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Z.A. Maxfield
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Prólogo
Na noite em que Dare Buckley retornou à cidade, Finn viu seu SUV
passar pela casa de Lyddie não uma, mas duas vezes. De seu lugar no balanço
da varanda ao lado de sua tia adormecida, Finn tentou vê como os anos
haviam agido sobre Dare. Ele ainda tinha suas bênçãos gêmeas?A aparência
de estrela de cinema e capacidade atlética ou seu fracasso recente o deixara
desequilibrado o suficiente para deixar sua confiança assassina escapar? Finn
não sabia dizer. A luz na rua de Lyddie era ruim, e Dare não diminuiu a
velocidade de qualquer maneira.
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Seattle e voltado para Palladian, onde tinha retomado amizades familiares e
laços antigos para contratá-lo.
Deus. Que escoteiro. Como um cara como Dare erra o suficiente para
ser demitido de um trabalho que ele nasceu para fazer?
O coração de Finn deu um pulo pouco quando viu Dare olha emvolta do
estacionamento com o que Finn pensou ser uma indiferença profissional. Por
um minuto, seu olhar pousou no carro de Finn, ele podia jurar que viu os
memoráveis olhos azuis de Dare. A luz do sol pegou Dare no rosto naquele
momento, de modo que mechas de ouro reluziam entre as muitas cores
no cabelo dele e no restolho do final da tarde.
Dare levantou a mão para sombrear seus olhos, quase como se sentisse
a presença e soubesse que estava sendo observado. Sem realmente pensar,
Finn dirigiu através dos espaços vazios na frente dele e saiu do
estacionamento, indo em direção à loja de conveniência três quarteirões mais
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adiante na estrada, seu coração batendo como se tivesse corrido o caminho
todo.
Atrás da casa, o rio corria ao longo de seu curso lento. O cheiro úmido
disso o assaltou no minuto em que ele abriu a porta do carro. Não demoraria
muito para que tivessem chuva e, quando o fizessem, o rio se agitava, levando
consigo detritos que fediam a lixo.
— Finn Fowler. Quando você ia me dizer que Dare Buckley está de volta
à cidade?
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Palladiano.
— A felicidade não vem até você Finn. Você tem que estar preparado às
vezes para simplesmente agarrá-la à medida que passa.
— Eu sei.
— Eu posso ser uma mulher velha, mas sei do que estou falando. O
amor faz seu coração disparar.
Ela agarrou a mão dele, seus dedos finos tão frios e delicados nos dele.
Tudo nela parecia frágil.
— A felicidade se reduz à intenção. Você tem que saber o que você quer
e pedir por isso. Kate diz que viu um filme inteiro sobre isso no Netflix. É
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como Oprah chegou onde ela está. A intenção é fundamental.
Ele tentou tanto conquistar o amor de sua mãe, que queimou seu
coração em cinzas. Depois que ela morreu, ele esperava pertencer a uma
família como a de Dare, mesmo que fosse apenas fingir. Ele definiu seu
coração “sua intenção” sobre o que queria e agarrou como se cada molécula
em seu corpo dependesse disso para viver. Por duas vezes ele alcançou o amor
que achava estar ao seu alcance, porém arruinou tudo.
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Capítulo 1
Um dos carros de patrulha de Palladian chegou bem rápido na esquina.
Ele girou em direção ao meio-fio onde Finn estava sentado e estacionou a
menosde um metro de distância. Já chateado com a morte no salão de sua tia,
ele se levantou com as pernas trêmulas, braços cruzados na frente dele e
esperou.
— Sr. Fowler.
— Eu entendo que você tem uma pessoa morta em seu salão de beleza?
— Sim. — Finn ignorou o tom irônico de Bill. —Ela está de volta aqui.
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doía o coração de Finn ter que deixá-la lá, avançando lentamente pelo rosto
de Candy.
— Muito bem.
Bill começou a levantar a tampa da secadora, mas uma voz atrás deles
disse:
Finn não teve tempo de se preparar para o choque de ver Dare Buckley
de perto e pessoalmente. Mais lindo do que nunca, ele usava um terno caro,
uma gravata de seda e o tipo de arrogância casual que o tornaria impopular.
De alguma forma, Finn não engoliu a língua enquanto seu coração ameaçava
explodir em seu peito.
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solidão. As cartas que Dare nunca haviam respondido e os telefonemas que
ele nunca havia retornado. Agora o coração de Finn congelou com uma nova
dor.
— Ligue para ele e pergunte se você precisa. Chefe quer isso tratado
como uma morte suspeita. Eu preciso proteger a cena enquanto esperamos
pelo ML.
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esta cena. Dare deu um passo ao redor dele. — Agora, eu preciso fazer
algumas perguntas a minha testemunha. Ou você quer perder mais tempo?
Fraser pisou do lado de fora. Ele bateu a porta com tanta força que o
sino foi pego no batente e a porta se abriu novamente. Dare se virou para
Finn, que percebeu que estava prendendo a respiração desde o momento em
que o tocou. Dare não havia soltado ainda. Finn fez um esforço para respirar
sem ofegar.
Bronzeado.
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— Ela, eu não sei. Tiffany a preparou e a colocou sob o secador, eu servi
um café a ela, mas depois o salão ficou ocupado. Eu estava trabalhando nos
livros do escritório, enquanto Tiff pediu que eu levasse Candy de volta para as
pias para retira o produto. Para ela usar o secador em outro cliente, mas
quando fui busca-la, estava morta.
O homem diante dele não era mais o garoto invencível que Finn
conhecera.
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— Ele pode não entender. Ele mora nos arranha-céus agora.
Finn assentiu.
— Ok.
— Não.
— Não.
— Você tem alguma razão para acreditar que isso pode não ser uma
morte natural?
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Finn sacudiu a cabeça.
— Eu sei disso. — Ambos sabiam. A morte trouxe coisas que você nunca
esperou e mudanças que você não planejou. — Então você está de volta?
Finn foi até a mesa e deu uma olhada no livro de compromissos. Havia
uma chance de que todos que ele planejava ligar já tivessem ouvido falar da
morte de Candy do telefone sem fio de uma cidade pequena.
Ele começou a fazer ligações, contando aos donos de outros salões o que
havia acontecido e perguntando se poderiam enviar clientes para lá. Quando
eles disseram sim, ele foi capaz de sair e redirecionar algumas das pessoas
que esperavam.
Sim, foi inconveniente e sim, eles poderiam sair como estavam os salões
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estavam de prontidão para fazer a triagem deles da melhor maneira possível.
Sim, ele sentia muito pelo inconveniente. Sim, os cabeleireiros poderiam ir
para casa. Ele faria tudo para todos depois.
— Sim?
Finn abriuboca.
— O que?
— Você disse que Candy estava tomando café, mas não tem xícara
aqui. Você jogou fora?
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mulheres levaram café com eles. Suponho que, na confusão, tudo poderia ter
acontecido.
— Eu sei.
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— Ha, ha. Você acha que ainda pode me encontrar? Que tal na frente do
KFC1?
1
É uma rede de restaurantes de comida rápida (fast food) fundada em 1930, na cidade de Corbin, estado do Kentucky, Estados Unidos da América.
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Capítulo 2
De vez em quando, Dare olhava a porta entre ele e Finn Fowler.
— É tudo por hoje. — Disse Lawton enquanto tirava suas luvas de látex
com um estalo. — Eu tenho o que precisamos aqui.
Dare não conhecia Candy tão bem, mas conhecia sua mãe, Charlotte
Boyer. Ela distribuíra o bom tipo de guloseimas de Halloween e sempre podia
ser contada pelas crianças da vizinhança, quer ela fosse necessária para uma
lavagem de carros de caridade ou para biscoitos de escoteiras ou para dirigir.
Ela tinha sido sempre generosa e gentil, e uma tristeza peculiar o cobriu
enquanto observava o ML levar sua filha para longe em um saco de cadáveres.
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Procurei significado DB é decibel que ela pode ter sido morta por uma descarga elétrica gerada pelo secador de cabelos.
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Finn voltou do escritório de Lydia, pálido e carregando uma toalha e
algum tipo de spray de limpeza. Ele havia se tornado um homem alto e
magro, com um cabelo escuro e bagunçado. Ele tinha um corpo de corredor.
Enormes olhos em um rosto pálido. Ele ainda segurava Dare como nunca.
— Deus. Finn.
— Eu não sabia.
— Nenhuma razão para você saber. Eu não estou licenciado nem nada.
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Eu só mantenho as coisas limpas enquanto as senhoras trabalham. — Ele
olhou para Dare. — Eu não preciso dizer a você que estou grato por estar aqui.
Dare pigarreou.
Um sorriso apareceu nos lábios de Finn. Ele sabia. Finn tinha que saber
que Dare viria. Dare sempre esteve lá por ele.
— Alguma chance de conseguir que você faça uma lista das pessoas que
estiveram aqui esta manhã?
— Todos?
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cópia se você deixar o seu endereço de e-mail.
— Isso seria ótimo. — Dare pegou sua carteira e procurou pelo seu
cartão. — Ligue para mim se você lembrar-se de alguma coisa.
— Estou bem.
Mas Finn não olhava para ele, um sinal claro de que ele não estava se
sentindo bem ou que estava com ressentimento. Ou ambos. Provavelmente
ambos, porque sim. Ele era Finn Fowler e ele tinha o direito de guardar
rancor.
Depois de chegar a Palladian algumas semanas antes, ele não tinha feito
nada para deixar velhos conhecidos saberem que ele estava de volta à cidade.
Afinal, ele não estava exatamente retornando em triunfo.
A polícia da cidade havia lhe dado uma chance, que era mais do que
qualquer outro departamento de polícia que ele contatou concordou em fazer,
dado o seu registro. E ele contatou muitos deles. A políciade Palladian deu a
ele essa oportunidade por lealdade ao seu pai e não porque ele fizesse alguma
coisa para merecer essa confiança.
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dia seguinte. Desde então, ele fez pouco mais do que colocar em suas horas e
trabalhar em seu lugar.
Dare sempre teve algum instinto,ele sabia que Finn estava preocupado
com algo, o que era quase impossível de perder. Ele tinha visto Finn correndo,
pegando mantimentos na loja, puxando carrinhos no Costco3 e trabalhando
no salão de cabeleireiro de sua tia Lyddie.
Finn nunca deu qualquer indicação de que ele sabia que Dare estava lá,
parado do lado de fora de seu campo de visão, observando-o como um
perseguidor.
Claro, isso soava assustador, mas Finn também era um pouco estranho.
Como um garoto magro de cinco anos e meio de idade, Finn tinha tido a
inscrição no jardim de infância tardia em sua pequena escola primária. Ele
provocou todos os tipos de interesse até mesmo de crianças de nível superior
como ele e Bill Fraser. Foram esses olhos tão impressionantes no rosto da
criança assustada que chamou a atenção de Dare quando Finn chegou ao K-8
3
Costco é uma empresa de varejo americana, sediada em Issaquah,Washington.
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de Palladian. Depois de duas semanas, a curiosidade sobre Finn explodiu em
um confronto no playground.
— Não são. — Gritou Finn com raiva quando Bill zombou dele.
— Também são. Você é uma aberração. Se você tem dois olhos de cores
diferentes, isso significa que você tem dois pais diferentes. — Bill Fraser, o
aluno de segundo grau grande e franco, cruzou os braços. Ele estava
claramente satisfeito consigo mesmo, acreditando que ele sabia algo sobre o
novo garoto que ninguém mais sabia. — Minha mãe diz que sua mãe nem
sabe quem são seus pais porque ela é prostituta.
— Você cala sua boca, Bill Fraser. — Na idade avançada de dez anos,
Dare sabia o que a palavra prostituta significou. Ele se perguntou se Finn
sabia ou se ele estava apenas reagindo ao modo como Bill disse isso.
Seja qualfor o motivo, incomodou Dare ver uma criança ser intimidada. Ele
perguntou ao pai como você tem mais de um olho colorido, e eles procuraram
na biblioteca. — Não é porque você tem dois pais.
— Alguém deveria ter te afogado. — Ele estava meio doente para ver as
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marcas que Bill deixou na pele de Finn. — Deixe-o em paz, ou eu vou te
mostrar como eu bato em pênaltis usando sua cabeça para uma bola.
Dare então pegou a pequena mão de Finn e o levou até os balanços para
brincar. Ele ficou para trás para empurrar Finn, mesmo estando na quinta
série e deveria estar em uma área diferente. A professora de Finn o deixou,
provavelmente porque foi a primeira vez que alguém viu Finn sorrir.
Naquele dia, Finn enfiou a mão em Dare como se pertencesse ali, como
se Dare fosse o anjo da guarda de Finn. Quando Finn olhou para ele e
sorriu, Dare sentiu como se tivesse ganhado algo precioso.
Finn provavelmente não precisava dele depois de todos esses anos, mas
assim que ele viu o olhar malvado no rosto de Bill Fraser, aqueles velhos
instintos retornaram.
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Capítulo 3
Finn tirou a camisa de botão e sentou-se no balanço da varanda ao lado
de sua tia Lyddie vestindo apenas sua camiseta. O sol não se punha por horas
ainda, mas era costume de sua tia passar um tempo na varanda em um desses
cobertores de braços, aproveitando o calor do final da tarde. Era verão
indiano, ainda quente o suficiente para assar pão, mas isso nunca impediu
Lyddie de tremer. Não havia carne em sua estrutura quase esquelética. O sol
desapareceu por trás de uma nuvem, ela sentiu um calafrio e estremeceu de
frio. Qualquer um que a amasse o suficiente aprendeu a despir-se tanto
quanto pudessem e apenas suportar o calor a seu lado.
— Candy era uma garota legal. Alguém tem ideia de como ela morreu?
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Lyddie digeriu isso.
— Eu disse ao Dr. Lawton que ela não parecia fora do normal para mim.
Muitas vezes chegava atrasada, falando sem parar e mudando de assunto tão
rápido que não conseguíamos acompanhar. Um pouco maníaco, sabe?Desta
vez, pensei que estivesse cansada, ou que talvez ela tivesse tomado uns copos
de vinho no almoço ou algo assim. Tiffany diz que ela entrou assim antes ou
se empolgou e falando a uma milha por minuto.
— Assim...
— Não, querido. Provavelmente não havia nada que você pudesse ter
feito.
— Ela não era uma pessoa ruim, e agora todo mundo está sussurrando
sobre ela. — Finn suspirou. — Bill Fraser estava lá.
— Sim, mas Dare Buckley veio e assumiu a cena. Você deveria ter visto o
rosto de Bill. Isso me levou de volta ao ensino fundamental.
— Você viu Dare? A mão de Lyddie foi para o peito. Isso lembrou Finn
dos velhos tempos, quando ela usava suéter rosa e pérolas falsas, e isso o fez
sorrir. — Como ele estava?
— Bem.
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ruins para aquele menino. Ela franziu os lábios. — Você acha que ele está aqui
para abrir velhas feridas?
— Espero que não. — A ideia era inquietante. — Eu não sei por que ele
voltou.
— E se ele faz?
— Lyddie. — Finn estremeceu. — Por que você tem que ser assim? Tão
banal?
— Porque isso é De fato, querido. Por mais que tentemos, não podemos
mudar os fatos. Talvez você devesse dizer a Dare o que viu. Talvez ele mereça
isso. Não pode ferir sua família mais do que eles já foram feridos.
— Eu não posso contar a Dare agora. O que direi quando ele perguntar
por que nunca lhe contei a verdade antes?
— Diga que você era jovem. Diga que você não entendeu. Pare de
duvidar de si mesmo. Você era criança.
Lyddie suspirou.
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— Mas e se ele começar a cavar? E se ele começar a me fazer perguntas
diretas? Isso vai voltar para mim.
— Você está apenas com frio porque está mostrando seus atributos. —
Finn ajustou o xale de Lyddie, que tinha escorregado de seu ombro. — Você
tem bebido a sua água?
— Sim. Lyddie tirou uma garrafa esportiva de uma mesa baixa do outro
lado do balanço e sacudiu um pouco, mostrando que faltavam mais de dois
terços.
— Posso pegar algo para você comer? Parei na loja e peguei alguns tipos
diferentes de sopa.
— Que doce dele. Aquele garoto tem o polegar mais verde. Sua mãe
ficaria tão orgulhosa se soubesse. Bem. Talvez não tão orgulhosa,
exatamente. Lyddie deu um sorriso envergonhado antes de escolher um
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cigarro da case de Finn. Ela puxou um isqueiro do bolso para acendê-lo. —
Agradeça a ele da próxima vez que você o vir.
— Você deveria ter um pouco disso. Você precisa relaxar mais. Lyddie
exalou uma grande nuvem de fumaça nociva. — Essa coisa faz meus dedos se
sentirem dormentes.
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relaxou e agiu como um dique, retendo as inundações de náusea para que ela
pudesse pelo menos comer alguns goles de comida.
Ambos sabiam que o tempo não estava sobrando, mas por um tempo o
máximo que puderam eles jantaram juntos nas noites quentes de verão e
fingiram que as coisas não mudariam por enquanto.
Finn perguntou:
Finn carregava todo aroma com ele, em suas roupas, em seus cabelos.
Todos os odores de todos os lugares que ele já havia estado, pareciam
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envolver em torno dele, agarrados e grossos como orvalho. Não era de
admirar que ele nunca se sentisse limpo.
Lyddie disse que ele liderava com o nariz e era verdade. Ele tendia a
gravitar em direção a qualquer coisa que cheirasse bem a ele. As coisas
selvagens eram melhores, mesmo que o mundo não as considerasse como
aromas agradáveis: couro fino, grama cortada, gado, fogo e o cheiro
descolorido do relâmpago.
Finn pensou que ele tinha superado esperança Há muito tempo, ainda
assim, Dare Buckley chegou e, com ele, a esperança veio ao redor dos
tornozelos de Finn como um cachorro chato.
Quando Finn retornou com sua bandeja de comida, Lyddie estava solta
e rindo, mas ela não estava mais sentada sozinha. Dare se levantou quando
Finn saiu na varanda, fazendo com que o grande e velho balanço se movesse
para trás com um rangido e um movimento.
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— Eiii! Foi divertido.
Dare sorriu.
— Olá, Finn.
— Olá, Dare. — Finn olhou para o prato em sua mão ao invés do rosto
de Dare, que ele podia ver com os olhos fechados de qualquer maneira. —
Você gostaria de uma sopa ou um sanduíche?
— Eu comi. Eu vim dizer olá, finalmente. Para ver como você está.
— Eu estava apenas dizendo tia Lyddie que você voltou para a cidade.
Lyddie assentiu.
— Kate me disse que Dare comprou a antiga casa de Penny Larson e está
consertando. O que você acha daquilo? Aquele lugar era uma fossa enquanto
ela possuía.
— Tia Lyddie.
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a Dare quando ele entregou a bandeja. Lyddie pegou um dos quartos do
sanduíche e deu uma mordida elegante. Quando Finn lhe deu uma sopa, ela
não hesitou em enterrar as crostas.
Dare assentiu.
— Sim?
Finn encolheu os ombros para Dare, que sorriu de volta. Ele podia
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sentir Dare estudando-o, avaliando. Dare provavelmente estava anotando
cada detalhe de suas vidas e fazendo suposições que ele não tinha o direito de
fazer.
Finn exagerou.
— Agora mesmo?
— Se estiver tudo bem com a tia Lyddie. Dare olhou para Lyddie, que
assentiu.
— Tudo bem por mim. Você poderia dar um passeio. Lyddie fez um
movimento de espanto, pegando sua caneca. — Continue. Eu ficarei bem aqui
por um tempo.
— Volto em alguns minutos, tudo bem? Não devore meu sanduíche. Era
uma coisa boba para dizer e ambos sabiam disso. Mesmo com a fome, Lyddie
não conseguiria mais do que meio sanduíche e alguns goles de sopa.
— Apenas veja que você não leva uma eternidade ou que todas as
apostas estão canceladas, Senhor. — Lyddie fingiu comer. — Devore, devore.
Dare juntou as mãos atrás das costas e levou Finn pelos degraus da
varanda. Uma vez que eles estavam na rua, ele foi para o Mill Park, com Finn
caminhando ao seu lado. Ele notou que Finn tinha um passo um pouco
estranho, fora do ritmo. Poderia ter sido um mancar, mas Finn não tinha isso
quando criança. Era mais provável o resultado de dores musculares ou
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entorse do trabalho.
Dare debateu perguntando sobre isso, mas não queria soar como um
interrogatório.Como estivesse examinando cada movimento, cada detalhe e
comparando-o com o garoto que Finn tinha sido, mesmo que isso fosse
exatamente o que ele estava fazendo.
Finn nunca tinha sido seu amigo, exatamente. Ele não tinha idade
suficiente para ser amigo verdadeiro de ninguém. Ele tinha sido mais como
um irmão mais novo ou um animal de estimação ou...
Finn tinha sempre estado lá, com seus grandes olhos estranhos
preenchidos com aceitação.
Com gentileza.
Foi bom andar pela rua tranquila com Finn novamente. Parecia familiar
e confortável.
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lamacento. A vegetação entupiu as margens onde a grama alta crescia sob as
nuvens de mosquitos e cheiros desagradáveis.
Dare olhou para Finn e desejou que suas palavras fossem verdade, mas
ele não tinha certeza se acreditava.
— Não agora, ela não esta. Você a viu rindo? Eu acabei com garotas do
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ensino médio que poderiam manter suas coisas juntas melhor do que sua tia.
— Olhe o médico lhe deu uma receita. Você não vai nos dar problemas
sobre isso...
— Oh eu sei. Mas ela não passa. — Ele fez aspas aéreas. — Por canais
necessariamente. Bill Fraser continua tentando me fazer dizer a ele quem nos
fornece.
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cuidadosamente em volta dos montes de grama alta e, como sempre, Finn
seguiu.
— Talvez.
— Ele não está me assediando. Observe onde você anda, ou você terá
suas roupas bonitas todas sujas.
— Eu acho que sei onde eu posso andar e onde eu... — Dare pisou no
lugar errado e deslizou. Ele se conteve antes de descer, mas não antes de seus
brilhantes sapatos de Oxford e a parte de baixo das pernas da calça estarem
cobertos de lama. — Merda.
Finn não riu dele, mas Dare poderia dizer que ele queria.
Costumamos vir aqui o tempo todo. Dare contara com uma reunião
desconfortável, e Mill Park parecia um bom lugar para recomeçar. A amizade
deles havia enferrujado, como partes do motor de um carro que não era
iniciado há anos. Eles tiveram que girar a chave algumas vezes para fazê-la
resistir e tossir para a vida. Eles tiveram que se desgastar com a corrosão que
se instalara entre eles para que pudessem seguir em frente.
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— O olhar divertido de Finn subiu para encontrar Dare. — Por que você voltou
aqui, Dare?
— Entendo.
— Eu não deveria ter esperado para ver você, Finn. Eu deveria ter vindo
assim que...
— Está bem.
— Somos amigos, no entanto. Certo? Ele olhou para Finn, tentando ler
aqueles olhos ilegíveis. — Ainda amigos?
— Nesse caso, vamos dar o fora deste pântano. Nós realmente gastamos
nosso tempo aqui embaixo?
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em algum lugar onde pudesse entrar para a Marinha.
— Todos nós pensamos que esta era a cidade mais idiota do mundo.
— É por isso que estou surpreso em descobrir que você ainda está aqui.
Por que você nunca saiu?
— Sim?
— Claro. — Deus, eu sou um idiota. É claro que Finn não podia sair
enquanto Lyddie estava doente. — O que você faz hoje em dia?
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— Eu... — Finn fez uma pausa. — Tem sido um dia difícil.
— Nós não éramos amigos, mas sinto muito que ela tenha partido
assim.
— Mesmo?
— Eu passei por todo lixo do salão. Metade daquela merda era tão tóxica
que eu poderia ter usado uma máscara de gás. Nós nunca encontramos um
copo com batom que combinasse com sua descrição dela.
— Isso é um problema?
— Não por si só, não. Ela pode ter apagado mudado de cor, obtido o tipo
que não se transfere.
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reflexo ondulou na superfície da água escura, mas ele não podia ver o leito do
rio abaixo.
— Você deveria tentar grandes coisas para variar. — Disse Finn em voz
baixa. — Você deveria tentar coisas brutais.
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Capítulo 4
Dare estava sentado em sua caminhonete em um dos poucos semáforos
da cidade, esperandoum bando de crianças atravessarem a rua, quando viu
Finn correr. Era de manhã cedo e o céu ainda estava escuro. Uma chuva fraca
salpicava a rua intermitentemente. O cabelo molhado de Finn se agarrava a
sua cabeça enquanto seus pés lançavam gotas de água a cada batida no
pavimento cinzento e liso.
Isso era permanente, então? Dare desejou saber. Uma vez dentro da
padaria, uma explosão de nostalgia quase o derrubou. Peg tinha mudado
pouco nos anos desde que ele tinha ido embora. O piso branco ainda cobria o
chão e as paredes ainda apresentavam uma pintura amarelo—clara e um
papel de parede azul e branco listrado. As bebidas de café eram mais chiques
nos dias de hoje, mas nas vitrines ainda continham bandejas de cupcakes,
bolos e pães brilhantemente coloridos. Pequenas tortas de frutas brilhavam
como pedras multicoloridas.
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vagamente familiar.
— Ei, Dare.
— Eu vi você correndo.
Finn assentiu.
— Você a quebrou?
— Sim.
— Isso te incomoda?
Finn corou.
— Isso te incomoda?
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— Eu notei isso no outro dia, mas eu pensei que talvez fosse o chão
irregular.
Dare olhou para baixo, tentando se ver como Finn poderia vê-lo. Jeans e
uma jaqueta Huskies sobre uma camiseta de banda de rock. Botas de
trabalho. Suas roupas típicas de folga. Ele esfregou a mão sobre o rosto de
Billie Joe Armstrong e ficou parado ali, tentando pensar em algo para dizer. —
Estou pintando hoje.
Finn assentiu.
— Ei. — Dare não conseguiu puxar Finn fora do caminho de seu ombro
carnudo no tempo. — Assista.
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marido depois de expediente. Há rumores de que mamãe nunca pagou por
reparos naquelasucata que costumava dirigir.
— Eu acho que as pessoas não pensam muito de mim por aqui também.
— Eu acho que você vai encontrar que a maioria das pessoas vai ficar
feliz em ver você.
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— Acho que não. Estou bem ocupado ultimamente e Lyddie...
— Eu acho...
— Dare...
— Tudo bem. — Finn franziu os lábios tristemente, mas Dare sabia que
tinha ganhado. — Se a amiga de Lyddie, Kate, estiver livre para vir e fazer
companhia a ela pode sair um pouco.
— Boa.
— Tudo bem, então, podemos comer e depois, vamos pegar uma cerveja
no celeiro.
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— Eu sou um policial.
— Mas...
— Eu vou ver você sexta-feira. — Dare abriu a porta para Finn e assistiu-
o decolar em direção a Church Street em uma caminhada rápida.
Merda.
Ele abandonou Finn, mas ele se lembrou do jeito que Finn costumava
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olhar para ele. Não houve nenhuma lesão que ele não pudesse fazer melhor,
nenhum valentão quenão pudesseafastar nenhum monstro que não pudesse
vencer.
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Capítulo 5
Na sexta-feira, depois que os cabeleireiros foram para casa, Finn jogou o
último lixo da noite na lixeira e se preparou para fechar. Dado o início precoce
normal de sábado, sempre pagava para limpar as coisas e garantir que
houvesse suprimentos e toalhas suficientes para o dia mais movimentado da
semana.
— É alugado para o marido. Eu acho que seus filhos vão pegá-lo quando
eles descerem. Isso é o que eu ouvi, de qualquer maneira. Eles deveriam estar
aqui amanhã porque não podiam fugir durante a semana. Sinto muito pela
sua perda.
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— Eu esperei até que você estivesse fechando porque eu queria falar
com você sozinha. — Ela empurrou as duas mãos através de seu cabelo branco
curto, em seguida, enxugaram-nas em seu jeans. Enquanto olhava a
homenagem à filha, ela parecia ligeiramente aturdida. — Isso é legal. Você
acha que eu poderia fazer algumas perguntas?
— Não, está tudo bem. — Ele não precisou acender as luzes porque o sol
do meio do verão iluminava a recepção e as cadeiras da área de espera. Acabei
de terminar a limpeza da noite. Posso te dar uma coisa? Eu poderia fazer café.
Ela assentiu.
— Eles agem como se fosse uma dádiva de Deus. Eles estão tão
aliviados.
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— Você nunca espera sobreviver a seus filhos. — Ela agarrou sua bolsa
com mais força, arrancando o couro entre as mãos.
— Candy não era uma pessoa ruim. Ela era boba. Ela era bonita e
gostava de coisas boas.
Finn tentou um aceno simpático. Sempre foi difícil para ele quando as
pessoas compartilhavam informações pessoais profundas. Alguém uma vez o
chamou de confessionário ambulante. Pessoas gostam de desabafar com ele.
Talvez por causa de seu tamanho ou sua coloração estranha. Talvez porque ele
não tivesse ninguém para contar, então parecia seguro.
Eles nunca pararam para pensar como eras estranham para ele.
Eles nunca se perguntaram o que ele fazia com toda essa informação,
com toda a tragédia e os segredos lúgubres que se acumularam dentro dele.
— ...Então ele riu de mim e disse que não se casara com Candy porque
queria uma família.
— Jack. Quando eu lhe disse, pensei que ele e Candy faziam um bom
casal, e que deveriam tentar começar uma família juntos. Eu sei que ele
pensou que eu estava me intrometendo. Eu acho que só queria uma mulher
que todos os amigos dele invejariam.
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— Entendo. Isso foi provavelmente...
— Então ela fez o seu trabalho, veja? — Por qualquer motivo, a Sra.
Boyer realmente queria que conhecesse a história de vida de Candy. Deus, ele
queria que ela saísse. Mas assim que pensou nisso se arrependeu do impulso
egoísta. A filha da mulher morreu, pelo amor de Deus, e tudo o que ela
precisava era de um pequeno fechamento.
Por outro lado, ele realmente teve algo para fazer pela primeira vez para
sempre.
— Com licença?
Finn não gostava de falar mal dos mortos, mas Candy não tinha sido
exatamente o troféu que ela já foi. Na verdade, sua aparência havia
desaparecido anos atrás em face do consumo excessivo de álcool. No
momento em que ela morreu se tornou um desenho de si mesma.
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— Eu ouvi que Dare Buckley acha que Candy foi assassinada.
Dare enfiou as mãos nos bolsos e balançou para trás e para frente em
seus calcanhares.
— Oi.
Seu sorriso torto era tão familiar quanto o pórtico desgastado de Lyddie.
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— Oi. — Finn olhou para o corredor em direção à sala de estar, onde
Lyddie estava sentada com sua boa amiga Kate. Ele não tinha dúvida de que
elas acenderiam um baseado e chorariam um ou dois filmes da Lifetime. Kate
cuidaria de Lyddie e se certificaria de que ela comesse antes de ir para a
cama.
Lyddie cantou:
— Não faça nada que eu não faria, — antes de Finn fechar a porta com
um estalo decisivo.
— É uma noite linda. — Dare ficou com a cabeça inclinada para trás,
olhando para cima.
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— É sim. — Finn esticou os braços para o alto e trabalhou as torções do
pescoço. — Eu me sinto leve como o ar. Isso soa horrível, não é?
— Não.
— Ela gosta quando eu saio. Eu simplesmente não sei. Muito. É uma boa
noite. Você quer andar?
— Certo.
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noite.
— Emocional.
— Eu sinto muito.
— Quanto mais cedo você puder deixá-la saber que não haverá uma
investigação completa, melhor.
— Tudo bem. — Dare inclinou-se para ler uma nota anexada a um urso
de pelúcia branco. — Eu vou.
57
— Claro que não é. Ninguém jamais pensaria isso. Dare colocou as mãos
nos bolsos da jaqueta e continuou.
Finn seguiu.
— Eu sinto muito.
— Eu não sei por que eu sequer considerei vir aqui. Quero dizer, eu faço.
Eles me contrataram. Mas eu poderia ter parecido mais difícil. De volta para o
leste ou...
— Ok, certo.
— Eu quero dizer isso, Dare. As pessoas lamentavam que sua mãe não
58
ficasse depois que seu pai morreu. Todos queriam ajudar.
— Claro que eles fizeram. Eles ainda estavam curiosos. Dare chutou um
depósito de sementes caído na sarjeta. — Eles queriam a resposta para a
pergunta ardente, Por quê?
59
Capítulo 6
Dare imediatamente se arrependeu de mencionar o suicídio do pai.
— Aconteceu. Sempre vai estar lá entre nós como... Eu não sei o que Um
monstro debaixo da cama.
— Sempre que eu conheço alguém que nos conhecia naquela época, não
posso deixar de pensar...
— Eu não queria voltar aqui. Toda vez que eu dirijo pela minha antiga
casa, penso em meus pais. Eu me lembro da minha mãe entrando pela porta
com as compras. Eu vejo meu pai na cozinha, tomando uma cerveja. Eu vejo
aquele último dia... — Tarde demais, Dare imaginou o rosto de Finn quando
os dois encontraram o corpo de seu pai esparramado em sua grande poltrona
de couro com metade da cabeça arrancada.
— Já que estou de volta aqui, acho que vou poder investigar. Pode até
ser possível descobrir o que aconteceu.
— Para o meu pai. — Dare pensou que seria óbvio. — Tem que haver
uma razão pela qual ele fez o que fez. Está enterrado em algum lugar em seus
60
papéis antigos. Nos registros da cidade ou...
Finn assentiu
— Entendo.
— Eu tinha nove anos, Dare. Foi uma época horrível. Eu não gosto de
pensar sobre isso, já que não há nada que eu possa fazer para mudar o que
aconteceu.
61
então teve que dizer a Finn que ele estava se movendo. Ele tinha escolhido
dizer da maneira mais brusca e objetiva que poderia encontrar como arrancar
o banda id de uma ferida.
Finn tinha olhado de volta tão vazio como ele tinha estado no dia em
que se conheceram, e Dare sentiu como se tivesse enterrado Finn naquele dia
também. Ele deixara Finn afogar-se no desprezo que o bom pessoal de
Palladian sempre acumulara sobre ele, de modo que não tinha agora o direito
de reclamar da recepção tépida que estava recebendo. E se ele tivesse que
trabalhar para voltar às boas graças de Finn, ele tinha apenas a si mesmo para
culpar.
Finn ficou em silêncio por tanto tempo, Dare pensou que não tinha
ouvido. Ele olhou e viu linhas de dor e tensão ao redor da boca de Finn.
Finalmente, Finn disse novamente:
Um gato disparou pela calçada irregular. Dare deu um salto para evitá-
lo. Deus, ele estava pulando nas sombras.
— Está tudo bem. — Finn apertou as mãos atrás das costas. — É natural
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que você pense sobre...
— Não, não está tudo bem. Aqui você estava falando sobre se sentir mais
leve. Você não precisa do meu lixo pesando em você.
Dare atravessou a rua para avaliar um restaurante chinês que vira, mas
ainda não tentara. Ficou tudo bem. Ele tinha fotos coloridas de comida na
janela ao lado de um rosto sorridente de Buda em um Sim, estamos abertos
assinar.
Finn assentiu.
— Eu gosto disso.
63
divertir?
— Se você depende de mim por diversão, esta será a noite mais curta da
história.
— Eu sinto muito. Eu sei que você não é... Dare pegou um cardápio de
sua anfitriã. — É difícil não pensar em você quando criança.
Dare assentiu.
— Isso vai levar algum tempo para nos acostumarmos a nós dois. Talvez
algumas antigas amizades sejam melhores no passado.
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— Detetive Buckley. Muito profissional.
Dare esfregou a mão nas calças e Finn o viu fazer isso. A careta de Finn
fez Dare perguntar:
— O quê?
— O que, o que?
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Cristo. Eles estavam em um encontro...
Ele gostava de sexo. Todo tipo de sexo Mas ele procurava homens
quando precisava de sexo e apenas sexo. Bom sexo. Sexo violento.
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fluidos corporais. Ele queria coisas precipitadas e imprevisíveis. Perigosa e
excitante. O que quer que Finn fosse ele não era isso. Finn era mais jovem. Ele
precisava de alguém para cuidar dele. Não é um cara que.
Finn não estava ajudando em nada. Não havia dito que precisava da
proteção de Dare e em seu lugar...? Dare não sabia o que. Alguém esperto.
Alguém auto-possuído e totalmente alienígena. Alguém alarmante e
indiscutivelmente atraente.
Ou em tudo.
— Se o meu ser gay torna estranho para você jantar comigo, você pode
67
se retirar do campo graciosamente, e eu vou...
— Meu ser gay não muda as coisas para você? — Finn perguntou.
68
novamente.
— Olhe para você, todas as rochas de vodka... Por que você não está
mais no jardim de infância, então eu sei como lidar com você?
— Todos nós temos que crescer em algum momento. — Finn pegou seu
cardápio. — Você gosta picante ou seguro?
Eu odeio o jeito que meu coração bate em minhas costelas quando você
olha para mim.
Eu odeio o modo como meu pulso vibra em meus ouvidos quando seus
lábios se curvam naquele meio sorriso.
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— Eu odeio aquelas pequenas aves de caça que se parece com pombos
sem cabeça.
70
Capítulo 7
Finn observou Dare atrapalhar-se no mar desajeitado da confusão
sexual por dez minutos inteiros. Para o crédito de Dare, ele parecia estar de pé
antes que o álcool tomasse um efeito perceptível.
Dare era uma pessoa justa. Pelo menos ele era criança. Ele se debruçou
com mais frequência em proteger o oprimido: procurando crianças menores
na escola e deixando claro que o bullying e o trote seriam tolerados com zero
se ele tivesse algo a dizer sobre isso. Na quinta série, ele era grande e atlético.
Abençoado com equilíbrio e coordenação e um presente para pensar na
mosca que fez dele uma estrela no futebol e, mais tarde, na policia.
Quando Dare passava pelo parquinho de baixo grau onde Finn tocava,
ele sempre parava por cinco ou ouvia rapidamente uma das histórias infantis
de Finn. De sua parte, Finn examinava seu pequeno horizonte
constantemente passando pelo parquinho de asfalto até o amplo campo de
grama onde apenas as crianças grandes eram permitidas de cerca a cerca
procurando por Dare, esperando a oportunidade de pôr os olhos em seu
herói. Mais uma vez.
Este Dare aquele homem que havia voltado para casa depois de um
fracasso pessoal do tipo que suas palavras só sugeriam não era o garoto que
Finn conhecera. O fracasso o marcou profundamente. Ele ainda podia
mostrar seu sorriso vencedor e avançar algumas piadas, mas depois, ele olhou
para o licor azul de sua bebida como se tivesse encontrado sua salvação lá.
71
Mais de uma pessoa na vida de Finn encontrou conforto em uma névoa
alcoólica, começando com sua mãe. Agora ele observava Dare com algum
desapego duramente conquistado.
Se Dare era gay, então ele provavelmente estava tão fundo no armário
que não conseguia encontrar uma saída. Ele parecia confuso, o que poderia
ser de vergonha ou culpa, ou simplesmente desconforto com homens gays.
Ser um policial era duro com qualquer cara, mas em um homem gay,
era um inferno total. O que quer que digam sobre igualdade e diversidade nas
grandes cidades, Palladian não ia diversificar tão cedo.
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— Claro que não. — Finn sacudiu a cabeça. — Uma das mulheres que
aluga uma estação está fazendo arranjos para compra-lo.
— Entendo.
Com isso, Finn corou e desviou o olhar. Dare deixou a conversa morrer.
Por fim, a garçonete trouxe uma bandeja de arroz e uma pequena pá de
plástico branca para servir. Outra mulher trouxe os pratos que Finn havia
pedido um porco, um frango e um legume misto.
— Isso é muita comida. — Dare olhou para ele como se não soubesse por
onde começar. Finn pegou o prato de Dare e começou a empilhar coisas
diferentes nele.
— Tudo o que você não comer você pode levar para casa para o almoço
73
amanhã.
— Esses pratos podem ser muito picantes para ela. Às vezes, se chego
atrasado para fazer o jantar, venho aqui e peço o frango com caju. Ela
costuma comer isso.
Dare congelou.
— O que?
— Eu sinto que tenho que me preocupar com tudo que faço e digo de
uma maneira que duvido que você entenda.
— Eu gostaria de pensar que eu poderia entender. Por que isso tem que
ser tão complicado? Nós somos amigos há muito tempo. Se você não pode ser
74
real comigo, então quem?
— Ok, então primeiro pare de dizer que sou uma boa criança. Amizade
implica igualdade, não benevolência e adoração a heróis. O equilíbrio de
poder entre uma criança de cinco anos e uma de dez anos são muito
desequilibrados. Mas entre nós agora? Não precisa ser.
— O que?
— Eu não entendo.
— Eu acho que você ainda me vê como o garoto que pensava que o sol
brilhavaporque você existia. Dare Buckley, atleta e acadêmico. Defensor dos
inocentes O garoto que não podia fazer nada errado.
75
— Eu sinto que você está aqui por quem eu fui não por quem eu sou. Eu
sinto que tenho que ver tudo o que eu faço e digo perto de você porque
qualquer coisa pode te chocar. Você vai surtar porque sou gay ou...
— Eu não me importo com o que você vai fazer sexoou com quem você
chegar até ele. — Dare piscou. Isso não parece certo. — A menos que eles não
tratem você direito.
Finn sorriu e aqueceu Dare. Ele gostava do rosto de Finn. Era de ossos
finos e inteligentesainda menino, apesar da barba escura que envolvia seus
lábios carnudos. Uma mandíbula quadrada teimosa e os olhos mais estranhos
e notáveis de toda a criação. Ele sempre gostou do rosto de Finn.
Dare soltou um suspiro surpreso quando Finn falou seu nome em voz
baixa porque seu pau soou como um sino de cristal. Cristo, Finn fez isso de
propósito? Ele inalou pelo nariz para não reagir, respirando através do
pequeno jorro de alguma coisa que o afetou toda vez que ele olhou para
76
Finn. Ele estava bêbado?
Chegando lá.
Foi empatia que o fez se sentir assim? Ele certamente sentia pena de
Finn quando eles eram jovens. Essa empatia poderia ter sido uma prévia da
atração vindoura? Porque o apelo de Finn era tão confuso quanto absoluto.
A bebida havia afrouxado a língua, mas este era Finn. Ele poderia falar
com Finn. Se fosse uma besteira total ou ele se envergonhasse, Finn não
ligaria para isso. Isso é o que amigos fizeram, certo? Eles deixam seus amigos
serem eles mesmos.
77
— Eu sei. — Finn suspirou.
Dare tomou outro gole de sua bebida. Seu corpo estava tão solto que ele
não conseguia manter o rosto inexpressivo. Isso provavelmente foi ruim. Sua
consciência ainda atormentava o que havia acontecido, e ele ficou
envergonhado por seu fracasso público.
— Não me entenda mal, nós vemos coisas assim o tempo todo. Mãe leva
o garoto em um passeio. Eles brincam por um tempo, e então ela se vira e ele
se vai. Nós somos chamados, e todos nós sabemos que só temos horas para
encontrar qualquer criança desaparecida, porque é tempo crítico. Cada
maldito segundo conta. Então todos entram, e todos nós começamos a
trabalhar como se fosse o único crime na cidade, certo?
78
bebida lentamente. — Eu não posso imaginar.
— Nós pensamos que talvez. Ou ele tinha alguma ajuda. Nós estávamos
olhando para sua família e amigos. Pessoas com quem ele teve tempo. Nós
não estamos deixando nada ao acaso, porque todos nós queremos pegar esse
garoto de volta em segurança. Está nos matando, sabe? Porque quando é
criança... nós trabalhamos e refazemos todas as pistas até que fiquemos todos
os zumbis.
— A pressão deve ser horrível. — Finn não se moveu. Ele não pareceu
respirar. Ele era um vazio profundo e plácido no qual Dare poderia esvaziar
sua dora história por trás de sua terrível violação da ética, seu total fracasso e
quanto mais Dare falava, mais fácil se tornava.
79
Cadáveres e tudo mais? Não...
80
— Nós sempre olhamos para os pais. Sempre. Nós revisamos tudo. De
novo e de novo e de novo. Colocamos as notícias de que precisávamos de
alguém que a tivesse visto naquele dia e não recebemos nada. Mas ela ainda
continua com sua história. Deixe-me dizer, eu vi os melhores mentirosos do
mundo, mas essa cadela estava em uma aula sozinha. De qualquer forma,
quanto mais eu pensava sobre isso, mais eu me perguntava se ela havia
orquestrado a nossa reunião.
Finn assentiu.
— Eu a vi no noticiário.
— Ela matou seu próprio filho, Finn. Ele não era o suficiente para ela
ou... — Dare soltou um suspiro. — Maternidade não se encaixava com ela ...
— Se bem me lembro, ninguém acreditava que ela poderia ter feito algo
assim.
— Deus. Ela era tão jovem. Ela parecia mais jovem do que realmente
era, mas ainda tinha apenas vinte e dois anos. E ela parecia tão desesperada.
Ela tinha esses enormes olhos castanhos que se encheram de lágrimas e se
derramaram na queda de um chapéu. Ela era uma mãe. Ela não estava
quente. Ela era medianaDare encontrou o olhar de Finn, mas ela olhou para
81
mim como...
— Como você poderia ser seu herói? — Finn levou o tiro. — Isso é uma
coisa com você, não é?
— Sim, sim. — Dare pegou seus hashi4s novamente. Ele tentou pegar
uma castanha e falhou.
4
Palito usado para comer comida asiática.
82
— Sim. — Dare olhou para a mão como se pertencesse a outra pessoa.
Ele ainda sentia uma emoção onde Finn tocou sua pele. — Talvez eu esteja.
83
Capítulo 8
Finn estava agradavelmente zumbido. Sua barriga estava cheia. Uma
leve névoa de chuva caiu sobre ele, agarrando-se a seus lábios e cílios. A
umidade pesava em seus cabelos. Ele se sentiu dourado por isso.
Darecaminhou ao lado dele, mãos enfiadas nos bolsos. Seu ombro roçou Finn
casualmente.
— Como é isso? — Dare não olhou para o lado. Finn adivinhou que eles
estavam de volta ao desconforto moderado agora que não havia comida ou
álcool para se concentrar.
— Oh sim.
— Finn!
84
— Eu disse que estava brincando. Você teve seu senso de humor
removido quando se tornou um policial? Finn se virou e caminhou para trás,
na frente de Dare, tentando avaliar seu humor. Ele tropeçou em uma raiz de
árvore e teria ido se alastrando se Dare não o tivesse pegado a tempo.
— Não, eu não fiz. — Dare soltou o pulso de Finn uma vez que ele tinha
o equilíbrio. — Por exemplo, achei hilário, agora mesmo.
— Sim, mas admito que meu gosto mudou. Eu sou mais um homem com
garras, hoje em dia.
Dare assentiu.
85
pessoas que compraram no pico do boom imobiliário. Muitas famílias por
aqui estão presas a hipotecas de cabeça para baixo.
— O que você vai fazer... depois de? Quando Lyddie passar, você vai
ficar em Palladian ou se mudar?
— Mas...
— Eu não vivo minha vida por ninguém além de mim. Deixe-os dizer o
que eles querem.
— Mesmo?
86
Ivy, tudo bem. Ele tinha sua coloração, seu charme. A selvageria que a levara
se escondia em algum lugar dentro dele também. Como ele nunca tinha visto
isso antes? Eles dobraram a esquina e o salão de cabeleireiro de Lyddie
apareceu. Finn soltou uma maldição e começou a correr.
— O que é isso?
— Memorial de Candy.
Finn parou o que ele estava fazendo. Era óbvio que alguém havia
invadido.
— Eu vou contigo.
— Alguém ainda pode estar lá. Chame a polícia e diga-lhes para enviar
um carro de patrulha. Eu vou dar uma olhada.
— Sem mim? O inferno que você vai. — Ele tentou passar por Dare.
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polícia e espere por eles. Você pode fazer isso?
— Por que você está sendo um idiota sobre isso? É o meu lugar. Eu
preciso ver o que...
— É meu trabalho ser um idiota. Não acho que haja alguém aí, mas, se
houver, não quero ter que me preocupar com sua segurança, entendeu?
— A loja foi vandalizada, não sei dizer se algo foi roubado. Quem fez isso
já passou há muito tempo.
— Ah, porcaria. — Lá vai a minha noite fora. Finn tentou espiar pela
esquina e pela porta de vidro, mas Dare bloqueou a maior parte da vista.
Quando ele começou a entrar, Dare parou de novo.
88
— Sim. Mais do que o normal. Mais do que o habitual nós falamos
quando você disse: 'Foda-se'.
— O que?
— Esta é uma boa pergunta. Você pode pensar em alguma coisa? Algo
de valor que alguém poderia acreditar que encontraria aqui?
89
que você dá a ela?
— Ok.
O que foi com policiais e pausas ridiculamente longas? Mais uma vez,
ele era a vítima de um crime, e essa porra de pausa vitimou-o novamente.
90
— Nenhum homem. Você faz o que quiser no seu tempo livre. — Evans
virou as costas, mas não antes de Finn pegar seu sorriso. — Ou quem quer que
seja.
Evans se virou.
Sim. Dare Buckley teria que trabalhar duas vezes mais do que qualquer
outro policial para conseguir metade do respeito. A amargura fez o estômago
de Finn se agitar. Ele captou o mais breve lampejo de dor no rosto de
Dare antes que sua expressão se fechasse, e ele se virou, ignorando-os.
Não era preciso muita imaginação para saber o que uma amizade com
Finn poderia custar a Dare quando as pessoas já esperavam que ele falhasse.
A expressão de Dare feriu o coração de Finn.
91
— Qual é o problema? O crime interrompeu o encontro dos seus sonhos
com Buckley?
Finn se virou e encontrou Bill Fraser atrás dele. Como Bill sabia que ele
tinha saído com Dare?
— Não faça uma bebida com um amigo fora de proporção, Fraser. Ele
não fez nada para comprometer seu papel como oficial da lei.
— O que é que isso quer dizer? — Fraser desapareceu dentro com Evans
antes que Finn pudesse dar-lhe um pedaço de sua mente.
92
— Não é desse jeito. É complicado.
— Está tudo bem. — Dadas as fraquezas de Dare, Finn não pôde deixar
de dar a Dare um sorriso sarcástico. Dare ainda estava tentando ser o protetor
do parquinho de Finn, mas ele estava fora da base, preocupado com Bill. —
Eu prometo a você que é apenas... Bill sendo Bill. Eu posso lidar com o Bill.
— Tudo bem.
93
Capítulo 9
Mais tarde naquela noite, Dare abriu a pesada e áspera porta de
madeira do celeiro e entrou. Antes que seus olhos se ajustassem à escuridão,
uma grande mão segurou seu ombro e alguém o puxou para um abraço
esmagador.
— Dare Buckley, já faz algum tempo que você entrou aqui. Como você
está?
— Dê-me uma marca de fabricante local, por favor. — Dare pegou sua
carteira e deu um soco no bar. — E me preencha com o que eu senti falta por
aqui.
94
— Você tem um grande problema de vandalismo?
— Não. Para não falar de. — Tony esfregou a mão sobre o grande bigode
cinza dos anos oitenta que ainda usava. — Nós pegamos alguns taggers5,
principalmente crianças do ensino médio. Todos os filhos da puta querem ser
gângsteres. Por quê?
A essa altura, Tony deveria saber que alguém havia destruído o salão de
Lyddie. Antigamente, Tom Rose mantinha um scanner da polícia na caixa
registradora. Dadas as mudanças na tecnologia, Dare duvidou que Tony
precisasse de um scanner. Agora ele provavelmente recebeu sua notícia
através de seu feed no Twitter.
— Eu ouvi sobre isso. Não. Eu não posso dizer que temos mais do que o
vandalismo normal por aqui. Claro, há a competição de churrasco no Big
John's Roadhouse neste fim de semana, e as pessoas veio de todo o noroeste.
5
Aqui faz referências a pichadores ou grafiteiros, mas também significar aqueles que no mercado etiqueta as mercadorias. Deixei assim para
referências futuras.
95
— Eu não posso competir com toda essa comida. Pele manhã eles
estarão julgando e à noite, as pessoas poderão comprar os ingressos e comer
um pouco dessa grande sugestão de caridade.As pessoas vão ter azia na igreja
no domingo. Depois disso, voltará ao normal em volta da minha casa.
— O que mais poderia ser? ML disse que foi problema de coração, certo?
Dare corou.
Aqui vem.
96
— Você pisou no seu pau em Seattle. — Os olhos castanhos de Tony
foram gentis o suficiente, mas não totalmente perdoados. — E eu tenho que te
dizer, foi preciso muita conversa para conseguir um emprego aqui.
— As pessoas daqui pensaram muito na sua família. Seu pai foi um dos
meus melhores amigos. Eu diria que é hora de se endireitar e voar bem. Se eu
não achasse que um garoto inteligente como você teria aprendido a lição
sozinho depois da merda que aconteceu em Seattle.
97
pode não ser o garoto que você lembra. Não faça nada que me faça arrepender
de colocar uma boa palavra para você.
Dare engoliu seu Bourbon enquanto Tony limpava o bar. Era mogno
sólido, mais velho do que velhoarranhado por milhares de clientes
descuidados e polido de volta a um brilho alto todos os dias. O que significa
isso, Finn não é o garoto que ele lembrava? Claro que ele não era.
— Eu não quero que você tenha problemas. Ser despedido para o norte
teve que doer.
— Que seja! Seja o que tenha acontecido lá, quero ver você ter sucesso
aqui. Eu não quero que você morra praiae desce como...
— Sim.
Tony parou.
— O que?
98
— Cristo. — Dare bateu a mão no bar. — Alguém por aqui sabe. Meu pai
não era esse cara. Tudo que eu sabia sobre ele me diz que há algo mais lá. Ele
não teria se matado.
— Mas...
— Eu sei. Ele fez isso. Não há outra resposta possível. Mas tem que
haver uma razão porquê. Eu simplesmente não posso...
Dare assentiu. Quando ele se levantou, deixou cair mais vinte na barra e
fez sinal para Tony manter o troco.
— Eu deixarei meu caminhão em seu lote. É uma boa noite para uma
caminhada.
— Sim, mas aqui você pode atravessar toda a cidade enquanto uma
única música toca no seu Ipod.
99
Dare bufou e deu um tchau antes de deixar a porta se fechar atrás dele.
Não. Você não podia andar por Seattle em uma única música. Mas em
Seattle, você poderia pegar seu jornal matinal vestindo apenas suas cuecas e
ninguém notaria ou se importaria. Não como Palladian, onde uma semana
depois haveria uma nova ordenação exigindo que as roupas de baixo tivessem
certo estilo e cor.
Ivy Fowler tinha ficado grávida aos quinze anos e, assim, sua mãe a
jogou nas ruas. Foi Lyddie, a irmã da mãe de Ivy, que tomou Ivy e cuidou dela
e depois de Finn quando ele chegou.
O pai de Dare gostara de Finn, mas sua mãe não queria nada com Ivy e
100
não entendera a amizade de seu filho com o garoto muito mais novo. Ivy
odiava as Buckley pelo que ela via como esnobismo, e suspeitava de Dare por
ficar em torno de Finn apesar dos desejos da mãe de Dare.
Talvez Ivy tivesse visto sua amizade com Finn como uma forma de
pena?
Ele foi atraído por Finn. Ele tinha tomado Finn sob sua asa e mantido
seu amigo mesmo quando ele se mudou para o ensino médio e Palladian
High, mas então seu pai se matou, e ele deixou Finn para trás quando eles se
mudaram.
Quando Finn estava fora de vista, Dare tinha finalmente saído do feitiço
peculiar de Finn.
Então, por que ele estava de volta a Palladian agora, do outro lado da
rua, enquanto Finn limpava a casa de Lyddie? Por que ele mais uma vez teve
que se convencer de que Finn estava bem? Todas as suas emoções estavam
indo em uma direção nova e perturbadora, impulsionada pela notícia de que
Finn era gay.
Dare podia ver o corpo ágil de Finn pela janela. Flexão. Elevação.
Lembrou-se de como a mão de dedos longos segurava a dele enquanto ele
lutava com seus pauzinhos, e ele se perguntou, seriam eles seriam tão ágeis e
101
espertos na pele de um amante? Enrolado em seu cabelo? No seu pau?
— O que você está fazendo tão tarde? — Finn olhou para a rua vazia.
— Claro. — Finn usou o braço para limpar o suor da testa. Deixou uma
faixa de sujeira logo acima de seus olhos. — É uma confiança sagrada, mas eu
simplesmente não me importo. Eu tenho que trabalhar na Costco em três
horas.
102
— Eu liguei e Kate passou a noite. Ela ficará bem.
Dare começou a dar a Finn outro bando de toalhas, mas no caminho, ele
ficou hipnotizado pelo tecido esticado da camiseta de Finn. Atingiu a barriga
lisa de Finn, e quando ele estendeu a mão novamente, a bainha deslizou por
sua pele lisa para revelar a fina linha de cabelos escuros que flechavam para
baixo até cair sob o tecido bem gasto de seu jeans. Lá, Dare vislumbrou o topo
de uma tatuagem.
Finn assobiou.
Talvez tocar em Finn não tenha sido um movimento tão legal. A maioria
dos caras hetero provavelmente manteria suas mãos para si mesmos. Suave,
Buckley. Dare sorriu com prazer inesperado quando reconheceu o padrão de
tinta.
— Dare?
— Hmm?
103
— Sim. Alguns. Eu parei no celeiro. Dare parou de olhar para a pele
fascinante de Finn e olhou para seus lindos e estranhos olhos malditos. — Eu
estava indo para casa e achei que poderíamos voltar juntos. Seu lugar está a
caminho.
Ele soube no segundo que viu Finn novamente que a pequena merda ia
ser uma virada de jogo.
— Com licença? — Dare tropeçou para trás, surpreso pela raiva por trás
104
das palavras de Finn. A raiva gravada em todas as linhas do rosto dele. — O
que?
105
— Eu posso estar bebendo, mas seja o que for não estou desesperado
para pegar meu pau. E se um cara é realmente hetero, levaria muito mais do
que um pacote de seis para fazer qualquer coisa acontecer.
— Essa foi uma vez. E ela estava toda sobre mim. Eu não sou apenas um
cara que não pode controlar meu pau em torno de um rosto bonito, Finn.
— Finn
— Tudo que você vê quando olha para mim é que estou disponível. Bem,
eu não sou muito parecido com a minha mãe, então vá fazer sua putaria em
outro lugar.
106
estivesse imaginando o rubor manchando as bochechas de Finn. Talvez
houvesse outro motivo para aquelas mãos trêmulas.
Prostituição.
Prostituição.
Mas se Dare não fosse se prostituir, ele às vezes ia atrás de quem ele
queria foder sem consciência, e Finn não era... Ele não era uma foda. Ele não
estava somente uma merda, de qualquer maneira.
Dare não sabia o que Finn era. Ele só sabia que um único sorriso de
Finn tinha o poder de fazer coisas ruins desaparecerem. Ele sabia que quando
estava com Finn, o peso da pedra fria que ele estava carregando por onde seu
coração deveria ter sido aquecido.
Tudo parecia possível, mesmo porque Finn Fowler fez Dare acreditar.
107
Qualquer coisa — como quase estar satisfeito por estar de volta ao
Palladian novamente.
108
Capítulo 10
Ao meio-dia do dia seguinte, Dare tinha uma nova perspectiva sobre
Palladian, embora tiver passado a sua folga lendo jornais antigos em
microfilme tivesse doído sua cabeça. O prédio da biblioteca histórica, com sua
pitoresca arquitetura de pedra e aroma levemente mofado, continha milhares
de memórias felizes da infância de Dare.
Várias pessoas perguntaram sobre sua mãe quando ele foi para os
arquivos do porão. Ele assegurou-lhes que ela estava bem. Ela se casou
novamente e estava morando em Olympia com seu novo marido. Ele estava
dividido entre a gratidão de que se lembrava de e o desejo de estar em algum
lugar que ninguém conhecia ele ou sua família.
Em algum lugar ninguém olhou para ele com pena ou perguntas por
trás de seus sorrisos. Ele teve a perspicácia de acrescentar um pouco de
uísque ao café em sua caneca de viagem, e isso o sustentou enquanto fazia os
movimentos com seus vizinhos há muito tempo.
109
de Palladian. O veredicto do ML foi suicídio. Quase não houve sequer um
pontinho de sua morte no jornal, apenas a história original, o obituário e as
fotos de Dare e sua mãe no funeral.
Seria fácil passar isso como discrição, mas ele lera o arquivo do médico-
legista e o relatório da polícia também. Todos pareciam acreditar que Kent
Buckley acordou em uma bela manhã de sábado na primavera, tomou café da
manhã com sua família, treinou o jogo de futebol de seu filho e depois foi para
casa e explodiu a cabeça.
110
Finn. Tinha que ser o Finn.
Dare não tinha visto essa história no noticiário nacional e Finn não
tinha mencionado isso, mas o que Dare poderia esperar? Ele empilhou as
cópias que ele fez dos artigos e pegou sua jaqueta para ir para a estação com o
coração na garganta. Ele poderia encontrar os arquivos e satisfazer sua
curiosidade restante no trabalho. Ele não sabia se poderia ler, mas era melhor
saber do que imaginar.
Assim que chegou à estação, foi até a sala de arquivos e localizou a caixa
com o arquivo do caso e as provas. Ele levou para sua escrivaninha para ler,
virando cada página com a determinação de um homem tomando remédio
amargo.
111
mesa.
— Tudo bem, tudo bem. —Trent relaxou contra a porta. — Você não
mudou um pouco desde que nós estávamos na escola primária, você sabe
disso?
— Nós temos algumas crianças nesta cidade que seria melhor gastar seu
tempo estudando. Provavelmente não é uma conspiração criminosa.
— Faça o que tiver que fazer para se satisfazer é a sua vez. Mas entre
nós... Ele olhou ao redor. Você estava bêbado ontem à noite quando estava
112
jogando seu peso na Lyddie's, e agora posso sentir o cheiro da bebida no seu
suor. Se você tiver um problema, encontre um programa. Eu estou dizendo
isso como um colega oficial e um talvez amigo. Eu tenho meu chip de três
anos. Eu quero que você olhe nesse espelho e pergunte a si mesmo se você
tem um problema.
— Foda-se.
Ele ignorou cartas e telefonemas do que ele podia ver agora era um
garoto cada vez mais isolado, intimidado e desesperado quando aquele garoto
mais precisava dele. Um garoto cujo único crime era ter olhos estranhos
quase foi morto nesta cidade, e algumas pessoas ainda agiam como se isso
fosse culpa de Finn.
Cristo.
113
Capítulo 11
Finn ouviu alguém parar do lado de fora, assim que ele estava fechando
a porta do quarto de Lyddie. Ele desceu as escadas e olhou pela janela para
ver Dare do lado de fora segurando uma sacola de papel pardo. Uma chuva
suave começara a descer e as ruas úmidas brilhavam, refletindo a luz em
círculos brilhantes e iridescentes.
Finn recuou.
— Ah ok.
— Foi para caridade. Eu pensei que talvez... — Dare fez uma careta. —
Lyddie não come muito mais, não é?
— Não muito. Isso pode tentá-la amanhã. Ela está dormindo agora.
114
Dare suspirou e estendeu a comida.
— Você já comeu?
— Não.
— Mas você nos trouxe o jantar? Isso é muito legal. Vamos para a
cozinha. Eu vou fazer um prato para você.
— Eu… Talvez eu tenha me apoiado muito em álcool. Vir aqui não foi
fácil.
115
— Às vezes parece que é para mim. — Dare soltou um suspiro e colocou
as mãos na mesa do café da manhã. — Eu li sobre o que aconteceu com você
no ensino médio, Finn.
Finn ficou tenso. Falando sobre esse tempo, sobre a surra que ele
levoutrouxe muita emoção com a qual ele não estava preparado para lidar.
— Eu sei.
— Eu não sou uma vítima. Não importa o que alguém diga ou faça,
ninguém pode me tornar uma vítima nunca mais. Finn tirou uma caixa de
isopor e levantou a tampa.
Dare assentiu.
116
— Vou fazer um prato agora mesmo. E quanto a você? Do que você
gosta?
O ladrilho não era tão limpo, e o papel de parede quase branco, com um
padrão de ervas e seus nomes franceses desapareceram onde o sol o
alcançava. Dare parecia exatamente sentado ali. Como ele estava em casa. Em
alguma parte do cérebro de Finn, os alarmes dispararam.
— Sim, obrigado.
117
Finalmente, Dare disse:
— Eu fui. E...
— Está esquecido.
— É isso?
— Tudo bem.
6
Com um abdômen trincado seis pacotes
118
— Você quer levar isso para a sala e assistir TV?
— Eu não sei. — Mas qualquer coisa é melhor do que assistir seu pomo
de adão balançar enquanto a limonada desce pela grossa coluna maldita de
sua garganta.Observar seu peito subir e descer a cada respiração e tentar
obter uma rápida e furtiva olhada no seu pacote para ver se eu o afeto do
jeito que você me afeta. — Talvez um jogo de algum tipo? Temos cabo,
divirta-se.
— Eu já te disse que não vou te dar muita dificuldade com isso. Um cano
de água pode ser mais fácil para ela, no entanto.
119
Finn ainda tinha pequenas reservas sobre discutir o hábito de Lyddie
com Dare, que poderia causar problemas para eles se escolhesse.
— Tudo bem.
— O que você pode ter observado sobre mim que faria você pensar isso?
Dare riu.
120
Finn trocou de canal. Duas mulheres sentaram-se tomando café e olhando
pela janela de uma modesta casa suburbana. — E se eu gostar de assistir
filmes da vida ou telenovelas?
— Acordado.
121
Dare estava tirando sarro dele?
— Aw, Finn. É bom saber como se defender. — Dare passou a mão pelo
cabelo curto. — Mas você só vai se machucar se alguém tiver uma vara maior.
— Ao controle?
— Eu sinto Muito. Eu não percebi. — A voz de Dare era pouco mais que
um sussurro. — Eu deveria ter. Eu sei...
— Eu faço o que tenho que fazer para ficar em cima das coisas. — Finn
respirou fundo, calmante. — E funciona para mim.
122
— Sim, existe, Finn. Eu lido com as consequências do crime todos os
dias. Eu tento ajudar as pessoas na sua situação, e talvez eu simplesmente não
tenha visto porque foi você. Talvez eu não quisesse ver o quanto isso afetava
tudo porque eu não estava lá...
— Não, não é. Eu não estava lá para você, e isso me faz sentir como se eu
te decepcionasse. Talvez eu pudesse ter feito alguma coisa.
— Eu sei.
— Não.
— Você não é responsável por mim, e mesmo se você fosse, não há nada
que você poderia ter feito.
— Eu poderia ter tido tempo para responder suas cartas. Liguei para
você, às vezes. Eu poderia ter sido um amigo sólido em vez de...
123
— Você estava no ensino médio, Dare. Se há um momento melhor para
ser egocêntrico e aproveitar o passeio, não sei quando poderia ser.
— Seu passado em Palladian não era nada para se agarrar. Finn deixou
cair uma das muitas almofadas de sua tia na mesa de café e se inclinou na
direção de Dare. — Você notou que eu disse egocêntrico e você disse egoísta?
Eles não são a mesma coisa, e qualquer garoto do ensino médio que merece
merda vai ser egocêntrico. Isso não significa que você decepcione alguem.
Você Nunca me decepcionou. Você se afastou do epicentro de más
lembranças depois que seu pai se matou. Quem não iria?
Finn chutou de volta para ele. Nenhum deles parecia sério demais para
fazer contato.
124
— Hã?
— Parece-me que os monstros são os que pensam que são melhores que
ele.
— Ei agora.
— Sim, Dare. Eu tive que ir à escola para aprender que se você não trata
um ser humano com respeito e gentileza, coisas ruins acontecem. Meu ponto
é; eu não sou mais aquele garoto. O passado é onde ele pertence.
125
— Você já se perguntou se as coisas seriam diferentes se eu ficasse por
perto?
— Não. Finn sabia que tudo teria sido o mesmo, exceto que
Dare poderia se afastar e arrancar sua amizade de sua casa em Palladian. Isso
não significa que Finn não pensou sobre o resultado, ou como poderia ter sido
diferente.
Dare nunca sai da cidade. Dare pare de olhar para mim como se eu
fosse aquele garoto no jardim de infância. Dare me quer.
Dare me ama.
— O que?
126
Dare estava pegando o quadro para olhar mais de perto quando Finn
voltou com sua bebida.
— Já fez tempo.
Finn assentiu.
— Sim.
— Os punks que foram atrás de você no ensino médio ainda vivem por
aqui.
— Por que você está me contando coisas que eu já conheço? Largue isso
já.
— Tudo bem. Não deixe seu pênis em uma reviravolta. Dare voltou para
o sofá e sentou-se. — O que você faz para se divertir ultimamente, Finn?
127
o que você quer?
— Parece que você está me interrogando. Sim, faço coisas por diversão.
Mas não... Eu não sei o que você quer que eu diga.
— Não. — Finn riu disso. — De jeito nenhum. Eu não sou um cara tipo
namorado.
— Mesmo?
128
— Não. Essa sou eu, esta época do ano. Eu comecei a trabalhar com
ferramentas e esculpir couro em Boys Scouts, agora também esculpi com ele.
Aqui... Finn foi até a cozinha e voltou com um fichário de couro bege mais ou
menos do tamanho de um planejador diário que tinha um padrão de nós
celtas gravados em uma borda.
— Mesmo?
Dare se lembrou de uma mulher com uma mesa cheia de livros, joias e
outras coisas.
Dare virou o livro nas mãos. O couro era bom. Um cordão enrolado em
um botão de metal prateado formava o fechamento.
129
— Os cintos são meu item mais popular, especialmente com a multidão
de fivelas ocidentais. Às vezes eu uso conchas de prata elaboradas e adiciono
strass. As garotas da loja as amam.
Dare assentiu.
130
— Você olha para mim como se estivesse se perguntando se eu quero
você — Dare queria se afogar nos olhos estranhos de Finn. Ele queria vê-los
escurecer com paixão. Ele baixou o olhar para a boca de Finn e seu coração
bateu em sua garganta. Os lábios de Finn pareciam tão macios. Dare fechou
os olhos e se inclinou para um beijo. Foi o toque mais breve e mais simples
dos lábios, mas provocou uma onda de desejo erótico em todo o corpo. —
Agora você sabe.
Finn saiu do alcance, mas ele levou a mão à boca. Ele balançou a cabeça,
surpresa em todas as linhas do rosto.
— Eu não preciso mais de um herói, mas acho que você precisa ser um.
131
Capítulo 12
Dare terminou sua noite no celeiro pela segunda noite consecutiva.
esta vez, estava lotado de pessoas que cheiravam a fumaça e umidade, de
modo que a festa deve ter voltado para o de Tony quando a churrascaria foi
encerrada.
— Sim. Agora que todo o porco foi escolhido. Vários gritos altos
irromperam no alvo, enquanto alguns dos melhores de Palladian celebravam
um grande tiro. — É o negócios como de costume aqui.
— Sal da terra. Kent Buckley. Tony ergueu o copo e Dare fez o mesmo,
dando um tapa no Tony antes de jogar o bourbon de volta e fazer sinal para
Tony derramar outro.
132
vencer. Por quê?
— Vamos ver. Rob Evans às vezes, esse é o velho de Trent Evans, e Ed,
você sabe... da barbearia. Ed já se foi há algum tempo. Câncer.
Enquanto Dare considerava seu copo, alguém que cheirava muito bem
surgiu atrás dele. Ela colocou uma mão gentil em seu braço para fazê-lo
mover-se sobre a fração de uma polegada que ela precisava apertar.
Dare se virou para ver uma mulher bonita em seus quarenta e poucos
anos cujo sorriso era tão brilhante quanto sua camiseta apertada e brilhante.
Tony os apresentou.
— Olá bebê. Este é Dare Buckley, o cara novo que eu te falei sobre quem
morava aqui. Dare, esta é minha linda amiga, Stella.
Ela segurou Dare um pouco demais para uma garota que era de Tony.
133
linda amiga.
— Mais um, Tony. Tem sido uma longa noite e tenho que trabalhar
amanhã.
Stella não parecia querer seguir em frente depois que Tony abriu a
cerveja e deu para ela. Ela não se incomodou com um copo, mas tomou um
gole longneck e olhou para Dare debaixo de seus cílios.
— É uma pena para ele. Ele é muito jovem para ter problemas de
memória assim, e então alguém vai e mata o pobre Candy. Aquela garota
nunca conseguiu dar um tempo.
— Existe uma razão pela qual você acha que alguém a matou?
— Por que outra razão você teria perguntado em torno dos copos que as
pessoas estavam bebendo?
Ah, Cristo
134
— Não é que eu...
— Não tenho certeza até que o médico legista faça seu relatório final,
mas não. Acho que não.
— Claro que não. — Disse Tony. — Ninguém teria querido Candy morta.
Pelo que? Ela era apenas uma mulher legal. Um pouco selvagem.
Stella hesitou.
— Um pouco. Você sabe. Já que ela está sozinha, ela está festejando.
— Não. Jack não sabe muito de nada. Ele nem sabe que ela está morta a
metade do tempo e a outra metade, ele está muito ocupado tentando escapar
para se importar. — Stella tomou outro gole mais longo de sua cerveja. — Jack
se afastou do arranha-céu várias vezes nos últimos dois meses e a família dele
não se incomodou nem em vir procurar por ele.
— Espere. — Ela franziu a testa. — Você não acha que Jack teve algo a
ver com a morte dela?
135
— Não. Mas, como Tony diz, essas perguntas chegam a mim e acho que
preciso de respostas.
— Eu não sei se ele foi embora ou não. Era sábado e eu não estava
trabalhando. Eu poderia perguntar embora. — Ela foi empurrada para dentro
de Dare quando um casal de jovens passou por ela para pedir bebidas.
— Ei. Veja isso. Dare olhou para eles antes de se virar para ela. — Você é
uma enfermeira lá?
— Não, mas ele é difícil de perder. Ele é gregário, e quando está tendo
um bom dia, ele entretém todos no salão social. — Ela olhou para a pista de
dança quando a música mudou para uma música country animada. Houve um
grito de alguns dos dançarinos.
— Entretém?
— Entendo.
— Isso é ruim.
136
— Jack era um bom amigo. Eu paro e o vejo frequentemente. Às vezes,
ele não me reconhece ultimamente.
— Não você. — Stella apertou a mão de Tony. — Você estará por perto
para sempre. Eu pretendo ver isso. Agora, eu vou empurrar o traseiro de
algum fora da cidade na mesa de sinuca. Prazer em conhecê-lo, Dare.
— Sim. Essa é uma das peças de Finn Fowler. Combina com o que estou
usando. Ele levantou os braços e mostrou o cinto. — Eu o comprei para ela.
137
— Certo. Bem, eu comprei. Eu vejo pessoas usando seus produtos o
tempo todo. Sumner Pelham recebeu uma bainha de faca de seu filho no Dia
dos Pais.
— De Junior?
— Depois do que aquela família fez com Finn, por que algum deles
compraria algo que ele fez?
— Não dirija. — Advertiu Tony. — Eu não vou levar suas chaves, mas
espero sua palavra como um homem de honra.
138
moderadamente em forma magro, mas forte. Não rasgado, mas cortado. Seus
braços estavam bem definidos, mas as cicatrizes causadas por fraturas de
costelas compostas marcavam a pele do peito.Um incidente, como sua tia
chamava de ataque a ele, decorava sua pele enquanto vivesse.
Seu olhar se desviou para sua tatuagem. Se ele pensasse sobre isso toda
vez que pensasse sobre isso ainda poderia sentir o roçar dos dedos de Dare
contra sua pele. O toque de seus lábios...
Eu sou um idiota.
Ele impediu Dare de vir até ele, e poderia ter sido sua única chance. Na
época, ele estava com raiva e ligado e em conflito. Ele não era o mesmo garoto
que Dare lembrava. E se o único homem que ele sempre quis viu quem ele se
tornou e o rejeitou? E se Dare acordasse no dia seguinte sóbrio e revoltado
com o que eles haviam feito?
Por outro lado, talvez tirar Dare de seu sistema desse jeito valha a pena.
Talvez ele devesse ter deixado as coisas acontecerem e aceitado, de uma vez
por todas, o que ele sabia em seu coração: homens heterossexuais poderiam
fazer um desvio cênico, mas eventualmente todos esperam voltar à estrada
principal.
139
Finn enfiou a cabeça no quarto de Lyddie. Apenas uma hora antes, ele a
levou para o banheiro e deu-lhe as gotas ultra-fortes do analgésico. Ele contou
exatamente o número que ela deveria ter, então descansou com até que ela se
afastou. Ele podia depender dela para dormir por cerca de quatro horas, e a
corrida ardente que sentia naquele momento, a necessidade de escapar para a
escuridão emaranhada do caminho atrás de sua casa a que levava ao rio
provou ser demais para ele ignorar.
Ele segurou a fumaça até que seu coração bateu em seus ouvidos, então
soltou lentamente. De algum lugar distante, ele podia ouvir o fraco thumpa-
thumpa de dance music. Pneus rangiam ao longo do cascalho atrás dele, e ele
congelou, observando os faróis de um carro iluminando o chão abaixo de seu
esconderijo. A luz diminuía e fluía como a água quando o carro virou e
estacionou.
140
— Bem, olhe lá. — Bill estava debaixo da árvore, seu uniforme
impecável. Ele cruzou os braços, olhou para cima e franziu a testa. — Há um
passarinho muito bonito em uma droga de baseado na árvore.
— Sim. Eu sei. — Bill ainda não se moveu para puxá-lo para baixo. — Eu
sei que sou um pedaço de merda, Finn.
Bill limpou seus tênis com tanto cuidado quanto uma gata mãe cuidaria
de um gatinho, e quando ele terminou, Finn saltou levemente para o chão.
141
Antes mesmo de ter recuperado o equilíbrio, Bill caíra de joelhos, as mãos
atrás das costas, a cabeça inclinada para cima.
Finn se adiantou.
— Vá, Fraser. — Finn agarrou o cabelo de Bill com força, sabendo que
era o que Fraser precisava. — Chupe meu pau, seu filho da puta doente.
Dare pegou o caminho pelo rio para limpar a cabeça. Foi um pouco mais
longo, mas passou pela casa de Lyddie.
Perseguidor, muito?
142
segurança, tudo bem durante a noite e então caminhou pelo caminho que
acabaria por levá-lo pela ponte.
143
O pau de Dare pulsou em sua calça jeans.
Nesse ritmo, a voz de Bill seria pouco mais que um grasnido pela
manhã. Querido deus. Agora Dare saberia exatamente por que e enfrentar Bill
seria uma droga... golpe... Nossa. Seria ainda mais estranho do que
costumava ser.
— Agora. — Finn atirou e espalhou por todo o rosto de Bill, em sua boca
aberta, e sobre suas bochechas e seus olhos fechados. Bill era transcendente,
suspirando com algum alívio profundo e quase extático. Então ele gritou,
agradecendo a Finn várias vezes, empurrando a cabeça na virilha de Finn, e
quando isso não conseguiu a reação que queria, ele se inclinou para dobrar no
colo de Finn.
Finn fechou o zíper e refez o botão de sua mosca. Ele tomou seu tempo
substituindo o cinto, empurrando o final através do laço e alisando o couro.
Finn ficou parado por um longo tempo, olhando para Bill. Ele jogou sua
barata no rio e soltou uma baforada de fumaça, mas permaneceu em silêncio.
144
— Diga, por favor. Finn. Apenas diga. — Bill engoliu seus soluços
duros. —Eu preciso de você para dizer isso.
Finn olhou para ele por um longo tempo. Dare viu repulsa e empatia
escrita na expressão de Finn quando ele encolheu os ombros.
Finn decolou e não olhou para trás, mas Dare viu Bill descascar as
calças e enfiou as mãos em seu short para cavar seu pênis. Alguns empurrões
violentos depois, Bill passou no chão onde Finn estava de pé.
Cristo.
Dare tropeçou pra casa. Tonto e doente, ele não conseguia se limpar o
suficiente ou fechar os olhos com força suficiente para tirar a sensação
daquela troca de sua cabeça. Então, talvez ele finalmente estivesse recebendo
a mensagem.
Ele não podia confiar em nada. Não seus olhos ou seu pau ou suas
memórias ou seus instintos. Ele não podia confiar no status ou nos caras da
velha guarda como Tony, porque um deles teve para saber porque o pai
de Dare se matou. E ele com certeza não podia confiar em seu coração, porque
estava tudo errado sobre Finn, a única pessoa na cidade que ele acreditava
poder confiar completamente.
145
Capítulo 13
O capitão Borkowski ligou para Dare em seu escritório na manhã de
segunda-feira. Dare entrou com alguma apreensão. Ele não achava que
tivesse quebrado nenhuma regra, e ainda não tinha tido a chance de irritar
muitas pessoas.
— Você é o filho do seu pai em tudo. — Borkowski não era tão fácil de
enganar, mas ele parecia bem em deixar as respostas espertas de Dare
sozinhos. — Como você sabe, nós temos uma política de promover de dentro,
e nós contornamos isso para trazer você a bordo.
— Sou grato pela oportunidade. — Ele estava ciente de que não havia
conquistado o direito de ser detetive em Palladian. E se ele esquecesse por um
momento, caras como Bill Fraser e Trent Evans o lembrariam.
146
— Esqueça isso. Com você, Palladian recebe o serviço de um detetive
experiente, o que é uma coisa boa. Mas eu antecipo alguns meses difíceis até
você colocar seus pés embaixo de você. Você terá a chance de se provar. Eu
entendo que houve alguma animosidade?
— Nada que eu não possa lidar com senhor. Somos todos profissionais
no final das contas, todos queremos apenas tirar os malfeitores dos negócios.
— Bem, contanto que você saiba que minha porta está aberta.
— Sabe porque, senhor? Eu ainda não posso seguir minha vida sem
descobrir isso. Por que diabos ele fez isso?
147
para Dare.
— Obrigado, Senhor.
Como trote foi muito manso. Seu dinheiro estava no oficial Denise Adler
148
para isso. Bill Fraser não o criticava porque sabia que perderia, e Trent Evans
estava mais propenso a deixar uma sacola flamejante de bosta de cachorro na
varanda.
Era por maldita certeza que Dare faria a porra além disso, ele não
estava prestes a se tornar o segundo desleixado de Finn depois de Bill porra
Fraser Ele queria Finn. Ele ansiava pela sensação daquele corpo ágil ao lado
dele sob o seu. Mas quando ele se imaginou exatamente na mesma posição
que Bill, de joelhos, a boca se inclinando para receber o pênis de Finn com
toda a humilhação que Finn poderia amontoar nele, a revelação o revoltou.
Ou não aconteceu.
149
Ou talvez seja atraído e o revoltou.
Dare odiava isso. Mas ele também queria isso. E Deus, isso significava
que ele não era diferente daquele pobre coitado, Bill fodendo Fraser.
Cristo.
Ele fechou os olhos, mas a cena se repetiu por trás de suas pálpebras.
— Buckley.
— Sim. Bem, estou no trabalho. Algo que eu posso fazer por você?
150
Meu prazer.
Muito fácil.
Finn segurou todas as cartas, então Bill estava colocando tudo o que
tinha na linha porque ele precisava do que Finn tinha para dar.
— Vou ter que fazer uma parada no almoço. — Vou ter que dar uma
passada... tudo.
— Oh. Ok. — A voz de Finn soou menos certa. — Bem. Eu acho que isso
é provavelmente uma coisa boa, né? Para os cidadãos de Palladian. Detetives
ocupados. Crime resolvido. Te vejo em breve.
151
tarde. Para colocar o latejar do seu pau em espera, porque não poderia ser
real.
— Buckley.
— Olá, Sra. Boyer. — Ele precisava de algo para afastar sua mente de
Finn. Talvez isso possa ser isso.
— Eu... Isso é sobre Candy. Eu tenho algo que acho que você deveria ver.
— Eu encontrei uma nota. Eu não sei. Pode não ser nada, mas achei que
poderia ajudá-lo a encontrar... quem fez isso com ela.
— Por favor, acho que isso pode ser importante, ou eu não pediria.
152
relógio. — Você mora no mesmo lugar?
— Eu acho.
— Eu pretendo me encaixar aqui, mas não vou pisar no pé. Eu não sou
esse tipo de cara.
— Entre você e eu, não acho que seja suficiente para suavizar algumas
das penas quando você foi contratado.
— Eu sei como é isso. Eu não posso deixar de ser grato por ter um
emprego. Não é como se eu fosse recusar. Eu precisava disso.
153
— Apenas vigie suas costas.
— É bom saber. — Dare sorriu para ela. Então ele pensou sobre o que
ela disse. — Não é?
— Não.
Parecia que havia uma pessoa em Palladian que ele não precisava se
preocupar quando estava de costas.
154
Capítulo 14
O caminho para a casa da Sra. Boyer foi rápido e ele estacionou bem em
frente à casa dela.
A Sra. Boyer atendeu a porta quase assim que Dare tocou a campainha,
como se estivesse esperando. Ela usava um agasalho preto com uma faixa
rosa brilhante na lateral, embora duvidasse que estivesse se exercitando. Seu
cabelo estava perfeitamente no lugar. Ela parecia feliz em vê-lo, e ele se
preocupava que fosse decepcioná-la.
Enquanto isso, ele podia ouvir. Ele poderia tentar encontrar uma
maneira suave de dizer que não havia nada para resolver, que a morte de
Candy era apenas mais uma das histórias tristes da vida.
— Estou tão grato por você ter vindo, detetive Buckley. Você descobriu
alguma coisa nova?
— Receio que não, Senhora. Você disse que tem algo para me mostrar?
155
— Eu não suponho que você conheceu Candy quando você estava aqui?
— Ela perguntou.
— Não, eu não fiz. Eu sinto Muito. Ela estava vários anos à minha frente
na escola.
— Sim. Ele foi muito gentil. Eu acho que tinha que ver por mim mesmo
onde...
— Você faria, não é? Sua vida foi tocada pela tragédia também.
— Sim, tem. — Dare brincou com seu telefone, trouxe notas, então
parecia que ele estava mantendo a tarefa.
— Pode ser que a morte de Candy fosse exatamente o que parecia ser,
Sra. Boyer. Pode não haver nada para investigar.
— É por isso que eu liguei. — Ela empurrou uma tigela de açúcar para
ele. — Você toma com creme?
156
apressadamente.
A Sra. Boyer teve que colocar a mão em seu braço para firmá-lo quando
ele quase caiu do banquinho. Ele leu e releu a mensagem, tentando entender
o sentido.
157
— Você pode pensar em alguma razão por que ele poderia?
— Não.
— Não foi um bom dia. — O que ele poderia dizer? Na época, ele não
tinha certeza se Jack tinha entendido, mas depois ele ficou agitado, começou
a empurrar. Ele conversou uma milha por minuto sobre notícias antigas.Ele
teve que ser sedado.
Provavelmente foi isso, e o fato de que Dare achou que ele sabia
exatamente quem era o bilhete que dizia namorado de Finn.
158
159
Capítulo 15
Algo havia mudado.
Finn não sabia o que era essa coisa, mas ele sentiu. Ele ouviu a incerteza
a estranha distância na voz de Dare quando ele o convidou para o almoço, e a
resposta dele o preocupou.
Apesar de Ivy ter ficado longe por muito tempo, ela dera a Finn
vantagens distintas: ele podia ler sinais físicos rostos e linguagem corporal
melhor do que qualquer um que conhecesse. Ele poderia descobrir a
duplicidade das palavras de alguém, ouvir as mudanças sutis que as emoções
ocultas causam na voz de uma pessoa. Ele poderia marcar alguém no poker e
descobrir uma mentira no rosto de um político.
160
estacionamento da Costco com Stella Gilchrist ao seu lado.
Dare riu alto de algo que Stella disse, e o efeito foi deslumbrante. Stella
era mais velha do que Dare por uns bons dez anos ou mais, mas ela era linda e
construída, usando roupas coloridas sob um suéter rosa ajustado.Dare estava
absorvendo sua atenção como uma esponja. Stella era a garota de Tony
Vicenzo, mas não a impedia de colocar o encanto o mais grosso que pudesse
com Dare.
Ela viu Finn e foi direto até ele com pressa, seus sapatos de trabalho
batendo na calçada e seu rosto mudando rapidamente de diversão para
preocupação.
Finn assentiu, mas ele estava observando Dare, cuja colônia cheirava
levemente a folhas de zimbro e kaffir. Dare olhou para todos os lugares,
exceto para ele.
161
— Sim, mas ele não esteve lá e Tony está preocupado com ele. Ele me
disse para cuidar dele porque não queremos que nada de ruim aconteça antes
que sua família venha buscá-lo no próximo fim de semana. Eu pensei que ele
poderia ter vindo aqui para um cachorro-quente ou algo assim. Ele adora fast
food e chegou até aqui antes .
Finn olhou para o tom brusco e franziu a testa. Essa tensão os músculos
que trabalham na mandíbula de Dare certamente não eram sua imaginação.
— Certo.
162
— Eu vou. Obrigado, Stella.
— O quê? — Finn perguntou quando não parecia que Dare ia dizer mais
nada.
— Existe alguma coisa qualquer coisa que você possa ter deixado de
mencionar sobre seu relacionamento com Candy Shepherd?
— Ela tinha este bilhete em sua posse. — Dare pegou uma bolsa do bolso
e segurou-a. — Você já escreveu para a Sra. Shepherd?
Finn tentou lê-lo, mas a maneira como ele tremulava na brisa da tarde,
a maneira como o plástico refletia a luz, ele não conseguia distinguir as
palavras. Ele pegou da mão de Dare.
— Finn.
— Sério? Devo ter insultado Candy de alguma forma enviando uma nota
que cita uma música de antes de eu nascer?
163
— Eu não sei Finn. Você fez?
— Oh, pelo amor de Deus. Eu disse que não é minha caligrafia. Você não
pode acreditar...
Finn empalideceu.
Finn se virou e foi embora. Ele sentiu Dare olhando. Que diabos foi
isso? Uma coisa era Candy morrer no salão; Era outra completamente
descobrir que alguém lhe enviara algo que deveria ter vindo dele. Ele olhou
para trás, mas Dare se foi.
164
Finn levou seu tempo trazendo carrinhos. Ele se acalmou, diminuiu
seus pensamentos frenéticos e seu coração acelerado os efeitos gêmeos de
ver Dare Buckley e perceber que Dare acreditava que ele estava envolvido em
algum tipo de trama.
E Cristo, agora Dare pensou... o que? Que ele teve algo a ver com a
morte de Candy?
Nunca.
O celular de Finn soou e ele olhou para ele. E-mail de Dare. Abriu-a e o
rosto de Jack Shepherd sorriu para ele. Essa era a única mensagem que
165
Dare pretendia mandá-lo de novo? Porque Finn estava recebendo a outra
mensagem de Dare alto e claro.
Bill deu um passo para a frente, com as mãos no cinto, enquanto ele
dava uma olhada em Finn.
— Não.
Bill bufou.
— O detetive Saint Buckley está no caso, hein? Então, com certeza, será
resolvido .
— Ou o que?
Merda. Bill estava com vontade de bancar o policial ruim. Finn podia
166
sentir o cheiro da ansiedade nele.
Bill o sacudiu.
— Ou o que, viado?
Finn rugiu:
— Não. Você sabe que eu não contei a ele, e você sabe o porquê. Finn
baixou a voz quando Bill não o soltou. — Por que eu não contaria a ele, Bill?
— Eu não faria isso porque não vou te machucar assim. Você sabe disso,
não sabe? Eu nunca, nunca usaria o que você precisa contra você.
167
Finn o seguiu, ainda lançando sua voz baixa.
— Obrigado, Senhor.
— Bom menino. Você vai ter que ser disciplinado pelo seu
comportamento agora.
Bill tremeu.
— Sim Senhor.
— Sim. Obrigado, Sr. Fowler. — Bill recuou. Antes de sair, ele pareceu
lembrar por que ele havia vindo. Ele olhou ao redor, apontou um dedo grosso
168
na direção de Finn, e disse: — Veja se você entrar em contato comigo se vir
Jack.
— Eu vou.
— Oh, querido! — Ela estendeu a mão para ele, agarrando seus ombros
em um abraço apertado e, em seguida, puxando-o para o balanço ao lado
dela. — Eles encontraram um corpo preso em alguns galhos perto da ponte.
Eles não sabem onde foi, e ninguém identificou quem é ainda.
169
Dare provavelmente estava no local, investigando. Finn sacudiu uma
terrível sensação de déjà vu, mas Deus. Foi exatamente como na noite em que
eles encontraram sua mãe.
— O que?
170
— Eu sinto muito. — Finn passou o braço em volta dela.
Tony parou para me dizer que Jack desapareceu. Eles acham que talvez
a morte de Candy o tenha atingido com força, mesmo que às vezes ele não se
lembre. É traiçoeiro na água, se ele tomou esse caminho...
— Tenho certeza que Dare vai ligar para você avisar se eles o fizerem.
— Bem, eu não vou. — Seus olhos se estreitaram. — Será que ele acha
que vai ter que usar algum tipo de triângulo rosa se almoçar com um velho
amigo gay?
171
— Isso diminui ele. É muito decepcionante para mim. Eu pensei que ele
era um homem melhor que isso.
— Ele é um bom homem. Ele ainda pode vir se não fizermos um grande
negócio com isso. Finn ficou de pé, enxugando as mãos úmidas no jeans. — O
que você quer comer?
— Não, você não faz. — Ele deu a ela um leve empurrão para fazê-lo
funcionar. — É como você sempre me disse. O rio é vida. Constantemente em
movimento. Constantemente mudando. Isso traz e leva embora.
— E você constrói pontes com amor. Eu sei que eu te disse isso, mas eu
acho que eu consegui de alguma música country ocidental.
A garganta de Finn queimou, sufocando sua voz. Ele deveria dizer o que
precisava ser dito, mas quando você sabia que a morte estava chegando, às
vezes você podia dizer muito e muito pouco. Finn não se atreveu a deixar
Lyddie saber o quão perdido ele estaria sem ela. Quão quebrado e frio e vazio.
Ele não podia dizer a ela que mantinha seu espírito amoroso dentro dele
como uma luz piloto.
172
Ele não podia dizer o quanto ele gostava toda vez que ela tinha as costas
quando ninguém no mundo dava a mínima para ele. Não podia contar todas
as vezes que ela acreditou nele quando ele não acreditou em si mesmo.
Ele acumulou cada palavra que ela tinha falado, cada toque, cada gesto
ele tentou imaginar cada bondade individual cristalizada em uma pedra
preciosa sem falhas em uma caixa que ele poderia tirar e maravilhar-se
quando ela estivesse fora.
Lyddie era sua mãe em todos, mas fato. Ela era sua consciência, sua
força, seu coração. Suas raízes e asas. Ele não tinha esperança real de
qualquer tipo de vida familiar sem ela. E se ele lhe dissesse isso, o peso dele
esmagaria seu corpo frágil e quebraria sua paz para sempre.
173
Capítulo 16
— É Andrew King. — Disse o capitão a Dare. — Nós não estamos
dizendo nada sobre isso até que tenhamos a chance de notificar seus pais,
mas... ele é um local. Ele foi para a escola com meus filhos.
Dare sabia esse nome... de onde? Ele olhou para o corpo machucado do
garoto e soltou um grande suspiro. Parecia que todos do Departamento de
Polícia de Palladian estavam vagando por aí se estavam em turnos ou não.
Dare ficou surpreso que nenhum dos cidadãos mais astutos de Palladian fosse
inteligente o suficiente para aproveitar a situação e roubar uma ou duas
mercearias.
174
— Certo. — Dare olhou para o capitão.
Bill tomou isso como sua sugestão para ir e empurrar os civis ao redor.
Sim, de fato, Dare pensou sombriamente. Ele tinha visto Finn Fowler
mais cedo naquela tarde.
— Povavelmente.
— Hora da morte?
— Ninguém relatou tê-lo visto cair. Seu corpo ficou preso nos escombros
175
da tempestade, ou ele teria ido há muito tempo.
— Pode ser a ferida de bala em seu peito. — Ela alcançou uma mão
enluvada ao redor do corpo para levantar o ombro do garoto e procurar por
uma ferida de saída. — Eu não saberei a causa exata da morte até que eu
possa abri-lo. Talvez ele tenha entrado no rio vivo e se afogado, mas parece
que ainda tem a lesma dentro dele.
176
— Quem é esse? — Evans perguntou.
— É Finn Fowler. — Dare treinou sua lanterna em Finn para que Evans
pudesse ver. Finn levantou a mão para bloquear o brilho e continuou em
direção a eles.
— Lyddie está assistindo isso desde a hora do jantar. Ela me fez fazer
uma daquelas grandes jarras de café. Estamos deixando na varanda com
alguns copos. Eu tinha alguns pães e coisas da loja, então fiz sanduíches e os
coloquei para o caso de vocês ficarem com fome.
— Isso é muito atencioso da sua parte. — Dare olhou para Finn. Que
estava encharcado, apesar da capa de chuva amarela que ele usava. Seu cabelo
escuro estava grudado no rosto e no pescoço.
Dare estremeceu com isso. A sensação de déjà vu deve ter sido horrível
para Finn e Lyddie.
177
— O café é ótimo, obrigada. Vá para casa e aqueça-se. Levar Lyddie para
a cama. Está muito frio para ela estar sentada na varanda.
— Finn...
Finn se virou para sair, mas Dare finalmente se moveu. Cinco passos
rápidos e ele pegou a mão de Finn.
— Pare. Eu sei que isso deve ser tão difícil para vocês dois...
Dare não soltou a mão de Finn. Em vez disso, ele puxou Finn para mais
perto quando notou uma sombra sob os olhos de Finn, através de sua
bochecha esquerda. A fúria o encheu.
178
— Nada. — Evans jogou as mãos para cima, como se para bloquear um
soco. — Eu estava apenas pensando em como uma boa xícara de café soa bem
agora.
Quando ele não tinha um chip no ombro, podia ser um cara simpático.
179
Porra, Finn. Só porque é uma cidade pequena...
Dare parou quando viu a luz que vinha da porta do porão, que alguém
havia deixado ligeiramente entreaberta. A música estava tocando, embora ele
não reconhecesse. Era um som estranho e desconfortável. Assombrando algo
que um cara iria ouvir enquanto ele colocava cartas de tarô sobre uma cova
aberta.
Imaginou que Finn seria uma música ruim e perturbadora. Ele seguiu o
som, descendo os degraus de madeira bamba para dentro... outro mundo. O
quarto cheirava a cola e outras coisas menos agradáveis. Soluções de
bronzeamento e corantes, o cheiro sujo de couro molhado e cannabis.
180
— Vaca sagrada.
Finn estava ciente de que alguém havia entrado em sua oficina. Ele se
virou no primeiro rangido de um pé na escada e relaxou consideravelmente
quando percebeu que era Dare e não Bill, que às vezes o interrompia
enquanto trabalhava.
Por outro lado, apesar de tudo de como eles agiam em público e como as
coisas estavam tensas entre eles Finn tinha uma compaixão peculiar por
Bill. Uma vez ele viu o pai de Bill espancá-lo sem sentido por nada mais do
que não limpar as patas do cachorro antes de deixá-lo pular na cabine do
caminhão.
181
reuniões clandestinas e optou por não pensar em como isso seria para os
outros.
Claro, Dare namorava mulheres, mas o jeito que ele tinha chegado a
Finn não era bêbado o que Finn poderia ter dito ao rejeitá-lo. Dare sabia o
que precisava, mas tinha medo de pedir por isso.
Dare o queria, mas ainda não havia percebido o que isso poderia
significar.
182
— Olá, Dare.
Dare parecia pronto para voltar a subir as escadas, mas recuou para
alguma obrigação de proteger e servir.
183
— Uma máscara?
— Ela viu uma máscara que eu fiz para o Pride, e decidiu que queria
uma própria.
— Posso ver?
— Sim.
Finn se afastou para que Dare pudesse ver no que ele estava
trabalhando: uma máscara de couro em um belo tom de azul violeta.
— Não parece muito ainda. Eu cortei o couro e o pintei, então será mais
fácil trabalhar com ela quando estiver molhado. Agora estou secando devagar
e moldando enquanto vou. Em algumas comissões, faço um molde do rosto
do cliente, mas não queria colocar Lyddie nesse processo porque é tão
claustrofóbico. Eu estou usando um molde de face padrão aqui para obter a
dimensionalidade.
— Entendo.
184
arabescos. Eu vou estar embutindo cristais e adicionando penas.
— Claro que é. Tem que ser pelo menos tão bonita quanto Lyddie é para
mim. — Finn alisou os olhos e o nariz com uma pequena ferramenta de
estampagem em forma de colher para deixar a expressão facial do jeito certo.
— Provavelmente só vai parecer berrante, mas...
— Sim.
Dare assentiu.
— Eu sinto muito.
185
— Eu acho. Eu vou pegar.
Finn foi até a despensa do depósito, uma sala pronta no porão onde
Lyddie costumava guardar enlatados e coisas sazonais. Ele e Dare haviam
brincado lá quando crianças eles se refugiaram das amigas de Lyddie e se
esquivaram das tarefas e dos deveres de casa naquela sala muitas e muitas
vezes.
Finn não queria que Dare visse ali, embora seu equipamento quase todo
feito à mão a cruz de St. Andrew e os bancos acolchoados fosse uma fonte
particular de orgulho. Ele entrou e fez questão de fechar a porta atrás de si.
Ele não precisava da luz para ver seu equipamento bem organizado.
Prateleiras e estacas nas paredes continham um arsenal de algemas, correntes
e ferramentas. Ao sentir, Finn tirou a máscara de um dos ganchos.Antes de se
virar, porém, Dare acionou o interruptor e a pequena sala inundou-se de luz.
— O que...
— Espere por mim lá fora. — Finn instruiu. Dare já havia visto seu
estoque de mercadorias fetichistas, mas esse era um espaço privado.
Dare tropeçou para trás, e Finn seguiu, a máscara na mão. Ele desligou
a luz e fechou a porta, mas o estrago estava feito. Ele tinha visto tudo.
186
Como se não houvesse nada incomum na maneira como Dare estava
olhando para ele, levantou a máscara.
— Isso é bom.
187
— Noite, Finn. — Dare fugiu o resto do caminho do porão de Finn.
Segundos depois, a porta da frente fechou-se em silêncio.
188
Capítulo 1 7
Ajoelhe-se diante de mim.
...E assim, Dare tinha uma imagem mental nova e brilhante que ele não
conseguia apagar, dormir ou empurrar para a parte de trás do ônibus.
Talvez ele não conseguisse tirar Finn de sua mente, mas se ele exaurisse
seu corpo no trabalho, ele certamente cairia em um sono profundo e sem
sonhos mais tarde naquela noite.
Oh, como ele queria fazer exatamente isso. Ele queria se ajoelhar e ouvir
quando a suave voz de comando de Finn tomou conta dele. Ele queria
abandonar todo o pretexto e jogar fora seus problemas e apenas deixar Finn
tê-lo, do mesmo modo que Finn tinha Bill lá no parque perto do rio. Ele
queria se sentir tão aliviado quanto Bill quando Finn disse:
189
para os pulmões e sangue e cérebro.
Dare queria ser do Finn bom menino como se ele nunca quisesse nada
em sua vida. Mas Deus, aquela sala, os dispositivos estranhos, uma enorme
cruz em forma de X na parede, um banco acolchoado com algemas presas a
todos os quatro pés, remos, chicotes e várias cordas de cores diferentes.
Dare não sabia o que pensar sobre isso. Ele só sabia que a sala o deixava
aterrorizado e excitado.
Dare só sabia que ele era um plug, procurando uma saída, e ele sentiu
como se tivesse finalmente encontrado o que se encaixava.
Finn o eletrizou.
Finn o aterrorizou.
Sim.
Sim.
Cristo. Ele deixou cair suas coisas em sua mesa e amaldiçoou em parte
porque ele derramou café em seu punho e em parte porque ele estava ficando
cada vez mais envolvido com um cara que parecia estar ligado a uma
190
investigação em uma cidade que estava lhe dando sua últimaoportunidade
Faça o seu trabalho, Dare. Você vai estragar com seu pau novamente
se você não fizer apenas o seu trabalho.
— Buckley?
— Ainda não.
— Acho que Finn Fowler tirou a erva de sua tia Lyddie da vítima.
— Eu odeio coincidências.
— Eu também.
Eu acredito?
191
— Finn nunca mentiu para mim desde que eu o conheço. — Mas ele
também não me conta toda a verdade.
— Eu sei.
Dare parecia tão bom que quase machucou os olhos de Finn. Ele usava
um terno azulmarinho com uma camisa azulclara e uma gravata de seda
estampada em tons de cinza e um marrom quente que combinava com seu
cabelo. Ele parecia um pouco pior para usar naquela manhã, as sombras sob
os olhos e a barba curta revelando sua longa noite. A carranca no rosto dele
192
dizia que o dia não estava melhorando muito.
— Sim. — Dare pegou seu braço antes que ele pudesse passar. — Lyddie
está bem.
— O que, então?
— O cara que você compra droga, ele trabalha na Costco com você?
— Sim.
— Isso não é importante. Sinto muito ter que te dizer isso. Foi Andrew
King que tiramos do rio ontem à noite.
193
— Temo que sim.
— Sim.
— Ele me disse que fez isso por mim. — Finn sabia as palavras de
Andrew para a linha que eles eram, na época, não tinha? Talvez não. Finn
fechou os olhos, sentindo-se ligeiramente doente. — Apenas uma linha, então.
Tem certeza de que foi Andrew King que você encontrou? Ao redor do meu
tamanho? Tingido cabelo preto, olhos castanhos?
194
— Espere.— Finn olhou para o rosto de Dare. Sua expressão não dava
nada. — Isso não é um pedido, é?
Ele seguiu Dare até a rua e subiu em sua caminhonete. Dare entrou ao
lado dele, sem dizer nada enquanto ele ligava o carro e saía para a estrada.
— Estou dirigindo.
195
— Juro por Deus, Dare, não fiz nada de errado. Um pequeno pote. Você
mesmo disse que não é realmente ilegal.
— Candy morre no salão da sua tia. Seu salão foi saqueado. ML diz que
as drogas podem ter ajudado na morte de Candy. Nos pertences de Candy,
encontramos uma carta ameaçadora e incriminadora que você diz que nunca
escreveu. Você e Andrew King são amigos. Você compra sua droga dele. Agora
ele está morto.
— O quê? — Dare brevemente olhou para ele. — Claro que não acho isso.
— Então o que?
— Meu o quê?
196
— Olha, eu estou tentando te ajudar, mas eu só posso ir tão longe nesse
limite. PD Palladiano poderia ser minha única chance de salvar minha
carreira. Se você me disser no que você se meteu aqui, talvez eu possa tentar
ajudá-lo a descobrir as coisas. Eu posso te ajudar a conseguir um bom
advogado. Minha mãe ainda conhece algumas pessoas por aqui. Mas você tem
que me dizer o que estamos enfrentando, ou...
— Mas você provavelmente teve que pesquisar cada item no Google para
saber para que é usado.
— Então não atue como um. — Finn estalou. — Eu não tive nada a ver
com a morte de Andrew. Você está desperdiçando seu tempo comigo
enquanto quem realmente fez isso com Andrew está livre para fazer isso com
outra pessoa.
197
198
Capítulo 1 8
Duas horas depois, Finn ainda estava sentado em uma mesa em uma
sala de conferências na delegacia de polícia. Trent Evans lhe dera uma xícara
de café. Até agora, as coisas pareciam muito civilizadas, mas repassar os
mesmos fatos fazia sua cabeça latejar. Trent Evans fez as perguntas,
e Dare ficou sentado com as mãos cruzadas no colo, observando com
benevolência, sem dizer nada.
O idiota.
Dare se encolheu.
— Finn.
199
Ele fala.
— Sim. Mas não fomos amantes. Nós tivemos uma relação sexual.
— Sim.
200
— Telas de toxicologia voltaram. Candy tinha drogas na corrente
sanguínea que podem ter causado uma arritmia. Cocaína e metanfetamina.
Ela também testou positivo para THC, e eu não tenho que...
— Entendo.
— Na verdade, não.
— Então você sabia que Candy Shepherd usava drogas? Você já vendeu
sua maconha?
— Eu não vendo drogas. — Finn bateu com o dedo para enfatizar suas
palavras. — Eu trabalho na Costco. Eu gerencio um salão de cabeleireiro. Eu
faço artigos de couro. Eu não vendo drogas.
— Mas seu amante, Andrew King, vendia drogas. Ele vendeu drogas
para Candy Shepherd?
— Eu não sei.
— Não.
— Não, eu não.
201
— Andrew não me forneceu drogas. Ele me deu uma pequena
quantidade de...
— Não.
— Eu acho que alguém teve essa ideia, e eles jogaram. Eles estavam
procurando por drogas ou dinheiro?
— Eu não posso.
202
— E você mantém que não tem ideia de quem matou seu namorado,
Andrew?
Finn piscou. Isso dói. Isso doeu pra caralho, droga. Dare olhou
diretamente para ele quando Evans disse isso. Ninguém se importava com o
fato de um garoto maravilhoso de 22 anos, que cultivava tomates da herança e
tivesse um sorriso como um anjo caído, fosse ser assassinado.
— Mais uma vez, Andrew não era meu namorado. Eu não tenho
namorados. Eu fodo pessoas. Mas Andrew foi uma das melhores pessoas que
conheço. Um dos homens mais amáveis e mais saudáveis de meus
conhecidos, e espero sinceramente que você pegue seu assassino. Espero que
a pessoa responsável pela sua morte pague na cadeia pelo resto de sua
maldita vida.
— Você é muito hostil para alguém que deveria estar tentando nos
ajudar.
— Eu acho que isso depende se você acha que eu deveria estar tentando
ajudá-lo a encontrar o assassino de Andrew, ou se você quer que eu ajude
você a me enforcar por um crime que eu não cometi.
— Acho que já ajudei o suficiente por hoje. Estou livre para ir?
203
— Sim.
— Você está livre para ir. — Dare disse a ele. — Por favor, não saia da
cidade.
Ele reuniu suas coisas e tanto de sua dignidade quanto ele poderia
reunir. Quando ele finalmente saiu da estação, Dare tentou pegá-lo na saída.
Finn passou por ele.
— Ei. Você não quer uma carona de volta para a casa de Lyddie?
Dare tirou as chaves do bolso do casaco. Ele parou quando chegou a sua
caminhonete, mas Finn continuou andando.
— E você pode acabar com isso... maldita… — Finn se virou antes que
ele pudesse perder o controle.
204
— Finn, você vai parar…
— Muito tarde.
— Dare Buckley provavelmente está aqui para ficar e não faz sentido
em...
205
Merda.
206
Capítulo 1 9
Trent franziu o cenho para Dare quando ele voltou para sua mesa.
— Oh, besteira. — Dare entrou na sua cara. — Mentira. Você tenta ser
Finn Fowler por aqui por um dia e vai ver como é.
Dare recuou.
— Não. Mesmo quando éramos crianças, você tinha que ficar entre Finn
Fowler e qualquer coisa que estivesse em seu caminho.
207
— Trent, você achou alguma coisa na casa de Jack Shepherd?
— Você também vem, Buckley. — Borkowski fez sinal para os dois como
se ele os estivesse tirando de um jogo de futebol.
Evans pegou.
— Você acha que ele estava apenas escrevendo as coisas para lembrá-
las? Já faz muito tempo desde que tudo aconteceu. Uma década e meia. Acho
que eles vieram de Fowler também?
208
Fowler. — Dare pegou e estudou. — Parece a mesma letra.
Borkowski disse:
Dare perguntou:
— As pessoas disseram que ela viu algo que ela não deveria tervisto. —
Evans disse cuidadosamente. — Ou ameaçou ir para a esposa de alguém.
209
um minuto, por favor?
— Capitão...
— Sim, Senhor.
Dare levantou-se tão rápido que sua cadeira deslizou para trás e bateu
contra a porta.
— Sente-se, filho.
— Não é como se seu pai tivesse anunciado isso. Ivy era um pouco
210
selvagem, mas ela era uma mulher linda e envolvente. Ela poderia ser
sedutora. Encantador. Ela amava os homens e não dava a mínima se eles
eram casados ou não. Mais de um homem se perdeu por causa dela.
— Só estou contando isso porque o boato depois que seu pai se matou
foi porque ele fez algum tipo de culpa por Ivy Fowler. Antes que Dare pudesse
levantar objeções a isso, o capitão Borkowski levantou a mão para detê-lo. —
Se você começar a investigar isso, vai ouvir a história de alguém. Eu queria
que você ouvisse isso de mim.
— Eu acho que agora eu sei por que nos mudamos. — Ele trouxe sua
cadeira para trás e a colocou pesadamente. — Cristo.
— As pessoas falam. Isso não faz o que eles dizem ser verdade. Eu
apenas pensei que você deveria saber.
211
— Sim. Sinto muito. O capitão Borkowski se levantou. — Você pode tirar
o resto do dia se precisar. Durma um pouco. Você parece um inferno.
Mais tarde naquela noite, ele assumiu sua residência habitual em uma
banqueta no celeiro para se embebedar. Ele sabia que estava piorando uma
situação ruim. Ele não estava tão preocupado com sua bebida como ele estava
resignado com isso.
Enquanto ele bebia, ele assistiu Trent Evans e Bill Fraser jogarem um
jogo de dardos. Ele havia tomado a tarde para se reagrupar, para percorrer as
ruas de Palladian com a nova percepção de que seus vizinhos pessoas que
tinham sido amigos de sua família há anos achavam que seu pai poderia ter
sido um assassino namorador.
Trent era bom em dardos; ele bateu em Bill com cuidado e, quando eles
foram ao bar pedir uma bebida, Bill tirou seu dinheiro de uma carteira de
couro macia e fina que, sem dúvida, era obra de Finn.
— Carteira legal. — Dare tentou agarrar, mas ele não chegou a pegar a
mão de Bill a tempo. — Essa é uma das do Finn.
— E se for?
212
notou, antes de dar-lhe uma carícia sempre tão leve entre as mãos.
Dare duvidou que ele percebesse que tinha feito isso. Um caso poderia ser
feito que Bill apenas gostou da sensação de couro ou admirou o artesanato.
Mas não.
Mesmo que Dare não os tivesse visto juntos, ele saberia que havia mais
na manipulação da carteira que Bill fazia do que isso. O modo como Bill
desviou os olhos e a velocidade com que pagou Trent e se despediu significava
envolvimento emocional e vergonha. Sem mencionar o modo como Bill
resgatou Finn hoje. A partir de ele.
Ah, claro, Bill ligou para Finn e tentou agir como um idiota, mas
também estava claramente preocupado com Finn. Dare reconheceu a
frustração de Bill. Ele tinha visto o mesmo olhar de surpresa em seu próprio
rosto no espelho.
213
dizer sobre seu pai enquanto ele estivesse vivo, e não suportava pensar que
eles sussurravam por trás de suas mãos depois que ele estava morto.
Talvez a mãe de Dare soubesse mais sobre a situação do que ela jamais
deixara transparecer. Talvez por isso tenham se mudado tão cedo depois do
funeral.
Dare nunca lhe perguntara sobre o suicídio do pai. Sua dor tinha sido
visceral demais. Muito real e doloroso. Ele não conseguia arrancar a ferida
sem ter a chance de machucá-la mais, e ele não faria isso, mesmo que suas
feridas mais profundas apodrecessem enquanto suas perguntas ficassem sem
resposta.
É sexta-feira?
214
Quando Finn abriu a porta, Dare ficou tão irritado que colocou a mão no
peito de Finn e o empurrou para o salão. Finn tropeçou para trás e quase
perdeu o equilíbrio, mas Dare pegou um punhado de sua camisa e segurou-o.
Depois que Finn teve seu equilíbrio novamente, ele tentou empurrar as mãos
de Dare para longe.
— Eu não tenho uma opinião sobre isso. — Dare alisou as mãos sobre os
ombros de Finn. Ele não conseguia entender por que isso era tão bom. — Eu
disse a eles que você não tinha nada a ver com nada disso, mas Evans me
disse para calar a boca. Apesar de tudo o que você fez para irritá-lo, acho que
ele está satisfeito com o fato de não haver nada lá.
— Sim.
215
— Não é o que você pensa.
— Eu estava no celeiro vendo seu amigo Bill Fraser jogar dardos com
Trent Evans.
Dare seguiu Finn até a despensa de Lyddie, onde ele estava dobrando as
toalhas.
216
esconder seu desprezo por você trate seu trabalho com tanto carinho?
Finn congelou.
— Saia, Dare. — Finn não olhou para cima. Ele era tão frio e impassível
quanto aquela cadela em Washington quando mentiu sobre matar seu próprio
filho.
Finn olhou para ele como se ele fosse menos que nada.
Dare não pôde deixar de se inclinar para olhar nos olhos de Finn. Ele
procurou a expressão de Finn por emoção por algo que lhe diria o que estava
pensando naquele momento. Alguma coisa para deixá-lo saber que Finn
sentiu qualquer coisa certa, seja vergonha, indignação ou raiva.
217
— O que aconteceu Finn? — perguntou Dare. — Como você se torna um
cara que tem controle sobre algum policial que você odeia?
— Não sei, Dare. Como você se tornou o policial que parou no meu salão
de cabeleireiro, com sua bunda bebada, para me perguntar isso?
— Bill Fraser. — Dare sussurrou. Tinha que haver uma chave mágica.
Algo que poderia fazer Finn derramar toda a história sórdida. — Por que Bill
Fraser, porra?
— Eu vi o jeito que você olhou para ele. Como se ele fosse um pedaço de
merda. Ele te enoja.
218
acelerou contra o peito de Dare. Sua boca estava em uma linha branca e
apertada.
Dare sentiu um aperto no pulso pouco mais que uma pitada então ah,
Cristo, sua mão se contraiu e seus dedos ficaram dormentes. A dor cegante
irradiava seu antebraço. Um maldito policial, ele não tinha visto isso
acontecer...
Finn disse:
— Eu disse: não!
— Isso vai doer um pouco. — Finn olhou para ele como se ele fosse um
troll. — Eu sugiro descanso, gelo, compressão e...
— Pelo amor de Deus, Dare, o que você achou que eu faria? Você me
agrediu.
219
— Você é um policial do caralho. Não imóvel não é igual a disposto.
— Eu não sei. — Dare cobriu o rosto com as duas mãos e rolou. Ele se
enrolou em uma bola como um inseto e soluçou. — Eu não sei, maldição!
— Ei. Shh. — Finn se ajoelhou ao lado dele. — Você está bebendo demais
e está pensando com seu pau em vez de sua cabeça. Você conseguiu entrar
pelo cano em Seattle, e você vai entrar em dificuldade aqui.
Finn ficou em silêncio por um longo tempo. Ele fez contato, alisando
círculos de luz nas costas de Dare através do tecido de sua jaqueta.
Finalmente, ele disse:
— Você não sabe o quão bom você é. — Finn sussurrou. — Quão bom
você poderia ser.
— Essa é a sua linha padrão? — Ele queria isso? Ele queria que Finn o
acariciasse como Bill Fraser, porra? Ele queria que Finn o despedaçasse
apenas para que ele pudesse montá-lo novamente? Construi-lo? — Você é um
bom menino, Bill. Bom menino. Você fala com um cachorro assim pegue,
sente-se. Bom menino.
220
Sobre o que faço ou quem sou.
— Eu não vou falar sobre o Bill Fraser. Isso não é sobre ele. Isso é sobre
você e o que você precisa. Você pode confiar em mim com isso, se tiver
coragem.
— Você sabe o que você quer. E eu posso ser paciente o tempo que for
necessário para você me contar.
— Eu não tenho nada a te dizer, merda! — Dare ficou de pé. A voz suave
de Finn estava irritada em seu último nervo. — Vou embora.
— Isso é bom.
221
partindo. — Eu não posso mais te seguir. Você não tem ideia de onde está
indo.
Ele não era superficial, era oco, e o baque surdo de seu coração ecoou
dentro dele como um meteorito atingindo a terra depois de cair do espaço.
— Estou vazio.
Dare levantou o olhar para os olhos de Finn. Eu amei seus olhos por
toda a minha vida
— Ajude-me.
222
Capítulo 20
— Eu vou te ajudar. — Finn levantou o dedo para empurrar uma única
mecha do cabelo de Dare atrás da orelha. — Posso te ajudar.
Acalmando-o.
— Eu não vou fazer nada para você. Talvez possamos ficar juntos por
um tempo.
— Eu não vou falar sobre Bill. — Finn insistiu. — Porque isso é sobre
você.
223
vontade de tocar.
— Aqui. — Dare retirou seu coldre e entregou-o com as duas mãos. Finn
pegou o paletó e a arma de Dare e os colocou em uma cadeira fora de
alcance. Então puxou a bainha da camisa de botão de Dare do cós da calça e
desabotoou as algemas.
Dare corou.
— Sim.
— Se vamos passar um tempo juntos assim, não quero que você beba.
— Eu o quê?
— Você não pode beber bebidas alcoólicas quando vamos ficar juntos.
Eu preciso que você esteja sóbrio. Eu preciso que esteja presente no
momento. Voce entende? Esta bebendo demais e tem que parar. É muito
chato.
224
Finn encontrou seu olhar.
— O que?
— Sim.
— Vou fazer as coisas da maneira mais fácil possível para você. Agora
225
você tem duas escolhas. Se você não usar a porta para sair, suponho que fez a
escolha de ficar.
Dare escolheu ficar, Deus o ajude. Ele não sabia o que diabos ele estava
fazendo, não sabia o que esperar. Ele recebera duas palavras ele podia dizer
vermelho ou amarelo. Como se ele estivesse na pré-escola e ele teve que
levantar a mão para fazer xixi.
Absurdamente, uma vez que ele aceitou que não ia partir que não daria
a Finn a satisfação de persegui-lo sentiu-se calmo. Sua respiração desacelerou
da tomada de ar apressada e galopante que ele engoliu em raiva, para um
ritmo agradável, lento e constante. Seu coração já não tremia ao longo de uma
metralhadora staccato, rat-a-tat-tat. Ele bateu firme, lub-dub lub-dub,
exatamente como deveria.
Dare hesitou.
226
— Sim.
— Mais tarde, se você gosta de algo que eu estou fazendo se você quer
algo mais difícil, ou mais rápido, ou mais, e eu disse que você pode falar, você
pode dizer verde. Você acha que consegue se lembrar disso?
— Finn, eu...
227
pênis de Dare vazou contra sua barriga, observando como se ele estivesse
levando as coisas devagar para o prazer de Dare, assim como o dele. Quando a
cueca dele caiu em torno de seus tornozelos, Finn pegou sua mão para apoiar
seu peso enquanto ele saía dela.
Cada coisa Finn que parecia expressar preocupação com Dare conforto,
como se ele fosse frágil e Finn sabia exatamente como segurá-lo, como tocá-lo
para que ele não iria quebrar. Dada a diferença em seu tamanho, era tão
ridículo que Dare quase riu. Mas então Finn removeu as meias de Dare e
beijou o topo de ambos os pés com tanta ternura que ele lutou para não
dobrar em uma bola apertada novamente em uma bagunça soluçando bem
ali.
Sim ou não.
Fique ou vá.
É pegar ou largar.
Amarelo ou vermelho.
Dare relaxou ainda mais. Finn estava dando a ele duas escolhas e duas
escolhas eram fáceis. Quando foi a última vez que algo foi fácil? Qual foi a
última coisa descomplicada que ele fez? Dare não conseguia nem lembrar.
228
que pensar como eles e agir como eles. Ele tinha que imaginar todas as piores
coisas que poderiam fazer para manter um passo à frente.Ele teve que olhar
para as pessoas que conheceu e se perguntar que escuridão seus rostos
sorridentes escondiam do mundo.
229
Capítulo 21
Finn desejou que eles tivessem começado em melhores circunstâncias.
Ele ansiava por uma atmosfera mais suave, algumas velas e música. Algo
suave no chão para amortecer os joelhos de Dare. Mas a raiva de Dareera tão
crua, tão perto da superfície, que Finn tinha pouca escolha.
Intervir quando Dare estava bebendo era estúpido. Foi uma aposta que
Finn assumiu porque deixar ele assim era deixá-lo continuar se punindo por
coisas que não podiam ser mudadas.
Finn fez o que pôde encontrar na loja para manter Dare o mais
confortável possível. Ele não sabia ainda como Dare reagiria a ser exposto,
então ele teve que se mover tão devagar e tão cuidadosamente quanto nunca
moveu com alguém. Finn queria isso. Ele queria que Dare viesse até ele. Para
perguntar-lhe o que ambos queriam tanto. Ele se permitiria a emoção
particular depois, mas por enquanto, Dare precisava dele.
— Eu sabia que você seria lindo, mas nunca imaginei uma visão como
essa. Meu Deus. Olhe para você.
230
— Fique exatamente onde você está. — Finn deixou Dare por um minuto
para pegar uma das pequenas capas de seda do salão, do tipo que os
cabeleireiros usavam para cortes de cabelo de crianças. — Você tem sorte de
estar limpo.
— Finn.
— Isso é novo para você. Eu entendi aquilo. Eu não espero que você
entenda tudo ainda. Vou colocar isso na sua mão, e se você quiser que eu pare
a qualquer momento, simplesmente deixe-o cair. Eu ouvirei e o que quer que
eu esteja fazendo acaba, sem perguntas.
— Você ainda tem duas escolhas. Fique ou vá. Solte a campainha para ir.
Dare assentiu. Quando seu olhar se desviou para o pacote de Finn, seus
231
olhos se arregalaram.
— Ainda não? Compreendo. Vou levar meu tempo com você. Você
sempre pode largar a campainha. Posso tocar em você?
— Se eu estou contente com você, eu vou fazer você gozar. Tudo bem
com você?
232
e lenta lambida com a língua para prová-lo. Salgado. Amargo e masculino. Ele
deu uma atenção especial à coluna da garganta de Dare, esfregou os lábios
sobre o disco de seus mamilos, acariciou sua axila e sobre as costas. Ele se
moveu atrás de Dare para beliscar sua nuca, alisando as mãos sobreo pênis
de Dare e explorando a pele atrás de suas bolas.
Alguns dos lugares favoritos de Finn teriam que esperar por uma
exploração mais profunda em um momento posterior. Mas ele planejou fazer
isso. Cuidadosamente. Completamente. Ele planejou tocar Dare assim de
novo e de novo, até que ele fez Dare dele.
233
de Dare entre as mãos. — Tudo bem. Apenas espere, no entanto. Vou mostrar
exatamente do que você é capaz.
— Eu posso ver que você gosta da ideia. — Finn estendeu a mão para
brincar com o fluido vazando do pênis de Dare, puxando o dedo para longe
para fazer longas e viscosas cordas e circulando-as em torno do pau dele. —
Todos nós queremos ser admirados. Seu pau é magnífico. Se você fosse meu,
eu mostraria a você o tempo todo, assim mesmo.
Finn o circulou, Dare gemeu toda vez que Finn se aproximava. Ele
acariciava levemente a cabeça dele ou passava os dedos sobre seus ombros,
mas recuava de novo, repetidamente, provocando Dareimpiedosamente,
atormentando-o com possibilidade de satisfação fora de seu alcance.
Dare queria falar ao redor da mordaça, mas não queria arriscar o
234
descontentamento de Finn.
Quando ele se inclinou para o lado para forçar Finn a tocá-lo, ele disse:
— Não, Dare.
Dare queria sair daquela posição ridícula e seguir. Ele queria encontrar
Finn, onde quer que ele estivesse, e ensinar-lhe uma coisa ou duas sobre o
que um cara grande e apto poderia fazer com um provocador de penis. Mas
apesar de sua raiva, ele ficou onde estava, fumegando e envergonhado, rígido,
joelhos queimando como se estivessem em chamas.
Por que eu estou tomando essa merda? Por que eu ainda estou
ajoelhada no chão duro e frio quando tudo que eu tenho que fazer é largar a
porra do sino de Finn para parar tudo completamente?
Ele sabia por que, e ele não estava totalmente orgulhoso disso. Ele ficou
porque sabia quando Finn voltava - se Dare ainda estivesse lá, posicionado
exatamente como Finn o deixara. Finn ficaria satisfeito com ele.
Finn não tinha perdido o interesse nele, e ele não o estava ignorando
por nada.
Finn volte e toque nele novamente, e seria tão bom... Seria um alívio tão
grande que Dare estivesse disposto a fazer qualquer coisa para que isso
acontecesse.
Cristo. Como ele tinha chegado a isso? Por que ele estava se agarrando à
235
promessa das mãos de Finn sobre ele assim, como terra seca esperando pela
chuva?
Nada disso era como Dare pensou que seria. Ele imaginou que ele seria
espancado, ou Finn colocaria sua máscara assustadora. Ele imaginou que eles
iriam jogar policial bom e policial ruim, e eles ririam e quebrariam o caráter e
foderiam.
Mas Finn não estava jogando; Ele estava falando sério como a sepultura,
e quando ele finalmente falou, a autoridade silenciosa em sua voz quase
fez Dare explodir sua carga ali mesmo.
Dare não tinha certeza se deveria se mexer, mas deu apenas uma
pequena sacudida de cabeça.
Atrás da mordaça, Dare sentiu uma careta infeliz revirar seus lábios.
Seus olhos ardiam.
236
escola. Descendo a rua. Seu sorriso me encheu de tanta confiança. Você me
levaria ao seu carro, e me ajudaria a entrar, apertar o cinto de segurança e
alisar as correias no meu peito. E então nós partíamos juntos, saindo de
Palladian, saindo do Oregon, e iríamos até o Oceano Atlântico, onde
viveríamos em uma ilha na qual você só pode chegar na maré baixa. Eu não
sei se eu realmente sonhei com isso, ou se eu apenas imaginei isso, a cada
minuto acordado, e parecia que eu sonhei com isso.
Dare levantou seu olhar ardente para Finn. Foi um tempo pobre para
Finn lembrar Dare do quanto ele o decepcionou. Não havia desculpas
adequadas, mesmo que houvesse uma maneira de ele se desculpar. Sendo
amordaçado, ele não teve que tentar.
Dare estremeceu.
— Eu sei que não era racional. Você não estava lá, então você era fácil de
culpar. Parecia seguro fazer você responsável.
— Só assim, sim. Você tem uma tremenda estrutura óssea. Algum dia
237
eu gostaria de te colocar assim e te esboçar.
238
— O que descobri depois disso foi ainda mais surpreendente. As pessoas que
parecem mais fortes do lado de fora podem ser as mais fracas do lado de
dentro e precisam de alguém como eu, alguém em quem possam confiar para
ver quem realmente são, quando querem deixar ir.
Dare estremeceu.
— Sim.
— Shh.
239
Dare não falou como Finn habilmente o atraiu para um vórtice de
sensação incompreensível. Seu pau doía da pressão do anel peniano. Afastado
de sua excitação, latejava de fome com uma pressão intensa que nunca sentira
antes.
Finn acariciou-o com força com uma mão enquanto ele alcançou
entre as pernas de Dare e esticou o saco com a outra. Aqueles dedos,
escorregadios com cuspe ou pré-sêmen, mergulharam na pele macia atrás de
suas bolas e circularam seu buraco.
Antes que ele tivesse a chance de dizer que estava com frio, Finn
arrastou uma manta de malha sobre os dois. Deus sabia onde Finn conseguiu
ou a quem pertencia, mas estava quente, e Dare fechou os olhos.
240
Pelo menos Finn não disse:
— Bom menino.
Assim que ele pensou as palavras, uma imagem de Bill Fraser surgiu em
sua mente. Se Finn dissesse, se repetisse as palavras que dissera a Bill
quando Dare os tinha visto juntas, Dare não achou que pudesse suportar. Ele
se estilhaçaria em um milhão de pedaços frustrados e as lágrimas que ele
derramava, as lágrimas de alívio e felicidade, se transformariam em lágrimas
de amargura e frustração. Ele prendeu a respiração quando Finn abriu a boca
para falar novamente.
241
Capítulo 22
Depois que ele chegou em casa, Dare conseguiu dormir um pouco. Ele
continuou repassando seu encontro com Finn em sua mente, seja para
refrescar sua memória e revivê-la, ou para se perguntar uma e outra vez,
como ele já permitira que algo assim acontecesse. De manhã, sua cabeça
latejava como se alguém estivesse tocando tímpanos dentro dela.
Finn o chamara de bonito. Ele ficou chocado com o quão bom isso o fez
sentir. Quão digno e especial foi. Mas isso foi durante a noite, na escuridão da
loja de Lyddie. Nos braços de Finn, o belo lhe parecia uma coisa muito boa de
se ser. Nos braços de Finn, ele se sentia tão forte e capaz, e confiante como
Finn disse que poderia ser.
Foi só quando ele chegou em casa que percebeu que sua vida real ainda
estava esperando por ele que seu passado estava cheio de erros estúpidos de
julgamento e sua atual carreira precária pendia do mais fino dos fios sobre
um tonel de novo desastre fervente.
Com a primeira luz da manhã, ele ficou sozinho em sua cama, cheio de
arrependimento. Junto com o cabelo bagunçado, o hálito ruim o restolho e a
respiração horrível, veio a vasta gama de dúvidas e humilhações de que ele
precisava escolher.
Ele era louco para deixar Finn levá-lo assim, louco para deixar alguém
ter tanto controle sobre seu corpo e seu comportamento. Ele estava armado,
pelo amor de Deus, e ele deixaria Finn remover sua jaqueta e sua arma, ele
deixaria Finn colocá-los fora de seu alcance, e ele se mantinha imóvel
enquanto Finn o amordaçava e o colocara como um manequim.
242
Ele era louco considerar qualquer tipo de relacionamento, até mesmo
simples amizade com Finn, enquanto estavam envolvidos, ainda que
perifericamente, no caso em que estava trabalhando.
Já passou da hora em que ele parou de pensar com seu maldito pau.
E aquelas anotações o caso sobre as quais ele podia fazer alguma coisa,
mesmo que o suicídio de seu pai e a razão por trás disso fosse uma coceira que
ele não conseguia alcançar.
243
congelou.
Talvez ele se parecesse com seu pai por causa do casaco e gravata, ou
talvez porque seus poucos fios de cabelo grisalho prematuramente
parecessem mais perceptíveis sob a luz do saguão de entrada. Talvez a falta de
sono tenha exacerbado as linhas de fraqueza, decepção e estresse que haviam
sido gravadas em seu rosto.
Uma chuva leve e nebulosa começou a cuspir enquanto ele andava. Foi o
suficiente para amortecer os ombros de sua capa de chuva, mas não o
suficiente para fazê-lo abrir o guarda-chuva. Ele não tinha chegado muito
longe quando um Tahoe branco parou ao lado do meio-fio. A janela do
passageiro baixou.
— Ei. Onde está o seu caminhão? — Denise se inclinou e olhou para ele
de onde ela estava sentada no banco do motorista. — Você precisa de uma
carona?
244
— Eu fui para o celeiro ontem à noite. — Dare encolheu os ombros,
envergonhado. — Muito bêbado para dirigir.
Ela destrancou a porta do passageiro e quando Dare a abriu, ele viu que
ela tinha sua filha em um assento de carro nas costas. A garota estava
cantando junto ao rádio no topo de seus pulmões infantis muito poderosos.
Ele hesitou.
— Olá.
Ele concluiu que a menina teria por volta das seis anos, se o sorriso de
dentes largos fosse qualquer indicador.
245
— Ela não é ruim.
— Isso é legal.
— Fica velho — Denise confidenciou. — Você não tem muito para ir, ou
eu diria a ela para calar a boca.
— Nunca na minha vida. Uma garoto feliz... Dare olhou para o banco de
trás parece uma coisa boa.
— Por que você não pára no Peg e traz algo para a sobremesa?
246
— Er... — Denise não olhou, embora eles estivessem parados em um
sinal vermelho. Ele tomou isso como um sinal de que ela não queria que ele
lesse sua expressão. — Bem não. Na verdade, há alguém que eu quero que
você conheça.
— Não. Claro que não. Sim. Bem, conhece muitas pessoas na cidade?
— Na verdade não.
— Tudo bem. Tanto faz. Eu não sou realmente muito bom com as
pessoas.
247
— Tenho certeza de que ele não estava, mas aposto que há dias que ele
está feliz por não estar mais no trabalho também. Obrigado por parar. Eu
aprecio o passeio.
Ele se sentiu sem direção. A maneira casual como ele pintou sua casa e o
lixo em seu caminhão eram sintomas de um problema muito maior: pela
primeira vez em sua vida, não tinha um senso real de direção, além de sua
confiança ter sido baleada.
Era como se ele tivesse corrido toda a sua vida, apenas para acabar de
volta onde ele começou como se a sua vida fosse um jogo massivo de Banco
Imobiliário que ele não sabia que estava jogando até agora, e lá estava, de
novo.
Uma mulher correndo pela calçada com uma jaqueta rosa brilhante
chamou sua atenção. Ele a reconheceu de um encontro casual na loja da
Safeway. Eles trombaram com os alimentos congelados e lamentou o triste
248
estado de sua vida social solitária. Ele lamentou que trabalhou muito para ter
uma vida social.
Ela sugeriu que eles jogassem Rock Paper Scissors para decidir quem
era o maior perdedor, e o vencedor teve que comprar um pacote de seis
cervejas. O convite foi bastante claro, mas Dare havia desistido com alguma
desculpa sobre não ter terminado o trabalho do dia até tarde. Ele poderia tê-la
naquela noite, se ele tivesse mordido a isca.
Mas Palladian era um péssimo lugar para uma noite. Todo mundo
conhecia os negócios de todos e as pessoas fofocavam como se fosse um novo
esporte olímpico. Velhas rivalidades nunca morreram. Escândalos antigos
deixaram manchas que nunca foram levadas embora. Tudo era um oxímoro9,
como notícias antigas.
Pink Jogger era bonita, mesmo agora, sem maquiagem, seu rabo de
cavalo acenando como uma bandeira atrás dela. Ela estava alheia a sua
atenção. Talvez ele devesse ter aceitado sua oferta poderia ter lhe dado algo
melhor para fazer do que ser o novo escravo de Finn ou o homem extra de
Denise para o jantar.
Cristo. Ele não sabia o que fazer com Finn. Ele já estava começando a
entrar em pânico, tentando descobrir como evitar um segundo encontro como
aquele, mesmo enquanto se lembrava de como tinha sido tão dolorosamente
bom. Quão quente foi deixar Finn tê-lo assim. Finn tirou suas escolhas sem
tirar sua dignidade.
Mas era isso quem ele queria ser? O novo Bill de Finn?
9
Substantivo masculinofigura de linguagem em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no
contexto, reforçam a expressão (p.ex.: obscura claridade, música silenciosa); paradoxismo.
249
Ou talvez ele perguntasse a Pink Jogger se a visse de novo, o que ele
faria, já que Palladian era tão pequeno.
Cinco minutos depois, ele parou em frente à casa dos Evans e encontrou
o pai de Trent na varanda, pegando o jornal. Rob levantou a mão de boas-
vindas e fez sinal para Dare. Ele deixou o guarda-chuva e a maleta no carro e
correu para o abrigo do alpendre de Evans.
— Ei estranho. Trent disse que você voltara a Palladian, e aqui está você
à minha porta.
— Sim. — Trent provavelmente tinha dito muito mais do que isso, mas o
velho tinha sido um bom amigo de seu pai, então ele estava puxando seus
socos, talvez. Dare estendeu a mão para um aperto, e Rob aceitou,
bombeando apenas uma vez, mas duro. — Eu estraguei tudo. Tony Vicenzo
me deu um bom negócio aqui e estou fazendo o possível para não decepcioná-
lo.
— Você sempre foi um bom garoto. Eu acho que Palladian fez um ótimo
negócio quando eles te contrataram. Pelo que Tony Vicenzo me conta, nós
fizemos.
250
— Eu queria usar seu cérebro. Você ouviu falar sobre Jack, certo?
— Ainda não.
— Finn Fowler diz que o garoto morto não era um traficante de drogas,
apenas um estudante que cultiva maconha.
— Estranho como?
— Esse. — Dare puxou uma cópia do bilhete sobre seu pai do bolso. —
Veja?
— Sim.
251
A expressão de Rob disse a Dare que ele talvez não gostasse da resposta,
e Dare se preparou para ouvi-la.
Rob abriu a porta de tela e conduziu Dare para dentro da casa. A sala de
estar era bem típica dos anos oitenta, uma espécie de combinação azul-
petróleo e lilás com muitas flores de seda e mantas em zigue-zague. Parecia
caseiro e bem cuidado, mas cheirava a café e a gatos. Um dos pequenos
transgressores envolveu o tornozelo de Dare, ronronando e deixando pêlos
compridos por toda a calça do paletó.
— Desculpe por isso. — Rob olhou para o gato com carinho. — Eu acho
que devo investir em um rolo de pano ou algo assim.
— Não, obrigada. Dare não achava que pudesse manter alguma coisa no
estomago ainda, entre o cheiro de gato e sua ressaca. Quando Rob fez sinal
para ele se sentar no sofá, Rob se sentou em frente a ele.
252
— Eu não quero acreditar que ele se matou.
— Às vezes, as coisas ficam bem profundas. Seu pai era apenas humano.
— Eu entendo isso, mas pela minha vida eu ainda não vejo por que.
Dare se inclinou, cotovelos nos joelhos, exatamente como faria em um
interrogatório. Ele abaixou a voz e suavizou sua abordagem, convidando a
confiança. O leve sorriso no rosto de Rob disse a Dare que ele sabia o
que Dare estava fazendo e que ele permitiria, no momento.
— Eu não gosto de falar mal dos mortos, mas as pessoas ligaram Ivy
Fowler e qualquer cara com um batimento cardíaco e um pau de trabalho.
— Eu não posso ver isso. — Dare estendeu as mãos, palmas para cima
— Naquela época, eu ficava na casa de Lyddie com Finn Fowler o tempo todo.
Eu teria visto algo se ela e meu pai estivessem envolvidos, mesmo que eu não
entendesse na época. Isso faria sentido agora, mesmo que não, mas não havia
nada.
— Não, não sei. Dare tentou lembrar—se de qualquer indício de que seu
pai tivesse mais do que um interesse passageiro em Ivy Fowler. — A única vez
que me lembro de vê-los falar é quando pegamos Finn para levá-lo a um jogo
de bola ou algo assim. Meu pai gostava muito de Finn. Especialmente depois
que Ivy morreu, ele me disse que Finn tinha um negócio bruto, e nós tivemos
que nos esforçar. Ser sua família.
253
— Ele estava bem! De boa. É só isso. Parecia-me que ele amava a minha
mãe e ele estava sempre lá para mim. Um cara como meu pai não deixa sua
família sem respostas. Ele não faz.
— Você não fez... limpar alguma coisa para proteger sua memória?
— Juro por Deus que não fizemos nada assim. Nada estava acontecendo
entre seu pai e Ivy que eu conhecia. Ele não era esse tipo de cara. Sumner
Pelham, sim. Sumner e Ivy tinham uma coisa e todos sabiam disso.
— Então, todos esses rumores sobre o meu pai e Ivy que o Capitão
Borkowski estava falando?
— Merda de cavalo puro. Tony vai te dizer a mesma coisa. Seu pai e Ivy
não tinham nada. Mas sim. As pessoas falaram. Provavelmente a esposa de
Pelham começou os rumores por despeito.
— Sim. Ela iria. Os garotos também lhe davam muito trabalho na escola.
254
— Eu sei tudo sobre isso.
— Os pequenos filhos da puta. Junior teve tempo, mas Patrick ainda era
um adolescente. Tony costumava dizer que devíamos botar as mãos neles em
algum momento e mostrar a eles como é estar do lado de receber.
— Por que você diz... O telefone de Dare tocou e ele olhou para o
identificador de chamadas. Capitão Borkowski. — Segure esse pensamento.
Eu tenho que pegar isso... Detetive Buckley.
— Alguém acha que viu Jack correndo pelos trilhos da ferrovia pelo
Costco. O capitão nunca perdeu tempo com sutilezas. — Vá até lá e veja se
você pode trazê-lo para dentro. Eu gostaria de mantê-lo em um lugar o tempo
suficiente para que seus filhos venham buscá-lo.
255
— Eu tenho uma viatura no caminho também, mas Jack pode fugir de
uniformes e preto e branco.
O gato de Rob seguiu Dare até a porta, mas Dare conseguiu se espremer
sem deixá-la solta.
256
Capítulo 23
Bill Fraser já estava no Costco quando Dare chegou lá. Ele havia
estacionado seu carro de patrulha no canto mais distante do terreno, onde os
trilhos do trem formavam uma fronteira entre o palladiano e a terra
densamente arborizada além.
Dare estacionou ao lado do preto e branco e olhou por cima dos trilhos
para as árvores. Dare mantinha botas de borracha atrás de seu assento para
situações como essa não havia sentido em arruinar sapatos. Uma vez que ele
colocou os pés neles, ele puxou a capa de chuva sem abotoá-la. Então ele
subiu a berma e entrou nos trilhos, onde Fraser esperava, olhando para ele.
Gritante tinha que ser a expressão facial de Fraser. Dare não achou que
ele tivesse visto Fraser sem isso, exceto que uma vez, quando o êxtase o
tomou, e torceu o rosto em uma careta de felicidade.
Deus, por que ele teria que lembrar disso naquele momento?
— Fraser.
Dare passou por Bill, procurando por algum sinal no chão. Se o velho
passasse por ali, ele teria perturbado alguma coisa.
— Não que eu saiba. Pode ser que ele esteja apenas se escondendo na
257
floresta em algum lugar. Talvez ele volte a mergulhar na lixeira.
Bill endureceu.
Dare não teve tempo para o absurdo de Bill se quisesse alcançar Jack.
Ele partiu na direção que achava que Jack estava indo e gritou de volta:
258
algum de nós, mas eu não estou usando um distintivo e não estou
visivelmente armado, então pode ser mais fácil para ele confiar em mim.
— Ah, foda-se Buckley. Você está fazendo tanto barulho quanto eu.
Dare pensou ter ouvido algo a quinze metros à sua esquerda. Ele
levantou a mão, apontando para Bill ficar parado.
— Jack? — Dare chamou. — É você aí? Sou eu, Dare Buckley. O filho de
Kent Buckley.
Sem resposta.
Bill franziu o cenho para Dare. Os dois deram mais alguns passos
hesitantes na direção em que ouviram o som.
259
Nada.
— Eu não vou derreter. — Bill deve ter visto algo no chão, porque ele fez
sinal para Dare. — Parece que alguém veio desse jeito.
— Vamos lá.— Bill disparou entre dois pinheiros. Dare seguiu-o, mas
estava ficando mais difícil de detectar faixas com a chuva caindo.
— Que diabos?
Dare sacou sua própria arma e olhou por trás de uma árvore.
260
— Não, mas tirou um ramo da árvore ao lado da minha cabeça. Cristo,
isso estava perto. Acha que é o Jack?
— Eu não vi o atirador.
Foi Jack?
261
mantinha em sua caminhonete para a academia. Ele tirou uma camiseta que
poderia usar como toalha e entregou sua toalha a Bill.
— Você não pode ter certeza com a chuva caindo. Pode ter distorcido o
som.
Se Bill ficou surpreso, Dare deixou a decisão para ele, ele não
demonstrou.
Dare assentiu. Seu terno era uma porra de bagunça. Talvez até
arruinado. Isso lhe dava um humor mais impuro do que aquele com quem ele
262
começara o dia de folga.
— Se a sua teoria dos caçadores realmente der certo, vamos torcer para
que ele não tenha confundido Jack com um cervo.
Finn não chegou ao trabalho até pouco antes do meio—dia, então ele
não ouviu falar sobre os tiro do estacionamento até depois do fato. Rumores
inundavam a loja, e todos com quem ele conversava contavam uma história
diferente, então, em seu intervalo, ele foi até seu carro para ligar para Dare
em particular e perguntar a verdade.
— Detetive Buckley.
— Todo mundo está contando uma história diferente. A maioria diz que
um cara atirou em pessoas no estacionamento das lixeiras. — Ele ouviu
Dare rir. — O que?
— O que você pode me dizer sem ter que me matar mais tarde?
— Alguém achou que eles viram Jack Shepherd nas lixeiras. Fraser e eu
263
verificamos. Nós seguimos o que nós pensamos que era o rastro dele na
floresta atrás da loja lá, e alguématirou em nós. Deus, perdeu minha cabeça
por polegadas.
— Certo.
— Mas...
— Isso foi estranho, Finn. Eu não quero que as coisas fiquem mais
complicadas.
264
— Uau, espere. O que você quer dizer com isso?
— Você é quem disse à polícia que você não tem namorados. Que você
apenas fode as pessoas.
— Piada óbvia de lado, o inferno que você não estava. Você sabia
exatamente o que precisava, e me deixou dar a você. — Antes que
Dare pudesse encontrar um retorno para isso, Finn falou novamente. — Bill
está bem?
— Você quer dizer o que aconteceu entre nós era muito complicado?
265
— Defina isso para mim, Dare. Você quer dizer desistir do controle?
Droga.
— Você entendeu tudo bem. Você está se enganando agora se disser que
não. Você é exatamente o tipo de cara que precisa disso.
— Essa é a sua visão das coisas. Minha opinião é que fiquei um pouco
bêbado e as coisas ficaram fora de controle. Esse foi o álcool falando.
— Você não o respeita, e você acha que se você se submeter a mim, você
é igual a ele.
— Você acha que ele é carente e fraco, e você acha que, se quiser o que
ele quer, isso o enfraquece também.
266
Finn fechou os olhos e tentou uma última vez.
— Mas...
267
Capítulo 24
Dare chegou ao lugar de Lyddie e Finn antes das cinco. Ele tinha certeza
de que Finn estava trabalhando no último turno da Costco, e queria ter uma
chance de conversar com Lyddie sozinho. Quando ele chegou lá, ela estava
sentada no balanço da varanda, como de costume, embrulhada em seus
cobertores coloridos.
O gorro de tricô que ela usava tinha longas palas de orelha e pompons
pendurados. Parecia uma boneca enrugada, como se a natureza não
conseguisse decidir se estava começando ou terminando sua vida. Quando ela
pegou a mão dele na dela, pareceu-lhe que não restava carne nos dedos frios e
aranhados.
Lyddie soltou uma risada sem graça, mas depois ficou sóbria de novo,
rapidamente.
— Finn me contou sobre Andrew King. Meu deus, ele era apenas um
bebê. E uma criança tão boa.
— Eu sinto muito. Eu sei que Finn disse que eles eram amigos.
268
— Como duas ervilhas em uma vagem, os dois. — Lágrimas frescas
brilhavam em seus olhos. — Quem poderia ter feito uma coisa dessas?
— Eu não sei. A polícia acredita que isso tenha relação com drogas.
— Se o que Andrew fez por mim tivesse algo a ver com a morte dele, eu
simplesmente... eu...
— Com a quantia que ele estava crescendo, não havia como você ser seu
único cliente. Ele pode ter tido um parceiro. Ele pode ter cruzado a linha com
outra pessoa, alguém vendendo na escola ou... não sei. Palladian é uma cidade
pequena. Nós vamos descobrir quem o matou.
— Não.
269
— Eu aposto. — Dare empurrou com o pé para pegar o balanço. —
Capitão Borkowski me diz que as pessoas acham que meu pai e Ivy tiveram
um relacionamento.
— Eu não vi nada, se é isso que você quer dizer. Você estava muito por
perto. Você viu algo entre eles?
— Claro, ela teria sido muito cuidadosa, se ela estivesse vendo ele.
— Por quê?
— Sim. Ela tem uma boa cabeça nos ombros. Ela o teria deixado
plano. Então sabemos que ela não o pegou em nada.
— Provavelmente.
270
— Falando de sua mãe, como ela está?
— Talvez ela venha para uma visita? Há muitas pessoas na cidade que
gostariam de vê-la novamente.
— Você sabe... Pode ter sido Marjorie quem começou os rumores sobre
seu pai e Ivy.
— Seus garotos sempre tiveram isso para Finn também. Você sabe sobre
a surra que ele levou, não sabe?
Dare assentiu.
— Eu sinto muito. — Dare sabia que ela não quis dizer isso dessa
maneira, mas ele tinha pego e deixou Finn atrás, e ainda picado sua
consciência. — Eu gostaria de ter estado aqui.
271
— Eles teriam acabado de bater em vocês dois. Eu gostaria que alguém
tivesse notado quando eu tentei dizer a eles como Finn estava sendo
intimidado.
— Eu conversei com todo mundo que iria ouvir. — Ela apertou as mãos
no colo. — Conversei com os professores de Finn, os administradores da
escola, a polícia, Marjorie. Tony Vicenzo. Eu tentei fazer com que as pessoas
vissem que havia mais coisas do que simples provocações. Eles assediaram
Finn. Eles o perseguiram depois da escola e o atiraram com pedras. Eles
colocaram notas ameaçadoras em seu armário e cagaram em nossa caixa de
correio. Deus sabe o que ele manteve de mim. Aposto que ele não me contou
tudo...
— É o que é. — Ela suspirou. — Eu não vou ficar aqui por muito mais
tempo, e espero que quando eu morrer, Finn dê o fora de Palladian. Ivy
lançou uma grande maldita sombra.
— O boato que eu ouvi é que papai se matou de pesar ou culpa por Ivy.
— Eu não posso imaginar o que ouvir isso deve ser para você.
272
— Você já ouviu falar alguma coisa sobre o por que meu pai poderia ter
feito isso?
Lyddie pegou as páginas que ele lhe entregou sem olhar para elas.
— Ainda não. Alguém pensou que o viram pela Costco esta manhã, mas
nunca o alcançamos.
— Que pena. Vai estar frio de novo hoje à noite. — Ela folheou as
páginas. — Isso diz que é de Finn?
273
— Não se preocupe, querido. Eu tive uma boa vida. Eu tenho tentado
ficar forte para o Finn, mas está ficando tão difícil.
Dare não tinha ideia do que dizer sobre isso. Ele deu outro impulso ao
balanço com o pé.
— Agora você está de volta e Finn não estará sozinho. Eu estou tão
feliz. Eu acho que isso é ótimo.
— Tenho certeza que não escapou ao seu conhecimento que Finn é gay.
— Não. — Deus, ela realmente iria para lá? — Eu sei que ele é gay, mas...
Lyddie deu um tapinha na mão de Dare. Ela pegou uma garrafa de água
e destampou-a para tomar alguns goles.
274
— Finn fica atrás de mim se eu não bebo minha água. — Ela virou o
olhar para a rua, e depois disso, para o horizonte. — Não tenho nada melhor
para fazer do que notar cada pequena coisa que acontece ao meu redor. Se
você adicionar minha vida fantasia rica e vibrante, você pode encontrar
muitas maneiras de chamar o que eu vejo acontecendo entre você e Finn
como um produto da minha imaginação. Pensamento de desejo. Os delírios
de uma mente hippie e viciada em drogas.
Dare deu-lhe algumas palavras. Se ela queria acreditar que ele e Finn
tinham alguma coisa, tudo bem. Se isso lhe dava paz ou algum tipo de
fechamento, tudo bem para ele. Ele estava prestes a dizer isso a ela quando
ouviu um ronco muito desagradável.
Ele queria que Finn olhasse para ele como um herói novamente.
275
Ele queria justiça para Andrew King e queria que as pessoas da cidade
parassem de olhá-lo como se ele tivesse fodido e não tivesse mais para onde
ir, mesmo que isso fosse verdade.
Se ele pudesse apenas tirar essas coisas, talvez a felicidade que o iludisse
em Seattle pudesse ser dele, finalmente.
276
Capítulo 25
O Celeiro estremeceu sob uma debandada da linha ocidental do campo,
dançando enquanto seus patronos se moviam ritmicamente na pista de
dança. As botas de caubói vermelho de Stella batiam na frente, o jeans
apertado e o topo cravejado de riscas, como uma placa de néon piscando que
dizia: Esse lugar pertence às vaqueiras de Palladian.
— Uma vez por mês, Stella e suas amigas vêm para a de dança. — Ele
limpou o bar na frente de Dare. — Eu ganho uns bons dólares em bebidas
para as Senhoras. Essas garotas sabem fazem uma festa.
Bill e Trent estavam jogando dardos de novo, com Bill fazendo muito
melhor do que da última vez. Rob Evans sentou-se em uma das mesas
menores na periferia, bebendo cerveja e observando seu filho. Dare pegou sua
própria bebida e caminhou até a mesa de Rob.
— Sim. Eu e o Bill.
277
mão.
— Eu ouvi de sua mãe que as coisas não eram ótimas entre eles. —
Dare não mencionou que recebeu aquela notícia em particular de Finn. —
Sra. Boyer disse que queria uma esposa de troféu e ela não estava
feliz. Crianças preocupadas.
— Sim, talvez. — Rob concordou. — Ele já tinha seus filhos, não acho
que ele queria mais. Ele estava pronto para viver a boa vida, e então ficou
doente. Eu acho que ele tinha sintomas muito antes de qualquer um de nós
perceber e seu comportamento era errático, então eles lutaram muito. Eu
acredito que ele a amava, no entanto.
Trent se aproximou.
278
Dare deu-lhe dinheiro suficiente para outro bourbon.
Bill parecia mais feliz mais jovem e menos zangado do que Dare o vira
desde que voltara para a cidade. Ele se perguntou se Finn havia trabalhado
sua magia de alguma forma naquela tarde, ou se ganhar em dardos era a
razão para isso.
Fosse o que fosse, Bill estava agindo quase maduro. Muito perto de ser
simpático, e Dare não estava disposto a fazer nada para perturbá-lo. Ele
congelou onde estava quando Bill se sentou ao lado dele.
Bill perguntou:
— Parecia caro.
— Sem brincadeiras.
279
— Nada de errado com isso, não é?
— Sim. — Dare fez uma careta. — Por que eles sempre acham que, se
encontrarem o corpo, descobriremos que não o colocaram lá? Não há corpos
que possam aparecer aqui em Palladian, no entanto.
280
— Isso é o que o ML disse.
— E aquele garoto, Andrew. — Disse Rob. — Ele levou um tiro, não foi?
Como ele esperou mesas o tempo todo, Trent voltou com um jarro de
cerveja, um bourbon e uma coca para si mesmo. Ele sentou-se e, assim,
parecia que Dare era um dos garotos. Ele adivinhou que a aceitação fácil de
Rob o fez inclinar a balança a seu favor. Dare só aposto que o velho também
sabia disso. Ele teria que lembrar de agradecer-lhe algum dia.
Dare estava encostando a cadeira para trás, ouvindo uma das garotas
dizer a todos o enredo de um filme que ela tinha visto recentemente.
Enquanto ele estava ouvindo, o rosto de Bill se contorceu em um sorriso de
escárnio.
281
— O que é isso? — Dare deixou as pernas da cadeira cair no chão
quando ele se virou para ver o que Bill estava olhando.
— Inferno se eu sei.
— Ele não está aqui para ver você? — Dare estava bêbado demais para
pensar rápido. Ele não fez um bom trabalho em esconder sua surpresa com a
atitude de Bill. Cara ligado. Ele tinha visto os lábios de Bill Fraser ao redor do
pau de Finn.
— Por que diabos você diria isso? — Bill disparou de sua cadeira tão
rápido que Dare mal teve a chance de se mover antes que Bill o pegasse pela
frente da camisa.
— Estou brincando. Ele é meu amigo. Eu só não achei que ele soubesse
que eu estava aqui.
Bill deu uma leve sacudida em Dare e o soltou antes de deixar cair
algumas notas sobre a mesa e sair do bar.
282
— O que diabos o fez levantar o nariz? — Rob perguntou, após a porta se
fechar.
— Nenhuma pista. — Dare pegou sua bebida e não fez nenhum esforço
para olhar para trás novamente.
— Deus, Bill é um filho da puta estranho. — Rob olhou para seu filho. —
Ele não parece um filho da puta estranho?
— Ele está bem. — Trent olhou para Dare e depois para Finn. — Finn
Fowler apenas irrita Bill.
— Você sabe. — Rob se inclinou para se fazer ouvir. — Quando Finn foi
espancado?
— E isso? Bill não era um de seus assaltantes. Tanto quanto Dare sabia,
Bill não tinha nada a ver com o ataque de Finn.
— Mesmo?
— Não, ele não fez. Isso é legal. Bill Fraser fez isso?
283
— Sim, mas você sabe que o pai de Bill era um bombeiro.
— Sim. — Dare lembrou de algo assim. — Agora que você citou isso.
— Quando ele descobriu o que Bill fez, criando um alarme falso como
esse, ele quase bateu em Bill até a morte.
— Não seria, seria? O pai de Bill era família. — Rob lembrou a ele.
— Deu aBill uma lesão na cabeça. — Rob balançou a cabeça. — Ele ficou
em coma por três dias. Demorou meses para ele curar. Ele perdeu um ano de
escola e essa surra custou ao pai o emprego. Eu tenho que imaginar que Bill
gostaria de nunca ter levantado um dedo para ajudar Finn.
— Eu vejo. — Dare pegou sua bebida, mas uma mudança sutil veio sobre
a multidão na mesa.
Ele sabia que Finn estava parado atrás dele antes mesmo de se virar.
Deus, Finn parecia bem. Ele estava lá com calça jeans desbotada de
cintura baixa e se encaixava em sua bunda como uma segunda pele. Uma
jaqueta de couro de motociclista fazia o mesmo com o torso. Ele parecia
nervoso e sutilmente perigoso talvez apenas porque Dare estava realmente
ciente de quão perigoso Finn poderia ser.
284
Ele se vestiu como se estivesse saindo para a festa ele tinha barbeado o
queixo e penteado o cabelo de um jeito desinteressado que fez Dare querer
passar os dedos por ele.
Ou pegar uma mecha para puxar Finn para um beijo ou melhor para
chupar seu pau.
— Lyddie disse que você veio pela casa. Posso falar com você por um
segundo? — Finn levantou as duas mãos para afastar o cabelo rebelde do
rosto. Dare viu a pulseira de anéis de pênis enrolada no pulso de Finn, e seu
pau apertou dolorosamente por trás de seu zíper. Apenas a visão daquela
pulseira de couro deixou Dare envergonhado e excitado e irritado de novo.
— Estou aqui com meus amigos, Finn. Se for sobre o caso do pastor,
pode esperar até que eu esteja no escritório amanhã?
— É pessoal.
Venha para isso, Dare também ficou surpreso. Mas ele também estava
ansioso e tenso, e nem mesmo sabia o porquê. Os rapazes de Pelham
sentaram-se do outro lado da sala, olhando para os dois, ele e Finn, como se
algo fedia.
285
com o Dare. Entrarei em contato mais tarde esta semana.
— Eu pensei que Finn era seu amigo. — Stella olhou Dare como se ele
fosse uma forma de vida mais baixa. — Talvez você devesse ir atrás dele.
— Tudo bem. Eu vou ver o que ele precisa. Duvido que valha alguma
coisa agora, mas vou ouvi-lo.
Finn não ficou surpreso ao ver Bill espreitando por seu carro. Sem
reconhecer a presença de Bill algo que ele sabia que enfureceria o policial já
infeliz ele murmurou:
286
— Não.
— Sim.
— Eu não contei a ele. Ele nos viu. — O coração de Finn doía por Bill,
mas não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso. — Ele não vai espalhar
rumores.
— O inferno que ele não é vai. Deus. — A voz de Bill transmitiu sua
agonia. — Oh meu Deus.
287
passaram enquanto Finn o observava cautelosamente. Então o medo de Bill
se transformou em raiva cega, e ele se lançou contra Finn. Pela primeira vez
em muito tempo, Finn não tinha certeza se poderia desviar a auto-aversão
violenta de Bill ou parar a maneira como isso o fez atacar.
Antes que Finn pudesse levantar a mão para se defender, Dare estava ali
para fazer isso por ele. Ele atingiu a perna de Bill por trás e o puxou para trás,
desequilibrado. Bill se debateu contra a coxa de Dare por um segundo antes
de Dare o atirar de barriga para baixo no chão e colocar um joelho em seu
ombro. O aperto de Dare no pulso de Bill fez com que ele estremecesse de dor.
Finn olhou para cima e viu que eles estavam atraindo uma multidão.
— Mas...
— Você só vai piorar as coisas para ele se ficar aqui. Vá para casa.
Bill se contorceu sob o joelho de Dare. O que quer que ele e Finn
estivessem falando, ele tinha virado a porra da tampa, e era tudo o
que Dare podia fazer para segurá-lo. Tony saiu do bar e os separou com a
288
ajuda de Trent e Rob Evans.
Dare se dobrou do golpe do corpo. Mesmo que sua briga com Bill o
tivesse deixado em paz, seus reflexos eram lentos. Demorou um pouco antes
que ele pudesse arrastar ar para seus pulmões.
— O jeito que eu lembro é que eu tive que empurrar sua bunda por trás
de uma árvore. Você nem percebeu que estava em perigo.
289
casa.
Dare disse:
— Levar ele para casa? — Bill apontou para Dare. — Por que diabos eu
deveria?
— Eu não...
290
— Escute, filho. Eu ajudei você a conseguir esse emprego. É assim que
você vai me pagar?
— Você levantou sua mão para outro oficial. Você deveria estar
enfrentando audiências disciplinares.
— Eu sei.
Dare se encolheu. Então ele bebeu? Que negócio era de qualquer outra
pessoa? As pessoas estavam falando atrás das costas?
— Eu...
— Sim, Senhor. — O que mais Dare poderia dizer? Tony estava certo,
ele estava fodendo. Talvez foder fosse seu verdadeiro chamado, e o álcool
apenas ampliava sua capacidade.
— Esta não pode ser a primeira vez que você ouviu isso.
— Não Senhor.
Oh Deus!!
291
em casa a partir de agora.
— Veja o que você faz. Eu vou falar sobre isso com Borkowski amanhã.
Você teve todos os tipos de testemunhas. Não pense que termina aqui.
— Não Senhor.
— Garoto, seu pai era um dos meus melhores amigos. Não jogue fora
um futuro promissor sobre isso. Não há vergonha aqui, a menos que você
deixe isso continuar.
O rosto de Dare queimou quando ele humildemente seguiu Bill até sua
caminhonete.
Dare entrou e manteve a boca fechada enquanto Bill ligava o motor. Ele
observava as ruas de Palladian, ou cerca de um trecho de uma milha deles,
porque ele morava tão perto do celeiro que passava no mais profundo dos
silêncios.
Dare não deu a mínima para o que fez Bill, quem ele era ou o que o fez
agir da maneira que ele tinha. Bill Fraser era apenas mais um item em uma
longa lista de razões pelas quais ele desejava nunca mais voltar. O incidente
no bar ainda o deixou com raiva o suficiente para tirar a vida dele em suas
mãos e dizer o que estava em sua mente.
292
— Talvez você devesse ver alguém sobre o seu problema.
— Não é verdade, porque se você for atrás de Finn assim de novo, onde
eu posso te ver? Eu vou matar você.
— Talvez não. — Finn não precisava mais dele, mas eram os intervalos.
Ele perdeu o direito à amizade de Finn quando ele não conseguiu devolvê-lo.
— Mas eu farei do mesmo jeito.
— Eu não vou.
— Eu sei o que você está pensando. — Dare disse. — Se você tivesse algo
em mim que me faria rir de uma cidade inteira, você colocaria em uma porra
de um outdoor.
— Tudo bem, então porque você não faz? Se você sabe muito.
293
— Você está?
— Porra desligado.
— Eu vou sair daqui, não vou? — Quando Dare abriu a porta e colocou
um pé no meio-fio, Bill freou, forçando-o a pular cerca de um metro e meio
antes que pudesse se libertar. — Isso é realmente maduro, Fraser.
— Foda-se você.
294
— Você ama todos os produtos de carne de porco dançando.
— Ha-ha...
Ele pegou as duas garrafas de água da cozinha, e quando ele voltou, ela
levantou os pés para que ele pudesse se juntar a ela.
— Sim. Cristo. Tem certeza de que ele queria falar comigo? Finn abriu a
água e entregou a ela. Sua força de aderência simplesmente não estava mais
lá.
— Eu acho que você talvez tenha entendido mal a situação. Fui falar
com ele, mas ele me surpreendeu. Finn bebeu metade da água de uma só
vez. Ele raramente bebia e isso o deixava com sede. — Fim da história.
— Ele apenas te surpreendeu? Por que diabos ele faria isso? Você não
está me contando tudo. Você foi à casa dele?
— Ele estava no Celeiro com alguns dos caras. — Não havia como dizer
isso mais silenciosamente do que ele, mas ela o ouviu de qualquer maneira.
295
— Você foi falar com Dare em um bar policial?
— Na verdade não. Ele estava com Bill Fraser e alguns dos outros caras
do trabalho .
— Ah, droga, Finn. — Ela puxou o cobertor para cima e cobriu o rosto. —
Cristo. Não faça isso comigo.
296
— Naquela noite — Ela fungou. Respirou fundo. — Eu vi o jeito que Dare
olhou para você. Aquele menino pode apenas amar você. É possível que ele
sempre tenha te amado, mesmo quando você era criança. Sabe, eu costumava
me preocupar com isso sobre como ele estava ligado a você. E não pense que
eu não assisti você todo o maldito tempo para ter certeza que ele não estava...
— Uau. Não. Nada como isso nunca... sempre. Ele gostou da adoração
do herói, eu acho. Sendo um irmão mais velho.
— E o que é isso?
— Eu quero alguém para acalentar você, Finn. Eu quero ver isso com
meus próprios olhos antes que eles se fechem para sempre, e você não pode
continuar assim tratando o amor como fogo. Você não pode continuar
colocando para fora antes que comece, querido. Você tem que ter uma chance
que você vai se queimar.
— Maldição, Finn. — Ela soltou seu pulso e segurou seu rosto entre as
mãos. — Você acha que precisa ficar longe ou vai acabar como Ivy, mas isso
não é verdade.
297
Ele se afastou dela.
— Do que você está falando? — Finn examinou os olhos de sua tia. Isso
era o remédio dela falando?
— Ivy sempre quis as coisas falsas. Ela dormiu com homens por
dinheiro, Finn. Ela queria poder, ela queria arremessar esse poder na cara de
todos. Isso parece ser algo como procurando por amor para você?
298
isso.
— Dare não sabe que ele te ama ainda, isso é tudo. Ele não teve seu
momento de ruptura. Mas mais cedo ou mais tarde, ele vai olhar para o seu
sorriso doce, o mesmo sorriso que o encantou quando você era apenas uma
criança, ele vai se perguntar como ele viveu um dia sem você. E se você
estragar tudo, eu vou sair do meu túmulo e assombrá-lo.
299
Capítulo 26
No dia seguinte, Finn partiu para a sua corrida, ainda com os olhos
vermelhos da noite mal dormida . Não o surpreendeu quando Bill puxou ao
lado dele em sua caminhonete. Bill o acompanhou por um momento,
iluminando o caminho de Finn com os faróis. Quando chegaram ao seu lugar
particular junto ao rio, ele parou seu caminhão onde a estrada terminava.
Finn esperou por perto.
— Ei, Bill.
— Eu sei. — Bill não parecia melhor do que ele, Finn pensou. Ele foi
pego em dois lugares onde ele se barbeou mal, e seus olhos estavam
sombreados com olheiras como se ele não tivesse dormido.
300
Uma noite difícil foi aquele em que Bill teve que estabelecer que ele era
maior, mais forte e, às vezes, armado, para se proteger.
— Desculpa.
— Sim.
Finn sabia que ele era o único que via o lado doce do homem que todos
na cidade acreditavam ser um idiota de primeira classe.
— Ele disse a todos que eu o irritava, então ele começou uma briga. Ele
entrou em apuros com Tony e todos. Eles disseram que ele tem que ir para
AA.
— Meu Deus. Eles não fizeram. — Finn podia imaginar como isso foi. —
301
AA? Como em Alcoólicos Anônimos?
— Buckley é um idiota total. Mas ontem à noite ele me deixou socar ele
para manter meu segredo. Eu quero odiá-lo ainda mais, mas depois me sinto
mal com isso.
— AA pode ser bom para ele. — Finn suspirou. — Ele bebe demais.
— Não sei. Quatro anos? — Bill tirou a tampa do café para fazer uma
dose com açúcar e creme.
302
Bill sacudiu a cabeça.
— Houve uma vez em que aqueles caras vieram aqui para jogar uma
velha máquina de lavar no rio.
— Você os fez levá-lo para o lixão. — Finn pegou seu favorito, um donut
de açúcar em pó, da bolsa.
— Eu não sei. Ontem à noite Lyddie teve um colapso fodido. Ela está
com medo de me deixar sozinha.
— Ele ainda me chama de Bill porra Fraser dessa forma ele faz? Como a
veia em sua tempora está prestes a explodir?
— Sim.
303
Bill sorriu, e isso transformou seu rosto de tal forma que Finn respirou
fundo. Bill podia ser lindo quando estava feliz. Eles apenas tinham que afinar
as coisas que o faziam feliz.
— Eu não posso.
304
prostituição, então, seriamente. Bill precisava dizer isso?
— Eu sei que você não quis dizer que eu sou como minha mãe. Você é
tão cruel quando há alguém escutando.
— Nem eu. Eu só quis dizer que você tinha delineador. Como se você
estivesse procurando um encontro.
— Eu fui.
— Com Dare?
— Eu acho.
— Porque você acha que ele quer ser seu amigo da luz do dia?
— Você me culpa?
— Quando tudo isso acabar. — Bill jogou seu donut comido pela lateral
do caminhão e limpou as mãos em um guardanapo. Sem olhar para Finn, ele
começou a pegar o lixo, incluindo a tampa da xícara de café de Finn.
305
— Não... Eu não sei. — Finn admitiu. — Talvez.
— Não, eu apenas pensei que deveria mencionar isso, por causa do que
Lyddie e eu conversamos.
— Lyddie quer que você procure um namorado, certo? Ela está de olho
em Buckley agora que ele voltou.
— Conta...
— Não, você sabe o que? — Bill saltou para o lado do caminhão. Ele
abriu a porta de trás para colocar o lixo em um recipiente que ele mantinha
lá. — Nós dois sabíamos como isso ia acabar. Está bem.
— Não está bem se você acha que isso me faz menos do que seu amigo.
— Você não é meu amigo, Finn. Você nunca foi meu amigo.
— Eu sou seu amigo. — Finn pensou sobre o que Lyddie tinha dito na
noite anterior. — Você simplesmente não sabe como falar em amizade, e não
importa o que eu diga, você não me entende.
306
expressão pitbull. — Viado.
Paixão acendeu nos olhos de Bill, mas morreu um segundo depois. Ele
balançou a cabeça tristemente.
— Obrigado.
Dare seguiu para a padaria de Peg naquela manhã porque ele ficou sem
307
café. Além disso, ele queria pedir algo que pudesse levar para Denise na sexta
à noite. Ele não ficou surpreso ao ver Finn correndo em direção a ele na rua
principal de Palladian. Dare o tinha visto correr até Peg antes, na primeira vez
que eles falaram depois da morte de Candy, quando nenhum dos dois tinha
ideia do que esperar.
— Nada de mais.
— Eu sei.
308
tratado Finn na noite anterior. Ele tinha visto Finn no bar, teve uma reação
poderosa a ele, como de costume, e se escondeu por trás de embriaguez e mau
comportamento porque não o tripulou na frente de seus amigos.
Agora ele tinha que se desculpar. Ele tinha que, mesmo que não
estivesse pronto para o que Finn oferecia. Ele não era um idiota.
— De quem?
— Oh, você olharia para aquilo? O qual? Você está tão gramaticalmente
correto.
— Se você diz.
309
— Eu digo isso. — Finn começou a correr no lugar. — E sabe de uma
coisa?
— O que?
Com um sorriso, Dare assistiu Finn correr pela rua. Ele se acostumou
com a mecânica um pouco estranha de Finn. Sua forma magra era tão forte.
Isso nunca foi mais aparente do que quando ele correu. A cada passo,
músculos bem definidos se esticavam nos braços e costas. Energia enrolada
em seus quadris e panturrilhas. Observando-o correr assim, observando-o
simplesmente mover seu corpo daquele jeito controlado e cuidadoso, Dare se
lembrou da graça sinuosa e inconsciente com a qual Finn o perseguira na loja
de Lyddie.
Lentamente.
O que teria acontecido se ele tivesse levado Finn para casa e o tivesse
310
fodido ao invés de se contentar com uma cena e uma punheta no salão de
Lyddie?
Dare assistiu Finn correr no lugar esperando por uma das poucas luzes
de Palladian para mudar. Quando ficou verde, ele saiu do meio-fio. Dare mal
tirara os olhos de Finn, acabara de abrir a porta da Padaria Peg e respirava o
ar quente e levemente aromatizado de baunilha, quando o som de um motor
acelerando atraiu seu olhar para trás. Ele se virou bem a tempo de ver uma
mancha azul danificada atravessar o cruzamento, indo direto para Finn.
Finn deve ter percebido que o carro estava apontando para ele no
mesmo segundo terrível que Dare fez, e correu em direção à segurança. Deu
uma última explosão de velocidade e mergulhou na calçada.
Tudo aconteceu tão rápido que o carro azul estava a meio quilômetro da
rua antes de Dare chegar ao cruzamento.
Seu coração batia contra suas costelas enquanto ele contornava o carro
311
deficiente. Finn estava deitado no chão, enrolado em uma bola apertada.
— O que?
312
— Oh. Talvez.
— Oh Deus, Finn.
— Estou bem.
— Você não tem que falar. — Dare passou o braço ao redor de Finn, que
começou a tremer todo provavelmente da adrenalina.
Eles tinham sido tão sortudos. Apenas alguns pés ficaram entre Finn e a
morte certa.
Microssegundos.
— Cristo, Finn.
— Shh. — Finn virou a cabeça. Ele ficou tão pálido que Dare pensou que
provavelmente ficaria doente. Ele deixou Finn rolar para longe dele, e então a
ânsia impotente de Finn fez o estômago de Dare balançar também.
— Você vai ficar bem, Finn. — Dare deu um tapinha nas costas. — Eu
sinto muito.
313
Sirenes se aproximou.
Porão do porão?
— Sim?
— Conta.
Com essa palavra, o estômago de Dare se virou. Claro Finn pedia por
Bill. Conta porra Fraser foi
Ah!
314
Capítulo 27
Dare descreveu o acidente ou incidente, porque isso não foi um acidente
para Bill, que estava de folga, mas ali mesmo, e para Denise, que aparecera
em preto-e-branco. Ele falou com a clareza destacada que o trabalho exigia
dele.
— Ele está agindo como se tivesse uma concussão. Eles vão levá-lo ao
pronto-socorro para que ele olhe. Ele provavelmente precisará de uma
ressonância magnética.
— Sim.
315
— Você deu uma olhada no motorista?
Lyddie ainda estava na cama quando Dare chegou na casa dela. Ele
pegou as chaves de Finn então ele simplesmente entrou, chamando o nome de
Lyddie para que ela não ficasse chocada em vê-lo. Quando ele a encontrou, ela
mal estava coberta por um único lençol. Os aquecedores elétricos mantinham
a sala tropical. Ela não estava usando seu turbante, cachecóis ou cobertores, e
316
ele viu pela primeira vez como o câncer havia destruído sua pequena
estrutura.
— Dare Buckley? Você não sabe melhor do que entrar no quarto de uma
dama sem um convite?
317
— Deus, você levaria minha bunda ao redor? Você é corajoso. — Ela
parecia estar considerando isso. — Só chegar à varanda da frente é quase
demais para mim nos dias de hoje.
— Tudo bem. Não faz sentido fazer você passar por isso, se eles vão
liberá-lo em algumas horas. Vou mantê-la informado.
— Sim. Você ira? — Ela franziu a testa. Ele viu que ela não podia estar lá
para Finn do jeito que ela queria. Ela fechou os olhos. — Maldito este corpo.
— Enquanto isso, eu preciso ter certeza de que você tem tudo que você
precisa ou Finn vai me derrotar.
Sangue e calçada.
318
de uma erupção vulcânica e o sufocaram sob o peso do seu passado.
Alguém disse:
O trovão saltou dentro dele. Isso o fez sentir peculiarmente oco, como se
ele fosse um grande bumbo. Como a chuva poderia enchê-lo até o topo.
319
Na escuridão da noite, vasta e sem visão, Finn estava livre.
Tudo ao seu redor tinha ficado selvagem, e ele tinha possuído isto.
A voz de sua mãe flutuou para ele a cerca de três metros de distância.
Ele esperava que ela não fosse rir muito alto. Se ela o fizesse, ela poderia
acordar Lyddie e eles teriam que voltar para dentro de onde estava seguro e
quente.
Ele não podia dizer a sua mãe para ficar quieta porque ela ficaria brava.
Ele não queria que ela parasse de rir e fosse para dentro de qualquer maneira,
então ao invés disso ele correu pela rua e a fez persegui-lo. Se ele corresse
rápido, ele provavelmente poderia ter mais alguns minutos de prazer quase
intolerável antes que ela o pegasse.
Ele nunca a amou, mas em momentos como este, ela inspirou sua
adoração como se ela fosse um sol distante, uma estrela cuja luz nem o
iluminou nem o aqueceu, mas cujo poder e beleza eram visíveis de uma vasta
distância.
Ele adorava a mãe porque ela fazia todas as coisas acontecerem coisas
ruins e coisas boas.
320
felicidade selvagem, e então ele ouviu pneus gritarem pela calçada. Era um
guincho rasgado e dilacerante como se uma ave de rapina descesse a rua e
voasse para longe novamente.
— Meu Deus. Você viu aquilo? Ela correu bem na frente do carro. As
palavras do pai de Dare saíram em um uivo agonizante. Ele se ajoelhou ao
lado dela, segurando o cabelo curto nas mãos.
— Você viu?
O Sr. Vicenzo falou primeiro. — Ela correu bem na nossa frente. Não
havia como você ter parado. Ele olhou para cima e para baixo na rua. Ele deve
ter perdido a figura vestida de preto de Finn, encolhida nas sombras.
Será que eles notaram que ele estava lá, assistindo? Tremendo de
medo?
321
Mijando-se porque era tudo culpa dele?
— É tarde demais para isso. Ela está morta. — O Sr. Vicenzo se ajoelhou
ao lado do Sr. Buckley para fechar os olhos da mãe de Finn. Finn tinha visto
pessoas fazerem isso na televisão. Dare disse que seus olhos nem sempre
fechavam quando você morria, e as pessoas tinham que fechá-los para você.
Mas talvez os olhos de sua mãe estivessem abertos porque ela não
estava morta?
Finn não podia falar, mas ele queria perguntar. Para fazê-los verificar
novamente só para ter certeza de que sua mãe estava realmente morta, mas
ele não conseguia dizer as palavras.
Talvez a mãe dele não estivesse morta. Talvez ela estivesse apenas
dormindo. Talvez se eles verificassem novamente, ela levantaria e riria e diria
que era tudo uma piada.
— Cristo. Eu sabia que você não deveria estar dirigindo, Kent. Temos
que... — O Sr. Vicenzo parou quando Jack Shepherd vomitou ao lado da
estrada. — Cristo.
322
— Pense no que você está dizendo, Kent. Você esteve bebendo. — O Sr.
Vicenzo pôs a mão no ombro dele.
— Mas você vai dizer a eles que foi um acidente. Você vai dizer a eles,
não vai? Vocês todos viram, não vão? Ela correu para a frente do carro.
— Do que você está falando? Temos que... — O Sr. Buckley olhou para
cada um deles. — Certamente temos que contar para a polícia. Eles
notificarão Lyddie. Oh Deus. Os meninos. Como vou dizer a Finn e Dare?
— Como podemos esconder isso? Olhe para o meu carro. Olhe para Ivy,
pelo amor de Deus. Olhe para ela !
— Tony está certo. — Disse Pelham. — Ninguém precisa saber que você
bateu nela. Eu posso consertar seu carro, e ninguém tem que descobrir. — Ele
passou as mãos sobre o pára-choque dianteiro do carro. — Se não contarmos,
ninguém precisa saber. O rio está cheio e é traiçoeiro como o inferno. Se a
323
colocarmos no rio e a encontrarem, parecerá um acidente.
— Ela é morta, Kent. Nada vai trazê-la de volta. Você sabe disso. Que
bem faz ela se seu a família sofre?
— Mas...
— Oh, Finn. Eu juro para você, não foi sua culpa. Foi apenas um terrível
acidente. O pai de Dare envolveu Finn em seu caloroso abraço e o balançou
para frente e para trás. Finn fechou os olhos. Ele passou muitas noites
acordado, desejando que o Sr. Buckley fosse seu pai.
324
— Não foi culpa de ninguém. — Vicenzo e o Sr. Shepherd se ajoelharam
ao lado deles na rua deserta. A chuva ainda caía. — O pai de Dare não fez nada
de errado.
— Você não pode contar a ninguém. — Disse Vicenzo. — Isso tem que
ser o nosso segredo. Se você disser, serei forçado a levar o pai de Dare para a
cadeia. Você pode manter nosso segredo, Finn? Isto é muito importante.
— Você não pode contar a ninguém, nunca. — Finn ouviu a ameaça nas
palavras do Sr. Pelham. Ele era mais assustador que o sr. Vicenzo ou o Sr.
Buckley. Ele puxou o braço de Finn e deu-lhe um aperto forte. — Não importa
o que, você me ouve? Estamos todos em apuros se você contar. Até você.
— Você não pode sequer dizer a Dare. — Lembrou o sr. Buckley. — Você
poderia fazer isso? Você pode guardar meu segredo, até mesmo de Dare ? Isso
vai matá-lo se ele descobrir que eu fiz isso, essa coisa horrível para sua mãe.
— Eu não vou dizer. — Finn se sentiu mal por dentro. Ele fez sua mãe
persegui-lo e ela morreu. Não importa o que o Sr. Buckley dissesse, Finn sabia
que era tudo culpa dele. Não havia como ele dizer alguma coisa para Dare
quando não era algo que o Sr. Buckley havia causado. — Eu nunca vou
325
contar. Eu juro.
Buckley hesitou por alguns segundos antes de ele, o Sr. Pelham e o Sr.
Shepherd deixarem o corpo da mãe sobre o corrimão. Ela fez um respingo
quieto. Suas roupas coloridas as meias amarelas brilhantes, a capa de chuva
azul néon e o lenço de seda que ela usara naquela noite floresciam à sua volta
como flores antes que a água escura e agitada a engolisse.
Finn assistiu seu corpo rolar e bobear agora você me vê, agora você
não, peekaboo levado pela corrente imensamente poderosa. Ele viu o casaco
dela esbarrar nos escombros e, uma vez, seu corpo se desprendeu das rochas
antes de se debruçar embaixo, de cabeça e desaparecer completamente.
A chuva caiu sobre os dois, mas eles ficaram lá por um tempo juntos.
Finn fingiu que o pai de Dare também era seu pai. Que eles se
tornassem uma família. Ou pelo menos talvez ele e Lyddie pudessem ser uma
família de verdade agora.
Finn fechou os olhos e fez seu mais forte desejo que ele pudesse estar
sempre com as pessoas que ele mais amava no mundo, agora que sua mãe
tinha ido embora.
326
Capítulo 28
— Finn? — A voz de Dare. — Você dormindo?
— Oh. Seguro. — Finn riu. — Deus, eu não preciso que meu mentor na
filosofia saiba que a segurança é uma ilusão.
— Finn.
— O quê? — Dare parecia tão infeliz que Finn se sentiu como um salto
por provocá-lo. — Estou bem. Estou dispensado, eles estão apenas esperando
alguem para me levar de volta.
— Ok. Eu te pego.
327
— Obrigado. — Finn abriu os olhos. O olhar que Dare colocou nele
foi... surpreendente. Ninguém nunca olhou para ele assim. Ele sentiu o peso
do olhar de Dare através dele como o crepitar de um raio de calor. Finn
recuperou o fôlego. — Você não se importa de ser visto comigo assim? Eu
pareço o monstro de Frankenstein.
328
— Eu não tenho certeza se estamos na mesma página. — Finn disse
calmamente.
— Não me diga que você não sente isso. Você nem me diz que o que
temos é o mesmo que você tem com o Bill porra Fraser.
Dare se levantou.
329
— Uau, rapaz baixo. — Finn agarrou a manga de Dare. — Um pouco de
ajuda aqui?
Dare olhou para ele apenas o tempo suficiente para ele se mover para a
água. Dare serviu-lhe um copo e estendeu-o para ele. Finn sorveu
desajeitadamente enquanto a tensão na sala diminuía.
— Obrigado.
— Eu acho que se você tem uma carona. — Bill olhou para Finn como se
ele estivesse tentando memorizar cada detalhe. — Eu vou deixar o capitão
saber que você está a caminho.
330
— Eu vou ver você por aí? — Finn perguntou.
Dare parecia que ele ia negar, mas depois ele caiu mais para trás em sua
cadeira.
— Talvez.
— Detetive Awesome.
— Eu não posso odiar Bill porque Rob e Trent me disseram o que ele fez
por você quando foi atacado. Eles me disseram o que custou a Bill ajudá-lo.
Finn assentiu.
— Sim.
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simplesmente... nunca entendi antes. Eu não sei onde colocar esse tipo de
medo.
— Estou bem.
— Eu sei.
— Tudo bem. Tudo bem. — Dare brincou com o lado da cama e pegou o
corrimão. Finn balançou os pés para o lado.
— Eu sei. Mas eu tive que levá-la ao banheiro. Certamente você não faz
isso toda vez que precisa ir?
— Você está fazendo um ótimo trabalho. Tenho certeza que ela está
bem. Ela não é pesada, mas eu me perguntei se você poderia levantá-la.
332
— Eu uso uma correia traseira. Eu posso fazer isso. Eu tenho feito.
— Coisas de mulher?
— Deus, vê-la esta manhã sem todo o seu subterfúgio era simplesmente
triste, Finn. Isso me deu um soco.
333
manhã? Compre mobília ruim em vendas de garagem?
Não foi uma resposta, mas Finn não teve uma resposta. Cada batida do
coração de Finn dizia para ele congelar ou, no mínimo, diminuir a velocidade.
Para recuar antes que ele arruinasse tudo de novo.
Dare ajudou Finn a se levantar. Mesmo que eles fossem devagar, doía.
Todos os músculos do corpo de Finn pareciam ter endurecido. Seus ossos
estalavam como couro velho e seco enquanto se desenrolava. Juntos, eles
conseguiram colocá-lo em sua calça rasgada e sangrenta e camiseta.
334
lembra? Ficará tudo bem.
— Obrigado.
— Eu sei.
Demorou alguns minutos para encontrar uma ordem para levar Finn
para fora. Uma vez que ele estava no meio-fio, Dare trouxe seu caminhão ao
redor. Apesar dos protestos de Finn, Dare insistiu em ajudar a subir a bordo.
Ele acompanhava cada movimento, cada gesto com uma ternura nova e
misteriosa. Ele se esforçou para ajudar Finn com seu cinto de segurança. Ele
335
se inclinou e perguntou se Finn estava com frio, e quando Finn não disse
rápido o suficiente ou o suficiente, Dare mais uma vez tirou a jaqueta e
colocou sobre ele.
Ele pensou no dia em que Candy havia morrido, quando Dare foi à casa
dele pela primeira vez em anos e perguntou:
336
quanto ela parecia cansada. O jeito que suas mãos tremiam quando as
estendeu para Finn.
— Ele com certeza fez. — Kate sorriu e ergueu os braços para um abraço
de Finn também. — Vem cá, merda. Você não terminou com hospitais ainda?
— O que posso dizer? Apenas quando eu pensei que estava fora. — Finn
fez um Al Pacino credível. — Eles me puxaram de volta.
Dare dirigiu-se para o silêncio quieto da casa, onde ele foi para a
cozinha. Algum tipo de sopa ensopada borbulhou no fogão. Kate deve ter
limpado um pouco porque os balcões estavam arrumados e toalhas limpas
estavam penduradas no suporte do fogão. Ele abriu a janela da cozinha.
Definitivamente havia mais que eles poderiam fazer para ajudar Finn e
Lyddie, mas isso era um começo.
337
lhe entregou sua bebida.
— Você está absolutamente certo de que isso não está de alguma forma
ligado a Andrew?
— Finn não usa drogas. — disse Lyddie. Dare olhou para Finn. Deus ele
era legal. Ele não deu nada. Isso deveria ter preocupado Dare mais do que
isso.
— Talvez alguém pense porque você tinha uma conexão com Andrew,
você pode ter algum interesse em continuar com o seu 'negócio'?
— Você não precisa ser filho. Alguém só tem que pensar que você é a
338
concorrência para querer se livrar de você.
— Claro. — Finn cruzou os braços sobre o peito. — Fazer rolos dos cinco
oh? Mantenha meu segredo? Sim. Eu definitivamente faria isso.
339
Todos ficaram em silêncio por um longo minuto. Lyddie estendeu a mão
para Finn, que a pegou e a beijou carinhosamente. Kate se levantou e trocou
de lugar para que Finn pudesse sentar no balanço. Ele colocou o braço sobre
os ombros finos de Lyddie e puxou-a para perto.
— Ainda não.
— Eu sinto que devo agradecer a ele. Acho que teria sido achatado se o
carro dele não estivesse no caminho.
— Eu farei isso.
— Talvez você devesse descansar. — Dare olhou para Lyddie. Desde que
eles chegaram, ela perdeu a pouca cor que tinha. — Vocês dois devem
descansar.
340
— Eu posso descansar aqui, se esses bons cavalheiros estão fazendo
perguntas.
Silêncio.
341
— O que você está dizendo?
342
Capítulo 29
Por volta da meia-noite, Dare sentou-se em uma cadeira no quarto de
Finn, observando-o dormir. Em algum momento, ele tirou as cobertas e agora
estava lá, tão lindo que tirou o fôlego de Dare. Tudo sobre ele chamava Dare :
aquele ninho de cabelos escuros, seus olhos estranhos, a paisagem dele, a
longa e magra curva das costas, as nádegas arredondadas, as pernas do
corredor e até as solas dos pés, pareciam dizer me toque.
A sede criou um zumbido logo abaixo de sua pele. Era uma insistência
incômoda de que ele não conseguiria dormir não iria relaxar de jeito nenhum
a menos que pudesse encontrar algo para beber.
Dare fora avisado da bebida, primeiro por Trent e depois por Tony. Finn
havia lhe dado uma ordem direta para não beber álcool se estivessem juntos
como estavam no salão de Lyddie. Obviamente, ele estava conseguindo uma
reputação em Palladian como um bêbado.
343
garrafas de cerveja tilintando uma contra a outra na porta.
Porque ele queria tanto uma cerveja, ou de preferência algo ainda mais
forte, Dare escolheu limonada com um suspiro. Ele levou seu copo com ele
quando verificou se as portas estavam todas trancadas e as janelas fechadas
contra o tempo, que tinha ficado desagradável de novo, e quem quer que
tivesse atingido Finn.
Ele olhou a porta para o porão, sua curiosidade despertada. Ele tinha
estado na oficina de Finn antes, mas ele realmente não teve a chance de
explorar o trabalho de Finn. Ou a sala de jogos de Finn, que, dado o vislumbre
misterioso que ele tinha conseguido antes de Finn fechá-lo, interessou-lhe
muito.
A máscara era tão parecida com a própria Lyddie, tão bonita que tirou o
fôlego de Dare. Cada pedacinho minúsculo e meticuloso de artesanato estava
imbuído de uma devoção à expressão artística e atenção ao detalhe que
344
atraía Dare como um farol. Mesmo quando criança, ele viu a magia de Finn e
ficou sabendo pelo presente que era.
Era a vide de Finn, como dizem, encontrava a estrada, e ele teria que
aceitar essa parte de Finn, sem perguntas exceto talvez:
Dare não era contra um pouco de dor com o seu prazer. Ele tocou os
grampos, levantando um e testando-o no calcanhar de sua mão. Se ele tinha
10
Aparelho para pequenos choques.
345
alguma dúvida, eles desapareceram. A mordida afiada fez seu pênis apertar
ainda mais. Ele estava prestes a levantar a camisa e experimentá-lo em seu
mamilo quando ouviu um passo.
— Você vai me deixar brincar com você aqui? — A voz de Finn vibrou ao
longo de todas as terminações nervosas de Dare quando ele pegou o clipe
que Dare estava segurando. — Você vai se entregar para mim?
— Eu acho que isso depende. — Dare hesitou. — Sobre se isso vai nos
dois sentidos.
— O que? Isso? Finn indicou sua sala de jogos. — Isso só vai para um
lado, Dare. Eu sou o mestre aqui.
346
— Eu vejo. — Dare sentiu uma grande decepção. Ele olhou em volta para
todos os aparatos, as prateleiras de brinquedos embora fossem tesouros e
sentiu uma bolha de algo espontâneo estourar dentro dele. Não porque ele
sempre quis dominar Finn... não. Ele não podia nem imaginar. Mas a vida
fetichista era a única coisa que Finn queria? Ele nunca quis assistir a um jogo,
tomar uma cerveja, cair na cama e fazer amor a noite toda? Ele nunca quis
acordar e fazer ovos mexidos e beijar o café?
Oh, certo.
Ele queria isso desde o momento em que viu Finn, e percebeu voltando
para casa Não era sobre o Palladian, e não era sobre o fracasso. Era sobre
encontrar aquela certa coisa alguém que estava faltando em sua vida e indo
atrás dela, não importando as conseqüências.
— Agradável? Você não tem ideia. — Finn prendeu Dare com os olhos
enquanto segurava o fundo da camiseta de Dare e começou o puxão lento e
sensual para tirá-lo da cabeça. Dare levantou os braços, incapaz no momento
de recusar. Finn beliscou o mamilo em um pico de seixos antes de prender um
grampo. Dare ouviu-se um suspiro inconfundivelmente satisfeito. — Mas eu
vou te ensinar.
— Mas…?
347
— Hum? — Dare perguntou, confuso.
Dare engoliu em seco. Ele correu a palma da mão sobre o pau latejante
de Finn, indo para baixo, colocando suas bolas. Finalmente, ele se ajoelhou,
com a boca seca de saudade, e enterrou o rosto no calor úmido da virilha de
Finn. Dedos curvados, ele cavou na cintura de Finn, puxando o tecido para
baixo. Ao primeiro toque do pênis quente de Finn em seus lábios, ele
suspirou.
— Porra, sim.
Finn acariciou uma mão sobre o cabelo de Dare e usou o outro para
segurar seu rosto.
— Olhe para você. Deus. Dare Buckley está chupando meu pau.
— Chupe.
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pôde, fechando a garganta ao redor da largura dele, desistindo de fingimento
e controle e ar, pelo amor de Deus para dar prazer a Finn.
Ele poderia gozar assim, ele percebeu. A menor pressão em seu pênis o
mais simples arranhão do pesado tecido da calça jeans o deixaria como o
garoto que ele tinha quando saíra de Palladian. Com Finn acariciando seus
cabelos, Finn agarrando seus ombros, Finn dizendo: sim Sim Sim e agora,
Deus, agora, seria o suficiente. Sempre seria o suficiente para levar Dare ao
limite, e talvez empurrá-lo, se ele pudesse vê-los juntos em sua mente, a
imagem dele de joelhos, tirando Finn com a boca.
349
catastrófico como o amor encheu e transbordou.
Dare congelou.
— Não.
Dare levantou-se com uma maldição quando ele roçou o ponto úmido
em seu jeans. — Eu serei seu homem, Finn. Totalmente, completamente seu
para fazer com o que você quer. Foda-me, me mostre, me machuque, me
troque com seus amigos. Seu. Mas me veja como seu igual. Respeita-me.
Respeite meus sentimentos. Eu não sou o bom menino de ninguém.
— Dare...
350
— Eu não imaginei que você se tornaria um cara de coração e flores. —
Finn falou atrás dele.
— Eu não sou. — Dare parou perto do topo das escadas para colocar as
pernas de volta sob ele. — Isso deve ser óbvio.
— Dare...
— Eu preciso disso, Finn, e você também precisa. Você sai com todo
esse controle. Isso é tão óbvio quanto o gosto do seu sêmen na minha
boca. Você é quente para mim. Você é duro e molhado para mim. Mas você
usa esse ferro, você terá que manter todos à distância. Você o usa para não
sentir uma conexão emocional e estou lhe dizendo que preciso disso.
— Dare... o que você pensa, é isso que tenho para oferecer agora. Isso é
provavelmente tudo que eu tenho para oferecer, sempre.
Ele saiu e fechou a porta da frente atrás dele. Ele não olhou para trás.
Não havia razão para isso. Ele sabia que Finn não iria atrás dele. Esse não era
o estilo dele. Isso foi corações e flores. Isso era namorados, e Finn não tinha
351
namorados. Ele fodia as pessoas.
352
misturando -los com os cidadãos de Seattle, ficando tão bêbado e confuso que
Finn se tornou a mulher que enganou e, em seguida, o traiu, e então o menino
que tinha desaparecido, e então cada maldito corpo na rua, até que ele era o
motivo Dare corria pela escuridão e pelo mau tempo em Palladian, tentando
desesperadamente encontrar algo que sempre lhe escapasse.
— Cristo.
— Borkowski.
353
Capítulo 30
— Andrew se parecia muito com Finn, não era? — Denise tinha parado
em seu cubículo enquanto ele olhava para as fitas de vigilância.
Dare assentiu.
— Você acha que ele voltou para ver alguém saindo do turno? —
Perguntou Denise.
354
— Sim, mas ele saiu às 9:30. Temos imagens de vigilância de seu carro
deixando o estacionamento.
— Finn ainda poderia ter retornado mais tarde naquela noite para fazer
uma compra e mentiu para mim sobre isso.
— Se ele foi morto perto do Costco, então teve que ser jogado no rio pela
ponte onde o trem passa. Não há muita luz lá.
— Finn jura que ele mal usa. Ele só pegou o pote de Andrew porque
Lyddie acredita que a produção caseira é mais orgânica ou algo assim.
— Vamos dizer que eu faço. — Ele fez? Ele estava em conflito. A dúvida
fez com que ele acrescentasse: — Por enquanto
355
— Marjorie Pelham ainda solta seu veneno, eu aposto.
— Eu não posso deixar de sentir... — Ele deixou seus olhos vagarem para
se concentrar no que estava no fundo de sua mente.
— O quê? — Denise cutucou. — Diga isso. Não pode ser mais idiota do
que a teimosa teoria do chefão das drogas de Evans.
— OK. Você vai pensar que sou louco, mas acho que tem algo a ver
comigo.
Ela bufou.
356
—Por causa daquela nota do 'meu namorado voltou'? Eu pensei que
você dissesse que Finn não escreveu isso.
— Ele diz ele não fez. — Dare se odiava por declarar os fatos como
aquele, mas ele não tinha provas de qualquer forma, e seu julgamento em que
Finn estava preocupado era obviamente muito debilitado. — Mas não tem que
ser ele, não é? Na escola primária, garotos como Bill Fraser e Patrick Pelham
me chamavam de namorado de Finn o tempo todo.
Dare corou.
— Esta é uma cidade pequena, querido. Ninguém está cego para o que
está acontecendo entre você e Finn. Devo cancelar o jantar de sexta-feira à
noite? Ou espere. Você pode vir com um mais um, e eu vou encontrar outra
pessoa para o meu amigo.
— Tudo bem. Onde você quer chegar? Finn e eu somos amigos para
sempre. Eu vou sair com quem eu quero namorar.
Denise deu um passo para trás e cruzou os braços. O olhar que ela deu a
ele estava gelado.
— Você tem que aprender a identificar quem são seus amigos, Buckley.
357
— Sim, e porque ninguém vai ser fácil para você. Você vai ter uma ideia
do que esta cidade tem oferecido a Finn todos esses anos. Tem certeza de que
consegue aguentar isso?
— Você sabe o que eu digo para isso? — Algo estalou dentro dele,
provavelmente a mesma coisa que tinha estalado no playground quando ele
tinha dez anos, e Finn estava parado lá, tremendo enquanto Bill porra Fraser
chamou sua mãe de prostituta. — Eu digo; foda-se o caralho se eu me
importo.
— De mim, é.
358
quem realmente quer Finn morto.
— Eu sei mas...
— Seu pai falou com alguém aí? Você viu algo incomum?
— Finn tinha razão para acreditar que seu pai era seu pai?
— Não. Claro que não. — Espere. Ele fez? — Eu não sei o que Finn
359
poderia ter pensado naquela época, mas é com certeza que ele não acredita
que somos irmãos agora.
Denise corou.
— Na época, pensei, aqui está esse garoto que não tem pais. Eu
praticamente o adotara. Minha mãe não estava a bordo, mas meu pai o tratou
como um filho extra. Então, quando Finn perguntou se ele poderia chamá-lo
de pai, não parecia uma pergunta estranha na época. Afinal, liguei para
Lyddie “tia Lyddie”. Finn não queria deixar Lyddie, mas ter uma figura
paterna em sua vida? Ele queria isso. Eu sei que ele fez.
360
— Buckley, Adler, venha comigo. Nós temos uma situação.
— O que houve? — Denise deu um passo atrás dele, e Dare seguiu atrás
deles.
361
Capítulo 31
Dare apoiou a mão no painel quando o SUV de Borkowski derrapou no
estacionamento do shopping. No banco de trás, Denise murmurou uma
maldição. Dare observou a cena caótica. Dois cruzadores foram posicionados
em locais estratégicos em frente ao salão de Lyddie. Bill tinha assumido uma
posição de atirador de elite atrás de um, a arma apontada para a grande
janela frontal de Lyddie.
— Ninguém foi ferido, ainda. — disse Evans. — Parece que ele só quer
Finn Fowler.
362
que preciso saber do que se trata para conseguir Finn aqui.
— O que aconteceu?
— E se você descobrir que Finn não é quem você acha que ele é?
— Buckley. — O capitão chamado. — Jack diz que vai falar com você,
363
mas não ao telefone.
— Ótimo.
— Eu vou mostrar a ele meu telefone, diga a ele que posso ligar para
Finn com ele.
— Faça com que ele faça uma concessão. Veja se ele vai libertar
qualquer um dos seus reféns.
— O tático está em alerta, mas levará algum tempo para trazê-los para
cá.
Dare assentiu. Uma vez que ele tinha Jack em vista pela janela, ele
segurou as mãos para fora mostrando que ele não tinha nada além de seu
telefone. Parecia uma maldita longa caminhada. Ele podia sentir os olhos
nele.Armas treinadas. A tensão no ar aumentou quando ele abriu a porta. O
chocalho que Lyddie mantinha na maçaneta da porta soou alto, como um
canhão no silêncio tenso, surpreendendo-o. Seu coração disparou enquanto
ele ficava por uma fração de segundo para se ajustar à luz ambiente do salão.
Jack fez sinal para ele entrar. Dare deixou a porta se fechar atrás dele
com outro som alegre do sino.
364
pessoas estavam se escondendo atrás da meia parede na frente das pias. —
Você costumava jogar cartas com meu pai.
— Ok. — Jack não abaixou a arma, mas ele relaxou um pouco. — Então
fale.
— Eu estou meio que esperando que você deixe as pessoas aqui irem,
para que possamos ter nossa conversa sem nos preocupar com elas. Isso
ficaria bem? Eu não posso relaxar se estou preocupado que você vai machucar
alguém.
— Tudo bem, Jack. Podemos fazer isso acontecer. — Dare podia ver
todos os reféns agora, duas mulheres de meia-idade e quatro clientes em
capas coloridas. Como da última vez, eles pareciam estar
incompletos. Lyddie's ia ganhar uma reputação por isso. Eles estavam
agachados contra a parede oposta pelos secadores. Jack estava de pé entre
eles e a saída, segurando sua arma firmemente entre as duas mãos.
— Primeiro, porém, você terá que deixar essas pessoas irem para que
todos possam respirar aliviados.
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— Eu não quero machucar ninguém. Eu só quero ir para casa. Tenho
que ver Finn para poder ir para casa.
— Está bem então. É o que faremos. Deixe essas pessoas irem, Jack.
Vamos ver você chegar em casa.
Jack ficou imóvel pelo que pareceu uma eternidade, e então recuou e
apontou a arma para a saída. Os dois funcionários tomaram isso como uma
sugestão e conduziram seus clientes em fila única entre ele e Dare. Eles batem
a porta em uma corrida mortal, segurando as mãos para cima enquanto
explodem na luz do sol.
— Tudo bem. Vou ligar para Finn — Dare começou a discar e depois
parou. Reconsiderado. — Olha, eu sei que o capitão não vai me deixar trazer
um civil enquanto você está agitando uma arma ao redor. Não é assim que se
faz. Antes de eu levar Finn até aqui, não podemos ao menos falar sobre o que
está acontecendo, mas sem a arma, sem que todas as pessoas fiquem loucas
tentando descobrir como desarmar essa situação?
366
— Droga. Eu não posso fazer isso. — Jack acenou a arma para ele. —
Não é mais seguro para nenhum de nós.
— O que você quer dizer com isso não é seguro? Quem somos nós?
— Por que Finn teve que matar Candy? O que ela fez para alguém?
— Candy nunca fez nada para Finn. Ela era apenas uma festeira
estúpida. Ela nunca disse uma palavra para ninguém. Ela nunca teria. Ela não
precisava morrer assim.
— Deixe-me esclarecer isso. Você está dizendo que acha que Finn matou
Candy?
— Ele a envenenou. Não me diga que ele não fez. Todo mundo diz que
você não conseguiu encontrar a taça da qual ela bebia, que ele deve ter
escondido porque você encontraria veneno nela.
367
estavam matando ele. Ele colocou as mãos para a frente em um gesto de
acalmar. — Eu estava apenas coletando provas. Fazendo perguntas. Isso não
é...
— Não minta para mim. — Rosnou Jack. Gotas de suor saltaram em sua
testa. — Eu sei que ele a assassinou.
— Claro você gostaria diz isso. Você está protegendo ele. Você é porra
namorado dele. Você parou de se importar com o que aconteceu com Candy
no dia em que você começou a foder Finn Fowler.
Jack saiu de trás do balcão tão de repente que Dare deu um passo para
trás sem olhar e colocou algo escorregadio no chão. A súbita reviravolta deve
ter assustado Jack, que levantou a arma rapidamente. Ele segurou com as
duas mãos, apontou para o rosto de Dare. Dare pegou seu equilíbrio no exato
momento em que a cabeça de Jack explodiu.
368
Capítulo 32
Jack Shepherd estava morto.
Parecia engraçado para Dare, não que era engraçado, mas intrigante
que Bill parecia tão ferido naquele momento. De certa forma, Bill era um filho
da puta sério e duro e em outros, ele desmoronou. Dare podia ver que Bill
seria assombrado por aquele tiroteio para sempre. Ele apenas parecia
369
quebrado.
— Foi um tiro limpo. — A voz de Dare saiu rouca, como se ele não
tivesse que usá-lo em décadas.
Denise assentiu.
— Eu sei. — Ele sentiu sua garganta flutuar com náusea, e ele engoliu
em seco para se manter junto. Ele só precisava respirar. Engolir. Ele teve que
pensar em outra coisa além do cadáver de Jack Shepherd, que estava a cinco
metros de distância. — Eu posso pegar um pouco de água?
— Eu vou pegar. Espere aqui. — Denise deixou a toalha, que ele encarou
sem realmente ver nada até que ele fechou os olhos e deixou o sol da tarde
aquecer seu rosto.
Talvez.
370
— Dare? Você está bem? — Alguns segundos se passaram. — Dare ?
— Estou bem.
— Tiffany ligou. Ela disse que Jack estava perguntando por mim?
— Jack... — Dare não podia dizer isso. Era perfeitamente óbvio o que
Jack era. Ele estava morto. Dare simplesmente não conseguia dizer isso de
novo.
371
uma vez, Dare deixara seus sentimentos pessoais atrapalharem seu trabalho.
O horror da situação inundou Dare com um medo pegajoso. Ele tinha fodido
além de economizar esse tempo, além do desejo de se salvar.
— Dare? Por que Jack disse que estava procurando por mim?
Auto-aversão deixou Dare de boca seca. Bill não era o único que
precisaria de terapia depois disso.
— Sinto muito, Sr. Fowler. Não posso comentar sobre uma investigação
em andamento.
A janela estava quebrada e, através dela, ele podia ver uma parede
manchada de sangue. Tiffany e os clientes que tinham estado lá quando Jack
veio procurá-lo estavam conversando com oficiais uniformizados do outro
lado do lote, onde não eram forçados a ver. Dare correu direto para seu
capitão, que estava tendo uma conversa baixa com Bill.
372
falando com ele.
— Espere o que?
— Para limpar a bagunça, quero dizer. Uma vez que os policiais passam
por aqui, há um lugar em Salem para você ligar. Eles vão sair e limpar a cena
rapidamente para que você possa voltar ao trabalho como sempre.
— Eu posso limpá-lo.
— Sim, suponho que você poderia fazer isso. Mas remover todos os
traços de algo parecido com essa cena não é tão fácil quanto você pensa.
— Certo.
Tony suspirou.
373
— Eu imaginei que te devia, mas agora estou a pensar que chegou a
hora de não dizer mais nada, sim? Já passou da hora de colocar todos os
nossos fantasmas para descansar.
— Você não está fazendo nenhum sentido, Tony. O que isso tem a ver
com a limpeza da casa de Lyddie?
— Eu?
Tony atirou em Finn com um olhar tão cheio de raiva que Finn quase se
secou no local.
Finn não tinha nada a dizer sobre isso. O que ele poderia dizer? Tony
estava certo.
— Isto não é sobre os arco-íris. Isso é sobre você, Finn. Dare tem
374
caráter.
— Oh, pelo amor de Deus. Já faz quinze anos. Muito tempo para alguém
continuar pagando por um único e terrível erro.
— Tudo bem já. Eu sei disso. Você não acha que eu sei disso?
— Eu não posso dizer a ele. Ele vai me desprezar. Ele vai ver seu pai em
uma luz totalmente diferente e ele vai culpar...
Mais uma vez, ele arruinou tudo com um desejo egoísta e descarado.
— Você está bem? — Denise pegou-o pelo braço e puxou-o para fora do
caminho. Certo. Porque ele não tinha notado que estava bloqueando a rua e a
caminhonete do ML não podia sair.
375
— Nós vamos chegar ao fundo disso. Existe alguma coisa que eu possa
fazer para ajudá-lo agora? Você precisa se sentar, Finn?
— Eu sei.
— Provavelmente. Haverá uma investigação, mas pelo que vi, ele estará
livre.
Denise assentiu.
376
Oh maldito. Tony realmente ia derramar tudo e Dare saberia. Dare veria
como todas as peças do quebra-cabeça se encaixam. A morte de Ivy. O pai
dele é suicídio. Dare não era estúpido, ele se lembrava daquele dia horrível, e
quando o fazia, ele se lembrava da pergunta idiota e egoísta de Finn.
— Calma, Finn. — Denise envolveu seu braço ao redor dele quando seus
joelhos se dobraram. — Sente-se na calçada aqui e coloque a cabeça entre as
pernas.
— Eu vou. — Tiffany assentiu e voltou para seu cliente, cujo cabelo meio
enrolado era um loiro crespo em torno de sua cabeça.
377
— Faça o que você precisa. Eu vou fazer arranjos para eles assim que eu
puder voltar para dentro.
— Tudo bem. — Ela assentiu com a cabeça. — OK. Apenas fique aqui e
espere, e quando eu deixar tudo claro, eu deixarei você saber.
378
Capítulo 33
O capitão acendeu as luzes numa pequena sala de conferências. Ele
conduziu Dare e Tony para dentro e depois fechou a porta do resto da
atividade na estação. O silêncio foi tão completo que Dare ouviu seu pulso
bater em seus ouvidos. A situação parecia muito com a que ele experimentou
em Seattle, algo dentro dele acabou de morrer.
379
— No dia seguinte, o rio estava quase transbordando em alguns lugares.
— Certo. Foi ruim naquela noite, com certeza. — Tony fechou os olhos e
respirou fundo. — Estávamos na Front Street, dirigindo pela estrada do rio, e
Ivy Fowler correu para a frente do carro. Do nada, cara. Quer dizer, um
segundo, nós estávamos indo junto, e o próximo ka-blam, Ivy estava morta.
Ela estava olhando diretamente para o céu, o rosto todo molhado de chuva, a
maquiagem escorrendo pelo rosto como se estivesse chorando. Isso foi...
horrível.
Dare absorveu o fato de que seu pai... seu pai havia matado a mãe de
Finn.
Meu Deus!
Meu Deus!
Que diabos?
— Não havia nada que pudéssemos fazer, mas Dare, seu pai estava tão
perturbado. Eu pensei que teríamos que contê-lo. Ele queria chamar uma
ambulância e informar o acidente. Ele queria fazer a coisa certa, mas, veja,
não havia nada que pudéssemos fazer por Ivy. Não uma coisa, você entende?
Nada a traria de volta e eu imaginei por que deveríamos arruinar sua família?
Foi um acidente. Ela acabou de sair correndo.
380
atrás de nós quando aconteceu. Sumner disse que poderia consertar o carro
como novo. Ele disse que ninguém seria capaz de dizer.
— No momento...
— Espere... — Dare quase engoliu a língua. — Finn estava lá? Ele sabia...
— Ele viu a coisa toda. Ele estava com ela. Eles estavam jogando ou algo
assim. Você pode imaginar? Ela leva seu filho para uma corrida em uma noite
como essa? Deus sabe o que ela estava fazendo.
381
parou abruptamente.
— Finn disse que não queria que seu pai fosse para a cadeia. Ele disse
que estava tudo bem com ele se ninguém soubesse como Ivy morreu. Ela já
estava morta. — Tony se inclinou para frente. —Finn concordou, viu? Quem
iria doer se ninguém soubesse exatamente como ela morreu?
Dare passou as mãos pelo cabelo. Ele olhou para trás com novos
conhecimentos e viu seu pai como ele tinha sido nos últimos seis meses. Ele
382
passou mais tempo no trabalho. Ele tinha sido excessivamente solícito com
Lyddie, oferecendo seus fins de semana como seu faz-tudo não oficial.
Ele assumiu Finn como se fosse um projeto, prestou mais atenção a ele,
passou mais tempo com os dois em geral e, de repente, como se uma enorme
folha de relâmpago iluminasse a escuridão e um trovão seguido
imediatamente depois, ele sabia a resposta para sua maior pergunta.
— Sim.
383
— Jack disse algo sobre ter pago o suficiente. Não me diga...
— Sim.
— Há quanto tempo?
— Eu acho que nós achamos que nós devíamos a ele. E nós fizemos, não
foi? Não foi muito no começo. Quinhentos aqui e ali.
Dare não queria ouvir isso. Ele não queria acreditar, mas ele viu o
desespero de Jack. Jack não estava mentindo. Ele queria que a chantagem
terminasse de um jeito ou de outro.
384
— Agora começamos de novo no começo. Encontramos evidências da
extorsão. Nós temos mandados para o lugar de Finn e seus registros
financeiros. Ele se aproximou de você diretamente por dinheiro?
Tony e o capitão olharam para ele como se ele tivesse se sujado, e eles
simplesmente não tinham coragem de contar a ele.
— Eu esperei, algumas vezes, mas Finn nunca apareceu. Uma vez eu saí
para aliviar a cabeça e quando voltei, o dinheiro foi embora. Ele é um cara
inteligente. Ele deve ter me observado. Ele deve ter esperado até eu sair para
fazer a picape.
— Então, como você pode ter certeza de que não era Lyddie ou outra
pessoa? Alguém Finn confiou depois de todos esses anos.
— Não poderia ter sido Lyddie porque ela não saiu de casa em um ano.
Quem mais poderia ser?
385
Borkowski assentiu.
— Então, depois que Candy morre, Jack acha que não tem nada a
perder? Ele vai atrás do Finn?
— Jack disse isso? — Tony perguntou. — Ele disse a você que ele pensou
que Finn matou Candy?
— Sim.
— Capitão...
— Não. Fique aqui. Vou pedir a alguém para entrar e fazer declarações
formais de vocês dois, e veremos aonde isso vai acontecer.
— Sinto muito pelo seu pai, Dare. — Disse Tony. — Me desculpe, eu não
percebi o quão ruim ele estava se sentindo.
386
— É por isso que você era tão complacente? É por isso que você se
curvou para trás para me arrumar um emprego aqui?
— Consciência pesada?
— Essa não é a única razão. Eu olhei para o seu registro, Dare. Antes
daquele caso da criança desaparecida, você era um bom policial.
— E você não faz merda onde você come. Por que você não tenta
encontrar um amante que não seja uma assassina ou um chantagista para
variar?
— Certo, eu estou uma bagunça, e eu sei disso. Mas você era vice-chefe
de polícia quando cobriu um DUI que resultou em uma fatalidade. Eu olhei
para você? E olhe o modelo que você acabou de ser.
— Eu sou o que? — Dare ficou tão rápido que sua cadeira caiu. — O que
você acabou de dizer para mim?
387
— Pare com isso. — Ele disse suavemente. — Vicenzo, você está comigo.
Buckley? Capitão diz espere por Denise, mas me dê seu telefone.
Evans manteve a porta aberta para Tony, mas virou—se para falar
com Dare antes de sair.
— Você é um bom policial, Dare. Eu sou duro com você porque eu acho
que você poderia ser um ótimo policial. Tome o que eu disse para o coração.
Faça escolhas melhores.
Denise ainda estava no salão de Lyddie quando ele saiu. Quanto tempo
demoraria até ela voltar para tomar sua declaração? Quanto tempo levaria
para ver se a arma de Jack disparou a bala que matou Andrew King? Isso
tinha sido tão próximo. E se tivesse sido Finn no Costco naquela noite, e não
Andrew?
388
Finn, que manteve esses segredos condenáveis.
Finn, que lhe deu prazer e paz como nunca conhecera antes.
Graças a Deus. Graças a Deus. Tão bravo quanto Dare, ele estava feliz
por Jack ter ido embora e com ele, a ameaça a Finn.
Finn olhou para a conta novamente antes de dar seu cartão de crédito
para Manny, o técnico da empresa de limpeza de biorrisco.
— Foi bem. — Manny disse a ele que receberia um recibo por e-mail e
lhe entregou uma caneta para assinar seu acordo de que o trabalho estava
completo. — Muito obrigado por ligar para o Fast Response. Espero que você
nunca precise de nós novamente, mas se você fizer isso, ficaremos felizes em
atendê-lo. Estou deixando meu cartão.
389
— Obrigado. — Finn viu Manny e seu parceiro entrarem na van e
partirem. Quão estranho era ter um negócio onde você realmente esperava
que seus clientes não tivessem que ligar para você novamente.
Finn olhou seu relógio. Já passava das nove. O sol estava quase no
fim. O salão estava limpo como nunca estivera, mas ele ainda telefonava para
todos que tinham reservado compromissos e avisava que o salão estaria
fechado por alguns dias. Ele nem sabia se Tiffany ou as outras garotas
gostariam de voltar depois do que aconteceu. Ele teria que ter uma reunião,
ele adivinhou, e deixou que eles lhe dissessem o que eles queriam fazer.
Dare sabia, e de agora em diante, ele odiaria Finn tanto quanto Finn se
odiava.
Finn pegou o lixo e levou-o para fora. Ele fechou a porta atrás dele. Ele
390
desprezava o chocalho de Lyddie e as tarefas da loja de beleza e Palladian. Ele
desprezava a cola grudenta e desumana de amor e lealdade que o mantinha
preso ali, quer quisesse estar lá ou não.
— Olá, Finn.
391
Capítulo 34
— Sra. Boyer? — Finn tropeçou para trás, chocado. — O que você está
fazendo aqui?
— Talvez não. Mas Tony acha que está te pagando por anos. Jack e
Sumner Pelham também. Acontece que você é um bicha ávido, e se Dare não
tivesse voltado para a cidade com o rabo entre as pernas daquele jeito,
poderia ter continuado indefinidamente.
— Você não está fazendo nenhum sentido. — Finn olhou para a arma. —
Eu não fiz nada disso.
Não Dare. Ele não pode pensar isso. Ele nem sabe o que aconteceu. Finn
não disse, mas talvez ele soubesse agora...
— Eu sei. — Ela riu. — Isso é o que tornou tudo tão fácil. Todo mundo
quer manter seus segredos. Você não pode dizer a Dare que o pai dele matou
sua mãe. Tony não pode se dar ao luxo de ir à polícia porque perderia a
pensão. Sumner está cozinhando os livros há anos, então foi fácil para ele
aproveitar o dinheiro para você. Ele não pode dizer uma palavra a menos que
queira que o IR comece a investigar seus impostos.
392
— E o Jack? Ele era apenas um velho doente. Ele estava tão confuso na
metade do tempo que provavelmente nem se lembrava da noite em que
minha mãe morreu.
— Não importa. Ele não verá nada porque eu fiz com que as pessoas
pagassem em dinheiro.
— Bem, você não pode exatamente provar isso, pode? Além disso, pedi
que deixassem o dinheiro aqui, na caixa elétrica de Lyddie. Então você ficará
muito mal se começar a comparar as notas.
— Sim. — Ela sorriu. — E sabe de uma coisa? Eu acho que esse pedaço
de merda Sumner Pelham não pagou sua última parcela porque não estava lá.
Você me deixou naquela noite para falar sobre Candy, e você com certeza não
agiu como se tivesse encontrado uma pilha de dinheiro inesperado. Eu pensei
393
que talvez uma das meninas tenha encontrado, então eu joguei a loja. Achei
que encontraria o envelope, mas...
— Ande.
O coração de Finn trovejou. Stalling parecia ser sua única opção. Talvez
ele pudesse fazê-la baixar a guarda e de alguma forma tirar a arma dela.
Talvez porcos possam voar.
— Não. — Charlotte deu um passo para frente e Finn não teve escolha a
não ser recuar. — Foi Candy quem descobriu sobre isso. Jack disse a ela
durante um desses surtos que ele tem. Ele falou sobre a noite em que todos
aqueles homens corajosos jogaram Ivy no rio como lixo.
— Sobre como Kent Buckley estava bebendo quando ele bateu nela e
como você estava lá. Jack fez Candy assinar um acordo pré-nupcial, viu? E
quando ele começou a ameaçar se divorciar dela a cada cinco segundos,
comecei a imaginar como poderia usar essa informação a meu favor. Eu
pensei que talvez eu pudesse conseguir um pouco do seu dinheiro antes que
seus filhos entrassem e a chutassem para o meio-fio de uma vez.
Ela o apoiou na direção do beco onde ele duvidava que ela planejasse
matá-lo.
394
— Oh sim. E então eu descobri que Tony Vicenzo e Sumner Pelham
estavam tão felizes em gastar seu dinheiro para mantê-lo quieto como Jack
tinha sido.
— Talvez seja porque eu indiquei que o dinheiro era para cuidar da sua
pobre tia Lyddie. Eu tenho que te dizer, essa foi a parte mais fácil. Eles apenas
cuspiram tudo o que eu pedi. A culpa faz as pessoas fazerem todo tipo de
coisas estúpidas. Mas então Buckley volta para a cidade e a primeira coisa que
ele faz é ir até a sua casa.
Finn olhou para trás para se certificar de que não ia tropeçar em nada,
mas isso não o impediu de chutar uma pilha de garrafas de cerveja que
alguém havia deixado no chão. O som que fizeram enquanto deslizavam pela
calçada era tão alto no sombrio silêncio que ele pulou. As crianças devem
estar festejando aqui à noite, Finn pensou ociosamente. Alguém deveria fazer
algo sobre isso.
395
Chocado e desesperado, Finn saiu correndo. Ele deve tê-la surpreendido
porque ela deu um suspiro assustado e hesitou. Em sua cabeça, em seu
coração, as palavras não uma vítima, não uma vítima, não uma vítima
agitavam-se como a água do rio Palladiano durante as mais violentas
tempestades de verão. Ele esperava sentir uma bala bater em suas costas, mas
continuou correndo, surpreso quando o horrível pop finalmente chegou que
não o derrubou. Surpresa que ele pudesse continuar correndo, que ele mal
podia sentir, até que ele percebeu que provavelmente não o atingiu em nada.
Foi quando ele ouviu o grito de dor do beco atrás dele e os sons de uma
luta. Ele se virou para encontrar Charlotte Boyer se afastando de alguém que
lutava para mantê-la contida. Graças à sua experiência anterior naquela
tarde, ele conhecia o sabor acobreado e acobreado de sangue quando o
cheirava.
— Oh meu Deus, Bill. — Finn viu a arma que tinha derrapado a poucos
metros de distância da mão estendida de Charlotte. Ele correu e pegou.
Apontou para a cabeça dela. — Bill, você está bem?
Bill grunhiu, mas a maneira como ele rolou para fora de Charlotte e
ficou lá contou a história toda. Finn se atrapalhou com o telefone. Ele saiu e
começou a discar 9-1-1, mesmo quando Charlotte o olhou, sem fôlego e com
sede de sangue.
396
— Por favor. Diga-lhes para se apressarem. Ele está perdendo muito
sangue.
A telefonista ficou ao telefone com ele até que a polícia Denise Adler, na
verdade e uma ambulância chegaram.
Finn fez o que ela pediu, abaixando a arma cuidadosamente para o chão
e colocando as duas mãos em sua cabeça.
— Ele está mentindo. Ele atirou em Bill. Eles estão nisso juntos. —
Charlotte levantou-se do chão. Suas roupas estavam cobertas pelo sangue de
Bill.
— Ela atirou à queima-roupa. — Gritou Finn. — Olhe para ela. Ela tem
sangue em todas as suas roupas.
Houve uma briga triste antes que Denise pudesse amarrar as mãos de
Charlotte Boyer nas costas. Antes que os outros policiais pudessem entrar em
cena, Finn se agachou ao lado de Bill, lágrimas queimando seus olhos.
— Você vai ficar bem, Bill. É melhor você estar. Se você pensar em
morrer, vou chutar a porra de sua bunda.
397
— Afaste-se, Senhor. Nós temos isso. — Um EMT de luvas azuis
gentilmente empurrou Finn de volta.
— Bill, você nem mesmo experimentar morrer, cara. Você não tem
minha permissão. — Finn passou por eles. Bill estava tão pálido. Ele perdeu
muito sangue. — Você não morra por minha causa seu filho da puta.
— Finn.
Bill poderia ter tentado dizer alguma coisa. Ele poderia ter, mas o que
quer que fosse, estava perdido no caos que os rodeava.
O pavor do doente encheu Finn quando ele foi forçado a soltar a mão de
Bill. Ele assistiu em desespero quando os olhos de Bill se fecharam
novamente.
398
Capítulo 35
Finn sentou-se na sala de interrogatório com as mãos cruzadas no colo.
Ele se sentiu mais sozinho depois que eles levaram Bill para longe do que ele
já havia sentido em sua vida, e isso estava dizendo alguma coisa. Mas então
ele ouviu seu nome e se virou para encontrar Dare em pé atrás dele.
Tão bonito. assim familiar. Vendo Dare sentiu vontade de voltar para
casa para uma casa cheia de velas e o cheiro de pão assado. Finn estava
apavorado. Ele estava tremendo todo da lavagem de adrenalina em seu
sangue, do choque, mas ele lutou duro para esconder quão necessitado ele
estava sentindo só então.
O que foi uma coisa boa, porque Dare não estava sorrindo.
É claro que essa era a história que Charlotte Boyer ainda estava
contando a quem quisesse ouvir, junto com um monte de mentiras sobre ele
ser o chantagista mais astuto de Palladian.
399
Bill secara nas rugas de seus dedos. Ele escureceu a pele ao redor de suas
unhas. Isso o manchou, mesmo depois de ter se lavado.
Talvez ele estivesse tendo um colapso como Lady Macbeth e nada disso
era real.
— Só vai demorar um pouco mais. — Denise veio sentar com ele por um
tempo. Sua presença parecia reconfortante e suas palavras suavemente
expressas lhe deram algo para fazer além de preocupação.
— Eu não poderia mantê-lo para baixo, mas talvez algo para beber?
— Claro. — Ela se levantou para sair, mas parou na porta e olhou para
trás. — Alguma coisa em particular?
Finn assentiu.
400
enquanto ela estava fora, Dare entrou na pequena sala de conferências. Ele
parecia ocupar todo o espaço. Quando ele inalou, Finn esperava que as
paredes se curvassem para dentro.
— Ainda bem que estou cheio de paciência, então. — Finn deu um bufo
de nojo. — Existe alguma palavra sobre Bill?
— Sinto muito por Bill. Eu conheço você e ele tem uma coisa.
— O que ele estava fazendo no salão de Lyddie esta noite? Vocês dois
tiveram um encontro?
—Não, nós não fizemos. Não é como... — A voz de Finn falhou. — Ele às
vezes me segue pela cidade, ou eu o encontro esperando por mim nas
sombras junto ao rio.
401
cabeleireiro?
— Não — Finn sabia que Dare não iria entender. Inferno, ele não
entendi, então não foi uma grande surpresa. — Talvez. Ele salvou minha vida
duas vezes agora. Estava sendo... amigo.
Finn sussurrou:
— Sim.
— Você acha que eu não pensei nisso a cada minuto de cada dia desde
402
então? Eu acreditava que estava fazendo a coisa certa. Eles disseram que seu
pai estava bebendo.
— Mas ele não podia viver com o que ele tinha feito. E com você, dia
após dia. Ele tentou se aproximar, ajudar Ivy e estar lá para você, e eu nunca
entendi o que isso estava custando a ele. Mas você sabia e não disse uma
palavra.
Finn levantou-se tão rápido que sua cadeira disparou para trás,
ruidosamente ruidosamente na sala estéril.
403
— Espere. Envergonhado de quê? — As palavras sussurradas de Dare
fizeram cócegas na pele do pescoço de Finn, e ele tentou se afastar.
Dare apertou ainda mais os ombros de Finn. — Do que você teve que se
envergonhar?
— Finn. Não.
— Shh. Finn. Shh. — Dare segurou-o com força. — Deixe seu pesar se
esgotar antes de falar novamente. O que meu pai fez... não foi sua culpa. Ele
não foi capaz de lidar com isso.
— Pare. — Dare finalmente envolveu seus braços ao redor dele por trás e
o manteve imóvel. — acalme-se.
404
— Eu me arrependi das minhas palavras todos os dias desde então. —
Finn não podia ver através de suas lágrimas, o que o deixou com raiva. Ele
mal derramou uma lágrima desde que Ivy morreu e ultimamente...
ultimamente entre a doença de Lyddie e a volta de Dare, ele vazou como uma
maldita peneira. — Todos os dias desde então, eu desejei que fosse eu e não a
minha mãe que morreu naquele dia. Eu sinto Muito. Sinto muito.
— Deus, Finn, não. Graças a Deus não foi você. — Dare o desequilibrou,
balançou-o de um lado para o outro. — Merda. Shh..
Finn não sabia quanto tempo eles ficaram assim presos juntos na dor do
passado.
405
— Espere. — Finn se virou para Dare. — Você acredita seriamente que
eu sou um chantagista?
Ele tinha um futuro que não podia imaginar. Um sem mentiras, sem
vergonha escondida, nada devorando-o por dentro. Ele não podia imaginar
como sua vida se tornaria, mas ele sabia que começara lá, em uma sala de
entrevistas na delegacia de polícia de Palladian.
Ele fechou os olhos e tentou, mas não conseguiu imaginar o futuro além
406
daquele quarto.
— Capitão Borkowski deixou Denise ir para casa, mas ela me pediu para
trazer isso a você.
— Dare disse que você quer ter uma atualização sobre Bill?
407
Evan assentiu.
— Não há muito para contar ainda. Ele ainda está em cirurgia. A bala
quebrou algumas costelas e perfutou o pulmão. Ele perdeu muito sangue.
— Não é nada pessoal, certo? Eu sei sobre a coisa de Bill para você desde
a escola primária. Mas o pai dele... Você sabe como ele é. E parece que
agora Dare está de volta à cidade.. — Evans enviou-lhe um olhar de fala. —
Você não quer colocar Bill nisso, não é? Se você está com Buckley?
Evans assentiu.
— Eu sei que você quer o que é melhor para o Bill. Eu desejo... Espero
que ele esteja bem. Ele tem que ir ao aconselhamento obrigatório agora, por
causa do tiroteio. Todos nós desejamos a ele o melhor, Finn. Ele não é como
você. Ele não é forte. As coisas vão ser muito difíceis para ele.
Porque tudo isso era tão verdadeiro, Finn só podia assentir, sem
palavras.
408
— Ele é o garoto que ninguém gostava porque ele era muito carente.
Aquele que tenta demais, e depois desiste porque tem uma vida ruim em casa
e não espera nada melhor. Mas ele é um de nós. Eu tenho as costas dele. Eu
vou dizer a ele que quando ele voltar. Talvez isso ajude.
— Você quer que eu dê ao meu pai o seu número para que ele possa
mantê-lo informado? Eu posso mandar ele te mandar uma mensagem com
atualizações. Bill deveria sair da cirurgia a qualquer momento.
— Ei, você. — Kate acolheu-o com um abraço. — Que bom que você
voltou. Você está bem?
409
Ele pensou sobre isso. Foi ele? Ele assentiu timidamente. Apontou para
o monitor.
Finn assentiu.
410
— Obrigado pelo monitor. É ótimo. Eu me pergunto se o sinal chega ao
porão.
— Oh, uau. Eu posso ver onde isso pode ser... — Ele parou, pronto para
chorar por nenhuma razão óbvia, exceto... Lyddie estava morrendo. Meu
deus, ele estaria sem ela para sempre. Como ele poderia estar sentado ali,
falando sobre coisas comuns como se a luz dela não estivesse prestes a se
extinguir de seu mundo?
— Sinto muito por a perder assim. Não sei o que farei sem ela.
Ela segurou-o rapidamente e balançou-o para frente e para trás até que
ele se sentiu como uma criança ou um brinquedo em seu grande abraço forte,
e então ela o empurrou para longe com um mau humor.
411
— Ah, Kate. Eu te ligo se...
— Nenhum ifs, nenhum buts, nenhum coco, bebê. Volto em breve. Ela o
beijou na testa e deixou-o ali parado, olhando para ela.
— Sou eu, Finn. — Essa não foi a primeira vez que ela acordou de um
sono cheio de drogas e o confundiu com a mãe dele.
— Eu acho que ela está esperando por mim. — Lyddie apertou a mão
dele na sua enrugada. — Provavelmente quer a última palavra. E sabe de uma
coisa? Eu não quero dar a ela a satisfação de vir quando ela ligar. Ela sempre
foi tão impaciente. Lembras-te disso?
Ele bufou.
— Sim. Eu lembro.
412
— Sempre foi, pressa isso e vamos aquele. Sempre com o rolar dos
olhos, como se eu estivesse alheia àquela atitude e ela pudesse... Lyddie olhou
para ele. — Ela não merecia uma criança incrível como você.
— Eu.. — Finn não tinha ideia do que dizer sobre isso. — Uh...
— Deus, você foi incrível, desde o início, e lá estava ela, noite após noite,
deixando você comigo. — O cabelo grisalho de Lyddie estalou contra o
travesseiro. Finn quase podia assistir a quebra das coisas ultrafinas. Ele
emaranhado, criando tristes carecas cor de rosa, onde os cabelos escuros e
cheios de Lyddie tinham caído em ondas grossas ao redor de seus ombros. —
Eu sou uma velha sortuda, ela nunca soube.
— Bill ainda está em cirurgia. O pai de Evan vai me ligar mais tarde,
quando souberem mais. Finn contou a ela sobre Charlotte e como enganara a
todos. Como ela conseguiu dinheiro com Sumner, Tony e Jack. Como ela fez
parecer que era ele. — Ela imaginou que uma vez que eu fosse embora, ela
seria capaz de parar de enviar as cartas de chantagem, e ninguém jamais as
conectaria a ela. É por isso que ela estava deixando Jack se esconder em sua
casa. Ela estava manipulando-o, dizendo que eu matei Candy. Que eu mataria
todos os envolvidos se ele não me matasse primeiro.
— Ela mudou para o plano B depois que Bill atirou nele, que era para
me matar sozinha.
413
costumava fazer o cabelo dela. Ela costumava sempre tentar que eu pintasse
as sobrancelhas gordas dela de graça, eu já te disse isso? Eu deveria ter
derretido o cabelo dela na cabeça.
— Lyddie! — Finn riu com ela, então ficou sério. — Dare sabe de tudo.
Ela assentiu.
— Eu percebi isso.
Finn reconheceu a verdade disso. Havia até uma chance de que ele
pudesse se perdoar um dia.
— Ele não.
— Hoje não.
— Você é a única coisa sólida na minha vida, Lyddie. Meu ponto fixo no
tempo.
414
— Oo-ee-oo.. — Lyddie cantarolou Doutor quem música tema. — Ee-oo-
oo... Sim, amor Nós tivemos algumas risadas, não tivemos?
— Estou tão cansada. — Seus olhos se fecharam. — Não indo com Ivy.
Não ela. Eu estou esperando até que o verdadeiro Reaper venha bater. Como
você acha que eu deveria responder?
— Como você sempre faz, Lyddie. — Finn não conseguia mais esconder
as lágrimas dela. Ele não achava que importava. Ela tinha que saber que isso
estava o matando. — Diga a ele para trazê-lo.
— Cansada.
— Tudo bem. — Ela rolou lentamente para o lado. — Estou duro. Não
pode ficar confortável.
— Você precisa de suas gotas? — Finn pegou a planilha que ele e Kate
guardavam para que eles sempre soubessem o que os remédios tinham dado e
quando. — Parece que Kate tem você coberto, mas se ficar pior, eu estou
apenas a uma palavra de distância.
415
Ela deu uma leve risada com isso.
— Até logo.
— Tudo bem. Vá fazer algo bonito e traga para me mostrar mais tarde.
— Eu vou. Eu prometo.
— Alguma sequela?
— Ele não ficará de pé por algum tempo, mas deve poder voltar ao
trabalho depois de alguma fisioterapia.
416
Para a surpresa de Finn, Evans terminou a conversa com um sorriso.
Finn piscou. Evans, o mais velho, era a última pessoa que Finn conseguia
imaginar digitando um sorriso em seu telefone, mas lá estava.
O mundo enlouqueceu.
Ele acordou quando seu celular bateu ao lado de seu cotovelo, vibrando
contra a bancada de trabalho.
— Olá?
— Agora?
— Sim. Agora.
417
— Eu sabia que você estava mentindo. Escondendo algo de mim. Como
eu deveria saber o que era?
— Entendo.
Finn brincou com o cinto que ele estava trabalhando. Ele estava usando
espirais, o símbolo espiritual mais antigo da evolução, da rendição, da
conexão. De alguma forma ele tinha entrado em sua cabeça que algo tão
418
profundamente pessoal agradaria Dare. Ele imaginou que um presente como
esse poderia dizer que palavras não podiam. Você é meu começo e meu fim.
Você é minha jornada e meu destino.
— Eu não sei o que te dizer. Meu Deus. Eu quase estraguei outro caso.
Me desculpe, eu te machuquei, Finn. Me desculpe, eu não sabia o que pensar,
que eu não tinha fé suficiente. Mas eu não posso te perder.
— Eu não sei.
Finn hesitou.
419
Cristo, foi isso? Finn verificou o relógio. Foi quando ele percebeu que
podia ouvir uma conversa de voz baixa vindo do quarto de Lyddie. Lyddie e
Kate, falando sobre ele.
Agradável. Um cão de guarda ele era. Ele esperava que Lyddie não
tivesse telefonado para ele enquanto ele estava fora desse jeito.
— Kate está aqui. Vou perguntar se ela pode ficar. Se estiver tudo bem
com Lyddie, vou vir por um tempo.
— Por favor.
Por favor.
— Dare...
— Se Kate disser que está tudo bem, vou te encontrar na sua casa. Se eu
não puder ir, enviarei uma mensagem para você.
— Tudo bem.
— Tire suas roupas e espere por mim de joelhos, você pode fazer isso?
420
— Eu sim.
421
Capítulo 3 6
As mãos úmidas de Dare agarraram o volante enquanto ele esperava
que a luz ficasse verde. Apesar de pedir a Finn, implorando-lhe para se
encontrar, não demorou muito para ele perder a coragem.
Ele passou pelo celeiro e pelo conforto do álcool. Ele passou por Big
John's também, indo para o deserto entre Palladian e a próxima cidade, e a
próxima e a próxima. Ele dirigiu por uma horasem rumo, sabendo que não
tinha lugar para ir além de casa para Finn. Para o passado onde a verdade e as
mentiras e os bracos traiçoeiros e barulhentos do Palladian, onde tudo tinha
começado e onde, mesmo se ele não soubesse disso na época, tudo havia
terminado.
Ele entrou em sua garagem sem nenhum barulho. Não havia sinal de
422
que Finn estivesse lá.
— Dirigindo.
— Você bebeu?
— Não. — Dare deixou sua irritação aparecer. — Não que seja algum dos
seus malditos negócios.
423
Exorcista e ele veio preparado.
— Você não seguiu minhas instruções. Isso significa que você não quer
mais o que eu tenho para oferecer?
424
Primeiro, Dare tirou a gravata, soltando o nó e puxando-o pela gola com
um longo e lento deslizar. Ele dobrou a seda - hiperconsciente do doce swish
Fez como ele correu o tecido sobre os dedos dele - levando na ondulação
brilhante de cor como ele colocou isto na mesa de café. Em seguida, tirou a
camisa, soltou as algemas para soltar as mãos, depois percorreu o tronco um
botão de cada vez até chegar ao cinto e teve de puxar o tecido aquecido pela
pele das calças para terminar o resto.
Ele nunca havia notado como se despir podia ser sensual. O lento
deslizamento de algodão nítido contra sua pele. A maneira como o ar
ambiente esfriava a pele úmida sob o cós. A maneira como sua camisa
deslizava por seus braços antes de deixá-la cair cuidadosamente ao lado de
sua gravata. Ele puxou a camiseta por cima da cabeça e o dobrou também,
enquanto Finn olhava.
Finn parecia satisfeito com ele, e isso era tudo que era importante. Finn
assistiu, e todo o corpo de Dare se apertou sob aquele escrutínio quente. Seus
mamilos se arrepiaram, enviando uma mensagem de excitação diretamente
para seu pênis e mesmo antes de ele soltar o cinto, seu pau inchou dentro de
seu short, empurrando contra o seu zíper,e quando ele abaixou parecia uma
bomba sensual saindo em sua virilha.
O corpo de Dare pegou fogo sob o olhar intenso de Finn. Ele tirou os
sapatos e abaixou as calças e cuecas de uma só vez, nunca tirando os olhos de
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Finn. Quando seu pênis se libertou, ele estava duro como granito e vazando.
Acenou comicamente enquanto ele chutava para fora de suas calças e as
dobrava nitidamente. Balançava em constante movimento enquanto tirava as
meias.
A parte seguinte foi mais difícil do que Dare pensou que seria. Como se
um anjo em um ombro dissesse sim, fazê-lo, e um no outro ombro pediu
cautela, ele ficou lá, indeciso e duro como um conselho.
— Tome o seu tempo. — Disse Finn. — Desta vez, você pode tirar todo o
tempo que precisar.
Dare quase se virou. Quase. Foi difícil ficar lá, nu, sem uma
compreensão clara do que eles estavam fazendo. Era doloroso abandonar sua
necessidade de saber exatamente com o que ele estava se metendo aqui com
Finn, com seus fetiches, suas cordas e seus brinquedos.
Ele não queria que Finn visse que ele não tinha todas as respostas. Ele
não queria aceitar a ajuda de Finn, mesmo sabendo que ele precisava. Ele não
queria reconhecer quão profundamente o tempo e a verdade haviam mudado
o que eram um para o outro.
Congelado com a indecisão, Dare lutou contra sua necessidade pelo que
Finn oferecia, suor escorria em abundância pela sua pele.
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achava que abaixar-se era uma proposta rígida e desconfortável. Ele respirou
fundo para se acalmar e começou a descer.
Mesmo quando ele caiu em um joelho, ele queria fugir de tudo que Finn
estava pedindo a ele, de uma vez por todas.
Ele poderia confiar em Finn? Ele perdeu a confiança mais cedo naquela
noite. Ele provou-se infiel quando ele acreditou que fim era Finn culpado de
chantagem.
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que ele pudesse mostrar a ele como eles poderiam ficar lindos juntos.
Dare abaixou o outro joelho no chão, cruzou as mãos atrás das costas e
esperou.
Oh. Corda.
Mil pensamentos deslizaram pelo cérebro de Dare, mas eles eram como
pequenas bolas de aço em uma máquina de pachinko, saltando e caóticos,
enquanto Finn parecia tão sólido e imóvel por dentro. A única coisa que Dare
entendeu ao certo foi o prazer da textura levemente áspera do comprimento
da corda que Finn arrastou por seus ombros. A sensação era agradável, suave
e ligeiramente áspera ao mesmo tempo. Quaisquer outros pensamentos que
ele tenha fugido como borboletas assustadas.
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Finn deve ter desatado um nó, porque todo o comprimento da corda se
desenrolou em torno dele. Havia um cheiro, um odor que permeava a própria
corda. Era incomum, orgânico e sensual. Dare respirou, reconhecendo o
cheiro do porão de Finn. Deve ser algum tipo de óleo que ele usou com a
corda. Algo que o tornou flexível.
Tudo o que ele tinha para dar a Finn era sua confiança. Ele esperava que
fosse o suficiente para os dois.
Finn começou com seus antebraços. Ele enrolou a corda em volta deles,
apertando os braços de Dare enquanto trabalhava. Ele sentiu Finn enrolar as
extremidades ao redor de seus braços e, em seguida, abaixo de seus braços e
costas sobre o peito, de novo e de novo. Ele parou para fazer nós. Finn
prendeu esses nós a outros nós, depois enrolou a corda através deles e de
novo em uma dança hipnotizante como uma aranha cuidadosa com uma
mosca disposta e sem fôlego.
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estava ciente de cada respiração, ciente de que ele só podia respirar porque
Finn permitiu.
Dare fechou os olhos e deixou seu corpo dizer a ele. Estava bem. Me
senti seguro. Seus pensamentos acelerados haviam diminuído a um gotejar
tão inadequado que mal conseguia falar.
— Bom!
— É agradável, não é?
Dare assentiu.
— Sim.
— Você é meu? — Finn sussurrou, tão perto agora, seu hálito quente
umedecido na concha do ouvido de Dare. — Você pertence a mim?
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— Fique com respostas sim ou não, Dare. — Finn puxou um travesseiro
em forma de coração de sua bolsa. Dare olhou para ele intrigado. — É para a
sua cabeça.
Dare não se mexeu. Ele não era um idiota. Se ele colocasse a testa para
baixo, sua bunda iria ficar no ar como um babuíno, e ele estaria desamparado.
— Finn.
Dare hesitou. Um rápido olhar para o rosto de Finn não lhe disse nada.
— Você tem que saber o que eu vou fazer? — Finn caiu para um
agachamento na frente dele e segurou seu rosto. — Ou você pode confiar que
seja o que for, é porque você é linda para mim. Porque eu Vejo você. Porque
eu quero você assim. Porque eu queimo por você. Você pode ter fé suficiente
em mim para me seguir onde eu quero ir, para uma mudança?
— Sim.
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pousou suavemente no cetim vermelho, abaixo de seu rosto. Ele moldou lá
como se estivesse cheio de trigo mourisco, mas cheirou... celestial. Como nada
que ele pudesse nomear. Rico e sutil, mas reconfortante, como mercado de
sábado e comida étnica e dez idiomas diferentes ao mesmo tempo.
— Muito quente?
— Não.
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— Está tudo bem? — Perguntou Finn.
Cera. Tinha que ser cera. A cera não parecia perfumada, mas havia algo
mais queimando. Incenso? O aroma estava delicioso, e Dare respirou
enquanto mais cera caía em gotejamentos e pingava sobre sua pele.
Não havia como saber quando a cera seria derramada, ou como seria
quando ela batesse. Alguns queimaram. Alguns aqueceram. Isso iluminou
os sentidos de Dare de todas as maneiras certas. Era parte dor e parte
prazer. Todo o tempo, ele forçou seu corpo a respirar uniformemente, a
aceitar a confusa mistura de calor e tortura que Finn distribuiu ou então as
amarras se apertaram desconfortavelmente.
Finn seguiu com mais massagem. Mais creme. Mais magia de suas mãos
desta vez alisando os globos da bunda de Dare e o topo de suas coxas. Os
dedos de Finn circularam e rodaram e subiram a parte interna das coxas para
escorregar seu anus, suas bolas e seu pênis. Dare gemeu e se contorceu de
novo e de novo quando os dedos inteligentes de Finn brincaram com sua
carne usando o pré-sêmen que pingava de seu pênis dolorido.
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Dare estava firmemente amarrado ao seu corpo, a cada toque dos dedos
de Finn em sua pele, mas ao mesmo tempo, ele flutuou em uma nuvem de
neblina pacífica, de modo que ele estava relaxado e pronto quando Finn
empurrou um dedo fino e escorregadio em seu buraco. Apesar da preparação
de Finn, seu esfíncter cerrou-se contra a invasão.
— Sim.
— Sim.
Finn atingiu seu ponto doce e Dare deu um tremor repentino. Cordas
apertadas e cerdas estalavam por todo o corpo. Ele sentiu... surpreendente.
Ele queria mais. Ele queria tudo. Ele grunhiu quando Finn acrescentou um
segundo dedo. Ele empurrou de volta contra a mão de Finn, tentando
comunicar sua necessidade sem palavras.
— Por favor, não é uma das suas palavras. — Dare não tinha ideia que
ele falou em voz alta até Finn falou para ele.
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Ele tinha que acreditar. Ele tinha que ter fé que Finn lhe daria o que ele
precisava. De onde ele estava deitado com o rosto amortecido no chão, ele
ouviu Finn soltar o cinto. Então veio o arranhão metálico de um zíper
abaixando. Finn pairou atrás dele, quente e duro.
Hesitação.
Antecipação.
Desta vez não vou dizer em voz alta, mas Cristo. Oh, Cristo Apenas
faça isso, Finn. Apenas me foda e me faça seu.
— Tudo bem?
— Sim.
Quando Finn recuou, o corpo de Dare ondulou por toda parte. Sua pele
formigou. Seus músculos se apertaram. Sua virilha apertou enquanto seu
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sangue cantava em suas veias. Seu pênis doía, pendurado pesadamente,
latejando e intocado enquanto suas bolas puxavam para cima em direção ao
seu corpo.
Ele estava com medo, verdade seja dita, e excitado e desesperado. Duro
e quente e querendo mais. Ele fez barulhos desamparados e embaraçosos que
diziam por favor e Eu preciso! Me dêtudo de uma vez. Eles disseram Eu estou
te implorando, e de alguma forma Finn tinha entendido porque ele se solta,
batendo bunda de Dare tão difícil que ele desistiu de tentar abafar seus gritos.
Absurdamente, Dare riu em seu travesseiro. Sim. Que bom que você
disse isso. Eu nunca teria pensado nisso sozinho.
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enquanto Finn arrancava cera da pele com o que parecia ser uma faca de
caça. Talvez Dare não quisesse saber o que Finn estava usando porque era
muito bom.
Dare levantou a cabeça para tomar uma bebida com gratidão. Ele estava
ressecado. Desgastado e cansado como se tivesse corrido uma maratona.
Finn assentiu.
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Os lábios de Finn se curvaram em um sorriso satisfeito.
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Capítulo 37
Finn sentou em uma cadeira ao lado da cama de Dare, vendo-o dormir,
e não era algum tipo de clichê romântico? Ele achou quase insuportavelmente
doce ouvir Dare chutar suavemente em seu travesseiro. Depois de um
tempo, Dare rolou de costas e seu peito grande e peludo subiu e desceu a cada
respiração enquanto ele dormia como um garoto inocente.
— Algumas horas.
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— Você gostou de ser amarrado?
Finn olhou para o sapato. Ele derramou um pouco de cera sobre ele.
—Bom saber.
Dare se levantou e foi até o banheiro. Enquanto ele estava fora, Finn
vestiu o casaco e esperou ao pé da cama com a bolsa pendurada no ombro.
— Isso não é realmente o que é isso. — A voz de Finn soava rouca até
mesmo para seus próprios ouvidos. — Ficando.
— Você acha que é tudo que eu quero? Finn, olhe para mim. —
Dare inclinou a cabeça para trás e deu um leve beijo na boca de Finn. O gosto
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era incrível, o toque dos lábios de Dare no seu tão macio e suave aveludado
era quase cremoso. Finn queria lamber os lábios para ver se tinha um gosto
tão doce quanto parecia, mas não conseguia se deixar levar.
— Eu acreditei porque Jack acreditou. Ele estava tão certo. E com meu
histórico e o que temos juntos, tive que deixar a investigação para Evans e
Adler. Jack acreditou, Finn. Eu sabia que ele não estava mentindo. Como não
pude duvidar depois disso?
— Eu quero puxar você aqui e te beijar até você ficar sem fôlego.
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— É disso que você acha que precisa? Beijos? De jeito nenhum. Você
precisa de alguém para tirar você de você mesmo. Alguém que possa entrar
nos muros fortificados que você construiu em volta de si mesmo e fazer você
desistir. Você não vai conseguir isso de beijos.
— Claro, às vezes, eu preciso deixar ir. Sim. É incrível o que você faz
comigo, com suas cordas e regras. Mas você percebe que você me fodeu e eu
nunca te segurei em meus braços? Eu nunca estiquei ao seu lado em uma
cama ou sofá e beijei beijos em seu pescoço?
— Você não?
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posso ter.
— Você quer dizer que você sempre esteve no controle assim? Mesmo
quando você estava apenas começando? Mesmo no ensino médio?
— Não?
— Dare, eu...
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em sua boca com curiosidade intelectual, chupando e lambendo dentro da
boca de Dare, explorando os dentes e o palato mole. Ele recuou e varreu a
língua sobre a suavidade da boca cheia de Dare e começou a jornada de novo.
Finn o queria mais perto, então ele mergulhou para outro beijo. Um
gemido pequeno e prazeroso escapou dos lábios de Dare, e seu pênis acelerou
contra a coxa de Finn. A dureza de resposta de Finn pressionou contra seu
zíper, engrossando a cada batida de pulso. Esforçando-se para se libertar.
Finn hesitou.
— Mesmo assim...
— Shh. — Dare beijou as palavras dos lábios de Finn quando eles caíram
em um emaranhado de braços e pernas e lençóis de alta contagem de fios. —
Nós vamos chegar lá.
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Como Dare não o deixou oferecer nenhum tipo de plano, Finn se viu em
um território totalmente desconhecido. Ele quebrou seu beijo frenético o
tempo suficiente para dizer:
Finn deu uma leve risada. Ele se derreteu no calor líquido da carne
quente e úmida . As faíscas pareciam voar da ponta dos dedos de Dare até a
espinha de Finn.
— Oh... — Finn não estava rindo agora. Deus. Dare abriu as pernas, e
Finn meio que se afundou entre eles, e então eles estavam se esfregando um
contra o outro, pele contra pele, puxando cabelo, pingando suor e
compartilhando o suor e a pré-ejaculação.
— Oh. Ei...
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esfregando e rangendo. Suas pernas estavam bombeando. Dare lutou por
posição, envolvendo as pernas ao redor dos quadris de Finn.
Finn se levantou em seus braços e cavou com os dedos dos pés para que
ele tivesse a força da gravidade e um pouco de tração do seu lado.
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— Eu posso olhar pelo olho mágico para algo como isto.
— Então é melhor fazermos isso de novo, porque, quero que você esteja
preparado para saltar essa janela.
O amanhecer chegou muito cedo para Finn. Ele piscou os olhos e levou
um minuto para considerar o quarto estranho, e ainda mais estranho, a
parede maciça de calor contra suas costas. O braço de Dare se apertou ao
redor de seu peito. Ele olhou para baixo e viu uma mão profundamente
masculina, flexionando-se possessivamente contra sua barriga.
Finn estava atordoado. Na noite anterior, ele se deixou ir. Ele deixaria o
carinho guiar suas ações. Ele usou seu corpo para mostrar amor, não apenas
sua perícia, e ficou chocado com os resultados. Ele e Dare haviam feito uma
conexão real, e isso o deixou com lembranças de felicidade perfeita que o
aterrorizavam para sua própria alma. Aquele medo não o impediu de
pressionar um beijo na palma macia e úmida do sono de Dare e dobrar os
dedos sobre ele. Seja qual for o preço que ele teria que pagar por sua noite
juntos, ele pagaria, e de bom grado.
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O identificador de chamadas dizia que era Kate. Ele respondeu,
sussurrando:
— Finn? É a Kate querido. Desculpe ligar assim, mas acho melhor você
voltar para casa.
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Capítulo 38
A capela mortuária encheu mais rápido do que qualquer um planejara.
As flores chegaram cedo e continuaram chegando, até que não havia mais
lugar para colocá-las. Finn ficou parado, inexpressivo, enquanto as pessoas
encontravam lugares extras antes do início da cerimônia fúnebre. Graças a
Tiffany, Kate e alguns amigos de toda a vida de Lyddie, Finn não tinha sido
chamado para fazer muito mais do que ficar na fila e aceitar condolências.
De sua parte, Lyddie teria gostado de ser a atração principal. Ela estava
deitada em um caixão aberto usando um vestido roxo inspirado no sari. Finn
tinha amarrado a máscara de fada que ele tinha feito para ela sobre a peruca
que a fazia parecer quase intocada, como se ela não tivesse sofrido os estragos
de seu câncer ou seus terríveis tratamentos.
— Você tem que entregá-lo para ela. — Kate sussurrou enquanto eles
olhavam para o rosto de Lyddie juntos uma última vez. — Ela parece incrível.
Finn sorriu.
Todos estavam lá quando Lyddie deu seu último suspiro. Ele levou Dare
junto com ele, então ela o viu subir, como ela sempre quis, ao longo das
correntes ascendentes de seu primeiro e único amor. Ele estava perdido
em Dare. E encontrado. Ele entendia Lyddie melhor agora. Entendeu o que
ela queria para ele e por que tinha sido tão importante para ela que ela o viu
antes de passar.
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Deixou que a música suave de piano o acalentasse enquanto olhava ao
redor. Não foi só que as pessoas compareceram ao funeral de Lyddie, o que
ele poderia ter esperado dada a curiosidade da pequena cidade e a chance de
fofocar. Mas todo mundo estava sendo tão legal. Ele não conseguia entender.
Tony Vicenzo, Stella, Rob e Trent Evans, e Denise Adler e sua família
incluindo sua menina bonitinha como um botão vieram com condolências e
palavras amáveis. Os amigos de Lyddie ofereceram ajuda. Alguns trouxeram
caçarolas diretamente para a casa. Alguns enviaram cartões com dinheiro
para ajudar nas despesas de enterro.
Muitos dos homens usavam cintos que ele fizera. Muitas pessoas
perguntaram quando ele abriria sua própria loja. Não era só porque eles
estavam cientes de seus negócios paralelos; eles pareciam genuinamente
interessados na chance de comprar algo novo, especialmente depois de dar
uma olhada na máscara de Lyddie uma consequência totalmente não
intencional de seu ato final de amor por ela. Ele deveria ter salvado isso, só
para a família.
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ele pudesse fazer isso, fazer a transição de operário para artesão e traçar seu
próprio curso. Havia muitas considerações, mas Lyddie queria isso para
ele. Ela sempre disse que acreditava nele como um artista, e ela queria que
seu coração disparasse...
Ele sentiu os olhos de alguém sobre ele e olhou para cima para ver Dare
entrar pelas portas da capela. Dare lançou-lhe um sorriso de desculpas e
pegou um programa do porteiro. Ele sentou-se nos fundos ao lado de Stella
no momento em que o culto começou.
Lyddie amara aquele poema. Ela sempre quebrava a piada que ela havia
guinado uma ou duas vezes, a maioria na privacidade de sua própria casa,
mas de vez em quando, no Natal ou no Ano Novo ou a ocasional saída da
noite das garotas, ela balançava junto com o melhor deles.
Muito depois que todos se foram, muito depois do anoitecer, Finn ficou
sozinho em uma selva de flores perto do túmulo de Lyddie.
11
"Song of Myself" é um poema de Walt Whitman que está incluído em seu trabalho Leaves of Grass. Datado de 1855
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— Eu não estou subindo ainda, tia Lyddie. — Disse ele em voz alta. — Eu
não sei se vou voar sem você. Você não é a rainha da música country? Tem
que haver uma música como essa...
Ele riu de si mesmo, por falar com um túmulo, mas ele não parou. Não
pararia, provavelmente, enquanto ele vivesse. Engraçado, ele nunca tinha
visitado o túmulo de Ivy depois que eles a deitaram para descansar.
Ele esperou. Isso seria muito insatisfatório até que ele aprendesse a
imaginar a voz de Lyddie respondendo de volta.
Assim? ela poderia dizer. Onde você quer chegar? Tudo custa. Algumas
coisas valem a pena.
— Ei.
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— Sim? — Finn mordeu o lábio. — Onde estamos indo?
Então ele apenas vai e faz isso de qualquer maneira. Algumas pessoas
nunca aprendem.
— O que você quiser, Finn. — Dare pegou a mão e levou-o para longe do
túmulo de Lyddie. — O que te faz mais feliz... vamos fazer isso.
Fim
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