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Direito Lei Orgânica Nacional


Institucional do Ministério Público
Professor Rafhael Nepomuceno
Direito Ins tucional – Lei Orgânica do Ministério Público

Professor Ra ael Nepomuceno

Promotor de Jus ça no Ministério Público do Estado do Ceará (aprovado


em 2º lugar - FCC - 2011). Aprovado no cargo de Promotor de Jus ça no
Ministério Público de Alagoas (10º lugar -FCC - 2012). Especialista em
Direito Civil e Processual Civil. Professional Coach formado pela Sociedade
La no Americana de Coaching.

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Sumário

1.Introdução .........................................................................................................3
2. O Ministério Público na Cons tuição .................................................................4
3. Lei Orgânica Nacional do Ministério Público - Lei 8.625/93 ................................5
4. Questões de Concursos ...................................................................................31

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1 INTRODUÇÃO
Neste material, que apresenta trecho de conteúdo trabalhado pelo Edital Mege de
Ministério Público, trataremos de informações basilares para melhor compreensão inicial do
Direito Ins tucional como matéria autônoma. Não se trata, neste demonstra vo de ebook, do
formato completo apresentado aos alunos do Mege, que ainda contam com revisão dos
assuntos selecionados através de questões de concursos e simulados inéditos. Sem perder a
obje vidade concurseira que tanto prezamos e atentos à necessidade de estudo global para
formação da base interdisciplinar dos futuros promotores de jus ça. Vale frisar que Dirieito
Ins tucional pode se cobrado em Cons tucional, Administra vo, Difusos, Processo Penal, entre
outras disciplinas. O que torna uma revisão extremamente efe va para reversão em pontos
decisivos. Bons estudos!

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2 O MINISTÉRIO PÚBLICO NA CONSTITUIÇÃO
Com relação à estrutura dos Ministérios Públicos, embora já mencionado no ponto de
direito cons tucional, necessário aprofundar que o Ministério Público junto ao Tribunal de
Contas não faz parte do Ministério Público tratado nos arts. 127 a 130-A, da Cons tuição
Federal. Ao julgar a ADI 789, o STF entendeu que o rol do art. 128, CF, é taxa vo.
Da mesma forma, não podem, nos Estados, os membros do Ministério Público atuar
junto aos Tribunais de Contas estaduais e municipais (ADI 3192, Rel. Min. Eros Grau, j.
24/05/2006). Assim, de se considerar incons tucional qualquer disposição em Leis Orgânicas
dos Ministérios Públicos que tragam previsão de atuação perante os Tribunais de Contas.
Com fundamento no entendimento proferido pelo STF, o CNMP editou a resolução nº
22/2007, que determina o retorno dos membros do Ministério Público que vinham atuando
junto a Tribunais de Contas estaduais às suas funções normais, estabelecendo prazo para tanto.

A banca FCC, no concurso para o cargo de Promotor de Jus ça do MP-CE cobrou o assunto,
entendendo como correta a afirmação: “Sobre a organização ins tucional do Ministério
Público, é correto afirmar que: d) não abrange o Ministério Público junto ao Tribunal de
Contas, que não dispõe de fisionomia ins tucional própria e - não obstante as expressivas 4
garan as de ordem subje va concedidas aos seus membros - se encontra consolidado na
"in midade estrutural" da Corte de Contas”.

Além disso, registre-se que o Ministério Público da União – MPU é regulado pela LC
75/93, cuja aplicação aos Ministérios Públicos estaduais se dá de forma subsidiária, nos termos
do art. 80, da Lei nº 8.625/93.
Nosso presente estudo terá por base a Lei nº 8.625/93 – Lei Orgânica Nacional do
Ministério Público, que traz normas gerais a serem seguidas pelos Ministérios Públicos
estaduais, deixando a cargo dos Estados o detalhamento da matéria, a ser feito mediante Lei
Complementar estadual.
Nesse sen do, o art. 2º, da Lei 8.625/93:

Art. 2º Lei complementar, denominada Lei Orgânica do Ministério Público, cuja


inicia va é facultada aos Procuradores-Gerais de Jus ça dos Estados, estabelecerá, no
âmbito de cada uma dessas unidades federa vas, normas específicas de organização,
atribuições e estatuto do respec vo Ministério Público.

Observação:
Recomendamos ao aluno a leitura da Lei Orgânica Estadual do Ministério Público de seu
interesse, a fim de conhecer as peculiaridades de cada ente.

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3 LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO – LEI 8.625/93
2.1 Natureza jurídica da Lei 8.625/93

A Lei 8.625/93 sucede a Lei Complementar Federal 40, de 14 de dezembro de 1981.


Trata-se de lei ordinária, o que gerou profundas crí cas pela doutrina especializada.
De acordo com Hugo Nigro Mazzilli: “invocando o critério formal (o art. 61, § 1º, II, d, da
CF, não é expresso em exigir lei complementar), errou o legislador federal ao organizar o
Ministério Público dos Estados por lei ordinária. Preferível vesse seguido o critério material ou
sistemá co: sob pena de agressão ao princípio federa vo, as limitações originárias à auto-
organização dos Estados-membros, ao seu poder cons tuinte decorrente e ao seu poder
norma vo complementar só podem ser impostas no estatuto polí co máximo da Federação ou
em lei complementar federal”.
Ressalte-se, porém, que apesar das crí cas a esse respeito, a Lei 8.625/93 é
formalmente cons tucional, porquanto a CF/88 não exigiu aprovação de Lei Complementar
para tanto, ao contrário do que era previsto na Cons tuição de 1969.
Observação:
5
Quem é legi mado para propor alteração da Lei 8.625/93?
Essa pergunta já foi formulada mais de uma vez pelas bancas de Ministério Público, como por
ex., MP/AM e MP/SP.
Trata-se de inicia va priva va do Presidente da República, por força do art. 61,§1º, II, 'd', da
CF:
§ 1º São de inicia va priva va do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:
(..)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas
gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios.
Deve-se ter atenção, no entanto, ao enunciado da questão. No caso da Lei Orgânica
ESTADUAL, o Colégio de Procuradores é legi mado a propor, ao PGJ, modificações na Lei
Orgânica, nos termos do art. 12, II, da Lei 8.625/93.

2.2 Disposições Gerais da Lei 8.625/93

De acordo com a Lei 8.625/93:

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Art. 1º O Ministério Público é ins tuição permanente, essencial à função jurisdicional
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrá co e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.

Tal definição é repe ção do que dispõe a CF, no art. 127, caput.
Necessário destacar, deste conceito, as seguintes caracterís cas do Ministério Público:
· Ins tuição permanente – é perene e, como órgão de Estado, exerce parcela de sua
soberania;
· Ins tuição essencial à função jurisdicional do Estado – embora não atue em todos os
processos judiciais, mas apenas naqueles em que há interesse público ou interesse
individual indisponível.

Observação:

Apesar der ser essencial à função jurisdicional, a ela não se limita. De se ressaltar que o
Ministério Público exerce diversas funções extrajudiciais, a exemplo do controle externo da
a vidade policial, dentre outras.
6
2.2.1. Princípios que regem o Ministério Público

Art. 1º, Parágrafo único. São princípios ins tucionais do Ministério Público a unidade,
a indivisibilidade e a independência funcional.

- Princípio da unidade:
Todos os Ministérios Públicos mencionados no art. 128, I e II, da CF, cons tuem uma
ins tuição única, havendo as divisões ali enumeradas apenas para fins de eficiência. Trata-se,
em verdade, de um mesmo órgão, com as mesmas finalidades ins tucionais.
- Indivisibilidade:
O membro do Ministério Público não age em nome próprio, mas sim, em nome da
ins tuição. Segundo Pontes de Miranda, os membros do parquet – Promotores e Procuradores
de Jus ça – são “presentantes” do Ministério Público e, por isso, podem ser subs tuídos uns
pelos outros, conforme o estabelecido em lei.
- Independência funcional:
Cada membro, no exercício de suas funções ins tucionais, deve atuar de acordo com o
seu livre convencimento, não tendo qualquer obrigação de seguir orientações dos órgãos da
Administração Superior.

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Observação:

Princípio do Promotor Natural – embora não previsto expressamente no texto


cons tucional, o princípio é amplamente aceito. Trata-se de uma regra de distribuição de
feitos predeterminada, que não pode ser livremente alterada – ressalvados os casos
expressamente previstos pela lei – evitando-se, assim, o acusador de exceção.
Pela ressalva é possível, portanto, haver situações em que o feito passa de um membro a
outro, como, por exemplo, a prevista no art. 10, IX, 'g' (possibilidade de o PGJ designar
membro do Ministério Público para, por ato excepcional e fundamentado, exercer as funções
processuais afetas a outro membro da ins tuição, submetendo sua decisão previamente ao
Conselho Superior do Ministério Público).

2.2.2. Autonomia funcional, administra va e financeira

Art. 3º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional, administra va e


financeira, cabendo-lhe, especialmente:
I - pra car atos próprios de gestão;
II - pra car atos e decidir sobre a situação funcional e administra va do pessoal, a vo e 7
ina vo, da carreira e dos serviços auxiliares, organizados em quadros próprios;
III - elaborar suas folhas de pagamento e expedir os competentes demonstra vos;
IV - adquirir bens e contratar serviços, efetuando a respec va contabilização;
V - propor ao Poder Legisla vo a criação e a ex nção de cargos, bem como a fixação e o
reajuste dos vencimentos de seus membros;
VI - propor ao Poder Legisla vo a criação e a ex nção dos cargos de seus serviços
auxiliares, bem como a fixação e o reajuste dos vencimentos de seus servidores;
VII - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos
de remoção, promoção e demais formas de provimento derivado;
VIII - editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que importem em vacância de
cargos e carreira e dos serviços auxiliares, bem como os de disponibilidade de
membros do Ministério Público e de seus servidores;
IX - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Procuradorias e Promotorias
de Jus ça;
X - compor os seus órgãos de administração;
XI - elaborar seus regimentos internos;
XII - exercer outras competências dela decorrentes.
Parágrafo único As decisões do Ministério Público fundadas em sua autonomia
funcional, administra va e financeira, obedecidas as formalidades legais, têm eficácia
plena e executoriedade imediata, ressalvada a competência cons tucional do Poder

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Judiciário e do Tribunal de Contas.

O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites


estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, encaminhando-a diretamente ao
Governador do Estado, que a submeterá ao Poder Legisla vo.
Os recursos correspondentes às suas dotações orçamentárias próprias e globais,
compreendidos os créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de
cada mês, sem vinculação a qualquer po de despesa.
A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do
Ministério Público, quanto à legalidade, legi midade, economicidade, aplicação de dotações e
recursos próprios e renúncia de receitas, será exercida pelo Poder Legisla vo, mediante
controle externo e pelo sistema de controle interno estabelecido na Lei Orgânica.

2.2.3. Organização do Ministério Público


Órgãos de Administração Órgãos de execução Órgãos auxiliares

1. Procuradoria-Geral de Jus ça; 1. Procurador-Geral de Jus ça; 1. Centros de Apoio Operacional;


2. Colégio de Procuradores de 2. Conselho Superior do Ministério 2. a Comissão de Concurso;
Jus ça; Público;
8
3. o C ent ro d e E st u d o s e
3 . C o n s e l h o S u p e r i o r d o 3. Procuradores de Jus ça; Aperfeiçoamento Funcional;
Ministério Público; 4. Promotores de Jus ça. 4. os órgãos de apoio
4 . C o r re g e d o r i a - G e ra l d o administra vo;
Ministério Público. 5. os estagiários.
5. Procuradorias de Jus ça;
6. Promotorias de Jus ça.
*Atenção a essa divisão. É recorrente a cobrança em provas de Ministério Público.

2.2.3.1. Órgãos de Administração

- Procuradoria Geral de Jus ça


O PGJ é escolhido mediante a formação de lista tríplice, dentre Procuradores de Jus ça
integrantes da carreira, e será nomeado pelo Chefe do Poder Execu vo, para mandato de dois
anos, permi da uma recondução – observado o mesmo procedimento.

Observação:

A LC 75/93 não menciona quantas reconduções o Procurador Geral da República pode ter.

A eleição da lista tríplice far-se-á mediante voto plurinominal de todos os integrantes


da carreira, Procuradores e Promotores de Jus ça.

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Caso o Chefe do Poder Execu vo não efe ve a nomeação do Procurador-Geral de Jus ça,
nos quinze dias que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será inves do automa camente
no cargo o membro do Ministério Público mais votado, para exercício do mandato.
A des tuição do Procurador-Geral de Jus ça ocorrerá por inicia va do Colégio de
Procuradores, devendo ser precedida de autorização de um terço dos membros da Assembleia
Legisla va.
Atribuições do PGJ:

Art. 10. Compete ao Procurador-Geral de Jus ça:


I - exercer a chefia do Ministério Público, representando-o judicial e
extrajudicialmente;
II - integrar, como membro nato, e presidir o colégio de Procuradores de Jus ça e o
Conselho Superior do Ministério Público;
III - submeter ao Colégio de Procuradores de Jus ça as propostas de criação e ex nção
de cargos e serviços auxiliares e de orçamento anual;
IV - encaminhar ao Poder Legisla vo os projetos de lei de inicia va do Ministério Público;
V - pra car atos e decidir questões rela vas à administração geral e execução
orçamentária do Ministério Público; 9
VI - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos
de remoção, promoção, convocação e demais formas de provimento derivado;
VII - editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que importem em vacância de
cargos da carreira ou dos serviços auxiliares e atos de disponibilidade de membros do
Ministério Público e de seus servidores;
VIII - delegar suas funções administra vas;
IX - designar membros do Ministério Público para:
a) exercer as atribuições de dirigente dos Centros de Apoio Operacional;
b) ocupar cargo de confiança junto aos órgãos da Administração Superior;
c) integrar organismos estatais afetos a sua área de atuação;
d) oferecer denúncia ou propor ação civil pública nas hipóteses de não confirmação de
arquivamento de inquérito policial ou civil, bem como de quaisquer peças de informações;
e) acompanhar inquérito policial ou diligência inves gatória, devendo recair a escolha
sobre o membro do Ministério Público com atribuição para, em tese, oficiar no feito,
segundo as regras ordinárias de distribuição de serviços;
f) assegurar a con nuidade dos serviços, em caso de vacância, afastamento
temporário, ausência, impedimento ou suspeição de tular de cargo, ou com
consen mento deste;
g) por ato excepcional e fundamentado, exercer as funções processuais afetas a outro
membro da ins tuição, submetendo sua decisão previamente ao Conselho Superior

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do Ministério Público;
h) oficiar perante a Jus ça Eleitoral de primeira instância, ou junto ao Procurador-
Regional Eleitoral, quando por este solicitado;

CUIDADO! Muito embora a Lei 8.625/93 mencione ser competência do Procurador Geral de
Jus ça a designação de membros para oficiar perante a Jus ça Eleitoral de primeira instância,
é de suma importância saber que essa designação tem natureza de indicação. Quem designa
os Promotores de Jus ça estaduais para atuação perante os Juízes e Juntas eleitorais é o
Procurador Regional Eleitoral (após indicação do PGJ). Isso foi perguntado na prova oral do
MP-SP 2017/2018.
Sobre o tema, o Plenário do STF, por maioria de votos, julgou improcedente a ADI 3802
ajuizada pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) para
ques onar disposi vo da Lei Complementar 75/1993 (Estatuto do Ministério Público da
União) que confere ao Procurador Regional Eleitoral a incumbência de designar os membros
do Ministério Público estadual que atuarão junto à Jus ça Eleitoral.
De acordo com o relator, Min. Dias Toffoli, “A subordinação hierárquico-administra va, não
funcional, do promotor eleitoral é estabelecida em relação ao procurador regional eleitoral e
não ao procurador-geral de Jus ça. Ante este quadro, nada mais lógico que o ato formal de 10
designação do promotor para a função eleitoral ser feita exatamente pelo Ministério Público
Federal, e não pelo Ministério Público local”.

X - dirimir conflitos de atribuições entre membros do Ministério Público, designando


quem deva oficiar no feito;
XI - decidir processo disciplinar contra membro do Ministério Público, aplicando as
sanções cabíveis;
XII - expedir recomendações, sem caráter norma vo aos órgãos do Ministério Público,
para o desempenho de suas funções;
XIII - encaminhar aos Presidentes dos Tribunais as listas sêxtuplas a que se referem os
arts. 94, caput, e 104, parágrafo único, inciso II, da Cons tuição Federal;
XIV - exercer outras atribuições previstas em lei.

Além destas previsões, e sem prejuízo da Lei Orgânica local e da CF, compete ainda ao
PGJ, nos termos do art. 29:

I - representar aos Tribunais locais por incons tucionalidade de leis ou atos


norma vos estaduais ou municipais, em face da Cons tuição Estadual;
II - representar para fins de intervenção do Estado no Município, com o obje vo de
assegurar a observância de princípios indicados na Cons tuição Estadual ou prover a

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execução de lei, de ordem ou de decisão judicial;
III - representar o Ministério Público nas sessões plenárias dos Tribunais;
IV - (Vetado);
V - ajuizar ação penal de competência originária dos Tribunais, nela oficiando;
VI - oficiar nos processos de competência originária dos Tribunais, nos limites
estabelecidos na Lei Orgânica;
VII - determinar o arquivamento de representação, no cia de crime, peças de
informação, conclusão de comissões parlamentares de inquérito ou inquérito policial,
nas hipóteses de suas atribuições legais;
VIII - exercer as atribuições do art. 129, II e III, da Cons tuição Federal, quando a
autoridade reclamada for o Governador do Estado, o Presidente da Assembleia
Legisla va ou os Presidentes de Tribunais, bem como quando contra estes, por ato
pra cado em razão de suas funções, deva ser ajuizada a competente ação;
IX - delegar a membro do Ministério Público suas funções de órgão de execução.

A banca do MP-AM (FMP concursos), já cobrou o assunto, entendendo como correta afirmação:
“o Procurador-Geral de Jus ça pode delegar para outro membro da Ins tuição sua atribuição
originária como órgão de execução”.
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- Colégio de Procuradores
É composto por todos os Procuradores de Jus ça. Nos Ministérios Públicos em que o
número de Procuradores de Jus ça for superior a 40, poderá ser cons tuído Órgão Especial,
cuja composição e número de integrantes a Lei Orgânica local fixará.

Observação:

Não haverá atuação do Órgão Especial em algumas hipóteses, nas quais a lei exige o quórum
de todos os Procuradores de Jus ça (atuação do Colégio de Procuradores, portanto), como,
por exemplo, a propositura de des tuição do Procurador-Geral de Jus ça ao Poder
Legisla vo, a eleição do Corregedor-Geral, dentre outras hipóteses legalmente previstas.

As competências do Colégio de Procuradores vêm descritas no art 12:

I - opinar, por solicitação do Procurador-Geral de Jus ça ou de um quarto de seus


integrantes, sobre matéria rela va à autonomia do Ministério Público, bem como
sobre outras de interesse ins tucional;
II - propor ao Procurador-Geral de Jus ça a criação de cargos e serviços auxiliares,
modificações na Lei Orgânica e providências relacionadas ao desempenho das
funções ins tucionais;
III - aprovar a proposta orçamentária anual do Ministério Público, elaborada pela

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Procuradoria-Geral de Jus ça, bem como os projetos de criação de cargos e serviços
auxiliares;
IV - propor ao Poder Legisla vo a des tuição do Procurador-Geral de Jus ça, pelo voto
de dois terços de seus membros e por inicia va da maioria absoluta de seus
integrantes em caso de abuso de poder, conduta incompa vel ou grave omissão nos
deveres do cargo, assegurada ampla defesa;
V - eleger o Corregedor-Geral do Ministério Público;
VI - des tuir o Corregedor-Geral do Ministério Público, pelo voto de dois terços de seus
membros, em caso de abuso de poder, conduta incompa vel ou grave omissão nos
deveres do cargo, por representação do Procurador-Geral de Jus ça ou da maioria de
seus integrantes, assegurada ampla defesa;
VII - recomendar ao Corregedor-Geral do Ministério Público a instauração de
procedimento administra vo disciplinar contra membro do Ministério Público;
VIII - julgar recurso contra decisão:
a) de vitaliciamento, ou não, de membro do Ministério Público;
b) condenatória em procedimento administra vo disciplinar;
c) proferida em reclamação sobre o quadro geral de an guidade;
d) de disponibilidade e remoção de membro do Ministério Público, por mo vo de
interesse público; 12
e) de recusa prevista no § 3º do art. 15 desta lei;
IX - decidir sobre pedido de revisão de procedimento administra vo disciplinar;
X - deliberar por inicia va de um quarto de seus integrantes ou do Procurador-Geral de
Jus ça, que este ajuíze ação cível de decretação de perda do cargo de membro vitalício
do Ministério Público nos casos previstos nesta Lei;
XI - rever, mediante requerimento de legí mo interessado, nos termos da Lei
Orgânica, decisão de arquivamento de inquérito policial ou peças de informações
determinada pelo Procurador-Geral de Jus ça, nos casos de sua atribuição originária;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - desempenhar outras atribuições que lhe forem conferidas por lei.
Parágrafo único. As decisões do Colégio de Procuradores da Jus ça serão mo vadas e
publicadas, por extrato, salvo nas hipóteses legais de sigilo ou por deliberação da
maioria de seus integrantes.

- Conselho Superior
A composição, inelegibilidade e prazos de sua cessação, posse e duração do mandato dos
integrantes do Conselho Superior do Ministério Público deverá ser prevista na Lei Orgânica
local, respeitadas algumas disposições, previstas na Lei nº 8.625/93:
· O Procurador-Geral de Jus ça e o Corregedor-Geral serão, necessariamente,

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membros natos do Conselho Superior;
· Para atuarem no quadro, são elegíveis somente Procuradores de Jus ça que não
estejam afastados da carreira;
· O eleitor poderá votar em cada um dos elegíveis até o número de cargos postos em
eleição, na forma da lei complementar estadual.
As competências do Conselho Superior estão previstas no art. 15 da Lei:

Art. 15. Ao Conselho Superior do Ministério Público compete:


I - elaborar as listas sêxtuplas a que se referem os arts. 94, caput e 104, parágrafo único,
II, da Cons tuição Federal;
II - indicar ao Procurador-Geral de Jus ça, em lista tríplice, os candidatos a remoção ou
promoção por merecimento;
III - eleger, na forma da Lei Orgânica, os membros do Ministério Público que integrarão
a Comissão de Concurso de ingresso na carreira;
IV - indicar o nome do mais an go membro do Ministério Público para remoção ou
promoção por an guidade;
V - indicar ao Procurador-Geral de Jus ça Promotores de Jus ça para subs tuição por
convocação; 13
VI - aprovar os pedidos de remoção por permuta entre membros do Ministério Público;
VII - decidir sobre vitaliciamento de membros do Ministério Público;
VIII - determinar por voto de dois terços de seus integrantes a disponibilidade ou
remoção de membros do Ministério Público, por interesse público, assegurada ampla
defesa;
IX - aprovar o quadro geral de an guidade do Ministério Público e decidir sobre
reclamações formuladas a esse respeito;
X - sugerir ao Procurador-Geral a edição de recomendações, sem caráter vincula vo,
aos órgãos do Ministério Público para o desempenho de suas funções e a adoção de
medidas convenientes ao aprimoramento dos serviços;
XI - autorizar o afastamento de membro do Ministério Público para frequentar curso
ou seminário de aperfeiçoamento e estudo, no País ou no exterior;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - exercer outras atribuições previstas em lei.

As decisões do Conselho Superior do Ministério Público serão mo vadas e publicadas,


salvo nas hipóteses legais de sigilo ou por deliberação da maioria de seus integrantes.
A remoção e a promoção voluntária por an guidade e por merecimento, bem como a
convocação, dependerão de prévia manifestação escrita do interessado.

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Ressalte-se que na indicação por an guidade, o Conselho Superior do Ministério
Público somente poderá recusar o membro do Ministério Público mais an go pelo voto de
dois terços de seus integrantes, conforme procedimento próprio, repe ndo-se a votação até
fixar-se a indicação, após o julgamento de eventual recurso interposto.
Cabe, ainda, ao Conselho Superior do Ministério Público, nos termos do art. 30, rever o
arquivamento de inquérito civil, na forma da lei.
- Corregedoria-Geral do Ministério Público
A Corregedoria-Geral do Ministério Público é o órgão orientador e fiscalizador das
a vidades funcionais e da conduta dos membros do Ministério Público.
O Corregedor-Geral será eleito pelo Colégio de Procuradores, dentre os Procuradores de
Jus ça, para mandato de dois anos, permi da uma recondução – observado o mesmo procedimento.

Observação:

O Corregedor-Geral do Ministério Público é membro nato do Colégio de Procuradores de


Jus ça e do Conselho Superior do Ministério Público.

As atribuições estão previstas no art. 17: 14


I - realizar correições e inspeções;
II - realizar inspeções nas Procuradorias de Jus ça, remetendo relatório reservado ao
Colégio de Procuradores de Jus ça;
III - propor ao Conselho Superior do Ministério Público, na forma da Lei Orgânica, o não
vitaliciamento de membro do Ministério Público;
IV - fazer recomendações, sem caráter vincula vo, a órgão de execução;
V - instaurar, de o cio ou por provocação dos demais órgãos da Administração Superior
do Ministério Público, processo disciplinar contra membro da ins tuição, presidindo-o e
aplicando as sanções administra vas cabíveis, na forma da Lei Orgânica;
VI - encaminhar ao Procurador-Geral de Jus ça os processos administra vos
disciplinares que, na forma da Lei Orgânica, incumba a este decidir;
VII - remeter aos demais órgãos da Administração Superior do Ministério Público
informações necessárias ao desempenho de suas atribuições;
VIII - apresentar ao Procurador-Geral de Jus ça, na primeira quinzena de fevereiro,
relatório com dados esta s cos sobre as a vidades das Procuradorias e Promotorias
de Jus ça, rela vas ao ano anterior.

A banca FCC, no concurso do MP-CE, entendeu como correta a asser va: “a Corregedoria-
Geral do Ministério Público é o órgão orientador e fiscalizador das a vidades funcionais e da
conduta dos membros do Ministério Público, incumbindo- lhe, dentre outras atribuições,
realizar inspeções nas Procuradorias de Jus ça, remetendo relatório reservado ao Colégio de
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Procuradores de Jus ça”.

- Procuradorias de Jus ça
Também são órgãos de administração do Ministério Público, com cargos de Procurador
de Jus ça e serviços auxiliares.
De acordo com o art. 19, §1º, é obrigatória a presença de Procurador de Jus ça nas
sessões de julgamento dos processos da respec va Procuradoria de Jus ça.
Registre-se que os Procuradores de Jus ça exercerão inspeção permanente dos
serviços dos Promotores de Jus ça nos autos em que oficiem, remetendo seus relatórios à
Corregedoria-Geral do Ministério Público.
Competências das Procuradorias de Jus ça:

Art. 22. À Procuradoria de Jus ça compete, na forma da Lei Orgânica, dentre outras
atribuições:
I - escolher o Procurador de Jus ça responsável pelos serviços administra vos da
Procuradoria;
II - propor ao Procurador-Geral de Jus ça a escala de férias de seus integrantes;
III - solicitar ao Procurador-Geral de Jus ça, em caso de licença de Procurador de
15
Jus ça ou afastamento de suas funções junto à Procuradoria de Jus ça, que convoque
Promotor de Jus ça da mais elevada entrância ou categoria para subs tuí-lo.

A divisão interna dos serviços das Procuradorias de Jus ça sujeitar-se-á a critérios


obje vos definidos pelo Colégio de Procuradores que visem à distribuição equita va dos
processos por sorteio, observadas, para esse efeito, as regras de proporcionalidade,
especialmente a alternância fixada em função da natureza, volume e espécie dos feitos.
Exceção: a divisão será feita de forma diversa nos casos em que os Procuradores definam,
consensualmente e conforme critérios próprios, a divisão interna dos serviços.
Cabe aos Procuradores de Jus ça exercer as atribuições junto aos Tribunais, desde que não
come das ao Procurador-Geral de Jus ça, e inclusive por delegação deste.
- Promotorias de Jus ça
São órgãos de administração que contam com pelo menos um cargo de Promotor de
Jus ça e serviços auxiliares necessários ao desempenho das funções que lhe forem come das
pela Lei Orgânica local.
· As Promotorias de Jus ça poderão ser judiciais ou extrajudiciais, especializadas,
gerais ou cumula vas;
· As atribuições das Promotorias de Jus ça e dos cargos dos Promotores de Jus ça que

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a integram serão fixadas mediante proposta do Procurador-Geral de Jus ça,
aprovada pelo Colégio de Procuradores de Jus ça;

O assunto foi recentemente cobrado no concurso do MP-BA/2018, que considerou como


correta a afirmação: “as atribuições das Promotorias de Jus ça e dos cargos dos Promotores
de Jus ça que a integram são fixadas mediante proposta do Procurador-Geral de Jus ça,
aprovada pelo Colégio de Procuradores de Jus ça”.

· A exclusão, inclusão ou outra modificação nas atribuições das Promotorias de Jus ça


ou dos cargos dos Promotores de Jus ça que a integram serão efetuadas mediante
proposta do Procurador-Geral de Jus ça, aprovada por maioria absoluta do Colégio
de Procuradores.

Nos termos do art. 32 da Lei 8.625/93, além de outras funções come das nas
Cons tuições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e demais leis, compete aos Promotores de
Jus ça, dentro de suas esferas de atribuições:

I - impetrar habeas-corpus e mandado de segurança e requerer correição parcial,


inclusive perante os Tribunais locais competentes;
16
II - atender a qualquer do povo,tomando as providências cabíveis;
III - oficiar perante à Jus ça Eleitoral de primeira instância, com as atribuições do
Ministério Público Eleitoral previstas na Lei Orgânica do Ministério Público da União que
forem per nentes, além de outras estabelecidas na legislação eleitoral e par dária.

2.2.4 Funções ins tucionais

De acordo com o art. 129, CF:

Art. 129. São funções ins tucionais do Ministério Público:


I - promover, priva vamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efe vo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública
aos direitos assegurados nesta Cons tuição, promovendo as medidas necessárias a
sua garan a;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e cole vos;
IV - promover a ação de incons tucionalidade ou representação para fins de
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Cons tuição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir no ficações nos procedimentos administra vos de sua competência,

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requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei
complementar respec va;
VII - exercer o controle externo da a vidade policial, na forma da lei complementar
mencionada no ar go anterior;
VIII - requisitar diligências inves gatórias e a instauração de inquérito policial,
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compa veis com sua
finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de
en dades públicas.

Além das previstas no art. 129, CF, a legislação infracons tucional prevê outras funções
compa veis com a finalidade do Ministério Público, vedada a representação judicial e a
consultoria jurídica de en dades públicas.
Assim, sem prejuízo do que prevê a Lei Orgânica Estadual de cada ente federa vo, são
também funções ins tucionais do Ministério Público:

I - propor ação de incons tucionalidade de leis ou atos norma vos estaduais ou


municipais, em face à Cons tuição Estadual;
17
II - promover a representação de incons tucionalidade para efeito de intervenção do
Estado nos Municípios;
III - promover, priva vamente, a ação penal pública, na forma da lei;
IV - promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei:
a) para a proteção, prevenção e reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao
consumidor, aos bens e direitos de valor ar s co, esté co, histórico, turís co e paisagís co,
e a outros interesses difusos, cole vos e individuais indisponíveis e homogêneos;
b) para a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público ou
à moralidade administra va do Estado ou de Município, de suas administrações
indiretas ou fundacionais ou de en dades privadas de que par cipem;
V - manifestar-se nos processos em que sua presença seja obrigatória por lei e, ainda,
sempre que cabível a intervenção, para assegurar o exercício de suas funções ins tucionais,
não importando a fase ou grau de jurisdição em que se encontrem os processos;
VI - exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais e dos que abriguem idosos,
menores, incapazes ou pessoas portadoras de deficiência;
VII - deliberar sobre a par cipação em organismos estatais de defesa do meio
ambiente, neste compreendido o do trabalho, do consumidor, de polí ca penal e
penitenciária e outros afetos à sua área de atuação;
VIII - ingressar em juízo, de o cio, para responsabilizar os gestores do dinheiro público
condenados por tribunais e conselhos de contas;
IX - interpor recursos ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Jus ça;

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Observação:

É vedado o exercício das funções do Ministério Público a pessoas a ele estranhas, sob pena de
nulidade do ato pra cado.

No exercício de suas funções, o Ministério Público poderá:

I - instaurar inquéritos civis e outras medidas e procedimentos administra vos


per nentes e, para instruí-los:
a) expedir no ficações para colher depoimento ou esclarecimentos e, em caso de não
comparecimento injus ficado, requisitar condução coerci va, inclusive pela Polícia
Civil ou Militar, ressalvadas as prerroga vas previstas em lei;
b) requisitar informações, exames periciais e documentos de autoridades federais,
estaduais e municipais, bem como dos órgãos e en dades da administração direta,
indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
c) promover inspeções e diligências inves gatórias junto às autoridades, órgãos e
en dades a que se refere a alínea anterior;
II - requisitar informações e documentos a en dades privadas, para instruir
procedimentos ou processo em que oficie;
18
III - requisitar à autoridade competente a instauração de sindicância ou procedimento
administra vo cabível;
IV - requisitar diligências inves gatórias e a instauração de inquérito policial e de
inquérito policial militar, observado o disposto no art. 129, inciso VIII, da Cons tuição
Federal, podendo acompanhá-los;
V - pra car atos administra vos executórios, de caráter preparatório;
VI - dar publicidade dos procedimentos administra vos não disciplinares que
instaurar e das medidas adotadas;
VII - sugerir ao Poder competente a edição de normas e a alteração da legislação em
vigor, bem como a adoção de medidas propostas, des nadas à prevenção e controle
da criminalidade;
VIII - manifestar-se em qualquer fase dos processos, acolhendo solicitação do juiz, da
parte ou por sua inicia va, quando entender existente interesse em causa que
jus fique a intervenção.

Observações:
- As no ficações e requisições previstas neste ar go, quando verem como des natários o
Governador do Estado, os membros do Poder Legisla vo e os desembargadores, serão
encaminhadas pelo Procurador-Geral de Jus ça.

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- O membro do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e
documentos que requisitar, inclusive nas hipóteses legais de sigilo.
- Serão cumpridas gratuitamente as requisições feitas pelo Ministério Público às autoridades,
órgãos e en dades da Administração Pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
- A falta ao trabalho, em virtude de atendimento à no ficação ou requisição, não autoriza
desconto de vencimentos ou salário, considerando-se de efe vo exercício, para todos os
efeitos, mediante comprovação escrita do membro do Ministério Público.
- Toda representação ou pe ção formulada ao Ministério Público será distribuída entre os
membros da ins tuição que tenham atribuições para apreciá-la, observados os critérios
fixados pelo Colégio de Procuradores.

2.2.5 Garan as dos membros do Ministério Público

- Vitaliciedade
Garan da aos membros após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão
por sentença judicial transitada em julgado, proferida em ação civil própria, nos seguintes casos: 19
- Prá ca de crime incompa vel com o exercício do cargo, após decisão judicial
transitada em julgado. Consideram-se incompa veis com o exercício do cargo, dentre outros, os
crimes contra a administração e a fé pública, e os que importem lesão aos cofres públicos,
dilapidação do patrimônio público ou de bens confiados a sua guarda;
- Exercício da advocacia;
- Abandono do cargo por prazo superior a 30 dias corridos.
 O PGJ proporá a ação para a perda do cargo, após prévia autorização do Órgão
Especial/do Colégio de Procuradores de Jus ça, sendo o julgamento de competência do
Tribunal de Jus ça.

ATENÇÃO!
Ainda que haja condenação do Promotor de Jus ça na esfera criminal, será necessária a
propositura, pelo PGJ, da ação civil originária para a perda do cargo.
Nesse sen do, recentemente decidiu o STJ:
PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CONCUSSÃO.
MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. CONDENAÇÃO. PENA DE PERDA DO CARGO
DE PROMOTOR DE JUSTIÇA. INCIDÊNCIA DA LEI N.º 8.625/93. NECESSIDADE DE

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AJUIZAMENTO DE AÇÃO CIVIL PELO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA.
1. Em relação ao art. 92 do Código Penal, o art. 38 da Lei n.
8.625/1993 é norma especial, razão pela qual deve esta úl ma prevalecer, por trazer forma
par cular da perda do cargo de membro do Ministério Público.
2. A teor do art. 38, § 1.º, inciso I, e § 2.° da Lei n.º 8.625/93, a perda do cargo de membro do
Ministério Público somente pode ocorrer após o trânsito em julgado de ação civil proposta para
esse fim. E, ainda, essa ação somente pode ser ajuizada pelo Procurador-Geral de Jus ça,
quando previamente autorizado pelo Colégio de Procuradores, o que cons tui condição de
procedibilidade, juntamente com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. (REsp
n. 1251621/AM, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 16/10/2014, DJe
12/11/2014).
3. Para que possa ocorrer a perda do cargo do membro do Ministério Público, são
necessárias duas decisões. A primeira, condenando-o pela prá ca do crime e a segunda, em
ação promovida pelo Procurador-Geral de Jus ça, reconhecendo que o referido crime é
incompa vel com o exercício de suas funções, ou seja, deve exis r condenação criminal
transitada em julgado, para que possa ser promovida a ação civil para a decretação da
perda do cargo (art. 38, §2º, da Lei n. 8.625/1993). 20
4. Agravo regimental não provido (AgRg no REsp 1409692/SP, Rel. Ministro REYNALDO
SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 23/05/2017, DJe 31/05/2017)
Neste caso, qual seria o prazo prescricional e o termo inicial da ação civil?
De acordo com o STJ, na hipótese de membro de Ministério Público Estadual pra car falta
administra va também prevista na lei penal como crime, o prazo prescricional da ação civil
para a aplicação da pena administra va de perda do cargo somente tem início com o
trânsito em julgado da sentença condenatória na órbita penal STJ. 2ª Turma. REsp
1.535.222-MA, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 28/3/2017 (Info 601).

Ainda com relação ao vitaliciamento:

Art. 60. Suspende-se, até defini vo julgamento, o exercício funcional de membro do


Ministério Público quando, antes do decurso do prazo de dois anos, houver
impugnação de seu vitaliciamento.
§ 1º A Lei Orgânica disciplinará o procedimento de impugnação, cabendo ao Conselho
Superior do Ministério Público decidir, no prazo máximo de sessenta dias, sobre o não
vitaliciamento e ao Colégio de Procuradores, em trinta dias, eventual recurso.
§ 2º Durante a tramitação do procedimento de impugnação, o membro do Ministério
Público perceberá vencimentos integrais, contando-se para todos os efeitos o tempo

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de suspensão do exercício funcional, no caso de vitaliciamento.

- Inamovibilidade
Os membros do Ministério Público são inamovíveis, salvo por mo vo de interesse
público, mediante decisão do órgão colegiado competente, pelo voto da maioria absoluta dos
seus membros, assegurada ampla defesa.
Em caso de ex nção do órgão de execução, da Comarca ou mudança da sede da
Promotoria de Jus ça, será facultado ao Promotor remover-se para outra Promotoria de igual
entrância ou categoria, ou ainda, obter a disponibilidade com vencimentos integrais e a
contagem do tempo de serviço como se em exercício es vesse.
- Irredu bilidade de subsídios
Conforme preceitua o art. 39, §4º, CF, com as ressalvas dos arts. 37, X e XI; 150, II; 153,
III e §2º, I, todos da Cons tuição Federal.
Sobre vencimentos, vantagens e direitos:
- O membro do Ministério Público, convocado ou designado para subs tuição, terá direito à
diferença de vencimento entre o seu cargo e o que ocupar.
21
- A revisão da remuneração far-se-á na forma da lei estadual.
- Os vencimentos dos membros serão fixados com diferença não excedente a 10%, de uma para
outra entrância ou categoria, ou da entrância mais elevada para o cargo de Procurador-Geral de
Jus ça, garan ndo-se aos Procuradores de Jus ça não menos de 95% dos vencimentos
atribuídos ao Procurador-Geral.
- O limite máximo da remuneração observará os valores percebidos como remuneração, em
espécie, a qualquer tulo, pelos membros do Poder Judiciário local.

ATENÇÃO!
Nos termos do art. 49 da Lei nº 8.625/93, “os vencimentos do Procurador-Geral de Jus ça, em
cada Estado, para efeito do disposto no § 1º do art. 39 da Cons tuição Federal, guardarão
equivalência com os vencimentos dos Desembargadores dos Tribunais de Jus ça”.
Esse disposi vo foi declarado INCONSTITUCIONAL pelo STF, em sede de controle concentrado.
De acordo com o Tribunal, há afronta ao art. 37, XIII, da CF, vez que o preceito cons tucional veda
a vinculação ou equiparação de vencimentos para efeito de remuneração de pessoal do serviço
público – aí incluídos os membros do Ministério Público e da Magistratura.
Assim, não se pode estabelecer vinculação entre os vencimentos do Ministério Público e da
Magistratura, em virtude de ambos possuírem atribuições diversas.

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EMENTA: - CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. MINISTÉRIO PÚBLICO:
VENCIMENTOS: VINCULAÇÃO COM CARGO DA MAGISTRATURA: INCONSTITUCIONALIDADE.
LEI 8.625, DE 12.02.93, ART. 49. I. - Vinculação dos vencimentos do cargo de Procurador-Geral
de Jus ça com os vencimentos do cargo de Desembargador: incons tucionalidade. Lei
8.625/93, art. 49. II. - Precedentes do STF. III. - Ação direta de incons tucionalidade julgada
procedente (ADI 1274, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em
11/09/2002, DJ 07-02-2003 PP-00020 EMENT VOL-02097-02 PP-00292).

Além dos vencimentos, poderão ser outorgadas, a membro do Ministério Público, nos
termos da lei, as seguintes vantagens:

I - ajuda de custo, para despesas de transporte e mudança;


II - auxílio-moradia, nas Comarcas em que não haja residência oficial condigna para o
membro do Ministério Público;
III - salário-família;
IV - diárias;
V - verba de representação de Ministério Público;
VI - gra ficação pela prestação de serviço à Jus ça Eleitoral, equivalente àquela devida 22
ao Magistrado ante o qual oficiar;
VII - gra ficação pela prestação de serviço à Jus ça do Trabalho, nas Comarcas em que
não haja Junta de Conciliação e Julgamento;
VIII - gra ficação adicional por ano de serviço, incidente sobre o vencimento básico e a
verba de representação, observado o disposto no § 3º deste ar go e no inciso XIV do
art. 37 da Cons tuição Federal;
IX - gra ficação pelo efe vo exercício em Comarca de di cil provimento, assim
definida e indicada em lei ou em ato do Procurador-Geral de Jus ça;
X - gra ficação pelo exercício cumula vo de cargos ou funções;
XI - verba de representação pelo exercício de cargos de direção ou de confiança junto
aos órgãos da Administração Superior;
XII - outras vantagens previstas em lei, inclusive as concedidas aos servidores públicos
em geral.

- Aplicam-se aos membros do Ministério Público os direitos sociais previstos no art. 7º, incisos
VIII, XII, XVII, XVIII e XIX, da Cons tuição Federal.
- Computar-se-á, para efeito de aposentadoria, disponibilidade e adicionais por tempo de
serviço, o tempo de exercício da advocacia, até o máximo de quinze anos.
- Cons tui parcela dos vencimentos, para todos os efeitos, a gra ficação de representação de
Ministério Público.

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Observação:

Art. 77. No âmbito do Ministério Público, para os fins do disposto no art. 37, inciso XI, da
Cons tuição Federal, ficam estabelecidos como limite de remuneração os valores percebidos
em espécie, a qualquer tulo, pelo Procurador-Geral de Jus ça.

Os direitos a férias, licenças e aposentadorias são previstos nos arts. 51 e seguintes da


Lei 8.625/93, cuja leitura é recomendada.

2.2.6 Prerroga vas dos membros do Ministério Público

As prerroga vas são de duas ordens.


- Concedidas ao membro do Ministério Público independentemente de estar ou não no
exercício das suas funções:

Art. 40. Cons tuem prerroga vas dos membros do Ministério Público, além de outras
previstas na Lei Orgânica:
I - ser ouvido, como testemunha ou ofendido, em qualquer processo ou inquérito, em
dia, hora e local previamente ajustados com o Juiz ou a autoridade competente; 23
II - estar sujeito a in mação ou convocação para comparecimento, somente se
expedida pela autoridade judiciária ou por órgão da Administração Superior do
Ministério Público competente, ressalvadas as hipóteses cons tucionais;
III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime
inafiançável, caso em que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas,
a comunicação e a apresentação do membro do Ministério Público ao Procurador-
Geral de Jus ça;
IV - ser processado e julgado originariamente pelo Tribunal de Jus ça de seu Estado,
nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada exceção de ordem
cons tucional;
V - ser custodiado ou recolhido à prisão domiciliar ou à sala especial de Estado Maior,
por ordem e à disposição do Tribunal competente, quando sujeito a prisão antes do
julgamento final;
VI - ter assegurado o direito de acesso, re ficação e complementação dos dados e
informações rela vos à sua pessoa, existentes nos órgãos da ins tuição, na forma da
Lei Orgânica.

- Concedidas ao membro do Ministério Público no exercício de suas funções:

Art. 41. Cons tuem prerroga vas dos membros do Ministério Público, no exercício de
sua função, além de outras previstas na Lei Orgânica:
I - receber o mesmo tratamento jurídico e protocolar dispensado aos membros do

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Poder Judiciário junto aos quais oficiem;
II - não ser indiciado em inquérito policial;
III - ter vista dos autos após distribuição às Turmas ou Câmaras e intervir nas sessões de
julgamento, para sustentação oral ou esclarecimento de matéria de fato;
IV - receber in mação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, através da
entrega dos autos com vista;
V - gozar de inviolabilidade pelas opiniões que externar ou pelo teor de suas
manifestações processuais ou procedimentos, nos limites de sua independência
funcional;
VI - ingressar e transitar livremente:
a) nas salas de sessões de Tribunais, mesmo além dos limites que separam a parte
reservada aos Magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, tabelionatos, o cios
da jus ça, inclusive dos registros públicos, delegacias de polícia e estabelecimento de
internação cole va;
c) em qualquer recinto público ou privado, ressalvada a garan a cons tucional de
inviolabilidade de domicílio;
VII - examinar, em qualquer Juízo ou Tribunal, autos de processos findos ou em andamento,
ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos; 24
VIII - examinar, em qualquer repar ção policial, autos de flagrante ou inquérito, findos
ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos;
IX - ter acesso ao indiciado preso, a qualquer momento, mesmo quando decretada a
sua incomunicabilidade;
X - usar as vestes talares e as insígnias priva vas do Ministério Público;
XI - tomar assento à direita dos Juízes de primeira instância ou do Presidente do
Tribunal, Câmara ou Turma.

Quando, no curso de inves gação, houver indício da prá ca de infração penal por parte
de membro do Ministério Público, a autoridade policial, civil ou militar remeterá,
imediatamente, sob pena de responsabilidade, os respec vos autos ao Procurador-Geral de
Jus ça, a quem compe rá dar prosseguimento à apuração.

Com fundamento nesse disposi vo, a banca FMP, no concurso para o cargo de Promotor de
Jus ça do MP-AM, considerou como correta a seguinte afirmação: “é garan a do Promotor
de Jus ça nunca ser indiciado em inquérito policial, mesmo em caso de prá ca de crime
doloso contra a vida”.

Trata-se de feito de competência originária do Tribunal de Jus ça, salvo se o crime

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come do pelo membro do Ministério Público ver natureza eleitoral, quando, então, será
julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral - TRE!

IMPORTANTE! Porte de arma:


Nos termos do art. 42, da Lei 8.625/93, os membros terão, além da carteira funcional,
que possui validade em todo o território nacional como cédula de iden dade, porte de arma,
independentemente de qualquer ato formal de licença ou autorização.
O disposi vo deve ser lido com ressalvas, haja vista haver recente discussão a respeito.
A Instrução Norma va 23/2005 do Departamento de Polícia Federal e o Decreto
6.715/2008, que regulamenta o Estatuto do Desarmamento, exigem a comprovação técnica e
ap dão psicológica para aquisição, registro e renovação do porte de arma de fogo por
membros de diversas carreiras, incluindo-se o Ministério Público.
Em junho de 2018, na Ação Originária 2280 proposta perante o STF, visando discu r a
questão em relação aos membros do Poder Judiciário, o Ministro Edson Fachin entendeu pela
cons tucionalidade de ambos os regulamentos.
No entendimento do Ministro, o porte de arma, como regra, é proibido, somente
25
sendo possível aos integrantes das carreiras integrantes do rol estabelecido no ar go 6º do
Estatuto do Desarmamento e daquelas cuja prerroga va tenha sido estabelecida em lei geral
editada pela União. No entanto, a Lei 10.826/2003 (parágrafo 4º do ar go 6º) só dispensa da
comprovação de capacidade técnica e ap dão psicológica os integrantes das Forças Armadas,
das polícias federais, estaduais e do Distrito Federal. Para a demais carreiras, explicou Fachin,
a comprovação dos requisitos para manuseio de arma de fogo permanecem válidos.
Assim, o direito ao porte não dispensa o proprietário da arma de cumprir os
requisitos rela vos ao registro.
Como dito, a decisão foi proferida tendo como paradigma a carreira da magistratura.
Porém, analisando-se os mo vos que embasaram a decisão e, considerando-se que os
membros do Ministério Público não se encontram nas exceções descritas (integrantes das
Forças Armadas, das polícias federais, estaduais e do Distrito Federal), as exigências
provavelmente lhes serão também aplicadas.
Registre-se, a esse respeito, que no corrente ano, as Jus ças Federais de Alagoas e de
Santa Catarina já proferiram entendimento no mesmo sen do, exigindo-se para os membros
do Ministério Público a apresentação de atestados de capacidade técnica e psicológica para o
porte de armas.

2.2.7. Deveres funcionais dos membros do Ministério Público

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Destaque-se que o rol de deveres funcionais con do nos ar gos 43 e 44 da Lei 8.625/93
não é taxa vo. Vejamos:

Art. 43. São deveres dos membros do Ministério Público, além de outros previstos em
lei:
I - manter ilibada conduta pública e par cular;
II - zelar pelo pres gio da Jus ça, por suas prerroga vas e pela dignidade de suas
funções;
III - indicar os fundamentos jurídicos de seus pronunciamentos processuais,
elaborando relatório em sua manifestação final ou recursal;
IV - obedecer aos prazos processuais;
V - assis r aos atos judiciais, quando obrigatória ou conveniente a sua presença;
VI - desempenhar, com zelo e presteza, as suas funções;
VII - declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;
VIII - adotar, nos limites de suas atribuições, as providências cabíveis em face da
irregularidade de que tenha conhecimento ou que ocorra nos serviços a seu cargo;
IX - tratar com urbanidade as partes, testemunhas, funcionários e auxiliares da Jus ça;
26
X - residir, se tular, na respec va Comarca;
XI - prestar informações solicitadas pelos órgãos da ins tuição;
XII - iden ficar-se em suas manifestações funcionais;
XIII - atender aos interessados, a qualquer momento, nos casos urgentes;
XIV - acatar, no plano administra vo, as decisões dos órgãos da Administração
Superior do Ministério Público.

2.2.8. Vedações

Nos termos do art. 44, aos membros do Ministério Público se aplicam as seguintes
vedações:

I - receber, a qualquer tulo e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou


custas processuais;
II - exercer advocacia;
III - exercer o comércio ou par cipar de sociedade comercial, exceto como co sta ou
acionista;
IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma
de Magistério;

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Observação:

Não cons tuem acumulação as a vidades exercidas em organismos estatais afetos à área de
atuação do Ministério Público, em Centro de Estudo e Aperfeiçoamento de Ministério
Público, em en dades de representação de classe e o exercício de cargos de confiança na sua
administração e nos órgãos auxiliares.

V - exercer a vidade polí co-par dária, ressalvada a filiação e as exceções previstas


em lei.

ATENÇÃO!
Antes da EC 45/04, a lei permi a que o membro do MP concorresse desde que se
desincompa bilizasse do cargo. Depois da EC 45/2004, não mais existe qualquer exceção. A
a vidade polí co-par dária é completamente vedada, por força do art. 128, §5º, 'e', da CF.
A vedação não alcança o membro que ingressou na carreira antes da promulgação da CF/88.

Ao membro ou servidor do Ministério Público é vedado, ainda, manter, sob sua chefia
imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro, ou parente até o segundo 27
grau civil.

2.2.9. Formas de provimento dos cargos

- Originário

Art. 59. O ingresso nos cargos iniciais da carreira dependerá da aprovação prévia em
concurso público de provas e tulos, organizado e realizado pela Procuradoria-Geral
de Jus ça, com par cipação da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 1º É obrigatória a abertura do concurso de ingresso quando o número de vagas
a ngir a um quinto dos cargos iniciais da carreira.
§ 2º Assegurar-se-ão ao candidato aprovado a nomeação e a escolha do cargo, de
acordo com a ordem de classificação no concurso.
§ 3º São requisitos para o ingresso na carreira, dentre outros estabelecidos pela Lei
Orgânica:
I - ser brasileiro;
II - ter concluído o curso de bacharelado em Direito, em escola oficial ou reconhecida;
III - estar quite com o serviço militar;
IV - estar em gozo dos direitos polí cos.
§ 4º O candidato nomeado deverá apresentar, no ato de sua posse, declaração de seus

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bens e prestar compromisso de desempenhar, com re dão, as funções do cargo e de
cumprir a Cons tuição e as leis.

- Derivado
a) Promoção
É sempre voluntária e far-se-á, alternadamente, por an guidade e merecimento, do
cargo da inves dura inicial às demais entrâncias, sucessivamente.
b) Remoção
Far-se-á sempre para o cargo de igual entrância, e poderá ser voluntária, compulsória
ou por permuta.
- Quando voluntária, se dará alterna vamente, por an guidade e merecimento.
- Quando compulsória, somente poderá ocorrer com fundamento no interesse público,
observados os princípios do contraditório e da ampla defesa, observando-se as
peculiaridades procedimentais da Lei Orgânica local, bem como os preceitos da lei geral.
- Por fim, a remoção por permuta dependerá de pedido escrito e conjunto, formulado por
ambos os pretendentes.
28
Art. 61. A Lei Orgânica regulamentará o regime de remoção e promoção dos membros
do Ministério Público, observados os seguintes princípios:
I - promoção voluntária, por an guidade e merecimento, alternadamente, de uma
para outra entrância ou categoria e da entrância ou categoria mais elevada para o
cargo de Procurador de Jus ça, aplicando-se, por assemelhação, o disposto no art. 93,
incisos III e VI, da Cons tuição Federal;
II - apurar-se-á a an guidade na entrância e o merecimento pela atuação do membro
do Ministério Público em toda a carreira, com prevalência de critérios de ordem
obje va levando-se inclusive em conta sua conduta, operosidade e dedicação no
exercício do cargo, presteza e segurança nas suas manifestações processuais, o
número de vezes que já tenha par cipado de listas, bem como a frequência e o
aproveitamento em cursos oficiais, ou reconhecidos, de aperfeiçoamento;
III - obrigatoriedade de promoção do Promotor de Jus ça que figure por três vezes
consecu vas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
IV - a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respec va entrância
ou categoria e integrar o Promotor de Jus ça a primeira quinta parte da lista de an guidade,
salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago, ou quando o número
limitado de membros do Ministério Público inviabilizar a formação de lista tríplice;
V - a lista de merecimento resultará dos três nomes mais votados, desde que ob da maioria
de votos, procedendo-se, para alcançá-la, a tantas votações quantas necessárias,
examinados em primeiro lugar os nomes dos remanescentes de lista anterior;

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VI - não sendo caso de promoção obrigatória, a escolha recairá no membro do
Ministério Público mais votado, observada a ordem dos escru nios, prevalecendo, em
caso de empate, a an guidade na entrância ou categoria, salvo se preferir o Conselho
Superior delegar a competência ao Procurador-Geral de Jus ça.
Art. 62. Verificada a vaga para remoção ou promoção, o Conselho Superior do
Ministério Público expedirá, no prazo máximo de sessenta dias, edital para
preenchimento do cargo, salvo se ainda não instalado.
Art. 63. Para cada vaga des nada ao preenchimento por remoção ou promoção,
expedir-se-á edital dis nto, sucessivamente, com a indicação do cargo
correspondente à vaga a ser preenchida.
Art. 64. Será permi da a remoção por permuta entre membros do Ministério Público
da mesma entrância ou categoria, observado, além do disposto na Lei Orgânica:
I - pedido escrito e conjunto, formulado por ambos os pretendentes;
II - a renovação de remoção por permuta somente permi da após o decurso de dois anos;
III - que a remoção por permuta não confere direito a ajuda de custo.

A Lei Orgânica poderá prever a subs tuição por convocação, em caso de licença do
tular de cargo da carreira ou de afastamento de suas funções junto à Procuradoria ou
Promotoria de Jus ça. 29
c) Reintegração
Trata-se do retorno do membro do Ministério Público ao cargo, com ressarcimento dos
vencimentos e vantagens que não foram percebidos em razão do afastamento, inclusive a
contagem do tempo de serviço.
Decorrerá de sentença judicial com trânsito em julgado ou decisão defini va em
processo administra vo.

Art. 66. A reintegração, que decorrerá de sentença transitada em julgado, é o retorno


do membro do Ministério Público ao cargo, com ressarcimento dos vencimentos e
vantagens deixados de perceber em razão do afastamento, inclusive a contagem do
tempo de serviço.
§ 1º Achando-se provido o cargo no qual será reintegrado o membro do Ministério
Público, o seu ocupante passará à disponibilidade, até posterior aproveitamento.
§ 2º O membro do Ministério Público reintegrado será subme do a inspeção médica e,
se considerado incapaz, será aposentado compulsoriamente, com as vantagens a que
teria direito se efe vada a reintegração.

d) Reversão
É o retorno do membro aposentado à a vidade. Dar-se-á na entrância em que se
aposentou, em vaga a ser provida pelo critério de merecimento.

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Art. 67. A reversão dar-se-á na entrância em que se aposentou o membro do
Ministério Público, em vaga a ser provida pelo critério de merecimento, observados os
requisitos legais.

e) Aproveitamento
Consiste no retorno do membro em disponibilidade.

Art. 68. O aproveitamento é o retorno do membro do Ministério Público em


disponibilidade ao exercício funcional.
§ 1º O membro do Ministério Público será aproveitado no órgão de execução que
ocupava quando posto em disponibilidade, salvo se aceitar outro de igual entrância ou
categoria, ou se for promovido.
§ 2º Ao retornar à a vidade, será o membro do Ministério Público subme do a
inspeção médica e, se julgado incapaz, será aposentado compulsoriamente, com as
vantagens a que teria direito se efe vado o seu retorno.

2.2.10. Infrações disciplinares, sanções e processo administra vo


30
A Lei Orgânica Nacional (8.625/93) não prevê as infrações disciplinares, procedimento
de apuração e sanções delas decorrentes. Cabe à Lei Orgânica de cada Estado disciplinar a
matéria, observados os preceitos cons tucionais e legais.
As sanções comumente previstas na Legislação local são:
· Advertência;

· Censura;

· Suspensão;

· Cassação da disponibilidade ou aposentadoria;

· Demissão.

Lembrando que a demissão do membro vitalício depende de decisão judicial com


trânsito em julgado, proferida pelo Tribunal de Jus ça em ação originária.
Ministério Público, em vaga a ser provida pelo critério de merecimento, observados os requisitos legais.

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4 QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (MP-BA/2018/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Ministério Público;
Não compete ao Procurador-Geral de Jus ça VI - prover os cargos iniciais da carreira e dos
(lei nº 8.625/93): serviços auxiliares, bem como nos casos de
remoção, promoção, convocação e demais
formas de provimento derivado;
a) Propor ao Conselho Superior do Ministério
VII - editar atos de aposentadoria, exoneração e
Público, na forma da Lei Orgânica, o não
outros que importem em vacância de cargos da
vitaliciamento de membro do Ministério carreira ou dos serviços auxiliares e atos de
Público disponibilidade de membros do Ministério
b) Integrar, como membro nato, e presidir o Público e de seus servidores;
colégio de Procuradores de Jus ça e o VIII - delegar suas funções administra vas;
Conselho Superior do Ministério Público. IX - designar membros do Ministério Público
c) Delegar suas funções administra vas. para:
d) Dirimir conflitos de atribuições entre
membros do Ministério Público, designando a) exercer as atribuições de dirigente dos Centros
quem deva oficiar no feito. de Apoio Operacional;
b) ocupar cargo de confiança junto aos órgãos da
e) Decidir processo disciplinar contra
Administração Superior;
membro do Ministério Público, aplicando as
c) integrar organismos estatais afetos a sua área
sanções cabíveis. de atuação;
d) oferecer denúncia ou propor ação civil pública
Resposta
08. A
nas hipóteses de não confirmação de 31
arquivamento de inquérito policial ou civil, bem
como de quaisquer peças de informações;
COMENTÁRIOS e) acompanhar inquérito policial ou diligência
inves gatória, devendo recair a escolha sobre o
Lei 8.625/93: membro do Ministério Público com atribuição
Art. 17. A Corregedoria-Geral do Ministério para, em tese, oficiar no feito, segundo as regras
Público é o órgão orientador e fiscalizador das ordinárias de distribuição de serviços;
a vidades funcionais e da conduta dos membros f) assegurar a con nuidade dos serviços, em caso
do Ministério Público, incumbindo-lhe, dentre de vacância, afastamento temporário, ausência,
outras atribuições: impedimento ou suspeição de tular de cargo, ou
III - propor ao Conselho Superior do Ministério com consen mento deste;
Público, na forma da Lei Orgânica, o não g) por ato excepcional e fundamentado, exercer
vitaliciamento de membro do Ministério Público; as funções processuais afetas a outro membro da
Art. 10. Compete ao Procurador-Geral de Jus ça: ins tuição, submetendo sua decisão
I - exercer a chefia do Ministério Público, previamente ao Conselho Superior do Ministério
representando-o judicial e extrajudicialmente; Público;
II - integrar, como membro nato, e presidir o h) oficiar perante a Jus ça Eleitoral de primeira
colégio de Procuradores de Jus ça e o Conselho instância, ou junto ao Procurador-Regional
Superior do Ministério Público; Eleitoral, quando por este solicitado;
III - submeter ao Colégio de Procuradores de
Jus ça as propostas de criação e ex nção de X - dirimir conflitos de atribuições entre membros
cargos e serviços auxiliares e de orçamento do Ministério Público, designando quem deva
anual; oficiar no feito;
IV - encaminhar ao Poder Legisla vo os projetos XI - decidir processo disciplinar contra membro
de lei de inicia va do Ministério Público; do Ministério Público, aplicando as sanções
V - pra car atos e decidir questões rela vas à cabíveis;
administração geral e execução orçamentária do XII - expedir recomendações, sem caráter

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norma vo aos órgãos do Ministério Público, para ALTERNATIVA B – INCORRETA
o desempenho de suas funções; Não há correspondência na LOMP.
XIII - encaminhar aos Presidentes dos Tribunais as
listas sêxtuplas a que se referem os arts. 94, ALTERNATIVA C – INCORRETA
caput, e 104, parágrafo único, inciso II, da Lei 8.625/93, Art. 5º São órgãos da Administração
Cons tuição Federal; Superior do Ministério Público:
XIV - exercer outras atribuições previstas em lei. I - a Procuradoria-Geral de Jus ça;
II - o Colégio de Procuradores de Jus ça;
02. (MP-BA/2018/PROMOTOR DE JUSTIÇA) No III - o Conselho Superior do Ministério Público;
que diz respeito ao regramento con do na lei nº IV - a Corregedoria-Geral do Ministério Público.
8.625/93, marque a alterna va correta:
ALTERNATIVA D – INCORRETA
a) Os Procuradores de Jus ça das Procuradorias Lei 8.625/93, Art. 41. Cons tuem prerroga vas
de Jus ça cíveis e criminais que oficiem junto ao dos membros do Ministério Público, no exercício
mesmo Tribunal reunir-se-ão para fixar de sua função, além de outras previstas na Lei
orientações jurídicas de caráter vincula vo, Orgânica:
encaminhando-as ao Procurador-Geral de IX - ter acesso ao indiciado preso, a qualquer
Jus ça, que baixará ato visando a atuação momento, mesmo quando decretada a sua
uniforme dos Promotores de Jus ça. incomunicabilidade;
b) Incumbe ao Corregedor-Geral do Ministério
Público designar, mo vadamente, em caráter ALTERNATIVA E – CORRETA
excepcional e temporário, ouvido o Conselho Lei 8.625/93, Art. 23. As Promotorias de Jus ça 32
Superior do Ministério Público, Promotor de são órgãos de administração do Ministério
Jus ça para atuar junto a qualquer órgão Público com pelo menos um cargo de Promotor
jurisdicional de primeiro grau. de Jus ça e serviços auxiliares necessários ao
c) A Corregedoria-Geral do Ministério Público é desempenho das funções que lhe forem
órgão de execução do Ministério Público. come das pela Lei Orgânica.
d) O membro do Ministério Público poderá ter § 2º As atribuições das Promotorias de Jus ça e
acesso ao indicado preso, a qualquer momento, dos cargos dos Promotores de Jus ça que a
exc eto q u a n d o e ste j a d e c reta d a a s u a integram serão fixadas mediante proposta do
incomunicabilidade. Procurador-Geral de Jus ça, aprovada pelo
e) As atribuições das Promotorias de Jus ça e dos Colégio de Procuradores de Jus ça.
cargos dos Promotores de Jus ça que a integram
são fixadas mediante proposta do Procurador-
Geral de Jus ça, aprovada pelo Colégio de
Procuradores de Jus ça.

Resposta
9. E

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A – INCORRETA
Lei 8.625/93, Art. 20. Os Procuradores de Jus ça
das Procuradorias de Jus ça civis e criminais, que
oficiem junto ao mesmo Tribunal, reunir-se-ão
para fixar orientações jurídicas, sem caráter
vincula vo, encaminhando-as ao Procurador-
Geral de Jus ça.

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