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COMPÊNDIO DE POLÊMICAS ACERCA DA CRISE DO PARTIDO

COMUNISTA BRASILEIRO (PCB) E DO MOVIMENTO COMUNISTA


INTERNACIONAL (MCI

03 de Fevereiro de 202
Kemal Okuyan: Pensando em voz alta sobre o “movimento comunista internacional”.
https://lavrapalavra.com/2023/02/23/tk_mci/

08 de Abril de 202
Carlos Arthur Newlands Jr. (Boné): A que heranças o Movimento Comunista Internacional deve
renunciar?.
https://pcb.org.br/portal2/30248

15 de Abril de 202
Ivan Pinheiro: Desvios político-ideológicos que o MCI deve superar.
https://pcb.org.br/portal2/30390

16 de Abril de 202
Gabriel Landi Fazzio: A questão LGBT e as divergências no Movimento Comunista Internacional.
https://pcb.org.br/portal2/30401

19 de Maio de 202
Euclides Vasconcelos: Pois que heranças devemos reivindicar e o que de novo precisa surgi
https://ujc.org.br/pois-que-herancas-devemos-reivindicar-e-o-que-de-novo-precisa-surgir/

03 de Junho de 202
Ivan Pinheiro: Ainda sobre a chamada Plataforma Mundial Anti-imperialist
https://revistaopera.com.br/2023/06/03/ainda-sobre-a-chamada-plataforma-mundial-
antiimperialista/

17 de Julho de 202
Circular 26/2023 da CPN [anexo 1

17 de Julho de 202
Nota Política do CC do Partido Comunista Brasileiro (PCB)
https://pcb.org.br/portal2/30638

19 de Julho de 202
Jones Manoel: Live no instagram sobre a crise do PCB e as perseguições política
https://www.instagram.com/p/Cu5FJL5Ig9H/

21 de Julho de 202
Ivan Pinheiro: Antes que seja tarde! (Carta ao Comitê Central do PCB
https://emdefesadocomunismo.com.br/antes-que-seja-tarde-carta-de-ivan-pinheiro-ao-comite-
central-do-pcb/

21 de Julho de 202
3

Comunicado do Secretário Geral do PCB sobre os ataques públicos ao Partido


https://pcb.org.br/portal2/30654

21 de Julho de 2023
Circular 17/2023 da CPN [anexo 2

21 de Julho de 202
Posicionamento da Unidade Classista em defesa do PC
https://t.co/C2UltfaDp4

21 de Julho de 202
Carta do camarada Mauro Iasi a toda a militância do PCB e dos coletivos partidários [anexo 3

21 DE JULHO DE 202
Carta de Crítica ao Comitê Central — Célula Campos Elíseos-SP [anexo 4

23 de Julho de 202
Circular do LGBT Comunista sobre os recentes acontecimentos do PCB [anexo 5

23 de Julho de 202
Circular da Secretaria Nacional de Juventude do CC e Circular da CPR anexa [anexo 6

24 de Julho de 202
Ivan Pinheiro: Pela convocação do 17º Congresso Unitário do PCB!
https://emdefesadocomunismo.com.br/pela-convocacao-do-17o-congresso-unitario-do-pcb-ivan-
pinheiro/

24 de Julho de 202
Jones Manoel: O que está acontecendo no PCB? — víde
https://www.youtube.com/watch?v=jTW03y-JX9k

26 de Julho de 2023
Circular da CPR-SP sobre os recrutamentos [anexo 7

26 de Julho de 202
Natália Silva e Thiago Cervan: Seu jogo é sujo e eu não me encaixo
https://medium.com/@semnonagarganta/seu-jogo-%C3%A9-sujo-e-eu-n%C3%A3o-me-encaixo-
e68e43e593e2

28 de Julho de 202
Lorena Martins, Ivie Mendonça e Ruggeron Caetano: O Partido somos nó
https://medium.com/@mendonc.ivie/o-partido-somos-n%C3%B3s-9ef764636cf2
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28 de Julho de 202
Paula Ana: Um “diário” que nasceu como carta — Sobre o PCB
https://medium.com/@pretatimbell/um-di%C3%A1rio-que-nasceu-como-carta-sobre-o-
pcb-706a5bd696dc

29 de Julho de 202
Juliana Guerra: Em defesa do PC
https://medium.com/@julianaguerra402/em-defesa-do-pcb-ca58a79491f8
3

ANEXO
CIRCULAR 26/2023 DA CP

De 17 de julho de 202

A toda a militância do PCB e dos coletivos partidário

Camaradas

Solicitamos a leitura atenta de todos os pontos desta circular por parte de toda a militância do
PCB e dos coletivos partidários

Este documento contém uma relatoria resumida do Pleno do Comitê Central (CC) ocorrido nos
dias 08 e 09 de julho de 2023 e um conjunto de orientações à militância do Partido e dos nossos
coletivos. Estava anteriormente previsto que fosse enviado hoje, como desdobramento da reunião
mais recente do CC, ocorrida há uma semana, mas com conteúdo ligeiramente diferente do que
terá de ter agora. Antes, ela visava apenas a informar. Agora, tem por objetivo também orientar a
militância diante de ataques públicos ao PCB e a suas instâncias de direção

Seu conteúdo se alterou uma vez que o ainda militante e ex-dirigente do partido Jones Manoel, a
quem continuamos a tratar com respeito apesar do tratamento que dele temos recebido, resolveu
entrar mais uma vez em rota pública de colisão com o Partido nas redes sociais, não pensando no
coletivo partidário, e sim apenas em si próprio, e desencadeando processo que causa danos à
imagem e à construção partidária

Cabe um comentário antes de prosseguir: Twitter, Facebook ou qualquer outra rede social não são
canais de comunicação adequados à realização do debate interno de um partido revolucionário.
Esses canais são completamente inadequados para o debate de questões internas do PCB

Este documento será dividido nos seguinte pontos: 1. O processo disciplinar de Jones Manoel; 2.
A Comissão de Apuração das postagens públicas por certos dirigentes e militantes do PCB; 3. A
plataforma mundial anti-imperialista; 4. A recomposição da Comissão Política Nacional (CPN) do
Comitê Central do PCB; 5. Orientações à militância do PCB

1 – PROCESSO DISCIPLINAR JONES MANOE

Em sua reunião de 08 e 09 de julho, o Comitê Central avaliou o processo disciplinar aberto em


08/06/2023 em cumprimento a decisão tomada pela CPN, tendo por objeto as posturas e ataques
a instâncias do partido por parte do camarada Jones Manoel nas redes sociais. Foi apresentado,
pela Comissão de Processo Disciplinar legitimamente instituída para dar andamento ao processo,
extenso relatório comprovando, com farta documentação, cuja veracidade em nenhum momento
foi contestada pelo camarada, as postagens nas redes sociais feitas por Jones Manoel, em que o
mesmo compartilhou e promoveu diversos ataques a diferentes instâncias do PCB

Foi ainda informado pelos membros da Comissão que o camarada Jones havia sido avisado de
seu direito a ter acesso à documentação referente a seu processo disciplinar, e havia sido
convidado a participar de oitiva convocada pela Comissão, mas ele não solicitou a referida
documentação nem compareceu a nenhuma das datas propostas, tendo preferido atacar a
Comissão de Processo Disciplinar e a Comissão Política Nacional que a instituiu

Isso pode ser comprovado, aliás, através da leitura atenta, e não seletiva, da troca de e-mails
entre Jones e a Comissão de Processo Disciplinar, equivocadamente disponibilizados por ele
próprio através de rede social, em que a Comissão se dirige a ele diversas vezes solicitando
realização de oitiva de modo a assegurar seu amplo direito a defesa, e informa a ele,
,

expressamente, que ele tinha o direito a solicitar a documentação de que se dispunha até aquele
momento no processo, e que poderia apresentar recurso da instituição da Comissão à reunião do
pleno do CC se assim o desejasse. O camarada não apenas não solicitou a documentação, como
não apresentou recurso algum ao pleno do CC, nem se dispôs a comparecer a oitiva alguma com
a Comissão, tergiversando ao longo dos e-mails enquanto acusava a Comissão de não ter
legitimidade, a rmando supostos “vícios de origem” no processo (largamente refutados pela
Comissão na referida troca de e-mails). Preferiu acusar a Comissão Disciplinar e a CPN de
perseguição política e a rmar que de nada sabia quanto aos fatos que estariam sendo veri cados
pela Comissão, o que, aliás, também foi informado a ele

Infelizmente, agora vendo o camarada cometendo o ato inaceitável e inescrupuloso de colocar a


troca de e-mails interna a um partido comunista na internet, pública, para todos os nossos
inimigos de classe e adversários (que não são poucos!) consultarem e dela fazerem o que bem
entenderem, é impossível não imaginar que o camarada tenha escrito suas respostas já pensando
em publicá-las ao nal do processo, de modo a questionar publicamente sua legitimidade, caso o
desfecho do mesmo fosse desfavorável a ele

Feita a leitura do relatório pela Comissão, foi aberto o mesmo tempo para defesa do camarada
Jones, seguida de debate no pleno do CC. Após exaustivo debate sobre o assunto, o Comitê
Central do PCB considerou que

1.1 - O camarada Jones Manoel, ao ir às redes sociais nas datas de 04 a 06/06/2023, fez
acusações graves e infundadas a diferentes instâncias partidárias, de: criminalização do debate
interno, perseguição política, expulsão ilegal de militantes, falsi cação de processos disciplinares,
ocultamento de informações e desrespeito a resoluções congressuais e ao estatuto do partido

a. No dia 04 de junho de 2023, Jones publicou postagens em seu Twitter em que se acusa
instâncias do PCB de “distribuição gratuita de processos disciplinares falsos, viciados, que não
cumprem nosso estatuto”, “ocultação de informações” “aplicação seletiva do estatuto e a ns” que
se destinariam “para calar ou botar para fora do partido críticos”

b. No dia 05 de junho de 2023, Jones Manoel declarou publicamente, em rede social, que a
expulsão do ex-camarada Leonardo Godim havia sido “ilegal” e que ela faria parte das supostas
“perseguições” e da suposta “criminalização” que ora estariam ocorrendo no interior do PCB.
Lembramos que tal expulsão foi aprovada, após longo, fundamentado e documentado processo
disciplinar, POR UNANIMIDADE pelo Comitê Regional de Minas Gerais e referendada pelo CC do
PCB em reunião devidamente convocada, em que o ponto foi exaustivamente debatido, tendo
sido garantido ao Leonardo o direito de defesa nas instâncias pertinentes. Ainda assim a expulsão
teria sido, segundo Jones a rmou publicamente, “ilegal”: “a expulsão ilegal de Godim” é
considerada, por ele, mais uma vez publicamente, um “exemplo – longe de ser o único – de
perseguição para calar críticas e a defesa do que foi aprovado no XVI Congresso do PCB”

c. Jones a rmou publicamente, em rede social, no dia 05 de junho de 2023, que “instâncias de
direção” estariam “armando um processo disciplinar para [ele]”, num momento em que sequer
havia processo disciplinar. O processo disciplinar foi instituído pela CPN, em reunião de 08 de
junho de 2023, devido a tais postagens, não sendo anterior a elas. No mesmo contexto dessa
postagem o camarada ainda insinua que dois camaradas teriam saído do Comitê Central do PCB
por serem perseguidos e/ou terem seus direitos como “minorias” (?) desrespeitados por
“instâncias de direção” que estariam “criminalizando” o debate interno. Infelizmente o camarada
Jones se recusou a ser ouvido pela Comissão de Processo Disciplinar, como pode ser con rmado
na troca de e-mails entre a Comissão e ele, equivocadamente compartilhada por ele próprio em
rede social

Na reunião do Comitê Central foi dirigida diretamente a ele a solicitação de que explicasse, sem
tergiversar, o que queria dizer com tais acusações de criminalização do debate interno partidário,
quem seria responsável por tal criminalização, o que proporia que ocorresse a tais supostos
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responsáveis, e por que razão decidiu fazer tais acusações em público. Não houve resposta da
parte do camarada

d. É impossível deixar de perguntar: por que razão o camarada tem insistido em ir reiteradamente
a redes sociais, controladas por grandes conglomerados econômicos transacionais, nossos
inimigos de classe, para a rmar que instâncias do PCB praticam a “distribuição gratuita de
processos disciplinares falsos, viciados, que não cumprem nosso estatuto”, “ocultação de
informações”, “aplicação seletiva do estatuto e a ns” que se destinariam “para calar ou botar para
fora do partido críticos”? A quem interessam tais a rmações? O que se quer conseguir ao a rmar
pública e reiteradamente isso? É aqui o lugar de ser direto e não cabe espaço para dúvida: AS
ACUSAÇÕES DO CAMARADA SÃO FALSAS

1.2 - O camarada, ao tomar tais atitudes, feriu as resoluções sobre o centralismo democrático,
previstas no artigo 11 do estatuto partidário, bem como uma série de resoluções do XVI
Congresso Nacional do PCB (parágrafos 12, 20, 21, 22, 25, 26, 27 e 28 das Resoluções de
Organização do referido Congresso), além das resoluções sobre conduta nas redes sociais
elaboradas e publicizadas pela Comissão Política Nacional do PCB no dia 08 de maio de 2023 por
decisão do Comitê Central do partido reunido nos dias 15 e 16 de abril do mesmo ano

1.3 - As críticas ao que parecer incorreto nos atos ou na conduta de organismos ou militantes do
PCB devem ser encaminhadas, conforme o Estatuto do partido, art. 10, alínea “c”, no âmbito do
partido, internamente, e não publicamente, para que seja dado o devido tratamento político a tais
críticas nas instâncias partidárias pertinentes. São as instâncias partidárias, seguindo
escrupulosamente o disposto no Estatuto e nas resoluções congressuais, que de nem o que deve
ou não ser publicizado pelo partido e por seus membros no que diz respeito ao funcionamento do
Partido e a atos e condutas de militantes e organismos ativos, respeitando a estrutura partidária e
sua hierarquia, dispostas nos artigos 25 e 26 do Estatuto do PCB. Essas decisões não podem,
sob nenhuma hipótese, ser tomadas por militantes externamente às instâncias partidárias a que
estão vinculados, observadas as referidas estrutura e hierarquia

Diante desse quadro, o pleno do Comitê Central decidiu pela aplicação das seguintes medidas
disciplinares

A) Destituição de nitiva do camarada Jones Manoel das direções partidárias (a saber, Comitê
Central e Comitê Regional de Pernambuco), permanecendo como militante na célula em que atua
B) Publicação de autocrítica pública por parte do camarada acerca dos fatos ocorridos, que
ensejaram o respectivo processo disciplinar, nos mesmos espaços em que foram realizados os
ataques
C) Produção de circular interna e de comunicado público do CC esclarecendo sobre as razões da
destituição do camarada Jones Manoel dos organismos de direção do PCB

Cabe notar que, passados nove dias desde a tomada das decisões descritas acima, o camarada
Jones Manoel não realizou nenhum tipo de autocrítica. Ele, ao invés disso, já postou vídeos e
tweets em suas redes sociais ridicularizando a autocrítica, e, portanto, defendendo, antes mesmo
da publicação deste documento, sua decisão de não cumprir a deliberação partidária

2 – COMISSÃO DE APURAÇÃO DAS POSTAGENS PÚBLICAS POR DIRIGENTES E


MILITANTES DO PC

A Comissão Política Nacional do PCB aprovou a organização de uma comissão disciplinar para
apurar exposições públicas de polêmicas internas, bem como críticas públicas de dirigentes e
militantes do Partido e seus coletivos ao Comitê Central. Deliberações aprovadas no CC, a partir
da apuração feita pela Comissão

A) Advertência (a ser encaminhada ao conjunto da militância do PCB por e-mail seguro) ao


camarada Ivan Pinheiro, pela publicação de artigo em site não administrado pelo PCB e via
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whatsapp com críticas públicas ao Comitê Central, expondo polêmicas que devem ser tratadas no
âmbito interno do Partido, através das devidas instâncias

B) Crítica interna (a ser encaminhada ao conjunto da militância do PCB) aos membros do CC que
expuseram polêmicas internas do Partido ou efetuaram críticas públicas ao CC em redes sociais e
na internet, dirigidas aos seguintes membros do CC: ao camarada Landi, por divulgar em meios
externos o artigo do Ivan; à camarada Ana Karen, por divulgar o texto e tecer comentários
públicos a respeito da polêmica interna. Em outro registro, foi decidida também a crítica interna (a
ser igualmente encaminhada ao conjunto da militância do PCB) aos camaradas Boné, Lucas Silva
e Giovani Damico, por terem postado comentários nas publicações dos camaradas citados acima,
mesmo que fosse para condenar a postura equivocada de tornar públicas as polêmicas internas
ao Partido. Os camaradas citados foram instados a apresentarem suas autocríticas ao pleno do
CC, o que foi feito por todos eles

C) Os CRs devem efetuar em sua instância o mesmo procedimento com relação a dirigentes
estaduais do Partido e militantes de célula que tenham incorrido nos mesmos desvios de conduta,
os quais deverão encaminhar autocríticas por escrito

D) Militantes dos coletivos partidários que não são dirigentes nacionais do Partido e tenham
manifestado polêmicas públicas ou tenham exposto divergências públicas devem ser avaliados
pelos CRs junto aos quais possuem vínculos de militância. Devem também apresentar autocríticas
por escrito

E) O CC determina ao conjunto da militância do PCB e de seus coletivos que não mais ocorra,
sob risco de abertura de processo disciplinar, qualquer exposição pública de divergências ou
polêmicas internas do Partido, indicando ainda que qualquer crítica ou solicitação de informe
acerca da política do Partido deve ser feita pelos caminhos efetivos, a saber, a célula, o CR, a
assistência ou o Comitê Central

F) O CC determina que sejam retiradas imediatamente das redes - caso ainda não tenha sido feito
- as postagens públicas feitas por militantes e dirigentes do Partido que contrariem os princípios
organizativos de nidos em nossas resoluções congressuais, nas conferências de organização, no
estatuto do PCB e na normativa sobre o uso das redes sociais e da internet

G) O CC constituiu comissão para apuração da existência ou não de possível grupo fracionista


atuando no interior do Partido, a partir de indícios de que o saudável e necessário debate interno
de divergências pode estar sendo instrumentalizado publicamente por grupo organizado visando à
disputa de espaços de direção do partido

3 – PLATAFORMA MUNDIAL ANTI-IMPERIALIST

Foi discutido esse ponto e avaliou-se que a posição deliberada pela reunião anterior do CC, a
saber, de suspensão da participação na plataforma, permanece correta. Avaliou-se também que
foi um erro da parte do camarada Eduardo Serra, até então secretário de Relações Internacionais
do PCB, ter participado da reunião da PMAI em Seul. O camarada havia sido autorizado a ir a
Seul na reunião do CC, mas apenas para participar da reunião do Congresso do Partido da
Democracia Popular da Coreia do Sul, e não deveria ter permanecido no local para a reunião da
PMAI

Importante reforçar que, conforme nota de esclarecimento divulgada anteriormente à militância, a


CPN havia decidido apenas pela ida a Caracas, na condição de observador, do camarada
Edmilson Costa, que na ocasião cumpriu decisivo papel na organização de encontro de
solidariedade dos partidos comunistas presentes ao evento ao PCV, que vem sofrendo ataques e
sistemática perseguição por parte do PSUV e do governo Maduro, como temos reiteradamente
denunciado em nossas redes
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Cabe notar, quanto a esse ponto, que o debate sobre as relações internacionais do PCB é de
competência do Comitê Central do Partido, guiado pelas resoluções sobre o assunto em seus
Congressos. As resoluções vêm sendo seguidas, e o fato de um erro de um membro do Comitê
Central, ex-secretário de Relações Internacionais, vir sendo agitado publicamente por membros
do partido em sites e redes sociais fere o modo de funcionamento de nossa organização, expondo
pública e indevidamente o PCB

Deliberações do CC quanto ao ponto

A) Rati car a decisão do último pleno do CC pela suspensão da participação na PMAI até o
debate sobre a questão internacional na próxima reunião presencial do CC

B) Aprovação de advertência ao camarada Eduardo Serra, com autocrítica por escrito do


camarada a ser divulgada internamente a toda a militância do Partido, por ter descumprido
decisão do CC de não mais haver comparecimento do PCB em eventos da Plataforma até debate
aprofundado em novo pleno do nosso organismo nacional de direção

A autocrítica do camarada já foi encaminhada à CPN: “Camaradas: reconhecendo o erro cometido


quanto à minha participação na reunião da Plataforma Mundial Anti-imperialista, ocorrida em Seul,
no âmbito do Congresso do Partido da Democracia Popular (Comunista), da Coreia do Sul, faço a
devida autocrítica, já verbalizada na CPN e no CC, e assumo o compromisso de que esse erro
não se repetirá.” Eduardo Serra

C) Atualização da nota do Partido sobre a Guerra na Ucrânia, resgatando o posicionamento


divulgado no texto publicado em fevereiro de 2022, a ser redigida por comissão indicada e
aprovada no ponto

4 – RECOMPOSIÇÃO DA CP
Secretaria Geral: Edmilson Costa
Secretaria de Organização: Edilson Gomes e Heitor Cesar
Secretaria de Finanças: Túlio Lopes
Secretaria de Mulheres: Marta Barçante
Secretaria de Relações Internacionais: So a Manzano
Secretaria de Solidariedade Internacional: Antonio Carlos Mazzeo
Secretaria de Formação Política: Milton Pinheiro
Secretaria Sindical: Cássio Canhoto
Secretaria de Movimentos Populares: Sidney Moura
Secretaria de Comunicação: Ricardo Costa
Secretaria de Agitação e Propaganda: Fabio Bezerra
Secretaria de Lutas Antirracistas e Povos Indígenas: Paulo Oliveira
Secretaria das questões LGBT: Renata Regina
Secretaria de Juventude: Victor Neves

5 – ORIENTAÇÃO À MILITÂNCIA DO PC

A) Orientamos toda a militância do Partido a não dar fôlego ao debate sobre questões internas do
PCB em redes sociais. Isso signi ca não compartilhar, não interagir e não comentar posts sobre o
assunto, mesmo que se trate de postagens de militantes ou dirigentes do Partido

B) Orientamos que as/os militantes do Partido que tenham dúvida sobre o que está ocorrendo
procurem os espaços partidários em seus respectivos estados, a saber: células, assistência e
comitês regionais. Os membros do Comitê Central do Partido também estão cientes do que está
ocorrendo e podem ser acionados para prestar esclarecimentos e orientação

C) Orientamos que os coletivos partidários (CFCAM, CNMO, LGBT Comunista, UC, UJC) não
debatam questões internas do PCB. Os coletivos são constituídos para potencializar nossa
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intervenção nas lutas sociais e o acúmulo relacionado a elas. As/os militantes interessadas/os em
debater questões internas do PCB devem ingressar no Partido, e, uma vez nele, buscar os
espaços adequados para a realização do debate

Comissão Política Nacional do Comitê Central do PC

17 de julho de 2023


ANEXO
Circular 17/23 - CP

A Comissão Política Nacional do PCB diante da exposição pública de polêmicas internas ao


Comitê Central, encaminha as seguintes orientações aos membros do complexo partidário

O Partido Comunista Brasileiro possui canais internos, fóruns e instâncias adequados para
encaminhar críticas, pedidos de informes e para realizar quaisquer comunicações

Nesse sentindo fomos surpreendidos com a publicação de um artigo num site estranho a nossa
organização com diversas críticas sobre a política de relações internacionais

Nossa surpresa aumentou com a reprodução do texto por outros militantes e dirigentes, numa
postura estranha à nossa cultura política e em desacordo com a recente regulamentação
partidária sobre o uso das redes sociais e da internet

Sendo assim, orientamos a militância que não alimente polêmicas públicas desta ordem, pois
quaisquer dúvidas e críticas devem seguir por meio das instâncias partidárias e com o auxílio dos
respectivos assistentes

As críticas e as dúvidas suscitadas nas publicações serão sistematizadas e respondidas em breve


ao conjunto da militância

COMISSÃO POLÍTICA NACIONAL - PCB



2

ANEXO
Carta do camarada Mauro Iasi a toda a militância do PCB e dos coletivos partidários.
Texto resposta às acusações do grupo fracionista, restrito e intern

Em defesa do PCB contra o facciosismo oportunist

Mauro Ias

Em uma reunião do CC, Ivan Pinheiro a rmou que teria uma visão diferente da minha quando ao
que deveria ser o Partido. Agora se expressa claramente qual é esta diferença. O
grupo  fracionista, derrotado no Congresso, sustenta sua ação sobre premissas eminentemente
falsas com as quais espera tomar de assalto o PCB
Passemos a demonstrar o quanto inverídicos são os argumentos dos oportunistas

a)  Formou-se no CC um grupo  antileninista, o que levaria a justi car a reação dos “verdadeiros
leninistas”

Este argumento prova o quanto certas discussões  mal feitas  podem causar grandes problemas
políticos. Os valorosos ensinamentos de Lenin devem ser considerados como linha orientadora de
ação e a atenção ao horizonte revolucionário, sempre com exibilidade tática e rmeza
estratégica, não pode se converter em um gabarito dogmático segundo o qual se possa julgar
quem seria verdadeiramente leninista ou um não leninista. Tal procedimento, infelizmente comum
na história do movimento comunista, transforma Lenin e sua teoria revolucionária em um
fetiche para se usa em disputas políticas, normalmente entre que se a rma leninista
Para nós, de acordo com Lenin (não seu fetiche) é a prática o critério da verdade. Como a rmou
Fidel Castro em seu pronunciamento no momento de fundação do PCC, o marxismo não é uma
propriedade fundiária inscrita em qualquer cartório, é uma teoria revolucionária, feita por
revolucionários e só para revolucionários. Segue nosso comandante a rmando que aqueles que
souberem dar a interpretação correta e as aplicar coerentemente vencerão, aqueles que não o
zerem serão suplantados
Neste sentido é que a a rmação de rompimento com o suposto gabarito leninista tem que ser
acompanhado de argumentos que, divergindo da orientação em curso, aponte outro caminho. É
neste ponto que o grupo oportunista se recusando ao debate interno é obrigado a inventar
fantoches e mentiras

b)  O CC é formado por pequenos burgueses, professores e intelectuais que operam um giro à
direita em direção ao reformismo
Aqui se expressa o caráter arrogante dos fracionistas. O CC foi eleito no último congresso e é a
direção legitima do PCB. Expressa em sua composição o longo trabalho de reconstrução
revolucionária e o crescimento do partido graças a sua linha correta e intenso trabalho da
militância. A posição revolucionária de nossos quadros não se de nem por origem de classe, mas
da adesão consciente aos princípios do marxismo e da luta revolucionária comunista.   Na
composição de nossa direção há diferentes setores sociais da classe trabalhadora, operários,
estudantes, funcionários públicos, bancários, médicos, diversos pro ssionais da área da saúde,
professores de diferentes graus desde o ensino básico até o ensino universitário. Todos
revolucionários e comunistas, a maioria organizando sindicalmente sua categoria e inserido nas
diversas frentes de massa do PCB e seus coletivos
A alegação oportunista e mentirosa sobre o caráter pequeno burguês do CC opera como agitação
para converter os  fracionistas  em “verdadeiros proletários e revolucionários” e manipular um
difuso sentimento anti-intelectual rebaixado e em contrataste evidente com a própria posição
social do grupo oportunista
Ligada a esta falácia vem o centro da argumentação dos impostores: este CC, segundo os
difamadores – formado por pequenos burgueses e professores universitários – estaria operando
 
 

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um giro à direita em direção ao reformismo e a conciliação de classes. Ora, tal a rmação deveria
ser acompanhada de exemplos de decisões políticas e práticas nesta direção, o que não há nem
poderia haver. O PCB tem operado coerentemente com suas resoluções  na direção de nossa
estratégia de nida em nossos congressos, expressando clara discordância em relação à
Estratégia Democrática Popular, à política de conciliação de classes e ao  etapismo,  como pode
ser comprovado pelas notas políticas do partido, nossa oposição ao Marco Temporal e ao novo
arcabouço scal e outros temas que marcaram a conjuntura, assim como nossa rme decisão de
não nos colocarmos no campo de apoio e sustentação do atual governo do PT
Da mesma maneira, esta linha tem sido coerentemente cumprida por nossa ação sindical e de
nossos diversos coletivos. Não ertamos, como alguns, com nenhum tipo de nacional
desenvolvimentismo e outras formas de reapresentar pela porta dos fundos posições derrotadas
em nossos debates. Resta então a alegação de que esta in exão à direita se anunciaria na
política externa do PCB
Não nos parece casual e aleatório o centro desta polêmica, uma vez que é o território predileto e
de explícita divergência do ex-secretário geral. Nossa política internacional se funda em dois
pontos essenciais: buscar fortalecer nossa posição no conjunto do movimento internacional dos
comunistas, fortalecendo nossa proximidade preferencial com os partidos do campo revolucionário
e não reformista, sem que, no entanto, nos isolemos e nem façamos críticas sectárias aos outros
partidos
A posição do grupo  liquidacionista  nos levaria a uma posição sectária e isolacionista. Nossa
a rmação é que, no conjunto de nossa prática internacional, temos respeitado estes princípios e
atuado na linha de nossas  deliberações congressuais. A polêmica em torno da equivocada
participação do ex-secretário de relações internacionais na PMAI  quando decidimos suspender
nossa participação é apenas um pretexto para dar uma dimensão que o fato não tem, apenas
como combustível para a luta interna
Prova disso é que nosso CC deliberou pela rea rmação de nossa política internacional prioritária
no campo revolucionário e mudou o comando da Secretaria de Relações Internacionais pela falta
cometida. O que não podemos aceitar nem praticar é a interferência de outros Partidos, sejam
quais forem, na vida interna de nossa organização, assim como nos recusamos a acusar partidos
do campo comunista se imiscuindo em seus assuntos internos. Nossas divergências são públicas
e fraternas e não festejamos as divisões que enfraquecem o movimento comunista internacional

c) A defesa da convocação de um novo congresso com a participação dos membros do partido e
de todos os coletivo
Esta proposta, circulada várias vezes pela boca do grupo  facionista  e sistematizada em
documento apócrifo, é a revelação taxativa do movimento  fracionista  e das intenções do grupo
oportunista.   Uma vez que, como tentamos  demonstar,  a iniciativa está fundada em mentiras e
falácias vergonhosas (o caráter de classe do CC e sua imaginária guinada à direita) ca evidente
que se trata de um movimento do grupo derrotado no último congresso de tomar o partido por
métodos e formas que não fazem parte de nossa forma organizativa e de nossa tradição
Uma suposta divergência ou divergências deveriam ser  comunicadas e debatidas  em nossas
instâncias e decididas em última instância em nossos congressos. A convocação intempestiva de
um congresso sem a explicitação de divergências políticas de fundo e por meio de manobras
oportunistas e  agitativas  fundadas em calúnias e mentiras, é claramente uma ruptura com a
democracia interna e a forma organizativa, esta sim, leninista
O argumento de que o espaço do debate que poderia explicitar e enfrentar as diferenças estaria
obstaculizado por uma maioria da direção que, agindo de forma burocrática e punitiva, impede a
livre manifestação de ideias divergentes é mais uma falácia. Nossa direção coletiva sempre foi
marcada por debates, muitas vezes tensos e profundos, e temos construído uma direção que tem
comprovado sua capacidade de formar sínteses e deliberações que, ainda que mantendo
saudáveis discordâncias, garantiram até agora a unidade do partido
A prática do grupo oportunista não tem sido esta. Utilizando de espaços que demostram ou pelo
menos indicam a existência de uma organização paralela (envolvendo políticas editoriais, espaços
de formação, utilização das redes sociais e meios digitais), tem privilegiado expor o partido em
suas polêmicas (legítimas ou não) como forma de indispor a base partidária em relação às suas
direções
 

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d) A prática burocrática e a utilização de um centralismo democrático seletiv

Como não podemos esperar postura de oportunistas, não nos cabe apontar para o fato que o ex-
secretário – Ivan Pinheiro – é cabalmente conhecido por este tipo de prática, sinuosidades,
perseguições e expulsões sumárias. Uma das características do oportunismo é lançar mão de
princípios quando estes lhes interessam e descartá-los sem cerimônia quando lhes convêm
Nosso partido precisa se debruçar sobre falhas em nossa forma organizativa e desvios que
marcam nossa cultura política. O próprio Ivan foi  sobejamente favorecido  pelo chamado
centralismo seletivo, pela indulgência e pela consideração de nossa direção, para ainda estar no
partido e agora orquestrar um ataque contra o PCB
O grupo facionista não está preocupado com a disciplina partidária, até porque são seus membros
que as estão atacando frontalmente, é mais um episódio da luta interna que se alimenta de
supostos mártires injustiçados para seguir seu trabalho de desestabilização que busca preparar o
assalto ao comando do PCB

Finalmente algumas considerações nais se fazem necessárias. A utilização de guras históricas


e heroicas da vida partidária para buscar incensar com algum ar de legitimidade a ação vil e
espúria em curso é uma ofensa ao PCB e à memória destes grandes camaradas, além de uma
enorme hipocrisia
Mariguella rompeu com o PCB em um momento dramático e por divergências de fundo quanto à
via estratégica da revolução, o que está muito longe da atual trupe de personagens pequenos. No
caso do uso  manipulatório  da enorme gura de Pestes, o caso é ainda mais bizarro. Seria útil
saber a posição de Ivan sobre as divergências de Prestes com o PCB e que justi caram seu
rompimento. O que posso a rmar, inclusive como alguém que acompanhou o camarada Prestes
em seu rompimento, é que o camarada se recusou a realizar uma disputa fracionista e conclamar
a base partidária para disputar a direção, posição que sofreu duras críticas de vários que o
acompanharam
Prestes me disse pessoalmente que não faria contra o PCB aquilo que muitos zeram contra ele,
demonstrando grandeza e o caráter que falta a muitos dos oportunistas que hoje atacam o PCB. A
utilização das imagens destes grandes comunistas para atacar o PCB é prova inquestionável do
caráter de quem conspira e de suas intenções e ofende a memória do PCB e destes grandes
camaradas.
O PCB que os oportunistas hoje atacam é o partido que, pela linha política assumida e a prática
de seus militantes, honra a memória de Prestes e  Mariguella, pelo fato que nenhuma mentira
poderá apagar de que somos um partido comprometido com a revolução brasileira,
coerentemente antirreformistas e  antietapistas, internacionalistas e renovando sempre nossa
convicção os princípios teóricos do marxismo e do leninismo
Aos oportunistas a infâmia e o esquecimento, ao PCB e aos comunistas, vida longa

Fomos, somos e seremos – sempre – COMUNISTAS.



 

 
 

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ANEXO
Crítica ao Comitê Central do PC
Célula Campos Elíseos — São Paulo
21 de Julho de 202

O presente documento possui o intuito de formular de maneira sistematizada e breve crítica às


direções de nosso Partido pelo rompimento agrante com as resoluções de nosso XVI Congresso
da parte do camarada Eduardo Serra, Secretário de Relações Internacional do Comitê Central ao
participar de maneira escusa ao quarto encontro da Plataforma Mundial Anti-imperialista (PMAI) —
tal questão foi corretamente denunciada pelo camarada Ivan Pinheiro em seu texto para o portal
da Revista Opera, em artigo intitulado Ainda sobre a chamada Plataforma Mundial Anti-
imperialista, em 3 de junho desse ano; sem esta denúncia pública, nós, militantes do PCB, sequer
tomaríamos conhecimento a respeito desse grave problema, visto que nossas direções não
enviaram qualquer repasse sobre as articulações envolvendo a PMAI
As resoluções do XVI Congresso do PCB são taxativas a respeito de nossa prioridade de
"aproximações e ações políticas com os partidos do bloco revolucionário, que se articulam em
espaços como a Iniciativa Comunista Europeia e a Revista Comunista Internacional" [parágrafo
130 do Programa de Lutas], o que implica em privilegiarmos aproximações com Partidos
Comunistas verdadeiramente comprometidos com a revolução proletária e que conformam, já há
algum tempo, uma campo revolucionário no Movimento Comunista Internacional
As resoluções do XVI Congresso do PCB também são taxativas a respeito de nosso entendimento
a respeito do sistema imperialista ao a rmar que nos cabe, enquanto comunistas, "intensi car
desde já a luta contra uma nova guerra imperialista, mostrando que os povos do mundo nada têm
a ganhar com uma batalha sangrenta em nome de suas burguesias. Ao contrário, devem centrar
seus esforços em transformar as guerras entre nações em guerra contra suas classes
dominantes, conquistar o poder político para o povo trabalhador e construir o comunismo, única
esperança para a verdadeira paz entre os povos" [parágrafo 123 do Programa de Lutas].
Além disso, o Comitê Central do PCB emitiu uma declaração política em 25 de Fevereiro de 2022
a respeito da guerra imperialista na Ucrânia na qual condena as pretensões expansionistas da
Rússia, as ações do imperialismo estadunidense, e a aliança inter-imperialista internacional da
OTAN, demarcando o princípio fundamental da luta política independente da classe trabalhadora
mundial em caráter anticapitalista e anti-imperialista
De maneira absolutamente contrária ao entendimento político expresso em nossas resoluções
congressuais e também na declaração do Comitê Central, a PMAI, em seu quarto encontro (do
qual participou Eduardo Serra), defende acriticamente a guerra imperialista como esforço de parte
da Rússia para enfraquecer a hegemonia internacional dos Estados Unidos e da OTAN,
reforçando que tanto Rússia quanto China são aliados na luta contra a "completa dominação
global dos EUA" — posição servil aos interesses dos senhores da guerra, e conciliatória com o
acirramento dos con itos imperialistas em nossa quadra histórica que não provocam nada além
da morte e aumento da exploração do proletariado internacionalmente. Posição, aliás, que faz
coro com o chauvinismo do Estado capitalista russo, que se apropria de maneira distorcida do
legado histórico da União Soviética, propalando um nacionalismo reacionário com "tons de
vermelho", visando semear uma confusão ideológica na política internacional, justamente para
fazer avançar os interesses expansionistas e chauvinistas da burguesia russa para galgar
melhores "posições" no sistema imperialista internacional, em detrimento dos países hegemônicos
hoje, como os Estados Unidos e países da Europa ocidental
Além disso, é preciso lembrar que o papel de nossas direções não é semear a confusão
ideológica em momentos de acirramento da luta de classes, pelo contrário, é o momento em que o
Partido Comunista deve se ater rme a seus princípios para assim enveredar na tática correta
para fazer avançar a estratégia revolucionária. Não é o que fez nosso secretário-geral, Edmílson
Costa, ao publicar um texto no site do PCB menos de um mês depois da declaração citada
anteriormente, versando positivamente sobre o potencial de criação por meio da guerra
imperialista na Ucrânia de uma "nova ordem multipolar global" e de uma "nova ordem econômica
mundial" através do con ito econômico e político da Rússia e China com o os EUA e a OTAN
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(estes sim, os imperialistas, segundo o camarada). Também não é o que fez o Comitê Central
diante do rompimento escancarado com nossas resoluções congressuais, ao atuar de maneira a
cercear as críticas vindas da base, impedindo debates a respeito da questão e, mais
recentemente, veiculando uma circular interna em que se acusa de maneira covarde e mentirosa
o KKE de "fomentar rachas" em Partidos Comunistas pelos mundo — cabe pontuar também que
aprovamos no último Congresso as tribunas de debates "permanentes" que, até agora, de
maneira bastante conveniente, não foram implementadas. Diante de tudo isso, sequer tivemos
uma autocrítica decente e verdadeira da parte do secretário de Relações Internacionais, até
porque a única autocrítica verdadeira diante de um rompimento com nossas resoluções
congressuais é a sua destituição dos organismos de direção
Por sua vez, é preciso deixar claro que não se trata de um problema desvinculado da política geral
empreendida pelo Partido nos últimos anos e, dessa forma, restrito à arena internacional. Se, por
um lado, fomos um dos únicos partidos, durante o governo golpista de Temer, a sustentar de
maneira consequente o princípio da independência de classe do proletariado em oposição a toda
e qualquer tática reboquista com relação a burguesia e a pequena burguesia, ocasião na qual
agitamos rmemente a palavra de ordem da "Greve Geral", enquanto a social-democracia
abandonou essa tática em favor da desmobilização geral da classe trabalhadora e da adoção da
palavra de ordem das "Eleições Gerais", por outro lado, no governo Bolsonaro, adotamos uma
postura vacilante e reboquista ao agitar a palavra de ordem da cassação da chapa Bolsonaro-
Mourão, centrando no TSE a saída para a crise política e sanitária, focando na via institucional em
um de seus segmentos mais antidemocráticos, o judiciário — isso, tratando-se de um partido com
representação parlamentar nula. Agora, no governo Lula, o Partido demonstrou uma profunda
letargia ao não ser linha de frente na denúncia e combate do Novo Teto de Gastos, apenas
começando a se mobilizar quando surgiu uma iniciativa política por parte de outras organizações,
somente quando o projeto já estava aprovado. Além de um dos maiores retrocessos políticos de
nosso Partido, representado pelas eleições da APEOESP, quando optamos por compor chapa
com o petismo, abandonando a independência política com relação à social-democracia que
construímos desde 2005, quando rompemos com o primeiro governo petista. Além de não termos
ainda, passados sete meses de governo, declarado oposição de princípio a todo e qualquer
governo capitalista, independentemente do partido protagonista
Ademais, cabe ressaltar a maneira federalista, espontaneísta e absolutamente dispersa que
funcionamos em termos organizativos-políticos, em que nossas direções, em especial as
intermediárias, não funcionam como dirigentes de fato, mas somente de direito, isto é, não se
articula nacionalmente as lutas empreendidas pelos nossos militantes em uma só luta de classe
contra a burguesia, e pior, sequer se articular de maneira quali cada a nível regional, relegando
cada célula ao seu universo restrito e limitado de isolamento
Por m, se faz necessário na atual crise partidária, delinear claramente o que é o princípio do
centralismo democrático — desrespeitado e violado pelo Comitê Central do PCB. Ao contrário do
que defendeu a camarada So a Manzano, em evento da editora Boitempo, o centralismo
democrático não se trata de uma deturpação stalinista para um modelo organizativo verticalizado
e autoritário e também não se trata de um conceito efêmero e volátil que Lênin alterou conforme a
conjuntura. O centralismo democrático de Lênin é regido por fundamentos claros defendidos pelo
líder bolchevique durante toda sua vida, bem sintetizados no seguinte trecho: "O princípio do
centralismo democrático e da autonomia das organizações partidárias locais implica uma
liberdade universal e plena de crítica, desde que isso não perturbe a unidade de uma ação
de nida" [V. I. Lênin, Liberdade para criticar e unidade de ação, 1906. In: O Centralismo
democrático de Lênin, Lavrapalavra, 2021, p. 257]. É, portanto, fazendo jus ao princípio do
centralismo democrático do marxismo-leninismo — doutrina que, com o devido hífen, não
consideramos ultrapassada, ao contrário do que defende a camarada So a Manzano e outros
membros do Comitê Central —, de forma a defender a unidade dos comunistas revolucionários
por meio da liberdade universal e plena de crítica que nós, da célula Campos Elíseos-SP, sem
mais delongas, consensualmente defendemos

1) A destituição imediata do camarada Eduardo Serra do Comitê Central do PCB


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2) Que o Comitê Central redija uma autocrítica a respeito de seu rompimento com as resoluções
do XVI Congresso por meio da participação escusa, da parte do camarada Eduardo Serra, na
Plataforma Mundial Anti-imperialista a ser enviada para todos os organismos de base do Partido
3) Que o Comitê Central conceda plenos poderes à Conferência Programática a ser iniciada no
segundo semestre de 2023, isto é, que em seu lugar seja convocado o XVII Congresso
extraordinário do PCB
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ANEXO
CIRCULAR 08/2023 — SOBRE OS RECENTES ACONTECIMENTOS DO PC

Camaradas

O Partido Comunista Brasileiro, partido que organiza e vincula organicamente o Coletivo LGBT
Comunista, está passando por uma triste página em sua história, embora não seja esta a primeira
vez e pouco provavelmente será a última. Nos últimos meses, alguns ex-dirigentes de agraram
uma guerra pública contra o Comitê Central, fato esse que se acentuou na última semana com um
texto veiculado em redes sociais em que tece uma série de acusações, como "perseguição" e
"antileninismo" por parte da direção do Partido

Con amos em nossa militância para ponderar sobre o que tem sido publicamente veiculado. O
único interesse em jogo, embora não apareça dessa forma e sim maquiado de incontáveis
motivos, é ganhar de assalto a direção do Partido de formas avessas às previstas pela nossa
organização, com a nalidade de alterar a forma do nosso Partido. Lembramos que o processo
para "ganhar" a direção do Partido é através do convencimento no Congresso Nacional do Partido
regularmente estabelecido — que foi democraticamente realizado há pouco mais de um ano e
meio atrás, em novembro de 2021

Há uma tentativa de instrumentalizar os coletivos partidários a partir da apresentação de


problemas concretos que sentimos em nosso dia a dia, mas para atender a interesses
individualistas que nunca são verbalizados. É verdade que o Partido tem seus problemas, por
exemplo conseguir dar vazão aos recrutamentos, problema de comunicação interna, em que
muitas vezes os repasses não chegam ou chegam fracionados, problemas de presença e
ausência de assistência etc. No nosso caso, a isso se somam problemas de outra ordem, como a
di culdade em ter a nossa produção teórica incorporada pelo Partido. Esses problemas são fruto
de uma série de motivos que não podem se resumir à suposta vilania do Comitê Central e a uma
suposta homogeneidade deste, o qual agrega mais de sessenta militantes, todos eles vinculados
a algum organismo de base do Partido. A resposta a esses problemas, a solução deles, será
construída coletivamente das formas corretas

É nosso dever, no dia a dia, ter uma postura crítica com cada átomo da composição da estrutura
partidária, desde a nossa própria atuação à atuação dos órgãos diretivos, pois a crítica e a
autocrítica são uma parte importante da nossa democracia interna, e isso é frequentemente feito
(e estimulado) pelas nossas bases em seu dia a dia, o que é extremamente saudável. Mas as
críticas têm seu espaço legítimo, que não é o espaço público, e têm caminhos a percorrer também
de forma legítima e respeitando as resoluções do PCB

O Partido Comunista Brasileiro tem uma série de problemas que precisam ser superados, e todas
as pessoas que o constroem e constroem os coletivos partidários buscam incessantemente
formas de resolvê-los. A Coordenação Nacional está aberta a ouvir sobre como lidar com nossos
problemas. E embora tenhamos in ndáveis problemas, isto não justi ca e nunca justi cará a
publicação individual em espaços de redes sociais de qualquer assunto interno, tanto pela
nocividade da divulgação das informações a pessoas que não participam do complexo partidário
quanto pela forma como esses debates assumem no espaço de redes sociais como o Twitter, que
se subordinam à lógica do meme, do deboche, do debate raso e da tentativa de atacar a tudo e a
todo mundo para ganhar mais engajamento; isso também fomenta tentativas golpistas de se tirar
a direção aprovada em Congresso Nacional, portanto legítima e soberana

Além disso, sentimos a necessidade de reforçar, neste contexto, que militantes organizados
apenas no Coletivo LGBT Comunista não são membros do PCB se não estiverem também em
células do Partido. Os Congressos do PCB não são abertos a quem não é militante do Partido,
nem faz sentido que o seja. Os coletivos partidários têm seus próprios espaços, como o Ativo do
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Coletivo LGBT Comunista que aconteceu dentro do I Seminário Nacional LGBT do PCB em 2017,
realizado em São Paulo com mais de dez estados presentes, de onde surgiram o manifesto e a
Coordenação Nacional, ou o nosso próprio Congresso Nacional, que estamos movendo muitos
esforços dentro da nossa parca estrutura para viabilizar sua realização no segundo semestre de
2024

A partir disso, orientamos nossa militância, de acordo com as resoluções do XVI Congresso
Nacional do PCB, que
a. Não compartilhe, curta, comente ou engaje nada em redes sociais que exponha debates
internos, principalmente divergências com notas políticas o ciais do Partido e de seus coletivos, e
materiais alheios aos meios de comunicação o ciais do Partido e de seus coletivos
b. Não compartilhe, sob hipótese alguma, documentos internos do Partido ou do Coletivo fora do
organismo de base
c. Não compartilhe, curta, comente ou engaje, sob hipótese alguma, conteúdo agitando em redes
sociais para a construção de um "XVII Congresso Extraordinário" do PCB, ou insinuando que
deve-se haver um congresso com delegação de coletivos partidários
d. Aguarde novas deliberações do Comitê Central, ou dos Comitês Regionais, para eventualmente
discutir o tema nos organismos de base do Coletivo. Estamos em constante diálogo com o CC e
os CRs para conduzir essa questão e legítima demanda da melhor forma possível

Por m, camaradas, entendemos o senso de urgência para explicações sobre todos os


acontecimentos, mas pedimos calma e paciência da nossa militância. Colocamos as assistências
à disposição para prestar qualquer suporte aos núcleos nesse momento

Rea rmamos que o Coletivo LGBT Comunista segue sendo esse operador político fundamental
para o movimento social LGBT e a luta revolucionária no Brasil, fruto da construção de cada uma
e cada um de vocês. Do mesmo modo, seguimos rmes na Reconstrução Revolucionária do
Partido Comunista Brasileiro

Fomos, somos e seremos comunistas

Esta Circular foi aprovada por unanimidade pela Coordenação Nacional do Coletivo LGBT
Comunista

Coordenação Nacional do Coletivo LGBT Comunist


23 de julho de 2023
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ANEXO
Circular SNJ-PCB 001/202

23 de julho de 202

Aos cuidados dos Comitês Regionais do PC


*Orientação às Secretarias Estaduais de Juventude do PCB

Está em curso um processo de ruptura pública com o PCB, em que algumas pessoas
instrumentalizam críticas a di culdades de funcionamento do partido e à direção partidária para
justi car seu caminho de saída do PCB e arregimentar militantes

Críticas são necessárias  e indispensáveis para que um partido revolucionário esteja à altura de
suas tarefas. Mas essas pessoas, em rota de colisão com o PCB, estão fazendo as suas de modo
não apenas errado, mas perigoso para nossa organização

É tarefa de cada militante neste momento trazer suas questões, contribuições e críticas aos
espaços adequados e defender o partido e seus coletivos do processo de cisão

Por isso, orientamos que todos os documentos enviados pelo CC/PCB sejam debatidos, até que
seja enviada orientação em outro sentido, pela militância da UJC, nos espaços pertinentes,
sempre com assistência dos Comitês Regionais do PCB

A discussão deve ser feita de modo não deliberativo e pode resultar na produção de relatoria, a
ser encaminhada ao PCB via assistência, mas não de documento ou posicionamento público.

Circular CPR SP anexa A Circular SNJ-PCB 001/202

Sobre a operacionalizaçao das discussões no estado de SP


Os núcleos da UJC e dos coletivos devem procurar as secretarias de organização das macros e
municipais de referência para aderirem as reuniões de discussão com as células mais próximas,
preservando o caráter orientativo da circular e sempre sobre a presença do assistente respectivo.
Embora as discussões não detenham caráter deliberativo, elas devem gerar acúmulo e ser
registradas nas atas a serem enviadas ao pcbcomunic@protonmail.com que terão seu balanço
realizado pelo CR e direcionadas ao CC
Na capital se preservará a mesma orientação, entrando em contato com os secretários políticos
das células adjacentes as regiões de presença dos núcleos para marcar reunião com está
nalidade

CPR SP

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ANEXO
CIRCULAR COMITÊ REGIONAL, MACROS e CM’s DE SÃO PAULO

Dada a instabilidade do cenário politico do partido a CPR deliberou até recebermos novas
decisões do Comitê Regional e do Comitê Central, a suspensão de todos os processos de
recrutamento no estado de São Paulo, com base no estatuto do partido capítulo II a ser enviado
em anexo. Os recrutamentos dos coletivos e frentes de massa devem ser aprovados pelo
respectivo secretário e assistência conforme consulta as instancias do próprio coletivo e as
transferências devem passar pela Secretaria de organização do CR de SP

A avaliação politica da CPR é que estamos no epicentro da crise o que tem alavancado processos
de recrutamentos em massa de forma a tangenciar o debate e prejudicar os trabalhos e decisões
dos organismos, inclusive com chamados nas redes sociais para recrutamento em massa. As
discussões de célula deste período devem ser realizadas sobre a presença do assistente do CR e
dos demais organismos intermediários, replicando apenas por estes documentos produzidos e
deliberados pelas instâncias de discussão. Todas as atas devem ser enviadas ao
pcbcomunic@protonmail.com e seus respectivos balanços serão realizados pela CPR em
conjunto ao pleno CR

Reiteramos a circular 17, e que as células e organismos do partido devem conduzir a


centralização de nossos militantes conforme as prerrogativas de nossa organização,
repreendendo as exposições públicas e reforçando os debates dentro dos organismos partidários

Anexo do estatuto:

Capítulo I

Da inscrição e da Militância Partidária

Artigo 6° - São militantes do Partido aqueles que, aceitando seu Estatuto e Programa, nele se
inscreverem, livre e voluntariamente, obedecidas as seguintes formalidades

Parágrafo Primeiro - A inscrição é individual e far-se-á mediante preenchimento e assinatura da


cha de inscrição interna, abonada por membro do Partido, aprovada pela direção do organismo
onde o militante for atuar e comunicada a inscrição ao organismo partidário imediatamente
superior

Parágrafo Segundo - Qualquer militante ou organismo partidário pode solicitar a impugnação de


pedido de inscrição, assegurando-se ao impugnado o direito de apresentar contestação, antes da
decisão do organismo em que o candidato inscreveu-se

CPR PCB SP.


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