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ISSN: 1678-5428
exacta@uninove.br
Universidade Nove de Julho
Brasil
A composição comercial do gás natural é em baixa densidade, pode ser representado pre-
variada e sua composição depende de seu estado cisamente pela chamada Equação de Estado dos
bruto, do mercado atendido, do uso final e do tipo Gases Ideais (1).
de gás que se deseja. Apesar dessa variabilidade,
p·V=n·R·T
esses são considerados parâmetros fundamentais, (1)
pois determinam a especificação comercial do gás
natural, os teores de enxofre total, de gás sulfídri- Em que:
co, de gás carbônico, de gases inertes, o ponto de p = pressão [Pa];
orvalho da água e dos hidrocarbonetos e o poder V = volume [m3];
calorífico. n = número de mols;
Para adquirir as características comerciais R = constante universal dos gases ideais;
desejadas, o gás natural bruto passa por trata- T = temperatura [K];
mento em uma Unidade de Processamento de Gás
Natural (UPGN), que faz a retirada de impure-
Se, por um lado, os cálculos teóricos de uma
zas e a separação dos hidrocarbonetos pesados
compressão adiabática resultam no máximo tra-
(MCKETTA, 1990).
balho teórico necessário para comprimir o gás
São importantes características do gás na-
entre dois níveis de pressão, por outro, os de uma
tural sua densidade inferior à do ar, seu baixo
compressão isotérmica, ou seja, na qual a tem-
ponto de vaporização e o limite de inflamabili-
peratura do gás comprimido não se altera com
dade em mistura com o ar superior a outros ga-
a elevação de pressão, determinam o valor do
ses combustíveis. O gás natural é o único cuja
mínimo trabalho necessário para efetuar a com-
densidade relativa é inferior a 1, sendo mais leve
pressão.
que o ar, característica essa que é de fundamental
A dedução das expressões analíticas para o
importância para segurança. Já o ponto de vapo-
cálculo do trabalho necessário à compressão de
rização é identificado pela mudança de fase, do
um gás parte sempre da equação (2), consideran-
estado líquido para o gasoso, em uma certa com-
do-se a inexistência de variações na energia cinéti-
binação de temperatura e pressão. Nota-se que,
ca, potencial e de perdas.
na pressão atmosférica, a vaporização do gás na-
tural ocorre à temperatura de 111,15 Kelvin (K) A expansão do gás natural tem algumas apli-
– ou seja, -162 graus Celsius (ºC). Os limites de cações importantes, tais como a sua liquefação em
inflamabilidade podem ser definidos como per- pequenas proporções e a realização de trabalho
centagens mínima e máxima de gás combustível para recuperar a energia do gás natural liquefeito,
em composição com o ar, a partir das quais a quando da sua vaporização.
mistura não se inflamará, mas permanecerá em Assim como ocorre na compressão, a expan-
combustão. Conforme Wark e Richards (1999), o são de um gás aproxima-se de uma expansão adia-
comportamento das variáveis pressão (p), tempe- bática e obedece à equação (2) teórica:
ratura (T) e volume (V) dos gases reais é bastante P2
difícil de descrever e, para modelá-lo, utiliza-se W2 = ∫P Vdp
(2)
a Lei do Gás Perfeito ou Ideal. Com base nessas 1
Como esse método utiliza a técnica de ultra- por exemplo, tem 307200 bytes. Alguns exemplos
som, há necessidade de preenchimento do duto de módulos de aquisição são as câmeras a tubo
com um fluido líquido. Para os oleodutos, pode- (Vidicom) ou CCD, os scanners ou ainda alguns
se utilizar o próprio petróleo, desde que toma- sensores dedicados (como sistemas de infraverme-
das as devidas precauções de segurança. Para os lho, mapeamento magnético de uma superfície,
gasodutos, existe a necessidade de utilização de sensoriamento de radares etc.). A câmera de vídeo
um líquido tal como água ou um derivado de pe- é o sensor de aquisição de imagem mais freqüen-
tróleo. A utilização de água, além de exigir pré e temente utilizado.
pós-tratamento para remoção de contaminantes, Uma câmera de vídeo apresenta característi-
requer também uma operação de secagem do duto cas de sensibilidade, resolução e função de trans-
antes de sua entrada em operação, retardando ferência (entre a imagem captada da cena e a in-
ainda mais o retorno de seu escoamento normal. tensidade do sinal de vídeo fornecido). Algumas
A superfície interna do duto deve estar limpa, de câmeras mais sofisticadas permitem controlar o
modo que não barre a passagem do feixe sônico; offset ou ganho do sinal de vídeo, possibilitando
caso contrário, não haverá leitura nessas áreas. uma correção do contraste da imagem em tempo
Normalmene, as disposições circunferenciais dos real. Em alguns casos, podemos encontrar módu-
cabeçotes não permitem uma cobertura total do los que permitem o ajuste da iluminação de fundo
diâmetro, exigindo que se opte por uma distribui- ou ainda o realce dos contornos dos objetos pela
ção concentrada na geratriz inferior, ou uma dis- execução de funções específicas.
tribuição uniforme. O sinal de vídeo gerado pelo dispositivo de
aquisição é convertido em sinal discreto pelo con-
versor analógico digital, um dispositivo de conver-
6 Estudo de caso são especial para sinais de vídeo, em que a aqui-
sição é realizada segundo a padronização desses
Visando à otimização do processo de de- sinais (linha a linha). Após a conversão da imagem
tecção de defeitos da região interna dos dutos, pelo módulo de conversão analógica digital, cada
oriundos da corrosão, foi implementado um robô, intensidade indexa uma tabela de conversão, co-
provido de câmeras de alta resolução distribuídas nhecida como look-up table (LUT). As LUTs são,
ao redor da estrutura, para abranger toda a cir- na realidade, memórias que possibilitam a modifi-
cunferência do duto. Toda imagem é digitalizada, cação das intensidades adquiridas por valores pré-
por intermédio de um microcontrolador digital programados (INOUÉ, 1998).
signal processing (DSP), e gravada em memórias Uma das configurações implementadas foi
não-voláteis. uma função específica para corrigir, em tempo
O módulo de entrada é constituído por uma real, o contraste de uma imagem que está sendo
câmera que capta a imagem real do duto e envia adquirida pelo conversor analógico digital. A ima-
a informação, sob a forma de sinal analógico de gem digital é, em seguida, armazenada em uma
vídeo, a um conversor analógico digital. A ima- memória principal de acesso exclusivo ao micro-
gem é então representada na forma digital. Uma controlador DSP.
imagem digital é discretizada espacialmente (x e Vale salientar que as imagens captadas estão
y) e em luminância (níveis de cinza). Uma imagem em níveis de cinza, pois grande parte dos algorit-
típica de 640 x 480 pixels por 256 níveis de cinza, mos de análise de imagens coloridas é feita recom-
GUO, B.; GHALAMBOR, A. Natural gas engineering WARK, R.; RICHARDS, D. E. Thermodynamics. 6. ed.
handbook. Houston: Gulf Publishing Company, 2005. Nova York: McGraw-Hill, 1999.