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RESUMO
A eucaliptocultura representa aproximadamente 78% das florestas plantadas no Brasil, no entanto apresenta distúrbios fisiológicos característicos, ainda de causas
desconhecidas. Diante da grande importância do eucalipto no setor florestal, o presente estudo foi desenvolvido com objetivo de mostrar os distúrbios fisiológicos oriundos
da deficiência de boro no eucalipto por meio de revisão de literatura..
Palavras chave: Deficiência fisiológica, disturbio fiiológico, florestas plantadas, micronutriente.
ABSTRACT
Eucalyptus cultivation represents approximately 78% of planted forests in Brazil, however it presents characteristic physiological disturbances, still of unknown causes.
Given the great importance of eucalyptus in the forestry sector, the present study was developed with the objective of showing the physiological disturbances arising from
boron deficiency in eucalyptus through a literature review.
Keywords: Physiological deficiency, physiological disorder, micronutrient, planted forests.
1. INTRODUÇÃO
O setor florestal brasileiro segundo Relatório Anual (2022), em 2021, totalizou para fins industriais uma área de floresta plantada de 9,93 milhões de hectares, onde a maioria é
constituída pela eucaliptocultura (75,8%) com 7,53 milhões de hectares, e 19,4% de pinus, com aproximadamente 1,93 milhão de hectares e o restante composto por espécies
como pinus, acácia, teca, seringueira e paricá. (INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES, 2022).
Os plantios são destinados, principalmente, ao segmento de celulose e papel (35%), cultivos independentes (30%), ao setor de siderurgia e ao carvão vegetal (13%). Existe pouca
expressividade no setor com investimentos financeiros (9%), painéis de madeira e pisos laminados (6%), produtos sólidos de madeira (4%) e outros(3%) (INDÚSTRIA
BRASILEIRA DE ÁRVORES, 2020).
Distúrbio fisiológico do eucalipto (DFE), ou dieback, foi o nome dado ao conjunto de modificações que ocorrem em árvores de plantios florestais que sofreram perda de seu fenótipo
normal. O DFE é caracterizado por uma interação complexa dos seguintes fatores:climáticos, genéticos, nutricionais e edáficos (REIS, 2011). Ainda é desconhecida a etiologia
do DFE e os sintomas causados por essa desordem fisiológica incluem, abscisão foliar, perda da dominância apical e emissão de brotações adventícias ao longo do tronco,
trincamento de casca, entre outros. O DFE interfere no crescimento e na produtividade dos plantios e podendo gerar a morte das plantas (Jurskis, 2005; Alfenas et al., 2009;
Câmara et al., 2018).
O boro é, entre os micronutrientes, aquele que mais freqüentemente apresenta deficiência no solo, requerendo repetidas adubações com esse elemento. No Brasil, solos deficientes em
B são encontrados em várias regiões, com destaque para o Cerrado, onde o cultivo do eucalipto tem-se expandido. Entre outros autores, Sgarbi et al. (1999) mostraram que a deficiência
de B é uma das mais limitantes ao crescimento do eucalipto na fase jovem. Diante disso, o presente estudo visa através de revisão de literatura mostrar os distúrbios fisiológicos
oriundos da deficiência de boro na cultura do eucalipto.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Eucaliptocultura no Brasil
O Brasil apresenta notório papel no cenário mundial quando o assunto é produtividade de plantios florestais, com alto volume de produção anual de madeira por área e um
curto ciclo, e está concentrado principalmente nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Tal fato é decorrente da adoção de boas práticas de tratos culturais, melhoramento genético, da existência de grande área propícia à produção das espécies do gênero, das
condições edafoclimáticas favoráveis e da adaptação das espécies a elas, mão de obra qualificada, investimentos em pesquisas, desenvolvimento científico e práticas
sustentáveis(GOMIDE; FANTUZZI NETO; REGAZZI, 2010; INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES, 2021).
Segundo Relatório Anual (2022) o Brasil tem potencial produtivo dos plantios de eucalipto superior ao de outras regiões do mundo. A produtividade média no plantio de
eucalipto tem evoluído bastante ao longo dos anos, em 1970 era 10m³/há/ano e atualmente é de 38,9 m³/ha/ano em 2021.
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Figura 3 - A. Nervuras salientes dando aspecto de costela em folha de Eucalyptus grandis; B. Avermelhamento e necrose das folhas novas de Eucalyptus grandis; C. Avermelhamento
das folhas novas de Eucalyptus grandis; D. Sintomas foliares em Eucalyptus sp.- limbo foliar reduzido, folhas retorcidas e morte da gema apical; E. Folhas normais e deficientes em
Eucalyptus globulus; F. Perda de dominância apical, folhas novas com necrose das margens em E. urophylla x E. Grandis
Segundo Matiello (2009), os efeitos decorridos da deficiência de de B em eucalipto varia conforme seu material genético, onde o autor observou sintomas visuais típicos de
deficiência de B nas plantas crescidas com deficiência do nutriente. Algumas plantas apresentaram clorose nas folhas jovens, seguida de encarquilhamento, tornando-as facilmente
quebradiças. O caule das plantas deficientes em B apresentaram maior rigidez, com aspecto de vitrificação, quebrando-se facilmente. Esses sintomas corroboram com observações de
campo em que o efeito do vento em áreas com deficiência de B é muito mais acentuado, com quedas de árvores e quebra de galhos e caules.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho permitiu observar que embora o distúrbio fisiológico tenha se tornado um desafio para a qualidade da madeira de eucalipto, não se sabe quais os fatores ambientais que
induzem este estado fisiológico anormal e que a adubação e nutrição florestal têm assumido papel importante na obtenção de maiores produtividades no setor florestal brasileiro. A
constatação de exigências nutricionais diferenciadas dos materiais genéticos (espécies ou clones) pode contribuir para melhor dimensionamento das áreas de plantio.
A indisponibilidade de boro nos cultivos pode acarretar uma série de alterações, como disfunções metabólicas, integridade e bom funcionamento da membrana celular além
da diminuição do crescimento das árvores.
Os trabalhos permititram verificar que os sintomas de deficiência do nutriente aparecem nos orgãos mais novos e regiões de crescimento, principalmente no atrofiamento
radicular e necroses de folhas jovens
Adicionalmente, a deficiência de B reduz a permeabilidade da membrana plasmática e o fluxo de água, afetando a absorção dos nutrientes. A redução da condutância hidráulica do
xilema pode estar associada à menor transpiração, absorção de B e crescimento de plantas deficientes sob deficiência de B, características observadas no trabalho de Mattielo
(2009).
5. REFERÊNCIAS
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XXVI Simpósio de Ciências Aplicadas e V Simpósio Internacional da FAEF
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1Discente do curso de Engenhari Florestal da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral FAEF; E-mail: kauane.lo@gmail.com; limadesouza.na@gmail.com;
2Docente do curso de Engenharia Florestal da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral FAEF; E-mail:alcantaragabbi@gmail.com
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