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Universidade Federal de Campina Grande

Disciplina: Estudos da História do Oriente


Docente: Antonio Clarindo Barbosa de Souza
Discentes: Erica da Silva Oliveira e Thayná de Souza Gomes

ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO - A MORTE

GIBRAN, K. O profeta. Tradução de Mansour Challita. 58ª ed. São Paulo: Editora Record, p. 50 -
56, 2020.

O livro "O Profeta" de Gibran Khalil Gibran aborda diversos temas, incluindo a morte.
Gibran apresenta a morte como uma parte natural da vida e como um momento de transição para
uma nova existência. Ele enfatiza que a morte não deve ser temida, mas sim vista como uma
oportunidade para a alma libertar-se do corpo e retornar à fonte divina. Na frase: “Gostaríeis de
conhecer o segredo da morte. Mas como havereis de encontrá-lo se não procurardes no coração
da vida?'' Ele questiona como iremos entender a morte, se não entendemos o sentido da vida, pois
são duas coisas que andam de ''mãos dadas'', pois só aprendemos a morrer, vivendo. O coração da
vida, seria aprender estar atento, vivo a cada momento da vida, consciente. Ele também diz que,
dentro de todos nós somos como corujas, que só enxergamos na escuridão, com ignorância,
alienação, no pensar pouco. Nos mostra também que, é necessário aprendermos a ver os dois
mundos : matéria e espírito, pois a vida é contínua nos dois planos. Segundo Gibran, já nascemos
com um silencioso conhecimento do além, porém temos medo, o medo de encontrar o divino
dentro de nós, a morte, nossa luz eterna. Passamos toda nossa vida na escuridão, correndo da
luz(morte), que quando a encontramos dentro de nós, corremos, não aceitamos, como o camponês
que não estende a mão para o rei. Gibran diz, que quando aceitamos nossa luz, podemos enfim
nos despir de tudo que não nos pertence, nos purificamos, assim conseguimos chegar mais perto
do divino. Na frase : ''Somente quando beberdes do rio do silêncio, podereis cantar realmente. E
quando houverdes atingido o cume da montanha, podereis começar a subir. E quando a terra
reclamar vossos membros, podereis então dançar.”A voz do divino irá ecoar em nós, pois nosso
EU superior irá se calar. O cume da matéria, a caminhada continua sem a matéria, fica somente
nossa alma. É como “Dar a Cezar o que é de César, e a Deus o que é de Deus'', quando
morrermos deixaremos com Cézar (terra) nosso corpo, e nosso espírito será de Deus e assim
poderemos dançar livremente.
É possível notar algumas semelhanças entre as ideias apresentadas no livro e algumas
crenças das antigas religiões mesopotâmicas. Por exemplo, a ideia de que a morte não é o fim,
mas sim uma transição para uma nova forma de existência, pode ser comparada com a crença
mesopotâmica na vida após a morte. Por isso, eles desenvolveram a prática da sepultura e do
culto aos mortos, para garantir a sobrevivência da alma na vida após a morte.
O profeta fala de maneira como se fosse interlocutor de uma entidade para o povo e
deixa isso claro quando diz: "Terei sido eu realmente quem falou? Não era eu também um
ouvinte?" Logo após o profeta fala sobre sua ida, sobre deixar o povo contra sua vontade porém
ele designa "o vento" como a entidade que o chama. E como fala sobre a morte antes, retorna a
falar de sua ida não como uma viagem, mas como a morte dita antes, só que de forma que ela não
o apague da memória do povo: "E embora a morte me oculte, e o silêncio maior me envolva, mais
uma vez buscarei vossa compreensão" O profeta fala, assim como aborda a morte, que se irá,
porém continuará presente nas pequenas coisas (No texto é citado o orvalho, por exemplo) E
volta a falar num deus, numa entidade, em que diz ser maior que o povo pois não é algo
biológico, é algo de uma esfera grandiosa que entende nossas mudanças a nossos defeitos, tal
qual as estações do ano. Um espírito que é maior que a sabedoria oferecida pelos homens. O
profeta demonstra- se humilde em relação a bens materiais, e fala sobre a necessidade de
enxergar que o que somos está em um espírito livre. Ele finaliza se despedindo do povo de
Orphalese, falando sobre o dia em que todos, em outro plano, encontrariam-se juntos ao
"Criador”.
É possível notar algumas semelhanças entre as ideias apresentadas no livro e algumas
crenças da religião egípcia antiga. Por exemplo, a ideia de que a morte não é o fim, mas sim uma
transição para uma nova forma de existência, pode ser comparada com a crença egípcia na vida
após a morte. Os egípcios acreditavam que a vida após a morte era uma continuação da vida
terrena, e que o espírito da pessoa precisava de um corpo para sobreviver no mundo dos mortos.
Por isso, eles desenvolveram a prática da mumificação e do culto aos mortos, para preservar o
corpo e garantir a sobrevivência da alma na vida após a morte.

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