Você está na página 1de 9

Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

2a sequência didática: Formas e formas


Serão abordadas as formas geométricas e orgânicas e as possibilidades de criação
artística nos espaços bidimensional e tridimensional.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos


Elementos da linguagem
Objetos de conhecimento Materialidades
Processos de criação
 (EF15AR02) Explorar e reconhecer elementos constitutivos das artes
visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço, movimento etc.).
 (EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística
(desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura,
modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso
Habilidades
sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas
convencionais e não convencionais.
 (EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo
individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da
escola e da comunidade.
 Analisar imagens e criar com formas (geométricas e orgânicas).
 Conhecer conceitos sobre espaço bidimensional e tridimensional.
 Construir uma instalação.
 Criar diferentes formas e fazer composições.
Objetivos de aprendizagem
 Experienciar a ação criadora (composições com recortes, pinturas e
instalações).
 Apreciar e contextualizar o processo de criação de artistas, colegas e
o seu próprio processo.
 Instalação
 Composição com formas
Conteúdos  Pintura
 Formas geométricas e orgânicas
 Espaços bidimensional e tridimensional

Materiais e recursos
 Projetor de imagem
 Tesoura
 Suportes diversos (como papel colorido, cartão, sulfite e cartolina)
 Placas de EVA (em cores variadas)
 Rolos de fita adesiva
 Fios de lã ou náilon

Desenvolvimento
 Quantidade de aulas: 4 aulas
75
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Aula 1
Sugerimos iniciar a aula perguntando quais formas geométricas os alunos conhecem. É
interessante apresentar formas geométricas além das formas básicas triangulares,
quadriculares e circulares, incluindo sólidos (formas geométricas tridimensionais). Identificar
junto com a turma algumas formas geométricas presentes na sala de aula, como nas janelas,
nas portas, na lousa etc. Em seguida, perguntar quais outras formas existem além das
geométricas. Indagar quais formas geométricas estão presentes em elementos orgânicos e
vivos, se existem outras formas que não se encaixam como as formas geométricas básicas:
 Ao observar uma rocha, folha ou galho, quais formas aparecem?
 Essas formas são sempre figurativas ou podem ser abstratas?

Conversar sobre a variedade de formas que podemos perceber em objetos e elementos


orgânicos. O importante é o aluno perceber que tudo possui uma forma, orgânica ou
geométrica.
Mostrar imagens de obras artísticas visuais (desenhos, pinturas, esculturas, instalações)
em que os artistas tenham formas geométricas espaciais como objeto de pesquisa.
Sugerimos pesquisar e apresentar aos alunos uma curadoria educativa. Nos espaços
museológicos, o curador é aquele que, dentre outras funções, cria a concepção da exposição e
seleciona as obras a serem apresentadas. Na escola, o professor pode também exercer esse
papel ao escolher obras de arte que farão parte dos momentos de nutrição estética. Na
apresentação dessas obras, sugerimos a mediação cultural em que o educador propõe ações
para envolver os alunos em uma apreciação significativa.

Para trabalhar com mediação cultural


Durante a fruição, em momentos de nutrição estética, sugerimos perguntar se o aluno já
observou com atenção formas, linhas e cores ao seu redor. É interessante perguntar quais ele
identifica e onde essas formas foram observadas em seu dia a dia. Questionar também se
essas formas observadas no cotidiano são convidativas e se despertam vontade de passear
por elas (caso sejam tridimensionais e/ou de grande dimensão).
As instalações Pling Pling, do artista brasileiro Cildo Meireles (1948-), e Pseudoscape, da
artista estadunidense Crystal Wagner (1982-), são alguns exemplos possíveis para a nutrição
estética. O importante é facilitar, por meio de referências artísticas, a compreensão do aluno
diante de questões como a percepção dos materiais utilizados pelos artistas nessas obras, de
que maneira esses artistas se apropriaram do espaço, como a obra dialoga com o entorno, de
que maneira as formas existem nessas produções etc. É importante instigar o aluno a perceber
também como essas formas se apresentam, se por meio da pintura, da escultura ou
modelagem. Nesse momento de observação, é importante abrir espaço para interpretações e
comparações. Podemos mostrar as duas obras comentadas, Pling Pling e Pseudoscape, e
iniciar uma discussão coletiva a partir de uma comparação das duas obras:
 Os alunos percebem formas geométricas nas obras? Quais foram reconhecidas?
 Como são as dimensões dessas formas geométricas observadas? E suas proporções?
76
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Sugerimos perguntar aos alunos:


 Como são as formas orgânicas nessas obras de arte?
 Lembram algum organismo vivo?
 Por que são chamadas de formas orgânicas? São formas orgânicas abstratas ou figurativas?
Será interessante também propor contextualizações entre as formas que vemos em obras
de arte e formas existentes no cotidiano dos alunos, por exemplo: formas presentes em
ambientes naturais, nos objetos utilizados por eles no cotidiano, em construções arquitetônicas
pela cidade etc. Quando apresentamos imagens de instalações, é importante conversar com os
alunos sobre essa linguagem contemporânea.

Para trabalhar dúvidas


Os alunos podem apresentar dúvidas em relação à identificação de formas geométricas
e/ou orgânicas ou ao conceito de instalação. É possível auxiliá-los por meio de vivências e
práticas, procurando dar ênfase nas características principais da linguagem e associações com
o cotidiano.

Formas geométricas e orgânicas


Sugerir aos alunos uma atividade prática de desenho com foco nas formas geométricas
que eles conhecem e que estão presentes em objetos que eles usam, por exemplo: folhas de
caderno, estojos, canetas, roupas, carteira, celulares, livros, borrachas etc. Identificar quais
formas estão presentes nesses objetos.
Para compreensão das formas orgânicas, é interessante recomendar que os alunos andem
por ambientes da casa deles, como quintais, ou outros lugares que onde há árvores, plantas,
rios, animais, pedras. Orientar os alunos a registrar essas observações por meio de desenhos.
Mostrar aos alunos que existem formas orgânicas abstratas e questionar onde elas aparecem:
 Em estampas de roupas?
 Em texturas de elementos naturais?
 Aparecem em objetos industriais?

Instalação
Instalação é uma forma de arte criada em um espaço onde todos podem não só olhar para
a obra, mas também andar por ela. Há instalações em que é possível tocar os materiais e até
interagir.

Aula 2

77
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

glenda/Shutterstock.com
Menino manipulando representações de formas geométricas.

Convidar os alunos a criar diferentes formas geométricas e orgânicas. Depois, com essas
formas, eles podem compor imagens fazendo diferentes arranjos.
Propor uma roda de conversa e relembrar as formas observadas em nosso cotidiano e
também nas obras dos artistas que fizeram parte dos momentos de nutrição estética
(apreciação).

Para trabalhar dúvidas


Esclareça aos alunos que:
 Formas geométricas são as que apresentam linhas retas ou curvas, que formam
quadrados, retângulos, círculos e outros.
 Formas orgânicas são as que representam seres vivos, elementos da natureza ou
sistemas orgânicos sem formatos exatos ou de precisão geométrica.

Neste exercício de composição visual, oferecer aos alunos tesouras, papéis coloridos ou
placas de EVA em cores variadas. Orientar os alunos a criarem várias formas com pedaços de
papel ou EVA. Propor aos alunos uma atividade de composição, agrupamento e sobreposição
dessas formas recortadas.
Organizar a turma em três grupos: um grupo irá compor, observar, agrupar e pesquisar
formas geométricas; o outro grupo fará o mesmo com formas orgânicas; um terceiro grupo
poderá ser daquele que fará a observação da atividade. Esses grupos podem alternar as
funções durante a atividade.

Avaliação
Na avaliação em processo é preciso que o educador esteja sempre atendo às atitudes e
conversas dos alunos. Sugerimos fazer registros constantemente para compor um portfólio
que obtenha o processo de pesquisa do projeto. Se for possível, também sugerimos filmar ou
fotografar alunos em processo de criação para compor o portfólio, que pode ser digital.

78
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Aula 3

antoniodiaz/Shutterstock.com
Crianças realizando atividades de pintura.

Sugerimos dar continuidade à atividade de composição de formas geométricas ou


orgânicas, agora explorando a linguagem da pintura. Oferecer vários materiais, tais como
pincéis e suportes grandes.
Sugerimos apresentar representações de obras de artistas como Piet Mondrian
(1872-1944) e Wassily Kandinsky (1872-1944).

elisa.beta/Shutterstock.com
Reprodução de obra do artista Piet Mondrian.

Everett - Art/Shutterstock.com
Reprodução de obra do artista Wassily Kandinsky.

79
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Aula 4
Retomar a conversa sobre instalações realizada na primeira aula e propor aos alunos a
escolha de um lugar da sala de aula ou da escola, como cantos de paredes ou outros locais,
para criarem uma instalação com formas geométricas ou orgânicas, ou uma composição das
duas. Comentar novamente sobre as obras trabalhadas nas aulas anteriores: Pling Pling, do
artista brasileiro Cildo Meireles (1948-) e Pseudoscape, da artista estadunidense Crystal Wagner
(1982-).

Para trabalhar com a ação criadora


Propor aos alunos que criem formas tanto geométricas quanto orgânicas. Para esta
produção, eles podem usar papéis ou placas de EVA coloridos. Orientar sobre recortes,
tamanhos e formas.
Instigar os alunos a pensar a disposição das formas criadas:
 Serão empilhadas? Espalhadas? Como serão organizadas as cores e tamanhos?

80
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Para auxiliar na montagem do espaço da instalação


 Prender as produções com fitas adesivas.
 Pendurar as produções em varais montados com fios de lã ou náilon.

Incentivar e permitir a criação de soluções para os problemas que forem surgindo durante o
processo de criação e montagem da instalação. O trabalho em grupo deve ser colaborativo:
cada aluno pode participar de várias maneiras, criando as formas e ajudando na montagem da
instalação.

Para trabalhar dúvidas


É possível que os alunos ainda apresentem dúvidas em relação ao conceito de instalação.
Sugerimos auxiliá-los por meio de vivências e práticas que deem ênfase nas principais
características da linguagem e nas associações com o cotidiano.

Instalação
Algumas dúvidas em relação ao termo instalação podem surgir no momento da ação
criadora. Não é necessário se aprofundar em relação ao termo em si, pois a ideia é a de que os
alunos conheçam diferentes formas de criar arte e as características principais dessa
manifestação artística.
Em relação a essas características, merecem destaque:
 o caráter efêmero que as instalações possuem, pois, na maioria das vezes, a obra é
montada em um local e posteriormente desmontada, não permanecendo mais
naquele local;
 as diferentes técnicas empregadas na criação da instalação, como, por exemplo,
recursos multimídias, esculturas, modelagens, pinturas, desenhos ou técnicas
mistas;
 a interatividade entre a obra e o público, que pode alterar a obra ou fazer parte dela.
A obra The Balloon Tank (German Panther), do artista holandês Hans Hemmert (1945-), é
um exemplo interessante de instalação interativa: o artista criou um tanque de balões coloridos
e, ao final da exposição, os visitantes podiam estourar esses balões.

Avaliação
Registrar todo o processo durante a montagem da instalação e o resultado final. Esses
registros podem ser revistos pelo grupo e, assim, o processo criativo da experiência vivida se
torna bem mais acessível.
Avaliar o interesse dos alunos durante o processo criativo e as discussões. Caso alguns
alunos do grupo estejam desmotivados, tentar entender as razões disso por meio de uma
conversa ou de uma autoavaliação.

81
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Convidar outras turmas para apreciar a instalação realizada. Ao final, fazer uma roda de
conversa para que os alunos falem sobre como escolheram utilizar o espaço e quais os
motivos da escolha do ambiente e da disposição das formas. Discutir novas possibilidades a
partir do resultado apresentado:
 Quais outros materiais podemos usar?
 Quais poderiam ser as mudanças?
 Que caminho seguir a partir daqui?

Ampliação
Para ampliar o repertório dos alunos em relação ao conceito de instalação, é importante
mostrar referências de outros artistas que podem ser encontradas em revistas, livros de
imagem, pesquisas na internet, vídeos. Também podem e devem ser realizadas visitas em
museus, exposições de arte, além de serem feitos passeios em ambientes externos e pela
cidade (focando na observação da paisagem urbana), saída a ambientes externos ao da escola
para produzir desenhos de observação etc. Pode-se também praticar algumas dinâmicas de
grupo, focando na ocupação do espaço.
A seguir, há alguns exemplos de artistas que utilizam diferentes materiais para criar suas
instalações.
 Cildo Meireles criou um espaço monocromático na obra Desvio para o vermelho: Impregnação,
Entorno, Desvio. É possível visitar essa e outras obras interativas no Instituto Inhotim, um dos
mais importantes acervos de Arte Contemporânea do Brasil, localizado no município de
Brumadinho, no estado de Minas Gerais. É possível ver mais da galeria de Cildo Meireles no site
do Instituto Inhotim. Disponível em:
<http://www.inhotim.org.br/inhotim/arte-contemporanea/obras/galeria-cildo-meireles/>.
Acesso em: 18 dez. 2017.
 As obras Forest of Numbers e I Am Here, da artista francesa Emmanuelle Moureaux (1971-), são
exemplos de como a artista explora os espaços criando instalações com diferentes materiais e
cores. É interessante que os alunos percebam o dinamismo e as diferentes maneiras de criar
arte em espaços tridimensionais a partir de formas simples. É possível visualizar outras
instalações no site da artista. Disponível em: <http://www.emmanuellemoureaux.com/all >.
Acesso em: 18 dez. 2017.

82
Arte – 1o ano – 1o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

 As instalações também podem ser interativas. A obra The Obliteration Room, da artista
japonesa Yayoi Kusama (1929-), é um bom exemplo de espaços convidativos ao público. A
artista criou um ambiente doméstico pintado de branco, onde visitantes e crianças são
convidados a colar adesivos coloridos em forma de pontos por todo o cômodo e, durante
algumas semanas, todo o ambiente se transforma. Na obra The Souls of Millions of Light Years
Away, Kusama criou um ambiente escuro com espelhos e exibição de luzes de LED,
transmitindo ao visitante a sensação de que essas luzes são infinitas. Em 2014, a artista trouxe
algumas de suas obras, incluindo The Souls of Millions of Light Years Away, para a exposição
Obsessão Infinita no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (SP). A interatividade aproxima o
público à obra e modifica o lugar do espectador, que passa a ser ativo e agente. Principalmente
para as crianças, a interatividade desperta o interesse, a imaginação e a curiosidade de explorar. É
possível conferir alguns registros da instalação The Obliteration Room no site do jornal The
Guardian; e assistir a um trecho de The Souls of Millions of Light Years Away, que ocorreu no
Museu de Arte Contemporânea The Broad. Disponíveis em:
<https://www.theguardian.com/artanddesign/gallery/2012/
feb/01/obliteration-room-yayoi-kusama-in-pictures>; <https://vimeo.com/139523130>. Acesso em:
18 dez. 2017.
 O artista inglês Bruce Munro (1959-) cria instalações utilizando principalmente luzes. A
instalação Field of Lights é composta de mais de 20 mil luzes de LED que percorrem extensos
jardins. A obra já passou por diversos países. Já na instalação Water Towers, o artista criou
mais de 69 torres de garrafas PET com luzes de LED que mudam de cor de acordo com a
música ambiente. É possível conhecer outras instalações no site do artista. Disponível em:
<http://www.brucemunro.co.uk/work/ installations/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
 Outro exemplo de instalações que se aproximam do universo infantil são as obras da artista
australiana Tanya Schultz. A artista utiliza açúcar, flores, doces, brilho e diversos materiais
coletados para criar obras detalhadas que lembram sonhos utópicos, mitologias e ideias de
paraíso. As instalações We Miss You Magic Land! e Journey in a Dream (day) ilustram a
possibilidade de utilizar alimentos, materiais ou objetos comuns de forma criativa e
imaginativa. Por conta da materialidade, suas obras são consideradas efêmeras; no entanto, é
possível conferir as doces instalações de Schultz em seu site. Disponível em:
<https://www.pipandpop. com.au/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
 Uma instalação bastante lúdica foi realizada pela artista brasileira Sandra Cinto (1968-) no
Museu de Arte Contemporânea de São Paulo em que ela fez uma composição com vários
barquinhos de papel. É possível conhecer mais sobre essa obra e propor mais momentos de
nutrição estética aos alunos acessando o site do referido museu. Disponível em:
<http://www.mac.usp.br/mac/conteudo/cursos
eventos/mac_encontra/2013_1/sandracinto.asp>. Acesso em: 18 dez. 2017.

83

Você também pode gostar