e, então, se contrai
a doença. Pode-se contrair a doença através do contato direto com a criança infectada, geralmente
através da secreção das bolhas. Uma criança com catapora pode espalhar a doença para outras 1 a 2
dias antes do surgimento da erupção, ou até que todas as bolhas tenham secado, possivelmente depois
de 10 dias.
Não existe um remédio específico para tratar a catapora. O que se deve fazer é repousar, ingerir
bastante líquido e principalmente, evitar coçar as feridas para não infeccionar.
A recuperação dura de 7 a 10 dias. A catapora pode ser prevenida com a vacina ‘Varicela’.
Caxumba
A caxumba também chamada de papeira ou parotidite é uma infecção viral (Vírus da família
Paramyxoviridae, gênero paramyxovirus) das glândulas salivares (geralmente a parótida), sublinguais ou
submandibulares, todas próximas aos ouvidos.
Os sintomas costumam surgir de 12 a 25 dias após o contágio. As glândulas ficam inchadas, podendo-
se perceber pelo pescoço logo abaixo da orelha, e doloridas. Também causa dor de cabeça, dores
musculares, fraqueza, febre, calafrios e dor ao mastigar ou engolir.
Nos casos masculinos pode ocorrer orquite, isto é inflamação do testículo e em casos femininos, a
ooforite, isto é, inflamação dos ovários. Em alguns casos podem ocorrer meningite, as sequelas podem
ser diminuição da capacidade auditiva e esterilidade.
A caxumba é transmitida através do contato direto com secreções (saliva ou espirro) da pessoa
infectada.
O indivíduo infectado não deve exercer atividades escolares e nem trabalhar pelo período de 09 dias
após o início da doença. Ocorre usualmente sob a forma de surtos, que acometem mais as crianças
sendo mais severa nos adultos, é uma doença que ocorre mais no período do inverno e primavera.
A caxumba não tem tratamento, o próprio organismo se encarrega de resolver a infecção. O tratamento
é para aliviar os sintomas com o uso de analgésicos e repouso.
A prevenção para não pegar caxumba é a vacina ‘tríplice viral’, que deve ser administrada aos 15
meses de idade.
Coqueluche
A coqueluche é uma doença infectocontagiosa que ataca o aparelho respiratório. É uma doença
bacteriana causada pela bactéria Bordetella pertussis.
A doença inicia-se com leves sintomas que surgem de 07 a 14 dias após o contágio. Estes sintomas
podem confundir-se com uma gripe são: febre baixa, coriza, mal-estar e uma tosse seca. Com o passar
do tempo a tosse vai ficando mais intensa e repetitiva seguida de período de calma.
Quando a tosse está muito intensa o doente chega a sentir falta de ar, ficando com o rosto vermelho
e até mesmo azulado. A tosse é seguida por um som de guincho específico e vômitos. Isto dura cerca de
duas semanas até ir diminuindo gradativamente.
A doença é transmitida por contato direto com secreção de indivíduo doente como gotas de saliva
lançadas ao ar ou por objetos contaminados.
É uma doença que tem risco para criança abaixo de 06 meses de vida pois podem apresentar
complicações tais como: convulsões, alterações neurológicas, desidratação e etc.
Meningite
A meningite é uma inflamação das membranas que recobrem e protegem o sistema nervoso central
localizado no cérebro que recebem o nome de ‘meninges’.
A meningite é uma doença que tanto pode ser causada tanto por vírus quanto por bactéria, sendo esta
a mais comum. A meningite meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis ou Neisseria
intracellularis. O meningococo é uma bactéria do tipo diplococo que só causa a doença no ser humano e
felizmente não sobrevive muito na atmosfera.
O período de incubação da meningite é de 2 a 10 dias e evolui em 3 etapas tais como: nasofaríngea,
septicêmica e meningítica. A criança com meningite tem febre, rigidez na nuca, fortes dores de cabeça,
vômito, mal-estar, calafrios, dores musculares, confusão mental e etc. Estes sintomas variam de acordo
com a fase da doença.
A transmissão é feita pelo contato direto com a criança infectada através das secreções expelidas no
ar ou de pequenas gotas de saliva lançadas no ato de falar, tossir ou espirrar.
A meningite dura cerca de vinte dias e pode deixar sequelas.
A forma de prevenção da meningite é através da vacina ‘anti HIB’ e evitar estar com crianças pequenas
em lugares que tenham aglomerações de pessoas e ambientes abafados, evitar fazer visitas a hospitais.
Rubéola
A rubéola, sarampo alemão ou sarampo de três dias é uma doença causada por vírus (gênero
Rubivirus da família Togaviridae).
É transmitida através do contato direto através de minúsculas gotas de saliva liberadas no ar ao tossir,
espirrar ou falar, ou através da mãe para o feto através da circulação comum. Apresenta este nome pelo
aspecto avermelhado ou rubro do paciente. É uma das poucas infecções virais que podem causar
anormalidade fetais, no caso de a gestante ter contato com a doença.
O paciente deve ficar isolado durante uns 10 dias após o aparecimento da erupção, visto que é uma
doença contagiosa.
O período de incubação é de 14 a 21 dias e logo após começam os sintomas tais como: febre alta,
cefaleia, mal-estar, dor de garganta, aumento das glândulas perto do pescoço e ouvidos e pintinhas
vermelhas na pele. A rubéola dura cerca de uma semana.
Existe a chamada rubéola congênita, ou seja, transmitida da mãe para o feto pela circulação
sanguínea, é a forma mais grave da doença porque pode provocar malformações congênitas como surdez
e problemas visuais na criança. Também pode levar a parto de natimortos.
Para a rubéola não tem tratamento. O médico pode apenas aliviar alguns sintomas como a febre e a
cefaleia com medicamentos específicos. E, também é aconselhado que o paciente faça repouso.
A rubéola é prevenida com a vacina Tríplice viral sendo eficiente em quase 100% dos casos e deve
ser administrada em crianças aos 15 meses de vida. Mulheres que não tiveram a doença devem ser
vacinadas antes de engravidar.
Sarampo
O sarampo é uma Infecção viral (gênero Morbilivírus, família Paramyxoviridae) facilmente transmitida
de pessoa para pessoa, e, também é extremamente contagioso sendo muito comum na infância.
É uma doença parecida com a catapora, pois também faz surgir bolinhas vermelhas pelo corpo e
coceira. No início a criança tem febre, tosse, olhos inchados e irritados em lugares muito iluminados,
podendo surgir pequenas ínguas no pescoço.
Com o passar das 24 horas os sintomas vão piorando com o desânimo e surgem diversas pintinhas
vermelhas pela pele da cabeça para os pés. Estas pintinhas ficam por um período de cinco a seis dias
onde a criança passa para a fase de convalescença onde as manchas tornam-se escuras e começam a
descamar.
Esta doença deve ser tratada com muito cuidado e com acompanhamento médico, pois podem surgir
complicações tais como: pneumonias, encefalites, otites, diarreias e etc.
A principal medida de prevenção do sarampo é a Vacinação. Deve ser aplicada uma dose da vacina
anti-sarampo a partir dos nove meses, dose adicional a partir dos 12 meses, juntamente com o reforço
da tríplice bacteriana (DTP) e da Sabin ou com a tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba - MMR).
A diarreia pode ser definida pela ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas
últimas 24 horas. A diminuição da consistência habitual das fezes é um dos parâmetros mais
considerados. Na diarreia aguda ocorre desequilíbrio entre a absorção e a secreção de líquidos e
eletrólitos e é um quadro autolimitado.
De acordo com a OMS, a doença diarreica pode ser classificada em três categorias:
1. Diarreia aguda aquosa: diarreia que pode durar até 14 dias e determina perda de grande volume
de fluidos e pode causar desidratação. Pode ser causada por bactérias e vírus, na maioria dos casos. A
desnutrição eventualmente pode ocorrer se a alimentação não é fornecida de forma adequada e se
episódios sucessivos acontecem;
2. Diarreia aguda com sangue (disenteria): é caracterizada pela presença de sangue nas fezes.
Representa lesão na mucosa intestinal. Pode associar-se com infecção sistêmica e outras complicações,
incluindo desidratação. Bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras de disenteria;
3. Diarreia persistente: quando a diarreia aguda se estende por 14 dias ou mais. Pode provocar
desnutrição e desidratação. Pacientes que evoluem para diarreia persistente constituem um grupo com
alto risco de complicações e elevada letalidade.
Os seguintes agentes infecciosos são os que causam a maior parte dos quadros da diarreia aguda:
- Vírus: rotavírus, coronavírus, adenovírus, calicivírus (em especial o norovírus) e astrovírus;
- Bactérias: E. coli enteropatogênica clássica, E. coli enterotoxigenica, E. coli enterohemorrágica, E.
coli enteroinvasiva, E. coli enteroagregativa, Aeromonas, Pleisiomonas, Salmonella, Shigella,
Campylobacter jejuni, Vibrio cholerae, Yersinia;
- Parasitos: Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Cryptosporidium, Isosopora;
- Fungos: Candida albicans.
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https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/03/Guia-Pratico-Diarreia-Aguda.pdf
1 – Para avaliar o enchimento capilar, a mão da criança deve ser mantida fechada e comprimida por 15 segundos. Abrir a mão da criança e observar o tempo
no qual a coloração da palma da mão volta ao normal. A avaliação da perfusão periférica é muito importante, principalmente em desnutridos nos quais a avaliação
dos outros sinais de desidratação é muito difícil.
* Ou KCl 19,1% - 1mL para cada 100mL.
Tratamento
Após ser estabelecido o diagnóstico, conforme as definições apresentadas acima, e realizado exame
físico completo com definição do estado de hidratação, deve ser seguido o esquema clássico de
tratamento, distribuído em três categorias segundo a presença ou não de desidratação.
Se o paciente está com diarreia e está hidratado deverá ser tratado com o Plano A. Se está com
diarreia e tem algum grau de desidratação, deve ser tratado com o Plano B. Se tem diarreia e está com
desidratação grave, deve ser tratado com o Plano C. É fundamental para o tratamento adequado a
reavaliação pediátrica contínua.
2. Plano B: administrar o soro de reidratação oral sob supervisão médica (reparação das perdas
vinculadas à desidratação). Manter o aleitamento materno e suspender os outros alimentos (jejum apenas
durante o período da terapia de reparação por via oral). Após o término desta fase, retomar os
procedimentos do Plano A.
De acordo com a OMS é importante que a alimentação seja reiniciada no serviço de saúde para que
as mães sejam orientadas quanto à importância da manutenção da alimentação.
A primeira regra nesta fase é administrar a solução de terapia de reidratação oral (SRO), entre 50 a
100mL/Kg, durante 2 a 4 horas. A SRO deve ser oferecida de forma frequente, em quantidades pequenas
com colher ou copo, após cada evacuação. A mamadeira não deve ser utilizada.
O plano B deve ser realizado na unidade de saúde. Os pacientes deverão permanecer na unidade de
saúde até a reidratação completa e reinício da alimentação.
3. Plano C: corrigir a desidratação grave com terapia de reidratação por via parenteral (reparação ou
expansão). Em geral, o paciente deve ser mantido no serviço de saúde, em hidratação parenteral de
manutenção, até que tenha condições de se alimentar e receber líquidos por via oral na quantidade
adequada. As indicações para reidratação venosa são: desidratação grave, contraindicação de hidratação
oral (íleo paralítico, abdômen agudo, alteração do estado de consciência ou convulsões), choque
hipovolêmico.
O plano C contempla duas fases para todas as faixas etárias: a fase rápida e a fase de manutenção e
reposição.
A utilização dos soros de reidratação oral pode ser feita com dois objetivos:
a) Reposição de perdas para prevenir a desidratação no paciente com diarreia (Plano A);
b) Reversão da desidratação, ou fase de reparação, para o paciente com desidratação por diarreia
(Plano B).
Na prevenção da desidratação, deve-se optar por soros com menor concentração de sódio. Caso
sejam utilizados os sais de reidratação oral distribuídos pela rede pública de saúde do Brasil, com 90mmol
de sódio por litro, o paciente deve receber fluídos que não contenham sódio, para evitar a ocorrência de
ingestão excessiva de sódio. Nesta situação, devem ser oferecidos outros tipos de líquidos, inclusive
água. Não devem ser administrados refrigerantes ou sucos de frutas que apresentem elevada
osmolaridade.
Tradicionalmente, afirma-se que o lactente com menos de 12 meses deve receber 50mL da solução
para cada evacuação e os maiores de 1 ano, 100mL após cada evacuação. Na prática, deve ser oferecida
a quantidade de líquidos que a criança aceitar (Plano A). O tratamento deve ser realizado no domicílio. A
família deve ser orientada para retornar ao serviço de saúde caso apareçam manifestações clínicas
compatíveis com desidratação.
Para a reversão da desidratação com o emprego da TRO, deve ser utilizada a solução de reidratação
oral com 75 a 90mmol de sódio por litro. Exceto para os lactentes em aleitamento materno, o soro deve
ser oferecido sem outros alimentos. O volume de 50 a 100mL/kg de peso, dependendo da gravidade,
deve ser administrado em 4 a 6 horas. O paciente deve ser pesado antes de iniciar a TRO e, depois, a
cada 2 horas (Plano B).
Se o paciente apresentar reversão da desidratação, caracterizada pelo desaparecimento dos sinais
clínicos e ocorrência de diurese abundante, o paciente deverá ser realimentado e voltar ao Plano A.
Questões
02. (EBSERH - Enfermeiro - CESPE/2018) A respeito da assistência à criança sadia, julgue o item
que segue.
A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam que o aleitamento materno
seja exclusivo nos primeiros seis meses de vida do bebê e complementado até os dois anos de vida ou
mais.
( ) Certo
( ) Errado
03. (EBSERH - Enfermeiro - CESPE/2018) A respeito da assistência à criança sadia, julgue o item
que segue.
A proteção do leite materno contra infecção respiratória, assim como ocorre contra a diarreia, é maior
quando a amamentação é exclusiva nos primeiros seis meses de vida.
( ) Certo
( ) Errado
05. (Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico de Enfermagem - FCC/2018) Toda criança
nascida no Brasil tem direito a receber gratuitamente, ainda na maternidade, a Caderneta de Saúde da
Criança. Ela é um documento único para cada criança, importante para acompanhar sua saúde,
crescimento e desenvolvimento, do nascimento até os
(A) 5 anos de idade.
(B) 9 anos de idade.
(C) 7 anos de idade.
(D) 12 anos de idade.
(E) 10 anos de idade.
06. (UNIFESP - Enfermagem Geral - UNIFESP/2018) O leite humano apresenta composição variável
para se adaptar as necessidades do lactente. Em relação aos tipos de leite humano, leia as afirmativas
abaixo e assinale a alternativa correta:
(A) O colostro é a primeira secreção das glândulas mamárias e ocorre na primeira semana após o
parto.
(B) O leite precoce é produzido no final da primeira semana após parto e é considerado o elo entre o
colostro e o leite de transição.
(C) O leite de transição ocorre a partir da terceira semana após o parto
(D) 12 anos de idade.
(E) 10 anos de idade.
01.C / 02.Certo / 03.Certo / 04.C / 05.B / 06.A / 07.B / 08.E / / 09.A / 10.B
Comentários
01. Resposta: C
1. Plano A: tratamento no domicílio. É obrigatório aumentar a oferta de líquidos, incluindo o soro de
reidratação oral (reposição para prevenir a desidratação) e a manutenção da alimentação com alimentos
que não agravem a diarreia.
Deve-se dar mais líquidos do que o paciente ingere normalmente. Além do soro de hidratação oral,
são considerados líquidos adequados: sopa de frango com hortaliças e verduras, água de coco, água.
São inadequados: refrigerantes, líquidos açucarados, chás, sucos comercializados, café.
2. Plano B: administrar o soro de reidratação oral sob supervisão médica (reparação das perdas
vinculadas à desidratação). Manter o aleitamento materno e suspender os outros alimentos (jejum apenas
durante o período da terapia de reparação por via oral). Após o término desta fase, retomar os
procedimentos do Plano A.
De acordo com a OMS é importante que a alimentação seja reiniciada no serviço de saúde para que
as mães sejam orientadas quanto à importância da manutenção da alimentação.
A primeira regra nesta fase é administrar a solução de terapia de reidratação oral (SRO), entre 50 a
100mL/Kg, durante 2 a 4 horas. A SRO deve ser oferecida de forma frequente, em quantidades pequenas
com colher ou copo, após cada evacuação. A mamadeira não deve ser utilizada.
04. Resposta: C
27. Reflexo de Babinski: ao tocar ou acariciar do calcanhar e pelo arco do pé́ , os dedos sofrem
hiperextensão e dorsiflexão do dedão do pé́ , o que desaparece depois de 1 ano de idade.
05. Resposta: B
Toda criança nascida em maternidades pública ou privada no Brasil tem direito a receber gratuitamente
a Caderneta de Saúde da Criança que deve ser devidamente preenchida e orientada pelo profissional por
ocasião da alta hospitalar. A Caderneta é um documento importante para acompanhar a saúde,
crescimento e desenvolvimento da criança do nascimento até os 9 anos de idade.
06. Resposta: A
A cor do leite pode variar, mas ele nunca é fraco. O leite materno é sempre adequado para o
desenvolvimento do bebê. Nos primeiros dias, a produção de leite é pequena e este leite chamado de
colostro tem alto valor nutritivo e é suficiente para atender às necessidades do bebê.
07. Resposta: B
O teste do pezinho é uma das principais formas de diagnosticar seis doenças que, quanto mais cedo
forem identificadas, melhores são as chances de tratamento. São elas fenilcetonúria, hipotireoidismo
congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, deficiência de biotinidase e
hiperplasia adrenal congênita.
Importante: para realizar o teste do pezinho, a família deve levar o recém-nascido a uma unidade
básica de saúde entre o 3° e o 5° dia de vida. É fundamental ter atenção a esse prazo.
O teste é feito no pezinho por ser uma região bastante irrigada do corpo, o que facilita o acesso ao
sangue para a coleta da amostra. Apesar de muitos bebês chorarem durante o exame, a picadinha no
calcanhar é muito importante para dar as melhores condições de desenvolvimento para as crianças
brasileiras.
Esse não é um exame que traz riscos ao bebê. Muito pelo contrário, é rápido, pouco invasivo e até
bem menos incômodo do que a coleta com seringa em uma veia no bracinho.
85
O aleitamento materno não exclui a necessidade de cumprimento do calendário de vacinação da criança.
09. Resposta: A
Desobstrução das Vias Aéreas
• Envolver o RN com lençol ou campo esterilizado para iniciar a secagem das secreções e
aquecimento;
• Manter a criança em Trendelemburg - facilita desobstrução das vias aéreas;
• Remover mucosidades e sangue com gaze esterilizada da boca, nariz e olhos;
• Realizar aspiração de mucosidades da oro e nasofaringe e verificar se não há atresia de coanas.
10. Resposta: B
• A vitamina K é administrada em dose única por via intramuscular (1mg = 0,1ml), até 2 horas após o
nascimento.
O Sistema Único de Saúde deve estar orientado e capacitado para a atenção integral à saúde da
mulher, numa perspectiva que contemple a promoção da saúde, as necessidades de saúde da população
feminina, o controle de patologias mais prevalentes nesse grupo e a garantia do direito à saúde.
A Política de Atenção à Saúde da Mulher deverá atingir as mulheres em todos os ciclos de vida,
resguardadas as especificidades das diferentes faixas etárias e dos distintos grupos populacionais
(mulheres negras, indígenas, residentes em áreas urbanas e rurais, residentes em locais de difícil acesso,
em situação de risco, presidiárias, de orientação homossexual, com deficiência, dentre outras).
A elaboração, a execução e a avaliação das políticas de saúde da mulher deverão nortear-se pela
perspectiva de gênero, de raça e de etnia, e pela ampliação do enfoque, rompendo-se as fronteiras da
saúde sexual e da saúde reprodutiva, para alcançar todos os aspectos da saúde da mulher.
A gestão da Política de Atenção à Saúde deverá estabelecer uma dinâmica inclusiva, para atender às
demandas emergentes ou demandas antigas, em todos os níveis assistenciais.
As políticas de saúde da mulher deverão ser compreendidas em sua dimensão mais ampla,
objetivando a criação e ampliação das condições necessárias ao exercício dos direitos da mulher, seja
no âmbito do SUS, seja na atuação em parceria do setor Saúde com outros setores governamentais, com
destaque para a segurança, a justiça, trabalho, previdência social e educação.
A atenção integral à saúde da mulher refere-se ao conjunto de ações de promoção, proteção,
assistência e recuperação da saúde, executadas nos diferentes níveis de atenção à saúde (da básica à
alta complexidade).
O SUS deverá garantir o acesso das mulheres a todos os níveis de atenção à saúde, no contexto da
descentralização, hierarquização e integração das ações e serviços. Sendo responsabilidade dos três
níveis gestores, de acordo com as competências de cada um, garantir as condições para a execução da
Política de Atenção à Saúde da Mulher.
A atenção integral à saúde da mulher compreende o atendimento à mulher a partir de uma percepção
ampliada de seu contexto de vida, do momento em que apresenta determinada demanda, assim como
de sua singularidade e de suas condições enquanto sujeito capaz e responsável por suas escolhas.
A atenção integral à saúde da mulher implica, para os prestadores de serviço, no estabelecimento de
relações com pessoas singulares, seja por razões econômicas, culturais, religiosas, raciais, de diferentes
orientações sexuais, etc. O atendimento deverá nortear-se pelo respeito a todas as diferenças, sem
discriminação de qualquer espécie e sem imposição de valores e crenças pessoais. Esse enfoque deverá
ser incorporado aos processos de sensibilização e capacitação para humanização das práticas em saúde.
As práticas em saúde deverão nortear-se pelo princípio da humanização, aqui compreendido como
atitudes e comportamentos do profissional de saúde que contribuam para reforçar o caráter da atenção à
saúde como direito, que melhorem o grau de informação das mulheres em relação ao seu corpo e suas
condições de saúde, ampliando sua capacidade de fazer escolhas adequadas ao seu contexto e momento
86
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf
- Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a garantia
de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção,
assistência e recuperação da saúde em todo território brasileiro;
- Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por causas
evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais, sem discriminação de qualquer
espécie;
- Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde.
Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob o enfoque de gênero:
- Melhorar a informação sobre as mulheres portadoras de transtornos mentais no SUS;
- Qualificar a atenção à saúde mental das mulheres;
- Incluir o enfoque de gênero e de raça na atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais e
promover a integração com setores não-governamentais, fomentando sua participação nas definições da
política de atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais.
Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão, incluindo a promoção das
ações de prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids
nessa população:
- Ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde das presidiárias.
SAÚDE DA MULHER
Ginecologia e Obstetrícia
A ginecologia literalmente significa "a ciência da mulher", mas na medicina é a especialidade que trata
de doenças do sistema reprodutor feminino, útero, vagina e ovários. Quase todos ginecologistas atuais
são também obstetras.
A obstetrícia é o ramo da medicina que estuda a reprodução na mulher. Investiga a gestação, o parto
e o puerpério nos seus aspectos fisiológicos e patológicos. O obstetra é o médico especialista que cuida
do desenvolvimento do feto, além de prestar assistência à mulher nos períodos da gravidez e pós-parto
(puerpério).
No entanto, existem outros profissionais habilitados no cuidado ao ciclo gravídico puerperal do parto
normal: Enfermeiros Obstetras e Obstetriz.
Gravidez
Com a influência do movimento das mulheres, em 1983, foi formulado pelo Ministério da Saúde o
Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), que propõe fornecer uma assistência
integral clínico-ginecológica, com controle das doenças transmitidas sexualmente (DST), do câncer
cérvico-uterino (colo do útero) e mamário, a assistência para concepção e contracepção, uma melhor
assistência pré-natal, do parto e do puerpério, abordando os problemas desde a adolescência até a
terceira idade.
Para a Organização Mundial de saúde (OMS), humanizar o parto é adotar um conjunto de condutas e
procedimento que promovem o parto e o nascimento saudáveis, pois respeita o processo natural e evita
condutas desnecessárias ou de risco para mãe e feto.
A gestação normal tem duração aproximada de 280 dias ou 9 meses ou 40 semanas, podendo
variar de 38 a 42 semanas gestacionais, período em que ocorre todo o desenvolvimento
embrionário e fetal - que pode ser subdividido em três trimestres. Cada trimestre, por sua vez,
é formado por 12 a 14 semanas de gestação, durante as quais ocorre a estruturação do novo
ser, fundamental à sua condição humana.
Diagnosticando a Gravidez
Faz-se importante sabermos se a mulher tem vida sexual ativa e se há referência de amenorreia
(ausência de menstruação). A partir desses dados e de um exame clínico são identificados os sinais e
sintomas físicos e psicológicos característicos, que também podem ser identificados por exames
laboratoriais que comprovem a presença do hormônio gonadotrofina coriônica e/ou exames radiográficos
específicos, como a ecografia gestacional ou ultrassonografia.
Os sinais e sintomas da gestação dividem-se em três categorias que, quando positivas, confirmam o
diagnóstico. É importante lembrar que muitos sinais e sintomas presentes na gestação podem também
aparecer em outras circunstâncias.
Visando seu maior conhecimento, identificaremos a seguir os sinais e sintomas gestacionais mais
comuns e que auxiliam o diagnóstico:
- Sinais de Probabilidade - são os que indicam que existe uma provável gestação:
a) Aumento uterino - devido ao crescimento do feto, do útero e da placenta;
b) Mudança da coloração da região vulvar - tanto a vulva como o canal vaginal tornam-se bastante
vascularizados, o que altera sua coloração de rosa avermelhado para azul-escuro ou vinhosa;
c) Colo amolecido - devido ao aumento do aporte sanguíneo na região pélvica, o colo uterino torna-
se mais amolecido e embebido, assim como as paredes vaginais tornam-se mais espessas, enrugadas,
amolecidas e embebidas.
d) Testes de gravidez - inicialmente, o hormônio gonadotrofina coriônica é produzido durante a
implantação do ovo no endométrio; posteriormente, passa a ser produzido pela placenta. Esse hormônio
aparece na urina ou no sangue 10 a 12 dias após a fecundação, podendo ser identificado mediante exame
específico;
e) Sinal de rebote - é o movimento do feto contra os dedos do examinador, após ser empurrado para
cima, quando da realização de exame ginecológico (toque) ou abdominal;
f) Contrações de Braxton-Hicks - são contrações uterinas indolores, que começam no início da
gestação, tornando-se mais notáveis à medida que esta avança, sentidas pela mulher como um aperto
no abdome. Ao final da gestação, tornam-se mais fortes, podendo ser confundidas com as contrações do
parto.
Durante a evolução da gestação normal, verificamos grande número de sinais e sintomas que indicam
alterações fisiológicas e anatômicas da gravidez. Além dos já descritos, frequentemente encontrados no
primeiro trimestre gestacional, existem outros como o aumento da salivação (sialorreia) e sangramentos
gengivais, decorrentes do edema da mucosa gengival, em vista do aumento da vascularização.
Algumas gestantes apresentam essas alterações de forma mais intensa; outras, de forma mais leve -
o que pode estar associado às particularidades psicossocioculturais. Dentre estes casos, podemos
observar as perversões alimentares decorrentes de carência de minerais no organismo (ferro, vitaminas),
tais como o desejo de ingerir barro, gelo ou comidas extravagantes.
Para minimizar tais ocorrências, faz-se necessário acompanhar a evolução da gestação por meio do
pré-natal, identificando e analisando a sintomatologia apresentada, ouvindo a mulher e lhe repassando
- Diagnóstico
Outras causas de náuseas e vômitos intensos devem ser afastadas, como úlcera gástrica, cisto de
ovário torcido, prenhez ectópica, insuficiência renal, infecções intestinais, problemas metabólicos e do
sistema nervoso central.
Os vômitos tardios da gravidez não devem ser confundidos com hiperemese gravídica.
Os vômitos incoercíveis e náuseas acarretam quadro que vai desde a desidratação e oligúria à perda
de peso, alcalose (pela perda maior de cloro, através do suco gástrico - hipocloremia), perda de potássio
nos casos mais prolongados e alterações no metabolismo de gorduras e glicose, podendo, nos casos
mais graves, chegar à insuficiência hepática, renal e neurológica.
- Conduta
O apoio psicológico e educativo desde o início da gestação, assim como o tratamento precoce das
náuseas e vômitos, com reorientação alimentar e antieméticos, são as melhores maneiras de evitar os
casos de hiperemese. Os casos mais graves requerem internação hospitalar e utilização de medicação
endovenosa pelo período que for necessário para a sua resolução.
As recomendações na dieta e na mudança de hábitos, incluem separar sólidos de líquidos, alimentar-
se mais frequentemente com refeições mais leves, evitar alimentos gordurosos e bebidas geladas ou
muito doces. Aconselha-se também evitar alimentos com cheiros fortes, como as comidas muito
temperadas.
- Transtornos do humor
É comum, nos casos de hiperemese gravídica, a presença de distúrbios do humor e pode ser
necessária a utilização de medicação específica para tal, ou seja, inibidores seletivos da recaptação de
serotonina: fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e citalopram em doses usuais.
Instalado o quadro de hiperemese, é necessária a internação, com jejum, reposição das perdas com
soro glicofisiológico, manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico, além do uso de antieméticos
injetáveis.
A reintrodução de dieta leve e sua progressiva normalização devem ser feitos na medida da aceitação
da gestante, seu apetite e ausência de náuseas. Nos casos de acentuada perda de peso e dificuldade de
reintrodução da dieta, a alimentação parenteral pode ser necessária, enquanto persistirem os sintomas.
- Anemias
Anemia leve a moderada dosagem de hemoglobina <11g/dl e >8g/dl, solicitar exame parasitológico de
fezes e tratar parasitose se presente. Tratar a anemia com 3 drágeas de sulfato ferroso via oral/dia.
Repetir dosagem de hemoglobina entre 30 e 60 dias se os níveis estiverem subindo manter o tratamento
até a hemoglobina atingir 11g/dl, quando deverá ser iniciada a dose de suplementação (1 drágea ao dia),
repetir a dosagem no 3° trimestre, se a hemoglobina permanecer em níveis estacionários ou se baixar,
referir a gestação ao pré-natal de alto risco.
Diagnóstico: o diagnóstico de certeza somente pode ser feito com o estabelecimento precoce da
idade gestacional. O exame ultrassonográfico (USG) no início da gestação, idealmente entre 9 e 12
semanas, é o método mais fidedigno para avaliação da idade gestacional, principalmente em gestantes
com dúvidas sobre a data da última menstruação.
O exame realizado no segundo trimestre não é tão preciso, mas tem valia se há uma diferença maior
que 10 dias entre a estimativa dessa USG e a data da última menstruação. Nesse caso deve-se ajustar
a idade gestacional pela USG.
Conduta: se não houver objeção por parte da mulher, deve ser realizado o descolamento das
membranas amnióticas, entre 38 e 41 semanas, para diminuir a probabilidade de indução do parto.
A indução do parto deve ser realizada a partir de 41 semanas de gestação, após concordância da
mulher.
Em gestantes que recusam submeter-se à indução, na conduta deverá ser avaliado o bem-estar fetal.
A frequência de vigilância deve ser duas vezes por semana. O parto deve ser realizado se houver
oligoidrâmnio, presença de mecônio à amnioscopia ou evidências de comprometimento fetal.
A dopplerfluxometria não tem nenhum benefício comprovado na avaliação desses fetos e não é
recomendada para esta indicação.
- Hipertensão Arterial
Pressão arterial igual ou maior que 140/90mmHg baseada na média de pelo menos duas medidas.
- Proteinúria
É definida como a excreção de 0,3g de proteínas ou mais em urina de 24 horas, ou 1+ ou mais na fita
em duas ocasiões, em uma determinação de amostra única sem evidência de infecção. Devido à
discrepância entre a proteinúria de amostra única e a proteinúria de 24 horas na pré-eclâmpsia, o
diagnóstico deve ser baseado em exame de urina de 24 horas.
Outra alternativa é a relação proteína/creatinina urinária em coleta única de urina. Nessa técnica, o
resultado da divisão do valor da proteinúria pela creatinina urinária (em mg/dL) ≥ 0,3 tem uma boa
correlação com a proteinúria na urina de 24 horas ≥ 0,3g.
- Plaquetopenia
Menos de 100.000/mm3, com maior gravidade quando menor que 50.000/mm3.
- Anemia Microangiopática
a) Bilirrubina acima de 1,2mg/dL, e
b) Presença significativa de esquizócitos em sangue periférico (>5% no campo microscópico).
- Pré-eclâmpsia
Hipertensão que ocorre após 20 semanas de gestação (ou antes, em casos de doença trofoblástica
gestacional ou hidropsia fetal) acompanhada de proteinúria, com desaparecimento até 12 semanas pós-
Nas gestações pré-termo, o controle ambulatorial pode ser iniciado após a hospitalização se
confirmadas condições materno-fetais estáveis, com as seguintes recomendações:
- Consultas semanais;
- Repouso relativo (evitar grandes esforços);
- Pesar diariamente pela manhã;
- Proteinúria na fita semanalmente pela manhã;
- Medir a pressão arterial pelo menos uma vez ao dia.
Após o período inicial de observação, confirmando-se a elegibilidade materno fetal para a conduta
expectante, adota-se o seguinte:
- Interrupção do sulfato de magnésio;
- Determinação da PA a cada 4-6 horas;
- Contagem de plaquetas diariamente;
- TGO/ AST, ALT/TGP, creatinina e bilirrubina de 2 em 2 dias;
- Repetir a proteinúria de 24 horas semanalmente;
- Uso de medicação anti-hipertensiva para manter a pressão entre 140/90 e 150/100mmHg
(Alfametildopa até 2g, associada a Nifedipina, ou Betabloqueador, ou Hidralazina);
- Se as condições maternas estão estáveis, realizar CTB diariamente e PBF duas vezes por semana;
- Avaliação do crescimento fetal por ultrassonografia a cada duas semanas;
- Dopplerfluxometria fetal semanalmente.
- Eclâmpsia
A ocorrência de convulsões em mulheres com pré-eclâmpsia caracteriza o quadro de eclâmpsia. A
conduta clínica visa ao tratamento das convulsões, da hipertensão e dos distúrbios metabólicos, além de
cuidados e controles gerais:
- Manter o ambiente tranquilo, o mais silencioso possível;
- Decúbito elevado a 30º e face lateralizada;
- Cateter nasal com oxigênio (5l/min);
- Punção de veia central ou periférica calibrosa;
- Cateter vesical contínuo.
A conduta obstétrica visa à estabilização do quadro materno, à avaliação das condições de bem-estar
fetal e a antecipação do parto, em qualquer idade gestacional.
Após a estabilização do quadro, iniciar os preparativos para interrupção da gestação.
Via de Parto
O parto vaginal é preferível à cesariana para mulheres com pré-eclâmpsia/eclâmpsia, desse modo
evitando o estresse adicional de uma cirurgia em uma situação de alterações fisiológicas múltiplas.
Medidas paliativas por várias horas não aumentam o risco materno se realizadas de forma apropriada.
Seguimento Pós-Parto
Mulheres que desenvolvem hipertensão na gravidez devem ser cuidadosamente avaliadas nos meses
imediatamente após o parto e aconselhadas a respeito de futuras gestações e risco cardiovascular.
Qualquer anormalidade laboratorial ou achado físico que não retorne ao normal antes da alta deve ser
reavaliado na consulta de puerpério. A expectativa é que a hipertensão e outros sinais e sintomas ou
disfunção orgânica associados à pré-eclâmpsia terão remissão seis semanas após o parto. Se as
anormalidades persistirem, as gestantes deverão ser reexaminadas após seis semanas e, se a patologia
mantiver, provavelmente tornou-se crônica.
A medida é feita em centímetros com uma fita métrica flexível e não extensível, do púbis ao fundo do
útero, determinado por palpação, com a grávida em decúbito dorsal.
Existem diferentes métodos de medida que oferecem valores diferentes, por isso é imprescindível
normalizar a forma de medir e utilizar padrões normais de referência que tenham sido elaborados com a
mesma técnica.
Técnica 1: a extremidade da fita métrica é fixada na margem superior da púbis com uma mão,
deslizando a fita entre os dedos indicador e médio da outra mão até alcançar o fundo do útero com a
margem cubital dessa mão.
Técnica 2: a fita é colocada debaixo da borda cubital, por isso, ao descrever uma curva maior, o valor
que se obtém e 1,5 ± 0,6 cm maior em relação ao obtido com a técnica anterior, no 3º trimestre de
gestação.
O útero aumenta seu tamanho com a idade gestacional. Foram desenvolvidas curvas de altura uterina
em função da Idade gestacional, nas quais os percentis 10 e 90 marcam os limites da normalidade.
Síndromes Hemorrágicas
Entre 10 a 15% das gestações apresentam hemorragias. Podem representar complicação gestacional
ou agravos ginecológicos concomitantes com o período gravídico.
Classificação
As mais importantes situações hemorrágicas gestacionais são:
Outras causas menos frequentes de sangramento por via vaginal durante toda a gestação, são:
cervicites, pólipo endocervical, ectrópio, câncer de colo uterino, trauma vaginal e o sangramento do colo
durante o trabalho de parto na segunda metade da gestação.
Abortamento
Conceitua-se como abortamento a interrupção da gravidez ocorrida antes da 22ª semana de gestação
e com o produto da concepção pesando menos que 500 gramas. O produto da concepção eliminado no
processo de abortamento é chamado aborto. O abortamento pode ser precoce, quando ocorre até a 13ª
semana e tardio, quando entre 13ª e 22ª semanas.
Pode ser classificado de várias formas:
- Abortamento espontâneo: é a perda involuntária da gestação.
- Ameaça de abortamento: é a ocorrência de sangramento uterino com a cérvix fechada sem
eliminação de tecidos ovulares.
- Abortamento completo: quando a totalidade do conteúdo uterino foi eliminada.
- Abortamento incompleto: quando apenas parte do conteúdo uterino foi eliminado.
- Abortamento inevitável: quando há sangramento e dilatação cervical, mas ainda não ocorreu
eliminação de conteúdo uterino.
- Abortamento retido: quando ocorre a morte do embrião ou feto e o mesmo permanece na cavidade
uterina, sem ser eliminado. De uma maneira geral o colo se encontra fechado, podendo ocorrer leve
sangramento.
Diagnóstico e Conduta
Toda gestante com sangramento vaginal no 1º trimestre deve ser submetida a exame abdominal,
exame especular e toque.
Quando o colo estiver fechado ou houver dúvida no diagnóstico, está indicada uma ultrassonografia
para avaliação das condições do saco gestacional (com ou sem descolamento) e do embrião (com ou
sem batimentos).
Ameaça de Abortamento
O sangramento genital é de pequena a moderada intensidade, podendo existir dores, tipo cólicas,
geralmente pouco intensas. O colo uterino (orifício interno) encontra-se fechado, o volume uterino é
compatível com o esperado para a idade gestacional e não existem sinais de infecção. Para este
diagnóstico é necessária uma ultrassonografia, que pode não ter alterações ou identificar área de
descolamento ovular, com vitalidade embrionária.
Não existe indicação de internação hospitalar, a mulher deve ser orientada para ficar em repouso,
utilizar analgésico se apresentar dor, evitar relações sexuais durante a perda sanguínea, e retornar ao
atendimento de pré-natal.
Nos casos em que não ocorre regressão das alterações ou se surgir febre, dor pélvica localizada ou
sangramento com odor fétido, a mulher deve retornar ao serviço de saúde para nova avaliação.
Abortamento Completo
Geralmente, ocorre em gestações com menos de oito semanas. A perda sanguínea e as dores
diminuem ou cessam após a expulsão do material ovular. O colo uterino (orifício interno) pode estar aberto
e o tamanho uterino mostra-se menor que o esperado para a idade gestacional. No exame de
ultrassonografia, encontra-se cavidade uterina vazia ou com imagens sugestivas de coágulos.
A conduta nesse caso é de observação, com atenção ao sangramento e/ou à infecção uterina.
Abortamento Inevitável/Incompleto
O sangramento é maior que na ameaça de abortamento, que diminui com a saída de coágulos ou de
restos ovulares, as dores costumam ser de maior intensidade que na ameaça e o orifício cervical interno
encontra-se aberto. O exame de ultrassonografia confirma a hipótese diagnóstica, embora não seja
imprescindível.
Em gestações com menos de 12 semanas, pelo tamanho uterino, indica-se a aspiração manual
intrauterina (AMIU), por ser mais segura e permitir o esvaziamento mais rápido. Quando não for possível
empregar essa técnica, realiza-se a curetagem uterina. O tratamento alternativo, na indisponibilidade de
AMIU ou curetagem, estando o colo pérvio, é misoprostol.
Após a expulsão, caso haja suspeita de restos ovulares ou placentários remanescentes, realiza-se a
curetagem uterina. Em úteros pequenos, compatíveis com menos de 12 semanas, também pode ser
utilizada a AMIU. Também é importante avaliar a perda sanguínea e, se extremamente necessário, far-
se-á transfusão sanguínea.
Abortamento Retido
Em geral, o abortamento retido cursa com regressão dos sintomas e sinais da gestação, o colo uterino
encontra-se fechado e não há perda sanguínea. O exame de ultrassonografia revela ausência de sinais
de vitalidade ou a presença de saco gestacional sem embrião (ovo anembrionado). Pode ocorrer o
abortamento retido sem os sinais de ameaça.
O tratamento é misoprostol. Após a expulsão, havendo suspeita de restos ovulares ou placentários
remanescentes, realiza-se a curetagem uterina. Em úteros pequenos, compatíveis com menos de 12
semanas, também pode ser utilizada a AMIU.
Abortamento Infectado
Com muita frequência, está associado a manipulações da cavidade uterina pelo uso de técnicas
inadequadas e inseguras de abortamento provocado. Estas infecções são polimicrobianas e provocadas,
geralmente, por bactérias da flora vaginal, gram negativos e anaeróbios. São casos graves e devem ser
tratados, independentemente da vitalidade do feto.
Abortamento Habitual
Em gestantes com história de abortamento habitual é necessária uma anamnese detalhada para se
detectar as possíveis causas associadas:
- Malformações uterinas (útero bicorno, útero septado, útero didelfo);
- Miomatose uterina;
- Insuficiência istmo cervical;
- Insuficiência do corpo lúteo;
- Fatores imunológicos;
- Fatores infecciosos;
- Síndrome antifosfolípide;
- Fatores genéticos.
Gravidez Ectópica
A gravidez ectópica corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina. O tipo mais frequente é a
tubária.
Diagnóstico: a dor e o sangramento vaginal são os sintomas mais importantes da gravidez ectópica.
Em quase todos os casos a dor está presente. O sangramento pode ser de pequena monta e/ou irregular,
às vezes após pequeno atraso da menstruação.
O exame físico/ginecológico pode evidenciar presença de sangue no canal vaginal, útero menor do
que o esperado para a idade gestacional, amolecimento do colo uterino e dor pélvica, às vezes mais
localizada em uma região anexial onde se pode palpar uma massa dolorosa.
A eliminação de tecido coriônico pelo canal cervical, que pode ser evidenciada quando se dilui o
mesmo em um tubo de ensaio com soro fisiológico, identificando-se as vilosidades, confirma gravidez
intrauterina. Nos casos onde ocorreu rotura, podem estar presentes sinais e sintomas de hemoperitônio
e choque, com dor de forte intensidade, associada a abdome distendido e silencioso, dor no ombro e
abaulamento de fundo de saco vaginal. A punção do fundo de saco vaginal posterior (culdocentese) à
procura de sangue na cavidade abdominal pode ser de grande valia quando se suspeita de rotura.
A dosagem da fração beta do hormônio gonadotrófico coriônico (βHCG) é de fundamental importância
no diagnóstico da gravidez ectópica. Um exame negativo descarta a possibilidade de gravidez e um
exame positivo a confirma, embora não determine a sua localização. A duplicação dos níveis séricos de
βHCG em 48 horas sinaliza uma gravidez com desenvolvimento normal. Caso tal duplicação não ocorra,
trata-se de falha no desenvolvimento da gestação, podendo tratar-se tanto de uma prenhez ectópica como
de um aborto.
A ultrassonografia também pode ser indispensável na investigação dos casos suspeitos de gravidez
ectópica. A presença de gestação intra-útero praticamente afasta a possibilidade de ectópica, com
exceção para os casos de gestações heterotópicas, com incidência de 1/30.000. A visualização do saco
gestacional e embrião com batimento cardíaco fetal (BCF) fora do útero confirma gravidez ectópica.
Tumoração anexial com presença de líquido livre no fundo de saco posterior aumenta substancialmente
a suspeita diagnóstica, devendo ser correlacionado com o exame clínico e o βHCG.
Tratamento clínico: com metotrexato (MTX) é uma alternativa à cirurgia em mulheres selecionadas.
O mesmo deverá ser realizado em centro especializado e os critérios de seleção são os seguintes:
- Sinais vitais estáveis e pouca sintomatologia;
- Ausência de contraindicação médica para a terapia (enzimas hepáticas normais, hemograma e
plaquetas normais);
- Gravidez ectópica íntegra;
- Ausência de atividade cardíaca embrionária;
- Massa ectópica medindo 4cm ou menos;
- Níveis séricos de βHCG <5.000mUI/ml.
O esquema de tratamento consiste em dose única de 1mg/kg de peso ou 50mg/m 2 administrada por
via intramuscular. O nível sérico de βHCG deve ser dosado no 4° e no 7° dia após o tratamento e depois
semanalmente até atingir 5mUI/ml. Se isso não ocorrer, pode-se repetir a dose ou indicar tratamento
cirúrgico.
Controle Pós-Molar: todas as gestantes com mola hidatiforme devem ter acompanhamento clínico e
laboratorial visando à detecção precoce de recorrência, assim como a evolução para formas malignas da
neoplasia trofoblástica gestacional.
As náuseas, vômitos e a mastalgia tendem a desaparecer progressivamente. A involução uterina e a
suspensão do sangramento ocorrem em cerca de cinco semanas.
A dosagem de gonadotrofina coriônica (βHCG) deve ser realizada semanalmente após o esvaziamento
uterino até que seus valores se mostrem declinantes e os resultados sejam negativos por três dosagens
consecutivas.
A ultrassonografia tem por objetivo monitorar a involução uterina e regressão dos cistos tecaluteínicos
ovarianos. O exame radiológico do tórax deve ser realizado mensalmente com a finalidade de detectar
metástases assintomáticas. Os locais mais frequentes de metástase são os pulmões e a vagina.
A anticoncepção deve ser iniciada no máximo quinze dias após o esvaziamento uterino. Recomenda-
se a prescrição de anovulatório hormonal oral de baixa dosagem estrogênica, com menos de 35μg de
etinilestradiol. Deve-se evitar nova gravidez por pelo menos um ano após o esvaziamento uterino.
Descolamento Cório-amniótico
Caracteriza-se por sangramento genital de pequena intensidade e é diagnosticado por exame
ecográfico. A evolução é boa, não representando quadro grave de risco materno e/ou ovular.
A conduta é conservadora e, basicamente, consiste no esclarecimento à gestante, com as mesmas
orientações da ameaça de abortamento.
Placenta Prévia
É definida como a placenta que se implanta total ou parcialmente no segmento inferior do útero. Ela
pode ser classificada de três maneiras, de acordo com sua posição em relação ao colo do útero:
- Baixa: está localizada próxima ao colo do útero, sem atingi-lo;
- Marginal: atinge o orifício interno do colo do útero, sem recobri-lo;
- Completa ou centro-total: recobre totalmente o orifício interno do colo do útero.
A placenta prévia ocorre em 1 a cada 200 gestações que chegam ao terceiro trimestre, porém é um
achado ultrassonográfico frequente em exames realizados entre 16 e 20 semanas de gestação. Contudo,
até 90% desses achados normalizarão até o termo, devido à teoria da “migração” placentária. Isso ocorre
devido à combinação entre o crescimento placentário em direção ao fundo uterino, que é mais bem
vascularizado, com a degeneração das vilosidades periféricas que receberão menor suprimento
sanguíneo, conferindo uma implantação placentária adequada.
O principal fator de risco para placenta prévia é a cicatriz uterina anterior e as intervenções uterinas
prévias, como a miomectomia e a curetagem, tendo como fatores associados a multiparidade, idade
materna avançada, tabagismo e gemelaridade.
A placenta com implantação anormal tem maior probabilidade de estar aderida anormalmente ao útero,
ou seja, de ser placenta acreta, o que também amplia de forma exponencial o risco de hemorragias graves
e outras complicações associadas, podendo a gestante necessitar uma histerectomia.
A morbidade materna da placenta prévia é decorrente, principalmente, da hemorragia que ela provoca.
A morbidade aumentada também está relacionada às complicações operatórias do parto, complicações
anestésicas, necessidade de transfusão e infecções.
Na suspeita de acretismo placentário, na preparação para o parto deve-se sempre fazer um ecodoppler
obstétrico. Considerar a possibilidade de invasão de estruturas adjacentes (bexiga e intestino) em caso
de placenta percreta, com grande perda sanguínea, que é indicação de histerectomia.
Diagnóstico Clínico: o sangramento na placenta prévia caracteriza-se por ser indolor, no segundo ou
terceiro trimestre. Geralmente ocorre em pequena quantidade e é autolimitado, não levando a uma
espoliação materna significativa. Nas placentas prévias marginais, muitas vezes o sangramento não se
apresenta até o momento do parto. Algumas gestantes, principalmente, as com placenta prévia centro-
totais, podem apresentar um sangramento entre a 26ª e 28ª semana de gestação, chamado de
sangramento sentinela. Nestas, o sangramento é intermitente e abundante, de coloração vermelho vivo,
com necessidade de internações e transfusões frequentes. Na presença de acretismo, é comum não
haver sangramento até o parto. Pode haver contrações uterinas, mas não há aumento dos tônus entre as
contrações.
Exame Físico: deve ser iniciado pela aferição dos sinais vitais da gestante. Em seguida, inicia-se o
exame obstétrico cuidadoso com palpação abdominal (frequente achado de apresentação anômala),
medida de altura uterina, ausculta dos batimentos cardíacos fetais. O exame especular deve ser realizado
de maneira cuidadosa para evidenciar a origem e a quantidade do sangramento. O exame de toque nunca
deve ser realizado na suspeita de inserção baixa de placenta, até que se tenha conhecimento da exata
localização placentária.
Conduta: no pré-natal recomenda-se que a gestante com placenta prévia seja encaminhada a um
centro de referência, dependendo da quantidade do sangramento e condição hemodinâmica materna e
idade gestacional.
Pode ocorrer hipertonia uterina com sangramento oculto, uma vez que a instabilidade hemodinâmica
pode ocorrer mesmo sem a exteriorização do sangramento.
O DPP ocorre em aproximadamente 1 a 2% das gestações. É das piores complicações obstétricas,
com aumento muito importante da morbimortalidade materna, por maior incidência de hemorragia, de
anemias, coagulopatias, hemotransfusões, cesárea, histerectomia e até morte materna; podem ocorrer
ainda complicações perinatais, como prematuridade, restrição de crescimento fetal, baixo peso ao nascer,
sofrimento fetal e óbito perinatal. O DPP é descrito como a principal causa de óbito perinatal.
A hipertensão é responsável por até 50% dos casos de DPP não traumáticos.
Tanto a pré-eclâmpsia quanto a hipertensão arterial crônica são fatores de risco importantes para o
DPP.
OBS.: a ausência de hipertensão no momento da chegada não exclui a etiologia hipertensiva, já que
a gestante pode estar chocada. Os procedimentos relacionados à estabilização de uma gestante com
distúrbios hipertensivos devem ser considerados (como por exemplo o sulfato de magnésio).
Quadro Clínico: dor abdominal associada ou não a sangramento vaginal. A dor varia de leve
desconforto até dor intensa, associada a aumento dos tônus uterino, que pode se manifestar em graus
variados, desde uma taquissistolia até hipertonia. Em casos de placenta de inserção posterior, a dor é
lombar. Na gestante em trabalho de parto, há persistência da dor entre as contrações.
O sangramento no DPP pode se manifestar das seguintes maneiras:
Até 20% dos sangramentos no DPP são ocultos, com formação de coágulo retroplacentário e infiltração
sanguínea intramiometrial. Esse sangramento é responsável pela apoplexia uteroplacentária ou “útero de
Couvelaire” que ocasiona déficit contrátil, sendo importante causa de hemorragia pós-parto.
A coagulopatia pode estar presente no momento do diagnóstico. Esta pode se instalar devido ao
consumo dos fatores de coagulação pelo coágulo retroplacentário e pela coagulação intravascular
disseminada, pela liberação de tromboplastina na circulação materna devido ao descolamento
placentário.
A quantidade do sangramento exteriorizado pode não refletir a exata perda sanguínea. Sangramento
de coloração escurecida pode refletir a presença de formação de coágulo retroplacentário.
O sangramento que se inicia na rotura das membranas deve ser diferenciado da rotura de vasa prévia.
Ao investigar a história, deve-se pesquisar antecedentes de hipertensão, ocorrência de trauma
(incluindo violência física), abuso de drogas ou álcool e a presença de outros fatores de risco associados.
Exame Físico: o primeiro passo deve ser a aferição de sinais vitais com medidas iniciais das manobras
de ressuscitação em suspeita de DPP, como verificar se as vias aéreas estão pérvias, checar respiração
e circulação (dois acessos venosos calibrosos com 1.000ml de solução cristaloide correndo em cada um
deles à velocidade inicial de 500ml nos primeiros 10 minutos e manutenção de infusão de 250ml/hora).
A gestante apresenta mais tardiamente sinais de instabilidade circulatória, e essa inicialmente se
manifesta com alterações posturais da pressão e/ou taquicardia. Quando estão presentes sinais e
sintomas de choque, isso significa perda de até 30% da volemia.
No exame obstétrico, deve-se realizar a palpação uterina observando a apresentação fetal e se o tônus
uterino está aumentado. Fazer medida de altura uterina e ausculta dos batimentos cardíacos fetais
(monitoração fetal contínua). Na monitoração fetal é frequente o achado de padrão não tranquilizador.
O diagnóstico de DPP é clínico. A ultrassonografia, ao contrário da placenta prévia, tem um papel muito
limitado nessa condição. No DPP agudo, muitas vezes o coágulo retro placentário pode não ser visível.
A ultrassonografia pode ser realizada em casos onde há estabilidade hemodinâmica materna e vitalidade
fetal preservada, e quando há dúvida sobre a localização placentária, e apresentação fetal, assim como
para estimativa de peso do feto.
Os achados ultrassonográficos, se presentes, são: presença de coágulo retro placentário,
espessamento anormal da placenta e bordo placentário sem continuidade (borda “rasgada”).
Exames Laboratoriais: devem ser solicitados para a gestante com diagnóstico de DPP.
- Hemograma com contagem de plaquetas;
- Tipagem sanguínea ABO Rh;
- Coagulograma;
- Exames de rotina para doença hipertensiva se apropriado.
Conduta:
No grau 1, o diagnóstico geralmente é feito no pós-parto, portanto, não houve repercussões maternas
ou fetais.
No grau 2, o parto vaginal é possível se iminente, desde que a vitalidade fetal esteja preservada e não
haja comprometimento hemodinâmico materno. O trabalho de parto deve estar em franco progresso. A
amniotomia deve ser realizada assim que possível, pois irá diminuir a pressão intrauterina com o
escoamento do líquido amniótico, diminuindo tanto o sangramento do leito placentário quanto a passagem
para a circulação materna de tromboplastina.
Deve ser monitorado o estado hemodinâmico da gestante com manutenção adequada de reposição
volêmica e de sangue e derivados se necessário. O débito urinário deve ser monitorado e mantido em
30ml/hora e o hematócrito acompanhado e mantido acima de 30%. Se a evolução do trabalho de parto
não for rápida e favorável, se houver instabilidade materna ou sofrimento fetal, a cesárea deve ser
realizada imediatamente.
Em caso do feto morto, Grau 3, o parto vaginal é aconselhável. Deve-se adotar os mesmos cuidados
de monitoração materna do ponto de vista hemodinâmico e do estado de coagulação. Apesar da
hipertonia uterina, em alguns casos de DPP maciço o útero pode se tornar hipotônico, sendo necessário
o uso de ocitocina. Essa deve ser usada com critério e constante monitoração.
Rotura Uterina
É uma complicação muito grave em obstetrícia sendo uma importante causa de morbimortalidade
materna. A rotura uterina é classificada em:
- Completa: há a total rotura da parede uterina. É uma urgência obstétrica, levando a risco de vida
tanto da mãe quanto do feto.
- Incompleta: o peritônio parietal permanece intacto. Geralmente não é complicada, podendo
permanecer assintomática após um parto vaginal.
A incidência varia muito dependendo do país, podendo variar de 1 a cada 585 partos a 1 a cada 6.673
partos.
O maior fator de risco para rotura é a presença de cicatriz uterina e o antecedente de cesariana é o
principal delas. Outras causas possíveis são antecedentes de: curetagem uterina com perfuração,
miomectomia, acretismo placentário, trauma abdominal, anomalias uterinas, hiperdistensão uterina, uso
inapropriado de ocitocina.
O tipo de incisão da cesárea prévia também deve ser considerado. A incisão corporal apresenta um
risco maior de rotura em comparação com a segmentar transversa, com piores prognósticos materno e
perinatal. O risco de rotura após uma cesárea com incisão corporal é de 4-9% enquanto após uma com
incisão segmentar transversa é de 0,2-1,5%.
Paradoxalmente, o risco de rotura uterina na gestante com uma cesariana prévia durante o trabalho
de parto é de 1% e quando essa gestante apresenta um parto vaginal anterior à cesariana esse risco é
ainda menor. Por esse motivo, não há evidências que suportem a realização de cesárea eletiva em
gestantes com uma cesárea anterior. Os riscos da segunda cesariana suplantam os riscos da rotura
durante o trabalho de parto.
As gestantes que possuem duas ou mais cesáreas prévias têm um risco de rotura uterina que em
alguns estudos foi semelhante e em outros foram duas vezes maior quando comparadas às mulheres
com uma cesariana prévia. O risco absoluto de rotura ainda é baixo (em torno de 2%).
É importante ressaltar que os riscos cirúrgicos de uma cesárea após duas ou mais cesáreas, como
sangramentos excessivos, aderências, lesões de bexiga ou intestinos e até histerectomias são
significativos e devem ser considerados quando se avaliam riscos e benefícios de se tentar uma prova de
trabalho de parto ou se indica um procedimento de repetição. As chances de sucesso de se conseguir
um parto normal são semelhantes após uma ou mais cesáreas.
O uso de ocitocina para condução do trabalho de parto não aumenta o risco de rotura quando
comparado ao trabalho de parto espontâneo. Porém, vale ressaltar que esse uso deve ser criterioso e
monitorado como em todo trabalho de parto conduzido com ocitócicos. Já o uso de prostaglandinas para
amadurecimento cervical não é recomendado em presença de cesárea anterior, devido ao aumento do
risco de rotura uterina.
A rotura uterina pode cursar também com lesão vesical, o que ocorre em 0,1% dos casos.
Quadro Clínico: a rotura uterina pode ocorrer no pré-parto, intraparto e pós-parto. O trauma abdominal
é uma importante causa de rotura uterina pré-parto, podendo ser um achado intra-operatório de uma
cesárea eletiva.
No intraparto, quando a rotura é mais frequente, o achado mais característico é a perda súbita dos
batimentos cardíacos fetais. A gestante pode ou não apresentar sangramento vaginal, sinais e sintomas
de choque hipovolêmico, com taquicardia importante e hipotensão, e parada das contrações após dor
forte. Na palpação abdominal, as partes fetais são facilmente palpadas no abdome materno e, ao toque
vaginal, há a subida da apresentação.
A rotura uterina é causa de hemorragia pós-parto e deve ser prontamente identificada e tratada
cirurgicamente.
Vasa Prévia
É definida como sangramento dos vasos sanguíneos fetais que atravessam as membranas amnióticas
passando pelo orifício interno do colo. Está associada à inserção anormal dos vasos fetais dentro das
membranas. É uma causa rara de hemorragia, ocorrendo geralmente em gestantes com implantação
baixa da placenta e inserção velamentosa de cordão. A perda sanguínea é de origem fetal, fato este que
mostra a urgência do seu diagnóstico. As taxas de mortalidade fetal são altas, ao redor de 50%.
O sangramento tem início no momento da rotura das membranas. O diagnóstico pré-parto é difícil,
podendo ser percebido por intermédio do toque vaginal e pela amnioscopia (com a visualização dos vasos
sanguíneos atravessando as membranas pelo orifício interno do colo). A USG com Doppler colorido pode
detectar a vasa prévia no ante parto e deve ser considerada em gestantes de alto risco (placenta prévia,
inserção velamentosa de cordão).
Muitas vezes o diagnóstico intraparto também é muito difícil. São descritos testes em que é feita a
detecção de hemácias fetais no sangue exteriorizado (Apt-Test e coloração de Wright) mas, na maioria
das vezes, não há tempo para a realização desses testes pois é frequente a deterioração dos batimentos
cardíacos fetais no momento da rotura. Nesse caso, a cesariana de urgência está indicada.
Óbito Fetal
Definição: a Organização Mundial da Saúde considera como óbito fetal aquele ocorrido em qualquer
momento da gravidez, independentemente de sua localização, incluindo abortos e gestações
extrauterinas, ovo morto ou retido, aborto retido de primeiro ou segundo trimestre e também o feto morto
no terceiro trimestre, até o final da gestação.
Entretanto, na prática médica, o problema mais difícil a ser resolvido é o da morte fetal, que ocorre
após 13 semanas e, mais ainda, a partir das 20-22 semanas de gravidez, para diferenciá-la claramente
da definição do aborto. A morte fetal ocorre aproximadamente em seis casos de cada 1.000 nascidos
vivos. Morte fetal com feto retido é menos frequente e muito variável, entretanto, pode chegar até 1% das
gestações.
Em qualquer uma das causas de morte fetal intra útero, quando a expulsão do feto não ocorre
espontaneamente, está indicada a indução do parto ou aborto, de acordo com a idade gestacional.
Quando houver diagnóstico da morte fetal, confirmado pela ultrassonografia, as mulheres necessitam
de tempo para as decisões a serem tomadas, à exceção das complicações, tais como o descolamento
prematuro de placenta ou a hipertensão arterial grave. As mulheres devem estar cientes quanto às opções
disponíveis, para considerá-las e poder decidir o que querem.
Diagnóstico Clínico
- Parada de movimentação fetal;
- Diminuição do peso corporal materno;
- Interrupção do crescimento uterino;
- Redução da quantidade de líquido amniótico à palpação;
- Ausência de batimentos cardíacos fetais;
- Redução dos sinais e sintomas gravídicos, acompanhada ou não da apojadura.
Diagnóstico Ultrassonográfico
- Ausência de movimentação fetal associada à ausência de batimento cardíaco fetal;
- Na dependência do tempo do óbito, podem ainda estar presentes alterações indicativas de redução
do líquido amniótico e alterações estruturais fetais.
Após a Expulsão
- Exame radiológico de todo o esqueleto do natimorto;
Indução do Parto
A indução é um aspecto comum na prática obstétrica e apresenta uma frequência de quase 15%. Nos
casos de óbito fetal intrauterino, a indução do trabalho de parto com colo uterino favorável não é difícil,
mas as dificuldades aumentam quando o colo não é favorável (apresenta um escore de Bishop <6). Maior
possibilidade de falha de indução e maior índice de cesáreas estão associados à indução do trabalho de
parto de gestantes com colo desfavorável.
Com o surgimento das prostaglandinas, este problema diminuiu. As prostaglandinas, principalmente
quando são aplicadas localmente, são mais efetivas que a ocitocina ou a amniotomia para superar os
obstáculos de um colo desfavorável e propiciar o parto vaginal. Portanto, o uso de misoprostol se torna
cada vez mais frequente, pois ao facilitar o início do trabalho de parto, vem reduzindo as taxas de
cesariana.
Misoprostol
O misoprostol é uma prostaglandina indicada em todos os casos de óbito fetal, com feto morto e retido
em qualquer idade gestacional, sempre que não haja contraindicação de parto vaginal ou do uso de
misoprostol.
Apesar de ser indicado em qualquer idade gestacional, é particularmente útil no segundo trimestre de
gestação, quando a estimulação do útero oferece mais problemas, pela baixa sensibilidade do miométrio
à ocitocina, pela dificuldade técnica e pelo alto risco com o uso de métodos cirúrgicos.
Considerando que o parto ou aborto ocorrem espontaneamente dentro das três semanas seguintes ao
óbito fetal, a opção de esperar esse prazo deve ser oferecida às mulheres e utiliza-se o misoprostol
somente para aquelas que solicitam uma conduta ativa.
Contraindicações para induzir o parto, em caso de morte fetal com feto retido, estão as
seguintes:
- Obstrução do canal de parto;
- Placenta prévia (central, total ou parcial);
- Carcinoma cérvico-uterino.
Contraindicações ao Misoprostol:
- Cicatriz uterina prévia;
- Cesárea anterior;
- Hepatopatias graves;
- Coagulopatias.
Apesar de alguns autores discordarem, a contraindicação mais importante para o uso dessa
medicação é a cesárea anterior, devido ao risco iminente de rotura uterina que ocorre aproximadamente
em 5% das mulheres com gestação a termo e cicatriz uterina prévia.
A interrupção médica da gestação é o termo aplicado à situação em que é necessário antecipar o fim
do ciclo gestacional por indicação materna ou fetal. O termo aborto ou abortamento é utilizado de maneira
indiscriminada, mas, por possuir forte estigma sociocultural, deve ser utilizado apenas se esse processo
ocorrer antes da 22ª semana de gestação e com peso menor de 500 gramas. Assim sendo, nas situações
discutidas abaixo, o termo interrupção médica da gestação (IMG) será utilizado.
Diabetes
Diabetes Pré-Gestacional
O diabetes pré-gestacional representa 10% das gestantes com diabetes na gravidez e requer manejo
adequado antes mesmo da mulher engravidar.
No nível da atenção básica, as equipes devem estar atentas para com as mulheres diabéticas que
planejam engravidar, já que estas devem ser referenciadas para centros de atenção secundária ou
Diabetes Gestacional
O diabetes gestacional é definido como a “intolerância aos carboidratos, de graus variados de
intensidade, diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto”.
No Brasil, a prevalência do diabetes gestacional em mulheres com mais de 20 anos, atendidas no Sistema
Único de Saúde, é de 7,6% (IC95% 6,9-8,4 - critério da Organização Mundial da Saúde), 94% dos casos
apresentando apenas tolerância diminuída à glicose e seis apresentando hiperglicemia no nível de
diabetes fora da gravidez.
Mulheres que apresentam diabetes gestacional devem ser encaminhadas para centros de atenção
secundária. As gestantes com diagnóstico de diabetes pré-gestacional devem ser manejadas em centros
de assistência terciária por equipe multidisciplinar composta por médico obstetra, endocrinologista,
nutricionista, enfermeira obstetra e outros profissionais, dependendo da necessidade e gravidade do
caso. As gestantes diabéticas em acompanhamento em centros de atenção secundária ou terciária
poderão também ser acompanhadas pelas equipes de atenção básica visando maior controle e aderência
aos tratamentos preconizados nos níveis de maior complexidade.
Rastreamento e Diagnóstico
Embora não exista consenso sobre qual método é o mais eficaz para rastreamento e diagnóstico do
diabetes gestacional, as recomendações a seguir oferecem uma alternativa efetiva para tal. O
rastreamento deve ser iniciado pela anamnese para a identificação dos fatores de risco:
- Idade igual ou superior a 35 anos;
- Índice de massa corporal (IMC) >25kg/m2 (sobrepeso e obesidade);
- Antecedente pessoal de diabetes gestacional;
- Antecedente familiar de diabetes mellitus (parentes de primeiro grau);
- Macrossomia ou polihidrâmnio em gestação anterior;
- Óbito fetal sem causa aparente em gestação anterior;
- Malformação fetal em gestação anterior;
- Uso de drogas hiperglicemiantes (corticoides, diuréticos tiazídicos);
- Síndrome dos ovários policísticos;
- Hipertensão arterial crônica.
Todas as gestantes, independentemente de apresentarem fator de risco, devem realizar uma dosagem
de glicemia no início da gravidez, antes de 20 semanas, ou tão logo seja possível. O rastreamento é
considerado positivo nas gestantes com nível de glicose plasmática de jejum igual ou superior a 85mg/dL
e/ou na presença de qualquer fator de risco para o diabetes gestacional. Na ausência de fatores de risco
e glicemia de jejum ≤ 85mg/dL, considera-se rastreamento negativo e deve-se repetir a glicemia de jejum
entre a 24ª e 28ª semanas de gestação.
Duas glicemias plasmáticas de jejum ≥ 126mg/dL confirmam o diagnóstico de diabetes gestacional,
sem necessidade de teste de tolerância.
Rubéola
O vírus da rubéola apresenta elevada toxicidade para tecidos embrionários, notadamente no início da
embriogênese, causando a viremia materna que pode acarretar aborto, natimortalidade e infecção da
placenta e ocasionando infecção embrionária persistente que pode causar a síndrome da rubéola
congênita (glaucoma, catarata congênita, cardiopatia congênita, surdez central ou coclear, cegueira,
microftalmia e retardo mental). Entretanto, existe a possibilidade tanto de acometimento isolado de órgãos
(não configurando a síndrome completa) como de síndrome de rubéola congênita ampliada (entre outras
alterações, miocardite, hepatite, púrpura, alterações ósseas, retardo de crescimento intrauterino e óbito).
Laboratorial
A dosagem da IgM antivírus da rubéola, aferida pelo método Elisa, confirma o diagnóstico da fase
aguda da rubéola. Caso a coleta do sangue tenha ocorrido até 4 dias após o início do exantema com
resultado laboratorial não reagente para o anticorpo IgM, uma segunda coleta deve ser realizada entre
20 a 30 dias após a data da primeira coleta. A IgM passa a ser detectável por tempo variável no soro
materno, mas seu pico é em torno da 2ª semana após o exantema.
Na segunda coleta de sangue os títulos de IgG servirão para encerrar adequadamente o caso. Para a
confirmação do caso de rubéola, os títulos de IgG deverão ser avaliados e apenas quando ocorrer a soro
conversão do mesmo, em amostras pareadas, é que a rubéola será confirmada.
Conduta
Caso existam dúvidas em relação à imunidade da rubéola na gestante e a mesma não apresente
caderneta de vacinação confirmando o recebimento da vacina (tríplice viral ou dupla viral) ou exames
sorológicos anteriores com a informação da presença de IgG para rubéola, solicitar nova dosagem de
IgG, avaliando o resultado como segue:
Gestante IgG (+): a gestante com IgG antivírus da rubéola positivo significa contato prévio com esse
vírus. Nessa situação, o risco de transmissão vertical é mínimo.
Gestante IgG (-): a gestante com IgG antivírus da rubéola não reagente ou negativo indica que ela é
suscetível, ou seja, não entrou em contato com o vírus da rubéola. Portanto a mesma deverá ser vacinada
contra a rubéola (tríplice ou dupla viral) logo após o parto, preferencialmente ainda na maternidade.
87
https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-gestante.pdf
Sífilis
A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica, de evolução crônica e causada pelo Treponema pallidum,
que pode produzir, as formas adquirida e congênita da doença.
A sífilis é o exemplo de uma DST que pode ser controlada com sucesso por meio de ações e medidas
de programas de saúde pública em virtude da existência de testes diagnósticos sensíveis, tratamento
efetivo e de baixo custo. No entanto, continua sendo sério problema de saúde pública no Brasil.
O quadro clínico, o diagnóstico e o tratamento da sífilis na gestação não diferem do período não
gestacional.
Manifestações Clínicas
Sífilis Primária: caracteriza-se por ser uma lesão erosada ou ulcerada, conhecida como cancro duro
geralmente única, indolor, com bordos endurecidos, fundo liso e brilhante, com aparecimento entre 10 e
90 dias (média de 21) após o contato sexual infectante. Na mulher, geralmente aparece nos pequenos
lábios vaginais, paredes vaginais, colo uterino e anus, porém pode passar despercebida.
Sífilis Secundária: em geral manifesta-se entre seis e oito semanas após o desaparecimento
espontâneo do cancro duro. As manifestações mais comuns do secundarismo são: roséolas (exantema),
sifílides papulosas (pápulas cutâneas com localização nas superfícies palmo-plantares sugerem
fortemente o diagnóstico do secundarismo da sífilis), alopecia e condiloma plano (lesões pápulo-
hipertróficas nas regiões de dobras ou de atrito).
Sífilis Latente (Recente e Tardia): fase de duração variável em que não se observam sinais e/ou
sintomas. O diagnóstico é realizado exclusivamente por meio de testes sorológicos.
Sífilis Tardia: os sinais e sintomas surgem em um período variável após 3 a 12 anos, ou mais, do
contágio. As manifestações mais comuns são: tubérculos ou gomas (lesões cutaneomucosas),
comprometimento articular, aneurisma aórtico, tabes dorsalis e demência.
Diagnóstico
Os testes sorológicos podem ser não treponêmicos, como o VDRL e RPR, que são quantitativos
(expressos em títulos 1:2, 1:4 etc.) e utilizados para triagem e monitoramento da infecção. Os testes
treponêmicos são aglutinação passiva (TPHA ou MHA-TP), teste de imunofluorescência indireta (FTA-
Abs) e ensaio imunoenzimático (Elisa ou EIE). Estes testes são mais específicos e utilizados para
confirmar a infecção treponêmica.
No indivíduo infectado pelo T. pallidum, os anticorpos específicos podem permanecer detectáveis
indefinidamente pelos métodos treponêmicos, podendo significar uma infecção tratada anteriormente,
diferentemente dos métodos não treponêmicos, que tendem à negativação após o tratamento e por isso
são utilizados no seguimento.
A carga viral elevada e a rotura prolongada das membranas amnióticas são reconhecidas como os
principais fatores associados à transmissão vertical do HIV. A carga viral nas secreções cérvico-vaginais
e no leite materno tem-se mostrado um importante determinante de risco de transmissão intraparto e
através da amamentação.
A taxa de transmissão vertical do HIV, sem qualquer intervenção, situa-se em torno de 25,5%. No
entanto, diversos estudos publicados na literatura médica demonstram a redução da transmissão vertical
do HIV para níveis entre 1 e 2%, por meio de intervenções preventivas, tais como: o uso de antirretrovirais
combinados (promovendo a queda da carga viral materna para menos que 1.000 cópias/ml ao final da
gestação); o parto por cirurgia cesariana eletiva; o uso de quimioprofilaxia com o AZT na parturiente e no
recém-nascido; e a não amamentação.
Diagnóstico
Diagnóstico
- Teste de Coombs indireto (pesquisa de anticorpos irregulares) positivo com título >1/16 para anti-D
e qualquer título para outros antígenos, especialmente Kell.
- Dopplervelocimetria da artéria cerebral média com medida do pico de velocidade sistólica em
cm/seg., com correção do ângulo de insonação. Este valor correlaciona-se com anemia fetal moderada e
grave, com sensibilidade próxima de 100% e taxa de falso-positivo de 12% e tem sido recomendado nos
centros de Medicina Fetal como padrão para seguimento de fetos de risco de anemia.
Conduta
A profilaxia é dever de todos os médicos para que esta doença seja erradicada.
Na eventualidade do diagnóstico de aloimunização, a gestante deve ser encaminhada para centros de
referência para o acompanhamento da gravidez.
Todo feto anêmico deve ser transfundido para prevenir a hidropsia, que aumenta o risco de óbito e
sequelas neurológicas. Para tanto é necessária cordocentese e bolsa de sangue específica para esse
procedimento, que deve ser realizado em centro de Medicina Fetal.
Idealmente, a imunoglobulina deverá ser administrada até 72 horas após o parto ou evento obstétrico,
mas há evidências de proteção contra sensibilização se administrada até 13 dias e há recomendações
para que seja administrada em até 28 dias;
Gestantes Rh negativo submetidas à laqueadura tubária também deverão receber imunoglobulina anti-
D. A dose poderá ser maior que a habitual (300μg) se o risco de hemorragia feto-materna volumosa for
significativo.
Indução do Parto
Indução implica na utilização de métodos que desencadeiem contrações uterinas objetivando o início
do trabalho de parto para assegurar o nascimento da criança em um tempo apropriado, quando se avalia
que a mesma estará mais segura fora do útero que dentro dele ou para melhorar o prognóstico materno.
Recomendações
A mulher, seu acompanhante e familiares devem receber orientações detalhadas sobre o processo de
indução, suas indicações e potenciais riscos associados. Tal concordância deve estar documentada no
prontuário.
Quando a Indução for Indicada, assegurar que Condições Adequadas de Assistência Estejam
Presentes:
- Disponibilidade de pessoal médico ou de enfermagem para monitorar a frequência cardíaca fetal e
contrações uterinas a cada 15-30 minutos durante todo o processo de indução;
- De preferência, a disponibilidade de bomba de infusão para uso de ocitocina;
- Um agente tocolítico disponível para uso nas alterações de contratilidade uterina.
Ocitocina
O objetivo da administração de ocitocina é produzir atividade uterina que seja suficiente para produzir
alterações cervicais e ao mesmo tempo evitar hiperestimulação uterina e comprometimento fetal.
Cesárea Eletiva
Deve ser o método de eleição nas situações de iteratividade (duas ou mais cicatrizes de cesáreas
anteriores) e nas situações de contraindicação absoluta ao parto por via vaginal.
Excetuando-se os casos de urgência e de sofrimento fetal, as presenças de contrações uterinas são
desejáveis, mesmo quando a cesárea é a via de parto mais indicada.
As contrações são um importante indicador de época oportuna para o parto, ajudam na formação do
segmento inferior do útero, facilitando a cirurgia e diminuindo o sangramento da histerectomia, e auxiliam
na maturidade pulmonar fetal. Deve-se considerar, entretanto, a facilidade de acesso da mulher ao
hospital onde a cesárea será realizada.
Recomenda-se programar a cesárea eletiva para gestantes com idade gestacional de 39 semanas
confirmadas pela DUM ou pela ultrassonografia do primeiro trimestre.
Avaliação Fetal
Métodos Clínicos
Metodologia
Várias Maneiras são propostas para a Execução do RDMF. Quatro são mais conhecidas:
1) Os registros são tomados em três intervalos de uma hora de duração, distribuídos pelos três
períodos do dia (após o café da manhã, o almoço e o jantar), com a mãe repousando em decúbito lateral.
Os valores obtidos em cada um dos três intervalos são somados, e o resultado multiplicado por quatro
corresponde à atividade motora fetal em 12 horas. Segundo o protocolo do Programa Mãe Curitibana,
2005, a soma diária da contagem deve ser maior ou igual a 15 movimentos fetais.
Diminuição acentuada (de mais de 50% no número de movimentos fetais) e brusca ou cessação da
movimentação fetal, descritas como “sinal de alarme”, associam-se com sofrimento fetal e precedem de
12 a 24 horas o óbito fetal. Nestas situações, a gestante deve ser orientada a procurar a unidade de saúde
ou o hospital de referência para avaliação da vitalidade fetal mais complexa.
2) Contagem da movimentação fetal até complementarem-se 10 movimentos, valor considerado como
limite mínimo diário para fins clínicos.
O registro da movimentação pode ser feito com a gestante em repouso, ou exercendo atividade leve,
em qualquer período do dia.
Recomendações
Metodologia
1) Determinar a frequência cardíaca fetal (FCF) basal ou de repouso.
2) Verificar a frequência cardíaca fetal associada à movimentação espontânea fetal. A presença de
elevação da FCF é sinal de boa oxigenação fetal.
3) Na ausência de resposta, faz-se a estimulação sonora (buzina de bicicleta).
Resposta mínima para estímulo sonoro: elevação de 20bpm e intervalo de 3 minutos para retornar à
FCF basal (detectada previamente).
A prova de aceleração cardíaca fetal, por ser método de triagem, também não pode determinar a
conduta definitiva. Diante de um resultado anormal, o teste sempre deve ser seguido por outro teste mais
específico de avaliação da vitalidade fetal.
Métodos Biofísicos
Cardiotocografia anteparto de repouso (CTG basal). A análise cardiotocografia possibilita a avaliação
da integridade dos mecanismos do sistema nervoso central envolvidos no controle da frequência cardíaca
e da cinética fetal.
O feto hígido, próximo do termo, apresenta frequência cardíaca estável entre 110 e 160bpm-
batimentos por minuto (bradicardia<110bpm: pós-maturidade, drogas betabloqueadoras - propranolol,
bloqueio A-V, asfixia fetal grave; taquicardia>160bpm: hipoxemia crônica - estímulo simpático,
corioamnionite, hipertermia materna, aumentando 10bpm/cada grau centígrado, drogas uterolíticas,
nicotina, hiperatividade fetal e taquiarritmias) e variabilidade da frequência cardíaca entre 6 e 25bpm.
Além dessas características, ocorrendo movimentação, o feto exibe aceleração transitória de amplitude
igual ou superior a 15bpm e duração superior a 15 segundos.
Algumas situações como a hipóxia fetal, a prematuridade, o sono fetal e o uso de drogas sedativas,
tranquilizantes e anti-hipertensivas, além de situações como febre, hipoglicemia e tabagismo, modificam
o padrão fisiológico acima descrito.
O exame consiste no registro simultâneo da frequência cardíaca e dos movimentos fetais espontâneos,
durante pelo menos 20 minutos. Nesse período inicial, se não se constatarem ao menos duas acelerações
transitórias, ou variabilidade diminuída, ou ainda desacelerações, o exame deve ser prolongado por mais
20 minutos e, se necessário, deve ser realizada estimulação vibro-acústico, com buzina tipo Kobo sobre
o polo cefálico fetal, por 3 a 5 segundos.
Recomendações
- Orientar a gestante sobre o exame (indicações, técnica, inocuidade, etc.);
- Iniciar somente após a 28ª semana;
- A validade do exame é de 7 dias. Portanto, repetir, no máximo, dentro desse período;
- Realizar o exame com a mulher:
- Em posição semissentada (semi-Fowler) ou sentada ou decúbito lateral contralateral ao dorso fetal;
- Após período de repouso;
- Sem ter fumado ou tomado medicação que possa interferir no comportamento fetal até uma hora
antes do exame.
Segundo alguns estudos, o uso da cardiotocografia anteparto: não reduz a mortalidade e morbidade
fetal devido a complicações por asfixia; não piora o resultado da gestação pela interpretação errônea de
sofrimento fetal. Mas a cardiotocografia anteparto pode ser usada para dar segurança para a mãe e para
o obstetra que a gravidez pode seguir adiante.
Métodos Clínicos
O resultado é confiável em 90% dos casos, havendo falso-positivos e falso negativos em 10%.
São contraindicados para mulheres com placenta prévia (diagnosticada ou suspeita) e processos
infecciosos cérvico-vaginais.
Amniocentese
É a coleta do líquido amniótico por via abdominal, hoje orientada pela ultrassonografia.
Há dois tipos fundamentais de amniocentese: precoce, realizada na 1ª metade da gravidez (a partir da
15ª semana), e tardia, realizada na 2ª metade da gravidez (de preferência após a 28ª semana).
Pode ser feita em ambulatório, com orientação ultrassonográfica. A agulha usada é, preferencialmente,
a de número 12 por 20 ou 22 gauge. Retirar 10 a 20ml de líquido.
Métodos Laboratoriais
Macroscopia: deve-se fazer uma descrição do líquido, que é colocado em tubo de ensaio e examinado
contra um fundo branco, atendendo às seguintes características:
Cor e transparência: O líquido normalmente é claro e transparente (água de rocha) e, após 36
semanas, pode se ver a presença de grumos (vérnix caseoso) que, em grande quantidade, tornam o
líquido opalescente. Entende-se que se o líquido apresentar outros aspectos, é patológico: verde
(mecônio), amarelo (presença de bilirrubina), vermelho (hemoâmnio) e achocolatado (óbito fetal). Esses
dados avaliam, a grosso modo, a vitalidade e a maturidade fetal.
Microscopia: há provas que são realizadas para verificar a maturidade fetal por meio de:
Surfactantes: nos pulmões existem substâncias surfactantes destinadas a proporcionar estabilidade
ao alvéolo, evitando atelectasia. Produzidas no pneumócito tipo II, são lipoproteínas complexas com
estrutura do glicerol. Entre os surfactantes, destacam-se: fosfatidilcolina (lecitina), fosfatidilglicerol,
inositol, serina, etanolamina e esfingomielina. A lecitina é o mais importante dos surfactantes e aumenta
com o evoluir da gravidez (agente tensoativo). A esfingomielina, de menor importância, decresce no final
da gravidez.
Afecções Ginecológicas
Vulvovaginites
Consideram-se como vulvovaginites todas as manifestações inflamatórias e/ou infecciosas, de caráter
agudo ou crônico que podem acometer a vulva, vagina ou o colo uterino, podendo atingir também a
bexiga, ureter, ânus e face interna das coxas.
As vulvovaginites manifestam-se por meio de leucorréias de aspectos e consistências distintas,
segundo as características do agente infeccioso, do grau de infestação e das condições clínicas do
hospedeiro (mulher).
O corrimento pode se apresentar associado a um ou mais dos seguintes sintomas: prurido contínuo
no canal vaginal e vulva, dor ou ardor local e/ou ao urinar e sensação de desconforto pélvico; os pequenos
lábios, o clitóris e o introito vaginal podem apresentar edema e hiperemia, como também escoriações
devido ao prurido.
É imprescindível o tratamento do parceiro nas vulvovaginites recidivantes. O tratamento, depois de
iniciado, não deverá ser interrompido mesmo durante a menstruação. É importante o uso de preservativos
durante a relação sexual, enquanto permanecer o tratamento.
- Aconselhamento
É tido como um instrumento importante para a quebra da cadeia de transmissão das DST. Auxilia o
cliente a compreender a relação existente entre o seu comportamento e o problema de saúde que está
apresentando, a reconhecer os recursos que tem para evitar novas infecções.
A enfermagem poderá, através de ações educativas, orientar a clientela a partir da sua entrada na
unidade de saúde quanto às formas de transmissão das DST, assim como os mecanismos de prevenção
das doenças ginecológicas. Essas ações podem ser realizadas através da distribuição de folhetos
informativos, pôsteres afixados nos murais de passagem da clientela, grupos de orientação nas salas de
espera e utilização de vídeos educativos. Também podem ser dadas orientações individuais na pré-
consulta ou na pós-consulta ginecológica.
Bartholinite
A bartholinite é uma infecção estritamente vulvar da glândula de Bartholin. Sua infecção é às vezes
crônica e sob a forma de cisto, sendo mais frequente a forma aguda, que caracteriza-se pela presença
de rubor, calor, dor e com edema significativo, por vezes deformando a vulva.
Leiomiomatose Uterina
Leiomiomatose uterina, também conhecida por miomatose uterina, é um tumor benigno sólido que com
frequência acomete as mulheres e se aloja preferencialmente no corpo do útero.
A causa da formação do mioma é desconhecida. É ligeiramente mais comum em mulheres nuligestas
e nas de raça negra. Está relacionado com a produção hormonal, não apresentando crescimento com a
menopausa.
Em mulheres não grávidas, os miomas podem ou não trazer problemas.
Cerca de 25%, entretanto, causam sangramento uterino anormal.
Algumas mulheres queixam-se de plenitude ou sensação de peso pélvico. Podem ainda causar
dismenorreia, leucorreia, hipermenorreia ou menorragia. Pode ocorrer um quadro de anemia e ou de
infecção. O tratamento inicial sempre é conservador, com o uso de terapêutica hormonal, mas na
ausência de resposta e tratamento poderá tornar-se cirúrgico.
Em mulheres grávidas, os miomas podem causar os seguintes riscos adicionais: aborto, falta de
encaixamento, trabalho de parto prematuro, dor, distocia, trabalho de parto prolongado e hemorragia pós-
parto.
07. (IBFC - Enfermeiro - EBSERH/2017) - Sobre a técnica para medida da altura uterina, analise as
afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a
sequência correta de cima para baixo.
( ) Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo, com o abdome descoberto.
( ) Delimite a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino.
( ) Por meio da palpação, procure corrigir a comum dextroversão uterina.
(A) V,V,V
(B) V,F,V
(C) F,V,F
(D) F,V,V
(E) V,V,F
08. (UFRN - Auxiliar de Enfermagem - UFRN - COMPERVE) - Sobre as intercorrências clínicas mais
frequentes durante a gestação, é correto afirmar:
(A) A hiperemese caracteriza-se por vômitos contínuos e intensos que impedem a alimentação da
gestante, ocasionando desde a desidratação e oligúria até a perda de peso e transtornos metabólicos,
com alcalose.
(B) O abortamento é a morte ou expulsão ovular ocorrida antes de 22 semanas ou quando o concepto
pesa menos de 500 g. É precoce quando ocorre até a 8ª semana de gestação e tardio quando ocorre até
a 22ª semana.
(C) A placenta prévia corresponde a um processo patológico da segunda metade da gravidez, em que
a implantação da placenta, inteira ou parcialmente, ocorre no segmento superior do útero.
(D) O descolamento cório-amniótico caracteriza-se por sangramento genital de pequena intensidade.
É diagnosticado por exame ultrassonográfico e representa um grave quadro de risco materno e/ou ovular.
09. (CEP 28 - Técnico de - Enfermagem - IBFC) - Assinale a alternativa que completa corretamente
a lacuna.
Durante a gravidez a ___________ , se caracteriza pela presença de edema, hipertensão arterial,
cefaleia occipital, tonteiras, perturbações visuais e nervosas, crise convulsiva.
(A) Hemossalpingite.
(B) Eclampsia.
(C) Hiperemese gravídica.
(D) Polidramnia.
10. (UFPEL - Auxiliar de - Enfermagem - UFPeL-CES) - Ao verificar os sinais vitais de uma gestante
com IG=30 semanas, o auxiliar de enfermagem observa que ela apresenta aumento de peso significativo,
edema de membros inferiores, cefaleia, distúrbios visuais e níveis elevados de pressão arterial, mesmo
em repouso. Em relação ao quadro de sinais e sintomas, pode tratar-se de:
(A) diabete gravídica.
(B) óbito fetal.
(C) hemorragia da gestação.
(D) eclâmpsia grave.
(E) pré-eclâmpsia.
12. (EBSERH - Enfermeiro - Saúde da Mulher - HUAP - UFF - IBFC) - O abortamento é uma das
condições clínicas mais frequentes que se apresentam com hemorragias do primeiro trimestre de
gestação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o abortamento se caracteriza como perda
do concepto de _______, _____ de peso ou _______ de comprimento. Preencha as lacunas e a seguir
assinale a alternativa correta.
(A) Até 12 semanas completas; 300 gramas; 12,5 centímetros.
(B) Até 22 semanas completas; 500 gramas; 16,5 centímetros.
(C) Até 16 semanas incompletas; 400 gramas; 14,5 centímetros.
(D) 12 a 20 semanas completas; 300 a 500 gramas; 12,0 a 16,0 centímetros.
(E) Até 24 semanas completas; 1000 gramas; 30,0 centímetros.
13. (Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ - Enfermeiro - Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ) - Dentre as
intercorrências clínicas e obstétricas mais frequentes identificadas no pré-natal, constitui uma das mais
importantes situações hemorrágicas, na segunda metade da gestação:
(A) abortamento.
(B) gravidez ectópica.
(C) descolamento prematuro de placenta.
(D) mola hidatiforme.
14. (UERN - Técnico de Laboratório - Enfermagem - IDECAN) - Analise as afirmativas a seguir sobre
diabetes gestacional.
I. O rastreamento do diabetes gestacional deve ser feito nas gestantes que apresentam resultado de
glicose plasmática de jejum ≥ 110 mg/dl e/ou presença de qualquer fator de risco para o diabetes
gestacional.
II. Toda gestante com rastreamento positivo e/ou qualquer fator de risco deve ser submetida à
confirmação diagnóstica com teste oral de tolerância à glicose após a ingestão de 75 g de glicose.
III. História de óbito fetal, sem causa aparente em gestação anterior, é considerado um fator de risco
para o diabetes gestacional.
Gabarito
01.C / 02.Certo / 03.C / 04.D / 05.D / 06.B / 07.D / 08.A / 09.B / 10.E / 11.A / 12.B / 13.C / 14.D
Comentários
01. Resposta: C
Hipertensão Arterial: pressão arterial igual ou maior que 140/90mmHg baseada na média de pelo
menos duas medidas. Hipertensão Crônica: observada antes da gravidez, ou antes de 20 semanas de
gestação, ou diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez e não se resolve até 12 semanas após
o parto.
03. Resposta: C
A primeira afirmativa é verdadeira, pois quando a mãe que tem sangue do tipo Rh negativo, o bebê
nasce com Rh positivo isso apenas pode acontecer quando o sangue do pai é Rh positivo.
A segunda afirmativa é verdadeira, pois caso ocorra o contato do sangue do bebê com o da mãe
durante a primeira gravidez, a mãe produzirá anticorpos que durante a segunda gestação começam a
combater as células vermelhas do sangue do novo bebê.
A terceira afirmativa é falsa, pois em relação as consequências da eritrobalstose fetal o bebê pode
nascer com anemia grave, inchaços, aumento do fígado, aborto espontâneo, surdez, hidropsia fetal e
morte do feto.
A quarta afirmativa é verdadeira, pois a aplicação de imunoglobulina anti-Rh irá impedir a mãe produzir
novos anticorpos, deverá ser feita entre 28ª e a 30ª semana de gestação e aplicada por um profissional
de saúde.
04. Resposta: D
São sinais de presunção os que sugerem gestação, decorrentes, principalmente, do aumento da
progesterona, fazem parte a amenorreia, náuseas com ou sem vômitos sendo mais frequente pela manhã,
alterações mamárias e polaciúria que é o aumento da frequência urinária.
05. Resposta: D
Parceiros sexuais devem ser tratados concomitantemente, caso contrário o recém-nato será
considerado caso de sífilis congênita.
06. Resposta: B
A Tricomoníase genital é uma infecção causada pela Trichomonas vaginalis, tendo como via de
transmissão a sexual. Pode permanecer assintomática no homem e na mulher, principalmente após a
menopausa. Na mulher pode acometer a vulva, o canal vaginal e a cérvice uterina. Os sinais e sintomas
principais são: corrimento abundante amarelo ou amarelo esverdeado, com presença de bolhas e odor
fétido semelhante a “peixe podre”, prurido e/ou irritação vulvar, dor pélvica, disúria, polaciúria e hiperemia
da mucosa vaginal com placas avermelhadas. O tratamento sempre é sistêmico, podendo ser associada
terapêutica tópica vaginal.
07. Resposta: D
A medida é feita em centímetros com uma fita métrica flexível e não extensível, do púbis ao fundo do
útero, determinado por palpação, com a grávida em decúbito dorsal.
Existem diferentes métodos de medida que oferecem valores diferentes, por isso é imprescindível
normalizar a forma de medir e utilizar padrões normais de referência que tenham sido elaborados com a
mesma técnica.
Técnica 1: a extremidade da fita métrica é fixada na margem superior da púbis com uma mão,
deslizando a fita entre os dedos indicador e médio da outra mão até alcançar o fundo do útero com a
margem cubital dessa mão.
Técnica 2: a fita é colocada debaixo da borda cubital, por isso, ao descrever uma curva maior, o valor
que se obtém e 1,5 ± 0,6 cm maior em relação ao obtido com a técnica anterior, no 3º trimestre de
gestação.
08. Resposta: A
As náuseas e vômitos representam as condições médicas mais comuns da gravidez, contribuindo para
um alto grau de ansiedade e preocupação nas mulheres. Nas suas formas mais graves, são chamadas
de hiperemese gravídica, definida como vômitos persistentes que levam a uma perda de peso maior que
5% do peso pré-gravídico, associada a desequilíbrio hidroeletrolítico e cetonúria, o que ocorre em cerca
de 1% das gestações.
10. Resposta: E
Pré-eclâmpsia: a presença de aumento rápido de peso, edema facial ou outros sintomas sugestivos
da doença requerem uma monitoração mais rigorosa da pressão arterial e a detecção de proteinúria.
11. Resposta: A
Considerando que o parto ou aborto ocorrem espontaneamente dentro das três semanas seguintes ao
óbito fetal, a opção de esperar esse prazo deve ser oferecida às mulheres e utiliza-se o misoprostol
somente para aquelas que solicitam uma conduta ativa.
12. Resposta: B
Conceitua-se como abortamento a interrupção da gravidez ocorrida antes da 22ª semana de gestação
e com produto da concepção pesando menos que 500 gramas. O produto da concepção eliminado no
processo de abortamento é chamado aborto.
13. Resposta: C
As Mais Importantes Situações Hemorrágicas Gestacionais São:
Segunda Metade da Gestação
- Placenta prévia;
- Descolamento prematuro da placenta;
- Rotura uterina;
- Vasa prévia.
14. Resposta: D
O rastreamento é considerado positivo nas gestantes com nível de glicose plasmática de jejum igual
ou superior a 85mg/dL e/ou na presença de qualquer fator de risco para o diabetes gestacional. Na
ausência de fatores de risco e glicemia de jejum ≤ 85mg/dL, considera-se rastreamento negativo e deve-
se repetir a glicemia de jejum entre a 24ª e 28ª semana de gestação.
Duas glicemias plasmáticas de jejum ≥ 126mg/dL confirmam o diagnóstico de diabetes gestacional,
sem necessidade de teste de tolerância.
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
88
LARA, S. R. G.; CESAR, M. B. N. Enfermagem em Obstetrícia e Ginecologia. Manole, 2017.
89
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/parto.pdf
Fatores de Risco que Permitem a Realização do Pré́ -Natal em Serviço de Saúde de Baixa
Complexidade
90
Índice de Massa Corpórea.
Além dos fatores de risco descritos, existem os casos que indicam a necessidade de atendimento das
gestantes em serviços de urgência ou emergência obstétrica.
A consulta de pré́ -natal precisa ser iniciada o mais precocemente possível (no 1° trimestre) e deve ser
intercalada com as consultas médicas, totalizando no mínimo 6 atendimentos. O encerramento do PN só́
ocorre após o 42° dia de puerpério, com a consulta de puerpério.
Anamnese
- Aspectos socioepidemiológicos;
- Dados socioeconômicos;
- Antecedentes familiares;
- Antecedentes pessoais gerais;
- Antecedentes ginecológicos;
- Antecedentes obstétricos.
Exame físico
- Geral;
- Obstétrico;
- Ginecológico;
- Verificação do peso, altura e sinais vitais da gestante;
- Cálculo do IMC e avaliação do ganho de peso gestacional.
91
Pressão Arterial.
Encaminhamentos
- Avaliação odontológica;
- Avaliação nutricional;
- Serviços especializados;
- Sala de vacinas (dupla adulto, dTpa, hepatite B e Influenza). Seguir recomendações do calendário
de vacinação para gestante do Ministério da Saúde (MS).
Prescrição
- Suplementação de sulfato ferroso (40mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico (5mg/dia).
Realização
- Avaliação dos dados da anamnese, do exame clínico/obstétrico e dos exames laboratoriais e de
imagem.
Agendamentos
- Grupo educativo com as gestantes e próximas consultas.
Anamnese
- Sucinta, com pesquisa das queixas mais comuns na gestação;
- Intercorrências clínicas e obstétricas.
Exame físico
- Geral;
- Obstétrico;
- Ginecológico se necessário;
- Avaliar o bem-estar materno e fetal.
Realizar
- Cálculo e anotação da IG;
- Verificação do peso e cálculo do IMC;
- Monitoramento do ganho de peso gestacional;
- Teste de Estímulo Sonoro Simplificado (TESS), se houver indicação clínica;
- Registro dos movimentos fetais;
- Correlação dos dados, coletados na anamnese e no exame físico, com resultados de exames
complementares;
- Tratamento de alterações encontradas;
- Encaminhamentos necessários;
- Prescrição de suplementação de sulfato ferroso (40 mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico
(5mg/dia), se necessário;
- Acompanhamento das condutas adotadas em serviços especializados;
- Ações e práticas educativas individuais e coletivas;
- Orientação sobre a realização do mobilograma;
- Agendamento da próxima consulta;
Avaliar
- Risco gestacional;
- Calendário de vacinação;
- Resultado dos exames complementares;
- Movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico;
- Dados da anamnese e do exame clínico/obstétrico.
Pirose
- Consumir dieta fracionada, evitando frituras, café́ , chá́ preto, mates, doces, álcool e fumo;
- Medicamentos antiácidos a critério médico.
Sialorreia
- Explicar que se trata de um sintoma comum no início da gestação;
- Orientar dieta semelhante à indicada para náusea e vômitos;
- Orientar a gestante a deglutir a saliva e a tomar líquidos em abundância.
Fraquezas e desmaios
- Evitar mudanças bruscas de posição e inatividade;
- Evitar jejum prolongado e grandes intervalos entre as refeições;
- Ensinar à gestante posições como a de sentar com a cabeça abaixada ou deitar em decúbito lateral,
e respirar profunda e pausadamente.
Estrias
- Podem ser utilizadas as massagens locais, com substâncias oleosas ou cremes, na tentativa de
preveni-las.
Hemorroidas
- Ingerir alimentos ricos em fibras, a fim de evitar a obstipação intestinal;
- Supositórios de glicerina, se necessário;
- Evitar o uso de papel higiênico colorido ou áspero;
- Fazer higiene perianal com água e sabão neutro, após a evacuação;
- Fazer uso de compressas mornas no períneo;
- Consultar o médico, no caso de dor ou sangramento anal persistente.
Corrimento vaginal
- Explicar que um aumento de fluxo vaginal é comum na gestação;
- No caso de fluxo de cor amarelada, esverdeada, com odor fétido ou prurido, realizar exame especular
e tratar a gestante.
Queixas urinárias
- Mesmo sendo incômodo o aumento do número de micções, é muito importante incentivar a ingestão
hídrica adequada;
- Agendar consulta médica, caso exista dor ao urinar ou hematúria.
Varizes
- Não permanecer muito tempo em pé́ ou sentada;
- Repousar várias vezes ao dia, com as pernas elevada;
- Evitar roupas justas;
- Se possível, utilizar meia-calça elástica para gestante.
Propedêutica Obstétrica
A propedêutica obstétrica tem como finalidade realizar exame de forma holística na gestante, a fim de
identificar possíveis riscos, fornecer ao profissional conhecimento a respeito da paciente e dar
continuidade no pré́ -natal de forma completa.
Realizam-se anamnese completa, exame físico obstétrico e ginecológico, palpação obstétrica,
mensuração de altura uterina e avaliação dos batimentos cardíaco fetais.
Anamnese
É feita por meio de entrevista informal, possibilitando ao profissional conhecer a paciente, seus
antecedentes pessoais, familiares, obstétricos, ginecológicos, menstruais e sexuais.
A anamnese obstétrica constitui uma entrevista e um exame físico específico da gestante.
Anamnese geral
Realizam-se questionamentos que visam à obtenção de informações como nome, idade, cor,
nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio, primiparidade, comorbidades, queixas e duração do
motivo pelo qual a gestante procurou o serviço de saúde, história pregressa da moléstia atual e sintomas
que não foram citados.
Contudo, o examinador deve manter-se atento aos sinais e aos sintomas que de- notam algo patológico
e fisiológico, diferenciando-os. Para isso, é importante conhecer a história de saúde de familiares e
cônjuge e verificar a existência de estados mórbidos e congênitos.
Registrar aspectos relativos às condições da paciente em sua infância (p.ex., nutrição, doenças
infecciosas), na puberdade (p.ex., menarca, telarca, pubarca), antecedentes menstruais (p.ex., ciclos
menstruais, dismenorreia, medidas anticoncepcionais), antecedentes sexuais (p.ex., coitarca,
dispareunia, problemas íntimos), antecedentes ginecológicos (p.ex., presença de nódulos mamários, dor,
corrimentos vaginais, atentando-se para cor, odor, aspecto, mastite em caso de puérperas, antecedentes
obstétricos, como DUM, e data provável do parto, que deve ser calculada segundo a regra de Naegele,
idade gestacional, medida pela DUM e pela ultrassonografia, sangramento vaginal, movimentos fetais,
queda do ventre, enjoos, cefaleia, vertigens, desmaios, hipersensibilidade das mamas, aversão ou
perversão de apetite, polaciúria, tipo de mamilos).
É preciso, sempre, verificar os sinais vitais (SSVV) da paciente.
Palpação Obstétrica
A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da AU. Primordialmente, devem-se delimitar
o fundo uterino e todo seu contorno (Figura 1). O exame permite identificar a situação e a apresentação
fetal (Figuras 2 e 3), localizando os polos cefálico e pélvico e o dorso fetal, comumente identificados a
partir do 3° trimestre de gestação. Para realizar o exame de palpação, é necessário seguir as orientações
descritas a seguir.
08. (FMS - Enfermeiro - NUCEPE/2017) O pré-natal de baixo risco pode ser realizado pelo enfermeiro,
desde que essa gestante também seja acompanhada pelo médico em algumas consultas. Na primeira
consulta do pré-natal o enfermeiro deve solicitar os seguintes exames, de acordo com o preconizado nos
protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres - Ministério da Saúde, 2016:
(A) hemoglobina, hematócrito, tipo sanguíneo, fator RH, eletroforese de hemoglobina, glicemia em
jejum, urina tipo I, parasitológico de fezes, teste rápido para sífilis ou VDRL, teste rápido para HIV ou
sorologia, sorologia para hepatite B, toxoplasmose IgM e IgG, urocultura e antibiograma.
(B) hemoglobina, hematócrito, tipo sanguíneo, fator RH, glicemia em jejum, urina tipo I, parasitológico
de fezes, teste rápido para sífilis ou VDRL, teste rápido para HIV ou sorologia, sorologia para hepatite B,
toxoplasmose IgM e IgG, sorologia para citomegalovírus e rubéola.
(C) hemoglobina, hematócrito, tipo sanguíneo, fator RH, eletroforese de hemoglobina, glicemia em
jejum, urina tipo I, teste rápido para sífilis ou VDRL, teste rápido para HIV ou sorologia, sorologia para
hepatite B, toxoplasmose IgM e IgG, teste rápido de proteinúria.
(D) hemoglobina, hematócrito, tipo sanguíneo, fator RH, eletroforese de hemoglobina, glicemia em
jejum, urina tipo I, parasitológico de fezes, teste rápido para sífilis ou VDRL, teste rápido para HIV ou
sorologia, sorologia para hepatite B, toxoplasmose IgM e IgG, sorologia para citomegalovírus e rubéola.
(E) hemoglobina, hematócrito, tipo sanguíneo, fator RH, eletroforese de hemoglobina, glicemia em
jejum, urina tipo I, teste rápido para sífilis ou VDRL, teste rápido para HIV ou sorologia, sorologia para
hepatite B, toxoplasmose IgM e IgG, urocultura e antibiograma.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
Náuseas, vômitos e tonturas
- Orientar dieta fracionada e evitar frituras, gorduras e alimentos com cheiros fortes;
- Evitar líquidos durante as refeições;
- Ingerir alimentos sólidos antes de se levantar (p.ex., bolacha de água e sal);
- Ingerir alimentos gelados.
04. Resposta: C
Sialorreia
- Explicar que se trata de um sintoma comum no início da gestação;
- Orientar dieta semelhante à indicada para náusea e vômitos;
- Orientar a gestante a deglutir a saliva e a tomar líquidos em abundância.
05. Resposta: D
Técnica para palpação abdominal (manobras de Leopold)
• Delimitar o fundo do útero com a borda cubital de ambas as mãos e reconhecer a parte fetal que o
ocupa;
• Deslizar as mãos do fundo uterino até́ o polo inferior do útero, procurando sentir o dorso e as
pequenas partes do feto;
• Explorar a mobilidade do polo, que se apresenta no estreito superior pélvico;
• Determinar a situação fetal, colocando as mãos sobre as fossas ilíacas, deslizando-as em direção à
escava pélvica e abarcando o polo fetal, que se apresenta. As situações que podem ser encontradas são
longitudinal (apresentação cefálica e pélvica), transversa (apresentação córmica) ou oblíquas.
06. Resposta: A
O objetivo primordial do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) é assegurar a
melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto
e puerpério às gestantes e ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania.
08. Resposta: E
Solicitação dos exames de rotina
- Tipagem sanguínea e fator Rh;
- Coombs indireto (se for Rh negativo);
- Urina I, urocultura;
- Parasitológico de fezes;
- Hemograma, eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver ante- cedentes familiares de
anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica);
- Glicemia de jejum;
- Sorologias: para sífilis (VDRL); IgM e IgG de hepatite B (HbsAg), rubéola e toxoplasmose; anti-HIV;
- Ultrassonografia do 1° trimestre;
- Coleta de material cervicovaginal, para citologia oncótica.
PARTURIENTE
Admitindo a Parturiente
O atendimento da parturiente na sala de admissão de uma maternidade deve ter como preocupação
principal uma recepção acolhedora à mulher e sua família, informando-os da dinâmica da assistência na
maternidade e os cuidados pertinentes a esse momento: acompanhá-la na admissão e encaminhá-la ao
pré-parto; colher os exames laboratoriais solicitados (hemograma, VDRL e outros exames, caso não os
tenha realizado durante o pré-natal); promover um ambiente tranquilo e com privacidade; monitorar a
evolução do trabalho de parto, fornecendo explicações e orientações.
92
Pressão Arterial.
Questões
03. (IF - RJ - Técnico de Enfermagem) O segundo estágio do trabalho de parto é descrito como
(A) pós-parto imediato.
(B) período do início das contrações até a dilatação completa.
(C) saída da placenta.
(D) período entre a expulsão completa até a expulsão fetal.
(E) período do início das contrações até a saída da placenta.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
Caso a parturiente esteja desanimada, frustrada ou necessite permanecer no leito durante o trabalho
de parto, devido às complicações obstétricas ou fetais, deve ser aconselhada a ficar na posição de
decúbito lateral esquerdo, tanto quanto possível (esta posição diminui a compressão do útero sobre a
aorta e a veia cava inferior).
02. Resposta: A
Corresponde às primeiras duas horas após o parto, fase em que ocorre a loquiação e se avalia a
involução uterina e recuperação da genitália materna.
04. Resposta: A
Inicia-se após a expulsão do feto e termina com a saída da placenta e membranas (amniótica e
coriônica). Recebe o nome de delivramento ou dequitação e deve ser espontâneo, sem compressão
uterina. Pode durar de alguns minutos a 30 minutos. Nessa fase é importante atentar para as perdas
sanguíneas, que não devem ser superiores a 500 ml.
PUERPÉRIO
Durante toda a gravidez, o organismo materno sofre alterações gradativas - as mais marcantes
envolvem o órgão reprodutor. O puerpério inicia-se logo após a dequitação e termina quando a fisiologia
materna volta ao estado pré-gravídico. Esse intervalo pode perdurar por 6 semanas ou ter duração
variável, principalmente nas mulheres que estiverem amamentando.
O período puerperal é uma fase de grande estresse fisiológico e psicológico.
A fadiga e perda de sangue pelo trabalho de parto e outras condições desencadeadas pelo nascimento
podem causar complicações - sua prevenção é o objetivo principal da assistência a ser prestada.
Nos primeiros dias do pós-parto, a puérpera vive um período de transição, ficando vulnerável às
pressões emocionais. Problemas que normalmente enfrentaria com facilidade podem deixá-la ansiosa
em vista das responsabilidades com o novo membro da família (“Será que vou conseguir amamentá-lo?
Por que o bebê chora tanto? ”), a casa (“Como vou conciliar os cuidados da casa com o bebê? ”), o
companheiro (“Será que ele vai me ajudar? Como dividir a atenção entre ele e o bebê? ”), e a família
(“Como dividir a atenção com os outros filhos? O que fazer, se cada um diz uma coisa? ”).
Nesse período, em vista de uma grande labilidade emocional, somada à exaustão física, pode surgir
um quadro de profunda tristeza, sentimento de incapacidade e recusa em cuidar do bebê e de si mesma
- que pode caracterizar a depressão puerperal. Essas manifestações podem acontecer sem causa
aparente, com duração temporária ou persistente por algum tempo. Esse transtorno requer a intervenção
de profissionais capazes de sua detecção e tratamento precoce, avaliando o comportamento da puérpera
e proporcionando-lhe um ambiente tranquilo, bem como prestando orientações à família acerca da
importância de seu apoio na superação deste quadro.
De Acordo Com as Alterações Físicas, o Puerpério Pode Ser Classificado em Quatro Fases
Distintas:
- Imediato (primeiras 2 horas pós-parto);
- Mediato (da 2ª hora até o 10º dia pós-parto);
- Tardio (do 11º dia até o 42º dia pós-parto);
- Remoto (do 42º dia em diante).
O puerpério imediato, também conhecido como quarto período do parto, inicia-se com a involução
uterina após a expulsão da placenta e é considerado crítico, devido ao risco de hemorragia e infecção.
A infecção puerperal está entre as principais e mais constantes complicações.
O trabalho de parto e o nascimento do bebê reduzem a resistência à infecção causada por
microrganismos encontrados no corpo.
Inúmeros são os fatores de risco para o aparecimento de infecções: o trabalho de parto prolongado
com a bolsa amniótica rompida precocemente, vários toques vaginais, condições socioeconômicas
desfavoráveis, anemia, falta de assistência pré-natal e história de doenças sexualmente transmissível
não tratada.
O parto cesáreo tem maior incidência de infecção do que o parto vaginal, pois durante seu
procedimento os tecidos uterinos, vasos sanguíneos, linfáticos e peritônio estão expostos às bactérias
existentes na cavidade abdominal e ambiente externo. A perda de sangue e consequente diminuição da
resistência favorecem o surgimento de infecções.
Os sinais e sintomas vão depender da localização e do grau da infecção, porém a hipertermia é
frequente - em torno de 38º C ou mais. Acompanhando a febre, podem surgir dor, não-involução uterina
e alteração das características dos lóquios, com eliminação de secreção purulenta e fétida, e diarreia.
O exame vaginal, realizado por enfermeiro ou médico, objetiva identificar restos ovulares; nos casos
necessários, deve-se proceder à curetagem.
A hemorragia puerperal é uma complicação de alta incidência de mortalidade materna, tendo como
causas a atonia uterina, lacerações do canal vaginal e retenção de restos placentários.
É importante procurar identificar os sinais de hemorragia - de quinze em quinze minutos - e avaliar
rotineiramente a involução uterina através da palpação, identificando a consistência. Os sinais dessa
complicação são útero macio (maleável, grande, acima do umbigo), lóquios em quantidades excessivas
(contendo coágulos e escorrendo num fio constante) e aumento das frequências respiratória e cardíaca,
com hipotensão.
Caso haja suspeita de hemorragia, o auxiliar de enfermagem deve avisar imediatamente a equipe,
auxiliando na assistência para reverter o quadro instalado, atentando, sempre, para a possibilidade de
choque hipovolêmico. Deve, ainda, providenciar um acesso venoso permeável para a administração de
infusão e medicações; bem como aplicar bolsa de gelo sobre o fundo do útero, massageando-o
suavemente para estimular as contrações, colher sangue para exames laboratoriais e prova cruzada,
certificar-se de que no banco de sangue existe sangue compatível (tipo e fator Rh) com o da mulher - em
caso de reposição - e preparar a puérpera para a intervenção cirúrgica, caso isto se faça necessário.
Complementando esta avaliação, também há verificação dos sinais vitais, considerando-se que a
frequência cardíaca diminui para 50 a 70 bpm (bradicardia) nos primeiros dias após o parto, em vista da
redução no volume sanguíneo. Uma taquicardia pode indicar perda sanguínea exagerada, infecção, dor
e até ansiedade. A pressão sanguínea permanece estável, mas sua diminuição pode estar relacionada à
perda de sangue excessivo e seu aumento é sugestivo de hipertensão. É também importante observar o
nível de consciência da puérpera e a coloração das mucosas.
Outros cuidados adicionais são: observar o períneo, avaliando a integridade, o edema e a
episiorrafia; aplicar compressas de gelo nesta região, pois isto propicia a vasoconstrição, diminuindo o
edema e hematoma e evitando o desconforto e a dor; avaliar os membros inferiores (edema e varizes) e
oferecer líquidos e alimentos sólidos à puérpera, caso esteja passando bem.
Nos casos de cesárea, atentar para todos os cuidados de um parto normal e mais os cuidados de um
pós-operatório, observando as características do curativo operatório. Se houver sangramento e/ou
queixas de dor, comunicar tal fato à equipe.
No puerpério mediato, a puérpera permanecerá no alojamento conjunto até a alta hospitalar.
Neste setor, inicia os cuidados com o bebê, sob supervisão e orientação da equipe de enfermagem - o
que lhe possibilita uma assistência e orientação integral.
No alojamento conjunto, a assistência prestada pelo auxiliar de enfermagem baseia-se em observar
e registrar o estado geral da puérpera, dando continuidade aos cuidados iniciados no puerpério imediato,
em intervalos mais espaçados. Deve também estimular a deambulação precoce e exercícios ativos no
leito, bem como observar o estado das mamas e mamilos, a sucção do recém-nascido (incentivando o
aleitamento materno), a aceitação da dieta e as características das funções fisiológicas, em vista da
Por ocasião da alta hospitalar, especial atenção deve ser dada às orientações sobre o retorno à
atividade sexual, planejamento familiar, licença-maternidade de 120 dias (caso a mulher possua vínculo
empregatício) e importância da consulta de revisão de pós-natal e puericultura.
A consulta de revisão do puerpério deve ocorrer, preferencialmente, junto com a primeira avaliação da
criança na unidade de saúde ou, de preferência, na mesma unidade em que efetuou a assistência pré-
natal, entre o 7º e o 10º dia pós-parto.
Até o momento, foi abordado o atendimento à gestante e ao feto com base nos conhecimentos
acumulados nos campos da obstetrícia e da perinatologia. Com o nascimento do bebê são necessários
os conhecimentos de um outro ramo do saber - a neonatologia.
Surgida a partir da pediatria, a neonatologia é comumente definida como um ramo da medicina
especializado no diagnóstico e tratamento dos recém-nascidos (RNs). No entanto, ela abrange mais do
que isso - engloba também o conhecimento da fisiologia dos neonatos e de suas características.
Questões
Gabarito
01.A
Comentários
01.Resposta: A
Nos primeiros dias do pós-parto, a puérpera vive um período de transição, ficando vulnerável às
pressões emocionais. Problemas que normalmente enfrentaria com facilidade podem deixá-la ansiosa
em vista das responsabilidades com o novo membro da família. Nesse período, em vista de uma grande
labilidade emocional, somada à exaustão física, pode surgir um quadro de profunda tristeza, sentimento
de incapacidade e recusa em cuidar do bebê e de si. Essa tristeza pós-parto é quase fisiológica.
Normalmente as mulheres apresentam certa tristeza e irritabilidade que têm início em geral no terceiro
dia depois do parto, dura uma semana, dez, quinze dias no máximo, e desaparece espontaneamente. Já
a depressão pós-parto começa algumas semanas depois do nascimento da criança e deixa a mulher
incapacitada, com dificuldade de realizar as tarefas do dia a dia.
O climatério é definido pela Organização Mundial da Saúde como uma fase biológica da vida e não
um processo patológico, que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da
vida da mulher. A menopausa é um marco dessa fase, correspondendo ao último ciclo menstrual, somente
reconhecida depois de passados 12 meses da sua ocorrência e acontece geralmente em torno dos 48
aos 50 anos de idade.93
O climatério não é uma doença e sim uma fase natural da vida da mulher e muitas passam por ela
sem queixas ou necessidade de medicamentos. Outras têm sintomas que variam na sua diversidade e
intensidade. No entanto, em ambos os casos, é fundamental que haja, nessa fase da vida, um
acompanhamento sistemático visando à promoção da saúde, o diagnóstico precoce, o tratamento
imediato dos agravos e a prevenção de danos.
Os profissionais de saúde que atendem a clientela feminina devem cuidar para que haja a maior
efetividade possível. Os serviços de saúde precisam adotar estratégias que evitem a ocorrência de
oportunidades perdidas de atenção às mulheres no climatério. Isto é, evitar ocasiões em que as mulheres
entram em contato com os serviços e não recebem orientações ou ações de promoção, prevenção e ou
recuperação, de acordo com o perfil epidemiológico deste grupo populacional.
As oportunidades ocorrem durante a anamnese que valoriza a escuta, no exame clínico que inclui
aferição do peso, da altura, da circunferência abdominal e da pressão arterial, no elenco de exames
solicitados. Também no encaminhamento para grupos psico- educativos ou para outros profissionais
(saúde bucal, endocrinologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia, etc.), na orientação sobre sexualidade,
alimentação saudável, prevenção do câncer e das DST/aids, na oferta de atividades de promoção da
saúde e outros recursos disponíveis na rede, em outros serviços públicos e na comunidade.
A medicalização do corpo das mulheres, com o uso sistemático de hormônios durante o climatério tem
sido uma prática usual na medicina. As mulheres no climatério não sofrem de uma doença (de carência
hormonal) e o tratamento hormonal deve ser encarado como uma opção terapêutica para os casos em
que existam indicações específicas. É fundamental que os profissionais de saúde estejam informados e
atualizados para procederem a uma abordagem menos agressiva e invasiva possível.
Frequentemente, as queixas das mulheres no período do climatério, não aparecem durante a
anamnese clínica em que os interrogatórios médicos e dos demais profissionais da saúde estão
baseados; podem ser sublimados, aparecendo em conversas informais. Como já mencionado, cada
mulher vivencia seu climatério de acordo com sua singularidade.
93 Texto adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção
à Mulher no Climatério/Menopausa. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
Atitudes positivas por parte dos profissionais devem incluir diversas ações, tais como:
Os sinais e sintomas clínicos do climatério ainda podem ser divididos em transitórios, representados
pelas alterações do ciclo menstrual e pela sintomatologia mais aguda, e não transitórios, representados
pelos fenômenos atróficos geniturinários, distúrbios no metabolismo lipídico e ósseo.
Existe uma ampla variação na frequência e intensidade com que as mulheres de diferentes grupos
etários, étnicos raciais, níveis socioeconômicos e culturais relatam a ocorrência de sintomas associados
ao climatério.
A maioria dos estudos mostra que há um aumento na perimenopausa, sendo que mais de 50% das
mulheres nos países ocidentais industrializados os apresentam. São representados pelos clássicos
sintomas neurovegetativos ou vasomotores como os fogachos, com ou sem sudorese e uma variedade
de sintomas neuropsíquicos. Podem aparecer de forma isolada, na mulher que ainda menstrua
regularmente ou, como ocorre com mais frequência, quando iniciam as alterações do ciclo menstrual.
Em adição aos sintomas clássicos de hipoestrogenismo, algumas mulheres relatam quadros clínicos
que são sugestivos de concentrações séricas de estrogênios elevadas, tais como distensão abdominal e
mastalgia, principalmente na perimenopausa. Essas manifestações clínicas refletem a intensa flutuação
que os estrogênios apresentam nessa fase, necessitando de uma abordagem clínica e terapêutica
específica e individualizada.
Durante a fase da transição menopausal, os ciclos menstruais apresentam variações na regularidade
e nas características do fluxo. Inicialmente pode ocorrer uma tendência ao encurtamento gradativo da
periodicidade, devido à maturação folicular acelerada e consequente ovulação precoce, o que pode ser
seguido por uma fase lútea com baixa produção de progesterona e instalação de ciclos próprio ou
polimenorréicos, com fluxo diminuído ou aumentado.
Após esta fase inicial comumente passam a ocorrer ciclos anovulatórios, iniciando-se o maior
espaçamento entre as menstruações. Isto ocorre em consequência de uma persistência folicular longa,
com produção irregular de estrogênios podendo levar a ciclos espaniomenorréicos e a períodos de
amenorreia.
Nesta fase o fluxo poderá apresentar aumento da duração e intensidade em consequência das
alterações endometriais expressando as alterações hormonais, o que não deve descartar, sempre que
necessário, a investigação do endométrio.
Os fogachos ou “ondas de calor” constituem o sintoma mais comum nas mulheres ocidentais, podendo
ocorrer em qualquer fase do climatério.
Perimenopausa94
Trata-se do período que se estende desde os primeiros sinais oriundos da menopausa (ondas de calor,
ressecamento vaginal e menstruações irregulares) até depois da cessação completa da menstruação (um
ano depois do último período menstrual).
Alguns fatos sobre a perimenopausa devem ser considerados pela enfermeira ao cuidar ou
ensinar a paciente durante esse período:
- Sexualidade, fertilidade, contracepção e DSTs podem ser preocupantes para as mulheres na
perimenopausa;
- A gestação inesperada é possível quando a contracepção efetiva não é utilizada;
- Os contraceptivos orais podem fornecer alguma proteção às mulheres contra o câncer, câncer de
ovário, anemia, gestação e alterações fibrocísticas da mama, bem como alívio dos sintomas da
perimenopausa. (As mulheres que fumam e que tem 35 anos de idade ou mais não devem tomar
contraceptivos orais devido ao risco aumentado de doença cardiovascular);
- Cerca de 16% dos casos de câncer de mama ocorrem nesse grupo de mulheres, de modo que o
autoexame da mama (AEM), os exames físicos rotineiros e as mamografias são essenciais.
As enfermeiras podem encorajar as mulheres a visualizar a menopausa como uma alteração natural
que resulta em libertar-se das menstruações e dos sinais relacionados às alterações hormonais. Não
existe nenhuma relação entre menopausa e problemas de saúde mental; contudo, as alterações sociais
que geralmente coincidem com a menopausa (p. ex.: filhos adolescentes ou em crescimento, parceiros
doentes e pais dependentes ou doentes) podem produzir estresse.
Devem ser empreendidas medidas para promover a saúde geral. A enfermeira pode explicar à paciente
que a cessação das menstruações é uma função fisiológica, raramente acompanhada por sintomas ou
doença do sistema nervoso. O atual espectro de vida previsto depois da menopausa para a mulher média
é de 30 a 35 anos, o que pode englobar um número igual de anos em relação à fase reprodutora de sua
vida.
94
Texto adaptado de SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. BRUNNER & SUDDARTH: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 9. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000. (volume 3)
Questões
Gabarito
01.A
Comentários
01.Resposta: A
O climatério é definido pela Organização Mundial da Saúde como uma fase biológica da vida e não
um processo patológico, que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da
vida da mulher. As alterações hormonais que levam ao fim do período reprodutivo, marcado pela
menopausa, exigem adaptações físicas, psicológicas e emocionais.
A Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH) tem como diretriz promover
ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina
nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos, respeitando os diferentes níveis de
desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão de Estados e Municípios.
Para atingir o seu objetivo geral, que é ampliar e melhorar o acesso da população masculina adulta -
20 a 59 anos - do Brasil aos serviços de saúde, a Política Nacional de Saúde do Homem é desenvolvida
a partir de cinco (05) eixos temáticos:
- Acesso e Acolhimento: objetiva reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta inclusiva,
na qual os homens considerem os serviços de saúde também como espaços masculinos e, por sua vez,
os serviços reconheçam os homens como sujeitos que necessitam de cuidados.
- Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: busca sensibilizar gestores (as), profissionais de saúde e a
população em geral para reconhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos, os
envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando estratégias para aproximá-los desta temática.
- Paternidade e Cuidado: objetiva sensibilizar gestores (as), profissionais de saúde e a população
em geral sobre os benefícios do envolvimento ativo dos homens com em todas as fases da gestação e
nas ações de cuidado com seus (uas) filhos (as), destacando como esta participação pode trazer saúde,
bem-estar e fortalecimento de vínculos saudáveis entre crianças, homens e suas (eus) parceiras (os).
95
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-do-homem
SAÚDE DO HOMEM
Embora seja alvo da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH)96979899,
lançada pelo Ministério da Saúde (MS), em 2009, a saúde masculina continua um tema desafiador para
gestores e profissionais de saúde, que muitas vezes tomam os homens como uma população “rebelde”
e destinam a eles apenas ações pontuais e focadas na próstata.
A Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH) tem como diretriz promover
ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina
nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos, respeitando os diferentes níveis de
desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão de Estados e Municípios.
Para atingir o seu objetivo geral, que é ampliar e melhorar o acesso da população masculina adulta -
20 a 59 anos - do Brasil aos serviços de saúde, a Política Nacional de Saúde do Homem é desenvolvida
a partir de cinco (05) eixos temáticos:
- Acesso e Acolhimento: objetiva reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta inclusiva,
na qual os homens considerem os serviços de saúde também como espaços masculinos e, por sua vez,
os serviços reconheçam os homens como sujeitos que necessitam de cuidados.
- Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: busca sensibilizar gestores (as), profissionais de saúde e a
população em geral para reconhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos, os
envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando estratégias para aproximá-los desta temática.
- Paternidade e Cuidado: objetiva sensibilizar gestores (as), profissionais de saúde e a população em
geral sobre os benefícios do envolvimento ativo dos homens com em todas as fases da gestação e nas
ações de cuidado com seus (uas) filhos (as), destacando como esta participação pode trazer saúde, bem-
estar e fortalecimento de vínculos saudáveis entre crianças, homens e suas (eus) parceiras (os).
- Doenças prevalentes na população masculina: busca fortalecer a assistência básica no cuidado
à saúde dos homens, facilitando e garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao
enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à saúde.
- Prevenção de Violências e Acidentes: visa propor e/ou desenvolver ações que chamem atenção
para a grave e contundente relação entre a população masculina e as violências (em especial a violência
urbana) e acidentes, sensibilizando a população em geral e os profissionais de saúde sobre o tema.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, portanto, além de evidenciar os principais
fatores de morbimortalidade explicita o reconhecimento de determinantes sociais que resultam na
vulnerabilidade da população masculina, considerando que representações vigentes sobre a
masculinidade podem comprometer o acesso a cuidados, expondo-a a situações de violência e
aumentando sua vulnerabilidade.
Mobilizar a população masculina brasileira pela luta e garantia do direito social à saúde é um dos
desafios da Política, que pretende tornar os homens protagonistas de demandas que consolidem seus
direitos de cidadania.
O acesso aos serviços, na atenção primária à saúde (APS) envolve a percepção de necessidade de
cuidado, a conversão desta em demanda e o comparecimento dos homens ao serviço de saúde. Esse
processo é assistido por profissionais assoberbados pelas diversas demandas, prioridades, urgências,
programas e metas de produção.
A seguir, serão abordadas algumas barreiras de acesso dos homens aos serviços de saúde, dividindo-
as didaticamente em socioculturais e institucionais - mesmo sabendo que essas dimensões se
influenciam mutuamente.
96
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-do-homem
97
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/novembro/07/livroPol--ticas-2018.pdf
98
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/maio/21/CNSH-DOC-PNAISH---Principios-e-Diretrizes.pdf
99
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C.; DIAS, L. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Artmed, 2019.
Historicamente, o senso comum considera os homens como o sexo forte. Desde pequenos, os
meninos são educados, entre outras coisas, para serem competitivos, corajosos, destemidos, poderosos,
violentos, invulneráveis, provedores e protetores, sendo também treinados para suportar, sem chorar,
suas dores físicas e emocionais (WHO, 2000).
Enfim, qualidades que, na maioria das vezes, ainda são reproduzidas na infância e repassadas de
geração em geração a partir de modelos culturais de gênero cristalizados na sociedade patriarcal, sem
que haja uma visão reflexiva sobre os mandatos compulsórios de vida a serem cumpridos e as
consequências implicadas na replicação acrítica de determinados condicionamentos e comportamentos
para a saúde e o bem-estar de homens, mulheres, crianças e comunidades.
São condicionamentos e qualidades que influenciam e são influenciados por todo um imaginário
simbólico coletivo social, responsável direto por alimentar e sedimentar no núcleo mais íntimo da
formação da identidade destes meninos, e futuros homens, o modo supostamente “correto de se viver e
sobreviver“ entre os seus semelhantes nos mais diversos contextos e ambientes sociais, políticos,
econômicos, laborais, geográficos, etc.
O desafio não é pequeno, haja vista que os valores da cultura masculina envolvem comportamentos
de risco à saúde. A forma como os homens constroem e vivenciam suas masculinidades encontram-se
vinculadas às matrizes dos modos de adoecer e morrer.
No Brasil, a PNAISH reconhece a necessidade de identificar os elementos psicossociais que acarretam
a vulnerabilidade da população masculina, além de evidenciar os principais fatores de morbimortalidade
como uma estratégia de atenção integral à saúde, haja vista que muitos agravos poderiam ser evitados,
caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção primária (BRASIL, 2009).
A Formulação da PNAISH
A estratégia de elaboração escolhida pela PNAISH foi investigar os principais agravos de saúde que
acometiam os homens, por meio do recorte de sexo, na faixa etária entre 20 a 59 anos, e que, em 2009,
correspondia a 41% da população de homens no Brasil.
A partir das informações coletadas e da definição de um panorama situacional nacional - em que foi
diagnosticado que os homens em geral acessam os serviços de saúde por meio da atenção especializada,
quando o agravo já está muito avançado, com possibilidade de menor resolução, - foram delineadas
estratégias e ações para incentivar medidas de prevenção e promoção à saúde e a melhoria do acesso
com qualidade deste segmento populacional, preferencialmente pela Atenção Básica (AB).
Princípios da PNAISH
No Brasil, desde a promulgação da Constituição de 1988, a saúde passou a ser reconhecida como um
dever do Estado e um direito social básico de todos os cidadãos, incluindo nesta lógica, obviamente, a
saúde do homem que, tal como a saúde de todas as outras populações, deve ser regida em consonância
com os princípios e as diretrizes do SUS.
Neste sentido, a PNAISH afirma princípios consonantes aos do SUS relacionados, por exemplo, à
“humanização, qualidade de vida e promoção da integralidade do cuidado na população masculina
promovendo o reconhecimento e respeito à ética e aos direitos do homem, obedecendo às suas
peculiaridades socioculturais” (BRASIL, 2009).
E, para que seja possível cumprir esses princípios, oito elementos foram listados a fim de serem
considerados. Conheça-os a seguir:
1. Acesso da população masculina aos serviços de saúde hierarquizados nos diferentes níveis de
atenção e organizados em rede, possibilitando melhoria do grau de resolutividade dos problemas;
2. Articular-se com as diversas áreas do governo com o setor privado e a sociedade, compondo redes
de compromisso e corresponsabilidade quanto à saúde e a qualidade de vida da população masculina;
3. Informações e orientação à população masculina, aos familiares e a comunidade sobre a promoção
de hábitos saudáveis, prevenção e tratamento dos agravos e das enfermidades do homem;
4. Captação precoce da população masculina nas atividades de prevenção primária relativa às
doenças cardiovasculares e cânceres, entre outros agravos recorrentes;
5. Capacitação técnica dos profissionais de saúde para o atendimento do homem;
6. Disponibilidade de insumos, equipamentos e materiais educativos;
Objetivos
Promover a melhoria das condições de saúde da população masculina do Brasil, contribuindo, de modo
efetivo, para a redução da morbidade e mortalidade através do enfrentamento racional dos fatores de
risco e mediante a facilitação ao acesso, às ações e aos serviços de assistência integral à saúde.
Objetivos específicos
Organizar, implantar, qualificar e humanizar, em todo território brasileiro, a atenção integral a saúde do
homem, dentro dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde:
•Implantar e/ou estimular nos serviços de saúde, públicos e privados, uma rede de atenção à saúde
do homem que garanta linhas de cuidado, na perspectiva da integralidade;
• Fortalecer a assistência básica no cuidado com o homem, facilitando e garantindo o acesso e a
qualidade da atenção necessária ao enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à
saúde;
• Formar e qualificar os profissionais da rede básica para o correto atendimento à saúde do homem;
• Promover ações integradas com outras áreas governamentais.
• Ampliar, através da educação, o acesso dos homens às informações sobre as medidas preventivas
contra os agravos e enfermidades que os atingem:
• Incluir o enfoque de gênero, orientação sexual, identidade de gênero e condição étnico-racial nas
ações educativas;
• Estimular, na população masculina, através da informação, educação e comunicação, o autocuidado
da saúde;
• Promover a parceria com os movimentos sociais e populares, e outras entidades organizadas para
divulgação ampla das medidas;
• Manter interação permanente com as demais áreas governamentais no sentido de efetuar, de
preferência, ações conjuntas, evitando a dispersão desnecessária de recursos.
Diretrizes
Neste contexto, a construção das diretrizes da PNAISH, norteadas pela humanização e qualidade da
assistência, foram elaboradas considerando os quatros elementos a seguir:
- Integralidade: a busca por assegurar acesso nos diferentes níveis de saúde, sendo organizado pela
dinâmica de referência e contrarreferência. A compreensão do indivíduo como um todo, nas suas
dimensões biológica, cultural e social;
- Factibilidade: a disponibilização de recursos, tecnologia, insumos e estrutura para que seja possível
a implantação das ações planejadas;
- Coerência: a coerência das diretrizes propostas com as demais políticas de saúde e os princípios do
SUS;
- Viabilidade: a implementação da política está relacionada aos três níveis de gestão, ao controle
social, a quem se condiciona o comprometimento e a possibilidade da execução das diretrizes.
Questões
01. (AL/GO - Técnico em Enfermagem do Trabalho - IADES/2019) Muitos agravos poderiam ser
evitados caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas preventivas da saúde. Nesse
sentido, a resistência masculina aumenta não somente a sobrecarga financeira da sociedade, mas
também, e, sobretudo, o sofrimento físico e emocional do paciente e da respectiva família, na luta pela
conservação da saúde e da qualidade de vida. Com relação à Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde do Homem, assinale a alternativa correta.
03. (AL/PR - Enfermeiro - FUNRIO/2018) Estas assertivas estão relacionadas às Diretrizes da Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, EXCETO a contemplada na seguinte alternativa:
(A) entender a Saúde do Homem como um conjunto de ações de promoção, prevenção, assistência e
recuperação da saúde, executado no nível primário de atenção.
(B) reforçar a responsabilidade dos três níveis de gestão e do controle social, de acordo com as
competências de cada um, garantindo condições para a execução da presente política.
(C) nortear a prática de saúde pela humanização e a qualidade da assistência a ser prestada; princípios
que devem permear todas as ações.
(D) promover a articulação interinstitucional, em especial com o setor Educação, como promotor de
novas formas de pensar e agir.
04. (UFMT - Técnico em Enfermagem - UFMT/2018) Diante de dados que indicavam altos índices de
morbidade entre os homens, além das altas taxas de mortalidade masculina ao longo da idade, instituiu-
se em 2009, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. São objetivos propostos pela
Política, EXCETO:
(A) Incentivar, orientar e direcionar a outras políticas e abordagens homens gays, travestis, bissexuais,
transexuais, com deficiência, em situação carcerária, ou em outras situações especiais.
(B) Organizar, implantar, qualificar e humanizar a rede de atenção integral à saúde do homem, de
modo a incluir a população masculina nas ações de promoção e prevenção de doenças cardiovasculares
e câncer.
(C) Promover mudança de conceitos da população masculina quanto ao cuidado da própria saúde e
da família, estimular a realização de exames preventivos e a escolha de hábitos de vida saudáveis.
(D) Realizar ações educativas, e incentivar a realização de planejamento da própria vida sexual e
reprodutiva, com garantia de acesso à contracepção cirúrgica voluntária masculina.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, portanto, além de evidenciar os principais
fatores de morbimortalidade explicita o reconhecimento de determinantes sociais que resultam na
vulnerabilidade da população masculina, considerando que representações vigentes sobre a
masculinidade podem comprometer o acesso a cuidados, expondo-a a situações de violência e
aumentando sua vulnerabilidade.
Mobilizar a população masculina brasileira pela luta e garantia do direito social à saúde é um dos
desafios da Política, que pretende tornar os homens protagonistas de demandas que consolidem seus
direitos de cidadania.
O desafio não é pequeno, haja vista que os valores da cultura masculina envolvem comportamentos
de risco à saúde. A forma como os homens constroem e vivenciam suas masculinidades encontram-se
vinculadas às matrizes dos modos de adoecer e morrer.
02. Resposta: B
Objetivo: promover a melhoria das condições de saúde da população masculina do Brasil, contribuindo,
de modo efetivo, para a redução da morbidade e mortalidade através do enfrentamento racional dos
fatores de risco e mediante a facilitação ao acesso, às ações e aos serviços de assistência integral à
saúde.
Neste sentido, a PNAISH afirma princípios consonantes aos do SUS relacionados, por exemplo, à
“humanização, qualidade de vida e promoção da integralidade do cuidado na população masculina
promovendo o reconhecimento e respeito à ética e aos direitos do homem, obedecendo às suas
peculiaridades socioculturais” (BRASIL, 2009).
03. Resposta: A
• Reforçar a responsabilidade dos três níveis de gestão e do controle social, de acordo com as
competências de cada um, garantindo condições para a execução da presente Política;
• Nortear a prática de saúde pela humanização e a qualidade da assistência a ser prestada, princípios
que devem permear todas as ações;
• Integrar a execução da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem às demais políticas,
programas, estratégias e ações do Ministério da Saúde;
• Promover a articulação interinstitucional, em especial com o setor Educação, como promotor de
novas formas de pensar e agir.
04. Resposta: A
Promover a atenção integral à saúde do homem nas populações indígenas, negras, quilombolas, gays,
bissexuais, travestis, transexuais, trabalhadores rurais, homens com deficiência, em situação de risco,
em situação carcerária, entre outros, desenvolvendo estratégias voltadas para a promoção da equidade
para distintos grupos sociais.
A Agenda Proteger e Cuidar de Adolescentes reúne diretrizes do Ministério da Saúde que tem como
objetivo de apoiar as gestões estaduais e municipais na ampliação do acesso e qualificação da atenção
à saúde de adolescentes, a fim de garantir a integralidade da atenção e à garantia de seus direitos.
O aperfeiçoamento das ações de proteção e promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva para
adolescentes e o fortalecimento da resolutividade na atenção básica toma corpo com a estratégia, que
entende a fase como o período mais saudável da vida e o melhor momento para investir em esforços de
proteção e de promoção da saúde.
A estratégia será operacionalizada nos estados e municípios prioritários para o Plano de Ação
Estratégico de Fortalecimento da Atenção à Saúde e da Proteção Social às Pessoas Afetadas pela
Síndrome do vírus Zika e outras Alterações do Sistema Nervoso Central, suas Consequências e Doenças
Correlatas. A implementação da agenda se dará em três etapas: organização dos serviços; crescimento
e desenvolvimento e saúde sexual e saúde reprodutiva.
Organização de Serviços
O objetivo principal é garantir o acesso dessa população às ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, respeitando os princípios organizativos e operacionais do Sistema Único de
Saúde. A atenção integral à saúde de adolescentes nos serviços de saúde parte de um acolhimento com
uma abordagem diferenciada, sem juízo de valor, em espaços humanizados, de responsabilização e de
formação de vínculos.
Essas estratégias são importantes na reestruturação do processo de trabalho dos profissionais de
saúde e imprescindíveis para garantir o acesso e o reconhecimento desse espaço como agentes de
disseminação de informações, com fluxos de atendimento instituídos e reconhecidos para o manejo das
ações em saúde ofertadas para essa população
Crescimento e Desenvolvimento
A adolescência, dentro do desenvolvimento humano, é marcada por um complexo processo de
crescimento e desenvolvimento biopsicossocial. É importante salientar que, tanto na infância quanto na
adolescência, podem ocorrer variações no padrão de velocidade de crescimento, mas que nem sempre
refletem uma condição patológica.
Portanto, é imprescindível que os profissionais de saúde acompanhem e monitorem esse processo,
que pode ser influenciado por fatores ambientais e individuais. Esses fatores podem modificar,
interromper ou reverter os fenômenos que caracterizam a puberdade.
100
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-do-homem
101
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/novembro/07/livroPol--ticas-2018.pdf
102
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/maio/21/CNSH-DOC-PNAISH---Principios-e-Diretrizes.pdf
103
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C.; DIAS, L. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Artmed, 2019.
104
http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-do-adolescente-e-do-jovem/acoes-e-programas/agenda-proteger-e-cuidar-de-adolescente
As ferramentas a seguir estão disponíveis para os gestores e profissionais de saúde, com objetivo de
apoiar a qualificação das ações.
- Proteger e Cuidar da Saúde de Adolescentes na Atenção Básica;
- Cuidando de Adolescentes: orientações básicas para a Saúde Sexual e a Saúde Reprodutiva;
- Famílias e Adolescentes - cartilhas para serem trabalhadas com os pais e familiares de adolescentes;
- Cartaz adesivo para profissionais de Saúde;
- Cartaz Informativo para Adolescentes.
Além destes materiais e outras estratégias da Agenda Proteger e Cuidar, estão disponíveis no SUS o
teste rápido e aconselhamento sobre sífilis e HIV/aids, como oportunidades de reforçar a prevenção entre
adolescentes em geral e facilitar o atendimento preventivo.
Da mesma forma, o teste de rápido de gravidez é ofertado para todas as usuárias do SUS, incluindo
as adolescentes - saiba mais em Cuidando de Adolescentes: orientações básicas para a Saúde Sexual e
a Saúde Reprodutiva Diante das recentes mudanças paradigmáticas que ocorreram no âmbito da Saúde,
é necessário pôr em prática o objetivo de fortalecer a capacidade de enfrentamento ao preconceito e à
discriminação relacionados à orientação sexual, que experienciam adolescentes LGBT.
Essa preocupação se reflete na publicação Saúde e Sexualidade de Adolescentes: Construindo
equidade no SUS, que tem como objetivo dar visibilidade ao tema e fomentar o seu debate no SUS.
SAÚDE DO ADOLESCENTE
105
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_adolescente_competencias_habilidades.pdf
De acordo com a Associação Médica Americana (1997), as visitas de rotina de adolescentes e jovens
e suas famílias aos serviços de saúde configuram-se como oportunidades para:
1. Reforçar mensagens de promoção de saúde;
2. Identificar adolescentes e jovens que estejam sujeitos a comportamentos de risco ou que se
encontrem em estágios iniciais de distúrbios físicos e/ou emocionais;
3. Promover imunização adequada;
4. Desenvolver vínculos que favoreçam um diálogo aberto sobre questões de saúde.
Puberdade
106
Este processo, marcado por alterações de diversas funções orgânicas, constitui o que se denomina processo de maturação corporal, que ocorre
simultaneamente com as transformações comportamentais e psicossociais, representando a adolescência.
Puberdade feminina
O primeiro sinal da puberdade da menina consiste no aparecimento do broto mamário, este momento
é chamado de telarca podendo iniciar-se de modo unilateral, resultando numa assimetria mamária
temporária.
Geralmente seis meses após a telarca ocorre a pubarca ou adrenarca (surgimento dos pelos
pubianos). A menarca (primeira menstruação), fato marcante da puberdade feminina, ocorre em média
aos 12 anos e seis meses no Brasil, podendo variar de nove a 15 anos. A puberdade feminina envolve
toda uma transformação nos órgãos sexuais.
O útero, por exemplo, também cresce, para aconchegar o feto durante a futura gravidez. A composição
dos tecidos também sofre profunda mudança, especialmente com a deposição de tecido adiposo nos
quadris e no abdome.
Alterações no esqueleto, como o alargamento da bacia, completam o quadro da formação do contorno
feminino característico.
Puberdade masculina
No sexo masculino, o início da puberdade evidencia-se pelo aumento do volume dos testículos, o que
ocorre em média aos 10 anos e 9 meses, mas podendo variar de nove a 14 anos. Em seguida aparecem
os pelos pubianos, em torno dos 11 anos e 9 meses e o aumento do pênis.
Ao mesmo tempo, ou logo após o surgimento dos pelos, o pênis começa a aumentar em tamanho e
em espessura, e a glande se desenvolve. O processo culmina na maturação sexual completa, isto é, na
primeira ejaculação com sêmen (a semenarca), que ocorre por volta dos 14 a 15 anos de idade.
Antes, por volta dos 13 a 14 anos, é comum a polução noturna, ou ejaculação durante o sono. O
aparecimento dos pelos axilares e faciais dá-se mais tarde, em média aos 12,9 e 14,5 anos,
respectivamente.
O volume testicular pode ser avaliado por palpação comparativa com o orquidômetro de Prader
(conjunto-padrão de 12 elipsoides), considerando-se que se o volume encontrado for maior que 3ml ou
comprimento maior que 2,5cm, indica que o indivíduo iniciou sua puberdade, enquanto volumes de 12ml
ou mais são considerados adultos.
Acne
Acne é uma doença inflamatória crônica da unidade pilossebácea, multifatorial, com grande
polimorfismo lesional, caracterizada por comedões, pápulas, pústulas, menos frequentemente nódulos,
abscessos e cicatrizes.
Noventa por cento das pessoas acometidas são adolescentes. O pico da incidência e severidade
ocorre entre 14-17 anos na mulher e 16-19 anos no homem. A remissão espontânea da acne ocorre em
torno dos 20 anos. Entretanto, numa minoria de pacientes, a doença persiste na idade adulta.
Tratamento
O tratamento da acne depende do grau de intensidade do acometimento cutâneo e da presença ou
não de inflamação. No início é importante enfatizar a importância da cooperação do paciente, visto que o
sucesso do tratamento depende do uso regular dos medicamentos por um tempo prolongado, evitando o
aparecimento de cicatrizes inestéticas permanentes. Existe atualmente medicamento que, em formas
graves do tipo III e IV, possibilita a cura da afecção, sem necessidade de esperar a evolução natural.
Nota: não há evidências de que a dieta tenha influência na acne, portanto, restrições alimentares não
são indicadas.
Obesidade
Tratamento
No atendimento de saúde a adolescentes, alguns problemas são reconhecidos como multifacetados e
requerem uma abordagem multidisciplinar. A aplicação desta metodologia ao controle do peso melhora
as chances de um resultado positivo a longo prazo. É necessária a participação da equipe multidisciplinar
porque a obesidade é complexa e multicausal.
A adesão aos princípios que se seguem possibilita a um indivíduo manter o peso tão próximo do normal
quanto suas características fisiológicas permitirem:
• Normalizar (não restringir) o consumo de alimentos;
• Aumentar a movimentação corporal, especialmente os exercícios aeróbicos;
• Melhorar as condições sociais e emocionais.
O tratamento de adolescentes obesos é com frequência frustrante para o próprio adolescente e para
a equipe de saúde, uma vez que a maioria não conseguirá atingir o peso ideal para sua altura e idade.
No entanto, devemos lembrar que a simples interrupção da curva ascendente da obesidade já pode ser
considerada como sucesso terapêutico. Tornando mais lenta a razão de ganho de peso ou mantendo-se
o peso por todo o período da adolescência, o crescimento em estatura tira partido da oportunidade de
intervenção no estabelecimento de um peso mantido.
A focalização na perda de peso como objetivo a curto prazo não é razoável, devido à variação individual
no potencial fisiológico de perda de peso. O objetivo a curto prazo está relacionado, portanto, a uma
eficácia pessoal cada vez maior na adoção de hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis.
O adolescente não deve ficar mais de um mês sem atendimento, uma vez que sua adesão é o principal
fator de sucesso terapêutico.
O atendimento deve ser feito de forma individualizada, respeitando-se as características de cada
adolescente, através de consultas com os vários profissionais que compõem a equipe. Atividades de
grupo devem propiciar ao adolescente falar sobre a obesidade e outras questões que o angustiam, como
sexualidade, crescimento, projetos futuros e relacionamento familiar.
Em resumo, enfatizamos que a obesidade é uma condição prejudicial à saúde, acarretando
consequências maléficas a curto, médio e longo prazo. A magnitude do problema nos adolescentes e os
riscos potenciais à sua saúde, especialmente ao sistema cardiovascular, justificam a atenção
multidisciplinar com uma abordagem realista.
O tratamento deve ser planejado com ênfase na adesão do adolescente objetivando uma redução
gradual do Índice de Massa Corporal (IMC).
Substâncias Psicoativas
O uso de substâncias psicoativas pelos jovens tem aumentado, apesar dos riscos bem propagados e
da implementação de medidas preventivas e educativas abrangentes.
Os profissionais de saúde envolvidos no atendimento primário a crianças e adolescentes devem ser
capazes de identificar os estágios progressivos do abuso de substâncias, bem como as manifestações
As drogas psicotrópicas são classificadas em três grupos, de acordo com a atividade que exercem no
cérebro:
• Depressores (álcool, tranquilizantes, ansiolíticos, opiáceos e inalantes);
• Estimulantes (nicotina, cafeína, anfetaminas ou bolinhas e cocaína);
• Perturbadores (tetrahidrocanabinol - THC) ou maconha, cogumelos, lírio ou trombeta, mescalina,
Dietilamina do Ácido Lisérgico (LSD), ecstasy e anticolinérgicos.
A falta de informação é um dos motivos que permitem alguém experimentar drogas. De acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), cinco fatores propiciam o abuso de drogas:
• Falta de informação sobre o problema;
• Dificuldade de inserção no meio familiar e/ou no trabalho;
• Insatisfação com a qualidade de vida (vida sedentária e/ou carência de opções de lazer);
• Problemas de saúde;
• Facilidade de acesso às drogas.
A pessoa que usa uma droga busca na substância nela contida os possíveis efeitos agradáveis, mas
toda droga tem seus efeitos adversos ou colaterais, advindos da intoxicação ou abstinência.
Quando se fala em uso de drogas é necessário distinguir-se entre uso, abuso e dependência. A
frequência do consumo ajuda a diferenciar o tipo de usuário. A experimentação não envolve repercussões
na saúde física ou psíquica do indivíduo, fato que ocorre na categoria de abuso.
Entre aqueles que abusam de substâncias podemos distinguir níveis segundo a frequência do
consumo: o usuário leve é aquele que já usou drogas, mas no último mês o consumo não foi diário nem
semanal; o moderado é o que faz uso frequente, mas não diário; e o grave ou dependente é aquele que
faz uso diário de droga.
A identificação dos dependentes é feita avaliando-se a quantidade e os efeitos da droga na qualidade
de vida da pessoa.
A presença de pelo menos três dos seguintes aspectos caracteriza o estágio de dependência:
presença de compulsão pelo uso de drogas; consciência desta compulsão; consumo além do que
pretendia; tentativas repetidas de reduzir a quantidade consumida sem sucesso; redução nas horas de
lazer e na freqüência ao trabalho (escola) devido ao tempo gasto tentando obter e consumir drogas;
consumo para atenuar os sintomas de abstinência e a necessidade de doses crescentes para obter o
mesmo efeito (fenômeno de tolerância).
Tratamento
Os usuários de droga não devem ter receio de procurar ajuda de um profissional, porque estão
protegidos pelo sigilo previsto no Código Brasileiro de Deontologia Médica.
Depressão
A depressão tem sido registrada desde a antiguidade, a começar pelo rei Saul, personagem bíblico,
ou então, na história de Ajax, encontrada na Ilíada, de Homero; ambos os textos descrevem uma
síndrome depressiva.
A depressão, quando se inicia na adolescência, tem maior probabilidade a reincidências e quando não
tratada adequadamente, tende ao curso crônico e arrastado, com desempenho acadêmico deficiente e
interrupção ou atrasos no desenvolvimento psicossocial. Encontramos nesse estágio o abuso de drogas
e álcool, suicídio e o transtorno da conduta associados ao quadro depressivo.
O aparecimento de um estado depressivo, durante a adolescência, apresenta-se de forma aguda e
nitidamente delineado, quando comparado ao das crianças, que tende a ser insidioso e de difícil precisão.
Tipicamente, mania, hipomania e ciclotimia começam durante ou após a puberdade, mas
provavelmente o início da doença depressiva ocorreu antes da pubescência.
O início do episódio depressivo pode ser difícil de diagnosticar, pois muitas vezes esses jovens são
viciados em drogas e só aparece o quadro de depressão após a desintoxicação, em que os sintomas
psiquiátricos podem ser adequadamente avaliados.
O sentimento de querer sair de casa ou de não ser compreendido e aprovado, a inquietação e a
agressividade são sintomas comuns. O enfado, a relutância em cooperar nas atividades em família e o
retraimento social levam o adolescente a isolar-se no seu quarto.
As dificuldades na escola, como a desatenção ao professor e à matéria dada, alheados ao descuido
com a aparência pessoal e a emotividade aumentada geram uma particular sensibilidade à rejeição.
As alucinações, quando presentes, são compatíveis com o humor depressivo: uma única voz, de
conteúdo depreciativo e mesmo suicida, falando de fora da cabeça do indivíduo. As ilusões depressivas
assumem os temas de culpa, doença física, morte, punição merecida, inadequação pessoal ou
perseguição.
Torna-se evidente que os transtornos de humor se concentram nas mesmas famílias. Quanto mais
parentes de 1.º e de 2.º graus apresentarem transtornos do humor, maior a probabilidade de sua prole
ser afetada e mais precoce será a idade de aparecimento.
O fato de um pai ser deprimido duplica o risco da prole e, quando ambos os pais são depressivos,
quadriplicam as chances de uma criança vir a desenvolver um transtorno do humor, antes dos 18 anos.
As recaídas dos pais afetam diretamente a relação com essa criança jovem que crescerá em um meio
fragilizado, aprendendo a usar esse tipo de resposta e também se afetando com essa relação.
Tratamento
A farmacoterapia conjugada à psicoterapia tem se revelado o tratamento mais eficiente do que o
emprego de um desses em separado. A indicação de antidepressivo deve ser clara e precisa, uma vez
que, ainda não se descobriu a pílula da felicidade, nem o remédio capaz de curar todos os males d’alma.
A hospitalização está indicada nos casos com risco de vida, pois o comportamento suicida requer a
proteção contra os seus próprios impulsos.
A sexualidade, uma das características mais importantes do ser humano, está presente desde os
primórdios da vida. O ser humano é movido por suas pulsões libidinais direcionadas à busca do prazer e
estas se manifestam muito precocemente.
Manifestações sexuais podem ser visualizadas em imagens ultrassonográficas de fetos do sexo
masculino, como por exemplo a ereção peniana. Já as meninas desde os primeiros dias de vida
apresentam lubrificação vaginal. Estes comportamentos são uma demonstração da potencialidade
biológica para o desenvolvimento da sexualidade.
Sensações sexuais estão presentes durante todo o desenvolvimento da criança, desde a
amamentação até o início pubertário, quando então há uma intensificação destas sensações. É com a
chegada da puberdade, com o desenvolvimento físico, que o ser humano se torna apto a concretizar a
sexualidade plena através do ato sexual propriamente dito, que permite tanto obter prazer erótico como
procriar.
Apesar da sexualidade ser definida como um conjunto de fenômenos que permeia todos os aspectos
de nossa existência ela é vista inicialmente como um fenômeno biológico. Porém, sabe-se que é também
social e psicológico e só pode ser compreendido quando situado no âmbito e nas regras da cultura em
que se vive.
Em cada sociedade são diferentes as proibições e permissividades em relação à atividade sexual. No
processo de adaptação cultural do ser humano, o controle da sexualidade é um dos aspectos centrais.
Praticamente todas as culturas impõem alguma forma de restrição ao comportamento sexual.
Em nossa sociedade sexo ainda é um tabu e os problemas relativos à sexualidade são muito
frequentes. Acompanhar desde cedo o processo de desenvolvimento pode ajudar o adolescente a
prevenir problemas futuros como abuso sexual, gravidez não desejada, promiscuidade ou dificuldades
sexuais propriamente ditas como frigidez, impotência sexual, ejaculação precoce, etc.
O comportamento sexual de um indivíduo depende não só da etapa de desenvolvimento em que se
encontra, como do contexto familiar e social em que vive. Na atualidade, a sociedade tem fornecido
mensagens ambíguas aos jovens, deixando dúvidas em relação à época mais adequada para o início das
relações sexuais.
Ao mesmo tempo em que a atividade sexual na adolescência já é vista como um fato natural,
largamente divulgado pela mídia, que estimula a aceitação social da gravidez fora do casamento, ainda
se veem a condenação moral e religiosa ao sexo antes do matrimônio e atitudes machistas rejeitando as
mulheres não virgens.
Este contexto dificulta o relacionamento entre as moças, de quem são cobradas atitudes castas, e os
rapazes, que têm de provar sua masculinidade precocemente, com o início muitas vezes prematuro da
atividade sexual, por pressão social.
Outro aspecto importante é a defasagem existente entre a maturidade biológica, alcançada mais cedo,
e a maturidade psicológica e social que cada vez mais tarde se torna completa. Perante este quadro os
jovens se encontram perdidos, sem um parâmetro social claro de comportamento sexual e com uma
urgência biológica a ser satisfeita em idade precoce.
Durante a adolescência é comum observarmos uma fase de homossexualidade, em que as meninas
convivem com suas amigas intimamente, trocando confidências e os meninos buscam parceiros para
brincadeiras e vivências.
É uma fase de experimentação sexual, que geralmente não influi na identidade sexual adulta futura. A
identidade sexual adulta se define, e se confirma durante todo o processo evolutivo pela identificação.
Segundo a teoria psicanalítica, na infância existe uma bissexualidade que vai sendo substituída pela
identidade sexual masculina ou feminina à medida que ocorrem as transformações biológicas do corpo e
as condutas psicológicas e sociais são apreendidas. A moda unissex mostra claramente a ambivalência
da definição sexual na adolescência.
Através da roupa e do cabelo pode-se ver como o jovem expressa seus conflitos de identificação
sexual. Portanto é normal que na adolescência apareçam períodos de predomínio de aspectos femininos
no menino e masculinos na menina. A posição heterossexual adulta exige um processo de flutuação e
aprendizagem de ambos os papéis.
As experiências homossexuais ocasionais entre adolescentes não podem ser consideradas
patológicas, pois é um processo de angústia da definição sexual.
Um adolescente pode procurar um serviço de saúde para esclarecer dúvidas em relação a seu corpo
ou ao funcionamento de seus órgãos genitais. Porém ele também pode procurar este serviço com queixas
somáticas ou dificuldades de relacionamento em algum ambiente social que tem como pano de fundo um
Estima-se que dois terços de todas as DST/IST ocorram em pessoas com menos de 25 anos de idade.
Por causa de fatores biológicos e comportamentais, os adolescentes correm risco especialmente elevado
de contrair doenças/infecções sexualmente transmissíveis e ter sequelas graves e a longo prazo. Essas
sequelas podem mudar suas vidas, podendo se desenvolver a partir de infecções não diagnosticadas e
não tratadas.
Os fatores de alto risco em adolescentes incluem ter novos ou múltiplos parceiros sexuais e não usar
preservativo por vários motivos. A inexperiência com preservativos também pode levar a mais acidentes
com preservativos, como a ruptura causada pelo armazenamento em local quente, a abertura da
embalagem com os dentes, unhas compridas para colocar preservativos, uso de preservativo de tamanho
errado ou a incapacidade de segurar o preservativo ao retirá-lo.
Além disso, alguns adolescentes não desejam revelar que mantêm atividade sexual. Se surgirem
sinais/sintomas de uma DST/IST, eles podem erroneamente percebê-los como sendo normais,
consequentemente atrasando o tratamento médico.
Fatores biológicos e comportamentais colocam os adolescentes em alto risco. Devido à anatomia
feminina, as adolescentes são mais suscetíveis a doenças/infecções sexualmente transmissíveis do que
os homens.
Durante a adolescência e o início da vida adulta, as células epiteliais colunares das mulheres são
especialmente sensíveis à invasão por microrganismos sexualmente transmissíveis, como Chlamydia e
Neisseria gonorrhoeae. Isso ocorre porque essas células se estendem sobre a superfície vaginal do colo
do útero, onde não têm a proteção do muco cervical. Essas células recuam para um local mais protegido
conforme as mulheres envelhecem.
Do ponto de vista comportamental, adolescentes e jovens adultos tendem a pensar que são invencíveis
e negam os riscos de seu comportamento. Esse comportamento de risco os expõe a DST/IST e infecção
por HIV/AIDS. Os adolescentes frequentemente têm relações sexuais desprotegidas, mantêm
relacionamentos por períodos curtos e enfrentam muitos obstáculos que os impedem de usar o sistema
de saúde.
Conduta de enfermagem
A prevenção das DST/IST na adolescência é essencial. Os profissionais de saúde têm uma
oportunidade única para fornecer aconselhamento e orientação a seus clientes. A enfermagem que
trabalha com adolescentes precisa transmitir a sua vontade de discutir hábitos sexuais. Quaisquer
interações com a cliente precisam ser diretas e imparciais.
É preciso fornecer orientação efetiva e promover a saúde sexual, de modo que as infecções primárias
ou de repetição possam ser evitadas. Os adolescentes suportam encargos desproporcionais quando se
trata de doenças/infecções sexualmente transmissíveis, de modo que são necessárias orientações para
ajudá-los a proteger seu futuro reprodutivo.
107
RICCI, S. C. Enfermagem Materno-Neonatal e Saúde da Mulher. Guanabara Koogan, 2015.
HIV na Adolescência108
A história natural da infecção pelo HIV e suas manifestações clínicas ainda não são completamente
conhecidas na adolescência. Os adolescentes que se infectam por contato sexual ou por drogas injetáveis
parecem seguir um curso clínico mais similar aos adultos do que às crianças.
Por outro lado, adolescentes infectados por transmissão vertical ou por via parenteral na infância têm
um curso clínico próprio, diferente dos outros adolescentes e dos adultos sobreviventes de longo prazo.
Atualmente, a maioria dos adolescentes infectados contraiu a infecção pelo HIV por via sexual e
encontra-se em estágios relativamente precoces da infecção, determinando a inquestionável importância
da prevenção da infecção neste grupo etário.
Encontramos, entretanto, uma minoria significativa de pacientes que atingem a adolescência em
estágios já avançados da doença, sejam oriundos de transmissão vertical, sexual ou parenteral.
Não há padrões definidos para a avaliação de rotina do adolescente com suspeita de HIV. Recomenda-
se uma avaliação ao longo de várias consultas, a qual deve ser a mais completa possível, incluindo
história médica, revisão de sistemas, exame físico e testes laboratoriais de rotina.
Além de avaliação psicossocial e informação sobre os diferentes aspectos e implicações da infecção
pelo HIV, incluindo aconselhamento pré e pós-teste. É fundamental estabelecer se uma relação de
confiança entre o médico e o paciente e, sempre que possível, a família deve estar envolvida neste
processo. É importante uma abordagem multidisciplinar.
Frequentemente encontram-se problemas sociais graves, como ambos os pais soropositivos ou
adolescentes órfãos de um ou ambos os pais. Devido à complexidade dos tratamentos antirretrovirais
hoje disponíveis e o papel fundamental da adesão ao tratamento para o sucesso terapêutico, o papel da
abordagem multidisciplinar não pode ser negligenciado.
A irregularidade menstrual é comum na adolescência. Cerca de 50% dos ciclos menstruais são
anovulatórios nos primeiros dois anos após a menarca.
Uma das explicações para a presença de ciclos anovulatórios seria uma imaturidade fisiológica do eixo
hipotálamo hipofisário gonadal, representada pela ausência de feedback positivo do estradiol sobre a
secreção de LH, impedindo assim a formação do pico do LH necessário à ovulação.
A causa mais comum de irregularidade menstrual dois anos após a menarca Síndrome dos Ovários
Policísticos (SOP), que habitualmente cursa com oligomenorreia. Outros padrões de irregularidade
108
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_adolescente_competencias_habilidades.pdf
Métodos Contraceptivos
Anticoncepção não é uma questão simples em nenhuma faixa etária, muito menos na adolescência.
Não existe, até o momento, método anticoncepcional ideal, absolutamente eficaz e desprovido de riscos
ou de efeitos indesejáveis, independentemente de atributos biológicos e/ou psicossociais. Portanto, a
orientação referente à escolha do método deve ser particularizada, em função do perfil de cada
adolescente, de suas condições de saúde, momento de vida e preferências. Para isto, recomenda-se a
realização de consulta com médico ou profissional de saúde habilitado.
Através de anamnese cuidadosa e exame clínico criterioso, ele poderá identificar fatores de risco para
determinados métodos e conhecer a situação de vida da adolescente, seu grau de conhecimento a
respeito de cuidados de saúde, reprodução, métodos anticoncepcionais e, principalmente, seus
pensamentos e sentimentos a respeito de gravidez e da maternidade. É nesse primeiro contato que
começa a se estabelecer o vínculo da adolescente com o serviço de saúde. Esta é a situação desejável.
Entretanto, não é rara a situação em que a adolescente inicia sua atividade sexual antes de obter esse
tipo de assistência. Existem normas e conceitos gerais que devem ser difundidos através de atividades
educativas na escola e na comunidade e que possibilitam a adoção de um cuidado preventivo, mesmo
quando a adolescente não teve acesso à orientação personalizada. A dificuldade de acesso à assistência
médica não deve constituir obstáculo absoluto a esses cuidados.
Métodos de Barreira
Os métodos de barreira evitam a gravidez impedindo o acesso dos espermatozoides ao útero, através
de obstáculos mecânicos, químicos ou mistos. Conhecidos há muito tempo, os mais populares são os
preservativos masculinos.
Embora sejam de baixa eficácia anticonceptiva quando comparados aos métodos hormonais, sua
utilização vem sendo altamente recomendada, graças ao efeito protetor contra DST/HIV/aids.
b) Preservativo feminino
Consiste em uma bolsa cilíndrica de poliuretano fino, transparente e macio. Possui anéis leves e
flexíveis em cada extremidade. Um deles, fechado, deve ser inserido dentro da vagina e o outro, aberto,
c) Diafragma
Consiste em um dispositivo circular, macio, de borracha (látex) ou silicone, côncavo com borda flexível,
que cobre o colo uterino. Tem várias numerações (tamanhos que correspondem ao diâmetro da borda) e
três tipos diferentes de borda (plana, enrolada e em arco).
Para se saber o tamanho adequado a cada mulher, deve ser realizada uma medição por profissional
de saúde capacitado (para técnica detalhada de colocação, ver manual Assistência em Planejamento
Familiar - MS 2002).
Pode ser colocado imediatamente ou algumas horas antes (menos de seis) da relação sexual, devendo
permanecer na vagina por no mínimo oito horas depois da última relação sexual com penetração.
Se houver mais de uma relação consecutiva, recomenda-se aplicação vaginal de dose adicional de
geleia espermicida com a ajuda de um aplicador, sem mexer no diafragma, que não deve permanecer na
vagina por mais de 24 horas. Não é aconselhável fazer lavagens vaginais, banhos de assento ou de
banheira, antes da retirada do diafragma. A água pode dissolver o espermicida, tornando-o sem efeito.
Grávida Adolescente109
109
RICCI, S. C. Enfermagem Materno-Neonatal e Saúde da Mulher. Guanabara Koogan, 2015.
Uma adolescente precisa realizar determinadas tarefas de desenvolvimento para avançar para o
próximo estágio de maturidade. Essas tarefas de desenvolvimento incluem:
• Buscar estabilidade econômica e social;
• Desenvolver um sistema de valores pessoais;
• Construir relacionamentos significativos com outras pessoas;
• Tornar-se confortáveis com seu corpo, que está passando por mudanças;
• Trabalhar para tornar-se independente de seus pais;
• Aprender a verbalizar conceitos.
As adolescentes têm necessidades especiais enquanto se esforçam para cumprir suas tarefas de
desenvolvimento e fazer uma transição suave para a idade adulta jovem. Uma das maiores áreas de
necessidade é a saúde sexual.
As adolescentes geralmente não têm informações, habilidades nem os serviços necessários para fazer
escolhas informadas em relação à sua saúde sexual e reprodutiva. Do ponto de vista do desenvolvimento,
as adolescentes estão tentando descobrir quem são e como se encaixam na sociedade. Conforme
amadurecem, seus pais se tornam menos influentes e os colegas tornam-se mais relevantes.
Como resultado, ocorre a gravidez não planejada. A dedicação às tarefas de desenvolvimento da
adolescência, especialmente a identidade, pode ser interrompida enquanto a adolescente tenta integrar
as tarefas da gestação, o vínculo e o preparo para cuidar de outro ser com as tarefas para desenvolver a
sua identidade e independência.
A adolescente grávida precisa tentar atender às suas próprias necessidades, juntamente com as de
seu feto. O processo de aprender a separar-se dos pais, enquanto aprende a se vincular e apegar a uma
criança, traz conflito e estresse. A gravidez pode agravar o sentimento da adolescente de perda do
controle e desamparo.
Para as adolescentes, como para todas as mulheres, a gestação pode ser um tempo física, emocional
e socialmente estressante. A gestação muitas vezes é o resultado e a causa de problemas sociais e
estressores que podem ser esmagadores para elas.
A enfermagem precisa apoiar as adolescentes durante a transição da infância para a idade adulta, o
que é complicado pela maternidade. Ajude a adolescente a identificar familiares e amigos que querem se
envolver e dar apoio durante a gestação.
Ajude a adolescente a identificar as opções para essa gestação, como abortar, cuidar sozinha da
criança, contar com famílias de acolhimento temporário para o recém-nascido ou para si mesma ou
disponibilizar a criança para adoção. Explore com a adolescente por que ela ficou grávida.
É necessário saber o motivo pelo qual ela decidiu ter um filho para ajudar no desenvolvimento da
adolescente e de sua capacidade como mãe. Identifique barreiras à busca por cuidados pré-natais, como
a falta de transporte, muitos problemas em casa, preocupações financeiras, a longa espera por uma
consulta e a falta de sensibilidade por parte do sistema de saúde. Incentive a adolescente a definir metas
e trabalhar em direção a elas.
Ajude-a a voltar para a escola e a se graduar. Conforme o caso, faça encaminhamento para um
aconselhamento de carreira ou trabalho.
Informe que o bem-estar físico da adolescente é importante tanto para ela quanto para o feto em
desenvolvimento, que depende dela para suas próprias necessidades de saúde. Auxilie na organização
dos cuidados, incluindo o manejo do estresse e o autocuidado.
Pré-Natal110
O objetivo do pré-natal é assegurar que a gravidez transcorra sem intercorrências e termine com o
nascimento de um bebê saudável, sem o comprometimento da saúde da adolescente, em todos os seus
aspectos.
A assistência pré-natal deve ser realizada por profissionais qualificados, capazes de estabelecer um
vínculo com a gestante, para que ela entenda a necessidade de realização dos exames, do
comparecimento às consultas e, em última instância, de assumir o compromisso do seu próprio cuidado.
O pré-natal deve começar o mais cedo possível para que as medidas profiláticas tenham eficácia. O
exame físico geral e o especializado podem detectar doenças subclínicas não diagnosticadas
previamente possibilitando tratamento oportuno, prevenindo complicações.
Na gestação as adolescentes costumam estar mais receptivas a orientações de saúde. Muitas vezes
este é primeiro contato com um serviço de saúde. Além disso, este é um momento de assiduidade ao
serviço pelas características próprias da assistência pré-natal.
Deve-se encarar esta situação como uma oportunidade de atenção integral à adolescente; além das
orientações sobre a gravidez, o parto e cuidados com o recém-nascido e aleitamento, é importante buscar
mudanças no comportamento no sentido de que esta adolescente passe a ter uma postura preventiva em
relação a seu bem-estar biológico, social e psicológico.
Na primeira consulta do pré-natal é feita uma avaliação geral, buscando identificar possíveis fatores
de risco maternos e perinatais. O obstetra deve procurar conquistar a confiança da adolescente e
estabelecer um bom vínculo com ela. A anamnese deve incluir dados socioeconômicos, culturais,
emocionais, físicos e familiares.
O exame físico e os complementares possibilitam determinar a idade gestacional, identificar doenças
associadas (anemias, infecções, cardiopatias, nefropatias, diabetes, endocrinopatias e outras) e avaliar
o estado nutricional.
A adolescente deverá ser orientada quanto à atividade física, cuidados com o corpo, alimentação,
atividade sexual, risco do uso de drogas, e sobre como conviver melhor com as chamadas queixas
próprias da gravidez.
Durante a gestação ocorrem modificações fisiológicas de adaptação, podendo causar desconforto e
que não devem ser confundidas com sinais de doenças. As queixas mais frequentes incluem alterações
do apetite, sialorreia, pirose, náuseas, constipação, palpitações, lipotimia, polaciúria, leucorréias, dores
lombares, insônia, cãibras, estrias e parestesias.
Recomenda-se que as consultas subsequentes sejam agendadas de 15 em 15 dias, até a 35a semana,
quando passarão a ser semanais. A avaliação clínica inclui a medida da altura do fundo uterino, a ausculta
dos batimentos fetais, o ganho ponderal, a aferição da pressão arterial e o estado nutricional.
Manifestações clínicas indicativas de complicações obstétricas como toxemia gravídica, rotura
prematura de membranas, infecções do trato urinário, DST, anemias e desnutrição devem ser
rotineiramente pesquisadas: cefaleia, alterações visuais, edema, dormência, dor abdominal, náuseas,
vômitos, leucorreia, disúria, hemorragia, ganho ponderal excessivo e perda de peso.
Em torno da 28a semana, deverá ser feita nova avaliação laboratorial: hemograma completo, sorologia
para sífilis, rastreamento de intolerância à glicose, exame de elementos anormais e sedimento. Exames
complementares, como USG, Cardiotocografia (CTG) basal, dopplerfluxometria, utilizados para avaliação
da idade gestacional, vitalidade e viabilidade fetal serão realizados quando necessário.
O exame vaginal será realizado rotineiramente no final da gestação para avaliar a apresentação fetal,
a pelve e as condições do colo uterino ou sempre que necessário.
A nutrição assume papel de suma importância no acompanhamento pré-natal da adolescente, devendo
a orientação ser ajustada a cada adolescente. Em termos gerais, o ganho ponderal total durante a
gravidez deve se situar em torno de 10 a 12kg. A maior demanda de cálcio, ferro e ácido fólico durante a
110
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_adolescente_competencias_habilidades.pdf
Questões
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
Os métodos de barreira evitam a gravidez impedindo o acesso dos espermatozoides ao útero, através
de obstáculos mecânicos, químicos ou mistos. Conhecidos há muito tempo, os mais populares são os
preservativos masculinos, assim como o diafragma e o dispositivo intrauterino (DIU).
02. Resposta: A
A menarca (primeira menstruação), fato marcante da puberdade feminina, ocorre em média aos 12
anos e seis meses no Brasil, podendo variar de nove a 15 anos. A puberdade feminina envolve toda uma
transformação nos órgãos sexuais.
03. Resposta: C
O tratamento deve ser planejado com ênfase na adesão do adolescente objetivando uma redução
gradual do Índice de Massa Corporal (IMC).
05. Resposta: A
O importante não é se o profissional deve abrir uma informação oriunda de uma consulta, mas sim se
o adolescente consente com a quebra do sigilo, quer seja para a família ou para representantes da lei. O
sigilo da consulta deve ser assegurado por meio de um debate nos serviços visando a um consenso entre
os profissionais sobre as situações onde deva ser violado.
Na legislação brasileira, é considerada idosa a pessoa que tenha 60 anos ou mais de idade. Para
comprovar a idade, basta apresentar um documento oficial com foto, como a carteira de identidade ou a
carteira nacional de habilitação.
111
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-da-pessoa-idosa
Estatuto do Idoso
O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) é uma iniciativa inovadora na garantia de direitos da pessoa
idosa, fruto de forte mobilização da sociedade, e abrange as seguintes dimensões:
- Direito à vida;
- À liberdade;
- Ao respeito;
- À dignidade;
- À alimentação;
- À saúde;
- À convivência familiar e comunitária.
O Estatuto do Idoso destina-se a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.
Alimentação saudável
1º passo. Faça três refeições ao dia (café da manhã, almoço e jantar) e, caso necessite de mais, faça
outras refeições nos intervalos. Procure fazer as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) em
horários semelhantes todos os dias. Nos intervalos entre essas refeições, prefira realizar pequenas
refeições saudáveis com alimentos frescos. Coma sempre devagar e desfrute o que está comendo,
procurando comer em locais limpos e onde você se sinta confortável, evitando ambientes ruidosos ou
estressantes.
2º passo. Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural. Inclua nas
principais refeições alimentos como arroz, milho, batata, mandioca/macaxeira/aipim. Esses alimentos são
as mais importantes fontes de energia e, por isso, devem ser os principais componentes das principais
refeições, devendo-se dar preferência às suas formas integrais. As atividades de planejar as compras de
alimentos, organizar a despensa doméstica e definir com antecedência o cardápio da semana podem
contribuir para a sua satisfação com a alimentação. Em supermercados e outros estabelecimentos, utilize
uma lista de compras, para não comprar mais do que o necessário.
3º passo. Inclua frutas, legumes e verduras em todas as refeições ao longo do dia. Frutas, legumes e
verduras são ricos em vitaminas, minerais e fibras. Por que razão, eles devem estar presentes diariamente
na sua alimentação. O consumo desses alimentos contribui para diminuir o risco de várias doenças e
ajuda a evitar a constipação (prisão de ventre). Feiras livres, “sacolões” ou “varejões” são boas opções
para a compra de alimentos frescos da safra (época) e com menor custo.
4º passo. Coma feijão com arroz, de preferência no almoço ou no jantar. Esse prato brasileiro é uma
combinação completa e nutritiva e é a base de uma alimentação saudável. Varie os tipos de feijões usados
(preto, manteiga, carioquinha, verde, de corda, branco e outros) e use também outros tipos de
leguminosas (como soja, grão-de-bico, ervilha, lentilha ou fava). Se você tem habilidades culinárias,
procure desenvolvê-las e partilhá-las com familiares e amigos. Se você não tem tais habilidades, converse
com as pessoas que sabem cozinhar, peça receitas a familiares, amigos e colegas, leia livros, consulte a
internet e descubra o prazer de preparar o seu próprio alimento. Para evitar o desperdício, cozinhe
pequenas porções e congele o alimento sempre que isso for possível, para a sua utilização em dias
posteriores.
5º passo. Lembre-se de incluir carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados em pelo menos uma
refeição durante o dia. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação
torna esses alimentos mais saudáveis. Os leites e derivados são ricos em cálcio, que ajuda no
fortalecimento dos ossos. Já as carnes, as aves, os peixes e os ovos são ricos em proteínas e minerais.
Quanto mais variada e colorida for a sua alimentação, mais equilibrada e saborosa ela será.
6º passo. Use pouca quantidade de óleos, gorduras, açúcar e sal no preparo dos alimentos. Esses
ingredientes culinários devem ser usados com moderação para temperar alimentos e para criar
preparações culinárias. Procure evitar o açúcar e o sal em excesso, substituindo-os por temperos naturais
(como cheiro verde, alho, cebola, manjericão, orégano, coentro, alecrim, entre outros) e optando por
receitas que não levem açúcar na sua preparação.
7º passo. Beba água mesmo sem sentir sede, de preferência nos intervalos das refeições. A
quantidade de água que precisamos ingerir por dia é muito variável e depende de vários fatores, incluindo
a idade e o peso da pessoa, a atividade física que ela realiza e o clima e a temperatura do ambiente onde
ela vive. É importante estar atento ao consumo diário de água para evitar casos de desidratação,
principalmente em dias muito quentes. Vale lembrar de que bebidas açucaradas (como refrigerantes e
A higiene dos dentes deve ser feita utilizando-se uma escova de dentes de tamanho adequado, com
cerdas macias e creme dental com flúor:
- Complemente a escovação passando o fio dental entre todos os dentes;
- Escovar a língua também é muito importante, pois ela acumula restos alimentares e bactérias que
provocam o mau hálito. Faça movimentos cuidadosos com a escova, “varrendo” a língua da parte interna
até a ponta. Além de manter uma boa higiene bucal, também é preciso ter uma alimentação saudável e
ir ao dentista regularmente.
Cárie: é uma doença causada por bactérias que vivem na boca e utilizam o açúcar da nossa
alimentação para produzir ácidos que destroem os dentes. A cárie pode avançar e causar dor e
desconforto e até a perda do dente. Para prevenir o seu aparecimento, é importante ter uma boa higiene
bucal.
Doenças da gengiva: ocorrem principalmente pelo acúmulo de placa bacteriana (película viscosa e
incolor formada por bactérias e restos alimentares acumulados na superfície dos dentes e na gengiva).
Começa com a inflamação da gengiva, chamada de gengivite. Inicialmente, nota-se que a gengiva sangra.
Se a gengivite não for tratada, pode avançar e atingir o osso que sustenta o dente (periodontite), causando
a exposição da raiz do dente e mobilidade, podendo ocasionar a perda do dente.
Uso de prótese dental (dentadura/ponte móvel): na ausência dos dentes naturais, as próteses
dentárias são fundamentais para auxiliar a correta mastigação dos alimentos e a fala, além de manter o
equilíbrio das estruturas da face e das articulações. O seu uso exige cuidados especiais:
- Se você utiliza uma prótese parcial removível (ponte móvel), limpe-a fora da boca com sabão ou
pasta de dente pouco abrasiva e escova de dentes macia, separada para essa função. Antes de recolocá-
la na boca, escove os dentes e limpe a gengiva, o céu da boca e a língua;
- Se você utiliza prótese total (dentadura), limpe-a fora da boca com sabão ou pasta de dentes e
escova de dentes separada para essa função. Antes de recolocá-la na boca, limpe a gengiva, o céu da
boca e a língua. Recomenda-se ficar sem a prótese algumas horas durante o dia. O ideal é passar a noite
sem a prótese, mas se isso não for possível, faça o procedimento durante o banho ou em um momento
Boca seca: a falta de saliva (boca seca) é uma queixa comum entre as pessoas idosas. Além de ser
uma manifestação comum ao envelhecimento, pode ser causada pelo uso de alguns medicamentos ou
por distúrbios na saúde. A boca seca pode causar maior risco para cárie dentária, incômodo no uso da
prótese, perda do paladar, mau hálito e dificuldades para falar, mastigar e engolir os alimentos. O
profissional de saúde bucal pode recomendar vários métodos para manter sua boca mais úmida, como
tratamentos ou remédios adequados para evitar a boca seca. Tomar água com frequência pode ajudar.
Lesões na boca: observe regularmente se existe alguma alteração nos lábios, nas bochechas, nas
gengivas, no céu da boca, na garganta, na superfície e abaixo da língua. Procure por manchas, caroços,
inchaços, placas esbranquiçadas ou avermelhadas ou feridas. Se você observar alguma alteração nova
em sua boca ou ferida que não cicatrize, mesmo que indolor, procure um dentista ou outro profissional de
saúde para realizar uma avaliação.
A idade e as diferenças etárias112 estão entre as mais básicas e cruciais categorias que contribuem
para determinar o lugar que os seres humanos ocupam em uma determinada sociedade. Durante a vida,
o indivíduo passa por diversas faixas etárias e, em cada uma delas, adquire e usa diferentes capacidades
biológicas e intelectuais, e sofre influências culturais, assumindo papéis sociais quase sempre esperados
pelos outros membros da sociedade.
Entretanto, existem diferenças significativas nas formas como as vidas dos indivíduos são
periodizadas. Cada sociedade define os períodos que compõem o ciclo da vida dos seres humanos, que
sofrem influências culturais, sociais e históricas.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 196, prevê que “a saúde é direito de todos e dever do
Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.
Com o objetivo de cumprir esse comando constitucional, é sancionada a Lei Orgânica da Saúde (n.
8.080/90) que em seu art. 4° assegura a formação do Sistema Único de Saúde - SUS, constituído pelo
conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público,
permitindo a participação da iniciativa privada de maneira complementar.
O SUS tem por objetivo identificar e divulgar fatores condicionantes e determinantes da saúde, formular
políticas de saúde destinadas à redução de riscos de doenças e de outros agravos, assim como
estabelecer condições para assegurar o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada de atividades curativas e
preventivas.
Ele está ancorado nos princípios doutrinários da universalidade, equidade e integralidade nos serviços
e ações de saúde, e nos princípios operacionais da descentralização dos serviços, regionalização e
hierarquização da rede, e participação social.
Os serviços que destinam atendimento à saúde para o adulto no Brasil ainda estão centrados no
atendimento curativo, baseando-se na resolução de queixas em detrimento do modelo de atenção
focalizado em promoção da saúde e prevenção de doenças.
Portanto, contextualizar o adulto brasileiro com critério epidemiológico é identificar a composição de
doenças no panorama de saúde nacional e analisar as mudanças na composição da população humana
neste século.
Observam-se, nas últimas décadas, uma queda dos óbitos decorrentes de doenças infecciosas e o
aumento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, diabetes e neoplasias.
Tais doenças têm sido denominadas não-infecciosas, crônicas, não transmissíveis ou crônico-
degenerativas, por serem identificadas pela ausência de microrganismos no modelo epidemiológico, pela
não-transmissibilidade ao longo do curso clínico e por sua irreversibilidade.
Posto isso, veremos a seguir os Cuidados de Enfermagem do Adulto ao Idoso, diante das principais
doenças e agravos.
A análise da organização do sistema de atenção à saúde do adulto no Brasil apresenta dados sobre a
frequência de procedimentos realizados na atenção médica de rotina, demonstrando que, nessa faixa
etária, há um número maior de atendimentos ocasionados pelas doenças cerebrovasculares, seguido das
cardiovasculares, infarto agudo do miocárdio, diabete melito, hipertensão arterial e necessidades
especiais.
Destaca-se que o maior desafio para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros dessa faixa etária
é a garantia de melhores condições de vida e de maiores oportunidades de acesso a serviços de saúde
que limitem a dicotomia entre prevenção e tratamento.
Doenças Cerebrovasculares113
Diversas doenças aumenta o risco de AVC, especialmente as cardiopatias, como a fibrilação atrial, a
insuficiência cardíaca, a doença ateromatosa (placas de gordura) na artéria aorta, nas carótidas e vasos
intracranianos. Obesos, hipertensos e dislipidêmicos (com colesterol e/ou triglicerídeos aumentados e/ou
HDL baixo) também são mais predispostos.
Outras condições como doenças no sangue (leucemias, purpuras), uso de anticoagulantes,
antiplaquetários, descongestionantes nasais com fenilefrina, portadores de aneurismas e malformações
arteriovenosas cerebrais também aumentam o risco.
O AVC do tipo isquêmico como hemorrágico são hereditários, quando são controlados os fatores de
risco o peso do componente genético é pequeno, e a chance de prevenção se torna muito grande.
O diagnóstico é feito essencialmente através da história clínica e do exame físico. Os sintomas,
geralmente, têm início de forma súbita. No ambiente hospitalar, o paciente com suspeita de AVC deve ter
seu atendimento priorizado.
Exames de sangue e de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética de
crânio, devem ser realizados o mais precocemente possível. O paciente ficará no leito monitorizado com
controle rigoroso dos sinais vitais por pelo menos 24 horas. É importante frisar que após o diagnóstico de
AVC, devemos procurar a sua causa. Para isso, exames cardiológicos, dos vasos extra e intracranianos,
além de outros, devem ser realizados.
Para os casos de AVC isquêmico é recomendado o uso de uma medicação (trombolítico) capaz de
dissolver o coágulo. Esse medicamento pode ser usado, na maioria dos casos, após 4 horas e meia do
início dos sintomas. Caso o paciente chegue depois desse período, ainda existem outras opções para
tentar desobstruir o vaso, como a retirada mecânica do coágulo através de um cateter que se insere no
vaso.
O manejo neurointensivo no AVC hemorrágico e a remoção neurocirúrgica do hematoma em casos
selecionados podem salvar a vida do paciente e reduzir sequelas definitivas. Nas primeiras 24/48 horas,
o paciente é mantido em uma unidade de terapia intensiva para melhor controle dos sinais vitais,
especialmente da pressão arterial.
O AVC pode ser prevenido na maioria dos casos, para isso as pessoas devem conhecer seus números,
da pressão arterial, dos colesteróis e da glicose. Evitar o vício do fumo e do álcool, ter uma alimentação
saudável à base de frutas, vegetais, carnes brancas (especialmente peixes), além da redução do
consumo de sal a menos de 6 g por dia. A redução do peso corporal é fundamental, devendo-se alcançar
valores de índice de massa corporal (IMC) inferiores a 25 kg/m2.
Atividade física no mínimo 30 min/dia, quatro vezes por semana, sempre após liberação médica.
Alguns pacientes necessitam utilizar outros medicamentos para reduzir o colesterol, além de AAS.
Indivíduos com fibrilação atrial podem necessitar usar anticoagulantes orais. O controle da pressão
arterial em casa é fundamental.
Sistema Cardiovascular114
A cardiopatia é a principal causa de morte em idosos. Alterações relacionadas com a idade reduzem
a eficiência do coração, e contribuem para a diminuição da complacência do músculo cardíaco. Tais
alterações incluem: hipertrofia do miocárdio, que altera força e função ventricular esquerda; fibrose e
estenose das valvas; e diminuição das células marca-passo.
Como resultado, as valvas cardíacas se tornam mais espessas e mais rígidas, e o músculo e as artérias
do coração perdem sua elasticidade, resultando em volume sistólico reduzido. Depósitos de cálcio e
gordura se acumulam nas paredes de artérias e veias, que se tornam cada vez mais rígidas e tortuosas,
aumentando assim a resistência arterial, aumentando a carga de trabalho do coração.
Em circunstâncias normais, o sistema cardiovascular pode se adaptar às alterações normais
relacionadas com a idade, e uma pessoa idosa não apresenta qualquer redução significativa no
desempenho cardiovascular. No entanto, quando exigido, o sistema cardiovascular de uma pessoa idosa
é menos efetivo em condições de estresse e exercício, e quando são necessárias atividades de
manutenção da vida.
A avaliação cuidadosa dos adultos mais velhos é necessária, pois, muitas vezes, eles apresentam
sintomas diferentes daqueles observados em clientes mais jovens. Os adultos mais velhos são mais
propensos a ter dispneia ou sintomas neurológicos associados a cardiopatias, e podem apresentar
alterações do estado mental ou relatar sintomas vagos, tais como fadiga, náuseas e síncope.
Em vez da dor torácica subesternal típica associada à isquemia miocárdica, os adultos mais velhos
podem relatar sensação de queimação, dor ou desconforto agudo em uma área da parte superior do
corpo. Para complicar a avaliação, muitos idosos apresentam mais de uma doença subjacente.
Quando um cliente se queixa de sintomas relacionados com digestão e respiração e dor nos membros
superiores, deve-se suspeitar de cardiopatia. A ausência de dor em um cliente idoso não é um indicador
confiável da ausência de cardiopatia.
A hipotensão é uma preocupação. O cliente que experimenta hipotensão deve ser aconselhado a
levantar-se lentamente (da posição deitada para a sentada ou em pé), evitar fazer força ao defecar e
considerar fazer cinco ou seis pequenas refeições por dia, em vez de três, para minimizar a hipotensão
que pode ocorrer após uma grande refeição. Deve-se evitar temperaturas extremas, incluindo duchas
quentes e banhos em banheiras de hidromassagem.
Quando uma artéria coronária é obstruída, a parte do coração por ela irrigada sofre isquemia, que é a
privação de energia (glicose e oxigênio) para esse segmento de músculo.
Quando a isquemia se prolonga, as células do coração não conseguem manter sua integridade
funcional, perdendo assim a capacidade de realizar o trabalho de contração, posteriormente tornam-se
estruturas inviáveis e morrem. A morte de um segmento do músculo cardíaco caracteriza o que
conhecemos como infarto agudo do miocárdio (IAM).
O paciente com IAM apresenta os seguintes sintomas: uma angina de peito, em geral, intensa, súbita,
em repouso e sem fatores de alívio, acompanhada por náuseas, vômitos e suor excessivo. Portanto, trata-
se de uma situação grave que exige tratamento imediato em ambiente hospitalar, para que se possa
restabelecer o fluxo na coronária afetada e salvar a maior quantidade possível de miocárdio, bem como
a vida do paciente.
Quando nascemos, a camada interna das nossas artérias é lisa e fornece todas as condições para a
fluidez do sangue. Com o passar dos anos pode ocorrer um depósito de gordura, células e material
inflamatório na parede do vaso sanguíneo, que se denomina placa de ateroma conhecida como
aterosclerose. A aterosclerose é um processo sistêmico que acomete diferentes artérias do organismo,
tais como: aorta, carótidas, coronárias, artérias que irrigam os membros inferiores, entre outras.
Fatores como a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, obesidade, sedentarismo e dislipidemia
contribuem para a aceleração desse processo.
114
CHEEVER, K. H; BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D. S.. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
115
RAMOS, S. MANENTI, E.; FRIEDRICH, M. A. G.; SAADI, E. K.. Entendo as Doenças Cardiovasculares. Artmed. 2014.
Tratamento
O infarto agudo do miocárdio deve ser tratado da forma mais rápida possível, com a desobstrução da
artéria coronária ocluída, já́ que quanto mais tempo se passa do momento da oclusão (início do infarto),
maior a quantidade de músculos que morrem ou necrosam, piorando o prognóstico do paciente.
Um dos tratamentos existentes é a trombólise química, que são medicações infundidas na veia e que
promovem a dissolução do coágulo da artéria coronária. O outro é a angioplastia coronariana primária
com ou sem implante de stent (pequena prótese inserida no interior de uma artéria), que é a desobstrução
mecânica da artéria coronária através de um cateter que é inserido na coxa ou no punho do paciente e
vai através da circulação até́ a coronária obstruída no coração do paciente infartado.
O termo diabetes, geralmente se refere à diabetes mellitus, mas existem muitas outras condições raras
que também se chamam diabetes. A mais comum delas é a diabetes insípida (insípida significa “sem
gosto” em Latim) na qual a urina não é doce. Esta diabetes pode ser causada por danos aos rins ou à
glândula pituitária.
A diabetes insípida menos frequente, consiste em uma alteração do hipotálamo caracterizada pela
deficiência do hormônio antidiurético; não existe, portanto, alteração no metabolismo da glicose.
A diabetes mellitus caracteriza-se por um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos de múltiplas
etiologias: ocorre pela presença de hiperglicemia (aumento da glicose) crônica acompanhada de
alterações no metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas, consequência tanto de defeito da
secreção de insulina pelo pâncreas como da ação insulínica.
O DM é uma alteração na produção ou ação da insulina, que é o principal hormônio produzido pelo
pâncreas, especificamente pelas células beta pancreáticas. Suas principais funções são a manutenção
da quantidade adequada de glicose no sangue e o armazenamento na forma de glicogênio no fígado e
nos músculos.
Existem tipos diferentes de diabete: tipo 1, tipo 2, tolerância à glicose diminuída e diabete gestacional
(DMG):
• Tipo 1: conhecido como insulinodependente ou infanto-juvenil, sua maior prevalência se dá em
crianças e jovens e é caracterizado pelo baixo nível de insulina. Ocorre em razão da destruição autoimune
das células beta pancreáticas. Os motivos que desencadeiam esse tipo de diabete são incertos. O
tratamento consiste no uso exógeno de insulina e na mudança dos hábitos de vida. Em razão da
característica dessa doença, há uma chance maior de ocorrer um tempo prolongado de exposição a níveis
elevados de glicose, o que potencializa o surgimento de complicações crônicas.
• Tipo 2: classificado anteriormente como diabete do adulto ou não-insulinodependente, é
caracterizado por níveis de insulina normais ou elevados, porém com frequente resistência periférica. É
mais prevalente em adultos com idade superior a 40 anos e obesos, no entanto esse perfil tem se alterado.
O diabete tipo 2 está intimamente relacionado aos hábitos do mundo moderno, como diminuição da
atividade física e alimentação inapropriada com aumento de obesidade. Essas alterações nos hábitos de
vida também são responsáveis por um número crescente de crianças e jovens acometidos pelo diabete
tipo 2.
• Tolerância à glicose diminuída: ocorre em pessoas que, usualmente, possuem glicemia de jejum
entre 100 e 125 mg/dl, porém, quando submetidas ao teste de tolerância à glicose, possuem glicemia
alterada.
• Diabete gestacional (DMG): ocorre durante a gravidez podenda persistir após o parto ou não. Decorre
da combinação do aumento da resistência e diminuição da secreção de insulina, quando comparadas a
outra gestante normal. Como complicações decorrentes do DMG pode haver crescimento excessivo fetal
(macrossomia), retardo da maturação pulmonar causando hipoxemia crônica, prematuridade e
poliidrâmnio.
116
BRETAS, A. C. P.; GAMBA, M. A.. Enfermagem e Saúde do Adulto. Manole, 2006.
Medicamentos Orais:
• Sulfoniluréia - atua no estímulo da produção de insulina pelo pâncreas e no aumento dos receptores
de insulina no músculo e no tecido gorduroso, além de reduzir a produção de glicose pelo fígado. Deve
ser ingerido 30 minutos antes das refeições. Seu efeito depende da capacidade do pâncreas de produzir
insulina. Nomes genéricos: Clorpramida, Glibenclamida, Glicazida e Glimepirida.
• Biguanina - potencializa a ação da insulina por aumentar o número de receptores, diminui a produção
de glicose pelo fígado e sua absorção intestinal e apresenta efeito supressor sobre o apetite, razão pela
qual deve ser uma opção para os obesos. Deve ser ingerido logo após as refeições. Pode ser utilizado
em portadores de diabete tipo 1, pois não depende da ação do pâncreas. Contraindicação: insuficiência
hepática, renal e cardíaca. Nome genérico: Metformina. Nomes comerciais: Glucoformin e Glifage.
• Glitazona - possui a mesma função do anterior, diferenciando-se por não ser supressor do apetite.
Pode ser usado a qualquer hora do dia. Nomes genéricos: Rosiglitazona e Pioglitazona.
• Arcabose (inibidor da alfa-glicosidase) - retarda a absorção da glicose pelo intestino (atua no bloqueio
por competição em receptores de enzimas digestivas, situados na membrana ciliada do intestino delgado,
que hidrolisam em partículas menores o amido e a sacarose em monossacarídeos). Deve ser usado logo
no início da alimentação. Nome genérico: Arcabose.
• Metiglinida - atua na liberação de insulina pelo pâncreas, agindo de forma rápida e curta. Quando
ingerido antes das refeições, proporciona liberação de insulina semelhante a um pâncreas normal.
Indicado para correção de hiperglicemia pós-prandial. Nome genérico: Repaglinida e Nateglinida.
• Inibidor da lipase - impede a absorção de 30% da gordura ingerida, auxiliando na redução do
colesterol, triglicérides e no controle do peso; o que resulta na diminuição da resistência à insulina
auxiliando, indiretamente, no controle glicêmico. Nome genérico: Orlistat.
Outros Medicamentos
A insulina é um hormônio proteico constituído por 51 aminoácidos e tem por função básica a
manutenção da glicemia. A insulina exógena mais utilizada hoje para o tratamento do portador de diabete
é a humana semissintética.
A insulina exógena é essencial para o tratamento do portador de diabete tipo 1 e para gestantes
diabéticas; e uma opção para o tipo 2, quando o controle glicêmico adequado não é atingido com os
hipoglicemiantes orais.
Existem diversos tipos de insulina que variam de acordo com o tempo e pico de ação:
• Insulina ultrarrápida - por causa de seu rápido início de ação, é indicada, principalmente, para reduzir
a glicemia após as refeições. Pode também ser usada quando se constata um pico hiperglicêmico durante
o dia. Por essas características, é usualmente um complemento das insulinas NPH, lenta, ultralenta e a
glargina, que fazem o papel da insulina basal de nosso organismo. É a insulina utilizada na bomba de
insulina. Sua coloração é transparente.
• Insulina regular (R), rápida ou cristalina - possui rápido início de ação, embora não tanto quanto a
anterior; as indicações são as mesmas. Sua coloração é transparente.
• Insulina lenta (L) e NPH (N) - tem como função imitar a produção basal de insulina de que nosso
organismo necessita. Sua coloração é leitosa. Na prática, as duas têm o mesmo tempo de ação, variando
apenas em questões estruturais.
• Insulina ultralenta - como o próprio nome sugere, tem sua ação prolongada em relação aos outros
tipos de insulina. Aspecto leitoso. Usada mais em idosos, em pequenas doses.
Para que a insulina conserve sua ação, seu armazenamento deve ser feito em temperatura ambiente
por até 6 semanas ou na porta da geladeira (2 a 8°C). Deve haver cuidado, pois a insulina nunca pode
ser congelada.
É recomendado retirar a insulina da geladeira cerca de 30 minutos antes de usá-la para diminuir a dor
no momento da aplicação. Observar sempre a coloração do frasco lembrando que as insulinas regular,
ultrarrápida, aspart e glargina são transparentes; e NPH, lenta e ultralenta, pela presença da protrombina,
têm coloração leitosa.
Considerando que alguns portadores de diabete dependem da aplicação diária de insulina, a técnica
da injeção subcutânea (SC) deve ser dominada por eles; por isso, cabe ao profissional de saúde orientá-
los quanto à técnica correta e à importância do rodízio dos locais de aplicação.
Independentemente do método de escolha para a aplicação de insulina, o rodízio do local é de extrema
importância para evitar a formação de hipertrofia da gordura subcutânea.
Convém o espaçamento de 3 cm do local de aplicação anterior. Os locais indicados são a região
posterior do braço, o abdome (respeitando o limite de cerca de três centímetros do umbigo), a porção
central da parte anterior da coxa e a região superior lateral externa das nádegas.
É importante lembrar que o tempo de absorção muda de acordo com o local de aplicação: abdome,
braço, coxas, nádegas. Outros fatores que podem acelerar a absorção são massagem e água morna no
local de aplicação, e exercício físico.
Automonitorização
O objetivo da automonitorização é observar as variações da glicemia, verificando o sucesso do
tratamento ou subsidiando o ajuste da dose. É indicado realizar pelo menos quatro medições durante o
dia: em jejum, 1 hora e meia a 2 horas das principais refeições, antes de dormir e em intercorrências. O
controle glicêmico é muito importante na prevenção de complicações.
Hoje há aparelhos portáteis e de fácil manuseio que medem a glicemia capilar. Uma única gota de
sangue da polpa dos dedos é suficiente para realizar o exame. Para proporcionar maior conforto ao
paciente, existem no mercado diversos tipos de canetas que, ao serem disparadas, liberam a lanceta que
perfura a pele superficialmente.
Pressão arterial é a força exercida pelo sangue sobre a parede do vaso, com mudanças contínuas
durante todo o tempo, dependendo das atividades, da posição do indivíduo e das situações.
A pressão arterial tem por finalidade promover uma perfusão tissular adequada para permitir as trocas
metabólicas e depende, fundamentalmente, de três componentes: espaço continente, representado pela
rede arterial; conteúdo, o volume de sangue circulante; e bomba propulsora, representada pelo coração.
Esse sistema tem como característica primordial a dispensabilidade da parede arterial, que procura
adaptar-se às variações do volume circulante. Dessa forma, a pressão arterial está intimamente
relacionada à distensão da parede arterial condicionada pelo volume de sangue que contém.
Graças à combinação da descarga intermitente da bomba cardíaca e a alta resistência das arteríolas,
acoplada à elasticidade das artérias, o organismo consegue manter um aporte constante de sangue para
irrigar os tecidos.
O custo desse processo é que as artérias são sempre submetidas a uma elevada pressão pulsátil:
aproximadamente 120 mmHg de pressão máxima ou sistólica, e cerca de 80 mmHg de pressão mínima
ou diastólica.
Como a resistência das arteríolas depende basicamente de seu calibre, sua redução eleva a pressão
arterial, sendo geralmente responsável pela hipertensão.
A hipertensão, portanto, pode ser causada pelo desequilíbrio entre a produção aumentada de fatores
vasoconstritores (como os nervos simpáticos e as catecolaminas, a angiotensina e a endotelina) ou pela
produção deficiente de fatores vasodilatadores (como o óxido nítrico e a bradicinina), com o consequente
aumento do grau de contração da musculatura das arteríolas.
Em síntese, a hipertensão arterial é uma doença multifatorial, na qual o substrato genético alterado
predispõe o indivíduo à ação de fatores ambientais - como sal e álcool em excesso, estresse -, que
desencadeiam o desequilíbrio dos complexos sistemas (hipertensores e hipotensores) reguladores da
pressão arterial, provocando a hipertensão.
Terminologia Básica
- Pré-Hipertensão: 120 a 139/80 a 89 mmHg;
- Hipertensão Estágio 1: > 140/> 90 mmHg;
- Hipertensão Estágio 2: > 160/> 90 mmHg.
Diagnóstico
A hipertensão é considerada uma doença silenciosa, pois seus sintomas são incomuns até que a
doença esteja bastante avançada, de modo que a maioria das pessoas descobre seu aumento durante
uma pesquisa ou em uma consulta de rotina.
Seu diagnóstico é baseado em anamnese, exame físico, exames complementares que auxiliam na
realização do diagnóstico da doença propriamente dita, etiologia, grau de comprometimento de órgãos-
alvo e identificação dos fatores de risco cardiovascular associados.
A medida da pressão arterial é, comprovadamente, o elemento-chave para estabelecer o diagnóstico
da hipertensão arterial, baseando-se na medida de duas ou mais aferições da pressão arterial, obtidas
em duas ou mais consultas, depois que uma elevação inicial foi verificada.
Tratamento
A eficácia do programa é determinada pelo grau de hipertensão, complicações, custo da assistência e
qualidade de vida percebida e associada com o tratamento.
Assistência de Enfermagem
• Realizar orientações claras, práticas e realistas sobre o tratamento eficaz da pressão sanguínea alta,
incluindo informações sobre a doença e o tratamento devido a cronicidade e suas perigosas
complicações;
• Salientar o fato de poder não haver uma relação entre a pressão arterial elevada e os sintomas;
• Orientar o cliente na compreensão de ser a hipertensão crônica e exigir tratamento persistente e
avaliação periódica. O tratamento eficaz melhora a expectativa de vida, portanto, são indispensáveis as
visitas de acompanhamento;
• Informar ao cliente o significado de diversas atividades diagnósticas e terapêuticas para minimizar a
ansiedade e obter a colaboração;
• Pedir ajuda para a família a fim de fornecer informações relacionadas com o plano de tratamento;
Necessidades Especiais
Sistema Nervoso117
É difícil manter a homeostasia com o envelhecimento, mas os idosos apresentam enorme capacidade
de se adaptar e funcionar de modo adequado, mantendo suas capacidades cognitivas e intelectuais na
ausência de alterações patológicas.
As alterações normais do envelhecimento do sistema nervoso podem afetar todas as partes do corpo,
sendo que a estrutura, a química e as funções do sistema nervoso se alteram com o avançar da idade.
As células nervosas do encéfalo diminuem, a quantidade de perda neuronal varia entre as diferentes
partes do encéfalo, mas a diminuição geral contribui para uma perda progressiva na massa do encéfalo.
As alterações químicas incluem diminuição na síntese e metabolismo dos principais
neurotransmissores. Pelo fato de os impulsos nervosos serem conduzidos mais lentamente levam os
idosos responderem e reagirem de forma mais lenta.
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CHEEVER, K. H; BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D. S. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
Sistema Sensorial
As pessoas interagem com o mundo por meio de seus sentidos. As perdas associadas ao
envelhecimento afetam todos os órgãos dos sentidos, e isso pode ser devastador por afetar a capacidade
de ler ou assistir televisão, ouvir uma conversa bem o suficiente para se comunicar, ou discriminar gostos
bem o suficiente para desfrutar da comida.
Quase metade dos homens e 1/3 das mulheres idosas relatam dificuldades para ouvir sem um aparelho
auditivo. Uma boa parte dos adultos tem uma diminuição na acuidade visual que começa a partir dos 50
anos de idade.
Uma perda sensorial descompensada afeta negativamente a capacidade funcional e a qualidade de
vida do idoso; no entanto, dispositivos de assistência (p. ex., óculos e aparelhos auditivos) podem
compensar a perda sensorial.
Audição
As alterações auditivas começam a ser observadas por volta dos 40 anos de idade. Fatores ambientais,
tais como exposição a ruídos, medicamentos e infecções, assim como a genética, podem contribuir para
a perda auditiva, tanto quanto as alterações relacionadas com a idade.
Muitas vezes, os idosos não conseguem acompanhar uma conversa, porque os sons de consoantes
de alta frequência (os sons de f, s, ch, sh, b, t, p) parecem iguais. A perda auditiva pode fazer com que
os idosos respondam de modo inadequado, não compreendam uma conversa e evitem a interação social;
este comportamento pode ser erroneamente interpretado como confusão mental.
O acúmulo de cerume ou outros problemas corrigíveis também podem ser responsáveis pelas
dificuldades de audição. Um aparelho auditivo devidamente prescrito e ajustado pode ser útil na redução
de alguns tipos de déficits auditivos.
Paladar e Olfato
Os sentidos do paladar e olfato são reduzidos nos adultos mais velhos. Dos quatro sabores básicos
(doce, azedo, salgado e amargo), o doce é particularmente embotado nos adultos mais velhos, o que
para a preferência por alimentos salgados e muito condimentados; ervas, cebola, alho e limão podem ser
utilizados como substitutos do sal para dar sabor à comida.
As alterações do olfato estão relacionadas com a perda de células nas vias nasais e no bulbo olfatório
no encéfalo. Fatores ambientais como a exposição prolongada a toxinas (p. ex., poeira, pólen e fumaça)
contribuem para a lesão celular.
Imunização118
A medida eficaz para a prevenção de doenças infecciosas é a vacinação, pois quando o indivíduo não
se vacina coloca a própria saúde em risco, e também de outras pessoas que tem contato. Se vacinar é a
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BRETAS, A. C. P.; GAMBA, M. A. Enfermagem e Saúde do Adulto. Manole, 2006.
Depressão
A depressão é o transtorno afetivo ou do humor mais comum da terceira idade. A depressão em idosos
pode acompanhar um importante evento precipitante ou perda e, muitas vezes, está relacionada com
119
CHEEVER, K. H; BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D. S. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
Delirium
O delirium, muitas vezes chamado estado de confusão mental aguda, começa com confusão mental e
progride para desorientação. Trata-se de uma complicação comum e potencialmente fatal para o idoso
hospitalizado e a complicação mais frequente da internação hospitalar.
Os clientes podem experimentar um nível de consciência alterado. O pensar é desorganizado e o
tempo de atenção é curto. Alucinações, delirium, medo, ansiedade e paranoia também podem ser
evidentes.
O delirium ocorre secundariamente a várias causas, incluindo doenças físicas, medicação ou
toxicidade ao álcool, desidratação, impactação fecal (fezes endurecidas que ficam presas no reto ou cólon
inferior devido à constipação crônica), desnutrição, infecção, traumatismo cranioencefálico (TCE), falta
de estímulos ambientais e privação ou sobrecarga sensorial.
Os adultos mais velhos são muito vulneráveis à confusão mental aguda por causa de sua reserva
biológica diminuída e da grande quantidade de medicamentos que usam.
O profissional deve reconhecer as implicações dos sintomas agudos do delirium e relatá-los
imediatamente. Em decorrência do início súbito e inesperado dos sintomas e da causa subjacente
desconhecida, o delirium é uma emergência clínica; se passar despercebido e sua causa subjacente não
for tratada, pode ocorrer dano cerebral permanente irreversível ou morte.
Demência
As alterações cognitivas, funcionais e comportamentais que caracterizam a demência severamente
destroem a capacidade da pessoa de interagir. Em geral, os sintomas são sutis no início e muitas vezes
progridem lentamente, até que sejam óbvios e devastadores.
Os dois tipos mais comuns de demência são a doença de Alzheimer e a demência vascular ou multi-
infarto. Outras demências incluem a doença de Parkinson, demência relacionada com a síndrome de
imunodeficiência adquirida (AIDS), doença de Pick e outros tipos de demência frontotemporal. É
importante identificar a demência reversível, que ocorre quando condições patológicas se mascaram
como demência.
Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer (DA), a quinta principal causa de morte entre os idosos, é uma doença
neurológica progressiva, irreversível e degenerativa que começa insidiosamente e é caracterizada por
perdas graduais na função cognitiva e transtornos de comportamento e afeto.
A doença de Alzheimer pode ocorrer em pessoas jovens, com 40 anos de idade, mas é rara antes dos
65 anos. Embora a prevalência de doença de Alzheimer aumente dramaticamente com a idade, afetando
até metade daqueles com 85 anos ou mais, é importante notar que esta doença não é uma parte normal
do envelhecimento.
Outros Cuidados
Câncer120
O câncer representa um grupo heterogêneo de doenças diferentes em etiologia, frequência e
manifestações clínicas, mas tendo em comum o crescimento celular desordenado, que pode acometer
diversos órgãos, ocasionando uma variedade de transtornos funcionais e, consequentemente, sinais e
sintomas muito diferentes.
A magnitude do problema do câncer entre uma população está relacionada, principalmente, à
industrialização, ao aumento da expectativa de vida da população, à maior e mais prolongada exposição
aos fatores de risco, à qualidade da assistência prestada e à qualidade da informação disponível.
Para tentar minimizar a incidência desta doença crônico-degenerativa, é necessário investimento em
novos acessos tecnológicos que possibilitem meios mais rápidos e precisos de diagnóstico e tratamento;
planos e programa nas áreas de comunicação social e educação, visando à conscientização da
população sobre os fatores de risco e os de proteção à saúde.
120
BRETAS, A. C. P.; GAMBA, M. A. Enfermagem e Saúde do Adulto. Manole, 2006.
Fisiopatologia do Câncer
Apesar dos mecanismos que regulam o contato e a permanência de uma célula ao lado da outra e do
controle de seu crescimento ainda constituírem uma área pouco conhecida dentro da biologia, nas células
normais o crescimento celular responde às necessidades específicas do corpo e é um processo
cuidadosamente regulado.
Os mecanismos de controle do crescimento celular dependem de fatores estimulantes e inibidores.
Tais estímulos ocorrem quando há exigências especiais, como reparo de uma alteração do tecido, mas,
realizada a reparação, o processo é paralisado.
A carcinogênese refere-se ao estudo do desenvolvimento dos tumores malignos com base em fatores
e mecanismos a ela relacionados. Em síntese, a neoplasia pode iniciar de forma espontânea ou ser
provocada pela ação de agentes carcinógenos.
Os fatores que determinam a carcinogênese são divididos em intrínsecos e extrínsecos. Os fatores
intrínsecos são constituídos pelos componentes genéticos e familiares que predispõem à ocorrência de
lesões o DNA das células, levando a padrões cromossômicos anormais.
A partir daí as células mutantes se desenvolverão de acordo com a exposição aos fatores de risco.
Também os distúrbios hormonais produzidos pelo próprio corpo, tratamentos muito prolongados de
reposição dos níveis estrogênicos e uso de contraceptivos orais podem constituir-se em fatores
intrínsecos para alguns tipos de câncer, como os de mama, próstata e útero.
Os fatores extrínsecos são agentes físicos, químicos ou biológicos considerados de risco para o
desenvolvimento de câncer. Esses fatores de natureza variada são capazes de induzir agressão ao
genoma ou mesmo favorecer o desenvolvimento de mutações iniciadas pelos fatores intrínsecos. Quanto
maior for a exposição aos fatores extrínsecos, maior será a possibilidade de a doença se desenvolver.
As estratégias de prevenção do câncer dependem, em grande parte, da eliminação dos fatores de
risco, e, entre eles, os extrínsecos são os que podem ser mais bem controlados.
Fatores de Risco
A prevenção primária do câncer refere-se às ações voltadas para a redução da exposição da
população aos fatores de risco, com o objetivo de reduzir a ocorrência da doença. As ações se apoiam
na educação, visto que a diminuição da exposição a esses fatores se relaciona com mudanças no estilo,
costumes e hábitos de vida.
O enfermeiro, dentro da equipe multiprofissional, é um agente de educação para a saúde, à medida
que orienta indivíduos, família e comunidade sobre os fatores de risco e as medidas de prevenção que
contribuem para a prevenção da doença ou seu diagnóstico precoce.
Os fatores de risco podem atuar de forma isolada ou combinada, e podem ser externos (ambientais)
ou endógenos (hereditários). A interação entre esses fatores dá início às alterações celulares envolvidos
na carcinogênese. Os carcinógenos externos podem ser divididos em agentes físicos, químicos e
biológicos.
Dentre os agentes químicos de importância para o desenvolvimento do câncer e relacionados a
atividades ocupacionais, destacam- se: fuligem, piche, benzeno, cal, pó de madeira, álcool, cloreto de
polivinil, cádmio, compostos de cromo, minério de níquel e zinco.
Os agentes de natureza física são representados pelas radiações ionizantes ou não-ionizantes. Após
a exposição à radiação ionizante, tem sido documentado o aumento da incidência de neoplasia, causando
aumento de danos ao DNA.
Agentes biológicos, como hormônios, vírus e parasitas, também podem contribuir para o
desenvolvimento do câncer tanto em animais como no homem, pois lesam o DNA ou o RNA.
Questões
01. (AL/GO - Enfermeiro do Trabalho - IADES/2019) Tipo de síndrome demencial que causa
degeneração progressiva dos neurônios do cérebro e comprometimento das respectivas funções
02. (UFU/MG - Enfermeiro - UFU/MG/2018) O Diabetes Mellitus (DM) é uma das doenças endócrinas
mais comum. Assinale a alternativa que identifica, atualmente, o DM tipo 2.
(A) Causada por mecanismo autoimune, ocasionando disfunção da célula beta-pancreática e
deficiência absoluta de insulina, acometendo, principalmente pacientes jovens de ambos os sexos.
(B) Causado pela secreção anormal de insulina e pela disfunção do receptor, levando à resistência à
insulina nos tecidos periféricos, encontrada na população de adultos obesos.
(C) É associada a outras endocrinopatias (Cushing, acromegalia e feocromicitoma), a defeitos
genéticos das células beta-pancreáticas, ao abuso de drogas e a infecções
(D) Causada por defeito genético, por resistência à insulina e por alterações no transporte de glicose;
manifesta-se, geralmente, no segundo ou terceiro trimestre de gestação.
03. (Prefeitura de Patos/PB - Enfermeiro - CPCON/2017) Considerando a Saúde do Idoso como foco
para a assistência da enfermagem gerontológica, marque a alternativa CORRETA:
(A) A maioria dos idosos são sozinhos e solitários e por isso é uma prerrogativa fazer a formação de
cuidadores.
(B) As reações adversas de medicamentos são mais comuns em idosos e as medicações podem
alterar a capacidade do idoso de realizar as funções normais, podendo levar a alterações de
comportamento e ser arriscadas para sua vida.
(C) Quando se chega aos 60 anos, os idosos apresentam capacidade cognitiva prejudicada e por isso
as reações adversas às medicações são mais visíveis.
(D) Os idosos são muito semelhantes entre si e não conseguem lidar com os declínios inevitáveis
associados ao envelhecimento.
(E) Os idosos são muito semelhantes entre si, grande parte sofre de depressão, gosta de ficar sozinho,
e são muitos solitários.
04. (UPE - Enfermeiro - UPENET/IAUPE/2017) Sobre Hipertensão Arterial, é CORRETO afirmar que
(A) dos pacientes hipertensos diagnosticados, apenas 20% apresentam hipertensão primária, ou seja,
pressão arterial elevada cuja causa não é identificada.
(B) pacientes classificados com hipertensão arterial estágio apresentam pressão arterial sistólica entre
139 e 140mmHg.
(C) a obesidade é um dos fatores de risco comum para o desenvolvimento de hipertensão arterial. O
aumento da incidência da obesidade infantil é um prenúncio do número crescente de adultos hipertensos.
(D) o valor da diferença entre pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) (Ex:
PAS 170 x PAD 60mmHg. Pressão diferencial igual a 90mmHg), em nenhuma situação, está associado
a alterações cardiovasculares.
(E) toda hipertensão arterial vem acompanhada de sinais e sintomas desde o momento em que a
doença foi instalada.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
A doença de Alzheimer é um transtorno cerebral complexo, causado por uma combinação de vários
fatores que podem incluir aspectos genéticos, alterações de neurotransmissores, alterações vasculares,
hormônios do estresse, oscilações circadianas, traumatismo cranioencefálico e distúrbios convulsivos.
Nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, ocorrem esquecimento e perda sutil da memória. O
esquecimento se manifesta em muitas ações diárias, os clientes podem perder a capacidade de
reconhecer rostos, lugares e objetos familiares, e podem se perder em um ambiente familiar.
03. Resposta: B
Em idosos, é comum a prescrição, uso ou administração de mais medicamentos do que é clinicamente
indicado. O potencial para interações medicamentosas evolui com o uso aumentado de medicamentos e
com as múltiplas doenças coexistentes afetando a absorção, a distribuição, o metabolismo e a eliminação
dos fármacos. Essas interações são responsáveis por inúmeras idas ao pronto-socorro e consultas ao
médico. Além disso, esses fármacos podem alterar o equilíbrio eletrolítico, bem como o metabolismo de
carboidratos e gorduras.
04. Resposta: C
Dentre os vários fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como
dislipidemias, sedentarismo, sobrepeso e obesidade, estresse, diabetes melito, hereditariedade,
tabagismo, a hipertensão arterial sistêmica é um dos mais importantes.
Ética121122123
Valores e Ética
121
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692007000300020&script=sci_arttext&tlng=pt
122
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2014000200002
123
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692008000600019&script=sci_arttext&tlng=pt
Um valor é uma convicção pessoal sobre a importância sobre uma dada ideia ou comportamento. Dar
valor a um certo comportamento ou ideia é achá-los preferíveis a outros. Os valores que um indivíduo
retém reflete necessidades pessoais, culturais, influências sociais e relacionamento com pessoas de
importância pessoal.
Os valores variam ente as pessoas, desenvolvem-se e mudam com o tempo. Um sistema de valores
bem desenvolvido faz com que a tomada de decisões seja uma tarefa relativamente sem conflitos.
A ética consiste nos princípios ou padrões que determinam a conduta apropriada. O termo origina-se
da palavra grega “ethos”, que significa costume. A ética refere-se ao que é certo e errado, o que é dever
ou obrigação. Sendo uma característica de todas as profissões, a ética protege os direitos dos homens.
Os valores influenciam como um indivíduo percebe os outros e como ele age. Quando os valores
entram em conflito, a ética frequentemente entra em cena e o resultado é o dilema.
Não há situação absolutamente certa ou errada, mas uma pessoa não deve comprometer os valores
de outra quando tentar resolver um dilema ético. Por exemplo, um enfermeiro de uma comunidade,
solicitado por um colega de trabalho para entrar em greve, precisa decidir-se entre a lealdade a seus
colegas e aos pacientes.
As pessoas apegam-se a valores em um contínuo de relativa importância. Valores relacionados
formam sistemas de valores, como aqueles relacionados à religião, saúde, liberdade e auto respeito. Um
sistema objetivo de valores permite a uma pessoa ser flexível ao tomar decisões e facilita uma ótima
interação com terceiros.
Valores éticos, morais e legais não estão necessariamente relacionados. Uma crença moral é uma
forte convicção de que alguma coisa é absolutamente certa ou errada em todas as situações. Desta
maneira, o que é uma questão moral para uns é dilema ético para outros (por exemplo, aborto).
Um direito legal é uma reivindicação justa ou algo que é devido de acordo com as garantias legais e
está frequentemente relacionado aos valores éticos (por exemplo, no caso da remoção de um sistema de
suporte de vida de um paciente em coma), mas não está necessariamente relacionado a todas as
situações (por exemplo, o direito ao tratamento de saúde é uma questão ética e não um direito legal).
Dois tipos específicos de valores são os terminais e instrumentais. Um valor terminal envolve finalidade
ou objetivos desejados, como a felicidade ou o sucesso na profissão. Um valor instrumental envolve
A valorização também é um instrumento útil no auxílio aos pacientes e seus familiares para adaptarem-
se ao estresse da doença e outros problemas relacionados à saúde. O profissional de enfermagem ajuda
o paciente a discriminar as emoções para determinar seus significados e sentidos.
A determinação de valores é uma atividade para despertar a consciência, através da qual os pacientes
adquirem consciência das prioridades pessoais, identificam ambiguidades nos valores e resolvem os
conflitos iniciais entre os valores e o comportamento.
O objetivo do profissional é comunicar-se com o paciente para ajudá-los a estabelecer comportamento
de proteção e promoção de saúde. O paciente torna-se mais propenso a expressar problemas e
sentimentos sinceros e, então, ele está apto a estabelecer um plano de assistência individualizado.
O enfermeiro que quer saber e aprende quais são os valores do paciente, está apto a planejar um
programa bem-sucedido de promoção de bem-estar.
Um sistema de estratégias pode ser usado para tornar a avaliação mais criteriosa, prática e significativa
para uma pessoa com valores não muito claros. Essas estratégias são, na verdade, exercícios para ajudar
um indivíduo na determinação de valores, utilizando as três etapas de valorização. Os profissionais de
enfermagem podem usá-las com os pacientes ou para determinar seus próprios valores.
Algumas vezes é difícil para um profissional de enfermagem determinar quando o paciente pode se
beneficiar com a determinação de valores. Nem todos os pacientes acreditam nos valores socialmente
preferidos, tais como o desejo de manter sua saúde, uma vontade de trabalhar pesado ou a importância
de ter uma carreira de sucesso.
Em alguns casos, os comportamentos do paciente sugerem ao profissional de enfermagem que seus
valores não são claros. Esses comportamentos podem interferir nos esforços do profissional de
enfermagem para promoção de uma boa assistência.
Amparo do Paciente
A Ética é o ideal para conduta humana, pois a evolução de seus princípios deu-se juntamente com o
processo evolutivo da humanidade, e orienta o ser humano sobre o que é bom e correto e o que deveria
assumir, orientando sua vida em relação a seus semelhantes, visando o bem comum.
A Ética de nossa sociedade e a Ética empresarial são inseparáveis, algumas vezes indistinguíveis.
Nossas preocupações diárias com a eficiência, competitividade e lucratividade não podem prescindir de
um comportamento ético.
A Ética no trabalho orienta não apenas o teor das decisões (o que devo fazer) como também o
processo para a tomada de decisão (como devo fazer).
A adoção de princípios éticos e comportamentais reflete o tipo de organização da qual fazemos parte
e o tipo de pessoa que somos. Nosso respeito pelas diferenças individuais e a preocupação crescente
com a responsabilidade social, onde inserimos as questões de segurança, meio-ambiente e saúde no
cotidiano da nossa gestão empresarial, refletem as relações com seus empregados e para com a
sociedade.
Cada indivíduo tem o seu próprio padrão de valores. Por isso, torna-se imperativo que cada empregado
faça sua reflexão, de modo a compatibilizar seus valores individuais com os valores expressos nos
Princípios Éticos.
Ética no Trabalho
Para que seja ético no trabalho é preciso antes de tudo ser honesto em qualquer situação, nunca fazer
algo que não possa assumir em público, ser humilde, tolerante e flexível. Ser ético significa, muitas vezes,
abrir mão de algumas coisas e perder algo.
É preciso ouvir mais as ideias de seus colegas, pois muitas ideias aparentemente absurdas podem ser
a solução para um problema. Para descobrir isso, é preciso trabalhar em equipe, ouvir as pessoas e
avaliar a situação sem julgamentos precipitados ou baseados em suposições, e principalmente dar crédito
a quem realmente é merecedor.
Muitas vezes recebemos elogios pelo trabalho realizado por outras pessoas, sem sequer repassar os
mesmos ou citar o nome dos colegas que contribuíram para tal, e isso é ser antiético, pois está-se
aceitando um elogio pelo trabalho de outra pessoa e, cedo ou tarde, o mesmo será reconhecido e você
ficará com fama de mau-caráter.
Outra coisa muito importante é a pontualidade, pois se você sempre se atrasar, será considerado
indigno de confiança e pode perder boas oportunidades de carreira. Infelizmente em muitas empresas
julga-se o caráter e a competência de um funcionário pelo cumprimento de horário e não pela sua
produtividade ou habilidades técnicas/gerenciais.
Tente também nunca criticar seus colegas de trabalho ou culpá-los pelas costas, e quando tiver de
corrigir ou repreender alguém, faça-o em particular, não o humilhe perante outros, respeite sua
privacidade e se for o caso ofereça apoio, pois ele poderá estar passando por dificuldades sem você
saber.
Utilização do Telefone
Ao se utilizar o telefone na empresa devemos tomar alguns cuidados, tais como:
- Dar toda a atenção à pessoa que ligou sem ficar distraído com outras atividades em paralelo;
- Evitar intimidades com a pessoa que está do outro lado da linha, pois isso poderá causar
constrangimentos com os colegas que estão ao seu redor;
- Ao falar ao telefone, você é julgado pela dicção, capacidade de articular pensamentos e por tratar os
outros com cortesia ou não. A voz deve ser alegre, clara, calorosa e em bom-tom, nem alta nem baixa
demais;
- Ao atender telefonemas alheios, anote o recado escrevendo o nome da pessoa que ligou, o número
do telefone, o assunto e a hora;
- Não faça ligações pessoais demoradas;
- Não entre em discussões por telefone;
- Retorne as ligações, mesmo que você não conheça quem deixou recado;
- Se estiver ocupado, não tenha medo de interromper a conversa, diga que não pode falar e que ligará
em seguida e não esqueça de retornar à ligação;
- Todos estamos sujeitos a ter de atender a um telefonema com alguém ao lado. Quando for inevitável,
procure fazer com discrição, nada de gestos, caretas ou comentários tapando o bocal do telefone;
- Jamais deixe alguém esperando na linha, melhor dizer que está ocupado e que retornará a ligação
depois;
- Se a linha cair não se preocupe, pois, a responsabilidade de ligar novamente é de quem telefonou.
Utilização de e-mail
A utilização do e-mail é algo extremamente polêmico e atualmente se discute muito sobre o direito de
as empresas monitorarem os e-mails de seus funcionários, violando assim sua privacidade. Então, é
importante que se tenha alguns cuidados ao se utilizar o e-mail fornecido pela empresa:
- Nunca escreva algo que possa constrangê-lo depois, evite intimidades e escreva aquilo que você
falaria pessoalmente para a pessoa;
- Verifique sempre a gramática e a ortografia do texto antes de enviá-lo, pois não existe nada pior do
que um texto cheio de erros que, em muitos casos, pode ofender pessoas que prezam muito uma boa
grafia;
- Seja claro e objetivo, pois hoje em dia ninguém tem tempo para ler textos extensos demais ou ficar
pensando em palavras fora de contexto;
- Um e-mail, apesar de também ser um documento, não deve ser tão formal quanto uma carta;
- Jogue fora todos aqueles e-mails que não servem para nada, como malas diretas, correntes e
piadinhas infames e só responda àqueles que realmente mereçam sua atenção;
- Não mande correntes, piadas - obscenas ou não - e pegadinhas por e-mail para quem não conhece.
Comportamento em Reuniões
É neste momento que seu profissionalismo é posto à prova e onde sua postura profissional estará
sendo julgada, então tome alguns cuidados ao participar de reuniões de trabalho.
- Não chegue atrasado. Além de irritar quem chegou na hora, sua imagem ficará péssima, pois sua
pontualidade foi ineficaz;
- Nunca sente à cabeceira da mesa, pois esse lugar normalmente é reservado à pessoa que conduzirá
a reunião. Assim você dará a entender que conhece seu lugar, demonstrará apoio e deixará claro que
não ameaça a pessoa que está conduzindo a reunião;
- Leia e pesquise sobre o assunto que será colocado em pauta. Dessa maneira você estará preparado
e poderá participar da discussão, sem passar pelo constrangimento de dar um fora;
- Quando participar de uma reunião não entre mudo e saia calado, torne sua participação ativa;
- Exponha todas suas ideias independentemente de boas ou ruins, e quando achar que deve discordar,
discorde, mesmo que seja com quem está conduzindo a reunião. Dessa maneira você tornará a reunião
mais produtiva e não apenas um encontro de amigos;
- A pessoa que está conduzindo a reunião deve ser o primeiro e o último a falar. Ou seja, é ela que
abre e fecha a reunião;
Fofocas de Corredor
Algo inevitável nas empresas são as fofocas de corredor, por isso evite ao máximo fazê-las.
- Afaste-se das fofocas e maledicências. Só o fato de prestar atenção nelas pode lhe dar a fama de
fofoqueiro, e aquele que lhe conta a última novidade pode levar também um comentário péssimo sobre
você e aumentar o conflito interpessoal;
- Evite fazer profecias. As previsões podem não se realizar e as palavras se voltarão contra você;
- Não seja inconveniente, aparecendo em outros setores da empresa sem ligar antes só para fazer
uma fofoca rápida;
- Mantenha a voz baixa, especialmente quando precisar falar de assuntos de caráter confidencial;
- Quando se referir a um colega numa conversa, use o nome completo dele para evitar mal-entendidos;
- Evite falar de sua vida pessoal com quem você não conhece o caráter;
- Não comente com qualquer um os seus resultados positivos, prêmios e novos projetos que lhe foram
confiados;
- Caso trabalhe com alguém de quem não gosta, troque cumprimentos, mantenha distância e não
comente a antipatia que sente. Isso minimiza os atritos e evita que os outros reparem a incompatibilidade
e façam fofocas.
Exercícios do Cargo/Função
Jamais use seu cargo, função, atividade, posição ou influência com o fim de obter qualquer
favorecimento para si ou para outros. Busque o melhor resultado mantendo sempre uma atitude
transparente, de respeito e colaboração com os colegas de trabalho.
- Procure saber como seus superiores trabalham e como gostam que seus colaboradores exerçam
suas atividades, pois dessa maneira você poderá guiar suas atitudes e reações;
- Deixe claro quais são as suas funções, principalmente se elas incluírem obrigações pessoais e
particulares. Sobretudo, no caso de secretárias e assistentes que são encarregados de controlar as
contas do chefe, organizar agenda, comprar presentes para os familiares, etc.;
- Caso tenham afinidades ou amigos em comum, não há mal algum em fazer comentários pessoais,
mas seja discreto e tome cuidado para não parecer inconveniente nem puxa-saco;
- Reconheça os erros, mas não exagere no arrependimento nem na culpa. A fala correta é: “não foi
um erro intencional, isso não vai ocorrer de novo e vou remediar o acontecido”;
- Jamais diga a palavra problema para se referir a uma situação desfavorável. Dá a impressão de que
você não consegue controlar a situação.
Relacionamentos
Entre Colegas, Coordenadores e Gerentes
Saiba respeitar as diferenças individuais, aja de forma cortês, com disponibilidade e atenção a todas
as pessoas com quem se relaciona, independentemente de seu cargo na empresa.
- Reconheça os méritos relativos aos trabalhos desenvolvidos por colegas ou gerentes;
- Não prejudique a reputação de colegas ou gerentes por meio de julgamentos preconceituosos, falso
testemunho, informações não fundamentadas ou qualquer outro subterfúgio;
- Não busque obter troca de favores que aparentem ou possam dar origem a qualquer tipo de
compromisso ou obrigação pessoal;
- Estimule a manifestação de ideias, quando alinhadas com os objetivos das empresas, mesmo que
representem mudança significativa.
Intimidações
- Jamais tolere ameaças ou assédios de qualquer tipo;
- Não se submeta a situações de assédio moral (entendido como o ato de desqualificar repetidamente,
por meio de palavras, gestos ou atitudes, a autoestima, a segurança ou a imagem do empregado em
função do vínculo hierárquico) e denuncie o assediador;
- Respeite a hierarquia, porém informe imediatamente à gerência superior qualquer comportamento
irregular, desde que devidamente fundamentado;
- Comunique imediatamente aos seus superiores hierárquicos, para que as providências cabíveis,
qualquer aliciamento, ato ou omissão que julgue contrários ao interesse da empresa;
- Não ceda a pressões que visem a obtenção de vantagens indevidas.
Feedback
Feedback: conjunto de sinais perceptíveis que permitem conhecer o resultado da mensagem; é o
processo de se dizer a uma pessoa como você se sente em função do que ela fez ou disse. Para isso,
fazer perguntas e obter as respostas, a fim de verificar se a mensagem foi recebida ou não.
Como a comunicação eficaz é um processo de troca bidirecional, o uso de feedback é mais uma
maneira de se reduzir falhas de comunicação e distorções.
Habilidades de Feedback
- Assegurar-se de que quer ajudar (e não se mostrar superior);
- No caso de feedback negativo, vá direto ao assunto; começar uma discussão com questões
periféricas e rodeios geralmente cria ansiedades ao invés de minimizá-las;
- Descreva a situação de modo claro, evitando juízos de valor;
- Concentre-se no problema (evite sobrecarregar o receptor com excesso de informações ou críticas);
- Esteja preparado para receber feedback, visto que o seu comportamento pode estar contribuindo
para o comportamento do receptor;
- Ao encerrar o feedback, faça um resumo e reflita sobre a sessão, para que tanto você como o receptor
estejam deixando a reunião com o mesmo entendimento sobre o que foi decidido.
A Ética é algo que não pode ser definido como certo ou errado. É a forma de como as pessoas
acreditam, é o bom senso, em suma, e como você observa o mundo ao seu redor.
Infelizmente a Ética, postura profissional, relacionamentos no ambiente de trabalho, transformou-se
em chavões onde ninguém sabe explicar o que é certo ou não, ou melhor, pode-se notar que a Ética já
não está sendo respeitada.
Ética Profissional
Como profissional, o enfermeiro tem um compromisso com pacientes e com a própria profissão, em
fornecer a melhor qualidade de assistência de saúde disponível. A formação educacional do profissional
de enfermagem fornece o conhecimento e habilidades necessárias para ajudá-lo a cumprir o
compromisso profissional.
Experiências clínicas promovem a socialização na profissão, por que o profissional aprende os padrões
e normas usados por outros colegas no exercício da profissão e outras disciplinas de assistência médica.
O processo de tornar-se um profissional somente está completo quando os valores da profissão são
integrados aos valores do indivíduo.
A ética está ligada à verdade e este é o primeiro passo para aproximar-se do comportamento correto.
No campo do trabalho, a ética tem sido cada vez mais exigida, provavelmente porque a humanidade
evoluíra em tecnologia, mas não conseguiu se desenvolver na mesma proporção naquilo que se refere à
elevação de espírito.
A atitude ética determinará como um profissional trata os outros profissionais no ambiente de trabalho,
os consumidores de seus serviços: clientes internos e externos entre outros membros da comunidade em
geral.
A ética é indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados.
O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a
sua profissão; o agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no
desempenho de sua profissão.
Ética na Enfermagem124
Os dilemas éticos surgem a cada dia, exigindo dos profissionais de enfermagem o aprimoramento
constante de seus conhecimentos.
Face à dinamicidade cultural contemporânea, o profissional de enfermagem se depara com
questionamentos éticos e legais a respeito da sua atuação, exigindo competência ampla diante de tantas
inovações.
O cliente usuário dos serviços de saúde tem o direito de receber informações claras, objetivas e
compreensíveis sobre as medidas diagnósticas e terapêuticas propostas.
Assim, sabe-se que é incontestável o direito do cliente de acessar as informações e orientações a
respeito da assistência de enfermagem que lhe está sendo prestada, bem como o direito de acessar o
seu prontuário, os exames médicos solicitados e os resultados, além de discutir com os profissionais da
área de saúde sobre as possibilidades diagnósticas e terapêuticas pretendidas, consentindo ou não, de
acordo com o livre arbítrio - legalmente resguardado pela capacidade jurídica, ou através de seu
representante legal.
O paciente dos dias de hoje, por ter consciência de seus direitos de consumidor, tem deixado de ser
tão passivo a tudo, o que requer mais atenção, respeito e habilidade por parte do enfermeiro. Alguns
pacientes querem participar de seus cuidados e compreenderem o que está ocorrendo no seu processo
de hospitalização.
124
Texto extraído de FREITAS, Genival Fernandes de; OGUISSO, Taka. Ocorrências éticas na enfermagem. Rev Bras Enferm, Brasília (DF) n. 56, v. 6, p. 637-639,
nov-dez, 2003.
Códigos de Ética
A profissão de enfermagem possui códigos de ética que asseguram ao profissional a atenção por altos
ideais de conduta. Um código de ética profissional é uma declaração coletiva das expectativas do grupo,
um padrão de comportamento.
Um código de ética para os profissionais de enfermagem relaciona as responsabilidades especiais
assumidas por aqueles que cuidam de pessoas doentes. Eles lidam com pessoas, que por causa de
doença ou trauma, são frequentemente vulneráveis ou dependentes das capacidades e conhecimentos
profissionais.
A profissão de enfermagem precisa formular e cumprir altos ideais de conduta para assegurar ao
público e a sociedade que os profissionais individualmente, não tirarão partido de suas posições.
O desempenho individual de um profissional de enfermagem pode ser medido? Uma tendência recente
na assistência de saúde é o estabelecimento de padrões de assistência.
A Comissão Mista de Credenciamento de Hospitais tem recomendado certos padrões para o exercício
da assistência de enfermagem. Estes padrões fornecem uma estrutura básica para avaliar se assistências
de enfermagem competentes são ministradas.
O desempenho então pode ser medido objetivamente, bem como criticamente. Tucker e associados
produziram um exemplo de um conjunto de padrões a seguir para propiciar bem-estar físico geral a um
paciente, tal como certificar-se de que o paciente está confortável e na posição correta.
Esses padrões não eliminam a necessidade de um plano individual de assistência. Entretanto,
profissionais de enfermagem que incorporam esses padrões em um plano de assistência satisfazem sua
responsabilidade éticas. A responsabilidade é assegurada porque a qualidade de assistência pode ser
medida.
Bioética126
Bioética (ética da vida) é parte da filosofia que se dedica a estudar a moral e as obrigações humanas.
Assim, surge uma nova reflexão para a ética tradicionalista, que vincula as relações humanas com a vida,
saúde e integridade física de todos os seres humanos, sensibilizando o desenvolvimento social. Seu nome
indica uma forma especial de ética em que se conjugam o aspecto biológico e as relações de deveres
profissionais.
Importante saber que a Bioética não trata somente da relação entre médico e paciente, mas também
se preocupa com especialidades vinculadas ao campo da Medicina, tais como a Biotecnologia, a
Engenharia Genética, experiências com seres humanos e animais em geral, saúde dos pacientes
mentais, questões sobre início e fim de vida - como a interrupção da gravidez frente a um diagnóstico de
um feto com múltiplas malformações congênitas, transplantes de órgãos, eutanásia, clonagem humana e
outros temas. Incorpora, também, diversos temas sociais como Saúde Pública, meio ambiente e relações
jurídicas, entre outros.
No século XX, o paciente avançou na conquista de um direito humano tido como fundamental, que é
sua autonomia para tomar decisões em situações relacionadas à própria saúde. Saiu de uma condição
passiva para assumir papel ativo no relacionamento com profissionais de Saúde.
No cenário de dilemas morais, a Bioética chama para si a responsabilidade de refletir sobre questões
e valores que surgem em decorrência do avanço da Biotecnologia sobre a vida humana.
O “fazer” da Enfermagem, por estar ligado diretamente a processos invasivos nos pacientes, desperta
nos profissionais questões como “Que atitude deve ser tomada? ”, “Até onde o profissional de
enfermagem deve ir com o intuito de salvar vidas?” Ou ainda, “Que fazer diante de pacientes que recusam
determinados tratamentos ou medicamentos?”.
A Bioética possui como uma de suas características principais a de ser uma ciência na qual o Homem
é sujeito e não somente objeto.
Tom Beauchamp e James Chidress, em 1978, ambos vinculados ao Kennedy Institute of Ethics,
publicaram o seu livro Principles of Biomedical Ethics, que consagrou o uso dos princípios na abordagem
de dilemas e problemas bioéticos fundada em quatro princípios: autonomia, beneficência, justiça e não
maleficência.
Beneficência: trata-se do critério mais antigo da ética médica. Resume-se em fazer o bem ao paciente.
126
Texto adaptado de KURAMOTO, Jaqueline Bergara. Ética e bioética em enfermagem. In: Saberes e práticas: guia para ensino e aprendizado de enfermagem.
MURTA, Genilda Ferreira (org.). 3. ed. rev. amp. São Caetano do Sul: Difusão, 2007. Vol. 2
Questões
Gabarito
01.B
Comentários
01. Resposta: B
A Bioética possui como uma de suas características principais a de ser uma ciência na qual o Homem
é sujeito e não somente objeto.
Tom Beauchamp e James Chidress, em 1978, ambos vinculados ao Kennedy Institute of Ethics,
publicaram o seu livro Principles of Biomedical Ethics, que consagrou o uso dos princípios na abordagem
de dilemas e problemas bioéticos fundada em quatro princípios: autonomia, beneficência, justiça e não
maleficência.
SEGURANÇA DO TRABALHO
É o conjunto de medidas técnicas, médicas e educacionais, empregadas para prevenir acidentes, quer
eliminando condições inseguras do ambiente de trabalho quer instruindo ou convencionando pessoas na
implantação de práticas preventivas.
Acidente do Trabalho
É o que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional, que cause a morte, ou perda, ou redução permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
Acidente de Trajeto
Fica caracterizado como acidente de trabalho também aquele que ocorra na ida ou na volta do trabalho,
ou o ocorrido no mesmo trajeto quando o trabalhador efetua as refeições na sua residência. Deixa de
caracterizar-se o acidente quando o trabalhador tenha por vontade própria, interrompido ou alterado o
trajeto normal.
Doença do Trabalho
Incidente
No conceito prevencionista é todo acidente sem lesão física, sendo que esta conceituação permite a
análise de todos os acidentes ocorridos, para que possamos descobrir as verdadeiras causas e as
consequentes medidas de prevenção.
Em um passado não muito distante, a responsabilidade do acidente do trabalho era colocada muito
mais nos trabalhadores através dos atos inseguros, essa tendência acabou criando uma "consciência
culposa" nos mesmos, sendo que era tendência a negligência, o descuido, a facilitação e o excesso de
confiança serem apontados como causas dos acidentes.
Atualmente com o avanço e a socialização das técnicas prevencionistas, o que queremos é apurar
quais são as verdadeiras causas e não os culpados pelos acidentes do trabalho, portanto, não é que não
exista o ato inseguro e a condição insegura, o que precisamos é compreendê-los melhor.
- Condição insegura: é a condição do meio ambiente de trabalho, que causou o acidente, ou
contribuiu para a sua ocorrência.
- Fator pessoal de insegurança: é causa relativa ao comportamento humano, que propicia a
ocorrência de acidentes. Ex.: Doença na família, excesso de horas extras, problemas conjugais, etc.
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente de trabalho ou doença profissional
deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão.
Tipos de CAT
A. CAT inicial - acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do trabalho.
B. CAT reabertura - reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do
trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS.
C. CAT comunicação de óbito - falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do
trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial.
A comunicação em epígrafe deverá ser feita ao INSS, em 24 horas úteis, em seis vias, com a seguinte
destinação:
1. Ao INSS;
2. À empresa;
3. Ao segurado ou dependente;
4. Ao sindicato de classe do trabalhador;
5. Ao Sistema Único de Saúde (SUS);
6. À Delegacia Regional do Trabalho.
1. Ao trabalhador:
- Assegura qualidade de vida;
2. Ao empregador:
- Ganhos de produtividade;
- Preservação da imagem da empresa perante à comunidade;
- Redução dos custos diretos e indiretos;
- Diminuição de litígios trabalhistas;
- Menor rotatividade da mão-de-obra.
3. A sociedade/governo:
- Menores encargos previdenciários;
- Imagem positiva da nação perante organismos internacionais;
- Valorização do ser humano por meio de políticas públicas;
- Diminuição do "Custo Brasil".
A prevenção de acidentes deve obedecer a um processo dinâmico e constante que se caracterize por
ações efetivamente prevencionistas que devem ser tomadas no sentido de evitar, eliminar, controlar ou
impedir a evolução e consolidação dos riscos no ambiente de trabalho.
A cuidadosa investigação de um acidente oferece elementos valiosos para a análise que deve ser feita,
concluindo-se sobre suas causas e suas consequências.
A análise dos acidentes fornece dados que se acumulam e possibilitam uma visão mais correta sobre
as condições de trabalho nas empresas, com indicações sobre os tipos de acidentes mais comuns, as
causas mais atuantes, a gravidade das consequências e os setores que necessitam de maior atenção do
SESMT e da CIPA.
A realidade demonstra que a melhor maneira de evitar acidentes é praticar a prevenção, a análise de
acidentes estruturada em fatos reais, com a participação efetiva de todos os envolvidos, proposição de
medidas viáveis e consensuais para evitar a reincidência constituem-se em uma arma valiosa na
prevenção de acidentes quer de ordem pessoal, quer de ordem material.
Investigar um acidente é reconstituir o ocorrido através dos vestígios encontrados no local e através
dos dados coletados nas indagações feitas junto aos elementos diretamente envolvidos com o acidente.
Após as providências imediatas (socorro ao acidentado e marcha normal do processo), iniciar
imediatamente, no próprio local do evento, a investigação do acidente que deve ser feita por todos os
envolvidos na análise e deve necessariamente ser realizada no local do evento.
A investigação deve ser a mais completa possível e não omitir os seguintes aspectos:
- Tarefa no momento do acidente;
- Descrição do acidente;
- Equipamentos envolvidos;
- Ferramentas utilizadas;
- EPI's utilizados;
- Produtos envolvidos;
- Tipo de acidente;
- Fator pessoal.
A organização, no seu cotidiano, se depara com uma brutal concorrência no mercado, com isso a
natureza do trabalho favorece uma vida sedentária, movimentos repetitivos e posturas incorretas. A busca
inconstante pela produtividade e pela qualidade dos produtos e do serviço vem impondo condições
extremamente insalubres e prejudiciais ao organismo humano (ROCHA, 2004).
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, no exercício de
suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou
redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. O acidente do trabalho será
caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS, mediante a identificação do nexo entre o
trabalho e o agravo.
Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico
epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada
na Classificação Internacional de Doenças (CID).
Considera-se agravo para fins de caracterização técnica pela perícia médica do INSS a lesão, doença,
transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de
natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do tempo de latência.
Reconhecidos pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo entre o trabalho
e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário tenha direito, caso contrário,
não serão devidas as prestações.
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta
Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (Redação dada pela Lei Complementar nº
150, de 2015)
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de
segurança e higiene do trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar
e do produto a manipular.
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades
representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores,
conforme dispuser o Regulamento.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades
mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho
e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação
mencionada no inciso I.
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou
produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus
planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio
de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício
do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de
acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.
Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a
natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre
o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do empregado doméstico
e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças
(CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº
150, de 2015)
§ 1° A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a
inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
§ 2° A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo técnico
epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da empresa, do empregador
doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015)
A palavra ergonomia é de origem grega, em que ERGO significa trabalho e NOMOS significa regras,
normas, leis. Podemos entender que seriam as regras/normas/leis para a execução do trabalho. Se
considerarmos como ciência, poderemos dizer que é a ciência aplicada em facilitar o trabalho executado
pelo homem, sendo que aqui se interpreta a palavra “trabalho” como algo muito abrangente, em todos os
ramos e áreas de atuação.
Sendo, desta forma, uma ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim de
organizar o trabalho, tornando este último compatível com as características físicas e psíquicas do ser
humano. Alguns autores a consideram como ciência, outros como tecnologia. Segundo Montmollin, a
ergonomia é uma ciência interdisciplinar que compreende a fisiologia e a psicologia do trabalho.
Murrel a define como o estudo científico das relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho.
Self cita que ergonomia reúne os conhecimentos da fisiologia e psicologia e das ciências vizinhas
aplicadas ao trabalho humano, na perspectiva de uma melhor adaptação ao homem dos métodos, meios
e ambientes de trabalho.
Dentro das atribuições da ergonomia temos alguns domínios de especialização com competências
mais profundas. São elas:
- Ergonomia Física: versa sobre as características humanas anatômicas, antropométricas,
fisiológicas e biomecânicas que se relacionam com a atividade física. Os tópicos relativos incluem
posturas de trabalho, manipulação de materiais, movimentos repetitivos, lesões musculoesqueléticas
relacionadas com o trabalho, layout do posto de trabalho, segurança e saúde.
- Ergonomia Cognitiva: relata sobre os processos mentais, como a percepção, memória, raciocínio,
e resposta motora, que afetam as interações entre humanos e outros elementos de um sistema. Os
tópicos relevantes incluem a carga de trabalho mental, tomada de decisão, desempenho especializado,
interação homem-computador, fiabilidade humana, stress do trabalho e formação relacionadas com a
concepção homem-sistema.
- Ergonomia Organizacional: diz respeito à otimização de sistemas sociotécnicos, incluindo as suas
estruturas organizacionais, políticas e processos. Os tópicos relevantes incluem comunicação, gestão de
recursos de equipes, concepção do trabalho, organização do tempo de trabalho, trabalho em equipe,
concepção participativa, “community ergonomics”, trabalho cooperativo, novos paradigmas do trabalho,
cultura organizacional, organizações virtuais, tele trabalho e gestão da qualidade.
Quando falamos em ergonomia temos que levar em consideração alguns pontos, como:
- Produtividade da empresa;
- Qualidade do produto;
- Condições de trabalho;
- Qualidade de vida dos trabalhadores.
Outra consideração que devemos ter, quando se trata de ergonomia, é a sua tríade básica de
sustentação, composta por:
- Eficiência;
- Segurança;
- Conforto.
Através desta tríade podemos observar que a eficiência de uma intervenção ergonômica é muito
importante, tanto para justificar o trabalho do ergonomista como para melhoria das condições da empresa
(financeira, econômica, social ou profissional). Além da própria melhoria da eficiência dos trabalhadores.
A segurança é de extrema importância, tanto para os trabalhadores como para os empregados. A
diminuição dos riscos indica uma maior preocupação com os funcionários. O conforto nos mostra que o
indivíduo, quando em situações satisfatórias, produz e trabalha mais e com melhor humor.
Tipos Principais
Princípios da Ergonomia
Princípio 1: Posição vertical - o corpo humano deve trabalhar na vertical ou posição neutra onde
encontra seu melhor ponto de equilíbrio, com baixo nível de tensão dos músculos em geral. Para que seja
possível esta postura o posto de trabalho deve proporcionar:
- Altura adequada das bancadas: trabalho pesado, moderado ou leve.
Princípio 6: Os instrumentos de controle devem estar dentro da área de alcance das mãos
Todos os objetos, ferramentas e controles a serem pegos/operados frequentemente devem estar
dentro da área de alcance normal. Todos os objetos, ferramentas e controles a serem pegos/operados
ocasionalmente devem estar dentro da área de alcance máximo.
- Alcance normal: entende-se por braços esticados na linha do ombro.
- Alcance Máximo: entende-se por braços esticados na linha do ombro e giro do tronco.
Princípio 7: Evitar torcer e fletir o tronco ao mesmo tempo. Para evitar esforços deste tipo
- Orientação ao trabalhador.
- Eliminar obstáculos das cargas que tenham que ser manuseadas.
- Reposicionar locais de armazenamento.
- Peças pesadas devem ser colocadas sobre caixas rasas, e estas sobre bancada.
Princípio 9: Utilizar o princípio PEPLOSP para manusear peças. PEPLOSP quer dizer
P- perto do corpo;
E- elevada na altura de 75 cm do piso;
P- pequena distância vertical entre a origem e o destino;
L- leve;
O- ocasionalmente;
Princípio 10: Usar análises biomecânicas para avaliar o risco das tarefas. Duas formas de
análises são muito úteis
- Modelo biomecânico bidimensional da Universidade de Michigan.
- Critério de NIOSH para avaliar o risco do levantamento manual de cargas.
A aplicação destes princípios visa prevenir os riscos de lombalgias nas empresas em até 80%. A
Ergonomia é a ciência do conforto, e é através dela que procuramos assegurar uma boa adaptabilidade
entre o homem e seu trabalho, seus equipamentos, seu ambiente físico, suas ferramentas e muitos fatores
que cercam seu sistema de trabalho.
Gabarito
Comentários
03. Resposta: A
-.CAT inicial - acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do trabalho.
-.CAT reabertura - reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do
trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS.
04. Resposta: C
Ergonomia Organizacional - diz respeito à otimização de sistemas sociotécnicos, incluindo as suas
estruturas organizacionais, políticas e processos. Os tópicos relevantes incluem comunicação, gestão de
recursos de equipes, concepção do trabalho, organização do tempo de trabalho, trabalho em equipe,
concepção participativa, “community ergonomics”, trabalho cooperativo, novos paradigmas do trabalho,
cultura organizacional, organizações virtuais, tele trabalho e gestão da qualidade.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Gerenciamento de Riscos
127
FELLI, V. E. A.; BAPTISTA, P. C. P. Saúde do Trabalhador de Enfermagem. Manole, 2015.
128
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271855/Seguran%C3%A7a+no+ambiente+hospitalar/473c5e32-025a-4dc2-ab2e-fb5905d7233a
A complexidade dos temas que envolvem à segurança no ambiente hospitalar, exige um tratamento
multiprofissional, tanto para a tomada de decisões técnicas, como para as administrativas, econômicas e
operacionais. Os diversos profissionais, em especial os gerentes e diretores, visando avaliar suas
posturas frente aos temas de segurança no ambiente de trabalho, devem analisar os seguintes aspectos:
a. As obrigações legais referentes a segurança do trabalho estão sendo cumpridas? Estão resultando
em níveis de segurança aceitáveis?
b. Os profissionais da área clínica estão utilizando equipamentos tecnologicamente compatíveis com
a demanda? Sabem operá-los adequadamente?
c. Existem no hospital, programas de treinamento e reciclagem adequados para uso da tecnologia
médica?
d. O hospital possui equipe de manutenção? Essa equipe possui os recursos necessários para a
manutenção de equipamentos médicos e de infraestrutura? É realizada a manutenção preventiva dos
equipamentos vitais?
e. Possui Brigada Contra Incêndio (BCI)? Possui sistemas automáticos para extinção de incêndio? São
eficientes e suficientes?
f. Possui sistema de geração de energia elétrica de emergência?
g. Os custos gerados com acidentes envolvendo funcionários e pacientes no ambiente hospitalar estão
compatíveis com os investimentos feitos nas áreas de aquisição, treinamento e uso de tecnologias?
h. Os funcionários usam os equipamentos de segurança? São suficientes? Os riscos ambientais estão
identificados e corrigidos?
i. Os funcionários utilizam adequadamente suas ferramentas de trabalho? São suficientes para garantir
o funcionamento seguro dos equipamentos e sistemas?
j. Os pacientes e visitantes recebem algum tipo de orientação sobre como agir em caso de incêndio?
k. Existem no hospital, profissionais com dedicação exclusiva na área de segurança?
l. Existem em seu hospital todos os projetos de arquitetura e engenharia atualizados que possibilitem
a tomada de decisões com maior precisão e segurança?
m. O hospital possui planos de emergência para enfrentar situações críticas como falta de energia
elétrica, água, incêndio e inundações?
n. Existe no hospital uma lista de empresas prestadoras de serviços, que estejam aptas a prestar
serviços aos equipamentos e instalações de acordo com as normas de segurança aplicáveis?
o. Existe no hospital a ficha cadastral dos equipamentos existentes que indique a periodicidade dos
testes de segurança e de desempenho dos mesmos?
p. São feitas, frequentemente, pelo menos mensalmente, reuniões com a comunidade de saúde, para
discutir problemas de segurança existentes em sua unidade de saúde?
Esses círculos serão representados em planta baixa ou esboço do local de trabalho analisado. O
"Mapa de Riscos", completo ou setorial, permanecerá afixado em cada local analisado, para informação
dos que ali trabalhem.
Após a identificação dos riscos, a CIPA encaminhará a direção da empresa, um relatório descrevendo
a situação e aguardará a manifestação por parte da empresa, em um prazo de no máximo 30 dias.
Havendo necessidade de medidas corretivas, a direção estabelecerá o prazo para providenciar as
alterações propostas, através de negociação com os membros da CIPA e SESMT da empresa. Esses
prazos e datas deverão ficar registrados em Atas da CIPA.
Questões
Gabarito
01.Certo
Comentários