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Renascimento

comercial e
urbano
Cruzadas
As cruzadas foram expedições militares realizadas entre
os séculos XI e XIII, lideradas pela Igreja Católica, cujo
objetivo era retomar as terras consideradas sagradas pela
cristandade que haviam sido tomadas pelos muçulmanos.
Objetivavam, portanto, por fim ao cerco territorial que os
muçulmanos vinham impondo aos cristãos na Europa.

Além dos motivos religiosos, outros fatores influenciaram


na organização das cruzadas: o crescimento demográfico
europeu e a persistência do direito de primogenitura.
Discurso do Papa Urbano II (1095)
Ó Francos, vós não sedes habilidosos cavaleiros?
Poderosos guerreiros ao serviço da palavra de Deus?
Próximos a São Miguel na habilidade de expurgar o mal
pela espada?
Dêem um passo a frente!
Não mais levantarão as espadas entre si, ceifando vidas e pecando
contra o Evangelho. Aproximem-se guerreiros abençoados.
(…)
Nós apelamos às vossas espadas! Lutai contra a amaldiçoada raça
que avilta a terra sagrada, Jerusalém, fértil acima de todas outras.
Glorificai as peregrinações para o centro do mundo, consagrai-vos à
Paixão de Jesus Cristo! Tornai-vos dignos da Redenção pela Sua
morte! Glorificai seu túmulo!
Mapa do Mundo,
Psalter,
ca. 1260
A tomada de Jerusalém durante a
Primeira Cruzada

Sébastien Mamerot, Les


Passages d'outre mer. Séc. XV.
Ordens militares medievais
Cruzadas
“Uma das coisas surpreendentes de que se fala é que, embora o fogo
da discórdia queime entre as duas partes, muçulmano e cristão, dois
exércitos deles podem se encontrar e se dispor em ordem de batalha,
e ainda assim os viajantes muçulmanos e cristãos irão e virão entre
sem interferência. A este respeito vimos nesta época… a partida de
Saladino com todas as tropas muçulmanas para sitiar a fortaleza de
Kerak… mas mesmo assim as caravanas passaram sucessivamente
do Egito a Damasco, passando pelas terras dos francos sem
impedimento deles… Os soldados empenham-se na guerra, enquanto
o povo está em paz e o mundo vai para aquele que vence”.
Efeitos das Cruzadas
• Intensificação dos contatos entre Ocidente
e Oriente;
• Reabertura do Mar Mediterrâneo ao
comércio da Europa;
• Desenvolvimento de uma classe que vivia
do comércio - Burguesia.
As trocas
"Respondamos que (... ) as trocas são de duas maneiras: 1ª -
como natural e necessária, isto é, de coisa por coisa ou de coisa
por dinheiro, por causa das necessidades da vida: tal troca não
pertence propriamente aos mercadores, mas antes aos chefes de
família ou do Estado, que têm de prover a sua casa ou a
população das coisas necessárias para a vida. 2a - a outra
espécie de troca é a de dinheiro por dinheiro ou coisas por dinheiro,
não para satisfazer as necessidades da vida, mas para obter
algum lucro: esta negociação parece, propriamente falando,
pertencer aos mercadores ( ... ). Em conseqüência, a primeira
espécie de troca é louvável, porque serve às necessidades
naturais; mas a segunda é censurada com justiça, porque tomada
em si mesma, fomenta a cobiça do lucro, que não conhece limites,
antes tende ao infinito."

São Tomás de Aquino, Suma Teológica.


Como tornar-se um mercador
“Godric decidiu não levar a vida de camponês, mas
estudar... Foi por isso que, como aspirava a ser
comerciante, começou por ser vendedor ambulante e
aprendeu a ganhar dinheiro vendendo mercadorias de
pouco valor (...) e, depois, de grande valor (...) No
princípio percorria as aldeias e as chácaras dos
arredores com pequenos artigos; depois, pouco a
pouco, associou-se com mercadores da cidade. Assim
adquiriu experiência, percorrendo cidades e burgos,
castelos, feiras e mercados”.
Reginaldo de Durham. Vida de Santo Godric Século XI.
Corporações de Ofício
"Faz-se saber que Lotin, filho de Mathieu de Kaserie,
deve residir com Jacquemon Cochest, fabricante de
facas, durante seis anos seguidos. Jacquemon deve
assegurar-lhe cama, bebida, comida e deve ensinar-lhe
o dito ofício. Pode mandá-lo a toda parte, dentro e fora
da cidade. Mathieu deve fornecer a seu filho vestuário e
calçado. Se Lotin faltar ao trabalho um dia, deverá
repô-lo ao fim de seis anos."

Contrato de aprendizagem em Tournai - 1324.


Formação dos Burgos
“Para as necessidades dos habitantes da fortaleza,
começaram a se estabelecer junto à sua porta
negociantes, depois taberneiros, hospedeiros para
alimentar e abrigar os que mantinham negócios com o
senhor (. .. ) Os habitantes de tal maneira se
agarravam ao local que em breve aí nasceu uma
cidade importante que ainda conserva o seu nome
vulgar de Ponte, porque "burgghe" significa ponte em
linguagem vulgar.”
Jean le Long, Crônica de S. Bertino. Século XI.
Carcassonne - França
Óbidos - Portugal

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