Você está na página 1de 8

Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

1a sequência didática: Ponto e linha


Serão abordados alguns elementos constitutivos de Artes Visuais, como a linha e o ponto.
Os alunos experimentarão suportes, técnicas e materiais diversos por meio de práticas
artísticas.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos


Elementos da linguagem
Objetos de conhecimento
Processos de criação
 (EF15AR01) Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais
tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário,
a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
 (EF15AR02) Explorar e reconhecer elementos constitutivos das artes
Habilidades
visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço, movimento etc.).
 (EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo
individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da
escola e da comunidade.
 Experimentar diversos suportes e materiais na criação de desenhos e
pinturas e também no registro do processo criativo.
Objetivos de aprendizagem  Identificar alguns elementos constitutivos das Artes Visuais: ponto e
linha.
 Apreciar imagens
 Ponto e linha
Conteúdos  Técnicas mistas (pintura, desenho, escultura)
 Processo de criação

Materiais e recursos
 Suportes (papeis diversos, tais como cartolina, kraft, cartão; tecidos; caderno de desenho; etc.)
 Riscadores (em cores variadas, incluindo a preta e a branca)
 Tintas (em cores variadas)
 Pincéis
 Vela branca
 Giz de cera (em cores variadas, incluindo a branca)
 Fios de lã, náilon e linha de costura

Desenvolvimento
 Quantidade de aulas: 4 aulas

Aula 1

68
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

A sugestão inicial é a de propiciar situações de aprendizagem com momentos de


percepção e coleta sensorial.
Propor aos alunos que passeiem pelo espaço da escola e observem que por toda parte
pode haver pontos e linhas. Propor que observem nestes espaços a variedade de pontos e
linhas na paisagem, os detalhes da arquitetura da escola, os objetos, as estampas de roupas e
cortinas, dentre outros elementos. Essa atividade também pode ser realizada com o uso de
revistas ou da internet para apreciação de imagens do cotidiano e identificação de pontos e
linhas. Durante a pesquisa, instigar os alunos a observar se os pontos estão sozinhos ou
agrupados, se são grandes ou pequenos. Pedir que observem os tipos de linha e que verifiquem
se são finas, grossas, curvas, inclinadas, se as linhas se encontram, se cruzam, se estão
sobrepostas etc. Os registros podem ser feitos no caderno de desenho ou em folhas avulsas.
Outra sugestão é a de propor aos alunos que criem seus próprios “cadernos de artista”.
Orientá-los a fazer um inventário de linhas, tais como desenho de linhas grossas, finas, curvas,
retas, contínuas, tracejadas etc.

Para trabalhar com registros

Poznyakov/Shutterstock.com
Crianças realizando atividade de Arte.

O caderno de artista é um recurso usado por vários produtores de arte ao longo da história.
Trata-se de um material para fazer anotações sobre descobertas, estudos, registros e projetos.
Os artistas os utilizam para fazer desenhos, esboços, anotações, colagens etc. Os alunos
podem personalizar seus “cadernos de artista” e também fazer anotações cotidianas,
escrevendo palavras (considerando o estágio de alfabetização de cada aluno), fazendo
desenhos e colagens, dentre outras possibilidades.
1. O que os alunos sabem sobre cadernos de artistas?
Propor rodas de conversa para conhecer o repertório dos alunos e apresentar imagens de
cadernos de artistas. Comentar que podem ser um diário de anotações, mas também é
possível utilizar diversos modos de registros imagéticos além da palavra escrita.
2. Como os alunos gostariam de registrar o processo de suas pesquisas e descobertas?
Cada estudante pode escolher materiais e maneiras para personalizar seus “cadernos de
artista”.
3. Como os alunos podem usar o caderno de artista?
69
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Podem fazer anotações, desenhar, pintar, materializar seus pensamentos e ideias como
preferirem e sempre que quiserem.

Ampliação
Para conhecer mais sobre cadernos de artista, sugerimos visitar:
 SUZUKI, Clarissa Lopes. Cadernos de artista: páginas que revelam olhares da arte e da
educação. Dissertação de mestrado. São Paulo: USP – Escola de Comunicações e
Artes, 2014. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/
27/27160/tde-08062015-124306/pt-br.php>. Acesso em: 20 nov. 2017.
 O MUNDO de Lygia Clark. Disponível em: <http://www.lygiaclark.org.br/arquivo_
detPT.asp?idarquivo=10>. Acesso em: 20 nov. de 2017.

Aula 2
Na aula anterior, convidamos a turma para formar uma roda e compartilhar os registros
feitos em folhas avulsas ou no caderno de artista no momento da coleta sensorial. É
importante dar espaço para que os alunos compartilhem seus registros de linhas e formas a
fim de contar em quais lugares os encontraram, bem como foi essa experiência. Neste
momento, sugerimos conversar sobre estas questões:
 Um ponto próximo a outro forma uma linha?
 Há vários tipos de linha? Quais? Como são as linhas (direção, posição, formato,
espessura, continua etc.)?
 Como e onde essas linhas foram encontradas? Houve momentos em que o ponto e a
linha se encontraram?
 E os pontos? Onde estão? São grandes ou pequenos? Estão um ao lado do outro ou se
sobrepõem?

Durante a conversa, sugere-se promover um momento de nutrição estética contando aos


alunos que muitos artistas usam a linha e/ou o ponto para construir suas obras de arte. Dar
exemplos de obras de artistas como os estadunidenses Jackson Pollock (1912-1956) e Roy
Lichtenstein (1923-1997), o espanhol Joan Miró (1893-1983) e a brasileira Marlene Crespo
(1932-). Uma curadoria educativa pode ser feita por meio de uma pesquisa mais detalhada de
artistas que explorem o uso do ponto e da linha. Nesses momentos de nutrição estética,
podemos propor, por meio de mediação cultural, uma roda de conversa com a turma.

Para trabalhar com mediação cultural


Sugerimos elencar pontos importantes de observação no momento de apreciação das
obras dos artistas selecionados. Observar as imagens e indagar:
 Onde estão os pontos e linhas?
 Como o artista usou os pontos e a linhas para criar sua obra?
Durante e após a discussão, propor que os alunos façam mais registros em seus cadernos
ou folhas avulsas, agora observando pontos e linhas em obras de artistas, como um estudo.

70
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Avaliação
Ao fim da segunda atividade, verificar se os alunos foram capazes de registrar pontos e
linhas durante observação do entorno. Observar se percebem pontos e linhas nas imagens
apreciadas e se fazem registros com base nessa percepção e se realizam contextualizações
entre seus registros primários no momento da coleta sensorial (aula 1) e os pontos e linhas
observados em obras de artistas (pinturas, esculturas, desenhos, gravuras etc.).

Aula 3
Nesta aula, propomos a exploração de pontos e linhas por meio do desenho e da pintura.
Vamos fazer várias experiências.
1. Pinturas e desenhos em contraste:
Suportes: papéis grandes e de cor preta (dar preferências para papéis resistentes à água ou
mais grossos, como papel-cartão).
Riscadores: giz de cera branco e tinta branca.
Atividade: Propor aos alunos que desenhem pontos e linhas, observando o contraste entre
preto e branco, a textura do giz e da tinta no papel, a espessura do traço que o riscador
oferece.
2. Ao contrário agora:
Riscadores: giz de cera e tinta guache, ambos na cor preta.
Atividade: Propor o mesmo procedimento da atividade anterior, mas agora os alunos devem
usar suportes de cor branca.
3. Pontos e linhas coloridas:
Suporte: papéis de várias cores.
Riscadores: giz de cera e tinta de várias cores.
Atividade: Assim como nas atividades anteriores, propor o mesmo procedimento, mas
agora os alunos devem usar suportes e riscadores de cores variadas.
4. Imagem revelada:
Suporte: cartolina branca (ou outro tipo de papel branco de alta gramatura, mais
encorpado).
Riscador: giz de cera branco ou vela branca e tinta aquarela de várias cores.
Atividade: Riscar o papel branco com os riscadores da mesma cor (branco) e depois pintar
esse mesmo papel com tinta aquarela de várias cores. Os riscos em branco feitos na
cartolina branca aparecerão após a tinta aquarela entrar em contato com o papel: a
aquarela revelará o desenho escondido por falta de contraste.

71
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Para experimentar materialidades

Billion Photos/Shutterstock.com
Crianças manuseando diversos tipos de materiais.

Para os momentos de ação criadora, é interessante oferecer vários recursos aos alunos, a
fim de que experimentem diversas materialidades. Nesse momento, o importante é a
exploração dos materiais e a experimentação no fazer das cores.
Sugerimos a produção de tintas aquareladas usando três princípios básicos: mistura de
aglutinante, pigmento e solvente:

Material necessário:
 uma colher de sopa de cola branca (aglutinante);
 porções de pigmento (gotas de anilina comestível líquida ou em pó; chá de beterraba
ou cebola ou outro material corante em pó ou em líquido). A quantidade de pigmento
depende da tonalidade da tinta que se deseja alcançar (mais intensa ou mais fluída).
 porções de água (solvente) para diluir a tinta na quantidade desejada de intensidade e
consistência.
Modo de fazer:
Ajudar os alunos a misturar os materiais mencionados anteriormente a fim de produzir as
tintas junto e colocar em potes para facilitar o manuseio.
No momento de realizar as pinturas, lembrar que pincéis macios são mais adequados para
tintas mais aguadas.

72
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Aula 4
Para ampliar saberes e contextualizar a produção dos alunos com o universo de criação de
artistas que abordam o ponto e a linha em suas obras, sugerimos apresentar aos alunos as
instalações da artista japonesa Yayoi Kusama (1929-) e as obras da artista alemã Gertrud
“Gego” Louise Goldschmidt (1912-1994).
Posteriormente, por meio de uma pesquisa coletiva utilizando a internet e/ou livros de arte
disponíveis na escola, procurar outros artistas e manifestações artísticas/culturais que tenham
o ponto e a linha como tema central, como os vasos artesanais da imagem a seguir.

Donatas Dabravolskas/Shutterstock.com
Vasos artesanais.

Para trabalhar com mediação cultural


Para fomentar uma discussão após a pesquisa, perguntar:
 Como os artistas pesquisados se apropriam da linha e do ponto para criar suas obras?
 A linha e o ponto são recorrentes na arte?
 E nas manifestações culturais pesquisadas? Se sim, por que isso acontece?
 Como esses artistas criaram suas obras? Com quais materiais?
 Como é ocupado o espaço onde essas obras estão? Em quais lugares elas estão?
 Essas produções se expandem para outros lugares? Vão além do papel, da tela de
pintura?
 Podemos desenhar e pintar em qualquer lugar?
 Quais materiais podem nos ajudar a alcançar a tridimensionalidade e ocupar espaços
maiores?

Em relação a manifestações culturais pesquisadas:


 Como são estas imagens?
 O que podemos notar?

73
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Chame a atenção também para o conceito de instalação e as diversas produções que


podemos apresentar aos alunos em outras linguagens (pintura, desenho, objetos, instalações
etc.).
Trazer materiais como linhas de lã, fios de diversas espessuras como fios de náilon, cobre,
algodão, barbante; linha de costura etc.) e sugerir a ocupação do espaço com esses materiais.
Após experimentar esses materiais, indagar:
 Os materiais utilizados nos ajudaram a ocupar o espaço?
 Que outro tipo de material poderíamos utilizar para alcançar a proposta de ocupação
do espaço?
 Quais materiais podemos usar para materializar os pontos?

Para realizar uma ação criadora

Nesse momento da aula, os alunos realizarão uma obra coletiva. A proposta pode ser
realizada tanto na sala de aula quanto em outro espaço desejado/disponível.
Com base nos materiais elencados na atividade anterior (se estiverem disponíveis), intervir
no espaço e criar um ambiente que explore o tridimensional. Podemos intervir nesse momento
indicando ações possíveis com os materiais, como:
 conectar os fios e as linhas;
 envolver os pontos;
 ocupar o espaço de maneira integral.
O objetivo desta aula é começar a explorar o ponto e a linha no espaço tridimensional. Ao
final, pedir aos alunos escolherem um nome para a instalação e sugerir que convidem os
colegas de outras turmas para visitarem a instalação.

Para trabalhar dúvidas


Qualidade da linha
Para explicar as linhas aos alunos, um exercício interessante é a brincadeira dos circuitos:
riscar no chão diferentes linhas com giz de lousa ou colar fita crepe ou fita adesiva colorida; as
linhas podem ser: estreitas, largas, retas, inclinadas, curvas, sobrepostas, cruzadas, contínuas
etc. A brincadeira é seguir caminhando pelos circuitos no chão.
A noção de tridimensionalidade pode ser trabalhada por meio de desenhos de observação.
O aluno pode desenhar um objeto tridimensional, ao comparar o desenho com o objeto real –
assim ele é levado a perceber a ausência de profundidade. Também podemos compor
instalações espalhando linhas de lã em um espaço da escola (prendendo as linhas com fita
adesiva). Nesse espaço, os alunos podem brincar passando entre as linhas no espaço
tridimensional.

Ampliação
Para conhecer mais sobre criações com pontos e linhas, sugerimos visitar:

74
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

 A artista Marlene Crespo cria desenhos, gravuras e bordados tendo a linha como um
forte elemento constitutivo de suas obras. Ela retrata seres e animais dos mitos
brasileiros. Disponível em: <http://marlenecrespo.com/>. Acesso em: 4 nov. 2017.
 A artista Gertrud “Gego” Louise Goldschmidt expandia a linha e o ponto, pesquisando o
traço tanto no desenho como na escultura. Disponível em: <http://www.sicardi.
com/artists/gego/artists-artist-works/#3>. Acesso em: 16 dez. 2017.

75

Você também pode gostar