Você está na página 1de 46

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA


DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA

Caroline Beatriz Silva Ferreira

ACESSO À JUSTIÇA, MOROSIDADE PROCESSUAL E PRESTAÇÃO


JURISDICIONAL DA JUSTIÇA ESTADUAL DO RN, NA OPINIÃO DOS
MAGISTRADOS, ADVOGADOS/PROMOTORES E JURISDICIONADOS

NATAL/RN
2021
Caroline Beatriz Silva Ferreira

ACESSO À JUSTIÇA, MOROSIDADE PROCESSUAL E PRESTAÇÃO


JURISDICIONAL DA JUSTIÇA ESTADUAL DO RN, NA OPINIÃO DOS
MAGISTRADOS, ADVOGADOS/PROMOTORES E JURISDICIONADOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito à obtenção de
grau de Bacharel em Estatística, do Curso
de Estatística da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Orientador (a): André
Luís Santos de Pinho

NATAL/RN
2021
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Ronaldo Xavier de Arruda – CCET

Ferreira, Caroline Beatriz Silva.


Acesso à justiça, morosidade processual e prestação
jurisdicional da Justiça Estadual do RN, na opinião dos
magistrados, advogados/promotores e jurisdicionados / Caroline
Beatriz Silva Ferreira. - 2021.
45f.: il.

Monografia (Bacharelado em Estatística) - Universidade Federal


do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra,
Departamento de Estatística. Natal, 2021.
Orientador: Prof. Dr. André Luís Santos de Pinho.

1. Estatística - Monografia. 2. Acesso à justiça - Monografia.


3. Morosidade processual - Monografia. 4. Prestação jurisdicional
- Monografia. 5. Complexidade processual - Monografia. I. Pinho,
André Luís Santos de. II. Título.

RN/UF/CCET CDU 519.2

Elaborado por Joseneide Ferreira Dantas - CRB-15/324


Caroline Beatriz Silva Ferreira

ACESSO À JUSTIÇA, MOROSIDADE PROCESSUAL E PRESTAÇÃO


JURISDICIONAL DA JUSTIÇA ESTADUAL DO RN, NA OPINIÃO DOS
MAGISTRADOS, ADVOGADOS/PROMOTORES E JURISDICIONADOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito à obtenção de grau
de Bacharel em Estatística, do Curso de
Estatística da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Orientador (a): André Luís
Santos de Pinho

Aprovado em:__/__/__

BANCA EXAMINADORA

______________________________________
Prof. Dr. André Luís Santos de Pinho
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Orientador

_______________________________________
Prof. Ms. Francisco de Assis Medeiros da Silva
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_______________________________________
Prof. Dr. Eduardo Henrique Silveira de Araújo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Examinador
RESUMO

Essa monografia apresenta os resultados de um estudo de análise estatística


com dados categorizados na área jurisdicional, para análise conjunta entre
variáveis que mensuram respostas de opiniões a respeito do acesso à justiça,
da morosidade e a prestação jurisdicional da Justiça Estadual do RN, na
perspectiva dos Magistrados, Advogados/Promotores Jurisdicionados. Foi
detectado que a população encontra facilidade na busca pelos seus direitos na
Justiça Estadual, contudo, fatores como tempo de tramitação e falta de confiança
são motivos que levam a população a desistir de procurar seus direitos na
Justiça. Para a prestação jurisdicional, a quantidade de juízes e a agilidade no
andamento dos processos são alguns itens que demonstram insatisfação e que
quando regulados podem melhorar a prestação jurisdicional. A respeito da
morosidade processual, o tempo que as decisões levam até o julgamento, a
quantidade de servidores e magistrados e a atuação da perícia são alguns dos
fatores que impactam na lentidão dos processos e atos judiciais. No estudo foi
utilizado o teste qui-quadrado de Pearson para avaliar em conjunto as variáveis:
facilidade de a população buscar a Justiça, atendimento prestado pelos
servidores, celeridade da prestação jurisdicional e tempo de tramitação dos
processos, em que é possível encontrar associação entre as variáveis cruzadas.

Palavras Chave: Acesso à justiça. Morosidade processual. Prestação


jurisdicional. Complexidade processual.
ABSTRACT

This monograph presents the results of an analysis study with categorized data
in the jurisdictional area, for joint analysis between variables that measure
responses of opinions regarding access to justice, the slowness and the
jurisdictional provision of the State Justice of RN, from the perspective of
Magistrates, Lawyers / Jurisdictional Prosecutors. It was found that a population
finds it easy to search for their rights in the State Courts, however, factors such
as processing time and lack of confidence are reasons that lead a population to
give up seeking their rights in the Courts. For the jurisdictional provision, the
number of judges and the agility in the progress of the proceedings are some
items that demonstrate dissatisfaction and that when regulated can improve the
jurisdictional provision. Regarding procedural delays, the time it takes for
decisions to take to trial, the number of civil servants and magistrates and the
performance of the expert examination are some of the factors that impact on the
slowness of lawsuits and legal acts. In the study, Pearson's chi-square test was
used to jointly assess the following variables: ease of a population to seek justice,
service provided by civil servants, speed of the judicial provision and processing
time of the cases, in which it is possible to find an association between the cross
variables.

Keywords: Access to justice. Procedural slowness. Adjudication. Procedural


complexity.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 8

2 OBJETIVOS .......................................................................................... 9

2.1 GERAL............................................................................................... 9

2.2 ESPECÍFICOS ................................................................................... 9

3 METODOLOGIA ................................................................................. 10

3.1 COLETA DE DADOS ....................................................................... 10

3.2 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS .................................. 14

3.2.1 ESTATÍSTICA DESCRITIVA ......................................................... 14

3.2.2 TABELA DE CONTINGÊNCIA ...................................................... 14

3.2.3 TESTE QUI-QUADRADO ............................................................. 15

3.2.4 ANÁLISE DE CORRESPONDENCIA ........................................... 17

4 RESULTADOS .................................................................................... 18

4.1 ACESSO À JUSTIÇA ESTADUAL ................................................... 18

4.2 PRESTAÇÃO JURISDICIONAL ....................................................... 22

4.3 MOROSIDADE PROCESSUAL ....................................................... 25

5 CRUZAMENTO DE VARIÁVEIS ......................................................... 30

6 CONCLUSÃO ..................................................................................... 33

7 REFERÊNCIAS .................................................................................. 36

8 APÊNDICES ....................................................................................... 38

8.1 QUESTIONÁRIO DOS MAGISTRADOS ......................................... 38

8.2 QUESTIONÁRIO DOS ADVOGADOS ............................................. 41

8.3 QUESTIONÁRIO DOS JURISDICIONADOS ................................... 44


1 INTRODUÇÃO

Esse estudo apresenta uma análise conjunta das opiniões de um estudo


realizado a respeito do acesso, da morosidade e a prestação jurisdicional da
Justiça Estadual do RN, na perspectiva dos Magistrados, Promotores e
Advogados e Jurisdicionados.
A pesquisa faz parte do projeto “Análise Retrospectiva e Prospectiva da
Demanda Judicial e Adequação Organizacional: um estudo de caso no Poder
Judiciário do Rio Grande do Norte” da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte – em conjunto com a Escola da Magistratura do Rio Grande do Norte –
ESMARN e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte – TJRN.
O projeto originou-se com a preocupação da direção da Escola de
Magistratura com a situação atual da justiça brasileira, principalmente, a justiça
estadual, devido à grande demanda, ao excesso de litigiosidade, à lentidão entre
a abertura de um processo, seu julgamento, sua execução e outros fatores que
poderiam estar desestimulando o acesso à justiça pela população.
A Escola procurou uma parceria com a UFRN para traçar um diagnóstico
da situação, originando um projeto coordenado pelo professor Francisco de
Assis Medeiros da Silva, do Departamento de Estatística, sendo um dos seus
produtos uma pesquisa de opinião com os magistrados, advogados, promotores
e jurisdicionados.

8
2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Realizar um estudo, que através de análises estatísticas de dados


categorizados entre variáveis mensuradas através das opiniões dos
magistrados, advogados/promotores e jurisdicionados em relação ao nível de
satisfação com a Justiça Estadual do Rio Grande do Norte, considerando apenas
as questões semelhantes dos três questionários.

2.2 ESPECÍFICOS

 Caracterizar a amostra dos entrevistados;


 Avaliar o acesso à justiça no ponto de vista dos entrevistados;
 Investigar a facilidade de a população procurar à Justiça;
 Mensurar o nível de confiança dos entrevistados na Justiça;
 Relacionar os fatores que mais desestimulam a população a procurar a
Justiça;
 Avaliar a morosidade processual no ponto de vista dos entrevistados;

9
3 METODOLOGIA

3.1 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi feita por alunos do ensino a distância da UFRN, nos
meses de abril e maio de 2015, da qual para participar era necessário residir no
município sede da comarca, sendo que, em Natal, a atividade foi realizada por
alunos do ensino presencial. Optou-se por utilizar alunos dessas duas
modalidades de ensino, considerando a facilidade de acesso aos fóruns,
localizados no mesmo município de residência dos aplicadores.
Ao todo participaram 62 bolsistas para atuar nas 46 comarcas nas quais
a pesquisa foi realizada, com o objetivo de entrevistar, magistrados, promotores,
advogados e jurisdicionados. A cota de cada aplicador tinha a seguinte meta:
1. Para os magistrados, era necessário entrevistar um ou mais em
cada comarca, dependendo da quantidade de Varas/Juizados em cada
uma delas, abrangendo as três Entrâncias da Justiça Estadual e as doze
Regiões do Judiciário. Em comarcas como Baraúna, Campo Grande,
Poço Branco, São Bento do Norte, São João do Sabugi e Upanema não
participaram dessa etapa, por não constar alunos da educação a distância
nesses municípios. Um instrumento destinado aos juízes foi
disponibilizado na internet, o que facilitou o preenchimento, em que
alguns deles, mesmo estando de férias ou sendo titular em algumas das
comarcas que não participaram conseguiram responder. Dessa forma, um
número expressivo de juízes (135) participou dessa etapa, equivalente a
quase 70% do quadro no período. O questionário utilizado continha 23
questões, sendo 3 abertas e 4 para serem atribuídas notas de zero a dez,
além de um espaço para comentários opcionais.
2. Para os jurisdicionados, o aplicador tinha como meta entrevistar até
oitenta que comparecessem ao fórum no período da coleta de dados e
aceitassem participar. Sendo que 16 comarcas não participaram dessa
etapa, por não constar alunos da educação à distância nesses municípios.
Resultando um total de 4.307 jurisdicionados entrevistados. O

10
instrumento utilizado continha 19 questões, sendo 1 aberta e 1 para ser
atribuída notas de zero a dez, além de um espaço para comentários
opcionais.
3. Em relação aos advogados, cada aplicador tinha a meta de
entrevistar dez advogados por comarca, dependendo da presença desses
profissionais no momento da pesquisa, tendo a preocupação de incluir na
amostra o advogado do município, o Defensor Público e o Procurador do
Município. Os demais seriam advogados particulares. O instrumento
utilizado continha 11 questões, sendo 4 para atribuição de notas de zero
a dez, além de um espaço para comentários opcionais.

Um ponto importante é que o tamanho da amostra utilizada na pesquisa,


foi superestimada para compensar possíveis ocorrências de não resposta, afim
de evitar comprometer o resultado da pesquisa devido a consequente redução
do tamanho da amostra, haja vista a exclusão dos não respondentes.
Para esse estudo, como foi utilizado a opinião dos três grupos de
entrevistados (magistrados, advogados/promotores, jurisdicionados), e para as
análises possuírem um mesmo padrão, foi utilizado as porcentagens de cada
amostra, para que pudesse ser visível as comparações. Foi analisado apenas
as perguntas em comum nos três questionários aplicados. Para as demais
perguntas conferir os trabalhos apresentados anteriormente de Monte (2015),
Praxedes (2016) e Nunes (2017) que mostram os resultados individuais de cada
questionário aplicado. Monte (2015) apresentou a opinião dos magistrados a
respeito do acesso à justiça, da prestação jurisdicional, a divisão atual e da
classificação da comarca onde atua, na distribuição de competência da sua/seu
comarca/juizado. Praxedes (2016) estudou a opinião dos jurisdicionados a
respeito da justiça estadual, com foco no acesso, morosidade, prestação
jurisdicional, bem como na satisfação com o resultado das audiências de
conciliação que possibilitam às partes a chance de solucionar um conflito. Nunes
(2017) estudou opinião dos advogados a respeito da justiça estadual, a respeito
do acesso à justiça, a morosidade e complexidade processuais, no excesso de
litigiosidade e na prestação jurisdicional.
Ao todo a pesquisa foi realizada em 46 comarcas, o Gráfico 1 mostra a
distribuição das comarcas onde ocorreram as entrevistas, levando em

11
consideração as entrâncias, uma vez que, cada comarca é classificada em uma
entrância de acordo com seu porte, sendo de pequeno porte ao grande, ou seja,
de 1ª a 3ª entrância respectivamente.

Cada comarca pode apresentar uma ou mais varas e as comarcas podem


ser classificadas de acordo com o número de varas que ela possui, para
comarcas de pequeno porte, que só possui uma vara instalada ela é classificada
como de 1ª entrâncias, para as comarcas de porte intermediário que possuem
de duas até quatro varas é classificada como de 2ª entrância e por fim, as
comarcas de grande porte, que possuem cinco ou mais varas são classificadas
como de 3ª entrância. (CNJ..., 2016).

Gráfico 1 - Distribuição das comarcas, por entrância

21,7%
32,6%

45,7%

1ª Entrância 2ª Entrância 3ª Entrância

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Quando retirados as não respostas, foi utilizado uma amostra com 135
magistrados, 3.679 jurisdicionados e 529 advogados, todos distribuídos nas 3
entrâncias. O Gráfico 2 mostra a porcentagem da distribuição dos magistrados,
jurisdicionados e advogados em cada entrância.

12
Gráfico 2 - Distribuição dos magistrados, advogados/promotores e
jurisdicionados entrevistados, por entrância
100,0%

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%
Magistrados Jurisdicionados Advogados

1ª Entrância 2ª Entrância 3ª Entrância

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

13
3.2 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS

3.2.1 ESTATÍSTICA DESCRITIVA

Após a coleta dos dados da pesquisa e construção do banco de dados,


iniciou-se o tratamento dos dados, aplicando técnicas estatísticas e construindo
tabelas, esses processos foram feitos utilizando o software Excel (versão 2010).

Magalhães (2010) fala que usualmente a estatística descritiva é utilizada


na etapa inicial da análise, afim de descrever e resumir os dados. Dessa forma,
é possível compreender e tirar conclusões das características de interesse.

Andrade (2005) expõe que a representação dos dados é feita


principalmente por meio de tabelas e gráficos. Neste trabalho a estatística
descritiva foi utilizada para resumir e avaliar o acesso à justiça, a morosidade
processual e a prestação jurisdicional.

Com o uso das estatísticas descritivas, foi possível criar um escore médio
para as questões no qual cada entrevistado tinha que avaliar alguns itens com
notas de zero a dez, dessa forma, o escore médio possibilita a comparação dos
grupos diferentes de entrevistados, mostrando um valor único para representar
a média dos dados. Para as análises foram atribuídos escores com pesos iguais
para cada resposta e calculado a média, mediana, desvio padrão e coeficiente
de variação dos dados.

3.2.2 TABELA DE CONTINGÊNCIA

Tabelas de contingência é utilizado quando queremos estudar as


observações de múltiplas variáveis categóricas, afim de investigar se existe
alguma associação entre as variáveis que normalmente são qualitativas. Em
uma tabela retangular é possível visualizar os resultados, através de variáveis
organizadas em linhas e colunas, em que as frequências de uma variável X é
exibida nas L-linhas e outra variável Y é exibida nas J-colunas, conforme modelo
a seguir:

14
Y
X 1 2 ... J
1
2
...
L

As frequências correspondem a quantidade de indivíduos observados


simultaneamente nas variáveis X e Y. A soma das frequências na linha é
nomeada de total marginal-linha e a soma das frequências da coluna de total
marginal-coluna. (Giolo, 2017).

Para esse estudo, as tabelas de contingência foram construídas para


utilizar na aplicação do teste qui-quadrado de Pearson.

3.2.3 TESTE QUI-QUADRADO

O teste qui-quadrado de Person 𝜒 2 foi utilizado para avaliar associação


entre duas variáveis. Segundo Fonseca e Martins (2011) o teste qui-quadrado é
o teste não-paramétrico mais popular, para estudar a associação entre duas
variáveis. É recomendado utilizar o teste quando o tamanho da amostra é
aparentemente grande e que possuam frequências esperadas maiores ou iguais
a 5. Para cálculo do teste qui-quadrado é utilizado a seguinte expressão:

𝑚 𝑛
2
(𝑂𝑖𝑗 − 𝐸𝑖𝑗 )2
𝜒 = ∑∑
(𝐸𝑖𝑗 )
𝑖=1 𝑗=1

Em que, 𝑂𝑖𝑗 e 𝐸𝑖𝑗 representam, respectivamente, as frequências


observadas e esperadas da i-ésima linha e j-ésima coluna. Se o valor da
estatística de teste for próximo de zero, temos que a hipótese alternativa é
verdadeira. Para facilitar o cálculo do teste qui-quadrado dos dados, foi utilizado
a função chisq.test no software estatístico R (versão 4.0.2).

15
Para realizar qualquer teste estatístico, é necessário definir as hipóteses
a serem testadas, com um nível de significância α. De forma resumida, hipótese
nula (𝐻0 ) é a que vamos testar, sustentando que um parâmetro da população é
igual a um valor hipotético, já hipótese alternativa (𝐻1 ) é o oposto da hipótese
nula, é aquela que acreditamos ser verdadeira, mostrando que o valor do
parâmetro da população é diferente, maior ou menor que o valor hipotético da
hipótese nula. Nesse trabalho foi utilizado α=0.05 (ou 5%) e para testar as
associações das variáveis, foi utilizado as seguintes hipóteses.

𝐻0 : Não existe associação entre as variáveis

𝐻1 : Existe associação entre as variáveis

Quando encontrado um p-valor menor que o nível de significância


(α=0.05), vamos rejeitar a hipótese nula, caso o p-valor seja maior não rejeitamos
a hipótese nula de que não existe associação entre as variáveis.

Figura 1 – Região crítica de rejeição ou aceitação da hipótese H₀

Fonte: Google

16
3.2.4 ANÁLISE DE CORRESPONDÊNCIA

Análise de correspondência é uma técnica de multivariada que permite


visualizar a associação entre variáveis categorizadas dispostas em tabelas de
contingência, quando rejeitamos a hipótese nula. O objetivo é obter a melhor
representação simultânea das respostas de duas ou mais variáveis através de
gráficos bidimensional. (Souza, 1990).

Em outras palavras, é uma técnica que permite analisar graficamente as


relações existentes através da redução de dimensionalidade do conjunto de
dados. A partir dela é possível notar com maior facilidade a disposição e as
relações entre suas linhas e colunas. (Mingotti. 2005). Uma forma de interpretar
o gráfico é que os pontos que estão mais distantes da origem indicam categorias
que são mais influentes. Os pontos nos lados opostos do gráfico indicam que um
componente contrasta estas categorias. Para a análise de correspondência,
nesse estudo foi utilizado o software estatístico R (versão 4.0.2) e a função
plot.ca que constrói um gráfico simétrico bidimensional do objeto criado por
ca em relação a duas dimensões selecionadas.

17
4 RESULTADOS

O resultado das três variáveis em estudo.

4.1 ACESSO À JUSTIÇA ESTADUAL

Um dos objetivos da pesquisa era obter a opinião dos entrevistados a


respeito do acesso à justiça. Nesse sentido, questionou-se o processo de busca
da população pelos seus direitos na Justiça Estadual. No Gráfico 3 é possível
visualizar que em geral, os entrevistados avaliam como fácil ou muito fácil o
processo de busca da população pelos seus direitos, avaliado assim por 62,8%
dos magistrados, 67,5% dos advogados e 78% dos jurisdicionados.

Gráfico 3 – Grau de facilidade no processo de busca da população pelos seus


direitos na Justiça Estadual do RN, na percepção dos Magistrados,
Advogados/Promotores e Jurisdicionados (%)
100,0%

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%
Muito Difícil Difícil Fácil Muito Fácil

Magistrados Advogados Jurisdicionados

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Para avaliar possíveis fatores que desestimulam a população a procurar


seus direitos, foi solicitado que os entrevistados marcassem até três motivos que
na opinião deles podem influenciar negativamente essa busca, para alguns
questionários essa pergunta contava com mais opções para serem marcadas,
contudo, nesse trabalho foi colocado apenas os motivos que se repetem nos três

18
questionários. Os motivos são apresentados no Gráfico 4 com as respectivas
porcentagens de marcações.

Gráfico 4 – Motivos que mais desestimulam à população procurar a Justiça


Estadual do RN, na percepção dos Magistrados, Advogados/Promotores e
Jurisdicionados (%)

Tempo de tramitação

Despesas com advogado

Falta de confiança

Não gosta de se envolver

Desconhecer os direitos

Valor das custas

Não ser bem atendido

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0%

Jurisdicionados Advogados Magistrados

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

O tempo de tramitação dos processos foi o motivo mais marcado pelos


entrevistados, sendo assinalado por 37,2% dos magistrados, 34% dos
advogados e 28,3% dos jurisdicionados. Já o fator de não ser bem atendido, foi
o que recebeu menos marcações pelos entrevistados, obtendo uma
porcentagem de 1,3% dos magistrados, 2,4% dos advogados e 3,7% dos
jurisdicionados. Pelo gráfico, ainda é possível visualizar que existem opiniões
diferentes em relação as despesas com advogados e a falta de confiança na
justiça.
Para o nível de confiança na justiça, foi questionado a opinião de cada
entrevistado em relação ao nível de confiança que eles acreditam que a
população tem na Justiça Estadual do RN. Para essa pergunta, trabalhou-se com
dois gráficos separados, porque a escala de resposta para magistrados e
advogados é diferente da escala utilizada no questionário dos jurisdicionados e
19
por questão de limitação do tempo não foi possível encontrar/pesquisar uma
possível forma de transformar as duas escalas em apenas uma.

Analisando o nível de confiança da população na Justiça Estadual do RN,


é possível visualizar no Gráfico 5 que 82,1% dos advogados e 59,3% dos
magistrados acreditam que a população tem um nível baixo de confiança na
Justiça Estadual do RN. E 17,9% dos advogados e 40,7% dos magistrados
avaliam como elevado/muito elevado o nível de confiança da população na
Justiça.

Gráfico 5 – Nível de confiança da população na Justiça Estadual do RN, na


percepção dos magistrados e advogados/promotores (%)

100,0%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Muito baixo Baixo Elevado Muito elevado

Advogados Magistrados

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Pelo Gráfico 6 temos que, 42,5% dos jurisdicionados acreditam que a


população confia mais ou menos na Justiça Estadual do RN; 35,5% confia
bastante ou muito e 22% confia pouco ou não confia na Justiça

20
Gráfico 6 – Nível de confiança da população na Justiça Estadual do RN, na
percepção dos jurisdicionados (%)

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
Bastante Muito Mais ou menos Pouco Não confia

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Com essas informações observamos que as opiniões divergem entre os


entrevistados, principalmente com relação ao baixo nível de confiança da
população, sendo o que mais obteve diferença nas porcentagens de resposta. O
tempo de tramitação dos processos também recebeu a opinião dos
entrevistados, como mostra o Gráfico 7.

Gráfico 7 – Avaliação do tempo de tramitação, na percepção dos Magistrados,


Advogados/Promotores e Jurisdicionados (%)

100,0%

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%
Muito Ágil Ágil Lenta Muito Lenta

Magistrados Advogados Jurisdicionados

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Pelo gráfico, é possível visualizar que os entrevistados avaliam o tempo


de tramitação dos processos judiciais lento ou muito lento, representando 78,6%
dos magistrados, 96,7% dos advogados e 89,1% dos jurisdicionados. Esse

21
resultado mostra a insatisfação entre todas as partes envolvidas na pesquisa,
em relação ao tempo de tramitação.

4.2 PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

Outro objetivo da pesquisa era entender o que os magistrados,


jurisdicionados e advogados pensam em relação a prestação jurisdicional.
Nesse quesito foi realizada perguntas em que cada entrevistado deveria avaliar
colocando uma nota de zero a dez, sendo zero (ruim/péssimo) e dez (ótimo), e
ao final foi calculada uma média das notas atribuídas. Para cada grupo de
entrevistados (magistrados, advogados e jurisdicionados) essa pergunta contava
com itens diferentes a serem avaliados, dessa forma, para a comparação das
opiniões foi criado um escore médio das respostas, para que fosse possível
entender como cada entrevistado avaliava de forma geral a prestação
jurisdicional.

Quadro 1 – Avaliação da prestação jurisdicional, na percepção dos magistrados (em


notas)
Avaliação
Itens 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Média
Ruim/péssima Regular Boa Ótima
Atendimento dado aos
- - - 1 - 3 7 17 37 32 38 8,5
jurisdicionados
Clareza da linguagem
- - - - - 2 6 14 41 40 31 8,5
utilizada nas decisões
Comprometimento dos
- - 1 - 1 5 9 20 29 28 38 8,3
servidores
Informações
disponibilizadas no site - - - 2 2 7 11 31 18 36 24 7,9
do TJRN
Celeridade da prestação
- - 2 2 8 17 19 33 23 15 16 7,0
jurisdicional
Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

22
Quadro 2 – Avaliação da prestação jurisdicional, na percepção dos
advogados/promotores (em notas)
Avaliação
Itens 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Média
Ruim/péssima Regular Boa Ótima

Infraestrutura dos fóruns 8 9 14 26 23 90 73 111 124 35 14 6,3


Estímulo à composição
14 17 21 34 33 79 73 95 86 45 24 6,0
de litígios
Atendimento nas
36 42 46 65 45 90 72 65 42 20 4 5,9
secretarias
Sistema de Automação
do 22 23 31 37 38 67 59 84 83 54 19 5,7
Judiciário - SAJ
Celeridade na
apreciação de 10 20 26 51 57 85 60 79 73 37 24 5,6
pedidos liminares
Acesso aos magistrados 17 35 33 60 43 86 48 78 60 29 32 5,3
Quantidade de
19 23 49 82 74 110 62 52 31 22 4 4,6
servidores
Celeridade dos atos de
Secretarias (atos 36 42 46 65 45 90 72 65 42 20 4 4,6
ordinatórios, etc.)
Celeridade dos atos
privativos de juízes
26 51 56 72 60 93 58 46 38 16 8 4,4
(despachos, decisões e
sentenças)
Processo Judicial
87 54 53 52 27 73 41 47 45 19 16 4,0
Eletrônico - PJE

Quantidade de juízes 32 72 63 82 66 92 37 26 27 17 8 3,9

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

23
Quadro 3 – Avaliação da prestação jurisdicional, na percepção dos jurisdicionados (em

Avaliação
Itens 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Média
Ruim/péssima Regular Boa Ótima
Localização do
28 20 37 47 52 228 231 343 639 652 1982 8,5
fórum
Atendimento
prestado pelos 21 21 40 62 82 296 356 529 788 735 1172 7,9
Servidores
Clareza nas
informações dadas 20 23 32 70 110 336 347 545 770 749 11688 7,9
pelos servidores
Cortesia dos
servidores no 35 26 38 63 91 348 383 509 787 721 1166 7,8
atendimento
Atendimento
prestado pelos 43 44 45 46 58 193 236 299 480 420 645 7,6
Magistrados
Tempo de espera
78 43 74 133 157 465 461 588 814 670 717 7,2
pelo atendimento
Clareza na
linguagem utilizada
43 52 90 112 131 343 319 397 521 451 582 7,1
nas decisões
judiciais
Informações
disponibilizadas no 45 24 59 76 80 187 222 267 313 273 290 6,9
site do TJRN
Agilidade no
andamento do 441 264 335 351 386 567 323 298 306 178 333 4,7
processo
notas)
Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Com base nos escores criados através dos Quadros 1, 2 e 3, foi possível
calcular as estatísticas descritivas dos escores médios, identificando
características na opinião dos entrevistados sobre a prestação jurisdicional.

Quadro 4 – Estatística das médias dos escores obtidos nas avaliações da


prestação jurisdicional, segundo magistrados, advogados e jurisdicionados.
Estatísticas da variável
Magistrados Advogados Jurisdicionados
prestação jurisdicional
Média 8,2 5,19 7,12
Desvio Padrão 1,47 2,47 2,28
Coeficiente de Variação 0,18 0,48 0,32
Mediana 8,83 5,86 8,05
Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

24
Analisando o quadro 4, é possível visualizar que pela média dos escores
dadas a prestação jurisdicional, as notas atribuídas variam, sendo melhor
avaliado pelos magistrados com média 8,2, seguido pelos jurisdicionados com
média 7,12 e por último os advogados com média 5,19. Sendo que, quando
olhamos para os desvios padrão médio, percebemos que existe uma gradação
na heterogeneidade dos dados, principalmente nas notas atribuídas pelos
advogados, seguida dos jurisdicionados e, por fim, magistrados. Um ponto
importante é que o coeficiente de variação mostrou que para os advogados e
jurisdicionados, existe uma variabilidade muito grande das notas aplicadas,
mostrando que a média não representa muito bem as respostas. Com as
medianas, temos que as notas atribuídas pelos magistrados e jurisdicionados se
aproximam mais, e essa diferença em relação à média pode ser causada, uma
vez que os jurisdicionados avaliaram dois tópicos com notas mais baixas,
influenciando a média obter um valor bem menor.
De forma resumida, na opinião dos magistrados e jurisdicionados a
prestação jurisdicional é avaliada como boa e para os advogados a prestação é
avaliada como regular, podendo melhorar principalmente na quantidade de
juízes. Os itens que tiveram menores notas são a quantidade de juízes e
agilidade no andamento do processo. Já entre os que tiveram melhores notas
estão a clareza nas linguagens utilizadas nas decisões e a localização dos
fóruns.

4.3 MOROSIDADE PROCESSUAL

Morosidade processual no Poder Judiciário trata-se da lentidão dos


processos e atos judiciais. Na pesquisa realizada era de grande importância
obter a opinião entrevistados em relação à morosidade. Nesse tópico uma
questão foi semelhante para os magistrados e advogados, eles deveriam avaliar
alguns itens com notas de zero (ruim/péssimo) a dez (ótimo), como mostrado
nos Quadros 5 e 6.

25
Quadro 5 – Avaliação da morosidade processual, segundo os magistrados (em notas)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Itens Média
Ruim/péssima Regular Boa Ótima

Infraestrutura física do Juízo 12 6 9 7 5 15 20 22 12 9 15 5,61


Quantidade de servidores 0 1 4 5 2 7 13 9 16 20 57 8,1
Excesso de
judicialização/acúmulo de 3 0 3 2 8 5 7 15 23 23 44 7,87
trabalho
Quantidade de processos
4 0 4 5 5 10 5 21 25 19 34 7,43
distribuídos
Correições ordinárias 23 7 16 9 13 19 11 9 15 6 3 4,16
Grau de complexidade
9 2 4 8 12 33 12 16 23 9 4 5,57
processual
Atuação das
2 3 3 5 8 28 23 18 22 15 5 6,21
partes/advogados
Atuação da perícia 5 2 2 4 5 10 6 10 20 26 38 7,56
Atuação do magistrado 19 14 10 6 6 19 10 8 12 13 8 4,64
Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Quadro 6 – Avaliação da morosidade processual, segundo os advogados (em notas)


0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Itens Média
Ruim/péssima Regular Boa Ótima
Quantidade de servidores 8 11 34 35 36 74 41 60 99 63 81 6,51

Quantidade de
11 37 35 37 38 58 34 42 68 74 89 6,22
magistrados

Atuação das Secretarias


5 21 17 39 41 81 69 74 83 54 50 6,22
Judiciárias
Atuação dos magistrados 6 16 27 29 46 64 66 64 89 66 61 6,4
Atuação dos advogados 15 33 38 37 52 65 65 67 71 58 40 5,73
Atuação dos promotores 11 24 31 47 63 66 69 67 72 50 40 5,77
Atuação dos defensores
26 33 33 43 53 71 50 53 68 53 39 5,51
públicos
Atuação da perícia 22 19 33 39 57 75 50 53 58 63 48 5,77

Atuação de equipes
27 19 36 39 40 78 51 50 57 57 40 5,63
multidisciplinares

Atuação das delegacias


27 22 25 43 45 78 60 54 56 56 50 5,73
de polícia
Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Semelhante aos quadros mostrados na prestação jurisdicional, para as


avaliações da morosidade processual foi gerado um escore médio para os itens
avaliados levando em consideração que cada item possui pesos iguais, com isso
foi calculado as estatísticas dos escores como mostrado no Quadro 7.

26
Quadro 7 – Estatística média dos escores obtidos nas avaliações da
morosidade processual, segundo magistrados e advogados.
Estatísticas da variável
Magistrados Advogados
morosidade processual
Média 6,35 5,95
Desvio Padrão 2,66 2,73
Coeficiente de Variação 0,42 0,46
Mediana 7,27 6,65
Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Pelo Quadro 7, temos um resumo estatístico das avaliações dos Quadros


5 e 6. Observando o quadro é possível ver que as médias dos escores são
diferentes, com o desvio padrão dos escores verificamos que os dados não são
homogêneos, mostrando que existe uma dispersão dos dados e isso é
confirmado quando observado os valores dos coeficientes de variação, onde
mostra que a média não está representando bem as notas atribuídas pelos
entrevistados. Quando olhamos para as medianas dos escores percebemos que
a diferença entre magistrados e advogados ainda é grande, contudo, é possível
perceber que existe informações (notas) que influenciam a média.

Mas de forma geral, a morosidade processual foi avaliada como regular


pelos magistrados e advogados, obtendo escores médios de 6,35 dos
magistrados e 5,95 dos advogados, demonstrando uma certa insatisfação. Os
itens correções ordinárias e atuação dos defensores públicos, foram os que
obtiveram menores médias. O item quantidade de servidores avaliado pelos
magistrados, foi o que apresentou uma informação curiosa, uma vez que os
magistrados avaliaram como uma média de 8,1. Entretanto, na pergunta aberta
de comentários adicionais, foi possível encontrar vários comentários no quais os
magistrados avaliam negativamente a quantidade de servidores nas comarcas
do Estado, mostrando uma certa contradição nas informações e isso pode ter
ocorrido por fatores que vai desde o não entendimento da pergunta até a forma
que eles avaliaram os itens.

Na pesquisa foi possível detectar vários relatos de advogados a respeito


da quantidade de servidores e magistrados, tais como:

27
 "O estado deveria abrir concursos para juízes e serventuários, pois hoje
há um déficit enorme de pessoas contratadas, causando a morosidade e
a paralisação da justiça";
 "Deve ser aumentado o número de juízes, vez que essa é a principal
causa da morosidade processual”;
 “A morosidade processual depende de uma série de aspectos, que vão
desde a estrutura física da vara, até a eficiência do profissional que nela
atua. A lei também permite o uso de recursos, atalhos, instrumentos que
contribuem para a morosidade”.

Da mesma forma, alguns magistrados relataram alguns pontos a respeito da


morosidade processual, tais como:

 “A falta de Juízes, servidores de demais assistentes é fator determinante,


na minha opinião para a morosidade”;
 “A grande dificuldade que a comarca enfrenta é a ausência do magistrado
para acelerar mais o andamento processual”;
 “A morosidade processual deve-se ao reduzido número de servidores na
secretaria e assistente único de gabinete”.

Dentro da morosidade processual, também foi questionado sobre o processo


eletrônico, e tanto os magistrados como os advogados demonstram opiniões
diferentes entre eles mesmos. Em que 49,6% dos magistrados e 43% dos
advogados avaliam que o processo eletrônico contribui bastante/muito para
reduzir a morosidade processual. Já 50,4% dos magistrados e 57% dos
advogados julgam que o processo eletrônico reduz pouco ou não reduz a
morosidade processual, como é possível visualizar no Gráfico 8.

28
Gráfico 8 – Avaliação do grau de contribuição do processo eletrônico na
redução da morosidade processual, segundo os magistrados e advogados (%)

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
Bastante Muito Pouco Não reduz

Magistrados Advogados

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Para os jurisdicionados foram feitas perguntas diferentes, em que é


possível visualizar os resultados no trabalho de Praxedes (2016).

29
5 CRUZAMENTO DE VARIÁVEIS

Tabela 01 – Grau de facilidade de a população buscar a Justiça Estadual do


RN X Atendimento prestado pelos servidores
Grau de facilidade Atendimento prestado pelos servidores
da população
buscar a Justiça Ruim/péssima % Regular % Boa % Ótima %
Muito difícil 25 0,5% 42 0,9% 49 1,1% 80 1,7%
Difícil 71 1,5% 223 4,8% 350 7,6% 386 8,3%
Fácil 91 2,0% 457 9,9% 1021 22,1% 1332 28,8%
Muito fácil 21 0,5% 50 1,1% 117 2,5% 310 6,7%
p-valor < 2.2e-16
Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Gráfico 9 – Associação do grau de facilidade de a população buscar a Justiça


Estadual do RN X Atendimento prestado pelos servidores

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Como o p-valor < 2.2e-16 é menor que α=0.05, há evidências para rejeitar
a hipótese nula, ou seja, existe associação entre as variáveis facilidade de a
população buscar a Justiça e atendimento prestado pelos servidores. Pelo
Gráfico 9 é possível visualizar que existe uma associação clara entre aqueles
que avaliam em muito difícil a população a buscar a justiça com os que avaliam
como ruim/péssimo o atendimento prestado pelos servidores. E para os que
avaliam como fácil a busca, também consideram bom o atendimento.

30
Tabela 02 – Grau de facilidade de a população buscar a Justiça Estadual do
RN X Celeridade na prestação jurisdicional

Grau de facilidade Celeridade da prestação jurisdicional


da população
buscar a Justiça Ruim/péssima % Regular % Boa % Ótima %
Muito difícil 122 2,3% 73 1,4% 39 0,7% 38 0,7%
Difícil 381 7,1% 368 6,8% 302 5,6% 146 2,7%
Fácil 940 17,4% 1124 20,8% 787 14,6% 491 9,1%
Muito fácil 132 2,4% 186 3,4% 137 2,5% 133 2,5%
p-valor = 5.818e-14
Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Gráfico 10 – Associação do grau de facilidade de a população buscar a Justiça


Estadual do RN X Celeridade na prestação jurisdicional

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

A Tabela 02 resultou um p-valor = 5.818e-14, sendo menor que α=0.05,


portanto, há evidências para rejeitar a hipótese nula. Em outras palavras, existe
associação entre as variáveis facilidade de a população buscar a Justiça e a
celeridade na prestação jurisdicional. Pelo Gráfico 10, podemos visualizar a
associação existente, para aqueles que avaliam como muito fácil a busca da
população pela Justiça, correspondem aos que avaliam como ótima a celeridade
processual.

31
Tabela 03 – Grau de facilidade de a população buscar a Justiça Estadual do
RN X Tempo de tramitação do processo
Grau de facilidade da Tempo de tramitação do processo
população buscar a
Muito Lenta % Lenta % Ágil % Muito Ágil %
Justiça
Muito Difícil 149 4,2% 50 1,4% 52 1,5% 16 0,5%
Difícil 883 25,0% 314 8,9% 241 6,8% 13 0,4%
Fácil 315 8,9% 1171 33,2% 39 1,1% 8 0,2%
Muito Fácil 96 2,7% 168 4,8% 9 0,3% 2 0,1%
p-valor < 2.2e-16
Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Gráfico 11 – Associação do grau de facilidade de a população buscar a Justiça


Estadual do RN X Tempo de tramitação do processo

Fonte: Pesquisa UFRN/ESMARN (2015)

Na Tabela 03, podemos enxergar que as variáveis facilidade no processo


de busca da população a justiça e tempo de tramitação dos processos estão
associadas, ou seja, como o p-valor encontrado foi menor α=0.05, há evidências
para rejeitar a hipótese nula de que não existe associação entre as variáveis.
Essa associação pode ser vista no Gráfico 11, em que é possível observar que
existe associação principalmente para aqueles que avaliam como fácil a busca
da população pelos seus direitos, também acreditam que o tempo de tramitação
é lento.

32
6 CONCLUSÃO

No resultado dos estudos das análises estatísticas utilizando as técnicas


de analises de dados categóricos, o acesso à justiça, a morosidade processual
e prestação jurisdicional da Justiça Estadual do Rio Grande do Norte na opinião
dos magistrados, advogados/promotores e jurisdicionados nas diversas
comarcas espalhadas pelo estado, são apresentados em forma de tabelas e
gráficos.

Segundo os entrevistados o tempo de tramitação dos processos é o


motivo que mais desestimula a população a procurar seus direitos na justiça,
para os magistrados as despesas com os advogados contribuem para essas
desistência, já para os advogados fatores como falta de confiança e desconhecer
os direitos também estão na lista dos motivos que desestimulam a população,
para os jurisdicionados, a falta de confiança e não gostar de se envolver com a
justiça são os fatores que vem logo abaixo do tempo de tramitação. O item não
ser bem atendido foi o que recebeu o menor número de marcações dos
entrevistados.

Quando questionados sobre como avaliam o tempo de tramitação dos


processos, os entrevistados foram categóricos ao consideram o tempo de
tramitação lento ou muito lento, enfatizando a insatisfação já demonstrada no
parágrafo anterior. Com relação ao nível de confiança que a população tem na
justiça, os advogados e magistrados possuem opiniões semelhantes
considerando nível baixo de confiança, e os jurisdicionados confiam mais ou
menos na justiça.

Na prestação jurisdicional, os magistrados avaliaram como bom os itens


referentes ao atendimento dado aos jurisdicionados, a clareza na linguagem
utilizada nas decisões, o comprometimento dos servidores, as informações
disponíveis no site do TJRN e a celeridade na prestação jurisdicional, ou seja,
os magistrados avaliam que no geral a prestação jurisdicional na Justiça
Estadual do RN é boa o suficiente. Na percepção dos advogados, a prestação
jurisdicional funciona de forma regular, exceto quando se trata da quantidade de
magistrados, que foi o item avaliado como ruim/péssimo mostrando uma certa

33
insatisfação. Os jurisdicionados avaliam como boa a localização dos fóruns, o
atendimento prestado pelos servidores e magistrados, a clareza na linguagem
utilizada nas decisões, contudo, quando perguntados sobre as informações
disponíveis no site do TJRN e a agilidade no andamento do processo, os
jurisdicionados demonstram um certo descontentando, avaliando os itens como
regular, ou seja, pelos escores obtidos é possível visualizar que no geral os
jurisdicionados avaliam como bom a prestação jurisdicional.

Na morosidade processual, os escores médios obtidos das opiniões dos


magistrados e advogados representam que no geral eles avaliam a morosidade
processual como regular, mostrando que itens como correições ordinárias e a
atuação dos magistrados, na opinião dos próprios magistrados contribuem para
a morosidade processual, já para os advogados os itens que mais contribuem
são a atuação dos defensores públicos e a atuação das equipes
multidisciplinares. Importante notar que mesmo obtendo média 8,1 pelos
magistrados o item referente a quantidade de servidores recebeu vários
comentários negativos dos entrevistados, incluindo magistrados e advogados.
Sobre a contribuição do processo eletrônico na redução da morosidade
processual, os entrevistados tiveram respostas diversas, em que praticamente
metade dos entrevistados dos dois grupos (magistrados e advogados) avaliaram
que o processo eletrônico contribui bastante/muito e a outra metade avalia como
contribui pouco ou não contribui para redução da morosidade.

Percebe-se que existe associação entre as variáveis facilidade de a


população a buscar seus direitos na Justiça com o atendimento prestado pelos
servidores, em que mostra que para os entrevistados que avaliaram como muito
difícil a busca da população, o atendimento prestado também foi avaliado
negativamente. Já para aqueles que avaliaram positivamente o atendimento
prestado pelos servidores é possível visualizar que são os que acreditam que a
busca da população pelos seus direitos é realizada de forma fácil/muito fácil.

Para as variáveis facilidade de busca da população pela Justiça e a


celeridade na prestação jurisdicional, também foi encontrada associação. Em
que é possível visualizar que para aqueles que consideram muito difícil a busca
pela Justiça, estão associados aqueles que veem a celeridade ruim/péssima.

34
Para as variáveis facilidade na busca da população pela Justiça e tempo de
tramitação também foi encontrado associação das variáveis.

As técnicas de analises estatísticas utilizadas nesse trabalho, foram


importantes para entender a relação entre as variáveis e o resultado dos estudos
apresentados são importantes para ajudar uma gestão do poder judiciário
melhorar seu desempenho.

35
7 REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à metodologia do trabalho


científico. São Paulo: Atlas, 2005.

BOLFARINE, H. e BUSSAB, W.O. Elementos de Amostragem – Editora:


EDGARD BLUCHER, 2010.

CNJ Serviço: Saiba a diferença entre comarca, vara, entrância e instância. [S.
l.], 20 maio 2016. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/cnj-servico-saiba-a-
diferenca-entre-comarca-vara-entrancia-e-instancia/. Acesso em: 1 maio 2021.

FONSECA, Jairo Simon da; MARTINS, Gilberto de Andrade. CURSO DE


ESTATÍSTICA. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2011. 320 p.

GIOLO, Suely Ruiz. Introdução à análise de dados categóricos com


aplicações. São Paulo: Blucher, 2017. 256 p.

MAGALHÃES, M. N. e DE LIMA, A.C.P. Noções de Probabilidade e Estatística,


3ed, Editora USP, 2010.

MINGOTI, S.A. Análise de dados através de métodos de estatística


multivariada – uma abordagem aplicada. Belo Horizonte: Editora: UFMG,
2005.

MONTE, Rosimere Lopes. OPINIÃO DOS MAGISTRADOS A RESPEITO DA


JUSTIÇA ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE. 2015. Trabalho de
conclusão de curso (Bacharelado em Estatística) - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, [S. l.], 2015.

NUNES, Amanda Karen Tomaz Reis. A JUSTIÇA ESTADUAL DO RN NA


PERSPECTIVA DOS ADVOGADOS: ACESSO, MOROSIDADE,
LITIGIOSIDADE E PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. 2017. Trabalho de
conclusão de curso (Bacharelado em Estatística) - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, [S. l.], 2017.

PRAXEDES, Ana Gabriela Machado Freire. A JUSTIÇA ESTADUAL DO RN NA


PERSPECTIVA DOS JURISDICIONADOS: UMA ANÁLISE DO ACESSO,
MOROSIDADE, PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E AUDIÊNCIAS DE
CONCILIAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE. 2016. Trabalho de conclusão de

36
curso (Bacharelado em Estatística) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, [S. l.], 2016.

R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R


Foundation for Statistical Computing, Vienna, Áustria. Disponível em:
<https://www.R-project.org/>., 2021.

SILVA, Francisco de Assis Medeiros. et al. UFRN/ESMARN/TJRN. Projeto de


Pesquisa "Análise Retrospectiva e Prospectiva da Demanda Judicial e
Adequação Organizacional: um estudo de caso no Poder Judiciário do Rio
Grande do Norte", 2015.

37
8 APÊNDICES

8.1 QUESTIONÁRIO DOS MAGISTRADOS

PESQUISA – MAGISTRADOS – COMARCAS/RN


Exmo/a. Sr./a. Magistrado/a,,

Está sendo realizada uma pesquisa em todas as comarcas do RN a respeito da demanda judicial, do excesso de

litigiosidade e outros fatores que podem estar ou não influenciando no desempenho do Poder Judiciário do Rio Grande do Norte.

A pesquisa está sendo executada por uma equipe de professores e alunos da UFRN. Sua participação é indispensável neste

processo, por isso pedimos que responda às seguintes perguntas, na sua perspectiva como magistrado/a que atua neste Juízo.

1) DADOS DOS ENTREVISTADOS


1.1 Região:___ 1.2 Comarca__________________ 1.3 Vara/Juizado_______________________ 1.4

Entrância____

2) ACESSO À JUSTIÇA ESTADUAL DO RN


2.1) Como avalia, no geral, o processo de busca da população pelos seus direitos na Justiça Estadual do RN?
( ) Muito difícil ( ) Difícil ( ) Fácil ( ) Muito fácil ( ) Não sabe avaliar/NSA

2.2) Em sua opinião, o que mais desestimula a população a procurar a Justiça Estadual do RN?
( ) Valor das custas processuais ( ) Despesas com advogado ( ) Desconhecimento dos próprios direitos

( ) Tempo de tramitação do processo ( ) Falta de confiança na Justiça ( ) Não gosta de se envolver com a Justiça

( ) Medo de não ser bem atendido ( )Outra razão. Qual? ____________________________________

2.3) Como avalia, no geral, a tramitação de processos na Justiça Estadual do RN?


( ) Muito lenta ( ) Lenta ( ) Ágil ( ) Muito ágil ( ) Não sabe avaliar/NSA

2.4) Em sua opinião, qual o nível de confiança da população na Justiça Estadual do RN?
( ) Muito elevado ( ) Elevado ( ) Baixo ( ) Muito baixo( ) Não sabe avaliar/NSA

2.5) Avalie, com nota de 0 a 10, o quanto os itens a seguir contribuem para melhorar a prestação jurisdicional

Nível de contribuição
Itens
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 NSA

Atendimento dado aos jurisdicionados


Informações disponibilizadas no site do TJRN
Clareza da linguagem utilizada nas decisões judiciais
Celeridade da prestação jurisdicional
Implementação de Defensoria Pública nas Comarcas
2.6) Atribua uma nota de 0 a 10 para avaliar a prestação jurisdicional da sua/seu Comarca/Vara/Juizado

Avaliação
Itens
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 NSA

Atendimento dado ao jurisdicionado


Clareza da linguagem utilizada nas decisões judiciais
Celeridade da prestação jurisdicional
Comprometimento do/s magistrado/s e servidor/es

38
3) MOROSIDADE PROCESSUAL
3.1) Atribua uma nota de 0 a 10 para avaliar o quanto esses itens contribuem para a morosidade processual

Nível de contribuição
Itens
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 NSA

Infraestrutura física do Juízo

Quantidade de servidores

Excesso de judicialização/acúmulo de trabalho

Quantidade de processos distribuídos

Correições ordinárias

Grau de complexidade processual

Atuação das partes/advogados

Atuação da perícia

Atuação do magistrado

3.2) O quanto o processo eletrônico contribui para a redução da morosidade da Justiça Estadual do RN?
( )Bastante ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Não reduz ( ) Não sabe avaliar/NSA

3.3) Qual a principal estratégia adotada por este Juízo para reduzir o tempo de tramitação processual?
( ) Adoção de metas de produtividade ( ) Adoção de rotinas de trabalho

( ) Adoção de métodos de priorização de processos ( ) Adoção de métodos de organização de processos

( ) Outra. Qual? ___________________________________________________

4) LITIGIOSIDADE
4.1) Dê uma nota de 0 a 10 para avaliar a influência dos seguintes aspectos na redução da litigiosidade

Nível de influência
Aspectos
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 NSA

Estímulo à realização de acordos

Treinamento de servidores para conciliação/mediação

Treinamento de magistrados para conciliação/mediação

Realização de mutirões

Outro. Qual? ______________________________

4.2) Com que frequência são feitos acordos entre as partes, neste Juízo?
( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

4.3) Já participou de algum curso de mediação/conciliação? ( ) Sim ( ) Não

4.4) Neste Juízo há servidores treinados para fazer acordos? ( ) Sim ( ) Não

39
4.5) As partes costumam solicitar a realização de audiências conciliatórias? ( ) Sim ( ) Não

4.5.1) Se a resposta anterior foi sim, o Juízo atende a este pedido? ( ) Sim ( ) Não

5) COMPLEXIDADE PROCESSUAL

5.1) Atribua uma nota de 0 a 10 para avaliar a influência dos seguintes itens na complexidade processual

Nível de influência
Itens
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 NSA

Número de partes

Matéria do processo

Número de incidentes processuais

Tipo do rito

Atuação das partes

Outro. Qual? ____________________________

5.2. Atribua uma nota de 0 a 10 para avaliar o nível de complexidade dos processos que estão em tramitação

na sua/seu Vara/Comarca/Juizado: ___________

6) DIVISÃO JUDICIÁRIA

6.1) Concorda com a classificação da comarca onde atua, quanto à entrância? ( ) Sim ( ) Não

6.1.1) Em caso negativo, poderia explicar por quê?

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

____________________

6.2) Acha que deveria haver modificação nos critérios de classificação das Entrâncias atualmente vigentes?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe

6.2.1) Em caso positivo, qual a sua sugestão?


( ) Entrância única. ( ) Outra sugestão. Qual? ___________________________________________________

6.3) Concorda com o critério de distribuição de competência de sua/seu Vara/Comarca/Juizado?


( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe

6.3.1) Em caso negativo, poderia explicar por quê?

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

7) ESPAÇO DESTINADO A COMENTÁRIOS ADICIONAIS SOBRE QUAISQUER ASSUNTOS

ASSOCIADOS AO TEMA, ABORDADOS OU NÃO NESTE INSTRUMENTO.


__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

40
8.2 QUESTIONÁRIO DOS ADVOGADOS

PESQUISA – ADVOGADOS/PROMOTORES – COMARCAS/RN

Sr/a Advogado/a ou Promotor/a,

Está sendo realizada uma pesquisa em todas as comarcas do estado a respeito da demanda judicial,

com destaque para o excesso de litigiosidade e outros fatores que podem ou não estar influenciando o

desempenho do Judiciário do Rio Grande do Norte. Está sendo executada por uma equipe multidisciplinar de

professores e alunos da UFRN. Sua participação é muito importante neste processo, por isso pedimos que

responda às seguintes perguntas, na sua perspectiva como advogado/a ou Promotor/a do Ministério Público.

Entrevistador/a:________________________Município:__________________________Data:____/____

/____Hora:__________

1) DADOS DOS ENTREVISTADOS


1.1Região____ 1.2Comarca____________________ 1.3Vara/Juizado___________________________

1.4 Em relação a sua atuação, o/a senhor/a é: ( ) Advogado/a particular ( ) Defensor/a Público/a

( ) Promotor/a – Ministério Público ( ) Advogado/a municipal ( ) Procurador/a do município

2) ACESSO À JUSTIÇA ESTADUAL DO RN

2.1) Como avalia o procedimento para ajuizar uma demanda na Justiça Estadual do RN?
( )Muito difícil ( )Difícil ( )Fácil ( )Muito fácil ( )Não sabe avaliar

2.2) Em sua opinião, o que desestimula o acesso da população à Justiça Estadual do RN? (Assinale até 3)

( ) Valor das custas processuais ( ) Despesas com advogado ( ) Desconhecimento dos próprios direitos

( ) Tempo de tramitação do processo ( ) Falta de confiança na Justiça ( ) Não gosta de se envolver com

a Justiça ( ) Medo de não ser bem atendido

( )Outra razão. Qual? _________________________________________

2.3) Como avalia, no geral, a tramitação de processos na Justiça Estadual do RN?


( ) Muito lenta ( ) Lenta ( ) Ágil ( ) Muito ágil ( ) Não sabe avaliar

2.4) Em sua opinião, qual o nível de confiança da população em relação à Justiça Estadual do RN?
( ) Muito elevado ( ) Elevado ( ) Baixo ( ) Muito baixo ( ) Não sabe avaliar

3) PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

3.1) Atribua uma nota de 0 a 10 para avaliar os seguintes aspectos da prestação jurisdicional no RN

Avaliação
Aspectos Não
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
sabe

Infraestrutura dos fóruns

41
Quantidade de servidores

Quantidade de juízes

Atendimento nas Secretarias

Acesso aos magistrados

Celeridade dos atos de Secretarias (atos


ordinatórios, expedição de mandados, etc.)

Celeridade dos atos privativos dos Juízes


(despachos, decisões e sentenças).

Celeridade na apreciação de pedidos liminares

Estímulo à composição de litígios

Sistema de Automação do Poder Judiciário -


SAJ

Processo Judicial Eletrônico - PJE

4) MOROSIDADE PROCESSUAL

4.1) Atribua uma nota de 0 a 10 para avaliar o quanto esses itens contribuem para a morosidade

processual

Nível de contribuição
Itens Não
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
sabe

Quantidade de servidores

Quantidade de magistrados

Atuação das Secretarias Judiciárias

Atuação dos magistrados

Atuação dos advogados

Atuação dos promotores

Atuação dos defensores públicos

Atuação da perícia

Atuação de equipes multidisciplinares

Atuação das delegacias de polícia

4.2) Avalie o quanto o processo eletrônico contribui para a redução da morosidade da Justiça Estadual do RN.
( )Bastante ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Não reduz ( ) Não sabe avaliar

42
5) LITIGIOSIDADE

5.1) Dê uma nota de 0 a 10 para mensurar a influência dos seguintes aspectos na redução da litigiosidade

Nível de influência
Aspectos Não
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
sabe

Estímulo à realização de acordos

Treinamento de servidores para


conciliação/mediação

Treinamento de magistrados para


conciliação/mediação

Realização de mutirões

5.2) Com que frequência o/a senhor/a estimula seus clientes à realização de acordos antes de ajuizar demanda
na Justiça Estadual do RN?
( )Sempre ( ) Na maioria das vezes ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

6) AVALIAÇÃO

6.1) Avalie, com nota de 0 a 10, o quanto os aspectos a seguir contribuem para melhorar a prestação
jurisdicional
Nível de contribuição
Aspectos Não
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
sabe

Melhoria na infraestrutura

Melhoria no atendimento

Aumento do número de servidores

Aumento do número de magistrados

Informações disponibilizadas no site do TJRN

Clareza na linguagem utilizada nas decisões


judiciais

Celeridade na prestação jurisdicional

Implementação de Defensoria Pública nas


Comarcas

7) ESPAÇO DESTINADO A COMENTÁRIOS ADICIONAIS SOBRE QUAISQUER ASSUNTOS

ASSOCIADOS AO TEMA, ABORDADOS OU NÃO NESTE INSTRUMENTO.


________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

43
8.3 QUESTIONÁRIO DOS JURISDICIONADOS

PESQUISA – JURISDICIONADOS – COMARCAS/RN


Sr/a jurisdicionado/a,

Estamos realizando uma pesquisa nas comarcas do RN sobre a demanda judicial. Ela está sendo executada por

uma equipe de professores e alunos da UFRN. Gostaríamos de contar com sua contribuição, respondendo este

questionário. Agradecemos antecipadamente.

Entrevistador/a:________________________Município:__________________________Data:____/___

_/____Hora:__________

1) DADOS DOS ENTREVISTADOS

1.1 Região: ______ 1.2 Comarca:_____________________1.3 Vara/Juizado:_________________________1.4

Entrância: ________

1.5 Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

1.6 Estado civil: ( ) Solteiro/a ( ) Casado/a/união estável ( ) Divorciado/a/Separado/a( ) Viúvo/a

1.7 Faixa etária: ( ) Até 30 anos ( ) 31 a 40 ( ) 41 a 50 ( ) 51 a 60 ( ) Mais de 60

1.8 Escolaridade:

( ) Sem instrução formal ( ) Fundamental incompleto ( ) Fundamental completo

( ) Médio incompleto ( ) Médio completo ( ) Universitário

( ) Graduado ( ) Pós-graduado

1.9 Renda familiar mensal, aproximada, em reais

( ) Até mil reais ( ) 1.001 a 2 mil reais ( ) 2.001 a 3 mil reais ( ) 3.001 a 4 mil reais

( ) 4.001 a 5 mil reais ( ) 5.001 a 6 mil reais ( ) 6.001 a 10 mil reais ( ) Acima de 10 mil reais

1.10 Ocupação principal

( ) Agricultor/a ( ) Aposentado/a ( ) Servidor/a público/a ( ) Empresário/a

( ) Estudante/desempregado/a ( ) Autônomo/a ( ) Do lar

( ) Servidor de empresa privada ( )Outra: _________________________________

2) ACESSO À JUSTIÇA ESTADUAL DO RN

2.1 É a primeira vez que procura a Justiça Estadual do RN? ( ) Sim ( ) Não

2.2 Foi fácil encontrar o local de atendimento na 1ª vez? ( ) Sim ( ) Não

2.2.1 Em caso positivo, qual foi o maior problema de localização?

_______________________________________________________

2.3 Que motivo o/a levou a procurar a Justiça Estadual do RN pela primeira vez?

( )Entrar com uma ação ( )Alguém está me acusando ( )Para ser testemunha

( )Outro. Qual? ________________________

44
2.4 O que mais o/a faz desistir de procurar a Justiça Estadual do RN para defender seus direitos? (Escolha até 3

alternativas)

( ) Não gosta de se envolver com a Justiça ( ) A Justiça não resolve ( ) O custo da Justiça é elevado
( ) Demora muito para sair uma decisão ( ) Ela trata rico diferente de pobre ( ) Tem muita burocracia
( ) Tem medo de não ser bem atendido/a ( ) Não conhece seus direitos ( ) Não pode gastar com advogado
( ) Outro. Qual? _____________________________________________________________

2.5 É fácil entrar com uma ação na Justiça Estadual do Rio Grande do Norte?

( ) Muito fácil ( ) Fácil ( ) Difícil ( ) Muito difícil ( ) Não sabe responder

2.6 Como avalia a tramitação de processos na Justiça Estadual do RN?

( ) Muito lenta ( ) Lenta ( ) Ágil ( ) Muito ágil ( ) Não sabe avaliar

2.7 Confia na Justiça Estadual do RN?

( ) Bastante ( ) Muito ( ) Mais ou menos ( ) Pouco ( ) Não confia

2.8 Na/s sua/s ida/s à Justiça Estadual do RN, houve necessidade de falar diretamente com o juiz alguma vez?

( ) Sim ( ) Não

2.8.1 Em caso positivo, foi fácil falar com o juiz?

( ) Muito fácil ( ) Fácil ( ) Difícil ( ) Muito difícil

2.9 No/s seu/s contato/s com a Justiça Estadual do RN os servidores demonstraram ser:

( ) Bem acessíveis ( ) Mais ou menos acessíveis ( ) Pouco acessíveis ( ) Totalmente

inacessíveis

2.10 No/s seu/s contato/s com a Justiça Estadual do RN os/as advogados/as demonstraram ser:

( ) Bem acessíveis ( ) Mais ou menos acessíveis ( ) Pouco acessíveis ( ) Totalmente inacessíveis

2.11 Como classifica as despesas com advogados/as?

( )Muito elevadas ( )Elevadas ( )Justas ( )Baixas ( )Muito baixas ( ) Foi de graça

2.12 Tendo ou não despesas com advogados/as, como classifica as custas processuais cobradas pela Justiça Estadual

do RN?

( )Muito elevadas ( )Elevadas ( )Justas ( )Baixas ( )Muito baixas ( )Não sabe

2.13 Avalie com uma nota de 0 a 10, os itens a seguir

Avaliação
Itens
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 NSA

Localização do fórum

Tempo de espera pelo atendimento

Atendimento prestado pelos servidores

Atendimento prestado pelo magistrado

Informações disponibilizadas no site do TJRN

Clareza na linguagem utilizada nas decisões judiciais

Agilidade no andamento do processo

Outro. Qual? _____________________________

45
2.14 Como a Justiça Estadual do RN poderia se tornar melhor? (Escolha até 3 alternativas)

( ) Reduzindo as custas processuais ( ) Sendo mais ágil ( ) Contratando mais servidores

( ) Contratando mais juízes ( ) Melhorando a infraestrutura ( ) Disponibilizando advogado de graça

( ) Cumprindo as decisões ( ) Diminuindo a burocracia ( ) Dando tratamento igual para todos

( ) Outro. Qual? _____________________________________________________________

3) MOROSIDADE DA JUSTIÇA
3.1 Como classifica as decisões da Justiça Estadual do RN em relação ao tempo que leva para o julgamento?

( ) Muito ágeis ( ) Ágeis ( ) Lentas ( ) Muito lentas ( ) Não sabe avaliar

3.2 Em sua opinião, o processo eletrônico contribui para a redução da morosidade da Justiça Estadual do RN?

( )Bastante ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Não contribui ( ) Não sabe avaliar

3.3 Seu/Sua advogado/a o/a estimula a realizar acordo antes de entrar com uma ação na Justiça Estadual do RN?

( ) Sempre ( ) Na maioria das vezes ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

3.4 Já participou de alguma audiência de conciliação? ( ) Sim ‘( ) Não (Pule para a Questão 4)

3.4.1 Em caso positivo, qual o nível de satisfação com os itens a seguir, em relação à/às Audiência/s de Conciliação

da/s qual/is já participou na Justiça Estadual do RN?

Muito Muito Não sabe


Itens Satisfeito Indiferente Insatisfeito
satisfeito insatisfeito avaliar

Tempo de duração da audiência

Cumprimento do horário agendado para a audiência

Capacidade do/a conciliador/a

Linguagem utilizada pelo/a conciliador/a

Resultado da audiência

4) ESPAÇO DESTINADO A COMENTÁRIOS ADICIONAIS SOBRE QUAISQUER

ASSUNTOS ASSOCIADOS AO TEMA, ABORDADOS OU NÃO NESTE INSTRUMENTO

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

46

Você também pode gostar