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século XX
Alexandre L.
Martins*
RESUMO
ABSTRACT
The present work aims to identify and contextualize historically the process of
capital centralization and internationalization in the paint industry in Brazil throughout
the twentieth century, through the mergers and acquisitions that occurred in the period.
The brazilian paint industry started the period with some local representatives, however,
over time most of these have not succeeded in the face of competition from foreign
companies, which have entered more aggressively at some historical moments in which
it reconciled the high liquidity with a favorable political and economic situation. Thus,
at the end of the century the national paint market has its supply concentrated in 6
companies, 4 of them international, that dominate 80% of the demand of the sector.
Keywords: economics, Brazilian economy, economic history.
* Professor doutor do departamento de economia da UFPB, pesquisador das áreas de
história econômica e ética econômica.
1. Introdução
2. Marco teórico-metodológico
2.1. Referências teóricas
6
Este trabalho é resultado de uma iniciativa da própria ABRAFATI, e, como tal, embora farto de
informações relativas às indústrias de tintas no Brasil, é desprovido de maior rigor científico, de forma
que foi preciso revisar alguns dados (junto aos sites às empresas) e tratar os dados. Por não ter referencial
metodológico e teórico, tende a uma abordagem parcial do objeto de estudo, enfatizando o
empreendedorismo dos empresários associados, de maneira que sua valia se atém às informações ali
contidas.
importantes no mercado, excluindo da relação as empresas individuais (bem como F e A
entre elas)7.
A convivência entre grandes e pequenas empresas em oligopólios no ramo
estudado pode ser atestada pela distinção significativa entre as margens de lucro
praticadas pelas grandes companhias (dominantes de mercado) e pelas pequenas firmas
(marginais). Um vendedor entrevistado que trabalhou para algumas das maiores
empresas do subsetor e teve contato com microempresas de tintas, afirmou que as
grandes praticam margens de lucro (em torno de) 200 % em relação ao custo
(denominado no meio por ‘fator 2’), enquanto as menores adotam a referência de 100 %
(designado por ‘fator 1’). Isto é possível em razão da técnica para fabricação da
mercadoria ser relativamente acessível aos interessados 8, o que, porém, não garante
crescimento para as pequenas indústrias, pois a combinação entre padronização com
qualidade em escala industrial e aparato de marketing restringe o mercado aos grandes
produtores.
O levantamento realizado acerca das empresas abertas e as F e A ocorridas ao
longo do século XX na indústria de tintas brasileira se encontra sistematizado no quadro
01. As empresas são identificadas por suas respectivas denominações jurídicas, porém
ao longo do texto é citado apenas o núcleo central do nome da empresa. Vale registrar
que no princípio da formação da indústria de tintas, a maior parte das firmas eram
companhias limitadas, passando a predominar as sociedades anônimas a partir da
década dos 19709. No quadro 02, por sua vez, estão listadas as firmas que saíram do
mercado, acompanhadas do motivo do encerramento das atividades (falência ou
incorporação por outra empresa).
7
Esta exclusão é necessária em virtude das barreiras de entrada serem baixas no ramo e da possibilidade
de diferenciação dos produtos permitir a coexistência de inúmeras pequenas empresas.
8
De acordo com Telles (1989, p. 5), já em 1926, por exemplo, podia ser adquirido em bancas de jornais o
‘manual do fabricante de tintas, vernizes e óleos’, editado pela livraria Quaresma, do Rio de Janeiro.
9
Algumas empresas importantes que iniciaram suas atividades como Ltda. mudaram no decorrer do
período analisado para S.A. no sentido de buscar maiores possibilidades de expansão.
início das atividades (por décadas)
Década Indústrias Quant.
s
1900 Usina São Cristovão (Carlos Kuenerz e Cia. Ltda) 01
1910 Fábrica de Tintas París (Romeau e Cia.) 01
1920 Fábrica Vulcão (Carllos Muller e Cia.), Vernizes Horst S.A., CIL 14
(Companhia Industrial Ltda.), Abel de Barros e Cia. (depois S.A.),
Casa Hilpert*, Tintas Internacional S.A., Renner Koepcke e Cia.
Ltda.,
(posteriormente Renner Hermann S. A.), Napoleão Lustoza e Cia.,
Faber
Castell S. A., Atlantis S. A., Wolf Hacker Ltda., A.J.F. S. A.,
Condoroil
e Paint S.A. (compra a N. Lustoza), Indústrias Sika S.A.
1930 Louçalin*, Ideal Tintas e Vernizes Ltda., Polidura Ltda., R. 16
Montesano
e Cia. (depois S.A.), Indústria de Tintas Superba Ltda., King’s
Paint*,
Globo Tintas e Pigmentos S.A., Durlin*, Selqui*, Nitro Química
S.A.,
Pancor*, General Eletric*, Universo*, Hirtz Nurich*, Prema-
Preservação
de madeiras S.A., Otto Baungart*.
1940 Sherwin Williams do Brasil Ind. e Com. Ltda. (comprou a 14
Superba),
Tecno-Química S.A., Indústria e Comércio Oxford Ltda.,
Indústria de
Tintas e Vernizes Super Ltda., Tintas Suvinil S.A., Cremart *,
Tintas
Prospa do Brasil S.A., Caselli*, American Marietta Company,
Indústrias
Químicas Elgin Ltda., Kauri Sigma*, Tintas Coral Ltda., Oxylin*,
Rada *.
1950 Fábrica de Tintas Castelo Ltda, Turmalina S.A., Nevecem*, 04
Super tintas*.
1960 Tintas Ypiranga S.A. (compra a Condoroil), Basf S.A.- Divisão 09
Glasurit
(compra a Super e a Suvinil), Sayerlack Ltda, Sumaré Indústria
Química
S. A., Esso S.A. (compra a Ypiranga), Du Pont* (compra a
Polidura), Hoechst do Brasil S.A. (compra a Oxford), Akzo Nobel
Ltda. (compra a R. Montesano), Killing S.A.
1970 Tintas Iquine Ltda. 01
1980 Eucatex Química Ltda., SCM-Glidden (compra a Esso), Hanson* 03
(compra a SCM-Glidden).
1990 Imperial Chemical Industries Company (compra a Coral), 02
Brasilux Tintas Técnicas Ltda.
Total 65
Fonte: Elaboração própria a partir de Telles (1989), ABRAFATI e sites oficiais das empresas.
* Sem informação precisa a respeito da designação jurídica
Obs: 1- Só é registrada a compra quando a empresa se introduz no mercado por meio
da aquisição de alguma empresa pré-existente.
Quadro 02 - Indústrias de tintas que encerraram suas atividades
no Brasil, no século XX (por décadas)
Décadas Indústrias Quant.
1900 --- 00
1910 --- 00
1920 N. Lustoza (adquirida pela Condoroil). 01
1930 --- 00
1940 Superba (adquirida pela Sherwin William). 01
1950 Louçalim (s.c.), Caselli (adquirida pela Artex, antiga Panco), Usina São 04
Cristovão (s.c.), Paris (adquirida pela Castelo).
1960 Condoroil (vendida para a Ypiranga), Oxford (vendida para a 17
Hoechst) Horst (s.c.), Casa Hilpert (adquirida pela Tecno-Química),
Polidura (vendida para a Du Pont), Nevecem (adquirida pela Castelo),
CIL (s.c.), Ypiranga (vendida para a Esso), Super e Suvinil
(incorporadas
pela Glasurit), Atlantis (adquirida pela Globo), Durlin, Turmalina e
Cremart (fundidas na Cremart-Durlin), Nitro Química (s.c.), Hirtz
Nurich adquirida pela Killing), R. Montesano (vendida para a Akzo).
1970 Hering (adquirida pela Faber Castell), Sayerlack e Ideal (incorporadas 06
pelo grupo Renner Herrmann), Prospa (adquirida pela Selqui),
American Marietta (s.c.). Rada (s.c.).
1980 Du pont e Hoechst (adquiridas pela Renner Herrmann), Esso (vendida à 05
SCM-Glidden), SCM-Glidden (vendida à Hanson), Hanson (adquirida
pela Akzo).
1990 Globo, Sumaré e Elgin (adquiridas pela Sherwin-Williams), Castelo 06
(s.c.), Cremart-Durlin (adquirida pelo grupo Renner Hermann), Coral
(adquirida pela ICI).
Total 40
Fonte: Elaboração própria a partir de Telles (1989), ABRAFATI e sites oficiais das empresas.
Obs: 1- s.c.: Solução de continuidade, as empresas faliram e não foram absorvidas por
nenhuma outra indústria.
2- Neste quadro são abandonadas as razões sociais completas das empresas, que podem
ser verificadas no quadro 01.
situada no Rio de Janeiro. A Hering, entretanto, estava, desde seu projeto inicial,
circunscrita ao mercado de tintas artísticas, um (relativamente) pouco expressivo
subgrupo da indústria geral, enquanto a Usina de São Cristovão fabricava tintas para o
mercado imobiliário, marcando o começo da grande produção de tintas no país
(competindo com fornecedores estrangeiros da matéria-prima). Ambas indústrias podem
ser consideradas nacionais, pois foram fundadas por migrantes que traziam capital
acumulado na Alemanha. A primeira firma transnacional a se instalar no Brasil foi a
Paris, em 1914, um projeto modesto de capital francês que acabou sendo vendido para o
capital nacional no início dos anos 1950 (Tintas Castelo). O surgimento da indústria de
tintas coincide com os primeiros passos da industrialização do Brasil, um mercado
embrionário em que boa parte da demanda era abastecida por mercadorias importadas,
que foram gradativamente sendo substituídos por similares nacionais a partir da década
dos 1920.
O Brasil foi introduzido na economia industrial tardiamente nas primeiras
décadas de 1900, a partir de um baixo e desarticulado crescimento do parque industrial,
e assim foi também no caso da indústria de tintas. Em estudo mais recente, Caldeira
(2017, p. 484) confirma que o processo de formação dos primeiros capitais industriais
brasileiros foi antecedido pela acumulação inicial proporcionada pelo sucesso do café,
cujas vendas se beneficiaram diretamente do longo período (quase todo século XIX ao
começo do século XX) do crescimento econômico nos países centrais ocidentais.
No período que vai do início da primeira guerra ao final da segunda guerra
mundial as dificuldades de produção das firmas americanas e europeias impulsionaram
o desenvolvimento dos processos produtivos, das pesquisas em torno dos compostos
químicos e das possibilidades das matérias-primas locais, acabando por favorecer os
negócios das empresas brasileiras. Especialmente a Usina São Cristovão cresceu,
expandindo e diversificando sua produção, chegando a exportar grande parte de suas
tintas. Esta empresa, no entanto, teve desenrolar um tanto imprevisível para uma firma
que assumia posição importante no ramo, em função das mortes seguidas, num espaço
de 10 anos (1942 e 1952) do fundador e do herdeiro/sucessor da indústria 10. O espírito
empreendedor dos dois gestores iniciais não encontrou substituto e a estrutura familiar
(centralizadora) da administração fez com que o negócio perdesse o rumo e fechasse em
1956.
Na década de 1930, o país dá um salto qualitativo com uma primeira política de
industrialização que tornou o setor industrial expressivo no conjunto da economia, num
contexto avançado do capitalismo, em que alguns países despontavam como detentores
dos maiores estoques de capital e, consequentemente, detinham forte poder político e
econômico (especialmente os Estados Unidos da América), mas saiam de um conflito
bélico mundial para outro, intercalados por uma grande recessão, o que permitiu o êxito
do modelo voltado para dentro no Brasil. Os mecanismos diversos para internalizar os
investimentos resultaram em forte crescimento industrial (média anual de 11,2% entre
1933 e 193911) e números menores da participação do capital externo, de forma que
10
Conforme Telles (1989, p. 33), a morte do herdeiro foi inesperada (um desastre aéreo), o que explica
(em termos) o despreparo da empresa frente à situação.
11
De acordo com Ribeiro (1988, p. 41).
entre 1938 e 1942, por exemplo, a fração dos investimentos externos em sociedades
anônimas cai de 45% para 21,9% (conforme Caldeira, 1998, p. 281).
No ramo de tintas isso se reflete na abertura de empresas de porte médio entre os
anos 1920 e 1940, predominantemente de capital nacional, derivadas da acumulação
anterior realizadas por imigrantes nos seus países de origem. O mercado crescente
absorve os novos produtores que iam surgindo, chegando a um total aproximado de 44
produtores ao final desse subperíodo, à exceção da Usina de São Cristovão, que
dominava a maior parcela do mercado mais importante; o imobiliário.
Até o final da década dos 1940 ocorrem apenas duas aquisições, sendo uma
delas importante por marcar a entrada da Sherwin Williams no Brasil (comprando a
Superba), porém são registros isolados e pontuais que permitem concluir que na
primeira metade do século XX a centralização de capitais ocorrida foi insignificante.
Também em relação à internacionalização pode-se concluir pela incipiência ou
insignificância desse processo, pois predominou o capital nacional, enquanto o capital
internacional ainda era pouco expressivo: de 44 empresas que iniciaram suas atividades
e se mantiveram em atividade entre 1900 e 1949, apenas 7 eram estrangeiras (Atlantis,
America Marietta, Glasurit, Condoroil, King´s paint, General Eletric e Sherwin
Williams), com início de atividade distribuído ao longo do período.
Com a metade da década vem o segundo marco histórico significativo no
processo de industrialização e acumulação de capitais, o pós-guerra, em que a retomada
do crescimento econômico nos países centrais permite a etapa seguinte do crescimento
dos capitais: a internacionalização. Na década de 1950 em si os números ainda são
tímidos, ocorrendo apenas 2 fusões, mas a mudança na concepção do processo de
industrialização nos governos locais, em sintonia com a mudança do contexto
internacional, começa a produzir os primeiros resultados, de forma mais sistemática a
partir da segunda metade da década dos 1960, quando a iniciativa de dar vazão ao
excesso de liquidez de capital no plano internacional se alia com o início de um ciclo de
gestões no Estado brasileiro que estimulam as atividades do capital estrangeiro em
território nacional:
Informações advindas de material institucional obtido nos sites oficiais das empresas a partir do site da
13
ABRAFATI.
introdução da microeletrônica nos processos produtivos 14. Evidentemente este último
marco do século afeta diretamente os rumos do processo de acumulação internacional,
gerando intensidade similar à observada na segunda metade dos anos 1960, inclusive
nos processos aqui estudados. De tão significativas, essas transformações terminaram
por se cristalizar na própria alteração do paradigma predominante adotado pelo
mainstream no mundo ocidental até então, transitando do Keynesianismo para o
neoliberalismo, dando o tom da evolução recente do capitalismo: exponenciação do
desenvolvimento tecnológico convivendo com precarização das condições do trabalho.
Comin (1997, p. 87-88) assevera que na última década do século XX as compras
e fusões de empresas se intensificam no mundo em razão das transições políticas e
econômicas terem sido cumpridas, que aumentam os valores das transações desses tipos
(com o setor financeiro elevando sua participação nos processos) e, que, no caso do
Brasil, o reestabelecimento democrático (com as eleições) e o econômico (com a
estabilização da inflação em 1994), contribuem decisivamente para disparar nova
intensificação do processo. Cintra (1998), por exemplo, nos fornece um panorama das
fusões e aquisições nesse período, discriminando os capitais nacionais e estrangeiros:
em 1992 aconteceram 21 operações deste tipo, contra 68 em 1993, 94 em 1994, 124 em
1995, 169 em 1996 e 186 em 1997. Ainda de acordo com a mesma fonte, o processo de
internacionalização do capital fica patente quando se compara o número de empresas
nacionais que compraram estrangeiras; 172, em relação ao número de empresas
transnacionais que compraram empresas locais; 428. Os números apresentados ilustram
bem a retomada da centralização e internacionalização do capital na economia brasileira
nos anos noventa, consequência direta da nova mundialização das economias
desencadeada em 1989.
No ramo das tintas, nos anos 1990 as aquisições ficam por conta de três das
integrantes de um seleto grupo de 6 empresas que acabam por dominar o mercado
brasileiro nesta década. A transnacional Sherwin-Williams, concentrou sua expansão
via centralização no Brasil nesta última década, comprando as indústrias Globo, Sumaré
e Elgin15, consolidando uma trajetória anterior de acumulação e concentração de capital.
Registra-se também a compra de mais uma empresa pelo grupo nacional Renner
14
Araújo (2010), por exemplo, investiga como essas transformações econômicas, políticas e tecnológicas
ocorridas entre 1980 e 1990 foram absorvidas diferentemente em 3 países (um deles é o Brasil) antes
fechados, examinando as políticas cambiais e aduaneiras adotadas e seus efeitos na abertura financeira e
inserção internacional até o final da década de 2000.
15
A Sherwin Williams compra também a Lazzuril Tintas S.A., não contabilizada em função do critério
adotado.
Hermann, a indústria Cremart-Durlin e a entrada da transnacional ICI, comprando a
vice-líder do mercado brasileiro (Coral).
No balanço geral ao final do período total, das 65 indústrias de porte médio ou
grande que se instalaram no Brasil e participaram significativamente da produção total
(integrando o grupo de empresas que responde por 90 % do mercado) em algum
momento do período mais recente analisado, apenas 24 empresas sobreviveram. Essas
empresas restantes compõem, juntamente com cerca de 300 pequenas indústrias, a
oferta do mercado de tintas do Brasil em 1997, sendo que um restrito grupo de apenas 6
indústrias supre aproximadamente 80% da demanda do mercado de tintas brasileiro 16:
Basf, ICI, Sherwin Williams, Renner Hermann, Akzo e Eucatex. Fica evidenciado o
processo de centralização ao longo do tempo, com o crescimento acentuado de algumas
poucas empresas e a diminuição relativa (muitas vezes absoluta) das demais que não
foram incorporadas pelas grandes companhias.
Das indústrias que dominam o mercado brasileiro de tintas em 1999, 4 são
transnacionais (Basf, ICI, Akzo e Sherwin Williams) e 2 são empresas nacionais. Das
indústrias estrangeiras, a Sherwin Williams começa a produzir no Brasil na década dos
1940, duas outras na década dos 1960 (Akzo e Basf) e a ICI inicia suas atividades
apenas em 1996, embora já tivesse colaborando tecnologicamente a alguns anos com o
grupo argentino Bunge Paint, da Coral, que, por sua vez, atua no mercado brasileiro
desde a década dos 1940. É relevante observar que as quatro representantes do capital
internacional optaram por iniciar seus negócios no Brasil com a aquisição de empresas
brasileiras, independente do momento da entrada no mercado local. A única indústria
internacional de porte que não está disputando a grandes fatias deste mercado em que a
liderança dos grandes produtores se alterna e se dilui nos segmentos especializados e
pelas regiões do país17 é a PPG (Pittsburg Plane Glass), ainda que esteja presente
mediante acordo de parceria tecnológica com a sua rival internacional Akzo.
As indústrias nacionais que integram o grupo final das 6 maiores do setor no fim
do século XX tem histórias distintas. A Renner Hermann vem de uma longa trajetória
de crescimento através de aquisições desde a década dos 1920 e a Eucatex era uma
pequena indústria de tintas fornecedora interna do grupo Eucatex desde sua fundação,
em 1988, até 1995, passando a se tornar relevante apenas em 1996, após um vertiginoso
16
Conforme ABRAFATI (1997, p.10).
17
De acordo com ABRAFATI (1996, p. 18), a Basf lidera no território nacional, seguida da ICI, enquanto
a Henner Hermann, por exemplo, lidera no Sul detendo 70% do mercado. Do outro ponto de vista, no
mercado específico de tintas navais, a Basf divide a produção global com uma empresa de porte menor,
porém especializada, a Internacional.
crescimento ocorrido em menos de um ano (multiplicando sua fatia de mercado de 2 %
para 8 %). Nesse percurso outras três empresas locais têm importância histórica e
trajetórias específicas.
A Usina São Cristovão foi a primeira e maior indústria de tintas no Brasil entre
os anos 1900 e 1940, mas as mortes, num espaço de 10 anos (1942 e 1952), do fundador
e do herdeiro/sucessor de uma empresa familiar 18, fizeram com que o negócio fechasse
em 1956. A segunda foi a Coral, também marca (vice) líder de um mercado bem mais
diversificado, quando foi absorvida na década dos 1990 por uma multinacional, e a
terceira surgiu no mercado mais recentemente (em 1974), mas após poucos anos
mostra-se competitiva e vem se firmando no mercado como importante indústria do
ramo: a Iquine.
4. Conclusão
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