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Metodologia da<~>
Editor
Elias Brasil de Souza
C ach o eira, BA
Brasil
CePLiB
201 1
Copyright © CePLiB
Ia Edição, 2011
1. Missiologia. 266.001
2. Evangelismo. 269
3. Teologia - Igreja Adventista do Sétimo Dia 286.732
SUMARIO
mmtiiiiiiimiiiniijn ׳imiuimi
PALESTRA DE ABERTURA
TEOLOGIA DA MISSÃO
Missão no Apocalipse
Ekkehardt Mueller m!1111111m111111111m!m111111111111'11mmm1111111mm1m11H1111111M1M1111m1111m1m111111111!11m1111111111111111m111111111 129
La misión como vínculo real del creyente con Cristo y con Ia Iglesia, según
Colosenses 1:24-2:3
Mario Veloso 241 iiimiiiiiiuiiiiiiiiiimiiniiiiiiiin: niiiiiiiniiiimin 1111iiiiiiiiitiiniin iiiiiiiiiiiiimiiiiiiiimiimimiiiiii
METODOLOGIA DA MISSÃO
Comercializando o Evangelho
Ed Zinke imiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiitiiiiiiimmiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimniiiiiiiimiiiiimiiKiimiiiiiiiiiiiiii 539
MENSAGEM DE ENCERRAMENTO
APÊNDICE
ÍNDICES
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O editor
PALESTRA DE
ABERTURA
MISSIOLOGIA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA,
1844-2010: BREVE PANORAMA HISTÓRICO
Alberto R. Timm
Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia
Reitor
11111m1111m1111111111111!1111M1111111111111111111111111111111111111111M11m1111111111111u1111111111111111mm
1Todas as citações bíblicas sem uma referência específica são de João Ferreira de
Almeida, Versão Revista e Atualizada no Brasil, 2a edição.
2Booton Hemdon, The Seventh Day: The Story o f the Seventh-day Adventists (New
York: McGraw-Hill, 1960), 23. Ver a resenha crítica por Η. Μ. Tippett sobre The Seventh Day
4 I Alberto R. Timm
em The Advent Review and Sabbath Herald (doravante RH), 24 de novembro de 1960,25.
3P. Gerard Damsteegt, Foundations o f the Seventh-day Adventist Message and
Mission (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1977).
4Borge Schantz, “The Development o f Seventh-day Adventist Missionary
Thought: Contemporary Appraisal” (tese de Ph.D., Fuller Theological Seminary, 1983).
5Historical Sketches o f the Foreign Missions o f the Seventh-day Adventists. With
Reports o f the European Missionary Councils o f 1883, 1884, and 1885, and a Narrative
by Mrs. E. G. White o f Her Visit and Labors in These Missions (Basel: Imprimerie Ply-
glotte,1886).
6William A. Spicer, Our Story o f Missions for Colleges & Academies (Mountain
View, CA: Pacific Press, 1921).
7M. Ellsworth Olsen, A History o f the Origin and Progress o f Seventh-day Adven-
tists (Washington, DC: Review and Herald, 1925).
8Arthur W. Spalding, Origin and History o f Seventh-day Adventists, 4 vols. (Wash-
ington, DC: Review and Herald, 19611 9 6 2 ) ־.
9Don F. Neufeld, ed., Seventh-day Adventist Encyclopedia, 2nd rev. ed., Commen-
tary Reference Series, vols. 10-11 (Hagerstown, MD: Review and Herald, 1996), passim.
10Richard W. Schwarz and Floyd Greenleaf, Light Bearers: A History o f the Sev-
enth-day Adventist Church, rev. ed. (Nampa, ID: Pacific Press, 2000); publicada empor-
tuguês como Portadores de Luz: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia (Engenheiro
Coelho, SP: Unaspress, 2009).
Missiologia Adventista do Sétimo Dia, 1844-2010 | 5
18H. Edson, “Appeal to the Laodicean Church”, AR Extra, setembro de 1850, 5-8,
11-13.
19Ibid., II.
20Para um estudo mais detido da teoria da “porta fechada”, ver Francis D. Nichol,
Ellen G. White and Her Critics (Washington, DC: Review and Herald, 1951), 161-252,
598-642; Damsteegt, Foundations, 104-135, 149-164, 271-282; R olf J. Poehler, and
the Door Was Shut’: Seventh-day Adventists and the Shut-door Doctrine in the Decade
after the Great Disappointment” (monografia, Andrews University, 1978); Robert W. Ol-
son. “The ‘Shut Door’ Documents” (document do Ellen G. White Estate, 1982); Arthur
L. White, “Ellen G. White and the Shut Door Question: A Review o f the The Experience
o f Early Seventh-day Adventists Believers in Its Historical Context”, ed. rev. (documento
do Ellen G. White Estate, 1982); George R. Knight, Millennial Fever and the End o f the
World (Boise, ID: Pacific Press, 1993), 236-242; Herbert E. Douglass, Mensageira do
Senhor: O ministério profético de Ellen G. White (Tatuí, SP Casa Publicadora Brasileira,
2001), 500-512. 549-569.
21Ver Vyhmeister, Misión de la Iglesia Adventista, 40-43. Ver também Neufeld, ed.,
Seventh-day Adventist Encyclopedia (ed. 1996), ver “Open and Shut Door”; Damsteegt,
Foundations, 149-164, 271-293; G. R. Knight, “From Shut Door to Worldwide Mission”,
em Pfeiffer, Trader, e Knight, eds., Die Adventisten und Hamburg, 50-57.
8 I Alberto R. Timm
ART. I- N O M E
ART. II - OBJETIVO
ART. VI - EMENDAS
66Ver P[ercy] T. M[agan], “Round the World”, série de 49 partes em The Youth’s
Instructor, Io de janeiro de 1890,2; 8 de janeiro de 1890,6; 15 de janeiro de 1890,10; 22
de janeiro de 1890,13; 29 de janeiro de 1890, 18; 5 de fevereiro de 1890,21-22; 12 de fe-
vereiro de 1890,26; 19 de fevereiro de 1890,30; 26 de fevereiro de 1890, 34; 5 de março
de 1890, 38; 7 de maio de 1890, 74; 14 de maio de 1890, 78; 21 de maio de 1890, 81-82;
28 de maio de 1890, 86; 4 junho de 1890, 89-90; 11 de junho de 11, 1890, 94; 2 de julho
de 1890,106; 9 de julho de 1890,110; 16 de julho de 1890,114; 23 de julho de 1890,118;
30 de julho de 1890, 122; 6 de agosto de 1890, 125-126; 13 de agosto de 1890, 129-130;
20 de agosto de 1890, 133-134; 27 de agosto de 1890, 137-138; 10 de setembro de 1890,
145-146; 17 de setembro de 1890, 149-150; 24 de setembro de 1890, 153; Io de outubro
de 1890, 157-158; 8 de outubro de 1890, 161-162; 15 de outubro de 1890, 165-166; 22
de outubro de 1890, 170-171; 29 de outubro de 1890, 173-174; 5 de novembro de 1890,
177-178; 12 de novembro de 1890, 181-182; 19 de novembro de 1890, 185-186; 26 de
novembro de 1890, 189; 3 de dezembro de 1890,193-194; 10 de dezembro de 1890,197-
198; 17 de dezembro de 1890, 201-202; 24 de dezembro de 1890, 205-206; 7 de janeiro
de 1891, 1-2; 14 de janeiro de 1891, 5-6; 21 de janeiro de 1891, 9-10; 18 de fevereiro de
1891, 25-26; 10 de junho de 1891, 89-90; 17 de junho de 1891, 93-94; 24 de junho de
1891,97; Io de julho de 1891, 101-102.
67Ver Barry D. Oliver, SDA Organizational Structure: Past, Present and Future,
Andrews University Seminary Doctoral Dissertation Series, vol. 15 (Berrien Springs, MI:
Andrews University Press, 1989); George R. Knight, Organizingfo r Mission an Growth:
The Development o f Adventist Church Structure (Hagerstown, MD: Review and Herald,
2006), 75-144.
Missiologia Adventista do Sétimo Dia, 1844-2010 | 17
72Ver Louis F. Were, The Moral Purpose o f Prophecy (Berrien Springs, MI: First
Impressions, 1980 [publicado originalmente em 1949]).
73R. F. Cottrell, “The Bible Research Fellowship,” AtH 5 (verão de 1978): 39-52,
passim.
74Ver, por exemplo, Morris Venden, Salvation by Faith and Your Will (Washington,
DC: Review and Herald, 1978); idem, Faith that Works (Washington, DC: Review and Her-
aid, 1980); idem, How to Make Christianity Real (Arroyo Grande, CA: Concerned Commu-
nications, 1982); idem, Love God and Do as You Please (Nampa, ID: Pacific Press, 1992).
75Ver Alberto R. Timm, “Podemos ainda ser considerados o ‘povo da Bíblia’?” Re-
vista Adventista (Brasil), junho de 2001,14-16.
™Seventh-day Adventists Answer Questions on Doctrine: An Explanation o f Cer-
tain Major Aspects o f Seventh-day Adventist Belief (Washington, DC: Review and Her-
aid, 1957), 21-25; publicado em português como Questões Sobre Doutrina: O clássico
mais polêmico da história do adventismo, ed. Anotada (Tatuí, SP: Casa Publicadora Bra-
sileira, 2009), 50-52.
77Ellen G. White, Evangelismo 3a ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
1997), 446.
Missiologia Adventista do Sétimo Dia, 1844-2010 | 19
78F. C. Gilbert, The Jewish Problem (Washington, DC: Review and Herald, 1942).
79Erich W. Bethmann, Bridge to Islam: A Study o f the Religious Forces o f Islam
and Christianity in the Near East (Nashville, TN Southern Publishing Association, 1950).
80Ver Monte Sahlin, Student Power in Christian Action: The ACT Movement
(Mountain View, CA: Pacific Press, 1972).
81Ver http://iwm.adventistmission.org.
82F. Donald Yost, “Autumn Council Concludes Its Work,” RII, 31 de outubro de
1968, 1; “Adventist Volunteer Service Corps Authorized,” Atlantic Union Gleaner, 28 de
janeiro de 1969, 7-8.
s3Neufeld, ed., Seventh-day Adventist Encyclopedia (1996 ed.), ver “European Insti-
tute o f World Mission”.
84Goodfried Oosterwal, Mission: Possible: The Challenge o f Mission Today
(Nashville, TN: Southern Publishing Association, 1972).
85Goodfried Oosterwal et al., Servants for Christ: The Adventist Church Facing
the ’80s (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1980).
20 [ Alberto R. Timm
Considerações finais
122Mark A. Finley, Tiempo de esperanza: 24 horas para renovar tus energias, trad.
Claudia Blath (Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2009).
123Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, 8a ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasi-
leira, 1999), 9.
124Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, 22a ed. (Tatuí, SP: Casa Publi-
cadora Brasileira, 2003), 195.
125Ver George R. Knight, A Visão Apocalíptica e a Neutralização do Adventismo:
Estamos apagando nossa relevância? (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2010).
Missiologia Adventista do Sétimo Dia, 1844-2010 | 27
1:6Ver George R. Knight, The Fat Lady and the Kingdom: Adventist Mission Con-
fronts the Challenges o f Institutionalism and Secularization (Boise, ID: Pacific Press,
1995).
־LeRoy E. Froom, A Vinda do Consolador (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasi-
leira. 1988), 132.
1:sEllen G. White, Mensagens Escolhidas, 2a ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Bra-
sileira. 1986), 2:390.
TEOLOGIA DA MISSÃO
A MISSÃO E A OBRA DE DEUS ENTRE OS GENTIOS
NO ANTIGO TESTAMENTO
Jiri Moskala
Andrews University e Adventist Theological Society, EUA
1Deus como missionário, ver John R. W. Stott, Christian Mission in the Mod-
ern World (Downers Grove, IL: Inter-Varsity Press, 1975); Jon L. Dybdahl, “Missionary
God Missionary Church,” em Re-Visioning Adventist Mission in Europe, ed. Erich W.
Baumgartner (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1998), 8-14.
2David J. Bosch, Transforming Mission: Paradigm Shifts in Theology o f Mission
(Maryknoll, NY: Orbin Books, 1991), 19.
3A expressão latina missio Dei significa literalmente “ 0 enviado de Deus” ou “mis-
são de Deus”.
32 I Jiri Moskala
m es (Minneapolis, MN: Augsburg Fortress, 1994); W. A. Dymess, Let the Earth Rejoice:
A Biblical Theology o f Holistic Mission (Westchester: Crossway, 1983); K. Koyama,
"New World-New Creation: Mission in Power and Faith,” Mission Studies 10 (1993): 59-
77; P. J. Robinson, “Integrity o f Creation and Christian Mission,” Missionalia 19 (1991):
144-153; C. Millar, The Gift o f the World (Edinburgh: T & T Clark, 2000).
10Sidney H. Rooy, “Creation/Nature” in Dictionary o f Mission Theology: Evan-
gelical Foundations, ed. John Corrie (Downers Grove, IL: Inter-Varsity Press, 2007), 77.
“Para teologia da missão baseada em material bíblico, consultar Daniel I. Block,
The Gods o f the Nations: Studies in Ancient Near Eastern National Theology, foreword
by Alan R. Millard, ed. David W. Baker, 2 ed., Evangelical Theological Society Studies
(Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2000); Walter C. Kaiser, Jr., Mission in the Old Tes-
tament: Israel as a Light to the Nations (Grand Rapids, MI: Baker Books, 2000); Jon L.
Dybdahl, “Doing Theology in Mission: Part I”, Ministry (November 2005): 19-22; idem,
"Doing Theology in Mission: Part II”, Ministry (January 2006): 19-23; Howard Peskett
and Vinoth Ramachandra, The Message o f Mission: The Glory o f Christ in All Time and
Space, The Bible Speaks Today (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2003); and Russell L.
Staples, Community o f Faith: The Seventh-day Adventist Church in the Contemporary
World (Hagerstown, MD: Review and Herald, 1999); Gerald Anderson, Theology o f the
Christian Mission (New York: McGraw-Hill, 1961); David Filbeck, Yes, God o f the Gen-
tiles Too: The Missionary Message o f the Old Testament (Wheaton, IL: Billy Graham
Center. Wheaton College, 1994); Roger E. Hedlund, The Mission o f the Church in the
World: A Biblical Theology (Grand Rapids, MI: Baker, 1991); Richard D. Ridder, Disci-
plining the Nations (Grand Rapids, MI: Baker, 1975).
34 I J iri Moskala
12A doutrina da igreja é uma batata quente e uma interpretação do ensino bíbli-
co relacionado a esse assunto é uma dinamite. A primeira reforma (principalmente por
John W ycliff e João Huss nos séculos 14 e 15 A.D.) começou com uma aguda revisão
da eclesiologia. Colocou a igreja cristã em tumulto, agitou enorme controvérsia e levou
milhares de pessoas à severa perseguição e morte. Para demonstrar essa sensibilidade
eclesiológica, basta mencionar o caso de John Huss que foi 0 primeiro, a escrever e pu-
blicar uma obra sobre a igreja em latim, a fim de que fosse amplamente lida entre pessoas
instruídas (ver Mistr Jan Hus, O církvi [Praha: Nakladateltví eskoslovenské Akademie
Vod, 1965] finalizado sua obra De Ecclesia [On the Church] in 1413. Hus proclamou sua
desobediência a Roma, aceitou somente a Jesus Cristo como cabeça da igreja, e exigiu
que o mundo soubesse o motivo. O material que apresentou foi muito explosivo, e ele foi
queimado numa estaca em Konstanz, Alemanha, em 6 de julho de 1415. Desse modo, a
primeira pessoa que escreveu sobre a igreja não foi Johann de Rafusa em 1433/34 como
afirmado equivocadamente por Veli-Matti Kaerkkaeinen em An Introduction to Ecclesio-
logy: Ecumenical, Historical and Global Perspectives [Downers Grove, IL: InterVarsity
Press, 2002], 11).
13Para um resumo e características da mensagem do Antigo Testamento, ver meu
artigo “The Message o f God's People in the Old Testament” in Journal o f the Adventist
Theological Society 19, no. 1-2 (2008): 18-39. É enganoso especular qual foi a primeira
comissão ou mensagem. É como fazer a pergunta: Quem veio primeiro, a galinha ou o
ovo? Missão sem conteúdo, por si só é uma contradição, uma experiência vazia; e não há
missão, porque não havería nada pelo qual viver e/ou proclamar. Conteúdo sem missão é
árido e muito perigoso.
14Eckhard J. Schnabel, Early Christian Mission, 2 vols. (Downers Grove, IL: In-
A missão e a obra de Deus entre os gentios no Antigo Testamento | 35
Missão dupla
terVarsity Press, 2004). Ver também Ferdinand Hahn, Mission in the New Testament (Na-
perville, IL: Allenson, 1965), 20: “Há uma ausência da comissão divina com o propósito
e intenção de ir aos gentios e ganhá-los para a crença em Deus”. Blauw afirma: “Quando
alguém se dirige ao Antigo Testamento para encontrar justificação e base para missões
no significado atual, isto é, como ‘missão estrangeira’, pode se desapontar” (Blauw, 42).
Bosch alega que “não há indicação no Antigo Testamento de que os crentes da antiga
aliança fossem enviados por Deus para atravessar fronteiras geográficas, religiosas ou
sociais a fim de ganhar outros para a fé em Yahweh” (Bosch, Transforming Mission, 17).
15Kaiser, Mission, 9.
36 I Jiri Moskala
Missão universal
a morrer como pecadores informados. A mensagem tinha 0 poder de criar uma resposta
adequada neles.
21Uma alusão a essa função pode ser vista em Gênesis 1:28. Essa função implícita
a Adão e Eva também deriva do fato de terem sido criados por Deus e os primeiros a ser
criados. Segue-se que deveríam manter a ordem da criação e conduzir a humanidade em
respeito, admiração e obediência a Deus a fim de desenvolver um relacionamento ade-
quado com Ele.
22Arthur F. Glasser, “Biblical Theology o f M ission”, in Evangelical Dictionary o f
World Mission, ed. A. Scott Moreau (Grand Rapids, MI: Baker, 2000), 127.
23O relato do Dilúvio bíblico revela a graça de Deus em salvar e oferecer diversas
oportunidades para que as pessoas se arrependam (Gn 6:3, 8; 8:1). Se Deus não intervies-
se naquele tempo, a avalanche do mal teria destruído tudo que é bom e valoroso (naquele
ponto da história, somente oito pessoas estavam dispostas a cooperar com Deus). Não
havería nenhuma possibilidade da Semente Prometida (Gn 3:15) ter nascido numa família
temente a Deus e nosso inimigo não teria sido derrotado. Consequentemente, a palavra de
Deus teria falhado e os seres humanos teriam perdido toda esperança de salvação.
38 I Jir! Moskala
24Para detalhes, ver meu artigo “The Concept and Notion o f the Church in the Pen-
tateuch” in “For You Have Strengthened Me:” Biblical and Theological Studies in Honor
o f Gerhard Pfandl in Celebration o f His Sixty-Fifth Birthday, ed. Martin Proebstle, Ger-
aid A. Klingbeil, and Martin G. Klingbeil (St. Peter am Hart, Austria: Seminar Schloss
Bogenhofen, 2007), 13-14.
25A expressão “andou com Deus” substitui a palavra “viveu” em descrições simi-
lares a outros indivíduos, evidenciando a qualidade de relacionamento entre Enoque e
Deus - ele não apenas “viveu”. Essa frase pode sugerir as atividades de testemunho de
Enoque (ver Jd 1:14-16).
26Sven Fockner, “Reopening the Discussion: Another Contextual Look at the Sons
o f God,” Journal fo r the Study o f the Old Testament 32 (2008):435-456.
27Claus Westermann, Beginning and End in the Bible, Biblical Series, vol. 31
(Philadelphia: Fortress Press, 1972), 21.
28Richard M. Davidson, “Biblical Evidence for the Universality o f the Genesis
Flood”, in Creation, Catastrophe, and Calvary: Why a Global Flood Is Vital to the Doc-
trine o f Atonement, ed. John Templeton Baldwin (Hagerstown, MD: Review and Herald,
2000), 79-92; idem, “The Flood”, Evangelical Dictionary o f Biblical Theology, ed. by
Walter A Elwell (Grand Rapids, ME Baker Books, 1996), 261-263; Gordon J. Wenham,
Genesis 1-15, Word Biblical Commentary (Waco, TX: Word Books, 1987), 155-166.
A missão e a obra de Deus entre os gentios no Antigo Testamento | 39
que só podería ser levada, mais tarde, por Israel e plenamente cumprida
pelo Servo do Senhor (Is 42:1-9; 49:1-7; 50:4-9; 52:13-53:12; 61:1-3)
em uma escala ainda maior, porque Ele seria a Salvação (não somente o
que Ele declararia, traria ou proclamaria) para todo o mundo (Is 49:6).34
Em vários lugares por onde Abraão viajou e morou, construiu
altares e invocou o nome do Senhor (Gn 12:7, 8; 13:4,18; 22:9-13). Dessa
forma, testemunhou acerca de seu único Deus. Porém, a primeira viagem
“missionária” de Abraão ao Egito falhou por causa de sua descrença, e ele
teve que sair de lá escoltado (Gn 12:10-20). Mais tarde ele cumpriu seu
papel profético com relação ao rei de Sodoma (Gn 14:17-24). Cresceu por
meio de suas derrotas (descrita em Gn 16 e 20), lutas e vitórias (ver Gn
18:16-33; 22:1-19) de tal forma que no final Deus afirmou que “Abraão
obedeceu à minha palavra e guardou os meus mandados, os meus preceitos,
os meus estatutos e as minhas leis”. (Gn 26:5). O conhecimento sobre o
Deus de Abraão cresceu no mundo de tal modo que mesmo os soberanos
das nações se [juntarão] ao povo do Deus de Abraão (SI 47:9). O Deus
de Abraão se aproximaria deles e eles O seguiríam. “Nele serão benditas
todas as nações da terra” (Gn 18:18), porque o desejo final de Deus sempre
é abençoar toda a humanidade.35 Abraão é um modelo da missão de Deus.
Gênesis 10, um capítulo prévio contendo um catálogo de setenta
nações (um número simbólico diante da totalidade das nações),36 introduz
a narrativa sobre Abraão, o que significa que este deveria ser uma bênção a
todo o mundo. No entanto, Abraão também precisava ser um professor aos
seus filhos. Ele os ensinava sobre o Deus verdadeiro, instruía-os sobre os
34A tradução literal de Isaías 49:6 destaca esse ponto claramente: E ele diz: É pou-
ca coisa que você seja meu servo para erguer as tribos de Jacó e restaurar e preservar a
Israel. Te darei como luz aos gentios (nações) para que você seja minha salvação para a
extremidade da terra (Minha tradução).
35Christopher J. H. Wright, An Old Testament Theology o f Mission, in Evangelical
Dictionary o f World Mission, ed. A. Scott Moreau (Grand Rapids, MI: Baker, 2000), 707.
36O número setenta em Gênesis 10 inclui: os jafetistas, 14 nações; os canaanitas,
30 nações; e os semitas, 26 nações. Para 0 simbolismo dos números, ver John J. Davis,
Biblical Numerology (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1968).
A missão e a obra de Deus entre os gentios no Antigo Testamento | 41
37Abraão orientou sua família a guardar “o caminho do Senhor”, 0 que indica que
foram ensinados por Abraão não somente e fazer “o que é certo e justo”, mas também, a
viver por outros, pois é do interesse divino abençoar o mundo todo. Assim, o “caminho do
Senhor” toma-se um paradigma missionário para os seguidores de Deus a fim de que seja
uma bênção a todos os povos. E interessante salientar que a igreja do Antigo Testamento
foi estabelecida primeiro ao redor do círculo familiar: as orientações divinas para a vida
são muito importantes para todos e, dessa forma, a família deve ser a luz do mundo, não
somente um indivíduo.
42 I Jiri Moskala
38C. Gordon Olson, What in the World Is God Doing?: The Essentials o f Global
Missions (Cedar Knolls, NJ: Global Gospel, 1989), 17.
A missão e a obra de Deus entre os gentios no Antigo Testamento | 43
59Jonas 4:1 lido de forma literal: “Pareceu mau a Jonas, um grande mal, e ele se
1rou”. Esse grande mal é descrito no verso anterior (Jn 3:10), como a compaixão divina
aos ninivitas. A salvação parecia má a Jonas.
44 I J iri Moskala
12. Ester foi eleita para tomar-se rainha na Pérsia e, devido à sua
lealdade a Deus, ela pôde ajudar no livramento do povo de Deus (Et 4:12-
14; 8:15-17).
13. O testemunho aos gentios é apresentado nos Salmos, o livro
missionário por excelência: “Eu te louvarei, ó Senhor, entre as nações;
cantarei teus louvores ente os povos” (SI 57:9); “Louvem o SENHOR,
todas as nações; exaltem-no, todos os povos” (SI 117:1-2).
Também é verdade que a localização geográfica de Israel (atado no
cruzamento das principais rotas internacionais no Oriente Médio, entre
o Egito e Assíria ou Babilônia) foi um fator muito significante em seu
testemunho por Deus e um a lição objetiva para as nações.42 Diferentes
culturas, comerciantes, religiões, nações e povos encontravam-se lá, e as
pessoas foram confrontadas com um sistema diferente de crenças.
A importância da missão mundial de Israel é sublinhada no fato de
que o templo em Jerusalém seria o mega centro mundial para a verdadeira
adoração (Is 2:2) e que todos iriam até lá e aprenderíam como adorar
ao verdadeiro Deus (Is 2:3-4; 56:2-8; 62:9-11; Jr 3:17; 33:9; Mq 4:1-
2). Os israelitas se tomariam mestres da justiça: “Assim diz o SENHOR
dos Exércitos: Naqueles dias, dez homens de todas as línguas e nações
agarrarão firmemente a barra das vestes de um judeu e dirão: ‘Nós vamos
com você porque ouvimos dizer que Deus está com o seu povo’” (Zc
8:23).43 Durante o período do exílio, Daniel pronunciou uma bênção aos
que conduziam outros à justiça (Dn 12:3). É digno de nota acentuar que sua
mensagem tem conotação e perspectiva universais. (Dn 2:31-47; 7:1-14).
E Deus quem “muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece”
44Blauw, 65. Sobre “universalismo” no Antigo Testamento que tem o mundo todo
em foco, ver ibid., 15-54. A universalidade da missão de Deus jaz no objetivo final em
estabelecer o reino universal de Deus na Terra (Dn 2:44; 7:26-27).
45Ver os exemplos de José como um vizir no Egito (Gn 39:2-6, 20-21; 41:37-41);
Moisés como um líder de Israel em confronto com 0 faraó egípcio (Êx 5-15); uma anô-
nima escrava israelita que testemunhou a Naamã (2 Rs 5 :1 1 9 ;)־Daniel como um primei-
ro ministro e presidente da academia científica em Babilônia (Dn 1:20-21; 5-6); os três
amigos de Daniel na fornalha ardente (Dn 3); povo de Deus como “cantores” de canções
religiosas a pedido dos babilônios (SI 137:1-3); Ester como uma rainha na Medo-Pérsia
(Et 4:12-16); e Neemias como um líder em meio a grandes tensões na corte persa (Ne
2 : 1- 10).
A missão e a obra de Deus entre os gentios no Antigo Testamento | 47
;missionários?) irão aonde as boas novas sobre Yavé nunca chegaram... Do meio desses
goyim. dessas nações gentílicas, alguns seriam designados e estabelecidos como sacer-
dotes e levitas, sacerdotes para lidar com as coisas santas dos judeus e levitas para inter-
pretar a torá dos judeus” (Isaiah 40-66 [Louisville, KY: Westminster John Knox Press,
1998], 258-259).
־A er também Miquéias 4:1-5; Zc 2:11; 8:20-23; 13:8-9; 14:16-19.
־־Bíblia de Estudo NIV (Grand Rapids: Zondervan, 1985), 1398.
“ Greg A. King, “The Remnant in Zephaniah”, Bibliotheca Sacra 151 (October-
December 1994): 424.
' Greg A. King, “The Day o f the Lord in Zephaniah”, Bibliotheca Sacra 152 (Jan-
uary-March 1995): 21.
50 I Jiri Moskala
havia feito por elas, reconheciam o Deus de Israel como o Deus vivo e O
seguiam, porque Ele era o verdadeiro Rei. Assim, Deus estava mostrando
Sua santidade através de Seu povo, aos olhos de muitas nações (Js 2:9-
14; Is 61:9-11; Ez 20:12; 36:23; 38:23; 39:7, 27-29). Esse é um tipo de
evangelismo diferente do que os cristãos têm em mente: não tanto em sair
e pregar, mas sendo um exemplo vivo da graça de Deus. Testemunhar
sem o apoio de um estilo de vida prático é vazio, prejudicial e destrutivo.
Nunca será enfatizado excessivamente que a conduta exemplar do povo
de Deus era (e ainda é) o m elhor testemunho para o Senhor. Deus declara:
“indicarei a santidade do meu grande nome, que foi profanado entre as
nações, o qual profanastes no meio delas; as nações saberão que eu sou o
SENHOR, diz o SENHOR Deus, quando eu vindicar a minha santidade
perante elas” (Ez 36:23; ver também 36:33-38).
Deus chamou Seu povo para uma missão determinada, e Seu povo
precisava cumprir essa missão, mas Deus também trabalhava fora de Israel.
O remanescente do Antigo Testamento não era um grupo eleito que seria
salvo de modo exclusivo, mas foi eleito para uma missão. Todavia, isso
não significa que Deus não use também outras pessoas ou não trabalhe por
outros povos. Como isso foi feito nem sempre nos é revelado. A obra de
Deus com diferentes povos fora do corpo oficial de crentes é apresentada
nas seguintes histórias:
Jó
Jó não era israelita, mas um sábio do Oriente muito respeitado, da
terra de Uz (Jó 1:1-3). Provavelmente viveu no tempo dos patriarcas.
Afirmou três vezes que ele “era íntegro e reto, temia a Deus e evitava fazer
o mal” (Jó 1:1, 9; 2:3).
Nabucodonosor
Nabucodonosor, o famoso rei babilônio escreveu uma carta ao mundo
pagão a respeito de sua dramática história de conversão e testemunhou
poderosamente acerca do etemo reino do Deus Altíssimo, que o humilhou
e lhe revelou Sua soberania (Dn 4).
í40 julgamento não atinge somente as nações, mas também é pronunciado aos seus
falsos deuses, como no caso do deus babilônio Marduque ou Bel (ver Is 46-48). Além dis-
so, o evento do Êxodo é descrito poderosamente como a vitória de Deus sobre os deuses
egípcios (Êx 12:12). Como resultado, a derrota desses deuses mostrou às pessoas que não
era necessário servi-los.
54 I Jiri Moskala
Ciro
Deus usou Ciro para realizar Seu propósito: libertar o povo de Deus
do exílio babilônico (ver: Is 44:28; 45:1-4; Ed 1:1-4; 5:13-16).
O mais importante, é que Deus quer unir esses dois grupos: pessoas
dentro e fora da igreja, o fiel remanescente de Deus. Por exemplo,
Melquisedeque entrou em contato com Abraão (Gn 14:18-20); Raabe com
Israel (Js 2); Jetro com Moisés (Êx 3 e 18); Naamã com Eliseu (2 Rs 5);
Nabucodonosor com Daniel (Dn 1; 2; e 4); Assuero [Xerxes] com Ester (Et
1-9). A moabita Rute expressou-se eloquentemente à israelita Noemi: “O
teu povo é 0 meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1:16).
Isaías descreve essa conquista de modo extraordinário, fornecendo
um vivido quadro:
55É muito importante notar que, em meio ao julgamento sobre as nações, 0 profeta
Isaías menciona três passagens positivas com relação aos gentios (caps. 13-23): 14:1-2
(os estrangeiros se juntarão ao povo de Deus, unindo-se a ele); 18:7 (as nações trarão
dádivas ao templo); e 19:17-25 (altar e monumento ao Senhor serão erigidos no Egito; os
egípcios clamarão ao Senhor; Ele se dará a conhecer a eles, e eles O adorarão).
A missão e a obra de Deus entre os gentios no Antigo Testamento | 55
Conclusão
56De acordo com Apocalipse 14:6, a mensagem proclamada antes da segunda vin-
da de Cristo é chamada de “evangelho eterno.” Essa expressão é um hapax legomenon,
isto é, ocorre uma única vez em toda a Bíblia, e este fato proposital sublinha a continui-
dade e a imutabilidade do Evangelho, que prepara o mundo para 0 retomo de Cristo. Essa
mensagem não é nova, sempre foi pregada e sempre será válida, é a mesma até o final.
Teve ênfases específicas, porém, seus princípios e fundamentos mantêm-se inalterados.
Há somente um Evangelho, o Evangelho de acordo com Deus ou a Bíblia. O que é prega-
do antes da parousia não é e não podería ser uma nova invenção, mas a confirmação da
Verdade etema e da etema Aliança sobre o relacionamento entre Deus e os seres humanos.
57Sobre Marcion, suas idéias e teologia, ver Joseph B. Tyson, Marcion and Luke-
Acts: A Defining Struggle (Columbia, SC: University o f South Carolina Press, 2006),
24-49.
58Os mesmos princípios de adoração observados na prática do povo do Antigo
Testamento precisam ser seguidos em nossa experiência religiosa hoje. O calendário re-
ligioso do povo do Antigo Testamento estava centralizado em eventos salvíficos. Essas
âncoras litúrgicas e ênfases teológicas precisam ser implementadas em nossas práticas
litúrgicas.
59Amedeo Molnár, “Eschatologická nadje eské Reformace” in Od reformace kzít-
ku (Praha: Kalich, 1956), 13-101; Sakae Kubo, God Meets Man (Nashville, TN: Southern
Publishing Assoe, 1978), 105-111.
A missão e a obra de Deus entre os gentios no Antigo Testamento | 57
obra de Deus fora de nossa comunidade de fé.60 Não fazer isso seria um
sinal de arrogância e orgulho espiritual. O pensamento sectário sempre
está associado com a convicção que “nós” somos os detentores da verdade.
No entanto, é a Verdade que precisa nos possuir, pois somente dessa forma
poderemos ser fiéis em proclamar a mensagem de Deus e cumprir Sua
missão (Jo 17:15).61
60Comparar com Apocalipse 18:1-4: “Sai dela, povo meu!” Isso significa que Deus
tem filhos na Babilônia espiritual e Ele trabalha por esse povo fiel em diferentes denomi-
nações e igrejas. Precisamos genuinamente amar e trabalhar com os babilônios enquanto
denunciamos Babilônia como um sistema religioso falido.
E surpreendente que todos os aspectos cruciais (mencionados nos sete pontos
acima) também possam ser encontrados no Evangelho eterno, resumido no formato da
tríplice mensagem angélica de Apocalipse 14:6-13. Assim, ao remanescente (Ap 12:17;
14:12; 19:10) está confiada a continuação da missão do povo do Antigo Testamento. Essa
mensagem do tempo do fim precisa preparar pessoas para encontrar-se com o Senhor.
“Observe, por exemplo, o programa divino para pregar 0 Evangelho a todo 0 mundo:
Ele [0 mensageiro] tinha na mão o evangelho eterno para proclamar aos que habitam na
terra, a toda nação, tribo, língua e povo” (v. 6). Veja a importância de uma vida ética na
tomada de decisão em relação a Deus e viver para a glória de Deus: “Temei a Deus e daí-
lhe glória” (v. 7a). Observe a ênfase na adoração ao Criador, que implica a observância da
lei de Deus (citação do quarto mandamento de Êx 20:10): “adorai aquele que fez o céu, e
a terra, e 0 mar, e as fontes das águas” (v. 7b). Note que 0 Evangelho eterno não enfatiza
somente viver no Senhor: “Felizes os mortos que morrem no Senhor de agora em diante”
(v. 13), e também alerta contra o anticristo: “Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado
a beber a todas as nações do vinho da furia da sua prostituição” (v. 8). Note 0 chamado
radical para seguir a instrução de Deus, senão, a morte eternal reunirá os ímpios: “Se
alguém adorar a besta e a sua imagem e receber a sua marca na testa ou na mão, também
beberá do vinho do furor de Deus que foi derramado sem mistura no cálice da sua ira”,
(w . 9-11). Observe também o realce à perseverança dos santos em missão, a obediência
deles ao Senhor e a guarda da fé de e em Jesus: “Aqui está a perseverança dos santos, os
que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (v. 12).
61Stott comenta com profundidade: “Tendemos a seguir um ou outro lado de dois
extremos opostos. Ou estamos determinados a viver no mundo e manter contato com os
não cristãos que começamos a assimilar suas idéias e normas, e então somos culpados de
nos tornar conformados com o mundo (Rm. 12:1, 2); ou estamos tão determinados a não
perder nossa identidade cristã distintiva que passamos a evitar contato com não cristãos
no mundo, e nos tomamos culpados de nos retirarmos dele (Jo 17:15; 1 Co 5:10). A
melhor forma de evitar esse dois erros, de conformar-se e retirar-se, é estar engajado em
missão. Porque se lembrannos de que fomos enviados ao mundo como representantes de
Cristo, não podemos nos conformar com ele e parar de representá-Lo, nem podemos nos
retirar do mundo, pois não havería ninguém para representá-Lo” (John R. W. Stott, ed.,
Making Christ Known, 11).
LA MISIÓN DE LA IGLESIA A LA LUZ DE LOS
ORÁCULOS CONTRA LAS NACIONES EN EL
ANTIGUO TESTAMENTO
וווו<וווו!וו!ווו!וו1וווווו!ווו!וו!וווו;ווווזווווווווווווווווזווו!ווווו1[1וווווו1ווו!וווווווווווווווו!וווווו!ןןן]!וווזוווווו!וווווווווו1ו!ווו!וווווווווווו1וווווווווו!!וווווווווווזוווווו
1Jiri Moskala, “The Mission o f God’s People in the Old Testament”, Journal o f
the Adventist Theological Society 19/1-2 (2008): 43, 44.
2Los oráculos contra las naciones son clasificados entre los oráculos de juicio, que
incluye además otras formas: juicios de pacto, oráculos de lamento, discursos de disputa
y profecías de desastre. Willen A. VanGemeren, Interpreting the Prophecy Word (Grand
Rapids: Zondervan, 1990), 79.
60
19 Guerra civil;
declinación 17:1-3 Ruina, 15-16 Devastación, 13:1-14:23
14:29-32 Sin ayuda, hambre,
económica; derrota pero dejado un ruina; lamento; algún Destrucción; no ISAÍAS
derrotada desde el norte
militar; conquistado remanente remanente sobrevivientes
por Asiria
50-51 Cautividad;
46:1-26 Sería 49:23-27 48 Desolación; 47 Conquistada desde el norte;
destrucción;
conquistado por Sin ayuda; vergüenza, exilio; destrucción; lamento del JEREM ÍAS
humillación;
Nabucodonosor destrucción restauración futura remanente
desolación; ruina
Hab 2:6-17
Destrucción; OTROS
desgracia
La misión de la Iglesia a la luz de los oráculos contra las naciones | 61
3Walton y Hill, Old Testament Today. A Journey from Original Meaning to Con-
temporary Significance (Grand Rapids: Zondervan, 2004), 258.
4Se debe reconocer que en Zacarías existe un párrafo que alude a distintas nació-
nes, pero no con una estructura y extensión como aparece en Amos, Isaías, Jeremías y
Ezequiel (Zac 9:1-8). Además este pasaje es precedido por una hermosa promesa que
“aún vendrán pueblos y habitantes de muchas ciudades” y buscarán a los judíos para que
los lleven a buscar al Señor porque “hemos oído que Dios está con vosotros” (Zac 8:20-
23).
62 I Carlos Elias Mora
Edom sureste Λ
Amón noreste y Familia
Israel
Moab en medio de los 1
dos primeros
Judá sur
Israel en el centro mismo
Persiguió a su hermano,
EDOM violó todo afecto y ha Prenderé fuego en Temán
guardado rencor
Encenderé fuego en el
Por ambición mataron
AMÓN muro; su rey y príncipes
mujeres embarazadas
irán en cautiverio
Menospreciaron y no
guardaron la ley de Prenderé fuego en
JUDÁ
Jehová; les hicieron Jerusalén
errar sus mentiras
No tendrá salvación en
Abuso del débil;
ISRAEL la destrucción y toda
inmoralidad, idolatría
habilidad será inútil
7William LaSor y otros, Panorama del Antiguo Testamento (Grand Rapids: Libros
Desafío, 1995), 317.
8Es muy interesante la aplicación a nuestros días que hace Schlimm. El compara
los pecados de las naciones aquí mencionadas con los crímenes de guerra que condena
la convención de Ginebra. Su enfoque es muy fresco y acuciante. Matthew R. Schlimm,
“Teaching the Hebrew Bible amid the Current Human Rights Crisis: The Opportunities
Presented by Amos 1:3-2:3,” SBL Forum , n.p. [cited Jan 2006]. Online:http://sbl-site.
0rg/Article.aspx?ArticleID=478
La misión de la Iglesia a la luz de los oráculos contra las naciones | 65
Estos dos profetas no tienen una colección de oráculos, sino que sus
libros se centran en una ciudad poderosa, capital del mayor imperio de sus
días. Sus mensajes contienen importantes lecciones para la iglesia actual.
Jonás realizó su ministerio c. 790 a.C. (cf. 2 R 14:25) durante el
reinado de Adad Nirari III, rey asirio 805-782 a.C.9 Este monarca es
reconocido como aquel que realizó una reforma monoteísta en Nínive a
favor del dios Nebo, hecho que es relacionado con la obra del profeta
hebreo. El pueblo ninivita vivió una experiencia de arrepentimiento, al
menos durante este período.
Es llamativa esta experiencia a la luz de las profecías de Nahúm. Su
ministerio lo desarrolló alrededor del 615 a.C.10*período en que, Nínive
era sitiada y destruida por las fuerzas combinadas de babilonios y medos.
El libro de Nahúm contiene fuertes declaraciones en contra de la capital
asiria, muchas de ellas que reflejan un extraño gozo por la caída de la
ciudad (Nah 1:12-15).
Este dilema se comprende mejor cuando contemplamos
que transcurrieron cerca de 150 años de gracia que la Providencia
concedió a los asirios para que abandonaran su idolatría, crueldad y
opresión. Todo lo contrario a lo que a primera vista se puede pensar,
estos libros reflejan la paciencia divina hacia el pecador y como la
justicia divina no actúa hasta que la maldad llegue a su colmo.11
amalecitas, quienes provocaron a Israel cuando salía de Egipto (Ex 17:8-13). Aunque el
veredicto divino era que raería “del todo la memoria de Amalee debajo del cielo” (Ex
17:14), su sentencia no se ejecutó sino hasta unos cuatrocientos años después a manos de
Saúl y Samuel (1 Sam 1 5 : 1 3 3 ,32 ,9)־.
12Algunos consideran esta sección (caps. 24 al 27) como el pequeño Apocalipsis
de Isaías, por su contenido escatológico. La conexión sería válida porque finalmente las
naciones serán juzgadas al final del tiempo.
13Gary V. Smith, The Prophets as Preachers: an Introduction to the Hebrewproph-
ets (Nashville: Broadman & Holman Publishers, 1994), 136.
14Smith, 132.
15VanGemeren clasifica los enemigos de Dios en esta profecía en tres grupos: (1)
los opresores- Babilonia y Asiria-, (2) los atribuladores- Moab, Filistea, Aram y Edom-,
y, (3) los seductores: Egipto, Etiopía y Tiro. VanGemeren, 264.
FILISTEA ASIRIA BABILONIA N A C IÓ N
צל
n
Hermosura, soberbia ©
O
©
O
Como un guerrero ן/נ
(13:4,5)
21:1-10 19 y 20 18 17 15 y l6
Te olvidaste del
Dios de la Salvación
Idolatría, orgullo Soberbia
y de la Roca de tu
I Carlos Elias Mora
fortaleza
Moabitas fugitivos
Quedará un resto
Conocimiento de YHW H en Traerán ofrenda irán a morar contigo.
Dios anuncia a su pequeño en Israel.
Egipto, será sanado; junto a a YHWH al Uno de la casa de
pueblo su acción Verán al Santo de
los asirios servirán al Señor monte Sion David se sentará con
Israel
fidelidad.
23 22 21:13-17 21:11-12
Desprecio de la advertencia y
05’ Soberbia
ש celebración (22:13)
2
o
ζΛ
O
O
ש
o
CL·
O
מז
P
►>*־
P
co
1
ts>
to Sus ganancias serán para Quedarían
los fieles a YHWH sobrevivientes
Sus
Sus tierras
principales
serán
ciudades
FILISTEA 2:4-7 para el
serán
remanente
saqueadas y
de Israel
desoladas
Moab
será como
Deshonraron a
Sodoma y
MOAB Y mi pueblo y se
2:8-11 Amón como
AMÓN engrandecieron
Gomorra.
a su costa
Destruidos
sus dioses.
Serán
muertos con
ETIOPÍA 2:12
la espada
del Señor
Nínive
asolada y
Contaminada y
ASIRIA 2:13-3:8 abandonada,
opresora
guarida de
animales
NACIÓN
FECHA DESAFÍO CASTIGO PROMESA
JUDÁ: No
Día de venganza, temas, te
EGIPTO
El 4o año de Armate, id
derramamiento salvaré, te
Joacín, rey a la guerra,
de sangre, reuniré, te
de Judá atacad, corred
destrucción disciplinaré,
46:27, 28
FILISTEA
Huid, salvad
vuestra vida,
Quebranto,
MOAB
desciende,
lamento,
párate,
desolación
pregunta,
lamentad
Después
Laméntate, Ciudades
AMÓN
haré volver
clamad, puestas a fuego,
a los
endechad cautiverio
cautivos
EDOM
DAMASCO
Vergüenza,
temblor, muerte,
fuego
Destrucción,
CEDAR
Huid, saqueo,
esconded esparcidos,
soledad
En los
Al principio Destrucción de últimos
ELAM
Palabra
que envió JUDÁ:
Jeremías Buscan al
BABILONIA
El mensaje de Abdías
21Smith, 225.
22Dorsey, 257.
76 I Carlos Elias Mora
NORTE
OFSTE Λ.
Λi
6. S id ó n 1. A m ó n / ESTE
No parientes /
5. T iro 2. M o a b
de Israel / 4. F ilis te a
ץ7 3. E d o m N. de Israel
V
-----------------------N
SUR
V_______________ J
C A ST IG O
PE C A D O
N A CIO N
YHWH
Entregados a
Se gozaron los orientales.
cuando el Ciudades
“y sabrás que yo
AMÓN Santuario fue convertidas
soy YHWH'
profanado y en majadas.
entregado Judá Cortado y
destruido
Entrega sus
tierras a los
Menospreciaron “y sabrán que yo
MOAB orientales y no
la casa de Judá soy YHWH”
más memoria
de Moab
Talados y
Venganza contra “y conocerán mi
EDOM asolados a
la casa de Judá venganza”
cuchillo
Se vengaron Cortados y
con despecho destruidos. “y sabrán que yo
FILISTEA
por antiguas Grande soy YHWH"
enemistades venganza
Orgullo de su Destruida, no
TIRO poder, riqueza y queda nada,
hermosura derribada
78 I Carlos Elias Mora
Castigados con
“y sabrán que yo
SIDÓN p e s te , sangre y
soy YHW H”
espada
Asolada,
destruida “y sabrán todos
(Existe una los habitantes que
EGIPTO Autoconfianza
promesa de yo soy YHWH”,
restauración, 29:6,9,16; 30:8,25
29:13-16)
Se aprecia que, la causa de los pecados por los cuales son condenados
estos pueblos, a excepción de Sidón que, no se menciona porque su oráculo
es muy corto. El mismo tiene que ver con pecados hacia el prójimo y
con la soberbia, similares a las profecías anteriores. Todos los castigos
serían realizados por, los babilonios y Nabucodonosor como los agentes en
manos de Dios. Por último, hay un interés en el mensaje divino que estos
pueblos reconozcan que “yo soy YHWH ״.
Los profetas eran más que escritores sentados a la luz del atardecer
anotando sus reflexiones. Eran predicadores que debían proclamar la
Palabra en público, en las calles, en las puertas de la ciudad y en el campo
abierto. “Profecía clásica fue primero y ante todo una expresión oral, las
formas escritas fueron secundarias, pero el proceso de lo oral a lo escrito
está lejos de estar claro. Ciertos textos pueden haber sido escritos pronto
después de haber sido pronunciados. Otros pudieron haber circulado entre
un grupo de discípulos” .24 “Ellos no estaban primariamente preocupados
por escribir un registro de un período histórico, un cuadro escatológico
24VanGemeren, 76.
La misión de la Iglesia a la luz de los oráculos contra las naciones | 79
25Smith, 7.
26Para un estudio acerca de las implicaciones de la transmisión oral del mensaje
profético en general, véase Smith 6-24.
27Moskala, “The Mission o f God’s People in the Old Testament”, 49.
28“Profecía” (Isa 31:1), CBA4:203.
80 Carlos Elias Mora
Nínive será destruida!” (Jon 3:4). Otro caso que el mensaje fue llevado a la
nación amonestada se encuentra en Jeremías 51. Este fuerte oráculo contra
Babilonia debía ser escrito en un libro. La orden para Seraías era: “Cuando
llegues a Babilonia, procura con diligencia leer todas estas cosas” (vers.
61). Cómo fue la ceremonia de la lectura, el texto bíblico no lo indica,
pero aún siendo ésta medianamente privada (no tendría sentido hacerla en
solitario), de alguna manera causó impactó en quienes estuvieron y luego
transmitieron lo predicado.
29Jiri Moskala, “The Message o f the God's People in the Old Testament”, JATS
19/1-2 (2008): 19. Véase todo el artículo sobre el contenido del mensaje que el Señor
quiso transmitir a través de su pueblo.
30Moskala, 22-25.
31Walton y Hill, 259; VanGemeren, 317, 318.
32Smith, 133.
La misión de la Iglesia a la luz de los oráculos contra las naciones | 81
33VanGemeren, 335.
34Ibid., 242.
82 I Carlos Elias Mora
Conclusión
37Smith, 280.
DANIEL EJEMPLO DE COMPROMISO CON LA VISIÓN
INTEGRAL DE LA MISIÓN Y UNIDAD DE LA IGLESIA
Merling Alomía
Universidad Peruana Unión, Peru
dividió las profundidades del M ar Rojo para conducir a sus hijos en éxodo
triunfante, el que también humilló a los ejércitos de Sennaquerib? ¿Dónde
estaba la protección asegurada del Santo de Israel a la ciudad de su morada?
En segundo lugar, el repentino cambio de status de común exilado
a privilegiado becado no obnubiló su corazón, ni quitó de su vista el
derrotero trazado por Dios a sus escogidos.
En tercer lugar, el cambio impositivo de identidad que pretendió
vincularlo con la filosofía religiosa de Babilonia, no lo mareó ni desvió
su fe en su Dios en cuyas manos sabía que estaba su vida y destino; él
jam ás permitió que “Bel protegiera su vida”6 - pues tal era el nombre que
le impusieron - ni menos permitió que otro, fuera de Jehová su Dios, fuera
su juez - siempre fue Daniel, “Dios es mi juez”.
En cuarto lugar, el intento de Babilonia de cambiar su estilo de
vida ofreciéndole lo mejor de la gastronomía cortesana, no trastocó su
entendimiento de que lo mejor que Dios ha dispuesto para los suyos en el
comer y en el beber, es siempre lo que él estableció especialmente desde
el principio para sus hijos.
En quinto lugar, el confrontamiento feroz y cotidiano, en las
aulas con el saber filosófico mesopotámico y la religión endemoniada de
Babilonia. Expuesta por los sacerdotes del reino, por sus profesores de
tumo y coreada por sus condiscípulos; sacudieron su intelecto probando
su discernimiento hasta lo sumo, en una lucha titánica de fe y convicción,
confrontando todo lo que aprendía y se le enseñaba con el eterno “así dice
YHWH” y el certero “escrito está”. Es decir, su vida de lucha y constante
prueba de discernimiento del saber y la verdad, la vivió mostrando que lo
único perdurable y seguro para un teólogo es, una sólida “sola fide” en la
segura “sola Scriptura”.
La certeza de su llamado
El llamado de D aniel ocurrió en el mismo crisol de la prueba.
Aunque él no describe muchas de las tribulaciones que le acontecieron,
resulta claro lo que él pasó hasta su llegada a la capital caldea. El
viaje largo por el desierto en la fila de los vencidos, bajo la m irada del
conquistador, era por cierto nada agradable. Su privilegiado cambio
90 I Merling Alomia
7Daniel juntamente con todos sus demás colegas estudiantes recibieron una nueva
identificación de implicancia teológica definida. Así, Daniel lejos de ser llamado por su
nombre “Dios es mi Juez”, pasó a ser “protegido de Bel”, lit., “quiera Bel proteger su
vida”, o “Nebo, protege su vida”. De plano lo involucraron con la deidad principal del
panteón babilónico. Ver Peter W. Coxon, “Beltheshazzar”, en D. N. Freedman, ed., The
Anchor Bible Dictionary, 6 vols. (New York: Doubleday), 1:661-662.
8El verbo shim , “estar puesto, fijar” usado con V leb implica una acción muy me-
ditada, tomando muy en serio lo determinado o decidido a hacer (L. Alonso Schokel,
Diccionario de hebreo bíblico [Madrid: Editorial Trotta, 1994], 728). En el caso de Da-
niel, lo hizo teniendo en cuenta lo que ya estaba establecido en su corazón es decir en su
manera de vivir. La situación le sirvió para decidir algo que le era ya propio con deter-
minación aún mayor.
9Daniel muestra que el estilo de vida saludable en el comer y beber que él practi-
caba no le hubiera sido posible seguirlo si, hubiera tomado sólo la comida del rey, y sobre
todo, él da testimonio de los beneficios que reporta y disfruta el obedecer las leyes de sa-
lud que Dios ha trazado desde el principio para nuestra propia felicidad. La experiencia y
Daniel ejemplo de compromiso con la visión integral de la misión | 91
La convicción de su misión
El llamado que Daniel recibió perfiló en él la cimentación de la
convicción de su misión. Esa convicción se hizo más clara cada vez que
le tocaba intervenir en el escenario político donde fue llamado a servir. Él
sabía que el descollante summa cum lauda que obtuvo, al final de su carrera
de estudios (Dan 1:20) no era con el propósito de exaltarlo académicamente
sino, sobre todo, para mostrar al Dios que lo encumbró. Él estaba convencido
que su estadía en Babilonia y su paso por las aulas y la corte caldeas, tenían
un propósito misional que sólo él, podía cumplirlo.
Por eso expresó su gratitud “a ti, oh Dios de mis padres, te doy
gracias y alabo, porque me has dado sabiduría y fuerza” (2:23) y sobre todo
manifestó la convicción de su misión al revelar a Nabucodonosor su encargo
imposible. Y cuando el rey escuchó intrigado y asombrado, “a mí me ha sido
revelado este misterio... para que se dé a conocer al rey” (2:30), era como
si Daniel le dijera, “su Majestad, tengo la misión sagrada de hacerle saber
que, el propósito de mi estadía en su corte, es darle a conocer los secretos de
reino de Dios”.
Pero eso, lo enfatizó aún más, cuando al final de su interpretación
Daniel le recalca diciendo: “Dios ha mostrado al rey lo que va acontecer al
final de los días cuando él instale su reino. Oh rey, lo que le digo es verdad
y la interpretación es fiel a lo que se le ha mostrado, porque el Dios del cielo
se lo ha revelado especialmente a usted. Su Majestad, \Maran-atha, por
favor prepárese!”
Esa misma convicción de su misión la manifestó en los días que
antecedieron a la locura de Nabucodonosor, de lo contrario no habría sido
llamado a declarar el significado de lo que vio el rey en esta ocasión. La
confesión “ahora yo Nabucodonosor, engrandezco y glorifico al Rey del
cielo” (4:37), en la recta final de la vida de este monarca, fue ciertamente
el resultado de la misión que Daniel realizó con, dedicación al ministrar en
favor de ese monarca pagano.
Daniel ejemplo de compromiso con la visión integral de la misión | 93
les hizo entender que, su dominio en Israel no era tanto producto de sus
hazañas guerreras sino, de la soberanía del Altísimo que les había “dado”
temporalmente, el dominio de su nación (Dn 1:1).
Ahora debía mostrar a los medo-persas que Dios, les había dado a
ellos la oportunidad de proveer a su pueblo, un nuevo éxodo dando a Ciro
el privilegio de pastorear la nueva salida (cf. Is 44:26-28); tenía la misión
de mostrar nada menos que a Ciro en persona su privilegiado papel en la
historia de la salvación. Aunque Daniel no registra las ocasiones cuando
mostró a Ciro la certidumbre profética del Altísimo, la mención repetida de
este monarca en el primer y tercer años de su reinado. Así también como su
reinado (cf. Dn 1:21; 6:28; 10:1), es indicio de la importancia que Daniel
dio a Ciro, y la convicción con la cual realizó su misión, para concretar el
regreso de los exilados a Sión.
La percepción de su misión, estaba orientada de acuerdo a su
cosmo visión teológica bíblica, de las cosas. Daniel, tal vez como ningún
otro profeta del AT pudo vislumbrar, los alcances de la tarea misional
encomendada. Ninguna otra filosofía religiosa de sus días, podía trascender
hasta el “tiempo del fin”, ni menos trascender hasta la eternidad. Los
dioses babilónicos apenas tenían intereses pasajeros del presente y aunque
“inmortales”, eran tan impotentes que, su existencia dependía de los hombres
y temían hasta ser derrotados o atormentados por los demonios. Sus mitos,
reflejan sólo los intereses egoístas en que, deambulaban enredándose en
guerras fratricidas y embrollos licenciosos de crápula y adulterio. Ellos no
tenían misión ni interés real en la humanidad, su realidad estaba tan lejana
de los ámbitos terrenales que no había cariño ni menos preocupación por los
humanos. Al llegar el zoroastrismo al ámbito universal, su perspectiva de
igual modo se estrechaba en, lo mundanal sin ninguna trascendencia eterna
para sus seguidores.
Daniel ejemplo de compromiso con la visión integral de la misión | 95
corte enderezaba lo torcido, porque todos sabían que en Daniel moraba “el
espíritu de los dioses santos” y su sabiduría era divina (5:11, 14).
Cuando escuchó anonadado la sentencia que el Altísimo dio
al testarudo Nabucodonosor, mostró su profunda simpatía con él no
solamente manifestando su terror ante lo determinado (4:19) sino, sobre
todo suplicando que atendiese su consejo para prevenirle de la terrible
experiencia que tendría que pasar por no reconocer, la superioridad de
quien dirige los destinos del mundo y del universo (4:25-27).
Resulta por demás notable que Dios al declarar la integridad buscada
en su pueblo en momentos de crisis, hace memoria de tres gigantes de
la fe, Noé, Daniel y Job, indicando con eso el calibre de la fe, servicio
y dedicación de este siervo de Dios. Noé testificó con lealtad y valentía
a una generación y mundo perverso, cuyo rumbo había decaído de tal
modo que su pensar y actuar “era sólo de continuo al mal” (Gn 6:5); y su
testimonio de fe le certificó su herencia de justicia (Heb 11:7). Job demostró
al “padre de la mentira” y al universo entero que, la verdadera lealtad a
Dios no es ni mezquina, ni menos interesada y en medio de su angustia y
sinsabor extremo, fue declarado “perfecto, recto y apartado del mal” (Job
1:1), y como tal heredero de la justicia. Daniel, por su parte fue fiel a su
misión encomendada, proclamando la certeza de las promesas del pacto
en un momento cuando, ni conquistados y menos conquistadores, podían
entender ni mucho menos ver la mano de Dios en los acontecimientos del
momento.
Sin embargo, su vida de servicio fue invalorable en una corte donde
la mayoría de sabios y consejeros apenas tenían “respuesta mentirosa
y perversa” para su monarca (2:9), o a lo mucho simplemente no tenían
respuesta alguna, para sus demandas (4:6-7). El rey Nabucodonosor tuvo el
inmenso privilegio de tener en su administración un estadista de renombre,
asignado con una misión de consejería especial, por el mismo Altísimo que
buscó su salvación y participación en su reino celestial.
98 I Merling Alomia
Daniel no registra las veces que se reunió con el monarca, pero sin
duda, ellas fueron muchas, durante las cuales Nabucodonosor luchó entre
la convicción de la superioridad de YHWH y su lealtad a M arduk e Ishtar.
Finalmente, lo que no pudo ver y entender en sus momentos de cordura
lo entendió y aceptó en sus días de locura. Indudablemente, gran parte
de la estabilidad de su reino en sus años de insania se debieron también
al servicio fiel y leal de su sabio estadista Daniel (Dn. 2:48).12 Semejante
servicio eficiente y leal sin duda fue suficiente respaldo para que el nuevo
imperio medo-persa considerara a Daniel como, hombre de valía en el
ordenamiento del nuevo reino y no dudaron en ponerlo como uno de los
sátrapas superiores del reino.
Tal vez, la expresión que refleje en mayor medida la consideración
plena de la vida de servicio de Daniel, sea la manera cómo Dios le
consideró y al mismo tiempo comunicó en forma reiterada por intermedio
de Gabriel, ya en el tramo final de su existencia en pleno reinado de Ciro.
En esa larga sesión profética interpretativa final, Gabriel no sólo le asegura
a Daniel que es un “varón muy amado” de Dios (10:11, 19). El mensajero
celestial le asegura que aunque iría al final al descanso de la tumba, allí
12El servicio dado por Daniel en la corte babilónica, de la cual la Biblia menciona,
es incluso certificada en la documentación cuneiforme de Babilonia. Hasta hoy, se cono-
cen dos documentos provenientes de los años posteriores a Nabucodonosor, correspon-
dientes al reinado de Amel-Marduk, hijo y sucesor de éste y al de Neriglisar, asesino de
este último. La primera se encuentra en el Museo de Florencia con el N° 135 (K. Oberhu-
ber, Sumerische uná Akadische Keilschriftendenkmaler des Archãeologische Museums zu
Florenz, Innsbrucker zur Kulturwissenchafi, Suplement 8 [Innsbruck, 1969], 95, N° 135).
La segunda se halla en la colección babilónica de la Universidad Yale con el número
YBC 3765 y fue publicada hace ya tiempo por Dougherty (R. R Dougherty, Nabonidus
and Belsasar - Yale Oriental Series, vol. 15 [New Haven: Yale University Press, 1929],
67-70). Ambos documentos mencionan el nombre de un tal Belsasar con el título de saku
sarri, u “oficial principal de rey”. Aunque algunos han sugerido su identificación con el
hijo de Nabonido, sin embargo, la sincronización de los hechos hace imposible tal posi-
bilidad. Esto de hecho lleva a señalar a Daniel como el mencionado en estos documentos
ya que él recibió ese nombre mucho antes de que los sucesores de Nabucodonosor reina-
ran (William H. Shea, “Bel[te]shazzar Meets Belshazzar” Andrews University Seminary
Studies 26 [1988] 67-81), y con esto queda certificada la participación de Daniel por los
mismos registros de Babilonia como estadista de la corte neo-babilónica.
Daniel ejemplo de compromiso con la visión Integral de la misión | 99
Conclusión
Clinton Wahlen
Biblical Research Institute, EUA
iiiiiiiiimiiiiiiiiiimiiiimiiiiiiiMMiiiiHiiiiiiiiiiiitiiiiiiiiiiiiiimimiiiiiiiiiiiiiiiMiiiiiii
Introdução
1James D. G. Dunn, Jesus and the Spirit: A Study o f the Religious and Charismatic
Experience o f Jesus and the First Christians as Reflected in the New Testament (London:
SCM, 1975); Craig S. Keener, The Spirit in the Gospels and Acts: Divine Purity and
Power (Peabody, Mass.: Hendrickson, 1997).
104 I Clinton W ahlen
Jesus e 0 Espírito
João Batista se referia a Jesus quando disse: “Eu vos tenho batizado
com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo” (Mc 1:8). A
distinção do batismo cristão é o dom do Espírito Santo.2 De acordo com
Lucas, enquanto Jesus esteve em Nazaré, explicou Sua missão através da
leitura de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim . . . ” (Lc 4:18; cf.
Is 61:1). O Espírito autorizou Jesus a cumprir Sua missão (Lc 4:14; At
10:38). Em que consiste a missão?
Consiste em: (1) pregar as boas novas aos pobres; (2) proclamar
libertação aos cativos e restabelecer a vista aos cegos; (3) anunciar
liberdade aos oprimidos; (4) proclamar o ano aceitável do Senhor.
Observe a ênfase na proclamação. O ministério de Jesus era um
ministério de pregação: pregação em palavras e atos. Os milagres de cura
receberam atenção maior, mas eles também eram uma forma de ensino.
Eram “parábolas em ação,” designadas a ensinar as pessoas sobre a saúde
e a vida espiritual que Ele proclamava.
Notamos também essa ênfase na proclamação em Cafamaum. Preste
atenção à reação dos que estavam na sinagoga: “Maravilhavam-se da sua
doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os
escribas” (Mc 1:22). Isso é muito interessante. Mesmo que os escribas
fossem os reconhecidos especialistas da Bíblia, Jesus falou com mais
autoridade que eles. Novamente notamos que o Espírito confere poder
e autoridade para a proclamação, ao comunicar a Palavra de Deus e ao
capacitar pessoas para compreendê-la.
Os discípulos e o Espírito
2Idem, Baptism in the Holy Spirit (London: SCM, 1970); cf. John R. Levison, The
Spirit in First-Century Judaism (New York: Brill, 1997).
Cheios do Espírito: a missão nos Evangelhos e em Atos | 105
autoridade (Mt 10:1). As pessoas podiam dizer que esses homens estiveram
com Jesus. Eles fizeram a mesma obra e desfrutaram o mesmo sucesso,
inclusive os milagres de cura: “Expeliam muitos demônios e curavam
numerosos enfermos, ungindo-os com óleo” (Mc 6:13). No entanto, havia
muita coisa que eles não compreendiam e eles ainda tinham que crescer
muito.
Eles também experimentaram fracasso. Note o descontentamento do
pai que trouxe seu filho endemoninhado para ser curado: “Roguei a teus
discípulos que o expelissem, mas eles não puderam” (Mc 9:18). Como
explicar? Qual a razão desse fracasso? Os discípulos fizeram a mesma
pergunta: “Quando entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram
em particular: por que não pudemos nós expulsá-lo?” (Mc 9:28). Jesus
responde a eles no verso 29: “Esta casta não pode sair senão por meio de
oração [e jejum ].”
Geralmente, o que mais precisamos não é mais poder, mas mais
oração e mais fé. Se não sentimos o poder de Deus em nosso ministério,
talvez devamos primeiro nos certificar que, ao invés de confiar em nosso
próprio conhecimento ou habilidade, estamos orando pelo poder de Deus.
Observe a razão dada por Ellen White para o fracasso dos discípulos:
Depois da ressurreição
De acordo com João 20:21-22, Jesus deu-lhes o Espírito Santo:
“Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: ‘Paz seja convosco! Assim como o Pai
me enviou, eu também vos envio’. E, havendo dito isto, soprou sobre eles
e disse-lhes: Recebei 0 Espírito Santo.”
O Espírito continuaria a ensiná-los depois que Ele fosse embora.
Novamente, o Espírito está conectado com a missão. Como o Pai enviou
Jesus, Jesus enviou os discípulos. O Espírito os prepara para seu trabalho
especial como sub-pastores de Jesus, na igreja. E digno de nota que Jesus
priorizou o pastoreio do “rebanho” de Deus. É importante ter certeza de
estarmos conservando as ovelhas que temos, antes de sair atrás de mais
ovelhas.
No entanto, os discípulos deveríam esperar mais que o poder do
Espírito. Esse derramamento do Espírito deveria prepará-los especialmente
para a missão: “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei,
3Ellen G. White, O Desejado de todas as nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira), 431. (ênfase suprida).
Cheios do Espírito: a missão nos Evangelhos e em Atos | 107
pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24:49).
Isso aconteceria no Pentecostés. Os discípulos já tinham recebido o
Espírito Santo, mas havia ainda muitas coisas que não entendiam. Antes
da ascensão de Jesus, perguntaram-lhe: “Senhor, será este o tempo em que
restaures o reino a Israel?” (At 1:6). Em Sua resposta, Jesus os repreende
gentilmente e promete novamente uma porção maior do Espírito: “Não vos
compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva
autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e
sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaría e até aos confins da terra” (At 1:7-8).
Acho fascinante que Jesus não tenha respondido a todas as questões
deles. Precisaram esperar para entender algumas coisas. Para entender
outras coisas, precisaram estudar as Escrituras. Isso é o que diz o v. 14:
“perseveravam unânimes em oração” e o restante de Atos 1 explica como,
através do estudo das Escrituras, eles entenderam a necessidade de apontar
outro discípulo (vv. 15-20). Uma das passagens do AT que Pedro cita como
autoridade para sua decisão é Salmo 109:8, onde é dada uma ordem: “E
tome outro o seu encargo.” Então, oraram, tiraram sortes e Matías tomou-
se um dos Doze.
Observe como o próprio Jesus descreveu a obra do Espírito aos
discípulos, no evangelho de João. Por três vezes chama o Espírito de
“Espírito da Verdade” (14:17; 15:26; 16:13), e Ele os guiará em toda a
verdade (16:13). O Espírito testemunha sobre Jesus, Sua pessoa, Sua
obra (15:26).4 Ele ensina todas as coisas e traz à lembrança tudo o que
Jesus disse (14:26), que atualmente inclui toda a Bíblia. O Espírito
Santo anuncia as coisas que virão (16:13), i.e. profecia. O Espírito que
inspira a profecia nos ajuda a entender a profecia. Aqui, novamente, está
uma ênfase na verdade, especialmente a verdade acerca de Jesus e da
4Cf. David E. Aune, “Christian Prophecy and the Messianic Status o f Jesus,” in
The Messiah: Developments in Earliest Judaism and Christianity (Minneapolis, Minn.:
Fortress, 1992), 404-22. Tal autor tem uma compreensão limitada da profecia em relação
ao que é sugerido pela Escritura.
108 I Clinton W ahlen
No Pentecoste
No Pentecoste, os discípulos receberam o Espírito como resultado
de sua disposição em recebê-lo. Essa disposição consistiu em, pelo menos,
três elementos: (1) estavam unidos em propósito: esperavam pelo Espírito
Santo (At 1:14-2:1); (2) estavam unidos em oração: oraram pelo Espírito
Santo e uns pelos outros; (3) estavam unidos na proclamação: entenderam a
mensagem e estavam prontos para proclamá-la quando o poder do Espírito
viesse sobre eles.
O resultado é bem conhecido. Cerca de três mil pessoas foram
batizadas e incorporadas, naquele dia, ao estudo, oração e adoração na
comunidade da igreja prim itiva (2:41-47).
Conclusão
5Ellen G. White, Atos dos apóstolos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira), 50.
A SUBSTITUIÇÃO DO TEMPLO NO EVANGELHO DE
JOÃO E SUAS IMPLICAÇÕES MISSIOLÓGICAS
................................................ ...................
Introdução
bendito seja o Senhor Deus de Sem, dão ideia de que Sem já estava em
aliança com Yahweh”.6
Há mais argumentos que mostram, que “Canaã, o filho mais velho
de Cão, seria maldito. Jafé seria o dono do mundo; Sem, o pai da religião...
A profecia foi: Alargue ou engrandeça Deus a Jafé, e more nas tendas
de Sem”.7 Será mostrado adiante que Deus é quem haveria de morar nas
tendas de Sem, pois Deus seria bendito nesse povo, conforme as palavras:
“Bendito seja o Senhor Deus de Sem” .8
E. A. Speiser sugere que a referência a Sem é uma aplicação direta
ao povo de Israel,9 afinal Deus habitou entre os Israelitas (Lv 26: 11 -12; Ê x
25: 8). Gordon J. Wenham, apesar de não ser favorável à interpretação de
que Deus habitaria nas tendas de Sem mostra que os judeus a entendiam
que Deus habitaria em Israel. E isto é atestado no livro dos Jubileus e nos
Targuns, onde “habitar” significa a morada de Deus com Israel (Ê x 25:8;
29:45; Lv 16:16; Nm 35:34) etc.10 O Seventh-Day Bible Commentary não
concorda com o posicionamento de que Deus habitaria nas tendas de Sem
e afirma que o pronome pessoal “Ele” em Gênesis 9:27 se refere a Jafé e
não a Deus. Por outro lado, assegura que Sem seria o recipiente e herdeiro
de todas as bênçãos da salvação que Jeová outorgou a Seus fiéis. A alusão
é feita ao povo de Israel como portador de tais bênçãos,11 visto ser ele
descendente de Sem.
A benção de salvação para os israelitas era de certa forma mediada
pelo santuário, visto ser este o “lugar da habitação de Deus, o depositário
6Derek Kidner. Introdução e Comentário (São Paulo: Vida Nova, 1979), 99.
7Antônio Neves de Mesquita. Estudo no Livro de Gênesis (Rio de Janeiro : JUERP,
1983),146.
8Ibid.
9E. A. Speiser, Gênesis in The Anchor Bible Comentary (New York: Doubleday e
Company, 1964), 62-63.
10Gordon J. Wenham, Gênesis, Word Biblical Comentary, (Carlisle; Michigan: The
Paternoster Press: Baker Book House, 1994), 202.
11Francis D. Nichol. Ed. Seventh- Day Adventist Bible Commentary, (Washington
: Review and Herald, 1953) Yol. I, 267.
114 I Samuel Muniz Bastos
18R. Alan Cole. Êxodo, Introdução e Comentário. (São Paulo: Vida Nova, 1981),
184.
19Nichol. S. D. A, B. C. Vol. 1: 635.
20Kaiser, 124.
21Ibid., 128.
116 I Samuel Muniz Bastos
o novo templo inaugurava uma nova era. Aquele lugar, o templo, vería o
príncipe da paz entrar por suas portas”.24
A gloria do segundo templo era maior “principalmente porque o
Senhor do templo veio (Mt 12:6) e o superou (Jo 2:13-22).”25 Deus quería
dizer ao povo que Sua habitação com eles, seria total e absoluta. Todas as
teofanias anteriores eram somente passos de um Deus que se aproximava
para tabemacular definitivamente entre os homens. O desejo de Deus
toma-se realidade plena em Mateus 1:23. “...ele será chamado de Emanuel,
que quer dizer: Deus conosco” . Jeová viera habitar com seu povo, “não
com a nuvem de Sua gloria, mas com a presença daquele em quem habita
corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2:9), o próprio Deus que
se manifestou em carne” (lT m 3:16).26
Em suma, a preocupação e importância que Deus dava à Sua habitação
entre Seu povo, conforme tentou-se mostrar acima, é corroborada pelas
palavras conclusivas de Ellen G. White:
30Ibid.
31R. C. H. Lenski. The Interpretation o f St. John’s Gospel, (Minneapolis, MN:
Augsburg Publishing House, 1961), 75.
32Merril C. Tenney. Joyhn, the Gospel o f Belief (Michigan: William B. Eerdmans,
1988), 70.
120 I Samuel Muniz Bastos
48Hendriksen, 134.
49Shea, 1.
50Timm, 13.
51Hans LaRondele. Anotações Sobre Escatologia. Semana Teológica IAENE Abril
de 1999.
24 ן I Samuel Muniz Bastos
escolha de Israel com seu santuário não significava rejeição dos gentios.52
Deus tinha uma missão para Israel,53 e esta é sintetizada em Isaías
49:6: “Sim diz Ele: pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos
de Jacó e tomares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como
luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da
terra”. “Deus”, que era o tabemaculador do santuário “se identificou com
este povo porque era depositário de Sua missão”54, a qual deveria alcançar
“todas as famílias da terra” (Gn 12:1-3).
O santuário tem um papel relevante nessa missão, visto que
o santuário seria o local do ajuntamento de todos os povos. “A
minha casa será chamada casa de oração para todos os povos” (Is
56:7). Isto está dentro de um contexto de chamamento dos gentios.
Desde a libertação de Israel da escravidão do Egito, Deus já
confirmara seu propósito de que a nação toda se dedicasse ao cumprimento
da missão em conexão com o santuário: “Agora, pois, se diligentemente
ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a
minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra
é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19:5,6).
Pedro aplica este mesmo critério ao povo de Deus, clareando o sentido
missiológico contido em tais palavras: “Vós, porém, sois raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a
fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou” (lP e 2:9).55
Sobre a missão de Israel afirma-se ainda que:
52Ibid.
53Quando fala-se em Israel neste contexto, está implícita sua religião centrada no
santuário, que era o unificador da nação e motivador da missão.
54Mário Veloso. El Compromisso Cristiano: un estudio sobre la actualidad misio-
ñera en la evangelio de San Juan (Argentina: Zunino Ediciones, 1975), 82.
55Veloso, 78.
A substituição do templo no evangelho de João e suas implicações | 125
56 Ibid., 77.
57Conforme LaRondelle explanou em suas preleções no IAENE em Abril de 1999.
58Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, 154-166.
59Veloso, 81.
60LaRondelle.
126 I Samuel Muniz Bastos
61Mateus e Barreto.
62LaRondelle.
63Veloso, 183.
64Ibid.
65Ramos, 122.
66Veloso, 199.
67LaRondelle.
A substituição do templo no evangelho de João e suas implicações | 127
é o lugar santo. Não há mais montes santos. Não há mais um lugar santo
especificamente, porque Jesus é o monte santo” .68
Em seguida, Jesus cura o filho do oficial do rei (Jo 4:46-53). O rei
era Heredes Antipas,69 mas o oficial não é identificado. H á posições de que
fosse um judeu, ou Cuza (Lc 8:3), ouM anaen (At 13:1).Não há como saber.
Mas podería ser um pagão,70 o que estaria em conformidade com a missão
de Jesus em João 2-4. Cabe notar que a missão de Jesus progressivamente
cresce e rompe barreiras étnicas. Assim Jesus primeiro se encontra com
Nicodemos, um judeu, e lhe mostra o fim do exclusivismo nacional
mediante herança sanguínea; depois vai ao encontro da samaritana, uma
semijudia, começando a romper os preconceitos e barreiras étnicas; e, por
fim, vai aos romanos, representados pelo oficial do rei (Jo 3:1-5; 4: 1954).
Nestes exemplos, Jesus já inaugura a missão que será realizada pelos
discípulos, a qual é delineada em Atos 1:6: “e sereis minhas testemunhas
em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins a terra”.
Os objetos da missão: judeus, samaritanos e os dos confins da terra (aplica-
se aos romanos), já são alcançados e o novo templo não tem muro de
separação étnica (E f 2:14). Jesus é lugar de adoração para todos os povos.
E como novo templo, Jesus não está delimitado a um lugar específico,
como o antigo templo (lC r 33:7), mas está com todo adorador (Mt 1:23)
em qualquer lugar (Jo 4:21-24), permanecendo sempre com os seus fiéis
(Mt 28:20), pois “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali
estou (shekinah)7I no meio deles” (Mt 18:20).
Assim a obra de Cristo e Sua missão revelam a verdadeira natureza
de Deus ao entrar em relação com Seu povo.72 Esta relação (Êx 25:8)
se cumpre quando Deus vem tabemacular “conosco” mediante o novo
68Ibid.
69Francis D. Nichol (editor) S. D. A. B. C. vol 5:943.
70Ibid.
71Otto Borchet, O Jesus Histórico, p. 23. “Os rabis haviam dito isto acerca do
Shekinah” mas Jesus aplica a si mesmo.
72Veloso, 189.
28 ו I Samuel Muniz Bastos
Conclusão
Ekkehardt Mueller
Biblical Research Institute, EUA
Il1lll)111j11111111111111m11ll1t11m111111!111111111j11111111111m11111111111m1l[(llllll!11lllllll1m1m11l1l1mmm111111111111111111111111111111111]111]11111m1111m111!
7A raiz marty - nem sempre está relacionada à missão, apesar de descrever teste-
munhas oculares e seu testemunho:
martyreo 76 47 16 12 1
martyria 37 30 2 2 3
martys 35 5 11 15 4
Total 148 82 29 29 8
8Ver referência ao artigo de Fergus King, “Inculturation & the Book o f Revela-
tion,” Mission Studies 18/1 (2001): 24-41.
132 I Ekkehardt Mueller
A missão de Deus
Deus, 0 Pai
Jesus e o Evangelho
O cavaleiro no cavalo branco. Os representantes da visão preterista
sugerem tomar o primeiro selo literalmente e aplicá-la aos partos, que
eram um a ameaça ao império romano14 ou a Roma em si.15 De acordo
12Richard Bauckham, The Theology o f the Book o f Revelation. N ew Testament
Theology (Cambridge: Cambridge University Press, 1993), 314.
13Cf. Ulrich B. Müller, Die Offenbarung des Johannes, Òkumenischer Taschen-
buch-Kommentar zum Neuen Testament 19 (Gütersloh: Gütersloher Verlagshaus Gerd
Mohn, 1984), 367-368; Grant R. Osborne, Revelation, Baker Exegetical Commentary on
the N ew Testament (Grand Rapids: Baker Book House, 2002), 780-781, declara: “Deus
revelou o livro em sua soberania...”
14Cf. Müller, 167; Ronald L. Farmer,Revelation, Chalice Commentaries for Today
(St. Louis: Chalice Press, 2005), 74; Simon J. Kistemaker, New Testament Commentary:
Exposition o f the Book o f Revelation (Grand Rapids Baker Book House, 2001), 222-224.
15David J. Hawkin, “Globalization, the American Empire, and the Four Horsemen
o f the Apocalypse”, ChurchmanllS/4 (2004):320-321.
134 I Ekkehardt Mueller
16Cf. Kistemarker, 224-225. Michael Bachmann, “Noch ein Blick auf den ersten
apokalyptischen Reiter (von Apk 6.1-2)”, New Testament Studies 44 (1998), 278, entende
este cavaleiro como uma hipóstase da epifanía de Deus e intimamente ligado ao Cristo
de Apocalipse 19.
17Isso pode ser indicado em Apocalipse 1:1 pelo termo semaino que aponta a Jesus
“simbolizando” o Apocalipse para João.
18Cf. Allen Kerkeslager, “Apollo, Greco-Roman Prophecy, and the Rider on the
White Horse in Rev 6:2”, Journal o f Biblical Literature 112 (1993), 116-121; Kistemaker,
221; Mathias Rissi, “The Rider on the White Horse”, Interpretation 18 (1964): 407-418.
19George Eldon Ladd, A Commentary on the Revelation of John (Grand Rapids:
Wm B. Eerdmans Publishing Company, 1991), 97-98. John C. Poirier, “The First Ri-
der: A Response to Michael Bachmann”, New Testament Studies 45 (1999): 259 declara:
“Pelo meu cálculo, Bachmann, e outros exegetas desta passagem estão errados ao insistir
sobre o mmo decisivo do valor simbólico da cor do cavalo para a identidade do primeiro
cavaleiro”. No entanto, Stephen Smalley, The Revelation o f John: A Commentary on the
Greek Text o f the Apocalypse (Downers Grove: InterVarsity Press, 2005), 147, sustenta:
“A ideia principal dos cavalos coloridos (vermelho, preto, branco, baio) aparece nova-
mente em Zacarias 6:1-8... Em Zacarias as cores parecem não ter significado especial;
enquanto que, no contexto de Apocalipse 6, refletem o caráter do cavaleiro, e simbolizam
ocasiões específicas”.
20A única exceção são os gafanhotos de Apocalipse 9:7. No entanto, sua vitória é
transitória e não duradoura. Cf. Kistemaker, 225; Bachmann, 257-278.
21Vencendo é atribuído a Jesus (Ap 5:5; 17:14) e relacionado aos fiéis (Ap
2:7,11,17,26; 3:5,12,21; 12:11; 15:2; 21:7). Somente em Apocalipse 11:7 e 13:7 os pode-
res do mal ganham uma vitória preliminar. Cf. Kistemaker, 222.
Missão no Apocalipse | 135
26Miller, 236, afirma que o “Apocalipse faz parte desse testemunho (1:1-3)”.
27E encontrado dez vezes em nove versos (Ap 1:2,9; 6:9; 11:7; 12:11,17; 19:10;
20:4).
28Para uma análise do termo “testemunho de Jesus” ver Gerhard Pfandl, “The
Remnant Church and the Spirit o f Prophecy”, in Symposium on Revelation - Book II,
Daniel & Revelation Committee Series, Volume 7, editado por Frank B. Holbrook (Sil-
ver Spring: Biblical Research Institute General Conference o f Seventh-day Adventists,
1992), 295-333. Ele mostra que o genitivo em “testemunho de Jesus” é um genitivo sub-
jetivo descrevendo a atividade de Jesus em sua auto revelação. Richard Bauckham, The
Climax o f Prophecy: Studies on the Book o f Revelation (Edinburgh: T & T Clark, 1993),
161, apoia essa conclusão. O testemunho de Jesus é o testemunho que Jesus deu de sua
própria experiência. Loren L. Johns, The Lamb Christology o f the Apocalypse o f John:
An Investigation into Its Origins and Rhetorical Force (Tübinben: Mohr Siebeck, 2003),
173, no entanto, sugere que “são formadas figuras mentais tanto do subjetivo como do
objetivo no livro”. É apoiado por Olutola K. Peters, The Mandate o f the Church in the
Apocalypse, Studies in Biblical Literature, Vol. 77 (New York: Peter Lang Publishing,
2005), 83.
Missão no Apocalipse | 137
O Espírito
O Espírito Santo é introduzido sob o símbolo dos sete espíritos (Ap
1:4).35 Esses sete espíritos são parte da trindade divina (Ap 1:4-5). São
unidos a Jesus (Ap 3:1; 5:6) e a Deus Pai, que se assenta no trono (Ap 4:5).36
33Smalley, 409.
34Jon Paulien, Armageddon at the Door (Hagerstown, MD: Review and Herald
Publishing Association, 2008), 172.
35Ver John Sweet, Revelation, N ew Testament Commentaries (Philadelphia: Trin-
ity Press International, 1990), 65.
36Dan Lioy, The Book o f Revelation in Christological Focus, Studies in Biblical
Literature 58 (New York: Peter Lang Publishing, 2003), 132, comenta Apocalipse 5:6 di-
zendo: “É interessante notar que a plenitude da divindade, presente de forma trinitariana,
é inconfundível em Apocalipse 5”. Aquele que está sentado no trono (vss. 1 ,7 ,1 3 ) refere-
se ao Pai; 0 “Cordeiro”, (vss. 6, 8, 12-13) aponta para 0 Filho, e os “sete espíritos de
Missão no Apocalipse | 139
Eles também são “enviados por toda a terra” em uma missão abrangente
(Ap 5:6). De acordo com João 14:26; 15:26; e 16:7, o Espírito Santo foi
enviado por Pai e Filho para realizar a missão deles. G. R. Osbome afirma:
A Palavra de Deus
As duas testemunhas. As duas testemunhas são caracterizadas da
seguinte maneira: sua designação como testemunha as tom a participantes
na proclamação da mensagem de Deus e participantes no sofrimento. A
frequente associação do testemunho com a Palavra de Deus cria uma forte
afinidade com a Escritura. O número dois é importante porque, de acordo
com a lei do AT, eram requeridas duas ou três testemunhas para legitimar
um processo judicial no tribunal (Dt 19.T5).47
Elas são duas oliveiras. Seu antecedente no AT, Zacarias 4:1-10,
conecta claramente as duas oliveiras com a obra do Espírito Santo.48
Considerando que o número de candelabros em Apocalipse foi aumentado
de um para dois, as oliveiras de Zacarias, bem como em Apocalipse
permanecem duas. K. A. Strand declarou que por causa dessa continuidade
das oliveiras, seu significado deve permanecer constante em ambos
os livros bíblicos, “referindo-se a obra do Espírito,” isto é, “o papel do
Espírito Santo em fornecer a palavra de Deus, tanto no AT como no NT” .49
São dois candelabros.50 Eruditos argumentam que as duas
testemunhas de Apocalipse 11 devem referir-se à igreja, uma vez que os
sete candelabros são claramente identificados como igrejas.51 Embora as
palavras sejam usadas com o mesmo significado em todo o Apocalipse,
há exceções. Ainda de acordo com Apocalipse 22:5, não haverá mais
necessidade da luz da lâmpada. De acordo com Apocalipse 21:23, Jesus, o
Cordeiro, é a lâmpada. Uma mudança no significado também pode ocorrer
com os castiçais. Em Apocalipse 11 eles são identificados como duas
oliveiras, duas testemunhas e dois profetas. Há uma diferença no que se
47Ver Beale, 581; Morris, 143.
48Ver Beale, 577-578; Morris, 144.
49Kenneth A. Strand, “The Two Olive Trees o f Zechariah 4 and Revelation 11”,
Andrews University Seminary Studies 20 (1982): 260.
50Candelabros são mencionados sete vezes em Apocalipse. Seis dessas ocorrên-
cias são encontradas nas estruturas das cartas de Apocalipse, neste caso, em Apocalipse
1:12,13,20 (duas vezes); 2:1,5. Elas descrevem os sete candelabros de ouro e estão iden-
tificadas com as sete igrejas (1:20). Última ocorrência de candelabro aparece em 11:4.
51Ver G. K. Beale, 574-577.
42 ו I Ekkehardt Mueller
Anjos de Deus
Deus emprega seus anjos para fazer progredir sua missão. Em
Apocalipse, o termo “anjo” ocorre 67 vezes, apontando para seu
importante papel. No entanto, existem outros seres que, obviamente, são
seres angélicos, mas que não são designados como anjos em Apocalipse.
Os quatro seres viventes, encontrados pela primeira vez em Apocalipse
4 são, obviamente, querubins. Seus antecedentes no AT são os querubins
de Ezequiel 1 e 10 e os serafins de Isaías 6. Os anjos que aparecem em
Apocalipse podem ser divididos em quatro grupos:
Os anjos de Deus (Ap 1:1; 3:5; 5:2,11; 7:2,11; etc.). Retratados
claramente como seus mensageiros (e. g., Ap 14:10).
Anjos específicos representam a Cristo no Apocalipse (Ap 8 :3 5 ;־
10:1,5,8-10). O anjo em Apocalipse 8:3-5 parece ser um tipo de mediador,
oferecendo as orações dos santos. Esse fato pode apontar a Jesus como o
Anjo (Rm 8:34; 1Jo 2: l).64 É bem possível que João refira-se ao AT, onde o
60Ver Beale, 203-204.
61Smalley, 57.
62Smalley, 57. Para uma exposição mais detalhada sobre “as coisas que viste, e as
que são, e as que hão de acontecer depois destas” ver Osbome, 97; and Beale, 216; Auné,
Revelation 1-5 , 105-106.
63Witherington, 83.
64Cf. Beale, 454, Jacques B. Doukhan, Secrets o f Revelation: The Apocalypse
Through Hebrew Eyes (Hagerstown: Review and Herald Publishing Association, 2002),
80, and Francis D. Nichol, (ed.), The Seventh-day Adventist Bible Commentary, 7 vol-
_____________________________________________________________ Missão no Apocalipse | 145
Sumário
71Smalley, 29.
_______________________________________________ Missão no Apocalipse | 147
77Beale, 664. Bauckham, The Theology o f the Book o f Revelation, 92, afirma: “...
A mensagem de João não é: ‘Não resista!’, e sim ‘Resista!, mas pelo testemunho e mar-
tirio, não pela violência”.
78Adela Yarbro Collins, “The Political Perspective o f the Revelation to John”,
Journal o f Biblical Literature 96 (1977): 247.
79Johns, 173-174.
80Ver Pattemore, 115; Peters, 84, 86.
81Smalley, 328. Miller, 235, apoia essa ideia ao dizer: “Algumas testemunhas são
protegidas durante sua missão, ao passo que outras morrem por sua ousadia (6:9-12;
14:1-5)”
82Osbome, 476.
83Miller, 235.
Missão no Apocalipse | 149
89Beale, 193. Na página 194 afirma a igreja não é somente comparada a Israel, mas
o texto também “transmite a ideia tácita de que a igreja agora funciona como 0 verdadeiro
Israel, enquanto incrédulos israelitas étnicos, que afirmam serem os verdadeiros ‘judeus e
não são, sendo antes sinagoga de Satanás’ (2:9), são ‘mentirosos’ (3: 9).
90Osbome, 66.
91Cf. Aune, Revelation 1-5, 49.
92David E. Aune, Revelation 17-22, Word Biblical Commentary 52c (Nashville:
Thomas Nelson Publishers, 1998), 1039, conclui: “visto que a profecia verdadeira teste-
munha de Jesus, qualquer testemunho de Jesus pode ser identificado como profecia. As-
sim, a profecia não está limitada aos que são designados ‘profetas’ num sentido especial”.
Este argumento pode ir longe demais e parece basear-se numa interpretação do genitivo
em “o testemunho de Jesus” como um genitivo objetivo.
Missão no Apocalipse | 151
93Alguns tomam o termo epi no sentido negativo: “contra”. Também Auné, Reve-
lation 6-16, 574; Beale, 554; Kistemaker, 31, embora a maioria das traduções prefiram o
neutro “sobre”.
94Araiz do grupo de plavraspropheteia/propheteuo / prophetos é encontrada duas
vezes em Apocalipse 10 e três vezes em Apocalipse 11a. Em profecia, ver por exemplo,
Gerhard A. Krodel, Revelation, Augsburg Commentary on the New Testament (Minnea-
polis: Augsburg Publishing House, 1989), 212; S. Minear, I Saw a New Earth: An Intro-
Auction to the Visions o f the Apocalypse (Washington: Corpus Books, 1968), 96; Pierre
Prigent, L Apocalypse de Saint Jean, 2d rev. ed., Commentaire du Nouveau Testament,
2d series, vol. 14 (Paris: Delachaux & Niestlé, 1981), 149-150. Jürgen Roloff, The Re-
velation o f John: A Continental Commentary (Minneapolis: Fortress Press, 1993), 122,
sustenta: “A chave para o foco temático desta seção está em observar as alusões aos
profetas e às falas proféticas que passam por ele como um fio escarlate (10:7, 11; 11:3,
11; cf. também 11:18)”. De modo semelhante, Kenneth A. Strand, “The ‘Spotlight-On-
Last-Events’ Sections in the Book o f Revelation,” Andrews University Seminary Studies
27 (1989): 208-209, vê 0 interlúdio como duplo. Na p. 208, declara: “O tema da pro-
clamação profética básica e central do capítulo 10 continua, com figuras diferentes, no
capítulo 11, isto é, as imagens de uma definição do templo. Aquí encontramos... urna cena
da medição do tem plo... seguida da perícope sobre as duas testemunhas proféticas (w .
3-13), introduzidas em termos das imagens do templo das duas oliveiras que são também
os dois castiçais (w . 3-4)”.
152 I Ekkehardt Mueller
A p o rta ab erta. De acordo com Apocalipse 3:8, Jesus abre uma porta
para a igreja de Filadélfia. Uma porta aberta cria oportunidades. A porta
foi aberta e permanece aberta. Essa porta tem sido compreendida como
uma porta para a salvação (Mt 7:13-14) e/ou uma porta para o serviço
que significa a proclamação do Evangelho.102 A frase é utilizada em Atos
14:27; 1 Corintios 16:9; 2 Corintios 2:12; Colossenses 4:3 no sentido de
ministério e serviço.103 Se João tinha esse vocabulário em mente, a porta
aberta possui claras conotações missionárias. S. J. Kistemaker escreve:
“Onde quer que ele abra as portas para seus trabalhadores, abençoa o
seu trabalho em apresentar o evangelho...” .104 Esta interpretação não é
apoiada apenas pelo uso de “porta” nos escritos paulinos, mas também
pela proximidade da porta aberta a “obras” que aparecem no início do
mesmo versículo (Ap 3:8).
Por outro lado, o tema da salvação parece estar no verso 11. D.
E. Aune prefere a ideia de “acesso garantido à salvação escatológica”,
porque, de acordo com sua compreensão, “a atividade missionária não é
mencionada em outro lugar no Apocalipse”.105 O. K. Peters afirma que a
“mesma metáfora é utilizada em Apocalipse 4:1 significando a concessão
101Peters, 114.
102Para mais detalhes, ver Osbome, 188-189.
103Cf. John R. W. Stott, What Christ Thinks o f the Church: An Exposition o f Rev-
elation 1-3 (Grand Rapids: Baker Book House, 2003), 99-100.
104Kistemaker, 159; cf., Hemer, 162.
105Aune, Revelation 1-5, 236.
54 ו I Ekkehardt Mueller
110Nichol, 7:827, fala sobre uma visão simbólica. Charles H. Talbert, The Apo-
calypse: A reading o f the Revelation o f John (Louisville: Westminster John Knox Press,
1994), 62-64, separa um espaço para desenvolver uma pequena e incompleta angeologia
de Apocalipse. Ele chama os anjos em Apocalipse 14 de sete agentes de julgamento.
No entanto, os anjos envolvidos nas três mensagens de Apocalipse 14:7-12 não procla-
mam julgamento somente. Eles também parecem chamar a humanidade para retomar
para Deus.
111Elisabeth Schüssler Fiorenza, Revelation: Vision o f a Just World, Proclamation
Commentaries (Minneapolis: Fortress Press, 1991), 89.
112G. B. Caird, The Revelation o f St. John the Divine , Harper’s N ew Testament
Commentaries (Peabody: Hendrickson Publishers, 1987), 182.
56 ו I Ekkehardt Mueller
Missão e mensagem
paralelo aos seguidores de Balaão (Ap 2 :14-15).117 Se isso for verdade, eles
seriam libertários e antinomianos e podem não estar muito preocupados
com a teologia. Viveram em oposição às Escrituras, porque cederam às
pressões da sociedade, especialmente o culto do imperador. Eles também
poderiam ser os falsos apóstolos mencionados no versículo 2. Deve-se
evitar um forte contraste entre os ensinamentos e estilo de vida quando
se fala dos nicolaítas, porque normalmente os dois caminham juntos.
Os ensinamentos de Balaão e Jezabel seguem o exemplo. Os membros
da igreja em Pérgamo são lembrados da história de Balaão (Nm 22-25)
que, depois de ter sido impedido de amaldiçoar Israel, finalmente, deu o
conselho diabólico de como vencer o povo de Deus (Nm 31:16). Uma
situação semelhante surgiu na igreja de Pérgamo (Ap 2:14). O concilio de
Jerusalém decidiu que os cristãos deveríam abster-se de coisas sacrificadas
aos ídolos e da imoralidade sexual (At 15:20). Mas a igreja em Pérgamo
se envolveu nessas práticas e expôs-se ao perigo. A imoralidade sexual
pode referir-se mais à idolatria do que aos atos sexuais.118A questão estava
relacionada ao limite para adaptar-se à cultura.119 Será que a liberdade que
temos em Cristo nos dá licença para pecar?
A esposa do rei Acabe, a princesa fenicia Jezabel, tomou-se notável
por causa de sua idolatria. Como esposa de Acabe, contribuiu para introduzir,
em Israel, a adoração a Baal. Perseguiu os profetas de Deus, entre eles,
Elias. A igreja de Tiatira é acusada por Jesus de tolerar seus inimigos, os
falsos profetas (Ap 2:20). A moderna Jezabel apoia abertamente a idolatria
e a fomicação (porneia).
As “coisas profundas de Satanás” (Ap 2:24) tem sido interpretadas
de várias maneiras.120 E possível que os seguidores de Jezabel alegassem
’17Neste caso, Judas 1:11 e 2 Pedro 2:5 também deveríam ser levados em consi-
deração.
118Apoiado por Morris, 67.
119Cf. Ronald L. Farmer, Revelation, Chalice Commentaries for Today (St. Louis:
Chalice Press, 2005), 47-48.
120Cf. Aune, Revelation 1-5 , 207; Hemer, 122.
Missão no Apocalipse | 159
130William G. Johnsson, “The Saint’s End-Time Victory over the Forces o f Evil”,
in Symposium on Revelation - BookII, Daniel & Revelation Committee Series, Volume 7,
edited by Frank B. Holbrook (Silver Spring: Biblical Research Institute General Confer-
ence o f Seventh-day Adventists, 1992), 14.
164 I Ekkehardt Mueller
usá-la num sentido cínico. Além disso, ele não diz nada sobre
o evangelho como sendo uma boa notícia aos cristãos. É run
evangelho para anunciar aos habitantes da terra... Também não
é nenhuma notícia casual ou efêmera, é um evangelho eterno,
um evangelho arraigado e alicerçado no propósito de Deus e
em Seu caráter imutável. Se o anjo carregava um evangelho
que era uma boa notícia eterna a toda nação, tribo, língua e
povo, é difícil ver como isso pode ser diferente do evangelho.134
Resultado desconhecido
Em alguns casos, ouvimos que uma mensagem foi proclamada,
mas não somos informados sobre o resultado. Por exemplo, Jesus
dirige mensagens e desafios às sete igrejas, muitas delas referindo-se ao
arrependimento, mas não nos é dito se o arrependimento ocorreu ou não.
Resultado negativo
Algumas vezes ouvimos sobre resultados negativos. Apocalipse 9:20-
21 nos diz que as sete trombetas não alcançaram a meta pretendida: trazer
arrependimento. Quando vier a adoração quase universal em Apocalipse
13, muitos terão rejeitado a mensagem dos três anjos. São retratados como
tendo sido enganados pelos poderes do mal (Ap 13:13-14), são fascinados
pela besta do mar e parecem admirá-la (Ap 13:3-4; 17:8). De acordo com
Ap 17:2, ficaram bêbados com o vinho de Babilônia. A terra inteira seguiu
a besta com admiração e a adoraram (Ap 13:3, cf. verso 8). Apesar de
todos os habitantes da Terra serem mencionados nestes versos, os santos
não estão incluídos (Ap 13:7). A frase “habitantes da terra” sempre é
utilizada de forma negativa.140 Por outro lado, o povo de Deus são “os que
habitam no céu” (Ap 13:6). Os habitantes da terra são “todos, os pequenos
e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos” que receberam
a marca da besta na mão direita ou sobre a testa (Ap 13:16). Além disso,
Resultado positivo
Não há somente resultados negativos. O Apocalipse distingue grupos
de pessoas fiéis, por exemplo, a igreja pura (Ap 12), o remanescente (Ap
2:24; 12:17), e os que deram sua vida pelo Senhor (Ap 2:13; 6:9). Há
também os que provaram a conversão.
Apesar do julgamento das trombetas não ter trazido arrependimento,
o ministério das duas testemunhas trouxe uma mudança. Pessoas
“temeram e deram glória a Deus” (Ap 11:13). Uma vez que a mesma frase
é utilizada para arrependimento (Ap 14:7; 16:9), sua reação também pode
ser compreendida como arrependimento e conversão.142
Em Apocalipse 18:4 o povo de Deus (não o remanescente) ainda é
descrito como estando em Babilônia e é convidado a sair de lá. Apesar de
o resultado não ser relatado, por causa do seu paralelismo com o retomo
parcial de Judá do exílio babilónico,143 pode-se supor que alguns do povo
de Deus deixarão a Babilônia. De qualquer forma, Apocalipse 7 retrata uma
grande multidão em pé diante do trono de Deus e servindo no santuário
celestial (Ap 7:15), o que indica que a missão de Deus foi bem-sucedida,
141Nichol, 7:822.
142Isso é discutido entre os eruditos. Para maiores considerações, ver Osbome,
433-436. Aune, Revelation 6-16, 628, opta por conversão, enquanto Beale, 603-604, e
Mounce, 223-224, parecem negá-la.
143Ver 0 chamado para deixar Babilônia em Jeremias 51:45; Is 48:20 e o êxodo
subsequente descrito em Esdras e Neemias.
Missão no Apocalipse | 169
Resumo
Resultados e implicações
144Peters, 117-118.
TRANSFORMAÇÃO DA COSMOVISÃO E MISSÃO:
NARRATIVA, TEOLOGIA E RITUAL NO APOCALIPSE
Larry L. Lichtenwalter
Andrews University e Adventist Theological Society, EUA
1)11)11111111η11111ΙΙΙΙ1η1η1ΙΙ]|||ΙΙΙΙΝΙΙΙ1ΙΙΙ)ΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙ1ΙΙΙΙΙΙΙΙΙ1Ι|]ΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙ1ΙΙΙ1ΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙ1ΙΙΙΙ|ΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙ'!ΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΝΙΙ1ΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙ
1Ver tabela em Kendell H. Easley, Revelation (ed. Max Anders; Nashville, TN:
Broadman & Holman Publishers, 1998), 101.
2Mai Couch ed. A Bible Handbook to Revelation (ed.; Grand Rapids, MI: Kregel
Publications, 2001), 134.
72 ו I Larry L. Lichtenwalter
poderosos” (6:15; 11:18; 13:16; 19:5, 18; cf. Gl 3:28; Cl 3:11). Assim, o
global, o regional, o local, as variadas funções, aposição social na sociedade,
bem como a pessoa individualmente, tudo é considerado. Todas as esferas
e todos os povos devem ouvir o evangelho eterno. Todos são chamados
a experimentar essa esperança, admoestação e poder transformador.
A imagem de nações, grupos, línguas, tribos/clãs, status sociais
e funções, implica na existência de culturas integradas que espelham,
representam e alimentam as características únicas de dada sociedade.
Compreende, também, as cosmovisões que em uma dada cultura são
similarmente espelhadas, representadas e promovidas dentro de uma
sociedade peculiar. O esboço das funções e importância social (“pequeno
e grande,” “pobre e rico,” “livre e escravo,” “reis,” “comandantes,”
“nobres,” etc.) também sugere a presença de cosmovisões discrepantes no
nível estrutural e na percepção/experiência de indivíduos na sociedade.
rebelião contra Deus. O resumo apocalíptico “de todas as nações, tribos, povos e línguas”
(5:9; 7:9; 10:11; 11:9; 13:7; 14:6; 17:15) dá outro exemplo de linguagem, referindo-se à
humanidade como um todo, em contraste com “àqueles que habitam na terra.”
5Easley, Revelation , 65; Grant R. Osborne, Revelation (ed. Moisés Silva; Grand
Rapids, MI: Baker Academic, 2002), 193. “Aqueles que habitam na terra” são os que
mataram os mártires (6:10), que rejeitaram o convite das duas testemunhas ao arrepen-
dimento (11:10), que adoraram a besta (13:8, 12), que estão enganados ao fazer uma
imagem para a besta (13:14), e que se embriagaram no vinho da prostituição (17:2). Eles
não têm os nomes escritos no livro da vida (17:8), ao contrário, eles estão sujeitos à vinda
da hora da provação (3:10; 8:13).
6G. K. Beale, The Book o f Revelation: A Commentary on the Greek Text (ed. I.
Howard Marshall and Donald A. Hagner; Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans Pub-
lishing Company, 1999), 595, 596; Stephen S. Smalley, The Revelation to John: Com-
mentary on the Greek Text o f the Apocalypse (Downers Grove, IL: InterVarsity Press,
2005), 283.
7As forças da cosmovisão da religião natural são tão poderosas que as pessoas
não abandonarão os valores imorais e práticas desumanas mesmo em face dos terríveis
julgamentos divinos. Os adoradores de ídolos formam seus deuses conforme a própria
visão da realidade, i.e., eles são “as obras das mãos deles” (9:20; cf. Is 40:18-20; 44:9-20;
66:3; Jr 10:3-8; Hab. 2:18, 19). Aqueles que constroem ídolos e confiam neles, tomam-
se como eles; não podem ver, ouvir ou caminhar moralmente. É um princípio moral.
Assemelhamo-nos aos nossos ideais. Tomamo-nos parecidos com 0 que adoramos. A
cosmovisão tal como expressa na adoração, molda o caráter e a ação. Ver G. K. Beale, We
Become What We Worship: A Biblical Theology o f Idolatry (Downers Grove: InterVarsity
Press, 2008); F. B. Meyer, Gems from the Pslams (Westchester, IL: Good N ew s Publish-
ers, 1976), 188.
8Beale, We Become What We Worship: A Biblical Theology o f Idolatry, 255.
74ו I Larry L. Lichtenwalter
palavras, a pessoa não pode separar o que ela tem do que ela é. Faz parte
da caracterização narrativa apocalíptica ou caricatura de seus atores
principais na revelação da linha histórica, enredo e ponto de vista moral e
espiritual. Para o povo da aliança (ho loipos - o remanescente de Deus),
ter “o testemunho de Jesus” aponta a este plano de vida, a cosmovisão, que
define quem eles são no mundo. O sentido da palavra echo também sugere
que o povo da aliança de Deus “guarda” o “testemunho de Jesus.” 19Isso
implica a tenacidade deles nessa cosmovisão particular sem se importar
com o encapsulamento e pressões coercivas de alguma outra cosmovisão
(14:12; 13:10; 2:10, 25; 1:9).
Assim, o Apocalipse reconhece somente dois tipos de seres humanos:
aqueles que habitam a terra e “ aqueles... que guardam o testemunho de
Jesus.” Há aqueles cuja identidade essencial está na terra, a qual eles
adoram. Há aqueles que vivem a identidade essencial com o Deus do novo
universo; o Deus em quem está a confiança fundamental deles.20 Dentro da
revelação narrativa do Apocalipse essas duas categorias de seres humanos
estão em eterna disputa uma com a outra. A cosmovisão articulada aqui
está mais relacionada com a estrutura de referência moral e espiritual que
com assuntos do cotidiano e antropológicos.
não seriam completas. Isso não degrada ou obscurece o Espírito na pessoa de Cristo ou
os toma um em essência, mas acentua 0 contexto em que a obra do Espírito é visionada
no Apocalipse.
19Ver discussão Gerhard Pfandl. “Identifying Marks o f the End-Time Remnant in
the Book o f Revelation,” in Toward A Theology o f the Remnant (ed. Angel Manuel Ro-
dríguez; Silver Spring, MD: Biblical Research Institute, 2009), 148-150.
20Beale, We Become What We Worship: A Biblical Theology o f Idolatry, 255.
78 ו I Larry L. Lichtenwaiter
21David K. Naugle, Worldview: The History o f a Concept (Grand Rapids, MI: Wil-
liam B. Eerdmans Publishing Company, 2002).
22Ibid., 104.
23Paul G. Hiebert, Transforming Worldviews: An Anthropoligical Understanding
o f How People Change (Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2008), 69.
Transformação da cosmovisão e missão | 179
24Ibid.
25As culturas não são neutras. Todas elas possuem um certo e um errado que de-
vem ser confrontados com o padrão bíblico. E ainda, cada cultura é uma forma válida
de vida para os membros, de suas expressões da realidade e devem ser observadas no
contexto onde a missão ocorre, mesmo quando Deus tem agido antes da chegada de um
missionário trazendo a mensagem do evangelho. As culturas não devem ser substituídas
ou rejeitadas, mas abraçadas, avaliadas e formatadas de acordo com os valores e verdades
bíblicas. Nenhuma cultura deveria ser vista como cultura cristã padrão ou como superior
a outras culturas. Ver: Paulo De Oliveira, “Worldview: Vital for Mission and Ministry in
the 21st Century,” Journal o f Adventist Mission Studies, 5, no. 1 (2009): 26.
180 I Larry L. Líchtenwalter
26P. Richard Choi, “A ll Things to All Men”: Paul Preaches to the World,” in A
Commentary on the Sabbath School Lesson fo r July 5-11, 2008 (Spectrummagazine.org,
2008).
27Ibid.
Transformação da cosmovisão e missão | 181
28Ver Rodriguez, The “Testimony o f Jesus” in the Writings o f Ellen G. White, 234-
235.
29Naugle, Worldview: The History o f a Concept, 4.
182 I Larry L. Lichtenwalter
30Ibid., xv ii.
Transformação da cosmovisão e missão | 183
O conceito de cosmovisão
Há uma porção de ambiguidade no fascinante conceito de
cosmovisão. Por um lado, podemos intuir o que ela é, mas, por outro, é
difícil defini-la claramente ou descrevê-la adequadamente.31 É empregada
em diversos campos, incluindo filosofia, filosofia da ciência, história,
antropologia, sociologia, ética e pensamento cristão,32 contribuindo para
essa ambiguidade enquanto cada disciplina vem à discussão com diferentes
lentes e propósitos. Afinal, todos os seres humanos veem as coisas de acordo
com sua inclinação, inclusive os cristãos. E assim, qualquer ponto de vista
de uma cosmovisão é uma cosmovisão dependente.33 Os seres humanos
são prisioneiros de sua cosmovisão. Tanto que mesmo quando se trata da
Escritura como a autoridade ou o livro do Apocalipse em particular, eles estão
expressando uma cosmovisão. Não há definição única de cosmovisão aceita
Componentes da cosmovisão
A cosmovisão manifesta-se de três formas básicas e inter-relacionadas:
através de um componente narrativo, um componente racional e um
componente ritual. Todas as cosmovisões tendem a manifestar-se nessas
formas.35
a ética; (3) pecado e “queda” da natureza humana como base espiritual/moral da realida-
de, dentro da qual o pensamento ético, a escolha e a ação são encontrados e expressados;
(4) a “cosmovisão de guerra” (Grande Conflito) como pano de fundo para a existência e a
natureza do mal, da escolha humana e da responsabilidade moral e caráter e ação divinos;
e (5) a graça divina e a redenção como fornecendo o “já e o ainda não” no âmbito da ética,
bem como o fundamento da ação moral e a vitória.
42Oliveira, “Worldview: Vital for Mission and Ministry in the 21st Century,” 27.
43Como H. Richard Niebuhr nota: “O esforço humano compele a empregar de
formas concretas, palpáveis, visíveis e audíveis o que foi discernido pela imaginação.
A harmonia e a proporção, a forma, a ordem e o ritmo; o significado e as ideias que os
homens intuíram e traçaram ao enfrentar a natureza, os eventos sociais e 0 mundo dos
sonhos. Este, pelo trabalho infinito, deveria pintar em parede ou em tela, imprimir em
papel como métodos de filosofia e ciência, contornar em pedra esculpida ou fundida em
bronze, cantar uma balada, ode ou sinfonia. Visões da ordem e da justiça, esperança da
glória, foram corporificadas com certa dificuldade em leis escritas, aos ritos dramáticos,
às estruturas de governo, aos impérios, à vida ascética”. H. Richard Niebuhr, Christ and
Culture (New York, N.Y.: Harper & Row, Publishers, 1975), 36, 37.
44Ver Malcolm Gladwell, The Tipping Point: How Little Things Can Make a Big
Difference (New York, N.Y.: Little, Brown and Company, 2002); Jon Pahl, Shopping
Malls and Other Sacred Spaces: Putting God in Place (Grand Rapids, MI: Brazos Press,
2003); Caig Detweiler and Barry Taylor, A Matrix o f Meanings: Finding God in Pop
Culture (Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2003).
188 I Larry L. Lichtenwalter
49Ibid., 267-274.
50Ibid., 274-284.
51Ibid., 284-289.
52N o Apocalipse, o pecado é visto como escravidão (1:5); dívida incalculável
(5:9); profanação moral/espiritual (7:14) e culpa e condenação (12:11). Em cada caso
0 sangue do Cordeiro é poderoso. Liberta da escravidão do pecado (1:5). Adquire-nos
para Deus, ou seja, paga a nossa dívida de pecado diante de Deus com méritos que jamais
poderiamos imaginar (5:9; 8:2-3). Limpa profundamente da sujeira moral/espiritual, para
que estejamos diante do trono de um Deus santo (7:9, 10, 14, 15). Justifica e liberta-
nos de toda condenação diante de Deus e da voz acusadora de Satanás e/ou consciência
(12:10, 11; cf. Rm 8:1, 31-34).
Transformação da cosmovisão e missão | 193
não apenas tom ou possível o livro da vida, mas o registro de cada nome
no livro. Há pouca dúvida de que a morte substitutiva de Cristo esteja
relacionada ao propósito do livro da vida. Por quê? O que isso sugere?
Enquanto que “aqueles que habitam na terra” não têm seus nomes
escritos no livro da vida do Cordeiro, o povo remanescente de Deus
mantém o testemunho de Jesus e tem o nome escrito nesse livro. Isso é
evidenciado a partir do modo como eles venceram, pelo sangue do Cordeiro
e a palavra do seu testemunho pessoal a respeito de Seu sacrifício em
favor deles (12:11). No Apocalipse, também está evidenciado o paralelo
intencional com o remanescente em 12:17, com a visão dos 144.000 diante
do Cordeiro no M onte Sião e as três mensagens angélicas focadas no
Evangelho eterno, julgamento dos perdidos na presença do Cordeiro, e os
mortos no Senhor (14:1-13).57 E aqui que a ligação entre a transformação
da cosmovisão e a conversão em Apocalipse é mais clara. Em Ap 14:1-
5, João dá outro vislumbre das pessoas referidas em 12:17. Daremos
um relato breve, com alguns detalhes, mas a narrativa global é clara.58
59A chave para a visão de João dos 144.000 (7 :1 4 )־é reconhecer o contraste entre
0 que ele ouve (7:4) e o que ele vê (7:9, 10). Em Apocalipse, João várias vezes ouve coi-
sas e então observa que o que ouve, com frequência, é radicalmente diferente do que foi
ouvido. O padrão de ouvir e ver é um elemento literário interpretativo significativo dentro
do livro: “Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, prostrei-
me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo” (22:8). João ouve a
trombeta mas vê 0 Cristo vivo (1:10-13). Ele ouve que 0 Leão da tribo de Judá venceu,
mas vê um Cordeiro morto (5:5, 6). Ele ouve a respeito da prostituta sentada sobre mui-
tas águas, mas a vê montada numa besta escarlate (17:1-5). Ele ouve sobre a noiva do
Cordeiro e vê a cidade santa (19:6-9; 21:1-5). Ele ouve que 144.000 foram selados, mas
vê uma multidão inumerável (7:4, 9-10). O que João vê interpreta o que ele ouve. O que
João ouve e vê são ângulos da mesma realidade. Mesma entidade, ângulos diferentes, di-
ferentes compreensões. Juntos, trazem a totalidade quanto ao panorama e à compreensão.
Ver Bauckham, The Theology o f the Book o f Revelation, 74; Beale, The Book o f Revela-
tion: A Commentary on the Greek Text, 424-425; Resseguie, The Revelation o f John: A
Narrative Commentary, 136-140.
98 ו I Larry L. Lichtenwalter
1:5, 6; 17:14). Há uma nova posição diante de Deus, uma nova posição
no Grande Conflito, uma nova identidade, um novo chamado, uma missão
global, a razão: a cruz do Cordeiro de Deus.
Aqueles que lavaram suas vestes e as alvejaram no sangue do
Cordeiro, estão, por essa razão lavados, “diante do trono de Deus e o
servem de dia e de noite no seu santuário” (7:15). As nações foram
reconciliadas (compradas) por Deus e tomaram-se um novo povo,
reconciliado (um reino) com o sangue do Cordeiro (5:9, 10; 1:5, 6; cf.
17:14; 12:11). O sangue do Cordeiro é a única maneira de vencer (12:11).
E alguns sacrificarão sua vida, por causa do amor do Cordeiro, que foi
morto por eles (12:11). Isso implica um a extraordinária transformação de
cosmovisão, i.e., o ajuste de valores, prioridades e a visão de si mesmo
em relação a eles. O derradeiro valor já não é a preservação da vida, mas
honrar e seguir o Cordeiro que foi morto (5:12; 14:4; 17:14).
O Cordeiro morto, ressurreto, exaltado - quem ele é, o que ele fez,
o que está fazendo, o que fará, o que pode fazer - é fundamental à tríplice
mensagem angélica, em particular Apocalipse 12-14 como um todo. No
capítulo 12, há o Cordeiro que venceu e através do seu sangue o crente
vence e já não prioriza a vida dele aqui na terra (12:7-12). No capítulo
13 há o Livro da Vida do Cordeiro morto desde a fundação do mundo
(13:8). No capítulo 14, o Cordeiro está pé em meio aos 144.000 e conduz
os remidos que comprou (14:1-5). N a mensagem dos três anjos, encontra-
se o Cordeiro presidindo pessoalmente o julgamento dos perdidos que
experimentaram a ira de Deus sem mistura, na presença do Cordeiro
(14:6-13). O Cordeiro é o centro do capítulo 12. O Cordeiro é o centro do
capítulo 13. O Cordeiro é o centro do capítulo 14.
Esse evangelho eterno centraliza-se no testemunho de Jesus e
percorre cada uma das três mensagens angélicas. A tríplice mensagem
angélica é o evangelho, não somente a primeira. É-nos dito que “A tríplice
mensagem angélica deve ser apresentada como a única esperança de
200 I Larry L. Lichtenwalter
com Jesus, cujos olhos são como chama de fogo e Seu rosto como o sol
em sua plenitude, é paradigmática, sugerindo que podemos compartilhar a
experiência existencial de João quando contemplou o eterno Cristo (1:14,
16; 2:18). Quando se observa o Cristo vivo, ressuscitado, majestoso, eles
veem o interior, veem a si mesmos. Porque o esplendor e a pureza do
Filho do Homem são irresistíveis (esmagadores). Jesus irradia luz e calor
como 0 santo Filho de Deus, que sonda mentes e corações (2:18, 23).
Sempre que vemos a Deus, vemos algo sobre nós mesmos. Sempre que
Deus revela a Si mesmo, revela algo de nós mesmos. A resposta de João
espelha esta cosmovisão interna, do coração (cf. Dn 10:9-16; Is 6:1-5; Ez
1:26-2:1; 3:22-23; At 9:4). João também experimenta o extraordinário
toque de Cristo, que o coloca de pé e o envia ao mundo para declarar o
que viu e sentiu (1:17-19; cf. Ez 2:1-3; 3:24; Is 6:6, 7). Essa visão do eu
em relação a Cristo está conectada com a estrutura central do Apocalipse e
com a missão transformadora no mundo.
O Apocalipse afirma como a doação e sacrifício de Cristo têm
poder moral para derrubar barreiras existentes entre Deus e o homem e
entre os seres humanos uns com os outros. A morte de Cristo derrubou o
muro hostil que separava os povos. Possibilita um reino completamente
novo, composto de pessoas de todos os grupos (5:9-10). Em Cristo, nos
tomamos um povo: um novo povo (1:5, 6; 5:9-10; c f E f 2:14-18). Essa é
uma transformação da cosmovisão tanto nos indivíduos como nas camadas
sociais dos vários grupos.
A imagem de João sendo comissionado a escrever, ou dos 144.000
conectados às três mensagens angélicas, indica a realidade de que aqueles
que proclamam o evangelho eterno devem, por si mesmos, viver essa
esperança, desfrutar desse poder salvador e ser transformados (1:19; 14:1-
5). E a perseverança dos santos em meio ao mundo turbulento que lhes
concede santo poder e evidencia o poder transformador (14:12, 13; 11:11-
13).
Transformação da cosmovisão e missão | 203
65Ver Rodriguez, The “Testimony o f Jesus” in the Writings o f Ellen G. White, 234־
235.
66Hollinger, Choosing The Good: Christian Ethics in a Complex World, 6 3 6 4 ;־
Naugle, Worldview: The History o f a Concept, 2 9 1 3 3 0 ־. Naugle sublinha componentes
semióticos, narrativos, racionais, hermenêuticos e epistemológicos ou funções das cos-
movisões.
204 I Larry L. Lichtenwalter
iiiiiimiiiiiiiiimiiiiiimiimmmiimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimiiiimimiNiiiiiiiiiii
Introducción
A: w . 1-5
C: w . 14-20
Diagrama Nro. 01
A: 11:19: El arca del pacto: Escena del Santuario (con los mandamientos)
5William Shea, “The Controversy Over the Commandments In the Central Chiasm
o f Revelation”, JATS 11, no. 1, 2 (2000): 216.
210 I Oscar Mendoza Orbegoso
A ': 15:5-8: El templo del arca del testimonio: La escena del santuario (con
los mandamientos)
7C. Leslie Miller, Todo acerca de los ángeles, trad. Samuel Vila (Terrassa: Clie,
1974), 67, 70.
8William Johnsson, “The Saints End-Time Victory Over the Forces o f Evil”, en
Symposium on Revelation: Introductory and Exegetical Studies-libro 2, Frank Elolbrook
ed. (Silver Spring: Review and Herald Publishing Association, 1992), 7: 33, de aquí en
adelante SR.
9William Shea, “The Mighty Angel and His Message”, SR, 6: 321. El Comentario
Bíblico Adventista también declara “Esta visión es simbólica. El ángel representa a los
santos de Dios ocupados en la tarea de proclamar el Evangelio...”, Francis Nichol, ed.,
Comentario bíblico adventista, trads. Víctor Ampuero y Nancy Vymeister (Buenos Aires:
Asociación Casa Editora Sudamericana, 1996), 7: 841.
212 I Oscar Mendoza Orbegoso
10Es genérico, puesto que este tiempo tiene muchas fases o momentos, tales como:
(1) Momento de preparación para la crisis final (1844 d.C. - surgimiento de la marca de
la bestia y su imagen), (2) La Crisis final ([a] Surgimiento de la marca y la imagen de la
bestia - fin del tiempo de gracia; [b] Fin del tiempo de gracia - II venida), (3) II Venida,
(4) El milenio, (5) III venida y el Juicio Final, y (6) La vida eterna. Al observar estos
eventos, es posible que la proclamación del mensaje de los tres ángeles será predicado
desde 1844, y con mayor fuerza en la crisis final.
El mensaje dei remanente en el tiempo del fin | 213
inició a predicar desde aquel año.11 Por lo tanto, es aceptable creer que la
predicación del MTA se inició en esta fecha.12
11Jacques Doukhan hace un interesante paralelismo entre Apocalipsis 14: 6-12 con
la escena del Juicio de Daniel 7, concluyendo que “El paralelismo entre los dos pasajes
sugiere que el mensaje de los tres ángeles corresponde, en Daniel 7, al tiempo del juicio
(Dan 7: 9-12), o Kippur (Dan 8: 14)”, Jacques Doukhan, Secretos de Apocalipsis: El
Apocalipsis visto a través de los ojos hebreos, trad. Claudia Blath (Buenos Aires: Asoci-
ación Casa Editora Sudamericana, 2008), 134.
12No obstante, según Apocalipsis 18:1-5 (unido con Ap 14: 6-12), habrá un fuerte
clamor más adelante, llamado “lluvia tardía/fuerte pregón”, cuyo mensaje tendrá como
eje el MTA. Esta proclamación, como declara Rode “llegaría hacer un llamado poderoso
de la obra del Espíritu Santo que iluminaría la tierra con su gloria (Ap 18: 1)”, Daniel
Rode, “Missão às Etnias N o “Ultimo Tempo””, O Futuro: A visao adventista dos últi-
mos acontecimentos, Artigos teológicos apresentados no V Simposio Bíblico-Teológico
Sul-Americano em homenagem a Hans K. LaRondelle, ed. por Alberto Timm et.al. (Sao
Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2004), 350-1, de aquí en adelante OF.
214 I Oscar Mendoza Orbegoso
Diagrama Nro. 02
13Ekkerhardt Müeller, “The 144.000 and the Great Multitude”, Adventist Biblical
Research, http://www.adventistbiblicalresearch.org/documents/144,000greatmultitude.
htm (consultado: 16 de Abril, 2008).
El mensaje del remanente en el tiempo del fin | 215
La justificación por la fe
Para poder entender el euangelion eterno, es necesario saber qué
significa evangelio a lo largo de las Escrituras.
Evangelio viene del término griego euangelion que literalmente
significa “buenas nuevas”, que en un contexto bíblico mesiánico, son
“buenas nuevas de salvación por parte del M esías” . En la literatura griega,
euangelion se refería tanto a la muerte del enemigo como al arribo del
18Herbert Douglas, para saber en qué consiste el evangelio eterno, formula tres
preguntas claves relacionadas al ministerio terrenal de Cristo con el fin de encontrar re-
spuesta. Estas son: ¿Por qué murió Jesús?; ¿Por qué vino Jesús?; ¿Cuál es el objetivo
del evangelio? Para un mayor estudio, ver Herbet Douglas, “What Is the ‘Everlasting
Gospel?’”, JATS 12, no. 2 (2001): 145-51.
218 I Oscar Mendoza Orbegoso
Para la liturgia judía del s. XIV del Unetanneh Tokef, el temor era
parte de la actitud tanto de los ángeles como del pueblo:
19Traducción del autor del Libro de Oraciones, Mahzor minroch hachana weyom
hakippurim, primera parte, 31, citado en Jacques B. Doukhan, Secretos de Daniel: Sa-
biduría y sueños de un príncipe hebreo en el exilio, trad. Claudia Blath (Buenos Aires:
Asociación Casa Editora Sudamericana, 2007), 133.
El mensaje del remanente en el tiempo del fin | 219
20Citado en Clifford Goldstein, “Que tu nombre esté sellado”, Como fuego en mis
huesos, trad. Adriana Itin (Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2001),
22.
220 I Oscar Mendoza Orbegoso
21Vine, W.E., Vine diccionario expositivo de palabras del Antiguo y del Nuevo
Testamento exhaustivo (Nashville: Caribe) 2000, cl999.
22Para un estudio sobre la Adoración en Apocalipsis, ver Raymond Holmes, “La
adoración en el libro de Apocalipsis”, Theo 15, nro. 1 (2000): 14; Carlos Mora, “Un mod-
elo de adoración según Apocalipsis 19”, Theo 19, nro. 2 (2004): 165.
El mensaje del remanente en el tiempo del fin | 221
El juicio pre-advenimiento
Otra de las verdades bíblicas que es proclamado por el primer ángel
es el juicio. Este juicio, como se mencionó antes, es el mismo de Daniel
7:9-11 (cf. Dn 8:14). Como declara Jackes D oukhan“Por lo tanto, parece
que el texto de Daniel 7 está más en la mente del autor que cualquier otro
texto de Apocalipsis 14” .25No sólo eso, el contexto tanto de Apocalipsis 14
(con su unidad más cercana que son los capítulos 12 al 14) como de Daniel
7, es prácticamente el mismo.26 Observemos el siguiente Diagrama:27
Daniel 7 Apocalipsis 12 al 14
La venida del Hijo del Hombre La venida del Hijo del Hombre
(vv.13, 14). (14:14).
Diagrama Nro. 03
26Beale ha sugerido Daniel 4 como paralelo de Apocalipsis 14: 6-8 por la variedad
de elementos semejantes encontrados en ambos pasajes (G.K. Beale, The New Interna-
tional Greek Testament Commentary NIGTC: The Book o f Revelation [Grand Rapids,
MI: Eerdmans Publishing Company, 1999], 750-4). No obstante, creemos que Daniel 7
es más explícito y aceptable puesto que no sólo se encuentran elementos parecidos a los
de Apocalipsis 14 sino que el contexto escatológico también es el mismo, algo que en
Daniel 4, no ocurre.
27Ver también Jackes Doukhan, Secretos de Apocalipsis, 134.
El mensaje del remanente en el tiempo del fin | 223
Texto D eclaración
Diagrama Nro. 04
Daniel 7 Daniel 8
León alado
Oso Camero
Bestia espantosa
Diagrama Nro. 05
El mensaje del remanente en el tiempo del fin | 225
El creacionismo
En un mundo donde el centro del universo y del conocimiento es
el hombre, y en algunas religiones la naturaleza, el remanente proclama
“Adorad al Creador” (Ap 14:7). Este mensaje reconoce a Dios como el eje
y originador de las cosas (ver también Gn 1:1). Alguien de quien depende
el inicio de la vida y su sustento (Heb 1:3). Como Creador que es, la honra
y la gloria son solamente para Él. Esto implica que ni el hombre ni la
naturaleza deben de autoproclamarse el centro del universo, ni mucho
menos auto adorarse o dejarse adorar, o ser instrumento de adoración (Is
40:25, 26; 45:18). El mensaje del primer ángel invita a adorar al Creador,
no a la creación. Como declara Carballosa:
Pensamos que en este mensaje, sólo hay una verdad bíblica que debe
de ser proclamada: La caída de Babilonia. Esta caída implica el juicio
condenatorio de este sistema político religioso, y la advertencia a salir de
ella (cf. 18:4).
La caída de Babilonia
Este juicio contra la “Gran Babilonia”38 es tomado de Isaías 21:9 y
Jeremías 51:7. En ambas citas se la juzga por su idolatría y por ser perversa
con otras naciones.
Babilonia siempre ha sido enemiga de Dios y de su pueblo/iglesia.
Fue ella la que lo llevó cautivo a Israel y profanó el santo templo de Dios,
tomando los vasos de oro (Dn 1:2). Por causa de ella, muchos reinos de
su época fueron influenciados y contaminados con su idolatría. Por estas
razones, es que Dios emite un juicio contra ella.
En Apocalipsis 14:8 aparece nuevamente Babilonia. Siendo que es
un contexto escatológico y a la vez lleno de figuras, y hoy al no existir
el imperio babilónico, obviamente “Babilonia la grande” es un sistema
simbólico. Pero, a pesar de su simbolismo, hay una semejanza entre
Babilonia Antigua, y Babilonia la grande.39
En el caso del juicio tanto a Babilonia Antigua y la apocalíptica,
ambas reciben un juicio emitido: “Ha caído, ha caído Babilonia”. ¿Por
qué su caída? ¿En qué consistió/te dicho juicio? En primer lugar, este
juicio tiene como objetivo determinar que Babilonia está condenada. A
pesar que ella aun siga existiendo, puesto que reaparece en Apocalipsis
18:4, ella ya obtuvo la condena eterna. En segundo lugar, su caída va de la
mano con su idolatría y blasfemia. En el aspecto religioso y moral. Por lo
registrado, Babilonia llegó al colmo con su inmoralidad. A tal punto de ser
representada a través de una prostituta (Ap 17:l-5).40
38La expresión “Gran Babilonia”, probablemente tiene como base al nombre de la
ciudad expresado en Daniel 4: 30. En este capítulo se observa a Nabucodonosor glori-
ficándose a sí mismo puesto que, según este rey, fue él el responsable de aquella grandeza.
Como resultado de aquella auto glorificación, el reino se le fue quitado (v. 31), ver G.K.
Beale and Sean M. McDonough, Commentary on the New Testament Use o f the Old Tes-
tament, G. K. Beale and D.A. Carson eds. (Grand Rapids, MI: Baker Academia, 2007),
1132.
39Por un lado, Babilonia antigua persiguió al pueblo de Dios, fue idólatra y blase-
femó contra Dios, por otro, Babilonia escatológica “bebe la sangre de los santos” (Ap 17:
4), embriaga a las naciones (14: 8), y tiene “nombres blasfemos” (17: 3).
40Han LaRondelle, en base a un estudio del AT, cree que Babilonia la Grande es
una iglesia que cayó en apostasia producto de su inmoralidad y en el rompimiento de su
232 I Oscar Mendoza Orbegoso
pacto con Dios. Al caer en apostasia, esta iglesia en varias oportunidades es comparada
con una prostituta (algo similar ocurrió con Israel en el AT cuando, al caer en apostasia,
fue comparada con una ramera, ver Ez 16 y 21). Ver Hans LaRondelle, “Babilón: Anti-
Christian Empire”, SR, 7: 1 5 7 6 3 ־.
41Joel Musvosvi recalca lo siguiente: “Al considerar la naturaleza de la Babi-
lonia mística o espiritual, debemos recordar que simboliza el sistema de creencias de las
entidades que la caracterizan, no a sus miembros individuales. Los miembros de estos
sistemas están invitados a elegir entre los sistemas falsos de creencias de Babilonia y
el verdadero sistema descrito en la Biblia. N o es correcto decir que los miembros de las
organizaciones a las que pertenecen incluyen Babilonia”, Joel Musvosvi, “El mensaje del
primer ángel”, en Lecciones de Escuela Sabática (Buenos Aires: Asociación Casa Editora
Sudamericana, Julio-Septiembre del 2001), 77.
42George Eldon Ladd, A Commentary on the Revelation o f John (Grand Rapids,
MI: William B. Eerdmans, 1972), 194.
43Hans LaRondelle, “El remanente y el mensaje de los tres ángeles”, Teología:
Fundamentos bíblicos de nuestra fe, Raoul Dederen, ed., trad. David Gullón (Doral, Fl:
Asociación Publicadora Interamericana, 2008), 8: 214.
El mensaje del remanente en el tiempo del fin | 233
La marca de la bestia
Marca viene del término gr. xaragma y es usado una sola vez en
Hechos (17: 29) y tiene relación con la idolatría. El resto de veces aparece
en Apocalipsis y se refieren a la marca de la bestia (13:16, 17; 14:9, 11;
19:20).
La marca de la bestia en Apocalipsis, siempre va acompañada de “la
adoración a la imagen”; y su contexto, está en un contexto escatológico de
adoración mundial. Esto hace concluir que la marca tiene relación con la
adoración.44
Se ha analizado anteriormente que, adoración guarda relación con
el cumplimiento de la ley. Que cuando uno desea adorar a Dios con su
vida, lo hace guardando sus mandamientos. Siendo de esta manera, si
adoración tiene que ver con obediencia a los diez mandamientos, y la
marca de la bestia está en un contexto de adoración, es probable que la
44Para un estudio más detallado, ver Carlos Olivares, “Elementos para descifrar el
666: Una propuesta”, DavarLogos 8.1 (2009): 31-58.
234 I Oscar Mendoza Orbegoso
marca de la bestia tenga mucho que ver, con los mandamientos de Dios.45
Especialmente con los cuatro primeros.
Al relacionar la marca de la bestia con los mandamientos, se puede
notar el empeño de Satanás y sus representantes de abolir totalmente la ley
de Dios. Y esto es registrado en Apocalipsis 12:17, donde el dragón no sólo
hace guerra contra el remanente, sino también, contra los mandamientos
de Dios. Esta batalla, es ampliada en el capítulo 13, especialmente en el
contexto de la adoración mundial (13:14-18).
Anthony MacPherson hace un estudio sobre, la marca de la bestia
en relación a los mandamientos de Dios. Él concluye que, existe relación
entre los mandamientos de Dios y “las señales” en el AT. Al parecer,
los mandamientos son considerados como “señales”. Por ejemplo, la
circuncisión (Gn 17:11), la marca en la frente o en el brazo (Ex 13:9,
16) y el sábado (Ex 31:13, 17; Ez 20:12, 20). Dichos mandamientos, en
base a Génesis y Éxodo, se caracterizaban por: (1) ser recordados: los
mandamientos y el evento de la liberación del Éxodo; (2) identificaba
señales de una especial relación entre Dios y su pueblo.46
Esta marca es colocada en la frente o en la mano derecha (13:16).
Enrique Treyer, al estudiar los términos sobre la mano y sobre la frente en
el AT, concluye:
45Una relación similar es analizada por Mervyn Maxwell en “The Mark o f the
Beast”, SR, 7: 55.
46Anthony MacPherson, 277.
47Enrique Treyer, “Fuego del cielo y marca de la bestia: Un estudio exegético de
Apocalipsis 13:11-18” Theo 12, no. 2 (1999): 96.
El mensaje del remanente en el tiempo del fin | 235
tanto a Dios como al prójimo; (3) al ser obedecidos reflejan los frutos
de la fe; (4) es una de las características que identifican al Remanente
(el Remanente del tiempo del fin, tendrá los diez mandamientos como
estandarte); y (5) guarda relación con el sello de Dios. En otras palabras,
sólo aquellos que observen la ley divina, serán los que recibirán el sello
de Dios.
Al cumplir estas funciones, el remanente predica y testifica, a través
de sus actos, el verdadero significado de la ley: El amor (Ro 13:8-10).
Al guardarlos, ellos están reflejando el carácter de Dios y glorificando Su
nombre a todas las naciones. Están dando una correcta adoración a Dios y
no a las bestias. Y son ellos los únicos que poseen el sello de Dios, el cual
les garantiza la vida eterna.
Fe en el Espíritu de Profecía
Para poder comprender esta verdad, hay que relacionar Apocalipsis
14:12 con 12:17 y 19:10. Al hacer esta relación, nos podemos dar cuenta
que los tres guardan semejanza.
(1) Por un lado, en el 12:17 el remanente tiene el testimonio de48
Jesús, por otro, en el 14:12, los santos guardan la fe de Jesús.
(2) Al hacer el paralelismo entre ambos textos, se puede notar que
testimonio va paralelo confe. Esta relación, más que enfatizar características
distintas del remanente, indican la fe del remanente, en el testimonio.49
(3) Este Testimonio es paralelo con los profetas del cap. 19:10. Lo
cual indica que el testimonio de Jesucristo es el Espíritu de profecía.
El santuario
Aunque esta verdad no está explícitamente en el MTA, creemos
que, en base al contexto de Apocalipsis 12 al 14, el Santuario Celestial (o
Tabemáculo/Templo [Cf. Ap 15: 8]) , es el marco de referencia de estos
capítulos. Por lo tanto, todas las verdades proclamadas por los tres ángeles,
giran en tomo a este lugar celestial.
Dicha relación ha venido desde los días de Moisés. Desde aquella
época guardaba relación el santuario y las verdades que Dios deseaba que,
su pueblo y el mundo conociesen. Damos cuatro ejemplos:
El santuario y el evangelio. Por medio de la sangre de los animales,
Dios expiaba a su pueblo (Lv 16:16). Aquella expiación tenía como
objetivo el perdón y la purificación de los pecados con el fin de salvar al
ser humano, quien por fe, se acercaba para poder recibir oportuno socorro.
A través de este acto, el judío era partícipe de la verdad del evangelio.
Como declara Goldstein: “El evangelio fue predicado al pueblo de Israel
mediante el servicio del santuario: una representación gráfica de todo el
plan de salvación”.52
Conclusiones
Mario Veloso
Califórnia, EUA
...................................................................... mm.........
1Juan 16:33.
2Juan 15:18,19
244 I Mario Veloso
¿Por qué estaba Pablo tan dispuesto a ese sufrimiento por la iglesia?
Porque la iglesia es el cuerpo de Cristo y él estaba identificado con Cristo
hasta el punto de entregarlo todo por él. Todo su bienestar, toda su persona,
toda su dedicación, todos sus sufrimientos. Como él era todo de Cristo
también todo su ser era propiedad de la iglesia. Una pasión blanca superior,
más intensa, más poderosa, que todas las pasiones negras, propias del
corazón humano integrado al mundo con sus corrupciones.
¿Espera Cristo esa clase de dedicación a la iglesia que va hasta el
sufrimiento por ella? Es claro que sí. La obediencia misionera a Cristo,
implica entrega total. A él como cabeza de la iglesia y a la iglesia como su
cuerpo. ¿Existe alguna igualdad entre el servicio a Cristo y el servicio a la
iglesia, si entre ellos existe una unidad semejante a la unidad del cuerpo
con la cabeza? La respuesta es tan obviamente positiva que Pablo estaba
dispuesto a sufrir las mismas aflicciones por Cristo y por la iglesia. En
cada acto misionero, incluyendo la disposición total al sacrificio, Pablo,
y con él cada cristiano, se identifica con Cristo y con la iglesia. Cuanto
mayor la dedicación misionera, más real la identificación con la iglesia y
con Cristo.
En la carta a los filipenses dice:
4I Pedro 2:9-10
246 I Mario Veloso
santos, me fue dada esta gracia de anunciar entre los gentiles el evangelio
de las insondables riquezas de Cristo.”5
Sin embargo, no sea que, se mal entendiera su declaración y alguien
redujera su ministerio sólo a los gentiles, agregó: “Y de aclarar a todos
cuál sea el plan del misterio escondido.”6
Está claro entonces, el ministerio, de Pablo y de cualquier otro
ministro, es un servicio a la iglesia universal. Servicio ejecutado por un
siervo. Pablo y todos los ministros son siervos de la iglesia. No se trata de
una función jerárquica. El ministro no es una especie de príncipe a quien
todos deban rendir pleitesía. Es un siervo coordinador de las actividades
relacionadas con la atención pastoral y con la misión de la iglesia. Con
todo no es una función sin importancia.
Es siervo de la iglesia. Eso mismo lo coloca en una especial
relación con Cristo, cabeza de la iglesia. Quien manda en la iglesia es la
cabeza: Cristo. ¿Cómo? Por medio del Espíritu Santo y por medio de la
revelación de su voluntad escrita en las Sagradas Escrituras. El ministro y
todo dirigente de la iglesia, por su condición de siervos, deben someterse
enteramente a la voluntad de Cristo. No deben hacer nada en contradicción
con la Escritura. Deben actuar en armonía con la administración de Dios.
5Efesios 3:8
6Efesios 3:9a
7Oikonomia: es la administración de Dios, por eso Pablo también llama adminis-
tración a su ministerio. (1 Co. 9:17; Ef. 3:2-9)
La misión como vínculo real del creyente con Cristo y con la Iglesia | 247
Como tal debe ejecutar la voluntad de Dios siempre. Por eso es una tarea
muy delicada cuya características principales deben ser fineza, fidelidad,
eficiencia y espiritualidad.
¿Qué incluye la administración de Dios en relación con la iglesia?
Los tiempos, la gracia y el evangelio. Jamás deja nada al azar ni a la deriva.
La administración de los tiempos. En el comienzo de la carta a
los efesios, Pablo define la iglesia como cuerpo de Cristo.8 Para llegar a
esa definición enumera una serie de elementos, relacionados con Cristo
y con Dios, como antecedentes de la iglesia. Sin ellos aparecería como
suspendida de la nada. Con ellos, tiene un fundamento muy seguro en
Dios y en Cristo. Entre los integrantes de ese fundamento, menciona la
administración de Dios. En este caso como administración del tiempo.
Pablo dice que Dios, en Cristo, nos bendijo, como miembros de su
iglesia; nos escogió, nos predestinó para ser sus hijos, nos hizo aceptos, nos
redimió y nos dio a conocer el misterio de su voluntad. ¿En qué consistía
ese misterio? “Reunir todas las cosas, del cielo y de la tierra, en Cristo,
para el cumplimiento de su administración del tiempo.”910
Es Dios quien administra el tiempo estableciendo momentos
específicos cuando deberían ocurrir ciertos acontecimientos importantes
vinculados con el plan de la salvación. Son tiempos cristológicos: apuntan
hacia Cristo y él les da sentido. Desde ese punto de vista, también señaló
Dios, el tiempo apropiado para la iglesia, porque dentro del tiempo de
Cristo la incluía. “Cuando vino el cumplimiento del tiempo [dice Pablo]
Dios envió a su Híjo.”]0
Vino su Hijo, sin perder su naturaleza divina, sin perder ninguno
de sus poderes, ni nada de su posición superior a todas las autoridades
existentes en este siglo, o en el siglo venidero, incluyendo la iglesia de la
cual es la cabeza. El y la iglesia vinieron en el tiempo apropiado, según la
administración del tiempo, realizada por Dios.
8Efesios 1:22,23
9Idem o ibid Oikonomia, Efesios 1:10
10Gálatas 4:4.
248 I Mario Veloso
Dios que no miente prometió esta vida desde antes del principio
de los siglos y a su debido tiempo manifestó su palabra por
medio de la predicación.11
11Tito 1:2.
12Efesios 3:2.
13Efesios 2:8
La misión como vínculo real del creyente con Cristo y con la Iglesia | 249
15Romanos 16:25-27
La misión como vínculo real del creyente con Cristo y con la Iglesia | 251
16Efesios 3:2-7
17Efesios 3:8-12
252 I M ario Veloso
Todas las veces hay alguna referenda a los siglos de los siglos
pasados, en los cuales el misterio de Dios, el evangelio, estuvo oculto,
contrastados con el ahora de su revelación.
Ahora. ¿Cuándo es este ahora?
1. Ahora es el tiempo: cuando los profetas ejercieron su ministerio.
“Se ha manifestado ahora, dice Pablo, y que por las Escrituras de los
profetas, según el mandamiento del Dios eterno, se ha dado a conocer.” 18
2. Ahora es revelado: cuando los apóstoles ejercieron su ministerio.
“Como ahora es revelado a sus santos apóstoles y profetas por el Espíritu.” 19
3. Ahora es dado a conocer: El tiempo cuando la iglesia ejerce su
ministerio. “Para que la multiforme sabiduría de Dios sea ahora dada a
conocer por medio de la iglesia.”20
4. Ahora es manifestado: Cuando sus santos ejercen su ministerio.
“Ahora ha sido manifestado a sus santos” (Col. 2:26).
¿Cuándo es ahora? No es un punto en el tiempo, ni un presente
incrustado en el intersticio temporal entre el pasado y el futuro. Es un
proceso que va desde el anuncio del plan de salvación (Gn. 3:15) y su
conclusión con el hecho central y determinante de la cruz. Conclusión que
ocurre con el acto final de Cristo en la historia de la salvación, la parusía.
Lo que venga después, es sólo un proceso de juicio y restauración de todo
lo que el inventor del pecado, con su invento nefasto, destruyó.
El misterio estuvo oculto y fue revelado por medio de la predicación
del evangelio. También tiene su gloria.
todos tenemos muchas cosas por las cuales merecemos ser reprendidos.
Pero nosotros preferimos instruir. Transmitir el conocimiento de la verdad
sobre Cristo y la verdad acerca de su enseñanza completa, incluyendo la
verdadera manera de vivir que él nos enseñó.
Como él preferimos enseñar. Colocar la verdad en la mente de las
personas. No como una imposición forzada, sino como lo hace un maestro
pedagogo: Con toda ternura y cuidado. Con toda dedicación y afecto. Con
eficiencia y bondad.
Nuestro interés, al instruir y enseñar abarca todas las personas y
lo incluye todo. No queremos dejar a nadie fuera del conocimiento, ni
deseamos retener ningún conocimiento fuera de todas ellas. La verdad entera
para cada uno, sin faltar ninguno. No somos como esos falsos maestros,
herejes en realidad, que han llegado a vuestra ciudad, proclamando poseer
un tipo de conocimiento superior, reservado sólo para ciertos iniciados.
Pretenden ser gente especial, privilegiada delante de Dios a quienes él les
otorga un saber inaccesible para el pueblo común. Para ese pueblo, sólo
un conocimiento parcial. Sólo ciertas verdades, incompletas. Pero ellos,
maestros privilegiados, lo saben todo. Los demás, en el cristianismo,
incluyendo a los apóstoles y otros dirigentes, miembros del grupo común,
sólo comuneros del saber, no saben, dicen, a menos que lo aprenda de
nosotros.
¡Cuánto daño existe en esa clase de enseñanza! Desde el punto
de partida incorporan divisiones en la comunidad religiosa. Odiosas
divisiones en grupos: unos privilegiados, otros comunes. Además dividen
el saber. No es un todo homogéneo, compacto, con muchas verdades de
brillo compartido, como un diamante, único, con el mismo brillo en todas
sus caras. Cada cara compactada en el mismo diamante. Cada verdad una
expresión verdadera de la única verdad, una cara brillante de la única
verdad, un ángulo visible de la única verdad; porque no existe más que
una verdad: Cristo Jesús nuestro Dios, nuestro Redentor, nuestro Salvador,
nuestro Reconciliador, nuestro Revelador y nuestro Rey eterno, de quien
256 I M ario Veloso
22Juan 14:6
23Efesios 1:7,8
La misión como vínculo real del creyente con Cristo y con la Iglesia | 257
24Filipenses 3:12
258 I M ario Veloso
25Romanos 3:10
26Romanos 5:1
27Filipenses 3:15
La misión como vínculo real del creyente con Cristo y con la Iglesia | 259
Ahí está el objetivo del evangelio: Que viva toda la plenitud en Cristo
ahora y en Cristo, al final, entre en la plenitud de la vida eterna.
Luego Pablo confirma: trabaja para lograr la perfección, la plenitud
de la personalidad humana original, la que Dios le dio en la creación. Y,
en este trabajo grandioso, humano y divino, no está solo. Dios está con él
como está también con todos los creyentes ocupados en la misma tarea.
“Para esto [agrega] también trabajo, luchando según la fuerza de él, la cual
actúa poderosamente en mí” (Col. 1:29).
Dios presente, con el creyente, en el trabajo del evangelio. Activo en
la misión. Su acción consiste en empoderar a los creyentes con toda la fuerza
necesaria, su poder, para lograr los objetivos redentores, restauradores y
salvadores para beneficiar, así, a los humanos perdidos, conduciéndolos a
la plenitud con que los creó al comienzo.
28Filipenses 3:13
29Filipenses 3:21
260 I Mario Veloso
Quiero pues [dice] que sepan cuán grande lucha sostengo por
ustedes, por los que están en Laodicea y por todos los que
nunca han visto mi rostro” (Col. 2:1).
30Éxodo 20:17
262 I M ario Veloso
que hizo el ángel rebelde cuando “arrastró la tercera parte” de los ángeles,
fuera del cielo, con él. Pero los herejes, por el momento, sólo eran un
peligro. Aún no había bajas en esa lucha.
El consuelo de Pablo era de otro orden. Estaba más cerca de animar
que de consolar. Tenía un elemento fortalecedor. Como ocurre cuando
el entrenador anima a los deportistas, sus dirigidos, para que ganen
la competencia. Pablo animaba a los colosenses a seguir con Cristo de
acuerdo al evangelio, no aceptando las denigrantes herejías de los falsos
maestros.
2. Unir. Este objetivo de Pablo, muy apropiado en un momento
cuando la herejía podía dividirlos en grupos de creencias antagónicas,
tiene una base y dos sub-objetivos encadenados.
La base es el amor.
“Para que, unidos en amor. . -les dice-.
El amor será siempre la base principal de la unidad. Es difícil unir
personas cuando están separadas por el odio. Sólo existe una manera:
reemplazar el odio por amor. Reconciliarlas. Obra imposible para los seres
humanos solos. Sólo posible para Cristo. Los colosenses vivían en Cristo,
pero los herejes trataban de destruir la fe de ellos en él, describiendo a
Cristo de manera contraria al Cristo del evangelio. Pablo sabía que el amor
de Cristo podía mantenerlos unidos y por ahí avanzó en su enseñanza.
Luego explica los dos sub-objetivos de la unidad, encadenados entre
5í: Pleno entendimiento y conocimiento del misterio.
Pleno entendimiento. Pablo desea la unidad en amor con este
objetivo:
- Para que alcancen todas las riquezas de pleno entendimiento (Col.
2:2c).
Normalmente la riqueza deseada por el ser humano es material,
dinero, mucho dinero. En lo posible, fácil, rápido, y de preferencia sin
trabajo. Por eso, las personas cometen tantas atrocidades morales para
obtenerlo. Por eso, destruyen tantas otras personas, en su camino, para
264 I M ario Veloso
Marcos de Benedicto
Casa Publicadora Brasileira, Brasil
não há eleição sem uma comissão” (40). Veja ainda Walter C. Kaiser Jr., Mission in the
Old Testament: Israel as a Light to the Nations (Grand Rapids: Baker, 2000); Ferris L.
McDaniel, “Mission in the Old Testament”, em Mission in the New Testament: An Evan-
gelical Approach, ed. William J. Larkin Jr. e Joel F. Williams (Maryknoll: Orbis, 1998),
12-13; Bryant Hicks, “Old Testament Foundations for Mission”, em Missiology: An In-
troduction to the Foundations, History, and Strategies o f the World Mission, ed. John
Mark Terry, Ebbie Smith e Justice Anderson (Nashville: Broadman & Holman, 1998),
53-62. No Antigo Testamento, Deus “exclui” (separa) seu povo do mundo para incluir o
mundo em seu plano. Deus particulariza para generalizar, localiza para globalizar, aben-
çoa para abençoar. Em outras palavras, no contexto da aliança, a missão é para alguns,
mas a salvação é para todos.
3Os teólogos debatem se o testemunho de Israel era apenas passivo ou também
ativo. Podemos dizer que a missão no Antigo Testamento era centrípeta (que atrai para o
centro), enquanto no Novo Testamento é centrífuga (que sai do centro). Mas isso é uma
questão de estratégia básica. A essência da missão não muda. Deus é soberano para utili-
zar todos os métodos e meios missionários disponíveis.
4David J. Bosch, Transforming Mission: Paradigm Shifts in Theology o f Mission
(Maryknoll: Orbis, 1991 [reimpresso em 2008]), 19.
5Na história da missão cristã, afirma Petros Vassiliadis, houve uma transição da
missio christianorum para a missio ecclesiae e, com o reconhecimento de que o sujeito
da missão não é a igreja, mas Deus, houve um movimento da missio ecclesiae para a mis-
sio Dei, que, por um período, acabou se limitando no Ocidente a Cristo {missio Christi)
(“Reconciliation as a Pneumatological Mission Paradigm: Some Preliminary Reflections
by and Orthodox”, International Review o f Mission 94 [2005]: 36).
O Espírito da missão | 269
6Irineu, Contra as Heresias, IV.20.1. Irineu aplica essa metáfora à criação, para
afirmar que Deus dependeu apenas de si mesmo para criar.
7Os agentes angélicos e humanos são muito importantes na missão, mas sua tarefa
deriva da missão do Filho e do Espírito. Falando da missão da igreja em seu livro The
Church in the Power o f the Spirit: A Contribution to Messianic Ecclesiology (Nova York:
Harper and Row, 1977), 64, Jürgen Moltmann sublinha: “Não é a igreja que tem uma
missão de salvação para cumprir no mundo; é a missão do Filho e do Espírito por meio
do Pai [ou, eu diría, é a missão do Pai por meio do Filho e do Espírito] que inclui a igreja,
criando a igreja à medida que ela segue seu caminho.”
8Aqui não é 0 lugar para discutir 0 assunto da identidade do Espírito. Mas, para
efeito deste artigo, podemos dizer que o Espírito é a presença pessoal de Deus no Uni-
verso, possibilitando a efetividade divina em todas as partes do cosmos de forma inteli-
gente, sem depender das criaturas. Como agente divino pessoal, ele representa a liberdade
e o poder que Deus tem de ser transcendente e imánente ao mesmo tempo, pois tem uma
capacidade infinita de cruzar todas as fronteiras do Universo e efetuar os desígnios de
Deus. Para uma defesa da importância de ver o Espírito como um ser pessoal, consultar
Ron E. M. Clouzet, “The Personhood o f the Holy Spirit and Why It Matters”, Journal o f
the Adventist Theological Society 17 (2006): 11-32.
9A partir deste parágrafo, uso esporadicamente informações ou mesmo fraseologia
de minha tese de Doutorado em Ministério, citada abaixo.
10Nikolay Berdayev, Spirit and Reality (Londres: G. Bles, 1964), 22.
11Clark A. Pinnock, Flame ofLove: A Theology o f the Holy Spirit (Downers Grove:
InterVarsity, 1996), 10.
270 I Marcos de Benedicto
'2Alguns exemplos da década de 1990 para cá: Manfred Dreytza, Der theologische
Gebrauch von Ruah im Alten Testament (Basel Giessen: Brunnen Verlag, 1990); Robert
T. Koch, Der Geist Gottes im Alten Testament (Bern: Peter Lang, 1991); W ilf Hildeb-
randt, An Old Theology o f the Spirit o f God (Peabody: Hendrickson, 1994); Ralph Del
Colle, Christ and the Spirit: Spirit-Christology in Trinitarian Perspective (Nova York:
Oxford University Press, 1994); Gordon D. Fee, G od’s Empowering Presence: The Holy
Spirit in the Letters o f Paul (Peabody: Hendrickson, 1994); Max Turner, Power from on
High: The Spirit in Israel s Restoration and Witness in Luke-Acts (Sheffield: Sheffield
Academic Press, 1996); Gary D. Badcock, Light o f Truth and Fire o f Love: A Theology
o f the Holy Spirit (Grand Rapids: Eerdmans, 1997); John McIntyre, The Shape ofPneu-
matology: Studies in the Doctrine o f the Holy Spirit (Edinburgh: T & T Clark, 1997);
Pinnock, Flame o f Love ; Wonsuk Ma, Until the Spirit Comes: The Spirit o f God in the
Book o f Isaiah (Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999); Donald G. Bloesch, The Holy
Spirit: Works & Gifts (Downers Grove: InterVarsity, 2000); Jürgen Moltmann, The Spir-
it o f Life: A Universal Affirmation, trad. Margaret Kohl (Minneapolis: Fortress, 2001);
Bradford E. Hinze e D. Lyle Dabney, editores, The Advents o f the Spirit: An Introduction
to the Current Study o f Pneumatology (Milwaukee: Marquette University Press, 2001);
Kilian McDonnell, The Other Hand o f God: The Holy Spirit as the Universal Touch and
Goal (Collegeville: Liturgical Press, 2003); Graham N. Stanton, Bruce W. Longenecker
e Stephen C. Barton, editores, The Holy Spirit and Christian Origins: Essays in Honor
o f James D. G. Dunn (Grand Rapids: Eerdmans, 2004); F. LeRon Shults e Andrea Hoi-
lingswort, The Holy Spirit (Grand Rapids: Eerdmans, 2008); John R. Levison, Filled With
the Spirit (Grand Rapids: Eerdmans, 2009); Myk Habets, The Anointed Son: A Trinitarian
Spirit Christology (Eugene: Pickwick, 2010); A. Edward Siecienski, The Filioque: His-
tory o f a Doctrinal Controversy (Nova York: Oxford University Press, 2010).
13Em sua excelente introdução à pneumatologia contemporânea intitulada Pneu-
matology: The Holy Spirit in Ecumenical, International, and Contextual Perspective
(Grand Rapids: Baker Academic, 2002), 105-145, Veli-Matti Kárkkâinen seleciona seis
destacados pneumatologistas como representantes de diferentes tradições: John Zizioulas
(pneumatologia da comunhão), ortodoxo oriental; Karl Rahner (pneumatologia transcen-
dental), católico; Wolfhart Pannenberg (pneumatologia universal), luterano; Jürgen Molt-
mann (pneumatologia holística), reformado; Michael Welker (pneumatologia realística),
reformado; e Clark Pinnock (pneumatologia sistemática), batista/evangélico. Para as di-
versas obras expressando o pensamento desses autores, ver a bibliografia apresentada por
Kãrkkáinen.
_____ O Espírito da missão | 271
14Robert P. Imbelli, “The N ew Adam and Life-Giving Spirit: The Paschal Pattern
o f Spirit Christology”, Communio 25 (1998): 234.
15Marcos C. De Benedicto, “The Role o f the Holy Spirit in Enabling Believers for
Ministry: An Adventist Perspective” (tese de DMin, Andrews University, 2004).
16O enfoque pneumatológico do simposio teológico de Foz do Iguaçu, em maio de
2010, pode ser considerado um passo importante nesse sentido. A ênfase do presidente
da Associação Geral, Ted Wilson, em reavivamento também deve produzir resultados
positivos.
17Eugene F. Rogers Jr., After the Spirit: A Constructive Pneumatology from Re-
sources Outside the Modern West (Grand Rapids: Eerdmans, 2005), 29.
18Ibid., 33.
272 I Marcos de Benedicto
19McDonnell, 86.
20Por exemplo, ver John V. Taylor, The Go-Between God: The Holy Spirit and
the Christian Mission (Londres: SCM, 1973); Donald W. Dayton, “The Holy Spirit and
Christian Expansion in the Twenteth Century”, Missiology 16 (1988): 397-407; C. Doug-
las McConnell, editor, The Holy Spirit and Mission Dynamics (Pasadena: William Carey
Library, 1997); Andrew M. Lord, “Mission Eschatology: A Framework for the Holy Spir-
it”, Journal o f Pentecostal Theology 11 (1997): 111-123; idem, Spirit-Shaped Mission: A
Holistic Charismatic Theology (Waynesboro: Authentic Press, 2005); Vassiliadis, 30-42;
Kirsteen Kim, The Holy Spirit in the World: A Global Conversation (Maryknoll: Orbis,
2007); Jacques Matthey, editor, Come Holy Spirit, Heal and Reconcile!: Report o f the
WCC Conference on World Mission and Evangelism, Athens, Greece May 9-16, 2005
(Genebra: WCC Publications, 2008) (essa conferência do Conselho Mundial de Igrejas
focalizou o Espírito Santo no contexto da missão).
21Veja, por exemplo, a compilação bibliográfica feita por Tony Zbaraschu, “Sev-
enth-day Adventist Missions Around the World: A Guide to Research”, disponível em
www.lasierra.edu/library/heritage/sda-missions.html, acesso em 18 de junho de 2009.
Outra boa fonte sobre diversos tópicos é Don F. Neufeld, editor, Seventh-day Adventist
Encyclopedia, Commentary Reference Series, 2a ed. rev. (Hargerstown: Review and Her-
aid, 1996), v. 10 e 11.
22Entre as obras analisadas estão: Gottfried Oosterwal, Mission: Possible: The
Challenge o f Mission Today (Nashville: Southern Publishing Association, 1972); Jon
L. Dybdahl, editor, Adventist Mission in the 21s' Century: The Joys and Challenges o f
Presenting Jesus to a Diverse World (Hagerstown: Review and Herald, 1999); Cheryl
Doss, editor, Passport to Mission, 3aed. rev. (Berrien Springs: Institute o f World Mission,
2009); e Richard W. Schwarz e Floyd Greenleaf, Portadores de Luz: Historia da Igreja
Adventista do Sétimo Dia (Engenheiro Coelho: Unaspress, 2009). O último um livro é
O Espírito da missão | 273
mas a academia precisa dedicar mais espaço ao tópico. Nessa área, Ellen
White, com seu status profético, precisa ser mais ouvida. Afinal, como
veremos a seguir, o Espírito foi fator decisivo no sucesso da missão dos
profetas, de Jesus e dos apóstolos, assim como deve ser o fator central na
missão da igreja.
Missiologia pneumatológica
25Ver (Is 61; Mt 10:1; 2 8 :1 8 2 0 ;־Mc 16:15-18; Lc 4:16-19; Jo 20:21, 22; At 1:4-8;
2: 1C0 12; 2C0 3:1-11; Ap 14).
26Ver (Nm 24:1-3; 2Sm 23:2; lCrl2:18; Zc 7:12; 2Pe 1:21).
276 I Marcos de Benedicto
27Sigmund Mowinckel, ‘“ The Spirit’ and the ‘Word’ in the Pre-Exilic Reforming
Prophets”, Journal o f Biblical Literature 53 (1934): 199-227; idem, The Spirit and the
Word: Prophecy and Tradition in Ancient Israel, ed. K. C. Hanson (Minneapolis: For-
tress, 2002), 83-99.
28Ibid., “‘The Spirit’ and the ‘Word’ in the Pre-Exilic Reforming Prophets”, 206.
29Para uma discussão das possíveis razões de Jesus ter mantido certo silêncio para-
doxal sobre o Espírito, falando menos sobre o assunto do que gostaríamos, ver C. K. Bar-
rett, The Holy Spirit and the Gospel Tradition (Londres: SPCK, 1958), 157-161.
30Abraham Kuyper, The Work o f the Holy Spirit, trad. Henri De Vries (Chatta-
nooga: AMG, 1995 [publicado originalmente em 1900]), 106.
31Como enfatiza Harold G. Dollar, “a missão de Jesus não pode ser explicada à
parte do Espírito Santo” (“Holy Spirit”, em Evangelical Dictionary o f World Missions,
ed. A. Scott Moreau [Grand Rapids: Baker, 2000], 450).
O Espírito da missão | 277
exegeta para perceber esse fato. Porém, o que nem todos notam é que
absolutamente todos os momentos e atos decisivos do messiado de Jesus
são caracterizados como pneumatológicos. Esse padrão se repete desde
o pré-nascimento,32 passando por sua morte33 e ressurreição,34 até a pós-
ascenção.35 Esse fato é bem documentado no Novo Testamento. Lucas,
escrevendo a partir do Antigo Testamento como fonte primária da sua
pneumatologia e utilizando o vocabulário da Septuaginta,36 é o autor que
mais destaca a presença do Espírito na vida de Jesus.
No batismo de Jesus, durante um fenômeno cósmico/apocalíptico/
profético em que o céu se abriu, o Espírito desceu sobre ele em forma
com o Espírito Santo e poder, e como ele andou por toda parte fazendo o
bem e curando todos os oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com
ele.” No poder do Espírito, Jesus exerceu o ministério de ajudar, curar e
libertar.
Além disso, o Espírito codificou, mediou e efetivou as orientações
de Jesus aos seus seguidores. Segundo Lucas, antes de ser elevado ao
Céu, Jesus deu “instruções por meio do Espírito Santo aos apóstolos que
havia escolhido” (At 1:2). Sem o poder do Espírito, as palavras de Jesus
poderíam ser esquecidas, desvirtuadas ou esvaziadas.
N a sequência, Jesus subiu ao Céu, foi coroado e derramou o Espírito
como evidência da aceitação de seu sacrifício e bênção resultante dele.
Os autores do Novo Testamento conectam o envio do Espírito com a
glorificação de Jesus, isto é, sua morte na cruz, ressurreição e entronização
como rei-sacerdote no Céu.39 “O fato admirável é que fo i o Cristo exaltado,
não o próprio Deus, quem derramou o Espírito dos últimos dias”, comenta
James Dunn. “Até onde podemos dizer, não havia expectativa de uma
figura messiânica outorgando o Espírito no judaísmo pré-cristão.”40
N a cruz, o Filho glorificou o Pai; no Pentecostés, o Pai glorificou o
Filho. Enquanto o Filho revelou o caráter do Pai, o Pai revelou a conquista
do Filho. O Messias foi humilhado, mas então chegou o momento de
ser exaltado (Fp 2:8-11). Como vitorioso na disputa cósmica travada na
Terra, o Filho foi “coroado [stephanoo] de honra e de glória” (Hb 2:9). Ele
41Ver Walter F. Specht, “Christ’s Session, Enthronement, and Mediatorial and In-
tercessory Ministry”, em The Sanctuary and the Atonement: Biblical, Historical, and
Theological, ed. Arnold V. Wallenkampf e W. Richard Lesher (Washington, DC: Biblical
Research Committee o f the General Conference o f Seventh-day Adventists, 1981), 326-
361.
42Para um estimulante estudo recente sobre o monoteísmo cristão do I século, ver
James F. McGrath, The Only True God: Early Christian Monotheism in Its Jewish Con-
text (Urbana e Chicago: Univesity o f Illinois Press, 2009). Ver também os excelentes es-
tudos de Larry W. Hurtado, Lord Jesus Christ: Devotion to Jesus in Earliest Christianity
(Grand Rapids: Eerdmans, 2003), e Richard Bauckham, God Crucified: Monotheism &
Christology in the New Testament (Grand Rapids: Eerdmans, 1998).
43Autores como Mateus, Marcos e Paulo retratam a cena de Jesus voltando em
glória nas nuvens e rodeado de milhares de anjos (ver Mt 24:30, 31; Mc 13:26, 27; lTs
4:16, 17).
44Para explorações estimulantes (e, às vezes, especulativas) sobre 0 tema do Es-
pírito como uma Glória-Nuvem teofânica, ver Meredith G. Kline, Images o f the Spirit
(Eugene: W ipf and Stock, 1999 [publicado previamente pela Baker em 1980]), especial-
mente o capítulo 4, “The Spirit-Presence and His Parousia-Day”, 97-131.
O Espírito da missão | 281
45Essa questão é debatida entre os teólogos. Alguns acham que no tempo do An-
tigo Testamento o Espírito atuava apenas na vida de pessoas especiais. Gary Fredricks
propõe, no artigo “Rethinking the Role o f the Holy Spirit in the Lives o f Old Testament
Believers”, Trinity Journal 9 (1988): 81-104, especialmente 85-88, que o Espírito tem
três ministérios “primários” na vida dos crentes: (1) poder para salvação, (2) poder para
um viver santo e (3) poder para o serviço. Os dois primeiros seriam comuns para todos
os crentes, tanto do Antigo como do N ovo Testamento, enquanto “o terceiro era seletivo
para os crentes do Antigo Testamento, mas comum para os crentes do Novo Testamento”.
46Erwin R. Gane, Enlightened by the Spirit: Friend, Teacher, and Guide (Boise:
Pacific Press, 1995), 41, itálico no original.
47James M. Hamilton Jr. faz essa diferenciação em um livro recente, God’s In-
dwelling Presence: The Holy Spirit in the Old & New Testaments (Nashville: B&H Aca-
demic, 2006), 3. Na opinião dele, inn texto que sintetiza o ensino bíblico sobre a diferença
entre a habitação do Espirito nos crentes da antiga e da nova aliança é João 14:17, onde
Jesus diz: “[O Espirito] vive com vocês e estará em vocês.” Para uma tabela mostrando
a posição de vários teólogos sobre a habitação do Espirito nos crentes do velho concerto
num espectro que inclui várias opções, indo desde a continuidade entre até a descontinui-
dade, ver Hamilton, 23.
282 I Marcos de Benedicto
ressaltar que o Espírito realmente passou a atuar num nível mais específico
e direcionado, apontando para o Messias e escrevendo a lei de Deus na
mente das pessoas,48 o que certamente é um dos grandes alvos da missão.
Seguindo o padrão da entrega da lei no Monte Sinai, o Pentecostés
também foi marcado por um cenário de fogo, terremoto e vento.49 Se a
“vinda histórica” do Espírito no Pentecostés como o “antítipo do concerto
sinaítico” indicava uma relação de continuidade tipológica, o fato de o
Espírito ser agora claramente apresentado como uma pessoa distinta e
enviado com o status de representante legal de Cristo significava algo
novo.50Assim, pelo fato de o Espírito ser “o Executor de Cristo”, como diz
John Studebaker, “não devemos pensar a respeito do Espírito simplesmente
como um agente funcional em nossa salvação, mas como o agente
autoritativo de Cristo” .51 E, naturalmente, ele veio com todo o seu poder e
com todas as prerrogativas de Cristo. Isso trouxe novas perspectivas para
48“Assim como Deus havia escrito a lei nas tábuas de pedra com o seu próprio
dedo”, comenta Richard Davidson, “ele novamente escreve a lei com o dedo de seu Es-
pírito” (ver Mt 12:28, Lc 11:20) sobre a mente e o coração das pessoas (Jr 31:31-34;
Hb 8:10). “E, assim como Israel se tomou o povo especial do concerto de Deus, o novo
Israel se toma a igreja do concerto de Cristo” (Richard M. Davidson, “Sanctuary Typol-
ogy”, em Symposium on Revelation—Book I, ed. Frank B. Holbrook, Daniel & Revela-
tion Committee Series 6 [Silver Spring: Biblical Research Institute, General Conference
o f Seventh-day Adventists, 1992], 121).
49Êxodo 19:16-19; Atos 2:1-3; 4:31. Para insights adicionais sobre essa conexão,
ver Joseph A. Fitzmyer, “The Ascension o f Christ and Pentecost”, Theological Studies 45
(1984): 409-440. De acordo com ele, “muitos comentaristas do Novo Testamento con-
tinuam a associar a celebração judaica do Pentecostés com a entrega da Torah” (433). En-
tre a literatura citada por Fitzmyer, é especialmente importante conferir a lista de alusões
verbais de Atos 2 a Éxodo 19 e 20 preparada por Jacques Dupont, em “The First Chris-
tian Pentecost”, The Salvation o f the Gentiles: Essays on the Acts o f the Apostles (Nova
York: Paulist, 1979), 35-59. Devemos ressaltar que alguns autores negam a correlação
tipológica entre o Sinai e o Pentecostés, argumentando que essa conexão somente foi
estabelecida mais tarde.
50Ver Femando L. Canale, “Doctrine o f God”, em Handbook o f Seventh-day Ad-
ventist Theology, ed. Raoul Dederen (Hagerstown: Review and Herald, 2000), 130-132.
51John A. Studebaker Jr., The Lord Is the Spirit: The Authority o f the Holy Spirit in
Contemporary Theology and Church Practice (Eugene: Pickwick, 2008), 364, itálico no
original. Ele escreve: “As igrejas locais, portanto, precisam reenfatizar a presença pesso-
al e autoritativa do Espírito, reafirmando a noção de que quem ele é deve ser nosso ponto
de partida bíblico para entender o que ele fa z ” (363-364, itálico no original).
O Espírito da missão | 283
litúrgico judaico.68 Nas trombetas apocalípticas (Ap 8, 9), bem como ñas
mensagens angélicas (Ap 14:6,7; 18:1), encontramos o chamado antitípico
para o preparo para o yom kippur antitípico, o grande dia de julgamento.69
Depois disso, vem a antitípica Festa dos Tabernáculos ou sukkot, também
chamada de Festa das Colheitas, a segunda vinda de Jesus.
Portanto, na Festa das Trombetas e nos convites angélicos, temos
o derramamento antitípico final do Espirito, que possibilita que a igreja
finalize a missão. A diferença básica é que o Pentecostés visava dizer:
“Jesus é o Messias-Salvador”, enquanto as Trombetas buscam dizer: “O
Rei-Juiz está vindo” .
Concluindo este tópico, podemos dizer que o Espírito não era a
posse de um clube exclusivo do I século. O espírito é um dom para toda a
igreja, em todos os tempos, a fim de que ela possa cumprir sua missão de
forma eficaz.
O Espírito cria, sustenta e dirige a missão. Como ele faz isso? Nesta
parte, eu gostaria de sugerir rapidamente algumas maneiras específicas
pelas quais o Espírito pode apoiar 0 missionário em sua tarefa e agir sobre
o público-alvo da missão.70
O Capacitador/Motivador
Ser capacitado ou energizado pelo Espirito significa entrar em ação.
Quando o Espírito age, alguma coisa espetacular acontece. O padrão em
Lucas/Atos é ser cheio do Espírito e fazer algo, ou ser cheio do Espirito e
de um a qualidade desejável. Como regra, a conjunção kai (“e”), a palavra
mais comum nos textos gregos, sempre acompanha a presença marcante
do Espírito.71 Exemplos:
76Molly T. Marshall, Joining the Dance: A Theology o f the Spirit (Valey Forge:
Judson, 2003), 102.
77Fee, 843-845.
78“A evidência da presença do Espírito na vida da igreja é o que coloca o povo
de Deus à parte de todos os outros povos na Terra”, comenta Ivan Satyavrata ( The Holy
Spirit: Lord and Life-Giver [Downers Grove: IVP Academic, 2009], 24).
79E impossível que essa promessa “possa se referir a qualquer outra coisa a não
ser à sua presença no Espírito”, observa George S. Hendry; “e não há evidência de que a
igreja primitiva jamais pensou de outro modo” ( The Holy Spirit in Christian Theology,
ed. rev. e ampl. [Philadelphia: Westminster, 1965], 22).
80“O parácleto joanino é personalizado, mas isso se origina da pessoa de Jesus”,
comenta Gary M. Burge {The Anointed Community: The Holy Spirit in the Johannine Tra-
dition [Grand Rapids: Eerdmans, 1987], 142), que completa: “Sempre que são atribuídas
características pessoais ao Espírito, elas apontam para a personalidade de Jesus” (143).
De fato, 0 Espírito assume o papel de Jesus. Porém, isso não significa que não tenha sua
própria personalidade.
O Espírito da missão | 293
de Jesus. Nessa função, é tão identificado com Cristo que pode ser visto
como Cristo em ação à distância. Como Raymond Brown expressou
em seu famoso dito, “o parácleto é a presença de Jesus quando Jesus
está ausente” .81 Ao comentar sobre esse paradoxo, Arden Conrad Autry
corretamente afirma que “o Espírito Santo não é simplesmente Jesus em
forma espiritual, mas, em seu papel especial como ‘parádeto’, o Espírito
tom a Jesus presente” .82
O Espírito é Deus em tempo real, no momento presente, na situação
atual, aqui e agora. Portanto, o agente missionário pode contar com Deus/
Cristo em sua mente e ao seu lado, capacitando-o e dando a certeza de
sucesso.
O Comunicador
O Espírito dá habilidades para a comunicação retórica eficaz. Ele
comunica poder profético para falar, pregar ou ensinar com autoridade.
Jesus, que tinha a presença e o poder do Espírito em um nível máximo,
falava com enorme autoridade (Mt 7:28, 29; Jo 7:46).
Em Atos, o papel do Espírito como comunicador recebe um
destaque especial. Nesse livro, mais do que sublinhar os milagres,
Lucas focaliza o poder concedido pelo Espírito para a fala inspirada
e 0 testemunho profético sobre Cristo,83 embora certamente ele não
restrinja o dom do Espírito à capacitação para a missão. O Espírito é o
grande comunicador, que capacita os comunicadores humanos. Não
por acaso, profecia e falar em línguas,84 destacadas por Lucas, são atos
comunicadores por excelência, tanto no nível vertical quanto no horizontal.
No Pentecostés, como sugere Michael Welker, o milagre “não
reside no que é incompreensível ou difícil de entender, mas em uma
compreensibilidade totalmente inesperada e em uma capacidade incrível
e universal de entender” .85 Quando o Espírito fala, a comunicação é eficaz
em grau máximo.
N a área da comunicação, um importante papel do Espírito em
ajudar os discípulos/apóstolos tinha que ver com a ativação da memória
(Jo 14:26). Os discípulos não carregavam cadernos, gravadores, laptops,
filmadoras ou outros equipamentos eletrônicos. “O método rabínico
de memorização pela repetição seria suficiente até certo ponto, mas
não no grau provido pela inspiração do Espírito Santo.”86 Um rápido
acesso mental aos ensinos de Cristo teria pelo menos três utilidades: (1)
satisfazer uma necessidade espiritual/psicológica, trazendo conforto e
paz; (2) separar os puros ensinos de Cristo das tradições das autoridades
84Para uma análise das possibilidades interpretativas do dom de línguas, ver Mar-
eos De Benedicto, “Tongues o f Heaven and Earth: The Varieties o f Glossolalic Inter-
pretation”, Kerygma 3 (I o semestre de 2007): 7-22, disponível em http://www.kerygma.
unasp-ec.edu.br/pdf/artigo5_marcos_revisado.pdf, acesso em 29 de setembro de 2010.
Os autores adventistas tendem a interpretar o dom de línguas como xenoglossia, ou seja, a
habilidade para falar, miraculosamente, línguas não aprendidas anteriormente. Essa é, por
exemplo, a posição de Ellen White (Atos dos Apóstolos, 39,40; Testemunhos Para a Igre-
j a [Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2000], 1:412), Morris L. Venden ( Your Friend, the
Holy Spirit [Boise: Pacific Press, 1986], 79-85), Gerhard F. Hasel (Speaking in Tongues:
Biblical Speaking in Tongues and Contemporary Glossolalia [Berrien Springs: Adventist
Theological Society Publications, 1995], 43-51, 70-71, 119, 121-122, passim) e George
E. Rice (“Spiritual Gifts”, em Handbook o f Seventh-day Adventist Theology, ed. Raoul
Dederen [Hagerstown: Review and Herald, 2000], 616-617). Para duas importantes obras
mais ou menos recentes sobre o dom de línguas, ver Christopher Forbes, Prophecy and
Inspired Speech in Early Christianity and its Hellenistic Environment (Peabody: Hen-
drickson, 1997), e Mark J. Cartledge, editor, Speaking in Tongues: Multi-Disciplinary
Perspectives (Bletchley / Waynesboro: Paternoster, 2006).
85Michael Welker, God the Spirit, trad. John F. Hoffmeyer (Minneapolis: Fortress,
1994), 230, 231.
86Russell Boatman, What the Bible Says About the Holy Spirit (Joplin: College
Press, 1989), 18.
O Espírito da missão | 295
O Sustentador
O Espírito sustenta o agente missionário no momento de tentação,
sofrimento e abandono. Para cumprir a agenda de Jesus e seguir o roteiro
do Mestre, os enviados pelo Espírito podem enfrentar oposição. Às vezes,
0 evangelho vence pelo sofrimento. O Espírito que dirige a missão é “não
somente 0 Espírito de poder e triunfo, mas também de poder e triunfo pelo
sofrimento” .88
Aqui vale mencionar a experiência de Jesus no início de seu
ministério. Ao ser batizado no Jordão, ele recebeu uma manifestação
especial do Espírito e depois foi guiado pelo Espírito ao deserto.89 Numa
cena cósmica, o Pai proclamou seu amor pelo Filho amado. Pois bem,
no momento em que o céu se abre, diante das “câmeras”, é fácil ter o
ideal de levar adiante a missão. Porém, no deserto, no meio da poeira e
dos animais, longe do público, com o diabo questionando nossa filiação
divina,90 é mais difícil acreditar no chamado e manter o foco na missão.
Nessas horas, o Espírito desempenha um papel inestimável em sustentar a
fé do agente missionário.
No caso de Paulo, que enfrentou intensos sofrimentos em sua missão,
0 Espírito transformou sua fraqueza em força. “O Espírito nos ajuda em
nossa fraqueza [astheneia, “incapacidade”, “limitações”], pois não sabemos
como orar”, e “intercede por nós com gemidos inexprimíveis”, escreveu
o apóstolo (Rm 8:26). Quando tudo parece escuro e não conseguimos
enxergar um palmo à frente, o Espírito ilumina nosso horizonte. Por
isso, seu papel como sustentador na missão não deve ser subestimado.
O Construtor de pontes
A missão é, por excelência, um trabalho de cruzar fronteiras.
No processo de evangelizar, barreiras culturais, sociais, econômicas,
psicológicas e pessoais, entre outras, precisam ser transpostas. Em um
livro recente, depois de lembrar que a palavra “missão” deriva do verbo em
latim mittere, “enviar”, Reinder Bruinsma observa: “ Ser enviado implica
disposição para ir, o que frequentemente significa cruzar várias fronteiras:
física, étnica, linguística ou cultural.”92
Ora, ninguém tem a capacidade de cruzar tantas fronteiras, visíveis
ou invisíveis, tangíveis ou intangíveis, como o Espírito Santo. Ele é 0
maior cruzador de fronteiras e construtor de pontes. Atravessa todos os
espaços e tempos. “O Espírito Santo é a ponte revelatória entre os seres
humanos, que estão predispostos a compreender mal a Deus, e aquele
91Para uma iluminadora discussão sobre o assunto, ver Ben Holdsworth, “The
Other Intercessor: The Holy Spirit as Familia-Petitioner for the Father’s Filiusfamilia in
Romans 8:26-27”, Andrews University Seminary Studies 42 (2004): 325-346.
92Reinder Bruinsma, Key Words o f the Christian Faith (Hagerstown: Review and
Herald, 2008), 135.
O Espírito da missão | 297
O Testemunhador
O Espírito dá poder para o testemunho real e efetivo (At 1:8; ver Lc
24:49). G. Campbell Morgan (1863-1945), célebre pastor da Westminster
Chapel em Londres, afirmou: “O Espírito Santo testemunha de Jesus
somente. Somente o Espírito Santo testemunha de Jesus.”94 Sem o Espírito,
Cristo seria apenas uma figura histórica distante e fragmentada, e a missão
não passaria de “propaganda e proselitismo”.95 Segundo Max Turner, “há
um consenso geral de que o dom do Espírito em Atos é, acima de tudo,
uma capacitação profética para testemunhar de Jesus” .96
A morte gradual dos apóstolos como testemunhas oculares de Jesus
certamente criou uma crise para a comunidade cristã primitiva, pois a
figura histórica de Jesus estava se distanciando e a parousia demorava mais
do que o imaginado. Como resolver essa tensão? Esse abismo foi cruzado
pela presença do Espírito Santo, que, além de tom ar presente a realidade
de Jesus, dava testemunho sobre sua identidade e significado.97 Com seu
próprio testemunho, o Espírito Santo ampliava a capacidade apostólica de
testemunhar sobre Jesus como o verdadeiro Messias.
O Revelador/Iluminador
O Espírito revela a verdade e ajuda a pessoa a entendê-la. Como
"Espírito da verdade \pneuma tes aletheias']” (Jo 16:13), conceito
93T. David Beck, The Holy Spirit and the Renewal o f All Things: Pneumatology in
Paid andJiirgen Moltmann (Eugene: Pickwick, 2007), 3.
94G. Campbell Morgan, The Spirit o f God (Nova York: Revell, 1900), 209.
95Frei Boaventura Kloppenburg, Parákletos: O Espírito Santo (Petrópolis: Vozes,
1997), 172.
96Max Turner, The Holy Spirit and Spiritual Gifts in the New Testament Church
and Today, ed. rev. (Peabody: Hendrickson, 1998), 46; cf. 38, 39.
97Burge, 211.
298 I Marcos de Benedicto
O Transformador
Todo o processo de mudança espiritual tem um a dinâmica do
Espírito, que transforma e integra o “eu” da pessoa. Em João 3, Jesus faz
98Graham A. Cole, He Who Gives Life: The Doctrine o f the Holy Spirit (Wheaton:
Crossway, 2007), 262.
99George Eldon Ladd, A Theology o f the New Testament, ed. rev. (Grand Rapids:
Eerdmans, 1998), 533.
'00William Barclay, The Promise o f the Spirit (Philadelphia: Westminster, 1960),
109.
101White, Parábolas de Jesus, 408,411.
O Espírito da missão | 299
O Sacralizador
Entre os resultados esperados e desejados da missão está a mudança
na vida daqueles que respondem positivamente ao anúncio do evangelho.
Mas como levar uma pessoa centrada no pecado a se tom ar dedicada a
Deus? O Espirito Santo transforma o convertido e santifica seu corpo como
um templo. “Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do
Espirito Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por Deus?”, escreveu o
apóstolo Paulo (IC o 6:19)103 ao seu público de Corinto, um centro famoso
pelos templos pagaos e por sua vida licenciosa. O mesmo pode acontecer
na missão em São Paulo, Nova York ou Tóquio.
É interessante notar que, em grego, há duas palavras traduzidas por
templo: hieron e naos. A primeira era geralmente usada para descrever o
complexo total do templo, enquanto a última era empregada ao se falar
do aspecto mais íntimo do templo, o santíssimo, o lugar da presença de
Deus. Ao dizer que nosso corpo é o templo do Espirito Santo, o apóstolo
usa a palavra naos. Portanto, o Espirito é o sacralizador de todos os que se
tomam templos de Deus.
O Criador de comunidade
O Espirito integra o convertido em urna nova comunidade, fator
importante para a missão, pois hoje se sabe que muitas pessoas aceitam a
fé para pertencer a um grupo. O Espirito cria um vínculo de amor, em que a
pessoa se sente aceita e valorizada. N a comunidade do Espírito, as pessoas
reafirmam sua identidade.
Em Atos 2, quando 0 Espírito Santo desceu, as pessoas reconheceram
que os apóstolos estavam falando em sua língua. O Pentecostés foi um
encontro de idéias e culturas em que o outro foi reconhecido e valorizado.
Abriu-se um canal de comunicação. A presença do Espírito não destrói a
identidade particular, nem elimina as diferenças, mas traz harmonia na
diversidade. Como diz Miroslav Volf, “o milagre do Pentecostés consiste
em inteligibilidade universal e movimento livre no meio de heterogeneidade
cultural e social”.104
Concluindo esta seção, é importante frisar que o Espírito têm muitos
outros papéis no desenvolvimento da missão. Mas os dez mencionados
são suficientes para dar uma visão da importância de sua atuação. A
seguir, veremos algumas sugestões preliminares de como valorizar mais
a pneumatologia no contexto da missão adventista, tendo como alvo
o desenvolvimento de um paradigma marcado pelo poder do Espírito.
Paradigma pneumatológico
105Hans Küng, Paradigm Change in Theology (Nova York: Crossroad, 1989), 157;
e Bosch, 181-182.
302 I Marcos de Benedicto
ênfase experiencial e relacionai; (2) confiança na Bíblia, incluindo uma alta visão da
inspiração; (3) um toque de urgência em sua natureza; (4) um enfoque ao mesmo tempo
direcionado e diversificado, priorizando a evangelização, mas não a ponto de excluir a
preocupação social; (5) uma abordagem agressiva e ousada; (6) interdependência entre
vários grupos pentecostais/carismáticos e em relação às igrejas mais tradicionais e seus
projetos missionários; (7) imprevisibilidade quanto ao futuro; (8) ênfase em “sinais e
maravilhas”; (9) biblicismo literalista/ingênuo com um foco na escatologia; (10) prag-
matismo, flexibilidade e contextualização; (11) vasto uso dos meios de comunicação;
(12) espaço para emoções, testemunhos pessoais e demonstrações do poder do Espírito;
(13) ênfase no estabelecimento de igrejas nativas como alvo das missões. Ver Grant L.
McGlung, “Pentecostal/Charismatic Perspectives on a Missiology for the Twenty-First
Century”, Pneuma 16 (1994): 11-21; e Veli-Matti Kãrkkáinen, “Mission, Spirit and Es-
chatology: An Outline o f a Pentecostal-Charismatic Theology o f Mission”, Mission Stud-
ies 16 (1999): 73-94.
110Alguns autores têm uma avaliação negativa da teologia pentecostal. Anos atrás,
Walter J. Hollenweger registrou: “Os insights teológicos do movimento Pentecostal não
são novos nem valiosos” {The Pentecostals [Peabody: Hendrickson, 1988], 506, itálico
no original). Considerando a contribuição acadêmica atual de autores pentecostais/ca-
rismáticos, eu não seria tão crítico.
O Espírito da missão | 305
111Irving F. Wood, The Spirit o f God in Biblical Literature: A Study in the History
o f Religion (Londres: Hodder and Stoughton, 1904), 261.
112Hermann Gunkel, The Influence o f the Holy Spirit: The Popular View o f the
Apostolic Age and the Teaching o f the Apostle Paul, trad. Roy A. Harrisville e Philip
A. Quanbeck II (Philadelphia: Fortress, 1979 [publicado originalmente em alemão em
1888]), 77,100.
113Para uma breve visão panorâmica da história da missiologia, ver Alan Neely,
"Missiology”, em Evangelical Dictionary o f World Missions, ed. A. Scott Moreau (Grand
Rapids: Baker, 2000), 633-635.
306 I Marcos de Benedicto
118George R. Knight, The Fat Lady and the Kingdom: Adventist Mission Confronts
the Challenges o f Institutionalism and Secularization (Boise: Pacific Press, 1995), 57-78.
Observação: os nomes desses estágios foram dados por mim, não por Knight. As fases
originais dele são: (1) povo da antimissão, (2) porta parcialmente aberta, (3) missão às na-
ções cristãs (“protestantes”), (4) missão ao mundo e (5) missão com um plano consciente.
O Espírito da missão | 309
Contudo, talvez nem todos concordem que esse fervor apocalíptico ainda
exista na mesma intensidade.
Num pequeno, provocativo e importante livro recente, George
Knight defende ardentemente que o adventismo deve recuperar sua visão
profética, pois não é apenas mais uma igreja. O adventismo é evangélico,
mas é mais do que isso. Se ele perder esse diferencial, focalizando apenas
a ética ou um evangelho social, terá neutralizado (literalmente, castrado) a
si mesmo e perderá sua relevância.121
Knight vê três maneiras pelas quais o adventismo pode castrar-se:
(1) apresentar apenas uma “pregação bestial”, no sentido de enfatizar
demais as “bestas” do Apocalipse e perder de vista Cristo como o
personagem central das profecias apocalípticas; (2) esquecer-se de que 0
Cordeiro vitorioso é o Cordeiro que foi morto e derramou seu sangue para
tirar nossos pecados; (3) deixar de focalizar o Leão de Judá, ou seja, a
ira de Deus contra o pecado, um tema recorrente na Bíblia (mais de 580
referências) e em especial no Apocalipse, como mostra a expressão “ira
do Cordeiro”.122 Em síntese, para não se neutralizar, o adventismo deve
ousadamente pregar a mensagem das profecias de Daniel e do Apocalipse,
mesmo porque a “apocalíptica, corretamente entendida, é o evangelho”.123
Um aspecto não enfatizado por Knight, mas igualmente fundamental,
é a importância de a igreja manter sua forte identidade como povo
remanescente.124Existe hoje um debate sobre a condição de “remanescente”
do adventismo e, nesta época pluralista, até certo desconforto com 0
121George R. Knight, The Apocalyptic Vision and the Neutering o f Adventism: Are
We Erasing Our Relevancy? (Hagerstown: Review and Herald, 2008). Esse livro foi lan-
çado em português, em 2010, pela Casa Publicadora Brasileira, com 0 título A Visão
Apocalíptica e a Neutralização do Adventismo, mas as citações aqui são da edição em
inglês.
122Ibid., 19-25.
123Ibid., 21.
124Para uma estimulante obra recente escrita por eruditos adventistas e abrangendo
uma série de aspectos sobre o tema do remanescente, ver Ángel Manuel Rodríguez, edi-
tor, Toward a Theology o f the Remamnant: An Adventist Theological Perspective (Silver
Spring: Biblical Research Institute, 2009).
O Espírito da missão | 311
125O Dr. Ángel Rodríguez identifica seis pontos de vista sobre a identidade do ad-
־. entismo como povo remanescente: (1) a posição tradicional, que define o remanescente
como aqueles que guardam os mandamentos e têm o testemunho de Jesus; (2) a ideia
de que 0 remanescente inclui adventistas e não adventistas; (3) o conceito de que há um
remanescente fiel dentro do adventismo remanescente infiel; (4) o ponto de vista de que
o remanescente é uma entidade invisível; (5) a sugestão de que 0 remanescente ainda não
e uma realidade; e (6) uma compreensão sociológica do remanescente, no sentido de que
ele deve se envolver em atividades político-sociais. O que todas essas posições, exceto a
primeira, têm em comum é uma atenuação ou mesmo abandono da ideia de que os adven-
:istas são o povo remanescente (Ángel M. Rodríguez, “The Remnant in Contemporary
Adventist Thinking”, em Pensar la Igresia Hoy: Hacia Una Aclesiología Adventista, ed.
Gerald A. Klingbeil, Martin G. Klingbeil e Miguel Ángel Núñez [Libertador San Martín,
.Argentina: Editorial Universidad Adventista del Plata, 2002], 269-279).
126Emil Brunner, The Christian Doctrine o f the Church, Faith, and the Consumma
312 I Marcos de Benedicto
142Russell Burrill, ressaltando que os adventistas “têm sido quase temerosos dos
dons espirituais mais miraculosos”, afirma: “Os dons espirituais são um dos assuntos
mais negligenciados no adventismo” {Revolution in the Church: Unleashing the Awsome
Power o f Lay Ministry [Fallbrook: Hart Research Center, 1993], 16, 61). William E. Ri-
chardson censura a fixação adventista em um dom, profecia, em detrimento, por exemplo,
de outro dom encontrado na mesma lista, línguas (Speaking in Tongues: Is It Still the Gift
o f the Spirit? [Hagerstown: Review and Herald, 1994], 68). Pardon Mwansa reclama
que os aventistas “têm falhado em encontrar um equilíbrio entre os textos que apoiam
a existência de cruas e sinais miraculosos e aqueles que parecem advertir contra curas e
sinais miraculosos” (129). Jon Dybdahl aponta sete grandes ênfases falsas que, em sua
visão, “levaram à negligência atual da oração para a cura” na Igreja Adventista. Uma de-
las é o que ele chama de “carismafobia” (o medo de tudo que se relaciona ao movimento
carismático). Para contrapor a esse ponto de vista, ele propõe o que chama de “carisma-
afinidade” (“Should We Pray for the Sick?”, em The Master s Healing Touch, ed. James
W. Zackrison [Hagerstown: Review and Herald, 1997], 33, 34).
143A Igreja Adventista sempre creu na vigência dos dons espirituais, mas foi a par-
tir de 1980 que passou a incluí-los em suas crenças fundamentais.
O Espírito da missão | 317
144Ver Aune, 103-106; e Turner, The Holy Spirit and Spiritual Gifts, 193-196.
145Para John R. Levison, o ponto de vista cessacionista “é construído sobre um pas-
tiche de textos: SI 74:9; 1 Mace 4:46,9:27 e 14:41; Josefo,z(/? 1.37-41; 2 Apoc. Bar. 85.3;
Pr Azar 15; e t. Sota 13.2-4” (“Did the Spirit Withdraw from Israel? An Evaluation o f the
Earliest Jewish Data”, New Testament Studies 43 [1997]: 35). Frederick E. Greenspahn
escreve que “os autores intertestamentários podem ter percebido a ausência de profe-
tas, algo notado também em outros períodos (cf. ISm 3:1), mas eles simplesmente não
afirmam que a profecia tinha chegado ao fim, seja temporariamente ou de outro modo”
1 "Why Prophecy Ceased”, Journal o f Biblical Literature 108 [1989]: 40). Porém, mais
recentemente, Benjamin D. Sommer saiu em defesa do consenso anterior, afirmando que
os judeus do segundo templo “criam, ao mesmo tempo e sem contradição, que a verda-
deira profecia tinha cessado e que substitutos inferiores, mas genuínos, existiam” (“Did
Prophecy Cease? Evaluating a Reevaluation”, Journal o f Biblical Literature 115 [1996]:
41).
318 I Marcos de Benedicto
146John R. W. Stott, Baptism and Fullness: The Work o f the Holy Spirit Today, 3a
ed. (Downers Grove: InterVarsity, 2006), 78, 79.
147Para algumas análises sobre o significado de ser cheio do Espirito, ver Ronald
B. Mayers, “The Infilling o f the Spirit”, Reformed Review 28 (1975): 157-170; Richard
G. Fairman, “An Exegesis o f ‘Filling’ Texts Which Refer to the Doctrine o f Filling” (tese
de ThD, Grace Theological Seminary, 1986); Eldon Woodcock, “The Filling o f the Holy
Spirit”, Bibliotheca Sacra 157 (2000): 68-87; Turner, Power from on High, 167; Andreas
J. Kõstenberger, “What Does It Mean to Be Filled with the Holy Spirit? A Biblical Inves-
tigation”, Journal o f the Evangelical Theological Society 40 (1997): 229-240; Graham
A. Cole, Engaging with the Holy Spirit: Real Questions, Practical Answers (Wheaton:
Crossway, 2008), 99-113.
O Espírito da missão | 319
148Larry Pettegrew, The New Covenant Ministry o f the Holy Spirit, 2a ed. (Grand
Rapids: Kregel, 2001), 198, 201.
149John H. Coe, “Beyond Relationality to Union: Musings Toward a Pneumady-
namic Approach to Personality and Psychopathology”, Journal o f Psychology and Chris-
tianity 18 (1999): 121, 122.
150Wallenkampf, New by the Spirit, 57.
320 I Marcos de Benedicto
151Jan Paulsen, When the Spirit Descends: Understanding the Role o f the Holy
Spirit, 2a ed. (Hagerstown: Review and Herald, 2001), 55.
152Ver Amos Yong, Beyond the Impasse: Toward a Pneumatological Theology o f
Religions (Grand Rapids: Baker; Carlisle: Paternoster, 2003).
153Kevin J. Vanhoozer, First Theology: God, Scriptures and Hermeneutics (Down-
ers Grove: InterVarsity; Leicester, Apollos, 2002), 233.
154Andreas J. Kõstenberger e Scott R. Swain, Father, Son and Spirit: The Trinity
and John’s Gospel (Nottingham: Apollos; Downers Grove: InterVarsity, 2008), 162,163,
onde eles também criticam Yong.
O Espírito da missão | 321
155Bernard Ramm, The Pattern o f Authority (Grand Rapids: Eerdmans, 1957), 37.
156J. I. Packer, Keep in Step with the Spirit: Finding Fullness in Our Walk with
God, ed. rev. e ampl. (Grand Rapids: Baker, 2005), 57.
157Para uma breve discussão a respeito da kenosis do Espírito, ver Sergius Bulga-
kov, The Comforter, trad. Boris Jakim (Grand Rapids: Eerdmans, 2004), 280-285.
158“A postura básica da igreja cheia do Espírito e do missionário pneumatologi-
camente capacitado deve ser de humildade, anonimato e centralização no outro”, diz
Seng-Kong Tan (“A Trinitarian Ontology o f Missions”, International Review o f Mission
93 [2004]: 290). “A missão que é sustentada e dirigida pelo Espirito manifestará isso
também em seus métodos e execução”, completam Thomas Hoy Jr. e Clyde Steckel, em
The Church in the Movement o f the Spirit, ed. William R. Barr e Rena M. Yocom (Grand
Rapids: Eerdmans, 1994), 127.
322 I Marcos de Benedicto
Síntese
iMiiimiiimiiiiHiitiiJiiiimmimiriiiiJiriiiiimiiiimmiifimiiiiiNimiiiiiiiiiimmiimmiiiuiiiiimimmitJimiiiiiifiiiinmiNiimmiiimmmiiiimi
Introdução
Respostas sugeridas
A igreja cristã teve que lidar com a questão do destino dos que
morreram sem o conhecimento de Jesus, isto é, fora da igreja, desde muito
cedo em sua história. Correndo o risco de simplificar demais, vou sugerir
que a posição que prevaleceu durante o primeiro milênio da era cristã era
que não havia salvação fora da igreja (Extra Ecclesiam nulla salus [“Fora
da Igreja não há salvação”]).1
Esta maneira de pensar começou a mudar com a descoberta do novo
mundo e a percepção de que seus habitantes nunca tinham ouvido falar
sobre o cristianismo. Desde então, a questão tem sido discutida e debatida
no cenário global dos modos de comunicação e transporte. As religiões
mundiais são parceiras no diálogo e não podem ser ignoradas. A questão
básica é a identidade da igreja cristã, especialmente a identidade da Igreja
Adventista, com base em algumas alegações bíblicas muito específicas.
O debate sobre a questão da salvação para aqueles que não ouviram 0
evangelho tem produzido respostas diferentes e contraditórias. As sugestões
oferecidas são normalmente organizadas em tomo de três modelos bem
conhecidos. Eles são comumente referidos como: inclusivismo, pluralismo
1Para um meticuloso estudo histórico desse conceito, ver Francis A. Sullivan, Sal-
vation Outside the Church? Tracing the History o f the Catholic Response (Mahwah, NJ:
Paulist Press, 1992). Essa opinião foi posição oficial da Igreja Católica até 0 Concilio
Vaticano II; ver Joseph H. Wong, “Anonymous Christians: Karl Rahner’s Pneuma-Chris-
tocentrism and an East-West Dialogue,” Theological Studies 55 (1994): 611.
Religiões mundiais e salvação: ponto de vista adventista | 327
6Ibid.
7Devo mencionar que outros estão tentando introduzir uma nova terminologia na
discussão. Por exemplo, Peter Schineller, “Christ and Church,” Theological Studies 37
(1976): 50, sugeriu: eclesiocêntrica , cristocêntrica, and teocêntrica. Terrance L. Tiessen,
Reassessing Salvation in Christ and World Religions: Who Ban Be Saved? Downers Gro-
ve, IL: InterVarsity Press, 2004), 32-47. Ele utiliza eclesiocentrismo (somente aqueles
que ouvem o evangelho podem ser salvo); agnosticismo (não é certo que Deus tenha
meios de salvar aqueles que não ouvem 0 evangelho); acessibilidade (Jesus é o exclu-
sivo meio de salvação, mas a salvação é acessível aos que não conhecem o evangelho);
instrumentalismo religioso (Jesus é único, mas a salvação é possível através de religiões
não cristãs), relativismo (nenhuma religião tem a verdade final. A salvação é possível sem
necessidade de qualquer religião). Resta saber se essa nova terminologia também será
aceita pela comunidade acadêmica.
8Ver, S. Mark Heim, The Depth o f the Richness: A Trinitarian Theology o f Reli-
gious Ends (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2000). For a brief evaluation o f this view see
McDemont, God’s Revivals, 24-26.
Religiões mundiais e salvação: ponto de vista adventista | 329
Acesso à salvação
Baseado nessa evidência seria aparentemente impossível falar sobre
a salvação daqueles que não ouviram o “evangelho da salvação” por
meio da morte sacrifical de Cristo. M as antes de chegar às conclusões
finais, devemos levar em consideração alguns outros materiais bíblicos.
Em primeiro lugar, a Bíblia fala de pessoas que são servos de Deus e não
pertencem ao corpo de Cristo. Jó não era israelita, e o Senhor o identificou
como Seu servo (Jó 1:8). E o mesmo caso de Melquisedeque, um cananeu
que era verdadeiro servo do Senhor (Gn 14:17-24). Como o Senhor
alcançou essas pessoas com Sua mensagem de salvação? A Bíblia não é
clara, mas deduz que Deus também agia fora da linhagem de Abrãao, a
quem Escolhera como servo.
Em segundo lugar, argumentarei que a missão da Igreja foi e sempre
será a missão de Deus. Esta compreensão da missão, que parece ser comum
9Sobre esse tema, ver Gerald O’Collins, Jesus Our Redeemer: A Christian Ap-
proach to Salvation (New York: Oxford University Press, 2007), 219-224.
Religiões mundiais e salvação: ponto de vista adventista | 331
10Ver, por exemplo, David J. Bosch, Witnesses to the World: The Christian Mission
in Theological Perspective (Atlanta, GA: John Knox, 1980), 239-248.
332 I Ángel Manuel Rodriguez
11Ellen G. White comenta: “Todas as coisas criadas, na sua perfeição original eram
uma expressão do pensamento de Deus. Para Adão e Eva a natureza estava repleta de
sabedoria divina. Pela transgressão, porém, o homem ficou privado de aprender de Deus
mediante a comunhão direta, e, em grande parte, mediante as Suas obras. A Terra, cor-
rompida e maculada pelo pecado, não reflete senão pálidamente a glória do Criador. É
verdade que Suas lições objetivas não se obliteram. Em cada página do grande livro de
Suas obras criadas ainda se podem notar os traços de Sua escrita. A Natureza ainda fala
de seu Criador. Todavia, estas revelações são parciais e imperfeitas. E em nosso decaído
estado, com faculdades enfraquecidas e visão restrita, somos incapazes de as interpretar
corretamente. Necessitamos da revelação mais ampla que de Si mesmo Deus nos outor-
gou em Sua palavra escrita.” {Educação, 16-17). Por causa do mal, a natureza não pode
fornecer um retrato nítido de Deus. A revelação completa é encontrada na Bíblia.
Religiões mundiais e salvação: ponto de vista adventista | 333
muitos dos que veem esta luz não glorificam o Senhor, como
D eus.13
Isso claramente sugere que Deus pode utilizar a revelação geral para
conduzir as pessoas a glorificá-Lo.
Em terceiro lugar, há também uma consciência moral no ser
humano que Deus pode usar para alcançar-nos, na ausência da revelação
especial preservada nas Escrituras. Isso está relacionado ao fato de que
os seres humanos foram criados à imagem de Deus (Gn 1:26-27). A
queda não obliterou totalmente a imagem divina na natureza humana.
Talvez isso pudesse ser chamado de intuicionismo ético ou moral, isto é,
ocasionalmente os seres humanos são capazes de apreender diretamente a
moral dentro de uma situação particular.14 Parece que temos um senso de
dever que nos impulsiona a procurar o que achamos que é certo, embora
muitas vezes não sejamos capazes de praticar o bem. Esse senso de dever
é geralmente chamado de consciência. Jesus parece estar se referindo a
isso quando disse: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas
aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas
coisas aos que lhe pedirem?” (Mt 7:11). Paulo também se refere a este
aspecto da natureza humana: “Quando, pois, os gentios, que não têm a Lei,
procedem por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem
eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu
coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos,
mutuamente acusando-se ou defendendo-se” (Rm 2:14-15).
Em quarto lugar, existe também o que pode ser chamado de revelações
particulares,15 ocasionalmente dada aos gentios, que diferem da revelação
13Ibid.
14Intuicionismo ético, ver Walter Sinnott-Armstrong, “Intuitionism,” em Encyclo-
pedia o f Ethics, vol. 2, Lawrence C. Becker and Charlotte B. Becker, eds. (New York:
Routledge, 2001), 879-882.
15Tiessen, Who Can Be Saved?, 113-120, prefere utilizar a palavra “especifico”
para distinguir das revelações “geral” e “especial”. Escolhi “particular” a fim de enfatizar
sua singularidade.
Religiões mundiais e salvação: ponto de vista adventista | 335
16Ellen G. White, Desejado de Todas as Nações, 33. Ela também escreveu: “mes-
mo entre os gentios, havia homens por meio dos quais Cristo estava operando para elevar
0 povo de seu pecado e degradação. Mas esses homens eram desprezados e aborrecidos.
Muitos deles haviam sofrido morte violenta.” (Ibid., 35).
336 [ Ángel Manuel Rodriguez
17Ibid., 239.
Religiões mundiais e salvação: ponto de vista adventista | 337
Conclusão
Wilson Paroschi
Centro Universitário Adventista de São Paulo, Brasil
11111mm1m1111111111111111111m111m111m1m11mm1m111111111mm1m111111111mm111r1111t1111111111m11m11rm1111!111m1m111111m11111m111111111111111t1111
1A expressão paulina ekklêsia kat’oikon (Rm 16:5; 1C0 16:19; Cl 4:15; Fm 1:2)
significa simplesmente “igreja em casa.” Essa é a tradução literal e mais adequada nos
contextos em que é usada (e.g., “a igreja que está na casa deles”). Neste trabalho, a opção
por “igreja-do-lar” atendeu a um critério tanto estilístico quanto técnico, diante da neces-
sidade de uma expressão que melhor caracterizasse essa antiga instituição cristã. “Igreja
domiciliar” também seria uma boa alternativa.
2A literatura denominacional sobre os pequenos grupos (em periódicos tais como
a Revista Adventista, Ministério e a Revista do Ancião, bem como em guias de estudos e
344 I Wilson Paroschi
6C. Peter Wagner, The Book o f Acts: A Commentary, 3a. ed. (Ventura: Regai, 2008),
1. De uma forma ou de outra, essa mesma crença parece que está enraizada no seio da
Igreja Adventista também. Um simples exemplo é suficiente. Ao longo de toda a história
de nossas lições da Escola Sabatina (até o ano 2000), já tivemos 25 lições dedicadas direta
ou indiretamente ao Livro de Atos. Romanos e Apocalipse vêm em segundo lugar, com
apenas dez lições cada (informação fornecida por Ivan Samojluk, do Depto. da Escola
Sabatina da Divisão Sul Americana).
7A discussão a seguir reflete a posição hermenêutica oficial da Igreja Adventista
(votada no Concilio Outonal de 1986, realizado na cidade do Rio de Janeiro) no que con-
346 I Wilson Paroschi
cerne às exposições bíblicas de Ellen G. White (neste caso, no livro Atos dos Apóstolos),
as quais, conquanto inspiradas, não esgotam 0 significado do texto bíblico e nem substi-
tuem a tarefa da exegese (“Methods o f Bible Study,” Ministry, April 1987: 23). Veja tarn-
bém o documento “The Inspiration and Authority o f the Ellen G. White Writings,” Minis-
try, February 1983: 24. Gerhard Pfandl, diretor associado do Biblical Research Institute,
da Associação Geral, declara: “Com frequência Ellen G. White usou homileticamente
as Escrituras.... Alguns adventistas do sétimo dia pensam nos escritos de Ellen G. White
como um comentário inspirado sobre a Bíblia. Se for assim, é vital reconhecer que em
seus escritos encontramos aplicações homiléticas de passagens bíblicas, além de comen-
tários exegéticos. Conquanto haja muitas jóias exegéticas em seus livros, principalmente
na série Conflito dos Séculos, a parte principal de seus escritos contém a mensagem de
Deus para a igreja remanescente, não discursos exegéticos sobre o significado do texto
bíblico” (“Ellen G. White e a Hermenêutica,” em Compreendendo as Escrituras: Uma
Abordagem Adventista, ed. George W. Reid, trad. Francisco A. de Pontes [Eng. Coelho:
Unaspress, 2007], 314-316).
8Para uma discussão introdutória do assunto, veja 0 artigo “The Role o f Israel in
Old Testament Prophecy,” em SDA Bible Commentary, 2a. ed., ed. Francis D. Nichol, 7
vols. (Hagerstown: Review & Herald, 1977), 4:25-38. Para informação adicional, veja E.
P. Sanders, Jesus and Judaism (Philadelphia: Fortress, 1985), 79-86.
Os pequenos grupos e a hermenéutica | 347
Jerusalém e centrados no templo (At 2:46; 3:1; 5:12, 20-21, 25, 42), até
porque, de acordo com a profecia de Malaquias (3:1), o templo seria o
ponto focal da iminente consumação.9 O elevado senso de fraternidade e
comunidade demonstrado pela igreja apostólica logo após o Pentecoste
(At 2:44-45; 4:32-35) revela que eles viviam na expectativa diária da volta
de Jesus.10 Posses ou bens materiais perderam o valor. Tudo era vendido e
o lucro trazido para um caixa comum para o benefício de todos. “Eles não
precisavam mais se preocupar com o futuro, pois não havería futuro.” 11
A atitude foi louvável, sem dúvida, mas o momento foi errado, ainda
que a iniciativa possa ter atendido a algumas necessidades específicas, como
a ajuda aos pobres da comunidade de crentes.12O espírito de desprendimento
e fraternidade que manisfestaram é, de fato, o que deve caracterizar o povo
de Deus pouco antes da volta de Jesus, mas naquele momento, representou
um retrocesso para a igrej a. A igreja de Jerusalém empobreceu (At 11:28; Rm
15:26; G1 2:10), passou a depender da generosidade das igrejas gentílicas
(At 11:29-30; Rm 15:25-26; 1C0 16:1-3) e não pôde sequer financiar o
evangelismo mundial. Isso coube às próprias igrejas gentílicas (At 13:1-
3; 15:35-36; 2 Co 11:8-9; Fp 4:15-18).13 Deus permitiu que se levantasse
uma perseguição contra a igreja (At 8:1-3) para dispersá-la de Jerusalém e,
assim, levá-la a cumprir sua missão mundial (8:4, 5-8, 26-40; 11:19-21).14
9James D. G. Dunn, Unity and Diversity in the New Testament: An Inquiry into the
Character o f Earliest Christianity, 2a. ed. (Londres: SCM, 1990), 238-239.
10Ibid, 323-324.
11C. K. Barrett, A Critical and Exegetical Commentary on the Acts o f the Apostles,
ICC (Edimburgo: T&T Clark, 1994-1998), 1:168.
12Veja Arthur G. Patzia, The Emergence o f the Church: Context, Growth, Leader-
ship and Worship (Downers Grove: InterVarsity, 2001), 213-214.
13Há claras evidência de que a igreja de Jerusalém continha membros de todas as
classes sociais, inclusive as mais altas (veja David A. Fiensy, “The Composition o f the
Jerusalem Church,” em Palestinian Setting, vol. 4, ed. Richard Bauckham, The Book o f
Acts in Its First Century Setting, 5 vols., ed. Bruce W. Winter [Grand Rapids: Eerdmans,
1993-1996], 226-230), mas independentemente da possibilidade de alguns deles terem
mantido seu status mesmo após a experiência de At 2:44-45 e 4:32-35, isso não parece ter
sido 0 bastante para mudar a situação geral da igreja judaica, conforme indicam os textos
de At 11:28, Rm 15:26 e G12:10.
14Conquanto se concentre em questões paralelas, Ellen G. White faz clara referên
348 I Wilson Paroschi
cia à diminuição do zelo missionário que se seguiu ao Pentecoste e salienta que foi “a fim
de espalhar Seus representantes por outras partes do mundo,” que “Deus permitiu que
lhes sobreviesse a perseguição. Expulsos de Jerusalém, os crentes ‘iam por toda a parte
anunciando a Palavra’” (Atos dos Apóstolos [Tatuí: CPB, 1999], 105).
15Veja, e.g., Wilson Paroschi, “Estevão, Israel e a Igreja,” Parousia 6:1 (2007):
39-52.
Os pequenos grupos e a hermenéutica | 349
por intermédio desses homens, por meio de seus erros e acertos, que Deus
atuou e 0 evangelho foi levado a todo o mundo.16
A segunda razão pela qual a igrej a apostólica não deve necessariamente
ser vista como um modelo em tudo é que ela mesma foi produto de uma
época, um lugar e uma cultura específica. A igreja apostólica nasceu no
contexto do judaismo do primeiro século. Ela aparece no cenário bíblico
como mais uma dentre as várias denominações ou “seitas” judaicas da
época.17 Ela teve que lidar com problemas tais como uma expectativa
messiânica distorcida, o escândalo da cruz e o legalismo judaico, a inclusão
dos gentios e a circuncisão, a idolatria no mundo grego-romano, filosofias
pagãs, enfim, uma longa lista problemas, quase todos muito diferentes dos
nossos.18 E por isso que muito cuidado deve ser tido na hora de apontar
os elementos prescritivos no Livro de Atos. Não é só abri-lo e achar que,
porque foi assim no passado, tem que ser assim no presente. Nós sabemos
disso e, com frequência, até interpretamos corretamente aquilo que não nos
interessa, relativizando sua relevância atual ou, então, desqualificando-a
por completo, como, por exemplo, o uso da sorte (1:26), o dom de línguas
(2:1-4, 7-8; 10:44-46; 19:6), o batismo em nome de Jesus apenas (2:38;
8:16; 10:48; 19:5; 22:16; etc.) e o voto de nazireu (18:18). O problema
é que nem sempre manifestamos o mesmo rigor hermenêutico para com
aquilo que nos interessa ou que julgamos válido ainda hoje.
seja, Atos visa acima de tudo a apresentar a maneira como Deus atuou por
meio dos apóstolos no estabelecimento de Sua igreja na Terra nas primeiras
décadas após a ascenção de Cristo. Isso ajuda a explicar o elevado grau de
seletividade presente no livro. Nem todos os fatos ocorridos nesse período
estão ali relatados, como nem todos os apóstolos recebem a devida atenção.
Como história teológica, o foco de Lucas não é outro senão as atividades de
Deus no cumprimento de Seu propósito salvífico. “Cada evento principal,”
destaca David G. Peterson, “é visto à luz dessa realização do plano de
Deus.”20
Sobre os aspectos prescritivos propriamente ditos e como reconhecê-
los, esta é uma das mais difíceis questões hermenêuticas relativas ao Livro
de Atos, e não são poucos os autores que se debatem com ela. Aqui, dois
extremos devem ser evitados, como bem salienta William J. Larkin. O
primeiro é tom ar Atos prescritivo demais, ignorando a realidade histórica
em que foi escrito e tomando cada episódio ou conceito uma norma a
ser seguida pela igreja. O outro extremo é concluir que, por ser histórico,
Atos não tem absolutamente nada de prescritivo para o crente moderno.21
Não há dúvida de que Atos contém importantes elementos prescritivos,
como o próprio Lucas sugere a Teófilo (Lc 1:4), a quem dedica seus dois
livros (Lc 1:3; At 1:1).22 A dúvida é como identificar tais elementos, visto
que os problemas particulares da igreja com os quais Lucas se ocupa já
praticamente não existem mais. No tocante às questões conceituais, os
temas recorrentes nos discursos certamente são verdades que extrapolam
as respectivas limitações temporais e espaciais presentes no livro. Nessa
20David G. Peterson, The Acts o f the Apostles, PNTC (Grand Rapids: Eerdmans,
2009), 27. Veja também Peter G. Bolt, “Mission and Witness,” em Witness to the Gospel:
The Theology o f Acts, ed. I. Howard Marshall e David Peterson (Grand Rapids: Eerd-
mans, 1998), 191-214.
21William J. Larkin, Acts, IVPNTCS (Downers Grove: InterVarsity, 1995), 15.
22D e acordo com Ben Witherington, a própria presença de Atos no cânon bíblico
reflete “a crença no permanente valor, importância e relevância da substância do livro
para a contínua vida da igreja” {Atos dos Apóstolos: A Socio-Rhetorical Commentary
[Grand Rapids: Eerdmans, 1998], 98-99).
352 I Wilson Paroschi
23Veja I. Howard Marshall, Acts, TNTC (Grand Rapids: Eerdmans, 1980), 49-50;
Jacob Jervell, The Theology o f the Acts o f the Apostles, NTT (Cambridge: Cambridge
University Press, 1996), 18-115.
24Para uma discussão mais ampla, veja Larkin, 13-17; Witherington, 97-102; eesp.
Walter L. Liefeld, Interpreting the Book o f Acts, GNTE (Grand Rapids: Baker, 1995),
117-127. Veja também Henry A. Virkler e Karelynne G. Ayayo, Hermeneutics: Principles
and Processes o f Biblical Interpretation, 2a. ed. (Grand Rapids: Baker, 2007), 88-89.
Os pequenos grupos e a hermenéutica | 353
muitas conversões (At 13:43; 14:1, 21; 17:4, 1119:17-18 ;18:8 ;12)־, mas
nem por isso é necessariamente a estratégia que deve ser usada hoje em
dia. Os cristãos apostólicos não pensavam de si mesmos como formando
urna nova religião, à parte do judaismo. Para eles, o cristianismo era o
climax do judaismo, o que Paulo chamaria mais tarde de “o Israel de
Deus” (G1 6:16; cf. Rm 9:6-8). Os judeus da época, portanto, eram os
candidatos naturais para ouvir a mensagem do evangelho (At 13:46; 18:5-
6; cf. Rm 9:4-5) e as sinagogas espalhadas pelas principais cidades greco-
romanas, as portas-de-entrada legítimas e eficientes para se alcançar, em
primeiro lugar, os judeus, em segundo lugar, os gentios que simpatizavam
com a religião judaica e que também as frequentavam, os chamados
“tementes a Deus” (At 10:2, 22; 16:14; 18:7), e, em terceiro lugar, por
meio desses gentios, alcançar aos outros.25 Deve ser lembrado também
que, nos primeiros tempos do Império Romano e além da própria religião
imperial, o judaísmo era a única religio licita e que, se não fosse por sua
identificação com o judaísmo (cf. At 18:12-16), o cristianismo teria pouca
ou nenhuma chance de sobreviver no mundo grego-romano.26
Hoje a situação do mundo mudou e, olhando da perspectiva
adventista, os judeus não são o público-alvo primário da nossa mensagem,
nem as sinagogas judaicas as portas-de-entrada naturais para nossos
evangelistas. A relevância da Igreja Adventista do Sétimo Dia deve ser
vista, fundamentalmente, no contexto do mundo cristão. Nossa mensagem
25“É difícil imaginar como o evangelho podería ter sido pregado sem o prévio es-
tabelecimento das sinagogas no mundo mediterrâneo e à parte da pouca tolerância deste
para com mestres não-convencionais” (Bruce Chilton, “Synagogue,” DLNTD [Downers
Grove: InterVarsity, 1997], 1144).
26Os romanos, a princípio, consideravam o cristianismo apenas como uma seita
ou facção judaica. Foi somente na década de 60 que as diferenças começaram a ser no-
tadas, especialmente após o incêndio do ano 64 que devastou dez dos quatorze distritos
de Roma. Para remover a culpa de si mesmo e acalmar os ânimos da população, Nero
reponsabilizou os cristãos que, além de formar um grupo cada vez mais excéntrico, na
opinião dos romanos, também apregoavam a iminente destruição do mundo pelo fogo.
Foi assim que teve início a perseguição. Para uma análise da posição do cristianismo no
contexto religioso romano, veja Everett Ferguson, Backgrounds o f Early Christianity, 2a.
ed. (Grand Rapids: Eerdmans, 1993), 556-583.
354 I Wilson Paroschi
eles ainda celebravam as festas judaicas (At 2:1; 20:16; 1C0 16:8) e até
ofereciam sacrifícios (At 3:1; 21:17-26; Hb 5:11-14).30
O argumento de que a igreja apostólica diariamente perseverava
unânime no templo e de casa em casa (At 2:46; 5:42), portanto, embora
muito utilizado como modelo para os pequenos grupos,31 não parece válido,
pelo menos no que diz respeito ao templo. Tal prática não justifica a ênfase
de que os cristãos devem se reunir frequentemente na igreja e de casa
em casa. Os cristãos apostólicos se reuniam no templo porque eles ainda
não haviam rompido com as práticas cerimoniais judaicas. As reuniões
nas sinagogas, sim, poderíam ser citadas como paradigmáticas, até porque
era ali que os crentes se congregavam todos os sábados (At 15:21; 22:19;
24:12; 26:11; Tg 2:2; Hb 10:25),32juntamente com os patrícios judeus. Até
o final do primeiro século, o judaísmo era caracterizado pela diversidade
e tolerância, e os membros das várias facções - fariseus, saduceus e
mesmo cristãos que, a princípio, não constituíam senão apenas mais uma
denominação judaica - frequentavam juntos as mesmas sinagogas e outras
instituições judaicas (cf. At 6:8-10; 23:6-8).
30A observância da lei cerimonial foi, talvez, 0 principal ponto de contenda na igre -
ja apostólica durante as primeiras décadas após a ascenção de Cristo. O concilio de Atos
15 liberou os cristãos gentios de suas obrigações (At 15:19-21), mas os cristãos judeus
não se sentiram igualmente livres de tais práticas (At 21:19-25). Eles foram incapazes de
ver que as observâncias cerimônias tiveram seu cumprimento em Cristo Jesus, não ape-
nas em relação aos gentios, mas também em relação aos judeus, e por isso continuaram
apegados a elas. O SDA Bible Commentary declara: “Os judeus cristãos ainda guardavam
as festas; eles ainda sacrificavam como anteriormente; eles ainda eram zelosos para com
a lei cerimonial. Eles não tinham senão uma vaga compreensão da obra de Cristo no
santuário celestial; eles sabiam muito pouco acerca de Seu ministério; eles não compre-
endiam que seus sacrifícios eram sem valor em vista do grande sacrifício sobre 0 Calvá-
rio” (Nichol, ed., 7:389). Veja também Ekkehardt Müller, Come Boldly do the Throne:
Sanctuary Themes in Hebrews (Nampa: Pacific Press, 2003), 10. O primeiro grupo cristão
que parece haver compreendido que a morte de Jesus colocara um ponto final às funções
cerimônias do templo e ao particularismo judaico foi o dos helenistas de At 6-7. Para
discussão do assunto, veja Paroschi, 39-52.
31Veja Burrill, 68.
32Segundo F. F. Bruce, a palavra episynagoge, em Hb 10:25, sugere que os judeus-
cristãos ainda não haviam rompido sua conexão com a sinagoga, embora eles pudessem
ter reuniões distintamente cristãs em locais separados (The Epistle fo the Hebrews, ed.
rev., NICNT [Grand Rapids: Eerdmans, 1990], 258).
Os pequenos grupos e a hermenéutica | 357
celebrada em conexão com uma refeição comum. Só temos que nos lembrar
que a Santa Ceia foi instituída por Cristo durante a refeição pascoal (Lc
22:13-20) e a Páscoa judaica era uma celebração familiar, doméstica (Êx
12:1-28; M t26:17-19; L c 22:11-15), enãopública. A SantaC eia, portanto,
era uma cerimônia distintamente cristã e domiciliar e, por isso, não podia
ser administrada na sinagoga.38 E como Jesus conectara a Santa Ceia à
promessa de Sua volta (Lc 22:15-18; ICo 11:26), e a igreja apostólica,
logo depois da ascenção, acreditava que Jesus voltaria dentro de poucos
dias, eles celebravam a Santa Ceia diariamente e sempre no contexto de
uma refeição comum (At 2:42, 46; 1C0 11:17-34).39 E assim surgiram
as igrejas-do-lar. Com 0 passar do tempo, até mesmo a refeição comum
associada à Ceia se transformou, ela própria, numa celebração e passou
a ser chamada de Ágape (Jd 12; cf. 2Pe 2:13), talvez por considerarem a
confraternização entre os irmãos uma boa expressão do dever cristão de
amar uns aos outros.40
38Na verdade, pouco ou nada se sabe sobre a celebração da Santa Ceia no período
apostólico. Não se sabe ao certo se ela era de fato “administrada” por alguma autori-
dade religiosa, como um apóstolo ou um presbítero, ou apenas pelo líder familiar. As
evidências não permitem nenhuma conclusão segura (veja Stephen Neill e Tom Wright,
The Interpretation o f the New Testament: 1861-1986, 2a. ed. [Oxford: Oxford University
Press, 1988], 201).
39A discussão de Paulo em ICo 11:17-34 confirma que a Ceia era celebrada no
contexto de uma refeição comum, mas o que estava havendo em Corinto era um grave
desvio do ideal cristão. Os primeiros a chegar, supostamente os mais ricos, comiam ao
ponto de se fartar e até mesmo se embriagar, de modo que pouco ou nada sobrava para
os mais pobres, que normalmente chegavam mais tarde (cf. vss. 21-22). Para uma com-
pleta exposição da passagem, veja Gordon D. Fee, The First Epistle fo the Corinthians,
NICNT (Grand Rapids: Eerdmans, 1987), 531-567. Quanto à frequência da celebração
da Ceia no período apostólico, pelo menos na primeira parte do período, tudo depende de
como a expressão “partir o pão” de At 2:42 e 46 é interpretada. Que nem sempre ela se
refere à Santa Ceia, não há nenhuma dúvida (cf. At 27:35), mas pelo menos em Paulo a
expressão está claramente associada à cerimônia eucarística (1C0 10:16; 11:23-26). Visto
que os judeus não costumavam se referir a uma refeição ordinária mediante a expressão
“partir o pão,” algo mais — neste caso, a Santa Ceia — deveria ter estar envolvido nessas
refeições comuns da igreja. Isso explicaria o fato de “partir o pão” vir, com o tempo, a se
tomar uma expressão técnica para a Ceia. Assim sendo, At 2:42 e 46 parece aludir a uma
única refeição em conjunto da igreja primitiva da qual a Ceia era parte integrante (veja
Barrett, 1:164-166).
40Sobre o Agape na igreja apostólica e seus desenvolvimentos posteriores, veja G.
Wainwright, “Lord’s Supper, Love Feast,” DLNTD (Downers Grove: InterVarsity, 1997),
686-694.
Os pequenos grupos e a hermenéutica | 359
Santa Ceia e o Ágape (At 2:46; 5:42; 12:12; Rm 16:3-5, 10, 11, 14, 15;
IC o 16:19; Cl 4:15; Fm 1:2; cf. At 28:30).51 Eles também aproveitavam
essas reuniões para orar (At 1:14; 2:42; 12:12), cantar (IC o 14:15; E f
5:19; C1 3:16), estudar a palavra (At 17:11; 20:32; Cl 4:16; lT m 4:12),
compartilhar experiências (Cl 3:16) e pregar 0 evangelho (At 5:42), entre
outras coisas. Após o rompimento com a sinagoga e a transformação das
igrejas-do-lar nos únicos locais de reunião, uma nova mudança começou a
ocorrer: muitos dos lares que hospedavam as igrejas deixaram de ser lares
propriamente ditos e se transformaram em locais exclusivos de reunião. E
isso aconteceu possivelmente quando os crentes que já hospedavam igrejas
em suas casas passaram a entregá-las para que, com algumas adaptações,
fossem usadas pela igreja unicamente para fins religiosos. De acordo com
Richard Krautheimer, essa mudança se completou mais ou menos ao redor
do ano 150.52Foi por essa época, que o Ágape começou a ser descontinuado
e a Santa Ceia, a ficar mais formal. O uso do ambiente exclusivamente para
fins religiosos dificultava a prática da refeição coletiva, cujos alimentos não
mais podiam ser preparados no local. O local de reuniões não mais era uma
sala de jantar, o que fez com que a Santa Ceia começasse a se distanciar do
refere à família (At 10:2, 22; 11:14; 16:15,31-32; 18:8; Rm 16:10-11; 1C0 1:11, 16; etc),
passagens como Atos 12:12 e Romanos 16:15,23 parecem demonstrar que, nos textos em
questão, oikos diz respeito à casa propriamente dita como local de reuniões (Paul s Idea
o f Community: The Early House Churches in Their Cultural Setting, ed. rev. [Peabody:
Hendrickson, 1994], 31-32).
51No caso de Romanos 16:10 e 11, embora o termo “igreja” esteja ausente, a ex-
pressão “os da casa de,” de acordo com Reta H. Finger, pode ser entendido como referén-
cía a urna igreja-do-lar. Ela acredita que, juntamente com os versos 3-5, 14 e 15, os vss.
10 e 11 aludem a “cinco ...congregações de cristãos espalhadas por Roma das quais Paulo
tinha conhecimento por meio de seus contatos” (Roman House Churches fo r Today: A
Practical Guide for Small Groups, 2a. ed. [Grand Rapids: Eerdmans, 2007], 16-17). Veja
também Thomas R. Schreiner, Romans, BECNT (Grand Rapids: Baker, 1998), 797-798).
52Krautheimer, 23-24. Falando da perspectiva arquitetônica, Krautheimer acres-
centa que antes do terceiro século os cristãos ainda não construíam seus próprios templos,
nem poderíam fazê-lo. “Apenas a religião estatal erigia templos na tradição da arquitetura
grega e romana.... As congregações cristãs anteriores ao ano 200 estavam limitadas ao
domínio da arquitetura doméstica e, além disso, às inconspícuas moradias das classes
mais baixas” (24).
Os pequenos grupos e a hermenéutica | 363
53O termo era bastante apropriado visto que a despeito das alterações estruturais,
ou mesmo quando as casas eram inteiramente reconstruídas, sua arquitetura não perdia
sua característica doméstica utilitária (ibid., 26). Em Roma, as domus-ecclesias foram
mais tarde (c. 250) chamadas de tituli (sing., titulus). Na verdade, titulus era o nome de
uma pequena placa de mármore afixada junto à porta com o nome do proprietário. Assim,
se tomou comum se referir a uma igreja como titulus e o nome do proprietário era usado
para diferenciar entre uma igreja e outra (Ibid., 28-29).
54Veja Bradley Blue, “Acts and the House Church,” em Graeco-Roman Setting,
vol. 2, ed. David W. Gill e Conrad Gempf, The Book o f Acts in Its First Century Setting,
5 vols., ed. Bm ce W. Winter [Grand Rapids: Eerdmans, 1993-1996], 119-222.
55Ibid, 138-140, 193-196; Gehring, 31-42.
364 I Wilson Paroschl
66Para mais detalhes, veja LeRoy E. Froom, The Prophetic Faith o f Our Fathers:
The Historical Development o f Prophetic Interpretation, 4 vols. (Washington: Review &
Herald, 1950-1954), 1:349-399.
67Embora Martinho Lutero tenha enfatizado, e muito, a importâncias dos pequenos
grupos (Gehring, 310; veja também Charles E. White, ed., “Concerning Earnest Chris-
tians: A N ew ly Discovered Letter o f Martin Luther,” C TM 10, n. 5 [1983]: 273-282).
68Para não mencionar 0 excessivo ritualismo que não raras vezes caracteriza, por
exemplo, a celebração da Santa Ceia em algumas de nossas igrejas, com cerimônias can-
sativas que se estendem por horas a fio, sendo que a maior parte do tempo é gasta tão-
somente com a distribuição do pão e do vinho. Em várias congregações, esse problema
já resolvido com a destruição conjunta dos emblemas e a adoção de cálices descartáveis,
que não necessitam ser recolhidos.
Os pequenos grupos e a hermenéutica | 367
Conclusão
69Após seu exaustivo estudo das igrejas-do-lar do período primitivo da igreja e seu
impacto no cumprimento da missão, Gehring oferece uma valiosa reflexão sobre como
essa iniciativa pode ser útil à igreja de hoje. E, depois de citar alguns exemplos bem-
sucedidos em diversas partes do mundo contemporâneo, ele declara: “Passado e presente
transmitem uma clara mensagem: de modo algum deve o modelo das igrejas-do-lar ser
negligenciado hoje como uma opção viável para o crescimento da igreja; ele consiste
numa abordagem testada e aprovada. Por mais que se enalteça a contribuição eclesiástica
e missiológica a nível mundial de um pequeno grupo, seja ele uma igreja-do-lar no senti-
do pleno ou um grupo doméstico para 0 estudo da Bíblia, companheirismo, oração, e/ou
socialização, treinamento para líderes leigos, ou discussões evangelísticas, tal enaltecí-
mento nunca será demasiado” (309).
368 I Wilson Paroschi
Introdução
1Agradeço aos meus assistentes Gilson Dias da Silva e Iuri Antunes dos Santos
Haubrich por ajudarem nas pesquisas para este trabalho.
372 I Leonardo G. Nunes
2a ed. (São Paulo: Vida Nova, 1998), 246. Ver também: Krentz, 19. e ainda: Hasel, Teolo-
gia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas no Debate Atual, 273.
19Para maiores detalhes ver Johann Salomo Semler, Albhandlung Von Freier Un-
tersuchung des Canon, 4 vols., vol. 4 (Halle: 1771-1775). Ver também Wemer Georg
Kümmel, The New Testament: The History o f the Investigation o f Its Problems (Nash-
ville: Abingdon Press, 1972), 64. Semler afirmou que “a Escritura e a Palavra de Deus
são claramente distintas, pois conhecemos a diferença... Pertencem a Sagrada Escritura
Rute, Ester, Cantares de Salomão, etc., mas nem todos esses livros, chamados de sagra-
dos, pertencem à Palavra de Deus...” Johann Salomo Semler, Albhandlung Von Freier
Untersuchung des Canon, 4 vols., vol. 1 (Halle: 1771-1775), 75.
20Stefan Heidemann, “Der Deutschen Morgenland: Bilder des Orients in der
Deutschen Literatur Und Kultur Von 1770 Bis 1850,” (2008). http://www.unijena.de/
data/unijena_/faculties/phil/iskvo/Heidemann_Texte/Heidemann-Morgenland+2008-
Paradigmenwechsel.pdf [accessed Em 23 de Fevereiro de 2009 ].
21Hasel, Teologia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas no Debate Atu-
al, 35. Sobre a divisão das fontes do Pentateuco conforme Jean Astruc ver Jr. Gleason L.
Archer, Merece Confiança o Antigo Testamento?, trad. Gordon Chown, 7a ed. (São Paulo:
Vida Nova, 2007), 466.
22Ver o Histórico da Teoria Documental do Pentateuco em: Gleason L. Archer,
465-476. Ver também: Greg King, “A Hipótese Documentária,” Revista Teológica do
SALT-IAENE 4/2, Jul-Dez (2000): 29-36.
376 I Leonardo G. Nunes
A Demitologização e o Existencialismo
O conceito de mito alcançou o seu ápice com o programa da
“demitologização” de Bultmann (1884-1976). O seu discurso em 1941
provocou um acentuado debate sobre o NT e a mitologia.39 Bultmann
provocou ver: Hasel, Teologia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas no De-
bate Atual, 301. Ver também: N ilo Duarte de Oliveira, “A Demitologização das Escrituras
de Rudolf Bultmann e a Reação Protestante” (Centro Universitário Bennett, 2004).
40Sobre a interpretação existencialista de Bultmann ver: Hâgglund, 352-353.
41Rudolf Bultmann, Crer e Compreender: Artigos Selecionados, ed. Walter Alt-
mann, trad. Walter O. Schlupp e Walter Altmann (São Leopoldo - RS: Sinodal, 1987), 14.
[Os grifos são do autor].
42Ibid., 22.
43Krentz, 31.
44Para um estado mais ampio ver Rudolf Bultmann, Jesus and the Word, trad.
Louise Pettibone Smith and Erminie Huntness Lanteno (New York: Scribner’s, 1958).
Ver também Hâgglund, 352.
45Para um estado mais amplo ver Rudolf Bultmann, The History o f the Synoptic
O método crítico-histórico e suas consequências missiológicas | 3 7 9
53Ibid., 63
54Ibid.
55Karl Barth, Church Dogmatics, trans. G. T. Thompson, vol. 1 (Edimburgo: T. &
T. Clark, 1963), 119; ver também Norman Gulley, Cristo Viene! Un Enfoque Cristocén-
trico de Los Enventos de Los Últimos Días, trad. David P. Gullón, Ia ed. (Buenos Aires:
Asociación Casa Editora Sudamericana, 2003), 103.
56O método da correlação apresentada por Tillich é diferente do apresentado por
Troeltsch que apresentaremos mais a frente. Para um estado mais ampio sobre o método
da correlação de Tillich ver: Paul Tillich, Systematic Theology, 3 vols. (Chicago: Uni-
versity o f Chicago, 1967). Esta obra foi publicada em português, em um volume único,
sob o título: Paul Tillich, Teologia Sistemática, trad. Getúlio Bertelli (São Paulo: Sinodal
- Paulinas, 1967). Veja também: Cláudio Carvalhaes, “Uma Crítica das Teologías Pós-
Modernas à Teologia Ontológica de Paul Tillich,” Universidade Metodista de São Paulo
http://www.metodista.br/ppc/correlatio/correlatio03/uma-critica-das-teologias-pos-mod-
emas-a-teologia-ontologica-de-paul-tillich/ (accessed em 23 de Março de 2009); sobre
a relação de perguntas existenciais e respostas teológicas, ver David Tracy, “Tillich and
Contemporary Theology,” em The Thought o f Paul Tillich, ed. Wilhelm Pauck James
Luther Adams, Roger Licoln Shinn (San Francisco: Harper and Row Publishers, 1985),
266-267.
57Paul Tillich, Historia do Pensamento Cristão, 2a ed. (São Bernardo do Campo:
ASTE, 2000), 287-289.
O método crítico-histórico e suas consequências missiológicas | 381
72Maier, 16-17. Ellen G. White afirma que a Bíblia possui a mesma união divino-
humana manifestada em Jesus: “A união do divino e humano, manifestada em Cristo,
existe também na Bíblia. As verdades reveladas são todas ‘dadas por inspiração divina’;
contudo, elas são expressas em palavras de homens e adaptadas às necessidades huma-
nas. Assim, pode ser dito do Livro de Deus, como foi dito de Cristo, que ‘a Palavra se
fez carne e habitou entre nós’. E esse fato, longe de ser um argumento contra a Bíblia,
deve fortalecer a fé nela como a palavra de Deus.” Ellen G. White, Testemunhos Para
a Igreja, trad. Cesar Luis Pagani, 9 vols., vol. 7 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
2000), 747.
73McKnight, 45.
74Gerhard F. Hasel, “The Crisis o f the Authority o f the Bible as the Word o f God,”
Journal o f the Adventist Theological Society 1/1 (1990), 20.
75Para a articulação destes três princípios ver: Emst Troeltsch, “Historiography,” in
Encyclopedia o f Religion and Ethics, ed. James Hastings (New York: Charles Scribner’s
Sons, 1914), 716-723. Emst Troeltsch, Gesammelte Schrifien, vol. 2 (Tubingen: J.C.B.
Mohr, 1913), 729-753. Para conhecer a contribuição de Emst Troeltsch ver: Robert Mor-
384 I Leonardo G. Nunes
gan, Ernst Troeltsch: Writings on Theology and Religion (Atlanta: John Knox, 1977).;
ver também Samuel Koranteng-Pipim, Receiving the Word: How New Approaches to the
Bible Impact Our Biblical Feith and Lifestyle (Michigan: Berean Books, 1996), 64.
76Uwe Wegner, Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia (São Leo-
poldo Sinodal - Paulus, 1998), 18.
77Davidson, “Biblical Interpretation,” 94. Pode-se observar esta aplicação na teo-
logia de Gabler e em sua forte ênfase histórica, a aplicação dos mesmos métodos utiliza-
dos em ciências seculares na ciência bíblica. Ver: Henning Graf Reventlow, “History o f
Biblical Theology,” em The Anchor Bible Dictionary, ed. David N oel Freedman (New
York: Doubleday, 1992), 485.
78Norman L. Geisler, Miracles and the Modern Mind: A Defense o f Biblical Mira-
cles (Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1992), 77.
79Ibid, 77-78. “Quando aplicado à Bíblia, 0 Método Crítico-Histórico levou muitos
a reinterpretar suas referências a milagres e intervenções sobrenaturais como artifícios
retóricos humanos e sua mensagem como obsoleta em face do moderno ambiente cientí-
fico.” Timm, “Antecedentes Históricos da Interpretação Bíblica Adventista,” 5.
O método crítico-histórico e suas consequências missiológicas | 385
97Carson, 45.
98Mainville, 65-87.
99Ibid., 39.
,00Reventlow, 485. Stanley concorda que o resultado final do MCH destróí a uni-
dade das Escrituras. Cf: Stanley N. Gundry, “Typology as a Means o f Interpretation: Past
and Present,” Journal o f the Evangelical Theological Society 12/4 Fall (1969), 237-238.
Ver também: Gerhard Von Rad, “Typological Interpretation o f the Old Testament,” em
Essays on Ot Hermeneutics, ed. C. Westermann (Richmond: John Knox Press, 1963),
22; Gerhard von Rad, Old Testament Theology (Edinburgh: 1965), 366, publicado em
português sob 0 título: Gerhard von Rad, Teologia do Antigo Testamento, trad. Francisco
Catao, 2a ed. (São Paulo: Aste, 2006).
101Davidson, “A Personal Pilgrimage,” 44, ver também: Mainville, 108-109.
102Mainville, 92-93
103Werner E. Lemke, “Theology: Old Testament,” em The Anchor Bible Diction-
ary, ed. David Noel Freedman (New York: Doubleday, 1992), 451.
104Brian A. Shealy, “Redrawing the Line between Hermeneutics and Application,”
M aster’s Seminary Journal 8/1 Spring (1997), 86. Para um estudo mais amplo ver as
seguintes obras: Bultmann, Jesus and the Wor, 8-11; Bultmann, The History o f the Syn-
optic Tradition, 244-45; Rudolf Bultmann, Faith and Understanding ed. Robert W. Funk,
388 I Leonardo G. Nunes
trad. Louise Pettibone Smith (New York: Harper and Row, 1966), 247-52; Rudolf Bult-
mann, New Testament and Mythology, trad. Schubert M. Ogden (Philadelphia: Fortress,
1984), 2-3; Bultmann, Existence and Faith, 58-60.
105Alice L. Laffey, Introdução ao Antigo Testamento: Perpectiva Feminista, trad.
José Raimundo Vidigal (São Paulo: Paulus, 1994), 10-11. Ver também: Edward E. Hind-
son, “The Inerrancy Debate and the Use o f Scripture in Counseling,” Grace Theological
Journal 3/1 Spring (1982).
106Laffey, 10-11; ver também Hindson. Para maiores esclarecimentos sobre teo-
logia feminista ver: Wanda Deifelt, “Temas e Metodologias da Teologia Feminista,” em
Gênero e Teologia: Interpelações e Perspectivas, ed. SOTER (São Paulo: Loyola, 2003).
Ver também: Elisabeth Schussler Fiorenza, As Origens Cristãs a Partir da Mulher: Uma
Nova Hermenêutica, trad. João Rezende Costa (São Paulo: Paulinas, 1992).
107Robert K. DeVries, “Book Reviews,” Bibliotheca Sacra 120 Apr-Jun (1963),
176.
108Louis Berkhof, Princípios de Interpretação Bíblica, trad. Merval Rosa (Rio de
Janeiro: JUERP, 1994), 35.
109Barry Waugh, “Manuscript by B. B. Warfield Concerning the Trial o f Charles
A. Briggs,” Westminster Theological Journal 66/2 (2004), 406. Ver também: William T.
Riviere, “The Word and Some Notions o f Today,” Bibliotheca Sacra Volume 93 Jul/Sep
(1936), 288-300.
110Merrill F. Unger, “The Inspiration o f the Old Testament “ Bibliotheca Sacra
Volume 107 - Oct/Dec (1950), 442.
O método crítico-histórico e suas consequências missiológicas | 3 8 9
O Método Crítico-Histórico e a fé
Sendo que o uso do M CH no processo hermenêutico destroi a fé nas
Escrituras como aPalavra de Deus, faz-se necessário uma breve análise sobre
as conseqüências que isto traz à vida do crente. Michael Green observou que
o uso do M CH estava destruindo a fé daqueles que estavam se preparando
para o ministério.114 Frank Hasel argumenta que as pressuposições afetam
diretamente a teologia, a autoridade que as Escrituras têm na vida do crente,
além de afetar também a doutrina. E como conseqüência, afeta a identidade
espiritual e teológica da igreja, bem como a sua m issão.115 Ele também
argumenta que o orgulho leva o intérprete a exaltar a razão humana como
0 “árbitro final do que alguém deve conhecer, crer e obedecer” e como
resultado deprecia a inspiração bíblica, bem como sua autoridade divina.116
132C. Kirk Hadaway, Facts on Grow: A New Look at the Dynamics o f Growth
and Decline in American Congregations Based on the Faith Communities Today 2005
National Survey o f Congregations, ed. David Roozen (Hartford, CT: Faith Communities
Today, 2006), 7.
133Dean M. Kelley, Why Conservative Churches Are Growing (New York: Harper
& Row 1972), 95; ver também Dean R. Hoge, “A Test o f Theories o f Denominational
Growth and Decline,” em Understanding Church Growth and Decline: 1950-1978, ed.
Dean R. Hoge and David A. Roozen (New York: The Pilgrim Press, 1979), 179.
394 I Leonardo G. Nunes
Conclusão
Wilson Borba
Colegio Adventista del Ecuador, Equador
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Introdução
6Ellen G. White, Vida e Ensinos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007),
128.
7Idem, Evangelismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), 179.
8Idem, O Grande Conflito, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), 355.
9Idem, Medicina e Salvação (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), 330.
10George R. Knight, Uma Igreja Mundial, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
2000), 83.
11Ellen G. White, Medicina e Salvação, 331.
12Sobre Miguel Belina Czechowski ver Schwarz, 138, 140; Maxwell, 163-169;
M. Ellsworth Olsen, A History o f the Origin and Progress o f Seventh-day Adventists,
(Washington, DC, 1926), 301-302; Rajmund Ladyslaw Dabrowski, ed., Michal Belina
Czechowski, 1818-1876 (Varsóvia, Polonia: Znaki Czasu Publishing House, 1979).
404 I W ilson Borba
brasileira, pois boa parte do seu espaço era usada regularmente para as
notícias missionárias mundiais.
Já o periódico chamado Home Missionary existia desde 1889,
entretanto, a partir de 1898 recebeu o nome de Missionary Magazine. A
função desta publicação oficial, sob a coordenação da Junta de Missões
Estrangeiras, era motivar e desafiar os membros da igreja a doar para as
missões. Além disso, informava como a missão da igreja avançava no
mundo. Com a chegada de Arthur Daniells na presidência da Associação
Geral uma das suas primeiras medidas missionárias foi reorganizar o
Missionary Magazine colocando na liderança do periódico quem tinha
experiência prática em missões.
E para que cada membro da igreja lesse esse informativo, ele foi
vendido ao preço simbólico de cinco centavos de dólar para os Estados
Unidos e setenta e cinco centavos para os demais países.26 Até maio de
1902 o Missionary Magazine era publicado como um jornal separado, o que
foi descontinuado, passando suas notícias a serem incluídas na Review and
Herald que, por sua vez, aumentou de 16 para 24 páginas.27 Entretanto, a
partir de outubro de 1918 a Review diminuiu de vinte e quatro para dezesseis
páginas, mas não perdeu a sua ênfase nas notícias da missão além-mar,
que passaram a ocupar aproximadamente 45% do espaço do periódico.28
Essas mudanças também foram realizadas por A. G. Daniells a fim de que
a Review se tomasse uma revista realmente focada na missão mundial.
A Review foi um grande e poderoso instrumento da Igreja Adventista
para promover a missão mundial. Ela dava o tom e a direção para a igreja
mundial. Havia uma idéia bem clara a respeito do foco missionário mundial
da revista: “A Review and Herald é nosso grande periódico da igreja. Ela é
designada para guardar os membros da igreja em ligação com o progresso
Colégios missionários
Uriah Smith não estava errado de todo, ao dizer que, ao pregar para
as pessoas estrangeiras que viviam na América do Norte, as respectivas
nações de origem daquelas pessoas já estariam sendo evangelizadas,42 pois
em parte, suas proj eções se cumpriram. Alguns estrangeiros se converteram
nos Estados Unidos e ao voltarem à pátria levaram a mensagem adventista
aos seus parentes e conhecidos. Por exemplo, a obra missionária adventista
na Rússia iniciou através de colonos alemães que foram da Rússia para
os Estados Unidos na década de 1870 e que lá se tom aram adventistas
do sétimo dia. Ao retomarem à pátria natal introduziram a mensagem
adventista.43
54Ibid., 259.
55William P. Pearce. “Let the Whole Earth Be Filled With is Glory”, Review and
Herald, 16 de Janeiro de 1900, 35.
56W. A. Spicer, Review and Herald, 26 de novembro de 1901, 10.
57Idem, Carta a L. E. Froom, arquivos da Associação Geral, 13 de março de 1927.
58Ibid.
Aspectos missiológicos e históricos da Igreja Adventista do Sétimo Dia | 4 1 3
Daniel Rode
Universidad Adventista del Plata, Argentina
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1Walter C. Kaiser, Jr, Mission in the Old Testament: Israel as a Light to the Nations
(Grand Rapids, Michigan: Baker Books, 2000), 11.
2Ahora Dios era central. En la Ilustración la razón era central, Dios y la iglesia
habían sido eliminados. David Bosh, Misión en transformación: cambios de paradigmas
en la teología de la misión, (Grand Rapids, Michigan: Libros Desafío, 2000), 328.
3Bosch, Misión en transformación, 477.
424 I Daniel Rode
1. Abraham
4Ibid, 479.
5John Piper, ¡Alégrense las nacionesl La supremacía de Dios en las misiones,
(Barcelona: Clie, 2007), 21.
El Todopoderoso en la misión de bendecir a todas las etnias | 4 2 5
“En tu serán
simiente
Gn 22:18 benditas todas las naciones goyim
de la tierra.”
2 ,Isaac
3. Jacob
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8Walter Vogels, G od’s Universal Covenant; A Biblical Study. 2nded. (Ottawa: Uni-
versity o f Ottawa Press, 1986), 67-68; en Wright, The Mission o f God, 473.
9Vogels, 68. Wright, The Mission o f God, 470.
10Nichol, Comentario Bíblico Adventista del Séptimo Día, 1:324.
11Siegfried H. Hom, Diccionario Bíblico Adventista del Séptimo Día (Florida, Bs.
As.: ACES, 1995), 589. El código de Hammurabi, secciones 144-146, 170, 171 legislaba
sobre esto. Nichol, Comentario bíblico Adventista del Séptimo Día, 1:330.
430 I Daniel Rode
12Elena G. de White, Palabras de vida del Gran Maestro (Florida, Bs. As.: Casa
Editora Sudamericana, 1960), 312.
13Proselitismo es hacer seguidores de un grupo (adventistas por ejemplo) como
si fuera un partido político. Esto podría degenerar en la “numerolatría”. El Diccionario
Enciclopédico Salvat define el proselitismo como el “celo de ganar prosélitos”. Prosélito
es una persona ganada para una religión, para una facción. Prosélito es un “partidario
que se gana para una facción, parcialidad o doctrina” (Salvat). La evangelización es algo
distinto. “Evangelizar es presentar de tal manera a Cristo Jesús, en el poder del Espíritu
Santo, que los hombres y mujeres lleguen a poner su confianza en Dios, a través de él, a
aceptarlo como su Salvador, y a servirlo como su rey en la comunión de su iglesia.” Pablo
Deirós, Diccionario hispano americano de la misión (Santa Fe, Argentina: COMIBÁM-
Cooperación Misionera Iberoamericana-, 1997), 181. C. Peter Wagner, Strategies fo r
Church Growth: Tools fo r Effective Mission and Evangelism (Ventura, California: Regal
Books, 1987), 128.
14Horacio, Sátiras 1.4.142-143. Manuel de Tuya, Biblia comentada (Madrid: Bi-
blioteca de autores cristianos, 1964), 504.
15Josefa, Vita 23. Tuya, Biblia comentada, 504.
16Sátiras 1.4.143.
El Todopoderoso en la misión de bendecir a todas las etnias | 431
Abram con 100 años y Sarai estéril y de 90 (Gn 16:2; 11:30; 17:17)
no podían ser progenitores de multitudes que serían bendición para todas
las etnias. Por eso, aparece El Shadday y le dice a Abram: “vive en mi
presencia y sé intachable. Así confirmaré mi pacto contigo, y multiplicaré
tu descendencia en gran manera” (Gn 17:1-6, NVI). Abrám debía vivir
diferente, dejar las mentiras y las prácticas y costumbres paganas, había
que cooperar con El Shadday, caminar con Él y ser perfecto. Dios les
cambia los nombres. El padre enaltecido (Abrám) tenía que ser humilde
y confiar en El Shadday para poder ser íipadre de multitudes'” (Abrahám)
(Gn 17:4-6). Su esposa Sarai, “mi princesa”, sería Sara, “una princesa”,
es decir una “madre de naciones” (Gn 17:15-16).
Abrahám se postró pero riéndose. El no podía entender como él con
100 años y Sara con 90 podían tener hijos. Entonces vuelve a pensar en
Ismael (Gn 17:17). “Y dijo Abraham a Dios: Ojalá Ismael viva delante
de ti” (Gn 17:18). “Abrahám intercedió a favor de Ismael a quien amaba
entrañablemente y a quien había considerado como su hijo y heredero (Gn
17:18-19)” .21 Prefería “el hijo de su propio plan, aún en lugar de aquel
que naciera de Sara. Además esto le ahorraría la turbación de renunciar
públicamente a su plan para Ismael como heredero suyo”.22 Dios en
su misericordia le repite la fórmula de bendición dada a Adán y a Noé
(Gn 1:28; 9:1), “le bendeciré, y le haré fructificar y multiplicar” (Gn
20Elena G. de White, El evangelismo (Florida, Buenos Aires: ACES, 1975), 235.
21Hom, Diccionario Bíblico Adventista, 582.
22Nichol, CBA, 1.336. White, Patriarcas y profetas, 142-143.
El Todopoderoso en la misión de bendecir a todas las etnias | 433
17:20).23 Era una misión dentro de la Missio Dei. Pero fuera del plan
de Dios para Isaac. Era una bendición sobre un Ismael “no culpable”.
Pero de todas formas, “Ismael no podría quedar más tiempo en el hogar
sin poner en peligro el plan de Dios para Isaac” (Gn 21:12). Porque, el
pacto divino y las bendiciones espirituales seguirían siendo con Isaac
(Gn 17:21).24 Abrahám debía entender que “muchas veces nuestros
planes fracasan, para que los de Dios respecto a nosotros tengan éxito.25״
23Víctor P. Hamilton, The Book o f Genesis, cap. 1-1 7 (Grand Rapids, Michigan:
Eerdmans, 1990), 313.
24Nichol, CBA 1: 357, 331, 336.
25Elena G. de White, El ministerio de curación (Mountain View, California: Pa-
cific Press, 1959), 376.
26Alexander, From Paradise to the Promised Land, 33.
27Wilkinson, The Prayer o f Jabez, 23
28Horn, 155.
29Carroll R., “Blessing the Nationes: Toward a Biblical Theology o f Mission from
Genesis”, 23.
434 I Daniel Rode
En tu simiente
mishpaha “es un grupo social más chico que una tribu y más grande que
una familia nuclear.”43
En las otras tres referencias (Gn 18:18; 22:18 y 26:4) el término
hebreo que aparece es goyim que se refiere especialmente a naciones no
Israelitas.44 Las “goyim ” que Dios destruiría para que Israel se instale
en Canaán son mencionados como “naciones” (Dt 31:3; Jos 23:3) o
“pueblos” (Jos 24:18). Estas “naciones” son: “el heteo, el amorreo, el
cananeo, el fereseo, el heveo y el jebuseo” (Jos 12:8). Claramente eran
“grupos étnicos”.
Bruce Bauer dijo: “Misión Global ha sido lo mejor que le pudo ocurrir,
a la Iglesia Adventista en el área de las misiones en los últimos 50 años”.59
La Iglesia Adventista ha llegado a 204 países de los 228 existentes, y trabaja
en forma escrita y oral en 817 idiomas y dialectos. Pero recordemos que
existen 13.600 idiomas y dialectos vivos.60 La Biblia está en 6.600 de esos
idiomas y dialectos que hablan 6.405.000.000 de habitantes; el 95,6% de
la población del mundo. Aún falta colocar la Biblia, en 7.000 idiomas y
.dialectos que hablan 286.000.000 de habitantes; el 4,4% de la población.61
57Wagner, Strategies for Church Growth, 178-180.
58Neal Wilson, “Hacia una estrategia global”, Revista Adventista, 1987:3.
59Bruce Bauer, Adventist Mission in the 21st. Century (Hagerstown, MD: Review
and Herald, 1999), 164.
60Asociación General de la IASD, Annual Statistical Report (Silver Spring, Mary-
land: Asociación General de la IASD, 2000), 67, 75.
61David B. Barret, Todd M. Johnson, y Peter F. Crossing, “Missiometrics 2008”,
El Todopoderoso en la misión de bendecir a todas las etnias | 441
Por otro lado, hay unos 12.000 a 100.000 grupos, grandes y pequeños
donde establecer obra. Mike Ryan, vice-presidente de la Iglesia Adventista
del Séptimo Día (IASD), decía que, los adventistas gastamos el 99,98%
de nuestros diezmos y ofrendas, en áreas donde la obra adventista está
establecida y sólo el 0,02% en territorios de Misión Global. Por otro lado,
en la Ventana 10-40, vive el 60% de la población del mundo, pero sólo
el 10% de la feligresía es adventista.62 Algo se ha hecho en los últimos
congresos de la Asociación General (AG), pero aún no se ve una estrategia
mundial agresiva para llegar a todas las etnias.63
Wagner Kuhn
Andrews University, EUA
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Introdução
2Para uma compreensão mais ampla dos mais variados aspectos e questões que
afetam e influenciam a vida, o trabalho e o treinamento de missionários cross-culturais,
consulte o excelente livro de Tom Steffen e Lois McKinney Douglas, Encountering Mis-
sionaryLife and Work: Preparingfor lntercultural Ministry (Grand Rapids: Baker, 2008).
3Ver Ellen G. White, Educação (São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1997),
30. “N o mais alto sentido, a obra da redenção e da educação são uma; pois na educação,
com na redenção, ‘ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto 0 qual
é Jesus Cristo’” (1C0 3:10).A autora expande este princípio ao afirmar que “Rendenção é
o processo pelo qual a alma é preparada [trained, treinada/educada] para o céu. Esse pre-
paro [training, treinamento/educação] implica conhecer a Cristo. Significa emancipação
de idéias, hábitos e práticas adquiridos na escola do príncipe das trevas.A alma se deve
libertar de tudo que se opõe à lealdade para com Deus” {Desejado de Todas as Nações,
São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1991: 313).Em meu entendimento este é um
princípio universal com implicações teológicas e missiológicas para a Igreja Adventista
em todos os lugares.
4EllenWhite, A Ciência do Bom Viver{Santo André, São Paulo: Casa Publicadora
Brasileira, 1977), 395.
Educação missiológica e a missão global | 445
5Ver dois artigos escritos recentemente por Alberto R. Timm, ‘“Impact Hope’ Proj-
ect: An Integrated Missional Experiment” {Journal o f Adventist Mission Studies'), 2009,
Vol. 5, No. 1: 60-67; and “Building a Growing Church: The South American Experience”
{Ministry), 2008, October: 20-23.
6Como se trata de uma narrativa pessoal, alguns trechos do texto serão redigidos
em primeira pessoa.
7Ester Kuhn (Mendes de Oliveira - sobrenome de solteira).
446 I W agner Kuhn
8Helmo Kuhn.
9Evidências circunstanciais indicam que os dois corportores eram: Elias Reis de
Azevedo e Wilson H. Endruweit, segundo relatado por meus pais.
Educação missiológica e a missão global | 447
10Sobre esses três modos de educação (formal, não-formal e informal), ver Ed-
gar J. Elliston, “Options for Training”, in Christian Relief and Development: developing
-workers fo r effective ministry (Dallas, TX: Word, 1989), 237-250.
Educação missiológica e a missão global | 449
14“Deus é amor.” Esta é uma frase usada por Ellen G. White surpreendentemente
como a primeira afirmação do livro Patriarcas e Profetas (São Paulo: Casa Publicadora
Brasileira, 1997: 33), e como última afirmação do livro O Grande Conflito (São Paulo:
Casa Publicadora Brasileira, 1987: 684). Estes são respectivamente 0 primeiro e 0 último
dos livros da série o Grande dos Séculos.
15Ellen White, A Ciência do Bom Viver (Santo André, São Paulo: Casa Publicadora
Brasileira, 1977), 16.
16Norman E. Thomas, Classic Texts in Mission & World Christianity (Maryknoll,
NY: Orbis Books. 1995), 291.
Educação missiológica e a missão global | 453
daquilo que Deus faz e dos encontros de Deus com aqueles qufe Ele deseja
salvar. Ao dar o Espírito Santo à Igreja, Jesus concede, junto com Ele,
todos os outros dons necessários para que a missão de Deus seja cumprida.
Enfim, o Espírito Santo deseja cumprir a missão de Deus, revelando
a salvação em Cristo ao mundo. Além disso, Ele é o agente unificador dos
membros do corpo de Cristo (a Igreja) para a missão. E para que unamos
missiologia e teologia como o Espírito une os crentes com Cristo, temos
que entender que a missiologia Adventista pode e deve ser compreendida
a partir dos seguintes aspectos:
1. A missiologia deve ser compreendida a partir da bondade de Deus
para salvar a todos (Ex.: Deus chama e envia Jonas para proclamar sua
mensagem a Nínive);
2. Missiologia que parte do amor de Deus ao enviar seu Filho (Gn
3:15, Jo 3:16, A t 4:12, 1C0. 13); Assim é uma missiologia que nasce das
promessas de Deus cumpridas no “Deus conosco” - Jesus (Is 7:14, Jo 1:1,
14), e na vida da Igreja;
3. Missiologia a partir da história dos patriarcas e profetas, da história
do povo de Deus, da história dos apóstolos, da história das missões, da
história dos mártires, da história da salvação no contexto do grande
conflito, e da história da redenção e restauração final;
4. M issiologia a partir do professor, da sala de aula, do ensino e
treinamento teológico. A partir do professor de teologia, do professor de
Bíblia, enfim uma missiologia a partir da vida e ensinos do professor, de
seu exemplo integral - sua teologia e sua missão;
5. M issiologia a partir da vida de integridade e sacrifício do
missionário. M uitas pessoas não cristãs (e cristãs) aceitam a Cristo
pelo exemplo demonstrado na vida de integridade e sacrifício dos que
Educação missiológica e a missão global | 455
22Refiro-me específicamente aqui ao que foi revelado na Bíblia, que é a sua pala-
vra, e também na revelação de Deus à Igreja Adventista, através dos escritos de Ellen G.
White, conhecidos como os livros ou escritos do Espírito de Profecia.
Educação missiológica e a missão global | 457
28Ver o documento entitulado “Roadmap for Mission” (Roteiro ou Mapa para Mis-
são) que foi apresentado e votado (aprovado preliminarmente) pela Comissão Executiva
da Igreja Mundial no Concilio da Primavera da Associação Geral, em Abril de 2009.
29Ellen G. White afirma: “O obreiro em campos estrangeiros entrará em contato
com todas as classes de pessoas e todas as variedades de espíritos, e verificará serem
necessários diversos métodos de trabalho a fim de ir ao encontro das necessidades do
povo.... Nem sempre conseguimos os mesmos resultados mediante os mesmos métodos
e modos” ( Obreiros Evangélicos, 1993: 468). “O ministro não deve julgar que toda a ver-
dade tem que ser apresentada aos incrédulos em toda e qualquer ocasião. Ele deve estudar
com cuidado quando convém falar, 0 que dizer, e o que deixar de mencionar... Muitas
almas têm sido desviadas para uma direção errada, e assim perdidas para a causa de Deus,
devido à falta de habilidade e sabedoria da parte do obreiro. O tato e o critério centupli-
cam a utilidade do obreiro. Se profere as palavras convenientes no tempo oportuno, e ma-
nifesta o devido espírito, isso terá no coração daquele que ele está procurando ajudar, uma
influência capaz de 0 comover” (Ellen G. White: Obreiros Evangélicos, 1993: 117, 119).
30Estudantes missionários, voluntários, missionários de curto prazo, “tentmakers”
(missionários de sustento próprio), missionários de carreira (médio e longo prazo), pasto-
res e outros leigos e profissionais liberais dedicados à missão da Igreja.
Educação missiológica e a missão global | 461
37Ellen G. ־White, Educação. (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira,
1997), 17.
1. Análise e avaliação do currículo teológico-mihisterial dos
Seminários para a inserção de disciplinas missiológicas e treinamento
cross-cultural.
2. Programar o investimento e preparo de pessoas que ministrem
estas disciplinas;
3. Sistematizar uma metodologia apropriada para a realidade local:
brasileira, sul-americana, internacional, transcultural, etc.;
4. Produzir materiais e recursos para o treinamento de missionários
transculturais;
5. Estudar o princípio teológico do “Grande Conflito” como
integrativo da teologia adventista para desenvolver uma metodologia que
seja a base para educação missiológica.
HACER DISCÍPULOS: MANDATO Y
RECOMENDACIONES
imiiiiiiiiiiiiimiiiiimiiiiiiiiiimiitiiiiiiiiiiiiuiiiiiiiiiimiiiimiiiiiiimmiiiiiiiiiiiiiiimimiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimiiiiiiiiimi
1David J. Bosch, Transforming Misión (New York: Orbis Book, 1993), 73.
2W illiam.G. Johnsson, Religion in Overalls (Nashville: Southern Publishing As-
sociation, 1977), 37.
466 I Bruno Alberto Raso
sino que éstos son un medio que utiliza Cristo para explicar el discipulado,
porque discípulos son todos los que siguen la enseñanza de Jesús.3
Jesucristo, al reencontrarse con sus discípulos después de su
resurrección, investido de toda autoridad en el cielo y en la tierra, presenta
la comisión evangélica de ir y hacer discípulos en todas las naciones,
bautizándolos en el nombre del Padre, del Hijo y del Espíritu Santo,
enseñándoles que guarden todas las cosas encomendadas por El, con la
promesa de que estará con ellos todos los días hasta el fin del mund.o.
Los participios usados en Mateo 28:18-20 adquieren el sentido
imperativo porque el verbo principal es un imperativo. Así poreuthentes,
(id), baptizontes, (bautizándolos) y didaskontes, (enseñándoles), están
subordinados al verbo central de la oración: matheteusate,4 “haced
discípulos” . Este es el foco y único imperativo en la comisión evangélica.
El mandato “haced discípulos” es el centro de la misión.5
En el comienzo de su ministerio, Jesucristo había encomendado
a sus discípulos la misión de predicar al pueblo judío. Les dio no sólo
instrucciones (Mt 10:5-6, 9-14), sino también les dio toda autoridad para
cumplir la tarea (Mt 10:1-2, 7-8). Después de su resurrección, Jesús, con
toda autoridad en el cielo y en la tierra, da una comisión imperativa a sus
discípulos: “Haced discípulos en todas las naciones” (Mt 28:19).
Según Nicoll,6 el poder de Dios se había manifestado en el Calvario
y en la tumba, venciendo al pecado y a la muerte. A partir de esta instancia
el evangelio podía y debía ser predicado, los discípulos debían ir a todo el
13Veloso, 117.
14LotharCoenen, Theological Dictionary o f the New Testament, 4 vols. (Grand
Rapids: Eerdmans, 1964-1976) 2:63.
470 I Bruno Alberto Raso
21Herbert Kane, A Global View o f Christian Missions: From Pentecost to the Pres-
ent (Grand Rapids: Baker Book House, 1979), 72.
22Raymond Brown, dir., Comentario bíblico San Jerónimo, 5 vols. (Madrid: Cris-
tiandad, 1971), 5:778.
23Juan Calvino, Comentarios a las epístolas pastorales de San Pablo (Grand Rap-
ids: T.E.L.L., 1982), 231.
24Crane, 15.
25Roberto Pereyra, Preparación del obrero voluntario (Villa Libertador San Mar-
tin: SALT, 1985), 32.
Hacer discípulos: mandato y recomendaciones | 473
26Kuhne, 13-14.
27Borge Schantz, “The Development o f Seventh-Day Adventist Missionary
Thought: A Contemporary Appraisal” (Tesis Doctoral en Ph.D., Intercultural Studies,
Fuller Theological Seminary, 1983), 753.
28Walter Beach y Bert Beach, Pattern fo r Progress: The Role and Function o f
Church Organization (Washington: Review and Herald, 1985), 21.
474 I Bruno Alberto Raso
Adoración
Adoración Adoración espiritual ADORACIÓN
espiritual
Confratemización
Unidades homogéneas RELACIONES
Espiritualidad
Investigación
Investigación social INVESTIG.
social
Planificación
• PLANIFICACIÓN
ciudad
DOUGLAS
REEVES - JENSON W IN ARN KUEN AUTOR
SMITH
Adoración
Adoración que nutre Adoración ADORACIÓN
participativa
Nuevas Nuevas
CRECIMIENTO
iglesias iglesias
INVESTIG.
Planificación
PLANIFICACIÓN
organizada
Hacer discípulos: mandato y recomendaciones | 477
478
Nuevas
Nuevas iglesias Nuevas iglesias CRECIMIENTO
iglesias
INVESTIG.
Conclusiones y recomendaciones
Marly L. Ti mm
Divisão Sul-Americana
miiimiiiimmiíimiiiiimmiimnmmiimiiiiDiiiiHiimiiimmimimiiiDiiiniiimiimiiimmiimminmiiiimimiimiiiiiiiiiiimniiiiiimiiiuiimi
*Todas as referências bíblicas citadas neste texto foram extraídas da versão Al-
meida Revista e Atualizada, 2a edição.
484 I Marly L. Timm
Antecedentes históricos
2Ver George R. Knight, The Fat Lady and the Kingdom: Adventist Mission Con-
fronts the Challenges o f Institutionalism and Secularization (Boise, ID: Pacific Press,
1995).
3Para mais informações sobre este período ver Richard W. Schwarz e Floyd Green-
leaf, Portadores de luz: historia da Igreja Adventista do Sétimo Dia (Engenheiro Coelho,
SP: Unaspress, 2009), 130-140; P. Gerard Damsteegt, Foundations o f the Seventh-day
Adventist Message and Mission (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1978), 149-155.
4Borge Schantz, “The Development of Seventh-day Adventist Missionary
Thought”, 2 vols (PhD Dissertation, Fuller Theological Seminary, 1983), 1:225-226).
5Ver C. Mervyn Maxwell, História do adventismo (Santo André, SP: Casa Publi-
cadora Brasileira, 1982), 83-85.
6Schwarz e Greenleaf, Portadores de luz, 71-76.
Serviço Voluntário Adventista | 485
14Ver Nathaniel Krum, The MV Story (Washington, DC: Review and Herald, 1963).
15Schwarz e Greenleaf, Portadores de luz, 156 e 157.
16Ver Monte Sahlin, Student Power in Christian Action: The ACT Movement
(Mountain View, CA: Racific Press, 1972).
17Donald F. Yost, “Autumn Council Concludes Its Work”, Review and Herald, 31
de outubro de 1968, 1.
488 I Marly L. Timm
Estrutura do SVA
Estrutura global
A principio todo o processo de cadastro de voluntários e de projetos
era feito manualmente, por meio do preenchimento de formulários
enviados pelo correio. Isso ocasionava uma demora considerável, em
especial para aqueles que se encontravam fora do território dos Estados
Unidos. Portanto, uma das metas mais urgentes de Parmenter era criar
um site que disponibilizasse, ao mesmo tempo, os projetos voluntários
da IASD ao redor do mundo, bem como um cadastro dos voluntários
disponíveis. Surgiu assim o site www.adventistvolunteers.org, como um
canal atualizado e de fácil acesso para o gerenciamento de centenas de
oportunidades de serviço voluntário ao redor do globo, além de milhares
de perfis de voluntários adventistas. Este sistema une todos os níveis
organizacionais da IASD no processamento dos voluntários, facilitando e
otimizando a comunicação entre todas as partes.
Fundamental para o êxito do SVA tem sido sua divulgação através
de diferentes meios. Desde o início, vários materiais promocionais
foram produzidos de forma a tomá-lo conhecido, e buscar despertar o
interesse de candidatos em potencial. Hoje o SVA está presente em todas
as 13 Divisões do mundo, e a cada ano seu crescimento se tom a mais
expressivo, .envolvendo um número cada vez maior de jovens, adultos e
pessoas jubiladas.
Os projetos oferecidos, tanto de curto prazo (até dois meses) quanto
de longo prazo (de três meses a dois anos), abrangem diversas áreas, como
evangelismo, educação, saúde, tecnologia e mídia, finanças e administração,
ADRA, dentre outras. Além disso, os projetos se classificam em três tipos
básicos, dependendo das necessidades do local onde se encontra: (1)
compartilhado {shared), onde o voluntário e os líderes do projeto dividem
24Ellen G'. White, Obreiros evangélicos, 5a (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
1993), 466-467.
*494 I Marly L. Timm
Considerações finais
.
ΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙ IIIIIIII [11111lllllll llltllll IIIIJI11llilll lili lili .......... ...
mu IIIIIIIIII....
Introducción
1“Un don espiritual es un atributo especial que el Espíritu Santo da a cada miem-
bro del Cuerpo de Cristo según la gracia de Dios para usarlo dentro del contexto de su
Cuerpo.” C. Peter Wagner, Sus dones espirituales pueden ayudar a crecer a su iglesia,
trad. Xavier Vila (Barcelona: Clie, 1980), 38. Por su parte, Daniel J. Rode, hace una dife-
rencia entre los dones espirituales y los talentos naturales, indica que estos últimos, son
dados por Dios en el momento en que nacemos aclara; también hace la diferencia con
los frutos del Espíritu. Además, establece la diferencia entre un don y una función o rol
eclesiástico, señalando que quien desempeña una rol, no necesariamente puede poseer
un don espiritual. Daniel J. Rode, Estrategias de crecimiento de iglesia (Buenos Aires:
Seminario Adventista Latinoamericano de Teología, 1998), 173
2Por la palabra “talento” debemos entender el conjunto de habilidades, facultades
o dones que Dios otorga a sus hijos, para cumplir diferentes tareas o responsabilidades.
William Barclay, Comentario al Nuevo Testamento-Mateo, trad. Alberto Araujo, (Barce-
lona: Clie, 1997), 2: 372.
Los dones espirituales y los ministerios | 499
7Elena G. de White, El Deseado de todas las gentes (Mountain View, CA.: Publi-
caciones Interamericana, 1955), 592.
8León Morris, The Gospel According to Matthew (Grand Rapids, Mi.: Eerdmans,
1992), 634.
9Arnold Wallenkampf, Renovados por el espíritu, trad. Miguel A. Valdivia (Bue-
nos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2006), 75.
10Ibid., 77.
11Lothar Coenen, Beyreuther Ereich y Bietenhard Hans, Diccionario teológico del
Nuevo Testamento (Salamanca: Sígueme, 1985), 46.
Los dones espirituales y los ministerios | 501
“todas estas cosas las hace uno y el mismo Espíritu, repartiendo a cada
uno en particular como él quiere.” (1 Co 12:11). El propósito de los DE
es tener la capacidad para brindar un servicio espiritual tanto, dentro de la
comunidad de creyentes como a favor de la comunidad externa.12 Según
la teología paulina sobre la manifestación de los DE, es imposible para él,
concebir a un cristiano desprovisto de algún don de la gracia.13
'2Ibid., 240.
13Ibid.
14David H. Wheaton, IPe 4:7-11, Nuevo comentario bíblico Siglo Veintiuno, CD-
ROM, versión 2.1 (Logós Library Sistem, 2000).
15William Barclay, Comentario al Nuevo Testamento-Santiago y Pedro, trad. Al-
berto Araujo (Barcelona: Editorial Clie, 1996), 14:293.
•502 I Miguel Ángel Salomón
39Ibid., 102-104.
Los dones espirituales y los ministerios | 509
Conclusión
Carlos A. Steger
Universidad Adventista del Plata, Argentina
iiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiiiiimiiiimiiiiiiiiiMmiiiiiiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiNiiiiiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiimiiMiNiiiiiiiiiiiiiiimmiimiiiiiiiNimiiiiiiiiiimiiiiiiiii
Introducción
3Edwin R. Palmer, The Printing Press and the Gospel (Washington: Review and
Herald, 1947), 21-22.
4Ver Alberto R. Timm, O Santuário e as Três Mensagens Angélicas (Engenheiro
Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 1998), 18-19.
5Ver Richard W. Schwarz y Floyd Greenleaf, Portadores de luz (Florida, Buenos
Aires: ACES, 2002), 37.
Las publicaciones y la evangelización | 515
6Verlbíd., 70,71.
7Elena G. de White, El ministerio de las publicaciones (Florida, Buenos Aires:
ACES, 1999), 16.
8Ver R. Sheffel, “A importância da imprensa”, Revista Adventista, Janeiro 2006,
17.
9Ver Portadores de luz, 79; C. Mervyn Maxwell, Tell It to the World, second
revised edition (Mountain View, CA: Pacific Press Publishing Association, 1982), 103.
516 I Carlos A. Steger
En 1870 había 5.440 miembros, mientras que diez años más tarde (1880)
había 15.570 miembros. Uno de los factores claves para este crecimiento
fue la distribución masiva de publicaciones, promocionada por la Tract
and M issionary Society (Sociedad M isionera de Publicaciones). Según
el pastor John Loughborough, que vivió en ese tiempo y fue el primer
historiador de la Iglesia Adventista, la creación de esta sociedad introdujo
una nueva era en la predicación del mensaje, pues trajo a la iglesia casi
tantas almas como las provenientes de los esfuerzos del ministerio.101 ·
Del modesto comienzo mencionado en los párrafos precedentes, la
obra de las publicaciones adventistas ha crecido en forma extraordinaria.
Actualmente hay 62 casas editoras adventistas en el mundo (incluyendo
sucursales) que publican el mensaje en 362 idiomas.11
Una publicación puede ser leída por muchas personas, lo que amplía
en forma insospechada su influencia a lo largo del tiempo. Así ocurrió con
un libro que Elena de W hite obsequió en un viaje, y que trajo a decenas de
personas al conocimiento de la verdad.12
Una vez más la mano toma la revista o el folleto rechazados y los ojos leen
las líneas con la verdad; pero el lector nuevamente airado, arroja lejos de
sí el material de lectura. Sin embargo, la mente no reposa, y finalmente la
persona lee la revista detestada, y la verdad, punto por punto, comienza
su obra de convicción; la reforma se lleva a cabo paso a paso. Muere el
yo, y desaparecen la lucha y el antagonismo contra la verdad. La revista
despreciada, en adelante es honrada como instrumento de conversión del
porfiado corazón y para subyugar la perversa voluntad, poniéndolos en
sujeción a Cristo. Si el predicador viviente hubiera hablado con la misma
claridad y exactitud, estas personas se habrían alejado de él sin aceptar las
ideas nuevas y extrañas que presentaba. Las revistas y los folletos pueden
ir a donde el predicador vivo no puede; y aunque pudiera llegar, no tendría
acceso a la gente a causa de sus prejuicios contra la verdad.13
Se me ha mostrado que las publicaciones ya han estado realizando
una obra en algunas mentes en otros países, quebrantando los muros de
prejuicio y superstición. Me fueron mostrados hombres y mujeres que
estudiaban con intenso interés periódicos y unas pocas páginas de folletos
sobre la verdad presente. Leían las evidencias tan maravillosas y nuevas
para ellos, y abrían sus Biblias con interés nuevo y profundo, a medida
que los temas de la verdad que les habían resultado oscuros eran aclarados,
especialmente la luz con respecto al sábado del cuarto mandamiento.
Mientras investigaban las Escrituras para ver si estas cosas eran así, una
nueva luz brillaba en su comprensión, los ángeles se cernían sobre ellos, e
impresionaban su mente con las verdades contenidas en las publicaciones
que habían estado leyendo.
Los vi sosteniendo periódicos y folletos en una mano, y la Biblia
en la otra, mientras sus mejillas eran humedecidas por las lágrimas,
e inclinándose delante de Dios en oración ferviente y humilde para ser
guiados a toda verdad, precisamente lo que él estaba haciendo por ellos
antes que se dirigieran al Señor. Y cuando recibieron la verdad en sus
Conclusión
imprentas como debe cumplirse la obra de aquel otro ángel que baja del
cielo con gran potencia y alumbra la tierra con su gloria”.19
En 1925, un joven carpintero adventista le vendió a mi abuelo El
conflicto de los siglos, de Elena G. de White, acompañado por otro libro.
El los guardó en su biblioteca, junto a una buena colección de novelas.
Vivía en el puerto de Moliendo, en la República de Perú, donde había
establecido una farmacia en sociedad con un amigo.
Un día, su esposa decidió quemar esos libros protestantes, y los sacó
del anaquel. Antes de salir de aquella habitación, se dio vuelta para mirar
la biblioteca y notó que había quedado un espacio vacío poco estético.
“Bien - pensó -, dejaré los libros hasta que mi marido compre algunas otras
novelas” .
Y así, esos dos tomos quedaron en la biblioteca hasta que, un día, mi
abuelo decidió leer El conflicto de los siglos. Nunca imaginó que la lectura
de ese libro cambiaría completamente el rumbo de su vida.
En varias ocasiones había intentado dejar el vicio del cigarrillo,
pero siempre había fracasado. Una mañana, después de abrir la farmacia
a las siete, continuó la lectura de El conflicto de los siglos con su habitual
cigarrillo en los labios, cuando comprendió, de pronto, que nuestro cuerpo
es templo del Espíritu Santo. Pasó al laboratorio de la farmacia, se arrodilló
y pidió al Señor que lo ayudara a desprenderse de aquel vicio. Desde aquella
memorable mañana, no volvió a fumar; fue suprim era victoria. A medida que
avanzaba eñ la lectura de El conflicto de los siglos y su gran Biblia católica,
crecía su interés por conocer más y más acerca de Cristo y de la verdad.
Finalmente, decidió que era necesario guardar el sábado del Señor.
El problema era muy serio: por ley, la farmacia no podía permanecer
cerrada los días sábados. Además, su esposa era una católica ferviente,
que no tenía ningún interés en oír, ni mucho menos aceptar esas nuevas
ideas. El oraba al Señor para que le diera luz y abriera un camino que le
permitiera servirlo.
19Ibíd, 430.
520 I Carlos A. Steger
quien hacía poco más de un año que trabajaba. Muy alarmado, éste fue a
visitarlo y lo instó a trabajar los sábados. Pero él le explicó que no podía ir
contra su conciencia.
- Bien - dijo el socio-, si no lo haces, disolvemos ahora mismo la
sociedad. No firmaremos la escritura de contrato que está por firmarse ni
te pagaré las utilidades del año.
Y así ocurrió. Subió a su casa, en la planta alta de la farmacia, y le
contó a su esposa que habían terminado la sociedad de la farmacia y que el
socio se negaba a reconocerle las utilidades del año, que ascendían a más
de diez mil soles. También le dijo que debían dejar la casa y que no tenían
adonde ir ni otro trabajo. Entonces, se arrodillaron y presentaron su caso
delante de Dios.
Al día siguiente fue al correo y, para su sorpresa, recibió una carta
del pastor R. J. Roy, presidente de la Misión del Lago Titicaca, invitándolo
a trabajar como administrador de la Clínica Americana de Juliaca. Así
comenzó el servicio que durante más de cuarenta años prestó a la iglesia
mi abuelo, el pastor Alfredo Bellido.
¡Gracias a Dios por las publicaciones adventistas! Si no fuera por
ellas, mi familia no habría conocido el evangelio, ni yo estaría escribiendo
esto.20
Sin duda, hay muchas historias semejantes. Pero ¡cuántas más
podrían ocurrir, si cada uno de nosotros entregara nuestras publicaciones a
las personas con las que nos relacionamos!
20Ver Carlos A. Steger, “Todo por un libro”, Revista Adventista, marzo 2004, 2-3.
LA PLANTACIÓN DE IGLESIAS EN TERRITORIOS
NO ALCANZADOS: UN AXIOMA PARA EL
CUMPLIMIENTO DE LA MISIÓN EN LA DSA
llllllllllllllllllllllllllll'lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllKKIIIII
Tabla 1
Argentina,
Paraguay, y 1.194 725 469
Uruguay
En este sentido, Juan afirma que “el mundo entero está bajo el control
del maligno” (lJn 5:19, NVI), Satanás “engaña al mundo entero” (Ap
12:9), y los “espíritus de demonios que hacen señales”, van “a los reyes de
la tierra en todo el mundo” (Ap 16:14). En el tiempo final, la bestia “obra
maestra del poder de Satanás”,3en un esfuerzo por dirigir la total adoraçión
de los habitantes de la tierra hacia el dragón (Ap 13:4), pretenderá extender
su autoridad sobre “toda tribu, pueblo, lengua y nación” (Ap 13:7).
No obstante, Dios no ha renunciado a su soberanía en este mundo.
El profeta Isaías muestra que su propósito es llenar la tierra con “el
conocimiento de Jehová, como cubren la mar las aguas” (Is 11: 9). En
ese contexto los términos de la misión de la iglesia tal como aparecen en
él mensaje del primer ángel, están definidos y dirigidos hacia los mismos
territorios que el enemigo ha pretendido usurpar, a saber “a toda nación,
tribu, lengua y pueblo” (Ap 14:6). A la luz de esta cosmovisión, plantar
iglesias en territorios no alcanzados no es un fin en sí mismo, sino que
debe ser visto como el medio por el cual Dios, pretende atraer gloria a su
nombre, en la vida de las personas “libradas de la potestad de las tinieblas
y trasladadas al reino de su amado Hijo” (Col 1:13). Esa es la razón por la
cual, en el tiempo final “Satanás se pondrá alerta al ver que la controversia
se extiende a nuevos campos, y que la atención del pueblo es dirigida a
la pisoteada ley de Dios”,4 y en un esfuerzo por impedir lo inevitable,
tratará de frenar los avances del pueblo de Dios al predicar en nuevos
lugares. Pero la cosmovisión bíblica nos muestra que Satanás ya es un ser
2Francis D. Nichol, ed., Comentario bíblico adventista del séptimo día, trad. Víctor
E. AmpueroMatta, 7 vols. (Miami: Publicaciones Interamericanas, 1990), 6:850.
3Elena de White, Seguridad y paz en el conflicto de los siglos, en Biblioteca elec-
trónica: Fundamentos de la Esperanza. CD-ROM, versión 1.0 (Miami: Folio VIP Elec-
tronic Publishing, 1992-1993), 54.
4 יIbid., 665.
La plantación de iglesias en territorios no alcanzados | 527
iglesia antigua y solitaria.8Por otro lado, cuando las iglesias viejas adoptan
la estrategia de plantar una nueva iglesia desprendiéndose de un grupo de
líderes que, trabajan en relación con los nuevos conversos, fomentan el
desarrollo de nuevos líderes. Esto es debido a que, miembros que salen
de la vieja iglesia deben desarrollar habilidades nuevas en relación con,
el sostenimiento y conducción de la nueva iglesia. Es posible que estos
miembros no lleguen a conocer sus cualidades personales de liderazgo,
sino hasta que salen de la vieja iglesia y trabajan para fortalecer la nueva.
La iglesia vieja sustituye el vacío dejado por los miembros que salieron al
permitir el desarrollo del liderazgo de miembros que, de otra manera no
hubieran podido crecer cualitativamente.
Esto sin duda alguna es, una forma de acelerar la predicación del
evangelio en una dimensión que permite obtener doble ganancia para el
reino de Dios, por un lado se obtiene una iglesia nueva alcanzando gente
que, de otra forma no podría ser alcanzada; pero por otro lado, se logra
la reactivación de una iglesia vieja que se adapta para crecer de manera
sustancial.9 Esto armoniza con la visión que Elena de White tuvo de la
plantación de iglesias, para ella la vitalidad de las nuevas iglesias puede
ser ilustrada con el trasplante que realiza un jardinero cuando, observa en
su sembrío plantas amontonadas que no crecen saludablemente.
12Rodé, 127.
13Zinaldo A. Santos, “Iniciativa Divina”, entrevista a Edison Choque, coordinador
de Misión Global en la DSA, Ministerio Adventista, noviembre-diciembre 2008, 5.
14Tom Hale, Stephen Thorson, Apliquemos la palabra: un comentario práctico del
Nuevo Testamento (David C. Cook , 2006), 560.
532 I Cristhian Alvarez Zaldúa
18Ibid.
19Nichol, 7: 231,232.
534 I Cristhian Álvarez Zaldúa
Conclusión
Ed Zinke
Adventist Theological Society, EUA
m11)111111111111'm11111t111[1111!111111111111!11t111f1111111m11111tJ1m1111[111111N111f111111111!11t111!1m111111111111111111!11jm111111111111111m11i11111j1111m1jm1111
Introdução
uma empresa que vendia vários tipos de nozes e frutas secas, incluindo
castanhas de caju. Na realidade, Fortaleza foi uma das principais rotas de
abastecimento para nossas castanhas de caju. Nosso objetivo era vender
0 máximo de castanhas de caju. Partimos para desenvolver um produto
que combinaria com o gosto de cada grupo de consumidores concebível.
Queríamos vender castanhas de caju a toda nação, língua e povo.
Começamos a desenvolver novas castanhas de caju. Nós as
revestimos de açúcar, mel e as temperamos com canela, aromatizamos
com temperos saborosos e, finalmente, levamos em consideração revestir
o mel com canela e amaretto1, com sabor de chocolate ao leite coberto com
castanha de caju.
Não importa se este produto tem pouca semelhança com a castanha
de caju. Nossa meta era vender o máximo que pudéssemos, alcançando
o maior número de pessoas possível. Estávamos procurando por lentes
que nos permitissem ver as castanhas de caju, desde uma perspectiva
que criaria um produto que as vendería a cada mercado imaginável.
Queríamos o poder da melhor estratégia de mercado possível, um designer
que imaginasse novas formas para as castanhas de caju a fim de alcançar
cada tribo, nação, língua e povo. Desta forma, reconstruímos o produto.
Em nosso entusiasmo em ajudar a Deus na proclamação do evangelho,
às vezes engendramos um “designer de deus”; um “deus” que possamos
vender, que possa ser comercializado. Queremos fazer que Deus pareça
bom, e o limpamos de algo que nos atrapalhe. Não queremos ter que nos
desculpar por Ele. Queremos que nosso “deus” seja atrativo e simpático,
então procuramos as lentes certas para vê-lo, a perspectiva correta para
estudá-lo, explicá-lo e apresentá-lo. Queremos um “deus” que possa ser
vendido e que tenha um apelo de compra e venda a cada nação, língua e
povo. Em nosso zelo para fazer com que Deus pareça bom, corremos o
risco de criar um “designer de deus” à imagem de cada sociedade com a
qual nos comunicamos.1
1Nota: Amaretto - Um biscoito italiano feito com amêndoas.
542 I Ed Zinke
marketing, linguística, ciência, dentre outras, a fim de que tivesse uma base
firme para pregar 0 evangelho e atrair pessoas a essa mensagem. Em certo
sentido estava dizendo: “Afaste-se para o lado, Palavra de Deus, usarei a
abordagem da Avenida Madison para criar o firme alicerce sobre o qual
você poderá ficar. Mude de lugar, Espírito Santo, eu sei como apresentar
0 Evangelho de modo a trazer convicção. A Avenida Madison triunfará
novamente!”
Permita-me esclarecer. Deus nos concedeu pensamentos, talentos
diversos, a capacidade de comunicação e o mundo para estudar. Ele quer
que dediquemos a Ele nossos talentos e nossa mente e que os utilizemos em
sua plena capacidade. Mas cada um deles é uma ferramenta, não o alicerce.
A Avenida Madison não fornece um firme alicerce para o evangelho. A
habilidade da Avenida Madison em criar produtos vendáveis não deve ser
aplicada à Palavra de Deus. Por mais útil que a Avenida Madison possa
ser, ela não fornece um sólido fundamento para o evangelho. Quando a
utilizamos com esse propósito, estamos construindo a nossa própria torre
de Babel, atingindo o céu. Qualquer uso das habilidades e talentos do
mundo natural deve ser construído somente sobre o fundamento da Palavra
de Deus e rastreado por ela.
Não há outro fundamento além de Jesus e Sua Palavra. Ele é a única
rocha sobre a qual podemos construir nossa cosmovisão com segurança e
fazer uso de nossos talentos de acordo com Seus propósitos. Há um lugar
para os talentos da Avenida Madison, mas esse lugar não é a reinterpretação
do evangelho, tampouco o fundamento de nossa vida ou ainda o poder de
nossa pregação.
Costumava me imaginar como médico. Levaria a Palavra de Deus
para a sala de exame e a examinaria cuidadosamente como a um paciente.
Traria os discípulos da história, da ciência, da crítica, do estruturalismo,
da Avenida Madison. Enviaria a Palavra de Deus a outros especialistas
para opinarem. Aconselhar-nos-íamos mutuamente e diagnosticaríamos
os problemas da Palavra de Deus.
550 I Ed Zinke
Emílio Abdala
Associação Paulista Leste, União Central Brasileira, Brasil
IIIIIIIIIIMIINIIIIIIIIIIII1llllll!llll|l|llll<ll1mjllllMIMMMJIMIlMIMII!lllllhttlMIIIMII!IMjlll!lll!l)ll!!IIHIII|[IIIIIIMIIJIIIIIII|1IIMIIIIII!l|.1m||flllllllllll|l
4Robert E. Logan, Be fruitful and multiply: embracing God’s heart for church mul-
tiplication. (2006)
5Ellen G. White, Evangelismo (São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1978),
686-687.
6Idem, Atos dos Apóstolos (São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2006), 328.
554 I Emilio Abdala
Alvos estratégicos
Que tipo de líderes pretende-se produzir? “Como podemos
providenciar o contexto onde o desenvolvimento integral ocorra?”
“Formar líderes, através do desenvolvimento de competências espirituais
e intelectuais, para o exercício pleno da atividade eclesiástica e para
a proclamação da mensagem e valores do Evangelho de Jesus Cristo”.
Tomando-se a declaração de missão do SALT-IAENE como ponto
de referência, nosso alvo é produzir líderes cuja “mente” (sabedoria),
“coração” (caráter) e “mãos” (habilidade) funcionem em harmonia.*12
"Roy B. Zuck, Vital Ministry Issues: examining concerns and conflicts in ministry
!Grand Rapids, MI: Kregel, 1994), 45-59.
12Rowland Forman, Jeff Jones e Bruce Miller, The Leadership Baton, (Grand Rap-
ids, Ml: Zondervan, 2007), 60.
558 I Emilio Abdala
Líderes estratégicos
Asegunda questão que os formadores de líderes necessitam perguntar
é esta: “Quais são os grupos mais importantes a serem treinados e como
será o treinamento visando desenvolver sua mente, coração e mãos?”
Precisamos educar líderes não apenas para a colheita, mas também da
Modelo de desenvolvimento de líderes apostólicos | 559
colheita. Quando Jesus disse “faça discípulos de todas as nações”, Ele não
pretendia que iniciássemos apenas com os de dentro, mas com os de fora.
As grandes equipes de jogadores de futebol também possuem sua equipe
de base. Competições juvenis e subprofissionais ajudam a desenvolver
mais habilidades e experiência para a fase profissional, onde podem
corresponder às expectativas dos técnicos e da torcida. No contexto do
SALT, os grupos estratégicos envolvem os futuros pastores, alunos de
nossa instituição, os líderes das congregações locais onde os estudantes
realizam a prática pastoral e os líderes emergentes das novas igrejas que
eles plantarão no terceiro ano.
Alvos estratégicos:
C LA SSES COMUNIDADE C O M P R O M IS S O
Desenvolvimento do modelo
P la n e ja m e n to P ó s-M a tu rid a d e
CONSELHEIRO
O
PROFESSOR
0 EVANGELISTA
Conclusão
Introducción
Desarrollo
evangelio pudiera tener alguna importancia para los no judíos, rio era algo
que se les ocurriera naturalmente. Pero en Antioquía algunos hombres de
Chipre y Cirene, dieron un importante paso adelante en la evangelización
a los gentiles. Así que comenzaron a dar a conocer a la población griega
de Antioquía, lo que Jesús afirmaba acerca de si mismo como Señor y
Salvador. Muchos de los griego residentes en Antioquía, estaban tratando
de encontrar en los diversos cultos, a diversos dioses, un señor divino que,
garantizara la salvación y la inmortalidad a sus devotos. Finalmente ahora
los cristianos les aseguraban que, lo que habían estado buscando en vano
en aquellos templos, podían obtenerlo por la fe en el Hijo de Dios, que se
había hecho hombre, experimentado la muerte y vencido a la tumba en
Palestina.5
Sin embargo, y a pesar de que el peso de la evidencia de los antiguos
manuscritos griegos se inclina por, el texto “helenistas”, muchos sugieren
que debe entenderse “helenos”, o sea “gentiles”.6 Afirman que: (1) si no
se tratara de helenos gentiles, no tendría sentido la distinción que hace
Lucas entre los judíos del vers. 19 (entre los cuales podrían perfectamente
estar los judíos que hablaban griego) y los gentiles del vers. 20; (2)
en vista de que había judíos de habla griega en Jerusalén, no sería una
novedad que se los mencionara específicamente en Antioquía; (3) sería
completamente natural diferenciar a judíos de helenos (Hch 14: 1; 18: 4),
y registrar el progreso que hacía la iglesia al extenderse más allá de los
límites del pueblo judío; (4) referencias posteriores señalan la presencia
de cristianos de origen gentil en Antioquía de Siria (Hch 15:1, 28- 31)7;
(5) el hecho de que fueran helenos, no significa que fueran paganos
idólatras antes de convertirse, y que quizá, como Comelio, algunos de
ellos ya temían a Dios (Hch 10: 2) y asistían a la sinagoga (Hch 18: 4).8
5Bruce, 266.
6Aguirre, 24.
7Elena G. de White, Los hechos de los apóstoles (Florida; Buenos Aires: Asoci-
ación Casa Editora Sudamericana, 1977), 128-129
8“Los griegos” [Hechos 11:20], Comentario Bíblico Adventista, 6:261
Ministrando a las multitudes de las metrópolis | 579
16El verbo traducido “se les llamó” es chrematisai que literalmente significa “hacer
־.ransacción comercial”. Negociar bajo un nombre determinado es, en efecto, ser conocido
públicamente por ese nombre. Véase Bruce, 270.
17Aguirre declara que el nombre de “cristianos” tiene que habérsele sido dado por
quienes veían al grupo de los creyentes en el Señor Jesús desde afuera y lo percibían con
ana identidad propia y diferenciada ya del judaismo. Aguirre, 26.
18“Se les llamó cristianos” [Hch 11:26], CBA, 6:263.
19González declara que los discípulos tomaron el nombre de “cristianos” dando a
entender que eran agentes del Rey Ungido, del “Cristo”, lo cual les daba ion importante
sentido de dignidad tanto en el presente difícil como en el reino por venir. González, 222.
20Véase White, 129, 130.
582 I Juan Carlos Pizarro
21No es posible apreciar en el NT una descripción clara de lo que era la tarea del
“profeta”. Se trataba de personas que poseían un don del Espíritu, que algunas veces se
ocupaban en predicar y explicar la Palabra de Dios, y en otras ocasiones tenían la capa-
cidad de predecir acontecimientos futuros, como lo hizo Agabo (Hch 13: 1; 15:32; 19:
6; 21:9-10; Ro 12: 6; 1 Co 12: 10, 28-29; 13: 2; 14: 6, 29-37). La misión de los profetas
evidentemente debe ser considerada como otra muestra de aprobación dada por la iglesia
en Jerusalén a la obra que Saulo y Bernabé estaban realizando en Antioquía. Véase “Unos
profetas descendieron” [Hch 11:27], CBA, 6:263.
22El reinado de Claudio duró desde el año 41 hasta el 54 d. C. Fue un período
notable por sus frecuentes hambres, www.biografiasyvidas.com/biografia/c/claudio.htm.
23González afirma que estos “ancianos” o “presbíteros” no son los apóstoles. Una
posibilidad que pocos intérpretes menciona es que sean los “siete” elegidos en Hechos 6,
o sus sucesores. La razón de pensar en eso es que la función de los “siete” era administrar
lo recogido y la misma parece ser la función de estos “ancianos”. González, 223.
_________________________________ Ministrando a las multitudes de las metrópolis | 583
Conclusión
2Ingo Bemd Güntert e Silésia Delphino Tosí, edres. A face humana da medicina
(São Paulo: Casa Psi, Editora e Gráfica, 2003), 13.
3Ibid., 23-24.
4Ibid., 29.
5Ashipu era el médico sacerdote, cuya función más importante era diagnosticar
la enfermedad... Ashipu iría a determinar, cuál dios o demonio era el responsable. El
también buscaba determinar si la enfermedad era resultado de algún error o pecado real-
izado por el paciente... Ashipu podía todavía, encaminar el paciente a un tipo diferente
de curador, el Asu. Este era principalmente especializado en remedios bultu׳. que traían
vida. Ibíd., 24, 25.
6Los líderes religiosos estaban encargados del mantenimiento de la salud públi-
ca. (A. Lockward, ed., Nuevo diccionario de la Biblia, electronic ed. [Miami: Editorial
Unilit, 2003], 690).
Relación entre la misiología y la salud, a lo largo de la historia | 587
7W.E. Vine, Vine diccionario expositivo de palabras del Antiguo y del Nuevo Tes-
:amento exhaustivo, electronic ed. (Nashville: Editorial Caribe, 2000, el 999). Ver: salvar,
kbrar.
8Robert Baker Girdlestone, Synonyms o f the Old Testament: Their Bearing on
Christian Doctrine (Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc., 1998), 124.
588 I Paulo dos Santos
9Peter C. Craigie, Jeremiah 1-25: Word Biblical Commentary (Dallas: Word, In-
corporated, 2002), 26:234.
10Robert L. Alden, Job , The New American Commentary, electronic ed. (Nash-
ville: Broadman & Holman Publishers, 2001, cl993). Ver; Job 5:18.
11Francis D. Nichols, ed., Comentario bíblico Adventista del Séptimo Día (Mon-
tain View, CA: Pacific Press, 1988), 3:715.
12Nichols, ed., 1:229.
13Elena G. de White, Seguridad y paz en el conflicto de los siglos (Mountain View,
CA: PacificPress, 1960), 587.
14Idem, La historia de la redención (Mountain View, CA: PacificPress, 1980), 35.
15Ibid.
Relación entre la mísiología y la salud, a lo largo de la historia | 589
22Elena G. de White, Palabras de vida del gran maestro (Mountain View, CA:
P3cificPress, 1971), 231.
23Barclay M. Newman. Jr., Concise Greek-English dictionary ׳o f the New Testa-
u ent, electronic ed. (Stuttgart, Germany: Deutsche BibelGesellschaft; United Bible So-
::¿ties, 1993), 177.
24Henry George Liddell and Robert Scott., An Intermediate Greek-English Lexi-
con. electronic ed. (Oak Harbor, WA: Logos ResearchSystems, 1996), 789.
25En filosofía sozo, o soteria, integran mayormente características de la salud inte-
nor del hombre, aunque Filón a menudo emplea sozo para definir la obra de los médicos,
. -ando se refieren a la salud del enfermo. (Gerhard Kittel and Gerhard Friedrich, edres.,
~neological dictionary, o f the New Testament, electronic ed. [Grand Rapids, MI: Eerd-
־ans, 1964-cl976], 7:967, 968, 988).
26Ibid., 7:967.
592 I Paulo dos Santos
29John R. W. Stott, A mensagem de Atos (São Paulo: Editora ABUB, 2005), 111.
30John Wimber, Kevin Springer, The Power Evangelism (San Francisco: Harper
Row, 1987), 117.
594 I Paulo dos Santos
37Idem, Consejos sobre la salud (Mountain View, CA: PacificPress, 1989), 443.
38Idem, La historia de los profetas y reyes (Buenos Aires: Casa Editora Sud Ameri-
cana, 1957), 530, 531.
39Idem, “Review and Herald”, 14-2-1888.
596 לI Paulo dos Santos
Cuña
“Puedo ver que en la providencia de Dios la obra médico-misionera
ha de ser una gran cuña de entrada, por medio de la cual puede ser alcanzada
el alma enferma.”40
Llave
“Nada abrirá puertas para la verdad como la obra evangélica médica
misionera.... Puertas que han estado cerradas para el que meramente
predica el Evangelio, se abrirán para el médico misionero inteligente.
Dios alcanza los corazones por medio del socorro del alivio físico.”41
Puerta
“La obra médica misionera es una puerta a través de la cual la verdad
ha de encontrar entrada a numerosos hogares en las ciudades.”42
“Esta es la puerta a través de la cual la verdad ha de hallar entrada a
las grandes ciudades.”43
La mano derecha
“Como la mano derecha del mensaje del tercer ángel, los métodos de
Dios para tratar la enfermedad abrirán puertas para la entrada de la verdad
presente.”46
“La obra de la reforma pro salud, es la mano derecha del mensaje
del tercer ángel. La mano derecha se usa para abrir puertas por las cuales
el cuerpo pueda entrar. Ésta es la parte que la obra médico-misionera ha
de desempeñar.”47
Prepara el camino
“Haced obra médico-misionera. Así ganaréis acceso a los corazones
de la gente. Se preparará el camino para una proclamación más decidida de
la verdad. Hallaréis que el aliviar el sufrimiento físico da una oportunidad
de ministrar a las necesidades espirituales de la gente.”48
“Por consiguiente, aliviando el dolor del cuerpo se abre el camino
para sanar al alma enferma de pecado.”49
Quiebra prejuicios
“Una demostración de los principios de la reforma pro salud, hará
mucho para deshacer los prejuicios contra nuestro trabajo evangélico.”51
“Primero hay que satisfacer sus necesidades físicas. A medida que
vean evidencias de nuestro amor abnegado, será más fácil para ellos creer
en el amor de Cristo.”52
Por consiguiente, las metáforas, de la cufia, llave, puerta, mano
derecha, camino, etc., expresadas por White, comunican los diferentes
papeles que despeña la reforma pro salud, como parte del evangelio eterno,
en el desenvolvimiento de la misiología. Entretanto, conjuntamente con
las metáforas, nos deparamos con motivos específicos por los cuales, la
misiología y la salud deben estar vinculadas.
Es parte de la verdad
“Soy libre de la sangre, [Pablo afirmó que]...no dejé de dar todo el
consejo de Dios” (Hch 20:26, 27).
Conclusión
63Los registros más antiguos, según los investigadores, pertenecen a los Vedas.
También hay registros junto a chinos, hindúes, egipcios y griegos, además de los indios
con sus curanderos.
Relación entre la misiología y la salud, a lo largo de la historia | 603
Ozeas C. Moura
Centro Universitário Adventista de São Paulo, Brasil
111(11111111M11111111111111N11>111111111111111111111111111111n1111111111111111m11111m11111111111111111111111111]11111111mm1m11111111111111111111111111¡1111111111111111111
Autoria
1Nichol, F. D., ed. Comentario Bíblico Adventista del Séptimo Dia, Vol. 7. (Boise:
Publicaciones Interamericanas, 1990), 711.
606 I O zeas C. Moura
Data
Tema
Destinatário
Esboço de 3a João:
5Ibid.
6Stott, J. R. W. 1,11, e 111João - introdução e comentário. (São Paulo: Vida Nova,
1985), 187.
7Ibid, 193. A opinião de C. H. Dodd é que Gaio e Diótrefes eram membros de
igrejas vizinhas.
8Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado, V01.6, 315.
608 I O zeas C. Moura
9Ibid, 316.
10Ibid, 317.
11Ibid.
12Ibid., 318.
As relações de poder na Igreja e suas implicações ] 609
diligência Zenas, o intérprete da lei, e Apolo, a fim de que não lhes falte
coisa alguma.”
O Didaqué, manual eclesiástico do primeiro século ...mostra que, às
vezes, a hospitalidade cristã primitiva sofria abusos. São dadas instruções
no sentido de que um “apóstolo” não se hospede por mais de um dia, ou,
em caso de necessidade, dois. “Se ficar três dias, é falso profeta” (11.5). Ao
partir, ele pode receber alimento bastante para sustentá-lo em sua viagem.
Mas “se ele pedir dinheiro é falso profeta” (11.6), ...a menos que o dinheiro
seja “para outros, que estejam passando necessidade” (11.12).13
O pedido do apóstolo João é que os “irmãos” pregadores itinerantes
do evangelho fossem acolhidos (v.8), pois eles eram evangelistas autênticos
e não pregadores gananciosos.14 Vê-se, por esse pedido, que a prática da
hospitalidade cristã é uma maneira de nos tomarmos “cooperadores da
verdade” (v. 8).
25John Stott não concorda com essa ideía e diz que “não há provas que a divergên-
cia [com João] fosse teológica, pois se fosse, João teria exposto o erro com a mesma
linguagem intransigente que empregara na primeira e segunda epístolas. Não heresia
doutrinária, mas ambição pessoal, era a causa do aborrecimento” ( I, II, e 111 João - in-
U-odução e comentário, 195).
26Champlin, R. N., Vol. 6, 320.
27Ibid.
612 I O zeas C. Moura
“Amado, não imites o que é mau...” (v. 11). O “amado’5, aqui, é Gaio,
que é mencionado em contraposição ao “mau” Diótrefes. Este, além não
reconhecer a autoridade de João (v. 9), não acolher os enviados por esse
apóstolo, impedir os membros de sua igreja de recebê-los e expulsar da
igreja os que os recebiam, acrescentava à sua maldade o proferir palavras
“maliciosas” (ponerois) contra o apóstolo (v. 10). O vocábulo empregado
por João para caracterizar as palavras de Diótrefes {poneros) é o mesmo
que Jesus usou na Oração Modelo (Mt 6:13), ao se referir a Satanás. Isso
indica que a recusa de Diótrefes em atender as orientações de João e em
trabalhar em cooperação com esse apóstolo o colocara sob direta influência
do diabo, o “acusador dos irmãos” (Ap 12:10). Assim, não é de admirar
que o desejo de grandeza pessoal leve à rebelião contra as orientações
de outros, à perseguição e excomunhão daqueles que pensam de maneira
diferente, ao cisma na igreja, e ao comportamento claramente satânico. Tal
era o caso de Diótrefes.
28Nichol, F. D., ed. Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, Vol. 7, 715.
29Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado, Vol. 6, 321.
As relações de poder na Igreja e soas implicações | 613
“Muitas coisas tinha que te escrever; todavia, não quis fazê-lo com
tinta e pena, pois, em breve, espero ver-te. Então, conversaremos de viva
voz. A paz seja contigo. Os amigos te saúdam. Saúda os amigos, nome por
nome. ”
30Nichol, F. D., ed. Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, Vol. 7, 715.
31Stott, J. R. W. I, II, e III João —introdução e comentário, 197.
32Ibid.
614 I O zeas C. Moura
Conclusão
“Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom” (3J0 11).
LA OBRA HUMANITARIA EN LA MISIÓN DE LA
IGLESIA ADVENTISTA
Sergio Becerra
Universidad Adventista del Plata, Argentina
Introducción
a cabo una tarea que podría ser cumplida por otras organizaciones sociales
religiosas y no religiosas.
Por otra parte, Reinder Bruinsma, antiguo administrador de la iglesia,
misiólogo y líder de ADRA, refuta en otro artículo del mismo número
cuyo título es “Redescubriendo el aspecto humanitario de la misión,”3 a
Schantz aunque concuerda con algunas de sus preocupaciones. El fondo del
argumento de Bruinsma a favor de la obra de ADRA consiste en aclarar, el
por qué de algunas de las características de ADRA, y enfatizar que su obra
es parte integrante de la misión de la Iglesia; porque la obra humanitaria es
una faceta de la predicación del evangelio que puede y deber ser cumplida
por la palabra o por la acción.
Este debate no es más que un ejemplo reciente de la tensión entre las
dimensiones evangelísticas y socioeconómicas de la misión. Ha existido
en la historia de la iglesia en general y la historia de la iglesia adventista
en particular.
En esta presentación queremos hacer una breve relación histórica
de la cuestión y luego, plantear algunas ideas que puedan contribuir
a una solución para esta tensión entre misión evangelística y misión
socioeconómica. A su vez, esperamos que contribuya a la formación de
una teología adventista de la misión humanitaria, como parte de la misión
adventista.
5Mateo, 25:40
6Jonathan Edwards, Christian Charity or Our Duty o f Charity to the Poor, Ex-
plained and Enforced. S.I.: s.n., 1732. Consultado en Internet el 17 de diciembre de 2009
http://www.biblebb.com/files/edwards/charity.htm
7Cf. Keith J. Hadrman, Charles Grandison Finney 1792-1875: Revivalist and Re-
former. Syracuse: Syracuse University Press, 1987.
8John Byington. Seventh-day Adventist Encyclopedia, Volume A-L. 2a ed. rev.,
ed. por Bobbie Jane Van Dolson y Leo R. Van Dolson, Hagerstown, MD: Review and
Herald, 1996, vol. 10,266-267.
9Joseph Bates, The Autobiography o f Elder Joseph Bates, Battle Creek: Steam
Press o f the Seventh-day Adventist Publishing Association, 1868, 230-241. George R.
Kinght, Joseph Bates: the Real Founder o f Seventh-day Adventism, Hagerstown: Review
and Herald Publishing Association, 2004, 44-55.
10Mary Henry Rossiter, My Mother s Life: the Evolution o f a Recluse, New York:
F. H. Revell, 1900, es la biografía de Henry escrita por su hija. La obra puede accederse
en el sitio web de los Archivos Adventistas en http://www.adventistarchives.org/docs/
MSMIH/MSMIH1900/index.djvu.
622 I Sergio Becerra
11Hay dudas sobre la membresía adventista de Truth, pero tuvo amistad con líderes
adventistas en Battle Creek, donde residió. C f “Sojourner Truth”, Seventh-day Adventist
Encyclopedia, Volume M-Z. vol., 11, 796-797.
12Bible Readings fo r the Home Circle, Battle Creek: Review and Herald Publish-
ing Co., 1889, 349-350. Esta obra ha sido vuelta a publicar numerosas veces, y traducida
a los principales idiomas en los cuales publica la Iglesia adventista.
13 Jonathan Butler, “Adventism and the American Experience” en The Rise o f Ad-
ventism: Religion and Society in Mid-nineteenth-century America. Edwin S. Gaustad, ed.
New York: Harper and Row, 1974.
La obra humanitaria en la misión de la Iglesia Adventista \ 623
Creemos que estas palabras son una advertencia que puede ser
aplicada, de manera concreta a la Iglesia Adventista. Tenemos el privilegio
de poseer un mensaje escatológico hermoso de anuncio del evangelio,
en el contexto del juicio y del fin del mundo. No obstante, éste puede
perder gran parte de su impacto si no es acompañado por actos de amor y
misericordia que muestren una identificación con, el ser humano que sufre
las consecuencias del pecado. La proclamación de nuestra fe no se debilita,
sino que se fortalece por la proclamación a través de, actos de misericordia
hacia los hambrientos, los pobres y los que sufren injusticias.
Conclusión
Zinaldo A. Santos
Casa Publicadora Brasileira, Brasil
ΙΙΙΙΙΊΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΜΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΝΙΙΙΙΙΙΙ!ΙΙΙ!ΙΙΙΜΙ]||1ΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙ·ΙΙΙ!ΙΙΙΙΙ!ΙΙΜΙΙΕΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΙΜΙΙ!!Ι1ηΗΙ1η1Ι1υ1ΙΙΙ|ΙΗΙΙΙΙΙΙΙ|ΙΙΙΙΙΙΙΙ;Ι|ΙΙΙΙιΙΙΙΙΙΙΜΙΙΙΙΙΙΙΙ!ΙΙΙΙΙΙ
Trajetória de mudanças
Marcas do pós-modernismo
Aqui e agora
De acordo com a Bíblia, os eventos históricos estão ligados
teleologicamente. O pós-modemismo nega o tempo como dimensão
explicativa dos eventos. Preocupa-se apenas com o presente. Não sente
necessidade de raízes, históricas nem de destino atraente.
Espiritualidade
Desconfia da religião institucional, mas é aberto à espiritualidade.
Aprecia o mistério e trabalha para popularizar a abordagem sobrenatural,
segundo o modelo da Nova Era, das questões da vida.
Ciência
A mentalidade pós-modema não vê a ciência como uma bênção
incondicional, conforme antigamente se pensava. Alguns cientistas já se
mostram mais modestos em seus argumentos e confessam que muitos dos
chamados fundamentos científicos podem não ser tão firmes.
Verdade
A verdade não se encontra nem na Bíblia, nem na igreja, nem
na ciência. Ela se encontra na comunidade e nas histórias dos seus
componentes. Todos nós temos nossas verdades privativas. Comunidades
e culturas têm seu próprio jogo de linguagem. Tudo é subjetivo, relativo,
incerto, contingencial e ambíguo. Se nada existe no plano sobrenatural
para decidir o destino humano, então a noção de verdade, o significado da
existência e seus valores passa a depender da situação.
634 I ZinaldoA. Santos
Pluralismo
Não existem absolutos. Valores e crenças são extremamente diversos.
Não há normas aceitas por todos. Nos valores e crenças não há referencial,
objetivo comum, que possa ser considerado verdade ou fato. Assim, não
existe consenso moral. Cada um formula seu próprio código de ética.
Globalização
As pessoas sabem que vivem numa aldeia global. O computador lhes
dá acesso instantâneo ao mundo. É nesse contexto que o pós-modemismo
planeja o estabelecimento de uma assim chamada “Nova Ordem Mundial”
centralizada na economia.
Igreja
E muito materialista, converteu-se num próspero negócio comercial.
É um poder dominante que manipula o pensamento, tolhe a liberdade
de expressão. É hipócrita: diz uma coisa e faz outra. É irrelevante, não
acompanha as mudanças do mundo; não consegue ser parte da vida real.
Vida
Mentalidade orientada para a vida. Os avanços na medicina, vencendo
muitas enfermidades e aumentando a expectativa de vida, criaram certa
ilusão que leva alguns a esquecer ou quase negar sua mortalidade.
Crise de identidade
Indivíduos pós-modemos anelam ter um claro senso e identidade
pessoal. Contudo, duvidam se poderão alcançá-lo por si mesmos. Sem
modelos para seguir, vivem em crise de identidade. Baixa autoestima é um
dos tópicos mais explorados na literatura.
Missão e ministério no mundo pós-moderno | 635
Pecado
Senso de mera frustração de que as coisas não tenham sido feitas
conforme as expectativas, deixando pouco ou nenhum espaço para algo
como expiação, onde Alguém assume a minha defesa.
Descompromisso
Não raro, pós-modemistas que se voltam para 0 cristianismo
revelam tendência para escolher quais ensinamentos vão aceitar, e se
mostram relutantes quando são chamados a assumir compromisso pleno
e permanente.
3. “Deus escolheu não concluir Sua Obra sem nós. Nã*o podemos
fazer sem Ele, aquilo que Ele decidiu não fazer sem nós”.1 Ele utiliza
pessoas para cumprir Seus propósitos. A igreja cumpre sua missão quando
o poder divino e o esforço humano, adequado e responsável, se unem.
4. Nossa tarefa é contar a “velha história” adaptando-a em formas
de linguagem e pensamento capazes de comunicar seu significado a um
auditório diferente. O que muda não é a história a ser contada, mas o
método, a abordagem da comunicação, a fim de que nossa proclamação
faça sentido ao mundo pós-modemo.
Com isso em mente, também necessitamos lembrar que desafios
dessa natureza não são exclusivos do nosso tempo e cultura. Segundo
alguns historiadores, a sociedade do primeiro século possuía características
semelhantes às da sociedade contemporânea, tais como: prostituição,
prática de aborto, homossexualidade, envolvimento com espetáculos
teatrais e danças, eventos esportivos, além da idolatria das posses materiais.
Apesar disso tudo, a pregação do evangelho de Cristo prosperou. Qual
o segredo? A junção do elemento humano com o poder do Espírito Santo.
Os atos do Espírito Santo já são conhecidos. O livro de Atos dos Apóstolos
contém o relato do memorável espetáculo que deu início à igreja primitiva.
O mesmo poder está a nossa disposição hoje. Precisamos desenvolver
sabedoria que nos possibilite identificar vias, através das quais 0 nosso
trabalho será mais efetivo, na dependência do Espírito Santo. Aqui estão
algumas dessas vias, abertas pela própria mentalidade pós-modemista:
A porta da fragilidade. Pós-modemistas não partilham da
autoconfiança dos modernistas seculares. Muitos têm um passado de
carência e sentem necessidade de cura interior. Embora esse sentimento
de fraqueza possa levar ao desespero, também representa uma porta aberta
para a restauração proporcionada pelo evangelho.
A porta da crise de identidade. Essa é uma abertura para a
identidade positiva que brota do conhecimento do preço que Cristo pagou
para restaurar o ser humano.
1Amin Rodor, Ministério maio/junho 2007: 6.
Missão e ministério no mundo pós-moderno | 637
3Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasilei-
ra),143.
4Idem, Atos dos Apóstolos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira), 252.
5Idem, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira),
152.
6Idem, Obreiros Evangélicos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira), 193.
Missão e ministério no mundo pós-moderno | 639
“Conhecedores da época”
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Introdução
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Teologia ΓΛ
Estudos Estudos
Bíblica li Antologia
Bíblicos Humanos
1
da Missão ( N
______________________________w 1
História da
Sociologia
Missão 11
Teologia
Sintemática \j\) Psicologia
da Missão
C o n tex to
H um ano
,0Ruth Benedict, Patterns o f Culture (New York, NY: Houghton Mifflin Company,
1934).
11Sigmund Freud, “The Question o f a Weltanschauung” In The Concordance to
the Standard Edition o f the complete Psychological Works o f Sigmund Freud, trans. By
Guttman, Samuel A. Jones, Randall L. Parrish, Stephen Mafield. (Bonston, MA: G. Hall,
1980).
12C. G. Jung, “Psychotherapy and a Philosophy o f Life”. In The Practice o f Psy-
chotherapy: Essays on the psychology o f the transference and other subjects. (Princeton,
NJ: Princeton University Press, 1966), 76-78.
646 I Paulo Cândido de Oliveira
Dimensões culturais
Hiebert apresenta três dimensões culturais com a função de trabalhar
com idéias, sentimentos e valores culturais.17 A primeira é a Dimensão
Cognitiva. Esta tem que ver com o conhecimento que uma sociedade
compartilha, oferecendo um “conteúdo conceituai” para a cultura,
informando às pessoas sobre o que é real ou não.18 As diversas culturas
usam diferentes formas de preservação do conhecimento cultural: livros,
histórias, provérbios, rituais, etc. Os missionários adventistas precisam estar
cientes desta dimensão para contextualização da mensagem do evangelho.
Em uma cultura este (o evangelho) pode ser muito bem comunicado através
de palestras, mas em outra pode ser necessário o uso de dramatização e
música. A seguir, temos a Dimensão Afetiva, que lida com sentimentos
culturais e se relaciona com “noção de beleza, preferências alimentares e
de vestuário, gostos e desgostos e maneiras de divertir-se ou experimentar
a tristeza”.19 Esta dimensão desempenha um papel importante na vida
da igreja. E através dela que as pessoas demonstram suas preferências
com relação à música ou estilo de adoração. Gosto e preferência estão
mais solidamente ligados ao nosso contexto cultural na história do que o
raciocínio lógico.
Definindo cultura
Como base para a compreensão da cosmovisão, a cultura deve ser
adequadamente compreendida como “sistemas mais ou menos integrados
de idéias, sentimentos, valores e seus padrões de comportamento, e
produtos, compartilhados por um grupo de pessoas que organizam o que
pensam, sentem, e fazem”.21 Esta definição indica algumas das regras
básicas para tomar o processo de estudo da cosmovisão e relacioná-la às
missões adventistas: (1) cada cultura traz consigo o estilo de vida para
seus membros; (2) as culturas não devem ser comparadas em termos de
melhor ou pior, mas em termos de diversidade no estilo de vida; (3) todas
as culturas devem ser apreciadas; (4) as culturas não são neutras, possuem
o bem e o mal que deve ser conferido à luz das Escrituras; (5) à medida
que se aproxima de diferentes culturas, deve-se entender que Deus tem
sido ativo nessa cultura, antes da chegada dos missionários; (6) a cultura é
o contexto onde a missão acontece; (7) cultura é o lugar para uma teologia
em progresso; (8) as culturas não devem ser substituídas ou rejeitadas, mas
abraçadas e moldadas de acordo com as Escrituras; (9) todas as culturas
podem contribuir com o diálogo hermenêutico das Escrituras; e (10)
nenhuma cultura deve ser imposta como a cultura cristã padrão sobre as
outras culturas (figura 2).
20Ibid., 33-34.
21Ibid., 30.
A importância da cosmovisão para o ministério no século XXI [ 649
Cosmovisão
Compreendendo a cosmovisão
Cosmovisão é uma força silenciosa que explica, dá sentido e
avalia com o propósito de produzir um comportamento. É razoável
dizer que os seres humanos são prisioneiros de sua cosmovisão. É um
conceito complexo e abstrato em estudos com seres humanos, difícil de
compreender. Cosmovisão não é algo que pode ser listado facilmente,
enumerando hipóteses e premissas pessoais. Não é claramente percebido
nem rapidamente reconhecido.
Cosmovisão, como nível mais profundo da cultura, tem diversas
características e funções. Antes que se possa analisar e entender a
cosmovisão, é preciso compreender sua natureza, características, funções
e como impacta as pessoas como processo de um evento cultural que
vai passando através dos filtros cognitivos, afetivos e avaliativos. Este
processo é muito importante para entender o comportamento como
manifestação extema visível do pressuposto de cosmovisão e também o
Natureza da cosmovisão
As cosmovisões são conceitos abstratos e invisíveis sobre o mundo,
localizadas em uma dimensão oculta da cultura. Tomam-se visíveis
através de manifestações externas, tais como comportamento e discurso.
E necessária uma diferenciação entre os pressupostos da cosmovisão e a
cosmovisão. No que diz respeito aos pressupostos, são proposições simples
sobre o mundo e devem ser entendidas como “declarações sobre uma
verdade percebida, com base na lógica de uma cultura particular”.23Logo,
cosmovisão é o conjunto de tais pressupostos. Ambas as dimensões
são importantes na descoberta de proposições culturais e produção de
mudanças. Os missionários têm o objetivo de produzir alteração no nível
de cosmovisão. Para ser capaz de se reconhecer e analisar os pressupostos
da cosmovisão, avaliá-los (à luz das Escrituras), e produzir mudanças em
direção à cosmovisão bíblica, é preciso compreender os aspectos internos
e externos da cosmovisão.
Perspectiva interna
Considerar uma cosmovisão sob a perspectiva interna é reconhecer
ou ler os pressupostos da cosmovisão. Três níveis de pressupostos são úteis
na percepção da cosmovisão “funcionando internamente como parte de
cosmovisões”24 e como os principais mecanismos internos da cosmovisão.
Ao descobrir o tema da cosmovisão, os missionários são capazes de
compreender e analisar o comportamento de uma dada cultura, comparando
com a Escritura, a fim de definir 0 que é necessário ser abordado na cultura
a fim de moldá-la à cosmovisão bíblica.
23Bruce Bradshaw, Change across Cultures: A Narrative Approach to Social
Transformation (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 2002), 18.
24Charles H. Kraft, October 2002. Worldviewfo r Christian Witness. Prepublication
Manuscript, cap. 12:2. And: Lloyd E. Kwast, “Understanding Culture” In Perspective on
the World Christian Movement: A Reader, ed. Ralph D. Winter and Steven C. Hawthorne.
(Pasadena, CA: William Carey Library, 1981).
A importância da cosmovisão para o ministério no século XXI | 6 5 T
·Tem po é dinheiro
2 . Subtem a - Mais "educação" (escolaridade) significa aumento de poder
- Quanto mais dinheiro se ganha, mais prestígio se tem
25Morris E. Opler, “The Themal Approach in Cultural Anthropology and Its Ap-
plication to North Indian Data”. Southwestern Journal o f Anthropology, 1968, 198.
26Charles H. Kraft, cap. 12, 2.
27Charles H. Kraft, Anthropology fo r Christian Witness (Maryknoll, NY: Orbis.
1996.), cap. 12:3.
b52 I Paulo Cândido de Oliveira
Perspectiva externa
Essas categorias possibilitam uma análise sob a perspectiva interna
da cosmovisão. Isolados pressupostos e premissas de cosmovisão,
quando postos todos juntos, formarão o que Hiebert chama integração
cultural.28 A coleção de pressupostos e premissas sobre a realidade forma
a perspectiva externa de fora de uma cosmovisão. Portanto, quando se fala
em cosmovisão norte-americana, refere-se à constelação de pressupostos
dos indivíduos dentro da cultura dos Estados ETnidos.
Características da cosmovisão
Há cinco principais características da cosmovisão que são tão
importantes quanto a sua naturez.29 Em primeiro lugar, os pressupostos
da cosmovisão não são “fundamentados externamente, mas presume-
se serem verdadeiros, sem comprovação prévia” . Em segundo lugar, os
pressupostos da cosmovisão fornecem lentes e mapas de interpretação
cultural às pessoas, que moldam a forma como veem e interpretam o
mundo à sua volta. Terceiro, as pessoas organizam suas vidas em termos
dos pressupostos da cosmovisão como um todo integrado, que raramente
será questionado a menos que ocorra algo que não possa ser facilmente
harmonizado. Quarto, diferenças de cosmovisão são as situações mais
difíceis de lidar quando as várias culturas entram em contato. Isso se
dá porque os pressupostos da cosmovisão não estão fundamentados
externamente, visto que raramente ocorre ao membro de uma cultura que há
pessoas com pressupostos diferentes. As pessoas supõem que sua realidade
é universal, e que todos vivem da mesma maneira que elas. Isto provoca
muitos choques culturais e estresse. Por último, pessoas e cosmovisão
atuam juntas. As cosmovisões são ferramentas que os seres humanos
Utilizam para dar sentido e significado ao mundo e à sua existência. Falar
sobre estrutura cultural (cosmovisão, crenças e valores) é falar sobre uma
pessoa que age.
Funções da cosmovisão
Há quatro funções da cosmovisão utilizadas diariamente pelas
pessoas. A primeira é a explicação. Esta fornece material cognitivo para
se criar um sistema de explicações que apoiem um sistema de crenças.
Diferentes pressupostos de cosmovisão levam a diferentes conclusões
sobre o mesmo assunto porque o explicam de modo distinto. Todas elas
proporcionam estabilidade emocional e conforto. A segunda função é a
validação/avaliação. E o material utilizado para avaliar as experiências.
É importante compreender que, ao realizar as missões, a realidade mais
importante não é a do missionário, mas a do povo, que está constantemente
avaliando e estabelecendo significado a fim de dar sentido ao que está
acontecendo.
A terceira função é a integração. A cosmovisão integra a cultura
como um todo. “Organiza nossas idéias, sentimentos e valores em um
projeto global único” .30 Cria imagens mais ou menos precisas do mundo,
“imagens que refletem o mundo”.31 Essas imagens, apesar de não serem
precisas, são utilizadas para guiar a ação. A quarta função da cosmovisão é
monitorar mudanças. A cosmovisão é composta de pressupostos dinâmicos
constantemente confrontados e contestados por novas informações e
experiências advindas da própria cultura ou de outras. Esses novos
pressupostos podem ser contrários a um pressuposto já existente ou
ligeiramente diferentes. Em ambos os casos, quando uma cosmovisão é
desafiada, é criada uma instabilidade e produzido 0 desconforto. Esta tensão
pode atrapalhar a tarefa da cosmovisão de integrar a cultura. Assim, por
causa da contradição interna, os pressupostos relacionados da cosmovisão
serão utilizados para produzir uma explicação que avalia e valida um ou
Cosmovisão em ação
Como apresentado antes, a cultura pode ser dividida em três
dimensões: cognitiva, afetiva e avaliativa. Na figura 4, essas dimensões
estão identificadas numa imagem tridimensional, sendo a cosmovisão a
base da cultura. Em resumo, eventos externos são experimentados por uma
pessoa ao mesmo tempo, por meio de duas dimensões: cognição (crenças) e
afeição (sentimentos). A cognição verifica se 0 que foi experimentado está
de acordo com os pressupostos estabelecidos; a afeição reagirá baseada
nos sentimentos percebidos pela experiência. Se a experiência percebida
harmonizar-se com os pressupostos estabelecidos pela cosmovisão,
A importância da cosmovisão para o ministério no século XXI | 655
Análise da cosmovisão
Cosmovisões universais
Os antropólogos Robert Redfield e, posteriormente, M ichael Kearney,
desenvolveram um modelo que indica 0 processo de categorização ou
classificação feito por um indivíduo ao olhar o universo a partir de um
ponto de vista. O modelo de cosmovisões universais segue o racional:
existem categorias básicas de pressupostos que cada povo tem de lidar. Este
modelo fornece uma maneira de se perceber semelhanças compartilhadas,
que ajudaria no processo de comparação entre as culturas. Por exemplo, os
poderes espirituais têm muito pouco a ver com os acontecimentos diários
na mente de muitos americanos. Em contrapartida, para os sul-americanos,
a consciência da influência dos poderes espirituais, como demônios é uma
constante. Este modelo segue um trajeto similar ao trabalho dos médicos.
Um médico trabalha com um conjunto de pressupostos essenciais. Mesmo
que sejam confrontados com diferentes pacientes esses elementos comuns
o guiarão em seu diagnóstico. Sua análise é baseada na pressão arterial,
pulso, respiração, etc. Prestará atenção a estes sinais vitais e chegará a
conclusões diferentes em pacientes diferentes. Na área das cosmovisões
universais este princípio também parece ser verdadeiro. E o conjunto de
semelhanças comuns a todas as culturas que tom a possível a análise e a
comparação.
As principais cosmovisões universais são resultado da concepção de:
Classificação, Eu, Outro, Causalidade, Tempo e Espaço. Os missionários
observarão os produtos culturais: livros, provérbios populares, histórias,
música, linguagem, etc., a fim de produzir hipóteses dos pressupostos da
cosmovisão.
A importância da cosmovisão para o ministério no século XXI | 659
37Michael Keamey
38Ibid., 69. ’
39Michael Keamey, 71.
66ס I Paulo Cândido de Oliveira
danças folclóricas e assim por diante” .44 Sob uma ótica missiológica, os
pressupostos da cosmovisão sobre o espaço têm consequências profundas
sobre 0 modo de construir os edifícios e infundir significado teológico aos
lugares seculares/materiais e sagrados/espirituais. Depois, existe a noção
de espaço do céu, a localização dos anjos em relação aos seres humanos,
e assim por diante. A noção de espaço precisa de um a atenção na missão
transcultural, pois o espaço desempenha um papel determinante no sistema
de cosmovisão integrada.
Se as cosmovisões universais descritas aqui são descobertas em uma
determinada cultura pelo missionário, não se deve pensar que dominou
a cosmovisão do povo. As cosmovisões universais aqui apresentadas são
apenas o ponto de partida para a análise da cosmovisão: ajuda a tocar
apenas a superfície. Existem outros modelos para análise de cosmovisão
que também podem ser usados pelos missionários.45
Produzindo hipóteses
O próximo passo na análise de cosmovisão é ser capaz de começar
a mapear os temas, subtemas e paradigmas da cosmovisão, como descrito
anteriormente, bem como identificar o papel que desempenham como
temas e contratemas. Devido ao seu relacionamento, os temas funcionam
não apenas como determinantes das crenças, valores e comportamento, mas
também como barreira a outros temas. Quando um tema está funcionando
44Ibid., 92.
45Ver: Myers 1991; Jayakaran 1999). James Sire, Naming the Elephant: Worldview
as a Concept. (Downers Grove, IL: Inter Varsity Press. 2004). James Sire, The Universe
Next Door: A basic worldview catalog, 3d ed. (Downers Grove, IL: InterVarsity Press,
1997). Linda J. Myers, Suzette L. Speight, Pamela S. Highlen, Chikako I. Cox, Amy
L. Reynolds, Eve M. Adams, and C. Patricia Hanley. Identity Development and World-
view—Toward an Optimal Conceptualization. Journal o f Counseling and Development
1991, 70:54-63. Ravi I. Jayakaran, Holistic Participatory Learning and Action: Seeing
the Spiritual and Whose Reality Counts. In Working with the Poor: New Insights and
learning’s from Development Practitioners, ed. Bryant L. Myers. (Monrovia, CA: World
Vision, 1999).
<62 לI Paulo Cândido de Oliveira
46Morris E. Opler, “The Themal Approach in Cultural Anthropology and Its Appli-
cation to North Indian Data”, Southwestern Journal o f Anthropology 24 (1968): 215-227.
47Ibid., 201.
48Jones, W. T. World Views: Their Nature and Their Function. Current Anthropol-
ogy, 1972. 13:80.
49Ibid.
A importância da cosmovisão para o ministério no século XXI | 663
Conclusão
55Clifton Maberly, Using the Social Sciences in Mission and Ministry: Reflections
of a Returning Long-Term Missionary. In Mission: A Man with a Vision: A Festschrift
Honoring Russell L. Staples, ed. Rudi Maier. (Berrien Springs, MI: Department of World
Mission, Andrews University, 2005), 265.
56Charles Edward Van Engen, God’s Missionary People: Rethinking the Purpose
for the Local Church. (Grand Rapids, MI: Baker Book House. 1991), 80.
MENSAGEM DE
ENCERRAMENTO
“É CHEGADA A HORA DO SEU JUÍZO”
Ted N. C. Wilson
Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia
Presidente
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Introdução
O Evangelho Eterno
que são influenciados pela abordagem não bíblica da “alta crítica”, que
é uma inimiga mortal da nossa teologia e missão. Essa abordagem põe
um erudito ou uma pessoa acima da abordagem comum das Escrituras
e concede permissão inapropriada para decidir o que ele ou ela percebe
como verdade, baseado nos recursos e educação da crítica. Fique longe
desse tipo de abordagem! Ela não conduz as pessoas à confiança em Deus
e em Sua Palavra, e destruirá a teologia e a missão corretas.
Sem uma compreensão literal do poder criador de Deus como
entendido nos dois primeiros capítulos de Gênesis, da criação literal em
seis dias, não há razão para adorar a Deus no sétimo dia literal de uma
semana literal de sete dias. A mensagem do primeiro anjo é uma trombeta
chamando a cada pessoa do mundo para adorar a Deus no verdadeiro
Sábado, o sétimo dia.
Essa atividade singular de obediência e amor a Deus, adorando-0
no dia dEle, será a marca pública característica e selará o povo de Deus
nos últimos dias. Essa é outra razão porque o sábado é tão importante. Ele
nos identifica com o nosso Criador, como Alguém que está apontando às
pessoas o rumo de volta à verdadeira adoração a Deus no fim dos tempos.
Outra parte importante da primeira mensagem angélica fala sobre
o “evangelho eterno” e a mensagem do “juízo”. Quando João fala sobre
o “juízo” Apocalipse 14:7, está fazendo menção à “hora do Seu juízo”
ou “a hora do seu juízo ” chegou? Em certo sentido, poderia haver uma
compreensão dupla, se é um juízo a respeito de Deus ou um juízo a nosso
respeito. Sem dúvida, Deus está em juízo diante do universo para saber
se Ele é um Deus amoroso que deve ser obedecido por amor ou se é
um Deus que somente deve ser servido através da força e coerção. No
entanto, aquele juízo de Deus será finalmente confirmado para o universo
depois de passarmos o milênio no céu revendo os juízos feitos por Deus e
declarando-0 justo e verdadeiro!
Isso é importante para compreender a sequência do que acontecerá.
Quando Cristo vier pela segunda vez, todos os olhos O verão. Será a
“É chegada a hora do seu juízo” | 673
morte aos que se rebelaram contra Seu governo. Os livros de registro serão
abertos e os olhos de Jesus observarão os ímpios que estarão conscientes
de cada pecado que cometeram. Acima ao trono é revelada uma cruz e
ocorre uma retrospectiva panorâmica para que todos vejam os sucessivos
passos do plano da salvação e da vida, morte e ressurreição de Cristo nesta
Terra.
Como o Grande conflito indica na pág. 669, 670:
A mensagem do santuário
Conclusão
Vasili agonizava com Deus, orando para que Ele lhe desse
uma resposta direta ao abrir a Bíblia num texto. O que ele deveria
fazer? Abriu a Bíblia em M t 10:35-38 que aborda: como a família
pode ser nossa inimiga; se você amar pai ou mãe mais que a Cristo,
não é digno dEle; você deve tomar sua cruz e seguir a Cristo.
680 I Ted N. C. Wilson
IlIlrlIlmilllllMIIIIIIIIIIUIimillllllllltllllllllllllllllllllllimilllIIIIIMIIIIINIIIIIimillllllIllllllllllllllllllllllllimlIllimiKlllllllllllllllllllllllllllllllllllll
Comissão de redação:
mmmtitmmtmmmmmmmmmmimmtmmmmmimmimumiiimiiimiiiniiimiiiiMiiiiiiiiiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimiMiiiiiiiiii'imiiii
Bourdeau, D. T. 9 Buttrick, G. A. 45
Hur, J. 285
Highlen, P. S. 661
Hurtado, L. W. 280
Hildebrandt, W. 270
Huss, J. 34
Hill 61, 80, 82
Ibn Ezra 114
Hindson, E. E. 388
Imbelli, R. P. 270, 271
Hinze, B. E. 270
Imhoff, F. 397, 398
Hirle, W. 418
Inskeep, K. W. 396,398
Hoge, D. R. 393, 394
Irineu 268, 269, 284
Holbrook, F. B. 85, 136, 159
163,211,282 Jackson, P. 395
Holdsworth, B. 296 Jamieson 532
Hollenweger, W. J. 304 Jayakaran, R. I. 655,661
663
Hollinger, D. P. 133, 134
Jeanrond, W. G. 379
Hollingswort, A. 183,184
203 Jervell, J. 352
Holmes, R. 220, 221 Engelkemier, J. 441
Hook, M. R. 8
699
Millar, C. 33
Mayers, R. B. 318
Millard, A. R. 33, 379
McConnell, C. D. 272, 289
Miller, C. L. 211
McCown, CT. C. 45
.7 0 2
Oberhuber, K. 98 Padilla, R. A. 85
........................................... ...................