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Aula 2 - Conceitos básicos de jurisprudência: decisões monocráticas e Informativo STF



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Pesquisa de Jurisprudência no STF
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Aula 2 - Conceitos básicos de jurisprudência:
 decisões monocráticas e Informativo STF

  André Milhomem Araújo de Godoi

 

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Pesquisa de Jurisprudência no STF 1


Aula 2 - Conceitos básicos de jurisprudência: decisões monocráticas e Informativo STF



Sumário
“” “ ”~

~ ~ Introdução ..........................................................................3
1. Decisões monocráticas ...................................................4
  1.1 Julgamentos monocráticos no STF ...........................................4
1.2 Consulta de decisões monocráticas .........................................9

2. Informativo STF ............................................................14

2.1 Função ...................................................................................14
2.2 Consulta ao Informativo STF ..................................................15
 
Considerações finais .........................................................16
 

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 de Jurisprudência ” “ ”~ ~      
2
Aula 2 - Conceitos básicos de jurisprudência: decisões monocráticas e Informativo STF

 Introdução

 Seja bem-vindo(a) à aula 2 do nosso curso!


Na aula anterior, você conheceu um pouco mais sobre os acórdãos do STF.
“” “ ”~ Agora, você já entende a forma como esses julgamentos colegiados são realizados
e documentados, já sabe consultar o inteiro teor dos acórdãos e já reconhece as
~ ~ peculiaridades das decisões relacionadas ao instituto da repercussão geral. Certo?
Esses conhecimentos serão muito úteis às suas futuras pesquisas de jurisprudência,
  mas não podemos parar por aqui. Embora os acórdãos sejam a principal fonte de
informação para esse tipo de busca, bons pesquisadores e boas pesquisadoras não se
 contentam com as decisões colegiadas, pois sabem: a informação jurisprudencial pode
ser encontrada também em outros tipos de documentos. Nesta aula, abordaremos as
 decisões monocráticas – atos decisórios proferidos pelos ministros de forma individual –
e conheceremos melhor o Informativo STF – periódico semanal editado pela Secretaria
do Tribunal com resumos dos julgamentos da Corte. Esperamos que, ao final desta aula,
 
você seja capaz de compreender o papel das decisões monocráticas no funcionamento
do Tribunal e de reconhecer a função do Informativo na divulgação da jurisprudência
  da Corte. E mais: que você aprenda a consultar cada um desses tipos de documentos.
Interessante? Então vamos lá!
“”

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” “ ”~

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“”

 

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 1. Decisões monocráticas

 1.1 Julgamentos monocráticos no STF

Como vimos na aula anterior, o Plenário e as Turmas são o espaço natural de


“” “ ”~ tomada de decisão no STF: nos órgãos colegiados, os ministros da Corte constroem em
conjunto as soluções para os casos, combinando suas diferentes visões de mundo.
~ ~
Ao detalhar o funcionamento desses órgãos, chamamos atenção para um ator
processual central: o Ministro Relator. Em suma, ele é responsável por preparar o
  processo para julgamento, submetê-lo ao órgão colegiado competente e, por meio do
relatório, descrever o caso aos demais julgadores.

A atuação do Ministro Relator é fundamental para a racionalização dos trabalhos
do Tribunal. Imagine se cada providência processual dependesse da participação de
 todos os julgadores do Plenário ou das Turmas: a prática de atos simples (como ordenar
a citação de réus ou requisitar informações de autoridades, por exemplo) poderia levar
  semanas!
Com o objetivo de conferir agilidade à tramitação dos processos, a legislação
  processual e as normas regimentais atribuem competência ao Relator para, por meio
de decisões monocráticas, praticar atos processuais em nome do Tribunal. Ao decidir
“” monocraticamente, esse magistrado atua como verdadeiro porta-voz do STF.

” “ ”~
SAIBA MAIS

~ 
A primeira liminar em habeas corpus
“Deferido. Brasília, 14 de novembro de 1964”.

Nesses termos, o Ministro Gonçalves de Oliveira
concedeu, monocraticamente, a primeira medida liminar
“”
em habeas corpus no âmbito do STF (Habeas Corpus nº
41.296).
” “ ”~
O ano era 1964. O então governador do Estado Fonte: Retrato fotográfico do
Ministro Antônio Gonçalves de
de Goiás, Mauro Borges Teixeira, era investigado em um Oliveira
~  inquérito policial militar (IPM) aberto por determinação do
recém-instalado governo militar. Os jornais noticiavam o deslocamento de tropas
“” federais para o Estado de Goiás e a iminência da prisão do governador.
Inspirado na legislação do mandado de segurança (que previa a concessão de
  medida liminar) e na esteira de decisão similar proferida meses antes pelo Superior

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 Tribunal Militar (STM), o Ministro Gonçalves de Oliveira garantiu liminarmente a


liberdade de locomoção do paciente, em decisão monocrática proferida em um
 sábado.
Uma semana depois (em 23 de novembro de 1964), o Plenário do STF
“” “ ”~ julgou o mérito do pedido e, por unanimidade, concedeu o habeas corpus para
impedir que o governador fosse processado sem autorização prévia da Assembleia
~ ~ Legislativa do Estado de Goiás. Vale a pena consultar o inteiro teor desse acórdão
e rememorar as palavras proferidas pelo Relator naquele julgamento histórico:
  A Constituição é o escudo de todos os cidadãos, na legítima
interpretação desta Suprema Côrte [sic]. É necessário, na hora
grave da história nacional, que os violentos, os obstinados, os
 que têm ódio no coração abram os ouvidos para um dos guias
da nacionalidade, o maior dos advogados brasileiros, seu maior
tribuno e parlamentar, que foi Rui Barbosa: “Quando as leis
 cessam de proteger nossos adversários, virtualmente, cessam
de proteger-nos”. E desta cadeira sagrada, que a Nação me
confiou, de onde tenho recebido conhecimentos e inspiração,
devo dizer, pretendendo falar em nome do Supremo Tribunal
  Federal e de tôda [sic] a consciência democrática da Nação,
que soou a hora da democracia, “com a lei, pela lei e dentro da
lei; porque fora da lei não há salvação”. (p. 37-38)
 
Três dias após o julgamento, o Presidente da República decretou intervenção
“” federal no Estado de Goiás e destituiu o governador Mauro Borges Teixeira
(Decreto nº 55.082, de 26 de novembro de 1964). Em janeiro de 1969, o próprio
” “ ”~ Ministro Gonçalves de Oliveira veio a renunciar à Presidência do STF, em reação
à aposentadoria compulsória de três ministros do Tribunal (Victor Nunes Leal,
~  Hermes Lima e Evandro Lins e Silva) decretada pelo Presidente da República com
fundamento no Ato Institucional nº 5, de 1968.
 Passados quase 60 anos, as liminares em habeas corpus se consagraram
como um relevante instrumento de garantia da liberdade de locomoção e são
“” amplamente concedidas pelos ministros do STF e por juízes de todas as instâncias
do Poder Judiciário.

” “ ”~

~  Ao longo das últimas décadas, as atribuições do Ministro Relator foram ampliadas


de forma significativa: seu papel foi progressivamente fortalecido por meio de sucessivas
alterações nas regras procedimentais (Código de Processo Civil, Regimento Interno do
“”
STF e legislação correlata, como a Lei nº 8.038, de 1990, a Lei nº 9.868, de 1999, e a
Lei nº 9.882, de 1999). Confira, a seguir, os principais poderes monocráticos de que o
  Relator dispõe:

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 apreciar pedidos de assistência determinar a apresentação em juízo de


judiciária (gratuidade da justiça); extraditandos ou pacientes em habeas
 corpus;
ordenar a citação de réus;
abrir vista às partes e à Procuradoria- declarar a extinção de punibilidade de
“” “ ”~ acusados em inquéritos criminais e
Geral da República para apresentarem
manifestações; ações penais;
~ ~
requisitar informações de autoridades; conceder tutela provisória em recursos
ou ações originárias em caso de urgência;
  nomear defensores dativos;
homologar acordos e desistências;
convocar audiências públicas para
 ouvir o depoimento de pessoas julgar prejudicados pedidos ou
com experiência e autoridade em recursos que tenham perdido o objeto;

 determinada matéria; declarar a deserção de recursos por


admitir a manifestação de órgãos falta de preparo;

  ou entidades especializadas, com praticar atos de execução de decisões


representatividade adequada, na transitadas em julgado;
  condição de amici curiae; determinar a suspensão de todos os
determinar a inquirição de processos pendentes (individuais ou
“” testemunhas, a realização de coletivos) com fundamento em questão
interrogatórios, a produção de provas cuja repercussão geral tenha sido
” “ ”~ periciais, a requisição de documentos reconhecida;
e a execução de outras diligências reconhecer a incompetência do Tribunal
necessárias à instrução processual; para apreciar pedidos ou recursos e
~ 
admitir a redução ou a prorrogação de determinar seu encaminhamento aos
 prazos dilatórios; órgãos competentes;
determinar a instauração e o negar seguimento a pedidos
“” arquivamento de inquéritos criminais; ou recursos manifestamente
determinar busca e apreensão, inadmissíveis, improcedentes ou
” “ ”~ condução coercitiva de pessoas, contrários à jurisprudência do Tribunal;
interceptação telefônica ou quebra negar seguimento a recursos
~  de sigilo telefônico, bancário, fiscal e extraordinários (ou respectivos
telemático; agravos) com fundamento na ausência
decretar prisões em inquéritos de repercussão geral do caso concreto;
“”
criminais, ações penais ou processos julgar procedentes pedidos e dar
de extradição; provimento a recursos amparados pela
 
jurisprudência do Tribunal.

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 A lista apresentada acima não se pretende exaustiva, mas é suficiente para dar
uma ideia da amplitude das competências atualmente conferidas ao Relator.

Observe: pelas regras atuais, a competência monocrática do Ministro Relator
não se limita à simples prática de atos ordinatórios ou de instrução processual (como
“” “ ”~ abrir vista às partes ou determinar a inquirição de testemunhas). Ela contempla decisões
sobre relevantes questões incidentais (nomeação de defensor dativo ou admissão de
~ ~ amici curiae, por exemplo), abrange o exercício de jurisdição cautelar, em caso de urgência
(concessão de tutela provisória ou decretação de prisões provisórias, por exemplo), abarca
  o controle da admissibilidade de pedidos (negativa de seguimento a recursos incabíveis,
por exemplo) e autoriza, inclusive, a apreciação do próprio mérito das causas (negativa
 de seguimento a recursos contrários à jurisprudência do STF ou reconhecimento da
procedência de pedidos amparados na jurisprudência, por exemplo).

 A depender das circunstâncias, uma causa pode ser julgada, do início ao fim,
exclusivamente através de decisões monocráticas, sem passar por deliberação de um
  órgão colegiado.
E não é só. Além do Ministro Relator, um outro ator processual possui poderes para
  tomar decisões individuais nos processos que tramitam no STF – o Ministro Presidente.
Veja a seguir algumas das competências monocráticas a ele atribuídas pelas normas
“” processuais (Código de Processo Civil, Regimento Interno do STF e legislação correlata,
como a Lei nº 8.038, de 1990, e a Lei nº 8.437, de 1992):

” “ ”~ antes da distribuição, apreciar pedidos de assistência judiciária (gratuidade da


justiça);
~  antes da distribuição, negar seguimento a recursos extraordinários (ou respectivos
agravos) manifestamente inadmissíveis ou contrários à jurisprudência do Tribunal;
 antes da distribuição, reconhecer a incompetência do Tribunal para apreciar pedidos
de habeas corpus e determinar seu encaminhamento aos órgãos competentes;
“”
decidir questões urgentes nos períodos de recesso ou de férias do Tribunal;
determinar o arquivamento de arguições de suspeição ou de impedimento, quando
” “ ”~
manifestamente improcedentes;

~  suspender decisões de instâncias inferiores concessivas de mandado de segurança


ou de tutela provisória para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à
economia públicas;
“”
arquivar pedidos de intervenção federal, quando manifestamente infundados.

 

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 Note que o Presidente pode negar seguimento a processos em número considerável


de situações – em alguns casos, antes mesmo da distribuição ao Ministro Relator. Repare
 também na regra de competência relativa a recessos e férias do Tribunal: nesses períodos,
a Presidência tem poderes para decidir questões urgentes em praticamente qualquer
“” “ ”~ processo que tramite perante o STF. Observe ainda a competência para suspender a
execução de decisões: atuando monocraticamente, o Ministro Presidente pode suspender
decisões concessivas de mandado de segurança ou tutela provisória proferidas (em última
~ ~
ou única instância) por qualquer outro Tribunal.
Ao analisar a ampla gama de hipóteses em que o Ministro Relator e o Ministro
 
Presidente estão autorizados a agir individualmente, é possível intuir a relevância das
decisões monocráticas para o funcionamento do STF.

Essa percepção é facilmente confirmada pelos dados estatísticos. Em 2022, das
89.949 decisões tomadas pelo STF, 12.966 foram proferidas por órgãos colegiados

(Plenário ou Turmas), ao passo que 76.983 foram proferidas monocraticamente pelos
ministros. Isso equivale a uma proporção de 4 (quatro) decisões monocráticas para 1
 
(um) acórdão!
Veja o gráfico comparativo da quantidade de acórdãos e decisões monocráticas
 
exarados pelo STF em 2022:

“”
2020: Acórdãos x Decisões monocráticas
” “ ”~

~ 
18.209 81.306


“”
Acórdãos Decisões monocráticas
” “ ”~
Fonte: Página de Estatística do STF (com adaptação).

~ 
Diante dessas informações, é fácil enxergar a importância das decisões
monocráticas para os pesquisadores e as pesquisadoras de jurisprudência.
“”
Não é incomum que decisões de grande impacto social e jurídico sejam proferidas
monocraticamente. Tenho certeza de que você consegue se lembrar de ao menos uma
  decisão monocrática de grande repercussão!

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 Além disso, muitas vezes, essas decisões cumprem a função de delimitar,


concretizar e até reinterpretar o sentido e o alcance de julgamentos colegiados
 anteriormente realizados. Por meio delas, os precedentes do Plenário e das Turmas
ganham corpo e são atualizados, à luz de situações neles originalmente não previstas.
“” “ ”~ De outro lado, antes mesmo de os órgãos colegiados se manifestarem sobre
determinado assunto, é possível encontrar nas decisões monocráticas indicativos das
~ ~ opiniões dos ministros do STF sobre o tema. Na véspera de julgamentos colegiados que
geram grande expectativa, é possível, em algumas situações, antever o resultado provável
  com base nas decisões monocráticas já proferidas.


Ao realizar suas buscas, lembre-se:


Uma pesquisa de jurisprudência abrangente e completa sempre deve considerar
as decisões monocráticas proferidas sobre o tema pesquisado! Combinado?
 

 

1.2 Consulta de decisões monocráticas


“”
Agora que você já compreendeu a importância das decisões monocráticas para
” “ ”~ a pesquisa de jurisprudência, que tal aprender a consultá-las?
Para ter acesso à integra de uma decisão monocrática específica, você precisa de
~  quatro informações:

 1
a classe do processo em que ela foi proferida;
“”
2 a numeração desse mesmo processo;
” “ ”~

3 a identificação do incidente processual ou recurso interno em que a


~ 
decisão foi proferida (caso existente); e

“” 4 a data de publicação da decisão no Diário da Justiça.

 

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 A combinação desses quatro dados (classe, número, incidente/recurso e data de


publicação) é fundamental para identificar uma decisão monocrática. Isso porque é comum
 que, em um único processo (mesma classe e mesmo número processuais), sejam proferidas
várias decisões monocráticas distintas. Além disso, um mesmo incidente processual ou
“” “ ”~ recurso interno pode conter mais de uma decisão monocrática relacionada.

~ ~ SAIBA MAIS

  Data de divulgação x data de publicação


A Lei nº 11.419, de 2006, autorizou os Tribunais brasileiros a criarem
 o Diário da Justiça eletrônico, “disponibilizado em sítio da rede mundial de
computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos
 órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral” (art. 4º, caput).
Essa lei faz uma distinção que você sempre deve ter em mente ao realizar
  suas pesquisas: “Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil
seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico”
  (art. 4º, § 3º). Tal regra prevê, portanto, a existência de dois marcos temporais
distintos: a data de divulgação e a data de publicação.
“” Por padrão, quando fazemos referência a uma decisão veiculada no Diário
da Justiça eletrônico, utilizamos como parâmetro de identificação a data de sua
” “ ”~ publicação, não a data de sua divulgação. Eventualmente, no entanto, há pessoas
que, ao se referirem às decisões do Tribunal, preferem identificá-las por sua data
~  de divulgação em vez de sua data de publicação. Fique atento(a)!


Ficou muito abstrato? Não se preocupe! Vamos ao exemplo.

“” Na Reclamação (Rcl) nº 18.836, um jornalista questionava decisão de primeira


instância que lhe havia ordenado a exclusão de postagem em rede social sob pena de
multa diária. Segundo o jornalista, o magistrado de primeiro grau estaria desrespeitando
” “ ”~
a autoridade de decisão anterior do STF por meio da qual a Corte havia reconhecido
a inconstitucionalidade da censura estatal à imprensa – Ação de Descumprimento de
~ 
Preceito Fundamental (ADPF) nº 130.
Nos autos da Reclamação (Rcl) nº 18.836, o Ministro Relator proferiu três
“”
diferentes decisões, assim identificadas:

 

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 Identificação da decisão Conteúdo da decisão

 Classe Reclamação (Rcl) Requisita informações ao juiz de


primeira instância cuja decisão
Número 18.836
A estava sendo questionada.
“” “ ”~
Incidente/Recurso Medida Cautelar (MC)

~ ~ Data da publicação 16/10/2014

Classe Reclamação (Rcl) Concede medida liminar para


 
suspender, cautelarmente, a eficácia
Número 18.836
da decisão questionada.
 B
Incidente/Recurso Medida Cautelar (MC)

 Data da publicação 02/12/2014

Classe Reclamação (Rcl) No mérito, julga procedente o


  pedido para invalidar a decisão
Número 18.836 questionada.
C
  Incidente/Recurso -

Data da publicação 20/02/2015


“”

Observe que a combinação da classe processual – Reclamação (Rcl) – com o


” “ ”~
número processual – 18.836 – não é suficiente para individualizar as decisões: no
exemplo, as três decisões compartilham esses mesmos dados. Para identificá-las, é
~  preciso considerar o tipo de incidente processual ou recurso interno em que foram
proferidas (quando houver) e a data em que foram publicadas no Diário da Justiça.

Com os quatro dados de identificação à mão, você conseguirá realizar a consulta
específica ao texto da decisão de interesse.
“”
O método mais óbvio para realizar esse tipo de consulta é ir direto à fonte, o Diário
da Justiça, que pode ser acessado por diferentes vias:
” “ ”~
As edições publicadas a partir de 23 de abril de 2007 podem ser consultadas em
~  formato digital diretamente pelo portal do STF;
Já as edições publicadas entre 1990 e 2010 podem ser consultadas pela página
da Imprensa Nacional na internet;
“”
Por fim, para períodos anteriores a 1990, você pode recorrer aos documentos
  físicos: o acervo da Biblioteca do STF, por exemplo, contém edições do Diário da
Justiça publicadas a partir de 1925.

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 Um método alternativo – mais prático e útil para consultas do dia a dia – é


recorrer à página de acompanhamento processual disponível no portal do STF: nela
 são registrados todos os atos praticados durante a tramitação das causas perante o
Tribunal. Os registros são ordenados cronologicamente de forma decrescente (dos
“” “ ”~ eventos mais recentes para os eventos mais antigos) e fornecem, de forma sucinta,
relevantes informações sobre os atos praticados no curso do processo.
~ ~ Acessar essa página é simples: ao ingressar no portal do STF, basta seguir os passos:

 
1 digitar o número do processo na caixa de pesquisa rápida (imagem abaixo)


2 clicar em “Pesquisar”; e


  3 selecionar o processo de interesse.

 
4
“”

” “ ”~

~ 

 Caixa de pesquisa rápida disponível na página inicial do portal do STF.

“” Que tal você tentar abrir a página de acompanhamento processual do nosso


exemplo – Rcl nº 18.836?

” “ ”~ Siga o passo a passo acima e veja como é fácil. Conseguiu?


Então vamos seguir: de que forma a página de acompanhamento processual
~  permite consultar a íntegra das decisões monocráticas?
Bem. Essa página apresenta andamentos específicos que indicam a data de
“” publicação das decisões proferidas e fornecem links para seu texto completo, em
formato PDF (Portable Document Format) ou RTF (Rich Text Format). No nosso exemplo
  – Reclamação (Rcl) nº 18.836 –, veja como foi anotada a publicação das três decisões
proferidas:

Pesquisa de Jurisprudência no STF 12


Aula 2 - Conceitos básicos de jurisprudência: decisões monocráticas e Informativo STF



“” “ ”~

~ ~
Andamentos extraídos da página de acompanhamento processual da Reclamação (Rcl) nº 18.836.

 
Com a data de publicação de uma decisão à mão, tudo o que você precisa fazer é
 percorrer a lista cronológica de andamentos processuais, identificar o registro relativo à
decisão de interesse e clicar nos ícones “Despacho” ou “Decisão monocrática” (conforme
o caso) para ter acesso à íntegra do texto.

Simples, não é mesmo? E não para por aí: ainda na página de acompanhamento
  processual, é possível consultar o texto das decisões monocráticas de outra forma.
No cabeçalho dessa página, basta clicar no ícone “Dje” para ter acesso a todos os
  textos relacionados ao processo que tenham sido publicados no Diário da Justiça. Também
aqui os textos são identificados pela classe, pelo número, pelo incidente processual (ou
“” recurso interno) e pela data de publicação. Observe a seguir como são apresentados os
textos das decisões do nosso exemplo – Reclamação (Rcl) nº 18.836:

” “ ”~

~ 

“”

” “ ”~
Textos da Reclamação (Rcl) nº 18.836 publicados no Diário da Justiça.

~  Esse é um caminho alternativo, que conduz ao mesmo resultado anterior: o acesso


à integra dos textos das decisões monocráticas.

“” Para consolidar o aprendizado, assista ao vídeo tutorial abaixo: ele é curto e


refaz todo o passo a passo descrito até aqui, utilizando o nosso exemplo – Reclamação
(Rcl) nº 18.836.
 

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 TUTORIAL



“” “ ”~

~ ~

 

 Viu como é simples consultar as decisões dos ministros do STF? Sente-se confiante
para empregar essa habilidade nas suas futuras pesquisas de jurisprudência? Então
podemos prosseguir: é hora de aprender um pouco mais sobre o Informativo STF!

Vamos lá?

 
2. Informativo STF
 
2.1 Função

“” Pense na seguinte situação: você fica sabendo pelo noticiário que o STF tomou
uma decisão colegiada sobre determinada questão e deseja entender melhor o que foi
” “ ”~ decidido. Ao procurar o acórdão no portal do Tribunal, você verifica, todavia, que ele
ainda não foi publicado. O que você faz nesse caso?
~  Uma opção é simplesmente aguardar por algumas semanas (talvez meses) até que
o acórdão seja divulgado no Diário da Justiça e fique disponível para consulta através
 do portal do STF. Um pouco frustrante, não é mesmo? Há, contudo, uma alternativa:
recorrer ao Informativo STF!

“” Criado em 1995, o Informativo STF consiste em uma publicação periódica (ISSN


2675-8210) editada semanalmente pela Secretaria do Tribunal com o objetivo de
” “ ”~ divulgar, de forma ágil, a atividade jurisdicional mais recente da Corte.
Ao longo de sua existência, o Informativo STF assumiu diferentes formatos e
~  adotou enfoques variados. Um item, no entanto, está presente desde o primeiro volume:
os resumos dos principais julgamentos colegiados realizados pela Suprema Corte.

“” Semanalmente, a equipe responsável pelo Informativo analisa os casos julgados


pelo Plenário e pelas Turmas na semana anterior e identifica as principais decisões da
  Corte, segundo critérios de relevância e atualidade dos temas decididos.

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Aula 2 - Conceitos básicos de jurisprudência: decisões monocráticas e Informativo STF

 Feita a seleção dos julgamentos de destaque, a equipe se debruça sobre cada


um deles para elaborar um resumo que descreva, com concisão e fidelidade, a matéria
 decidida, as conclusões a que chegou o Tribunal e os principais fundamentos jurídicos
adotados pelos ministros.
“” “ ”~ Diferentemente dos acórdãos e das decisões monocráticas, o Informativo STF não
possui valor oficial nem produz efeitos processuais: sua função é meramente informativa,
~ ~ como o próprio nome indica.
A falta de oficialidade, contudo, não impediu o Informativo STF de consagrar-se
  como um meio eficaz de acompanhamento dos trabalhos da Corte: trata-se de leitura
obrigatória para os profissionais da área jurídica e os estudiosos do direito que desejam
 estar a par do que acontece no Tribunal. É comum, por exemplo, que os próprios ministros
do Tribunal utilizem os resumos publicados no Informativo STF para fazer referência aos
 julgamentos colegiados da Corte.
Sempre que você, pesquisador ou pesquisadora de jurisprudência, quiser conhecer
  o entendimento mais atual do Tribunal sobre o tema pesquisado, não hesite em consultar
o Informativo STF!
 
2.2 Consulta ao Informativo STF
“”
Todos os volumes do Informativo STF, desde 1995, estão disponíveis para consulta
” “ ”~ no portal do STF, nos formatos HTML (Hypertext Markup Language), RTF (Rich Text Format)
e, mais recentemente, PDF (Portable Document Format).

~  Para acessar os documentos, selecione a opção “Informativo STF” no menu


“Jurisprudência” do Portal:


“”

” “ ”~

~ 

“”
Menu “Jurisprudência” do Portal do STF.

 

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Aula 2 - Conceitos básicos de jurisprudência: decisões monocráticas e Informativo STF

 Na página “Informativo STF”, você também encontra compilações anuais das


notícias divulgadas nos volumes semanais. Organizadas por ramo do direito e por matéria,
 essas obras favorecem uma visão mais sistematizada dos trabalhos do Tribunal, a partir
de um horizonte temporal alargado.
“” “ ”~ Na próxima vez que visitar o portal do STF, não deixe de explorar todos esses
recursos!
~ ~
Considerações finais
 
Nesta aula, você aprendeu um pouco mais sobre as decisões monocráticas e
 o Informativo STF. Essas informações tornam possível a realização de pesquisas de
jurisprudência mais completas, abrangentes e atualizadas. Vamos rememorar tudo o
 que vimos até aqui?

Em uma ampla gama de situações, o Ministro Relator e o Ministro Presidente


  possuem competência para atuar individualmente, por meio de decisões
monocráticas. Essa competência tem sido largamente utilizada e representa uma
  parcela significativa da atividade jurisdicional do Tribunal.
Frequentemente, atos de grande impacto social e jurídico são praticados
“” monocraticamente. Além disso, as decisões monocráticas cumprem, muitas
vezes, a função de delimitar, concretizar e reinterpretar o sentido e o alcance de
” “ ”~ julgamentos colegiados. Em outras situações, as decisões monocráticas fornecem,
antecipadamente, indicativos das opiniões que os ministros do STF vão adotar
~  em julgamentos colegiados de destaque.
Para consultar uma decisão monocrática específica, você precisa de quatro dados
 básicos: a) a classe do processo em que ela foi proferida; b) a numeração desse
mesmo processo; c) a identificação do incidente processual ou recurso interno em
“” que a decisão foi proferida (caso existente); e d) a data de publicação da decisão
no Diário da Justiça.
” “ ”~ Essa consulta pode ser realizada diretamente no Diário da Justiça (no portal do
STF, na página da Imprensa Nacional ou, fisicamente, na biblioteca do STF). Uma
~  alternativa mais prática, no entanto, é recorrer à página de acompanhamento
processual do portal do STF: basta percorrer os andamentos ou clicar no ícone
“DJe”.
“”
O Informativo STF consiste em uma publicação periódica editada semanalmente
  pela Secretaria do Tribunal e contém resumos não oficiais dos principais
julgamentos colegiados realizados pela Corte na semana anterior.

Pesquisa de Jurisprudência no STF 16


Aula 2 - Conceitos básicos de jurisprudência: decisões monocráticas e Informativo STF

 O Informativo STF está disponível para consulta no menu “Jurisprudência” do


portal do STF. Na página “Informativo STF”, você encontra todos os volumes
 editados desde 1995, bem como compilações mensais, anuais ou quadrienais
com resumos organizados por ramo do direito e matéria.
“” “ ”~ Quanta informação, não é mesmo? Use e abuse de todos esses recursos nas suas
pesquisas de jurisprudência!
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Na próxima aula, você conhecerá os enunciados da Súmula da Jurisprudência
Predominante do STF. Estudaremos sua função, sua história e os procedimentos
  relacionados aos seus enunciados. Até breve!





 

 

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Aula 2 - Conceitos básicos de jurisprudência: decisões monocráticas e Informativo STF



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