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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI

CENTRO DE ARTES REITORA VIOLETA ARRAES DE ALENCAR GERVAISEAU


CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM ARTES VISUAIS

DESCOBRINDO UMA POÉTICA NA PESQUISA EM ARTES

Fábio Tavares da Silva

Juazeiro do Norte
Agosto/2011
UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI
CENTRO DE ARTES REITORA VIOLETA ARRAES DE ALENCAR GERVAISEAU
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM ARTES VISUAIS

DESCOBRINDO UMA POÉTICA NA PESQUISA EM ARTES

Fábio Tavares da Silva

Trabalho produzido como requisito de avaliação


para a disciplina Tópicos de Pesquisa em Artes Visuais
ministrada pela Profª. Ruth Sousa.

Juazeiro do Norte
Agosto/2011
RESUMO

Este artigo apresenta os resultados dos estudos realizados na disciplina Tópicos de Pesquisa em
Artes Visuais do curso de Licenciatura Plena em Artes Visuais da Universidade Regional do
Cariri – URCA. Na disciplina foram estudadas as diferenças entre as pesquisas sobre artes e as
pesquisas em artes, objetivando que cada aluno compreendesse e aprendesse a desenvolver
pesquisas em artes. Diante de tudo o que foi pesquisado e experimentado, apresento este
trabalho com as pesquisas e processos vivenciados no descobrimento de uma poética perceptível
na elaboração de meus trabalhos artísticos.

Palavras-Chave: pesquisa em artes; obras; conceitos

Introdução

A disciplina Tópicos de Pesquisa em Artes Visuais foi ofertada de abril a agosto


de 2011 para a turma do sétimo semestre do curso de Licenciatura plena em Artes
Visuais do Centro de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau da
Universidade Regional do Cariri – URCA.
Ainda nos primeiros encontros na disciplina pude aprender as diferentes formas
de pesquisas nas artes visuais. Compreendi que existem pesquisas em artes e pesquisas
sobre artes. A pesquisa em artes segundo Sandra Rey é “Aquela realizada pelo artista-
pesquisador a partir do processo de instauração de seu trabalho.” Esta forma de pesquisa
implica uma inter-relação direta entre prática e teoria resultando em um produto, a obra
de arte. Sandra ainda define a pesquisa sobre artes como “aquela realizada por teóricos,
críticos e historiadores, tomando como objeto de estudo a obra de arte, para realizar
análises pontuais, estudos históricos, meios de circulação, inserção etc.” (REY, 2002, p.
125). É uma pesquisa realizada a partir do produto da arte.
Diante disto ficou definido que, o que nos interessaria nesta disciplina era
desenvolver pesquisa em arte, levando em consideração nossos processos artísticos.
Para isto foi necessário primeiro identificarmos quais os nossos campos de interesses
nas artes visuais, que tipo de trabalho nos interessava produzir, com quais artistas e
conceitos nossos trabalhos possuíam alguma relação.
Fomos estimulados a apresentar nossas produções em artes, o que já havíamos
produzido a partir das disciplinas cursadas anteriormente, ou por iniciativas individuais.
Todos os colegas apresentaram seus respectivos trabalhos e nesta atividade pudemos
ouvir considerações sobre nossas produções tanto da professora quanto dos colegas que
também cometeram.
Foi a partir deste primeiro momento de exposição que começamos a realizar um
método de análise de obra chamado de Comparativismo Diferencial, este método é
definido por Sandra Rey, segundo a autora ele “consiste na tarefa de aproximar o que
parece muito diferente, diferenciar o que parece muito semelhante”. (REY, 2002, p.
137). Deveríamos analisar obras de artistas buscando comparar com outras e identificar
quais os elementos formais e processuais presentes nestes trabalhos, este é um
importante mecanismo utilizado na pesquisa em artes.
A partir deste exercício fizemos uma análise comparativa entre minhas
produções e as do colega Francisco dos Santos, levando em consideração que nas
minhas pinturas está presente a relação com o jogo de xadrez, jogo que também
identificamos nas pinturas e desenhos do Francisco. Fomos a partir desta semelhança
inicial fazer uma análise comparativa entre as duas produções, depois de analisar
percebo que as relações feitas por mim com o jogo de xadrez são diferentes das
realizadas pelo colega.
Francisco faz desenhos e pinturas onde se pode observar que ele pinta a malha
de tabuleiros de xadrez, em geral pinta explorando muito a perspectiva e inserindo
pessoas ou outros seres místicos em suas pinturas, também gosta de fazer um jogo entre
bidimensional e tridimensional, ele explora diferentes materiais e suportes chegando até
a inserir objetos em algumas pinturas.
Em minhas pinturas eu fazia composições com vários tabuleiros de xadrez de
diferentes tamanhos organizados uns ao lado dos outros, com o critério de que cada
tabuleiro tivesse a quantidade exata de 64 casas, 32 de uma cor e 32 de outra,
determinação que não era seguida pelo Francisco. Nos tabuleiros eu priorizava trabalhar
com as cores primárias, me interessa a idéia de colocar uma cor ao lado da outra e
buscar na imagem resultante a sensação de haver uma terceira cor que seria possível
conseguir a partir da mistura delas.
Em alguns trabalhos que apresentei havia pintado vários tabuleiros utilizando
tinta látex sobre tela ou acrílico sobre tela.
Depois de fazer uma análise dos meus próprios trabalhos, cheguei à conclusão
de que as pinturas que fazia tinham uma ligação direta com o conceito de protocolo
operatório. Minhas produções possuem relação com conceitos operatórios, pois eu
previamente definia que o trabalho seria realizado com a repetição de tabuleiros
organizados lado a lado, também definia previamente quais as cores deveriam ser
utilizadas de modo que a produção se tornava mecânica levando em consideração que
não dava lugar ao improviso, tudo era intencional e planejado previamente na confecção
das obras.
Um dos trabalhos apresentados pela professora em sala onde pude observar
como é utilizado o conceito operatório foi do artista Daniel Buren com seus trabalhos de
listras. O artista pintava várias listras verticais e estas listras possuem largura definida
previamente de 7 a 8 cm e nunca se alteram, ele as pinta em vários lugares e objetos se
tornando um trabalho repetitivo e rigorosamente planejado previamente onde também
não há lugar para improvisos.
Foi muito importante conhecer estas definições e saber onde poderia localizar na
arte o que havia produzido até então. Dentro das considerações realizadas pela
professora, uma delas, foi chamar minha atenção para qual o tipo de aproximação que
eu fazia com o jogo de xadrez, me levando a compreender que muitas são as relações
possíveis entre arte e xadrez.
Dentre estas possibilidades me apresentou três em particular. A primeira é uma
aproximação formal: que consiste em adotar os aspectos visuais do xadrez para compor obras
(semelhança pela forma). Uma segunda é a aproximação processual: Pensar as regras do
jogo para compor uma obra, adotando as regras, subvertendo-as ou criando minhas
próprias regras. Uma terceira é a aproximação conceitual: esta consiste em adotar as
regras estratégicas do xadrez para pensar a arte.

Figura 1 Fábio Tavares, Tabuleiros 2, látex sobre tela, 40 x 60 cm


O tipo de aproximação com o xadrez que eu realizava até então era a primeira, onde
eu adotava as formas do tabuleiro, ou seja, seus aspectos visuais, para construir imagens
combinadas. Nas primeiras telas eu ainda pintava as peças do jogo de xadrez
procurando fazer com que as peças do lado superior da tela fossem opostas as do lado
inferior como se pode observar na minha segunda tela da série Tabuleiros.
Diante dos trabalhos já realizados, de identificar que meu trabalho faz referencias ao
jogo de xadrez, ficou definido que este seria o meu foco na pesquisa em artes.
Começaria a observar quais outros artistas já trabalham com esta temática e quais os
processos destes artistas, que conceitos eles utilizam em suas produções. Fazer este
levantamento de obras, artistas e conceitos seria de fundamental importância para
definir o que de fato é meu campo de interesse na pesquisa em artes.

Obras, Artistas e Conceitos

A apresentação dos trabalhos que já havia realizado anteriormente seguida de


uma análise onde pude comparar o que havia de semelhanças e diferenças entre minhas
pinturas e as do colega Francisco serviu para que eu pudesse identificar qual era a
aproximação com o jogo de xadrez realizada por mim. Depois de concluir que em meus
processos havia claramente um conceito operatório, onde eu definia a obra no nível
teórico e depois com tudo definido ia para a prática dar forma a ela começo a buscar
artistas que de alguma maneira possuam relação com o que eu me interesso em
produzir.
Durante estas descobertas cheguei, por meio de mais um exercício de
comparativismo diferencial na disciplina, ao artista Sol Lewitt que é considerado um
dos principais artistas da arte minimalista. Ao observar alguns de seus trabalhos pude
observar uma série de estruturas compostas de elementos cúbicos ou derivadas do cudo
que são repetidos e fixados em outros iguais gerando novas formas. O artista explora as
formas minimas através da organização de muitas variações e combinações possíveis
construindo estruturas complexas consequência de um rígido sistema lógico.
Ele constroe estruturas cúbicas e as organiza no ambiente expositivo de modo a
apresentar as possibildades combinatórias em uma determinada sequência, como se
pode observar na obra ADCB 9 na figura 2.
Figura 2 Sol Lewitt, ABCD 9, 1966.

Os trabalhos deste artistas podem ser localizados no que se chama de Arte


Serial. Mel Bochner que considera o trabalho dele como serial define arte serial dizendo
que,

A serialidade tem como premissa a idéia de que uma sucessão de termos


(divisões) dentro de um trabalho particular é baseada em uma derivação
numérica ou de algum modo predeterminada (progressão, permutação,
rotação, reversão) de um ou mais termos presentes na peça.
(BOCHNER, 2009, p. 174)

As relações que estabeleço entre meus trabalhos e as produções de Sol Lewitt


estão no processo, quando eu defino uma forma a ser trabalhada e começo a repetila e
combinala para compor um novo trabalho, sendo também uma forma de Arte Serial. Os
meus trabalhos consistem na combinação e exploração de possibilidades seja com um
jogo a partir das cores ou das formas do tabuleiro de xadrez.
Sol Lewit também trabalha com as cores, algo que eu também utilizo em alguns
dos meus trabalhos, em seu trabalho identifico a lógica das permutações e variações,
conceitos que vão nortear minhas produções a partir de então.
Depois de Sol Lewit vários outros artistas possuem alguma relação com os meus
campos de interesse na pesquisa em artes, dentre eles um em especial muito me
influenciou, trata-se do artista brasileiro Athos Bulcão. Um artista que trabalha com as
possibilidades por meio da repetição e combinação. Dos seus trabalhos que mais me
interessei foi pela série de azulejos, onde com um ou dois elementos repetidos em
grandes quantidades ele compõe imagens que se fossem reagrupadas teriam muitíssimas
possibilidades combinatórias. Como se pode observar no trabalho na figura 3.
Figura 3 Painel de Azulejos, Museuu de Gemas, Torre de TV, 1966. Brasília - DF, Brasil
Arquiteto Lúcio Costa Foto Edgar Cesar Filho, 353 x 1295 cm

Muito me interessei pelas produções deste artista, diferente do que eu fazia com
os tabuleiros, ele pensava as formas que combinadas poderiam gerar um padrão, mas na
montagem ele não as combinava do modo mais lógico, ele partia da lógica para montar
um trabalho onde chama a atenção para as quase infinitas possibilidades combinatórias
a partir da repetição e justaposição de elementos iguais que se diferenciam apenas pela
posição na montagem.
O suporte utilizado são azulejos, seus trabalhos quase sempre tem parceria com
algum arquiteto. Foi a partir da observação de vários trabalhos do Athos Bulcão que
comecei a pensar outros suportes para os meus trabalhos.
Antes minhas pinturas era sobre tela, eu as pintava com muito rigor para que
pudessem ter os tabuleiros com as linhas mais definidas possível e manter o rigor
métrico na composição, com o tempo observei que o tecido da tela sedia fazendo com
que as linhas que no início eram as mais retas possíveis perdessem a exatidão por culpa
do suporte.
Foi enquanto pesquisava os trabalhos que comecei a experimentar no
computador buscando dar forma as minhas idéias, comecei com programas mais básicos
e depois programas com mais opções e juntando um programa com outro fui
experimentando.
Produzindo um tabuleiro de xadrez com as cores vermelho e preto e com as
cores vermelho e amarelo eu fui colocando um ao lado do outro como já fazia nas
pinturas manuais, agora com o computador eu podia acelerar todo o processo e
experimentar muito mais possibilidades combinatórias. Com isto eu fui experimentando
compulsivamente e quando me dei conta já estava com mais de 100 painéis, todos no
computador.
A produção consiste em repetir e justapor os tabuleiros em diferentes tamanhos,
mas sempre buscando uma simetria na composição, como se pode observar no trabalho
da figura 4.

Figura 4 Fábio Tavares, Tabuleiros Justapostos, 2011

Outro artista que influenciou em meus processos foi Gabriel Orosco,


principalmente a partir da análise da obra em que ele trabalha com cavalos. O artista
cria um novo jogo de xadrez onde todas as peças são cavalos, pode se observar quatro
cores de cavalos e quatro cores de casas em um tabuleiro de 256 casas divididas em
quatro cores. É uma nova forma de fazer referência ao jogo de xadrez onde além de
adotar os aspectos visuais do jogo também pensa as regras do jogo para compor uma
obra como pode se observar na figura 5.
Figura 5 Gabriel Orozco, Horses Running Endlessly. 1995. Wood, 3 3/8 x 34 3/8 x 34 3/8"
(8.7 x 87.5 x 87.5 cm). Gift of Agnes Gund and Lewis B. Cullman in honor of Chess in the Schools.

Depois de pesquisar, observar e analisar os trabalhos de diferentes artistas eu


pensei na produção de um trabalho onde eu pudesse explorar os conceitos identificados
nas obras destes artistas e nos meus próprios trabalhos. Foi então que pensei em criar
um jogo de possibilidades combinatórias onde estaria trabalhando com os conceitos de
repetição, justaposição, combinação para compor uma obra.
Durante os processos de experimentação cheguei a uma forma que me agradou,
pois era a síntese do que me interessava naquele momento. Criei um módulo no qual
faço um quadrado com um circulo em seu meio. Minha escolha por esta forma se dá
pelo meu interesse em imagens simétricas e opostas. Para mim o circulo e oposto ao
quadrado. Com esta forma eu monto um módulo com quatro partes, sendo que os
módulos na linha horizontal e vertical se opõem não pela forma, mas pela cor. Como se
pode ver na figura 6.

Figura 6 módulos do jogo das cores


Definido a forma do módulo que se tornaria peça do meu jogo, pensei então em
como seria o jogo, quais as regras. Defini então que eu teria peças com cinco cores
combinadas, peças nas cores: pretas, brancas, azuis, vermelha e amarela. Que foram
definidas por meio de arranjos simples, de modo que fazendo arranjos combinatórios
entre estas cinco cores cheguei a um resultado de 15 peças diferentes que excolhi 10
delas e repeti atingindo a quantidade de 25 peças.
Com estas 25 peças eu organizei um jogo onde o objetivo é organizar todas as
peças lado a lado em um agrupamento onde cada linha horizontal e vertical possua uma
cor predominante. Fui montando e buscando as possibilidades combinatórias para
chegar ao resultado visual desejado. Consegui montar o jogo de cinco maneiras
diferentes tendo como resultado o painel da figura 7.

Figura 7 O Jogo das Cores montado de cinco maneiras diferentes

O jogo das cores foi o trabalho que mais me dediquei neste processo de pesquisa
em artes. Ele é um jogo que pode ser jogado de diversas maneiras, cada um que estiver
com as 25 peças do jogo pode inventar um nova maneira de jogar, sendo que todas elas
estão previamente definidas pela matemática e foi na matemática onde fui buscar
conceitos para explicar o meu trabalho.
Se forem pegos quatro conjuntos de peças chegando a 100 peças é possível fazer
várias combinações, dentro das regras estabelecidas inicialmente eu consegui também
cinco resultados onde cada um tem uma com diferente no centro como pode se observar
na figura 8.

Figura 8 painel jogo das cores


Durante a pesquisa por obras e artistas fui percebendo que alguns conceitos me
chamavam a atenção por estarem presentes de alguma maneira nas obras dos artistas
que eu analisava. Estes conceitos não necessariamente são conceitos artísticos, mas são
conceitos oriundos da matemática e são estes conceitos que uso para explicar meus
trabalhos.
O primeiro deles é conhecido na matemática como arranjo. Arranjos são várias
combinações que se podem formar em certo número de quantidades, reunindo-as em
qualquer ordem, duas a duas, três a três etc. Este procedimento é perceptível tanto no
processo de produção dos meus trabalhos como no dos artistas Athos Bulcão e Sol
Lewitt.
Os arranjos podem ser simples quando se faz um tipo de agrupamento sem
repetição em que um grupo é diferente de outro pela ordem ou pela natureza dos
elementos componentes, pode se observar isto na lógica definida para construir as peças
do jogo das cores.
Outro conceito forte que trago da matemática é a análise combinatória, que
consiste em maneiras de escolher n vezes consecutivas um ou outro entre m objetos. No
livro Matemática Completa do ensino médio analise combinatória é definida como, “a
parte da matemática que estuda o número de possibilidades de ocorrências de um
determinado acontecimento (evento) sem, necessariamente, descrever todas as
possibilidades”. (GIOVANI, BONJORNO, GIOVANI JR,)
Este é um conceito muito claro nas produções de Athos Bulcão, quando ele cria
dois módulos e mostra que estes módulos podem ser combinados de inúmeras maneiras,
mas não faz todas elas, apenas mostra que é possível fazer. Eu uso este conceito ao
combinar alguns elementos repetidos e passo a entender que mostrar possibilidades se
torna um conceito da obra.
Outros conceitos que perpassam pelos meus trabalhos são permutação e
justaposição. A permutação consiste no estudo matemático de permutar "m" elementos,
cada uma das ordens de sucessão nas quais se podem dispor esses elementos. É um
conceito presente nos trabalho de Sol Lewit, principalmente nas esculturas onde o
artista planeja cuidadosamente como vai dispor as formas para construir a escultura.
Justaposição é colocar uma coisa ao lado de outra, para juntas formarem outra de modo
que nada as separe, são elementos organizados lado a lado.
O último conceito que identifico em meus processos artísticos é a repetição,
conceito já bastante estudado na arte que trago a partir do que diz Andrea Hofstaetter
quando fala sobre repetição na arte ao dizer que “ela lida com o jogo, com o acaso, com
diferentes lógicas combinatórias de múltiplos fatores. Introduz a noção de serialidade.
Não é o um que se repete, mas uma série que se cria.” (HOFSTAETTER, 2009, P. 165).
São estes conceitos e outros já referidos anteriormente que vão fundamentar
minha pesquisa em artes. Um interesse por trabalhos que possuem em seus processos de
elaboração ou em suas apresentações ligações com a repetição, justaposição, e
combinação.

Considerações

Realizar estas pesquisas foi um exercício importante para compreender que


muito já se foi produzido em arte e que nosso campo de interesse sempre vai encontra
alguém com quem dialogar. Mesmo que o conceito não esteja tão claro é possível
desenvolver um conceito para o nosso trabalho.
Começo a experimentar pintando tabuleiros de xadrez sobre tela, agora faço
múltiplas imagens a partir de uma única repetida e justaposta me utilizando do
computador. Muito tenho a pesquisar e descobrir sem a pretensão de inventar o novo de
ser um artista original, mas sempre repensar e até fazer o que outros já fizeram agora de
outra maneira.
Descobri com estes estudos um campo de interesse na pesquisa em artes, posso
continuar pesquisando e produzindo até esgotar as possibilidades, que no caso dos meus
trabalhos com relações diretas com conceitos matemáticos sei que as possibilidades são
inúmeras.

Referências

BOCHNER, Mel. Arte serial, sistemas, solipsismo. In: Escritos de Artistas: anos 60/70, Rio
de janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009
GIOVANI, José Ruy; BONJORNO, José Roberto; GIOVANI JR., José Ruy. Matemática
Completa. 2004
HOFSTAETTER, Andrea. Repetição e Transgressão: dispositivos poéticos e potencial
Utópico. Tese de Doutorado defendida na Universidade federal do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre, 2009.
REY, Sandra. Por uma Abordagem Metodológica da Pesquisa em Artes Visuais. In:
BRITES, Blanca; TESSLER, Elida. O meio como ponto zero: metodologia da pesquisa em
artes plásticas. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2002.
http://www.fundathos.org.br/
consultado em 15 de agosto de 2011-08-15
http://en.wikipedia.org/wiki/Serial_art
Consultado em 07/ 08/11
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/16931
Consultado em 07/ 08/ 11
http://www.dicio.com.br/
Consultado dia 07/ 08/11
http://www.cursodehistoriadaarte.com.br/lopreto/index.php/arte-escultura-sol-lewit-1928-
2007/comment-page-1/
consultado em 15 de agosto de 2011-08-15
http://www.nararoesler.com.br/artistas/jose-patricio Consultado em 18 de agosto de
2011

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