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Novas dimensões

da pesquisa e do ensino da
Arquivologia no Brasil
Organização de
Anna Carla Almeida Mariz,
José Maria Jardim
Sérgio Conde de Albite Silva

2012

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Copyright © 2012 Anna Carla Almeida Mariz, José Maria Jardim e Sérgio Conde de Albite Silva

Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no


Brasil desde 2009.

Editor
Eduardo Coelho

Projeto gráfico e editoração


Leandro Collares

Ilustração de capa
Andrés Sandoval

Revisão
Rodrigo Jorge

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)


(CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO, SP, BRASIL)

Novas dimensões da pesquisa e do ensino da arquivologia no Brasil / or-


ganização de Anna Carla Almeida Mariz, José Maria Jardim, Sérgio
Conde de Albite Silva. -- Rio de Janeiro : Móbile : Associação dos
Arquivistas do Estado do Rio de Janeiro, 2012.

Vários autores.

ISBN 978-85-64502-15-4 (Móbile)

1. Arquivologia 2. Arquivologia - Estudo e ensino 3. Arquivos 4.


Centros de documentação 5. Documentos - Estudo e ensino I. Ma-
riz, Anna Carla Almeida. II. Jardim, José Maria. III. Silva, Sérgio
Conde de Albite.

12-12462 CDD-025.17107

Índices para catálogo sistemático:

1. Arquivologia : Estudo e ensino 025.17107

Todos os direitos desta edição reservados à


Móbile Editorial
R. Senador Dantas, 80 sl. 1305
Rio de Janeiro — RJ — 20031-922
Tel.: (21) 2210-1787
www.mobileeditorial.com.br
contato@mobileditoria.com.br

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Sumário

Apresentação ..................................................................................................... 9

Parte 1 .................................................................................................................... 11

A Pesquisa em Arquivologia e a Construção do Campo


Arquivístico no Brasil............................................................................... 11
El observatorio de prospectiva archivística y sociedad: modelo de análisis
para el estudio de la construcción social del futuro de la archivística .................13
M. Paz Martín-Pozuelo

La construcción de la archivística: una aproximación a la investigación


científica a través de las tesis doctorales .....................................................................34
Luis Hernández Olivera
Yolanda Martín González
Ana Belén Ríos Hilario
Críspulo Travieso Rodríguez

A pesquisa em Arquivologia no Brasil e os centros não universitários:


apontamentos para um debate ..................................................................................... 66
Paulo Roberto Elian dos Santos
elian@coc.fiocruz.br

A pesquisa científica em Arquivologia no Brasil......................................................74


Angelica Alves da Cunha Marques
Cynthia Roncaglio

Por uma associação de ensino e pesquisa em Arquivologia no Brasil................ 89


Cynthia Roncaglio

Estado da arte na institucionalização do campo arquivístico no Brasil ............ 99


Eliezer Pires da Silva
Evelyn Goyannes Dill Orrico

Notas sobre a institucionalização da arquivologia no Brasil (1958-1978) ...... 114


Paulo Roberto Elian dos Santos

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Parte 2: O Ensino da Arquivologia ................................................. 127
Panorama dos cursos de Arquivologia no Brasil ....................................................129
Katia Isabelli Melo de Souza

Impactos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)


e do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais (Reuni) na formação de arquivistas no Brasil. .. 160
Daniel Flores
Fernanda Kieling Pedrazzi
Sérgio Ricardo da Silva Rodrigues

Desafios e perspectivas da pós-graduação stricto sensu


em Arquivologia no Brasil: a proposta de Mestrado Profissional
em Gestão de Documentos e Arquivo da Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) ................................................................ 181
José Maria Jardim

Arquivologia e pedagogia arquivística: bases para uma habilitação


que ensine o arquivista a educar ................................................................................ 198
Taiguara Villela Aldabalde

A imagem do curso de Arquivologia da uel na sua comunidade ....................... 213


Linete Bartalo
Ivone Guerreiro Di Chiara
Miguel Luiz Contani

Ensino e pesquisa em Arquivologia: perfil dos alunos iniciantes no curso


de arquivologia da universidade federal do espírito santo — UFES................234
Solange Machado de Souza
Rosa da Penha Ferreira da Costa

O perfil dos alunos do curso de graduação em Arquivologia


da Escola de Ciência da Informação da UFMG .................................................... 251
Marília de Abreu Martins de Paiva
Leandro Ribeiro Negreiros
Welder Antônio Silva

A arquivologia e a educaçao a distância: reflexões sobre possível cenário .....269


Luiz Cleber Gak
Julia Bellesse
Priscila Ribeiro Gomes

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Parte 3: Os Arquivos e a Arquivologia
como objeto de pesquisa ......................................................................... 285
Websites de instituições arquivísticas públicas estaduais e municipais no Brasil:
estudo de caso da utilização das ferramentas Web 2.0 ....................................... 287
Louise Anunciação Fonseca de Oliveira
Maria Teresa Navarro de Britto Matos

Acervos de artistas: fontes documentais do processo de criação


nas artes visuais .............................................................................................................. 305
Aparecido José Cirillo
Rosa da Penha Ferreira da Costa

Possibilidades dos arquivos pessoais frente aos novos usos


da memória: o caso de Darcy Ribeiro ....................................................................... 321
Ellen Cristine Monteiro Vogas

O patrimônio documental e a memória da universidade: a difusão


dos atos legais e normativos da Universidade Federal de Santa Maria ........... 340
Franciele Simon Carpes
Daniel Flores

O enfoque arquivístico de um banco de dados de projetos ................................362


Gilberto Fladimar Rodrigues Viana
Daniel Flores

Cultura documental, religião e movimentos sociais: experiência de


diálogo interdisciplinar entre Arquivologia, ciências humanas e sociais ........ 379
João Marcus Figueiredo Assis
Rosale de Mattos Souza

Em torno de uma política nacional de arquivos: os arquivos estaduais


brasileiros na ordem democrática (1988-2011) .................................................... 397
José Maria Jardim

Diplomática contemporânea como metodologia


para organização de arquivos de arquitetura ...........................................................416
Claudio Muniz Viana
Ana Célia Rodrigues

Produção de conhecimento em Arquivologia sob a égide dos programas


de pós-graduação em ciência da informação ...........................................................433
Alexandre de Souza Costa

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O conceito de identificação no âmbito da arquivística
espanhola e brasileira .....................................................................................................452
Noemi Andreza da Penha
Ana Célia Rodrigues

A filosofia de Michel Foucault e sua apropriação


pela disciplina arquivística contemporânea ............................................................ 465
Roberto Lopes dos Santos Júnior
Aluf Alba Elias

Identificação arquivística: subsídios para a construção teórica


da metodologia na perspectiva da tradição brasileira1 ............................................................................. 477
Ana Célia Rodrigues

O conceito de memória na ciência da informação:


análise das teses e dissertações dos programas de pós-graduação .................... 495
Eliane Braga de Oliveira
Georgete Medleg Rodrigues

Deliberações, recomendações e moções ................................................................... 512

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Apresentação

Nos últimos vinte anos a Arquivologia adquiriu contornos


como disciplina científica face à emergência de novos modos de produção, con-
servação e uso da informação. Tal como em muitos países, no Brasil, essas alte-
rações têm se refletido em aspectos legais, tecnológicos, culturais, organizacio-
nais etc. Como não poderia deixar de ser, o ensino e a pesquisa na área também
são cenários dessas novas configurações do campo arquivístico. Diversos atores
institucionais como universidades, instituições arquivísticas e várias organiza-
ções envolvidas com a gestão de arquivos têm participado desses processos em
escalas distintas e sob a complexidade de novas dinâmicas na produção, difusão
e ensino do conhecimento arquivístico.
Reconhecendo-se este panorama, promoveu-se em 2010 a I Reunião
Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia (REPARQ), organizada
por docentes do curso de Arquivologia da UnB. Os resultados dessa reunião
encontram-se publicados no livro A formação e a pesquisa em Arquivologia nas universi-
dades públicas brasileiras, organizado pelas colegas da UnB, professoras Angélica Al-
ves da Cunha, Cynthia Roncaglio e Georgete Medleg Rodrigues.
As reflexões e debates na I REPARQ levaram à recomendação de uma se-
gunda reunião. Assim, entre 16 a 18 de novembro de 2011, ocorreu a II Reunião
Brasileira de Ensino e Pesquisa — na cidade do Rio de Janeiro. Sua realização
coube à Escola de Arquivologia da Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro (UNIRIO) e ao curso de Arquivologia da Universidade Federal Flu-
minense (UFF). Para tal, foram decisivos o apoio da Coordenação de Aper-
feiçoamento de Pessoal de Nível Superior — CAPES, do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico — CNPq e da Fundação Carlos
Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro — FAPERJ,
bem como da Fundação Casa de Rui Barbosa — FCRB e da Associação dos Ar-
quivistas do Estado do Rio de Janeiro — AAERJ.
Este livro é produto das conferências e comunicações apresentadas na II
REPARQ.

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Os textos aqui reunidos foram organizados em três partes que somam vin-
te e oito capítulos. Decidiu-se, ainda, publicar, na parte final do livro, as resolu-
ções e moções aprovadas na plenária de encerramento da II REPARQ. A estru-
tura do livro, com seus quarenta e três autores, reflete o amplo panorama do que
está sendo produzido em Arquivologia no Brasil.
A primeira parte, intitulada “A pesquisa em Arquivologia e a construção
do campo arquivístico no Brasil”, é constituída por sete capítulos, sendo dois
deles produzidos por professores de universidades espanholas e os outros cinco
por autores nacionais.
Na segunda parte do livro, “O ensino da Arquivologia”, oito capítulos
abordam diferentes aspectos do ensino da Arquivologia no Brasil, produzidos
por professores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação.
A terceira parte, denominada de “Os arquivos e a Arquivologia como ob-
jeto de pesquisa”, é composta por treze capítulos que apresentam estudos e re-
sultados de pesquisas que tiveram os arquivos e a Arquivologia como objeto de
investigação.
No momento em que a UNIRIO inicia o Mestrado profissional em ges-
tão de documentos e arquivos, o primeiro na área de Arquivologia no Brasil, a
publicação deste livro adquire um caráter ainda mais especial. Afinal, a propos-
ta da pós-graduação stricto sensu em Arquivologia deriva da mesma esfera de in-
quietudes e perspectivas que levaram à Reunião Brasileira de Ensino e Pesquisa
em Arquivologia.

Rio de Janeiro, maio de 2012.

Anna Carla Almeida Mariz José Maria Jardim Sérgio Conde de Albite Silva

10 Novas dimensões da pesquisa e do ensino da arquivologia no Brasil

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Parte 1

A Pesquisa em Arquivologia
e a Construção do Campo Arquivístico
no Brasil

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El observatorio de prospectiva
archivística y sociedad:
modelo de análisis para el estudio de la construcción social
del futuro de la archivística

M. Paz Martín-Pozuelo
Universidad Carlos III de Madrid

1. Introducción

Los estudios acerca del futuro de los archivos son por el momen-
to escasos. Todo ellos coinciden en partir de un mismo objetivo: el estudio de la
incidencia, el impacto y las consecuencias que los documentos electrónicos es-
tán representando para la archivística.1 Por lo que se refiere a la dimensión so-
cial de la archivística los estudios son en idéntica medida escasos y tienen una
clara tendencia a estudiar los aspectos relacionados con la sociedad de la infor-
mación, mas que con la sociedad misma.2 Recientemente la revista Tabula ha de-
dicado un numero monográfico al estudio de la archivistica de la posmoderni-
dad. Diferentes autores3 nos presentan en este volumen reflexiones valiosísimas
respecto a diferentes elementos presentes en la adaptación de la archivistica a
“los nuevos tiempos”. Aunque todos apuntan a un futuro ya cercano se echan en
falta referencias al futuro mas lejano, mas incierto cuyo análisis en consecuen-
cia es mas urgente. Pero para que este análisis sea posible se necesita un modelo
que nos acerca al mismo tiempo al futuro y a la socialización de los archivos. La
investigación que presentamos pretende presentar un modelo de análisis que
nos permita diseñar el futuro social de los archivos, de la archivística y de sus
profesionales. Se presenta el Observatorio de prospectiva archivística y socie-
dad justamente como modelo de análisis para el estudio de ese futuro social de
la archivística.
En el marco del último Congreso del Consejo Internacional de archivos
celebrado en el verano del pasado 2008 en la ciudad malaya de Kuala Lumpur
tuvo lugar la presentación del proyecto de creación del Observatorio de pros-
pectiva archivística y sociedad. Pionero en tres aspectos diferentes: por ser el
primer observatorio de archivística y archivos, por definir como objetivo priori-
tario el análisis de las relaciones de los mismos con la sociedad y por incorporar
en sus planteamientos y metodología la observación sistemática y la prospectiva

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En este artículo se presenta ahora a la comunidad científica internacional como
modelo de análisis para el estudio de la construcción social del futuro de la ar-
chivística, la gestión de documentos y sus profesionales. El texto sigue la estruc-
tura de un artículo científico. Comienza con el planteamiento del observatorio
que se argumenta en dos grandes apartados: las relaciones de los archivos con la
sociedad por un lado y por el otro las cuestiones acerca de su futuro. Después de
un recorrido por los antecedentes se presentan los objetivos, capítulos de análi-
sis y líneas de investigación definidas. Se presta una atención muy especial a las
herramientas, las estrategias y las técnicas en las que fundamenta su metodolo-
gía de análisis. Se presenta también una propuesta sistemática de los resultados
que este modelo deber permitirnos obtener. Finaliza, como ya he señalado, pre-
sentando para su discusión y debate los primeros resultados de los que el Ob-
servatorio ya dispone.

1.1 Presupuestos de la investigación

Esta investigación parte de un presupuesto conceptual básico: para la construc-


ción social del futuro del archivo es imprescindible la suma de las dos disciplinas
que lo estudian: la archivística y la gestión de documentos. Con independencia
de sus presupuestos, objetivos y métodos en el estudio de su futuro y de sus re-
laciones con la sociedad ambas exigen un modelo de análisis similar. Es el que se
propone y defiende en las líneas que siguen.

2. Planteamiento: hacia la construcción social


del futuro archivístico

2.1 Archivos y sociedad

El mecanismo por el cual una comunidad enseña a descubrir a sus nuevos inte-
grantes, las normas, los valores y las creencias que ellos mismos guardan como
signo de su individualidad, y que invariablemente coinciden con las normas, va-
lores y creencias que profesa la comunidad en que habitan, es lo que desde la
sociología se define como socialización. 4 Si tomamos como referente esta defi-
nición por socialización del archivo debemos entonces entender el mecanismo
por el cual el archivo se hace visible a la sociedad y consigue que la misma en-
tienda su existencia, sus funciones, en definitiva, su utilidad.

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El estudio de la construcción social del archivo tiene su punto de partida
en un presupuesto básico: aquel desde el que los archivos se entienden como un
bien público que sustenta la información para la protección de la integridad éti-
ca de las personas y el ejercicio de gran parte de sus derechos. Desde este pre-
supuesto la construcción social del archivo tiene como punto de articulación el
diseño de estrategias que permitan el conocimiento y la comprensión mutua así
como la convivencia de los dos elementos en que esta construcción se sustenta:
el archivo, por un lado y el conjunto de la sociedad, por el otro. La relación ar-
chivos y sociedad se debe entender entonces en la doble dirección de dentro del
archivo hacia la sociedad y desde la sociedad hacia el archivo. El estudio de esta
relación parte en consecuencia del análisis de los espacios en los que ambos co-
lectivos (archivos y miembros de la sociedad) coinciden: salud, justicia, defensa
y seguridad, educación, cultura, ciencia y tecnología, comunicaciones, seguridad
social, etc.

Ilustración 1: Archivos y funciones sociales

JUSTICIA
CIENCIA Y
SALUD
TECNOLOGIA

DEFENSA Y
COOPERACION
SEGURIDAD

SEGURIDAD SOCIAL ARCHIVOS CULTURA

COMUNICACIONES EDUCACION

DEPORTE POLITICA

El observatorio de prospectiva archivística y sociedad 15

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El archivo se estará construyendo socialmente cuando se den los supues-
tos siguientes:
• Visibilidad y comprensión de los archivos por parte de la sociedad;
• Mayor apropiación de los archivos como bien público;
• Consideración de los archivos como elemento clave del desarrollo so-
cial integral;
• Construcción de una visión compartida de archivos, memoria y derecho
a la información;
• Inserción de las políticas públicas de archivo en las políticas públicas de
información y en su conjunto en los capítulos de políticas públicas con
carácter global;
• Implicaciones de la información archivística en justicia, salud, educación,
cultura, ciencia y tecnología, seguridad social, urbanismo, cooperación;
• Desarrollo de mecanismos que regulen relaciones estables y regulares
entre los siguientes colectivos:
a) docentes de archivística & archiveros;
b) archiveros & archiveros;
c) archiveros & profesionales de otras áreas afines;
d) archiveros y docentes & políticos y otros representantes de la sociedad.

2.2 El futuro de la archivística

Si existe alguna ciencia que deba reaccionar de manera urgente ante el futuro
ésta es sin duda la archivística y de una manera muy particular la gestión de do-
cumentos, en tanto los cambios sociales y tecnológicos que está experimentando
la sociedad en su conjunto no solo inciden sobre ella si no que la están transfor-
mando realmente en su metodología y, lo que es mas importante, en su propia
naturaleza. La archivística tiene por delante dos momentos diferentes que exigen
respuestas diferenciadas: el futuro mas inmediato y en consecuencia mas cierto y
el otro mas lejano sobre el que las leyes de la probabilidad se antojan mucho mas
débiles. Aún planteando cuestiones e incertidumbres diferentes, ambos momen-
tos coinciden en exigir un modelo de análisis muy similar, el que proponen en ge-
neral los estudios de futuro y en particular la denominada prospectiva.
El futuro archivístico se estará construyendo cuando se den las siguientes
supuestos:
• Desarrollo de la capacidad de anticipación de fenómenos cambiantes
de incidencia en el ámbito de los archivos;

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• Definición de las estrategias de cambio para adaptar los archivos a las
nuevas exigencias sociales y tecnológicas;
• Definición de estrategias para adaptar los profesionales del archivo ante
el cambio;
• Revisión teórico-conceptual de la disciplina archivística para incorpo-
rar en su habeas teórico y metodológico los conceptos y las estrategias
que la capacitan ante los cambios previsibles del futuro.

2.3 El observatorio de prospectiva archivística y sociedad

El planteamiento de un observatorio que estudie el futuro del archivo a partir de


su construcción social parte de los supuestos arriba descritos y tiene mucho que
ver con ese contexto de incertidumbre y de cambio. Tiene, además, una relación
muy directa con el hecho de que la existencia del hombre es, en realidad, la cla-
ve para la existencia del archivo. Una realidad que amén de indiscutible, confiere
cierta perplejidad al hecho de que algunas cuestiones no nos sorprendan dema-
siado. ¿Cuántos hombres saben qué son en realidad los archivos? ¿porqué existen?
¿dónde los encontramos? ¿qué nos ofrecen? ¿cómo funcionan? ¿qué es y que estu-
dia la archivística? ¿cuándo y porqué nace? ¿cómo evoluciona? ¿cuáles son los pro-
blemas que aborda hoy? ¿con que herramientas? ¿son suficientes? ¿qué es y cómo
se construye el conocimiento archivístico? ¿quienes son los archiveros? ¿dónde es-
tán en realidad? ¿dónde deberían estar? ¿quién les necesita? ¿quién les contrata?
¿cómo trabajan? ¿qué necesitan? ¿qué les preocupa? ¿qué escriben? ¿dónde publi-
can? ¿cómo se organizan? ¿cómo y con quien se relacionan? ¿hay suficientes? ¿qué
deben saber? ¿cómo han de aprenderlo? Actores sociales, servicios públicos, mucho
más que conservadores de memoria, ¿tienen los archiveros un papel en la construc-
ción social? ¿qué parte de la sociedad lo sabe? ¿qué demandas están satisfaciendo?
¿para qué servicios son fundamentales? ¿cuáles podrían llegar a abordar? ¿partici-
pa realmente de la vigilancia social ¿en que consiste su responsabilidad para con el
hombre? ¿Como debemos plantear, en definitiva, el estudio de sus relaciones con
la sociedad? Preguntas todas ellas para cuya respuesta se plantea este observatorio.

3. Antecedentes

Tres son los hitos que marcan el nacimiento de este Observatorio que se re-
lacionan directamente con el estudio de la construcción social de la archivística:

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a) la asignatura de doctorado Métodos y técnicas cualitativas de investigación: su
aplicación en archivística, que comienzo a impartir en el curso acadé-
mico 2000/2001 en el programa de doctorado en Documentación,
mas tarde en el Master en investigación en Documentación cuyos
contenidos se plantearon para el estudio de la dimensión social de la
archivística y el de todos los elementos que la hacen posible;
b) la creación del Laboratorio de investigación en archivística que sucede de un
modo prácticamente paralelo para apoyar la formación de los alumnos
de tercer ciclo que en el campo de la archivística en aquellos momen-
tos, como ya he comentado, se centraba fundamentalmente en el estu-
dio de esa dimensión social. El LIA en sus inicios concentra su activi-
dad en el apoyo a la realización de tesis y tesinas de doctorado;
c) El Seminario Permanente de investigación archivística J.A. Martín-Fuertes: En tan-
to diferentes investigaciones que se estaban desarrollando de forma
paralela compartían objetivos y elementos de análisis muy pronto se
entendió la necesidad de crear un espacio de encuentro entre los dife-
rentes investigadores del laboratorio. Nació así el Seminario permanente
de investigación archivística que lleva el nombre del catedrático de archivís-
tica José Antonio Martín-Fuertes, por entonces tristemente desapa-
recido.5 La misión fundamental del seminario fue desde el inicio la de
fomentar y asegurar el debate por lo que concentró su actividad en la
celebración de encuentros, seminarios y jornadas de reflexión, siem-
pre en el marco del programa de doctorado.

Así pues, el desarrollo de una asignatura de doctorado, el nacimiento del la-


boratorio y la creación del Seminario permanente representan el marco académi-
co para el estudio de la dimensión social de la archivística. Faltaba, sin embargo,
un modelo de análisis para su estudio, esto es, para el estudio de las relaciones
que la archivística, los archivos y sus profesionales mantienen con la sociedad.
La necesidad de definir ese modelo de análisis representa el origen del Obser-
vatorio que adquiere su forma material una vez que se concretan cada uno de
los elementos de análisis y se ponen en relación con los mecanismos: métodos y
técnicas mas adecuados para su estudio. Es lo que a lo largo de los epígrafes que
siguen me propongo desarrollar.

18 Novas dimensões da pesquisa e do ensino da arquivologia no Brasil

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4. Finalidad y objetivos del observatorio

Desde la certeza de que esta función archivística, la social, no es otra mas sino
la función por excelencia, el Observatorio nace para obtener respuestas para
todas las preguntas mas arriba planteadas. Busca reunir las evidencias a partir
de las cuales plantear el futuro de la disciplina y de la profesión en su interrelación con
los diferentes actores y necesidades sociales. Aborda, por tanto, la observación
de todos sus protagonistas, productores de documentos, archiveros y usuarios.
Plantea hacerlo, además, desde la perspectiva de todas aquellas disciplinas para
las que, preocupadas por el hombre, el archivo es un elemento activo. Nace, por
tanto, con un fin meridiano: estudiar la dimensión social de la archivística y lo
hace como una entidad que, a partir de la observación pretende llegar a propor-
cionar formas de:
• Ver, interrogar e interpretar las relaciones que la archivística mantiene
con la sociedad;
• Ver, interrogar e interpretar la información archivística como un ele-
mento clave en la construcción social;
• Ver, interrogar e interpretar la memoria como complejidad política, social
y cultural;
• Definir las ideas fuerza y los puntos clave en el desarrollo de la archivística;
• Explorar las formas en que se construye la socialización archivística;
• Observar las prácticas y las políticas en que se sustenta esta socialización;
• Conocer estas prácticas desde el testimonio de sus protagonistas;
• Difundir para su debate y consenso los resultados de sus investigaciones;
• Generar cultura prospectiva en la construcción del conocimiento
archivístico.

5. Elementos de análisis y líneas de investigación

En tanto el fin último es la construcción social del futuro archivístico será ne-
cesario partir de la comprensión de las relaciones de la archivística con la socie-
dad con el fin de poder hacer después prospectiva sobre su futuro y revisar en
la medida justa la construcción del conocimiento archivístico. El observatorio
parte de los tres grandes elementos sobre los que ese conocimiento se susten-
ta: la ciencia, el sujeto y el objeto. Si bien y en tanto el modelo que se construye
fundamenta su existencia en las relaciones archivos y sociedad planteamos una
extensión de los tres elementos: la ciencia, el objeto y el sujeto:

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a) la ciencia: Entendemos aquí incluida tanto la archivística como la ges-
tión de documentos. Ya he señalado mas arriba que en esta investiga-
ción esta alianza resulta imprescindible. Archivística y gestión de do-
cumentos representan en esta investigación dos miradas a un mismo
objeto en diferentes momentos de su vida. Para su construcción social
los archivos deben ser entendidos en su ciclo vital mas completo;
b) en cuanto al objeto, para el estudio de estas relaciones archivos y sociedad
resulta en la misma medida relevante el archivo, el documento de archi-
vo, la información archivística y por supuesto la memoria como una ex-
presión mas del contenido que recoge o debería recoger el archivo;
c) por lo que se refiere al sujeto, el observatorio contempla tres principa-
les: el productor de archivos, el archivero y el usuario de los mismos.
Hay un tercer sujeto de relevancia que a menudo puede coincidir con
alguno de los que ya hemos señalado: el responsable de los medios ne-
cesarios para la gestión y la planificación archivística: A veces sin em-
bargo sus funciones transcurren al margen de la archivística aunque
sus decisiones tengan una incidencia clara sobre la misma.

El análisis de cada uno de estos elementos transcurrirá en los diferentes


espacios en los que se desarrolla su relación que tiene que ver con las grandes
funciones sociales: salud, justicia, seguridad y defensa, cultura, etc, a las que en
el epígrafe anterior ya me he referido.

5.1 Capítulos de análisis

Contemplando todas estas variables el Observatorio tiene abiertos cua-


tro grandes capítulos de análisis que coinciden con sus líneas de investigación
prioritarias.

Ilustración 3: Capítulos de observación, vigilancia y prospectiva archivística

CAPITULOS DE
OBSERVACIÓN, VIGILANCIA Y PROSPECTIVA
ARCHIVÍSTICA

CIENTIFICA SOCIAL PROFESIONAL TECNOLÓGICA


El futuro de la El futuro de la El futuro de la El futuro de la
disciplina archivística socialización de los profesión relación archivos y
archivos tecnologías

20 Novas dimensões da pesquisa e do ensino da arquivologia no Brasil

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5.2. Líneas de investigación

Las líneas de investigación abiertas por el Observatorio tienen una lógica vin-
culación con los objetivos a los que nace asociado. En consecuencia se circuns-
criben al estudio de las relaciones entre la archivística, los archivos y sus profe-
sionales con la sociedad, entendiendo estas relaciones en la doble dirección de
dentro del archivo hacia la sociedad y desde la sociedad hacia el archivo. Por la
finalidad que les define se agrupan en tres diferentes categorías:
a) de compilación de evidencias acerca de la relación archivística y sociedad;
b) de medición y evaluación de elementos que definen esa relación;
c) de definición de estrategias y metodología para entender, facilitar o
mejorar la relación A&S.

A continuación se presenta el detalle de las líneas prioritarias en cada ca-


tegoría.

Tabla 1: Líneas de investigación abiertas por el OPAS


CATEORIA A. COMPILACIÓN DE EVIDENCIAS
1. Obtener evidencias que nos permitan comprender el pasado y diseñar el futuro de la profesión y de
la disciplina en su relación con la sociedad
2. Identificar todos los aspectos que incidan en la definición de la función social de los archivos (FSA)
CATEGORÍA B. MEDICIÓN Y EVALUACIÓN DE EVIDENCIAS
1. Definir indicadores que nos permitan medir y evaluar la interacción archivística y sociedad (IAS)
2. Definir indicadores que nos permitan medir y evaluar el impacto social de los archivos (ISA)
3. Definir indicadores que nos permitan medir y evaluar el impacto mediático de los archivos
4. Definir indicadores para medir y evaluar la percepción pública de la archivística
5. Desarrollar estudios para la medición y evaluación de políticas archivísticas
6. Desarrollar estudios que nos permitan conocer la percepción del archivo de diferentes grupos socia-
les y profesionales
CATEGORÍA C: DEFINICIÓN DE ESTRATEGIAS Y METODOLOGÍA
1. Facilitar metodología para el ejercicio de la práctica prospectiva en los archivos.
2. Facilitar metodología de análisis para impulsar el papel de la archivística en los procesos de Vigi-
lancia social. (VSA)
3. Estudiar y desarrollar estrategias que permitan incrementar la visibilidad y reconocimiento del pro-
fesional de los archivos
4. Desarrollar estudios que relacionen las herramientas y entornos virtuales con el desarrollo de la
función social de los archivos
5. Estudiar y definir estrategias para el desarrollo profesional del archivero

El observatorio de prospectiva archivística y sociedad 21

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6. Metodología de análisis

En el cuadro que sigue se recoge el proceso de investigación del Observatorio


desde la mera observación hasta la difusión de los resultados, pasando por la
acumulación de evidencias y su análisis. Para cada una de las fases se identifica la
función del equipo y los grupos de técnicas más apropiadas.

PROCESO DE INVESTIGACIÓN

1o 2o 3o 4o, 5o
OBSERVAMOS LA REALIDAD REUNIMOS LAS ANALIZAMOS Y DISCUTIMOS ELABORAMOS INFORMES
ARCHIVÍSTICA EVIDENCIAS Y DOCUMENTOS
EQUIPO DE ANALISTAS
DIFUNDIMOS RESULTADOS
EQUIPO DE OBSERVACIÓN EQUIPO DE OBSERVACIÓN COMITÉ DE EXPERTOS
EQUIPO MULTIDISCIPLINAR WEB
Técnicas de observación Técnicas de documentales
Análisis prospectivos REVISTA
Técnicas de conservación Revisiones sistemáticas OTRAS PUBLICACIONES
Técnicas de consenso
Grupos de discusión

Mas arriba he señalado que el Observatorio nace asociado a la asignatura Mé-


todos y técnicas cualitativas de investigación su aplicación a la archivistica. Esto en cambio no
quiere decir que su metodología únicamente contemple estas técnicas y métodos
de investigación. Toda vez que entre sus objetivos se enumeran la definición de di-
ferentes familias de indicadores la investigación cuantitativa se contempla en la
misma medida. Así pues dos grupos de técnicas están contempladas en el marco del
observatorio: cualitativas por un lado y cuantitativas por el otro. No es este el lugar
para describir con detalle cada una de estas técnicas que en cada proyecto tienen
obviamente un papel diferente. Sí me detendré a presentar los tres elementos bási-
cos sobre los que el Observatorio fundamenta su metodología que representan los
elementos de base del modelo de construcción del futuro archivístico:
1. La anticipación como enfoque prospectivo, en tanto no solo pretende estudiar
la construcción social del archivo si no mas exactamente de su futuro;
2. Un conjunto de técnicas basadas en el diálogo y el consenso;
3. Un equipo multidisciplinar.

6.1 La anticipación como enfoque prospectivo6

6.1.1 La anticipación

Anticipación era para los estoicos, de manera especial para los epicúreos, la
imagen o conocimiento general que el espíritu se forma anticipadamente de un objeto y que

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posibilita su conocimiento. Así las anticipaciones se entienden como “proyeccio-
nes” de un conocimiento futuro. Mas tarde Kant denominaba anticipaciones
de la percepción los juicios a priori que formulamos de objetos empíricos, an-
tes de haberlos percibido. Pues bien, en el planteamiento del Observatorio
que luego se traslada a todos los proyectos hay un punto de partida muy cla-
ro: la anticipación, esto es un conjunto de ideas claves o ideas fuerza que se
van concretando en hipótesis y que mueven todo el proyecto a partir de las
cuales se han planteado las líneas de investigación generales, por un lado y
cada uno de los proyectos específicos, por el otro. Veamos entonces a conti-
nuación las ideas fuerza desde las que se construye socialmente el futuro de la
archivística que constituyen en consecuencia el punto de arranque de la re-
flexión y el análisis de este Observatorio. Aunque obviamente el número es
un artificio las diez que siguen parecen representar ese marco desde el que
es posible partir.
Idea fuerza 1. La existencia de archivos es uno de los principios básicos de
democracia, transparencia y desarrollo humano.
Idea fuerza 2. Los avances tecnológicos permiten un uso mayor, mas genera-
lizado y mejor de los archivos.
Idea fuerza 3. La comunicación de los archivos con la sociedad exige el desa-
rrollo de estrategias basadas en reflexiones colectivas que implican a todos
los colectivos sin excepción.
Idea fuerza 4. Las instituciones, organizaciones y la humanidad en su conjun-
to necesitan un aumento de la accesibilidad a los archivos. Solo un despliegue
necesario de medios en estas unidades de información hará posible la respuesta
satisfactoria a esta necesidad.
Idea fuerza 5. Urge crear un marco de desarrollo archivístico que incluya e
interrelacione las cuestiones relacionadas con la producción y la gestión de do-
cumentos así como con la socialización de sus contenidos.
Idea fuerza 6. Urge así mismo el desarrollo de políticas públicas de apoyo de-
cidido a los archivos y sus profesionales.
Idea fuerza 7. El futuro trae incertidumbres en tanto las tecnologías se impo-
nen mientras los cambios sociales siguen creciendo. Solo un conocimiento pro-
fundo de este futuro nos permitirá actuar sobre él.
Idea fuerza 8. Para encarar el futuro de los archivos son necesarios ejercicios
de observación sistemática y rigurosa.
Idea fuerza 9. Son necesarios también programas de I + D para abordar el
desarrollo tecnológico en los archivos.

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Idea fuerza 10. La colaboración académico profesional, esto es, el acerca-
miento entre las dos fuerzas a partir de las que se construye el pensamiento ar-
chivístico: la formación y la investigación por un lado y la práctica profesional
por el otro.
Este proceso solo es posible desde el diálogo sistemático y organizado.

6.1.2 El enfoque prospectivo

Como quiera que el observatorio finalmente pretende el estudio del futuro ar-
chivístico una mirada parece obligada: la que proporcionan los denominados
estudios de futuro en general y en particular la prospectiva. En otro texto aún
inédito señalo que la prospectiva archivística es para mi, la investigación que se
plantea y se desarrolla para dar respuesta a los interrogantes y la incertidumbre
respecto al futuro de los archivos y de la archivística así como al estudio de los
factores de cambio que determinarán ese futuro. Dicho de otra manera, la pros-
pectiva archivística no es otra cosa que la aplicación al estudio de los archivos de
las técnicas que nos hacen posible el conocimiento y la anticipación sobre su fu-
turo con el fin de diseñar estrategias para promover su calidad y desarrollo inte-
gral. El enfoque o la mirada prospectiva nos permitirá:
• Anticipar los cambios o rupturas de la archivística con respecto al futuro;
• Identificar las nuevas tendencias;
• Conocer las actitudes y el poder de la comunidad archivística para hacer
frente a esos cambios y esas nuevas tendencias;
• Conocer la capacidad de la comunidad archivística para dar respuestas
a los posibles problemas de futuro;
• Potenciar la comunicación con todos los sectores y colectivos implica-
dos en el proceso archivístico ;
• Promover la comunicación entre todos los miembros de la comunidad
archivística;
• Definir puntos débiles y fuertes de la disciplina y su entramando tanto
teórico como práctico;
• Plantear retos inmediatos y futuros en el desarrollo de la archivística;
• Plantear el estudio de escenarios de futuro para el desarrollo social de la
archivística;

Entre las herramientas básicas con las que cuenta la prospectiva se cuenta
una gran variedad. Para los objetivos de este observatorio juegan un papel fun-

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damental todas las que incluyen la reflexión colectiva que permite identificar y
jerarquizar los principales retos y apuestas de futuro desde la participación co-
lectiva. Ninguno de ellos podría funcionar sin los elementos que ahora pasamos
a detallar.

6.2 El diálogo y el consenso

En tanto se pretende la construcción social del futuro archivístico en su con-


junto las investigaciones planteadas parten de la aplicación de las técnicas de
investigación propias de las ciencias sociales. De entre todas ellas tienen un pa-
pel relevante las que fundamentan su existencia en el diálogo por un lado y en
el consenso por el otro.

6.2.1 El diálogo

Si la finalidad última del Observatorio es la comprensión de las relaciones de la


archivistica, los archivos y sus profesionales con la sociedad toda su investigación
debe partir necesariamente del diálogo social, esto es el diálogo con sus diferentes
colectivos, de un modo especial con aquellos para los que el archivo representa un
elemento activo. El objetivo no es otro que obtener evidencias directas en espacios
y desde protagonistas directos: responsables de políticas archivísticas, productores
de documentos, archiveros y usuarios. Así los actores con los que el diálogo reviste
un especial interés se han agrupado en cuatro diferentes grupos a saber:
a) Grupos de decisión, en el que se incluyen todos aquellos miembros de la
sociedad capacitados para adoptar decisiones que luego han de ser lle-
vadas a término: políticos principalmente. En el estudio del futuro ar-
chivístico tienen un interés especial todos aquellos cuyas decisiones
impactan directamente sobre los archivos. No considero aquí solamen-
te los políticos con capacidad y competencias en materia archivística,
incluyo también todos aquellos cuyas decisiones finalmente implican
a los archivos: alcaldes, secretarios de ayuntamientos, concejales, etc.

El diálogo con este grupo tiene el objetivo principal de constatar el grado


de conocimiento sobre el archivo y sus profesionales, su funcionamiento, orga-
nización, con aquellos de los que depende su infraestructura y dotación princi-
palmente. También su planificación a corto, medio y largo plazo.

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b) Grupos de ejecución. Se entienden incluidos en este grupo todos aquellos
cuya principal función es hacer cumplir las decisiones de otros. En el
ámbito archivístico estamos hablando fundamentalmente de los ar-
chiveros encargados de aplicar las directrices y las direcciones adopta-
das por los diferentes miembros de los grupos de decisión.

El diálogo con este grupo tiene el objetivo principal de conocer la realidad


de los archivos desde el testimonio directo de sus protagonistas, esto es, de aque-
llos que tienen la información mas cualificada sobre los problemas, los inconve-
nientes, los retos, las oportunidades y las amenazas de los archivos y sus relaciones
con la sociedad. También para constatar la distancia entre la teoría y la práctica.
c) Grupos de opinión, se incluyen aquí todos los miembros de la sociedad
que por su actividad y o estima social tienen la capacidad de generar
opinión: intelectuales y comunicadores principalmente.

Con ellos el diálogo tiene una doble finalidad. Por un lado conocer desde
sus testimonios la percepción que tienen del archivo como fuente de informa-
ción y como herramienta de poder. Por el otro obtener información directa so-
bre su percepción de la sociedad con el fin de concretar las razones sobre el in-
terés o desinterés que la misma tiene acerca del archivo.
d) En un último grupo quedan incluidos todos los miembros de la socie-
dad que consideramos usuarios de archivo, bien que este uso sea mas o
menos habitual o bien que lo sea esporádico. En ambos casos se consi-
deran motivos de gestión, toma de decisiones, investigación, referen-
cia, o de mera curiosidad.

En ocasiones y debidamente organizados se ha de contemplar la posibili-


dad de que estos sean abiertos al público con el fin de multiplicar las miradas
cualitativas. También para generar, al tiempo que investigamos, una curiosidad
por el archivo, el archivero y la archivística.

6.2.2 El consenso

Del latín consensus, el diccionario de la Real Academia de la lengua española de-


fine consenso como el acuerdo producido por consentimiento entre todos los
miembros de un grupo o entre varios grupos o acuerdo de varias personas entre-
si. Como consensus gentium o consensus universal, desde antiguo ha sido considerado

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como posible prueba de una opinión especialmente en lo concerniente a asun-
tos del comportamiento social. En el ámbito de la investigación, en particular en
el de las ciencias sociales, las denominadas técnicas de consenso no han gozado
siempre, aún hoy no lo hacen, de una credibilidad y valor científico. Esto se re-
laciona con el hecho de que no existe razón alguna para aceptar como valida una
afirmación por el único hecho de que ha sido consensuada. Sin embargo asocia-
da a determinados objetivos, a determinadas fases de un proceso investigativo
pero de modo especial a áreas de investigación especialmente ligadas al ámbito
de lo social, el consenso adquiere el valor de marcar áreas de interés y perspecti-
vas de desarrollo que de otro modo difícilmente podríamos concretar.
En el estudio de la construcción social de la archivística y en particular en
la de su futuro ¿a que tipo de consenso debe tender el observatorio? ¿sobre que
asuntos? ¿entre que partes se ha producir este consenso? ¿a partir de que técni-
cas? Mas arriba he señalado como el proceso de socialización del archivo tiene
que ver con la presencia del mismo en las grandes funciones sociales pero sobre
todo tiene que ver con la comprensión acerca de su utilidad y su potencial por
parte de los responsables de aquellas funciones. Para su estudio el observatorio
ha creado diferentes mesas de trabajo cuya finalidad se concreta en:
• Desde la Observación: acumulación de evidencias respecto a la relación
archivos y función social: (archivos y justicia, archivos y salud, archivos
y compromiso, etc);
• Desde la Vigilancia: reunir información sobre las novedades que se pro-
duzcan en esa relación;
• Desde la Prospectiva: estudiar aplicando técnicas prospectivas y desde el
diálogo y el consenso cual es el futuro de esas relaciones.

El observatorio comienza su actividad con seis mesas de trabajo para el es-


tudio de las relaciones de los archivos con tres grandes funciones sociales: salud,
justicia y cultura. Para esta última a su vez se han abierto tres diferentes: arte, li-
teratura y cine. Se esta estudiando también el tema en el ámbito de la religión y el
compromiso social. Una última mesa se dedica a estudiar la percepción social de
la archivística desde el análisis de su imaginería. No están todas las funciones re-
presentadas, se irán creando otras hasta completar el círculo de funciones sociales.
Cada una de estas mesas está organizada para acometer las tres funciones
a las que antes me refiero: observación, vigilancia y prospectiva. Así cada una de
ellas estudia la presencia, la utilidad, el interés de los archivos y sus profesiona-
les en relación con: salud, justicia, religión, tecnología y cultura en sus diferentes
manifestaciones. Para ello se aplican técnicas de observación sistemática.

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Tabla 2: Metodología general para cada mesa de trabajo
OBSERVACION VIGILANCIA PROSPECTIVA
OBJETIVOS OBJETIVOS OBJETIVOS
Presencia de los archivos Actualización del conocimiento Puntos débiles y fuertes
correspondientes en red archivístico Estudio de tendencias
Tratamiento informativo Renovación tecnológica
METODOLOGIA METODOLOGÍA METODOLOGÍA
Seguimiento de noticias Revisiones sistemáticas Talleres de prospectiva
Entrevistas Grupos de discusión
Estudios prospectivos

Con la supervisión del equipo permanente de investigación del observato-


rio cada mesa es coordinada por un doctorando que en la fase actual se encarga
de reunir la información que en una fase posterior será analizada desde la cola-
boración de diferentes expertos en cada área.

6.3 Equipo

Por la complejidad del objeto de análisis el equipo reviste un interés espe-


cial. Su diseño ha respondido de acuerdo con los fines y objetivos del Observa-
torio a tres principios básicos:
• la colaboración entre docentes, investigadores y profesionales en el área
de la archivística;
• la multi e interdisciplinaridad, en tanto en las relaciones que pretende-
mos estudiar tienen mucho que ver y han de ser analizadas desde dife-
rentes áreas de conocimiento;
• la flexibilización en su estructura para facilitar en todo momento la in-
corporación de expertos en tal o cual área de acuerdo con el progreso de
las investigaciones.

En sus inicios el equipo quedó estructurado como sigue:

Tabla 6

DIRECCIÓN
COORDENACIÓN

EQUIPO DE PERMANENTE EQUIPO DE PERMANENTE EQUIPO DE PERMANENTE EQUIPO DE PERMANENTE EQUIPO DE PERMANENTE
DE INVESTIGACIÓN DE INVESTIGACIÓN DE INVESTIGACIÓN DE INVESTIGACIÓN DE INVESTIGACIÓN

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De manera permanente el observatorio está integrado por tres miembros
pertenecientes a universidades de tres países diferentes: España, Brasil y Méxi-
co. Corresponde a este grupo permanente la propuesta y el desarrollo de los
proyectos de investigación del observatorio. Como quiera que se trata de tres
países y tres universidades con culturas y condiciones de investigación diferen-
tes la coordinación es fundamental para garantizar que en el desarrollo de estas
investigaciones no influya negativamente ninguna de estas culturas y/o condi-
ciones. Mas bien al contrario se persigue garantizar la inclusión en los diferentes
proyectos de todos los elementos que permitan una visión mucho mas amplia e
integradora de las diferentes realidades archivísticas.
Por lo que hace al grupo de analistas se ha contado con los docentes en ar-
chivística de las principales universidades en los mismos países ya señalados. El
número es ostensiblemente mayor en lo que se refiere a la universidad española.
Este hecho no responde a ningún criterio científico si no mas bien a una cues-
tión práctica. En tanto el observatorio fundamenta en el diálogo y el consenso
toda su actividad en una primera fase parecía lógico buscar la colaboración de
aquellos cuya presencia física fuera mas ágil.
Por lo que se refiere al Comité Multidisciplinar en tanto se pretende estudiar
la relación de la archivística, los archivos, los archiveros con la sociedad, esto es
la construcción social del archivo, las investigaciones del Observatorio debían
partir de un conocimiento profundo de la misma. El Comité Multidisciplinar
se ha diseñado pensando en los aspectos mas sobresalientes de esa sociedad que
implican necesariamente al archivo en tanto el archivo representa para ellas un
elemento clave de eficiencia y desarrollo: derecho, historia, justicia, salud, eco-
nomía, artes. Se ha considerado así mismo la utilidad y el interés del aporte me-
todológico de áreas como sociología, antropología y comunicación. El equipo
multidisciplinar tiene asignadas dos funciones fundamentales:
a) facilitar a los observadores la información necesaria para explorar los dife-
rentes espacios sociales y las áreas de conocimiento en las que se enmarcan
las relaciones de la archivística con la sociedad. En este sentido, es preciso
señalar que en el momento de su creación y puesta en funcionamiento, no
están representadas todas ellas, se tiene la previsión de ir incrementando la
relación en la medida en que progresen las investigaciones;
b) facilitar al Observatorio la información sobre los canales mas adecua-
dos para la difusión de los resultados.

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Tabla 3: Áreas de conocimiento presentes en el equipo multidisciplinar
AREAS DE CONOCIMIENTO N. DE NVESTIGADORES
Antropología 2
Artes visuales 2
Ciencias y técnicas historiográficas 1
Comunicación, comunicación científica 2
Derecho , derecho administrativo, derecho civil, filosofía del derecho 3
Economía, economía de la empresa 1
Historia, historia de la ciencia 1
Medicina y salud 2
Sociología 1
TOTAL AREAS TOTAL INVESTIGADORES
9 15

Por fin y en su línea de participación y debate, el observatorio ha buscado


la colaboración de otros grupos de investigación. Los criterios que se han segui-
do para buscar esta colaboración han sido fundamentalmente dos. Por un lado
se ha buscado la colaboración con equipos de investigación cuya actividad prio-
ritaria tenga una vinculación temática con la del Observatorio. Por el otro la co-
laboración de grupos cuya metodología de análisis pueda apoyar diferentes pro-
yectos del Observatorio.

7. Previsión de resultados

Por la complejidad del modelo propuesto los resultados que se persiguen son de
muy diferente naturaleza. El cuadro que sigue presenta una sistematización de
los mismos desde una breve descripción y una clasificación básica de los mismos.

Tabla 4: Esquema de resultados previsibles desde el OPAS


TIPO DESCRIPCION CLASIFICACIÓN
EVIDENCIAS Información disponible que ilustre la relación ar- EVIDENCIA NO CIENTIFICA: Noti-
chivos y sociedad y que nos permita después de- cias aparecidas en prensa respec-
finir estrategias de actuación to a los archivos
EVIDENCIA CIENTIFICA:
Resultados de investigación

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TIPO DESCRIPCION CLASIFICACIÓN
INDICADORES Referencias con valor cuantitativo o cualitativo INDICADORES CUANTITATIVOS
desde datos, opiniones, percepciones o medidas INDICADORES CUALITATIVOS
DOCUMENTOS Documentos que recogen recomendaciones con- Libro blanco para la convivencia
DE CONSENSO sensuadas por un grupo de expertos respecto de de archivos y sociedad
diferentes situaciones de posible conflicto Libro blanco sobre políticas publi-
cas de archivo
ESTUDIOS Factores claves, tendencias y escenarios de futu- EL futuro de la disciplina
PROSPECTIVOS ro de la archivistica, la gestión de documentos y El futuro de la profesión
sus profesionales El futuro de los archivos
El futuro de las políticas públicas
de archivo

8. Conclusiones

Los cambios sociales y tecnológicos afectan de un modo especial a la archivís-


tica razón por la cual su futuro es especialmente incierto. La observación siste-
mática y la prospectiva pueden ayudarnos a construir un futuro social deseable
para la archivística y la gestión de documentos. En este sentido el OPAS se ha
diseñado como modelo de análisis de ese doble aspecto: las relaciones de los
archivos con la sociedad y las perspectivas sobre su futuro con el fin de poder
actuar sobre él.
Como tal modelo este observatorio ha de reunir evidencias respecto a esa
relación de los archivos con la sociedad, definir indicadores para su medición y
evaluación, diseñar estrategias para su desarrollo. Se propone también identifi-
car factores claves y tendencias de futuro en estas relaciones., con el fin de dise-
ñar escenarios de futuro para la disciplina y sus profesionales.
El modelo propuesto parte del análisis de las relaciones de los archivos con
los distintos ámbitos de la sociedad donde estos tienen un papel activo: salud,
justicia, seguridad y defensa, cultura, educación, etc.
Se sustenta en tres elementos claves que constituyen la fundamentación
de su metodología: la anticipación como enfoque prospectivo, un conjunto de
técnicas basadas en el diálogo y el consenso y un equipo multidisciplinar.
Podemos concluir finalmente que en tanto el origen de la incertidumbre
respecto al futuro en el ámbito de la archivística procede de los cambios socia-
les y de las innovaciones tecnológicas los observatorios de prospectiva están es-
pecialmente indicados al permitirnos por un lado la identificación de variables
clave y por el otro el análisis de tendencias de futuro en relación con esas varia-

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bles o factores clave, dos elementos que nos permiten concebir los escenarios
del futuro de la archivística, los archivos y sus profesionales.

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Notas

1 Cf. GILLILAND-SWETLAND, Anne J. Enduring paradigm, new opportunities: the value of the ar-
chival perspective in the digital environment. Washington, D.C.: Council on Library and Information
Resources, 2000; COOK, Terry. Archival science and postmodernism: new formulations for
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cumentos electrónicos. Priego, Córdoba, 2001; BORGLUND, Erik. Operational use of electronic
records in police work. Information Research: an International Journal, v. 10, n. 4, 2005.
2 Cf. DELMAS, Bruno. Archival science facing the information society. Archival Science, v. 1, n. 1,
p. 25-37, 2001; COOK, op. cit.
3 Cf. COOK, Terry; HERNÁNDEZ-OLIVERA, Luis (edit). Combates por la memoria: ar-
chivística de la posmodernidad. Tabula, Salamanca, ACAL, n. 10, 2007.
4 HILLMANN, Karl-Heinz. Diccionario enciclopédico de sociología. Barcelona: Heder Editorial,
2005.
5 MORÁN-SUAREZ, María Antonia; RODRÍGUEZ-LÓPEZ, María del Carmen (edit). La
documentación para la investigación homenaje a José Antonio Martin-Fuertes. León: Universidad de León,
Secretariado de Publicaciones y Medios Audiovisuales, 2002.
6 Ampliamente expuesto en MARTIN-POZUELO, M. P. Prospectiva archivística: nuevas
cuestiones, enfoques y métodos de investigación científica. Revista Española de Documentación Cien-
tífica, v. 33, n. 2, p. 201-224, 2010.

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