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DECISÃO
O Hospital São Bernardo S/A e outros propõem medida cautelar, com pedido
de liminar, em face de Ultramar Alves de Lima, objetivando o imediato processamento de
recurso especial, retido na forma do art. 542, § 3º, do CPC.
Alegam que na ação de indenização por danos materiais e morais proposta
pelo requerido, foi deferida pelo Juízo de primeiro grau a transcrição de fita cassete, gravada
sem o conhecimento ou o consentimento dos médicos requerentes.
Contra essa decisão, agravaram de instrumento, contudo o Tribunal a quo
negou-lhe provimento. Interpuseram, então, recurso especial que ficará retido, nos termos do
art. 542, § 3º, do CPC.
Entendem que a admissão de gravação clandestina não tem sido admitida
como meio de prova, por ter sido obtida por meio ilícito. Citam jurisprudência desta Corte e do
Supremo Tribunal Federal, que entendem corroborar a tese defendida.
Afirmam que estão presentes o fumus boni iuris, este porque a própria
Constituição Federal proíbe a utilização de provas obtidas por meios ilícitos, bem como o
periculum in mora, pois o provimento da ação estaria maculado pela admissão da gravação
clandestina.
Esta Corte tem admitido medida cautelar para determinar a subida de recurso
especial somente em condições excepcionais, o que não se apresenta nos presentes autos.
É certo que esta Corte não admite a utilização de provas obtidas por meios
ilícitos. Contudo, no caso dos autos, segundo o acórdão recorrido, não se trata de gravação
clandestina, constando do voto que:
"O autor gravou conversa própria que manteve com os médicos
sobre assunto de seu exclusivo interesse, ouvindo deles explicações técnicas
para atos a que se submeteu para tratamento de sua saúde" (fls. 81).
E, mais adiante: